Digitalia Info

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Fevereiro 2013 N.1 info digitalia.com.br

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Informativo do Congresso / Festival de Música e Cultura Digitalia - Digitalia 2013 - Salvador, 1º a 5 de fevereiro de 2013.

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Fevereiro 2013N.1info

digitalia.com.br

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A música transforma. Educa, sensibiliza e, também, convoca. Pensar a música na contemporaneidade é, claro, pensar a cultura em suas varia-das dimensões. Ela própria nos decompõe em escutas individu-alizadas para nos levar, em se-guida, a uma sintonia de experi-ências. A música nos chama ao encontro. O DIGITALIA — Festi-val/Congresso/Observatório In-ternacional de Música e Cultura Digital — pretende se constituir num ecossistema permanente para artistas, pesquisadores, sociedade civil e setor produti-vo. Com esta ambição, busca-mos oferecer um ambiente in-clusivo e aberto. Conferências, debates, oficinas, encontros de rede, performances e shows compõem o elenco de ativida-des presenciais do Digitalia. Mas tudo isso se estende aos processos em rede, oferecen-do uma perenidade aos nossos propósitos. Assim, o horizonte do DIGITALIA não é, apenas, pro-mover debates ou demonstrar a importância da música e das indústrias criativas, mas, so-bretudo, contribuir para o em-poderamento social através da cultura. A resposta à chamada pública para o Digitalia demons-trou a diversidade de experiên-cias artísticas e de pesquisas em andamento, no Brasil e no exterior, com desdobramentos que nos parecem alvissareiros.

Já “hackeamos” a indústria do disco e a música encapsulada. Substituímos a cultura fonográfica por um novo modal: a música livre, a disco-teca planetária, a audiosfera. É hora de nos oferecermos ao de-bate e, também, à celebração. Para nós, é uma hon-ra receber tantas contribuições. Somos gratos pela generosida-de de todos os participantes e colaboradores do Digitalia. So-mos gratos a todos os apoiado-res do Digitalia, especialmente à Secretaria de Cultura do Es-tado da Bahia e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pesso-al de Nível Superior (CAPES). Desde já, convocamos cada um a criar a trilha sonora que nos conduzirá a uma “Salvador, Capital da Música e da Cultura Digital”.

Bem-vind@ ao Digitalia! Salvador, 1º de fevereirode 2013.

Messias Guimarães BandeiraOrganizador do Digitalia

salvador, capital da musica e da cultura digital´

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programacao 1 de fevereiro <

programacao 2 de fevereiro <

Programacao 3 de fevereiro <

Programacao 4 de fevereiro <

Programacao 5 de fevereiro <

Gilberto Gil digital e sideral <

06 0708101215192123 252731

> hackeando a academia

> fausto fawcett

> emicida para todos

> inclusao Digital

> Desafio da TV Digital

> expediente

Fevereiro 2013 N.1

info

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1 FEV

19H30 - 20h30 / PALCO tvvmesa de ABERTURA

20h30 - 21H15 / palco tvv Conferencia de Abertura

21h15 - 21H45 / palco tvvshow

Derrick de Kerckhove McLuhan Program Univ. de Napoli

McLuhan and The Digital Culture: (Fore)Sight, Sound and the Fury

Gilberto Gil Cantor

Albino Rubim SECULT / BA

Derrick de Kerckhove McLuhan Program

Márcio Meirelles Teatro Vila Velha

Nelson Pretto FACED/UFBA

Oona Castro Wikimedia

Vinicius Pereira ABCIBER

DJ Spooky (EUA) ft. SSA Ensemble

21h45 / CABARE tvvshow

Pulselooper (SP)DJ Spooky (DJ Set)

vila velha (tvv) icba

Concha acustica

CBA

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17h20Pirombeira

(BA)

18h30R EN EGA D O

(mg)

15h D r u m ’ n

Brass (Franca)

19h20SUINGA

(ba)

16h10Bailinho

do Portela (BA)

2 FEV PRAGATECNOVideoLooping E-Music

Espelho CyborgAndréia Oliveira

Ronaldo Lemos (FGV-Rio) O Futuro da Internet no Brasil: Marco Civil, Tratados Internacionais e Outros Temas.

Volker Grassmuck (Center for Digital Cultures / Leuphana

Universität Lüneburg /ALE)

palco digitaliaDIGITALIA BITS AND BASS B

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9h - 11h / Cine-Teatro icbaconferencias^

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9h / foyer icbaapresentacoes

artisticas

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Foyer - PRAGATECNO VideoLooping E-Music

Foyer - Máquina Aline Brune Ferraz de Morais

Galeria - Patronis o Marujo Cibernético Paulo Henrique Dias Costa

Galeria - Esquizofonias Ulisses Carvalho

RE-CINE ESCAPEBruno Rohdes, Edbrass, Cristiano Figueiró e JunixDes-vio sonoroBartira e Cristiano FigueiróTrans-bricCristiano Figueiró, Caetano Travassos, Jan CathaláInfusãoJoão MeirellesInformação Koellreutter (curta) *pátioRogério Sganzerla

Literatura, Cultura Cyberpunk e Imaginário Tecnológico na obra de

Fausto Fawcett

Fausto FawcettVinicius Pereira

(UERJ/ABCIBER)Simone Sá

(UFF)Adriana Amaral

(UNISINOS)

3 fev

Oficina de DJ PragatecnoCláudio Manoel, Adriana Prates, Dj Môpa.

Encontro da Rede WikiMedia

O que é conhecimento livre? O que representa a Wikipédia na cultura livre? Como a cultura da permissão pode impedir uma real do cultura do remix e o crescimento do Commons? O Wikime-dia Brasil e a Wikimedia Foundation vão organi-zar WikiEncontros. Os participantes vão realizar um mutirão de edição da Wikipédia e um café de debates sobre cultura livre, cultura da permissão

e do remix. Curiosos em geral são bem-vindos.

19h-22h / icbaworkshops

Sala 2 - OrilumiColetivo RepareSala 4 - A economia criativa doscommons Pedro SilvaSala 5 - Oficina Ableton LiveNairo Lima

18h / CINE-TEATRO icbaapRESENTACOES

ARTISTICAS~

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17h / patio icbadesconferencia

´^

14h-18h Sala joao augusto tvvworkshop

~

Admirável Mundo Muderno (18h)

“McLuhan Estendido” (20h)Fausto Fawcett e Simbiotecnoise

18h / cabare tvvapresentacoes

artisticas

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14h-18h / sala mario gusmao tvvencontro de rede

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9h / icbaapresentacOES

artisticaS~,

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17h30 / passeio publico tvvapresentacoes

artisticasHi.LO

Jerônimo Sodré (BA)Ruídos de bits, mas nem só de bits

Angelis Sanctus e Mamá Soares (BA) (((· living stereo ·))) Brian Mackern (Uruguai)

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ICBA | 14h às 15h30

Sala 1 | Sessão 1 – Trans-versalidades / Direitos Au-torais, Música e Cultura Digital | Coord.: Daniel S. L. Souza (Daniel Mã)

365 Dias: relato de Expe-riência sobre um projeto fotográfico – Anabel Mas-carenhas (Relato de expe-riência)

Música de Graça [podcast] – Dani Gurgel (Comunicação livre)

Confraria da Rixa – Daniel Mã (Relato de experiência)

Tropifagia – Comendo o País Tropical – Thiago Pon-dé (Relato de experiência)

Sala 2 | Sessão 2 – Música, Cultura Digital e Inovação | Coord.: Leonardo Brum

Protótipo de Sintetizador de Voz Cantada – Leonardo Araujo Zoehler Brum (Tra-balho técnico)

Considerações sobre o im-pacto da latência na per-formance musical remota – Julian Jaramillo Arango (Artigo científico)

Música de game clássica e moderna – Daniel Noronha (Comunicação livre)

Sala 4 | Sessão 3 – Trans-versalidades / Música e Cultura Digital | Coord.: Andre Stangl

A convergência reticular da cultura – Andre Stangl (Ar-tigo científico)

A exploração da música no contexto jornalístico – Jo-siane Nascimento (Artigo

científico)

Cultura DJ: o que é e como estudá-la – Ramiro Galas (Artigo científico)

Sala 5 | Mesa 1 - A cidade, o imaginário urbano e a canção brasileira – con-cepção, produção e recep-ção na era digital| Coord.: Francisco Antônio Zorzo

Francisco Antônio Zorzo (UFBA)Paulo Soares Neto (UNEB)Josemar da Silva Martins (UNEB)Fabrício do Santos Mota (IFBA)Rodrigo Araújo (IFBA)

ICBA | 15h30 às 17h

Sala 1 | Sessão 4 – Trans-versalidades | Coord.: An-drigo de Lázaro Casé

O Devir Sonoro do Sertão no Cinema Novo Brasileiro – Andrigo de Lázaro Casé (Artigo científico)

Riso, desespero, exílio e loucura: a canção popular brasileira em “Terra Estran-geira” e “Durval Discos”- Geórgia C. C. S. Santana (Artigo científico)

Oficinas de Arte Interativa da Exposição “Toque para Mover Sentidos” (Escola Oi Kabum! Salvador) – Fer-nando Krum (Relato de ex-periência)

Sala 2 | Sessão 5 - Trans-versalidades / Música e Cultura Digital | Coord.: Rozane Suzart

Videoclipe nas Escolas – Josias Pereira (Comunica-ção livre)

mesas E SESSOES~

Rádio Web Tô Pirando – Estratégias virtuais e pos-sibilidades pedagógicas no uso da música no espaço escolar – Maria Esperança de Paula (Relato de experi-ência)

Ludimídia – Laboratório de Arte, Mídia e Educação – Rozane Suzart (Relato de experiência)

Uso de plataformas educati-vas para o ensino de música em escolas públicas – Sér-gio Oscar (Relato de expe-riência)

Sala 4 | Sessão 6 - Música e Cultura Digital / Trans-versalidades | Coord.: Ma-rilda Santanna

Tradições musicais e novas sociabilidades: O samba do Vai de Virá – Marilda San-tanna (Comunicação livre)

A arte de plantar em “Solo Pedregoso”: Experiências de produção em um am-biente de pouca diversidade musical – Irará – Bahia – Roberto Martins (Relato de experiência)

Batuque ROS Tuva – Ronal-do Oliveira Silva (Trabalho técnico)

Aplicativos para tablet Can-tigas de Infância – Christia-na Fausto (Relato de expe-riência)

Sala 5 | Mesa 2 - Reconfi-gurações da Música Pop na Cultura Digital | Coord.: Thiago Soares

Thiago Soares (UFPB)Allan Mangabeira (UFPB)Eduardo Dias (UFPE)Camila Monteiro (Unisinos)Ariadne Mustafá (Unisinos)

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4 FEV

15h - 16h / cine-teatro icbaencontro de redes

Oficina de DJ PragatecnoCláudio Manoel, Adriana Prates, Dj Môpa

Programa de Qualificação em Artes e Engenharia do Espetáculo

Encontro da Rede WikiMedia

9h-10h50/cine-teatro icbaconferencia

Jon Pareles New York Times / EUAMessias Bandeira UFBA

HacklabFernando Krum, Bruno Rohde, Cristiano Figueiró

18h-22h/ Sala 5 icbaworkshop

DJ que é DJ tem que saber fazer Scratch

Leandro Moraes (DJ Leandro)

A alma encantadora do becoDjalma Thürler (RJ/BA)

14h-18h/ sala mario gusmao tvvencontro de redes

Luvebox FX Andrea May (BA)

Coletivo Audiovisual Invisível Diogo Reyes Silva

OCA eletroacústica Cristiano Figueiró

São Som Daniel Quaranta, Alê Fenerich

18h / cine-teatro icbaapresentacoes

artisticas,~

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18h30 / patio icbaapresentacoes

artisticas~

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9h / icbaapresentacoes

artisticasFoyer - Água e Memória #Rio Adailton Nunes e Toni OliveiraFoyer - PRAGATECNO VideoLooping E-MusicGaleria - Patronis o Marujo CibernéticoPaulo Henrique Dias CostaGaleria - Virtual Dance FüllerAna Carolina Frinhani

,

14h-18h /sala joao augusto tvvworkshop ~

9h-13h /sala joao augusto tvvworkshop ~

11h-12h30/cine-teatro icbaconferencia

DJ Spooky aka Paul Miller / EUA

Aram SinnreichRutgers University

^

EmicidaGilberto Monte

Evandro Fióti

16h / patio icbadesconferencia^

´

^

Dj AnderSon (BA) drum and bassDj Riffs (BA) / Afrodiáspora afrobeatsDj Mauro Telefunksoul (BA) moombahton / breaks / guettoDj Spooky (EUA) technoDj Marky (SP) drum and bassDj Murray Richardosn (ING) house /techouse

´21h - PORTELA CAFE rio vermelho

Digitalia Bits and Bass

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ICBA | 13h30 às 15h

Sala 1 | Sessão 7 – Música e Cultura Digital | Coord.: Frederico Angelo

O alto falante que anuncia boas novas – Frederico Augusto S. Angelo (Artigo científico)

TV e Música: do analógico ao digital – Milene Moura Sampaio (Artigo científico)

Notas sobre o lyric video: apontamentos iniciais sobre consumo e linguagem na cultura digital – Carlos Edu-ardo Dias (Artigo científico)

Rádio-laboratório do ana-lógico ao digital – Maurício Tavares (relato de experi-ência)

Sala 2 | Mesa 3 – O Futuro do Music Business | Co-ord.: Monyca Motta

Monyca Britto Canella MottaBruno Vieira (Rdio) Vania Abreu (Páginas do Mar)

Sala 4 | Mesa 4 – Labora-tório de Robótica Pedagó-gica Livre: possibilidades disruptivas de aprendiza-gem tecnológica | Coord.: Patrícia Nicolau Magris

Patrícia Nicolau Magris Lorena Bárbara R. RibeiroDanilo Rodrigues César

Sala 5 | Mesa 5 – Experi-ências, valores e sociabili-dades musicais na cultura digital | Coord.: Jorge Car-doso Filho

Jorge Cardoso Filho (UFRB/UFBA)Claudio Manoel Duarte (UFRB)Hellen Barbosa (UNEB)Nyere Carvalho (UFBA)

ICBA | 15h às 16h

Sala 1 | Sessão 8 - Música, Cultura Digital e Inovação | Coord.: Antonio Milton Al-meida

Sistema de ensino musical e-SOM – Jobert Gaigher (Comunicação livre)

ƒilosonias – Felipe Ribeiro (Relato de experiência)

Hermenêutica e Poética – Antonio Milton Almeida (Comunicação livre)

Sala 2 | Sessão 9 – Música e Cultura Digital | Coord.: Thiago Soares

O grão da voz digital – Thia-go Soares (Artigo científico)

Composição e Intersemiose na Criação de Música com Diferentes Suportes Tecno-lógicos – Daniel Quaranta (Artigo científico)

Sala 4 | Sessão 10 – Músi-

ca, Cultura Digital e Inova-ção / Transversalidades| Coord.: Pedro Silva

Estudo de caso “The Wil-derness Downtown”: poten-cialidades do HTML5 para a construção de videoclipes interativos – Pedro Silva (Artigo científico)

Processing.js + HTML5 = Arte na web com Javascript – Lucas Santos (Trabalho técnico)

Agenciamento semiótico como dispositivo de produ-ção de sentidos: o blues no Grooveshark – Natália Cor-tez (Artigo científico)

Sala 5 | Mesa 6 – Compu-tação Musical e Sonologia – Debates e transversa-lidades | Coord.: Cristiano Figueiró

Cristiano FigueiróPedro DiasGiuliano Obici

mesas E SESSOES~4 fev

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5 FEV

11h - 13h / cine-teatro ICBApainel

15h-16h / cine-teatro icbatv digital

Foyer - PRAGATECNO VideoLooping E-Music

Galeria - Estudos Coreográficos Digi-talizados com o Software Life forms

Andréia OliveiraGaleria - Patronis o Marujo

CibernéticoPaulo Henrique Dias Costa

Xavier Serra Univ. Pompeu Fabra

Martin Groisman Univ. Buenos Aires

Javier Bustamente Univ. Complutense de Madrid

Nelson Pretto / UFBAJosé Murilo / MinC

Diogo Carvalho / SECULT Hugo Brito (TV Bahia)José Araripe Jr. (TVE)

Salvador Counag (TVE)

Oficina de DJ PragatecnoCláudio ManoelAdriana Prates

Dj Môpa

DaGanja Original Olinda Style

(Eddie + Orquestra Contemporânea de Olinda)Emicida e Banda + Rael

15h - 16h / Cine-Teatro ICBAProjeto Iainet

A utilização de redes sociais para promoção da cultura

Fábio Barreto

9h / ICBA apresentacoes

artisticas,

~

´

9h-11h / cine-teatro ICBAconferencia ^

17h - concha acusticashow de encerramento

´

15h / patio icbadesconferencia

encerramento

´^

9h- 13h Sala Joao Augusto TVV

workshopHacklab

Fernando KrumBruno Rohde

Cristiano Figueiró

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14h - 17hSala Joao Augusto TVV

workshop~

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mesas E SESSOES~5 fev

ICBA | 13h30 às 15h

Sala 1 | Sessão 11 – Trans-versalidades / Direitos Autorais, Música e Cultu-ra Digital | Coord.: Camila Farias

Cultura e Comunicação: o caso Fora do Eixo – Camila Farias (Artigo científico)

Novas possibilidades à mar-gem: tecnologia, direito au-toral e faça-você-mesmo na cena Straightedge - Jhessi-ca Reia (Artigo científico)

Central Pública do Samba – Erik Oliveira (Trabalho técnico)

#ComboIO – Flávio Assis (Relato de experiência)

Sala 2 | Sessão 12 – Di-reitos Autorais, Música e Cultura Digital | Coord.: Tatiana Lima

O acesso à cultura e os di-reitos de autor na obra mu-sical – Giovanna Almeida Gomez (Artigo científico)

Compartilhamento X Remu-neração da música: conflitos e alternativas para a regula-rização da troca de arquivos – Tatiana Rodrigues Lima

(Artigo científico)

Copyfight – Cultura Livre e Pirataria – Adriano Belisá-rio (Comunicação livre)Sala 4 | Sessão 13 – Mú-sica e Cultura Digital | Co-ord.: Ivana Vivas

O mercado da música inde-pendente baiana nos anos 1990 – Os modos de pro-dução para a auto-gestão da carreira – Ivana Vivas da Cruz de Oliveira (Artigo científico)

As comunidades virtuais e a produção do capital social: uma análise sobre a comu-nidade Lollapalooza Brasil – Samira Nogueira (Artigo científico)

Marulho Trans-oceânico: performance musical entre dois continentes – Alexan-dre Sperandéo Fenerich (Artigo científico)

Sala 5 | Sessão 14 – Trans-versalidades | Coord.: Da-nillo Barata

O processo de montagem videográfico do espetácu-lo multimidiático “Poesia é risco” – Pedro Silva (Artigo científico)

Tangram: concepção e apli-cação de um projeto audio-visual – Carolina Borges Ferreira (Artigo científico)

Corpo-imagem – Danillo Barata (Artigo científico)

A música segundo Nelson – Marise Berta (Artigo cien-tífico)

ICBA | 15h às 16h

Sala 5 | Sessão 15 – Trans-versalidades / Música e Cultura Digital | Coord.: Karla Brunet

Sensorium Sensorium: do mar para o rio. Arte tecno-lógica e o meio ambiente – Karla Brunet (Relato de experiência)

Relato da Instalação Sono-ra “Opus X, para teclado de objetos sonoros” – Marina Mapurunga Ferreira (Rela-to de experiência)

Retrato Sonoro – Leonardo Aldrovandi (Relato de ex-periência)

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Você já conheceo seu iBahia?

O iBahia é do seu jeito porque fala de tudo para falar do que você gosta. Informação, entreteni-mento e prestação de serviço: um pouco de tudo para ter muito de você. A qualquer hora. Para compartilhar como quiser.

Explore o conteúdo iBahia. Inovador, interativo, imediato e acima de tudo: seu.

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O iBahia é do seu jeito porque fala de tudo paraO iBahia é do seu jeito porque fala de tudo paraO iBahia é do seu jeito porque fala de tudo para

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gilberto gildigital e sideral

O cantor, compositor e ex-ministro da cultura não se curvou ao tempo e diz seguir seus passos, sem

saudosismos.

Raul Moreira

A umidade alta, por conta das chuvas que castigaram a Cidade da Bahia nos dias anteriores, tornava o ar pra-ticamente irrespirável. Su-ando bicas, cinco minutos antes do combinado, às 14 horas, cheguei ao aparta-mento de Gilberto Gil para uma entrevista.

Ao perceber que eu esta-va esbaforido, ele ofereceu água e nos acomodamos, enquanto ele brincava com o seu violão. Recordei-lhe que o havia entrevistado em janeiro de 2003, para a RAI Internacional, justamente quando ele assumira o Minis-tério da Cultura. Então, para abrir a conversa, enumerei--lhe uma série de ações e práticas pelas quais ele, segundo muitos, havia sido responsável quando de sua gestão de seis anos à fren-

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te do Ministério da Cultura: transversalização, indução e democratização da cultura a partir do Estado, sem falar que reabilitou o Minc, que até então não passava de uma “pasta decorativa”. Ao ouvir tal descrição, Gil cal-çou as sandálias do pesca-dor, talvez para não defen-der a si mesmo: “tudo que foi feito ainda é pouco, as urgências estão aí, fortes, precisamos trabalhar, agir, diminuir os déficits”.

Sim, definitivamente, Gilber-to Gil não gosta de falar de suas “façanhas” à frente do Minc. Então, digo-lhe que ele é o “pai espiritual” do Di-gitalia. Vale explicar: no ano passado, na primeira edição do evento, em plena greve da polícia militar, ele partici-pou como conferencista de algumas mesas e ainda foi ouvinte em outras. Agora, na atual edição, vai partici-par da mesa de abertura, na sexta-feira, no Teatro Vila Velha, assim como poderá ser o coringa e elemento surpresa em outras delas, quem sabe.

Mas Gilberto Gil é um ser digital? Curiosamente, con-fessou que havia recebido uma carta escrita à mão por um amigo, naquele dia. Pro-voco-o, pergunto se ele não era nostálgico de um tempo em que usávamos as esfe-rográficas, que enviávamos as nossas cartas pelos cor-reios: “não, não sou. Se o cartão-postal desapareceu para dar lugar a uma foto di-gital, é porque a humanida-de evoluiu, se transformou. Eu não posso ter saudade de uma coisa da qual o ho-Fo

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mem naturalmente abdicou, posso? Pra que alguém vai querer escrever à mão se não precisa?”

Há 20 anos, Gilberto Gil passou da escrita à mão ao computador. Esse foi o mote para ele abrir mais uma re-flexão: “a civilização ace-lerou por conta do desejo humano. No entanto, aqui, no Brasil, o déficit digital decorre do fato de que os déficits anteriores ainda não foram resolvidos. Sim, claro que o digital acelera as pos-sibilidades, mas o problema é que o déficit na educação acaba minando uma série de coisas, como a capacida-de cognitiva, a capacidade de se usar a inteligência, de se acumular conhecimento. E isso se dá de forma dife-rente, pelas questões de

classe, como quis a explo-ração...”.

Gilberto Gil vai além: “essa é a questão do Brasil univer-salizado e do mundo brasi-lificado: na medida em que o mundo civilizado tem que conviver com as assimetrias trazidas de um mundo que não foi incluído ainda, ele vai criando possibilidades para que essa criatividade, esse ‘não saber fazer’ do Brasil se inicie. É o salto quântico que a civilização ainda pode dar, que os nossos meninos de rua podem dar, junta-mente com os meninos de rua de outros países, enfim, nos ensinar, a partir daque-la sua ‘ignorância’, plena de um saber outro, que não é o saber europeu, o saber civi-lizado”.

A temperatura aumenta e Gil se empolga: “essa é ou-tra descoberta que o mundo começa a fazer, que o Car-naval tem uma força, que a ideia de solidariedade pode ser restaurada, renovada, a partir de outros atrativos, que não seja a economia, a classe, a raça, passando da idade do Filho para o Espíri-to Santo”.

E Gil continuou. Falou de vida, de morte, de saber, de esperança, de existên-cia, com expressão serena e, mais do que nunca, dono de si. Uma vastidão de ar-gumentos. Pedi que deixas-se alguns para o Digitalia, à sombra dos arvoredos do ICBA.

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Quando, no ano passado, o professor e músico Messias Bandeira pensou em reu-nir, na primeira edição do Digitalia, trabalhos que pu-dessem compor um mosai-co, ou pelo menos dar uma ideia aproximada da produ-ção acadêmica e artística no que se refere ao universo da música, da cultura digital e das temáticas ancoradas em conceitos de transversa-lidade, foi surpreendido com a resposta: foram seleciona-das mais de 100 propostas.

Na edição presente, a qua-lidade e a diversidade das 116 propostas selecionadas confirmam aquilo que se percebeu no ano passado: levando-se em conta que as temáticas são especí-ficas, há uma enorme e

Hackeando a Academia

qualificada demanda. “Foi gratificante para a comis-são de seleção lidar com tantas propostas, o que nos deixa encorajados e com a certeza de que há um flu-xo produtivo contínuo”, diz Bandeira.

Segundo o organizador do Digitalia, além de reunir e congregar pesquisadores, a apresentação dos trabalhos é importante não apenas para estimular os seus au-tores, mas, principalmente, para se ter uma noção do olhar e da percepção da Academia em relação à mú-sica na contemporaneidade e à cultura digital, por exem-plo. “A partir dos trabalhos selecionados através da chamada pública, acaba-mos tendo acesso a novida-

des da produção musical na sua interseção com o digital, com pistas dos processos criativos e das tendências”.

O curioso é que, das 116 propostas selecionadas este ano pelo Digitalia, mais da metade é relacionada ao eixo “transversalidade”, o que confirma uma tendência de produtores e acadêmicos em recorrer a uma visão in-terdisciplinar do fenômeno, levando-se em conta que, muitas vezes, ela apare-ce fragmentada e de difícil compreensão. “Um encon-tro desta natureza ajuda no esquadrinhamento da inves-tigação sobre o tema, além de potencializar a formação de redes entre os participan-tes”, diz Bandeira.

Propostas selecionadas pelo Digitalia confirmam força de produção acadêmica e artística que abrange

música, cultura digital e transversalidades

Digitalia Info

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Mais de 100 horas de transmissãomostrando toda a diversidade

do Carnaval

www.carnaval.ba.gov.br

TRANSMISSÃO AO VIVO

QUINTA E SEXTA07 e 08/02 a partir das 22h

SÁBADO09/02 a partir das 20h

DOMINGO, SEGUNDAE TERÇA10, 11 e 12/02 a partir das 12h

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Autor de “Kátia Flávia – A Godiva do Irajá”, hit que fez história em um Brasil que amargava de incredulida-de na segunda metade dos anos 80 do século passado, e de livros que também mar-caram, como “Santa Clara Poltergeist” e “Básico Instin-to”, Fausto Fawcett faz duas participações no Digitalia. Jornalista, autor teatral, es-critor de ficção científica e compositor, o cyberpunk de Copacabana fará a descon-ferência “Literatura, Cultu-ra Cyberpunk e Imaginário Tecnológico na obra de Fausto Fawcett” com Vini-cius Pereira, Simone Sá e Adriana Amaral no dia 3, às 17 horas, e apresentará uma performance com o grupo Simbiotecnoise: “McLuhan Estendido”, no mesmo dia, às 20 horas. Antes de em-barcar para Salvador, o au-tor do recém-lançado “Fave-

O profeta do cyberpunk nao frequenta redes sociais

lost” foi entrevistado para o Digitalia Info. Raul Moreira - Há quanto tempo que não recebe uma carta? Aliás, há quanto que não envia uma carta? Tem saudade da época em que escrevia para os amigos e recebia correspondências?

Fausto Fawcett - O ato de escrever (ou receber) uma carta, de ir aos correios enviá-la, de exercitar a personalidade da caligrafia ou curtir a da outra pessoa que te escreveu, isso sem-pre foi e será interessante, pois ainda podemos, por puro prazer e chinfra esté-tica, escrever missivas. Eu, inclusive, estou preparando, junto com uma amiga psica-nalista, um livro cujo mote é justamente a troca de “Car-tas entre um Robô Efêmero e uma Humanista Anôni-ma”. O caráter sucinto das mensagens de texto ou até mesmo dos e-mails é muito útil e, cá entre nós, é muito bom, na maioria das ve-zes, dispensar aquela con-

versa mole: ato básico do pragmatismo atual são as mensagens de texto. Como a maioria das pessoas, só recebo cartas comunicado e o correio só chega com cor-respondências burocráticas. RM - Passaram-se mais de 20 anos de “Santa Clara Poltergeist” (1990), “Básico instinto” (1992). Copacaba-na continua a mesma ou a ficção tornou-se realidade? FF - Copacabana continua sendo um bairro heterodoxo no Rio de Janeiro, ou seja, um lugar onde você não en-contra só um tipo de classe social, encontra de tudo em termos de fauna humana e serviços oficiais e clandes-tinos, na maior concentra-ção, além de, obviamente, permanecer como cartão--postal mais importante do Brasil, foco de eventos gi-gantescos. No geral, Co-pacabana continua sendo um laboratório de vivências urbanas, te preparando pra qualquer megacidade, prin-cipalmente as metrópoles

Famoso depois do hit Kátia Flávia, Fausto Fawcett exerce porção escritor e diz que prefere se refugiar no seu mundo e no de Copacabana.

Raul Moreira

~

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balneárias, blade runners banhados por baías ou oce-anos como Hong Kong, por exemplo. Continua sendo aquela gostosona vivida, Iemanjá oxigenada que, se aparece na beira da praia, é porque tá realmente que-rendo...

RM - Fausto, sua literatura é conhecida menos do que suas músicas. Uma alimen-tou a outra ou você parte ou partiu da literatura para che-gar ao ritmo musical?

FF - É retroalimentação to-tal. Artigo que vira conto que vira ideia de música que vira imagem que dispara um ro-teiro de filme que vira show que vira instalação que vira letra de música e que é am-pliado num romance e por aí vai. Mas posso dizer que a base de tudo, ou que pelo menos o protagonismo de tudo, é com certeza das pa-lavras, a literatura é a emi-nência nada parda desse processo.

RM - Pois é, hoje, é a Aca-demia quem o reverencia. Algum problema com a Aca-demia?

FF - Nenhum problema com a Academia. O que me irrita sempre, seja na Academia ou em qualquer outro meio (e pode crer isso tem de montão no show business), é a tapeação, a mediocri-dade. O que me irrita, como de resto em qualquer outro meio, digamos, cultural é a falta de visão panorâmica e ampliada do que acontece por aí. Academia fechada é o que mais tem. Mas é muito bom estar participan-

do de um evento desses. É uma oportunidade de trocar ideias sobre tudo. Chaco-alhar a caixa craniana com britadeiras de argumenta-ção.

RM - Vivendo o boom da era digital, quando todos pos-suem seus computadores, estão coligados, em redes, etc. e tal, você se sente rea-lizado, um profeta da tecno-logia, vingado ou encheu o saco deste mundo em que a tela domina tudo?

FF - Tenho uma sensação de dever sendo cumprido porque afinal de contas o tipo de urbanidade e de ser humano gerado por ela, pre-sente nos meus livros e mú-sicas, estão de certa forma acontecendo. Mas muitos outros autores e ensaístas enveredaram por essas ten-dências, só que o caráter delirante - com caracterís-ticas brasileiras, copaca-banenses até - imposto por elas nas vidas das pessoas é o que eu mais exploro e é o que me dá uma certa sin-gularidade. Não dá pra ficar de saco cheio porque esse é o meu campo de estudo e criação.

RM - Você é um ser digital?

FF - Sou, como todo mun-do, exigido, provocado por essa tecnologia já que tudo na nossa vida é envolvido, direcionado, movido por elas. Mas sou um típico mi-grante e não um nativo, não sou um adepto da simbiose maníaca com os gadgets, não fico fuçando aplicativos ou navegando mais que o necessário. Não tenho o

menor interesse em partici-par de redes sociais, o que pode até me prejudicar, pois o lado produtivo de troca de possibilidades de trabalho também está presente. Uso o celular pra telefonar mes-mo e o computador é basi-camente, como já disse o Veríssimo, uma Remington com Google. A verdade é que são os letrados que têm noção do que está acon-tecendo e não os nativos. Para estes, lidar com as tecnologias digitais é como lavar as mãos, mas para nós migrantes humanistas que curtimos um enlevo crítico, um barato histórico, uma endorfina filosófica, um êxtase cultural o que está acontecendo nos provoca excitações mentais as mais variadas.

RM - Há quem diga que a sociedade tecnóloga sem um saber mais profundo pode simbolizar a barbárie. Será?

FF - A equação que diz que para cada cinco minutos de civilização são necessários sete de barbárie pra manter o desequilíbrio fundamental da vida social no planeta continua intacta, indepen-dente da tecnologia.

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Emicida faz o primeiro show com banda em Salvadordia 5 na Concha, com ingressos trocados por livros in-fanto-juvenis a serem doados a bibliotecas comunitárias

Por conta do seu perfil pouco convencional para a tribo à qual pertence e de seu indiscutível reco-nhecimento nacional, e até internacional, o olhar de certo segmento do mundo rap em direção a Emici-da simboliza um misto de desconfiança e de respei-to. Desconfiança pela sua postura de vida “normal” e flexibilidade diante de ou-tros gêneros musicais, por exemplo; e respeito porque o paulistano tornou-se um nome aclamado naquilo que melhor sabe fazer: o poder de transformar suas rimas em instrumento de denún-cias de diversas ordens. Nascido Leandro Roque de Oliveira, há qua-se 28 anos, em São Paulo, no bairro de Jardim Fonta-les, e filho de dona Jacira, Emicida confessou que so-freu bullying na infância por ser negro e pobre. Chama a atenção a sua política de não ficar enquadrado no estereótipo de um rapper ra-dical, que afirma valorizar a MPB, o funk carioca, a músi-

ca sertaneja e o pagode. Em uma entrevis-ta recente, Leandro Roque “Emicida” de Oliveira, afir-mou que não bebia e não usava drogas. Confessou, também, que foi criado dentro de um matriarcado, composto pela mãe, irmãs mais velhas e tias, com um detalhe: quase todos os ho-mens de sua família morre-ram, vítimas de alcoolismo. Nas suas falas, outra pista para o que se tornou: “meu pai biológico era DJ de bai-les black, meu padrasto me ensinou a gostar da moda de viola e foi nos sermões evangélicos, quando acom-panhava minha mãe, que aprendi o poder da oratória”. Aprendeu muito bem, diga-se de passagem. Isso porque Leandro tornou--se o Emicida, o matador de MCs, a partir de suas partici-pações em batalhas de esti-lo livre, durante as quais re-velou o seu raciocínio rápido e poder de rimar. Em pouco tempo, galgou muitos de-graus. Frequentou festivais internacionais e, desde “Pra

quem já Mordeu um Ca-chorro, até que eu cheguei longe...”, o seu primeiro ál-bum e mixtape, lançado em 2009, aos EPs como “Sua Mina Ouve Meu rep tamém” (2010) e “Doozicabraba e a Revolução Silenciosa” (2011), sem falar de clipes como “Triunfo” (2009), “Rua Augusta” (2011), “Dedo na Ferida” (2012), afirmou-se como o tal, tornando-se bas-tante ouvido e visto. Vale notar que “Dedo na Ferida” foi a res-ponsável pela detenção de Emicida durante algumas horas em Belo Horizonte, no ano passado, acusado de “desacato a autoridade”, após supostamente incitar o público contra alguns po-liciais militares que se en-contravam em um evento de hip hop. O artista também esteve envolvido em um “incidente” racista em São Paulo, quando foi acusado de “macaco” por um taxista que o levou ao terminal ro-doviário do Tietê e descon-fiou que ele tentou pagá-lo com notas falsas. Ambos pararam na delegacia e, no final, segundo relatou o pró-prio Emicida, o taxista pediu perdão de joelhos. Com a sabedoria que os anos começam a lhe oferecer, Emicida reco-nhece que o seu papel não se resume apenas a ser o porta-voz de um segmento, mas, sim, representante de um mundo mais amplo e que o consome. “Não posso es-colher quem compra meus CDs e vai ao meu show. Se eu for tocar no Japão o que vou fazer? Importar uns pre-tos?”, perguntou-se Leandro Roque de Oliveira.

‘‘MATADOR”” DE MCS

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Criatividade ajuda, mas a qualidade do ensino no Brasil emperra revolução digital

No Brasil dos úl-timos tempos, uma das ex-pressões mais ouvidas em diversas esferas é a dita “inclusão digital”, uma prio-ridade não apenas do Es-tado, que a considera “fun-damental” para que os seus “protegidos” não percam o bonde da história, mas, tam-bém, para a imensa cadeia que compõe as forças pro-dutivas do país, quase que totalmente dependentes de gestões informatizadas. No entanto, para que haja inclusão digital, não basta apenas dotar es-colas, pontos de cultura e centros comunitários com computadores e rede ban-da larga e estimular e faci-litar os segmentos de baixa renda a utilizarem-se de tais aparatos. Fundamental, como apontam estudiosos e pesquisadores, se faz coa-dunar o binômio educação-

-inclusão digital, sob o pe-rigo de a precariedade do primeiro elemento invalidar o segundo. Apesar dos avan-ços registrados no Brasil nas últimas décadas, refle-xo de políticas socioeconô-micas mais incisivas, a qua-lidade das escolas públicas, principalmente nos segmen-tos do ensino fundamental e médio, continua preocupan-te: poucas unidades, pro-fessores mal pagos e com formação deficitária, infra-estrutura precária e evasão, entre outros, fazem do nos-so ensino um dos piores do mundo, como comprovam pesquisas realizadas por instituições internacionais. Uma delas, feita pela con-sultoria britânica Economist Intelligence e divulgada re-centemente, pôs o Brasil em penúltimo lugar num ranking global de educação que comparou 40 países, levan-do em conta notas de testes e qualidade de professores, entre outros fatores. Na sua segunda edição, o Digitalia vai pro-

mover a mesa “Políticas Públicas e Cultura Digital: protagonismo brasileiro e compromissos no horizon-te”. Para o professor da Faculdade de Educação da UFBA Nelson Pretto, um dos convidados para o en-contro, a crise educacional é um problema grave, e a in-clusão digital pode servir de arma para diminuir, ou pelo menos abrandar, tal defi-ciência. Pretto raciocina a partir do fato de que, queira ou não, o “mundo tornou-se digital” e, por conta disto, estrategicamente, uma das soluções para se encurtar as distâncias em um país classista é melhorar o nível de escolaridade e a inclusão digital: “independentemente de qual posição ocupe na pirâmide social, de alguma forma o brasileiro está co-nectado ao mundo digital e isso é um ponto de partida que não se pode despre-zar”. Nelson Pretto des-taca que há duas realidades no que se refere à questão digital no Brasil: a primeira é

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Inclusao digital e educacao: binomio inseparavel

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que há um segmento gran-de de classe média e classe média alta que faz uso da tecnologia digital e se utili-za dos principais aparatos, desde conexões robustas até aparelhos e softwares de última geração; do ou-tro lá, há um gigantesco contingente de pessoas de classes menos favorecidas também inseridas no mun-do digital, só que de forma mais precária e com uma formação educacional me-nos qualificada. A respeito da questão, Nelson Pretto é de parecer que hoje há uma “preocupação excessiva em relação ao conteúdo”, referindo-se ao discurso segundo o qual não adianta promover a inclusão digital se o nível educacional se mantiver baixo. “Precisa-

mos, sim, de banda larga, de bons equipamentos, de tecnologia, de interação”, diz Pretto, para depois sen-tenciar: “tudo isso pode aju-dar os segmentos menos favorecidos, gente que não teve uma educação mais apurada, mas compensa tais ausências com garra e criatividade”. O mesmo pensa Diogo Carvalho, da pasta da Secretaria de Cultura do Estado que trata de assun-tos relacionados à juven-tude e às culturas digitais. Segundo ele, que também vai participar da mesa, a criatividade acaba superan-do algumas barreiras, mas o ideal seria trabalhar sério em duas frentes: “o gover-no precisa investir tanto na criação e ampliação da in-fraestrutura, inclusive digi-

tal, como também priorizar a educação”. Ainda segundo Diogo Carvalho, para que se conjugue bem o binômio educação/inclusão digital, faz-se fundamental que o governo amplie os projetos que possam dotar de fibra ótica todas as regiões da Bahia, estratégia que ga-rantiria não apenas a sua utilização em escolas públi-cas, como também poderia servir à população. “O Bra-sil tem um dos mais caros e piores serviços de banda larga e telefonia móvel do mundo”, diz Carvalho, para depois completar: “com o in-vestimento em fibra ótica, as políticas de inclusão digital podem vingar e, certamen-te, vão melhorar a qualidade da nossa educação”.

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Altos custos para passar do analógico ao digital emperram projeto para digitalizar emissoras brasileiras. Superada tal etapa, a interatividade torna-se prioritária.

Desde a pri-meira transmissão oficial de sinal de TV digital no Brasil, na cidade de São Paulo, às 21h20 do dia 2 de dezembro de 2007, já se passaram pouco mais de cinco anos. Hoje, a três anos do prazo dado pelo governo para que todas as TVs abertas migrem do sistema analógico para o sistema digital, a realida-de é que somente os mo-radores das capitais e de algumas poucas cidades do interior do país, princi-palmente o paulista, têm acesso ao dito sinal digital terrestre. Naturalmente, a situação causa preocupa-ção, pois, diante dos cus-tos elevados para as emis-soras de televisão, mesmo as mais poderosas, como

a Rede Globo, é provável que a data possa ser esten-dida e, ainda, há rumores de que o governo federal esta-ria sofrendo pressão para subsidiar a operação. Isso porque o desmonte do siste-ma analógico para o digital é caro e, no Brasil, são mais de 400 emissoras, as quais enfrentam dificuldades em uniformizar o padrão, o que cria uma série de transtor-nos. Assim, salvo mila-gres de última hora, a ver-dade é que, durante a Copa do Mundo, em 2014, muitos brasileiros vão assistir à competição ainda no siste-ma analógico. Outros, nas capitais e no interior, vão se utilizar do DTH (direct to home), um sistema de TV paga no qual o assinante instala em casa uma antena parabólica e um receptor/decodificador, o IRD, e cap-ta os sinais diretamente de um satélite, como já o fazem mais de 35 milhões de brasi-leiros. Em Salvador, as quatro grandes emissoras comerciais abertas – TV

Aratu, TV Bahia, TV Ban-deirantes e TV Record – já transmitem para a capital através de sinal digital. A úl-tima a fazer parte do clube será a TV pública, no caso a TVE, que faz parte do Ins-tituto de Radiodifusão Edu-cativa da Bahia, o Irdeb. Se tudo correr dentro do previs-to, é possível que em pou-co tempo a emissora possa transmitir em sinal digital. E, durante o Digitalia, a mesa “A TV digital na Bahia – os desafios da interatividade e da interiorização” vai reunir alguns dos representantes das emissoras locais para uma discussão em torno do assunto. A TVE tem planos ambiciosos para levar a al-gumas cidades do interior o sinal digital o mais rápido possível, logística que de-pende de financiamentos para tais empreendimentos.Segundo o engenheiro e di-retor de operações da TVE Bahia, Salvador Counago, para dotar uma torre de um determinado município com antena e transmissor digi-tais são necessários, apro-

Desafio da TV digital e chegar ao interior

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ximadamente, R$ 80 mil. “Trata-se de um custo ele-vado quando sabemos que são mais de 400 cidades na Bahia”, observa Counago. Para se ter uma ideia dos custos, só para montar uma torre no bair-ro da Federação, a TVE despendeu perto de R$ 2,1 milhões, sem falar dos equi-pamentos, do treinamento e, em breve, de uma unida-de externa com sinal digital. “Gastaremos perto de R$ 20 milhões para disponibilizar o sinal digital da TVE para a capital”, revela Counago, que, no entanto, alerta: “se não houver um projeto con-sistente que coadune tec-nologia, conteúdo e gestão, há o perigo de que o investi-mento não vingue”. Ainda que tenha evitado falar em nomes, Counago deixou a entender que certos projetos de im-plantação de TVs públicas em algumas capitais bra-sileiras naufragaram justa-

mente porque não houve uma estratégia mais elabo-rada. E as razões do apa-rente fracasso vão desde a falta de preparo para lidar com o know-how do digi-tal à ausência de conteúdo que venha a seduzir os te-lespectadores, levando-se em conta que as televisões públicas não surfam em boa audiência. É pensando nisto que a TVE, segundo o seu coordenador de programa-ção, o cineasta José Araripe Jr., vem se preocupando em aumentar a oferta de programação local, através de terceirizações, editais, licitações e convênios com emissoras regionais, uni-versitárias, comunitárias, independentes e públicas do Brasil e de outros países. “Variedade e constância na interprogramação é o nosso objetivo”, diz Araripe, que vai além: “também vamos trabalhar em cima de uma programação mais integra-

da, onde a customização de conteúdos diversos possa estabelecer uma lógica me-nos gradeada de se ver TV”. Partindo do fato de que somente as TVs públicas podem praticar a multiprogramação -- algo que abre possibilidade , por exemplo, de a TVE dispor de dois canais sem perder muita qualidade de trans-missão --, Araripe prevê um aumento na oferta de pro-gramação. “Podemos pro-duzir conteúdos dedicados às crianças, assim como investir em música e edu-cação”, faz saber o coorde-nador, que vislumbra que o Ginga — um software que faz a ponte entre o sistema operacional do receptor da televisão e as aplicações de interatividade criadas e disponibilizadas aos teles-pectadores — pode ser su-perado: “a interatividade da internet vem fazendo mais rapidamente o fluxo das duas mãos do tráfego”.

Salvador Counago e José Araripe Jr. | Foto: Edivalma Santana / IRDEB

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Coordenação Geral Messias Bandeira | Audiosfera / UFBA

Comissão Científica – Curadoria Ronaldo Lemos | FGV/CTS

Cláudio Manoel | UFRB / Link Livre Paul Miller | aka DJ Spooky (EUA)

Tatiana Lima | FACOM / UFBA Volker Grassmuck | Leuphana Universität (ALE)

Javier Bustamonte | Univ. Complutense de Madrid Nelson Pretto | Faced/UFBA

Lynn Alves | UNEB / SENAI-Cimatec Karla Brunet | IHAC / UFBA

Paulo Miguez | Pós-Cultura / UFBAGilberto Monte | In-Vento

Cristiano Figueiró | IHAC / UFBA Oona Castro | Wikimedia Foundation

Vinicius Pereira | ABCiber / UERJ / ESPM Adriana Amaral | Unisinos

Martin Groisman | Univ. Buenos Aires / IUNA Daniel Argente | Univ. de La República – Uruguai

Simone Pereira de Sá | UFF

Equipe TécnicaCássia Cardoso | Produtora

Filipe Dunham | FACOM / UFBA Renata Leahy | IHAC / UFBA

Rico Soares | IHAC / UFBARaul Moreira | Jornalista

Rogerio Big Bros | ProdutorMarcos Cezar Botelho de Souza | UNEB

DIGITALIA INFO Redação: Raul MoreiraEdição: Raul Moreira e

Tatiana Lima (Mtb 1473) Diagramação: Rico Soares

Revisão: Arlete Castro Marcos Cezar Botelho de Souza

Salvador (BA), fevereiro 2013Tiragem: 3.000 exemplares

distribuição [email protected]

digitalia.com.br

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Fevereiro 2013N.1info

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