Dimensionamento real de sistema fotovoltaico
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DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA UMA CASA DE
VERANEIO EM POUSO DA CAJABA-PARATY
Marcos Antonio dos Santos Serro
PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA ELTRICA DA ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSRIOS
PARA A OBTENO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA.
Aprovada por:
________________________________________Prof. Lus Guilherme Barbosa Rolim
(Orientador)
________________________________________Prof. Walter Issamu Suemitsu
________________________________________Prof. Celso Alexandre Souza de Alvear
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
AGOSTO DE 2010
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Lista de Figuras
Figura 1.1 Localizao do Pouso da Cajaba ........................................................ 1
Figura 1.2 Recursos energticos conhecidos e o consumo mundial.................. 2
Figura 1.3 - Planta da casa considerada.................................................................. 3
Figura 2.1 Sistema Fotovoltaico ligado rede eltrica......................................... 6
Figura 2.2 Sistema fotovoltaico autnomo ............................................................. 6
Figura 2.3 Representao de uma clula fotovoltaica........................................ 7
Figura 2.4 Simulao de uma clula fotovoltaica................................................. 8
Figura 2.5 Ligao de painis em srie ................................................................... 9
Figura 2.6 Ligao de painis em paralelo............................................................. 9
Figura 2.7 Ligao de painis em srie-paralelo ................................................. 10
Figura 2.8 Variao da posio do sol com as estaes do ano .................... 11
Figura 2.9 Esquema de uma Clula Eletroqumica.............................................. 12
Figura 2.10 - Funcionamento de um Controlador Srie ......................................... 14
Figura 2.11 Funcionamento de um Controlador Shunt ....................................... 14
Figura 2.12 - Funcionamento de um Controlador com MPP................................ 15
Figura 2.13 Formas de onda tpicas de inversores ............................................... 16
Figura 2.14 Circuito bsico de um inversor............................................................ 16
Figura 2.15 Curva caracterstica para diversos modelos de inversor................ 17
Figura 2.16 Circuito montado para determinar a curva caracterstica do inversor
........................................................................................................................................ 17
Figura 2.17 Tenso de sada sem carga................................................................ 18
Figura 2.18 Curva de rendimento do Inversor de onda retangular .................. 19
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Figura 3.1 Funcionamento da esfera de medies............................................. 21
Figura 3.2 Eficincia das lmpadas ensaiadas .................................................... 22
Figura 3.3 Placa de 48 LEDs ..................................................................................... 22
Figura 3.4 Lmpada Eletrnica Aram 15W............................................................ 23
Figura 4.1 Radiao diria mdia mensal para cada localidade ................... 27
Figura 4.2 Esquema das ligaes para o projeto de iluminao em LEDs ...... 30
Figura 4.3 Planta de instalao para o projeto de iluminao em LEDs ......... 30
Figura 5.1 Inversor de 300W, 12VDC-220VAC ....................................................... 37
Figura 5.2 - Esquema das ligaes para o projeto de iluminao em 220V...... 38
Figura 5.3 Planta de instalao para o projeto de iluminao em 220V ........ 39
Figura 6.1 Ventilador de 30cm, Mondial V-03....................................................... 41
Figura 6.2 Inversor de 600W, 12VDC-220VAC ....................................................... 48
Figura 6.3 Inversor de 800W, 12VDC-220VAC ....................................................... 49
Figura 6.4 Esquema das ligaes para o projeto de carga geral com placas de
LEDs ................................................................................................................................ 51
Figura 6.5 - Esquema das ligaes para o projeto de carga geral com fluorescentes
........................................................................................................................................ 52
Figura 6.6 Planta de instalao eltrica para o projeto de carga geral com
fluorescentes................................................................................................................. 52
Figura 6.7 - Planta de instalao eltrica para o projeto de carga geral com LEDs
........................................................................................................................................ 53
Figura 7.1 Inversor de 75W, 12VDC-220VAC ......................................................... 61
Figura 7.2 Esquema das ligaes para o projeto de carga reduzida com placas de
LEDs ................................................................................................................................ 64
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Figura 7.3 - Esquema das ligaes para o projeto de carga reduzia com
fluorescentes................................................................................................................. 64
Figura 7.4 - Planta de instalao eltrica para o projeto de carga reduzida com LEDs
........................................................................................................................................ 65
Figura 7.5 Planta de instalao eltrica para o projeto de carga reduzia com
fluorescentes................................................................................................................. 65
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Lista de Tabelas
Tabela 2.1 Dados de placa do painel MST-20LV.................................................. 11
Tabela 2.2 Dados do inversor coletados no laboratrio..................................... 17
Tabela 3.1 Dados das luminrias coletados no laboratrio ............................... 21
Tabela 4.1- Consumo estimado no vero usando LEDs......................................... 24
Tabela 4.2 Consumo estimado no inverno usando LEDS.................................... 25
Tabela 4.3 Radiao diria mdia por localidade ............................................. 27
Tabela 4.4 Quadro de cargas para o projeto de iluminao em LEDs ........... 31
Tabela 5.1 - Consumo estimado no vero usando lmpadas eletrnicas........ 33
Tabela 5.2 - Consumo estimado no inverno usando lmpadas eletrnicas ..... 34
Tabela 5.3 Quadro de cargas para o projeto de iluminao em 220V........... 39
Tabela 6.1 Consumo de cada aparelho para o caso geral no vero............. 42
Tabela 6.2 - Consumo de cada aparelho para o caso geral no inverno........... 42
Tabela 6.3 Quadro de cargas para o projeto de carga geral com fluorescentes
........................................................................................................................................ 53
Tabela 6.4 Quadro de cargas para o projeto de carga geral com LEDs........ 54
Tabela 7.1 Consumo de cada aparelho para o caso com pouca carga no vero
........................................................................................................................................ 56
Tabela 7.2 - Consumo de cada aparelho para o caso com pouca carga no inverno
........................................................................................................................................ 56
Tabela 7.3 Quadro de cargas para o projeto de carga reduzida com fluorescentes
........................................................................................................................................ 66
Tabela 7.4 Quadro de cargas para o projeto de carga reduzida com LEDs . 66
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Tabela 8.1 Itens necessrios utilizando a placa de LEDs..................................... 68
Tabela 8.2 Itens necessrios utilizando as lmpadas eletrnicas...................... 68
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7
Sumrio
Lista de Figuras ........................................................................................................... ii
Lista de Tabelas ..........................................................................................................v
Sumrio .......................................................................................................................6
1 Introduo ...........................................................................................................1
1.1 Motivao ........................................................................................................ 1
1.2 Objetivos ........................................................................................................... 3
1.3 Organizao dos Captulos ........................................................................... 4
2 Conhecimentos Bsicos .....................................................................................5
2.1 Histrico da Energia Solar Fotovoltaica........................................................ 5
2.2 Painis Fotovoltaicos ....................................................................................... 6
2.3 Baterias ............................................................................................................ 12
2.4 Controladores de Carga .............................................................................. 13
2.5 Inversores......................................................................................................... 15
3 Alternativas de Iluminao ..............................................................................21
4 Projeto de Iluminao em 12V ........................................................................24
4.1 Clculo do Consumo Dirio......................................................................... 24
4.2 Dimensionamento da Baterias .................................................................... 25
4.3 Dimensionamento dos Painis Fotovoltaicos ............................................ 26
4.4 Dimensionamento do Controlador de Carga .......................................... 29
4.5 Esquema de Ligao.................................................................................... 29
5 Projeto de Iluminao com Lmpadas Eletrnicas .......................................33
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8
5.1 Clculo do Consumo Dirio......................................................................... 33
5.2 Dimensionamento da Baterias .................................................................... 34
5.3 Dimensionamento dos Painis Fotovoltaicos ............................................ 34
5.4 Dimensionamento do Inversor ..................................................................... 36
5.5 Dimensionamento do Controlador de Carga .......................................... 37
5.6 Esquema de Ligao.................................................................................... 38
6 Projeto de Tomadas para Uso Geral................................................................41
6.1 Clculo do Consumo Dirio......................................................................... 41
6.2 Dimensionamento das Baterias ................................................................... 43
6.2.1 Projeto utilizando a placa de LEDs ......................................................... 43
6.2.2 Projeto utilizando lmpadas eletrnicas ............................................... 44
6.3 Dimensionamento dos Painis Fotovoltaicos ............................................ 44
6.3.1 Dimensionamento utilizando placas de LEDs ....................................... 44
6.3.2 Dimensionamento utilizando lmpadas eletrnicas ........................... 45
6.4 Dimensionamento do Inversor ..................................................................... 46
6.4.1 Dimensionamento utilizando placas de LEDs ....................................... 47
6.4.2 Dimensionamento utilizando lmpadas eletrnicas ........................... 48
6.5 Dimensionamento do Controlador de Carga .......................................... 49
6.5.1 Dimensionamento utilizando placas de LEDs ....................................... 50
6.5.2 Dimensionamento utilizando lmpadas eletrnicas ........................... 50
6.6 Esquemas de Ligao .................................................................................. 51
7 Projeto de Tomadas para Carga Reduzida ....................................................56
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9
7.1 Clculo do Consumo Dirio......................................................................... 56
7.2 Dimensionamento da Baterias .................................................................... 57
7.2.1 Projeto utilizando a placa de LEDs ......................................................... 57
7.2.2 Projeto utilizando lmpadas eletrnicas ............................................... 58
7.3 Dimensionamento dos Painis Fotovoltaicos ............................................ 58
7.3.1 Dimensionamento utilizando placas de LEDs ....................................... 58
7.3.2 Dimensionamento utilizando lmpadas eletrnicas ........................... 59
7.4 Dimensionamento do Inversor ..................................................................... 60
7.4.1 Dimensionamento utilizando placas de LEDs ....................................... 61
7.4.2 Dimensionamento utilizando lmpadas eletrnicas ........................... 61
7.5 Dimensionamento do Controlador de Carga .......................................... 62
7.5.1 Dimensionamento utilizando placas de LEDs ....................................... 62
7.5.2 Dimensionamento utilizando lmpadas eletrnicas ........................... 63
7.6 Esquemas de Ligao .................................................................................. 63
8 Anlise dos Projetos ..........................................................................................68
8.1 Lista de Itens ................................................................................................... 68
8.2 Anlise Crtica................................................................................................. 69
9 Concluso..........................................................................................................70
10 Referncias Bibliogrficas ................................................................................71
11 Anexos ...............................................................................................................72
Anexo 1 - Fator de Demanda para instalaes em geral .................................... 72
Anexo 2 Tabela de Consumo Mdio Mensal ....................................................... 76
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1
1 Introduo
1.1 Motivao
A comunidade do Pouso da Cajaba, localizada no municpio de Paraty-RJ,
possui cerca de 200 habitantes[Guilherme1] [8], acessvel apenas por barco, ou
atravs de uma longa trilha na floresta, e nunca foi conectada ao sistema brasileiro
de energia eltrica. [Guilherme2]O Laboratrio de Fontes Alternativas de Energia
(LAFAE/UFRJ) vem realizando aes no local desde o final de 2008. Atualmente a
atividade conta crditos curriculares atravs do Requisito Curricular Complementar
(RCC), coordenado pelo professore Guilherme Rolim. A Figura 1.1 mostra a
localizao da comunidade na regio da Costa Verde fluminense.
Figura 1.1 Localizao do Pouso da CajabaFONTE: Google Maps, 2010
[Guilherme3]A utilizao da energia solar fotovoltaica para o projeto em
questo justificada devido s caractersticas peculiares do local (no ligao
rede convencional e alta luminosidade). Possui diversas vantagens se comparada
com um gerador a diesel - alternativa tambm bastante adotada em sistemas
isolados - no necessita de combustvel, silenciosa e no polui para gerar energia.
[Guilherme4] Em 2003 foram instaladas algumas placas solares na regio, atravs de
um projeto do governo estadual em parceria com uma determinada empresa
privada, porm como no houve manutenes peridicas, vrios equipamentos se
degradaram com o tempo ou deixaram de funcionar por utilizao indevida, como
algumas baterias e inversores [9].
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2
Atualmente, cerca de 90% da produo mundial de energia tem origem
fssil[Guilherme5], sendo o carvo ainda respondendo por grande parte desse total
[2], o que contribui enormemente para a poluio atmosfrica e o aquecimento
global. Em mdia, uma pessoa consome o equivalente a 2 toneladas de carvo por
ano para a produo de energia eltrica[Guilherme6]. Esse consumo obviamente
no uniforme no planeta, enquanto que um europeu mdio consome mais de 6
toneladas por ano, um cidado de Bangladesh no chega a consumir 0,15
toneladas, ou seja, 40 vezes menos [2]. Assim, a reflexo sobre novos hbitos de
consumo e fontes de energia menos poluentes tem recebido um grande destaque
nos ltimos anos.
A Figura 1.2 mostra uma comparao esquemtica da energia que poderia
ser produzida utilizando as vrias reservas conhecidas de combustveis no planeta
de Urnio (gerando energia atravs da fisso nuclear), Gas Natural, Petrleo e
Carvo; a energia incidente pelo sol durante um ano; e o consumo mundial. Pode-
se observar claramente que a energia solar excede em cerca de 10.000 vezes a
demanda anual do planeta, constituindo portanto um recurso com um potencial
praticamente inesgotvel a ser explorado.
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Figura 1.2 Recursos energticos conhecidos e o consumo mundialFONTE: Greenpro, 2004
A grande motivao deste trabalho vem justamente da oportunidade de se
colocar em prtica conhecimentos adquiridos em sala de aula de uma tecnologia
relativamente nova e sustentvel, realizando um projeto de engenharia que possa
[Guilherme7]transformar a vida da comunidade local. Uma das maiores
preocupaes do RCC era justamente relativa percepo dos moradores locais
sobre o projeto, o objetivo no era substituir polticas pblicas, mas sim melhorar a
qualidade de vida da regio levando em conta as demandas dos moradores e as
tecnologias a nosso alcance.
Vrias reunies foram realizadas com os moradores da regio para entender
suas reais necessidades e anseios, bem como explicar as limitaes tcnicas e
econmicas do projeto. Assim, foi possvel traar metas e objetivos viveis do ponto
de vista prtico e que correspondessem s expectativas dos moradores.
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1.2 Objetivos
O objetivo deste trabalho apresentar o projeto de um sistema fotovoltaico
para uma casa sem energia eltrica no Pouso da Cajaba, [Guilherme8]com quatro
quartos, dois banheiros, uma sala, uma cozinha e uma varanda, como mostrado na
Figura 1.1. A casa est localizada na parte oeste da praia do Pouso, sendo utilizada
principalmente como uma residncia de veraneio. Nosso desafio ser realizar um
projeto com equipamentos de baixo custo num sistema eficiente como um todo,
devido s demandas do local e baixa disponibilidade de recursos.
Figura 1.1 - Planta da casa considerada
[Guilherme9]Para o projeto, ser levado em considerao a utilizao das
placas fotovoltaicas de 20W disponveis no Laboratrio de Fontes Alternativas de
Energia (LAFAE/UFRJ). Ser dado um grande destaque em modelar o consumo de
energia o mais prximo possvel da realidade, pois ao equilibr-lo com a produo
de energia, um possvel super ou sub-dimensionamento ser evitado.
Uma vez que os painis fotovoltaicos disponveis so de baixa potncia, os
aparelhos a serem utilizados na casa devero possuir uma alta eficincia e baixo
consumo de energia, levando em conta se os preos praticados no mercado so
condizentes. Um gasto maior na compra de equipamentos mais eficientes pode ser
plenamente justificado num gasto menor com equipamentos do sistema
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fotovoltaico, como placas fotovoltaicas auxiliares, baterias ou inversores de grande
potncia.
O trabalho esta dividido em sub-projetos levando em considerao apenas
as necessidades de iluminao e as diversas cargas que podero ser conectadas
no sistema (aparelho de som, computador, carregador de celular, etc.). Assim,
dependendo da disponibilidade de recursos, pode-se implementar um projeto em
detrimento do outro.
Sero levados em considerao ainda dois cenrios distintos para cada sub-
projeto: um durante o vero, quando o consumo consideravelmente maior, e
outro durante o inverno, quando a incidncia solar mais baixa. De posse desses
dados, o sistema ser dimensionado para funcionar corretamente mesmo no pior
caso.
Finalmente, ser feita uma anlise crtica das alternativas de alimentao de
energia em 12, 127 ou 220V levando-se em conta a disponibilidade/preo dos
equipamentos no mercado e a eficincia energtica. Tambm ser realizado o
dimensionamento das baterias, painis fotovoltaicos e inversores com modelos
disponveis no mercado. Como a maioria de suas caractersticas normatizada,
podem ser facilmente substitudos por outras marcas.
1.3 Organizao dos Captulos
No Captulo 1, foi realizada uma rpida apresentao da motivao e dos
objetivos do trabalho. No Captulo 2, sero abordados os principais conceitos e
equipamentos relacionados energia fotovoltaica, e calculada a eficincia de um
inversor com dados medidos em laboratrio. No Captulo 3, sero apresentadas trs
alternativas inicialmente consideradas para iluminao da casa. Nos Captulos 4, 5,
6 e 7, ser abordado o dimensionamento propriamente dito dos equipamentos,
considerando alguns cenrios. No Captulo 8, ser apresentada a concluso do
trabalho.[Guilherme10]
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2 Conhecimentos Bsicos
2.1 Histrico da Energia Solar Fotovoltaica
A Energia Solar Fotovoltaica a energia oriunda da transformao direta de
luz em energia eltrica. Esse fenmeno foi descrito pela primeira vez em 1839 pelo
fsico francs Edmond Becquerel, ao relatar as propriedades do Selnio, que
produzia uma corrente eltrica diretamente proporcional radiao incidente.
O assunto passou a receber um grande destaque a partir dos anos 60,
durante a guerra fria, pois apesar de seu custo elevado, essa tecnologia se mostrou
apropriada para suprir as demandas energticas em misses aeroespaciais bem
como para a manuteno de satlites.
Devido crise do petrleo na dcada de 70, investiram-se[Guilherme11]
vultosos recursos em fontes alternativas de energia. As aplicaes terrestres
divergiam bastante das aplicaes espaciais, agora era fundamental ter um
balano energtico positivo, ou seja, os mdulos fotovoltaicos deveriam produzir
mais energia do que a energia que foi gasta na sua produo [1].
Outro grande desafio era reduzir seus custos de fabricao, visando sua
popularizao. Nessa poca, foram desenvolvidas as clulas de silcio policristalino,
que eram muito mais fceis e baratas de se fabricar, porm possuam uma
eficincia inferior aos modelos feitos com silcio monocristalino. Programas
governamentais de pases como Alemanha, Espanha e Japo estimularam a
aplicao domstica dessa tecnologia, o que permitiu uma produo em escala,
reduzindo ainda mais os custos.
Atualmente tambm so bastante populares as clulas fotovoltaicas
produzidas com filmes finos, estas utilizam ainda menos materiais e energia no seu
processo de fabricao do que as de silcio policristalino, o que justifica o seu preo
mais acessvel. Estas so bastante flexveis mecanicamente, possibilitando
aplicaes em diversas situaes. Como desvantagens possuem uma vida til
reduzida e um rendimento inferior s convencionais, necessitando assim de uma
rea maior para a mesma produo energtica.
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Os sistemas fotovoltaicos podem ser divididos quanto s suas formas de
aplicao: os sistemas autnomos e os sistemas ligados rede eltrica. Em vrios
pases europeus h diversas polticas de incentivo para que pequenos sistemas
domsticos vendam sua energia rede, usufruindo de tarifas especiais. No Brasil,
no h regulamentao alguma sobre esse tipo de ligao, prevalecendo assim os
sistemas autnomos, como o que ser apresentado no presente trabalho.
Nos sistemas ligados rede, alm dos geradores fotovoltaicos, preciso
conectar algum equipamento de proteo aos painis, prevenindo-os de correntes
reversas, alm de um inversor, que transforme a energia - sempre gerada em
corrente contnua - numa forma compatvel com a rede eltrica, ou seja, em
corrente alternada. A Figura 2.1 mostra o esquema bsico de um pequeno sistema
fotovoltaico ligado rede.
Figura 2.1 Sistema Fotovoltaico ligado rede eltrica
Nos sistemas autnomos, preciso um sistema de armazenamento de energia,
papel comumente desempenhado pelas baterias. Deve-se proteger as baterias
contra sobre-tenses, descargas excessivas, entre outros. Assim, fundamental a
utilizao de um controlador de carga. Caso as cargas a serem conectadas no
sejam compatveis com a tenso da bateria, ou ainda, sejam em corrente
alternada (mais comumente), tambm ser preciso adotar um conversor ou
inversor, como exemplificado na Figura 2.2. Falaremos mais detalhadamente sobre
os componentes relativos a sistemas autnomos a seguir.
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Figura 2.2 Sistema fotovoltaico autnomo
2.2 Painis Fotovoltaicos
Clulas solares ou fotovoltaicas so os elementos responsveis pela
transformao da energia solar em energia eltrica, estas utilizam as propriedades
dos materiais semicondutores (na maioria dos casos, o Silcio). Estes, quando
devidamente dopados com elementos qumicos como o Boro e o Fsforo, formam
a chamada juno pn, num lado se concentram as cargas positivas, e no outro, as
cargas negativas, criando um campo eltrico permanente que dificulta a
passagem de eltrons de um lado para o outro. Caso um fton incida com energia
suficiente para excitar um eltron, haver a circulao de corrente eltrica,
gerando energia em corrente contnua, constituindo assim o chamado Efeito
Fotovoltaico.
Uma clula solar produz apenas cerca de 0,4 Volts no seu ponto de mxima
potncia, sendo necessrio conectarem-se vrias em srie para obter-se tenses
mais altas. Assim, a maioria dos painis fotovoltaicos composto por algo entre 36 a
72 clulas, produzindo tenses de sada apropriadas para sistemas CC de 12 a 24V.
Uma simbologia comumente utilizada para representar as clulas e os painis
fotovoltaicos apresentada na Figura 2.1, bem como o circuito eltrico equivalente
para a clula solar.
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Figura 2.1 Representao de uma clula fotovoltaica
No modelo equivalente, a intensidade da corrente produzida varia
linearmente com a incidncia solar, a resistncia paralela representa a corrente de
fuga e a resistncia srie, a queda de tenso entre o semicondutor e os contatos
eltricos. Tipicamente, a resistncia srie assume um valor de poucos miliohms, e a
resistncia paralela, de vrios ohms. Com o auxlio do programa de simulao
Circuit Maker, uma clula fotovoltaica foi modelada como um diodo do tipo
1N4001 com valores tpicos nas resistncias, uma resistncia paralela de 200, uma
resistncia srie de 3m, e uma carga de tenso varivel. Para uma corrente de 8A,
os valores de corrente, tenso e potncia na carga so apresentados na Figura 2.2
a seguir.
Figura 2.2 Simulao de uma clula fotovoltaica
possvel observar que tanto na condio de curto-circuito (tenso na carga
igual a zero) quanto em circuito aberto, a potncia fornecida vale zero. Existe ainda
um nico ponto onde a potncia fornecida mxima, mais conhecido pela sua
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sigla em ingls: MPP (Maximum Power Point). Caso no haja um sistema de rastreio,
em geral o sistema ir operar fora desse ponto. A potncia nominal descrita pela
maioria dos fabricantes corresponde a esse ponto, com uma incidncia solar de
1000W/m2, equivalente a um dia de sol forte sem nuvens. Assim a maioria dos
sistemas fotovoltaicos trabalha a maior parte do tempo abaixo do seu valor
nominal.
Caso a energia produzida por um nico painel fotovoltaico no seja mais
suficiente para suprir a demanda das cargas, possvel aumentar a gerao
simplesmente conectando outros painis no sistema. Ao se conectar painis em
srie, como mostrado Figura 2.3, a tenso de sada do sistema ser proporcional
quantidade de painis, porm o valor da corrente permanecer o mesmo,
permitindo assim o uso de cabos de mesma bitola. Um conjunto de painis ligados
em srie forma uma fileira. A grande desvantagem dessa soluo que o
sombreamento de um nico mdulo fotovoltaico afeta a produo da fileira como
um todo.
Figura 2.3 Ligao de painis em srie
Ao alocarmos painis em paralelo, como mostrado na Figura 2.4, no iremos
alterar o valor da tenso de sada, assim vrios equipamentos que exigem uma
determinada tenso de entrada utilizados no projeto para apenas um painel, como
inversores e baterias podero ser aproveitados. Como a corrente ir aumentar
bastante, ser necessrio fazer uma reavaliao das quedas de tenso no sistema.
Caso haja um sombreamento nessa configurao, apenas os mdulos afetados
deixaro de contribuir na gerao de energia.
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Figura 2.4 Ligao de painis em paralelo
Outra alternativa de interligao conectar fileiras de painis em paralelo,
constituindo uma ligao srie-paralelo, como mostrado na Figura 2.5. Essa
configurao bastante utilizada em projetos que exigem um determinado nvel
de tenso de sada, como nos sistemas ligados rede.
Figura 2.5 Ligao de painis em srie-paralelo
Caso uma corrente eltrica atravesse um painel fotovoltaico no sentido
contrrio ao que ele foi projetado, seu funcionamento pode ficar comprometido
permanentemente, gerando os chamados hot-spots nos modelos cristalinos. A fim
de se evitar tais correntes, pode-se colocar diodos de bloqueio nas fileiras, porm
isso causar perdas significativas de energia (at 2%). Assim, projetaremos fusveis
nas fileiras, que devero ser substitudos sempre que houver um defeito.
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Uma das grandes preocupaes nos sistemas fotovoltaicos relativa aos
efeitos de sombreamento, pois estes impedem a incidncia solar em determinadas
clulas. Caso uma pequena parte de um painel esteja sombreada, por exemplo,
devido ao acmulo de sujeira, isso pode ser suficiente para praticamente zerar a
produo de energia no somente na rea sombreada, mas em todo o ramo srie
correspondente. Em geral, os painis so afixados com uma inclinao mnima de
15 para evitar o acmulo de sujeira e que a gua da chuva possa limp-los.
O levantamento de possveis sombreamentos e o estudo do posicionamento
do sol durante o ano fundamental para o sucesso de qualquer projeto. A
produo energtica dos sistemas fotovoltaicos varia nos meses do ano, no
somente devido s condies meteorolgicas, mas tambm devido ao movimento
da Terra ao redor do sol, como mostrado na Figura 2.6. No hemisfrio sul,
recomenda-se que as placas estejam viradas para o norte geogrfico, enquanto
que no hemisfrio norte, recomenda-se que as placas estejam voltadas para o sul
para se obter um melhor aproveitamento energtico durante o ano.
Figura 2.6 Variao da posio do sol com as estaes do ano
Dependendo da inclinao dos painis, pode-se produzir mais energia em
determinadas pocas do ano em detrimento de outras, o que pode ser bastante
interessante para o caso do consumo variar significativamente durante o ano (por
exemplo, numa residncia de veraneio). Como de se esperar, tais ngulos variam
de acordo com o posicionamento global (latitude e longitude) de onde ser
instalado o sistema. Muitas vezes, os aspectos visuais e arquitetnicos justificam a
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instalao dos painis fotovoltaicos em inclinaes diferentes da tima, por
exemplo, seguindo a inclinao do telhado.
Os painis disponibilizados pelo Lafae so feitos com a tecnologia de filme
fino de silcio amorfo, modelo MST-20LV, da marca BP Solarex. Devido ao efeito
[Guilherme12]Staebler-Wronski [2], a eficincia dessas placas dever cair nos
primeiros 6 a 12 meses, at se estabilizar na potncia nominal especificada. A
Tabela 2.1 abaixo mostra os dados de placa dos painis.
Grandeza Inicial Nominal
Potncia Mxima 24,1 W 20 WTenso de Circuito Aberto 22,3 V 22 VCorrente de Curto Circuito 1,72 A 1,56 ATenso para PotnciaMxima
17,2 V 16,2 V
Corrente para PotnciaMxima
1,40 A 1,30 A
Tabela 2.1 Dados de placa do painel MST-20LV
Nos mdulos convencionais (feitos de silcio cristalino), a produo
energtica costuma cair para abaixo da potncia nominal quando a temperatura
nas clulas fotovoltaicas superior aos 25C, cenrio bastante comum ao caso
brasileiro. J nos mdulos amorfos, ocorre uma reduo mdia de apenas 0,4% por
grau Celsius, porm dependendo da radiao incidente, o coeficiente de
temperatura pode inclusive assumir valores positivos, ou seja, o painel pode produzir
mais potncia para temperaturas superiores aos 25C convencionais[Guilherme13]
[2].
Outra grande vantagem desses mdulos diz respeito sensibilidade aos
efeitos de sombreamento, pois dependendo do posicionamento das fitas e da
direo do sombreamento, a potncia produzida por esses painis ser menos
afetada que seus equivalentes cristalinos.
2.3 Baterias
Fontes convencionais de energia podem armazenar energia na forma de
carvo, petrleo, gs natural, represas dgua, entre outros, e assim combinar a
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14
gerao com o consumo. O grande desafio das fontes alternativas de energia
como a solar e a elica est justamente no fato que o consumo no se d
necessariamente no momento da gerao.
Nos sistemas interligados a rede, as fontes alternativas estaro produzindo
energia sempre que os recursos estiverem disponveis (sol, vento, etc.), enquanto
que as fontes tradicionais atuaro quando a energia gerada no for suficiente para
atender a carga. Nos sistemas autnomos, as fontes convencionais no esto
disponveis, sendo assim necessrio armazenar a energia para o uso posterior,
podendo ser adotados sistemas de bombeamento dgua, hidrognio, fly-wheels,
entre diversas outras formas, porm a soluo mais amplamente divulgada e
adotada o uso de baterias devido a sua boa relao preo-eficincia.
A clula eletroqumica a unidade responsvel pelo processo de
acumulao de energia propriamente dito das baterias. So formadas
basicamente por dois eletrodos isolados de diferentes polaridades (positivo e
negativo) imersos num meio eletroltico. No processo de descarga, o material ativo
dos eletrodos reage quimicamente com o eletrlito liberando energia eltrica.
Durante processo de carga aplicada uma tenso superior dos eletrodos, assim
os eltrons fluiro na direo contrria e a reao qumica inversa ocorrer,
consumindo energia. Como as clulas possuem uma tenso nominal baixa para a
maioria das aplicaes, na maioria dos casos uma bateria constituda por diversas
clulas associadas em srie ou paralelo, formando nveis de tenso e capacidade
adequados. A Figura 2.1 abaixo mostra um esquema simplificado de uma clula.
Figura 2.1 Esquema de uma Clula Eletroqumica
-
15
Como os processos de carga/descarga no so totalmente reversveis,
medida que as descargas ocorrerem, a vida til da bateria reduzida. observado
que quanto maior for a profundidade da descarga, mais a sua vida til ser
sacrificada, ou seja, caso se deseje que o nvel de ciclos de uma bateria seja o
maior possvel, devero ser realizadas apenas descargas fracas. A vida til de uma
bateria definida como o tempo mdio em que a bateria levar a possuir apenas
80% da sua capacidade nominal quando completamente carregada, levando em
conta descargas dirias de 20%.
As baterias de chumbo-cido so as mais comumente utilizadas nos sistemas
fotovoltaicos e podem ser divididas em trs tipos principais: midas, de gel e
seladas.
As baterias midas so bastante utilizadas em automveis, e devido grande
difuso tm o custo mais baixo, podendo fornecer uma alta corrente num curto
perodo de tempo. Caso se opte por utilizar esse tipo em sistemas fotovoltaicos, o
ideal limitar seu nvel de descarga em apenas 10% para que no se torne
rapidamente inutilizvel, o que implicaria um projeto envolvendo uma grande
quantidade/capacidade de baterias. Tambm so fabricadas baterias midas
especiais para aplicaes solares, estas so produzidas de modo a maximizar a sua
vida til, atingindo 1.000 ciclos para descargas de 20%. recomendado que os
controladores de carga protejam as baterias contra descargas acima dos 50%.
2.4 Controladores de Carga
Para que um banco de baterias seja carregado, necessrio que a tenso
de carga seja sempre superior tenso da bateria, caso contrrio as baterias
enviaro energia para o sistema. Essa tenso no deve ser superior a um
determinado limite, uma vez que cargas muito rpidas diminuem a vida til das
baterias, havendo um ponto timo de funcionamento. Tambm importante
monitorar para que descargas muito profundas no ocorram, pois dependendo da
intensidade, podem causar danos irreversveis s baterias.
Assim, necessrio um mecanismo que controle a tenso a ser aplicada no
banco de baterias, e que no permita a circulao de corrente para os painis. Os
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16
controladores de carga utilizam diodos de bloqueio que no permitem a circulao
de corrente reversa, em geral possuem uma chave que desliga a carga caso a
tenso baixe a determinado nvel, e podem diferir no modo de proteo das
baterias contra sobre cargas basicamente atravs de trs formas: desligando o
circuito dos geradores, curto-circuitando os painis fotovoltaicos, ou ainda, atravs
de um mecanismo MPP.
Nos controladores tipo srie, uma chave logo aps os painis fotovoltaicos
permite desconectar o sistema quando as baterias esto plenamente carregadas,
como mostrado na Figura 2.1.
Figura 2.1 - Funcionamento de um Controlador Srie
Os controladores tipo paralelo possuem uma chave na entrada dos
geradores fotovoltaicos, assim quando a tenso na bateria atinge sua tenso
mxima, os painis so curto-circuitados, como mostrado na Figura 2.2. Esse
mtodo consome menos energia e mais eficiente com as baterias, sendo o mais
comumente utilizado.
Figura 2.2 Funcionamento de um Controlador Paralelo
Como nos controladores tipo srie e paralelo a tenso da bateria que
determina o ponto de operao do sistema, em geral a operao se d fora do
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17
ponto de mxima potncia na maior parte do tempo. Nos controladores com um
sistema de rastreio do MPP, um conversor CC-CC conectado logo na sada dos
painis fotovoltaicos, e atravs de um sistema de rastreio, determinado o ponto
timo de operao, sendo a sada do conversor ajustada para a tenso de carga
da bateria, como mostrado na Figura 2.3. Devido a sua maior complexidade, esses
controladores so bem mais caros, e tambm devido s perdas no conversor CC-
CC, normalmente so adotados apenas para os sistemas com potncia instalada
superior a 500W.
Figura 2.3 - Funcionamento de um Controlador com MPP
2.5 Inversores
Inversores so equipamentos que convertem energia eltrica de corrente
contnua para corrente alternada, sendo por isso tambm conhecidos como
conversores CC-CA. A maioria dos equipamentos eltricos que utilizamos no nosso
dia-a-dia so alimentados em corrente alternada, compatvel com a energia da
rede eltrica que chega em nossas casas. Tambm so produzidos aparelhos
especiais que podem ser conectados diretamente em corrente contnua (como a
produzida nos painis fotovoltaicos ou armazenada nas baterias), porm como so
mais raros, em geral so demasiadamente caros e como sua produo limitada,
muitas vezes no so to eficientes.
A energia eltrica em corrente alternada na forma em que encontrada na
rede eltrica assemelha-se muito a uma senide, assim, a maioria dos aparelhos so
projetados para receber uma alimentao ao menos prxima a essa forma de
onda. No entanto, alguns equipamentos, especialmente os eletrnicos, possuem
um retificador de onda, assim, seu desempenho no ser muito afetado pela forma
da onda de entrada. J outros aparelhos mais sensveis, como mquinas eltricas,
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18
podem ter seu funcionamento prejudicado e a vida til reduzida caso sejam
conectadas a formas de onda muito distorcidas das senoidais.
Podemos classificar os inversores quanto forma de onda de sada, sendo os
principais tipos: onda quadrada; senoidal modificada ou retangular; e senoidal
pura. Observamos que h uma oferta grande de inversores de onda retangular no
site [Guilherme14]Deal Extreme (www.dealextreme.com) a preos bastante
convidativos, [Guilherme15]projetados provavelmente para se conectar aparelhos
eletrnicos no carro, podendo ser aplicados aos sistemas fotovoltaicos
dependendo do tipo de carga a ser conectada. A Figura 2.1 mostra claramente as
diferenas entre as formas de onda. Observe que a forma de onda retangular
sensivelmente mais prxima da senide que os de onda quadrada[Guilherme16], o
que a torna mais adequada para mais aplicaes. Os inversores de onda
retangular so tambm conhecidos comercialmente como de onda trapezoidal ou
senoidal modificada.
Figura 2.1 Formas de onda tpicas de inversores
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19
O circuito bsico de um inversor monofsico apresentado na Figura 2.2,
onde atravs de chaveamentos alterna-se a tenso de entrada. Os inversores mais
complexos, ditos PWM (Pulse-Width-Modulated), possuem um chaveamento com
larguras de pulso variveis, o que permite uma tenso de sada bastante prxima
de uma senide, com um baixo nvel de harmnicos. Nos modelos mais simples,
como os de onda quadrada ou retangular, os pulsos possuem sempre a mesma
largura.
Figura 2.2 Circuito bsico de um inversor
A Figura 2.3 mostra a curva caracterstica de inversores senoidais, num grfico
de rendimento versus carga relativa (Potncia Consumida sobre a Potncia
Nominal do inversor). Podemos facilmente observar que um inversor
superdimensionado, no ser apenas mais caro e mais pesado, tambm
apresentar um rendimento consideravelmente inferior do que um dimensionado
corretamente.
Figura 2.3 Curva caracterstica para diversos modelos de inversorFONTE: Greenpro, 2004
-
20
[Guilherme17]Como no presente projeto sero utilizados inversores de onda
retangular, provvel que sua curva caracterstica seja bastante diferente da
mostrada na Figura 2.3. Num ensaio realizado em laboratrio, foi montado um
circuito para medir a potncia de entrada e de sada em vrios casos de carga
puramente resistiva. Utilizando uma fonte de corrente contnua, um inversor de
200W, um osciloscpio, uma ponteira de prova de corrente com sensor hall e
lmpadas incandescentes de 40, 60, 150 e 200W, como mostrado no esquema da
Figura 2.4, foram obtidas as medidas da Tabela 2.1.
Figura 2.4 Circuito montado para determinar a curva caracterstica do inversor
Tenso Entrada Corrente EntradaTenso Sada
RMS
Corrente Sada
RMS
Carga
Conectada
12 V 0,3 A 119,5 V 0 A 0 W12 V 3,2 A 114,0 V 0,297 A 40 W12 V 4,8 A 112,5 V 0,457 A 60 W12 V 6,0 A 111,5 V 0,575 A 80 W12 V 7,8 A 109,5 V 0,739 A 100 W12 V 8,9 A 108,0 V 0,843 A 120 W12 V 10,6 A 105,5 V 0,998 A 140 W12 V 11,4 A 103,5 V 1,07 A 150 W12 V 11,7 A 103,0 V 1,10 A 160 W12 V 13,0 A 99,5 V 1,23 A 180 W12 V 13,7 A 97,5 V 1,30 A 190 W12 V 14,9->13,5A 88->86V 1,43->1,40A 200 W12 V 14,9->13,4 93->86V 1,43->1,37A 210 W
Tabela 2.1 Dados do inversor coletados no laboratrio
Foi utilizado um osciloscpio Tektronix modelo TDS 2014, uma ponteira de
prova de corrente AC/CC da marca Fluke, modelo 80i-110s, e uma fonte da marca
Suplitec, modelo FA 6020, 0-60V, 0-20A, ajustada para 12V. A Figura 2.5 abaixo
-
21
mostra a forma de onda da tenso medida no osciloscpio para o caso sem
ligao de cargas.
Figura 2.5 Tenso de sada sem carga
Pelos dados coletados, fcil perceber que o inversor possui um consumo
intrnseco de 3,6 W, medido quando ligado sem alimentar nenhuma carga. Para
potncias nominais iguais ou superiores nominal do inversor, este no apresenta
um comportamento desejvel, diminuindo gradativamente a potncia de entrada
e de sada. Vale ressaltar que para os dois ltimos dados coletados (200 e 210W),
no esperamos o sistema estabilizar a fim de poupar o equipamento.
Para levantar a curva caracterstica do inversor, calculamos o rendimento de
converso para cada ponto pela frmula mostrada abaixo:
entradaentrada
sadasada
entrada
sada
IV
IV=
P
P=
A fim de obter um grfico mais claro e tambm devido ausncia de
medidas para uma carga nominal entre 0 e 40W, no foram utilizados nem o
primeiro nem os 2 ltimos pontos devido a suas caractersticas peculiares. Com o
auxlio do MatLab foi possvel plotar o grfico mostrado na Figura 2.6, do rendimento
do inversor considerado em relao carga relativa (potncia conectada dividido
pelos 200W da potncia nominal). Os pontos em + so os valores medidos, e a
linha desenhada uma aproximao polinomial de 3 grau.
-
22
Figura 2.6 Curva de rendimento do Inversor de onda retangular
facilmente perceptvel que a equao polinomial de 3 grau representa
uma boa aproximao das nossas medidas, e que at valores em 80% da carga
nominal, so obtidos valores bastante interessantes de eficincia. Assim, iremos
projetar os inversores para trabalharem sempre entre 20 e 80% de seu valor nominal.
Foram obtidos os seguintes coeficientes modelados atravs do comando Polyfit no
Matlab para a eficincia () do sistema em funo da carga relativa (x):
0.81720.53111.10920.5284 233 +x+xx(x)=(x)p
O valor mdio do rendimento para os limites anteriormente descritos,
obtido aplicando o teorema do valor mdio, como mostrado abaixo:
( )
0.80
0.20
23 0.81720.53111.10920.52842080
1dx)+x+xx(=
Resolvendo essa simples integral, temos que:
-
23
0.80
0.20
234
0.81722
0.53113
1.10924
0.528460
1
x+
x+
xx=
0.862
Ser adotado ento o valor de 86% nos clculos como o valor de rendimento
dos inversores DX dimensionados no presente projeto.
-
24
3 Alternativas de Iluminao
Neste captulo sero analisadas trs possveis alternativas para a iluminao
da casa: a utilizao de lmpadas incandescentes, lmpadas fluorescentes
compactas e pequenas placas de LEDs.
Graas ao auxlio do pesquisador Ricardo Ficara e ao apoio do Laboratrio
de Iluminao do Centro de Pesquisas de Energia Eltrica (CEPEL), foi possvel o uso
de um equipamento para o presente trabalho, que forneceu a quantidade de
lumens gerada por cada luminria, bem como a potncia consumida e a corrente
circulante para uma determinada tenso aplicada. O ensaio consistia em inserir a
luminria numa grande esfera reflexiva, onde havia[Guilherme18] sensores capazes
de converter luminosidade em corrente eltrica, permitindo assim que
equipamentos eletrnicos pudessem fornecer uma medida bastante precisa da
quantidade total de lumens produzida pela luminria, como esquematizado na
Figura 3.1.
Figura 3.1 Funcionamento da esfera de medies
Foi realizado um ensaio com a placa de LEDS de 2,88V, uma lmpada
eletrnica da Osram de 15W nominais e uma outra lmpada incandescente da
Osram de 60W, e assim, foram obtidos os resultados apresentados na Tabela 3.1.
Luminria Tenso Aplicada Fluxo Luminoso Potncia Corrente
Placa de LEDs 12 VCC 106 lm 3,06 W 255 mA
-
25
FluorescenteCompacta
127 VCA 864 lm 14,8 W 212 mA
Incandescente 127 VCA 714 lm 61,4 W 484 mATabela 3.1 Dados das luminrias coletados no laboratrio
Um modo de calcular a eficincia de lmpadas dividindo a quantidade de
lumens produzida pela potncia consumida. Assim, foram calculados cerca de 35
lm/W para a placa de LEDs, 58 lm/W na lmpada fluorescente e 12 lm/W no caso
da luminria incandescente. A Figura 3.2 mostra um grfico comparativo da
eficincia das lmpadas em questo.
Figura 3.2 Eficincia das lmpadas ensaiadas
A grande vantagem da placa de LEDs consiste no fato ser alimentado
diretamente em 12V (descartando a necessidade e as perdas de um inversor),
possuir a menor potncia e poder ser facilmente direcionado. Em alguns casos,
pode ser desejvel iluminar uma rea extensa ao invs de um ponto localizado,
como por exemplo, numa sala ou numa cozinha, assim torna-se interessante a
utilizao de uma luminria refletora junto com a placa de LEDs. Optamos pelo
modelo encontrado venda no site DealExtreme devido ao seu baixo consumo e
preo, se comparado aos similares disponveis no Brasil. Possveis incmodos em
adquiri-las devero ser compensadas pela sua longa vida til. A placa utilizada no
ensaio mostrada na Figura 3.3 abaixo.
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26
Figura 3.3 Placa de 48 LEDs
As lmpadas incandescentes so as mais facilmente encontradas no
mercado brasileiro, porm possuem a desvantagem de serem alimentadas em
corrente alternada, uma curta vida til, alm de uma altssima[Guilherme19]
ineficincia. No ensaio realizado, apesar de termos utilizado uma lmpada
incandescente de 60W, ela produziu apenas 80% da quantidade de lumens da
lmpada fluorescente ensaiada, que possua um consumo 4 vezes menor.
Lmpadas fluorescentes compactas - tambm chamadas de eletrnicas -
so encontradas com facilidade no Brasil, e assim como as incandescentes no
apresentam grandes dificuldades na instalao/reparo, e tambm so alimentadas
em corrente alternada. A grande vantagem que entre todas as lmpadas
pesquisadas, estas foram as que apresentaram a maior eficincia. O ponto
negativo que modelos com potncia inferiores a 10W no so facilmente
encontrados. O ensaio foi realizado com a lmpada da Aram de 15W, mostrada na
Figura 3.4.
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27
Figura 3.4 Lmpada Eletrnica Aram 15W
Nos captulos seguintes, sero projetados sistemas utilizando a lmpada
eletrnica e a placa de LEDs ensaiada. Devido ao alto consumo e grande
ineficincia das lmpadas incandescentes, descartou-se a sua possvel utilizao
nos sistemas fotovoltaicos projetados.
-
28
4 Projeto de Iluminao em 12V
Foram realizados testes na casa com a placa de 48 LEDs alimentada por uma
bateria de 12V (corrente contnua), e foi verificado que a mesma iluminava de
maneira satisfatria, desde que bem posicionada.
4.1 Clculo do Consumo Dirio
Como se trata de uma casa para veraneio, os consumos relativos aos meses
de vero e de inverno sero significativamente diferentes, e por isso faremos duas
estimativas de consumo. Adotamos apenas uma luminria por ambiente, pois
apesar do fluxo luminoso da placa de LEDs ser bastante concentrado,
consideramos que a mesma no ficar fixa, podendo ser direcionada para onde
haja[Guilherme20] necessidade.
Para os meses do vero, foi considerado que a casa estar com todos os
cmodos plenamente ocupados. A Tabela 4.1 abaixo mostra o consumo estimado
pelo autor para os meses de vero em cada ambiente adotando essa luminria de
LEDs:
Ambiente QuantidadePotncia Nominal
(W)Horas de uso/Dia
Consumo Dirio /
(W.h)
Varanda 1 2,88 6 17,28Sala 1 2,88 3 8,64Cozinha 1 2,88 3 8,64Quarto 1 1 2,88 1 2,88Quarto 2 1 2,88 1 2,88Quarto 3 1 2,88 1 2,88Quarto Sute 1 2,88 1 2,88Banheiro Sute 1 2,88 2 5,76BanheiroComum
1 2,88 2 5,76
Tabela 4.1- Consumo estimado no vero usando LEDs
Assim, possvel estimar um consumo dirio em Wh para os meses de vero
em:
-
29
Wh=++++++++,=Cvero 57,65,765,762,882,882,882,888,648,642817
Durante o inverno, a casa muito menos utilizada, assim ser considerado
que apenas a metade dos quartos ser utilizada e se passar menos tempo na
cozinha e nos banheiros do que durante o vero. A Tabela 4.2 abaixo mostra o
consumo estimado pelo autor para os meses de inverno:
Ambiente QuantidadePotncia Nominal
(W)Horas de uso/Dia
Consumo Dirio
/(W.h)
Varanda 1 2,88 6 17,28Sala 1 2,88 3 8,64Cozinha 1 2,88 2 5,76Quarto 1 1 2,88 1 2,88Quarto 2 1 2,88 0 0Quarto 3 1 2,88 0 0Quarto Sute 1 2,88 1 2,88Banheiro Sute 1 2,88 1 2,88BanheiroComum
1 2,88 1 2,88
Tabela 4.2 Consumo estimado no inverno usando LEDS
Assim o consumo dirio para os meses de inverno estimado em:
Wh=++++++++,=Cinverno 43,22,882,882,88002,885,768,642817
A potncia total instalada na casa ser dada por:
W,==Pinstalada 922592,88
4.2 Dimensionamento da Baterias
Como as baterias a serem dimensionadas no so de ciclo profundo, ser
considerada uma descarga diria de 20%. Uma vez que se trata de uma casa de
veraneio, bastante clara e com diversas janelas em todos os cmodos (exceo
aos banheiros), ser suposto que o consumo se dar sempre noite (pior caso,
quando no h carregamento das mesmas). Assim, para o caso do vero, a
energia nominal mnima das baterias dever ser:
-
30
Wh=Wh
=Ebateria 2880.2
57,6
E durante o inverno:
Wh=Wh
=Ebateria 2160.2
43,2
Como a mesma bateria dever suprir energia para as cargas durante o
vero e o inverno, ser utilizado o valor mais crtico, de 288Wh. Considerando que
sero utilizadas baterias com tenso nominal de 12V (mais facilmente encontradas
no mercado), tem-se que sua capacidade ser dada por:
Ah=Wh
=Cbateria 2412
288
Aproximando a descarga diria (20%) da bateria em 4h, a partir de uma
simples regra de trs teremos que a taxa de descarga completa se dar em 20h.
Ser necessrio uma bateria do tipo 20C com 24A.h de capacidade, ou melhor. A
partir da tabela para modelos FNC, nota-se que a bateria FNC 12260-C, com uma
Capacidade Nominal de 26Ah atender bem s nossas necessidades.
4.3 Dimensionamento dos Painis Fotovoltaicos
Os clculos aqui realizados sero feitos levando em conta os painis
disponibilizados pelo Laboratrio de Fontes Alternativas de Energia, ou seja, as
placas fotovoltaicas de filme fino da BP Solarex, modelo MST-20LV, de 20W nominais.
Outros dados relevantes de placa esto apresentados na Tabela 2.1.
A partir do programa Google Earth, obtivemos uma latitude aproximada de
271623 ' Sul e longitude de 583244 ' Oeste para o Pouso da Cajaba, local onde ser
instalado o sistema fotovoltaico. Pesquisando por esses valores no sistema de dados
Sundata (www.cresesb.cepel.br), encontra-se 3 localidades prximas: Ilha
Guaba, Angra dos Reis e Ubatuba. A Figura 4.1 mostra um grfico com as
-
31
radiaes solares dirias mdias mensais para cada localidade, fornecido pelo
programa para uma inclinao de 0.
Figura 4.1 Radiao diria mdia mensal para cada localidadeFONTE: SunData/CRESESB, 2010
Para o dimensionamento dos nossos painis fotovoltaicos, ser considerado o
ms com a menor incidncia solar durante o vero e o inverno (pior caso),
garantindo assim o pleno funcionamento do sistema durante todos os meses do
ano. A Tabela 4.1 mostra as localidades, sua distncia at o Pouso da Cajaba e os
menores ndices de radiao durante o vero e durante o inverno.
LocalidadeDistncia
(km)
Menor Radiao Diria Mdia
no Vero (khw/ m2.dia)Menor Radiao Diria Mdia no
Inverno (khw/ m2.dia)
Ilha Guaba 36,8 4,75 3,31Angra dosReis
38 4,53 3,06
Ubatuba 56,2 4,28 2,94Tabela 4.1 Radiao diria mdia por localidade
facilmente observvel que a maior incidncia solar se d justamente nos
meses mais quentes do ano (entre novembro e maro), onde provavelmente o
-
32
consumo de energia ser maior (alta temporada). Alterando a inclinao dos
painis solares pode-se obter uma distribuio de radiao solar mensal mais
uniforme, como foi apresentado no Captulo 2.
Como no h um histrico de medies de radiao solar no Pouso da
Cajaba, para efeito de clculo, ser utilizado um valor mdio das 3 localidades
mais prximas para o pior caso durante o vero e durante o inverno:
diakwhm++
=Radiaos
vero 4,523
4,284,534,75
diakwhm++
=Radiaos
inverno 3,103
2,943,063,31
Assim, tem-se cerca de 4,52 horas de sol pleno equivalente por dia no ms
mais crtico do vero, e cerca de 3,10 horas de sol pleno equivalente por dia no ms
mais crtico do inverno.
Agora ser calculada a potncia mnima do sistema sem levar em conta as
perdas, que deve ser suficiente para suprir o consumo dirio nesses meses, tanto no
caso do vero, quanto do inverno:
W,=Potnciavero 74124,5257,6
W,=Potnciainverno 94133,1043,2
Como os painis devem ser dimensionados para o sistema funcionar
corretamente tanto durante o vero quanto durante o inverno, utilizaremos o pior
caso, ou seja, os 13,94W. Aproximando o total de perdas nos cabeamentos em 6%,
perdas de converso de energia na bateria (energia eltrica-qumica-eltrica) de
10% e outros 10% de perdas por desajuste (no utilizao de um MPPT), tem-se que
a potncia mnima necessria ser:
-
33
( ) ( ) ( )W,
,=Potncianecessria 93170,1010,1010,061
9413
E a quantidade de painis:
Painismnimo
= 17 ,9320 0,90
Ou seja, caso se deseje fazer um projeto apenas para a iluminao da casa
usando LEDs, seria necessrio apenas uma nica placa fotovoltaica de 20W
nominais. A Reserva de Inverno (em %) dada por:
54111009317
931720,
,
,=Rinverno
Para calcular o Excesso de Vero, ser preciso primeiro saber a potncia
consumida durante esse perodo considerando as perdas. Assim, temos:
( ) ( ) ( )W,
,=Potnciavero 73160,1010,1010,061
7412
O Excesso de Vero (em %) dado ento:
55191007316
731620,
,
,=Evero
Pode-se perceber claramente que h uma tolerncia para se utilizar as
lmpadas em perodos maiores do que o que dimensionamos, especialmente
durante o vero, sem comprometer o bom funcionamento do sistema nem a vida
til das baterias.
4.4 Dimensionamento do Controlador de Carga
O controlador de carga dever permitir que as baterias sejam carregadas do
modo timo, proteg-las contra sobrecargas, prevenir descargas indesejveis,
proteger descargas profundas, alm de informar o estado de carga da bateria.
Com isso tudo, aumenta-se em muito a vida til das baterias e se protege os painis
fotovoltaicos contra correntes reversas.
-
34
De acordo com a Tabela 1 da Recon (Anexo 1), pode-se utilizar um fator de
demanda mximo igual a 0,8 para este caso, assim tem-se uma potncia aparente
mxima demandada igual a:
VA,,=Dmxima 742092250,8
E a corrente mxima da carga, ser ento:
A,
=I mxima 1,7312
7420
4.5 Esquema de Ligao[Guilherme21]
A Figura 4.1 abaixo apresenta as ligaes eltricas a serem efetuadas entre
os componentes anteriormente descritos.
Figura 4.1 Esquema das ligaes para o projeto de iluminao em LEDs
A Figura 4.2 mostra a planta da casa e o cabeamento eltrico a ser
efetuado, com os pontos de luz representando as posies aproximadas onde as
luminrias de LEDs devero ser alocadas.
-
35
Figura 4.2 Planta de instalao para o projeto de iluminao em LEDs
A instalao pode ser dividida em 3 circuitos: (1) um abrangendo os quartos
de solteiro; (2) outro abrangendo as reas comuns (cozinha, sala e varanda); e
finalmente, outro mais (3), a sute e o banheiro social. Podemos observar que cada
circuito abrange exatamente 3 luminrias. Para calcular a carga de cada circuito,
utilizaremos o valor de 3,06 W por luminria, como foi apresentado no captulo 3,
Tabela 3.1. A Tabela 4.1 mostra as especificidades para cada circuito.
Circuito Potncia (VA) Tenso (V) Corrente (A) Cabo (mm2)
Quartos (1) 9,18 12 0,765 2,5Comuns (2) 9,18 12 0,765 2,5Sute (3) 9,18 12 0,765 2,5
Tabela 4.1 Quadro de cargas para o projeto de iluminao em LEDs
Utilizaremos uma queda de tenso mxima admissvel de 1,5% desde o
quadro de distribuio at a carga. Assim, a seo mnima do condutor ser dada
pela frmula:
-
36
...)((%)
12 22112 ++
= lplpVe
S
Onde:
S a seo mnima do condutor em mm2;
a resistividade do cobre (=1/58 .mm2/m);
l a distncia at a carga em m;
e(%) a queda de tenso aceitvel em %;
V a tenso em Volts;
p a potncia em W.
Para um p direito de 3 metros para a casa, e aproximando algumas
distncias com base na planta apresentada, teremos a seguinte memria de
clculo para cada circuito:
Circuito 1:
3,06 x 15,5 = 47,43
3,06 x 15,5 = 47,43
3,06 x 10,5 = 32,13
( ) 0273,213,3243,4743,4712015,0
1
58
12
2++
S
A bitola com fabricao comercial existente mais prxima vale:
Sescolhido=2,5mm2
Circuito 2:
3,06 x 9,0 = 27,54
3,06 x 10,5 = 32,13
3,06 x 15,0 = 45,90
( ) 6853,190,4513,3254,2712015,0
1
58
12
2++
S
-
37
.:. Sescolhido=2,5mm2
Circuito 3:
3,06 x 7,0 = 21,42
3,06 x 14,5 = 44,37
3,06 x 18,5 = 56,61
( ) 9540,161,5637,4442,2112015,0
1
58
12
2++
S
.:. Sescolhido=2,5mm2
-
38
5 Projeto de Iluminao com Lmpadas Eletrnicas
Para esse projeto de iluminao, foi levado em considerao a Lmpada
eletrnica de 15W da Aram, que possui um fluxo luminoso equivalente ao de uma
incandescente de 70W. A grande vantagem dessa lmpada que ela facilmente
encontrada em lojas no Brasil a um preo bastante acessvel e possui uma tima
relao lumens produzidos/watt consumido. Mesmo sabendo que os modelos em
220V no so to populares no estado do Rio de Janeiro,optou-se por adotar esse
modelo devido maior oferta de inversores para esse nvel de tenso.
5.1 Clculo do Consumo Dirio
Como essa lmpada apresenta um fluxo luminoso bem mais disperso se
comparada com os LEDs, ser adotada apenas uma em cada cmodo, apesar
dela ser fixa. Novamente, devido grande diferena do consumo nos meses de
vero e de inverno, sero realizadas duas estimativas de consumo. A Tabela 5.1
apresenta o consumo estimado para os meses de vero:
Ambiente QuantidadePotncia Nominal
(W)Horas de uso/Dia
Consumo Dirio
/(W.h)
Varanda 1 15 6 90Sala 1 15 3 45Cozinha 1 15 3 45Quarto 1 1 15 1 15Quarto 2 1 15 1 15Quarto 3 1 15 1 15Quarto Sute 1 15 1 15Banheiro Sute 1 15 2 30BanheiroComum
1 15 2 30
Tabela 5.1 - Consumo estimado no vero usando lmpadas eletrnicas
O consumo dirio estimado para o vero ser ento dado por:
Wh=++++++++=Cvero 300303015151515454590
-
39
Durante o inverno, ser considerado que apenas a metade dos quartos ser
utilizada, e tambm que se gastar menos tempo na cozinha e nos banheiros. A
Tabela 5.2 abaixo mostra o consumo estimado para os meses de inverno:
Ambiente QuantidadePotncia Nominal
(W)Horas de uso/Dia
Consumo Dirio
/(W.h)
Varanda 1 15 6 90Sala 1 15 3 45Cozinha 1 15 2 30Quarto 1 1 15 1 15Quarto 2 1 15 0 0Quarto 3 1 15 0 0Quarto Sute 1 15 1 15Banheiro Sute 1 15 1 15BanheiroComum
1 15 1 15
Tabela 5.2 - Consumo estimado no inverno usando lmpadas eletrnicas
Assim, o consumo dirio estimado para o inverno ser:
Wh=++++++++=Cinverno 2251515150015304590
Calculando a potncia total instalada:
W==Pinstalada 135915
5.2 Dimensionamento da Baterias
Como explicado anteriormente, uma descarga diria mdia de 20% ser
considerada, ento a energia demandada pelas baterias (levando em conta o pior
caso, um consumo de 300W.h), e a capacidade (levando em conta os 12V de
tenso terminal) sero dadas por:
Wh=Wh
=Ebateria 15000.2
300
Ah=Wh
=Cbateria 12512
1500
-
40
Aproximando a descarga diria (20%) da bateria em 4h, a partir de uma
simples regra de trs, tem-se que a taxa de descarga completa se dar em 20h.
Deve-se procurar por uma bateria do tipo 20C com 125A.h de capacidade, ou
melhor. Sem levar em conta os preos, a partir da tabela para modelos FNC,
percebemos que a bateria FNC 121500-C, com 150Ah de capacidade, atenderia
bem esse caso.
5.3 Dimensionamento dos Painis Fotovoltaicos
Pelos mesmos motivos anteriormente citados, ser levado em conta o
modelo BP Solarex, MST-20LV para o dimensionamento dos painis. Como calculado
anteriormente, h cerca de 4,52 horas de sol pleno equivalente por dia no ms mais
crtico do vero, e cerca de 3,10 horas de sol pleno equivalente por dia no ms mais
crtico do inverno no Pouso da Cajaba.
Calculando a potncia mnima do sistema sem levar em conta as perdas,
que deve ser suficiente para suprir o consumo dirio nesses meses, tanto no caso do
vero, quanto do inverno, tem-se que:
W,=Potnciavero 37664,52300
W,=Potnciainverno 58723,10225
Levando em conta o pior caso, ou seja, durante o inverno,ser preciso que o
sistema fornea pelo menos 72,58W para as cargas, sem contar as perdas.
Como os painis devem ser dimensionados para o sistema funcionar
corretamente tanto durante o vero quanto durante o inverno, ser utilizado o pior
caso, ou seja, os 72,58W. Levando em conta as perdas nos cabeamentos, as perdas
de converso de energia e as perdas por desajuste (no utilizao de um MPPT),
tem-se que a potncia instalada necessria ser:
-
41
( ) ( ) ( )W,
,=Potncianecessria 32950,1010,1010,061
5872
E o nmero de painis necessrios:
Painismnimo
= 95 , 3220 4,77
Assim, seriam necessrios 5 painis de 20W apenas para suprir a demanda
das lmpadas fluorescentes, dispostos na horizontal.
A Reserva de Inverno (em %) dada por:
4,911003295
3295100
,
,=Rinverno
Calculando a potncia necessria durante o vero, temos:
( ) ( ) ( )W,
,=Potnciavero 17870,1010,1010,061
3766
O Excesso de Vero (em %) dado ento:
72141001787
1787100,
,
,=Evero
Durante o ms mais crtico do inverno, tem-se uma reserva de segurana de
cerca de apenas 5%. Nesse caso, deve-se tomar cuidado em no utilizar as
lmpadas durante mais tempo do que o que foi dimensionado, sob risco de reduzir
a vida til das baterias. J durante o vero h uma tolerncia considervel para se
utilizar as lmpadas em perodos maiores do que o que foi dimensionado.
5.4 Dimensionamento do Inversor
Uma vez que a energia produzida pelos painis fotovoltaicos e armazenada
na bateria em corrente contnua e se deseja conectar uma carga de corrente
alternada, torna-se necessrio o uso de um inversor. De acordo com a Tabela 1 da
Recon, como nossa unidade residencial ter uma potncia total instalada inferior a
-
42
1kVA, deveremos adotar um fator de demanda igual a 0,80. Assim, nossa demanda
mxima igual a:
W==Demandamxima 1081350,80
Logo, nosso inversor dever possuir uma potncia real mnima de
108W[Guilherme22], uma entrada em corrente contnua de 12V e uma sada em
220V (corrente alternada). Em geral, os inversores so dimensionados funo da
potncia aparente, utilizando o fator de potncia de 0.60 nominal das lmpadas
eletrnicas, teremos uma potncia aparente mxima dada por:
VA==fp
P=S 180
0,60
108
Os valores de potncia em Watts apresentados nos inversores Deal Extreme
referem-se potncia mxima do inversor, caso alimentando uma carga
puramente resistiva, o que no o caso. Assim, ser utilizada sempre a potncia
aparente para o seu dimensionamento. Como foi apresentado no Captulo 2, a fim
de que os inversores de onda retangular trabalhem com o mximo possvel de
eficincia, deveremos dimension-lo de modo que ele trabalhe com no mximo
80% da sua potncia nominal. H diversos modelos com preos bastante acessveis
disponveis no site www.dealextreme.com, como mostrado na Figura 5.1 com
300W.
Figura 5.1 Inversor de 300W, 12VDC-220VAC
-
43
Adotando o inversor dimensionado podemos calcular a carga relativa do
inversor quando operando a plena carga,:
%06100300
180==Putilizada
Assim, se estar trabalhando sempre abaixo dos 80%, o que garante uma
confortvel eficincia de converso e uma reserva estratgica, caso novas cargas
venham a ser ligadas. Caso nenhuma carga esteja conectada, recomendado
que o boto do inversor seja desligado, evitando assim as perdas intrnsecas do
equipamento.
5.5 Dimensionamento do Controlador de Carga
O controlador de carga dever permitir que as baterias sejam carregadas do
modo timo, proteg-las contra sobrecargas, prevenir descargas indesejveis,
proteger descargas profundas, alm de informar o estado de carga da bateria.
Com isso tudo, aumenta-se em muito a vida til das baterias e se protege os painis
fotovoltaicos contra correntes reversas.
Como foi calculada uma demanda mxima de 108W, e de acordo com o
fabricante um fator de potncia igual a 0,60, teremos uma potncia aparente igual
a:
VA==fp
P=S 180
0,60
108[Guilherme23]
E uma corrente mxima no lado de corrente alternada de:
A=V
S=I mxima 0,82220
180
Considerando um rendimento de aproximadamente 86.2% (como calculado
no captulo 2), teremos a seguinte corrente no lado de corrente contnua:
A,=V
IV=I mxima 4417120.862
0,82220
12
220220
-
44
5.6 Esquema de Ligao
A Figura 5.1 abaixo mostra o esquema das ligaes a serem efetuadas para
o projeto de iluminao em 220V.
Figura 5.1 - Esquema das ligaes para o projeto de iluminao em 220V
A planta de instalao eltrica para esse projeto apresentada na Figura
5.2, sendo que todos os cabos mostrados no esquema abaixo trabalham com uma
tenso de 220V.
-
45
Figura 5.2 Planta de instalao para o projeto de iluminao em 220V
O projeto foi dividido em 3 circuitos, como numerado na planta.
Considerando o fator de potncia nominal das luminrias igual a 0,60, utilizaremos
uma potncia aparente de 25VA para cada ponto de luz (15/0,6). Assim, montamos
a Tabela 5.1.
Circuito Potncia (VA) Tenso (V) Corrente (A) Cabo (mm2)
Quartos (1a, 1b e1c)
75 220 0,341 1,5
Comuns (2a, 2b e2c)
75 220 0,341 1,5
Sute (3a, 3b, e 3c) 75 220 0,341 1,5Tabela 5.1 Quadro de cargas para o projeto de iluminao em 220V
Para a queda de tenso, ser utilizada a frmula abaixo, e admitida uma
queda tenso mxima de 1,5% entre o quadro de distribuio e as cargas.
...)((%)
12 22112 ++
= lplpVe
S
-
46
Onde:
S a seo mnima do condutor em mm2;
a resistividade do cobre (=1/58 .mm2/m);
l a distncia at a carga em m;
e(%) a queda de tenso aceitvel em %;
V a tenso em Volts;
p a potncia em W.
Supondo um p direito de 3 metros para a casa, foram calculadas as
seguintes sees mnimas para cada circuito:
Circuito 1:
25 x 15,5 = 387,5
25 x 15,5 = 387,5
25 x 10,5 = 262,5
( ) 0493,05,2625,3875,387220015,0
1
58
12
2++
S
Como a menor seo de condutores encontrada no mercado de 1,5 mm2,
tem-se que pare esse caso: Sescolhido=1,5mm2
Circuito 2:
25 x 9,0 = 225
25 x 10,5 = 262,5
25 x 15,0 = 375
( ) 0409,03755,262225220015,0
1
58
12
2++
S
.:. Sescolhido=1,5mm2
Circuito 3:
25 x 7,0 = 175
-
47
25 x 14,5 = 362,5
25 x 18,5 = 462,5
( ) 0475,05,4625,362175220015,0
1
58
12
2++
S
.:. Sescolhido=1,5mm2
-
48
6 Projeto de Tomadas para Uso Geral
Ser feito um estudo de cargas comuns a residncias possveis de serem
conectadas num sistema fotovoltaico de pequeno porte. Para tal, foram
considerados um aparelho de som pequeno, um netbook, carregadores de celular,
um pequeno ventilador e um refrigerador de pequeno porte.
6.1 Clculo do Consumo Dirio
Uma boa estimativa para o nmero de horas que se utiliza cada aparelho
numa residncia domstica est apresentada nos anexos desse trabalho, na tabela
Procel/Cepel/Eletrobrs, tambm disponvel na internet. Para o presente projeto,
procurou-se utilizar aparelhos que possussem um baixo consumo, mas que ao
mesmo tempo tivessem um preo condizente. Foram considerados o aparelho de
som modelo AZ-302S da Philips, com um consumo nominal de 15W; o Netbook da
Asus, que de acordo com medies feitas no laboratrio, possui um consumo
mdio de 25W; e um ventilador de 30cm de dimetro, modelo V-03 da Mondial
(Figura 6.1).
Figura 6.1 Ventilador de 30cm, Mondial V-03
Para o frigobar, foi utilizada a tabela disponvel no site do INMETRO, e
resolveu-se considerar o modelo RE 80 da Electrolux com 79 litros, devido a sua alta
eficincia e facilidade de se encontrar no mercado. Pode-se determinar seu
-
49
consumo dirio levando-se em conta o consumo mensal fornecido (17,4 kW.h),
conforme mostrado abaixo:
Consumodirio
=Consumo
mensal
30 dias=
17 . 40030
= 580 W . h
Novamente, devido s diferenas de consumo nos meses de vero e de
inverno, os dois casos foram considerados. A Tabela 6.1 abaixo mostra as demandas
por aparelho durante o vero.
Aparelho QuantidadePotncia Nominal
(W)Horas de uso/Dia
Consumo Dirio
/(W.h)
Som Pequeno 1 15 4 60Netbook 1 25 3 75Carregador deCelular
2 2,5 1 5
Ventilador Pequeno 1 45 8 360Frigobar 1 65 intermitente
[Guilherme24]580
Tabela 6.1 Consumo de cada aparelho para o caso geral no vero
Assim, pode-se estimar um consumo dirio no vero em:
Wh=++++=Cvero 108058036057560
Como no faz sentido fazer um projeto levando em conta apenas as
tomadas, sero somadas a carga calculada nos captulos 4 e 5 para os projetos de
iluminao utilizando LEDs e lmpadas fluorescentes compactas, respectivamente.
Assim tem-se que:
Wh=+=C LEDs+vero 1137,657,61080
Wh=+=C tesFluorescen+vero 13803001080
Durante o inverno, ser considerado que no se ligar o ventilador, se
passar menos tempo no computador e o aparelho de som ser menos utilizado,
pode-se ento estimar o consumo como mostrado na Tabela 6.2 abaixo:
-
50
Aparelho QuantidadePotncia Nominal
(W)Horas de uso/Dia
Consumo Dirio
/(W.h)
Som Pequeno 1 15 3 45Netbook 1 25 2 50Carregador deCelular
2 2,5 1 5
Ventilador Pequeno 1 45 0 0Frigobar 1 65 ? 580
Tabela 6.2 - Consumo de cada aparelho para o caso geral no inverno
O consumo dirio estimado desses equipamentos para o inverno ser ento
dado por:
Wh=+++=Cinverno 67558055045
Novamente levando em conta as lmpadas, tem-se os seguintes valores de
consumo nos meses de inverno:
Wh=+=C LEDs+inverno 718,243,2675
Wh=+=C tesFluorescen+inverno 900225675
A potncia total instalada ir depender da alternativa adotada, se utilizar
as placas de LEDs ou as lmpadas fluorescentes compactas, considerando os
valores calculados nos captulos 4 e 5, teremos:
( ) ( ) W,=,+++++=P LEDs+instalada 92180922565452,522515
( ) ( ) W=+++++=P tesFluorescen+instalada 29013565452,522515
6.2 Dimensionamento das Baterias
Para levar em conta os dois cenrios, um utilizando como alternativa de
iluminao as placas de LEDs, e outro, as lmpadas fluorescentes compactas, ser
necessrio realizar dois dimensionamentos distintos, um para cada caso.
-
51
6.2.1 Projeto utilizando a placa de LEDs
Nesse tpico ser feito o dimensionamento das baterias levando em conta
que se optou por adotar as placas de LEDs como luminrias. Considerando uma
descarga diria mdia de 20%, calcula-se a energia demandada e a capacidade
das baterias (de 12V) para o pior caso, ou seja, durante o vero:
Wh=Wh
=Ebateria 56880.2
1137,6
AhWh
=Cbateria 47412
5688
Aproximando a descarga diria (20%) da bateria em 7h, a partir de uma
simples regra de trs tem-se que a taxa de descarga completa se dar em 35h.
Deve-se procurar por uma bateria do tipo C35 com 474Ah de capacidade, ou
melhor. Como no h fabricao comercial em grande escala de baterias com
mais de 200Ah, pode-se optar por utilizar um banco de baterias em paralelo. Quatro
baterias do modelo FNC 121200-C com uma capacidade nominal de 120Ah de 12V
atendem as necessidades.
6.2.2 Projeto utilizando lmpadas eletrnicas
As baterias sero dimensionadas considerando um projeto com as lmpadas
fluorescentes compactas de 15W. Para uma descarga diria mdia de 20%, a
energia demandada e a capacidade das baterias (de 12V) para o pior caso sero
dados por:
Wh=Wh
=Ebateria 69000.2
1380
AhWh
=Cbateria 57512
6900
Aproximando a descarga diria (20%) da bateria em 7h, a partir de uma
simples regra de trs, tem-se que a taxa de descarga completa se dar em 35h.
-
52
Deve-se procurar uma bateria do tipo C35 com 575Ah de capacidade, ou melhor.
Como no h fabricao comercial em grande escala de baterias com mais de
200Ah, pode-se optar por utilizar um banco de baterias em paralelo. Cinco baterias
do modelo FNC 121200-C com uma capacidade nominal de 120Ah de 12V
atendem as nossas necessidades.
6.3 Dimensionamento dos Painis Fotovoltaicos
Como foi mostrado nos itens anteriores, os projetos utilizando placas de LEDs e
lmpadas fluorescentes compactas so bastante distintos, cada um possuindo
necessidades diferentes de gerao, assim, o dimensionamento dos painis
fotovoltaicos ser feito levando em considerao cada caso especfico.
6.3.1 Dimensionamento utilizando placas de LEDs
Levando em conta as horas de sol pleno equivalente calculada
anteriormente, cerca de 4,52 horas de sol pleno equivalente por dia no ms mais
crtico do vero, e cerca de 3,10 horas de sol pleno equivalente por dia no ms mais
crtico do inverno.
A potncia mnima do sistema sem levar em conta as perdas, necessria
para suprir o consumo dirio nesses meses, tanto no caso do vero, quanto do
inverno ser dada por:
W,=Potnciavero 682514,521137,6
W,=Potnciainverno 682313,10718,2
Nesse caso, a situao mais crtica acontece durante o vero. Os painis
sero dimensionados para esse caso. Levando em conta as perdas nos
cabeamentos, as perdas de converso de energia e as perdas por desajuste (no
utilizao de um MPPT), tem-se que a potncia instalada necessria ser:
( ) ( ) ( )W,
,=Potncianecessria 553300,1010,1010,061
68251
-
53
E nmero de painis necessrios:
531620330,55 ,=Painismnimo
Assim, so necessrios 17 painis de 20W para suprir o consumo dos
aparelhos e dos LEDs. A Reserva no Vero (em %) dada por:
2,8610055330
55330340
,
,=Rvero
Para o clculo do Excesso no Inverno, preciso conhecer a Potncia
Necessria no inverno, que dada por:
( ) ( ) ( )W,
,=Potnciainverno 283040,1010,1010,061
68231
O Excesso no Inverno (em %) dado ento:
741110028304
28304340,
,
,=Einverno
Como facilmente observvel, o consumo durante o vero est bem
prximo do limite, e para no comprometer o bom funcionamento do sistema, no
se deve utilizar mais cargas do que o projetado. J durante o inverno, h um
excesso considervel de energia, sendo possvel a conexo de mais cargas ou
aumentar o tempo de uso das demais.
6.3.2 Dimensionamento utilizando lmpadas eletrnicas
Caso se opte por um projeto considerando as lmpadas fluorescentes
compactas, tem-se que a potncia mnima diria para os meses crticos, sem levar
em conta as perdas, ser dada por:
W,=Potnciavero 313054,521380
W,=Potnciainverno 322903,10900
-
54
facilmente observvel que a situao mais crtica se d durante o vero.
Para esse caso, e levando em conta as perdas nos cabeamentos, as perdas de
converso de energia e as perdas por desajuste (no utilizao de um MPPT), tem-
se que a potncia mnima de gerao ser dada por:
( ) ( ) ( )W,
,=Potncianecessria 984000,1010,1010,061
31305
E nmero de painis necessrios:
Painismnimo
= 400 , 9820 20 , 05
Sero precisos 21 painis para suprir com folga os aparelhos mencionados e
as lmpadas eletrnicas. A Reserva no Vero (em %) calculada como sendo:
4,7410098400
98400420
,
,=Rvero
Antes de calcularmos o Excesso no Inverno, precisa-se estimar a Potncia
Necessria no inverno, dada por:
( ) ( ) ( )W,
,=Potnciainverno 293810,1010,1010,061
32290
O Excesso no Inverno (em %) dado ento:
151010029381
29381420,
,
,=Einverno
H um excesso de energia bastante considervel no inverno, sendo possvel
a conexo de outras cargas ou aumentar o tempo de utilizao das demais
durante essa estao.
6.4 Dimensionamento do Inversor
Novamente sero realizados dois dimensionamentos: um considerando a
alternativa de se utilizar placas de LEDs como iluminao, e o outro, utilizando as
lmpadas fluorescentes compactas. Especialmente no caso de aparelhos ligados
-
55
tomada, importante deixar uma folga considervel ao dimensionar um inversor a
fim de suportar com tranqilidade um possvel aumento da carga e a corrente de
partida de algumas mquinas.
Vale ressaltar que os inversores a serem dimensionados (disponveis no site
DealExtreme.com) possuem uma forma de onda de sada do tipo retangular, o que
implica que a vida til de algumas mquinas eltricas - como o ventilador ou o
frigobar ser reduzida, devido quantidade de harmnicos envolvida. Aparelhos
eletrnicos como celulares ou laptops possuem um retificador em suas fontes, e so
praticamente insensveis a forma de onda de entrada, dispensando maiores
preocupaes. No est no mbito desse trabalho, mas pode ser til projetar filtros
de harmnicos na entrada de algumas mquinas.[Guilherme25]
6.4.1 Dimensionamento utilizando placas de LEDs
Como a nossa carga referente a pouqussimos aparelhos, ser considerado
um fator de demanda igual a 1, pois a probabilidade de que todos os aparelhos
estejam ligados ao mesmo tempo no desprezvel. Como os LEDs so alimentados
em corrente contnua, eles no entraro no clculo da demanda mxima do
inversor. Considerando um fator de potncia igual a 0,8 para as cargas, tem-se que:
( )VA
++++=Demanda LEDscom 75,9318,0
65452,5225151,00_max_
[Guilherme26]
Como mostrado no captulo 2, o ideal seria que o ponto de operao do
nosso inversor de onda senoidal modificada seja sempre inferior a 80%, a fim de
garantir uma maior eficincia, e tambm uma reserva estratgica. Assim, a
potncia do inversor deveria ser superior a:
W=Pmnima 19,2420,80
193,75
Agora tambm ser preciso levar em considerao as correntes de partida
das mquinas eltricas que o inversor dever suportar. Para tal, ser considerado
que a corrente mnima que o inversor dever suportar sendo igual a corrente de
-
56
partida das mquinas mais as correntes de regime permanente dos demais
aparelhos. Aproximando a corrente de partida do frigobar e do ventilador como
sendo igual a 5 vezes sua corrente nominal, teremos que a corrente de sada do
inversor dever ser igual a, pelo menos:
( ) ( )A
+=I mnimo 705,2220
5,222515
220
65455,00
+++
Calculando a potncia correspondente a essa corrente, tem-se que:
VA=Pmnima 1,595705,2202
Assim, o pior caso corresponde a corrente necessria para a partida, e o
nosso inversor precisar fornecer uma potncia superior a 595W. Entre os modelos
disponveis no DealExtreme, o inversor com a potncia imediatamente superior de
600W, como mostrado na Figura 6.1. Assim, teramos que a potncia utilizada
durante o regime permanente seria de:
%29,23100600
193,75==Putilizada
Figura 6.1 Inversor de 600W, 12VDC-220VAC
-
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6.4.2 Dimensionamento utilizando lmpadas eletrnicas
Novamente ser considerado o fator de demanda dos aparelhos igual a 1 e
o fator de demanda das lmpadas eletrnicas igual a 0,8. O fator de potncia para
lmpadas dado por 0,60 e aproximando o fator de potncia das cargas em 0,80,
tem-se que a demanda mxima durante o regime permanente ser dada por:
( ) ( )VA=+
++++=Demanda tesfluorescencommxima 75,37360,0
1350,8
80,0
65452,5225151,00__
Como explicado e demonstrado anteriormente, deve-se procurar utilizar um
inversor que trabalhe com no mximo 80% de sua potncia nominal, a fim de se
operar nos pontos de alta eficincia e ainda com uma reserva estratgica. Assim,
levando em conta apenas o caso do regime permanente, a potncia nominal
mnima necessria do inversor seria dada por:
W,==Pmnima 753280,80
263
Agora levando em conta as correntes de partida dos aparelhos, tem-se que
a corrente mnima que o inversor precisar suportar ser de:
( ) ( )A
+=I mnimo 195,3220
13580,0
220
5,222515
220
65455,00 +
+++
Calculando a potncia correspondente a essa corrente, tem-se que:
VA=Pmnima 703195,3202
O caso mais crtico considerado novamente para atender a corrente de
partida, entre os modelos disponveis no DealExtreme, o inversor com a potncia
imediatamente superior de 800W, como mostrado na Figura 6.1. A Potncia
utilizada em regime permanente se