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1 Dificílimo é o acto de escrever, responsabilidade das maiores, basta pensar no extenuante trabalho que será dispor por ordem temporal os acontecimentos (...) e outras não menos arriscadas acrobacias, o passado como se tivesse sido agora, o presente como um contínuo sem presente nem fim. José Saramago, A Jangada de Pedra A ESCRITA EM PROJECTO O projecto Ler Mais e Escrever Melhor interliga o aperfeiçoamento das competências de leitura e de escrita, como modalidades complementares e interactivas da língua, num continuum construtivo de uma mesma competência comunicacional e linguística. O projecto Ler Mais e Escrever Melhor pretende o reforço do aperfeiçoamento da competência comunicativa do aluno, através da resolução de situações-problema e da realização de actividades. Porque a escola é o lugar natural de formação de leitores e escritores, de aquisição do hábito e do gosto pela leitura e pela escrita. A Escrita em projecto é uma secção aberta a textos escritos por alunos, professores ou funcionários, de autoria singular ou colectiva. Não há restrição de tipologia textual, apenas o cuidado habitual na correcção estrutural e linguística dos textos, que devem ser apresentados em suporte informático, prontos para publicação.

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Dificílimo é o acto de escrever, responsabilidade das maiores, basta

pensar no extenuante trabalho que será dispor por ordem temporal os

acontecimentos (...) e outras não menos arriscadas acrobacias, o passado

como se tivesse sido agora, o presente como um contínuo sem presente

nem fim.

José Saramago, A Jangada de Pedra

A ESCRITA EM PROJECTO

O projecto Ler Mais e Escrever Melhor interliga o aperfeiçoamento das competências

de leitura e de escrita, como modalidades complementares e interactivas da língua, num

continuum construtivo de uma mesma competência comunicacional e linguística.

O projecto Ler Mais e Escrever Melhor pretende o reforço do aperfeiçoamento da

competência comunicativa do aluno, através da resolução de situações-problema e da

realização de actividades. Porque a escola é o lugar natural de formação de leitores e

escritores, de aquisição do hábito e do gosto pela leitura e pela escrita.

A Escrita em projecto é uma secção aberta a textos escritos por alunos, professores ou

funcionários, de autoria singular ou colectiva. Não há restrição de tipologia textual,

apenas o cuidado habitual na correcção estrutural e linguística dos textos, que devem ser

apresentados em suporte informático, prontos para publicação.

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Texto1: UMA NOVA ETAPA DA MINHA VIDA Autora: Maria João Silva, nº 14, 9ºE Data de edição: Novembro 2008

Certo dia de Outono, iniciou-se uma nova etapa da minha vida. Era uma fase um pouco assustadora, pois não fazia ideia de como me comportar ou o que dizer. A entrada para a pré-primária é sempre desesperante.

Estava habituada ao conforto do lar e mudar de “território” é sempre difícil. Tinha, na altura, cinco anos e entrara na altura dos porquês, época em que o mundo é muito difícil de compreender. Não chorei, pois não podia deixar que o meu pai percebesse que eu não queria que ele fosse embora. Então sorri e entrei sem olhar para trás.

Nos primeiros dias, esta mudança constituía um enorme problema: fazer amigos é sempre complicado. Porém, este medo depressa se dissipou. Consegui fazer uma amiga que dura até aos tempos de hoje. Esta relação de amizade fez-me perceber que nem tudo estava mal. Uma mudança não implica necessariamente um desgosto. Por vezes, chega a ser uma das melhores coisas que nos acontece na vida. Pode ser uma aventura que perdura, para sempre, na nossa memória.

Texto2: CLONES Autor: André Ferreira, nº2 11ºG, Curso Profissional de Óptica Ocular Data de edição: Novembro 2008

Clones? Não! Não é sobre clones que irei falar, mas sim sobre os Jovens Portugueses que se comportam como tal. Não vivi nessa época, porém sei um pouco de história e um dos momentos mais marcantes do nosso país foi o 25 de Abril, a luta pela liberdade, ou não, pois parece que, hoje em dia, os nossos queridos e amáveis jovens se esqueceram disso. O que se passa hoje em dia? Já não há consciência do que é a Liberdade? Eu penso que não, visto que os nossos Jovens não têm a noção disso e se comportam como clones, e isto porquê? Porque andam todos com a mesma roupa? A resposta é Não! O problema reside na escola, nos grupos de amigos! Estes grupos são formados por jovens “iguais”, que se comportam de maneira igual, falam de maneira igual e até pensam da mesma maneira. E o que acontece àqueles que são Diferentes? São postos à parte, são ignorados e gozados por esses grupinhos Uniformes! “Os Diferentes” são quase como cachorrinhos abandonados. Penso que os grupos são como clones iguais, tão iguais que, de tanta igualdade, ainda serão produzidos em Série! Afinal o que veio o 25 de Abril oferecer? Liberdade ou Repreensão? Jovens portugueses, abram, por favor, as vossas cabecinhas e encaixem lá uma pequenina coisa: no Diferente é que está o ganho! Deixem-se de fazer grupos uniformes e aceitem o desigual. Não excluam aqueles que pensam de forma diferente, não façam de Portugal, um Portugal de clones.

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Texto 3: LIBERDADE. Até Que Ponto Somos Realmente Livres? Autor: João Moura, nº15, 12ºC Data de edição: Novembro 2008 Hoje tomamos como facto a existência de liberdade na nossa sociedade. No entanto, vivemos rodeados de pessoas acerca das quais raramente nos questionamos se estão verdadeiramente a viver como indivíduos livres ou se são apenas actores que escondem quem realmente são por condicionantes sociais? Afinal, até que ponto é que nos podemos considerar livres? Portugal foi palco de uma das mais interessantes revoluções da história, a Revolução dos Cravos de 74, que marcou o fim de mais um dos regimes autocráticos que proliferaram na primeira metade do século XX. Mas a maior particularidade desta revolução foi o facto de ter sido realizada sem um único ferido. Uma transformação pacífica que introduziu em Portugal um novo regime Republicano Democrático e Capitalista. Apesar do cariz pacifista da revolução, que só por si é um feito extraordinário e único, um dos seus aspectos negativos parece ser a pouca importância e a fugaz ligação estabelecida entre o passado, o presente e os portugueses de hoje. Os cidadãos dos dias que correm parecem não se lembrar dos tempos de opressão da livre expressão e da liberdade da forma de ser e de viver, talvez porque o pacifismo não deixou marca suficientemente grande. Talvez por isso, no nosso dia-a-dia deparamo-nos com situações horrendas de discriminação. E, por muito estranho que possa parecer a alguns, esta discriminação pode limitar a liberdade de outro indivíduo. Quando a personalidade é mais fraca ou depende bastante da opinião de outrem, um comentário, um olhar reprovador podem ser factores redutores da nossa liberdade pois, quer queiramos quer não, a nossa mente é extremamente influenciável e, durante todo o nosso dia, estamos expostos à aplicação das mais variadíssimas técnicas de manipulação da opinião geral, ampla e profundamente estudadas pelas demais ciências (situação evidente se ponderarmos a forma como a publicidade condiciona as nossas opções). Assim, é legítimo questionarmo-nos até que ponto somos realmente “livres”. Há quem diga que a nossa liberdade acaba quando estamos a influir na liberdade do próximo, mas qual será a nossa margem de liberdade, tendo em conta que as leis, os media, a publicidade, a cultura e até mesmo o nosso companheiro são factores condicionantes da maneira como agimos e do modo como optamos por um ou outro modo de vida? O 25 de Abril foi, de facto, uma enorme conquista para a aquisição dos valores fundamentais da democracia para o estado Português, nomeadamente no que toca à liberdade. No entanto, a verdade é que temos graves falhas ao nível da auto e hetero-reflexão e, muitas vezes, não nos apercebemos da forma como somos condicionados a agir (talvez pelo medo inconsciente de ser discriminado), nem que a partilha de uma realidade com uma grande diversidade de modos de ser é um grande indicador do nível real de democracia e liberdade que um sistema pode desenvolver. Para isso, concluindo, temos de ser nós, cidadãos, a construir um verdadeiro modelo de liberdade, e não nos limitarmos a encarar o mundo apenas como ele nos é proposto.

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Texto 4: O DIA DO JUÍZO FINAL E O CREPE Autor: Ana Maria Santos, nº 4, 11ºE Data de edição: Novembro 2008

Passei o meu cartão da STCP no leitor electrónico que há na entrada de todos os autocarros, e então, um bip prolongado e ligeiramente irritante fez-se ouvir, indicando-me que podia prosseguir o meu caminho. Porém, fiquei exactamente onde estava, já que à minha frente tinha uma barreira maciça de pessoas. À minha frente, uma mulher libertava um odor demasiado doce, enjoativo, provocando-me uma certa sonolência. Ao lado, agarrado a um outro poste, um estudante universitário – a julgar pela pasta preta que segurava – com um ar aéreo, ia consultando o telemóvel de tempos a tempos, transparecendo nervosismo, que era dissimulado pela sua expressão de contemplação. Bem confortável, sentada no banco mais próximo de mim, uma senhora de idade avançada, tal como as rugas da sua face, olhava-me com o que me pareceu curiosidade. Peles sobre pele, ano sobre ano, muitas histórias por contar escondiam-se naquela pessoa. Quanto a mim, ostentava a expressão usual de quando viajo nos transportes públicos em horas de ponta: a ânsia de chegar ao destino. Enquanto reparava em cada tique, pormenor e particularidade dos meus companheiros de viagem, lamentava a falta de tacto dos responsáveis pela quantidade de autocarros a circular. Peço desculpa pela excessiva descrição e conversa fiada e, por conseguinte, vou fazer parágrafo.

Saltei do transporte mal a voz metálica anunciou o fim da linha; dirigi-me à Cremosi, a melhor loja de gelados que conheço. Pedi um crepe com duas bolas de gelado: chocolate branco e côco. Novamente parágrafo.

Eis que, ao meter o primeiro pedaço daquela amostra de paraíso à boca, me chega aos ouvidos o som estridente de gritos. Assustei-me ao ver pessoas a correrem na minha direcção, e agarrei-me ao meu crepe, como uma mãe que protege um filho. Uma rapariga tropeçou no chão, e o namorado de cabelo comprido levantou-a. Ouço-os a fazerem juras de amor eterno, pedirem desculpa por terem discutido na noite anterior, nunca mais irão berrar um com o outro ao telemóvel, etc. Então, ouço algo ruir, e o topo da Torre dos Clérigos caiu a poucos metros do sítio onde me encontrava. Novamente começaram todos a correr e a gritar, e a rapariga da jura eterna aproximou-se a berrar "FOGE! CORRE! VAMOS MORRER!", completamente histérica. Quando se afastou (ainda aos gritos), instalou-se o silêncio; toda a gente havia fugido. Libertei o meu prato com o crepe e vi quatro vultos negros ao fundo da praça. Apertei uma vez mais o prato, e observei os vultos a deslocarem-se até mim, montados em quatro cavalos pretos.

Por fim, estacaram à minha frente, e apesar de não lhes ver a face, que estava oculta por capuzes, reconheci-os: os quatro cavaleiros do Apocalipse.

"Nós te saudamos Ana " – disse um deles. "Como te encontras?" "Não sabiam vir um bocado mais tarde?" – repliquei, aborrecida. "Com tanta

gritaria e pânico até perdi o apetite." "Viemos na hora exacta. Julgava que estavas já a contar connosco." – afirmou o

cavaleiro da direita. "Sim, mas não tão cedo. Pensava que ainda teria mais uns anos à minha frente, e

que ainda podia acabar o crepe." "Com certeza, ainda vamos semear a fome, a pobreza, as doenças, o caos, a

destruição, a morte, e tragédias que tais. Temos ainda de assustar e martirizar os humanos e, portanto, calculo que tudo esteja findo mais ou menos daqui a cem anos… ou mil. O tempo não existe de igual modo como para ti."

"Ah! Nesse caso, está bem" – respondi, mais alegre. "Mas olha lá, pá, eu esperava-vos a chegar em estilo, montados numa qualquer máquina dos tempos modernos!"

"Pois…" – murmurou outro tristemente. "Cortes orçamentais." "Acaba o teu crepe, Ana. Sem pressas. Tens muito tempo." Despediram-se e marcharam na direcção do barulho de desespero e medo,

deixando um rasto de destruição atrás de si.

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Eu, eu sorri ao meu crepe, peguei nos talheres, e comecei finalmente a degustá-lo, abanando a perna ao som da "People Are Strange" que os meus amigos tão amavelmente fizeram tocar nos céus para mim.

Um espectáculo sinistro e divertido, para dizer o mínimo. Texto 5: PORQUE ESPERO PELO MAR Autor: Ana Maria Santos, nº 4,11ºE Data de edição: Novembro 2008

Às vezes tenho vontade de perguntar ao mar qual é o seu segredo. Ouvindo o som da rebentação, das pedras que se vão polindo com o desgaste da força da água, gostava de saber como o faz, ou até simplesmente porquê.

Admiro o mar pela sua paciência. Todos os dias, a toda a hora, as ondas espreguiçam-se na praia, como formigas trabalhadoras que não fazem nada senão o mesmo. Com os pés descalços na areia, olho para o mar e desejo fundir-me nele. Anseio assumir a forma do grão de areia que sou, e juntar-me aos restantes debaixo dos meus pés. Parecem todos iguais, mas na verdade, não são. A mesma origem, o mesmo fim; únicos, ainda assim. O tempo e o mar encarregaram-se de os tornar irrepetíveis.

Se morresse neste momento, qual seria a forma que assumiria? Ninguém para me lembrar senão eu, que sei que cada grão pode abarcar o mundo e é um Eu. Se eu morresse agora, o mundo não se lembraria e não saberia quando morri nem saberia quem fui, porque eu abandonar-me-ia e todas as lembranças seriam esquecidas num instante indizível, infinitamente divisível. As recordações reduzidas a um grão de areia. Quem senão eu para conhecer toda a minha vida num mundo tão pequeno?

Qual é o tamanho do mundo? Qual é o tamanho do universo? Qual é o tamanho de um grão de areia? Grande ou pequeno, que interessa? Isso nada quer dizer; não é real. Ao olhar para o mar, vejo o horizonte, distante, ali e aqui, onde a minha mão pode fingir que o agarra. Depois dele, o desconhecido, o Infinito.

Diz-me tu, Mar, passadas as portas do horizonte, o que nos está oculto? Revela-me os mistérios que conténs e deixa que as ondas me repitam o significado dessa descoberta. Poderá uma palavra representar tudo aquilo que desconhecemos? Poderá realmente o Eterno significar a ausência de tempo?

Diz-me, Mar! Transforma-me em areia e, quando vier a maré cheia, conduz-me ao que ultrapassa a linha do visível. Formemos um só, e juntos, deixaremos de viver imersos em dúvida e abraçaremos o incognoscível. Seremos maiores que a tua imensidão, ó Mar, porque suportaremos o maior tesouro: o que não pode ser descrito por palavras. Pelo devir, deixaremos o caos e a cegueira e entraremos para a realidade impossível de definir. Tu e eu, Mar, seremos infinitos, e por fim, saberemos a medida do universo e de um grão de areia. Compreenderemos então que são iguais porque não têm medida.

Vou ficar aqui à espera da maré cheia. Vou permanecer até tu me levares embora para que possa elevar-me à redução de um grão, infinitamente misterioso. Não posso sair daqui, porque clamas por mim em cada onda que rebenta, em cada grão em que depositas o conhecimento daquilo que desconheço. Para mim, já é tarde para voltar, já são horas de partir.

Escrito por Anámnesis, numa tarde cinzenta e nostálgica de Março de 2008.

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Texto 6: A MINHA INFÂNCIA Autor: Bruna Filipa Sousa, nº 7, 11ºB Data de edição: Novembro 2008

Lembro a minha infância na escola da Amieira como se fosse hoje: aqueles intervalos de meia hora em que brincávamos todos juntos, onde partilhávamos o lanche uns dos outros, o porteiro simpático que nos oferecia um rebuçado todos os dias, todas as funcionárias que nos ajudaram sempre que necessitávamos e alguns professores que nos marcaram pela sua diferença.

Talvez por isso decidi voltar à minha escola primária. Para relembrar todos os momentos bons e maus que fizeram parte da minha vida e do meu ser. Toda aquela solidariedade entre amigos e todo aquele ambiente de convívio que nos fazia pensar que a amizade é eterna e que os problemas não nos atingem.

Acordo finalmente do meu sonho. Hoje a escola é totalmente diferente de antigamente. Quer dizer, no aspecto está muito semelhante, apenas está mais moderna. O comportamento, a maneira de pensar e de agir das pessoas é que são diferentes. Todo o cinismo, violência e falsidade em crianças tão jovens faz-me pensar com saudade na minha infância, onde tudo era calmo e bonito, onde todos sorríamos sem o peso da responsabilidade nos ombros...

Procuro melhor. Tento ver para além de todas estas mudanças uma réstia daquele pequeno grande mundo a que eu pertenci e que deixei para trás sem dar conta. Mas apenas vejo os novos costumes e as novas modas instauradas nas mentes das crianças de hoje. Então começo de novo a sonhar.

Texto 7: FÊTES ET TRADITIONS Autor: Colectivo - 8e Année, Classe B Data de edição: Dezembro 2008

On aime bien les jours de fête! Généralement, ce sont des jours fériés pendant lesquels on ne travaille pas; on se

repose, on se promène et on est gai, content, heureux. On rencontre des amis, on s´amuse, on fait la fête: Noël – le 25 décembre – C´est la fête de la famille. “ Tant l´on crie Noël qu´ à la fin il

vient” On souhaite “ Joyeux Noël” à tout le monde. C´est la fête des fêtes, la lumière de l´hiver, le plaisir de tous.

On décore le sapin, les enfants nettoient les cheminées, cherchent leurs plus grandes chaussures et on mange la “bûche de Noël” – gâteau au chocolat

La nuit du 24 au 25, les enfants mettent leurs chaussures devant la cheminée car le “Père Noël” prend la route …

Jour de l´An – Le 1er janvier, c´est le premier jour de chaque année. On se souhaite “Une bonne et heureuse année” et on donne des étrennes (de

petits cadeaux ou des sommes d´argent), au facteur, à la concierge, aux enfants.

Le 6 janvier - C´est la fête des rois. Chez le pâtissier, on achète des galettes qui contiennent un petit objet appelé

fève. La plus jeune de la famille, les yeux bandés, donne les parts de galette : « Pour tante …, pour papa, pour monsieur… »

Chacun mange en essayant de ne pas avaler la fève. Celui que la trouve est couronné roi (ou reine), choisit sa reine (ou son roi) et la famille ou les amis lèvent leur verre en disant : « Le roi /boit, la reine boit ».

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Texto 8: LA GASTRONOMIE À L´ÉCOLE Autor: Colectivo - 8e Année, Classe A Data de edição: Dezembro 2008 Le 28 octobre, tandis que nos profs et nos parents parlaient de nous, les 8e A et B sont allés à la cantine avec la prof de français et le prof de géo pour faire des crêpes et des quiches. L´ activité a commencé à 14.00 heures ; la prof est allée aux courses avec quelques élèves et les autres sont restés avec le prof pour remplir des fiches. Tout le monde a travaillé, mais le plus agréable a été la fin : goûter les délices que nous venons de faire. Voulez-vous connaître les recettes ? D´abord, travaillez un peu, comme nous avons fait. Ordonnez les différentes phases de la préparation de «La Quiche Lorraine» :

1. Versez la préparation sur la pâte et les lardons ; 2. Étendez la pâte sur le moule ; 3. Mettez au four préalablement chauffé et faites cuire 25 à 30 minutes ; 4. Beurrez un moule à tarte ; 5. Répartissez les petits lardons sur la pâte ; 6. Ajoutez un peu de sel et de poivre ; 7. Mélangez la crème fraîche et les œufs.

Bon, pour les plus paresseux, on donne une recette plus simplifiée et celle que nous avons utilisée : Étendez la pâte brisée sur le moule. Mélangez 2dl de lait et trois œufs. Ajoutez du sel, du poivre, des champignons, 150 g de jambon blanc et 60 g de fromage « parmesan » ou 100 g « mozzarella » Attention: vous pouvez utiliser d´ autres ingrédients. Mettre au micro-ondes pendant huit minutes ou au four jusqu´au moment où la quiche soit cuite. Attendez la recette des crêpes. Ne soyez pas gourmands ! 4, 2, 5, 7, 6, 1, 3 Texto 9: SE EU FOSSE UM PÁSSARO Autor: Mariana Silva, nº10, Vanessa Magalhães,nº 21 7ºB Data de edição: Dezembro 2008

Se eu fosse um pássaro voava por entre as nuvens. Fazia viagens ao fim do Universo e ao fim do mar.

Por entre algodão doce cantava e por entre as flores brincava. Aventuras e desventuras vivia até ao fim do dia.

Faça chuva ou faça sol cantarei como um rouxinol. Sentir a brisa do vento, num dia calorento. Um arco-íris de mil cores, num campo de

flores. Em bando eu fugia, para o Sul onde tudo havia. E não podia faltar um ninho para me

aconchegar. Comida e água eu tinha, para me alimentar. Saltar, pular e gritar até às nuvens chegar.

Num campo verdejante passei, até que um dia acordei. Era um sonho tão banal que parecia real.

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Texto 10: NATAL NA ESCOLA Autor: Texto colectivo, turno 2, 9º D Data de edição: Dezembro 2008

RENAS SINO

CHOCOLATE BOLAS ESTRELA PAZ

PRESÉPIO

ESPERANÇA CÂNTICOS

UVAS PASSAS NATAL DOCES

ÁRVORE RABANADAS ILUMINAÇÃO

FAMÍLIA

DUENDE PÓLONORTE

PRENDAS ALEGRIA DAR-SE

REIS MAGOS UNIÃO

ORVALHO

FELICIDADE AZEVINHO

VELAS

FÉRIAS MISSA DO GALO JESUS

AMOR

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Texto 11: UMA ESTRELA BRILHA Autor: Vanessa Magalhães, nº 21, 7º B Data de edição: Dezembro 2008

Uma estrela brilha No cume de um pinheiro

Uma estrela brilha No cimo de um limoeiro

Uma estrela brilha Na ponta do céu Uma estrela brilha Na ponta de um véu

Uma estrela brilha No meu coração Uma estrela brilha Na minha paixão

Uma estrela brilha

No silêncio de uma criança Uma estrela brilha

Com significado de lembrança

Uma estrela brilha Como um canto de um rouxinol

Uma estrela brilha Ao lado do Sol

Texto 12: SE EU FOSSE UM LÁPIS Autor: Ana Maria Santos, nº 4, 11º E Data de edição: Janeiro 2009

Se eu fosse um lápis seria especial. Recusar-me-ia a escrever qualquer palavra que estivesse associada a humilhação, rejeição, intolerância ou violência

Nunca escreveria palavras que magoassem ou fizessem chorar. Pensando bem, não escreveria lágrimas e tristeza. Quem me usasse jamais saberia o significado de sentimentos que tanto doem como a angústia, o ódio, o medo. Isto pôs-me a pensar que dor teria de ficar posta de lado, assim como solidão.

Visto ser dotada de uma razoável capacidade de dissuasão, se fosse um lápis, talvez conseguisse convencer os meus colegas de profissão - os lápis – a tomarem a mesma atitude que eu. Desta forma, nenhuma pessoa no Mundo poderia escrever a tristeza, e talvez, lentamente, tudo o que a ela estivesse associado fosse esquecido e caído no esquecimento.

Naturalmente, eu não poderia ser um lápis, e os lápis não se poderiam insurgir contra os humanos, a dar numa de grevistas. Assim sendo, nunca tais palavras poderão ser esquecidas. Só o poderão ser quando o silêncio reinar, quando as palavras deixarem de ser proferidas.

No entanto, talvez as lágrimas e a dor sejam necessárias. Sem dor não saberíamos o que é sentir que somos maiores que o Mundo. Sem a tristeza não conheceríamos o sentimento de que trazemos toda a felicidade dentro de nós, capazes de vencer tudo. Sem lágrimas não poderíamos saber que um sorriso vale mais que muitas palavras.

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Textos 13: Poemas SILÊNCIO DO VAZIO, FICÇÃO, PALAVRAS Autor: Teresa Castro, nº 25, 9º C Data de edição: Janeiro 2009

Silêncio do vazio

Digna de melodrama me foi rogada esta trama

onde outrora se acendeu a chama, vem agora...

o silêncio do vazio

Ficção

Caminhando lentamente sentindo a brisa do mar

agora oiço a voz de quem me está a chamar.

Prendem-se os movimentos solto um grito profundo imagino uma falésia

um pensamento obscuro.

De repente uma clareira que me vem elucidar

da negritude dos meus pensamentos e de novo me vem chamar. Corro para os seus braços

sinto a liberdade a energia positiva,

e já não há maldade.

Cheguei então ao ponto de ebulição é melhor regressar.

Caminho de novo para o mar...

de um azul avassalador que prende a atenção dou um mergulho rápido,

contorno a realidade e volto à ficção.

Palavras (Baseado no poema Palavras de Eugénio de Andrade)

Há palavras que são como sonhos

muitas vezes inalcançáveis meras utopias,isoladas,solitárias

assíduas presenças no pensamento em busca de serem alcançadas

Não tem vontade própria nem rumo ou direcção navegam à bolina

ao sabor de uma paixão

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Textos 14: QUATRO RETRATOS Autor: Ana Isabel Almeida, nº1, Joana Nunes, nº 12, Beatriz Almeida, nº3, Ana Patrícia Coelho, nº2 - 8ºA Data de edição: Janeiro 2009

Retrato da minha mãe

Ela chama-se Isabel, mas eu chamo-lhe mãe. Tem quarenta e três anos e mora na Senhora da Hora, Porto.

Tem cabelos e olhos castanhos cor de avelã, um sorriso que transborda simplicidade e amor e um rosto rosado. Ela vive num apartamento no segundo andar; adora a sua varanda, onde tem flores perfumadas, mas a sua divisão preferida, é sem duvida o seu quarto.

Psicologicamente, ela é divertida, simpática e gosta muito de ajudar os outros, mas é também um pouco teimosa. Enfim, ela é meiga e uma grande lutadora.

Ana Isabel Almeida O seu retrato é a descrição de uma vida

Olhos cor de mel, cabelo branco e ondulado como a neve, os traços do rosto são

carregados de dor, mas os netos são a sua felicidade. Respostas tem sempre, seja qual for a pergunta. Tem no olhar a força da sabedoria

e a expressão do rosto revela o trabalho de uma vida inteira. Não há dúvida, é a mais velha da família e a ela todo o respeito é merecido, a minha avó.

Não percebe muito de Ciências, nem de Química, mas da terra nada lhe falha. Gosta de ler poesia e livros de paisagens. É amiga, fiel, entendedora e antiga.

A mim é muito querida e desejo-a sempre a meu lado. Joana Nunes Retrato de uma amiga

Eu tenho uma amiga muito especial chamada Fátima que tem trinta anos.

Ela é alta e magra. Tem os cabelos loiros como o Sol, os olhos verdes como esmeraldas e os lábios finos e vermelhos.

Ela é uma pessoa, pura, sincera, meiga, inteligente e carinhosa. Também é muito amiga dos outros e muito boa ouvinte. Um dos aspectos que mais a caracteriza é o facto de ela ser amiga dos animais.

Beatriz Pereira de Almeida Um certo retrato…

A minha prima Joana tem dezanove anos. É alta, tem cabelos castanhos-claros compridos, olhos igualmente castanhos-claros,

brilhantes como um raio de sol, ao nascer do dia, em pleno Verão. É bailarina, entrou para uma escola de ballet quando tinha cinco anos.

Ao entrar na escola primária passou sempre de ano, mesmo com os testes e exames da escola, ensaios e espectáculos de ballet e os estudos.

Ela é muito simpática, carinhosa e tem uma bondade enorme.

Ana Patrícia Coelho

Texto 15: DIREITOS HUMANOS 1 Autor: Vanessa Sofia Ribeiro, nº18, 12º F Data de edição: Janeiro 2009

Todas as crianças têm o direito de serem felizes. Infelizmente, para muitos de nós,

felicidade é símbolo de roupa da nossa marca favorita ou férias num local de sonho.

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Parem um pouco agora e reflictam nas crianças que, ao invés de uma infância feliz como a nossa, vivem sem condições, protecção, saúde, comida e aquilo que as faria crescer saudavelmente; a brincadeira.

Quantas vezes dizemos que não queremos ter aulas? Elas gostariam de aprender tudo o que nos é ensinado, ao invés de serem exploradas. Ou então que não gostamos da comida que a nossa mãe cozinha? Elas não têm com o que se alimentar! E pior que isso, não têm quem tome conta delas e as proteja, não têm um pai e uma mãe que as acarinhe e lhes dê amor!

Queixamo-nos que não encontramos nada novo e diferente para fazer, mas elas não encontram diversão em nada! As sapatilhas que tanto queríamos esgotam e fazemos birra. Elas desejariam pura e simplesmente algo que lhes cobrisse os pés! Nós vamos dormir a pensar que amanhã será um novo dia, melhor do que o de hoje, com a nossa família e amigos, enquanto que o desejo delas é não acordar para não encontrar a dura realidade que os rodeia! Se se acham infelizes e com problemas, então pensem nisto… Texto 16: DIREITOS HUMANOS 2 Autor: João Santos, nº 6, 12º F Data de edição: Janeiro 2009

Há pessoas que se queixam de ter um baixo salário, mas há pessoas que

desejariam ter, pelo menos, esse salário, porque não só há gente que recebe uns míseros euros por dias de longo trabalho, mas também há pessoas que nem um rebuçado podem comprar! Ou seja, estas pessoas que estão na miséria queriam ao menos um salário, ou um trabalho que lhes desse de comer.

Mas mais grave que isto, são as pessoas que morrem de fome e não têm onde viver! Já para não dizer que ninguém os ajuda.Ora os seres humanos merecem ajuda, incluindo os sem-abrigo, que simplesmente não têm nada nem ninguém.

Os seres humanos têm ainda o direito de aceder a ajuda hospitalar. Quando há acidentes, por vezes, espera-se por uma ambulância e ela chega tarde demais, ou, por vezes, quando se está doente, temos de esperar meses para sermos atendidos, o que é um problema, principalmente para os idosos, que precisam de mais cuidados.

E, finalmente, um direito que devia ser obrigatório para toda a gente é o direito de aceder à água. Há pessoas que se fartam de desperdiçar água, quando essa mesma água podia ser utilizada para matar a sede de pessoas que não têm acesso a uma pinga sequer! Devíamos todos poupar a água que temos, ou pelo menos partilhá-la com pessoas que precisem dela, visto que, nos países mais pobres, há gente que morre de sede dia após dia. Texto 17: LIBERDADE 1 Autor: Miguel Mendonça, nº 18, 12º C Data de edição: Janeiro 2009

A liberdade é a faculdade de agir ou não agir. O livre arbítrio ou alvedrio é a liberdade que o homem possui de eleger o bem ou o mal. Pelo que a liberdade não é uma propriedade do alvedrio, é uma aplicação ou exercício desta.

Os Luteranos e os Calvinistas negam a liberdade da vontade própria. Isto é, negam que o homem seja livre na escolha do bem ou do mal. Assumem que estar isentos da

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responsabilidade de escolha do seu caminho. Honestamente, a vida, por esse ponto de vista, seria maçadora, pois tudo o que nós faríamos já estaria traçado, logo não haveria liberdade e esta seria simplesmente mais uma palavra no nosso vocabulário.

Assim, é muito mais interessante se nada estiver previsto: inúmeras possibilidades, um sem número de acontecimentos incertos e ainda por considerar.

Com esta cadeia de pensamentos concluo que é sempre agradável pensarmos que possuímos “algum” controlo sobre a nossa vida, pensar que temos a liberdade, a responsabilidade e o bom senso de podermos escolher o nosso próprio caminho Texto 18: LIBERDADE 2 Autor: Ana Margarida Carraca, nº 2, 12º C Data de edição: Janeiro 2009

Pode-se generalizar a ideia de liberdade como sendo a condição de uma pessoa não ser submetida ao domínio de outra e, por isso, ter pleno poder sobre si e sobre os seus actos.

Por um lado, a liberdade é um conceito inatingível na plenitude da sua definição e convém que assim seja. A liberdade deixa de ter valor na ausência de regras que são impostas como forma de combater a arrogância e leviandade daqueles que se julgam totalmente livres.

Por outro lado, a única liberdade absoluta é a de pensamento. Qualquer outra é condicionada, seja por regras previamente impostas, seja por respeito aos outros. A capacidade de raciocinar e de valorizar, de forma inteligente, o mundo que o rodeia, é que confere ao homem o sentido da liberdade.

Gostava de referir, em jeito de conclusão, um excerto de uma música que, no meu ponto de vista, traduz muito bem esta ideia: “A Liberdade está em nós/mas fica tão longe se ficarmos sós”. Textos 19: Poemas VIDA, ENTRE AS PALAVRAS QUE OUÇO Autor: Rui Avelino Martins, nº 18, 10º A Data de edição: Janeiro 2009

Vida Grita e agarra a vida Faz com que ela chore... Faz com que ela não te prenda na sua solidão... Podes até tentar que ela desapareça do mapa... Podes…mas não vais conseguir... Tenta matar-te por cima... De maneira a que ela não te engula nas suas profundezas. Nos seus fantasmas…nas suas ilusões... E talvez na sua arrogância... Fácil…mas a vida tem este dom De nos deixar sem palavras, Sem sonhos,

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Sem jogos, Sem estratégia para atacar no momento certo Que dom...simplesmente magnifico e ao mesmo tempo tão real e assustador Tanta incerteza… Tanta contradição nestas palavras… Mas ao mesmo tempo verás que é assim. Esta é a realidade Fruto dos nossos mínimos descuidos Dos nossos medos...sonhos... Das acções perdidas vividas... E agora invadidas pela vida...pelas suas incertezas... Vida... Simplesmente isto... Viver…morrer...saber...aprender...

Entre as palavras que ouço

Entre as palavras que ouço Algumas transmitem doçuras Outras transmitem loucuras Próprias de quem é moço. Amei fui feliz Jurei que nunca mais ia amar Mas a cor dos teus olhos Fizeram o meu juramento quebrar! Dentro do meu coração Há amor, ternura e paixão Sentimentos que me arrancam um sorriso E assim tenho tudo o que preciso. Sentimentos que me acordam para o mundo Este jardim de flores Como um mar profundo Vivo, alegre e cheio de cor. Texto 20: LER É SONHAR Autor: Raquel Cristina Patrício, nº 16, 10º A Data de edição: Janeiro 2009

Hoje em dia são poucos os adolescentes com algum tempo e gosto para ler. Ler não incentiva e proporciona o conhecimento? Então, por que não o fazemos? Testes, amigos, trabalhos de casa e família são as prioridades dos jovens. Estes estão demasiado atarefados para pegarem num simples livro. Mas, e as férias? E os pequenos tempos livres? São preenchidos pura e simplesmente pelo computador! Os pais deviam incentivar os seus filhos a lerem um bom livro, algum que lhes agrade.

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O que muitos adolescentes não sabem é que a ler se passam momentos maravilhosos. O leitor é transportado para um outro Mundo, acabando por sentir o que o protagonista sente, passando assim um serão maravilhoso. A leitura pode dar-nos várias lições de vida e deixar-nos a ponderar nos nossos actos. Faz com que aprendamos novo vocabulário, o que para nós é bastante vantajoso, pois ajuda-nos mais tarde na escrita. Também suscita a imaginação, levando-nos para lugares mágicos e magníficos que nos fascinam. Isso tira-nos a preocupação do dia-a-dia e a monotonia do quotidiano. E o melhor de tudo é que se pode fazê-lo em qualquer lugar: na praia, na cama, num café ou no sofá, todos são bons sítios para ler.

Acho que os jovens deviam conhecer as maravilhas que um bom livro nos oferece. É pena que a maior parte prefira ficar sentada a olhar para um simples monitor. Texto 21: ADOLESCENTES E LEITURA Autor: Sónia Raquel Monteiro, nº22, 10º A Data de edição: Janeiro 2009

Será a leitura fundamental na vida de um jovem? Terá a leitura assim tanta influência? A maioria dos jovens pensa que a leitura é inútil e interroga-se: Ler? Perder tempo? Para quê? É verdade, hoje já não há verdadeiros hábitos de leitura. O cinema, as compras… são propostas mais apetecíveis e tentadoras, tal como os jogos ou a televisão. Convenhamos que o avanço da tecnologia foi um grande passo para o esquecimento dos hábitos de leitura.

As vantagens da leitura são inumeráveis. Ao ler, o leitor tem a oportunidade de imaginar mundos e personagens, bem como a capacidade de “entrar na cabeça” do autor e perceber o que este tenta transmitir. Escolher um livro adaptado aos nossos gostos é importante para melhor podermos criar esse mundo de fantasia. A leitura é a passagem do real para o mágico, da verdade dura em que vivemos para o conto de fadas. Por exemplo, quando leio estou alheia ao mundo e aos problemas, imaginando como seria a vida se tudo fosse cor-de-rosa e feliz. O pior é quando acordo e volto à realidade. Tem também o seu lado racional, por assim dizer, podendo levar a uma melhor escrita.

Quanto às desvantagens, não tenho nada para dizer, apenas me interrogo: Como poderá alguém apontar defeitos à leitura? Em suma, a minha opinião é totalmente favorável. Penso que o plano de leitura, agora instituído nas escolas, talvez possa despertar o gosto adormecido pela leitura entre os jovens. Texto 22: ADOLESCÊNCIA E LEITURA Autor: Ricardo Jorge Araújo, nº 23, 10º B Data de edição: Janeiro 2009

No século XXI, a leitura está presente na vida de muitas pessoas, mas noutras não, como na maior parte dos adolescentes. Será então a leitura importante para os adolescentes?

A leitura é algo que, quer queiramos quer não, está sempre presente no nosso quotidiano. Um jornal, uma revista, tudo isso é leitura e não há como fugir. É importante na vida dos adolescentes e na de qualquer pessoa, já que nos permite definir a nós próprios. É fundamental porque nos permite adquirir conhecimento que irá ser útil ao

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longo da nossa vida. Quem não tem um familiar que saiu cedo da escola mas que, através da leitura, possui uma grande cultura?

Ler é uma das bases da vida. É essencial, dado que nos faz concretizar metas e ideais e sentirmo-nos realizados com isso. Todos sabemos que, quando começamos a ler aquele livro tão desejado, nos sentimos extremamente entusiasmados, como se estivéssemos a viver algo real.

No entanto, a leitura requer tempo e disponibilidade. Porém, todos nós temos um espacinho de manhã, ou de tarde, ou até antes de nos deitarmos, para ler um pouco.

Portanto, ler é algo ao alcance de todos, e que nós, adolescentes, devemos ter o cuidado de cultivar, visto que nos traz imensas vantagens e que nos vai ser importantíssimo no futuro. Texto 23: UM PROFESSOR EXEMPLAR Autor: Ricardo Jorge Araújo, nº 23, 10º B Data de edição: Janeiro 2009

Dos muitos professores que já tive, houve um que me marcou muito. Foi o meu professor de História no 5º ano. As aulas eram tudo menos normais.

Entrávamos na sala e logo víamos uma espada da Antiguidade, ou um mapa gigante. Não éramos daqueles que abriam o livro e ficávamos a lê-lo. As aulas eram apelativas à nossa curiosidade. Sentia-se, nos cantos estragados dos mapas, o cheiro da disciplina de História, tal e qual como deveria ser. Aprender era divertido e todos se mostravam empenhados e curiosos nas aulas.

Este foi um bom exemplo de como ensinar e aprender. Texto 24: LEITURAS DE ADOLESCENTES Autor: Mariana Andrade Pires, nº 12, 10º A Data de edição: Janeiro 2009

A leitura devia fazer parte da vida dos adolescentes. Mas será a leitura assim tão importante para os adolescentes, hoje em dia?

No meu ponto de vista, é importante nós, os adolescentes, lermos, pois enriqueceremos o nosso vocabulário e estaremos mais informados acerca de outras culturas. Não podemos dizer que não lemos porque não temos livros, porque bibliotecas ao longo do país não faltam. Por exemplo, a Biblioteca Municipal de Matosinhos, situada ao lado da Câmara Municipal, é um bom sítio porque tem livros novos e antigos que despertam a nossa curiosidade.

O gosto pela leitura deve-se adquirir desde pequeno, quando se entra para a escola primária, para se criar hábitos de leitura. A leitura, ao enriquecer o nosso vocabulário e a nossa cultura, faz com que tenhamos uma melhor capacidade de argumentação para discutirmos sobre assuntos actuais e importantes. A leitura regular permite-nos ainda escrever melhor e interpretar textos, por mais complicados que sejam.

De facto, a leitura é, sim, importante para os adolescentes. Mas estarão eles, os adolescentes, preparados para deixar a leitura fazer parte da sua vida?

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Texto 25: A RÃ E O BOI, em 3 versões Autor: Francisco Guerreiro, nº 12, Ana Rita Pires, nº 1, João Reis, nº 15, 7º E Data de edição: Janeiro 2009

A rã e o boi 1

Num lago vivia uma rã que, todos os dias, via passar um boi a arrastar uma carroça. Então a rã dizia para si: "Eu também tenho força, se calhar até tenho mais força que o boi!"

Saiu do lago, amarrou-se a uma pedra, tentou arrastá-la, mas não conseguiu. Encontrou uma carroça, tentou puxá-la, mas não conseguiu mais uma vez. Encontrou uma rocha enorme, tentou puxá-la, mas mais uma vez sem êxito. Pediu às suas amigas para se amarrarem umas às outras. Puxou-as com a sua força máxima, e voltou a não conseguir. Como era muito ambiciosa, foi à árvore maior da floresta, que tinha uns cortes de uns lenhadores, que não acabaram o serviço, e puxou. A árvore caiu-lhe em cima e a rã morreu.

A ambição pode vir a fazer grandes males a quem quiser ser mais forte do que realmente é.

Francisco Guerreiro, nº 12, 7ºE A rã e o boi 2

Certo dia, a Rã fez uma proposta ao Boi, que passava pelo charco onde ela vivia. -Meu amigo, gostava de lhe fazer um convite! – disse a Rã. -Diga lá. Quer convidar-me para quê? -Na verdade, é mais uma proposta do que um convite…Gostava que fizesse uma

corrida comigo… - afirmou a Rã. - Uma corrida? Mas não sabe que está prestes a perder comigo? - perguntou o Boi. -Oh! É melhor não falar antes do tempo… Quer competir comigo ou não? –

perguntou ela, de novo. - Bem … eu não tenho nada a perder, por isso, vamos a isso – respondeu o Boi. -Óptimo! Então encontramo-nos amanhã, aqui, e veremos quem consegue chegar

primeiro àquelas árvores ali ao fundo – retorquiu a outra. -Combinado. Então até amanhã! – respondeu ele. No dia seguinte, como estava combinado, encontraram-se e a corrida começou. A

princípio, ia a Rã à frente, a saltitar, mas depois o amigo ultrapassou-a…Quando já estavam quase a chegar, a Rã deu um salto muito grande, e ganhou!

O Boi estava confiante, mas, no fim…acabou por perder. Não se deve falar antes do tempo!

Ana Rita Pires, nº 1, 7º E A rã, o boi e a paixão 3

Era uma vez uma rã muito triste, pois, num dia de chuva, tinha perdido os seus cinco filhos, apenas ela sobreviveu.

Um dia, decidiu que já não queria estar mais triste, queria fazer uma longa viagem e nunca mais voltar àquela pequena ilha cheia de más recordações.

Na sua viagem por mar e por terra, foi conhecendo novos animais, que a ajudaram a percorrer

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os melhores caminhos. Até que chegou a uma pequena ilha, com uma palmeira, e logo se apaixonou à primeira vista. Então perguntou:

– Olá, como te chamas? – Olá, eu sou o Caramulo, e tu? – respondeu um boi. – Eu sou a Bic, estou de viagem e tenho muita sede. Será que me poderás dar um

copo de sumo de coco? – perguntou, de novo, a rã. – Com certeza, anda comigo ali a minha casa que eu próprio te farei um belo sumo

e poderás descansar um pouco!– referiu o boi, com gentileza. Certo é que, mal a rã entrou em casa do boi, ele também se apaixonou de

imediato por ela. É estranho um boi corpulento viver para sempre com uma pequena rã. Mas assim

foi, a rã deixou de ser triste e o boi passou a ficar acompanhado pela sua única paixão.

João Pedro Reis, nº 15, 7º E Texto 26: Texto autobiográfico QUEM SOU EU? Autor: Raquel Patrício, nº 16, 10º A Data de edição: Março 2009

O meu primeiro contacto com o Português foi quando comecei a juntar as primeiras letras, criando o meu próprio vocabulário. Andando pela casa fora a chamar alegremente “nó-nó” ao meu apanhador, punha um grande sorriso orgulhoso na cara dos meus pais.

À medida que fui crescendo, o gosto pela leitura foi aumentando dentro de mim, chegando ao ponto de obrigar a minha mãe a comprar-me um livro por semana!

Passei a ter a minha biblioteca sempre ao meu lado, cheia de todas as colecções, como os fantásticos livros da Disney, a Anita, a Rua Sésamo, enciclopédias infantis, e muitos, muitos livros mais.

A partir daí, comecei a ver imensos filmes com legendas, pois queria treinar a leitura para, nas aulas, mostrar à minha professora como tinha melhorado. Com o passar do tempo, não fui apenas eu a crescer mas também as páginas que lia, que passaram de 20 a 50 para 100 a 300. Modifiquei totalmente as minhas prateleiras, deixando as lombadas finas num armário, para ter grandes obras nos seus lugares.

O que também aumentou foi o meu gosto pela escrita, que antes era praticamente inexistente. Comecei a ver nas palavras o extraordinário jogo onde temos que ligar e trocar, emendar e reescrever.

Actualmente, devoro os livros da minha avó, pois só me sinto inteiramente completa acompanhada por um bom livro!

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Textos 27: Poemas HORIZONTE e A…M…A…R… Autor: Rui Avelino Martins, nº 18, 10º A Data de edição: Março 2009 Horizonte Se ainda não acordaste e choras É porque desejas viver É porque não viste ainda O que rodeia um ponto. Porque esse, onde fixas os teus olhos É infinitamente pequeno. Pode ser da grandeza das formas Ou porque te distrais e foges. E quando te confundes É dali que partes É ali que chegas É lá que podes não chegar. É lá que os pensamentos todos chegam! Na tua fantasia Há dores que tocas com os dedos Há pontos em movimento que não vês.

A…M…A…R… Verbo amar Amar mar M…A…R… Mar Com sua força Se eu pudesse beberia um pouco dela Enfrentaria as rochas, Beijaria a areia, Amaria a lua, Dançaria com o vento, Faria música com o rebentar das ondas, Embelezaria o mundo com o meu olhar azul… Com força para lutar Com chama para amar Sou eu M…A…R… Mar de amor Mar de loucura Mar de vida Mar de amar…

Texto 28: Poema MEU HOMEM RAPAZ Autora: Ema Santa Bárbara, nº12, 9º C Data de edição: Março 2009

Salta dos meus olhos, escorrega sob o meu nariz e desce por cima do meu lábio, como se a minha face de uma estrada se tratasse.

A luz sagrada, que essa tua vida me traz, faz-me desejar melancolia, meu homem rapaz.

Este amor que me completa, esta dor que amor me traz, meu homem rapaz. O jardim de mil segredos mil histórias há-de contar, meu coração em sua volta faz-me olhar para trás. Meu homem rapaz.

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Texto 29: HOMOSSEXUALIDADE ENTRE OLHARES Autor: Diogo Oliveira Santos, nº 9, 9º B e professora Dulce Soares Data de edição: Março 2009

Polémico e actualíssimo, o tema da homossexualidade promete alimentar debates nos mais diversos grupos da sociedade a uma escala global. Entre o livre arbítrio e a repressão voluntária, a homossexualidade emerge ainda como um tabu no seio de extractos mais marcados pelo peso de dogmas religiosos e éticos. Estes proclamam a defesa das relações heterossexuais, sustentadas numa estruturação da sociedade que se revê no conceito de família tradicional: pai, mãe e filhos.

Ora, uma relação entre dois elementos do mesmo sexo, deve, a nosso ver, assentar no princípio da liberdade de escolha individual, princípio este inalienável e legítimo, já que o que está em equação é a felicidade dos intervenientes. Todavia, menos pacífica e bem mais complexa é a questão dos casamentos "gay" e o direito à adopção. Na verdade, numa sociedade globalizada e em constantes reformas socioculturais e éticas, com tendência ao multiculturalismo, a aceitação do Outro passa também pelo reconhecimento da legitimidade da orientação sexual e da opção familiar. Se autores como, por exemplo, Edward Said, na primeira metade do século XX, construíram uma imagem mais realista da cultura oriental, desmistificando o Oriente das mil e uma noites, criado no imaginário Ocidental ao longo dos séculos, outros autores como Gayattri Spivaki também se debruçaram sobre a questão dos denominados grupos de margem, nos quais se integram os homossexuais, as mulheres, os negros e os diaspóricos, entre outros, defendendo os seus direitos e devolvendo-lhes um lugar na sociedade.

De acordo com o que ficou dito, pensamos que a homossexualidade é uma orientação sexual legítima na sociedade do século XXI, enquadrando-se numa conjuntura aberta a alterações sistemáticas e em constante evolução, onde será, naturalmente, preferível acreditar numa célula familiar despida de preconceitos sexuais, éticos e religiosos, em prol da auto-realização afectiva e do equilíbrio sentimental e emocional dos filhos aí acolhidos.

No entanto, apesar de acreditarmos na qualidade e no equilíbrio que uma família homossexual pode garantir a uma criança, cremos que a sociedade portuguesa ainda não está preparada para aceitar essa situação, mesmo sabendo, que, por vezes, nas denominadas "famílias tradicionais", os pais violam os filhos e os maltratam.

Em síntese, tão antiga como a humanidade, a homossexualidade será sempre um labirinto para o que será necessário encontrar o fio de Ariana. Textos 30: SEI QUE SERIA POSSÍVEL CONSTRUIR O MUNDO JUSTO, comentários Autores: Sílvia Bastos, nº 27, 11ºF, Tiago Martins, nº 22,11º A, João Moreira, nº 11, 11ºA, Filipe Ribeiro, nº 10, 11º A, João Pedro Leal, nº 14, 11º A, André Teixeira, nº 5, 11º A, Carla Abreu, nº 9, 11º F Data de edição: Março 2009 Comentário 1

O verso “Sei que seria possível construir o mundo justo”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, traduz também a minha perspectiva relativamente ao tema abordado, pois, se todas as pessoas colaborassem, seria, de facto, possível construir um mundo onde todos vivessem em harmonia.

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Um “mundo justo”, como a própria expressão diz, é um mundo sem injustiças. Ora, estas são praticadas todos os dias em toda a parte, de todas as formas possíveis. Se todos reflectíssemos devidamente antes de fazer de alguém o objecto da nossa frustração, se ponderássemos os castigos que aplicamos a quem nos ofende, se soubéssemos perdoar e dar segundas oportunidades, todas estas atitudes representariam um passo gigante para a construção de um mundo justo. Quantas vezes, nos tribunais, pessoas são acusadas injustamente? Quantas vezes apontamos o dedo a alguém sem qualquer prova? Todos nós temos capacidade para mudar estes erros da sociedade, e muito mais. Na verdade, o que nos falta é força de vontade.

O egoísmo é outro dos grandes problemas da Humanidade. Se o egoísmo não existisse, a fortuna mundial estaria justamente repartida. Não haveria ricos nem pobres, ou, pelo menos, a distância entre eles não seria abissal, não haveria discriminação. Por exemplo, os milhões de pessoas que morrem à fome certamente viveriam, se não fosse o nosso egoísmo.

Em suma, nada nos impede de mudar, de ”construir o mundo justo”, a não ser os nossos próprios erros, as nossas próprias fraquezas.

Sílvia Bastos, nº 27, 11º F

Comentário 2

O mundo em que vivemos, a Humanidade, desconhece, em determinadas circunstâncias, o sentido de justiça. Fruto da forma como fomos ensinados a agir e a pensar, e de como a nossa moralidade evolui, penso que a construção de um” mundo justo”, que Sophia de Mello Breyner refere, seria algo megalómano e transcendente em relação à nossa capacidade de agir em conjunto, qual Torre de Babel… A injustiça paira, diariamente, em frente aos nossos olhos, estando espelhada em muitas das nossas acções. Para percebermos esta situação, basta pensarmos naqueles que são privados da sua liberdade por crimes que não cometeram, revelando tal facto a cegueira da justiça humana e – quantas vezes! - uma fácil corrupção. E muitos são aqueles que vêem a sua liberdade escorrer por entre os dedos, sem que nada possam fazer, pois é essa a vontade de outros homens mais poderosos, como o que acontece com o trabalho escravo, que ainda nos nossos dias se pratica. E nem só da privação de liberdade se faz a injustiça. Faz-se, também, do imenso manancial de desigualdades que o homem criou. Elas imperam, de forma insuspeita e muitas vezes imperceptível, na relação entre os dois sexos, onde, há que reconhecer, existe discriminação baseada na condição congénita que é o género, na relação entre pares nos seus empregos, no círculo de amizades e em outras situações do quotidiano. Apesar de, frequentemente, sermos compelidos por nós próprios a fechar os olhos, a querer ignorar o mundo injusto em que vivemos, é certo que todos temos essa consciência. Perante o que me proponho a ver, considero que, de uma forma geral, todos desejamos o fim da injustiça no mundo, mas todos esperamos que o esforço não parta de nós, que o sonho e os nossos desejos nos sejam “servidos numa bandeja”...

Tiago Martins, nº22, 11ºA

Comentário 3

Um mundo justo! “Sei que seria possível construir o mundo justo”, diz Sophia de Mello Breyner. Este é o desejo e o ideal de todas, ou quase todas as pessoas do mundo. Porquê quase todas? Porque algumas vivem da injustiça e do infortúnio de outras, e aproveitam-se dessa situação para daí tirarem os seus próprios benefícios. Por esta

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razão, eu não acredito que algum dia consigamos construir um mundo inteiramente justo: haverá sempre uma falha, haverá sempre algo que irá parecer justo a uns e injusto a outros, por mais consensos que se consiga atingir. Afinal de contas, não se pode agradar a “gregos e a troianos”. Quando falo em “gregos e troianos”, estou inevitavelmente a referir-me aos dois estratos sociais mais afastados, que estão cada um em seu prato na balança da justiça: a classe alta e a classe baixa, os poderosos e os desfavorecidos. Refiro estes grupos sociais, pois é neles que se verifica a maior injustiça, ou uma das maiores, à face da Terra. Este exemplo é flagrante, pois o prato onde se encontra a classe alta é sempre o mais pesado, ou seja, a justiça encontra sempre maneira de a beneficiar, sendo a própria justiça, por ironia, uma grande injustiça, pois são os pobres que deviam estar no prato de baixo a usufruir dos benefícios que, justamente, a justiça lhes devia atribuir. Vejamos, também, como a diferença na cor da pele pode significar, desde logo, uma atracção para a injustiça. Se olharmos, por exemplo, para alguém de cor num avião, somos instintivamente induzidos a pensar na perigosidade que o voo pode tomar. Não serão estas situações injustas? Não seremos todos nós injustos? Não será impossível um mundo justo? Sou levado a concluir que sim, pelo menos enquanto não combatermos as injustiças dentro de cada um de nós.

João Miguel Moreira, nº11, 11ºA

Comentário 4

Talvez noutro tempo, noutra vida, noutro universo, fosse possível “construir um mundo justo”. Na minha opinião, neste já é tarde demais para mudar. As pessoas crescem com uma mentalidade retrógrada, cheia de preconceitos e indiferenças perante o mundo que as rodeia. Cada vez mais as pessoas não se interessam pelo “vizinho”, ignoram o pobre e condenam o mendigo. A maioria já não se preocupa com os meios que tem de utilizar para atingir os fins pretendidos. Não se respeitam umas às outras, passam “umas por cima das outras” numa corrida, sem quietação nem sossego, só para atingir um qualquer objectivo que, por vezes, é desnecessário e fútil. Concluo, assim, que a mentalidade do mundo tem de mudar. Há que fazer mudanças no estilo de vida, ajudar mais o próximo. Talvez já seja tarde demais, mas com esforço é possível construir um mundo melhor, um bocadinho mais justo, para nós e para o nosso “vizinho”.

Filipe Ribeiro, nº10 - 11ºA

Comentário 5 O mundo em que vivemos não é justo para ninguém, porém, todos juntos, cada um na sua parte, poderíamos tornar justo o mundo em que vivemos, tal como Sophia de Mello Andresen regista no seu poema:”Sei que seria possível construir o mundo justo”. Para que tal acontecesse, todos deveriam começar por mudar as suas acções. Um aspecto que deveria ser mudado na sociedade actual é a diferença social. Com esta alteração, iríamos estar um passo mais próximos de um mundo justo, visto que as diferenças entre os endinheirados e os mais desfavorecidos seriam menores, e todos seriam tratados de forma igual. Outro problema que terá de ser erradicado deste planeta é o racismo. Atitudes desta natureza são muito frequentes e “infectam” o mundo, criando muitas barreiras entre todos os povos. Por exemplo, se o racismo que existe actualmente desaparecesse,

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muito provavelmente muitas das guerras que existem entre povos e a maior parte dos problemas que existem entre pessoas de etnias diferentes extinguir-se-iam.

Pode-se ainda acrescentar que, se todo o ser humano tivesse as mesmas oportunidades e cada um cumprisse o seu dever como cidadão, o mundo seria um lugar justo. Veja-se, por exemplo, a situação de algumas crianças de África que não têm oportunidade de estudar e ser “alguém” na vida, alguém com um emprego e alguém que seja capaz de sustentar a sua família. Para concluir, podemos dizer que o mundo em que vivemos não é justo, visto que os poderosos apenas pensam em si e não nos outros. Existe muito egoísmo entre os homens e uma das maneiras para erradicar a injustiça é fazer aparecer ainda mais altruísmo!

João Pedro Leal, nº14 – 11ºA

Comentário 6 “Sei que seria possível construir o mundo justo”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, é um verso que traduz um sonho difícil de concretizar, mas não impossível. É verdade que em todas as épocas, desde o início da humanidade, sempre houve diferenças e injustiças, sempre existiram os pobres, os ricos, a guerra, a inveja, enfim… Passam-se séculos, muda a tecnologia, muda a filosofia e, por vezes, um pouco o contexto, todavia, muitos dos problemas mantêm-se. Apesar disso, penso que devemos olhar sempre para o mundo com uma atitude positiva. Falando um pouco do contexto actual e de política externa, que, efectivamente, afecta o mundo, Barack Obama ganhou as eleições! Quem diria? Afinal, algumas atitudes podem mudar. Focando a minha atenção no povo norte-americano, que, na minha opinião, pertencia ao conjunto das gentes mais cépticas, constata-se que eles mudaram, ou pelo menos alguns. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer e, para isso, há que começar em cada um de nós e não desanimarmos perante os obstáculos, pensando que o “mundo justo” é uma utopia. Para terminar, deixo a seguinte questão: O mundo não somos todos nós?

André Teixeira, nº 5 – 11ºA

Comentário 7 Existe muita gente no mundo que partilha da mesma opinião de Sophia de Mello Breyner Andresen, incluindo eu: ”Sei que seria possível construir o mundo justo”. O conceito de “mundo justo” pode ter muitos significados, abrangendo variadas situações, como a guerra, a fome, os maus-tratos e a vida em sociedade, que muitas vezes não é a melhor. Quando se fala em justiça, não é fazer justiça pelas próprias mãos para a resolução dos problemas. É necessário que todos, em sociedade, se apercebam de que devemos cumprir algumas regras de civismo. Efectivamente, toda a gente é merecedora de iguais direitos: os pobres e os ricos, os operários e os empresários, até os animais têm direitos. Para construir um mundo justo, é preciso ignorar as diferenças: diferenças culturais, diferentes estilos de vida, diferentes padrões na sociedade, diferentes mentalidades, visando uma boa relação entre todos, especialmente com aqueles que nos rodeiam – a nossa família, os nossos amigos, e com nós próprios.

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Outro ponto que merece a máxima atenção e empenho é a interajuda. Por exemplo, na época em que nos encontramos, e especialmente no Natal, essa ajuda é sentida nas campanhas de solidariedade que são realizadas para ajudar as crianças e as famílias necessitadas. Mas não é só no Natal que se deve tomar consciência disso, deve ser também ao longo de todo o ano; ao longo de toda a vida é preciso olhar em redor e perceber o que está errado e pode ser melhorado ou corrigido. Por estas razões e muitas outras que não estão aqui mencionadas, devemos conseguir, ou pelo menos orgulharmo-nos de ter tentado, construir um mundo melhor e mais justo: o nosso Mundo.

Carla Sofia Abreu, nº9 – 11ºF Texto 31: QUEM SOU EU COMO ESCRITOR? Autor: Rui Martins, nº 18, 10º A Data de edição: Março 2009

Nasci em Leça do Balio no ano de 1993. O meu contacto com os livros aconteceu quando eu ainda era pequeno e começava a riscá-los, a rasgar páginas e a fazer desenhos neles. Ainda me lembro do meu primeiro livro, que me ofereceram para começar a ter gosto pela leitura. Era um livro com vários desenhos em cada página. Nessa altura, não sabia bem para que aquilo servia, mas, aos poucos, percebi que era para eu aprender a ler, uma coisa que eu não gostava.

Ao longo dos anos, fui percebendo que, sem a leitura, não sabia escrever bem, dando muitos erros na escrita. Também não sabia ler correctamente. Aos poucos, ia mudando as minhas atitudes e chegou um dia que nunca mais vou esquecer. Era uma aula de Português de 9º ano. Nessa aula, o episódio de Inês de Castro, n´ Os Lusíadas, despertou-me o sentido crítico. Essa parte fascinou-me de tal maneira, que comecei a escrever poemas e a ter gosto pela leitura. Ainda hoje gosto de ler e é uma das coisas que me dá muito prazer.

Posso concluir, assim, que ganhei um certo gosto pela leitura graças ao meu professor de Português, que me fez despertar para o sentido crítico da epopeia, bem como para uma visão mais aberta para a literatura. Desta forma, na escrita consegui dar menos erros ortográficos e ganhar mais imaginação, para poder progredir no futuro que se avizinha. Texto 32: O MEU PRIMEIRO BEIJO Autor: Raquel Brandão, nº 9, 10º A Data de edição: Março 2009

Era a época em que se usava totós no cabelo e eu tinha 11 anos de idade.

Era dia de escola e, como não podia deixar de ser, estava em roda trocando papéis de cartas com as minhas amigas. De repente, ELE aparece. Quisera poder dizer que vinha em seu cavalo branco, de armadura e espada em punho. Mas, em pleno pátio do colégio, a realidade não podia ser outra. Uniforme branco e preto, veio a pé, após um empurrão motivador do amigo. Talvez já me tivessem preparado um futuro ideal, onde príncipes só figuram em castelos britânicos e os cavalos são apenas acessórios de carros. O certo é que ele veio até à nossa roda. Todas pararam para observar o intruso que se aproximava. De repente, entre olhares assustados, uma mão estendida. Eu? Essa mão é para mim? Sim! Já tínhamos trocado olhares entre as aulas de matemática e de

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português. Um olhar inocente, de admiração, carinho e gentileza. Mas não imaginava que o rapaz tímido de olhos azuis teria coragem para se aproximar de mim.

Nos dias que se seguiram, ficávamos juntos, conversando na hora do recreio. Durante as aulas trocávamos recadinhos que começavam e terminavam sempre com um desenho de um coração torto, com as nossas iniciais. Em duas semanas estávamos de mãos dadas.

Todos os dias, rosas em papel eram deixadas em cima da minha mesa. Alternadamente, vinham juntas a barrinhas de chocolate – era o que conseguíamos comprar com a nossa mesada. Trocávamos poemas de autores famosos em que não entendíamos quase nada do conteúdo, apenas entendíamos a palavra AMOR lá escrita.

Semanas se passaram até ao dia em que, de repente, recebi o meu primeiro beijo. Virava o rosto para olhar para a rua e ganhei algo confuso entre o gosto de um biscoito de chocolate e o sumo de uva. Olhos abertos, braços esticados, lábios colados. Pronto. Eu, com 11 anos de idade, descobri ali o quanto é bom gostar de alguém. Aquele foi um dos beijos que demos durante o nosso namoro. O que mais nos importava era estarmos perto um do outro, trocar confidências e juras de amor e dividir as impressões de um mundo que descobríamos juntos, e beijar – ah, beijar! Namorámos por alguns meses até que ele foi transferido para outra escola.

Na despedida, no portão do colégio, trocámos promessas de jamais nos esquecermos um do outro. Ele levou com ele o meu primeiro coração partido e deixou comigo a magia inesquecível do primeiro beijo. Outros vieram depois dele, mas a promessa feita no portão acompanha-me até hoje. Texto 33: A POLUIÇÃO DOS MARES Autor: Pedro Nascimento, nº 20, 10º B Data de edição: Março 2009

Os governos e a sociedade têm andando muito preocupados com a poluição atmosférica, a poluição dos solos e o desenvolvimento sustentável, mas penso que se estão a esquecer de um grave problema que, se não resolvido, irá provocar uma grande mudança nos ecossistemas: a poluição dos mares.

Enquanto se criam centros de reciclagem e se educa a sociedade, de modo a reduzir a poluição atmosférica e outros aspectos relacionados com a mesma, fábricas e esgotos fazem descargas nos mares, e cargueiros cheios de crude escurecem o azul dos nossos oceanos.

As sociedades protectoras de animais preocupam-se com a extinção dos animais da Antárctida e com a pesca excessiva, mas estão a subestimar as consequências e os estragos desta poluição.

Os governantes deviam focar mais os comportamentos das fábricas e, em vez de “caçarem multas” rodoviárias, deviam sim exercer coimas sobre as fábricas. Para além disso, deviam tentar estabelecer outras rotas sem ser marítimas, e, caso não houvesse alternativa para as rotas actuais, criar normas mais rígidas para os transportes marítimos de crude, como por exemplo diminuir o número de carga e aumentar o nível de segurança destes transportes, de modo a evitar acidentes.

Se não houver grandes e rápidas mudanças, que solucionem este grave problema, será altura de começarmos a pensar num outro nome para o nosso planeta, pois de “Azul” não restará nada.

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Texto 34: SE EU FOSSE A MINISTRA DA EDUCAÇÃOAutor: Inês Correia, nº 15Data de edição: Março 200

Se eu fosse a Ministra da Educação, arranjaria soluções que agradassem e beneficiassem todos os professores e alunos. Respeitaria também a opinião pública e ouviria todos os problemas em cada escola de todo o país. Faria os possimpossíveis para que o ensino fosse mais respeitadoalguma da crise futura.

Como Ministra da Educação, não só tomaria medidas que atraíssem os alunos à escola, como também tomaria as medidas necessárias paulas com maior prazer. Tudo isto sefuncionários escolares. Texto 35: QUEM SOU EU?Autor: Hugo Mendes, nº Data de edição: Março 200

Eu, eu sou apenas uma pequena nas mãos das circunstâncias da vida. Um ser banal para quem não me conhece, alguém especial para quem me é próximo...

Tenho sonhos, medos, convicções, talentos escondidos nos abismos de mim...Nasci, chorei, dei um primeiro pequeno e valioso sorriso que fez escorrer frágeis

lágrimas de alegria no rosto da minha mãe, gatinhei, andei, aprendi a nadar e a andar de bicicleta. Vivi feliz durante criança, continuo a sê

No mais profundo do meu siimaginei as mais fantásticas criaturas, percorri os mais perigosos e misteriosos thrillers... enfim, semeei a minha cultura.

No choque da serenidade com a emoção, senti cada momento passado no cineVibrei com performances de Jack Nicholson, Daniel Day-Lewis, Leonardo DiCaprio, Russel Crowe, Johnny Depp e, como não poderia deixar de ser, Heath Ledger. O transcendental actor, cuja alma partiu para um mundo melhor, e que nos deixou com uma extraordinária e quase inacreditável versão de Joker.

Durante toda a minha vida, sempre acreditei em algo: Deus criou o amor e a fé para tornar o Homem feliz; o Diabo destruiu essas preciosidades, criando o casamento e a religião.

Este sou eu, Hugo Mendes...

SE EU FOSSE A MINISTRA DA EDUCAÇÃO 15, 8º B 2009

Se eu fosse a Ministra da Educação, arranjaria soluções que agradassem e beneficiassem todos os professores e alunos. Respeitaria também a opinião pública e ouviria todos os problemas em cada escola de todo o país. Faria os possimpossíveis para que o ensino fosse mais respeitado e mais eficaz, diminuindo, assim,

Como Ministra da Educação, não só tomaria medidas que atraíssem os alunos à escola, como também tomaria as medidas necessárias para que os professores dessemaulas com maior prazer. Tudo isto seria possível, colaborando com professores, alunos e

QUEM SOU EU? nº 13, 10º B 2009

Eu, eu sou apenas uma pequena criatura criada pelo Omnipotente. Uma marioneta nas mãos das circunstâncias da vida. Um ser banal para quem não me conhece, alguém especial para quem me é próximo...

Tenho sonhos, medos, convicções, talentos escondidos nos abismos de mim...dei um primeiro pequeno e valioso sorriso que fez escorrer frágeis

lágrimas de alegria no rosto da minha mãe, gatinhei, andei, aprendi a nadar e a andar de bicicleta. Vivi feliz durante criança, continuo a sê-lo na adolescência.

No mais profundo do meu silêncio, comecei a ler. Maravilhei-me pelos vários mundos, imaginei as mais fantásticas criaturas, percorri os mais perigosos e misteriosos thrillers... enfim, semeei a minha cultura.

No choque da serenidade com a emoção, senti cada momento passado no cineVibrei com performances de Jack Nicholson,

Lewis, Leonardo DiCaprio, Russel Crowe, Johnny Depp e, como não poderia deixar de ser, Heath Ledger. O transcendental actor, cuja alma partiu para um mundo melhor, e que nos deixou com uma

nária e quase inacreditável versão de

Durante toda a minha vida, sempre acreditei em algo: Deus criou o amor e a fé para tornar o Homem feliz; o Diabo destruiu essas preciosidades, criando o casamento e a

Este sou eu, Hugo Mendes...

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Se eu fosse a Ministra da Educação, arranjaria soluções que agradassem e beneficiassem todos os professores e alunos. Respeitaria também a opinião pública e ouviria todos os problemas em cada escola de todo o país. Faria os possíveis e

e mais eficaz, diminuindo, assim,

Como Ministra da Educação, não só tomaria medidas que atraíssem os alunos à s professores dessem professores, alunos e

criatura criada pelo Omnipotente. Uma marioneta nas mãos das circunstâncias da vida. Um ser banal para quem não me conhece, alguém

Tenho sonhos, medos, convicções, talentos escondidos nos abismos de mim... dei um primeiro pequeno e valioso sorriso que fez escorrer frágeis

lágrimas de alegria no rosto da minha mãe, gatinhei, andei, aprendi a nadar e a andar de

me pelos vários mundos, imaginei as mais fantásticas criaturas, percorri os mais perigosos e misteriosos thrillers...

No choque da serenidade com a emoção, senti cada momento passado no cinema.

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Texto 36: MEMÓRIAS DE UMA BOLA DE FUTEBOLAutor: Marcos Freitas, nº Data de edição: Março 200

Aqui pousada, em cima de uma mesa, sou a bola mais feliz do mundo. Estou velha,

com a capa rasgada e pintada, mas isso não me impede de ser feliz.

A minha história começa numa fábrica gigante, onde eu fui criada. Os meus

criadores, com as suas mãos hábeis, pegaram num pedaço de borracha de cor preta,

colaram-me e encheram-me

muito macia, e puseram-me o símbolo da Adidas. Fiquei toda contente!

Daí fui posta numa carrinha cinzenta e fui levada para um programa televisivo. Lá,

fui considerada a bola do ano. Senti

melhores.

Quando o programa acabou, fui levada para a Inglaterra para ser a bola do encontro.

Era o Manchester United contra o Chelsea. Era um jogo da liga. Estava contentíssima, era

jogada nos pés do Cristiano Ronaldo e do

ouvi falar.

Foi então que aconteceu o pior. O pé torto do Rooney mandou

Fui agarrada por um moço de quinze anos, que apoiava o Chelsea, que me levou dali

para fora. Saiu do estádio, e correu a

A partir desse dia, fui jogada por uns miúdos de quinze, dezasseis anos, numa escola

secundária. O meu dono estava sempre a gabar

tinha arranjado, mas exagerando sempre...

Passaram anos e ano

envelhecendo. Aqui estou agora, pousada, em cima de uma

mesa, a ser a bola mais feliz do mundo. Penso que agora já

sabem porquê. Passei pela fama, pelo contacto entre os melhores

do mundo, e pela pobreza da maioria das bolas:

amadores. Mas eu gosto deles, pois tratam

como se fôssemos as suas melhores amigas...

Texto 37: O AMBIENTE NO SÉCULO XXIAutor: Hugo Mendes, nº Data de edição: Março 200

Desde sempre o mundo esteve manteve um equilíbrio dinâmico e saudável... Até ao surgimento do egocentrismo do Homem! Será este ser, o único racional e capaz de desfrutar das maravilhas do mundo, egoísta ao ponto de destruir o seu movida pela ambição e procura cons

Todos os problemas ambientais adjacentes ao nosso século apontam nesse sentido. Com o seu modo de vida cada vez mais urbano e industrializaforma significativa, para um desequilíbrio na Natureza. Fábricas e esgotos, conjuntamente com a sobreessencial à vida se torne escasso.

Com igual gravidade, a poluição atmefeito de estufa e consequente aquecimento global. A procura incessante de matérias

MEMÓRIAS DE UMA BOLA DE FUTEBOL nº 14, 8º D 2009

Aqui pousada, em cima de uma mesa, sou a bola mais feliz do mundo. Estou velha,

com a capa rasgada e pintada, mas isso não me impede de ser feliz.

minha história começa numa fábrica gigante, onde eu fui criada. Os meus

criadores, com as suas mãos hábeis, pegaram num pedaço de borracha de cor preta,

me com ar. Em seguida, fizeram-me uma capa azul e verde,

me o símbolo da Adidas. Fiquei toda contente!

Daí fui posta numa carrinha cinzenta e fui levada para um programa televisivo. Lá,

fui considerada a bola do ano. Senti-me orgulhosa. Eu e as minhas irmãs éramos as

Quando o programa acabou, fui levada para a Inglaterra para ser a bola do encontro.

Era o Manchester United contra o Chelsea. Era um jogo da liga. Estava contentíssima, era

jogada nos pés do Cristiano Ronaldo e do Drogba, grandes jogadores da bola, de que

Foi então que aconteceu o pior. O pé torto do Rooney mandou-me para as bancadas.

Fui agarrada por um moço de quinze anos, que apoiava o Chelsea, que me levou dali

para fora. Saiu do estádio, e correu até casa, levando-me consigo.

A partir desse dia, fui jogada por uns miúdos de quinze, dezasseis anos, numa escola

secundária. O meu dono estava sempre a gabar-se em frente dos outros de como me

tinha arranjado, mas exagerando sempre...

Passaram anos e anos, anos e anos, anos... e fui

envelhecendo. Aqui estou agora, pousada, em cima de uma

mesa, a ser a bola mais feliz do mundo. Penso que agora já

sabem porquê. Passei pela fama, pelo contacto entre os melhores

do mundo, e pela pobreza da maioria das bolas: ser usada por

amadores. Mas eu gosto deles, pois tratam-nos, a nós, bolas,

como se fôssemos as suas melhores amigas...

O AMBIENTE NO SÉCULO XXI nº 13, 10º B 2009

Desde sempre o mundo esteve habitado por diversas espécies. E, no entanto, sempre manteve um equilíbrio dinâmico e saudável... Até ao surgimento do egocentrismo do Homem! Será este ser, o único racional e capaz de desfrutar das maravilhas do mundo, egoísta ao ponto de destruir o seu próprio planeta? Será que a sua má intervenção, movida pela ambição e procura constante de conforto, nunca terá fim?

Todos os problemas ambientais adjacentes ao nosso século apontam nesse sentido. Com o seu modo de vida cada vez mais urbano e industrializado, o Homem contribui, de forma significativa, para um desequilíbrio na Natureza. Fábricas e esgotos,

sobre-exploração da água, farão com que, futuramente, este bem essencial à vida se torne escasso.

Com igual gravidade, a poluição atmosférica em grande escala leva ao aumento do efeito de estufa e consequente aquecimento global. A procura incessante de matérias

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Aqui pousada, em cima de uma mesa, sou a bola mais feliz do mundo. Estou velha,

minha história começa numa fábrica gigante, onde eu fui criada. Os meus

criadores, com as suas mãos hábeis, pegaram num pedaço de borracha de cor preta,

me uma capa azul e verde,

me o símbolo da Adidas. Fiquei toda contente!

Daí fui posta numa carrinha cinzenta e fui levada para um programa televisivo. Lá,

. Eu e as minhas irmãs éramos as

Quando o programa acabou, fui levada para a Inglaterra para ser a bola do encontro.

Era o Manchester United contra o Chelsea. Era um jogo da liga. Estava contentíssima, era

Drogba, grandes jogadores da bola, de que

me para as bancadas.

Fui agarrada por um moço de quinze anos, que apoiava o Chelsea, que me levou dali

A partir desse dia, fui jogada por uns miúdos de quinze, dezasseis anos, numa escola

se em frente dos outros de como me

habitado por diversas espécies. E, no entanto, sempre manteve um equilíbrio dinâmico e saudável... Até ao surgimento do egocentrismo do Homem! Será este ser, o único racional e capaz de desfrutar das maravilhas do mundo,

próprio planeta? Será que a sua má intervenção, fim?

Todos os problemas ambientais adjacentes ao nosso século apontam nesse sentido. do, o Homem contribui, de

forma significativa, para um desequilíbrio na Natureza. Fábricas e esgotos, da água, farão com que, futuramente, este bem

osférica em grande escala leva ao aumento do efeito de estufa e consequente aquecimento global. A procura incessante de matérias-

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primas através de, por exemplo, parcial destruição de florestas, leva à perda de biodiversidade e agravamento das concentrações de CO2 na atmosfera.

Contudo, verifica-se uma preocupação gradual relativa ao ambiente, acompanhada pelo avanço das gerações. Cada vez mais, surgem campanhas com vista à sensibilização da população. As pessoas aderem ao processo de reciclagem e são tomadas medidas básicas benéficas para a Natureza... Foram já conferenciadas decisões mundiais de combate ao aquecimento global, redução da emissão de gases de efeito de estufa e uso de energias alternativas.

Em suma, o Homem, através destes pequenos passos, vai dando conta da sua acção devastadora sobre a Terra e mudando a sua atitude face à Natureza. O desenvolvimento tecnológico, nefasto durante longos anos para o ambiente, deve agora ser utilizado ao serviço da protecção do planeta azul!

Texto 38: POEMAS: Nostalgia, Brilho do Olhar, Caem as máscaras Autor: Teresa Mendonça, nº 28, 9º C Data de edição: Março 2009 Nostalgia

Lá ia ela pé ante pé Leve e solta Determinada, exuberante Assustadoramente confiante Mas quem era ela afinal? Produto de uma mera produção mental? Apenas banal? Banal não o era decerto Havia traços delineados

Embora meio apagados Que a distinguiam De qualquer mortal Não era decerto banal Ofuscava quem a via Com a sua forma esguia Beleza e luminosidade Não era a liberdade Não era a ditadura Somente uma figura, Mentalmente desenhada, Produto da nostalgia.

Brilho do olhar

O teu sumptuoso olhar Irradia magnificência Preenche os vazios, Ilumina qualquer obscuridade, Brilha como uma estrela, Deixa saudade

Não é só a íris azul, Azul cor de mar, Situada no interior do globo ocular É a expressividade, a unanimidade Que causa o impacto Percorre o asfalto E vem ao encontro De quem quiser contemplar O brilho do teu olhar.

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Caem as máscaras

Promessas desfeitas, O coração lateja

Caem as máscaras Mostram-se as faces Vem aí a verdade,

E não há quem a pare Subtilmente não,

Descaradamente sim.

E assim nos deixa Desolados, boquiabertos, Mas existe a perfeição?

Texto 39: QUEM SOU EU? Autor: Pedro Nascimento, nº 20, 10º B Data de edição: Março 2009

Pedro José Fernandes do Nascimento, nascido em 28 de Julho de 1993, no Porto. Filho de Américo Nascimento e de Ana Paula Fernandes. Esta é a minha identidade oficial, mas apenas uma milésima do que realmente sou.

Penso que sou uma pessoa simples. No entanto gosto de apreciar um bom momento de luxo. Tento ser um bom amigo e, embora tenha poucos, são todos verdadeiros (poucos mas bons). Adoro e pratico artes marciais, mas sou muito pacífico. Sou um pouco teimoso e distraído, mas ninguém é perfeito. Penso ser um bom aluno, mas não sou nada estudioso. Acho que esse é outro dos meus defeitos: a preguiça. Um dos Sete Pecados Capitais. Acredito em Deus, mas não sou muito religioso.

A minha única ambição é ser feliz com a minha família e com os meus amigos. Sem eles, pouco resta de bom na vida. Este sou eu, o Pedro! Texto 40: QUEM SOU EU? Autor: Rita Seguro, nº 24, 10º B Data de edição: Março 2009

Foi no dia 8 de Junho de 1993 que Mário e Cristina viram nascer a sua primeira e única filha. Eu, Rita Seguro, nasci fruto de uma relação de muito amor, e talvez seja essa a razão que explica a felicidade e a alegria que transbordo diariamente. Com 15 anos, já tenho uma bonita história de vida para contar, quando interpretada da forma como eu a interpreto. Embora tenha nascido numa família grande, fui mimada como uma criança pode (e deve!) ser. Passava as férias de Verão com os meus primos, na casa de praia. Momentos que fizeram de mim a pessoa divertida que penso ser. Na escola brincava às escondidas, jogava à bola, saltava à corda, tudo o que qualquer criança gosta de fazer. Tinha sempre os joelhos esmurrados, em resultado das quedas depois das correrias. Sempre vivi com uma alegria que não consigo descrever.

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Com nove anos, comecei a tocar violino e rapidamente me apaixonei pela música. Agora já não imagino a minha vida sem uma melodia, uma canção, um som para descrever os bons e também os maus momentos.

Considero-me uma adolescente “normal”, mas com as minhas próprias características. Sou amiga de quem merece e, inexplicavelmente, de quem não merece. Por vezes sofro desilusões por parte de quem menos esperava, mas, quando tal acontece, tenho sempre um amigo para me reconfortar. Adoro crianças, os seus risos, as suas brincadeiras, a felicidade descrita nos seus olhares. Gosto do amanhecer e de observar o céu nocturno. Considero a minha vida perfeita, com os seus defeitos. Consegui tornar-me numa pessoa que vê uma luz branca, quando tudo o que me rodeia é escuro e parece só piorar.

Tudo o que aconteceu durante a minha vida deixou marcas. Algumas delas fazem de mim uma pessoa extrovertida, mas outras isolam-me num mundo apenas meu, que mais ninguém conhece, que me faz pensar e reflectir.

Sinto que o meu estado de espírito não é influenciado pelo que me rodeia. Por vezes, tudo o que vejo é risos e piadas e sou incapaz de esboçar um sorriso. Quando vejo que o mundo que me rodeia está infeliz, a primeira coisa que faço é alegrar-me e tentar que aconteça o mesmo com todos os outros. Talvez os meus pais tenham razão e eu seja mesmo uma pessoa “do contra”.

Assim, sou alguém que vive feliz com o que é, e com o que tem. Sonho com uma vida diferente, embora esta me faça muito feliz. Sou emotiva e ambiciosa. Sou apenas mais uma pessoa no mundo, que vive com vontade de viver. Texto 41: QUEM SOU EU? Autor: Ana Rita Relvas, nº 5, 10º B Data de edição: Março 2009

Quem sou eu? Uma pergunta difícil merece, no mínimo, uma resposta complicada. Quem sou eu? Eu sou única. Aliás, todos nós somos, mas, por vezes, não nos apercebemos disso. Ou então, pela complexidade do nosso ser, não sabemos realmente quem somos. Relativamente ao que conheço sobre mim, posso dizer que me chamo Ana Rita

Taveira Relvas, nasci no dia quinze de Setembro de mil novecentos e noventa e três e vivo em Santa Cruz do Bispo. Em relação à minha personalidade, creio que sou uma rapariga divertida, amiga dos meus amigos e um pouco teimosa. Sou uma pessoa complexa, cheia de esperança, porém ao mesmo tempo muito insegura. Rir é o meu passatempo favorito. Pratico-o pelo menos quatro horas por dia, sete dias por semana. Gosto de ouvir música agradável, de tocar guitarra e de ler um bom livro, principalmente se for um romance interessante. Uma das coisas que me faz sentir bem e o que me ocupa o

tempo da melhor maneira é o escutismo. Sou escuteira desde os seis anos e penso que não poderia haver melhor coisa que os meus pais me tivessem feito, a não ser inscreverem-me nesse movimento. Aquilo que me desperta mais interesse é o facto de ser escuteiro não ser só divertido ou só realizar acampamentos, que é o que a maioria das pessoas pensa. Ser escuteiro é muito mais do que isso. É algo que traz dentro de nós

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aquela vontade de desbravar, de aprender com a aventura, de nos sentirmoescutismo tem “muito mais que se lhe diga”, contudo, não posso referir mais, pois este texto tornar-se-ia interminável. Da minha vida fazem parte aquelas pessoas de quem eu gosto e que contribuem para a minha felicidade, entre elas a minha família e os meus amigos. Os meus pais são o meu orgulho, embora muitas vezes não lhes transmita essa ideia. A minha irmã é a minha “pestinha”, mas é indispensáveamigos são o meu conforto, são o Para o futuro, gostava de trabalhar no mundo da Química, área que me fascina desde pequena. Adorava também que tudo no nosso mundo fosse diferente, que oproblemas actuais diminuíssem.No fundo, tenho sonhos a realizar e tento aproveitar cada dia para o fazer. No entanto, confesso que, na realidade, nem sempre o consigo. E tu? Quem és? Texto 42: QUEM SOU EU?Autor: Ana Luísa MirandaData de edição: Março 200

vezes. Mas a verdade é que até eu não sei bem quem sou. Tenho determinadas características, sim, ajo e penssejam estes os factores que me permitem conhecerporque, independentemente do que parecermos ser, há sempre um dia em que nos apercebemos que afinal não somos bem assim… dia, o nosso “eu” continua desconhecido… Posso então dizer que me conheço parcialmente, e, para mimque me conhecem “muito bem”. Seiprecisam, mas também dos que não parecem precisar. Família ou amigos. São os que dão cor à minha vida… São os que me fazem feliz, reconhecendo que primeiro é preciso fazer-me feliz a mim própria, e só depois Não sei se devo considerar muito ou pouco, mas são os sonhos que me bastam para diariamente (mesmo que às vezes pense que não) me fazerem continuar. Mesmo às vezes não acreditando, contudo Sonho sobretudo com a minha independência. Com a minha afirmcapaz e responsável que já é capaz de dizer que “fez sozinha”, que “ conseguiu com o seu esforço e sem ajuda”. Sou dos que pensam quesempre de alguém, nunca somos completamente livrevencer as nossas próprias batalhas nos torna Grandes.

aquela vontade de desbravar, de aprender com a aventura, de nos sentirmoescutismo tem “muito mais que se lhe diga”, contudo, não posso referir mais, pois este

ia interminável. Da minha vida fazem parte aquelas pessoas de quem eu gosto e que contribuem

para a minha felicidade, entre elas a minha família e os meus amigos. Os meus pais são o meu orgulho, embora muitas vezes não lhes transmita essa ideia. A minha irmã é a

ha “pestinha”, mas é indispensável no meu dia-a-dia. A família e os verdadeiros s são o meu conforto, são o aconchego que mais ninguém me pode dar.

Para o futuro, gostava de trabalhar no mundo da Química, área que me fascina va também que tudo no nosso mundo fosse diferente, que o

problemas actuais diminuíssem. Mas isso não depende só de mim, depende de todos nós.No fundo, tenho sonhos a realizar e tento aproveitar cada dia para o fazer. No entanto,

e, nem sempre o consigo. E tu? Quem és?

QUEM SOU EU? Luísa Miranda, nº 4, 10º B

2009

Quem sou eu… Não sei ao certo… Posso tentar descrever-me… Ou então, mencionar como me descrevem. Mas na verdade acho muito mais divertido e sensato que sejam os outros a descobrir quem eu sou. Quinzeaniversários feitos, sexo feminino, 1.68 de altura. Uma rapariga perfeitamente enquadrável no padrão considerado normal da actualidade, julgo… De facto, mais uma das muitas raparigas na escola, na turma, mais uma paciente no hospital, ou num café… É assim que decerto sou considerada na maioria, senão quase

vezes. Mas a verdade é que até eu não sei bem quem sou. Tenho determinadas características, sim, ajo e penso de determinada maneira, é certo, mas não creio que

factores que me permitem conhecer-me. E, no fundoindependentemente do que parecermos ser, há sempre um dia em que nos

apercebemos que afinal não somos bem assim… E mesmo assim, mesmo a partir desse dia, o nosso “eu” continua desconhecido…

Posso então dizer que me conheço parcialmente, e, para mim, é inútil que me digam que me conhecem “muito bem”. Sei-me como uma rapariga que precisa dos que dela

também dos que não parecem precisar. Família ou amigos. São os que dão cor à minha vida… São os que me fazem feliz, reconhecendo que primeiro é preciso

liz a mim própria, e só depois os outros o farão. Uma rapariga que sonha… nsiderar muito ou pouco, mas são os sonhos que me bastam para

diariamente (mesmo que às vezes pense que não) me fazerem continuar. Mesmo às ão acreditando, contudo tentando continuar.

Sonho sobretudo com a minha independência. Com a minha afirmcapaz e responsável que já é capaz de dizer que “fez sozinha”, que “ conseguiu com o seu esforço e sem ajuda”. Sou dos que pensam que, para toda a vida

somos completamente livres. Porém, penso que o ser capaz de vencer as nossas próprias batalhas nos torna Grandes.

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aquela vontade de desbravar, de aprender com a aventura, de nos sentirmos vivos. O escutismo tem “muito mais que se lhe diga”, contudo, não posso referir mais, pois este

Da minha vida fazem parte aquelas pessoas de quem eu gosto e que contribuem para a minha felicidade, entre elas a minha família e os meus amigos. Os meus pais são o meu orgulho, embora muitas vezes não lhes transmita essa ideia. A minha irmã é a

família e os verdadeiros aconchego que mais ninguém me pode dar.

Para o futuro, gostava de trabalhar no mundo da Química, área que me fascina va também que tudo no nosso mundo fosse diferente, que os

Mas isso não depende só de mim, depende de todos nós. No fundo, tenho sonhos a realizar e tento aproveitar cada dia para o fazer. No entanto,

Quem sou eu… Não sei ao certo… Posso tentar me… Ou então, mencionar como me descrevem.

mais divertido e sensato que tros a descobrir quem eu sou. Quinze

aniversários feitos, sexo feminino, 1.68 de altura. Uma rapariga perfeitamente enquadrável no padrão considerado normal da actualidade, julgo… De facto, mais uma das

igas na escola, na turma, mais uma paciente no hospital, ou num café… É assim que decerto sou

a maioria, senão quase na totalidade, das vezes. Mas a verdade é que até eu não sei bem quem sou. Tenho determinadas

o de determinada maneira, é certo, mas não creio que no fundo, não me conheço,

independentemente do que parecermos ser, há sempre um dia em que nos E mesmo assim, mesmo a partir desse

é inútil que me digam me como uma rapariga que precisa dos que dela

também dos que não parecem precisar. Família ou amigos. São os que dão cor à minha vida… São os que me fazem feliz, reconhecendo que primeiro é preciso

os outros o farão. Uma rapariga que sonha… nsiderar muito ou pouco, mas são os sonhos que me bastam para

diariamente (mesmo que às vezes pense que não) me fazerem continuar. Mesmo às

Sonho sobretudo com a minha independência. Com a minha afirmação como alguém capaz e responsável que já é capaz de dizer que “fez sozinha”, que “ conseguiu com o

para toda a vida, precisamos penso que o ser capaz de

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Será que as nossas emoções nos descrevem? Será que uma lágrima, um sorriso, um arrepio ou uma gargalhada faz de nós seres mais próprios? Provavelmente… Pois eu choro, eu sorrio, arrepio-me quando algo me põe sensível e dou imensas gargalhadas. A vida é mesmo assim… para ser enfrentada de maneira diferente a cada momento, mas no fim, sorrir. Tentar sorrir, mesmo quando nada nos parece ser motivo para o fazermos. Toda a gente consegue, muitas vezes não o tentam. Mas que digo eu sobre a vida? O que 15 anos protegidos pelos pais me ensinaram? Sei pouco da vida. Nada mesmo. Talvez deva viver uma vida, aprender e só aí tentar dizer quem eu sou. Porque nem sequer o Bilhete de Identidade que todo o cidadão tem, diz quem é a pessoa; é simplesmente um bocado de cartão igual a muitos milhões; identifica-a, não diz quem é. Texto 43: MEMÓRIAS DE UMA BOLA DE NATAL Autor: Andreia Gonçalves, nº 3, 8º D Data de edição: Março 2009

Vou-vos contar a minha história: eu era uma magnífica bola de Natal. Era toda vermelha, de um vermelho metálico, e quem se chegasse perto conseguia ver o seu reflexo em mim. Lembro-me muito bem de como vim aqui parar. Fui feita juntamente com mais bolas iguais, a mim as minhas irmãs. Éramos todas iguais, gémeas talvez. Até que, um dia, me colocaram numa caixa, separada das minhas irmãs, e com outras bolas e outros objectos, que eu nunca tinha visto. Fui levada para uma casa, e posta numa árvore verde, muito alta. A árvore era enorme, quase chegava ao tecto. Fui colocada nessa árvore, onde toda a gente me elogiava. Passei duas semanas felizes onde conheci bolas como eu e passei o Natal com a família que me comprou: nesse dia, vi luzes, brilhos, uma festa enorme. Trocaram presentes. Ouvia-se gargalhadas das pequenas crianças que pela sala corriam, felizes por terem recebido as suas prendas.

No fim dessas duas semanas, guardaram-me novamente numa caixa. Passei um ano sem ver ninguém, talvez estivesse fechada num sótão, quem sabe…

Só espero, um dia, voltar a sair desta caixa e ser, de novo, uma bola de Natal. Textos 44: UMA PROFESSORA e QUEM SOU EU COMO ESCRITORA Autor: Márcia Almeida, nº 10, 10º A Data de edição: Março 2009 Uma Professora

A professora que mais me marcou pela positiva foi a do 4º ano. Aprendi muito com ela, era muito simpática, mimava-nos como se fôssemos filhos dela, mas mantinha a disciplina na sala de aula. Aprender, não é só dar matéria, é também saber brincar e respeitar os outros e, com ela, tudo isso era possível. Dedicava-se ao máximo aos alunos e esforçava-se para que tudo corresse bem. Aprender com ela parecia mágico e fácil. Além de ter sido uma boa professora, foi uma grande amiga e agora também o é, pois continua em contacto com os seus alunos.

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Quem sou eu como escritora? O meu nome é Márcia, tenho 15 anos. Comecei a aprender as minhas primeiras

letras na primária. Quando já as sabia juntar, comecei a escrever em sítios pouco impróprios, como móveis, carros, paredes, nos quais a minha mãe não gostava. Adorava escrever, principalmente nomes. Ainda agora, olho para os móveis e está gravado neles o meu nome e os nomes da minha família, escritos por mim. Lembro-me também de ter escrito, com um búzio, o meu nome no carro da minha mãe. Não gostava muito de escrever textos, só gostava de escrever palavras. Também adorava escrever nos meus livros, ou até mesmo riscá-los, quando fazia de professora. No messenger e no telemóvel, a minha escrita era diferente, pois abreviava, para ser mais rápida, mas isso prejudicava-me um pouco, pois às vezes tinha dúvidas na escrita de certas palavras. Agora no 10º ano, gosto de escrever. Não sou muito criativa em textos, pois continuo a preferir palavras ou simples frases. No messenger e no telemóvel ainda abrevio um pouco, mas tento escrever as palavras correctamente para treinar a escrita. Texto 45: POEMA: Novo Amor Autor: Alexandra Pereira, nº 1, 7º C Data de edição: Março 2009 És um novo amor. É novo o que eu sinto por ti. És um fogo ardente, Que ganhou chama, assim que te vi. Parece magia esta realidade, Mas não é mais nada. Somente a verdade De nós dois em um se tornar; E todas as pessoas para nós vão olhar, Porque já conhecem o melhor par. Quando um de nós se declarar, Os nossos nomes vão decorar. És um novo amor. É novo o que sinto por ti. És um fogo ardente, Que ganhou chama, assim que te vi.

És um novo amor, O mais maravilhoso. Não consigo explicar, Para ti quero sempre olhar E contigo sempre estar. És um novo amor, O mais maravilhoso. És como uma flor Que no meu coração Quer viver para sempre. És um novo amor, O mais maravilhoso. És como uma flor Que no meu coração quer Crescer, Viver. Assim é o nosso amor, Grande, virá a ser.

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Texto 46: AUTO-RETRATO Autor: João Magalhães, nº 14, 10º B Data de edição: Março 2009

Sou uma pessoa como todas as outras, com algumas diferenças, entre as quais o meu nome. Chamo-me João Magalhães, tenho 15 anos, nasci no hospital S. João no Porto e, neste momento, encontro-me no 10º ano. Considero-me uma pessoa trabalhadora que está sempre pronta a ajudar as pessoas que mais precisam. Sou ainda uma pessoa um pouco tímida o que, em certas ocasiões, pode ser prejudicial para mim. Tirando isso sou um rapaz normal, com os seus defeitos e com as suas qualidades, como todos os outros.

O facto de estar hoje aqui para vos dizer quem sou devo-o aos meus pais que me trouxeram ao mundo e que, desde esse momento, me educaram para que eu pudesse ter direito a uma vida no futuro, cheia de sucesso e de bons momentos. Posso também afirmar que os meus heróis são os meus pais, pois são pessoas que admiro muito devido ao que fizeram, ao que fazem e ao que continuarão a fazer por mim. Por isso, aproveito este momento para lhes agradecer por tudo o que fizeram.

Textos 47: QUEM SOU EU, UM PROFESSOR INTERESSANTE Autor: Bruno Vilaça, nº 7, 10º B Data de edição: Março 2009

Quem sou eu?

Eu sou rapaz igual a muitos outros rapazes da minha idade. Chamo-me Bruno Miguel Madanços Vilaça. Tenho a melhor, a mais linda e a mais maravilhosa família do mundo, que me apoiam muito. Nasci no Porto, mais concretamente em Matosinhos, e tenho os meus defeitos e as minhas qualidades, como qualquer pessoa.

Tenho 15 anos, estou a começar a ser um homem, e sou um rapaz bastante alegre e muito divertido. Sou muito amigo dos meus verdadeiros amigos, ajudo aqueles que precisam, tenho vários amigos, mas tenho dois que são como irmãos para mim. O meu maior defeito é ser muito preguiçoso, pois isso traz-me muitas dificuldades para tudo. Também sou muito teimoso.

Faço muito exercício físico, pois ando num clube onde se pratica andebol e isso tira-me muito tempo, mas é das coisas que mais gosto de fazer.

Tenho muitas dificuldades em comunicar com as outras pessoas. Tenho que melhorar esse aspecto que me vai acompanhar para o resto da minha vida.

Tenho uma vida maravilhosa e sou um miúdo muito FELIZ.

Um professor interessante

No ano passado, em que frequentava a mesma escola, houve um professor que me marcou positivamente. Este professor dava a disciplina de História (umas das disciplinas mais aborrecidas de todas), mas explicava muito bem todo o tipo de matéria que era aborrecida. Era um professor interessante e nada monótono. Nas suas aulas dizia sempre uma “piadinha” sobre algum programa de televisão ou sobre política. O professor falava muito connosco sobre tudo e não escrevíamos nos cadernos, pois ele interessava-nos pela matéria. Foi o melhor professor que já tive.

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Texto 48: OS JOVENS E A FAMÍLIA Autor: José Correia, nº18, Luís Cardoso, nº19, Sara Magno, nº27, 9º B Data de edição: Março 2009

A família é um elemento fundamental para os adolescentes. Através dela recebemos apoio para superar os nossos problemas. No entanto,

temos também obrigações: ajudar nas tarefas domésticas e participar nas actividades familiares. Devemos cumprir aquilo que nos compete para podermos, também, receber contrapartidas, como, por exemplo, saídas com os amigos.

Para que o ambiente familiar seja bom para os dois lados, pais e adolescentes, devemos “estabelecer” condições para que haja privacidade, mantendo o respeito pela família. Texto 49: QUEM SOU EU? Autor: Alberto Ponces, nº 1, 10º B Data de edição: Março 2009

Chamo-me Alberto Filipe de Sousa Ponces, nasci a 26 de Janeiro de 1993, no Porto, em Massarelos. Tenho uma excelente família já há 15 anos, quase 16.

O meu pai chama-se, igualmente, Alberto (curiosidade que já vou, mais à frente, revelar), Alberto Malheiros Ponces com 65 anos e a minha mãe, Maria Manuela Sousa Alves Ponces, com 52 anos. Esta diferença de idades (a que não dou a mínima importância) deve-se ao facto de o meu pai estar no 2º casamento, não deixando filhos do 1º e também à célebre frase: “O amor não escolhe idades”. Tenho uma irmã, por pena, mais velha, de nome Ana Filipa de Sousa Ponces que nasceu a 17 de Novembro de 1989, de 19 anos. Sim, por pena, pois o feitio dela leva a que, por vezes, pense que tem uma grande autoridade sobre mim, e que o meu pai, de certa forma, me proteja, acabando por “chocarem” os terríveis feitios dos meus dois familiares.

Como dito anteriormente, e não sabendo a razão do porquê, talvez apenas por repetição ou por criar tradição, a minha família, da parte do meu pai, tem vindo a criar uma sequência de nome Alberto, havendo o meu bisavô Alberto, o meu avô Alberto (de segundo nome), o meu pai Alberto e eu, no limite da sequência. Do lado materno, não possuo informações credíveis para ter conhecimento do princípio desta série.

Nasci numa família honesta e trabalhadora: agente de representações têxteis, o meu pai (negócio que não é totalmente como dantes) e bancária, a minha mãe. De modo que tenho uma grande relação de compatibilidade e apreço, não só com os meus pais e irmã, mas também com toda a minha família.

Na minha caminhada na primária, 1ª e 2ª classe, marcou-me, não só a mim mas também à minha irmã e aos meus colegas de turma, uma professora em particular, de seu nome Professora Maria do Canto. Actualmente, já não se encontra entre nós, no entanto ainda decorre o efeito. Tinha um carinho inexplicável e uma forma de ensinar, muito distinta e memorável, ajudando todos os seus aprendizes.

Os meus estudos na primária e início de básico sempre foram muito fracos, ou seja, não estudava nada, cumprindo apenas os rotineiros trabalhos de casa, nos quais obtinha resultados muito bons e até mesmo excelentes, o que era normal para mim. À medida que fui avançando nos estudos senti as notas baixarem muito ligeiramente (não com grandes disparates) e já a sentir, também, a necessidade de estudo. Presentemente, tenho a certeza de que, se não estudar, obterei notas não péssimas, mas razoáveis, o que para mim é “uma espécie de deplorável”.

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Sempre quis, desde pequeno, ter uma profissão ligada à medicina, quer seja médico, neurologista ou cientista forense. Agora não tenho ideia nenhuma do que queira ser, não por dúvidas, mas por não saber mesmo.

Actualmente, sou uma pessoa feliz e realizada. Sinto que há meta que passei e outras que estão ainda por atravessar. Julgo que, não tendo tudo, tenho noção que esse “tudo” é fútil, ou seja, desnecessário ou até mesmo impossível, de transformar a minha vida em melhor, pois tenho prazer no que tenho.

Texto 50: A FAMÍLIA Autor: João Magalhães, nº17, Raquel Ribeiro, nº25, Ariana Gomes, nº28, 9º B Data de edição: Março 2009

A adolescência é um tempo de grandes mudanças; começam as responsabilidades tanto a nível escolar como familiar. A pouco e pouco, vamos ganhando autonomia e liberdade. Essa liberdade, que nós jovens tanto queremos, tem de ser usada de forma correcta e responsável, para que consigamos ganhar a confiança dos nossos pais.

Hoje em dia, a maior parte dos jovens não sabe usar essa liberdade, devido ao fácil acesso a variados perigos, perigos esses que podem mudar a vida de um adolescente, tais como as drogas, o álcool e ainda o jogo. Nos dias que correm, muitos adolescentes utilizam drogas devido à falta de confiança para se afirmarem no seu grupo ou, simplesmente, pelos locais que frequentam. Também há uma percentagem elevada dos que procuram o álcool como refúgio para os seus problemas.

Ao longo da vida, os jovens vão aprendendo com os seus erros, o que fará deles pessoas melhores no futuro.

Texto 51: COMPROMISSO DOS JOVENS COM A SOCIEDADE Autor: Carlos Nascimento, nº6, Daniel Oliveira, nº8, Ricardo Silva, nº26, 9º B Data de edição: Março 2009

Os jovens devem respeitar as normas da sociedade, porque se isso não acontecer não serão inseridos na mesma.

Para vivermos em sociedade, devemos ser bons cidadãos, pois as regras sociais são das coisas mais importantes que se ensinam aos jovens.

Ser bom cidadão é cumprir as leis, ajudar as pessoas que precisam e participar nas iniciativas da sociedade. Texto 52: SE EU FOSSE UMA TARTARUGA Autor: Ana Correia, nº 1, 8º B Data de edição: Março 2009

Se eu fosse uma tartaruga, Gostaria de descansar,

Nas águas calmas de um rio Sem ninguém me atrapalhar

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Textos 53: QUEM SOU EU eAutor: Camila Uribe, nº 8Data de edição: Março 200 Quem sou eu?

Tudo começou no dia 3 de Julho de 1993. Nasci, eu, Camila Mathias Uribe em Lisboa, filha de dois colombianos. Sou a segunda mais velha de quatro irmãs juntamente com os meus pais e irmãs.

Penso que toda a minha vida e os respectivos acontecimentos me moldaram, formando o que sou hoje. Desde pequena que estou habituada a conviver e a lidar com diversos tipos de pessoas, isto pois cresci num ambientsaudável, onde o teatro, a arte e o convívio estiveram sempre presentes, de modo a unir e a fomentar a comunicação entre todos.

Actualmente, fascina-estou habituada, desde sempre, a observar e a forodeia. Tenho um papel activo no que toca a exprou fora da sala de aula.

O facto de ter três irmãs ensinoucompreensão e a dedicação. Considero

Adoro crianças, são puras e lindas (em todos os aspectos). Acho incrível a sua enorme felicidade, inocência e criatividade, presentes em tão pequenos corpos e corações. Espero continuar a lidar diariamente com elas, p

Não vivo sem a praia, pois o mar dáamor, porque é essencial para o meu bemelas alegram e animam os meus o que me rodeia, sou muito ecologis

No geral, não vivo para o passado, mas sim para o presente e futuro, tentando aproveitar os dias ao máximo e não me deixando abater pelas coisas negativrodeiam. Sou apenas uma pessoa positiva que quer explorar os encantos da vida.

Os adolescentes e a leitura Será que o hábito da leitura se perdeu? Terão os adolescentes noção dos mundos

maravilhosos que se escondem em simples livrosNa minha opinião, actualmente vivemos num mundo dominado pela inovação e

pela tecnologia. Somos manipulados por estes factores e esquecemomuito importantes como os livros que fazem (ou deveriam fazer parte) quotidiano. É necessário tomar medidas para cativar os jovens.

Uma das muitas maneiras de captar atenção de um adolescente para a leitura é dar-lhe a conhecer os mundos que se encontram nos livros para que, assim, cada um encontre os seus géneros instrumentos de aprendizagem, tornando o estudo mais divertido e interessante.

Apesar de inúmeras tentativas feitas pelos pais, profejovens não se interessam pela leiturajogos, da internet e da televisão, onde tudo já está simplevando-os ao sedentarismo físico e psicológico.

EM SOU EU e OS ADOLESCENTES E A LEITURA 8, 10º B 2009

Tudo começou no dia 3 de Julho de 1993. Nasci, eu, Camila Mathias Uribe em Lisboa, filha de dois colombianos. Sou a segunda mais velha de quatro irmãs e vivo juntamente com os meus pais e irmãs.

Penso que toda a minha vida e os respectivos acontecimentos me moldaram, formando o que sou hoje. Desde pequena que estou habituada a conviver e a lidar com diversos tipos de pessoas, isto pois cresci num ambiente saudável, onde o teatro, a arte e o convívio estiveram sempre presentes, de modo a unir e a fomentar a

-me tudo o que seja relacionado com a psique humana pois

estou habituada, desde sempre, a observar e a formar uma opinião sobre o que me rodeia. Tenho um papel activo no que toca a expressar a minha opinião pessoal,

O facto de ter três irmãs ensinou-me também valores como a partilha, compreensão e a dedicação. Considero-me uma boa irmã, atenciosa e sempre presente.

Adoro crianças, são puras e lindas (em todos os aspectos). Acho incrível a sua enorme felicidade, inocência e criatividade, presentes em tão pequenos corpos e corações. Espero continuar a lidar diariamente com elas, para o resto da minha vida.

Não vivo sem a praia, pois o mar dá-me tranquilidade e paz de espírito, sem o amor, porque é essencial para o meu bem-estar, receber e dar carinho e sem cores, pois elas alegram e animam os meus dias. Tenho uma grande sensibilidade em relação a tudo o que me rodeia, sou muito ecologista e os animais são importantes na minha vida.

No geral, não vivo para o passado, mas sim para o presente e futuro, tentando aproveitar os dias ao máximo e não me deixando abater pelas coisas negativrodeiam. Sou apenas uma pessoa positiva que quer explorar os encantos da vida.

Os adolescentes e a leitura

Será que o hábito da leitura se perdeu? Terão os adolescentes noção dos mundos maravilhosos que se escondem em simples livros? Como fazê-los adquirir

Na minha opinião, actualmente vivemos num mundo dominado pela inovação e pela tecnologia. Somos manipulados por estes factores e esquecemomuito importantes como os livros que fazem (ou deveriam fazer parte) quotidiano. É necessário tomar medidas para cativar os jovens.

Uma das muitas maneiras de captar atenção de um adolescente para a leitura é lhe a conhecer os mundos que se encontram nos livros para que, assim, cada um

encontre os seus géneros e temas favoritos. Outra maneira é utilizar os livros, como instrumentos de aprendizagem, tornando o estudo mais divertido e interessante.

Apesar de inúmeras tentativas feitas pelos pais, professores e associações, não se interessam pela leitura, pois preferem viver as suas fantasias através de

jogos, da internet e da televisão, onde tudo já está simplificado e não obriga a pensar, os ao sedentarismo físico e psicológico. Apesar de continuamente serem

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me tudo o que seja relacionado com a psique humana pois rmar uma opinião sobre o que me

essar a minha opinião pessoal, dentro

me também valores como a partilha, boa irmã, atenciosa e sempre presente.

Adoro crianças, são puras e lindas (em todos os aspectos). Acho incrível a sua enorme felicidade, inocência e criatividade, presentes em tão pequenos corpos e

ara o resto da minha vida. me tranquilidade e paz de espírito, sem o

estar, receber e dar carinho e sem cores, pois ade em relação a tudo

importantes na minha vida. No geral, não vivo para o passado, mas sim para o presente e futuro, tentando

aproveitar os dias ao máximo e não me deixando abater pelas coisas negativas que me rodeiam. Sou apenas uma pessoa positiva que quer explorar os encantos da vida.

Será que o hábito da leitura se perdeu? Terão os adolescentes noção dos mundos los adquirir este gosto?

Na minha opinião, actualmente vivemos num mundo dominado pela inovação e pela tecnologia. Somos manipulados por estes factores e esquecemo-nos de elementos muito importantes como os livros que fazem (ou deveriam fazer parte) do nosso

Uma das muitas maneiras de captar atenção de um adolescente para a leitura é lhe a conhecer os mundos que se encontram nos livros para que, assim, cada um

e temas favoritos. Outra maneira é utilizar os livros, como instrumentos de aprendizagem, tornando o estudo mais divertido e interessante.

ssores e associações, muitos pois preferem viver as suas fantasias através de

lificado e não obriga a pensar, Apesar de continuamente serem

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colocadas, à disposição dos jovens, inúmeras obras motivadoras, com temas fantásticos, por vezes não serve de muito, pois nem assim alguns membros desta faixa etária lêem.

Em conclusão, é cada vez mais difícil fazer com que alguns adolescentes se interessem pela leitura e usufruam do prazer de ler. Texto 54: SE EU FOSSE UM LIVRO Autor: Bruno Santos, nº 7, 8º B Data de edição: Março 2009

Se eu fosse um livro

Estaria sempre aberto,

À espera que por ti

Fosse descoberto.

Se eu fosse um escritor

Escreveria um livro com prazer,

Para que todas as pessoas do Mundo

O pudessem ler.

Se eu fosse uma caneta

Escreveria sem parar

Todos os teus sentimentos

E tentar-te-ia consolar.

Se eu fosse uma estante

Guardaria todos os teus livros,

Para mais tarde recordares

Todos os teus amigos

Se eu fosse mensageiro

Levaria a tua mensagem

Ao teu querido companheiro.

Se eu fosse um bom amigo

Estaria sempre contigo

Sempre que fosse preciso.

Texto 55: OS ADOLESCENTES E A LEITURA Autor: Ricardo Silva Tavares, nº 22, 10º B Data de edição: Março 2009

Será que os adolescentes lêem muito? A nova geração já não liga muito aos livros, será que é só às novas tecnologias?

Há estudos que realmente demonstram que, cada vez mais, os jovens lêem menos. Contudo, com a implementação de projectos como “Ler mais e escrever melhor” pode-se promover a leitura na escola, de modo a que os adolescentes não se sintam obrigados a ler mas que leiam por gosto e vontade própria. Os especialistas recomendam a leitura, pois estimula a mente e aumenta o conhecimento. Todavia, nos dias de hoje, os adolescentes interessam-se cada vez menos pela leitura, por causa das novas tecnologias. Há jovens que só lêem quando são mesmo obrigados para trabalhos da escola ou algo do género. Contudo, há alguns que têm gosto na leitura e outros. A disposição do leitor perante a leitura é o mais importante.

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Texto 56: OS ADOLESCENTES E A LEITURA Autor: Ana Rita Relvas, nº 5, 10º B Data de edição: Março 2009

Na minha opinião, hoje em dia a leitura não é a principal actividade ou prioridade das pessoas, principalmente dos mais novos. A leitura, de facto, é uma actividade deveras importante. É ela que nos ocupa o tempo livre, nos ensina novo vocabulário e nos permite expandir a nossa imaginação, entre outras coisas. A maioria dos adolescentes não pensa assim pois, para eles, é muito mais interessante jogar computador ou ver televisão. Muitos pensam que ler é aborrecido e que é para bons alunos. Contrariamente, ainda há alguns que apreciam uma boa leitura e não se importam de a realizar durante umas largas horas. Eu própria, inicialmente, não gostava de ler, pois não tinha muita paciência. Até ao momento em que descobri os meus géneros de livros preferidos, nomeadamente romances e livros de psicologia. A partir dessa fantástica descoberta, não dispenso a leitura de um bom livro. No meu ponto de vista, é algo absolutamente extraordinário, pois nós próprios ficamos envolvidos no livro que estamos a ler. Como diz Fernando Pessoa, “ ler é sonhar pela mão de outrem” e só quem é um verdadeiro leitor consegue perceber o real significado desta frase. É pena que não sejam todas as pessoas, mas creio que haverá cada vez mais adolescentes a juntarem-se ao mundo da leitura, aquele que nos faz, realmente, sonhar. Texto 57: OS ADOLESCENTES E A LEITURA Autor: Márcia Almeida, nº 10, 10º A Data de edição: Março 2009

Será que os adolescentes têm mais interesse pela leitura do que pelos jogos? Ou será que os adolescentes se desinteressam pela leitura?

Sob determinado ponto de vista, existe cada vez mais iniciativas para a leitura, ajudando assim os adolescentes a cativar-se mais pelos livros e a interessarem-se pelos mundos reais e mágicos. Noutro ponto de vista, os jogos e muitas outras coisas estão a fazer com que o desinteresse pelos livros aumente e, com a falta de leitura, o vocabulário e a criatividade dos adolescentes diminuía.

Na minha opinião, os adolescentes devem ler, pois é fundamental para a vida e para uma boa aprendizagem, incentivando uma maior cultura e conversas coerentes. Texto 58: A LEITURA NA NOSSA VIDA Autor: Ricardo Araújo, nº 23, 10º B Data de edição: Março 2009

Actualmente, no século XXI, a leitura está presente em muitas pessoas mas noutras não, como na maior parte dos adolescentes. Mas será a leitura importante para os adolescentes?

A leitura é algo que, quer queiramos quer não, está sempre presente no nosso quotidiano. Um jornal, uma revista, tudo isso é leitura e não há como fugir. É importante, na vida dos adolescentes e na de qualquer pessoa, já que nos permite definir a nós próprios. Permite ainda adquirir bastante conhecimento, o qual irá ser útil, ao longo da nossa vida. Quem não tem um familiar que saiu cedo da escola mas que,

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através da leitura, possui uma grande cultura? Ler é uma das bases da vida. É essencial, dado que nos faz sonhar e concretizar metas e sentirmo-nos realizados com isso. Todos sabemos que, quando começamos a ler aquele livro tão desejado, nos sentimos extremamente entusiasmados, como se estivéssemos a viver algo real.

A leitura requer tempo e disponibilidade, mas todos nós podemos arranjar um espacinho, de manhã, de tarde, ou até antes de nos deitarmos, para lermos um pouco. Ler é algo que nós, adolescentes, devemos ter o cuidado de cumprir, visto que nos traz imensas vantagens e que nos vai ser importantíssimo no futuro. Texto 59: O IMPACTO AMBIENTAL NA EUROPA Autor: Alberto Ponces, nº 1, 10º B Data de edição: Março 2009 O impacto ambiental é o efeito causado por qualquer alteração benéfica ou adversa, provocada pelas actividades antrópicas ou naturais no meio ambiente, o que deverá ser controlado para que os seres vivos possam permanecer com vida. Julgo que a ciência e tecnologia, tão avançadas nos dias de hoje, podem contribuir para o aproveitamento superior de recursos e o atenuamento de várias alterações prejudiciais, a nível ambiental. Como exemplo, podemos apontar algumas fontes de desenvolvimento: parques eólicos como o Parque Eólico da Ilha do Porto Santo, na Madeira (esta aposta de Portugal nas energias renováveis levou a que o sector eólico cubra já 8% das necessidades energéticas nacionais em 2007 com 2000 megawatts de potência, estimando-se os 15% em 2010) e a produção de biocombustíveis, atenuando a utilização de combustíveis fósseis (a produção de biodiesel na EU, em 2006 foi superior a 4,8 milhões de toneladas, aumentando 54% relativamente a 2005). No entanto, a contínua utilização de combustíveis fósseis e o aumento de zonas industriais levaram à emissão e consequente concentração de GEE’s na atmosfera, acabando por ajudar a rápida desflorestação, que impede a absorção de CO₂ - o maior causador desta catástrofe que é o Efeito de Estufa. Visando estes factos, a UE tem apoiado dezenas de projectos e conferências como a Conferência de Quioto em 1997, no Japão. Igualmente a extinção de espécies (Hipopótamo Europeu, Cavalo Selvagem, Urso-das-Cavernas, Auroque) tem vindo a preocupar os governos, pela alteração e humanização paisagística e a ameaça à biodiversidade de espécies animais e vegetais. Concluindo, se o Homem continuar com este ritmo de consumo para satisfazer as necessidades actuais, precisará de dois planetas Terra em 2030. É preciso tomar medidas para que a Europa (e o resto do mundo) recupere o que tem vindo a perder, principalmente no início deste novo século, ao nível do ambiente. Texto 60: A JUVENTUDE NA ESCOLA Autor: Miguel Santos, nº 16, Rui Lages, nº 21, 9º E Data de edição: Março 2009

Hoje em dia, os jovens esperam ter uma escola com boas condições, onde haja bons funcionários que os possam ajudar em algumas circunstâncias e, também, bons professores que os ensinem o suficiente para terem um bom futuro, pois a escola é onde nós passamos a maior parte do dia.

A escola espera que os jovens se portem bem, dentro e fora da sala de aula, utilizando o que aprendem, no dia-a-dia, em várias situações.

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Textos 61: POEMAS Autor: João Santos, nº 6, 12º F Data de edição: Março 2009 Dormir Quero dormir. Tenho de dormir. Dormir para descansar. Dormir para esquecer. Dormir para sonhar. Dormir para não sentir, ou para pelo menos sentir paz. Quero descansar desta vida. Quero esquecer esta vida. Quero sonhar outra vida, que não a minha. Quero sentir paz, para não sentir tristeza. Dormir é a minha droga. É com ela que eu esqueço, é com ela que eu descanso, é com ela que eu viajo Para um mundo que não o meu. Mas tenho de acordar, e viver o mais possível porque a vida Não é só dormir, não é só esquecer, mas também lutar, Lutar por alegria, por liberdade. É tão difícil, mas por mais difícil que seja Temos de lutar, temos de nos levantar para enfrentar um novo dia. Mas calma, porque depois poderei dormir outra vez e outra vez e outra vez… Há sempre dois lados Há sempre dois lados da balança para tudo: Amar e odiar, Sofrer e alegrarmo-nos, Companhia e solidão, etc. etc. etc. e ainda mais etc. Contudo, espero ao menos poder dormir mais um bocado e sonhar… Sonhar… Sonhar… Sonhar… Por que não sou eu como Caeiro?

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Por que não sou eu como Caeiro? Calmo, despreocupado, em paz consigo mesmo… Como Pessoa ortónimo, intelectualizo as emoções e não sinto as coisas espontaneamente. Como Reis, tenho medo da velhice e da morte e há vezes em que seria melhor não sentir nada. Como Campos, sinto-me atraído pela civilização e pela modernidade do meu tempo, mas sinto-me também cansado e com saudades da infância. Não me associo a Caeiro: Calmo, despreocupado, em paz consigo mesmo… Se eu fosse assim… Não ter medo de envelhecer, levar a vida sem preocupações… As coisas seriam muito mais simples, ao menos não sofreria tanto como sofro sempre que sofro. Porque não sou eu como Caeiro? Calmo, despreocupado, em paz consigo mesmo… Sonhar Eu adoro sonhar. E é um adorar que eu adoro. Eu simplesmente adoro ter este adorar que eu tenho, De sonhar. Com o sonhar eu vejo e sonho coisas. Sonho coisas que não sou, mas que gostava de ser… Sonho coisas que não tenho, mas que adorava ter… Ao sonhar posso voar nos céus mais altos, Ao sonhar posso nadar nos oceanos mais profundos, e procurar tesouros afundados de antigos piratas, Ao sonhar posso ver o que mais desejo do fundo do meu coração. É tão bom sonhar… Tão bom vaguear nas profundezas da nossa própria mente… Com os sonhos, sinto-me feliz. Com os sonhos, sinto-me preenchido. Há vezes em que eu só queria sonhar e sonhar e sonhar e sonhar ainda mais! E sei que poderei sonhar, enquanto essa vontade arder dentro de mim, e se quiser posso sonhar onde bem me apetecer. Mas não me posso deixar levar, eu sei, tenho de pôr os pés bem assentes na terra, ser consciente, ser uno com a terra, continuar a vida, como quem continua a amar.

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Mas continuarei a sonhar, Sempre que o desejar. Deve ser maravilhoso ser criança Deve ser maravilhoso ser criança. Ou melhor, é, porque eu também fui uma. Pessoas pequeninas e risonhas com nada mais do que inocência, Rindo e brincando como se nada lhes pudesse acontecer, Imaginando como será a sua vida futuramente. Uma diz: “Vou ser bombeiro para apagar os fogos!” Outra diz: “Eu vou ser médico para salvar as pessoas!” E outra diz: “Eu vou ser polícia e prender os mauzões!” É uma coisa miraculosa ver as crianças com esperança no futuro E com a certeza de o alcançar. Enche o meu coração de alegria e de ternura ver as crianças Rindo inocentemente, sem se aperceberem das crueldades e atrocidades do mundo Em que vivem. Fosse eu uma criança outra vez, A correr livremente, a rir e a brincar Como se o dia não tivesse fim. Entregar-me às carícias e ternura da inocência ternurenta. Contudo, esse tempo já não volta, o que enche o meu coração De desilusão e tristeza. Mas contento-me com o facto de me rir alegremente Da inocência das outras crianças e de me rir com elas. Fosse eu, ao menos, como elas: pequeno e alegre… Fosse eu inocente como uma criança… Sinto-me Sozinho Sinto-me sozinho, excluído, abandonado. Ou melhor, nem sempre me sinto assim, Mas há vezes em que sinto que não faço parte da Realidade em que vivo. Posso estar rodeado de pessoas, e elas podem estar a falar, Contudo sinto-me como se não pertencesse àquele momento. Sinto-me como um elemento cinzento num mundo cor-de-rosa E que ninguém olha para mim. É quase como se eu não existisse. E ao pensar que as pessoas pensam que eu não existo, A solidão torna-se avassaladora e só me apetece gritar, Mas não consigo, porque a minha voz fica presa na garganta!

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Se eu ao menos me conseguisse libertar desta prisão, Que parece mais sólida que pedra! Pudesse eu expulsar estes malditos sentimentos, mais persistentes Que lapas! Pudesse eu simplesmente viver com a amizade de outrem, Mas não consigo! No entanto, há vezes em que esse sentimento, de repente, se evapora Como se nunca tivesse existido. Mas depois não é que a besta deste maldito sentimento de clausura volta?! É sempre assim: ora vem, ora volta, ora vem, ora volta… No entanto, por incrível que pareça, este sentimento solitário (ao qual eu acabei de chamar besta) Pode ser um amigo muito precioso. Há momentos em que só quero olhar á minha volta e ouvir o silêncio. É nestes momentos que as minhas ideias se clarificam e posso ordenar os meus pensamentos. Mas a vida é isto mesmo e muito mais: Ou estamos acompanhados, ou estamos sozinhos. Sonhei contigo esta noite Sonhei contigo esta noite. Sonhei que estava numa festa Cheia de riqueza, mas também cheia De gente fútil e arrogante. A sala enorme estava cheia de tons dourados exagerados e de vestidos e fatos dos melhores alfaiates. De repente, apareceste tu, deslumbrante, com um vestido simplesmente lindo, Por instantes não consegui respirar, não consegui pensar. Foi como se o tempo tivesse parado de repente. Comparada contigo, a sala em que estávamos não parecia nada de especial como se tivesses ofuscado a sua beleza. Naquele momento nada mais importava, Era como se mais ninguém estivesse lá para além de nós dois. Pedi-te a próxima dança, Tu, encantada, aceitaste e dançámos e dançámos numa noite que parecia Não ter fim. Não havia palavras para descrever aquele momento, Éramos só nós e a música, numa harmonia perfeita, Que eu não me atrevi a quebrar. E enquanto a noite prosseguia e nos olhávamos como só duas pessoas apaixonadas se podiam olhar, Continuávamos a dançar imersos num amor Que ninguém conseguia quebrar. E dançávamos, dançávamos e dançávamos…

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Texto 62: AS AVENTURAS DA ANDORINHA Autor: Júlio Portela, nº 19, 8º C Data de edição: Março 2009

Num dia de Primavera, num jardim que ficava no centro da cidade, uma senhora contemplava os sorrisos, a alegria, a felicidade das crianças a correrem pelo jardim.

Num bebedouro encontrava-se uma andorinha a refrescar-se naquela tarde de Primavera. A andorinha reparou naquela senhora. A senhora estava só, mas sentia-se alegre por ver os outros felizes.

A andorinha pousou no banco, onde estava sentada a senhora. A senhora olhou para a andorinha e sorriu-lhe com um ar amável, como se fosse uma criança a sorrir para a sua mãe. A andorinha decidiu falar com a senhora:

-Boa tarde! Porque está aqui sozinha numa tarde tão bela? -É assim que gosto de passar as tardes, em casa não posso contemplar esta alegria

e não gosto nada de estar fechada - respondeu a senhora. -Eu estou sempre a viajar de país em país! – acrescentou a andorinha. Foi então que a senhora explicou à andorinha que o seu marido tinha morrido ainda

novo, por isso não tinha tido a oportunidade de viajar para outros países. A andorinha escutou a história com atenção e, para confortar aquela sua nova

amiga, contou-lhe as aventuras que tinha tido nas suas viagens. A senhora estava ainda mais alegre que o costume. O tempo foi passando e começou a escurecer, por isso ambas se despediram, mas todos os dias se encontravam ali para conversarem.

A senhora vivia estas histórias, imaginando-se no local onde tinham acontecido, como se tivesse sido ela a vivê-las uma a uma.

Afinal, a senhora e a andorinha eram tão parecidas! Texto 63: UM GATO E UMA ANDORINHA Autor: Daniela Telo, nº 9, 8º C Data de edição: Março 2009

Era uma vez um gato, com um coração mau e cruel, que um dia conheceu uma andorinha amorosa, num bosque, num dia de Primavera. O gato, ao olhar para a andorinha, apaixonou-se logo por ela. Eles começaram a falar e a andorinha começou também a gostar dele. O gato pediu a andorinha em casamento. Mas ela não aceitou porque sabia que existia uma lei das andorinhas, que dizia que não era permitido um casamento de um gato com uma andorinha.

Foi para a sua árvore e deitou-se no seu ninho a chorar. Logo de manhãzinha acordou e foi falar com o gato. Ela disse-lhe que não se podia

casar com um gato por causa da lei das andorinhas. O gato ficou muito deprimido. Quando chegou o Inverno, o gato recebeu uma notícia que o magoou muito: soube

que a andorinha ia-se casar com um pardal do bosque. Todos os animais do bosque foram ao casamento da andorinha, menos o gato. O gato, desesperado, resolveu ir ao encontro do lobo. Procurava uma solução no

meio da sua tristeza: já não queria viver sem a sua amada andorinha.

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Texto 64: O AMOR Autor: Joana Pinto, nº 14, 8º C Data de edição: Março 2009

Era mais outro dia frio de Inverno. Um pobre menino caminhava sozinho, numa rua da cidade, coberta de neve e luzes de Natal cintilantes, pois o Natal estava a chegar.

O menino tinha seis anos, mas não sabia o seu nome, quem eram os seus pais e o verdadeiro significado do Natal. O rapazinho andava a pedir esmola de porta em porta, porque já não comia há dois dias e estava cheio de fome.

Em todas as portas das casas em que batia, as pessoas, ou não abriam a porta com medo, ou diziam que ele deveria ir trabalhar, ignorando a sua idade. Sem êxito, o menino foi dormir para um prédio abandonado e, para ficar um pouco mais quente, envolveu-se em jornais.

De manhã, o rapaz voltou a ir pedir às portas. Ao chegar a uma bonita casa pediu dinheiro e os moradores, que eram um casal sem filhos, perguntam-lhe sobre a sua vida e depois de ouvirem a triste história da vida do menino, e com pena, convidaram – no para entrar. O rapaz, envergonhado, entrou devagarinho e sentou-se numa cadeira, enquanto a dona da casa, a Margarida, fazia o almoço. O Tiago, o marido de Margarida, sentou-se à beira do menino e começou a falar com ele. Depois de já terem conversado um bocadinho, o Tiago disse-lhe que ele deveria ter um nome. Discutiram vários nomes e o nome escolhido foi "Amor".

Depois de Amor ter almoçado e conversado com os donos da casa, os donos decidiram adoptá-lo. Passados dez dias o Amor já fazia parte da família.

Quando chegou o Natal, o Amor ficou muito admirado com tudo e percebeu o seu significado. O Amor teve uma feliz vida com os seus novos e únicos pais que conhecera. Texto 65: UMA ÁRVORE MUITO ESPECIAL Autor: Ivo Ribeiro, nº 11, 8º C Data de edição: Março 2009

Era uma vez um rapaz chamado Gilberto, que nunca tinha visto uma árvore. Gilberto vivia apenas com o pai. A mãe tinha falecido e o resto da família vivia em locais muito distantes. O filho era a companhia do pai. Eram parecidos: o pai, com a idade, tinha perdido o cabelo e o seu filho também não tinha cabelo, por causa de um problema de saúde. Eles viviam num prédio, com imensos andares e com uma arquitectura totalmente diferente da que vemos agora, na nossa cidade, na nossa rua, pois eles viviam no ano 3009 e tudo era diferente. A natureza, que o filho nunca tinha visto, tinha desaparecido. O pai contava ao filho as histórias sobre o passado, que passavam de geração em geração. O filho ficou curioso e queria muito ver coisas do passado. O Gilberto nunca pedia nada ao pai, apenas queria ver, sentir, cheirar e ouvir tudo o que era natureza: o mar, o rio, a relva, as árvores e os animais selvagens, tudo aquilo de que o pai lhe falava. No dia de aniversário de Gilberto, o pai levou-o a um sítio onde havia um lago e uma única árvore, pequena e com poucas folhas, mas que era especial porque era a única árvore que havia. O pai e o filho levaram a árvore para sua casa e plantaram-na. Desde esse dia, o problema do filho desapareceu, por incrível magia.

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Texto 66: CALOR DE INVERNO Autor: Marta Lopes, nº 23, 8º C Data de edição: Março 2009

Era Inverno, a estação do ano mais fria e bonita para a cidade tinha chegado. A cidade era grande. De dia o sol iluminava os jardins floridos e verdes das casas e o interior dos edifícios. Mas agora, no Inverno, a neve cobria os jardins das casas, deixando-os com a mais bela tonalidade: da paz. De noite, a cidade fazia lembrar uma enorme constelação, cheia de luzes e brilhos que encontravam qualquer um que por ali passasse. Mas agora, no Inverno, para além de iluminarem a escuridão da noite, as luzes deixavam sobre a neve as sombras dos bonecos de neve que durante o dia as crianças daquela cidade se entretinham a fazer. Havia só uma criança, um menino, que não se entretinha a fazer bonecos de neve, porque não tinha tempo para brincar, um menino que não se ria, que não era feliz porque tinha fome. E agora, à noite, ali, numa rua, esse menino pedia esmola. Embora essa rua estivesse movimentada, iluminada e com um ambiente agradável, aquele pobre menino sentia que estava sozinho, numa rua escura e sombria à espera de uma pequena esmola para poder comprar um simples pão para levar à boca.

- Queres comer? – perguntou uma senhora já de idade, ao menino. - Tens frio? – perguntou a senhora, ao mesmo tempo que lhe dava um bolo. O menino não respondeu. -Chamo-me Glória. E tu rapazinho? Como é o teu nome? A senhora não desistiu e, mesmo sem resposta, Glória ficou a conversar com o

rapazinho a noite toda. Depois dessa noite, outras noites iguais se seguiram, mas, nas noites seguintes, o

menino já falava com a senhora como se fossem neto e avó. O menino começou a ser feliz.

Uma noite, Glória não apareceu. E o menino ficou com fome. Na noite seguinte a história repetiu-se e o menino, ao ouvir uma conversa na rua apercebeu-se que a sua amiga tinha falecido. Em segundos, toda a sua felicidade desaparecera. E ali, naquela noite de inverno, o menino jurou que ia sair da rua e que ia voltar a sorrir tal como Glória o tinha ensinado. Texto 67: A TEIA DO TEMPO Autor: Mafalda Gomes, nº 15, 11º E Data de edição: Março 2009

Tenho saudades do tempo em que as palavras que ele lhe dizia vinham do mais profundo do seu ser. Não era a boca que falava, mas o coração – máquina, como os antigos lhe chamam – chamar-lhe-ei o mecanismo da vida, do amor. As palavras que não eram somente palavras, mas verdades. Sentimentos que transcendiam as próprias letras, o próprio articular das sílabas… era a voz do coração. E agora? Agora parecem-me velhas, usadas, sem impacto, já não são o doce e raro néctar que da “máquina” jorrava. São apenas palavras, somente palavras. O sentimento já não está subentendido, assim como a veracidade, assim como a intensidade do verdadeiro amar.

Tenho saudades dos dias em que ele lhe trazia flores, pois vinham carregadas de vida, de sentimento. Podiam ser brancas, roxas, vermelhas… rosas, cravos, girassóis,

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malmequeres… que importava? Eram flores que não se limitavam a cantar a natureza, a emanar o aroma dos deuses ou a adornar longos e belos cabelos. Eram flores. E hoje? Hoje parecem fantasmas do que um dia foram. O mundo mergulhou na sombra, tudo me parece menos vivo, menos cheio de cor. E aquelas flores já pouco são – apenas matéria, apenas células vegetais, apenas seiva, apenas clorofila… são flores compradas e vendidas a cada esquina.

O que mudou? Porque mudou? Quanto tempo passou? Porque tinha ele de se desenvolver ao ponto de esquecer as coisas verdadeiramente importantes? Perdeu-se neste mundo de grandes estradas betonados, no trivial, na agitação da vida citadina, das gentes vazias, das conversas tão e demasiado ocas... para quê trocar os sentimentos de outrora pela realidade de plástico em que nos afogamos voluntariamente? A meu ver, nada ganhou, mas está como que envolto num véu escuro que nada lhe permite enxergar.

O peso dos anos cobrou o seu quinhão; apagaram-lhe o sentido, o caminho e o brilho tão singular. Tal como a fruta em decomposição, que vai arrastando consigo toda a vida do que a circunda, com o Homem acontece exactamente o mesmo. As gentes apagam-lhe o sentido, adulteram-lhe a alma, destroem-lhe a autenticidade, a doce ingenuidade e a pureza.

Hoje ele é apenas mais um rosto da multidão sombria. Mais um rosto condenado à vulgaridade, à ausência de personalidade… ao vil destino. Não mais o menino dos sonhos sem fim, descobrindo o mundo a cada acordar, respirando com a mesma esperança como se do primeiro respirar se tratasse. Não mais o menino que queria mudar o mundo, desbravar florestas, desvendar mistérios, conquistar o vento – não mais o menino que queria amar.

Vive agora apenas na memória dos dias que foram, presente somente nas teias de outrora, nos sonhos de que tal não passarão. Vive nos livros, nos sonetos, na poesia viva… aprisionado. O tempo continuou e continuará a seguir o seu curso, ininterrupto, indiferente, passando por tudo e por todos. E a inocência perdida para trás ficou, cega e incapacitada.

Enterram-se valores essenciais. Somos engolidos pelo tempo que nada perdoa. E eu? Sou esquecida para sempre nestas linhas, que são o único testemunho de que alguma vez aquelas flores foram vivas e que aquele menino alguma vez existiu. Amou. Textos 68: SILÊNCIO e SENTIDO: NENHUM Autor: Ana Maria Santos, nº 4, 11º E Data de edição: Março 2009

Silêncio que se vai cantar o lamento

Somos um povo que se lamenta desde sempre – é o fado e a saudade – ao relembrar como fomos quase donos do mundo e afins. Todos sabemos enumerar o que falta e o que devia ser feito, mas quando se trata de fazer, todos perdem a vontade.

Lamento dizer que somos os dorminhocos da União Europeia porque tivemos o que precisámos nas mãos e deixámos isso fugir. Infelizmente na actualidade somos, de certa forma, carentes porque estamos à espera que os outros nos resolvam as dificuldades e, quanto mais nos dão, mais queremos que nos dêem. Falta-nos o espírito de iniciativa lutador e apaixonado; vencer a preguiça.

Depois, julgo que há uma certa confusão de prioridades na nossa acção empreendedora. Começamos pelo menos urgente. Investe-se em obras e projectos que

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auxiliam umas centenas e engrandecem umas poucas dezenas (o Sr. Dr. Eng.º, o Sr. Presidente Y, …); é importante construir a linha para o TGV, podendo a modernização das escolas e hospitais públicos ficar para depois. Valha-nos o Magalhães! Bem que se metem empresas privadas pelo meio, que investem naquilo que querem, mas os nossos dirigentes acabam por ir na conversa do vigário.

É preciso autonomia. Isso e acordar para os problemas. Sentido: nenhum O problema da sociedade actual é extremamente simples e incompreensivelmente

complexo: as pessoas vivem para ter e possuir e quando têm, já perderam todo o amor por isso.

A meu ver, ninguém sabe bem o que quer. De outra forma, não sei como explicar esta insatisfação constante, a neurose do final do dia e do domingo, a existência atarantada e sem objectivos.

Estou frequentemente a ouvir aquela tese que não tem ponta por onde se lhe pegue: hoje somos mais evoluídos, temos maior conforto nos nossos lares, uma maior gama de produtos à nossa disposição, resumidamente: temos mais e melhor.

Temos também mais debilidade emocional, pessoas a jantarem sozinhas com uma televisão, crianças que parecem adultas e adultos que parecem crianças, mais Prozac e consultas psiquiátricas. Absolutizou-se tudo, e todos andam confusos.

Lembro-me do diálogo entre a Alice e o gato às riscas no filme da Disney, “Alice no País das Fadas”, em que ela lhe pergunta o caminho e ele a interroga para onde quer ir. Ela diz que não sabe e então o gato afirma calmamente, “Se não sabes para onde queres ir, não importa para onde vais.”

Hoje as pessoas vivem melhor do que viviam há vinte ou trinta anos atrás, porque têm bens materiais que, hipoteticamente, lhes garantem a felicidade. O problema é que se perdem, como a Alice, e não sabem qual é o seu objectivo de vida.

Texto 69: A MINHA INFÂNCIA Autor: Sara Aguiar, nº 17, 11º E Data de edição: Março 2009

Lembro a minha infância como se fosse hoje... Como era a minha rotina antes de ir para a escola e dos momentos que lá passei... Tudo o que fiz e as amizades que criei. Tenho muitas saudades desse tempo...

Talvez por isso é que quero relembrar o passado. Ainda me recordo dos cheiros mágicos que sentia quando brincava no pátio da escola e das brincadeiras de criança que fazia com os meus amigos. Lembro-me do som desagradável e agudo que a campainha velha e já desgastada fazia quando chegavam as "malditas" 10:00 horas, e da pressa que tinha em chegar à sala de aula a tempo... Recordo-me da minha professora dar aulas a 4 anos de escolaridade diferentes, na mesma sala, ao mesmo tempo e quando chegavam as 15:00 horas, o tão aguardado momento em que, finalmente podíamos voltar para casa sem qualquer tipo de preocupações... Eram, sem dúvida, bons tempos, apesar de não lhes ter dado o devido valor na altura, talvez por ser ainda uma criança.

Acordo finalmente do meu sonho. Volto à realidade e concluo que, hoje em dia, as coisas não mudaram muito. Quando passo em frente de uma escola primária, vejo crianças a fazerem o mesmo tipo de brincadeiras e vejo o mesmo sorriso nos seus pálidos rostos. Apenas os cheiros são diferentes... Hoje, sente-se o cheiro do petróleo, de

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gazes, da guerra, do sofrimento, da pobreza e da fome. Procuro melhor. Tento ver o que mudou de ontem para hoje... Constato que hoje

as crianças de 9 anos são ensinadas a roubar e a terem uma linguagem rude. Em vez de trocarem cromos e fazerem os tradicionais joguinhos de criança, limitam-se a jogar Pokemon nos seus Game Boys durante todo o intervalo.

Agora, entro às 8:15 horas, e saio às 18:30 horas. Os tais "joguinhos de criança", só os faço em Educação-Física e aprendi a chamá-los "jogos tradicionais". Quando chegam as 18:30 horas, vou para casa a pensar como será o dia seguinte, em todos os problemas e em tudo o que tenho de estudar e decorar para os testes e exames, tentando relaxar enquanto sinto a suave brisa da noite... Sim, porque agora às 18:30 horas já é de noite.

Tenho saudades... muitas saudades da minha infância. Texto 70: PALAVRAS DOS MENINOS Autor: Mafalda Gomes, nº 15, 11º E Data de edição: Março 2009

São palavras dos meninos

São sonhos de pássaro livre e de brisa marítima São corações perdidos

Nas palavras dos meninos Pulsando seguidos... aturdidos São as palavras que voam

Na boca dos homens Nas mãos gretadas dos navegantes

Pioneiros do sonhar São pedaços de mim

As palavras dos meninos Doce viagem essa, a das crianças no sonhar

São os desejos doces dos meninos Que aprendem a amar...

Texto 71: NÃO FOI LOUCURA Autor: Mariana Baptista, nº 21, 8º C Data de edição: Março 2009

O Sol afundava-se lentamente na linha do horizonte, por entre galhos secos e desfolhados nas árvores e o aroma das flores. Nesse dia, depois do médico deixar a propriedade silenciosamente e apesar dos olhares preocupados das suas criadas em quem tanto confiava, a única vez que disse algo foi para pedir que a levassem até ao jardim e a deixassem a sós, virada para o relvado florido pelas mais variadas e coloridas pétalas. Havia ficado ali, quieta, pensando na vida que havia levado. Nascidas em tempos difíceis de guerra, numa família abastada, cedo havia ingressado num colégio privado. Recordou-se do momento mais belo da sua vida, o dia em que se apaixonara. E acima de tudo, lembrava-se nitidamente do campo pinto do vermelho das papoilas, o branco das cruzes erguidas desorganizadamente ao longo da sua extensão; um campo impregnado das lágrimas dos que ficaram. «Aos soldados corajosos que perderam a vida pela pátria. Nunca nos esqueceremos». Mas sem dúvida,

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a memória mais marcante fora a visão do camião em aproximação, os gritos aterrorizados e por fim o rosto do médico quando acordara do coma. Não sentia as pernas e mesmo antes de lhe dizerem, sabia que nunca mais voltaria a andar. Observou uma andorinha a deslizar suavemente pelos céus, beijando as flores à sua passagem, numa dança que parecia encarnar uma melodia de extrema graciosidade e elegância. Fechou os olhos, imaginou-se uma ave a percorrer lugares mágicos: desde o oriente onde habitam as pessoas de olhos rasgados até às praias de águas transparentes e arenais limpos com quilómetros de extensão. Atravessou mares, viu o Sol nascer por entre ondas que seguiam até ao horizonte. Viu as celebrações de povos tribais e a alegria de uma criança ao receber um doce por se ter portado bem. Seguiu o desenlace de um romance e, por fim, ao abrir os seus olhos, sentiu as lágrimas a escorrerem.

A andorinha havia desaparecido e o Sol ameaçava retirar-se por completo. Chamou as criadas, que vieram a correr, julgando o pior. Sorriu e gritou-lhes que havia encontrado o significado da sua vida, apontou para o céu e disse alto e bom som “a vida não é para ser vivida numa cadeira de rodas”. Apoiou-se nos braços da cadeira e, antes que as criadas a pudessem impedir, impulsionou-se para a frente em direcção ao Sol que desaparecia nesse momento. Loucura, dissera, devia ser da idade. Mas ela havia de discordar se os ouvisse. Diria, “não foi loucura, foi felicidade”. Texto 72: O ENCANTO DAS FLORES E DAS ÁRVORES Autor: Ivo Amaro, nº 13, 8º C Data de edição: Março 2009

Era uma vez, num futuro distante, um pai que vivia e cuidava do seu filho. A cidade

onde viviam estava coberta de arranha-céus, pontes, monumentos e de centros comerciais, onde a maioria das pessoas passava o dia. O ar da cidade era muito poluído por causa das fábricas e dos barcos petroleiros, que chegavam ao porto da cidade. Não existiam carros, mas sim naves que sobrevoavam a cidade,

O pai trabalhava numa empresa de computadores. Ele já tinha uma certa idade ainda era do tempo em que havia largos cobertos de flores e parques cheios de árvores. Quando o filho se deitava para dormir o pai contava-lhe sempre histórias de flores, de árvores, prados verdes e o filho ficava deslumbrado. Então o pai prometeu-lhe que um dia o levaria a um lugar onde ainda havia árvores e flores. Chegou o dia esperado.

Foram muitas horas de caminho até chegar ao desejado destino. Quando aterraram, o pai chamou o filho, que estava a dormir. O filho saiu para fora e.... disse que aquela paisagem e ambiente eram perfeitos, tal como o pai lhe contara. O filho gostou tanto que pediu ao pai para viver lá, e foi isso que aconteceu. O seu pai vendeu a casa da cidade e construiu uma nova naquele lindo largo cheio de árvores e flores que o filho tanto adorava.

Texto 73: HISTÓRIAS DE UMA ANDORINHA Autor: Rita Amorim, nº 5, 8º C Data de edição: Março 2009

Estava um dia de Primavera fantástico. Desde que a Primavera começara nunca se

tinha visto um dia tão belo: cheio de luz, reflexos e brilhos. Num jardim, com muitas

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árvores, na sua maioria grandes carvalhos, encontrava-se sentada num banco uma senhora velhinha. Essa velhinha estava a apreciar um ninho de andorinhas, que tinha sido feito por baixo da varanda de uma casa. Pensava como é que aquelas pequenas árvores, pretas e brancas, podiam já ter voado até tão longe em busca da sobrevivência. Até que resolveu chamar: “Andorinha, Andorinha, vem aqui por favor! Quero falar contigo, Andorinha!”.

Uma andorinha que estava a sair do ninho desceu a pique para ir ter com a velhinha. Pousando no braço do banco, olhou para ela e disse-lhe:

- Olá, ouvi-te chamar. O que me queres dizer? - Olá, bela andorinha! Ainda bem que desceste. Eu estava a olhar para o teu ninho

e pensei que talvez uma de vocês me pudesse falar dos países e das terras por onde já passaram. Importas-te?

- É claro que não, eu adoro falar sobre as minhas viagens! Bem, eu ainda só viajei a dois locais muito diferentes. O primeiro local era uma terra de riqueza, onde as pessoas andavam muito bem vestidas, com roupas caras de marca. As jóias deviam ser muito poderosas porque conseguiam prender as pessoas a elas. Havia prédios com 30 andares e prédios cheios de luzes a piscar. Havia mendigos na rua a tentar a sua sorte, mas nada conseguiam porque as pessoas ricas para os pobres nada têm… Sinceramente não gostei muito de ir a essa terra porque tantas luzes e confusão me fez mal.

- Até fiquei cansada só de te ouvir… E a segunda terra como era? - A segunda terra era totalmente diferente. As pessoas andavam pobremente

vestidas, algumas até sem roupa. E jóias? Se lhes perguntassem o que isso era, eles não saberiam o que responder! Não havia prédios mas sim construções circulares feitas nume espécie de barro com palha a fazer de telhado. O chão era em terra batida e as pessoas andavam descalças. Para comerem tinham de ir caçar e corriam o risco de morrer. As crianças eram magras e tinham os ossos todas à mostra. Não sabiam ler nem escrever e tinham os rituais estranhos, que eu nunca tinha visto. Muitas crianças e adultos tinham muitas doenças incuráveis e mais tarde ou mais cedo iriam acabar por morrer…

- É muito triste ouvir isso! – disse a velhinha. – É muito triste, ainda por cima sabendo que há terras como a primeira, cheias de riqueza.

De repente, ouviu-se outra andorinha a falar: - Anda, está na hora de irmos procurar comida! - Já vou, já vou! – disse a andorinha. - Pronto, minha bela andorinha, a nossa conversa vai ter de chegar ao fim, mas eu

amanhã volto para podermos falar mais um bocado. - Muito bem, fico então à tua espera, amanhã, aqui. - Até amanhã, andorinha! - Até amanhã, companheira! E assim cada uma seguiu o seu caminho: uma para casa e a outra em busca de

sobrevivência. O caminho era o mesmo de sempre, mas nenhuma era exactamente igual.

Texto 74: UMA CRIANÇA QUE ENCONTROU ALGUÉM Autor: Inês Leal, nº 10, 8º C Data de edição: Março 2009

Num dia frio e gelado de Inverno, enquanto caía neve fofa e leve como algodão, uma criança pobre, chamada Isabel, estava sentada no chão de uma rua de Nova Iorque. Ela sentia-se sozinha e solitária, naquele mundo que ela nem sequer conhecia. Isabel

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tinha-se perdido há muito tempo atrás num aeroporto, quando ia viajar com a sua mãe para fora do país.

Nesse dia de Inverno, Isabel estava a pedir esmola, enquanto comia um pequeno pão. Nesse dia, ela não estava com muita sorte, porque ninguém passava na rua. Até que Isabel vê alguma coisa, mas quando se apercebe que é um cão fica desiludida pois este não lhe pode dar nenhuma esmola, Isabel começou a mandar o cão embora, mas ele insistia que não queria sair dali. Depois de algumas tentativas, Isabel desistiu e ficou com o cão dando-lhe o nome de “Tobias”. Depressa Isabel se apercebeu que Tobias lhe dava uma certa segurança e conforto. Com o dinheiro que tinha, Isabel foi comprar comida para Tobias e rapidamente se afeiçoou a ele, ficando muito amigos.

Mais tarde, um homem aproximou-se de Isabel, olhou-a com um ar de pena e deu-lhe algum dinheiro. O homem, chamado Joaquim, esteve a falar com ela durante um longo período de tempo. Assim, Joaquim começou a afeiçoar-se a ela, prometendo-lhe que mais tarde viria buscá-la para ir para casa dele.

Quando o homem voltou, Isabel ficou muito contente pois pensava que Joaquim nunca mais voltaria. Antes de começarem a andar, Isabel perguntou se podia levar o cão e o senhor Joaquim disse que não. Isabel disse que não ia sem Tobias e assim o senhor Joaquim teve de aceitar Tobias.

Já em casa de Joaquim, na cama, Isabel ficou muito feliz por haver pessoas capazes de fazerem aquilo que o senhor Joaquim tinha feito por ela.

Texto 75: O MENINO QUE NUNCA TEVE CARINHO Autor: Pedro Esteves, nº 25, 8º C Data de edição: Março 2009

Era uma vez uma criança pobre que dormia num colchão, numa entrada de um prédio na cidade. O colchão era a sua casa, passava lá todas as noites. Aquilo que tinha era coisas já usadas, que ele encontrava no lixo, ou o que as pessoas lhe davam. Antes de adormecer, pensava como seria a sua vida, com uma família. Sonhava um dia ter o carinho de uma mãe e de um pai, que nunca conhecera.

Ele levantava-se com o sol e deitava-se no início da noite. Ele ia todos os dias para o centro da cidade a pé, pedir esmola e demorava algum tempo até lá chegar. Quando arranjava dinheiro, ia comer a sua primeira refeição num café perto de onde estava. As pessoas do café já o conheciam e às vezes até lhe ofereciam as refeições, ele gostava muito delas. Depois de mais um dia cansativo voltou para casa, mas estava a chover tanto que preferiu ir para outra porta de um prédio onde não chovia.

No dia seguinte, foi mais uma vez para o centro da cidade, e em vez de se sentar a pedir esmola como fazia todos os dias, foi pedindo enquanto caminhava.

Até que encontrou uma pessoa que parecia conhecê-lo mas ele não sabia quem era, pois nunca a tinha visto. Essa pessoa explicou-lhe que era sua tia e que o conhecia desde bebé. Falou-lhe de algumas pessoas da sua família, incluindo o pai e a mãe, o que, por fim o fez recordar. A tia levou-o para sua casa, e adoptou-o. Ele passou a viver com ela, com o tio e com os seus dois primos, que por acaso eram pouco mais velhos que ele. Foi para a escola onde os primos andavam e fez algumas amizades. A tia dava-lhe o carinho que nunca tinha tido. Aquela criança sentia-se feliz.

Mas este menino infelizmente não é o único a viver na rua, há muitos que não sabem o que é ter uma família…

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Texto 76: A VELHINHA E A ANDORINHAAutor: Catarina Castro, nº 7, Data de edição: Março 200

Era uma vez uma velhinha que, quando chegava a Primavera, ia sempre com o marido, passear a um belo jardim. Era uma velhinha simples, simpática e sempre com muito para contar, pois no passado viajara muito com o seu marido. Mas agora já não viajava, seu marido tinha morritodos os anos, por volta do dia 21 de Março, se enchia de cor e brilho. Flores de todas as cores e feitios nasciam no verde que cobria a terra, perto de um lago que parecia, todo ele, feito de diamantes.

Todos os dias, a velhinha lá ia sozinha para o jardim. Sentavaolhando para o chão com um grande sorriso, parecendo que estava a contar a sua vida, as suas histórias, as suas tristezas, as suas alegrias, a alguém que estava ali, sempre à sua frente. Mas não estava lá ninguém para a ouvir, e por vezes ela sentianão ter, na realidade, alguém que a ouvisse.

Certo dia, apareceu no jardim uma andorinha muito bela, que também teria viajado muito, mas que agora, tal como a velhinhamuito especial pois conseguia comunicar com os humanos. Logo que avistou a velhinha naquele jardim com um olhar feliz, mas que ao mesmo tempo parecia triste, a andorinha decidiu ir falar com ela.

Quando a velhinha a ouvpudesse estar a falar com ela, só ali estava a andorinha, que de seguida lhe fez sinal para que ela se apercebesse de quem estava a falar com ela. Assim que a velhinha se apercebeu falou com a andorinha

- Quem és tu? Como consegues falar comigo? Será que sou eu que já estou a imaginar coisas?

- Sou uma andorinha. Estou aqui para te fazer companhia andorinha, acalmando a velhinha.

A velhinha ia falando com a andorinha, embora acacontecer era muito estranho, mas afinal a andorinha era a sua única companhia e, era com quem ela podia partilhar toda a sua vida. E no meio de tantas conversas, a velhinha percebeu que a história de vida da andorinha era muito pacontou todas as suas histórias pelo mundo, por onde tinha passado, aquilo que tinha conhecido, e contou ainda com muito entusiasmo que o sítio mais bonito onde tinha estado era Paris, uma terra onde, disse ela, em cada canto h

E assim passavam os dias, a andorinha e a velhinha, naquele jardim, contando histórias que fascinavam qualquer pessoa. Todos os dias, agora, a velhinha tinha com quem falar, já não se sentia sozinha, pois na presença de uma andofala ninguém se sente sozinha.

A VELHINHA E A ANDORINHA Catarina Castro, nº 7, 8º C

2009

velhinha que, quando chegava a Primavera, ia sempre com o marido, passear a um belo jardim. Era uma velhinha simples, simpática e sempre com muito para contar, pois no passado viajara muito com o seu marido. Mas agora já não viajava, seu marido tinha morrido, mas ela caminhava a desfrutar do belo jardim que, todos os anos, por volta do dia 21 de Março, se enchia de cor e brilho. Flores de todas as cores e feitios nasciam no verde que cobria a terra, perto de um lago que parecia, todo

Todos os dias, a velhinha lá ia sozinha para o jardim. Sentavaolhando para o chão com um grande sorriso, parecendo que estava a contar a sua vida, as suas histórias, as suas tristezas, as suas alegrias, a alguém que estava ali, sempre à sua frente. Mas não estava lá ninguém para a ouvir, e por vezes ela sentianão ter, na realidade, alguém que a ouvisse.

Certo dia, apareceu no jardim uma andorinha muito bela, que também teria viajado muito, mas que agora, tal como a velhinha estava envelhecida. A andorinha era muito especial pois conseguia comunicar com os humanos. Logo que avistou a velhinha naquele jardim com um olhar feliz, mas que ao mesmo tempo parecia triste, a andorinha

Quando a velhinha a ouviu, ficou muito atrapalhada, pois não via ninguém que pudesse estar a falar com ela, só ali estava a andorinha, que de seguida lhe fez sinal para que ela se apercebesse de quem estava a falar com ela. Assim que a velhinha se apercebeu falou com a andorinha dizendo:

Quem és tu? Como consegues falar comigo? Será que sou eu que já estou a

Sou uma andorinha. Estou aqui para te fazer companhia andorinha, acalmando a velhinha.

A velhinha ia falando com a andorinha, embora achasse que o que estava a acontecer era muito estranho, mas afinal a andorinha era a sua única companhia e, era com quem ela podia partilhar toda a sua vida. E no meio de tantas conversas, a velhinha percebeu que a história de vida da andorinha era muito parecida com a sua. A andorinha contou todas as suas histórias pelo mundo, por onde tinha passado, aquilo que tinha conhecido, e contou ainda com muito entusiasmo que o sítio mais bonito onde tinha estado era Paris, uma terra onde, disse ela, em cada canto havia uma coisa a descobrir.

E assim passavam os dias, a andorinha e a velhinha, naquele jardim, contando histórias que fascinavam qualquer pessoa. Todos os dias, agora, a velhinha tinha com quem falar, já não se sentia sozinha, pois na presença de uma andorinha viajadora e que fala ninguém se sente sozinha.

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velhinha que, quando chegava a Primavera, ia sempre com o marido, passear a um belo jardim. Era uma velhinha simples, simpática e sempre com muito para contar, pois no passado viajara muito com o seu marido. Mas agora já não

do, mas ela caminhava a desfrutar do belo jardim que, todos os anos, por volta do dia 21 de Março, se enchia de cor e brilho. Flores de todas as cores e feitios nasciam no verde que cobria a terra, perto de um lago que parecia, todo

Todos os dias, a velhinha lá ia sozinha para o jardim. Sentava-se num banco, olhando para o chão com um grande sorriso, parecendo que estava a contar a sua vida, as suas histórias, as suas tristezas, as suas alegrias, a alguém que estava ali, sempre à sua frente. Mas não estava lá ninguém para a ouvir, e por vezes ela sentia-se triste por

Certo dia, apareceu no jardim uma andorinha muito bela, que também teria estava envelhecida. A andorinha era

muito especial pois conseguia comunicar com os humanos. Logo que avistou a velhinha naquele jardim com um olhar feliz, mas que ao mesmo tempo parecia triste, a andorinha

iu, ficou muito atrapalhada, pois não via ninguém que pudesse estar a falar com ela, só ali estava a andorinha, que de seguida lhe fez sinal para que ela se apercebesse de quem estava a falar com ela. Assim que a velhinha se

Quem és tu? Como consegues falar comigo? Será que sou eu que já estou a

Sou uma andorinha. Estou aqui para te fazer companhia – tentava dizer a

hasse que o que estava a acontecer era muito estranho, mas afinal a andorinha era a sua única companhia e, era com quem ela podia partilhar toda a sua vida. E no meio de tantas conversas, a velhinha

recida com a sua. A andorinha contou todas as suas histórias pelo mundo, por onde tinha passado, aquilo que tinha conhecido, e contou ainda com muito entusiasmo que o sítio mais bonito onde tinha

avia uma coisa a descobrir. E assim passavam os dias, a andorinha e a velhinha, naquele jardim, contando

histórias que fascinavam qualquer pessoa. Todos os dias, agora, a velhinha tinha com rinha viajadora e que