Dimensionamento Elementos Esbeltos
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INSTITUTO
SUPERIOR
TECNICO
I CIS TAv. Rovisco Pais
1049-001 LISBOA
Tel: 841 8245
BeraoArmado e Pre-Esforcado I
Dimensionamento de Elementos Comprimidos Esbeltos
J oao Vinagre Santos
- Dezembro de 1999 -
Relatorio ICIST
DTC n° 22/99
ISSN: 0871-7869
8/3/2019 Dimensionamento Elementos Esbeltos
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INDICE
1. Introducao 1
2. Conceitos basicos 2
3. Classificacao das estruturas 7
Exemplo 1 14
4. Importancia dos efeitos de 2" ordem 15
4.1. Criterios indirectos de afericao 15
4.1.1. Comprimento efectivo de encurvadura 15
Exemplo 2 22
4.1.2. Limites de Esbelteza 24
Exemplo 3 28
5. Metodos simplificados de avaliacao dos efeitos de 2" ordem 28
5.1. Pilar isolado 29
Exemplo 4 36
5.2. Pilares inseridos em estruturas 37
5.2.1. Estruturas com deslocamentos laterals desprezaveis 37
5.2.1.1. Pilares 37
5.2.1.2. Elementos de contraventamento 39
5.2.2. Pilares em estruturas lateralmente deformaveis 39
5.2.2.1. Metodo da excentricidade adicional. 41
Exemplo 5 43
5.2.2.2. Metodo do acrescimo de forcas horizontals 44
Exemplo 6 49
6. Outros efeitos nao contabilizados na analise 50
6.1. Imperfeicao geometrica 50
Exemplo 7 54
6.2. Fluencia 54
7. Conclus5es 55
Referencias 57
1
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
1. Introducao
o calculo dos esforcos de elementos comprimidos de betao armado e urn problema que
envolve imimeras variaveis de diffcil quantificacao e que, caso se pretenda rigor nos
resultados, exige a utilizacao de modelos sofisticados de analise (recurso a analises
ffsica e geometricamente nao lineares).
No entanto, a observacao eo estudo de estruturas correntes permite concluir que, de urnmodo geral, e resultado das baixas tensoes de compressao admissfveis para 0 betao, as
esbeltezas dos seus elementos comprimidos sao moderadas. Como consequencia, as
estruturas apresentam pequenas deformacoes, sendo tambem moderados os efeitos de
2a ordem, associados a existencia de esforcos axiais. Esta conclusao, em paralelo com as
dificuldades inerentes a execucao de analises nao lineares (demasiado morosas para a
utilizacao no projecto corrente de ediffcios), tern motivado a realizacao de estudos
conducentes ao desenvolvimento de metodos simplificados de calculo para a utilizacao
em projecto.
Com este documento pretende-se analisar0problema dos efeitos de 2a ordem em pilares
de betao armado, isolados ou inseridos em estruturas, e apresentar de uma forma
coerente os principais procedimentos adoptados na sua avaliacao.
Em primeiro lugar sao apresentados, sumariamente, os conceitos basicos relativos ao
comportamento de elementos eomprimidos esbeltos. Em seguida, e feito 0 levantamento
dos faetores que maior influencia apresentam no comportamento deste tipo de
elementos e, procurando respeitar a sequencia dos procedimentos usuais de calculo, sao
referidos os principais problemas a que se e conduzido e a forma como sao contornados
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
quando se recorre a metodos simplificados. Finalmente, sao apresentados e
fundamentados os metodos simplificados preconizados pelos principais regulamentos,
realcando e justificando os parametres envolvidos. Sao tambem referidos outros efeitos,
nao contabilizados nas analises lineares, que podem ser responsaveis pelo agravamento
dos esforcos: eventuais imperfeicoes geometricas e 0 efeito da fluencia do betao.
Procurando ajudar a compreender os conceitos e a ilustrar a sua aplicacao em projecto,
sao apresentados, ao longo do texto, alguns exemplos simples.
2. Conceitos basicos
Considere-se urn elemento linear encastrado na base, livre no topo e solicitado por uma
forca axial P (figura 1.a). Admita-se que 0 elemento e perfeitamente elastica e que as
tensoes nele instaladas nao excedem 0 limite de proporcionalidade do material. Se a
carga P e inferior a carga critica, 0 elemento permanece rectilineo ocorrendo unicamente
urn encurtamento axial. Esta forma recta de equilibrio elastico e estdvel pois, caso se
aplique uma forca horizontal que de origem a uma pequena deforrnacao lateral do
elemento, eia tende a desaparecer quando e removida a forca que a originou, voltando 0
elemento a forma inicial rectilfnea (linha 1a da figura l.b). Se a carga P e gradualmente
incrementada, atinge-se uma situacao na qual a forma rectilfnea de equilfbrio se torna
instdvel (linha Ic) e a aplicacao de uma pequena forca horizontal da origem a grandes
deformacoes que nao desaparecem quando a forca e retirada (traject6ria estavel de
p6s-encurvadura, Iinha Ib). A carga critica (ou carga de Euler) e entao definida como
sendo a carga axial associada a transicao entre aqueles estados de equilfbrio,
r< 5 i p
L
1y
y , ; , y
a) b)
Figura 1 • Instabilidade na compressao axial: traject6rias de equilfbrio,
2
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
A carga critica e as deformacoes laterais do elemento, para cargas superiores a critica,
podem ser ca1culadas com recurso a equacao diferencial da linha elastica, dada por:
r
d2y
dx2 p.y
[ l + ( : r r = + m(1)
1
em que lI r e a curvatura da seccao, EI a rigidez correspondente ao plano de flexao, P 0
esforco axial actuante, x e y a ordenada e ° deslocamento lateral de uma seccao
generica, respectivamente.
Se se admitir que as deformacoes sao suficientemente pequenas, de forma que0
termod2y/dx2 possa ser desprezado quando comparado com a unidade, a equacao exacta (1)
pode ser simplificada, dando lugar a equacao diferencial aproximada
d2yE-
2-=±P.y
dx(2)
cuja solucao e do tipo
y=A cos(kx)+ B sen(kx)(3)
em que A e B sao constantes de integracao e k = = .jP / EI . Embora fiquem indetermina-
das as flechas da configuracao deformada, esta equacao permite, com a introducao das
condicoes de fronteira, obter 0 valor da carga critica de urn elemento esbelto comprimi-
do, elastico perfeito (considerada a mais antiga formula de dimensionamento ronda hoje
em uso, Johnston [10]), dada por
( 4 )
Do recurso a equacao diferencial simplificada resulta urn problema de valores e vectores
proprios (caracterizado pelo facto de as solucoes nao nulas para a variavel dependente
existirem somente para valores discretos de alguns parametres). Os valores dos parame-
tros, para os quais existe solucao, sao denominados cargas criticas (valores proprios) e
as solucoes defonnadas de encurvadura (vectores proprios), sendo somente determina-
vel a forma do vector e nao a sua amplitude. A distancia entre os pontos de inflexao,
nesta deformada, e usualmente designada por comprimento efectivo de encurvadura, Z o .
3
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
No caso de 0 elemento linear ser submetido a urn momento flector, simultaneamente
com 0 esforco axial de compressao, ocorre uma deformacao lateral desde 0 infcio do
carregamento (curvas 2 e 3 da figura 1). Esta deformacao provoca urn afastamento do
eixo da peca em relacao a sua posicao indeformada dando origem a introducao de esfor-
cos, nas divers as seccoes do elemento, tanto maiores quanto maiores forem 0 esforco
axial e a deformacao. Se 0 elemento e constituido por urn material elastico perfeito, 0
acrescimo continuo de deslocamentos com a carga tended, assimptoticamente, para a
traject6ria fundamental de equilfbrio (curva 2 da figura l.b). Admitindo urn comporta-
mento elastoplastico perfeito (com patamar de cedencia), 0 aumento dos esforcos asso-
ciados ao acrescimo de deslocamentos e a Iimitacao da capacidade resistente do mate-
rial, conduz a que se atinja urn valor maximo adrnissfvel para a carga aplicavel ao
elemento, P~r (curva 3). Para cargas inferiores a P;r e deformacoes inferiores a Y;r' 0
estado de equilfbrio e ainda estavel. Ap6s atingir-se P;r (em que 0 equilfbrio edenominado de indiferente), 0 equilfbrio deixa de ser possivel para cargas superiores,
conduzindo 0 acrescimo de carga a rotura do elemento. 0 valor de P;r e usualmente
denominado por carga limite. A partir deste valor, 0 equilfbrio s6 e possfvel para
deformacoes superiores caso se reduza a carga aplicada (equilfbrio insuively. Dada a
variacao continua da curva de carga-deformacao e usual denominar esta situacao como
sendo urn problema de estabilidade sem bifurcacao de equilfbrio.
Para 0 ago e possivel admitir-se, com uma aproximacao razoavel, urn comportarnento
elastoplastico perfeito e adoptar, no dimensionamento, as regras obtidas de acordo com
a Teoria de 2a ordem (equilfbrio na posicao deform ada) e dos problemas de estabilidade.
o mesmo nao acontece com 0material betao armado cujo comportamento nao e simples
de ser descrito (a relacao constitutiva do betao nso e linear, apresenta comportarnentos
distintos a traccao e a compressao, as deformacoes variarn ao longo do tempo, etc.) e em
que 0 dimensionamento raramente conduz a uma situacao pura de encurvadura: a rotura
dos materiais ocorre a nfveis de tensao muito inferiores aos associados a encurvadura e
os materiais nao apresentam, efectivamente, urn comportamento elastico na rotura. No
entanto, tendo os denominados efeitos de 2a ordem origem num mecanismo semelhante
ao associado a encurvadura e natural que 0 seu estudo e quantificacao sejam efectuados
a partir da analise daquele fen6meno, em estruturas elasticas, procurando transpor as
metodologias assim obtidas para as estruturas de betao.
As analises de 1a ordem (equilfbrio efectuado na posicao indeformada da estrutura) nao
permitem ° calculo dos esforcos associados ao acrescimo de deformacao e a sua nao
contabilizacao, num processo de dimensionarnento, pode conduzir a uma solucao
estrutural com uma capacidade resistente inferior a pretendida no projecto. Em muitas
das situacoes praticas, verifica-se que tais acrescimos sao tao pequenos que podem ser
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D im en sio na me nto d e e le me nto s c om pr im id os e sb elto s
desprezados. No entanto, e quando e necessario recorrer a utilizacao de elementos
estruturais esbeltos, sujeitos a elevados niveis de compressao, a reducao da capacidade
resistente pode ser muito significativa, tomando-se indispensavel a sua consideracao, A
quantificacao dos efeitos de 2a ordem e 0 estabelecimento de uma fronteira entre as
situacoes em que os efeitos resultantes da esbelteza dos elementos comprimidos sao, ou
nao, importantes e urn assunto que, desde ha varies anos, tern interessado diversos
investigadores e motivado imimeros estudos te6ricos e experimentais, Estes estudos
mostram que os principais parametres que afectam 0 comportamento dos elementos
comprimidos (usualmente designados por pilares ou colunas) de betao armado sao:
- a esbelteza do elemento;
- 0 nivel de esforco axial actuante;
- a excentricidade (relacao entre os momentos e 0 esforco axial) dos esforcos
actuantes nas diferentes seccoes :
- 0 tipo de solicitacao, duracao e magnitude das accoes com caracter de perma-
nencia;
- a forma do elemento;
- as condicoes de fronteira (nas ligacoes a outros elementos ou a fundacao):
- as propriedades e caracteristicas dos materiais (comportamento nao linear dos
materiais, fendilhacao, fluencia, etc.);
- a quantidade de armadura e forma da sua distribuicao na seccao e ao longo do
elemento (armadura constante ou variando de acordo com 0 diagrama demomentos).
Na figura 2 exemplifica-se, num diagrama de interaccao de esforcos resistentes para a
seccao critica de urn elemento comprimido, NRd-MRd, a variacao dos esforcos com a
solicitacao. Para pequenas deformacoes do elemento (pilares muito pouco esbeltos), 0
comportamento e praticamente linear ocorrendo a rotura quando se esgotam as capaci-
dades resistentes dos materiais - ponto A.
Para valores de esbelteza superiores (esbeltezas moderadas), os deslocamentos deixam
de ser desprezaveis, dando origem a acrescimos de esforcos, denominados de 2a ordem.
Estes serao responsaveis pela diminuicao da carga aplicavel a estrutura (NB < NA, na
figura 2), sendo a rotura ainda condicionada pelas capacidades resistentes dos materiais.
Para valores elevados da esbelteza, os acrescimos de deformacao tornam-se muito acen-
tuados (e, consequentemente, elevados os esforcos introduzidos pelo esforco axial) pelo
que 0 elemento se torna instavel para uma carga N c sem que os esforcos resistentes da
seccao sejam atingidos (denominada rotura por perda de estabilidade, ponto C da figu-
ra 2), A correcta avaliacao dos efeitos de 2a ordem associadosadeformacao da estrum-
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D im en sio na me nto d e e lem en to s c om pr im id os es be lto s
N
(N,M)~NA ···-··· .. ·-·.A.
N B
2(N,M)kr
-- . . . . ------- -.-
. . . . . . . . . . ... (N,M)~
M
Figura 2 - Evolucao dos esforcos, na seccao critica de um elemento comprimido, para diferentes valores
da esbelteza.
ra, no dimensionamento de elementos comprimidos de berne armado exige, pois, 0 re-
curso a modelos sofisticados de calculo, que permitam 0 estabelecimento do equilfbrio
na posicao deformada, envolvendo variaveis de diffcil quantificacao. No entanto, e dado
que na grande maioria das estruturas correntes de betao armado as esbeltezas dos
elementos sao moderadas, bern como os efeitos de 2
a
ordem originados peladeformacao, diversos rnetodos simplificados de calculo tern sido desenvolvidos e
adoptados pelos regulamentos, visando uma maior uniformidade e simplicidade dos
procedimentos de calculo,
De urn modo geral, pode afirmar-se que as regras preconizadas pelos diversos regula-
mentos, para a quantificacao dos efeitos devidos a deformacao no dimensionamento de
elementos esbeltos, inc1uem tres passos fundamentais (figura 3):
1. classificacao das estruturas a partir do estabelecimento do modo de deformacao aque elas irao ficar sujeitas devido ao carregamento;
2. verificacao da necessidade, ou nao, de inclusao dos efeitos de 2a ordem no
dimensionamento (esta verificacao e , geralmente, efectuada por processos
indirectos definidos a partir da classificacao da estrutura, ou dos seus elementos,
e pressupoe a definicao de urn erro considerado aceitavel);
3. caso os efeitos de 2a ordem nao possam ser desprezados, torna-se necessario
proceder a sua avaliacao e inclusao no dimensionamento dos elementos (caso
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
contrario, 0 dimensionamento e efectuado com base nos esforcos obtidos numa
analise de 1a ordem).
Est rutura cons ideradan o s eu co n ju nto
1Cla ss ific ac ao da e s tr utu ra a te nde ndo
ao m o do d e d efo rm acao late ral
I
Ve ri fic ac ao da in flu e nc ia d o sd es lo camen to s d o s n 6s n o s e sfo rc os
(e fe ito s d e 2a ordem)
j
A va li acao , s e nec e ssar io ,
do s e fe ito s de 23
ordem
Figura 3 - Estrutura das regras regulamentares na analise do problema dos efeitos de 2a ordem em
estruturas de ediffcios.
Seguidamente, e procurando respeitar a ordem atras estabelecida, sao apresentados e
discutidos os pontos fundamentais que conduziram as propostas regulamentares para a
solucao do problema. Sao realcados e justificados, quando necessario, os principais
parametres envolvidos nos diversos criterios de decisao.
3. Classificacao das estruturas
Para compreender as regras estipuladas nos c6digos actualmente em vigor
(REBAP [13], Euroc6digo 2 [8], Model Code 90 [6]), e necessario ter uma ideia dos
principais modos de deformacao que os elementos estruturais comprimidos podem apre-
sentar. Genericamente, sao possiveis dois modos de deformacao: por deformacao dos
pilares, sem envolvimento da deformabilidade lateral da estrutura, ou por deslocamento
lateral de toda a estrutura (figura 4).
Estes dois modos de defonnabilidade dao origem a diagramas de momentos flectores
consideravelmente diferentes nos pilares da estrutura, bern como a efeitos de 2a ordem
distintos (em distribuicao e em intensidade). No entanto, a principal caracteristica que
os distingue e 0 facto de 0modo de deformabilidade lateral influenciar todos os pilares
de urn dado piso enquanto que, no segundo modo de deformacao arras deserito, 0 pro-
blema poder cireunscrever-se a urn unico elemento. as c6digos acima citados, tendo
como base 0modo de deformacao a considerar para a estrutura, classificam-nas comopossuidoras de deslocamentos laterais desprezaveis ou nao (sway ou non-sway na termi-
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nologia inglesa, traduzida, na regulamentacao nacional, como de n6s fixos ou de nos
moveis, respectivamente) e como contraventadas ou nao contraventadas (braced ou
unbraced).
q N~q
t I t t l i I I ItH
a) b)
Figura 4 - Modos de deformacao de pilares inseridos em estruturas: a) estrutura com deslocamentos
laterais desprezaveis; b) na o desprezaveis,
Como se compreende, a total indeslocabilidade dos nos da estrutura nao passa de uma
mera hipotese de calculo, ja que ira sempre ocorrer alguma deformacao lateral. Por esta
razao a designacao adoptada no REBAP [13], art" 58°, tern sofrido alguma contestacao,
No presente texto, e para efeitos daquela classificacao, optou-se pela designacao acima
indicada (estruturas com deslocamentos laterais desprezaveis), quando os deslocamen-
tos, sendo pequenos, dao origem a efeitos de 2a ordem desprezaveis.
A distincao, entre aquelas duas categorias de estruturas, apresenta imimeras dificuldades
associadas a contabilizacao do impedimento ao deslocamento lateral que os elementos
verticais de contraventamento conferem e a quantificacao do que se entende por despre-
zavel. Urn conceito simples, e de consenso generalizado, e 0 de que se uma estrutura
porticada de betao armado possuir elementos de grande rigidez, estes poderao impedirque, apos a deformacao da estrutura devido ao carregamento, 0 deslocamento horizontal
relativo entre pisos (usualmente denorninado por inter-storey drift) seja significativo.
Alem disso, a estabilidade da estrutura e bastante melhorada pela introducao daqueles
elementos, passando a ser eles os responsaveis pela resistencia a totalidade (ou quase)
das solicitacoes horizontais: vento, sismo, etc. Nesta situacao, a hip6tese de indeforma-
bilidade lateral dos n6s extremos dos pilares pode facilmente ser admitida.
Surge, assim, a necessidade de diferenciar 0 comportamento das estruturas com ou sem
elementos de contraventamento (paredes resistentes, micleos rigidos, trelicas verticais,etc.) e estabelecer os seus criterios de verificacao da seguranca. No que respeita a uma
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definicao, os diversos c6digos (§4.3.3.2 do EC2 [8], §6.6.3.1.2 do MC90 [6]), conside-
ram como elementos de contraventamento os elementos estruturais com uma elevada
rigidez a flexao e/ou ao esforco transverso, distribuidos de forma razoavelmente sime-
trica na estrutura e que estao total ou parcialmente encastrados ao nivel da fundacao,
Um elemento de contraventamento, ou urn sistema de elementos de contraventamento,
deve ser suficientemente rigido para receber e transmitir as fundacoes a quase totalidade
(90 a 100%) das forcas horizontais que actuam sobre a estrutura e para assegurar a esta-
bilidade do conjunto contraventado.
Quando submetidos as accoes horizontais, e resultado da sua elevada rigidez, estes
elementos apresentam urn comportamento global semelhante ao de uma consola (em
virtude de os restantes elementos verticais pouco ou nada contribufrem para a resistencia
da estrutura, figura 5) e asseguram a estabilidade do conjunto. As estruturas possuidorasdeste tipo de elementos sao classificadas de contraventadas.
F;;n\f,;,<~giJJ !-,t<--a--+
Diagramademomentos flectores
Figura 5 - Estrutura parede: comportamento global, devido a s solicitacoes, identico ao de urna consola.
Os eventuais efeitos de 2a
ordem a considerar no dimensionamento da estrutura iraodepender da grandeza dos deslocamentos laterais por ela sofridos. A existencia de
elementos de contraventamento, dadas as suas caracterfsticas, permite concluir que:
1. a grande diferenca de rigidez destes elementos face aos restantes, impede a OCOf-
rencia de grandes deslocamentos entre pisos podendo desprezar-se a
contribuicao da deformacao lateral da estrutura no acrescimo dos esforcos dos
pilares;
2. no caso de 0 deslocamento global do topo da estrutura nao poder ser consideradodesprezavel, dando origem a efeitos de 2a ordem relevantes, estes sao transmiti-
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dos atraves dos elementos horizontais (vigas, lajes) para os elementos de contra-
ventamento. Na figura 6 ilustra-se este efeito num portico de urn piso. Os pilares,
por nao contribufrem para a resistencia horizontal, podem considerar-se rotula-
dos, originando a transmissao da totalidade dos efeitos de 2a ordem para 0
elemento de contraventamento.
H
- - -
a) b)
Figura 6 - Estrutura contraventada: a) modele de comportamento para as accoes horizontais; b) trans-
missao dos efeitos de 2" ordem para 0elemento de contraventamento.
Dada a grande rigidez dos elementos de contraventamento eles sao, regra geral, dimen-
sionados a partir dos esforcos obtidos numa analise linear de 1a
ordem. No entanto, equando a altura da construcao e elevada, a deformabilidade horizontal da estrutura au-
menta, podendo os efeitos de 2a ordem tomar-se significativos. 0 termo significativo e
normalmente definido, neste contexto, como a situacao em que os deslocamentos
laterais da estrutura originam urn incremento nos momentos maximos em mais de 10%
relativamente aos calculados numa analise de l" ordem (equilfbrio efectuado na posicao
indeformada da estrutura).
o criterio adoptado por diversos regulamentos, para aferir a importancia dos efeitos de
2a ordem em estruturas contraventadas, e 0 de limitar 0 denominado pararnetro de insta-
bilidade, a",a determinados valores. Este parametro e definido pela expressao
( 5 )
em que htot e a altura total da estrutura acima da fundacao (ou acima do 1° piso nao
deformavel), 'LEcm1c e a soma da rigidez de flexao, calculada em fase nao fendilhada,
de todos os elementos de contraventamento e "L ,Fv a soma de todas as accoes verticais,
nao majoradas, actuantes na estrutura (nos elementos de contraventamento enos
10
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
subconjuntos contraventados). A condicao limite, para a nao inclusao dos efeitos de
2a ordem no dimensionamento, e dada por
com
{
0.2 +Oiln se n : s ; 3
11=0.6 se n ~ 4
(6)
(7)
em que n eo mimero de pisos da estrutura. Os valores limite de C t k > variando entre 0.3 e
0.6, podem ser obtidos assemelhando 0 comportamento da estrutura ao de uma consola
com eargas na extremidade - para estruturas de urn piso - ou com eargas uniforme-
mente distribufdas - no easo de ediffcios altos (figura 7).
Consola sujeita acargas concentradas
Estruturacontraventada
Consola sujeita acargasClisbibtrldas
N - 7.837EIerr: 2
htet
J;f ) = Hh~t"'W 8EI
(N= P . h tet ; H= w . h tot )
Wi u.- - - -
- -I1
- 1 - - hto t
- - - 1 - - 11tet
1N _ 2.467EI
cr- 3 h~t
O ( f f ) : : ; : Hh~f
3EI
Devido aos efeitos de 2a ordem, 0 desloeamento do topo da consola val ser incremen-
tado sendo ° acrescimo, admitindo uma deformada do tipo sinusoidal, dado por
Figura 7 - Comportamento da estrutura contraventada.
NO(N)=-·8N tot
cr
(8)
11
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
o deslocamento total sera igual a soma desta parcela com 0 deslocamento devido as
accoes horizontais
10tot :=; 8(H )+ 8(N )= N ' 8(H )
I--Ncr
(9)
em que 0 termo 1/(1 ~NINer) 6 0 denominado factor de amp Iific acao. Introduzindo os
valores da carga crftica obtidos pela teoria de estabilidade elastica (figura 7) e preten-
dendo-se garantir que os momentos de 2aordem nao excedam a condicao
(10)
e-se conduzido, por simplificacao das expressoes assim obtidas, a
consola de 1 piso: hrot iN ~0.51~Ei
(11)
consola de n pisos: hrot IN s 0.94~Ei
(12)
Sendo a verificacao da seguranca efectuada relativamente a urn estado limite ultimo, as
accoes sao majoradas por coeficientes de seguranca (em geral, Yp=I.5) e a rigidez da
estrutura 6 inferior a elastica devido a fendilhacao (6 usual adoptar urn coeficiente de re-
ducao da ordem dos 0.7). Introduzindo estes valores nas condicoes anteriores, resultam
os limites de 0.35 e 0.64, respectivamente. A analise de situacoes intermedias (2, 3, 4 e
5 pisos), aplicando a mesma metodologia, mostra que a partir de 4 pisos 0 valor limite
apresenta uma variacao muito pequena, tendo-se adoptado a condicao expressa em (7).
A existencia ou nao de elementos de contraventamento e a maior ou menor
sensibilidade da estrutura a deslocamentos horizontais conduzem a sua classificacao em
tres categorias distintas. Os procedimentos regulamentares preconizados para cada umadestas categorias sao de urn modo generico os seguintes:
I. Contraventada e de deslocamentos laterais desprezaveis. Se, devido a grande
rigidez dos elementos de contraventamento, for desprezavel a influencia da
deformabilidade lateral da estrutura, aqueles podem ser dimensionados a partir
dos resultados de uma analise de 1a ordem. No que respeita aos subconjuntos de
pilares por eles contraventados, os eventuais efeitos de 2aordern, que af possam
ocorrer, estao relacionados com a deformacao local do pilar (regra geral, de
menor dimensao e, consequentemente, de menor importancia) podendo nao
12
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
envolver mais nenhum elemento. Torna-se, assim, necessario pro ceder somente a
essa verificacao (identica a de urn elemento isolado).
2. Contraventada e de deslocamentos laterais nao desprezaveis. Na situacao de des-
locamentos globais da estrutura significativos (deslocamento relativo entre 0
topo da estrutura e a fundacao ou 0 primeiro piso nao deformavel) a elevada
rigidez dos elementos de contraventamento da origem a deslocamentos entre
pisos consecutivos (inter-storey drift) desprezaveis. Por esta razao, e razoavel
admitir que, para a verificacao da seguranca dos pilares da subestrutura
contraventada, os nos extremos destes elementos nao sofrern qualquer
deslocamento horizontaL A semelhanca da categoria anterior, deve somente
proceder-se a verificacao local dos possiveis efeitos de 2a ordem. Relativamente
aos elementos de contraventamento torna-se necessaria a execucao de umaanalise de 2a ordem, havendo tarnbem que garantir a resistencia destes elementos
aos possiveis efeitos de 2a ordem gerados pelos subconjuntos contraventados.
3. Nao contraventadas, As estruturas que nao possuam elementos de contraventa-
mento sao, de uma forma geral, classificadas de lateralmente deformaveis,
devendo ser dimensionadas em conformidade (estruturas sensiveis a efeitos de
2a ordem). No entanto , quando 0 nfvel de esforco axial da generalidade dos
elementos verticais nao e elevado e/ou as suas esbeltezas sejam reduzidas, os
efeitos de 2a ordem devido a deslocabilidade lateral da estrutura podem ser
desprezaveis, nao havendo necessidade de os contabilizar.
N Estrutura sensivel a efeitos de 2" ordem.
:::>------1 Avaliacao dos efeitos atraves de analise
global da estrutura
N Elem. de contraventamento: analise de 2" ordem.
~----1 Pilares - sao considerados contraventados; proceder
apenas a verificacao da deformacao local
Elementos de contraventamento: analise de I" ordem
Pilares: sao considerados contraventados; proceder
apenas a verificacao da deformacso local
Figura 8 - Procedimentos regulamentares preconizados na analise dos efeitos de 2a ordem em estruturas
de ediffcios.
13
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
A classificacao da estrutura 6 urn dado irnportante na orientacao do estudo sobre a rele-
vancia dos efeitos de 2a ordern mas, como se conclui dos paragrafos anteriores, s6 se
tom a conclusivo quando associado a definicao (quantificacao) do termo desprezftvel.
Exemplo 1
Considere a estrutura apresentada na figura seguinte (planta e alcado), executada num
betao C20/25 e em aco S400NR. Admita que as cargas permanentes e a sobrecarga de
utilizacao sao assimilaveis a cargas uniformernente distribuidas de 8.0 kN/m2 e
2.0 kN/m2, respectivamente. Verifique se os elementos verticais de contraventamento
(paredes de betao armado com 0.2Ox2.00 mxm) tornam desprezavel a influencia da
deformabilidade lateral da estrutura, segundo arnbas as direccoes,
T5.00
t- -- --
T3.00
+.00
+.00
+3.00
. . . L
II
II
------LL-----------n------II
II5.00
1
Segundo a direccao X, a estrutura apresenta elementos de grande rigidez (paredes de
betao armado com O.20x2.00 mxm). A aplicacao das expressoes (5) e (6) a estes
elementos conduz a
I--.00-+---6.00--1 I--.00---+---6.00--1
Figura 9 - Exemplo 1: geometria (planta e alcado),
h r o t = 12.0m
7 J : : : : 0.2 + o . 1 n }=> 7 J : : : : 0.6
n=4
LN(nao majorado) = (8.0+2.0)x(I2.0+ 10.0)x4.0;:;;: 4800kN
_ 0.2 X 2.03 _ 66 7 E 3 1 . 1 t . 7 2LEI paredes - 29.0E6x4x 12 -154. I<.Hm
donde
14
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
IN ~ 4800--'---- =12.0x =0.21$0.6IE1paredes 15466.7 E3
concluindo-se que a estrutura apresenta deslocamentos laterais desprezaveis segundo a
direccao X.
Segundo a direccao Y, como a estrutura nao apresenta elementos de contraventamento e
automaticamente classificada como estrutura de deslocamentos laterais nao
desprezaveis.
4. Importancia dos efeitos de 2a ordem
4.1. Crlterlos indirectos de aferh;ao
A metodologia correntemente adoptada no projecto de estruturas de betao armado
(dimensionamento dos elementos com base nos esforcos obtidos numa analise elastica
de 1a ordem) obriga a existencia de criterios que permitam, de uma forma simples e coe-
rente, proceder a avaliacao da importancia, ou nao, dos efeitos de 2a ordem. Estes
criterios, expressos nos diferentes codigos, baseiam-se na aceitacao dos esforcos
elasticos como esforcos de dimensionamento dos elementos, desde que a capacidade
resistente da estrutura nao fique reduzida em mais de 10%.No entanto, esta avaliacao na
fase de projecto nao e, em estruturas de betao annado, urn problema simples. Em
virtude de 0 ntimero de parametres intervenientes no fen6meno ser elevado, nao e
possivel estabelecer urn criterio de aplicacao geral. Muitos investigadores tern efectuado
estudos conducentes a seleccao dos parametres que maior influencia apresentam no
comportamento das estruturas aos efeitos de 2a ordem e dos valores que estes assumem
nas situacoes limite. 0 objectivo e conseguir estabelecer, a partir deles, de forma
criteriosa e segura, a fronteira entre as duas regioes: efeitos de 2a ordem desprezaveis ou
nao.
Dado 0 importante papel que apresenta no comportamento de elementos elasticos
comprimidos, a primeira escolha recaiu sobre 0 coeficiente de esbelteza, A . . , definido
como sendo a relacao entre 0comprimento efectivo de encurvadura de urn elemento e 0
raio de giracao da sua seccao,
4.1.1. Comprimento efectivo de encurvadura
Os metodos indirectos de avaliacao dos efeitos de 2a ordem (desenvolvidos a partir da
analise de urn pilar biarticulado), ao exigirem 0 calculo da esbelteza dos elementos pres-
15
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
supoem 0 conhecimento do comprimento efectivo de encurvadura, 10, Este e definido
pela distancia entre pontos de momenta nulo da distribuicao final de momentos, ao
longo do elemento, na ocorrencia de instabilidade. De uma forma simplificada, 0
comprimento efectivo de encurvadura pode ser interpretado como sendo 0 comprimento
de urn pilar biarticulado cujos extremos coincidem com as secedes de momento nulo do
pilar em estudo, figura 10, sendo usualmente expresso ern funcao do comprimento livre
do pilar, pel a relacao
(13)
q\
I
\I
I
I01
L
1Figura 10 - Cornprirnento efectivo de encurvadura de urn elernento cornprimido.
o caso mais simples, e que se encontra devidamente analisado na literatura, e 0 de urn
pilar isolado solicitado axialmente, com condicoes de ligacao nos extremos bern
definidas e admitindo urn comportamento perfeitarnente elastico para os materiais. Na
figura 11 apresentam-se as solucoes obtidas para pilares isolados quando se consideram
diferentes condicoes de apoio.
Numa estrutura generica, mesmo considerando ser valido admitir urn comportamento
elastico perfeito para os materiais, a resposta dos pilares fica dependente de imimeros
factores, pelo que se torna necessaria uma analise mais rigorosa. A determinacao
correcta do cornprimento de encurvadura dos pilares s6 pode ser efectuada tendo em
consideracao os diversos parametres que condicionam a deformacao da estrutura em
regime nao linear (ffsico e geometrico), sob os efeitos das accoes que a solicitam. No
entanto, ele pode continuar a ser definido pela distancia entre os pontos de inflexao da
deformada (reais ou fictfcios se exteriores ao pilar), figura 12.
16
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
Comprimentos
efectivos deencurvadura
teoricos
t t t t t 4
I
lo0.5 0 .7 1.0 1.0 2 .0 2 .0=-
L
Deslocamento transversal .Impedido Nao impedido
dos nos extremos
Figura 11 - Cornprimento efectivo de encurvadura de elementos isolados com diferentes condicoes de
apoio (Johnston [9]).
I1 0
1
Pontos de
L
11 0
--I
Deslocamentos laterais
dos nos n a o impedidos
L
Deslocamentos laterais
dos nos impedidos
Figura 12 - Comprimento efectivo de encurvadura: estruturas lateralmente deformaveis ou nao
(Johnston [9]).
o recurso ao comprimento efectivo de encurvadura e, desde hi muito, pratica corrente
no dimensionamento de p6rticos metalicos ou de betao armado. Em teoria, os factores 17
da equacao (13), para colunas inseridas em estruturas com deslocamentos laterais
desprezaveis ou nao, podem ser determinados rigorosamente por uma analise de
estabilidade do sistema estrutural, tendo side desenvolvidos diversos metodos (Lu,
17
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
1962; Kavanagh, 1962; Johnston, 1976). Infelizmente, uma tal analise nao e pratica, em
virtude de exigir programas de calculo automatico especfficos, regra geral nao dis-
ponfveis, demasiado exigentes (em consumos de tempo e meios) e com diversas
Iimitacoes quanta a aplicabilidade em estruturas de betao armado. Assim, e tendo em
vista a utilizacao em projecto, sao desejaveis tecnicas de mais simples aplicacao. Destas,
a que mais se generalizou foi, sem duvida, ados abacos de Jackson e Moreland [9].
Os modelos adoptados na determinacao dos factores 1 7 , de urn pilar inserido em estrutu-
ras com, ou sem, deslocamentos laterais dos nos impedidos, sao os representados na
figura 13.
a)
~Na a
b)
Figura 13 - Modelos de calculo para a determinacao dos factores 17 (Johnston [9]): a) estruturas com
deslocamentos laterais desprezaveis; b) estruturas com deslocamentos laterais nao despreza-
veis.
Os modelos consistem num pilar (referido por P2 na figura), para 0 qual se pretende
determinar 0 comprimento efectivo de encurvadura, cujas deformacoes sao restringidas
18
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D im en sio na men to d e elem en to s c om pr im id os e sb elto s
por dois pilares de continuidade e quatro vigas concorrentes nos seus nos extremos. As
hipoteses simplificativas adoptadas no estudo foram as seguintes:
- todos os elementos possuem seccao constante ao longo do seu comprimento e
apresentam urn comportamento elastico perfeito;
- os esforcos axiais nas vigas sao desprezaveis;
- os nos de ligacao (A e B na figura 13) sao rigidos;
- as extremidades das vigas estao sujeitas a rotacao, de igual valor absoluto, apre-
sentando 0 mesmo sinal ou sinais contraries (deformada de dupla curvatura ou
de curvatura simples) consoante a hipotese, ou nao, de deslocabilidade lateral da
estrutura (figura 13);
- os parametres de instabilidade (dados pela relacao L .J Ncr 1 El ) sao iguais para
todos os pilares (instabilizacao simultanea),
Com base nestas hipoteses foram deduzidas as equacoes que permitem determinar 0
comprimento efectivo de encurvadura relativo ao comprimento do pilar s n = lolL) entre
extremidades te6ricas (Johnston [9]). Assim:
• Elernento com deslocamentos laterais dos nos extremos desprezaveis
(C X ] C X 2 ) . ( 7 r Y + ( C X ] +
C X2 ) . [ 1 - 7r11J ] + 2tan(nl1]) - 1 = 0 (14)
4 T l ) 2 tan(7r /1]) rr 11]
• Elemento com deslocamentos laterais dos n6s extremos nao desprezelveis
(X ]c x2 (rr/1J ? -36
6(C X 1 + C X 2 )
7 r11J =0
t an(7 r 11 ])(15)
em que
(16)
eo parametro, relativo a cada uma das extremidades do pilar, dado pela relacao entre a
soma da rigidez de flexao dos n pilares que concorrem no no e a soma da rigidez das m
vigas que af tambem concorrem.
A solucao das equacoes (14) e (15) e usual ser apresentada na forma grafica da figura 14
(abacos de Jackson e Moreland [9]), em que as expressoes analiticas equivalentes a
estes abacos sao as seguintes:
19
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
0:1
s 8 : ' 610.0
5.0
4. 0
3. 0
1]
00
100.0
S O . O
30.0
20.0
1]
00
50.010.0
5.0
4. 0
3.0
001 .0 00
10.0
2.0
l.0
10.0
B .O
7.0
6.0
S .O
4 .0
3.0
2.0
1. 0
0.0
a) Elementos com deslocamentos
laterals desprezaveis
b) Elementos com deslocamentos
laterais nao desprezaveis
1]=7.5+4(aj +a2)+1.6aja2
7.5+ (aj +az)
Figura 14 . Comprimento efectivo de encurvadura. Abacos de Jackson e Moreland [9].
20
• Elemento com deslocamentos laterais dos nos extremos nao desprezaveis
100.0
S O . O
30.0
20.0
5.0
4. 0
(17)
(18)
Outros autores, Cranston [7], partindo das hipoteses subjacentes a elaboracao dos aba-cos de Jackson e Moreland e tendo tambem por base a teoria da estabilidade elastica,
deduziram expressoes que constituem uma envolvente superior dos valores do compri-
mento efectivo de encurvadura. Estas expressoes, dependendo do mesmo tipo de para-
metros, apresentam a vantagem de serem de mais simples utilizacao, tendo side
adoptadas por diversos regulamentos (entre os quais 0 REBAP [13]). Assim, e para as
duas hip6teses de deslocabilidade horizontal da estrutura (e consequentemente dos n6s
extremos dos elementos) tem-se:
0.9
2.0
O .B
10.0
8.0
7.0
6.0
5.0
3.0
1 .0 1. 0
0.8
0.7
0.6
0.5
0 0 43.0
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4
4 .02.0.7
0.3 0 . . 3 2.0
0.61. 5
0.2 0.2
),0
0.1 0.1
0.5 0.0.0 0.0
• Elemento com deslocamentos laterais dos nos extremos desprez3.veis
1] = = O.64+1.4(aj +a2)+3a]a2
1.28+2(aj +a2)+3aja2
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
• Elemento com deslocamentos laterais dos nos extremos desprezaveis
(l9.a)
7J=min O.85+0 . 05amin (19.b)
1 .0(l9.c)
• Elemento com deslocamentos laterais dos n6s extremos nao desprezaveis
(20.a)
(20.b)
Algumas das hip6teses adoptadas para a deducao do comprimento efectivo de encurva-
dura sao, naturalmente, discutiveis e nao se adaptam a grande maioria das situacoes pra-ticas. Diversos autores, tendo em vista uma melhor cobertura das situacoes correntes,
analisaram a influencia, de alguns parametres, nas solucoes obtidas e propuseram a
introducao de pequenas alteracoes por forma a melhorar a qualidade dos resultados. De
entre elas podem destacar-se:
- se as condicoes de ligacao nas extremidades mais afastadas das vigas forem
diferentes das anteriormente definidas havera que afectar a rigidez da viga em
causa de urn coeficiente ab de acordo com os valores apresentados no quadro 1
(Johnston et al. [11]). 0 EC2 [8] tern em conta esta proposta de forma
simplificada: 0 coeficiente ab e considerado igual a 1 .0 ou 0.5 no caso da
extremidade oposta da viga se tratar de urn encastramento (perfeito ou elastico)
ou de articulacao, respectivamente~ independentemente do tipo de deformacao da
estrutura.
Quadro 1-Coeficiente corrector da rigidez da viga, c x b '
Tipo de ligacao da extremidade l X t J
mais afastada da viga Pilar com deslocamentos laterais Pilar sem deslocamentos laterals
dos n6s extremos impedidos dos n6s extremos impedidos
Encastramento perfeito 2.00 0.67
R6tula 1.50 0.50
- para pilares com uma das extremidades livre ou assimilavel a uma rotula (sem
transmissao de momentos), 0 coeficiente 11e definido a partir do coeficiente de
rigidez da outra extremidade, a, pela expressao:
21
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
11=2 .0+ O.3a
- para pilares ligados a elementos de fundacao, e possfvel ainda 0 recurso aos
abacos de Jackson e Moreland, desde que se adoptem valores aceitaveis para a
rigidez da ligacao a fundacao. Cranston [7] aconselha que se adoptem os
seguintes valores (aceites pelo REBAP [13]):
a= 0.0, no caso de sapatas que confiram ao pilar encastramento perfeito (rna-
cicos de grandes dimens5es);
a= 1.0, no caso de sapatas que confiram ao pilar encastramento parcial;
a = 10.0, no caso de sapatas cuja ligacao nao assegure transmissao de mo-
mentos.
A determinacao do comprimento efectivo de encurvadura pennite 0 calculo da esbeItezados elementos, pararnetro em funcao do qual sao estabelecidos os criterios de dispensa
ou nao dos efeitos de 28 ordem.
Exemplo 2
Calcule a esbelteza dos pilares das estruturas apresentadas na figura 15, adoptando as
expressoes preconizadas pelo EC2 [8].
150 kN 150kN 300kN 150 kN
~ 35 kN/m I 35 kN/m I II ! I I I I I ! I ! ! I I I I ! I ! ! I t
002017B - T0 ° . 60 0 ° . 60 0 ° .604.00 00.20
0.20 l_ 0.20 0040 0.200040
17-
" " " '"
--12.00 I . . 6.00 · 1 I 6.00 I 6.00_j
I I I
Figura 15 - Exemplo 2: geometria e accoes das estruturas.
Resolucao:
Estrutura 1 - estrutura de deslocamentos laterais desprezaveis
Para a extremidade 1 do pilar (encastramento) pode considerar-se
22
(21)
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
embora, em projecto, por ser mais gravoso, se adopte muitas vezes (X] = 1.0, correspon-
dente a urn encastramento parcial.
Para a extrernidade 2 resulta:
Ipa -.;;::..2 X 0.43-.;;::.10.67E-4m4; Lpil ==4.0m
12
donde
a = ( f l i l = 1O.67E -4x 6.0 = 0.442 ( ! _ l . 4.0 36.00E-4
L 1 9
1 1 0.64+1.4x(0.0+0.44) -.;;::..58
1.28+2x0.0+ 0.44)
resultando
A , : : : :1 0
m = 0.58x4.0xm -.;;::.0.1h 0.4
Neste resultado e de salientar que a existencia de uma viga em consola (na
extremidade 2 do pilar) em nada afecta a esbelteza do elemento, pois ela nao contribui
com qualquer restricao a rotacao da extremidade do pilar. Da mesma forma, a
contribuicao para as restricoes a rotacao das extremidades dos pilares, por eventuais
vigas perpendiculares ao plano do p6rtico, nao sao consideradas dada a pequena rigidez
a torcao destes elementos.
Estrutura 2 - estrutura de deslocamentos laterals nao desprezaveis
Atendendo que a inercia do pilar e das vigas e igual a dos elementos da Estrutura 1,
resulta para 0pilar central:
( f ) P i l 1O.67E-4 1
a2 = = L ( ! _ l : : : : 4.0 x (36.00B - 4 + 36.00B - 4 ) = 0.22
L ~ ~O ~O
23
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
17= 7.5+4x(0.O+O.22) = 1.0427.5+(0.0+0.22)
resultando
A= lom 1.042x4.0xm =36.1
h 0.4
Como se pode constatar, 0 mesmo pilar (de iguaI comprimento e seccao) apresenta
distintos valores de esbelteza consoante as restricoes a rotacao dos nos extremos eo tipo
de estrutura em que esteja inserido (com ou sem deslocamentos laterais desprezaveis).
4.1.2. Limites de Esbelteza
A quase totalidade dos conceitos, actualmente aplicados ao problema da encurvadura de
estruturas de betao, tiveram origem nas solucoes adoptadas para as pecas metalicas
comprimidas. 0 paralelismo da metodologia adoptada tern origem no facto de 0proble-
ma ser, basicamente, 0 mesmo. As principais diferencas situam-se ao nfvel da
capacidade resistente dos materiais (a muito maior resistencia do ago permite a
execucao de pecas muito mais esbeltas) e no seu comportamento (comportamento
elastoplastico para 0 a 90 e acentuadamente nao linear, com ductilidade limitada, para 0
betao).
Somente em 1967, no eBB n° 77 [3], e consagrado 0 conceito de pilar padrao, tendo
side tambem introduzida a diferenciacao entre 0 comportamento de elementos com ou
sem deslocamentos laterais dos seus nos extremos. A analise do comportamento de pila-
res isolados para estas duas categorias permite, entre outras, as seguintes constatacoes:
- 0 comportamento (amplitude de deslocamentos transversais da deformada) de
elementos com e sem deslocamentos laterais das suas extremidades e semelhante
para identicas esbeltezas. Na figura 16exemplifica-se esta afirmacao para 0 casode urn elemento com comprimento efectivo de encurvadura igual ao seu compri-
mento real. Por esta razao foi adoptada a mesma esbelteza limite para as duas
hipoteses de deslocabilidade transversal dos n6s do elemento.
urn pilar biarticulado (elemento com deslocamentos laterais dos n6s impedidos),
quando solicitado por momentos de igual ou de sinal contrario nas suas extremi-
dades, apresenta deformadas de simples ou dupia curvatura, respectivamente.
Os deslocamentos laterals das seccoes interiores, na hipotese de momentos de
sinal contrario, sao claramente inferiores, conforme se ilustra na figura 17.
24
8/3/2019 Dimensionamento Elementos Esbeltos
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
Como con sequencia, os efeitos de 2a ordem, introduzidos pela existencia de urn
esforco axial, sao inferiores podendo permitir-se, nesta situacao, maiores
esbeltezas aos elementos.
Deslocamentos laterais dos n6s:
a) desprezaveis
I= 1 0
1
b) nao desprezaveis
tP
Figura 16 - Semelhanca da deformada de pilares, com a mesma esbelteza, com deslocamentos laterais
dos nos extremos desprezaveis au na o,
1L=10
1
a mdx > 8mQX1 2
J . l .
t1M~ > t1M~
Figura 17 - Influencia nos efeitos de 28 ordem da defonnada associada ao carregamento.
o estudo do comportamento do pilar biarticulado e os dois aspectos anteriores conduzi-
ram as seguintes propostas para as esbeltezas limite de pilares com deslocamentos
laterais dos n6s extremos desprezaveis ou nao (proposta esta adoptada pelo
REBAP [13]):
25
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
pilares com deslocamentos laterais dos nos desprezaveis:
piIares com deslocamentos laterais dos nos nao desprezaveis: 35.0
em que M S d e M ~d representam os valores de calculo dos momentos actuantes nas ex-tremidades do pilar (designadas por a e b, respectivamente), supondo-se I M s d l ? : : I M s d [ .
A principal vantagem da utilizacao da esbelteza do elemento como factor de decisao da
importancia ou nao dos efeitos de 2a ordem reside na simplicidade dos calculos subja-
centes a sua determinacao. Embora 0 coeficiente de esbelteza seja representativo do
comportamento nao linear de uma estrutura, a nao inclusao, nos criterios de decisao, de
outros parametres determinantes no comportamento das estruturas de betao armado e
criticavel. Esta conclusao motivou a execucao de diversos trabalhos de investigacao
com 0 objectivo de propor novos parametres de decisao e respectivos limites, dos quais
se destaeam os de Menegotto e Via [12]. Estes autores propuseram que 0 parametro
limite passasse a englobar, alern do coeficiente de esbelteza, dois dos faetores que
consideraram mais importantes no comportamento dos elementos: a resistencia a
compressao do betao,fcd' e 0 esforco normal reduzido actuante, definido por
NV - SdSd -
Acfcd(22)
A partir de consideracoes te6ricas sobre 0comportamento dos pilares conclufram que tal
relacao pode ser considerada proporcional a denominada esbelteza equivalente, ) . . . J V . Aposterior execucao de testes analfticos conduziu a seguinte proposta (adoptada pelo
EC2 [8]):
{
15c sev <0.36
Alim = '\IV
25 se v »0.36
(23.a)
(23.b)
Relativamente a influencia, na deformada do elemento, das diferencas na excentricidade
da solicitacao nos extremos dos pilares, os trabalhos desenvolvidos confirmam a
acentuada melhoria do comportamento nas situacoes de carregamento que introduzem
dupla curvatura a deformada. Assim, a esbelteza limite pode ser substancialmente
ampliada, sendo conservativa a adopcao de valores duplos dos estipulados para a
situacao de referencia (deformada de curvatura simples) nos casos de excentricidades
iguais e de sinal contrario nas duas extremidades. No quadro 2 apresentam-se os valores
preconizados pelo EC2 [8], para pilares com deslocamentos laterais dos n6s extremos
desprezaveis ou nao, bern como os propostos pelo REBAP [13]. Por forma a evitar a
26
8/3/2019 Dimensionamento Elementos Esbeltos
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
ocorrencia de descontinuidade na expressao da esbelteza limite, e para cobrir todas as
situacoes praticas, adoptou-se uma variacao linear entre aqueles dois extremos.
Quadro 2 - Esbeltezas limite especificadas pelo REBAP [13] e Ee2 [8].
Esbeiteza limite, Alim
Pilares com desiocamentos laterais dos nos Pilares sem deslocamentos iaterais dos n6s
Reguiarnento extremos nao desprezaveis (nos m6veis) extremos desprezaveis (nos fixos)
REBAP 35 50 -15 eo/eo2
15/ - r v se v<0.36
Ee2 25 (2 - eo/eo2)
25 se v;?0.36 i
Na figura 18 ilustra-se, para pilares com deslocamentos laterais dos nos extremos nao
desprezaveis, a variacao da esbelteza limite com 0 nivel de esforco axial reduzido,
proposta por estes dois regulamentos.
REBAP
ECZ
0.0L::-:+-....J...--1--:-=-i---'-___.--;::'-;;;-...L_---l.-"--::~_._---L-"---;:~_,_~-~0.00 020 0.40 0.60 0.80 1.00
V
Figura 18 - Limites de esbelteza de piIares com deslocamentos laterais dos n6s nao desprezaveis
(Ee2 [8] e REBAP [13]).
27
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
Exem plo 3
Para as estruturas consideradas no Exemplo 2, compare os valores obtidos para a
esbelteza com os correspondentes valores de esbelteza limite preconizados pelo EC2 [8]
e REBAP [13] para esses mesmos elementos.
Resolucao:
Estrutura 1 - Pertencendo 0 pilar a uma estrutura de deslocamentos laterais desprezaveis
e sendo a sua esbelteza igual a 20.1, ela e inferior a esbelteza limite (esta e funcao dos
esforcos de 1a ordem, confonne se pode constatar do quadro 2, valendo no mfnimo 35
ou 25, de acordo com 0REBAP [13] e Ee2 (8], respectivamente). Refira-se, no entanto,
que neste tipo de estruturas, a esbelteza limite e em regra superior (funcao dos
momentos de 1a ordem instalados nas extremidades dos pilares, podendo atingir 65 ou
75 para aqueles dois c6digos), em virtude das maiores restricoes impostas a deforrnacao
dos pilares.
Estrutura 2 ~ Pertencendo 0 pilar a uma estrutura de deslocamentos laterais nao
desprezaveis e sendo a sua esbelteza igual a 36.1, este valor e superior a esbelteza limite
preconizada pelo REBAP [13] (AUm = 35.0) . De acordo com 0 EC2, a esbelteza limite e
funcao do nivel de esforco axial instalado no pilar. 0 calculo elastico da estrutura
conduziu a urn esforco axial 543 kN, resultando:
v = 300 = 0.510.2 x 0.4x 13.3£3
donde
Alim = max(25; J k ) = 25 .00.51
pelo que, pelo Ee2 [8], a esbelteza do pilar tambem e superior a esbelteza limite,
havendo que pro ceder a quantificacao do efeitos de 23ordem.
5. Metodos simplificados de avaliacao dos efeitos de 23 ordem
Estabelecido 0 erro considerado admissfvel para a nao inclusao dos efeitos de 2a ordem
no processo de dimensionamento e apresentados os criterios indirectos, estipulados nos
diversos regulamentos, que permitem a sua afericao de urn modo simplificado, 0
problema dos denominados pilares curtos (com esbelteza inferior
aesbelteza limite) fica
28
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
resolvido. Quando a esbelteza limite e excedida, deixa de ser possfvel a dispensa
daqueles efeitos pelo que se toma necessaria a sua quantificacao.
Qualquer estudo rigoroso sobre os efeitos de 2a ordem em elementos axialmente com-
primidos requer a execucao de uma analise nao linear da estrutura, tendo em
consideracac 0 equilfbrio na posicao deformada (nao linearidade geometrica) bern como
o comportamento nao linear dos materiais (nao linearidade ffsica), Em virtude da
complexidade inerente a este tipo de analise e dos moderados efeitos de 2a ordem
registados, regra geral, em grande parte dos pilares de estruturas de betao armado (resul-
tantes do nivel moderado de tensoes de compressao admissfveis para 0 betao), os
regulamentos permitem a adopcao de metodos simplificados de quantificacao destes
efeitos.
A semelhanca dos procedimentos adoptados para as estruturas metalicas, os metodos
preconizados para os elementos comprimidos de betao annado tern os seus fundamentos
em estudos efectuados em pilares isolados, sendo as conclusoes generalizadas para os
pilares inseridos em estruturas. Nos paragrafos seguintes, procede-se a apresentacao e
descricao dos principais metodos simplificados adoptados na avaliacao dos efeitos de
2a ordem em pilares de betao armado. Por uma questao de sistematizacao optou-se por
efectuar a apresentacao separada das metodologias relativas ao pilar isolado e ao pilar
inserido em estruturas.
5.1. Pilar isolado
o estudo de elementos comprimidos e usualmente efectuado a partir de urn pilar sim-
plesmente apoiado, axialmente solicitado por urn esforco axial de compressao, com ou
sem excentricidades nos apoios (iguais ou diferentes), como ilustrado na figura 19. As
diferentes filosofias de projecto deram origem a rnetodos diferenciados de
contabilizacao dos efeitos de 2a ordem. Destes, 0 que mais se destacou foi 0metoda das
excentricidades adicionais, baseado num pilar padrao (model column method) e adopta-do pelos principais regulamentos europeus (EC2 [8],MC90 [6], REBAP [13]).
o elemento em estudo e analisado a partir de urn pilar equivalente, figura 20, em
consola ou simplesmente apoiado, de igual seccao e esbelteza, solicitado pelo mesmo
esforco axial e tal que 0momento de 1a ordem na seccao mais esforcada, denominada
seccao crftica, seja 0mesmo. As conclusoes obtidas para 0 pilar padrao, relativamente
aos efeitos de 2a ordem, sao depois atribuidas ao pilar em analise. Nos paragrafos
seguintes descrevem-se as principais caracteristicas do comportamento do pilar padrao e
das secedes de betao armado que fundamentam a metodologia regulamentar.
2 9
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
,f-eoltpI r---
\
Figura 19 - Elemento de base para 0 estudo dos efeitos de 2' ordem em pilares de betao armado.
Para 0 pilar de geometria indicada na figura 20, constitui uma boa aproximacao admitir
que a sua defonnada e do tipo sinusoidal. Pode, assim, escrever-se que 0 deslocamento
transversal de uma seccao, a distancia x do ponto de aplicacao de carga, e dado por
(24)
, f - e iN
I
1f x Y
otN
1 f x Ys L=Io
L = 1 0 / 2
1
Figura 20 - Geometria do pilar padrao: seccao crftica,
sendo 80 maximo deslocamento relativo entre seccoes do elemento e t o 0 comprimento
efectivo de encurvadura. Atendendo a que
~(x) ~ -Y"(x)r
(25)
a recurso a equacao (24) permite relacionar 0 deslocamento Dcom a curvatura da seccao
crftica, ilrcri' resultando
30
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
(26)
A deformacao transversal do elemento associ ada a existencia de urn esforco axial da
origem a urn acrescimo de momentos, denominados por efeitos de 2a ordem.
Tratando-se de urn elemento isostatico, 0 momento total na seccao critica pode
escrever -se
(27)
podendo concluir-se que a parcel a relativa aos momentos de 2a ordem, no pilar padrao,
apresenta uma variacao aproximadamente linear corn a curvatura da seccao mais
esforcada (figura 21). Esta parcel a pode ser reescrita na forma
(28)
ern que e2 ' usualmente designada por excentricidade de 2aordem, e dada por, conside-
rando a aproximacao n2 :: ; 10,
[2 1e2 =JL_
10 reri
(29)
Figura 21 - Variacao do momento de 2" ordem com a curvatura da seccao crftica do pilar padrao,
Conhecida esta relacao, e importante para uma melhor compreensao das expressoes
regulamentares, proceder a analise dos diagram as momentos-curvaturas de uma seccao
de betao armado. Estes diagramas dependem, de forma acentuada, do nivel de esforco
axial instalado na seccao. Na figura 22 ilustra-se a forma generic a destes diagramas para
uma seccao rectangular duplamente armada (seccao mais frequente em pilares de betao
armado) quando sujeita a diferentes esforcos axiais. Os diagramas representados na
figura pressup5em que 0 esforco axial e mantido constante durante toda a analise, As
31
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
principais caracterfsticas dos diagramas, com consequentes implicacoes ao nfvel da
resposta dos elementos, sao as seguintes:
- curvatura ultima: a curvatura associada a rotura da seccao reduz-se consideravel-
mente com 0 aumento do nfvel do esforco axial;
- curvatura de cedencia: a curvatura associada a cedencia da armadura traccionada
aumenta ligeiramente com 0 nivel de esforco axial ate valores do esforco axial
reduzido proximos de 0.4 (regiao do diagrama envolvente de esforcos, NR£MRd,
em que a existencia de urn esforco axial e favoravel no comportamento da
seccao), Para nfveis de superiores a armadura, se traccionada, deixa de entrar em
cedencia;
- ductilidade: nftida reducao da ductilidade da seccao com 0 aumento do esforco
axial. Esta reducao toma-se mais acentuada para nfveis de esforco axial reduzido
superiores a 0.4 (roturas condicionadas pelo betao).
M 4No <Nl<N 2<N 3
N > 0 (compressao)
4
No=O
1 - Fendilhacao
2 - Plastificacao da armadura traccionada
3 - Plastificacao da armadura de compressao
4 - Rotura da seccao
1 /r
Figura 22 - Diagramas de momentos-curvaturas para diferentes esforcos axiais.
Refira-se, em primeiro lugar, que urn pilar inserido numa estrutura de betao armado nao
esta submetido a urn esforco axial constante. No entanto, e para 0 par de esforcos nele
instalados num dado instante, a curvatura da seccao e muito semelhante a que se obteria
para os mesmosesforcos,
numa analise aesforco
axial constante, pelo que as conclusoes
32
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
extrafdas para os diagramas tracados podem, sem prejufzo dos resultados, ser generali-
zadas.
Tendo em atencao a forma dos diagramas de momentos-curvaturas e tendo presente que
o esforco axial de compressao ira dar origem a urn acrescimo de momentos, equa-
9ao (28), e facil concIuir que, para 0 pilar padrao, a curvatura associada a uma determi-
nada solicitacao, que envolva accoes verticais, sera superior a obtida numa analise de
1a ordem (figura 23).
l/r[ l/'tot 1/r
MIN=cte I
Figura 23 - Aumento da curvatura da seccao cntica associada a ocorrencia de efeitos de 2a ordern,
o aumento de curvatura e consequente aumento de momento na seccao crftica, podem
ser interpretados como uma diminuicao da capacidade resistente do pilar (para urn dado
momento flector instalado na seccao, os esforcos de 1a ordem serao tanto menores quan-
to maiores os efeitos de 2a ordem introduzidos). Esta diminuicao e tanto mais acentuada
quanto maior for 0 esforco axial actuante e a esbelteza do pilar, podendo conduzir a
situacoes de colapso sem ocorrencia da rotura dos materiais (usualmente denominadas
roturas por instabilidade), conforme ilustrado na figura 24.b.
Graficamente, a situacao de rotura atinge-se para a curvatura correspondente ao ponto
da tangencia entre 0 diagrama de momentos-curvaturas e a recta que traduz a evolucao
dos momentos de 2a ordem. Existindo uma acentuada quebra de rigidez apos a cedencia
das armaduras (ponto A da figura 24) facilmente se concIui que, quando os efeitos de
2a ordem se tornam importantes (grande inclinacao da recta que traduz estes efeitos), a
rotura tende a coincidir com esta situacao, Alem disso, sendo a reserva de capacidade
resistente das seccoes de betao annado pouco significativa apes a cedencia da annadura,e natural a consideracao desta situacao como a determinante no estudo do problema.
33
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
M
Mm a xI
M m d xI
Ifru l/r Ifry If ru l/rfry
a ) b)
Figura 24" Tipos de rotura em analises que incluam os efeitos de 2a ordem: a) pelos materiais, atin-
gindo-se a curvatura ultima da seccao (llrror=llr); b) por instabilidade (ilrrot<l/ru).
Como atras se referiu, na analise ao comportamento das seccoes de betao armado, a cur-
vatura de cedencia atinge urn maximo para niveis de esforco axial reduzido pr6ximos de
0.4. Para niveis de esforco axial inferiores, os efeitos de 2aordem perdem importancia
face aos momentos de 1a ordem pois a ligeira diminuicao da curvatura de cedencia da
seccao esta tambem associada a diminuicao do esforco axial. 0 recurso a maxima curva-
tura de cedencia conduzira a estimativa, por excesso, dos efeitos de 2a
ordem. Paranfveis de esforco axial superiores, deixa de ocorrer a cedencia das armaduras (regiao das
denominadas roturas frageis), desaparecendo do diagrama de momentos-curvaturas a
acentuada quebra de rigidez. Nesta regiao, em que os efeitos de 2a ordem adquirem
grande relevo, a curvatura de rotura passa a ter uma variacao contraria a do esforco
axial, sendo conveniente uma avaliacao de forma mais rigorosa.
Esta consideracoes conduziram a proposta, expressa no Model Code 78 [4], de inc1uir
urn momenta adicional, para ter em conta os efeitos de 2a ordem no dimensionamento
de pilares de betao armado, obtido a partir da expressao (28). A curvatura atribufda a
seccao crftica corresponde a maxima curvatura associada a cedencia das armaduras
traccionadas. Atendendo as relacoes constitutivas de calculo adoptadas para os materiais
(extensao maxima admissfvel para 0 betao igual a 3.5%0), 0MC78 [4] propos, para 0
calculo daquela curvatura, a seguinte expressao:
0.0035 + f sydEs
- - ~---__':::"...L'1Jd
1
34
(30)
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
em que fsyd e E, sao a tensao de cedencia e 0 modulo de elasticidade da armadura,
respectivamente, d a altura util da seccao e 1]urn coeficiente que pretende traduzir a
diminuicao da curvatura da seccao para nfveis de esforco axial reduzido superiores a
0.4. Este coeficiente foi inicialmente proposto igual a
0.4 01]=-:5,1.
vSd
(31)
o REBAP [13] (1983), tendo como base 0 MC78 [4], optou por uma especificacao
simplificada, na forma
5.0E-3-:= 'r]
h
1(32)
obtido admitindo, para a extensao de cedencia do aco, urn valor aproximado de 2% 0 e
considerando d=0.9h.
Estudos posteriores, tendo por base relacoes constitutivas mais realistas para 0 betao,
com inclusao de sojtenning, conduziram a alguns ajustes aquelas express5es. Actual-
mente, e demodo consensual (MC90 [6],Ee2 [8]), e adoptada a expressao
(33)
com
(34)
em que
8 sy d - extensao de cedencia da armadura (csyd:= fsyclEs);
Nud - valor de calculo da capacidade ultima da seccao em compressao simples
( N ud = 0.85 fed Ac + fsy d As> ao qual corresponde uma curvatura ultima
nula);
NSd - valor de calculo do esforco normal actuante;
Nbal - esforco axial associado ao maximo momento resistente da seccao
(Vbal <o S 0.4).
Esta expressao, alern de admitir uma curvatura critica associada a entrada em cedencia
de ambas as armaduras, tern incluido 0 coeficiente k2 que traduz de forma rnais correcta
a diminuicao de curvaturas com 0 esforco axial (correspondendo-lhe, no caso limite de
compressao simples, uma curvatura nula). 0 principal inconveniente e a dependencia
35
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
deste coeficiente com a solucao final de armaduras, a qual e desconhecida em fase de
projecto (urn calculo rigoroso da curvatura critica obriga a execucao de urn pequeno
processo iterativo).
1 3 ainda de referir que na expressao da excentricidade de 2a ordem, proposta pelo
EC2 [8], aparece urn coeficiente k J > introduzido com 0 objective de evitar a ocorrencia
de descontinuidade nos momentos de dimensionamento quando se excede a esbelteza
limite (atente-se que a inclusao dos efeitos de 2a ordem s6 e necessaria para valores de
esbelteza superiores ou iguais a esbelteza limite, 0 que se traduz na existencia de uma
descontinuidade a esquerda deste valor). No entanto, a solucao preconizada por este
regulamento merece alguns reparos, pois nao atinge os objectivos a que se propoe, pelo
que nestas folhas se aconselha a adopcao de urn coeficiente k1 unitario.
Exemplo4
Avalie os efeitos de 2a ordem num pilar em consola, de seccao de 0.4OX0.40 (mxm) e de
3.0 m de altura, sujeito a duas cargas concentradas, aplicadas na extremidade livre e
iguais a NSd = 1000.0 kN e HSd = 20.0 kN. Considere urn betao C20/25, d = 0.36 m e
adopte as regras preconizadas pelo EC2 [8].
Resolucao:
Tratando-se de urn pilar em consoIa, 0 comprimento efectivo de encurvadura e igual ao
dobro do cornprimento real (lo = 6.0 m), pelo que
A = = 1 0m = = 6.0xm = 52.00.4 0.4
o esforco axial reduzido vern
v = = 1000 = 0.46
0.42x13.3E3
pelo que
AU m = = max(25.0; ~ ) = 25.00.46
e, como A> AUm, os efeitos de 2a ordem nao sao desprezaveis. A sua quantificacao pode
ser feita a partir da equacao (28), considerando a curvatura da seccao critica dada pela
expressao inserida no Ee2 [8]. Assim, admitindo para k2 urn valor unitario, tem-se
36
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
2xl.74E -3x1.0 .6.02 - = 0,039m0,9x 0.36 10
resultando
5.2. PHares inseridos em estruturas
Apresentadas as expressoes regulamentares aplicaveis a pilares isolados, procede-se, em
seguida, a analise do problema de pilares inseridos em estruturas. A resposta de urn pilar
inserido numa estrutura ira, necessariamente, depender do comportamento (deformabili-
dade, rigidez das Iigacoes, distribuicao de carga, etc.) da propria estrutura. Os eventuaisefeitos de 2a ordem, associados a existencia de esforcos axiais nos pilares, vao estar rela-
cionados, em termos de grandeza, com a dirnensao dos deslocamentos horizontais sofri-
dos pelo elemento e, na forma como se distribuem intemamente pelas diferentes
seccoes, da relacao de rigidez entre os diversos elementos que concorrem nos n6s.
Sendo 0 comportamento dos elementos muito diferenciado, conforme se insiram ou nao
em estruturas lateralmente deformaveis, e usual diferenciar a analise dos pilares perten-
centes a estas duas categorias de estruturas.
5.2.1. Estruturas com deslocamentos laterais desprezaveis
As estruturas assim classificadas sao possuidoras dos denominados elementos de
contraventamento (elementos de grande rigidez, responsaveis pelo impedimento as
deformacoes laterais). Nestas estruturas, ha necessidade de diferenciar, na analise, 0
comportamento dos elementos de contraventamento dos restantes elementos verticais.
5.2.1.1. Pilares
Sendo desprezaveis os deslocamentos laterais dos pisos e, consequentemente, dos nos
extremos dos pilares, os efeitos de 2a ordem introduzidos nestes elementos podem ser
atribuidos unicamente a deformacao transversal que apresentam no vao. Por esta razao,
a grande maioria dos regulamentos, actualmente em vigor, preconizam que 0 estudo dos
pilares inseridos neste tipo de estrutura possa ser considerado equivalente ao de urn
elemento isolado. A avaliacao dos efeitos de 2a ordem passa, assim, a ser efectuada a
partir de urn pilar isolado de iguais caracteristicas geometricas (igual seccao e
esbelteza), solicitado por esforcos equivalentes, conforme se indica na figura 25 -
37
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D im en sio na me nto d e ele me nto s co mp rim id os e sb elto s
avaliacao dos efeitos de 2a ordem atraves da consideracao da excentricidade de
2a ordem, referida em 5.1.
N~ M 2
· · · · · · · r . . · · · ·1 0 =
. . L . . . .N t M i M i
M . z
+
Mto t
Figura 25 - Pilar inserido em estruturas com deslocamentos laterais desprezaveis: analise a partir da sua
transformacao num pilar isolado equivalente.
Para pilares de seccao transversal constante (em dimensoes e quantidade de armadura,
ignorando eventuais sobreposicoes) e sujeitos a momentos de la ordem, M a e M b, de
valor diferente nas duas extremidades tais que 1 M a l ~ 1 M b l , com variacao linear ao
longo do elemento, 0 momento de dimensionamento da seccao critica, Me (seccao de
maximo momento total, figura 25) e dado por:
{
O.6M a + D.4M b
M -max-
O.4Ma
ao qual deverao ser acrescidos os efeitos de 2a ordem determinados para 0pilar.
Esta expressao consiste na adaptacao, para as estruturas de betao, dos resultados obtidos
por Austin [1] no estudo de pilares metalicos, Nestes, dada a grande ductilidade do
material, e possivel aceitar que, atingidos os esforcos de cedencia nas extremidades e
existindo reserva de capacidade resistente nas seccoes interiores, os efeitos de 2aordem
sejam transmitidos para 0 interior do elemento (figura 26.a), havendo somente que
garantir que nao sao excedidos os momentos nas extremidades.
38
(35.a)
(3S.b)
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
Mtot Mtot
MIl
a) b)
Figura 26 - Efeitos de 2a ordem: a) elemento com capacidade de formacao de r6tulas plasticas; b)
cornposicao dos momentos internes, numa situacao generica de carga, num elemento com
deslocamentos dos n6s extremos impedidos.
Embora aceite por quase todos os regulamentos europeus, a extrapolacao deste raciocf-
nio para as estruturas de betao armado levanta algumas reservas. Por urn lado, dado quea rigidez associada as ligacoes das extremidades dos pilares nao e constante ao longo da
hist6ria de carga, os efeitos de z a ordem variam, simultaneamente e de forma gradual,com a solicitacao (efeito semelhante ao de uma deformacao imposta num elemento
hiperstatico, figura Z6.b). Por outro lado, e importante salientar que a ductilidade das
seccoes de betao armado, solicitadas em flexao composta, e reduzida, diminuindo
significativamente com 0 aumento do nfvel de esforco axial. Por esta razao, alguns
regulamentos CBS8110 [2]) preconizam que, em pilares inseridos em estruturas com
deslocamentos laterais desprezaveis, se proceda tambem a avaliacao da influencia dos
efeitos de z a ordem nos esforcos das seccoes de extremidade.
5.2.1.2. Elementos de contraventamento
Sendo os deslocamentos laterais da estrutura desprezaveis, 0 dimensionamento dos
elementos de contraventamento e, regra geral, baseado numa analise de primeira ordem
(dimensionamento tendo por base os esforcos elasticos obtidos na analise da estrutura).
5.2.2. Pilares em estruturas lateralmente deformaveis
39
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
o estudo do comportamento de urn pilar inserido numa estrutura lateral mente deform a-
vel exige uma analise mais cuidada. Em primeiro lugar, e possfvel constatar que os efei-
tos de 2a ordem associados a diferenca de deslocamentos sofridos pelos n6s extremos de
urn pilar de urn dado piso, neste tipo de estruturas, sao maximos junto a esses n6s (figu-
ra 27). Aqueles efeitos irao depender da intensidade da solicitacao vertical actuando ao
nfvel do piso, sendo ainda agravados pelos efeitos associados ao deslocamento horizon-
tal das cargas aplicadas em todos os pisos superiores.
+
Mtot
Figura 27 - Efeitos de 2" ordem em pilares com deslocamentos laterais nao desprezaveis dos n6s.
E ainda de referir que, com a avaliacao dos efeitos de 2a ordem, se pretende garantir que
a capacidade resistente da estrutura nao seja diminuida. 0 objective dos procedimentos
de calculo e estimar 0 acrescimo de esforcos associados a deformacao da estrutura e
dimensionar os seus elementos em conformidade. Dado 0 funcionamento global da
estrutura, 0 dimensionamento para 0 acrescimo de esforcos nas extremidades dos pilares
s6 e eficaz (conduzindo, portanto a urn acrescimo de resistencia global) se se garantir
que os elementos que concorrem nos n6s tern, tambem eles, capacidade para resistir a
esses acrescimos (solucao equilibrada), como se pode observar na figura 28.
Por estas razoes se aconselha, nos principais c6digos, que a avaliacao dos efeitos de
2a ordem neste tipo de estruturas se deve efectuar a partir de analises globais, tendo em
conta as diferentes fontes de nao linearidade (iinica forma, alias, de prever eventuais
instabilidades do conjunto).
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
LiM ? -
Figura 28 - Estrutura lateral mente deformavel: agravarnento dos esforcos nos elementos secundarios,
Embora com algumas reservas, dadas as dificuldades associadas a execucao de analises
nao lineares e a grandeza moderada dos efeitos de 2a ordem na maioria das estruturas de
betao annado, os regulamentospermitem, mesmo para este tipo de estruturas, a adopcao
de metodos simplificados de calculo. No entanto, a sua aplicabilidade e duvidosa, dando
origem a diferentes interpretacoes, com todos os problemas daf decorrentes.
Nos paragrafos seguintes procede-se a apresentacao da metodologia inserida nos
principais regulamentos, actualmente em vigor, e de uma proposta considerada mais
coerente com 0 comportamento estrutural.
5.2.2.1. Metodo da excentricidade adicional
o REBAP [13] (art°. 60.3) permite, caso nao seja de temer a instabilidade de conjunto, aadopcao do metodo das excentricidades adicionais, considerando que a esbelteza de
cada pilar de urn dado piso e igual ao valor medic das esbeltezas dos pilares desse piso,
nao se podendo, porem, relativamente a cada pilar, ser conduzido a uma capacidade re-
sistente inferior a que se obteria considerando 0 pilar como pertencendo a uma estrutura
sem deslocamentos laterais. Embora este regulamento nao estabeleca uma definicao
para a esbelteza media, subentende-se ser identica a apresentada no e B B n° 139 [5],
obtida a partir da hip6tese de encastramento total dos pilares nos pisos (0 que constitui
uma aproximacao por vezes grosseira, razao pela qual e contestada por diversos
investigadores) e da indefonnabilidade axial das vigas, figura 29. A partir daquelas
hip6teses e possfvel escrever
(36)
41
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
sendo H a forca horizontal actuante no topo do piso, 8 0 deslocamento horizontal
relativo entre pisos devido a forca H, E; 0 m6dulo de elasticidade do betao, L.A 0
somatorio das areas das seccoes dos pilares do piso e Lpiso a altura do piso.
Jr
" " " " = : : : ; i""" = IE3.
0 = HL p t S C • med L12 E DI 1 0 =
Figura 29 - Modelo adoptado para a definicao de esbelteza media do piso.
o E e 2 [8] (§A.3.5), embora mais recente, continua a permitir 0 recurso aos metodos
simplificados de acrescimos de momentos flectores. A principal alteracao, apresentada
por este codigo, traduz-se na melhor definicao da fronteira de aplicabilidade destes
metodos. 0 recurso a metodos simplificados passa a estar limitado aos p6rticos
regulares, entendendo-se por regulares os p6rticos formados por pilares e vigas que
apresentem uma rigidez nominal semelhante e em que os coeficientes de esbelteza
media dos pilares de todos os pisos (calculados a partir de (36)) nao excedam 0 maior
dos seguintes valores:
{
50
A-med smax 20
JVmed
(37.a)
(37.b)
em que
Vmed (38)
referindo-se os somat6rios da expressao anterior a todos os pilares do piso em analise
(para cada direccao ou plano de encurvadura).
o recurso ao conceito de esbelteza media, que estes regulamentos preconizam, permite a
aplicacao do metodo das excentricidades adicionais e a consequente resolucao do
problema de uma forma simplificada. No entanto, dado que a excentricidade de
2
a
ordem depende nao s6 do comprimento efectivo da encurvadura mas tambern dadimensao doelemento em analise, e-se conduzido, regra geral, a diferentes
42
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D im en sio na men to d e e lem en to s c om pr im id os esb elto s
excentricidades para as extremidades dos pilares de urn rnesrno piso, contrariamente ao
que se considera correcto.
Exemplo 5
Considere-se a estrutura representada na figura seguinte, submetida a s accoes nela
apresentadas. Calcule os esforcos de dimensionamento da estrutura por aplicacao do
metodo da excentricidade adicional.
1500.0kN35.0 kN/m
I 400.0kN!
30.0kN I I I IT
PI D 0.60 P2I
0040 0.30 0.30 4.00 Materiais:00.30 00.30
1C20/25, S400
rr;'n rrh-?
I6.00
II I
Figura 30 - Exemplo 5: geometria e accoes,
Resolucao:
Admitindo encastramentos com algurna capacidade de r o ta ca o , te rn -s e
0.3X 0.43a2=----
4.06.0 3 =0.444
0.3 x 0.6
Pilar 2 - a] = 1.0
0.3 x 0.33a2=----
4.06.0 3 =0.188
0.3x 0.6
donde
7JPJ = 7.5+4x(0+0.444) =1.08 ~ lo =1.08x4.0=4.32m7.5 + (0+0.444)
43
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
1 J P I: : : : : 7.5+4x(0+0.188) =1.04
---7 1 0 =1.04x4.0 =4.16m7.5+(0+0.188)
e
Procedendo ao calculo das excentricidades de 2a ordem com recurso as expressoes
propostas pelo EC2 [8],
e admitindo k 1 :::::1.0 e k2 = 1.0 (por simplificacao) tem-se:
eP I = 2x1.74E-3. 4.322=0.020m
2 0.9 x0.36 10
eP2::::: 2X1.74E-3. 4.162=0.025m
2 0.9xO.27 10
sendo os acrescimos de momentos, devido aos efeitos de 2a ordem, nas extremidades
dos pilares, dados pelo produto dos valores atras obtidos pelo esforco axial instalado nos
pilares. 0 principal inconveniente deste modele de avaliacao dos esforcos de 22 ordem eo nao agravamento dos esforcos nas extremidades das vigas e nas fundacoes, que
necessariamente ira ocorrer.
5.2.2.2. Metodo do acrescimo de [orcas horizontals
Para compreender 0 funcionamento de pilares inseridos em estruturas lateralmente
deformaveis (cujo comportamento envolve imimeras variaveis que dificultam 0 estudo
do problema) discutem-se seguidamente as caracteristicas do funcionamento conjunto
de pilares a partir da analise de uma estrutura muito simples, constituida por dois pilares
e uma travessa axialmente indeformavel, figura 31.
Admita-se que urn dos pilares, PI, e dimensionado para os esforcos de la ordem,
(NPl, M~i), obtidos numa analise elastica da estrutura, e que 0 outro, P2, e executado
com uma quantidade de armadura superior a necessaria (pilar com reserva de
resistencia), Considere-se que a historia de carga, numa analise nao linear, consiste na
aplicacao simultanea de dois esforcos axiais distintos, em cada urn dos pilares, NPi e
Np2, e de uma forca horizontal H actuando ao nfvel da travessa, consideradas monotoni-camente crescentes ate a rotura. Se se considerarem os pilares isolados e sujeitos a mes-
44
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
rna historia de carga, conclui-se que 0 pilar PI, estando pormenorizado com as
armaduras correspondentes aos esforcos de I a ordem, colapsa para uma carga inferior a
de dimensionamento, devido aos efeitos de Z 3 ordem. Por outro lado, 0 pilar P Z , em que
a armadura the confere uma reserva de resistencia, atinge uma situacao de equilfbrio
estavel, com esforcos superiores aos elasticos, sem a ocorrencia de rotura.
H + N P l + N nHP 1=
Ipl·H
1- EA=oo lpl+ In
Hn=H_HP1
L .Pl Elp1 P2 EIn
jM~l=HPIL
a)
Figura 31- Estrutura em estudo: a) modelo de calculo; b) esforcos elasticos.
Analise-se agora 0 comportamento destes pilares, quando integrados na estrutura. A
existencia de uma travessa axialmente indeformavel obriga a que os deslocamentos, no
topo, sejam iguais. Sendo a deformada de urn pilar em consola do tipo sinusoidal, e
possivel escrever
12 18 z_2___
topo 10rbase
pelo que, quando a estrutura e solicitada, a curvatura nas seccoes de encastramento de
ambos os pilares sera da mesma ordem de grandeza (esta hipotese, constituindo uma
aproximacao, revelou-se, no entanto, bastante aceitavel na gama de valores usualmente
interessados na analise, confonne se verificou em estudos parametricos efectuados por
Vinagre [14]), Assim, em qualquer instante e atendendo a (39), e possivel escrever:
[2 1 [2 1Mpi =(H -F)·L+Np1,_g_·-- ; MP2 =F·L+Npr_2_-- (40)
J 0 rbase 10 rbase
sendo F a forca na travessa. Do equilfbrio de momentos global na base dos pilares
resulta:
(39)
(41)
45
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
Nestas condicoes, 0 comportamento global da estrutura pode ser interpretado e
analisado a partir do diagrama soma de momentos-curvaturas dos diferentes pilares,
(I,M i-1/ r), como ilustrado na figura 32.
P ila r 2
M Estrutura
MA,loJ
P ilar 1
lIrA
Figura 32 - Estrutura constitufda por dois pilares unidos por uma travessa: diagramas de mementos-cur-
vaturas dos pilares e diagrama soma ( L M i-1 / r ).
Atendendo as caracteristicas dos diagramas de momentos-curvaturas das seccoes de be-
tao annado e a evolucao dos momentos de 2a ordem, pode afirmar-se que 0 colapso e
condicionado pelo elemento mais rfgido, quer se verifique urn fen6meno de
instabilidade (ponto B) ou de rotura dos materiais. Se os esforcos axiais sao moderados
(v<O.4), a acentuada quebra de rigidez, associada a entrada em cedencia das annaduras
do pilar mais rigido, condiciona a rotura por instabilidade (tanto mais quanta maior for a
esbelteza dos elementos que compoem a estrutura). Se os esforcos axiais sao mais
elevados, as curvaturas de rotura sao reduzidas assim como 0 "patamar" de cedencia,
continuando a rotura, regra gera1,a ser condicionada pelo pilar que admite menores cur-
vaturas (pilar mais rigido ou com maior esforco axia1,quando semelhantes).
Vinagre [14] mostrou ser valida a relacao entre a maxima excentricidade de 2a ordem,
admissivel para urn pilar, e a curvatura da seccao critica e que as expressoes regula-
mentares permitem obter uma boa estimativa do seu valor. Assim, e tendo em conside-racao os comentarios anteriores, e possfvel concluir que 0 deslocamento dos nos
extremos dos pilares, quando integrados na estrutura, estara condicionado pelo valor da
excentricidade de 2a ordem do pilar mais rigido (e2,min)'
Evidentemente que uma avaliacao mais rigorosa dos efeitos de 2a ordem so e possfvel a
partir de metodos que envolvam uma analise global das estruturas. Os resultados das
analises nao lineares do exemplo referido permitem verificar a gradual diminuicao da
forca transmitida ao pilar mais flexivel chegando mesmo a ocorrer a inversao do sentido
de actuacao, 0 significado ffsico desta inversao corresponde a incapacidade revelada por
este pilar de suportar os efeitos de 2a ordem, pelo que estes sao transferidos para 0 pilar
46
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
mais ngido atraves de esforco axial na travessa. A correcta simulacao deste fen6meno a
partir de metodos simplificados aplicados a analises elasticas nao e possivel. No
entanto, definido 0 deslocamento lateral sofrido pela estrutura, 0 estabelecimento do
equilfbrio na posicao deformada (figura 33) pennite, atraves da definicao de uma forca
horizontal equivalente, .&1, de alguma forma, a contabilizacao global deste efeito, con-
duzindo a resultados mais coerentes que os obtidos numa analise isolada dos pilares.
e~min f e;,min f1 ~ _ __ P _ l ---'_""I
NP 2
L
j
E fc ito s d e 2 " o rd cm :
Mil = e2,min (Npl + Hp2)
FOf9a horizontal equivalente:
&-I. L =MIf
&-I =e),min (NpJ
+NPl) = 9
2L N ;
L
Figura 33 - Forca horizontal equivalente aos efeitos de 2" ordem.
No que respeita a generalizacao desta rnetodologia a sistemas porticados correntes de
betao armado, e necessario, a semelhanca da excentricidade adicional, proceder a
algumas adaptacoes , Os regulamentos (EC2 [8], REB AP [1 3]) preconizam, quando se
adopta 0 metodo da excentricidade adicional, que se afecte simultaneamente as duas
seccoes extremas pelo mesmo momento adicional. Esta recomendacao resuita de se
admitir a hip6tese de indeformabilidade axial dos pisos, passando as seccoes extremas
do pilar a coincidir com as s ecedes c rf ti ca s, resultando acrescimos de momentos iguais.
Na pratica, tal nao ira acontecer. Os acrescimos de momentos devidos aos efeitos de
2a ordem sao inferiores nas s eccoes menos esforcadas numa analise de 1a ordem
(resultados equivalentes aos obtidos por imposicao de uma deformacao lateral a
estrutura). No entanto, a adopcao de valores identicos para ambas as extremidades,
sendo do lade da seguranca e de simples aplicacao, e usualmente adoptada. A trans-
posicao desta hip6tese para 0 metodo proposto corresponde a admitir-se que 0 des lo-
camento do pi so (e. consequentemente, dos n6s extremos de todos os p ilare s) e , agora,
igual ao dobro da excentricidade de 2a ordem admissfvel para a seccao critica do pilar
mais rigido (figura 34).
Os acrescimos de forca horizontal a aplicar, em cada piso, passam a ser obtidos a partir
da expressao
.&1 = _!!l_ 2_N = 2· eZ,min 2_N
i.; i-:(42)
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
i N ) + N 2 + N 3re , . . . . ; 2 , , . . . . ; m. . . .n , _ _ . . . . . . - - - - . ~r__..., : = : , m l 'L L
j m = i ~Figura 34 - Forcas horizontais de acordo corn 0metoda proposto.
sendo LN a totalidade das accoes verticais a actuar no piso em analise, Lpiso a altura
do piso e e2,min a menor das excentricidades dos pilares do piso (considerados como
pilares isolados).
Conclui-se, assim, ser possivel simular os efeitos de 2a ordem tendo ern atencao as
principais caracteristicas da resposta da estrutura no seu conjunto. A sua aplicacao a
estruturas de betao armado sensfveis aqueles efeitos, pode, portanto, ser efectuada de
acordo com a seguinte metodologia:
1. Avaliac;ao do deslocamento previsIvel associado a rotura para 0 piso. Como ja
referido, este deslocamento esta directarnente relacionado com a menor das
excentricidades de 2
a
ordern dos pilares nele existentes. Em estruturas correntes,ela corresponded, em principio, a do pilar mais rigido, 0 calculo desta
excentricidade pode ser efectuado com recurso as expressoes regularnentares
propostas pelo Ee2 [8].
2. Calculo das forcas horizontais equivalerttes. Conhecido 0 desiocarnento do piso
e a distancia entre os nos extremos dos pilares, e possivel determinar a
inclinacao maxima admissivel para a estrutura, representada por 82 na figura 34.
Do produto desta inclinacao corn 0 somatorio das accoes verticais actuantes no
piso, resultarn as forcas horizontais pretendidas.
3. Dimensionarnento da estrutura para os esforc;os obtidos com as novas acc;5es. A
cada accao ira corresponder urn conjunto de forcas horizontais equivalentes,
introduzidas com 0 sentido mais desfavoravel, que podem ser associadas a s
accoes na analise da estrutura.
Este procedimento de calculo apresenta melhorias significativas em relacao ao metodo
da excentricidade adicional. Saliente-se, em particular, que os efeitos de 2a ordem
passam a estar dependentes, no dimensionamento, quer das principais caractertsticas do
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D im en sio na me nto d e e le men to s c om pr im id os e sb elto s
comportamento dos pilares considerados isolados (esbelteza, excentricidade de
2a ordem), quer do comportamento conjunto da estrutura. De facto, a analise global da
estrutura, com forcas horizontais aplicadas ao nfvel de cada piso, permite traduzir, nos
pilares de urn dado piso, a influencia do deslocarnento dos pisos superiores, permite a
obtencao de diagramas de esforcos equilibrados em todos os elementos e conduz a urn
agravamento diferenciado dos esforcos nos pilares, de acordo com a sua rigidez
(maiores acrescimos nos pilares mais rfgidos e, consequentemente, maior eficacia da
armadura introduzida). Convem ainda referir que a influencia dos efeitos de 2a ordem
nas vigas e fundacoes, resultante do automatico equilfbrio dos n6s, obriga ao
dimensionamento daqueles elementos para esforcos compatfveis com os dos pilares
conseguindo-se, desta forma, uma efectiva margern de seguranca em relacao aqueles
efeitos.
Exemplo 6
Aplique a metodologia arras apresentada ao portico do Exemplo 5.
Resolucao:
A aplicacao desta metodologia a estrutura do Exemplo 5 conduz a:
e2,min:::::in(0.020;0.02S) = 0.020m
donde
Mi = 2e2,min'EN = 2 x 0.020 x1.Sx(SOO.0+400.0+6x3S.0)= 16.7kNL 4.0
o calculo elastico da estrutura para as accoes nela actuantes (acrescendo as accoes
horizontais 0 valor agora obtido, introduzido com 0 senti do mais gravoso), permite
obter esforcos totais, havendo a destacar:
- ° maior agravamento dos esforcos no pilar mais rigido:
- 0 agravamento dos esforcos na viga e nas fundacoes (esforcos equilibrados).
Na figura 35 ilustra-se, a tracejado, 0 diagrama de momentos flectores correspondente a
solicitacao aplicada a estrutura e a trace cheio 0 diagrama final de momentos (incluindo
os efeitos de 2a ordem, simulados pela introducao de Ml = 16.7 kN).
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
7.4 27.4 79.1 91.0
91.0
79.1
I
I
I
I
I
I.
I
I
I
I
72.3 6l.00.7 47.3
Figura 35 - Exemplo 6: momentos totais, com e sem efeitos de 23 ordem, de acordo com 0 metodo
proposto.
Nota: Atendendo a que a accao horizontal (vento, sismo, etc.) pode actuar segundo os
dois sentidos, e necessario proceder a analise introduzindo 0 acrescimo de forca
horizontal com os mesmos sentidos de actuacao da accao horizontal, 0 que conduz ao
agravamento dos esforcos (envoIvente) em ambas as extremidades da viga. Neste
exemplo, e para nao sobrecarregar a figura, apenas se ilustraram os esforcos para urn dos
sentidos de actuacao das accoes.
6. Outros efeitos nao contabilizados na analise
Alem dos efeitos de 2a ordem, nao contabilizados na analise elastica de uma estrutura,
outros fen6menos podem contribuir para a alteracao dos esforcos internos e, consequen-
temente, influenciar a sua capacidade resistente. No que respeita ao dimensionamento
de pilares sao de destacar os efeitos de eventuais imperfeicoes geometricas e da fluen-
cia, factores responsaveis quer pelo agravamento das deformacoes quer dos esforcos nos
elementos. Nos paragrafos seguintes, e de uma forma resumida, apresentam-se os prin-
cipais modelos de inclusao daqueles efeitos no dimensionamento de elementos compri-
midos,
6.1. Imperfelcao geometrlca
Tendo em vista a verificacao da seguranca, os efeitos das possfveis imperfeicoes
geornetricas da estrutura nao carregada devem ser considerados no dimensionamento,
dado 0 agravarnento de esforcos que the estao associados.
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
A semelhanca das recomendacoes para pilares de estruturas metalicas, a imperfeicao
geometrica em elementos de betao armado foi inicialmente traduzida como uma
excentricidade minima de dimensionamento para as suas seccoes (correctamente, aquela
excentricidade pretendia simular, simultaneamente, quer os efeitos de 2a ordem quer os
devidos a imperfeicoes).
Somente no MC78 [4] e introduzido 0 conceito de excentricidade acidental,
posteriormente adoptado pelo REBAP [13], destinada a ter em conta os eventuais
efeitos das imperfeicoes na execucao dos pilares ou da deficiente avaliacao, no calculo,
da posicao da resultante das forcas neles actuantes. Esta excentricidade a adicionar a
excentricidade de 2a ordem, foi estabelecida de forma empfrica, para os casos correntes,
tendo side considerada igual a:
-: =max{lo /300
0.02m
(43.a)
(43.b)
A aplicacao sem restricoes desta condicao pode conduzir, na pratica, a situacoes pouco
reaIistas. Atendendo a que, conhecidas as condicoes de Iigacao de urn pilar, e possivel
definir 0 comprimento efectivo de encurvadura em funcao do comprimento real do pilar,
conclui-se que quanto maior este for, maior sera a excentricidade acidental a incluir na
analise. Em contrapartida, a experiencia mostra que 0 controlo de geometria naconstrucao, em estruturas de grande porte, se torna muito mais apertado, sendo muito
menores os desvios em relacao ao projecto.
Outro aspecto muito criticado, na regra apresentada peIo MC78 [4], resulta de a
excentricidade acidental s6 ser contabilizada quando nao sejam desprezaveis os efeitos
de 2a ordem. Sendo este urn problema inerente a construcao de qualquer estrutura e
capaz de se traduzir na diminuicao da sua capacidade resistente, nao existem razoes
objectivas para tal associacao.
Actualmente, e de forma consensual, considera-se que os efeitos das imperfeicoes
devem ser sempre considerados na analise das estruturas, independentemente da
importancia dos efeitos de 2a ordem. A semelhanca das regras preconizadas para as
estruturas metalicas, nos c6digos mais recentes (EC2 [8], MC90 [6]) estipula-se que,
nos casos em que a estrutura e analisada no seu conjunto, os efeitos das imperfeicoes
geometricas podem ser avaliados admitindo que a estrutura esta inclinada de urn angulo
e , em relacao a vertical, dado por
e 1
lOOJi(44)
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
sendo L a altura total, em metros, da estrutura, confonne se ilustra na figura 36.
Figura 36 - Imperfeicao geometrica: consideracao de uma inclinacao parasita, e , da estrutura.
A inclinacao e nao deve ser eonsiderada superior a 11200, 0 que equivale a urn desvio
maximo de 2.0 em entre extremidades de urn pilar com 4.0 m de altura. 0 EC2 [8), para
as estruturas com deslocamentos laterais desprezaveis e de pequeno porte, pennite a
adopcao de menores inclinacoes, limitando-as a 11400. Na figura 37 ilustra-se a variacao
da inclinacao parasita com a altura da estrutura, podendo observar-se que a sua diminui-
gao corresponde, em termos do deslocamento global no topo, a urn crescimento menos
que proporcional com a altura e, portanto, mais realista face as propostas anteriores.
8 e 8[m] [rad]
o R T.06L
LD l.05
0.04 1/200
0.03LI
1 / 4 0 0
0.02
0.01
0.00
4.0 8.0 12.0 16.0 20.0 24.0 28.0
L(m)
Figura 37 - Variacao da inclinacao parasita, e , e do deslocamento equivalente no topo, 8, com a altura de
estruturas lateralmente deformaveis (LD) e indeformaveis (LI), de acordo com 0 Ee2 [8].
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
Exemplo7
Para a estrutura do exemplo 5, avalie 0 acrescimo de forca horizontal correspondente a
imperfeicao geometr ica,
Resolucao:
Tratando-se de uma estrutura de deslocamentos horizontais nao desprezaveis, resulta:
1 1e · = =5.0E-3$-i.g . 100#0 200
donde
IiHLg. :::;8i.g.I,Nsd = 5.0E-3x(500.0+400.0+6.0x35.0) = 5.6kN
Esta forca deveria ter side introduzida na analise elastica da estrutura aquando da
resolucao dos Exemplos 5 e 6, pelo que se propoe ao leitor, como exercicio, essa
introducao.
6.2. Fluencla
A fluencia do betao tern por efeito urn agravamento das deformacoes ao longo do tempo
podendo, em algumas situacoes, conduzir a urn acrescimo dos esforcos nos elementos e,
indirectamente, a diminuicao da capacidade resistente da estrutura. Sendo urn fen6meno
associado a s accoes com caracter de permanencia, a sua influencia ira depender da
importancia relativa destas accoes na combinacao de accoes em causa.
Existern diversos modelos de simulacao dos efeitos da fluencia nas deformacoes em
estruturas de betao armado. A sua utilizacao pressupoe, no entanto, 0 conhecimento
ponnenorizado da lei de evolucao dos estados de tensao nas diversas seccoes dos
elementos. As incertezas associadas a hist6ria de carga actuante na estrutura e aos
proprios modelos de fluencia (dependentes da qualidade e da variabilidade dos valores
atribuidos a diversos parametres) e a complexidade dos calculos que podem envolver
colocam muitas reservas a sua utilizacao em estados limite tiltirnos. Por esta razao, a
consideracao dos efeitos de fluencia e , regra geral, efectuada com recurso a metodos
simplificados de calculo. Correspondendo a fluencia urn acrescimo das deformacoes da
estrutura, com consequente aumento daqueles efeitos, os regulamentos apresentam
propostas que penni tern a inclusao, em simultaneo, dos efeitos da fluencia atraves dos
metodos simplificados que preconizam. Assim, no metoda da excentricidade adicional,
54
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
a consideracao dos efeitos da fluencia e efectuada atraves da inclusao de uma nova
excentricidade, denominada por excentricidade de fluencia, ee' dada por:
(47)
em que eO e a excentricidade de l" ordem correspondente as accoes de caracter
permanente (e o = MlNg)' ea e a excentricidade acidental, cplt"", to) 0 coeficiente de
fluencia a tempo infinite, NE a carga critica de Euler (N E = 7[2EemI c / I;) e Ng e 0
esforco axial correspondente as accoes pennanentes.
Convem tambern referir que, de uma forma geral, as deformacoes laterais da estrutura
originadas pelas accoes permanentes sao muito inferiores as deformacoes instantaneas
devidas a accoes horizontais. Por esta razao, alguns regulamentos permitem desprezar a
consideracao do acrescimo de deformacao por fluencia nas situacoes corrente em que
nao haja assimetrias de carregamento.
7. Conelusoes
Neste documento procurou-se apresentar as principais caracterfsticas do comportamento
de elementos esbeltos comprimidos de betao armado, bern como as rnetodologias
simplificadas que permitem 0 seu correcto dimensionamento.
Ap6s uma apresentacao sumari a dos conceitos basicos relacionados com 0 com-
portamento de elementos comprimidos, foi efectuado 0 levantamento das principais
variaveis que influenciam a resposta destes elementos e das diflculdades associadas a
sua contabilizacao, no processo de dimensionamento. Concluiu-se que a inclusao, de
forma correcta, dos efeitos de 2a ordem na verificacao da seguranca requer a aplicacao
de metodos de analise sofisticados, tendo em conta as propriedades geometric as e
mecanicas dos elementos, 0 tipo e intensidade das accoes e os recursos informaticosdisponfveis. No entanto, e dadas as caracterfsticas dos elementos comprimidos inseridos
em estruturas de betao armado, e usual 0 recurso a metodos simplificados de avaliacao
daqueles efeitos.
Foram apresentados os procedimentos simplificados, os seus fundamentos e os
desenvolvimentos efectuados que conduziram a s propostas, actualmente em vigor, nos
principais regulamentos de estruturas de betao armado. Foram referidas e discutidas as
etapas fundamentais em que se subdividem aqueles procedimentos de calculo, podendo
destacar-se, em particular:
5 5
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D im en sio na me nto d e e le me nto s co mp rim id os e sb elto s
- a classificacao das estruturas, efectuada a partir do modo de deformacao que
estas apresentam por accao do carregamento. Estando a classificacao essencial-
mente dependente da contabilizacao do impedimento ao deslocamento lateral,
foi discutida a importancia que os elementos de contraventamento apresentam.
- os criterios indirectos de afericao da importancia dos efeitos de 2a ordem, aos
quais esta, necessariamente, associ ada a especificacao de uma margem de erro.
Procedeu-se a analise e discussao das propostas, expressas nos regulamentos,
que permitem efectuar aquela avaliacao de forma simplificada.
- as metodologias de quantificacao dos efeitos de 23
ordem propostas para adopcao
no dimensionamento. Referiram-se os principais problemas associados a imple-
mentacao dos metodos simplificados, justificando-se e criticando-se as OP90eS
mais relevantes. Apresentaram-se e discutiram-se os principais metodos encon-
trados na bibliografia, sendo realcadas as suas vantagens e inconvenientes.
Por fim foram tambem referidos os procedimentos regulamentares tendo em vista a
inclusao, no dimensionamento, dos efeitos de eventuais imperfeicoes geometricas e da
fluencia,
Ao longo do texto, a explicacao dos conceitos apresentados foi complementada com a
apresentacao da resolucao de problemas simples, com 0 objective de uma mais facil
compreensao da aplicacao das regras regulamentares em projecto.
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8/3/2019 Dimensionamento Elementos Esbeltos
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Dimensionamento de elementos comprimidos esbeltos
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