DIÁLOGO ENTRE PESQUISA BÁSICA E APLICAÇÕES DO … · 2017. 2. 22. · trabalhos sobre controle...

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL: ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DIÁLOGO ENTRE PESQUISA BÁSICA E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: UMA REVISÃO DOS ARTIGOS SOBRE CONTROLE DE ESTÍMULOS NO JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS Cristina Belotto da Silva PUC/SP SÃO PAULO 2004

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

DIÁLOGO ENTRE PESQUISA BÁSICA E APLICAÇÕES DO

CONHECIMENTO EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO:

UMA REVISÃO DOS ARTIGOS SOBRE CONTROLE DE

ESTÍMULOS NO JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR

ANALYSIS

Cristina Belotto da Silva

PUC/SP

SÃO PAULO

2004

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

DIÁLOGO ENTRE PESQUISA BÁSICA E APLICAÇÕES DO

CONHECIMENTO EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO:

UMA REVISÃO DOS ARTIGOS SOBRE

CONTROLE DE ESTÍMULOS NO

JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS

Cristina Belotto da Silva

PUC/SP

SÃO PAULO

2004

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

DIÁLOGO ENTRE PESQUISA BÁSICA E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO EM ANÁLISE DO COMPORTAMENTO:

UMA REVISÃO DOS ARTIGOS SOBRE CONTROLE DE ESTÍMULOS NO

JOURNAL OF APPLIED BEHAVIOR ANALYSIS

Cristina Belotto da Silva

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,

como exigência para obtenção do título de MESTRE em Psicologia Experimental:

Análise do Comportamento sob a orientação da Prof ª Dr ª Maria do Carmo Guedes

Projeto parcialmente financiado pela CAPES

PUC/SP SÃO PAULO

2004

Formaram parte da Banca:

__________________________________________

Prof ª Dr ª Deisy das Graças de Souza

- UFSCAR

__________________________________________

Prof ª Dr ª Maria Amália Pie Abib Andery

- PUC-SP

__________________________________________

Prof ª Dr ª Maria do Carmo Guedes (orientadora)

- PUC-SP

São Paulo, de março de 2004.

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução

total ou parcial desta dissertação por processos fotocopiadores ou

eletrônicos.

Local e data _______________________________________

Cristina Belotto da Silva

Agradecimentos

Mais do que agradecer, este é o momento de dividir créditos com todos

aqueles que fizeram parte da história da criação deste trabalho, já que, como

veremos nas páginas que aqui seguem, o conhecimento é produto das

contingências que controlaram o pesquisador. Às pessoas que fizeram parte

destas contingências vai um recadinho especial, misto de agradecimento,

admiração e carinho:

À Egle, minha primeira professora de História na 5º série do

fundamental, cujas aulas eu assistia de olhos arregalados para não perder

detalhes, que me envolvia com suas narrativas de histórias que aconteceram

“de verdade” com os homens;

À Téia e Ziza que, por meio de suas aulas de psicologia comportamental

no começo da faculdade, me ensinaram uma nova forma de observar o mundo

que implica menos julgamento pessoal e mais possibilidade de alterá-lo, o que

me encantou de imediato;

À Amália por ter: me proporcionado a oportunidade de fazer uma

pesquisa histórica, me empolgado sempre com sua agilidade, pegado no meu

pé quando necessário e, principalmente, por ser o modelo do que eu gostaria

de ser um dia;

À Nilza pelo seu jeito único de reforçar ou extinguir e, mais do que isto,

por ter um arvoredo de idéias que vivem florescendo e envolvendo todos os que

estão ao seu redor;

À Maria do Carmo, cuja “visão de raio-x” nos permite enxergar de forma

cada vez mais ampla. Tenho que confessar que a cada orientação-conversa,

saía um pouco tonta diante de tantas coisas desconhecidas para mim até

então, mas cada vez mais encantada com a possibilidade que me deu de o

mundo ser cada vez maior e mais interessante;

Ao Celso do LIAP, que construiu meu banco de dados, tendo paciência

ao ouvir todos os meus planos de pesquisa;

Ao Sérgio Luna, que pôs fim ao meu estado maníaco de querer

pesquisar tudo que havia no JABA ao me colocar questões práticas tais como

tempo, programa de computador, relações entre dados..., algo que eu já tinha

ouvido da minha orientadora, mas cuja gentileza não foi tão enfática quanto os

nãos sorridentes do Sérgio.

À minha mãe, Ely, uma batalhadora convicta, que além de ser modelo

para longas batalhas (como um mestrado), curtiu comigo cada processo de

arquivamento e organização dos dados;

A meu pai, embora sempre crítico demais em relação a tudo que eu

faço, por ser uma fonte inesgotável de novas descobertas sobre o mundo e

sobre a história deste;

Ao Sérgio que, por ter uma forma única de enxergar o mundo, resgatou

em mim a alegria para enfrentar os desafios da vida;

Ao Deco, meu pequeno grande homem, que a cada dia que passa se

torna mais interessante para qualquer forma de conversa, sempre levantando

questões sobre tudo, inclusive sobre este trabalho;

A todos do Protoc- Ipq, por todas as oportunidades de aprender novas

coisas;

Ao Luís, Akemi, Cris, Tati, Pati, Luciane e Mirana por compartilharem

comigo momentos de magia e criação que ajudaram a manter um mínimo de

saúde mental para sobreviver ao mestrado; e

À Aninha, Rita, Camila, Jú Costa, Gisele e Paty por serem amigas

especiais que agüentaram meus choros e risos durante este período.

“Na suma teológica nega-se que Deus possa fazer com que o passado não tenha sido, mas nada diz da intrincada concatenação de causas e efeitos, tão vasta e tão íntima que talvez não fosse possível anular um só fato remoto, por mais insignificante, sem invalidar o presente. Modificar o passado não é modificar um só fato; é anular suas conseqüências, que tendem a ser infinitas”

A outra morte

Jorge Luis Borges

Título: Diálogo entre pesquisa básica e aplicações do conhecimento em análise do comportamento: Uma revisão dos artigos sobre controle de estímulos no Journal of Applied Behavior Analysis. Autor: Cristina Belotto da Silva Orientador: Maria do Carmo Guedes Linha de Pesquisa: História e Fundamentos epistemológicos, metodológicos e conceituais da análise do comportamento. Núcleo: Análise Experimental do Comportamento: Questões da Pesquisa e da Prática.

RESUMO

Na análise do comportamento o conhecimento é produto da inter-relação entre análise básica, aplicada e

conceitual, de forma que o produto seja uma unidade e não somente a soma destas três formas de se

pesquisar. Muitos autores têm se preocupado com a integração principalmente entre pesquisas básica e

aplicada, que vinham mostrando cada vez menos comunicação entre si. O primeiro objetivo do presente

estudo foi avaliar historicamente um determinado tema – controle de estímulos – em pesquisa aplicada em

uma grande amostragem: os artigos do Journal of Applied Behavior Analysis (JABA, 1968-2002); em

seguida, a partir de dados dos artigos e das referências bibliográficas dos artigos publicados entre 1990 e

2002, identificar a comunicação com pesquisa básica. A escolha por rever artigos do JABA se deve ao fato

de que este periódico foi o primeiro da análise do comportamento voltado especialmente para publicação de

estudos de aplicação e que representa regularidade na publicação garantindo uma boa amostra de como os

trabalhos sobre controle de estímulos se desenvolveram ao longo dos anos na área. Foram selecionados 120

artigos do JABA publicados entre 1968 e 2002 que apresentavam os seguintes conceitos ou derivações

destes no título, resumo ou palavras-chave: antecedent conditions, concept, controlling relations, delayed cue,

discrimination, equivalence, errorless discrimination, exclusion, fading, generalization, generalized imitation,

instruction, matching, stimulus classes, stimulus control, stimulus selection, stimulus shaping, stimulus

specificity e warning stimulus. A partir deste artigos identificou-se que: a maior parte da produção na área

se deu no final da década de setenta e durante a década de noventa, principalmente durante os períodos

editoriais de Nancy Neef e David Wacker. Destacaram-se as produções da Universidade de Kansas na

década de setenta, tendo Baer como autor que mais publicou na época. Na década de noventa novas

instituições destacam-se nas publicações: Universidade da Flórida, com Iwata – autor com maior número de

publicações entre os 120 artigos, e duas parcerias de universidade e institutos para problemas de

desenvolvimento na Nova Inglaterra, destacando-se Mackay, Stromer e Piazza. A grande maioria dos

participantes em todas as épocas foi de indivíduos com problemas de desenvolvimento, com intensificação

da quantidade na década de noventa, embora os editores na época tenham promovido políticas para

diversificar áreas de estudo. O conceito em todos os tempos mais estudado foi generalização, seguido por

controle de estímulos e fading, sendo este último estudado principalmente na década de noventa.

Diferentemente da área básica, o conceito de discriminação na pesquisa aplicada não é muito estudado, e o

de equivalência – grandemente desenvolvido em pesquisas básicas nos anos noventa, menos ainda, o que

indica uma lacuna que, se mais estudada, poderia trazer boas contribuições para aplicação. As referências

mostraram que a maioria é referida uma única vez, e que entre os autores mais referidos estão: Sidman,

Mackay e Iwata. Acrescido à grande presença de Sidman entre os trabalhos experimentais básicos, este

dado permite considerar Sidman como o principal autor na área de controle de estímulos, enquanto os

outros dois representam grande produção sobre o tema em pesquisa aplicada. Recenticidade marca a

maioria das referências na pesquisa aplicada enquanto na pesquisa básica a literatura referida é menos

recente. O número de referências a periódicos de pesquisa básica é pequeno, mas ainda assim indica

pesquisadores de aplicação buscando mais suporte em pesquisa básica que a relação inversa. Embora a

comunicação entre básicos e aplicados seja pequena, nota-se, por parte de autores de pesquisa aplicada, a

tendência a promover artigos que apresentem mais subsídios da pesquisa básica, indicando melhores

produtos para a análise do comportamento.

Palavras-chaves: pesquisa histórica, relação entre pesquisas básica e aplicada, controle de estímulos,

análise aplicada do comportamento.

Sumário

Introdução

I. Avaliação histórica ...................................................................1

II. Análise de publicação de periódicos

a) o Journal of Applied Behavior Analysis (JABA) ..................... 5

b) a comunicação entre pesquisas básica e aplicada ............... 7

c) as relações entre JABA e JEAB .......................................... 12

III. A escolha do tema controle de estímulos para esta pesquisa

a) importância do conceito ..................................................... 15

b) experiências anteriores ...................................................... 19

c) objetivo ............................................................................. 20

Método ....................................................................................................... 22

Resultados e Discussão .............................................................................. 40

Conclusão .................................................................................................. 89

Referências ................................................................................................. 97

Anexo I ..................................................................................................... 104

Anexo II .................................................................................................... 112

I. Avaliação histórica

Conhecimento, para a análise do comportamento, é ação, ou pelo

menos regras para ação (Skinner, 1974) e sua produção, em qualquer área de

estudo, é resultado de comportamentos de pesquisadores controlados por

diversas contingências (Andery, Micheletto & Sério, 2000). Assim, da mesma

forma como o comportamento dos organismos é função de sua história, a

atividade de uma área de estudo também é função de sua história (Morris,

Tood, Midgley, Schneider & Johnson, 1995).

Em 2000, Andery et al apontaram que o conhecimento das variáveis

que controlaram o comportamento que produziu conhecimento permite que o

sujeito que se comporta passe a estar sensível de outra forma às variáveis em

torno dele:

“O conhecimento da história à qual se submeteu o organismo/o indivíduo com o

qual o analista está trabalhando é importante porque, entre outras coisas, tal

história altera o valor das variáveis presentes ou, dito de outra maneira, altera a

sensibilidade do sujeito às variáveis às quais ele está exposto no momento e,

eventualmente, será exposto no futuro.” (pag. 138)

E, alterando a sensibilidade às variáveis presentes, ocorrem mudanças

no comportamento gerando novos produtos desta ação. Assim, a revisão

histórica de uma disciplina ou historiografia - que consiste no processo e

produto de métodos para coletar e organizar material histórico (visando sua

autenticidade, significância e repercussão), na análise e integração deste

material e na avaliação crítica baseada neste material - permite, em um

primeiro ponto, a avaliação da produção na mesma. Uma pesquisa histórica,

na qual se traça o desenvolvimento de uma área, evidencia o grau de

maturidade de uma disciplina ou área de estudo (Morris et al, 1995).

2

Os estudos que avaliam o desenvolvimento da produção científica de

uma área podem indicar aspectos a serem desenvolvidos ou que têm sido

desenvolvidos de forma a não contribuir para a disciplina, resolvendo dilemas,

apontando como pode ser esta caminhada a partir de então. Isto é possível por

meio da descrição de fatores culturais, políticos, econômicos, intelectuais,

sociais e pessoais que afetam o crescimento da disciplina influenciando sua

metodologia e valores – o que geralmente ocorre de forma desconhecida pelos

que a praticam. Além disso, sinaliza erros passados que podem ser evitados no

futuro (Morris et al, 1995).

Na análise do comportamento o conhecimento é produto da inter-

relação entre análise básica, aplicada e conceitual. Mas o produto deve ser

uma unidade resultado da sua interrelação e não somente a justaposição

destas três formas de se pesquisar (Morris et al, 1995).

Muitos estudos têm sido desenvolvidos para avaliar a história da análise

do comportamento por meio da análise de suas publicações (Dougherty; 1994;

Dymond & Cristchfield, 2001; Northup, Vollmer & Serret, 1993; Saville, Epting

& Buskist, 2002; e Williams & Buskist, 1983). Nestes são observados: temas

de pesquisa, sujeitos, principais autores sobre o tema, metodologia

empregada, setting e outras características das publicações que vêm

constituindo o conhecimento na análise do comportamento.

Além da análise direta das publicações, pode-se estudar as referências

das mesmas (Garfield, 1972; McPherson, Bonem, Green & Osborne, 1984 e

Smith, 1981). Neste caso, a referência de um trabalho é tomada como variável

dependente para determinar se referências, autores ou disciplinas são

significantes para o desenvolvimento de uma área de publicação.

Segundo Smith (1981), uma parte essencial das pesquisas publicadas,

particularmente nas ciências, é a lista de referências apontando para as

3

principais publicações. Nas disciplinas científicas, um dos indicadores

(geralmente aceito como o melhor) da influência do trabalho de um autor são

referências deste trabalho em outros (Thyer, 1991). Ao falar sobre a

importância da publicação de artigos científicos e das referências a

publicações, Moore (1992) discorre:

“In particular, it seems to me that from a functional perspective, the importance of

the articles is reflected in the extent to which they function as discriminative

stimuli for the subsequent behavior of those who read them... the articles we

publish presumably mediate reinforcers for those who read them” (p.1).1

A contagem de referências de um determinado trabalho, assim, tem

sido usada para avaliar a influência de periódicos em áreas particulares. A

vantagem de usá-la em pesquisas que procuram identificar bases para

produção de estudos é que esta é uma medida não intrusiva, que não requer a

cooperação de um entrevistado, e que, por não ser reativa, não “contamina” a

resposta (Smith, 1981).

Segundo Garfield (1972), a frequência de referências, apesar de ser um

índice garantido da relevância de um trabalho para a comunidade científica, é

função não só do significado científico do material publicado. É um produto de

várias variáveis: a reputação de um autor, a controvérsia gerada por um

assunto, a circulação do periódico, a acessibilidade ao periódico, a

disseminação e impressão, a possibilidade de locação de fundos para pesquisa

etc.

1 Em particular, me parece que a partir de uma perspectiva funcional, a importância de um artigo se reflete na

extensão em que este funciona como estímulos discriminativos para o comportamento subsequente das pessoas

que o leram... os artigos que publicamos supostamente intermediam reforçadores para os que o lêem (p. 1).

4

Smith (1981) também ressalva alguns limites da análise de referências:

nem sempre tudo que é lido faz parte da lista de referências, muitas das

referências presentes na lista apresentam importância desigual na

constituição do estudo que a referenciou e a acessibilidade a um estudo

publicado interfere muito em seu uso ou não como referência.

Uma forma de avaliar a relevância de uma artigo por meio de suas

referências é a análise da distribuição cronológica de artigos referidos

(Garfield, 1972). Segundo este autor, os artigos têm sua maior frequência de

citação durante os dois anos seguintes a sua publicação.

O estudo de Hutz & Adair (1996), que teve como objetivo conhecer o

desenvolvimento e características da psicologia no Brasil, procurou examinar

a frequência de publicações ao longo dos anos e as características de

referências para documentar a distribuição cronológica, maturidade e outros

fatores das pesquisas na área. Para isto, foram analisadas as referências em

dois periódicos brasileiros de psicologia (Arquivos Brasileiros de Psicologia e

Psicologia: Teoria e Pesquisa). Esta amostra foi examinada para determinar o

número total de referências, o número de referências a autores brasileiros e a

atualidade (distribuição cronológica) de referências em geral. Com relação à

atualidade, as referências foram classificadas como recentes (quando a

diferença entre os anos de publicação da referência e o de publicação do artigo

que a referencia é igual ou inferior a 5 anos) e como históricas (quando a

diferença era igual ou superior a 20 anos). Com isto, os autores procuraram

verificar se a produção científica em psicologia no Brasil focava-se em tópicos

desenvolvidos no passado ou não, e se a produção mais recente era

aproveitada. Em ambos os periódicos houve semelhança na alta proporção de

referências históricas, assim como um pequeno número de referências

recentes.

5

Ainda um exemplo de análise de referência é o estudo de McPherson et

al (1984) que procurou identificar os artigos nos quais houve influência do

livro Comportamento Verbal de Skinner. Em um primeiro momento, os autores

obtiveram as referências de trabalhos que citavam o livro pela procura em dois

índices de periódicos, o Social Sciences Citation Index (SSCI) e o Science

Citation Index (SCI). Em seguida, as referências foram categorizadas por

disciplina (psicologia, ciências sociais, letras, medicina etc.). Para isto,

inicialmente, a disciplina foi determinada pelo título do livro ou periódico em

que o artigo foi publicado. Quando o título não explicitava a disciplina, a

decisão era baseada no título da referência (artigo). Por fim, foram analisados

os conteúdos das referências ou seus resumos, para estabelecer que assuntos

tratados no livro tiveram destaque entre as publicações que o citaram.

Estes exemplos indicam que a análise de referência pode ser um

instrumento útil para avaliar o quanto uma área tem tido influência sobre

outra, ou ainda para avaliar como tem sido a comunicação entre diferentes

tipos de pesquisa em uma mesma área como, por exemplo, o quanto autores

de pesquisa aplicada buscam pesquisas básicas para embasar seus estudos e

vice-versa.

II. Análise de publicação de periódicos

a) o Journal of Applied Behavior Analysis (JABA)

O Journal of Applied Behavior Analysis surgiu, em 1968, da necessidade

de publicação de estudos aplicados na análise do comportamento. Até então, o

único veículo de registro e comunicação de pesquisas na área era o Journal of

the Experimental Analysis of Behavior (JEAB) publicado desde 1958 pela

6

Society for the Experimental Analysis of Behavior (SEAB), surgida em 1957

especialmente para produzir o JEAB.

No entanto, a preocupação em encontrar um veículo próprio de

informações sobre pesquisas aplicadas dentro da SEAB existia desde 1959

(nove anos antes da fundação do JABA). Nesta época, exatamente 18 meses

após o início da circulação do JEAB, Murray Sidman – que fazia parte do corpo

editorial - pediu ao editor científico, Charles Ferster, que iniciasse uma nova

sessão: Aplicações de Princípios Comportamentais e Tecnologias. Esta e as

informações que seguem foram retiradas do site do JEAB e JABA –

http://seab.envned.rochester.edu - na sessão de Fundação do JABA, 2003.

No entanto, a sessão não chegou a ser aberta mas, aos poucos, foram

surgindo algumas pesquisas aplicadas no JEAB, já que os três primeiros

editores dedicavam-se também a trabalhos aplicados. Por fim, em 1967,

decidiu-se por um novo periódico, especializado em pesquisas de análise

aplicada do comportamento.

A informação de que haveria um novo periódico especializado em

aplicação atraiu imediatamente um número impressionante de assinantes:

foram registradas 1.500 assinaturas antes da distribuição do primeiro volume.

Até o terceiro volume, o número de assinaturas dobrou e ao final de seu

primeiro ano de publicação, o JABA tinha 4.271 assinantes. Em 1975, ocorre

o auge de assinaturas na história do JABA: 7.097 (Laties & Mace, 1993).

Assim, o JABA se estabeleceu como o principal veículo do SEAB de

pesquisas experimentais aplicadas a problemas sociais, comprometido com a

teoria e metodologia da análise do comportamento. Laties e Mace em 1993, em

seu estudo sobre o desempenho do JABA em seus 25 anos de publicação,

avaliado por meio do número de assinantes, periódicos que o referenciam e

referências do próprio JABA, concluem que o JABA tem sido bem sucedido por

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contribuir com métodos úteis para problemas comportamentais de vários

níveis. Mais recentemente, Jack Michael comentou em uma discussão da

Association for Behavior Analysis (ABA) de 1999 que tanto o JABA quanto o

JEAB são fontes excelentes de pesquisa e de teoria comportamental (Morris,

Baer, Favell, Glenn, Hineline, Malott & Michael, 2001).

b) a comunicação entre pesquisa básica e aplicada

Em 1953, Skinner em Ciência e Comportamento Humano lidou com uma

grande variedade de situações humanas de um ponto de vista teórico analítico

comportamental de forma muito convincente, estendendo para todos os

aspectos da atividade humana. Esta extensão dos princípios de laboratórios

para constituir uma ciência do comportamento humano instigou muitos

analistas do comportamento a contribuir para a solução de diferentes

problemas sociais (Epling & Pierce, 1986 e Michael, 1980). Surgia assim uma

nova forma de atividade de pesquisa na análise do comportamento: a análise

aplicada de conceitos experimentais em problemas sociais.

No primeiro volume do JABA, Baer, Wolf & Risley (1968) dizem que a

diferença entre a análise aplicada e a análise experimental relaciona-se a

questões de ênfase e seleção. Ambas se perguntam o que controla o

comportamento estudado. Mas, na análise aplicada procura-se observar

qualquer comportamento junto a qualquer variável que possa se relacionar a

ele, procurando identificar variáveis que possam ser efetivas na solução do

problema humano sendo estudado. Complementando, os autores afirmaram

que:

8

“ In behavioral application, the behavior, stimuli, and/or organism under study are

chosen because of their importance to man and society, rather than their

importance to the theory.”2 (pag. 92)

Segundo Hake (1982), que concorda com os três autores quanto à

questão da imediaticidade da aplicação para beneficiar o sujeito, os resultados

de pesquisas experimentais devem ser imediatamente aplicados e não esperar

que haja implicações no uso futuro.

Já na análise experimental do comportamento, o objetivo é de estudar

os princípios básicos do comportamento (reforçamento, discriminação

condicionada etc.) voltando-se para uma análise funcional de um ou mais de

seus aspectos, por meio de estudos controlados experimentalmente (Buskist &

Miller, 1982).

De acordo com Williams & Buskist (1983), a análise experimental do

comportamento não é necessariamente uma área especializada e com um

setting restrito e exclusivo no que diz respeito aos problemas de pesquisa, à

metodologia e à teoria. É, sim, coerente com a abordagem conceitual e

filosófica do behaviorismo na qual se procura, antes do estudo do

comportamento humano em si, conhecer os princípios que operam sobre o

comportamento.

Poling, Picker, Grosset, Hall-Johnson & Holbrook (1981) apontaram que

têm ocorrido mudanças na análise aplicada por estar se tornando cada vez

mais tecnológica, perdendo um pouco do caráter científico. Isto porque não

mais se restringe a uma análise derivada de relações funcionais entre variáveis

dependentes e independentes que acarretam mudanças nas variáveis

dependentes.

2 “Na aplicação comportamental, o comportamento, estímulos, e/ou organismo sob estudo são escolhidos por causa de sua importância para o homem e a sociedade, mais do que por sua importância para a teoria.”

9

Em relação ao caráter tecnológico que cada vez mais caracterizou a

aplicação, Michael (1980) afirma:

“... the new methodology was well taught by those who developed it, well described

and illustrated in our new publication, the Journal of Applied Behavior Analysis,

and could be learned and practiced without any knowledge of basic research

methodology, without much knowledge of the principles of behavior, and certainly

without any commitment to behaviorism as a world view (p.9).3

O declínio do analítico na aplicação, cuja presença fora enfatizada como

necessária por Baer et al (1968), e o crescimento de modelos de pesquisa

resumidos se deram com a profissionalização que requeria benefícios e

resultados claros quanto à aplicação. Isto tornou a aplicação cada vez mais

distante das inovações em pesquisas básicas, que ficaram isoladas nas

universidades (Epling & Pierce, 1986).

Além disso, Michael (1980) acrescenta que muitos profissionais

aderiram a algumas técnicas da análise aplicada do comportamento de forma

eclética, sem adquirir a ciência ou filosofia da ciência responsável pela

tecnologia.

Segundo Epling & Pierce (1988), há um elo histórico entre a análise

aplicada do comportamento e os princípios operantes, no sentido de que os

desenvolvimentos na pesquisa básica promoveram aplicações na modificação

do comportamento, assim como os recentes desenvolvimentos da pesquisa

básica têm, ou pelo menos deveriam ter, implicações em novas aplicações

gerando coordenadas para os estudos aplicados. Segundo estes autores, a

3 ... a nova metodologia foi bem ensinada por aqueles que a desenvolveram, bem descrita e ilustrada em nossa nova publicação, o

Journal of Applied Behavior Analysis, e podia ser aprendida e praticada sem nenhum conhecimento de metodologia de pesquisa

básica, sem muito conhecimento dos princípios do comportamento, e certamente sem nenhum compromisso com o behaviorismo

como visão de mundo.

10

análise aplicada do comportamento pode identificar problemas sociais

relevantes e, a partir disso, direcionar os estudos básicos, contribuindo para o

desenvolvimento de tecnologias úteis à aplicação por meio da sugestão de

novas formas de analisar comportamentos socialmente importantes. Já,

segundo Michael (1980), a área aplicada é importante para se testar a

generalidade e suficiência dos princípios descobertos e técnicas desenvolvidas

no laboratório.

A comunicação entre pesquisas básica e aplicada na análise do

comportamento voltou a ser pauta de discussões principalmente na última

década. Para Mace (1994) tal discussão é interessante por: gerar visões claras

de cada ponto de vista, incitar justificativas de cada posição e, principalmente,

tentar promover um consenso e ação coordenada da disciplina.

Um dos fatores que Epling & Pierce (1988) apontam como barreira para

o fato de que há cada vez menos aproveitamento dos estudos básicos em

estudos aplicados é o fato que pesquisadores básicos não têm comunicado

continuamente os dados de laboratório e princípios que poderiam ser

importantes para a análise aplicada. Outro fator que influenciaria tal

problema é levantado por Poling et al (1981) quando afirmam que os estudos

do JEAB mais recentes não apresentam informações para auxiliar a resolução

de problemas levantados pela análise aplicada.

Em 1980, Michael apresentou suas preocupações: de que haveria

muitas pessoas trabalhando na área aplicada sem uma formação sólida na

análise do comportamento ou interesse por sua ciência, e o distanciamento

cada vez maior entre as áreas básica e aplicada na análise do comportamento.

Diante deste quadro, Michael apontava perdas para o desenvolvimento da

análise do comportamento, tais como a não aplicação dos conhecimentos

básicos produzidos recentemente, impedindo o desenvolvimento de novas

11

tecnologias de intervenção, e a viabilidade e generalidade de tais

procedimentos.

Em um artigo de resposta a estas colocações de Michael (1980), Baer

(1981) afirma que a falta de reconhecimento das mais recentes inovações em

pesquisa básica não comprometeria o trabalho aplicado, e que da mesma

forma como o behaviorismo se diferenciou da fisiologia e do mentalismo,

constituindo uma outra área de conhecimento, seria possível que a análise

aplicada do comportamento viesse a se tornar uma nova disciplina,

independente da análise do comportamento.

Quase vinte anos depois, é feita uma discussão na reunião de 1999 da

ABA (Association for Behavior Analysis) na qual seis de seus ex-presidentes

refletiram a respeito da disciplina, da profissão da análise do comportamento e

da própria associação. Neste momento, Donald Baer reconsiderou sua

colocação a respeito da fundamentação básica no trabalho aplicado ao

identificar que os procedimentos vinham sendo empregados por profissionais

sem formação em análise do comportamento (Morris et al, 2001):

“Our procedure were stolen, but simply as procedures, without acknowledging our

disciplinary name or adopting our logic. Consequently, we receive no credit, and all

the while societal demand focuses on the thieves, not on us. This demand will be

short-lived, however, because the effectiveness of behavior analytic technology will

deteriorate quickly when separated from its logic.” (pag. 127)4

Segundo Hineline & Wacker (1993), as questões de pesquisa básica têm

desenvolvido sua própria lógica, elaborando suas próprias prioridades e até

4 “Nossos procedimentos são roubados, mas simplesmente como procedimentos, sem o reconhecimento do nome de nossa disciplina ou sem adotar nossa lógica. Conseqüentemente, não recebemos crédito, e todas as demandas sociais focam nos ladrões, não em nós. Esta demanda terá vida curta, entretanto, porque a efetividade da tecnologia analítica comportamental irá se deteriorar rapidamente quando separada de sua lógica.”

12

seus novos termos especializados. Isto pode ter diminuído as chances de

reconhecimento de sua relevância em ambientes de aplicação.

Além de todos os autores já citados, editores do JABA e JEAB também

se preocuparam com a separação das duas formas de pesquisa. Polling et al

(1981) identificaram, por meio de questionários endereçados a editores do

JEAB e JABA na época, que 74% dos editores do JEAB afirmavam existir tal

separação e, entre estes, 55% consideravam isto perigoso. Entre os editores do

JABA, 83% confirmavam conhecimento disto e 53%, destes 83%, o

consideravam perigoso.

Como Morris et al (1995) colocam, a análise do comportamento é

composta pela integração de suas diferentes formas de pesquisa, formando

uma unidade, e não apenas pela simples justaposição delas. Assim, é vital

para a saúde da disciplina uma integração tal que possibilite maiores

desenvolvimentos em todas as formas de pesquisa.

Mace (1994) traçou algumas estratégias interrelacionadas para conectar

pesquisas básica e aplicada: 1) promover o desenvolvimento de modelos

animais não humanos de problemas comportamentais humanos, usando

operações que tangenciem circunstâncias humanas plausíveis; 2) replicações

das relações (como modelo) com sujeitos humanos em laboratório operante; e

3) testes de generalidade do modelo com problemas humanos atuais em

settings naturais.

c) as relações entre JEAB e JABA

Ainda sobre a relação entre pesquisa básica e aplicada na análise do

comportamento, Poling et al (1981) afirmam que essas duas áreas de pesquisa

não têm tido impacto uma sobre a outra. Para verificar isto, os autores

13

analisaram a freqüência relativa de referências de estudos experimentais ao

longo dos anos, desde o ano de início de publicação até 1979, em quatro

periódicos que freqüentemente publicam estudos de análise aplicada do

comportamento: Journal of Applied Behavior Analysis - JABA, Behavior

Modification, Behavior Therapy e Behavior Research and Therapy. Foram então

examinadas listas de referências dos artigos publicados nestes periódicos até o

ano de 1979, procurando verificar o número de referências a pesquisas

experimentais básicas ao longo dos anos. Os autores discorrem acerca da

dificuldade para classificar as referências, como aplicada ou experimental,

sem implicar na leitura dos artigos. Sabendo-se que estudos experimentais

são publicados em determinados periódicos específicos, o critério para a

classificação passou a ser o de verificar a fonte do estudo referido, o que o

caracterizaria como de pesquisa básica ou não. Entre os periódicos

considerados de pesquisa experimental estavam: Animal Learning and

Behavior, Bulletin of Psychonomic Society, Journal of Comparative and

Physiological Psychology, Journal of Experimental Psychology, Journal of

Pharmacology and Experimental Therapeutics, Learning and Motivation,

Pharmacology, Biochemistry and Behavior Physiology and Behavior,

Psychonomic Science, Psychopharmacology e Journal of the Experimental

Analysis of Behavior (JEAB).

Os resultados apontaram que, em todos os anos, autores do JABA

referiram estudos do JEAB mais freqüentemente que todas as outras fontes de

pesquisa experimental juntas. Entretanto, como no JABA as referências de

pesquisas experimentais chegam no máximo a 16% do total de referências, os

autores sugerem que trabalhos experimentais têm tido baixa influência em

trabalhos aplicados. Entre os assuntos de estudos experimentais, mais

referidos em trabalhos aplicados, estavam estudos sobre discriminação

14

condicional, generalização e comportamentos de resolução de problemas. Os

autores afirmam ainda que estes assuntos estão sendo cada vez menos

publicados em periódicos de pesquisa experimental.

No entanto, Hineline & Wacker (1993) afirmam que há informação

substancial, principalmente conceitual, no JEAB, que interessaria aos autores

que se ocupam de análise aplicada do comportamento. Os autores ainda

afirmam que vêem convergência na literatura presente no JEAB e JABA, ou

seja, há conceitos semelhantes estudados experimentalmente que podem e

estariam sendo aplicados.

Discutindo a relação inversa, o aproveitamento dos trabalhos de

pesquisa aplicada por pesquisadores básicos, Epling & Pierce (1986)

afirmaram que esta comunicação proporcionaria: o aumento da validade

externa da pesquisa básica, a continuidade de pesquisas sobre o

comportamento humano, a analogia de importantes princípios

comportamentais entre humanos e não humanos, e o aumento da

possibilidade de descobrir princípios básicos do comportamento por meio

destas analogias.

Numa outra estratégia, Poling et al (1981) procuraram, por meio de

questionários enviados aos corpos editoriais do JEAB e JABA, avaliar o grau

de interação entre a análise do comportamento básica e aplicada. As respostas

foram que, entre os editores do JEAB, 96% liam o JEAB regularmente e a

maioria (93%) considerava as pesquisas recentes significativas. Entre estes

mesmos editores, 27% liam o JABA com regularidade, sendo que apenas 23%

o consideravam significativo. Já a maioria dos editores do JABA (94%) liam o

próprio JABA com regularidade, com 83% considerando seus artigos de

relevância científica, enquanto que, em relação ao JEAB, apenas 11% o liam e

17% o consideravam relevante. Os autores concluem que praticamente a

15

maioria dos editores do JABA não lêem o JEAB regularmente, o que pode

acarretar em uma perda para a pesquisa aplicada já que se encontrariam

artigos de grande importância no JEAB para a mesma.

Em relação às taxas de auto-referência no JABA, Laties & Mace (1993)

chegaram aos seguintes resultados: inicialmente mais alta, com 39% em 1974

e 34% em 1975; com variação entre 20 a 26% nos anos oitenta, e 23% entre

1988 e 1992. O JEAB aparece como o segundo periódico mais referido entre os

anos de 1988 e 1992 no JABA (sendo o primeiro o próprio JABA). No entanto,

o número de vezes em que é referido é um pouco superior a 10% do número

de referências do JABA.

As últimas medidas de auto-referência e referência cruzada no JABA e

JEAB são de Polling, Alling & Fuqua (1994) que obtiveram, para auto-

referência, 22,6% no JABA e 36,1% no JEAB e, para referência cruzada, 2,4%

do JABA referindo JEAB e 0,6% do JEAB referindo o JABA.

III. Escolha do tema controle de estímulos para esta pesquisa

a) importância do conceito

Tendo como objetivo contribuir tanto para a discussão da importância

da publicação periódica na avaliação de uma área ou assunto, como a

importância da relação entre pesquisa aplicada e básica, o assunto escolhido

foi controle de estímulos, tal como se detalha a seguir.

Muitos dos estudos em psicologia (como os de teorias cognitivas) têm

como objetivo desvendar os processos ditos cognitivos como a compreensão, o

significado, o conhecimento. Para a análise do comportamento, estes

processos são o resultado de uma relação entre sujeito e ambiente,

16

dependendo, assim, do que ocorre no ambiente. Mais precisamente, processos

ditos cognitivos (tais como pensamento e linguagem) envolvem

comportamentos que são especialmente controlados por eventos que,

diferentemente das consequências, precedem ou acompanham o

comportamento sendo assim resultado das relações entre estímulos e

respostas e, ainda, só entre estímulos (Sidman, 1978).

Segundo Sidman (1978), tanto o estímulo quanto a resposta não podem

ser definidos a não ser quando estão relacionados. A definição de

comportamento (que inclui comportamentos encobertos) considera a relação

entre a ação de um sujeito e o ambiente, e deve também envolver a relação de

respostas controladas por estímulos e, ainda, relações entre os estímulos. Um

trecho de Sidman (1978) a respeito do conhecimento ilustra esta concepção:

“Knowing is not just a matter of hooking responses to stimuli, but more, of

understanding relationships among stimuli. Yet even cognitive theorists have

found it difficult to talk about stimulus – stimulus relations, because such

relations do not exist independently of the organism; certainly, we cannot observe

them except by noting their eventual effects upon responses and upon stimulus –

response relations” (p. 267). 5

Segundo Matos (1981) estudar controle de estímulos é estudar o

controle que os estímulos exercem sobre o comportamento. A autora

acrescenta que, ao se discutir controle de estímulos, refere-se às

aprendizagens de um organismo e suas interações com o ambiente.

Qualquer tentativa em estudar as variáveis envolvidas na aquisição de

5 Conhecer não é somente uma questão de enganchar respostas a estímulos, mas mais, de compreender relações

entre estímulos. Até os teóricos cognitivistas têm encontrado dificuldades para falar sobre relações estímulo-

estímulo porque tais relações não existem independentemente do organismo; certamente, não podemos observá-las

a não ser que observemos seus efeitos sobre respostas e sobre relações estímulo-resposta.

17

novos comportamentos envolve o estudo do ambiente e, assim, do

controle que os estímulos ambientais exercem.

Em 1978, Sidman afirmava haver uma lacuna deixada pelos analistas do

comportamento a respeito “dos processos de conhecimento”. Sinalizava

também a importância de estudos feitos por analistas do comportamento,

voltados para a área de controle de estímulos, afirmando que esta lacuna era

pelo menos parcialmente responsável pela existência e persistência das teorias

cognitivas.

Nove anos após este artigo de Sidman, Starin (1987) publicou um

estudo a respeito das tendências das publicações sobre controle de estímulos.

Preocupado em obter dados que indicassem como têm sido desenvolvidas as

publicações de pesquisas básica e aplicada sobre (e utilizando) os conceitos de

controle de estímulos, os artigos do JEAB e do JABA foram avaliados por meio

de índices cumulativos e anuais de palavras-chave da área. A partir desse

estudo, Starin, que analisou o JEAB até 1987, concluiu que havia na revista

um contínuo crescimento das publicações sobre controle de estímulos entre as

décadas de cinquenta e setenta, com uma queda abrupta a partir de 1971, e

que logo depois as publicações na área teriam se estabilizado em uma taxa

regular entre 10 e 15% do total de publicações nesse periódico. Para o JABA,

entre os anos de 1968 e 1972, a taxa anual de publicação sobre controle de

estímulos variou de 8 a 25% das publicações, havendo um aumento neste

percentual na década de oitenta, com auge no ano de 1983, a partir do que

entraria em declínio. Starin (1987) concluiu que, em pesquisa básica, a área

de controle de estímulos ainda apresentava uma proporção de publicações

considerável, enquanto que, em pesquisa aplicada, era apenas uma área ativa.

18

Já Dougherty (1994) identificou, no JEAB, um aumento de publicações

na área de controle de estímulos no início da década de noventa em relação à

taxa de produção na área nas décadas anteriores, que atribuiu principalmente

aos estudos sobre equivalência de estímulos. O crescente número de

publicações sobre controle de estímulos em pesquisa básica parece revelar a

relevância e atenção dadas à área.

Em relação à aplicação dos conceitos que envolvem o conhecimento

produzido sobre de controle de estímulos, Sério, Andery, Gioia & Micheletto

(2002) afirmam que se tem produzido resultados promissores em áreas

aplicadas de grande importância social como alfabetização de crianças e

adultos, desenvolvimento de programas de ensino e no desenvolvimento de

estratégias para lidar com vários distúrbios comportamentais.

Diante dessas aplicações, é de extrema importância a integração de

pesquisas básica e aplicada no que diz respeito a este tema. Nos artigos de

Mace (1994) e Mace & Wacker (1994), aponta-se não só a importância da

integração em pesquisas sobre controle de estímulos, como também como esta

integração pode se dar de forma efetiva a partir do que se tem produzido em

pesquisa básica.

Entre os estudos de análise experimental do comportamento humano,

têm se destacado os estudos sobre controle de estímulos devido à sua grande

quantidade, principalmente sobre equivalência de estímulos (Critchfield et al,

2000; Dougherty, 1994 e Dymond & Critchfield, 2001). Dessa forma, podemos

afirmar que há pesquisa básica já validada com humanos que poderia

acrescentar muito às aplicações.

19

b) experiências anteriores

Em 2000, foi desenvolvido no Laboratório de Psicologia Experimental da

PUC-SP um trabalho de revisão sobre controle de estímulos no JEAB (Silva,

2000a), pela análise dos artigos publicados entre 1958 e 1999. Os resultados

deste estudo indicaram que há artigos sobre controle de estímulos desde o

primeiro ano de publicação do JEAB com uma intensa publicação de estudos

sobre discriminação de estímulos até os dias de hoje. Os estudos sobre

matching to sample passam a ser mais frequentes a partir de 1974 e os de

generalização de estímulos são muito publicados até o ano de 1978, quando

então há uma diminuição da frequência de suas publicações. O termo

discriminação condicional é usado pela primeira vez em um título de artigo no

ano de 1968, havendo publicações contínuas sobre o tema até o ano de 1994

(quando há uma diminuição na frequência). A partir da década de oitenta a

curva acumulada de artigos sobre controle de estímulos se mantém em

crescimento constante, intensificando a presença do tema a partir da década

de noventa, principalmente com os estudos sobre equivalência de estímulos.

Também em 2000, foi desenvolvida uma análise de referências dos

artigos sobre controle de estímulos publicados no JEAB (entre os anos de

1990 e 1999) analisando os periódicos referidos, categorizados por diferentes

áreas de estudo e de pesquisa da análise do comportamento (Silva, 2000 b).

Os resultados apontaram que a área de estudo com maior contribuição para a

produção sobre controle de estímulo no JEAB, entre os anos de 1990 e 1999,

foi a psicologia, com grande presença de periódicos da análise do

comportamento de pesquisa básica (56% dos periódicos voltados à análise do

comportamento). A taxa de referências a periódicos voltados para pesquisa

20

aplicada em análise do comportamento foi de 28% e a de auto-referência no

JEAB encontrava-se em 43,82% do total de referências.

c) Objetivo

Diante dos resultados das publicações sobre controle de estímulos no

JEAB, seria interessante analisar as publicações ao longo dos anos no JABA,

observando:

1) se os conceitos que vêm sendo empregados em pesquisa aplicada têm

relação temporal imediata com os conceitos estudados em pesquisa básica

(dados do JEAB – Silva,2000a).

2) se há quantidade de publicações de aplicação relevante para a área

3) quem são os autores, filiações e grupos de pesquisa responsáveis pela

produção deste conhecimento

4) as características topográficas dos estudos: que população tem atendido,

em que settings, lidando com quais comportamentos

5) se as referências de artigos publicados entre 1990 e 2002 podem indicar:

a) os trabalhos que mais foram utilizados como referência para produzir

este conhecimento

b) os autores que mais contribuíram para a área

c) a proporção de periódicos sobre cada área de estudo

d) a proporção de periódicos behavioristas (de acordo com os estudos de

Krantz, 1971 e Coleman & Melhman, 1992).

e) a proporção de artigos de pesquisa básica, aplicada e conceitual

f) a proporção de periódicos voltados para problemas de desenvolvimento

g) a atualidade das referências (de acordo com Hutz & Adair, 1996)

21

Os dados relativos às referências foram comparados aos mesmos dados

obtidos no JEAB (Silva, 2000b), para identificar se tem havido o

aproveitamento de estudos básicos como suporte para as aplicações e, ainda,

discutir os resultados em relação aos mesmos obtidos em revisões sobre

controle de estímulos no JEAB.

Tais resultados indicariam respostas a questões importantes como as

apontadas por Michael (1980): se tem havido o embasamento teórico nos

trabalhos aplicados e como se caracteriza o distanciamento entre as áreas

básica e aplicada ao longo dos anos no que se refere às publicações sobre

controle de estímulos.

22

MÉTODO

Material

� Documentos

Os artigos cujas informações possibilitaram a análise foram retirados do

Journal of Applied Behavior Analysis (JABA), entre os anos de 1968 (início da

publicação do periódico) até 2002. A escolha por este periódico se deve a sua

regularidade na publicação e importância na área da análise aplicada do

comportamento. Além disso, é um periódico de aplicação da análise do

comportamento que derivou diretamente da necessidade de publicações

aplicadas por parte da Society for Experimental Analysis of Behavior (SEAB), e

que, desta forma, é um periódico análogo ao Journal of the Experimental

Analysis of Behavior (JEAB) em relação à pesquisa aplicada.

� Programa de Computador

Para organização dos dados e posterior análise foi utilizado o programa MS

Access.

� Banco de Dados

Foi consultado o Banco de Dados das referências de artigos sobre controle

de estímulos publicados no JEAB entre 1990 e 1999 (Silva, 2000b).

23

Procedimentos

� Coleta

Critérios para seleção dos artigos

Para a seleção dos artigos a serem analisados no presente estudo foi

utilizada a Base de Dados que o JABA apresenta na internet

(http://www.envmed.rochester.edu).

Através dessa página é possível obter referência dos artigos publicados

no JABA desde 1968 a partir de palavras que estejam presentes no: título,

resumo, nomes dos autores, ano ou palavras-chaves dos artigos. Vale

ressaltar que as palavras-chaves só são publicadas junto aos artigos neste

periódico a partir do ano 1974, e no caso da página na internet do JABA as

palavras-chaves só estão presentes a partir do ano de 1994. Dessa forma, deve

haver um grande contingente de artigos publicados entre os anos de 1974 e

1993 que podem ter entre suas palavras-chaves alguma palavra de busca,

mas que não são incluídos na busca. No entanto, isto não se tornou um

problema para a presente pesquisa em função do critério de seleção adotado,

exposto mais adiante, na página 25.

Para a obtenção das referências é necessário fornecer as palavras de

busca sobre o assunto que se pretende procurar. Para identificar os artigos

referentes ao tema controle de estímulos, a procura foi feita inicialmente pelos

seguintes conceitos que abrangem a área de controle de estímulos: stimulus e

stimuli control; discrimination; stimulus e stimuli generalization; generalization;

stimulus e stimuli matching; matching; equivalence; controlling relations;

delayed cue; errorless discrimination; exclusion; fading e stimulus e stimuli

24

shaping. Os seis últimos conceitos foram sugeridos pela Banca do Exame de

Qualificação.

Num primeiro momento, foram comparadas listagens de conceitos

semelhantes cuja diferença era o conceito de estimulo aparecer no singular ou

no plural. Dessa forma, comparou-se as seguintes listas: stimuli control com

stimulus control, stimuli generalization com stimulus generalization e stimuli

matching com stimulus matching. No caso de stimuli shaping esta comparação

não foi feita porque a busca com tal conceito não trouxe referências.

Cada palavra permitiu encontrar as seguintes quantidades de

referências: 245 de generalization, 113 de stimulus e stimuli control, 61 de

stimulus e stimuli generalization, 60 de fading, 51 de discrimination, 42 de

matching, 18 de stimulus e stimuli matching, 17 de equivalence, 8 de stimulus

shaping, 4 de exclusion, 3 de errorless discrimination, 2 de controlling relations

e 2 de delayed cue.

No caso das listagens de matching, stimuli matching e stimulus

matching, foi necessário identificar quais seriam de matching law (conceito

alheio à área de controle de estímulos) e retirá-las. Isto foi possível a partir da

identificação, nos títulos, de expressões como matching law, undermatching,

overmatching, choice e concurrent schedules. Em outras listagens houve casos

em que tal conceito estava presente no título, no entanto, por estar presente

também algum conceito de controle de estímulos, as referências foram

mantidas.

Como estas listas apresentavam algumas referências semelhantes (já

que uma mesma referência pode ser obtida por meio de mais de uma palavra),

foi necessário formar uma lista geral da qual foram excluídas as repetições.

Esta lista geral resultou em 416 referências.

25

Numa primeira seleção, todos os artigos do JABA publicados entre 1968

e 2002 que tenham sido indicados por pelo menos um dos conceitos

escolhidos foram selecionados. Um segundo critério para seleção foi então

aplicado: apresentar um dos conceitos de controle de estímulos no título do

artigo. Este critério se deve a dois fatores: 1) a apresentação de um desses

conceitos no título indicaria que o(s) autor(es) do trabalho apresenta(m) um

compromisso claro com a teoria que embasa sua(s) aplicação(ões), indicando

artigos que realmente lidam e tratam da área aqui estudada (controle de

estímulos); e 2) este critério foi utilizado nos dois trabalhos de revisão sobre

controle de estímulos no JEAB (Silva, 2000a e Silva, 2000b), dos quais alguns

resultados seriam comparados com resultados do presente estudo.

Neste momento, foi possível identificar que, além dos conceitos

escolhidos para busca de referências, havia conceitos presentes nos títulos

dos artigos que se relacionam com a área de controle de estímulos como

concept e stimulus classes. Dessa forma, houve uma ampliação dos conceitos

que serviram de critério para esta seleção, que passaram a incluir, além dos

conceitos já indicados anteriormente nas páginas 23 e 24, os seguintes:

antecedent conditions, concept, instruction, generalized imitation, stimulus

classes, stimulus specificity, stimulus selection e warning stimulus.

Uma vez a lista de artigos definida a partir deste critério totalizando 212

artigos, foi feita a busca via internet dos resumos dos artigos até então

selecionados.

Com os resumos em mãos, foi possível uma nova seleção nos artigos

que apresentavam as palavras matching e generalization. A partir da leitura de

resumos, identificou-se quais realmente eram relacionados ao conceito de

matching to sample e não de matching law.

26

Quanto aos artigos relacionados a generalização, também houve a

preocupação de trabalhar apenas com os diretamente relacionados ao tema

controle de estímulos, já que há um contingente grande de trabalhos obtidos

através da palavra generalização que não lidam diretamente com controle de

estímulos. Em trabalhos aplicados da análise do comportamento, um

importante critério para sua relevância é o quanto os resultados obtidos foram

generalizados para outras situações. Dessa forma, muitos dos artigos

publicados no JABA tocam no assunto da generalização sem,

necessariamente, estar desenvolvendo algum procedimento ou discutindo o

conceito de generalização de estímulos.

Diante deste fato, o critério estabelecido foi o de que os artigos a serem

analisados, que tratassem de generalização, deveriam programar a

generalização e não apenas fazer follow ups que mostrem que ocorre

generalização como uma consequência direta de outros treinos (de

discriminação). Em 1977, Stokes e Baer, ao fazerem uma revisão sobre

generalização de comportamentos em artigos do JABA, enfatizaram a

importância de se programar treinos de generalização, e não simplesmente

esperar que a generalização ocorra como consequência natural de um trabalho

de discriminação de estímulos. Baseando-se na idéia de que a generalização

de estímulos deve ser um processo programado e obtido a partir do controle de

antecedentes e conseqüências de uma contingência, o presente trabalho

adotou o critério de selecionar apenas os artigos que apresentassem

programas para garantir a generalização.

Entre os 212 resumos obtidos, 115 apresentavam o conceito de

generalização no título. Para identificar os trabalhos que apresentavam

programas de generalização foi necessária a leitura dos resumos destes 115

artigos.

27

Por fim, desta última seleção resultaram 120 artigos (ver Anexo 2),

analisados quanto a freqüência e ritmo (pp. 40-45), autoria (pp. 45-48),

filiação institucional (pp. 48-50), grupos de pesquisa (50-54), tipos de

instituição (pp. 55-56), participantes (pp. 57-59), settings (pp. 59-61),

comportamento alvo (pp. 61-64) e conceitos (pp. 64-67).

Já para análise de referências dos artigos, depois de uma descrição

inicial dos 120 artigos (pp. 67-68), utilizou-se apenas os 59 artigos publicados

entre os anos de 1990 e 2002. Estes artigos selecionados permitiram uma

listagem da qual foram analisadas as referências de artigos, livros e outros

publicadas nos artigos do JABA sobre o tema. A escolha por este período se

deveu ao fato de que os dados sobre referências do JEAB que serviram para

análise comparativa neste estudo se limitaram aos artigos sobre controle de

estímulos publicados entre os anos de 1990 e 1999 (Silva, 2000b). A coleta de

referências do presente estudo inicia-se também no ano de 1990, garantindo

que os mesmos anos sejam analisados, e se estende até mais recentemente,

identificando também tais características nas referências de publicações

aplicadas mais atuais. Análise correspondente é encontrada às páginas 68-88.

� Organização dos dados

Definidos os 120 artigos que seriam analisados neste trabalho, iniciou-

se a composição de um banco de dados no programa Access.

Para isto, os artigos selecionados do JABA foram numerados

cronologicamente em ordem decrescente, e cada um deles apresentava um

registro no banco juntamente aos dados presentes nos artigos que serão

referidos mais adiante. Para o registro das referências, havia um banco de

dados adicional em cada registro de artigo publicado entre os anos de 1990 e

28

2002 que permitia registrar informações a respeito das referências e relacioná-

las ao registro dos artigos ao receberem o número correspondente ao número

do artigo que as citou. Na página seguinte encontra-se um formulário do

Access para um artigo com suas respectivas referências.

Foram selecionadas as seguintes informações para serem registradas no

banco de dados:

� Relativas ao artigo analisado

- Autor(es)

- Filiação(ões)

- ano de publicação

- referência no JABA (volume e páginas)

- palavras-chaves

- conceito básico presente no título

- participantes

- setting

- comportamento alvo

� Relativas às referências citadas nos artigos publicados entre os anos de

1990 e 2002

- periódico ou nome do livro

- ano

- volume e páginas (no caso de periódicos), editora e cidade de edição

(no caso de livros) e editora, cidade de edição e páginas (no caso de

capítulos de livros)

- diferença entre o ano do artigo que a cita e o ano da publicação da

referência.

29

� Análise

Critérios para análise dos artigos estudados

1. Organização dos dados a partir de períodos editoriais

Sendo o veículo que assegura a um artigo seu registro como conhecimento

novo, ao mesmo tempo que sua condição para circular para entre os leitores

da área, um periódico científico acaba dando a seu Editor a responsabilidade

pela aplicação de sua política editorial e, consequentemente, um grande poder

(Guedes, 2003).

30

Na última edição do JABA sob responsabilidade de Nancy Neef em 1995, a

editora definiu seu papel: “ The editor primarily influences the journal by

providing the discriminative stimuli for the submission of research adressing

particular interests.”6 (p. 397)

Por isso, embora muitos dos dados tenham sido observados ano a ano,

decidiu-se identificar acontecimentos relacionados a períodos de gestão dos

diversos Editores científicos ao longo da existência do JABA.

No presente trabalho os períodos editoriais foram determinados pelo tempo

de cada editor no comando do periódico, em torno de três anos7. A leitura de

editoriais e das folhas de rosto do JABA permitiu a coleta de informações

sobre a política editorial aplicada aos vários períodos por seus respectivos

Editores (ver Anexo 1), informações que foram consideradas na análise dos

dados.

Foram observados por períodos editoriais: a quantidade de artigos sobre o

tema, as publicações por filiação, os tipos de filiação, os participantes,

settings, comportamentos alvo e conceitos básicos presentes no título.

2. Autoria, “grupos de pesquisa”, filiação e tipos de filiação

Além do conhecimento produzido sobre o tema, é de interesse histórico

identificar quem (pesquisadores e instituições) produziu tal conhecimento e se

houve grupos criando e desenvolvendo determinadas linhas de pesquisa.

Para identificar quem tem pesquisado o tema controle de estímulos foi feito

um levantamento de quantas vezes cada autor publicou. Assim, identificou-se

6 “O editor primeiramente influencia o periódico ao promover os estímulos discriminativos para a submissão de pesquisas direcionadas a interesses particulares.” 7 Exceto no caso de Donald Baer que foi editor apenas por um ano, em 1971, quando pediu afastamento por causa de seu ano sabático em universidade fora dos Estados Unidos. O editor seguinte, Risley, não

31

autores com maior participação sobre o tema juntamente a suas filiações,

apresentando até 3 artigos publicados. A partir destes mesmos dados,

levantou-se quantos autores publicaram determinada quantidade de artigos, e

com que distribuição cronológica os principais autores da área publicaram.

Para identificar como esta produção se deu em termos de parcerias, foi

feita uma revisão nos artigos publicados pelos principais autores (que

apresentaram mais artigos publicados) para identificação de grupos de autores

que publicaram na área, identificando, por exemplo, ao longo dos anos,

parcerias que se mantiveram, autores que, apesar de mudarem de instituição,

permaneceram publicando com parceiros anteriores e instituições que se

mantiveram publicando mesmo após um autor que costumava publicar na

área a ter deixado.

Além disso, levantou-se quantas vezes cada instituição teve artigos

publicados, e em que anos estes foram publicados. Com isto, traçou-se a

trajetória de publicações de cada instituição ao longo dos anos e por períodos

editoriais, principalmente das instituições pelas quais passaram os autores

que mais publicaram sobre o tema. Estes dados permitiram enriquecimento

das análises sobre grupos de pesquisa e trajetórias de autores, ao identificar

crescimento de publicações de cada instituição tendo ou não relação com a

presença de determinados autores.

As instituições foram, por fim, agrupadas por tipo: escola, hospital,

instituto, faculdade de medicina e universidade. Como critério para inserção

em cada um destes tipos de instituição foi necessário apresentar os seguintes

termos na filiação: school, preschool, highschool ou county school (para escola),

hospital (para hospital), center for mental retardation, center for mental health,

assumiu como substituto de Baer e sim como novo editor, uma vez que foi editor durante três anos seguintes.

32

center for retarded children ou neuropsychiatric institute8 (para instituto), school

of medicine, medical school ou medical college (para faculdade de medicina) e

university ou college (para universidade).

3. Considerações topográficas: participantes, settings e comportamentos

alvo

Como o JABA é um periódico voltado para aplicação de princípios

comportamentais a problemas de importância social (Baer et al, 1968), ele não

se dedica somente a uma determinada área de problema, população,

procedimento ou setting – o que costuma ocorrer em outros periódicos de

aplicação (Northup, Vollmer e Serret, 1993). Assim, suas aplicações ocorrem

em uma diversidade de problemas, participantes e settings, e muitos dos

leitores do JABA tendem a selecionar os artigos por algumas destas

características topográficas nas aplicações.

Diante deste fato, foi feito um levantamento dos participantes, settings e

comportamentos alvo dos artigos que lidam com conceitos de controle de

estímulos para identificar em que áreas de problemas este tema foi utilizado.

Foram utilizadas, do estudo de Northup et al (1993), as categorias para

participante, setting e comportamento alvo com algumas modificações que

serão apontadas.

O presente trabalho procurou seguir as categorias para participantes:

developmental disabilities (DD), psychiatric, other children, other adults e

geriatric do estudo de Northup et al (1993), no entanto, fez uma distinção de

problemas de desenvolvimento e problemas psiquiátricos entre crianças e

adultos, usando o critério de que se o participante com problema de

8 Em muitos casos, foi necessária a pesquisa na Internet para avaliar se realmente eram institutos.

33

desenvolvimento tivesse mais de vinte anos, ou participante com problema

psiquiátrico tivesse mais de dezoito anos, o artigo seria considerado DD9

adulto ou psiquiátrico adulto.

Os participantes dos artigos analisados na presente dissertação foram

categorizados como: DD criança (Crianças e adolescentes até 20 anos de

idade, relatados como tendo diagnóstico para algum tipo de problema de

desenvolvimento como: autismo, esquizofrenia infantil ou retardo mental;

indivíduos que apresentem algum problema específico de aprendizagem ou

déficit isolado não se enquadram nesta categoria); DD adulto (semelhante ao

anterior, mas para indivíduos com mais de vinte anos); psiquiátrico criança

(indivíduos que foram diagnosticados como tendo transtornos psiquiátricos -

exceto esquizofrenia infantil e retardo mental e com idade inferior a 18 anos);

psiquiátrico adulto (semelhante ao anterior, mas para indivíduos com mais de

18 anos); criança (indivíduos com menos de 18 anos que não se enquadrem

nas categorias anteriores); adulto (indivíduos com mais de 18 anos que não se

enquadrem nas categorias anteriores); e idosos (indivíduos escolhidos de

acordo com fatores relacionados à idade).

Além das categorias para setting propostas por Northup et al (1993) que

são: escola (ambiente de educação regular), DD casa (quando o estudo é

realizado na residência de um indivíduo com problemas de desenvolvimento),

análogo (setting análogo ou de laboratório arranjado explicitamente para o

experimento), médico (consultório médico, odontológico, não psiquiátrico ou

hospital para problemas de desenvolvimento), casa (residência que não seja

ambiente de convívio grupal) e comunidade (aplicações em settings públicos

outros que os descritos acima); também foram utilizadas as seguintes

categorias: DD instituto (institutos de educação e cuidados para indivíduos

9 A sigla DD será utilizada no lugar de developmental disabilities.

34

com problemas de desenvolvimento10); universidades (salas de aula em

universidades); institutos psiquiátricos (institutos, hospitais, clínicas de

internação para casos psiquiátricos); casa de repouso (instituições que

abrigam e cuidam de idosos); e salas de aula especiais (em salas de aula

especiais em escolas regulares).

Quanto aos comportamentos alvo, o presente estudo também se baseou

nas categorias propostas por Northup et al (1993), mas acrescentou algumas e

desconsiderou outras pelo fato destas não estarem presentes em número

significativo na presente dissertação. No entanto, estas categorias com

números não significativos foram incluídas na categoria outros. Todas estão

presentes no Quadro 1.

Quadro 1: Categorias de Comportamento Alvo

Categoria Critérios

DD criança- aquisição

de habilidade

O procedimento foi explicitamente planejado para aumentar pelo menos

um comportamento desejado para um indivíduo com problemas de

desenvolvimento e com menos de 20 anos

DD criança- linguagem O procedimento foi planejado para que o participante com problemas de

desenvolvimento e menos de 20 anos adquira comportamento verbal

DD criança- acadêmico O procedimento foi planejado para que o participante com problemas de

desenvolvimento e menos de 20 anos adquira comportamento acadêmico

tradicional, tal como matemática e leitura

DD adulto – aquisição

de habilidade

O procedimento foi explicitamente planejado para aumentar, pelo menos,

um comportamento desejado para um indivíduo com problemas de

desenvolvimento com mais de 20 anos

Adulto- aquisição de

habilidade

O procedimento foi explicitamente planejado para aumentar, pelo menos,

um comportamento desejado para um adulto

Criança- aquisição de

habilidade

O procedimento foi explicitamente planejado para aumentar, pelo menos,

um comportamento desejado para uma criança

10 Os artigos nos quais era sabido que o participante estava em um instituto para problemas de desenvolvimento e o procedimento parecia ser feito em ambiente análogo, foram registrados como DD instituto. Esta escolha se deve ao fato de que dentro de um instituto como estes é possível se organizar salas específicas para determinadas aprendizagens, treinos, etc. Assim, considerando que é a equipe de um instituto ou, ainda, pesquisadores ligados ao instituto que estariam colocando em prática o experimento, registrou-se como setting o instituto para que o crédito fosse dado ao instituto.

35

Criança- acadêmico O procedimento foi planejado para que uma criança adquira

comportamento acadêmico tradicional, tal como matemática e leitura

Psiquiátrico criança-

aquisição de

habilidade

O procedimento foi explicitamente planejado para aumentar, pelo menos,

um comportamento desejado para um indivíduo com transtorno

psiquiátrico com menos de 18 anos

SIB (Self Injurious

Behavior/

Comportamento de

Auto-Lesão)

Estudo focado nas variáveis que influenciam o comportamento que resulta

em auto-lesão de indivíduos com problemas de desenvolvimento

Outros Esta categoria abrangeu comportamentos cuja frequência isoladamente

não chegou a ser significativa (adulto- acadêmico, psiquiátrico adulto-

aquisição de habilidade, abuso de substância, idosos- aquisição de

habilidade, DD criança- comportamento em excesso, criança- linguagem,

DD adulto- comportamento em excesso, adulto- comportamento em

excesso, DD adulto- linguagem, adulto- linguagem, criança-

comportamento em excesso e estabelecer correspondência análoga a dizer-

fazer)

Vale ressaltar que, como é possível computar mais de um setting e

comportamento alvo para um artigo (por exemplo, um artigo cuja aplicação se

dê em casa e na escola), o total das somas das porcentagens destas duas

considerações topográficas pode exceder 100%.

4. Conceitos Básicos

A partir dos conceitos relacionados a controle de estímulos presentes nos

títulos dos artigos foi possível observar ao longo dos anos quais conceitos

foram estudados em cada época. Diante da existência de mais de um conceito

no título de alguns artigos, a soma das porcentagens dos conceitos pode

exceder 100%.

O Quadro 2 apresenta os conceitos e complementos ou derivações dos

mesmos que estavam presentes nos títulos.

36

Quadro 2: Conceitos básicos e expressões equivalentes presentes

nos títulos

Conceito Derivações ou complementos presentes nos títulos

Generalização Generalization, programmed generalization, programming generalization,

stimulus generalization, stimulus generalization gradients, loose training,

generalization training

Controle de estímulos Stimulus control, controlling stimuli, antecedent control, discriminative

stimulus control, stimulus control intervention, stimulus control analysis,

transfer of stimulus control, selective stimulus control, antecedent

stimulus, conditional stimulus control, assessing stimulus control

Fading Fading, stimulus fading, script-fading procedure, faded, stimulus

(instructional) fading, instructional fading, restraint fading

Discriminação Discrimination, visually discriminated behavior, discrimination training,

discriminated avoidance, simultaneos discrimination, discrimination

performance, discriminative control, discriminative stimuli

Matching Matching, matching-to-sample, delayed matching, identity matching

Instrução Instructional control, instruction-following behavior, self-instructional

training, self-instructional package, personalized system os instruction

Equivalência Equivalence, stimulus equivalence, equivalence class formation, stimulus

classes

Seleção de estímulo Stimulus selection, stimulus overselectivity

Especificidade de estímulo Stimulus specificity, stimulus characteristics

Conceito Concept formation, concept development

Imitação generalizada Generalized imitation

Outros Stimulus shaping, exclusion, stimulus variables, warning stimuli

5. Referências Bibliográficas dos artigos

As características das referências de um artigo podem indicar dados a

respeito do comportamento do(s) autor(es) e das publicações sobre um

determinado tema. Por exemplo, se um autor tende a procurar trabalhos mais

históricos do que descobertas recentes e se autores que utilizem um

determinado tema, como controle de estímulos em pesquisa aplicada, têm

procurado se informar a respeito das pesquisas básicas desenvolvidas

37

recentemente. Por este motivo, decidiu-se analisar as referências dos artigos

com termos de controle de estímulos no título, o que resultou em 59 artigos

para o período 1990-2002 (conforme justificado à página 27).

Primeiramente, foi levantado, por meio do programa Access, quantas vezes

cada referência apareceu nos artigos analisados do JABA e os dados foram

organizados em ordem decrescente em relação à frequência com que o texto-

referência foi encontrado.

No caso dos textos mais referidos, o programa também possibilitou

observar qual a frequência de citação destes trabalhos ao longo dos anos.

Ainda utilizando o programa Access, foi possível observar quantas vezes

cada periódico ou livro foi referido. Com isto, organizou-se uma tabela por

ordem decrescente de número de referências aos periódicos e livros mais

referidos pelos artigos da área publicados no JABA. Assim, foi possível,

também, observar o índice de auto-referência no JABA e o índice de referência

ao JEAB.

A partir da listagem dos periódicos referidos foi feita uma busca na Internet

nos sites dos próprios periódicos, coletando-se o objetivo e índices (estes

últimos escolhidos de forma aleatória) dos periódicos para identificar: 1) a área

de estudo; 2) se costuma publicar artigos sobre problemas de

desenvolvimento; 3) se costuma publicar artigos com metodologia e/ou teoria

da análise do comportamento; e 4) caso publique artigos com metodologia

e/ou teoria da análise do comportamento, se publica artigos de pesquisa

básica, aplicada ou textos teóricos.

Com isto, levantou-se as áreas que têm contribuído para a produção, no

JABA, de estudos utilizando conceitos de controle de estímulos, juntamente à

representatividade de cada área por meio de suas porcentagens.

38

Como, durante a coleta de dados, percebeu-se a grande quantidade de

artigos relacionados a problemas de desenvolvimento (principalmente na

década de noventa), considerou-se interessante identificar nas referências o

percentual de periódicos e de referências de periódicos que costumam publicar

artigos lidando com esta população.

Uma vez identificado se o periódico era “behaviorista” ou não e que tipo de

trabalho costuma publicar entre as três formas de pesquisa, foi possível

comparar as frequências e porcentagens de referências de periódicos que

publicam artigos com enfoque no behaviorismo radical às presentes em

periódicos que não os publicam, e as frequências e porcentagens de trabalhos

de pesquisa básica, aplicada e teórica embasando a produção sobre o tema no

JABA.

Vale ressaltar que ao categorizar os periódicos em relação a: 1) se publicam

artigos com/para população com problemas de desenvolvimento; 2) se

publicam artigos comprometidos com metodologia e/ou teoria da análise do

comportamento; e 3)qual o tipo de pesquisa (aplicada, básica e artigos

teóricos), separou-se os periódicos que só publicam trabalhos relacionados a

algum dos critérios dos que também publicam trabalhos que apresentam tais

critérios (embora o periódico não se comprometa a publicar só sob estes

critérios).

Para se classificar a área de estudo, levou-se em conta os objetivos dos

periódicos (obtidos nas home pages dos sites dos periódicos) que indicam a

que público é direcionado.

Já para identificar se o periódico era “behaviorista”, além de ler os objetivos

do periódico e a que público é direcionado, em muitos casos foi necessária a

leitura de sumários (index) procurando nos títulos dos artigos conceitos da

análise do comportamento, como por exemplo: delayed matching, concurrent

39

schedules e stimulus generalization. Quando o periódico era identificado como

“behaviorista” ou que também publica artigos “behavioristas” procurou-se

identificar, também por meio dos sumários e, em alguns casos, por meio dos

resumos, o tipo de pesquisa publicado no periódico. Para isto, foi observado:

1) o sujeito; 2) em que contexto (setting); e 3) se eram estudos conceituais-

históricos. Diante de sujeitos humanos em settings nos quais é possível

aplicação de pesquisas (ex: escolas, hospitais, institutos para problemas de

desenvolvimento) o periódico foi categorizado como de pesquisa aplicada.

Quando os sujeitos eram infra-humanos ou humanos em ambiente de

laboratório para estudar determinados conceitos básicos, o periódico foi

categorizado como de pesquisa básica. Já na ausência de sujeitos e

identificação do terceiro critério, o periódico foi categorizado como de artigos

teóricos, conceituais.

Por fim, as referências foram classificadas como recentes (quando

publicadas há cinco anos ou menos) ou históricas-clássicas (quando

publicadas há vinte anos ou mais), um critério já utilizado por Hutz e Adair

(1996) e também empregado em Silva (2000b).

Para isto foram calculadas as diferenças entre o ano de publicação do

artigo que referencia e o ano de publicação do artigo referido.

6. Comparação com os trabalhos anteriores sobre controle de estímulos no

JEAB

Finalmente, os resultados relativos a conceitos básicos nos títulos, autoria

e referências foram comparados aos mesmos resultados das revisões sobre

controle de estímulos no JEAB (Silva, 2000a e Silva, 2000b), procurando

identificar, principalmente, o aproveitamento de um tipo de pesquisa na outra.

40

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Frequência e ritmo da publicação sobre controle de estímulos

Foram selecionados 120 artigos que apresentam um dos conceitos de

controle de estímulos no título entre os artigos publicados no JABA ao longo

de 34 anos de sua publicação (1968-2002).11 A Figura 1 apresenta a curva

acumulada destes artigos por ano de publicação.

Por ano, o JABA começou publicando apenas um ou dois artigos sobre

o tema, num ritmo inicialmente contínuo, com queda na taxa entre os anos de

1973 e 1976. Em 1977, último ano tendo Stewart Agras como editor, há um

primeiro pico de artigos publicados - 8 artigos no total, o dobro do máximo

publicado até então por ano.

No ano seguinte assume como editor Daniel O’Leary, e embora neste

ano não haja publicações com os conceitos sobre controle de estímulos no

F ig u ra 1 : C u rv a a c u m u la d a d e a r t ig o s p u b l ic a d o s n o J a b a c o m c o n c e ito s d e c o n t ro le d e e s t ím u lo s n o s t í tu lo s p o r a n o

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

1 2 0

1 4 0

1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

a n o s

núm

ero

de a

rtig

os

41

título, no ano de 1979 há um novo pico de publicações – total de 7 artigos-

que coincide com as 2 edições especiais publicadas por O’Leary sobre

Medicina Comportamental e Diagnóstico Comportamental.

Apesar de O’Leary aceitar novas metodologias e teorias e da existência

de duas edições especiais que se relacionam com outras áreas de

conhecimento, a produção aplicada comprometida com conceitos derivados de

pesquisas da análise experimental do comportamento é alta, pelo menos no

que diz respeito ao tema controle de estímulos.

A partir de 1980 diminui novamente a produção de artigos sobre o

tema, cessando completamente no ano de 1983. A desaceleração da curva

acumulada vai até 1987, quando se inicia uma pequena aceleração (que

coincide com a chefia editorial de Jon Bailey), e uma maior aceleração no

início da década de noventa - durante a chefia editorial de Scott Geller, que no

Looking Ahead de 1991, volume 24, número 2, pede, explicitamente, por

artigos que falem sobre a avaliação de controle de estímulos em settings

naturais (Geller, 1991).

Em 1994 há um novo pico de publicações (oito artigos ao longo do ano)

durante a gestão de Nancy Neef. E um novo pico ocorre em 1998, o maior de

todos na história do JABA – com dez artigos, durante a gestão de David

Wacker.

Vale ressaltar que Nancy Neef, Charles Mace e David Wacker foram

editores que explicitaram a importância da integração entre pesquisas básicas

e aplicadas (Neef, 1993; Mace e Wacker, 1994). Isto pode ser comprovado na

edição especial em 1994 “Integrando pesquisas básica e aplicada”, publicada

durante a gestão de Neef, que teve como editores convidados Charles Mace e

David Wacker, e pela continuidade de editoração do periódico nas mãos destes

11 A lista das referências dos 120 artigos analisados nesta pesquisa está no Anexo 2.

42

dois pesquisadores, que haviam apontado a possibilidade da integração

principalmente nos estudos sobre controle de estímulos, choice e resistência a

mudanças (Mace e Wacker, 1994).

Nos anos seguintes, há um ritmo contínuo de publicações até 2002,

que apresenta uma baixa (apenas um artigo).

No entanto, estes dados são relativos a um único tema de pesquisa e,

sabendo-se que houve diferentes quantidades de artigos publicados ao longo

dos anos no JABA, é interessante observar a proporção de publicações sobre

controle de estímulos em relação ao total de artigos em cada ano, como

mostrado na Figura 2.

Nesta figura é possível observar que só não houve publicação sobre o

tema controle de estímulos nos anos de 1968 e 1983. No ano de 1977, a

grande quantidade de publicações sobre o tema controle de estímulos coincide

com a grande publicação de artigos em geral no periódico. Em alguns

Figura 2: Número de artigos sobre controle de estím ulos e número total de artigos publicados no JABApor ano

0

20

40

60

80

100

120

1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

ano

núm

ero

de

artig

os

artigos publicadosno Jaba

artigos sobrecontrole deestímulos no Jaba

43

momentos, é possível observar que o crescimento do número de publicações

sobre controle de estímulos por ano ocorre simultaneamente a crescimentos

de publicações em geral por ano, como nos casos dos anos de 1972, 1973 e

1974 e leve queda no ano de 1975. Ou, ainda, observa-se quedas tanto no

total de artigos quanto nos artigos sobre o tema, como entre os anos de 1980 e

1983.

Para identificar melhor momentos de crescimento da área nas

publicações do JABA, a Figura 3 apresenta a porcentagem de artigos sobre

controle de estímulos em relação ao total de artigos publicados no JABA.

Aqui, identifica-se mais claramente os picos de maior número de

publicações presentes na figura 1, os anos de 1977, 1979, 1994 e 1998. Ou

seja, estes anos apresentaram números de publicações sobre controle de

estímulos que ultrapassam as médias de publicação do tema por ano.

Quanto aos outros períodos, vemos que de 1969 a 1976 houve um

percentual de artigos sobre a área que se manteve (em torno de 5%). Na

década de oitenta há uma grande instabilidade dos percentuais: em alguns

F ig u ra 3 : P o rc e n ta g e m d e a rt ig o s s o b re c o n tro le d e e s tím u lo s e m re la ç ã o a o to ta l d e a rt ig o s p u b lic a d o s n o J A B A p o r a n o

0

2

4

6

8

1 0

1 2

1 4

1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

a n o

porc

enta

gem

44

anos há percentuais tão altos quanto o pico de 1977 (1984 e 1985 – período

editorial de Iwata), e em outros anos há percentuais inferiores à média do

começo da década de setenta chegando a 0 e 2% (nos anos de 1982, 1983 e

1987).

Após o ano de 1987, há um novo crescimento do percentual (quase 7%)

e até o ano de 1993 é mantida uma média de 5% de publicações. No ano de

1994, o percentual é semelhante ao do ano de 1979 (em torno de 10%),

superado apenas no ano de 1998 (13%).

Para identificar a relação da produção sobre o tema com os editores do

JABA, a Figura 4 mostra estes mesmos dados (porcentagem de artigos sobre o

tema em relação ao total de artigos no JABA), mas apresentados por períodos

editoriais.

Como é possível observar, os períodos editoriais de maior produção

sobre o tema foram os de: Stewart Agras (principalmente devido às

publicações no ano de 1977), Brian Iwata (que apresentou dois anos com

F ig u ra 4 : P o rc e n ta g e m d e a rt ig o s s o b re c o n tro le d e e s tím u lo s p o r p e río d o s e d ito r ia is

3 ,3 6

5 ,1 3 5 ,2 1

6 ,1 9

5 ,6 4

3 ,0 1

6 ,4 8

4 ,1 7

5 ,0 4

6 ,8 1

8 ,8

5 ,9 7

1 ,9 5

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

1 0

Wolf

Baer

Risley

Agras

O'Lear

y

Barlow

Iwat

a

Bailey

Geller

Neef

Wac

ker

Mac

e

Fisher

e d ito re s

porc

enta

gem

45

porcentagens de publicações maiores – 1984 e 1985), Nancy Neef (com ênfase

de publicações no ano de 1994), David Wacker (com a maior porcentagem de

publicação sobre controle de estímulos em 1998) e Charles Mace (que manteve

uma média de 6% de publicações durante seus três anos como editor).

Autoria

A partir dos nomes dos autores que publicaram os artigos selecionados

para análise, foi possível identificar quantos artigos cada autor (independente

de ser primeiro autor, segundo, terceiro...) publicou sobre controle de

estímulos no JABA. Entre os 261 autores, a grande maioria (83,52%)

publicou apenas um artigo, 26 publicaram dois artigos (9,96%), nove

publicaram três artigos (3,45%), quatro publicaram quatro artigos (1,53%),

dois publicaram cinco artigos (0,77%), um autor publicou seis artigos (0,38%)

e apenas um autor publicou oito artigos (0,38%).

Comparando-se estes dados aos de autoria no JEAB durante o período

de 1990 a 1999, percebe-se que as porcentagens de autores publicando

determinadas quantidades de artigos são próximas (Silva, 2000a). Mas, no

caso do JABA, a porcentagem de autores publicando apenas um artigo excede

a do JEAB (74,95%), e além disso no JEAB o autor que mais publicou artigos

(Sidman com 16 artigos ao longo dos 41 anos de publicação analisados)

publicou exatamente o dobro do número de artigos publicados pelo autor que

mais publicou no JABA (Iwata com 8 artigos ao longo de 34 anos de

publicação analisados).

Parece haver, dessa forma, uma produção menos centralizada no JABA:

há mais autores publicando apenas um artigo e os autores que mais

publicaram, publicaram menos artigos que os principais autores no JEAB.

46

Os autores que mais publicaram no JABA (autores que publicaram 3 ou

mais artigos com conceitos de controle de estímulos no título), assim como

seus respectivos números de publicações e instituições às quais estavam

filiados nos anos em que publicaram os artigos no JABA estão na Tabela 1.

Tabela 1: Autores que mais publicaram artigos sobre

controle de estímulos no JABA

Autor nº de artigos

Instituições às quais os autores estavam filiados nos anos em que Publicaram artigos sobre controle de estímulos no JABA

Iwata, B A 8 1976 – Kalamazoo Valley Multihandicap Center e Western Michigan University/1986 – Kennedy Institute e Johns Hopkins University School of Medicine/1991- University of Florida

Mackay, H A 6 1991 - E K Shriver Center for Mental Retardation e Northeastern University

Baer, D M 5 1971 – University of Kansas

Stromer, R 5 1992 - E K Shriver Center for Mental Retardation e Northeastern University

Cuvo, A J 4 1977 – Southern Illinois University at Carbondale

Krantz, P J 4 1993 – Princeton Child Development Institute

McClannahan, L E 4 1993 – Princeton Child Development Institute

Piazza, C C 4 1991 – Kennedy Institute e Johns Hopkins University School of Medicine

Fisher, W W 3 1991 – Kennedy Institute e Johns Hopkins University School of Medicine

Garcia, E E 3 1971 – University of Kansas/ 1974 – University of Utah

Halle, J W 3 1979 – University of Kansas/ 1981- Pennsylvania State University/ 1991- University of Illinois at Urbana-Champaign

Kennedy, C H 3 1987 – University of California, Santa Barbara/ 1994 - University of Hawaii

Koegel, R L 3 1975 – University of California, Santa Barbara

Pace, G M 3 1986 - Kennedy Institute e Johns Hopkins University School of Medicine

Sidman, M 3 1974 - E K Shriver Center for Mental Retardation e Northeastern University/ 1994 – New England Center for Autism

Spradlin, J E 3 1979 – University of Kansas

Stokes, T F 3 1974 – University of Western Australia/ 1977 University of Manitoba/ 1988 – Carousel Services for Children and Families e University of South Florida

Entre os autores que mais publicaram no JEAB (Sidman, M., com 16

artigos; Thomas, D.R., com 12 artigos; Fields, L. , McMillan, D.E. e Rilling, M.,

com 8 artigos) apenas Sidman está entre os autores que mais publicaram

artigos aplicados sobre o tema. Embora com poucos artigos na aplicação

quando comparado aos primeiros da lista, Sidman se mantém como figura

47

importante na produção sobre controle de estímulo, sendo o único autor que

produziu, em quantidade, trabalhos tanto em pesquisa básica quanto

aplicada.

A Figura 5 apresenta as curvas acumuladas de publicações por autores

que publicaram 4 ou mais artigos sobre controle de estímulos no JABA ao

longo dos anos.

Durante a década de setenta o autor que predominantemente publicou

mais no tema foi Donald Baer. Brian Iwata, apesar de ter uma publicação

inicial em 1976, passa a publicar a maior parte de seus artigos entre os anos

de 1986 e 1993. Acompanhando o ritmo de Iwata, está Mackay que aparece

em segundo lugar como autor que mais publicou na área. Outro autor que

iniciou suas publicações ainda na década de setenta é Anthony Cuvo, que

passa a ter maior frequência de publicações no início da década de noventa.

F ig u ra 5 : C u rv a s a c u m u la d a s d e p u b l ic a ç õ e s s o b r e c o n t r o le d e e s t ím u lo s p o r a u to r e s q u e m a is p u b l ic a ra m a o lo n g o d o s a n o s

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

a n o s

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tigos

Iw a ta

M a c k a y

B a e r

S tro m e r

C u v o

K ra n tz e M c C la n n a h a n

P ia z z a

48

Patricia Krantz e Lee McClannahan sempre publicaram juntas e suas

publicações assim como as de Cathleen Piazza e Robert Stromer apresentam-

se na década de noventa.

Filiação Institucional

A Figura 6 apresenta curvas acumuladas de publicações pelas

instituições às quais os autores foram e/ou são filiados ao longo dos períodos

editoriais.

Na tabela 2 é possível identificar os editores durante cada intervalo de

anos.

F ig u r a 6 : C u r v a s a c u m u la d a s d e a r t i g o s s o b r e c o n t r o le d e e s t ím u lo s p u b l i c a d o s n o J A B A p o r i n s t i t u i ç ã o a o l o n g o d o s p e r ío d o s e d i t o r i a is

0

2

4

6

8

1 0

1 2

1 4

1 6

1 9 6 8 -7 1

1 9 7 2 -7 4

1 9 7 5 -7 7

1 9 7 8 -8 0

1 9 8 1 -8 3

1 9 8 4 -8 6

1 9 8 7 -8 9

1 9 9 0 -9 2

1 9 9 3 -9 5

1 9 9 6 -9 8

1 9 9 9 -0 1

2 0 0 2

p e r ío d o s e d i t o r ia is

nº d

e ar

tigos

W e s t e rn M ic h ig a nU n iv e r s i t y

K e n n e d y I n s t i t u te

J o h n s H o p k in s U n iv e r s i t yS c h o o l o f M e d ic in e

U n iv o f F lo r id a

N o r t h e a s t e rn U n iv ,B o s t o n e E K S h r i v e rC e n t e r f o r M e n ta lR e t a r d a t io nU n iv o f K a n s a s

S o u t h e r n I l l i n o i sU n iv e r s i t y

P r in c e t o n C h i ldD e v e lo p m e n t I n s t i t u te

U n iv o f C a l i f o r n ia , S a n t aB a r b a r a

N e w E n g la n d C e n t e r f o r

49

Tabela 2: Editores do JABA e seus respectivos períodos editoriais

Anos Editor

1968-1970 Montrose Wolf

1971 Donald Baer

1972-1974 Todd Risley

1975-1977 Stewart Agras

1978-1980 Daniel O'Leary

1981-1983 David Barlow

1984-1986 Brian Iwata

1987-1989 Jon Bailey

1990-1992 Scott Geller

1993-1995 Nancy Neef

1996-1998 David Wacker

1999-2001 Charles Mace

2002- 2004 Wayne Fisher

Sem dúvida, a Universidade de Kansas tem sido, desde o início, a

principal fonte de pesquisa sobre controle de estímulos. Quatro entre 10

artigos da Universidade de Kansas tiveram Baer como autor. Ainda na década

de setenta, destaca-se também a Universidade da Califórnia, em Santa

Barbara, que chega ao total de cinco artigos até o final da década de oitenta.

No início da década de noventa as publicações passaram a se originar

de novas instituições (muitas que, até então, haviam publicado dois, um ou

ainda nenhum artigo). Nesta década, algumas universidades passam a

produzir pesquisas em conjunto com institutos voltados principalmente ao

atendimento de indivíduos com problemas de desenvolvimento. Observa-se na

Figura 7 que o segundo maior total de artigos na área provém do Kennedy

Institute, um instituto que publicou muitos de seus artigos em conjunto com a

Escola de Medicina da Universidade de John Hopkins, que aparece com o

terceiro maior total de artigos, empatada com outra parceria de universidade e

instituto. Esta outra parceria, a Universidade de Northeastern de Boston e o

Eunice Kennedy Shriver Center for Mental Retardation, publicou sempre

conjuntamente.

50

Diante da aceleração das curvas destas quatro instituições de pesquisa

organizadas em duas parcerias de universidade e instituto para problemas de

desenvolvimento entre 1990 e 1998, pode-se dizer que, em grande parte, elas

representam a produção da década de noventa caracterizada pela integração

entre prática (garantida nos institutos para problemas de desenvolvimento) e

“teoria aplicada” (garantida pelas universidades), voltadas principalmente para

resolução de problemas de desenvolvimento.

Houve ainda, na época, a produção relevante de outros institutos

voltados a problemas de desenvolvimento, como a produção no Princeton

Child Development Institute e no New England Center for Autism.

Grupos de pesquisa

É possível identificar alguns grupos de pesquisa sobre controle de

estímulos a partir da análise da filiação dos sete pesquisadores que mais

publicaram e a de seus co-autores.

Grupo de Iwata.

Há mais de um trabalho publicado por Iwata e Pace, estando os dois em

diferentes universidades em ambos os trabalhos. Pode-se aqui levantar uma

parceria de trabalho sobre o tema. Um grupo de pesquisa que parece surgir é

o de Iwata, Zarcone, Smith e Mazalenski, todos da Universidade da Flórida,

que publicaram dois artigos nos anos de 1993 e 1994. Como Iwata sempre

está presente como segundo autor nestas publicações é possível que sejam

publicações de trabalhos de orientando seus.

51

A Tabela 3 traz nomes dos co-autores de Iwata e suas filiações. Entre

parênteses está a ordem de posição dos autores no artigo.

Tabela 3: Pesquisadores com quem Iwata publicou

e suas respectivas filiações

Ano de publicação

Filiação de Iwata

Co-autor(es) Filiações

1976 Western Michigan (2º)

Page (1º) Neef (2º)

Western Michigan

1986 Kennedy Institute e John Hopkins Univ. (2º)

Pace (1º) Edwards (3º) McCosh (4º)

Kennedy Institute e John Hopkins University

1991 Univ. of Florida (2º)

Rodgers (1º) Univ. of Florida

1993 Univ. of Florida (2º)

Pace (1º) Cowdery (3º) Andree (4º) McIntyre (5º)

Univ. of Florida Univ. of Florida Univ. of Califórnia, Berkely Baltimore Univ.

1993 Univ. of Florida (2º)

Zarcone (1º) Vollmer (3º) Jagtiani (4º) Smith (5º) Mazalenski (6º)

Univ. of Florida Lousiana St. Univ. Baltimore Univ. Univ. of Florida Univ. of Florida

1994 Univ. of Florida (2º)

Zarcone (1º) Smith (3º) Mazalenski (4º) Lerman (5º)

Kennedy Inst. E John Hopkins Univ. Univ. of Florida Univ. of Florida Univ. of Florida

1994 Univ. of Florida (2º)

Shore (1º) Lerman (3º) Shirley (4º)

Univ. of Florida

2000 Univ. of Florida (2º)

Conners (1º) Kahng (3º) Hanley (4º) Worsdell (5º) Thompson (6º)

Univ. of Florida

Em ambos os artigos de 1993, Iwata publica com pesquisadores de

outras universidades, o que pode indicar teorias de práticas semelhantes

sendo implantadas em diferentes regiões do país.

52

Grupo de Mackay. Na Tabela 4 são apresentados os pesquisadores com

quem Mackay publicou, assim como suas respectivas filiações.

Tabela 4: pesquisadores com os quais Mackay publicou

e respectivas filiações

Ano de

publicação

Filiação de Mackay Co-autor(es) Filiações do(s) co-autor(es)

1991 E K Shriver Center e Northeastern Univ. (4º)

Dube (1º) McDonald (2º) McIlvane (3º)

E K Shriver Center e Northeastern Univ.

1992 E K Shriver Center e Northeastern Univ. (2º)

Stromer (1º) E K Shriver Center e Northeastern Univ.

1996 E K Shriver Center e Northeastern Univ. (2º)

Stromer (1º) Howell (3º) McVay (4º) Flusser (5º)

E K Shriver Center e Northeastern Univ. E K Shriver Center e Northeastern Univ. E K Shriver Center e Northeastern Univ. Learning Center

1996 E K Shriver Center e Northeastern Univ. (2º)

Stromer (1º) Remington (3º)

E K Shriver Center e Northeastern Univ. Univ. of Southanpton

1997 E K Shriver Center e Northeastern Univ. (3º)

Geren (1º) Stromer (2º)

E K Shriver Center e Northeastern Univ.

1998 E K Shriver Center e Northeastern Univ. (2º)

Stromer (1º) McVay (3º) Fowler (4º)

E K Shriver Center e Northeastern Univ.

Estes dados mostram que Mackay sempre pesquisou filiado ao Eunice

Kennedy Shriver Center for Mental Retardation e à Universidade de

Northeastern. Entre as seis publicações, Stromer fez parte de cinco ao longo

de seis anos, apontando para uma parceria de pesquisa bem determinada.

Nestes cinco artigos Mackay sempre aparece como o autor seguinte a Stromer.

Entretanto, seria preciso conhecer melhor as relações de “subordinação”

acadêmica para entender este dado.

Esta produção de Stromer e Mackay concentra-se na década de

noventa, e estes dois nomes parecem indicar o principal grupo de pesquisa

sobre o tema no Eunice Kennedy Shriver Center for Mental Retardation e na

Universidade de Northeastern. Possivelmente são estes dois pesquisadores os

responsáveis pela aceleração da curva de publicações destas instituições

durante a década de noventa na Figura 6.

53

Grupo de Baer. Na Tabela 5 são apresentados os pesquisadores com

quem Baer publicou, assim como suas respectivas filiações.

Tabela 5: pesquisadores com os quais Baer publicou

e suas respectivas filiações

Ano de publicação

Filiação de Baer

Co-autor(es) Filiações dos co-autor(es)

1971 Univ. of Kansas (2º)

Garcia (1º) Firestone (3º)

Univ. of Kansas Wayne State Univ.

1974 Univ. of Kansas (2º)

Stokes (1º) Jackson (3º)

Univ. of Western Australia Pyston Training Center

1977 Univ. of Kansas (2º)

Stokes (1º) Univ. of Manitoba

1981 Univ. of Kansas (2º)

Halle (1º) Spradlin (3º)

Pennsylvania St. Univ Univ. of Kansas

1993 Univ. of Kansas (3º)

Connell (1º) Carta (2º)

Juniper Gardens Children’s Project e Univ. of Kansas Juniper Gardens Children’s Project e Univ. of Kansas

Baer, grande responsável por estudos aplicados da análise do

comportamento na Universidade de Kansas, assim como os dois autores antes

aqui analisados, não é primeiro autor em nenhuma destas cinco publicações.

Entre estas, duas foram produzidas com Stokes, que estava filiado em ambos

os casos a universidades fora dos Estados Unidos. Na de 1974, Baer, que

passava seu ano sabático na Universidade de Western Australia, orientou

Stokes (Stokes e Baer, 1974).

Grupo de Cuvo. Cuvo, assim como os oito pesquisadores com quem

publicou, desenvolveu pesquisas na Universidade de Southern Illinois em

Carbondale. Apresenta dois artigos junto a Davis. Voltando à Figura 6, talvez

seja possível identificar a grande influência de Cuvo nas publicações da

Universidade de Southern Illinois, já que as datas destes artigos coincidem

com períodos de alta produtividade da Universidade e que o autor está entre

os que mais publicaram sobre o assunto.

54

Parceria de Krantz e McClannahan. Estas duas autoras publicaram

artigos na década de noventa sempre juntas, sendo ambas filiadas ao

Princeton Child Development Institute.

Grupo de Piazza. Piazza constituiu sua carreira no Kennedy Intitute e

na Universidade de John Hopkins, publicando na década de noventa trabalhos

sobre o tema no JABA, alguns destes em parceria com Fisher (atual editor do

JABA que publicou três trabalhos entre os analisados por esta pesquisa).

É interessante observar que, embora Iwata tenha deixado o Kennedy

Institute e a Universidade de John Hopkins antes da década de noventa e

continuado suas pesquisas na Universidade da Flórida, estas duas

instituições que trabalhavam em parceria permaneceram produzindo

trabalhos com novos pesquisadores como Cathleen Piazza e Waine Fisher na

década de noventa.

55

Tipos de Instituição

A quantidade de publicações produzidas por diferentes tipos de

instituição é apresentada em curvas acumuladas ao longo dos períodos

editoriais na Figura 7.

No início da década de setenta, a publicação filiada a universidades

permanece alta e contínua, enquanto no final desta mesma ocorre uma

desaceleração na produção e uma pequena aparição de pesquisas produzidas

em institutos, hospitais e faculdades de medicina.

Nos anos oitenta a produção em universidades, embora menor do que

na década anterior, se mantém estável. No entanto, começa a haver uma leve

aceleração dos trabalhos produzidos em institutos, e a primeira pesquisa

filiada a uma escola é publicada no final da década.

A partir de 1990, as curvas de universidades e institutos apresentam

um crescimento quase semelhante, corroborando a afirmação do trabalho

conjunto entre as mesmas nesta década. É neste mesmo período que a curva

F ig u ra 7 : C u rv a s a c u m u la d a s d e p u b l ic a ç õ e s p o r t ip o d e in s t i tu iç ã o

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

1 2 0

1 4 0

1 9 6 8 -7 1 1 9 7 2 -7 4 1 9 7 5 -7 7 1 9 7 8 -8 0 1 9 8 1 -8 3 1 9 8 4 -8 6 1 9 8 7 -8 9 1 9 9 0 -9 2 1 9 9 3 -9 5 1 9 9 6 -9 8 1 9 9 9 -0 1 2 0 0 2p e r ío d o s e d i to r ia s

quan

tidad

e de

art

igos

E sc o la s

H o sp ita is

In s t i tu to s

F a c u l M e d ic in a

U n iv e rs id a d e

56

de faculdades de medicina distingui-se das outras, provavelmente devido à

alta produção de trabalhos na faculdade de medicina da Universidade de John

Hopkins.

Williams e Buskist (1981) observaram no JEAB a proporção de estudos

filiados a faculdades de medicina e laboratórios independentes ao longo dos

anos. Nos primeiros seis anos de publicação (até 1964) a proporção destes

estudos chegava a aproximadamente a metade das publicações. Depois houve

um contínuo decréscimo, chegando a 6% em 1981. Os autores levantaram

duas hipóteses: 1) que, parcialmente, poderia se atribuir tal declínio a fatores

similares aos responsáveis pelo declínio então recente no número total de

diferentes filiações; e 2) que pesquisadores filiados ao governo, indústria e

agências médicas têm de estar envolvidos com as necessidades práticas e

imediatas de seus empregadores e/ou consumidores.

É possível que reservas financeiras de laboratórios farmacêuticos em

faculdades de medicina tenham mudado a direção das pesquisas por elas

propostas, diminuindo o número de pesquisas experimentais e aumentando

as pesquisas aplicadas para resolução de problemas específicos, como

problemas de desenvolvimento.

A Figura 8 apresenta as porcentagens de publicação de cada tipo de

instituição na área nos 34 anos de revisão aqui analisados.

F ig u r a 8 : P o rc e n ta g e n s d e p u b l ic a ç õ e s s o b re c o n tro l e d e e s t ím u lo s p u b l ic a d a s p o r t ip o s d e in s tiu iç ã o

E s c o la s2 %

H o s p ita is 3 %

In s titu to s2 4 %

F a c u l M e d ic in a8 %

U n iv e rs id a d e6 3 %

57

Considerações Topográficas:

Participantes

Na Figura 9 são apresentadas as curvas acumuladas de artigos por

participantes por períodos editoriais.

Em todos os períodos, a maioria dos artigos sobre o tema teve crianças

com problemas de desenvolvimento como participantes dos experimentos. Os

momentos com aumento de artigos com tais participantes são referentes aos

períodos de 1975 a 1977 (com Stewart Agras como editor), 1981 a 1986 (com

Barlow e Iwata como editores) e 1990 a 1998 (com Geller, Neef e Wacker como

editores).

O grande crescimento de artigos com estes participantes durante a

década de noventa junto à informação de que neste mesmo período crescem os

F igura 9 : C urvas acum uladas de a rtigos sob re contro le de es tím ulos no JAB A por partic ipantes das pesquisas ao longo dos períodos e d ito ria is

0

10

20

30

40

50

60

70

1968-71 1972-74 1975-77 1978-80 1981-83 1984-86 1987-89 1990-92 1993-95 1996-98 1999-01 2002

períodos ed ito ria is

nº d

e ar

tigos

D D criança

adulto

criança

psiq criança

psiq adulto

D D adulto

outros

58

números de artigos publicados por parcerias de universidades e institutos

voltados para problemas de desenvolvimento parecem indicar que na década

de noventa há uma publicação em massa voltada para problemas de

desenvolvimento que procurou por meio de centros de pesquisa por excelência

produzir trabalhos aplicados a esta população presente em tais institutos.

Quanto aos índices dos outros participantes é possível perceber a

grande participação de adultos e crianças (bem inferior à de crianças com

problemas de desenvolvimento, mas superior às demais). Ambos apresentam

números próximos, com prevalência do número acumulado de adultos no final

da década de setenta até final da de noventa e a ascensão do número

acumulado de artigos com crianças a partir de então. Na década de noventa

há um grande crescimento dos artigos com adultos com problemas de

desenvolvimento. Em relação aos participantes com problemas psiquiátricos o

número de artigos encontrados foi pequeno tanto para crianças quanto para

adultos.

Já, para os participantes de todos os artigos no JABA publicados entre

1968 e 1992), Northup et al (1993) afirmam que desde o início das publicações

até aproximadamente o ano de 1977 há a prevalência de crianças como

participantes, e que só mais recentemente os indivíduos com problemas de

desenvolvimento se tornaram os participantes mais frequentes, tendo um

grande salto na frequência entre os anos de 1989 e 1992. Diferentemente, na

presente dissertação percebe-se que em relação ao tema controle de estímulos,

desde o início do JABA, crianças com problemas de desenvolvimento

apresentam maior frequência entre os participantes. E na década de noventa,

o crescimento é ressaltado pelo aumento de frequência de trabalhos com

adultos com problemas de desenvolvimento.

59

A curva de outros foi composta dos artigos que tiveram como

participantes adultos adictos, idosos e um experimento utilizando pombos.

Este último tinha a pretensão de fazer uma analogia no laboratório à

correspondência entre dizer e fazer em condições sociais.

Settings

O levantamento dos settings dos experimentos publicados no JABA com

conceitos de controle de estímulos nos títulos dos artigos é apresentado na

Figura 10.

Figura 10: Curvas acumuladas de artigos sobre contr ole de estímulos publicados no JABA por settings ao longo dos períodos editoriais

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1968-71 1972-74 1975-77 1978-80 1981-83 1984-86 1987-89 1990-92 1993-95 1996-98 1999-01 2002

períodos editoriais

nº d

e ar

tigos

DD inst

médico

análogo

escola

comunidade

DD casa

casa

escola (classeespecial)outros

60

Já nos dois primeiros períodos editoriais (composto pelas chefias de

Wolf de 1968 a 1970 e Baer em 1971 – compondo um único período aqui),

percebe-se a grande presença de pesquisas sendo aplicadas em institutos

voltados para problemas de desenvolvimento. Nas décadas de setenta e oitenta

há índices semelhantes para estes institutos e para os settings análogos

(preparados especialmente para o desenvolvimento da pesquisa). Já, na

década de noventa a curva dos institutos para problemas de desenvolvimento

se diferencia da de análogo apresentando a maior aceleração de crescimento

de publicações em um determinado setting.

Northup et al (1993) mostraram que a escola foi o setting mais

frequentemente usado nos estudos do JABA. Aqui, em estudos exclusivamente

sobre controle de estímulos, há uma grande diferença já que desde o início a

prevalência é de institutos voltados para problemas de desenvolvimento.

Embora o primeiro artigo a ser publicado utilizando a escola como

setting tenha aparecido logo cedo na história do JABA (durante o período

editorial de Risley - 1972-1974), o crescimento da curva acumulada a partir de

então é contínuo, mas pequeno quando comparado ao crescimento das de

institutos voltados para problemas de desenvolvimento e ambiente análogo. Na

década de oitenta há uma estagnação na produção seguida por um leve

aumento no final. Finalmente, no período de 1993-1995 (com Neef como

editora) volta a crescer. No entanto, nos períodos seguintes apresenta

crescimento pequeno e nulo em sua maioria.

Uma curva semelhante à de escola é a de artigos utilizando comunidade

como setting. Embora inferior à da escola na década de setenta, passa a se

apresentar semelhante a partir do período de 1987-1989. Northup et al (1993)

afirmaram que a partir de 1982 a porcentagem de trabalhos em ambientes

análogos foi reduzida e tornou-se menos frequente que os trabalhos em

61

comunidade. Em relação aos trabalhos sobre controle de estímulos podemos

dizer que houve sim um crescimento dos trabalhos em comunidade a partir

desta época, mas não houve o declínio da produção em ambientes análogos.

No final da década de noventa, mais precisamente a partir do período de

1996 a 1998, cresce o número de artigos que utilizaram setting médico, ou

seja, consultórios médicos e hospitais, coincidindo como período de aumento

de filiação a faculdades de medicina como visto anteriormente. Entre 1984 e

1998 são publicados artigos que têm como setting salas especiais dentro de

escolas.

As publicações tendo como setting a casa do participante e a casa de

participantes com problemas de desenvolvimento, embora poucas, apresentam

um crescimento principalmente na década de noventa. Entre estas duas

categorias a que apresenta mais publicações é a casa de participantes com

problemas de desenvolvimento, corroborando para a afirmativa de que foi

dada grande atenção a problemas de desenvolvimento no JABA utilizando

conceitos de controle de estímulos nas aplicações.

Comportamentos alvo

Os comportamentos alvo identificados nos artigos do JABA são

apresentados na Figura 11:

Desde o início das publicações prevalecem pesquisas voltadas para

aquisição de habilidades em crianças com problemas de desenvolvimento. O

aumento destas publicações é verificado principalmente nos períodos de 1975

a 1977 (Agras), 1981 a 1986 (Barlow e Iwata) e 1990 a 1998 (Geller, Neef e

Wacker). Novamente, a maior aceleração da curva relacionada principalmente

com problemas de desenvolvimento se dá na década de noventa.

62

Outro comportamento alvo relacionado a crianças com problemas de

desenvolvimento que foi muito pesquisado foi relacionado à linguagem. Suas

publicações apresentam maior número entre os períodos de 1968 a 1986, com

um crescimento menor entre os anos de 1990 e 2001. Estabelece-se, assim,

como o segundo comportamento alvo mais almejado entre os pesquisadores.

Uma curva muito semelhante a esta é a de aquisição de

habilidades/comportamentos em adultos que apresenta crescimento entre os

anos de 1968 a 1980 e em 1987-1989.

No período de 1984 a 1986 (período editorial de Iwata) surge o primeiro

artigo voltado para solucionar comportamentos de auto-lesão (SIB), e a partir

da década de noventa há um grande crescimento das publicações voltadas

para tal comportamento, principalmente no período de 1993-1995 (período

editorial de Neef).

Figura 11: Curvas acumuladas de artigos sobre contr ole de estímulos publicados no JABA por comportamentos alvo ao longo dos períodos edito riais

0

5

10

15

20

25

30

35

1968-71 1972-74 1975-77 1978-80 1981-83 1984-86 1987-89 1990-92 1993-95 1996-98 1999-01 2002

períodos editoria is

nº d

e ar

tigos

Dd criançaaquis hab

adulto aquishab

criança aquishab

criançaacadêmico

DD criançalinguagem

DD adultoaquis hab

cpto auto-lesivo

outros

63

Neste mesmo período, há também o aumento de publicações voltadas

para comportamentos acadêmicos em crianças, em geral, sem problemas

psiquiátricos ou de desenvolvimento, que até então era pequeno. Se

compararmos as curvas acumuladas apenas na década de noventa, é possível

perceber que as publicações que buscaram comportamentos acadêmicos

apresentaram uma aceleração na produção muito semelhante à de aquisição

de habilidades em crianças com problemas de desenvolvimento, ou seja, na

década de noventa a produção de artigos voltados para comportamentos

acadêmicos foi semelhante à de artigos voltados para aquisição de habilidades

apenas em crianças com problemas de desenvolvimento.

Em relação a todos os artigos do JABA publicados até 1992, as

presença de trabalhos voltados para comportamentos acadêmicos em crianças

sem problemas de desenvolvimento prevalece até aproximadamente o ano de

1976, quando a partir de então os trabalhos voltados para aquisição de

habilidades em participantes com problemas de desenvolvimento são maioria

(Northup et al, 1993). É possível que os conceitos sobre controle de estímulos

só tenham podido contribuir de forma significativa à educação a partir da

década de noventa.

Surge a partir dos anos oitenta, artigos voltados para aquisição de

habilidades em adultos com problemas de desenvolvimento. E, por fim, entre

todos os comportamentos alvos, a aquisição de habilidades em crianças foi o

menos investigado.

Percebe-se que a produção no JABA utilizando controle de estímulos

como ferramenta para aplicações voltou-se principalmente aos problemas de

desenvolvimento.

64

Diante do total significativo de “outros”, viu-se a necessidade de

apresentar cada comportamento alvo que a compôs, embora, separadamente,

cada um não apresente números significativos. O total de publicações voltadas

para atingir cada um destes comportamentos alvo é apresentado na Figura 12.

Conceitos

Os conceitos relacionados ao tema controle de estímulos presentes nos

títulos dos artigos selecionadas foram identificados e levantou-se a quantidade

de artigos com cada conceito ao longo dos anos de publicação. A Figura 13

apresenta as curvas acumuladas de artigos com conceitos no título ao longo

dos anos.

Figura 12: Quantidade de artigos sobre controle de estímulos publicados no JABA por comportamentos alvo que compõem a categoria "outros " na Figura 11

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

psiqu

átric

o cr

iança

aqu

isiçã

o de

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ilidad

e

adult

o ac

adêm

ico

psiqu

iátric

o adu

lto a

quisi

ção

de h

abilid

ade

com

porta

men

to a

ditivo

geriá

trico

aqu

isiçã

o de

hab

ilidad

e

DD crian

ça a

cadê

mico

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ça co

mpo

rtam

ento

em

exc

esso

crian

ça lin

guag

em

DD adu

lto co

mporta

men

to e

m e

xces

so

adult

o co

mpo

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to e

m e

xces

so

DD adu

lto lin

guag

em

adult

o lin

guag

em

crian

ça co

mpo

rtam

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exc

esso

esta

belec

er co

rresp

ondê

ncia

análo

ga a

dize

r-faz

er

comportamentos alvo

quan

tidad

e de

art

igos

65

Embora artigos sobre o assunto aconteçam no JABA desde 1969, a

expressão “controle de estímulos” só vai aparecer em um título em 1973. As

duas primeiras publicações na área (1969) apresentaram, no título, os

conceitos de instrução (Stolz & Wolf, 1969) e discriminação (Laws & Rubin,

1969). Nos anos de 1971 e 1972 a maioria das publicações apresentava o

conceito de imitação generalizada. Ainda em 1972 surgem as primeiras

publicações com os conceitos de generalização e fading.

Deste momento em diante passa a haver uma contínua e crescente

produção lidando com os conceitos de generalização e controle de estímulos.

No caso do conceito de generalização, este teve sua grande produção entre os

Figura 13: Curvas acumuladas de artigos publicados no JABA com conceitos, no título, relacionados à área de controle de estímulos no título

0

5

10

15

20

25

30

1968

1970

1972

1974

1976

1978

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

2000

2002

anos

nº d

e ar

tigos

discrimination

instruction

gen imitation

generalization

fading

St Control

concept

equivalence

St selection

matching

St specificity

outros

66

anos de 1975 e 1979, apresentando períodos de produção linear como entre

1984 e 1990 e entre 1997 e 1999.

O conceito de discriminação está presente nos títulos de artigos

principalmente nos anos de 1972, 1973, entre 1975 e 1978, em 1980 e 1983,

sem apresentar mais artigos até o final dos anos oitenta, e a partir de então

passa a estar presente em um artigo a cada dois ou três anos. Embora na

década de oitenta este conceito tenha deixado de ser tão pesquisado quanto

antes em pesquisa aplicada, ele se manteve como o quarto conceito mais

estudado nas publicações sobre controle de estímulos no JABA.

Diferentemente do conceito de discriminação, o conceito de fading,

mesmo tendo sido pouco utilizado nas pesquisas aplicadas na década de

oitenta, apresenta o maior crescimento de produção na década de noventa,

chegando a atingir em 2002 número semelhante ao total de artigos com o

conceito de controle de estímulos no título. É importante ressaltar que, entre

as muitas publicações na época com os conceitos de fading no título,

englobam-se também os de instructional fading e script-fading. Tamanho

crescimento de publicações se deu principalmente nos anos de 1993, 1994,

sob autoria principalmente de Brian Iwata.

Outro importante conceito encontrado foi o de matching, com sua

primeira publicação em 1981. Entretanto, esquecido nos anos seguintes

(década de oitenta em que predominou a produção com os conceitos de

generalização e controle de estímulos), surgem publicações utilizando o

conceito na década de noventa, principalmente em 1994 e 1998.

Na pesquisa básica sobre controle de estímulos publicada no JEAB, um

conceito bastante estudado é o de equivalência, principalmente na década de

noventa (Critchfield et al, 2000; Epling & Pierce, 1988; Morris et al, 2001 e

Silva, 2000a). No caso da pesquisa aplicada, a primeira publicação no JABA

67

com este conceito no título ocorre em 1981, e apenas treze anos depois é que

há uma nova publicação. Aparecem três publicações até 1996 e mais uma em

2000, mostrando que a utilização deste conceito em pesquisas aplicadas foi

pequena nesta década. É possível que os pesquisadores aplicados não venham

tendo contato com as mais recentes produções de pesquisa básica (Michael,

1981 e Mace & Wacker, 1994), incluindo estudos sobre equivalência de

estímulos. Outra hipótese é de deixem para utilizar tal conhecimento só

quando o conceito tiver sido mais explorado. De forma geral, deixou-se de

aproveitar um conceito que pode levar a uma tecnologia avançada na

aprendizagem principalmente em casos com problemas de desenvolvimento

(que vem se mostrando ser um tema muito estudado no JABA).

O número elevado de publicações com o conceito fading poderia, por

sua vez, indicar uma intervenção que tem obtido bons resultados, e que vem

recebendo cada vez mais atenção por parte dos pesquisadores que passaram a

utilizá-la em detrimento de outras tecnologias disponíveis, como as produzidas

com o conceito de equivalência.

Referências Bibliográficas

Nos 120 artigos aqui estudados, alguns autores se destacam pela

quantidade de publicações na área de estudo: Iwata, Mackay, Baer, Stromer,

Cuvo, Krantz, McClannahan e Piazza, sendo que muitos deles publicaram

principalmente na década de noventa. Para identificar que trabalhos e autores

foram usados como base para a produção desta década foi feita uma análise

de referências que também foi comparada com os dados das referências de

artigos sobre controle de estímulos publicados entre os anos de 1990 e 1999

no JEAB analisados no trabalho de Silva, 2000b.

68

Nos 59 artigos selecionados para análise de referências (apenas os

publicados a partir de 1990) havia 1228 referências. Com a retirada de

referências repetidas chegou-se ao total de 908 referências, sendo 79% destes

artigos de periódicos. As quantidades específicas foram: 714 artigos de

periódicos, 107 capítulos de livros, 72 livros, oito trabalhos apresentados em

congressos, três manuscritos não publicados, duas edições do DSM, a escala

WISC, e um sistema de software). A Figura 14 apresenta as porcentagens

relativas a cada tipo de trabalho referenciado em relação ao total de 908

referências. Pertencem à categoria “outros” os trabalhos apresentados em

congressos, manuscritos não publicados, DSMs, o teste WISC e o programa de

software.

Trabalhos mais referidos

Quanto ao número de vezes que cada referência aparece, a Tabela 6

mostra que a grande maioria dos trabalhos é referida apenas uma ou no

máximo duas vezes.

F ig u r a 1 4 : P o r c e n t a g e m p o r t i p o s d e t r a b a lh o s r e f e r e n c i a d o s n o s a r t i g o s s o b r e c o n t r o l e d e e s t ím u lo s p u b l i c a d o s n o J A B A e n t r e o s a n o s d e 1 9 9 0 e 2 0 0 2

a r t ig o s7 8 %

c a p í t u lo s d e l i v r o s1 2 %

l i v r o s8 %

o u t r o s2 %

69

Tabela 6: Número de trabalhos, número de vezes que são referidos

e porcentagem em relação ao total de referências recebidas

Nº de trabalhos Nº de vezes que foram

referidos

Nº dos trabalhos

multiplicado pelo nº

de vezes que foram

referidos

Porcentagem destes

trabalhos em relação

ao total de 1228

referências

743 1 743 60,50%

102 2 204 16,61%

25 3 75 6,11%

12 4 48 3,91%

15 5 75 6,11%

5 6 30 2,44%

2 7 14 1,14%

1 8 8 0,65%

1 9 9 0,73%

1 10 10 0,81%

1 12 12 0,98%

Total: 908 Total: 1228 Total: 100%

A tabela mostra, também, que apenas 26 trabalhos aparecem 5 ou mais

vezes, até um máximo de 12, num total de 6,75%. A relação destes 26

trabalhos (22 artigos de periódicos, 3 capítulos de livros e 1 livro) está no

Quadro 3.

Dos 26 trabalhos mais referidos pelos artigos de controle de estímulos

publicados no JABA entre os anos de 1990 e 2002, sete têm Murray Sidman

como autor, sendo três como único autor. Ao todo, é referido 43 vezes. Três

destes sete trabalhos são também os mais citados nos artigos sobre controle

de estímulos publicados no JEAB entre os anos de 1990 e 1999 (Silva b,

2000). São eles: o artigo publicado em 1971 no Journal of Speech and Hearing

Research sobre leitura e equivalência visual-auditiva (2º artigo mais citado no

JEAB), o artigo publicado em conjunto com Tailby, em 1982, no próprio JEAB,

sobre discriminação condicional X matching to sample - equivalência (1º mais

70

citado no JEAB), e o artigo publicado em 1985, com Kirk e Wilson-Morris, no

JEAB, sobre classes de estímulos geradas por procedimentos de discriminação

condicional (4º artigo mais citado no JEAB). Os outros trabalhos de Sidman

são livro ou capítulo de livro, e um artigo no American Journal of Mental

Deficiency.

Quadro 3 – Relação dos 26 trabalhos mais referidos em artigos sobre

controle de estímulos publicados no JABA entre 1990 e 2002

1. Iwata, B. A, Dorsey, M. F., Slifer, K. J., Bauman, K. E., & Richman, G. S. (1994). Toward a

functional analysis of self-injury. Journal of Applied Behavior Analysis, 27, 197-209. (citado

por 7 artigos como publicado pelo JABA, e por 5 artigos como publicado em 1982 no Analysis

and Intervention in Developmental Disabilities, 2, 3-20 – citado em 12 artigos)

2. Stokes, T. F., & Baer, D. M. (1977). An Implicit technology of generalization. Journal of Applied

Behavior Analysis, 10, 349-367 (10 artigos)

3. Mackay, H. A (1985). Stimulus equivalence in rudimentary reading and spelling. Analysis and

Intervention in Developmental Disabilities, 5, 373-387 (nove artigos)

4. Sidman, M., & Tailby, W. (1982). Conditional discrimination vs. matching to sample: an

expansion of the testing paradigm. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 37, 5-22

(oito artigos)

5. Sidman, M. (1971). Reading and auditory-visual equivalences. Journal of Speech and Hearing

Research, 14, 5-13 (sete artigos)

6. Stromer, R., Mackay, H. A, & Stoddart, L. T. (1992). Classroom aplications of stimulus

equivalence technology. Journal of Behavioral Education, 2, 225-256 (sete artigos)

7. Carr, E. G., & Durand, V. M. (1985). Reducing behavior problems through functional

communication training. Journal of Applied Behavior Analysis, 18, 111-126 (seis artigos)

8. Iwata, B. A, Pace, G. M., Kalsher, M. J., Cowdery, G. E., & Cataldo, M. F. (1990). Experimental

analysis and extinction of self-injurious escape behavior. Journal of Applied Behavior Analysis,

23, 11-27 (seis artigos)

9. Mackay, H. A, & Sidman, M. (1984). Teaching new behavior via equivalence relations. In P. H.

Brooks, R. Sperber, & C. MacCauley (Eds.) Learning and cognition in the mentally retarded,

493-513. Hillsdale, NJ: Erlbaum (seis artigos)

10. Sidman, M (1960). Tactics of scientific research. New York: Basic Books (seis artigos)

11. Sidman, M. (1986). Functional analysis of emergent verbal classes. In T. Thompson & M. D.

Zeiler (Eds.). Analysis and integration of behavioral units, 213-245. Hillsdale, NJ: Erlbaum (seis

artigos)

12. Allen, K. D., & Fuqua, R. W. (1985). Eliminating selective stimulus control: A comparison of

two procedures for teaching mentally retarded children to respond to compound stimuli.

Journal of Experimental Child Psychology, 39, 55-71 (cinco artigos)

71

Outro autor que se destaca é Mackay: seis trabalhos, num total de 37

referências. É também o segundo autor que mais publicou artigos entre os

13. Constantine, B., & Sidman, M. (1975). Role of naming in delayed matching-to-sample.

American Journal of Mental Deficiency, 79, 680-689 (cinco artigos)

14. Dube, W. V., McDonald, S. J., McIlvane, W. J., & Mackay, H. A (1991). Constructed-

response matching to sample and spelling instruction. Journal of Applied Behavior Analysis,

24, 305-317 (cinco artigos)

15. Horner, R. H., Day, H. M., Sprague, J. R., O'Brien, M. & Hearthfield, L. T. (1991).

Interspersed requests: A nonaversive procedure for reducing aggression and self-injury

during instruction. Journal of Applied Behavior Analysis of Behavior, 24, 265-278 (cinco

artigos)

16. Kirby, K. C., & Bickel, W. K. (1988). Toward an explict analysis of generalization: A stimulus

control interpretation. The Behavior Analyst, 11, 115-129 (cinco artigos)

17. Lovaas, O I., Koegel, & Schreibman, L. (1979). Stimulus overselectivity in autism: A review

of research. Psychological Bulletin, 86, 1236-1254 (cinco artigos)

18. Mace, F. C., Hock, M. L., Lalli, J. S., West, B. J., Belfiore, P. J., Pinter, E., & Brown, D. K.

(1988). Behavioral momentum in the treatment of noncompliance. Journal of Applied

Behavior Analysis, 21, 123-141 (cinco artigos)

19. Michael, J. (1982). Distinguishing between discriminative and motivational functions of

stimuli. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 37, 149-155 (cinco artigos)

20. Sidman, M., Kirk, B., & Willson-Morris, M. (1985). Six-menber stimulus classes generated

by conditional-discrimination procedures. Journal of the Experimental Analysis of Behavior,

43, 21-42 (cinco artigos)

21. Steege, M. W., Wacker, D. P., Cigrand, K. C., & Cooper, L. J. (1989). The use of behavioral

assessment to prescribe and evaluate treatments for severely handicapped children. Journal

of Applied Behavior Analysis, 22, 23-33 (cinco artigos)

22. Stromer, R., & Mackay, H. A (1992). Spelling and emergent picture-printed word relations

established with delayed identity matching to complex samples. Journal of Applied Behavior

Analysis, 25, 893-904 (cinco artigos)

23. Stromer, R., McIlvane, W. J., Dube, W. V., & Mackay, H. A (1993). Assessing control by

elements of complex stimuli in delayed matching to sample. Journal of the Experimental

Analysis of Behavior, 59, 83-102 (cinco artigos)

24. Wacker, D. P., Steege, M. W., Northup, J., Sasso, G., Berg, W., Reimers, T., Cooper, L.,

Cigrand, K., & Donn, L. (1990). A component analysis of functional communication training

across three topographies of severe behavior problems. Journal of Applied Behavior Analysis,

23, 417-429 (cinco artigos)

25. Weeks, M., & Gaylord-Ross, R. (1981). Task difficulty and aberrant behavior in severely

handicapped students. Journal of Applied Behavior Analysis, 14, 449-463 (cinco artigos)

26. Singh, N. N., & Singh, J. (1986). Reading aquisition and remediation in the mentally

retarded. International review of research in mental retardation. Vol. 14. Pp. 165-199. New

72

120 artigos analisados na presente dissertação. Dois dos trabalhos que

compõem a amostra de 120 artigos, ambos publicados no JABA, estão

presentes entre os trabalhos mais citados. Os outros trabalhos, também

bastante referidos, estão em um capítulo de livro e em outros três periódicos:

JEAB, Analysis and Intervention in Developmental Disabilities e Journal of

Behavioral Education.

Destas seis publicações três são sobre equivalência de estímulos voltadas

para aquisição de comportamentos escolares (como ler e soletrar) e novos

comportamentos (capítulo de livro escrito em conjunto com Sidman, em 1984);

três utilizaram principalmente o conceito de matching to sample, sendo duas

voltadas para comportamento escolar (soletrar), ambas publicadas no JABA, e

uma publicada no JEAB investigando o controle de elementos de estímulos

complexos em matching atrasado.

Três destes trabalhos de Mackay foram publicados em conjunto com

Stromer, mostrando que a parceria de produção dos dois se estende a outros

periódicos além do JABA: um no Analysis and Intervention in Developmental

Disabilities e outro no JEAB. Outro autor, presente em duas publicações de

Mackay e Stromer, é McIlvane, formando possivelmente um “grupo de

pesquisa”.

Com o mesmo número de artigos (dois), entre os trabalhos mais referidos,

estão McIlvane e Iwata. Vale ressaltar a quantidade de artigos publicados por

Iwata no assunto no JABA: oito dos 120 artigos, sempre como segundo autor.

No entanto, estes dois artigos presentes entre os mais referidos, embora

publicados no JABA, não fizeram parte da amostra dos 59 artigos, uma vez

que não apresentam, no título, conceitos diretamente relacionados à área de

controle de estímulos. Ambos são voltados para comportamentos de auto-lesão

(self-injurious behavior) em participantes com problemas de desenvolvimento.

73

Outros trabalhos entre os mais referidos estão: duas revisões teóricas

sobre generalização (de Stokes e Baer em 1977, no próprio JABA – 10 vezes

referido; e de Kirby e Bickel, em 1988, no The Behavior Analyst – cinco vezes

referido); os artigos voltados para problemas de comunicação funcional (de

Carr e Durand em 1985 no JABA – seis vezes referidos; e de Wacker, Steege,

Northup, Sasso, Berg, Reimers, Cooper, Cigrand e Donn em 1990 no JABA –

cinco vezes referidos). Também sendo referidos cinco vezes estão ainda: um

artigo utilizando conceito de behavioral momentum (de Mace, Hock, Lalli, West,

Belfiore, Pinter e Brown em 1988 no JABA); um artigo teórico de Jack Michael,

em 1982, no JEAB sobre diferenças entre estímulo discriminativo e condições

motivacionais; um artigo sobre avaliação comportamental de Steege, Wacker,

Cigrand e Cooper em 1989, no JABA). Finalmente, cabe destaque ao

importante livro de metodologia científica de Sidman em 1960, primeiro livro

da análise do comportamento que retratou sua metodologia (Michael, 1981),

referido seis vezes.

Periódicos mais referidos

A Tabela 7 apresenta, em ordem alfabética, os periódicos mais referidos

em artigos sobre controle de estímulos publicados no JABA e JEAB12 a partir

do ano de 1990 (até 1999 no JEAB, e até 2002 no JABA).

12 Dados extraídos de Silva b (2000).

74

Tabela 7: periódicos mais referidos nos artigos sobre controle de

estímulos publicados no JABA e JEAB

Periódicos mais referidos no JABA e JEAB

Nº de ref. no JABA (t= 973)

Nº de ref. no JEAB (t= 2495 )

Behaviorista

Pesquisa

American Journal of Mental Deficiency (e mais recentemente American Journal of Mental Retardation) 30 35 Também Aplicada

American Psychologist 6 0 Não Analysis and Intervention in Developmental Disabilities 29 27 Também Aplicada Animal Behavior

0 13 Também Básica Animal Learning and Behavior (também Learning and Behavior) 5 100 Também Básica Applied Research in Mental Retardation

8 1 Sem informação Augmentative and Alternative Communication

8 0 Não Behavior Analysis

0 10 Sem informação Behavior Modification

19 0 Também Aplicada Behavior Research and Therapy (antigo Behavioral Assessment) 10 4 Não Behavior Therapy

10 2 Também Aplicada Behavioral and Brain Sciences

0 11 Não Behavioral Pharmacology

0 25 Também Básica Behavioural Processes

1 32 Também Ambas Bulletin of Psychonomic Society

0 14 Sem informação Drug Developmental Research

0 12 Sem informação Education and Treatment of Children

7 0 Sim Aplicada Exceptional Children

8 0 Não Experimental Analysis of Human Behavior Bulletin 5 7 Sim Básica JABA

362 16 Sim Aplicada JEAB

140 1096 Sim Básica Journal of Abnormal Child Psychology

11 0 Não Journal of Abnormal Psychology

5 6 Não Journal of Autism and Developmental Disorders 8 1 Também Aplicada Journal of Behavior Therapy and Experimental Psychiatry 5 1 Também Aplicada Journal of Behavioral Education

14 2 Também Aplicada Journal of Comparative and Physiological Psychology 1 20 Não Journal of Comparative Psychology

0 21 Também Básica Journal of Educational Psychology

5 0 Não Journal of Experimental Child Psychology

23 13 Também Aplicada Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory and Cognition 0 13 Não Journal of Experimental Psychology

2 39 Não Journal of Experimental Psychology: Animal Behavior Processes 4 129 Também Básica

Journal of Pharmacology and Experimental 0 45 Não

75

Therapeutics

Journal of Special Education 5 0 Não

Journal of Speech and Hearing Research 8 19 Também Aplicada

Journal of the Association for Persons with Severe Handicaps 15 0 Não Learning and Motivation

1 36 Sim Básica Pharmacology Biochemistry and Behavior

0 21 Não Psychological Bulletin

8 20 Não Psychological Review

3 44 Não Psychological Science

1 15 Não Psychopharmacology

0 45 Não Quaterly Journal of Experimental Psychology

4 39 Não Research in Developmental Disabilities

24 2 Também Aplicada Science

1 39 Não The Analysis of Verbal Behavior

10 15 Sim Bás/conc. The Behavior Analyst

15 16 Sim Conceitual The Psychological Record

19 140 Também Básica

No JABA e no JEAB o número de periódicos não behavioristas entre os

mais referidos é semelhante (15 em ambos) e o número de periódicos que

publicam outro tipo de pesquisa que não o do periódico que o referiu é

aproximado (sete periódicos que publicam pesquisa básica no JABA e oito que

publicam pesquisa aplicada no JEAB).

Quanto à presença do JEAB no JABA e do JABA no JEAB, pode-se dizer

que, embora o índice de busca, por autores que publicaram no JABA, de

pesquisa básica no JEAB seja pequeno, este mesmo índice é grande quando

comparado à procura por pesquisa aplicada no JABA como referência na

produção do JEAB (índice de referência ao JABA no JEAB é 0,64% e de

referência ao JEAB no JABA é 14,39%).

Em 1994, Poling, Alling & Fuqua publicaram uma análise de auto-

referência e de referência cruzada de todos os artigos publicados entre 1983 e

1992 no JABA e JEAB. Os dados apontavam que: 2,4% das referências no

JABA provinham de artigos do JEAB e que 0,6% das referências no JEAB eram

76

do JABA (somente um quarto em relação ao primeiro). Já para auto-referência

encontraram 22,6% no JABA, e 36,1% no JEAB.

Na presente dissertação, os índices de auto-referência em relação

apenas às referências de artigos (excluídos capítulos de livros, livros e outros)

são de 37,20% no JABA e 43,93% no JEAB. Mesmo com pequena diferença

entre estes índices, a produção no JABA tende a procurar mais outras fontes

de referências que o JEAB. E esta informação, juntamente à de que o índice de

referências do JEAB no JABA é mais de 15 vezes superior ao índice do JABA

no JEAB, pode demonstrar que parece haver uma produção menos auto

centrada no JABA do que no JEAB, no sentido de estar mais em contato com

outras regras editoriais e críticas. Por outro lado, isto também pode indicar a

maior flexibilidade que o JABA tem em relação à metodologia científica

empregada nos trabalhos que publica, sem tanto compromisso com as

restrições da pesquisa em análise do comportamento como o JEAB apresenta.

Diante desta última constatação, é possível que os trabalhos publicados no

JEAB procurem com menos frequência referências de outros periódicos (entre

eles o JABA) por não encontrar o rigor metodológico exigido por seu corpo

editorial ao longo de todos os anos de sua publicação.

Observando dados de auto-referência e referência cruzada entre

periódicos aplicados, Laties e Mace (1993) afirmaram que entre os jornais que

mais citam o JABA, o próprio JABA é o que mais se cita. Como Kazdin

comentou em 1975: “...... JABA relies relatively heavily upon its own

research.”13, hoje poderíamos dizer que os principais veículos de comunicação

da análise comportamental, tanto aplicada quanto experimental baseiam-se

grandemente em seus próprios achados.

13 “...JABA está grandemente baseado em sua própria pesquisa.”

77

Áreas de estudo dos periódicos referidos

entre os artigos de 1990 a 2002

A tabela 8 apresenta, por área, número e porcentagem em relação ao

total de periódicos referidos, assim como o número de referências de cada área

e sua respectiva porcentagem em relação ao total de referências.

Tabela 8: Por área, quantidade e porcentagem de periódicos e de

referências dos periódicos nas quais foram publicadas

Áreas Periódicos

% de periódicos

Nº de referências

% de referências

Psicologia 47 40,0 731 76,1

Multidisciplinares 8 6,8 60 6,2

Psiquiatria pediátrica 4 3,4 40 4,2

Educação 7 6,0 27 2,8

Audição e/ou comunicação 5 4,3 22 2,3

Sem informação 9 7,7 14 1,5

Educação especial 5 4,3 13 1,4

Psicologia da educação 5 4,3 13 1,4

Educação de DD 4 3,4 11 1,1

Neurologia 6 5,0 6 0,6

Neuropsicologia 3 2,6 6 0,6

Pediatria 3 2,6 6 0,6

Educação em áreas específicas 4 3,4 5 0,5

Psiquiatria 2 1,7 2 0,2

Ciência 1 0,9 1 0,1

Medicina de rehabilitação 1 0,9 1 0,1

Pediatria em DD 1 0,9 1 0,1

Psicofarmacologia 1 0,9 1 0,1

Psicofisiologia 1 0,9 1 0,1

Total 117 100 961 100

A porcentagem de referências a periódicos de psicologia no JABA é

inferior à porcentagem das mesmas no JEAB, onde apresenta 84,24% (Silva b,

2000). No entanto, na presente dissertação houve a necessidade de categorizar

áreas não presentes em Silva b, 2000. Algumas destas categorias poderiam

complementar os estudos na área de psicologia (como é o caso dos periódicos

78

multidisciplinares, na maior parte das vezes voltados para estudos sobre

problemas de desenvolvimento, que tem se mostrado como área de atuação

muito presente nas pesquisas do JABA – pelo menos no tema controle de

estímulos) e até fazerem parte da mesma como no caso de psicologia da

educação.

Periódicos voltados para problemas de desenvolvimento

Diante do grande número de artigos com participantes apresentando

problemas de desenvolvimento e de institutos que cuidam de portadores de

problemas de desenvolvimento participando de pesquisas entre os artigos

publicados no JABA sobre controle de estímulos, considerou-se interessante

analisar os periódicos voltados especialmente a problemas de

desenvolvimento.

A Figura 15 apresenta a porcentagem dos periódicos referidos nos

artigos publicados entre 1990 e 2002:

F i g u r a 1 5 - P o r c e n t a g e m d e p e r i ó d i c o s v o l t a d o s a p r o b l e m a s d e d e s e n v o l v i m e n t o e n t r e r e f e r ê n c i a s p r e s e n t e s n o s a r t i g o s s o b r e c o n t r o l e d e e s t í m u l o s

p u b l i c a d o s n o J A B A e n t r e 1 9 9 0 e 2 0 0 2

n ã o v o l t a d o p a r a D D5 4 %

s e m in f o r m a ç ã o1 0 %

v o l t a d o p a r a D D1 3 %

a p r e s e n t a m t a m b é m a r t i g o s s o b r e D D

2 3 %

79

A Figura 15 mostra que mais de 50% dos periódicos referidos não são

voltados para problemas de desenvolvimento ou, ainda, não publicam

pesquisas com participantes com problemas de desenvolvimento. Entretanto,

na Figura 16, percebe-se que quando se observa o número de referências

publicadas em periódicos voltados para problemas de desenvolvimento ou

periódicos que também publicam artigos sobre/com problemas de

desenvolvimento, pode-se levantar diferentes conclusões.

Do total de referências, 13% lidam diretamente com o assunto e 50%

podem lidar também com este, uma vez que são provindas de periódicos que

também publicam artigos sobre/com problemas de desenvolvimento. Ou seja,

potencialmente mais de 50% das referências podem ser voltadas para

problemas de desenvolvimento. Este dado corrobora a afirmativa de que

principalmente na década de noventa a produção de pesquisa aplicada no

JABA utilizando o conceito de controle de estímulos focalizou de modo especial

esta população.

Segundo Laties e Mace (1993), o contrário - periódicos voltados a

problemas de desenvolvimento referindo o JABA - também apresenta dados

F i g u r a 1 6 - P o r c e n t a g e m d e r e f e r ê n c i a s p r o v i n d a s d e p e r i ó d i c o s q u e p u b l i c a m o u n ã o a r t i g o s s o b r e p r o b l e m a s d e d e s e n v o l v i m e n t o r e f e r i d a s n o s a r t i g o s s o b r e c o n t r o l e d e e s t í m u l o s p u b l i c a d o s n o J A B A

e n t r e o s a n o s d e 1 9 9 0 e 2 0 0 2

v o l t a d o p a r a D D 1 3 %

s e m in f o r m a ç ã o 2 %

n ã o v o l t a d o p a r a D D 3 5 %

a p r e s e n t a m t a m b é m a r t i g o s s o b r e D D

5 0 %

80

próximos. Entre as referências ao JABA, 25% são de periódicos voltados para

problemas de desenvolvimento.

Periódicos Behavioristas14

A Figura 17 apresenta a porcentagem de referências de periódicos

voltados para publicação de artigos comprometidos com a análise do

comportamento (experimental, aplicada ou conceitual), assim como de

referências de periódicos que também publicam artigos que apresentam

metodologia e discussão da análise do comportamento ou de periódicos que

não publicam tais artigos são apresentadas.

14 Esta expressão visa englobar não só estudos experimentais como também pesquisa aplicada, além de trabalhos teóricos conceituais.

F ig u ra 1 7 - P o rc e n ta g e m d e re fe rê n c ia s e m fu n ç ã o d o p e r ió d ic o s e r b e h a v io r is ta o u n ã o e n t re a s re fe rê n c ia s d e a r t ig o s s o b re c o n t ro le d e e s t ím u lo s p u b l ic a d a s n o J A B A e n t re 1 9 9 0 e

2 0 0 2

s e m in fo rm a ç ã o5 %p e r ió d ic o s n ã o b e h a v io r is ta s

1 7 %

p e r ió d ic o s b e h a v io r is ta s 5 7 %p e r ió d ic o s q u e ta m b é m

p u b l ic a m a r t ig o s b e h a v io r is ta s

2 1 %

81

Mais da metade das referências provém de periódicos behavioristas

(57%), e mais 21% do total de referências são de periódicos que também

publicam artigos behavioristas. Somando-se estas duas porcentagens temos

potencialmente 78% das referências citadas seguindo metodologia behaviorista

ou lidando com conceitos behavioristas.

Em 2000 b, Silva identificou que 84,33% das referências de artigos

sobre controle de estímulos publicados no JEAB entre 1990 e 1999 são de

periódicos behavioristas ou, ainda, de periódicos que também publicam

artigos behavioristas.

A procura por temas frequentes em outras áreas pode levar à

referenciar periódicos que não são da comunidade (Critchfield et. Al, 2000).

Pode ser este o motivo de o JABA apresentar uma taxa inferior de referências a

periódicos behavioristas que o JEAB, uma vez que o JABA atende diferentes

populações cujas informações podem ser encontradas em outras áreas como

psiquiatria, educação e pediatria.

Há uma grande discussão sobre o isolamento da pesquisa operante

levantada por Krantz em 1971. Nesta época o autor apresentou resultados que

indicavam tal isolamento. Ao fazer uma análise de referências no JEAB, Krantz

identifica a alta taxa de auto-referência superando a taxa de auto-referência

dos outros periódicos por ele examinados e a baixa referência ao JEAB em

periódicos de “psicologia não operante”. O autor afirmou que os estudos em

psicologia operante e não operante não podem ser mensurados

comparativamente, já que lidam com assuntos diferentes. Dessa forma, não há

motivo para que uma referencie a outra. A disparidade entre conceitos,

metodologias e filosofias que as embasam impossibilitam que haja

aproveitamento de estudos que não da mesma abordagem.

82

Duas décadas depois, Coleman & Mehlaman (1992) procuraram

observar se os resultados obtidos no estudo de Krantz (1971) persistiram ao

longo das duas décadas seguintes. Novamente, as referências foram

examinadas para observar se ainda havia o isolamento da análise

experimental do comportamento (que Krantz chamou de psicologia operante

em seu estudo). Mais uma vez, a taxa de auto-referência no JEAB superou a

de outros periódicos examinados. No entanto, esta mesma sofreu leve redução

ao longo do tempo enquanto em outros periódicos se manteve. De forma geral,

os resultados indicaram que as práticas de auto-referência e de referenciar

descritas por Krantz (1971) persistiram nos vinte anos seguintes.

Em Silva (2000 b) é possível observar que no JEAB na década de

noventa as taxas de referências a periódicos que publicam artigos

behavioristas é superior a de periódicos não behavioristas, assim como na

presente dissertação. Com isto, podemos afirmar que a produção na década de

noventa sobre controle de estímulos tanto em pesquisa básica quanto aplicada

apresenta a tendência da procura por estudos da mesma abordagem. Tal fato

pode indicar a coerência na produção de estudos operantes aplicados e

básicos em relação às suas bases para produção (referências).

Tipos de pesquisa nos periódicos behavioristas

Entre as referências a periódicos behavioristas (57% do total de

referências de artigos) foram levantados os tipos de pesquisa a partir dos

periódicos nos quais foram publicadas. A Figura 18 apresenta o resultado

desta análise.

83

Como pode ser observado, grande maioria das referências (68%) é de

pesquisa aplicada. Quanto ao embasamento por trabalhos básicos,

encontramos um número baixo (27%), mas significativo se comparado com os

mesmos dados em relação ao JEAB. No JEAB, 93,40% das referências durante

o período de 1990 a 1999 são de pesquisa básica e apenas 2,82% de pesquisa

aplicada (Silva, 2000b).

Partindo-se do princípio de que o JABA representa grande parte da

produção de pesquisa aplicada na análise do comportamento e o JEAB

representa grande parte da produção de pesquisa básica, pode-se dizer que

embora a pesquisa aplicada tenha buscado pouco pesquisas básicas para

produzir conhecimento, a pesquisa básica tem buscado menos ainda nas

pesquisas aplicadas algo para sustentá-las.

De um lado, há um certo sentido em a busca de pesquisa básica por

pesquisa aplicada ser inferior, já que é a partir dos conceitos estudados

experimentalmente em laboratório que se produzem tecnologias para

aplicação. No entanto, deveria haver maior comunicação entre as duas do que

foi comprovado até agora para que, entre outros motivos, a pesquisa básica

saiba que conceitos vêem sendo utilizados em pesquisa aplicada e possa assim

voltar a investigá-los com mais profundidade.

Figura 18 - Porcentagem de referências de períodico s behavioristas em função das áreas de pesquisa em artigos sobre controle de estímulos publicados no JABA entre 1990 e 2002

pesquisa aplicada68%

pesquisa básica27%

pesquisa básica e artigos conceituais

2%

artigos conceituais3%

84

Um exemplo disto é o fato de a pesquisa básica em controle de

estímulos ter estudado na década de noventa principalmente equivalência de

estímulos, enquanto as tecnologias aplicadas em pesquisas do JABA na

mesma época utilizaram grandemente o procedimento de fading. É possível, e

espera-se, que as pesquisas aplicadas possam vir a aproveitar mais tamanho

conhecimento básico produzido sobre equivalência, assim como a produção

em pesquisa básica volte a dar atenção ao procedimento de fading,

procurando validar formas variadas de apresentá-lo como no instructional

fading e no script-fading, que vêm sendo muito utilizados para tratamento de

comportamentos de auto-lesão (SIB) e diminuição de comportamentos

inadequados, tais como enurese noturna.

Em relação às referências publicadas em periódicos conceituais, as

porcentagens no JABA e JEAB são próximas: 3% e 4%, respectivamente.

Quanto à área de estudo dos periódicos behavioristas, a imensa maioria

é da área de psicologia, enquanto apenas 1% é de educação - publicado no

Journal of Behavioral Education.

Periódicos que também publicam artigos behavioristas

Entre os 21% (Figura 17 e, na Tabela 7, periódicos com a informação

“também”) das referências publicadas em periódicos que, embora não voltados

a publicar exclusivamente pesquisas da análise do comportamento, também

publicam artigos behavioristas, 75% destas estão em periódicos que

costumam publicar artigos de pesquisa aplicada, 25% em periódicos que

costumam publicar artigos de pesquisa básica e 1% em periódicos que

costumam publicar trabalhos conceituais (Figura 19).

85

Estas porcentagens são muito próximas das encontradas entre as

referências de periódicos voltados exclusivamente para publicação de estudos

behavioristas, ressaltando que neste caso a porcentagem de pesquisa básica é

maior (76 X 68).

No entanto, como a classificação foi feita a partir das políticas editoriais

do periódico no qual a referência foi publicada e não por meio de leitura do

artigo (se este realmente se compromete com a abordagem behaviorista), é

melhor não levantar maiores conclusões a respeito dos mesmos.

Diferentemente das referências provindas de periódicos behavioristas,

cuja grande maioria pertence à área de psicologia, os periódicos que “também”

publicam artigos behavioristas apresentam maior diversidade quanto às áreas

de estudo, representada na Figura 20.

F ig u ra 2 0 - P o rc e n ta g e m d e a r t ig o s p u b l ic a d o s e m p e r ió d ic o s q u e ta m b é m p u b l ic a m a r t ig o s b e h a v io r is ta s e m fu n ç ã o d a á re a d e e s tu d o d o p e r ió d ic o e n t re o s a r t ig o s re fe r id o s n o s

a r t ig o s s o b re c o n t ro le d e e s t ím u lo s p u b l ic a d o s n o J A B A e n t re 1 9 9 0 e 2 0 0 2

p s ic o lo g ia5 7 %

m u lt id isc ip l in a re s1 3 %

p s iq u ia t r ia p e d iá t r ic a1 9 %

e d u c a ç ã o7 %

a u d iç ã o e /o u c o m u n ic a ç ã o4 %

p s ic o fa rm a c o lo g ia0 %

F ig u r a 1 9 - P o r c e n t a g e m d e a r t i g o s p u b l i c a d o s e m p e r i ó d i c o s q u e t a m b é m p u b l i c a m a r t i g o s b e h a v io r is t a s e m f u n ç ã o d a s á r e a s d e p e s q u i s a e n t r e a r t i g o s r e f e r id o s n o s a r t i g o s s o b r e

c o n t r o l e d e e s t ím u lo s p u b l i c a d o s n o J A B A e n t r e 1 9 9 0 e 2 0 0 2

p e s q u i s a a p l i c a d a7 5 %

p e s q u i s a b á s i c a2 4 %

a r t i g o s c o n c e i t u a i s1 %

86

Aqui, a área de psicologia tem representatividade menor diante da

presença de outras áreas quando comparada à representatividade da

psicologia em periódicos exclusivamente behavioristas. Com 19%, estão os

periódicos de psiquiatria pediátrica, e os periódicos multidisciplinares com

13%, áreas que, muito possivelmente, podem e lidam com problemas de

desenvolvimento. Os periódicos de educação também estão aqui presentes

com 7%, e com 4% está o periódico de audição e comunicação Journal of

Speech and Hearing Research, no qual Sidman publicou seu artigo de 1971,

muito referido no JABA e no JEAB (Silva, 2000b).

Atualidade das referências

A partir do cálculo da diferença entre o ano de publicação dos artigos e

o ano de publicação das referências foi possível identificar o número de

referências consideradas recentes - com menos de seis anos de publicação, e

de referências clássicas - com 20 anos ou mais (Hutz e Adair, 1996).

A Figura 21 apresenta dados relativos à atualidade das referências

somente de artigos citados em trabalhos sobre controle de estímulos

publicados no JABA e JEAB15.

F ig u ra 2 1 : P o rc e n ta g e m d e re fe rê n c ia s r e c e n t e s e c l á s s ic a s d e a r t ig o s r e f e r id o s e n t re o s t ra b a lh o s s o b re c o n t ro le d e e s t ím u lo s p u b l i c a d o s n o J A B A e J E A B

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

3 0

3 5

4 0

4 5

J A B A (1 9 9 0 - 1 9 9 9 ) J E A B (1 9 9 0 -1 9 9 9 ) J A B A ( 1 9 9 0 -2 0 0 2 )

p e r ió d ic o ( p e r ío d o )

porc

enta

gem

re f . R e c e n te s

re f . C lá s s ic a s

87

Como pode ser observado, no JABA as referências que foram publicadas

há menos de seis anos da publicação do artigo que as citou correspondem a

41% do total de referências de artigos em ambos os períodos analisados para o

JABA, sendo quatro vezes mais citadas que as referências clássicas, que

correspondem a 10% do total de citações. No JEAB, a diferença não é tão

grande: 34% X 18%.

É possível afirmar que os artigos de pesquisa aplicada sobre controle de

estímulos lidam com mais referências recentes que os artigos de pesquisa

básica, possivelmente porque estes últimos procuram com mais frequência

artigos conceituais, teóricos e históricos para embasar seus estudos.

Com isto, levanta-se a preocupação em relação à pesquisa aplicada

sobre controle de estímulos na análise do comportamento. Parece que há

pouca influência teórica e conceitual no que foi produzido durante o período

aqui apresentado.

Com relação às referências de periódicos encontradas nos artigos da

área publicados no JABA compreendendo um período mais extenso que o

analisado em Silva (2000b), de 1990 a 2002, as porcentagens de referências

recentes e clássicas são muito próximas do estudo que considerou os dados

até 1999 apenas: 39% e 11% respectivamente.

A Tabela 9 apresenta as porcentagens de referências recentes e

clássicas nos artigos da área publicados no JABA por ano:

15 Dados do JEAB extraídos de Silva b, 2000.

88

Tabela 9: Em porcentagem, atualidade de referências de artigos citados

nos trabalhos sobre controle de estímulos publicados no JABA por ano

Ano da publicação Referências recentes

(em %)

Referências clássicas

(em %)

1990 21 13

1991 32 15

1992 45 5

1993 46 3

1994 41 14

1995 30 9

1996 46 8

1997 33 15

1998 46 12

1999 46 5

2000 55 6

2001 13 26

2002 40 0

Os dados apenas mostram que há a predominância de maior presença

de referências recentes (exceção no ano de 2001), quando comparadas à

presença de referências clássicas, o que enquadra-se à afirmação de Garfield

(1972) de que o período em que um trabalho é mais referido são os dois anos

seguintes a sua publicação. Mais estudos precisam ser feitos para entender o

que pode estar ocorrendo. Hutz & Adair (1996) lembram várias possibilidades

para diferentes proporções entre referências recentes e referências clássicas

como a existência de tradição de estudos na área e a acessibilidade a estudos

clássicos.

89

CONCLUSÃO

O tema controle de estímulos, surgido a partir de pesquisas

experimentais de laboratório, atingiu produção tal que permitiu a introdução

de seus conceitos em trabalhos aplicados e que geraram ou remodelaram

procedimentos utilizados para cuidar de problemas humanos específicos.

Como Neef (1993) coloca, a pesquisa aplicada deve ser o processo

intermediário entre as descobertas de pesquisa básica e aplicação, sendo

assim imprescindível para garantir aplicações da análise do comportamento de

forma efetiva.

A produção de pesquisa aplicada utilizando este tema, aqui analisada

pelo Journal of Applied Behavior Analysis, mostrou-se no início da publicação

do periódico com um índice de crescimento apenas mediano durante a

primeira década do periódico, melhorando no final da década de setenta e

mais ainda durante a década de noventa.

Inicialmente, as pesquisas lidavam com conceitos já bem estudados até

então: discriminação, generalização e controle de estímulos. Desde o início,

diferente para o total dos trabalhos publicados (Northup et al, 1993), no tema

controle de estímulos houve prevalência de estudos voltados para

participantes com problemas de desenvolvimento. Como controle de estímulos

é um tema que abrange procedimentos que permitem o aprendizado ou, ainda,

a área do entendimento - para os mentalistas, é possível que este tenha sido

muito usado para desenvolver novos comportamentos–habilidades em sujeitos

com problemas de desenvolvimento. Além disso, em estudos com estes

sujeitos é possível trabalhar procedimentos bem simplificadamente (Northup

et al, 1993), quase próximos estudos dos experimentais básicos, garantindo

90

um início para a introdução destes procedimentos mais “tranquilo” no que diz

respeito a validá-los com humanos.

No período inicial do periódico destaca-se a produção da Universidade

de Kansas, possivelmente estimulada por Baer, autor de muitos trabalhos

aplicados, entre eles sobre controle de estímulos. Sidman, embora nos 120

artigos analisados tenha aparecido poucas vezes (três) quando comparado com

os principais autores, mostra sua influência também nos trabalhos aplicados

pelas referências a seus trabalhos muito utilizadas na produção entre os anos

de 1990 e 2002. O termo “também” vem da grande contribuição que Sidman

promoveu à análise experimental do comportamento a partir de seus estudos

sobre o tema, marcando-o como figura principal para o seu desenvolvimento.

Seus trabalhos com problemas de desenvolvimento na Northeastern University

vêem sendo referidos por novos pesquisadores na década de noventa, e ainda

hoje ele produz na área aplicada no New England Center for Autism.

Ainda nos anos setenta há o início da produção de Iwata sobre o tema,

que se torna mais significativo na década de noventa, tendo-se mostrado como

o autor que mais produziu sobre o tema em pesquisa aplicada.

Na década de oitenta, não tão significativa quanto a anterior e a

posterior em relação à quantidade de produção, continua-se trabalhando com

os conceitos clássicos dentro do tema e dando algum espaço para novos

conceitos-procedimentos como matching-to-sample e equivalência. Ainda neste

período surge o primeiro artigo voltado para comportamentos de auto-lesão.

Os anos 1980 são marcados ainda pela discussão a respeito da

concentração de trabalhos em problemas de desenvolvimento, sendo a análise

aplicada constantemente criticada por este motivo (Northup et al, 1993). Nesse

momento surgem divergências: Baer (1987) aponta a necessidade de refinar

uma área específica de pesquisa, enquanto Hopkins (1987) atenta para

91

necessidade de focar em outras áreas de importância social. A questão é que

as consequências do comportamento garantiram o aumento de sua frequência:

a facilidade de empregar conceitos básicos utilizando estes sujeitos e o apoio

financeiro estatal.

A partir de regulamentações federais e estaduais, o tratamento para

problemas de desenvolvimento e mentais tornou-se um direito gratuito em

alguns estados nos EUA (Northup et al, 1993) e, dessa forma, o que já existia -

uma grande quantidade de estudos voltados para problemas de

desenvolvimento - intensificou-se. A década de noventa é marcada por esta

intensificação na qual entre todas as populações estudadas prevaleceu

problemas de desenvolvimento, com muitos trabalhos significativos voltados

para comportamentos de auto-lesão e iniciando estudos com adultos com

problemas de desenvolvimento (que não recebiam muita atenção nas

pesquisas até então). Além disso, um antigo conceito passa a ser mais

utilizado em aplicações: fading.

A grande produção sobre o tema passa a ser produto não só das

universidades, mas também de institutos voltados para problemas de

desenvolvimento. Surgem mais instituições que produzem tais estudos, e

novos pesquisadores filiados a elas. Nas parcerias de institutos e

universidades surgiram novos autores produzindo: Mackay e Stromer na

Universidade de Northeastern e no Eunice Kennedy Shriver Center, e Piazza e

Fisher na Faculdade de medicina da Universidade de John Hopkins e no

Kennedy Intitute. Mas, a produção não se limitou à Nova Inglaterra (região no

qual a legislação foi aprovada), já que a Univesidade da Flórida também

marcou grande presença sob o comando de Iwata.

No entanto, não foi possível identificar claramente “grupos de pesquisa”.

Percebeu-se uma certa concentração na produção destas três universidades

92

(duas em parceria com institutos), mas os dados não foram suficientes para

identificar como estes grupos se definiram, como se organizavam, se lidavam

com assuntos determinados e se além dos autores principais que outros

pesquisadores estavam envolvido e qual sua relação com a instituição. Seria

necessária outra metodologia, avaliando outros documentos além dos artigos

publicados para poder afirmar a concentração ou dispersão da produção sobre

o tema.

Embora o conceito de equivalência não tenha aparecido muito entre os

títulos dos artigos aqui analisados, ele esteve presente em diversas referências

dos artigos publicados entre 1990 e 2002. Como explicar essa divergência? Por

que não enfatizar seu uso no título do artigo, sendo que artigos que tratam

diretamente dele foram utilizados como base? Seria necessária uma leitura

completa de todos os artigos para responder... uma nova proposta de

pesquisa.

Alguns períodos editoriais marcaram presença pela ênfase dos editores

em promover submissões de artigos envolvendo populações diversas e em

produzir várias edições especiais que foram direcionadas a áreas outras que

problemas de desenvolvimento ou educação especial (Geller, 1990 e Neef,

1993). Dessa forma, pelo menos para estes períodos, não é possível afirmar

que a tendência a trabalhos sobre problemas de desenvolvimento é resultado

de políticas editoriais, lembrando que nas épocas editoriais de Geller (1990-

1992) e Neef (1993-1995) houve um “boom” desta produção. Outro dado

interessante é o de que as pesquisas utilizando escolas como setting voltaram

a surgir e aumentar o número de estudos (após a estagnação na produção

durante a década de oitenta neste setting) a partir do período editorial de Neef,

o que mostra que esta editora realmente se preocupou em atender a várias

populações.

93

A produção sobre o tema, quando observada por períodos editoriais,

intensificou-se principalmente nos períodos sob responsabilidade de Iwata, no

meio dos anos oitenta, e de Neef e Wacker, na primeira metade da década de

noventa. Considerando que estes são autores que se preocuparam

consideravelmente com a maior integração entre pesquisas básica e aplicada,

podemos afirmar que durante os períodos de maior produção sobre controle de

estímulos pode ter havido um processo seletivo cujos critérios incluíram e

tentaram promover tal integração. Um exemplo disto são os bridge studies

publicados na época (Mace, 1994; Mace & Wacker, 1994 e Fisher & Mazur,

1997).

Dessa forma, a produção sobre o tema nos últimos quinze anos tem

procurado esta integração, o que possivelmente garante melhores resultados

seja para a própria aplicação, seja para a análise do comportamento como

disciplina.

Quanto às limitações do presente estudo, estas estão relacionadas

diretamente com a metodologia empregada. Um primeiro problema é a

categorização dos dados. Como Saville et al (2002) afirmaram: “Any method of

categorization is arbitrary in nature, and, consequently, may create

dichotomies that may or may not truly exist.”16 (p. 53)

Embora utilizando categorias já presentes na literatura, a revisão das

mesmas é necessária ao longo de toda coleta, já que surgem novos

questionamentos em relação a novas práticas. Por exemplo: o uso da categoria

diminuição de comportamento indesejado pode ser questionada no sentido de

que o estudo pode resultar na aquisição de um comportamento desejado, o

que traz a dúvida em classificá-lo como aquisição de comportamento ou

diminuição de comportamento.

94

Uma segunda limitação diz respeito à análise de referências. Deve-se

resguardar que nem todos os documentos lidos e considerados úteis por um

autor são citados, sendo alguns documentos citados por razões irrelevantes a

seu mérito. Outro ponto é que muito do que é citado depende principalmente

da acessibilidade. Trabalhos cujo acesso seja somente em outros países, ou

que tenham outro idioma costumam ser menos citados. Mais um problema,

principalmente quando se utiliza a contagem de aparições de referências, é

que nem todos os trabalhos citados têm o mesmo peso quanto a embasamento

para escrever o artigo (Smith, 1981).

No entanto, toda produção de conhecimento é baseada no que já foi

estudado e, embora as referências não abranjam este todo, permitem uma

clara idéia do que foi, em parte, consultado. São nelas que estão presentes as

filosofias predominantes, como o behaviorismo, e a forma e objetivo da

pesquisa que permitiu uma nova forma de trabalho, como em pesquisas

básica e aplicada.

Os dados aqui obtidos indicam que se procura a pesquisa básica para

embasar estudos aplicados mais do que o inverso. Na década de noventa, a

mais rica no tema controle de estímulos em pesquisa aplicada, observou-se

grande influência de periódicos aplicados, embora haja um índice de

periódicos experimentais básicos razoável, com predominância de artigos

recentes, provavelmente descrevendo procedimentos utilizados com

determinada população.

No entanto, ainda é um índice de procura pequeno. Seria necessário

observar as referências no próprio texto do artigo para verificar a influência da

pesquisa básica na produção.

16 “Qualquer método de categorização é arbitrário por natureza, e, consequentemente, pode criar dicotomias que podem ou não realmente existir.”

95

A preocupação em relação à separação destas duas formas de pesquisa

na análise do comportamento é presente, e embora estes dados indiquem

pouca comunicação entre as duas, pelo menos no que diz respeito ao tema

controle de estímulos, sabe-se que nos últimos tempos alguns editores se

preocuparam em promover e garantir integração. É uma pena que ainda não

se utilize toda o conhecimento sobre controle de estímulos produzido pela

análise experimental para desenvolver novas tecnologias em diferentes campos

de atuação (além de problemas de desenvolvimento), embora muitos

pesquisadores aplicados afirmem que a validação de procedimentos de

pesquisas básicas em trabalhos aplicados devesse passar por um processo

intermediário de validação externa (Hopkins, 1987 e Hake, 1982).

Alguns estudos têm procurado apresentar pesquisas básica e aplicada

sobre um mesmo tema estabelecendo relações entre elas (Epling & Pierce,

1988 e Fisher & Mazur, 1997). Estes bridge studies devem ser desenvolvidos

para vários temas e, talvez, até conceitos específicos, procurando incentivar a

comunicação entre as duas formas de pesquisa.

Seria de grande valia ainda se se pudesse empregar a imediaticidade na

aplicação dos achados básicos, como pediram Baer, Wolf e Risley em 1968. De

lá para os dias recentes, muito mudou. A análise aplicada passou a atender

consumidores e a formar profissionais, afastando-a da pesquisa básica

presente apenas nas universidades (Hopkins, 1987).

Como já apontado por Oliveira & Albuquerque em 1981, o que vem

sendo estudado na ciência é determinado por interesses políticos, como o fato

do financiamento de pesquisa ser voltado para determinadas áreas ou

somente para resolução de problemas. Lembrando Michael (1980), nossos

procedimentos foram muito utilizados por profissionais que desconheciam a

filosofia e os princípios da análise do comportamento, e o risco de utilizar

96

procedimentos sem nenhum embasamento teórico aumenta diante de

demandas que visem resolução de problemas rapidamente.

Embora haja tais metacontingências presentes, seria de extremo valor

para a análise do comportamento reintegrar suas formas de pesquisa, o que

alguns pesquisadores (autores e editores) no JABA têm procurado fazer

durante a última década, especialmente na área de controle de estímulos e,

principalmente, quando comparado ao quanto a pesquisa básica (aqui

representada pelo JEAB) tem levado em conta a literatura aplicada para

produzir.

Há uma tendência iniciada por volta de 1993 de que a pesquisa

aplicada fique cada vez mais alerta aos achados experimentais básicos. Mas,

muito vem sendo e já foi anteriormente estudado em pesquisa básica que seria

de grande valia para resolução de problemas. Cabe à pesquisa aplicada validar

procedimentos relacionados a conceitos que podem ser muito mais estudados,

como equivalência de estímulos, para que possamos usufruir de benefícios de

aplicações levando em conta conceitos como este, que podem trazer grandes

mudanças para a humanidade, principalmente no que diz respeito à

aprendizagem.

97

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analysis of the influence on research of Skinner’s Verbal Behavior. The

Behavior Analyst, 7, 157-167.

Michael, J. (1980). Flight from behavior analysis. Presidential address ABA

1980. The Behavior Analyst, 3, 1-22.

Moore, J. (1992). Editorial: The function of journals. The Behavior Analyst,

15,1.

Morris, E. K.; Baer, D. M.; Favell, J. E.; Glenn, S. S.; Hineline, P. N.; Malott,

M. E. & Michael, J. (2001). Some reflections on 25 years of the Association for

Behavior Analysis: past, present, and future. The Behavior Analyst, 24,125-

146.

101

Morris, E. K.; Tood, J. T.; Midgley, B. D.; Schneider, S. M.; Johnson, L. M.

(1995). Conclusion: Some historiography of behavior analysis and some

behavior analysis of historiography. Em J. T. Tood, E. K. Morris (ed.) Modern

perspectives on B.F. Skinner and contemporary behaviorism. Pp. 195-215,

London: Greenwood

Neef, N. A. (1995). Editorial. Journal of Applied Behavior Analysis, 28, 397-

398.

Neef, N. A. (1993). Editorial. Journal of Applied Behavior Analysis, 26, 3-4.

Northup, J.; Vollmer, T. R. & Serret, K. (1993). Publication trends in 25 years

of the Journal of Applied Behavior Analysis. Journal of Applied Behavior

Analysis, 26, 527-537.

Oliveira, J. C. & Albuquerque, R. H. P. L. (1981). Notas sobre a relação ciência,

técnica e sociedade. Ciência e Cultura, 33, 821-825.

Polling, A., Alling, K. & Fuqua, W. (1994) Self- and cross-citations in the

Journal of Applied Behavior Analysis and the Journal of the Experiemental

Analysis of Behavior: 1983-1992. Journal of Applied Behavior Analysis, 27,

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Poling, A. , Picker, M. , Grossetti, D. , Hall-Johnson, E. & Holbrook, M. (1981).

The schism between experimental and applied behavior analysis: is it real and

who cares? The Behavior Analyst, 4, 2-11.

102

Saville, B. K.; Epting, K. & Buskist, W. (2002). Selected publication trends in

JEAB: implications for the vitality of the experimental analysis of behavior. The

Behavior Analyst, 25, 45-55.

Sério, T. M. A P.; Andery, M. A; Gioia, P. S. & Micheletto, N. (2002). Controle de

estímulos e comportamento operante: Uma introdução. São Paulo: Educ.

Sidman, M. (1978). Remarks. Behaviorism, 6, 265-268.

Silva, C. B. (2000)a. A replicação como um caminho para a manipulação de

variáveis envolvidas no controle de estímulos: uma revisão da literatura no

Journal of the Experimental Analysis of Behavior. Relatório de Iniciação

Científica PIBIC-CNPq, PUC-SP, Faculdade de Psicologia, PUC-SP. São Paulo.

Silva, C. B. (2000)b. Uma análise de citação dos trabalhos sobre controle de

estímulos publicados entre os anos de 1990 e 1999 no Journal of the

Experimental Analysis of Behavior. Trabalho de Conclusão de Curso,

Faculdade de Psicologia, PUC-SP, São Paulo.

Skinner, B. F. (1974). Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix.

Skinner, B. F. (1953). Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins

Fontes.

Smith, L. C. (1981). Citation Analysis. Library Trends, 30, 83-126.

103

Starin, S. P. (1987). The trend of stimulus control publications. The Behavior

Analyst, 10, 133-134.

Stokes, T. F. & Baer, D. M. (1977). An implicit technology of generalization.

Journal of Applied Behavior Analysis, 10, 349-367.

Thyer, B. A. (1991). The enduring intellectual legacy of B. F. Skinner: a

citation count from 1966-1989 – The Behavior Analyst, 14, 73-75.

Williams, R. A & Buskist, W. F. (1983). Twenty-five Years of JEAB: A Survey of

Selected Demographic Characteristics Related to Publication Trends. The

Behavior Analyst, 6, 161-165.

104

ANEXO I

105

Quadro 3: Editores científicos do JABA e períodos em que dirigiam o periódico

O quadro está organizado por ordem cronológica dos períodos editoriais

e, na terceira coluna, são apresentadas informações obtidas em editoriais ou

sessões semelhantes do JABA:

Período Editor Comentários 1968-70 Montrose Wolf • Sem editorial

1971 Donald Baer • Sem editorial

1972-74 Todd Risley • Sem editorial

1975-77 Stewart Agras • Sem editorial

1978-80 Daniel O’Leary • Sem editorial

• Em 1979, O’Leary publica na primeira página do

número 2 do volume 12, uma pesquisa feita com

400 assinantes do JABA, escolhidos

aleatoriamente, para identificar características

demográficas e opiniões dos leitores sobre as

revisões de artigos e políticas editoriais.

Resultados: 72% homens, 49% com 30 a 39 anos,

47% PhDs, 29% trabalhavam com clínica, 15% na

área escolar, 9% em educação especial, 44% dos

que haviam subscrito artigos consideravam a

revisão muito boa, 10% criticavam a falta de

flexibilidade do modelo skinneriano de análise do

comportamento.

• Nesta mesma página, O’Leary informa que tem se

preocupado em tornar o JABA mais aberto para

diferentes pontos de vista

• Edição especial: Medicina Comportamental

• Edição especial: Diagnóstico Comportamental –

editora convidada: Rosemary Nelson

1981-83 David Barlow • Apresenta editorial no primeiro número do vol. 14,

enfatizando que o JABA não deve se desligar de

seus princípios iniciais.

106

1984-86 Brian Iwata • Publica uma nota no número 3 do volume 16,

ainda em 1983, orientando que os artigos

subscritos a partir de então sigam o estilo do 3º

manual de publicação da APA

• Apresenta editorial no primeiro número do volume

17, enfatizando a aplicação de princípios derivados

da análise experimental do comportamento, a

partir de uma abordagem empírica utilizando

observação direta e controle experimental. Conclui

dizendo que se manteriam fiéis à análise do

comportamento, embora também passasse a haver

uma flexibilização a inovações tecnológicas e

assuntos.

1987-89 John Bailey • Logo no seu primeiro número como editor, insere a

sessão Looking Ahead, na qual coloca os assuntos

que se pretende publicar na edição seguinte, e o

Editor’s Page, que passam a ser publicadas em

todos os números do JABA.

• Em seu primeiro Editor’s Page, afirma que o JABA

precisava ter uma inserção no mundo, ganhar

público e deixar de ser restrito e só voltado para

comunidade científica. Embora buscava manter

contato com raízes da pesquisa básica, encorajava

novas aplicações, métodos e formar de disseminar

os achados da área, pedindo mais informalidade

aos autores na forma de se expressarem.

• Edição Especial: 20 anos do JABA

• Edição Especial: Segurança na Comunidade –

ênfase em generalidade

• Edição Especial: Integração de Indivíduos com

problemas e redes vocacionais – com editorial

escrito por Brandon Grenne

• De forma geral, Bailey enfatiza o behaviorismo

voltado para serviços garantindo melhora da

produtividade por reforçamento intermitente.

107

1990-92 Scott Geller • Mantém ambas as sessão criadas por Bailey

• Em seu Segundo editorial,relata ter recebido

comunicações escritas e verbais de queixas em

relação à maioria dos estudos no JABA serem

voltados para problemas de desenvolvimento. Sua

resposta a isto é de que nem a população alvo ou o

setting de um estudo determinam o potencial de

ensinamento, aprendizado ou aplicação de um

artigo no JABA.

• No seu terceiro editorial, ressalta a proteção

ambiental (tema de muitas pesquisas suas durante

década de setenta) e o pouco apoio acadêmico,

governamental e comunitário.

• Edição Especial: Segurança na Estrada

• Em 1991, nº 3 do vol. 24, no Looking Ahead pede

(entre outras coisas) por avaliação de controle de

estímulos em settings naturais.

• Edição Especial: Onde está a Validade na Validade

Social?

• Edição Especial: A Análise Aplicada do

Comportamento Tecnológica é uma Falha? –

procura relacionar teoria e tecnologia, enfatizando

comunicação entre JABA e JEAB, e que os

procedimentos no JABA deveriam ser

cuidadosamente detalhados para poder explicar

método e teoria garantindo uma tecnologia baseada

na análise do comportamento

• Edição Especial: Psicologia Comportamental

Comunitária

1993-95 Nancy Neef • Desaparece a Editor’s Page.

• Neef escreve apenas editorial no primeiro e último

números sob sua responsabilidade. No primeiro

afirma que procurará atender tanto às exigências

da ciência comportamental como às dos leitores,

embora coloque que isto dependa mais dos artigos

108

subscritos do que do editor. Seu principal objetivo

era criar oportunidades para a disseminação de

diversas aplicações da AEC e para futuramente

aumentar a compreensão das interações relevantes

entre comportamento e ambiente nas relações

humanas. Pretendia: manter sessões especiais

dedicadas a áreas selecionadas e encorajar maior

integração com pesquisa básica (apresentando

resumos do JEAB e mantendo membros do SEAB

no corpo editorial do JABA).

• Edição Especial: Contribuições da AAC para a

Pediatria Comportamental – editores convidados:

Patrick Friruan e Jack Finney

• Edição Especial: Integrando Pesquisa Básica e

Aplicada – editores convidados: Charles Mace e

David Wacker.

1996-98 David Wacker • Sem editorial

• Edição Especial: Revisão de Trabalhos Voltados

para Problemas de Desenvolvimento ou Educação

Especial

• Edição Especial: Escolha de Reposta – comenta

importância de pesquisa básica e da relação com

Skinner, Keller e outros pioneiros.

1999-01 Charles Mace • Sem editorial

2002 Wayne Fisher • Sem editorial

Para montar este quadro foram utilizadas as seguintes referências:

Bailey, J. (1987). The Editor’ s Page. JABA, 20, 3-6.

Bailey, J. (1987). The Editor’ s Page. JABA, 20, 113.

109

Bailey, J. (1987). The Editor’ s Page. JABA, 20, 207.

Bailey, J. (1987). The Editor’ s Page. JABA, 20, 305-307.

Bailey, J. (1988). The Editor’ s Page. JABA, 21, 3-4.

Bailey, J. (1988). The Editor’ s Page. JABA, 21, 227-228.

Bailey, J. (1988). The Editor’ s Page. JABA, 21, 325-326.

Bailey, J. (1989). The Editor’ s Page. JABA, 22, 3.

Bailey, J. (1989). The Editor’ s Page. JABA, 22, 125.

Barlow, D. (1981). Editorial. JABA, 14, 1-2.

Barlow, D. (1983). Acknowlegment. JABA, 16, 353.

Geller, S. (1990). The Editor’ s Page. JABA, 23, 3-5.

Geller, S. (1990). The Editor’ s Page. JABA, 23, 3-5.

Geller, S. (1990). The Editor’ s Page. JABA, 23, 143-145.

Geller, S. (1990). The Editor’ s Page. JABA, 23, 269-273.

Geller, S. (1991). The Editor’ s Page. JABA, 24, 3-7.

110

Geller, S. (1991). The Editor’ s Page. JABA, 24, 179-184.

Geller, S. (1991). The Editor’ s Page. JABA, 24, 401-406.

Geller, S. (1991). The Editor’ s Page. JABA, 24, 607-611.

Geller, S. (1992). The Editor’ s Page. JABA, 25, 3-7.

Geller, S. (1992). The Editor’ s Page. JABA, 25, 519-523.

Geller, S. (1992). The Editor’ s Page. JABA, 25, 763-764.

Greene, B. (1989). The Editor’ s Page. JABA, 22, 343-345.

Iwata, B. (1983). Notice to Contributors. JABA, 16, 251.

Iwata, B. (1984). Editorial. JABA, 17, 1-2.

Iwata, B. (1986). Acknowlegment. JABA, 19, 317-318.

Iwata, B. (1986). Editor’ s Note. JABA, 19, 319.

Neef, N. (1993). Editorial. JABA, 26, 3-4.

Neef, N. (1993). Introduction. JABA, 26, 419.

Neef, N. (1995). Editorial. JABA, 28, 397-398.

111

O’Leary, D. (1979). Nota do Editor. JABA, 12, 157.

O’Leary, D. (1979) Nota do Editor. JABA, 12, 489.

Wacker, D. (1997). Editor’ s Note. JABA, 30, 305.

Wacker, D. (1998). Editorial. JABA, 31, 511.

JABA Subscriver Survey (1979). Opinions, demographic characteristics, and

impact on readers. JABA, 12, 157.

Páginas de Rosto nos nº 1 dos Volumes 1, 2, 4, 5, 7, 8, 11, 12, 14, 17, 20, 26,

29, 32, 35 e no nº 4 do Volume 27.

Todos os Looking Ahead.

112

ANEXO II

113

Lista dos artigos analisados

Stolz, S. B., & Wolf, M. M. (1969). Visually discriminated behavior in a blind

adolescent retardate. JABA, 2, 65-77.

Laws, D. R., & Rubin, H. B. (1969). Instructional control of an autonomic

sexual response. JABA, 2, 93-99.

Burgess, R. L., Burgess, J. M., & Esveldt, K. C. (1970). An analysis of

generalized imitation. JABA, 3, 39-46.

Steinman, W. M. (1970). The social control of generalized imitation. JABA, 3,

159-167.

Garcia, E., Baer, D. M., & Firestone, I. (1971). The development of generalized

imitation within topographically determined boundaries. JABA, 4, 101-112.

Whitman, T. L., Zakaras, M., & Chardos, S. (1971). Effects of reinforcement

and guidance procedures on instruction-following behavior of severely

retarded children. JABA, 4, 283-290.

Walker, H. M., & Buckley, N. K. (1972). Programming generalization and

maintenance of treatment effects across time and across settings. JABA, 5,

209-224.

Corey, J. R., & Shamow, J. (1972). The effects of fading on the acquisition and

retention of oral reading. JABA, 5, 311-315.

114

Tawney, J. W. (1972). Training letter discrimination in four-year-old children.

JABA, 5, 455-465.

Barlow, D. H., & Agras, W. S. (1973). Fading to increase heterosexual

responsiveness in homosexuals. JABA, 6, 355-366.

Wulbert, M., Nyman, B. A., Snow, D., & Owen, Y. (1973). The efficacy of

stimulus fading and contingency management in the treatment of elective

mutism: A case study. JABA, 6, 435-441.

Striefel, S., & Wetherby, B. (1973). Instruction-following behavior of a retarded

child and its controlling stimuli. JABA, 6, 663-670.

Cone, J. D. (1973). Assessing the effectiveness of programmed generalization.

JABA, 6, 713-716.

Striefel, S., Bryan, K. S., & Aikins, D. A. (1974). Transfer of stimulus control

from motor to verbal stimuli. JABA, 7, 123-135.

Garcia, E. (1974). The training and generalization of a conversational speech

form in nonverbal retardates. JABA, 7, 137-149.

Sidman, M., & Willson-Morris, M. (1974). Testing for reading comprehension:

A brief report on stimulus control. JABA, 7, 327-332.

115

Stokes, T. F., Baer, D. M., & Jackson, R. L. (1974). Programming the

generalization of a greeting response in four retarded children. JABA, 7, 599-

610.

Schreibman, L. (1975). Effects of within-stimulus and extra-stimulus

prompting on discrimination learning in autistic children. JABA, 8, 91-112.

Horton, G. O. (1975). Generalization of teacher behavior as a function of

subject matter specific discrimination training. JABA, 8, 311-319.

Rincover, A., & Koegel, R. L. (1975). Setting generality and stimulus control in

autistic children. JABA, 8, 235-246.

Miller, S. J., & Sloane, H. N., Jr. (1976). The generalization effects of parent

training across stimulus settings. JABA, 9, 355-370.

Fichter, M. M., Wallace, C. J., Liberman, R. P., & Davis, J. R. (1976).

Improving social interaction in a chronic psychotic using discrimination

avoidance (nagging): Experimental analysis and generalization. JABA, 9, 377-

386.

Page, T. J., Iwata, B. A., & Neef, N. A. (1976). Teaching pedestrian skills to

retarded persons: Generalization from the classroom to the natural

environment. JABA, 9, 433-444.

Koegel, R. L., & Rincover, A. (1977). Research on the difference between

generalization and maintenance in extra-therapy responding. JABA, 10, 1-12.

116

Trace, M. W., Cuvo, A. J., & Criswell, J. L. (1977). Teaching coin equivalence

to the mentally retarded. JABA, 10, 85-92.

Siegel, R. K. (1977). Stimulus selection and tracking during urination:

Autoshaping directed behavior with toilet targets. JABA, 10, 255-265.

Stokes, T. F., & Baer, D. M. (1977). An implicit technology of generalization.

JABA, 10, 349-367.

Elder, S. T., Welsh, D. M., Longacre, A., Jr., & McAfee, R. (1977). Acquisition,

discriminative stimulus control, and retention of increases/decreases in blood

pressure of normotensive human subjects. JABA, 10, 381-390.

Marholin, D., II, & Steinman, W. M. (1977). Stimulus control in the classroom

as a function of the behavior reinforced. JABA, 10, 465-478.

Newsom, C. D., & Simon, K. M. (1977). A simultaneous discrimination

procedure for the measurement of vision in nonverbal children. JABA, 10,

633-644.

Murdock, J. Y., Garcia, E. E., & Hardman, M. L. (1977). Generalizing

articulation training with trainable mentally retarded subjects. JABA, 10, 717-

733.

Koegel, R. L., Glahn, T. J., & Nieminen, G. S. (1978). Generalization of parent-

training results. JABA, 11, 95-109.

117

Frederiksen, L. W., & Simon, S. J. (1978). Modifying how people smoke:

Instructional control of generalization. JABA, 11, 431-432.

Lee, V. L. (1978). Teaching generalized receptive and productive behind-front

discriminations to two retarded children. JABA, 11, 529.

Foxx, R. M., & Brown, R. A. (1979). Nicotine fading and self-monitoring for

cigarette abstinence or controlled smoking. JABA, 12, 111-125.

Fiedling, C., & O'Leary, S. G. (1979). Effects of self-instructional training on

second- and third-grade hyperactive children: A failure to replicate. JABA, 12,

211-219.

Handleman, J. S. (1979). Generalization by autistic-type children of verbal

responses across settings. JABA, 12, 273-282.

Hansen, G. D. (1979). Enuresis control through fading, escape, and avoidance

training. JABA, 12, 303-307.

Cinciripini, P. M., Epstein, L. H., & Martin, J. E. (1979). The effects of

feedback on blood pressure discrimination. JABA, 12, 345-353.

Barton, E. J., & Ascione, F. R. (1979). Sharing in preschool children:

Facilitation, stimulus generalization, response generalization, and

maintenance. JABA, 12, 417-430.

118

Halle, J. W., Marshall, A. M., & Spradlin, J. E. (1979). Time display: A

technique to increase language use and facilitate generalization in retarded

children. JABA, 12, 431-439.

Quattrochi-Tubin, S., & Jason, L. A. (1980). Enhancing social interactions and

activity among the elderly through stimulus control. JABA, 13, 159-163.

O'Neill, G. W., Blanck, L. S., & Joyner, M. A. (1980). The use of stimulus

control over littering in a natural setting. JABA, 13, 379-381.

Burgio, L. D., Whitman, T. L., & Johnson, M. R. (1980). A self-instructional

package for increasing attending behavior in educable mentally retarded

children. JABA, 13, 443-459.

Bailey, S. L. (1981). Stimulus overselectivity in learning disabled children.

JABA, 14, 239-248.

Halle, J. W., Baer, D. M., & Spradlin, J. E. (1981). Teachers' generalized use of

delay as a stimulus control procedure to increase language use in

handicapped children. JABA, 14, 389-409.

Dixon, L. S. (1981). A functional analysis of photo-object matching skills of

severely retarded adolescents. JABA, 14, 465-478.

Dyer, K., Christian, W. P., & Luce, S. C. (1982). The role of response delay in

improving the discrimination performance of autistic children. JABA, 15, 231-

240.

119

Campbell, C. R., & Stremel-Campbell, K. (1982). Programming loose training

as a strategy to facilitate language generalization. JABA, 15, 295-301.

Mosk, M. D., & Bucher, B. (1984). Prompting and stimulus shaping

procedures for teaching visual-motor skills to retarded children. JABA, 17, 23-

34.

Singh, N. N., & Singh, J. (1984). Antecedent control of oral reading errors and

self-corrections by mentally retarded children. JABA, 17, 111-119.

Touchette, P. E., & Howard, J. S. (1984). Errorless learning: Reinforcement

contingencies and stimulus control transfer in delayed prompting. JABA, 17,

175-188.

Sprague, J. R., & Horner, R. H. (1984). The effects of single instance, multiple

instance, and general case training on generalized vending machine use by

moderately and severely handicapped students. JABA, 17, 273-278.

Haring, T. G. (1985). Teaching between-class generalization of toy play

behavior to handicapped children. JABA, 18, 127-139.

Touchette, P. E., MacDonald, R. F., & Langer, S. N. (1985). A scatter plot for

identifying stimulus control of problem behavior. JABA, 18, 343-351.

Salmon, D. J., Pear, J. J., & Kuhn, B. A. (1986). Generalization of object

naming after training with picture cards and with objects. JABA, 19, 53-58.

120

Pace, G. M., Iwata, B. A., Edwards, G. L., & McCosh, K. C. (1986). Stimulus

fading and transfer in the treatment of self-restraint and self-injurious

behavior. JABA, 19, 381-389.

Haring, T. G., Kennedy, C. H., Adams, M. J., & Pitts-Conway, V. (1987).

Teaching generalization of purchasing skills across community settings to

autistic youth using videotape modeling. JABA, 20, 89-96.

Guevremont, D. C., Osnes, P. G., & Stokes, T. F. (1988). The functional role of

preschooler's verbalizations in the generalization of self-instructional training.

JABA, 21, 45-55.

Leung, L.-P. (1988). Behavioral vision training for myopia: Stimulus specificity

of training effects. JABA, 21, 217-222.

Rogers, R. W., Rogers, J. S., Bailey, J. S., Runkle, W., & Moore, B. (1988).

Prompting safety belt use among state employees: The effects of prompting

and a stimulus-control intervention. JABA, 21, 263-269.

Knapczyk, D. R. (1989). Generalization of student question asking from special

class to regular class settings. JABA, 22, 77-83.

Doyle, P. J., Goldstein, H., Bourgeois, M. S., & Nakles, K. O. (1989).

Facilitating generalized requesting behavior in Broca's aphasia: An

experimental analysis of a generalization training procedure. JABA, 22, 157-

170.

121

Repp, A. C., Karsh, K. G., & Lenz, M. W. (1990). Discrimination training for

persons with developmental disabilities: A comparison of the task

demonstration model and the standard prompting hierarchy. JABA, 23, 43-52.

Zencius, A. H., Davis, P. K., & Cuvo, A. J. (1990). A personalized system of

instruction for teaching checking account skills to adults with mild

disabilities. JABA, 23, 245-252.

Singh, N. N., & Solman, R. T. (1990). A stimulus control analysis of the

picture-word problem in children who are mentally retarded: The blocking

effect. JABA, 23, 525-532.

Piazza, C. C., & Fisher, W. (1991). A faded bedtime with response cost protocol

for treatment of multiple sleep problems in children. JABA, 24, 129-140.

Dube, W. V., McDonald, S. J., McIlvane, W. J., & Mackay, H. A. (1991).

Constructed-response matching to sample and spelling instruction. JABA, 24,

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Halle, J. W., & Holt, B. (1991). Assessing stimulus control in natural settings:

An analysis of stimuli that acquire control during training. JABA, 24, 579-589.

Rodgers, T. A., & Iwata, B. A. (1991). An analysis of error-correction

procedures during discrimination training. JABA, 24, 775-781.

122

Schussler, N. G., & Spradlin, J. E. (1991). Assessment of stimuli controlling

the requests of students with severe mental retardation during a snack

routine. JABA, 24, 791-797.

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