DIFERENTES TIPOS DE ENXERTOS ÓSSEOS PARA...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA DIFERENTES TIPOS DE ENXERTOS ÓSSEOS PARA LEVANTAMENTO DO SEIO MAXILAR: REVISÃO DE LITERATURA MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO Hugo Felipe Ferreira Cuelho Henrique Bromberger Frós Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

DIFERENTES TIPOS DE ENXERTOS ÓSSEOS PARA LEVANTAMENTO DO SEIO MAXILAR: REVISÃO DE

LITERATURA

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO

Hugo Felipe Ferreira Cuelho Henrique Bromberger Frós

Santa Maria, RS, Brasil 2015

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DIFERENTES TIPOS DE ENXERTOS ÓSSEOS PARA

LEVANTAMENTO DO SEIO MAXILAR: REVISÃO DE

LITERATURA

Hugo Felipe Ferreira Cuelho Henrique Bromberger Frós

Monografia apresentada ao Curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para

obtenção do grau de Cirurgião Dentista.

Orientador: Prof. Dr. Diego Segatto Blaya

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde

Curso de Odontologia

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Monografia

DIFERENTES TIPOS DE ENXERTOS ÓSSEOS PARA LEVANTAMENTO DO SEIO MAXILAR: REVISÃO DE LITERATURA

elaborada por Hugo Felipe Ferreira Cuelho Henrique Bromberger Frós

como requisito parcial para obtenção do grau de Cirurgião Dentista

COMISSÃO EXAMINADORA:

Santa Maria, 01 de julho de 2015.

Diego Segatto Blaya, Dr. (UFSM) (Presidente/Orientador)

Carlos A. Bazaglia Escobar, Dr. (UFSM) (Avaliador)

Jorge Abel Flores, Dr. (UFSM) (Avaliador)

Walter Blaya Perez, Ms. (UFSM) (Avaliador/Substituto)

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos em especial ao nosso Professor orientador Dr. Diego Blaya,

pela confiança depositada para a elaboração deste trabalho. Muito além de um

mestre, mostrou-se um encorajador das nossas ideias. Realizar este projeto sob a

tua tutoria nos trouxe muito mais do que conhecimentos científicos, levamos

conosco a certeza de uma grande amizade e companheirismo.

Agradecemos imensamente os nossos familiares, pelo apoio incondicional ao

longo de nossas vidas, por nos ensinar através de admiráveis exemplos e nos

presentear com uma vida repleta de alegrias e bons momentos. Obrigado por manter

nossos pés no chão ao mesmo tempo em que alimentavam nossos sonhos. Somos

eternamente gratos pelo maior presente que podemos receber nessa vida:

imensurável amor.

Aos nossos amigos, àqueles que descobriram um jeito único de tocar nossas

almas, agradecemos pelo companheirismo do dia a dia. Somos gratos pelas

palavras verdadeiras e os sorrisos sinceros. Vocês são os responsáveis por

tornarem nossos dias mais leves, nosso riso mais solto e nossos corações mais

felizes. Jamais precisarão ouvir nossas histórias, pois em todas elas, estavam ao

nosso lado, criando as lembranças mais carinhosas.

Por fim, agradecemos à lealdade que tivemos um com o outro ao longo

desses cinco anos de graduação, em especial aos momentos finais na elaboração

deste trabalho, marcado pelas risadas e discussões que jamais vamos esquecer. A

amizade entre dois colegas tornou-se irmandade, e este laço jamais poderá ser

rompido.

Com carinho, nosso mais sincero MUITO OBRIGADO!

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RESUMO

Monografia de Graduação

Curso de Odontologia Universidade Federal de Santa Maria

DIFERENTES TIPOS DE ENXERTOS ÓSSEOS PARA

LEVANTAMENTO DO SEIO MAXILAR: REVISÃO DE LITERATURA AUTORES: HUGO FELIPE FERREIRA CUELHO

HENRIQUE BROMBERGER FRÓS ORIENTADOR: DIEGO SEGATTO BLAYA

Data e Local da Defesa: Santa Maria, 01 de julho de 2015.

A odontologia moderna apresenta diversos materiais e técnicas para contornar os problemas consequentes das perdas dentárias, devolvendo estética e função ao paciente em longo prazo. A técnica de levantamento do seio maxilar prévia à instalação de implantes osseointegrados tornou-se procedimento padrão para reestabelecer qualidade e quantidade óssea na região atrófica posterior da maxila. Embora o osso autógeno seja considerado o padrão ouro de materiais para enxertia, por ser o único a apresentar propriedades osteogênicas, várias alternativas sintéticas ou derivadas bovinas são utilizadas para o procedimento de enxerto. Classificadas em enxertos alógenos, heterógenos ou aloplásticos, os materiais que substituem os defeitos ósseos apresentam características específicas, a fim de induzirem a neoformação óssea através da osteoindução e osteocondução. O objetivo desta revisão de literatura é apresentar os diversos tipos de enxertos disponíveis para a execução da técnica de levantamento do seio maxilar, as características pertinentes a cada tipo de material, vantagens e desvantagens, esclarecendo suas aplicabilidades na prática odontológica de acordo com sua particular necessidade.

Palavras-chave: Enxertos. Seio maxilar.

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ABSTRACT

Monograph Graduation

Dentistry Course Universidade Federal de Santa Maria

DIFFERENT TYPES OF BONE GRAFTS FOR LIFTING OF THE

MAXILLARY SINUS: LITERATURE REVIEW AUTHORS: HUGO FELIPE FERREIRA CUELHO

HENRIQUE BROMBERGER FRÓS ADVISER: DIEGO SEGATTO BLAYA

Date and Place of Defense: Santa Maria, July 01st, 2015.

Modern dentistry offers various materials and techniques to overcome the resulting problems of tooth loss, restoring aesthetics and function to the patient in the long run. The sinus augmentation procedure, prior to the installation of dental implants, has become standard technique to restore bone quality and quantity in the posterior atrophic maxilla. Although autogenous bone is considered the gold standard material for grafting, being the only one to show osteogenic properties, various synthetic or derived alternatives cattle are used for grafting procedure. Classified in allogeneic grafts, heterogenous or alloplastic, the materials that replace bone defects have specific characteristics in order to induce bone formation through the osteoinductive and osteoconductive. The purpose of this review is to present the various types of grafts available for the execution of sinus augmentation procedures, the relevant characteristics of each type of material, advantages and disadvantages, clarifying their applicability in dental practice according to their particular needs. Keywords: Grafting. Maxillary sinus.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................

2.1 Anatomia ...................................................................................................... 2.2 Fisiologia e Histologia Óssea ..................................................................... 2.3 Osteogênese ................................................................................................ 2.4 Enxertos ósseos .......................................................................................... 2.4.1 Enxerto autógeno ....................................................................................... 2.4.1.1 Técnica de Summers ............................................................................... 2.4.1.2 Elevação do seio maxilar sem enxerto .................................................... 2.4.2 Enxertos alógenos ...................................................................................... 2.4.3 Enxertos heterógenos (Bio-Oss®, OrthoGen Particulado®) ...................... 2.4.4 Enxertos aloplásticos .................................................................................. 2.4.4.1 Betafosfato Tricálcio (β-TCP) (Cerasorb®, Biosorb®) ............................ 2.4.4.2 Hidroxiapatita (Cerapatite®, HAP-91®) ................................................... 2.4.4.3 Bone Ceramic (BoneCeramic Straumann®, GenPhos HA TCP®) ......... 2.4.4.4 Bioglass (Bioglass®, Biogran®) ..................................................................... 2.5 Fatores de crescimento .............................................................................. 2.5.1 Plaquetas ricas em plasma (PRP) .............................................................. 2.5.2 Bone Morphogenetic Protein (BMP) ........................................................... 2.6 Contraindicações do enxerto de seio ........................................................

3 DISCUSSÃO ................................................................................................ 4 CONCLUSÃO .............................................................................................. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................

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1 INTRODUÇÃO

A implantodontia surgiu na década de 60 com Branemark, com o intuito de

contornar as carências odontológicas frente às perdas dentárias relacionadas à

idade, dentística restauradora e protética, bem como o aumento das exigências

estéticas. De encontro com a odontologia moderna, reestabelecendo o paciente

principalmente com saúde em função e estética, esse procedimento se torna

particularmente viável por apresentar habilidade necessária em atingir esses

objetivos contornando as possíveis adversidades encontradas no tratamento

(MISCH, 2009).

Para o sucesso da técnica com implantes é necessário osso disponível

abundante em todas as dimensões: altura, largura, comprimento e angulação do

osso. Contudo, um dos grandes desafios nas cirurgias implantares são as regiões

atróficas posteriores da maxila. A grande dificuldade encontrada na reabilitação

dessas regiões encontra-se em dois fatores limitantes: a pneumatização do seio

maxilar e a baixa densidade do osso (BAHAT, 1993).

Diante dessa situação, diversos procedimentos e materiais são desenvolvidos

para contornar essa problemática, levando em consideração que o levantamento do

seio maxilar se tornou procedimento padrão para aumentar a densidade do osso na

região posterior da maxila (WALLACE; FROUM, 2003).

O objetivo desse estudo é apresentar os diferentes tipos de materiais para

preenchimento do seio maxilar, suas diferenças, vantagens e desvantagens, para

auxiliar os cirurgiões dentistas ao tomarem decisões baseadas em informações

científicas na comparação desses materiais para a melhor seleção dos seus casos.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Reabilitação por implantes em áreas edêntulas ou parcialmente edêntulas da

maxila é frequentemente limitada pela qualidade e quantidade do osso. Após a perda

dentária e perda do alvéolo, é desencadeado um processo de atrofia do volume

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ósseo. Por esse motivo, avaliações das condições clínicas gerais e dentárias

existentes são necessárias para indicação da técnica de enxertos e conseguinte

instalação de implantes nas regiões desejadas. Algumas características pertinentes

ao osso apresentam-se naturais e positivas ao estado de saúde desejado. Porém, se

as condições existentes não são favoráveis para um resultado final esperado, a

cavidade oral do paciente deve ser modificada, a expectativa do mesmo deve ser

reduzida; ou o procedimento de enxerto ósseo deve ser realizado para melhorar a

largura e altura, de maneira que altere a divisão classificativa do osso, com o

objetivo de tornar compatíveis o suporte dos implantes e o planejamento protético

em longo prazo (SCHAAF et al., 2008).

Frente a estas consequências ocasionadas com a perda do dente,

determinando um prognóstico não tão favorável para procedimentos cirúrgicos de

implantes, os enxertos ósseos se tornam grande aliados para aperfeiçoar os

resultados dos implantes na região posterior de maxila. O primeiro relato publicado

sobre levantamento do seio maxilar para instalação de implantes foi no ano de 1980

por Boyne e James, sendo que todas as técnicas desenvolvidas conseguintes

seguem a mesma ou similar técnica preconizada por Boyne e James. A técnica de

levantamento do seio maxilar tem como objetivo formar osso em quantidade e

qualidade adequada para a colocação de implantes dentais com densidade

adequada e satisfação inicial de estabilidade (SOMANATHAN; SIMUNEK, 2006).

2.1 Anatomia

Anatomicamente o seio maxilar apresenta-se na área facial do crânio, é o

maior de todos e o primeiro a desenvolver-se, podendo apresentar-se em várias

formas e tamanhos, dependendo de diversos fatores como tipo facial do indivíduo,

idade e número de dentes presentes. Ao estender-se para o processo zigomático da

maxila, fica conformado entre as paredes anterior (voltada para a face),

posteriormente para a fossa infratemporal, medialmente para a cavidade nasal,

limitado superiormente pela orbita, e inferiormente ou assoalho do seio delimitado

pelo processo alveolar. O ar dos seios são câmaras de ressonância que diminuem o

peso da parte frontal do crânio contribuindo para a modulação da voz, umidificação e

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aquecimento do ar inalado antes de passar para os brônquios e pulmões, bem como

estabelecer o equilíbrio durante variações barométricas na cavidade nasal (TATUM

JR.; LEBOWITZ, 1991).

A maxila apresenta consideráveis diferenças da mandíbula por não ser móvel,

mas sim, fazer parte do crânio. Tipicamente, o padrão da maxila seria caracterizado

por paredes labiais de placas corticais finas, crista óssea de osso compacto ou

trabecular fino no assoalho nasal e no seio maxilar, palato duro e osso vômer de

placas finas de osso, e parede palatina tendo a cortical mais grossa encontrada na

maxila. As áreas edêntulas seriam compostas principalmente de osso trabecular,

sendo que a crista do primeiro pré-molar geralmente fina, começaria a ficar mais

larga na região do segundo pré-molar (TATUM JR.; LEBOWITZ, 1991).

O seio maxilar, localizado no corpo da maxila, de espessura óssea

relacionada com o grau de pneumatização, é o maior dos seios paranasais com 2.5

centímetros de largura e 3.75 centímetros de altura. A profundidade ântero-posterior

dessa estrutura mede 3.0 centímetros e pode dividir-se em duas ou mais cavidades

intrasinusais por apresentar septos verticais internos, que podem ou não se

comunicar entre si. O seio maxilar comunica-se com todos os seios acessórios

dentro do sistema respiratório e com o meato médio nasal através do óstio. A

mucosa fina e frágil do seio maxilar, também referida como Membrana de

Scheidrian, histologicamente, é uma membrana bilaminar formada por um tecido

epitelial pseudo-estratificado cilíndrico ciliado na sua parte cavernosa (interna) e

periósteo na parte óssea, permitindo a passagem de fluidos para o meato nasal

(SMILLER et al., 1992).

A artéria maxilar é diretamente responsável pelo suprimento do sangue no

seio maxilar, nutrindo o osso que cerca a cavidade e também a membrana do seio. A

fina camada de mucosa na qual o seio maxilar é comportado, é irrigada

superiormente pela anastomose da artéria infra-orbital, e posteriormente pela artéria

alveolar, entretanto, a maior contribuição para o fornecimento de sangue vem da

artéria palatina maior. (MADEIRA, 2008).

O suprimento nervoso para o seio maxilar é realizado por numerosas

ramificações da segunda divisão do nervo trigêmio, incluindo os nervos alveolar

posterior, palatino anterior e infraorbitário (MADEIRA, 2008).

Topograficamente, o seio maxilar normalmente não estabelece relações de

proximidade com as raízes dos dentes anteriores, diferente das raízes dos dentes

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pré-molares e molares que apresentam contato bastante íntimo com o soalho sinusal

podendo ocasionar cúpulas alveolares (MADEIRA, 2008).

Especificamente da região da maxila, na região subantral (SA), Misch (1997)

classificou em quatro categorias: SA-1, osso vertical adequado à instalação de

implantes endósseos (>12 milímetros). SA-2, correspondente ao osso presente de

10 a 12 milímetros abaixo do seio maxilar, onde neste caso o objetivo seria elevar o

assoalho do seio de 0 a 2 milímetros na osteotomia e simultaneamente instalar o

implante. SA-3, quando 5 a 10 milímetros estariam abaixo do seio maxilar, sendo

que uma parede lateral de Tatum estaria indicada para elevação da membrana. SA-

4, quando apresentar 0 a 5 milímetros de osso abaixo do assoalho do seio maxilar,

onde um enxerto do seio previamente ao implante seria adequado (MISCH, 2009).

2.2 Fisiologia e Histologia Óssea

Durante o desenvolvimento embrionário, a formação do osso pode dar-se de

duas maneiras: intramembranosa e endocondral. Histologicamente, o osso que se

forma por qualquer uma das duas maneiras é idêntico (GARTNER, 2011).

A formação óssea intramembranosa ocorre dentro de tecido mesenquimal,

ricamente vascularizado, cujas células estão em contato umas com as outras por

meio de longos prolongamentos, diferenciando-se em osteoblastos e secretando

matriz óssea, formando uma malha de espículas e trabéculas. No processo de

calcificação, os osteoblastos tornam-se osteócitos após a formação do osteoide. A

contínua atividade mitótica das células mesenquimatosas cria um suprimento de

células osteoprogenitoras indiferenciadas, que dão origem a osteoblastos.

Semelhante a uma esponja, estabelecendo uma rede de trabéculas, o tecido

conjuntivo vascularizado transforma-se em medula óssea, sendo que com a adição

de trabéculas perifericamente, aumenta o tamanho do osso em formação

(GARTNER, 2002).

É necessária, por sua vez, a presença de um molde de cartilagem para a

formação óssea endocondral. Duas etapas ocorrem para este tipo de formação

óssea: (1) forma-se um molde de cartilagem hialina em miniatura e (2) o molde de

cartilagem continua a crescer servindo de esqueleto estrutural para o

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desenvolvimento ósseo, e consequentemente reabsorvido e substituído por osso

(KATCHBURIAN; ARANA, 1999).

Histologicamente, o osso é classificado como primário (imaturo) ou

secundário (maduro). Durante o desenvolvimento fetal no processo de reparação

óssea, o osso imaturo é o primeiro a se formar, apresentando-se rico em osteócitos

e feixes de colágeno não modelado que são substituídos e organizados como osso

secundário. O osso secundário é composto por lamelas paralelas ou concêntricas

(Sistema de Havers). Os canais de Volkmann prolongam-se entre os canalículos,

que por sua vez abrigam os osteócitos, facilitando o fluxo de nutrientes, hormônios e

íons, formando uma rede de canais intercomunicantes. O osso secundário apresenta

matriz mais calcificada mostrando-se mais forte do que a do osso primário, que por

sua vez é constituído por um teor mineral muito menor que a do osso maduro

(KATCHBURIAN; ARANA, 1999).

Com a queda natural do dente ou através da exodontia, são provocadas

alterações estruturais dos maxilares. Dentre estas alterações encontra-se a

cicatrização do alvéolo, onde as fibras colágenas organizam-se numa matriz reticular

mineralizada gradualmente por afluxo de cálcio e fosfato formando uma espícula que

cresce em uma superfície pelo depósito ósseo. Espículas adjacentes são formadas

simultaneamente e contatam-se entre si, e as espículas maiores fusionam-se

formando as trabéculas ósseas e conseguinte osso esponjoso. Aliado a essa

alteração, encontra-se também o processo de reabsorção das paredes do alvéolo

que passa a ter sua função perdida, acarretando na ampliação do seio maxilar que é

o que chamamos de pneumatização do seio maxilar. (MADEIRA, 2008).

Segundo Madeira (2008), Holm e Zarb (1985) classificam a qualidade óssea

em: classe I, tecido ósseo constituído de osso compacto e homogêneo; II, compacta

óssea espessa circundando o osso esponjoso; III, compacta óssea cortical delgada

circundando o osso esponjoso; IV, compacta óssea delgada circundando o osso

esponjoso com amplos espaços medulares. De acordo com essa classificação

qualitativa óssea, a maxila apresenta predominantemente osso tipo III e IV, por essa

razão a predominância de perdas dentárias na arcada maxilar, e consequente

remodelação óssea.

As mais diversas regiões dos maxilares variam nos tipos macroscópicos

ósseos. Dentre estes tipos, o osso trabecular fino prevalece na região posterior da

maxila do paciente desdentado em longo prazo ou em um aumento de crista em

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altura e largura com osso particulado ou substituto ósseo, ou em um enxerto de seio.

A sensação deste osso é semelhante a um isopor denso e duro ou madeira mole. É

pertinente a esse tipo de osso uma altura de 15 milímetros do implante ideal com

rosca em forma de V, mostrando-se maior exigência de altura mínima de osso

disponível que nos outros tipos, por esses motivos, enxertos de seio são usualmente

indicados para garantir adequada altura para suporte do implante e para que o

mesmo ocupe o assoalho original do seio composto de um osso cortical fino e

poroso. O desafio cirúrgico para contornar as dificuldades encontradas pelas

próprias características deste tipo de osso é grande. As trabéculas ósseas são

esparsas dificultando a obtenção de uma fixação rígida. O osso trabecular fino

necessita de um tempo de cicatrização maior que os outros três tipos, sendo

necessário para permitir que o osso remodele na superfície e intensifique seu padrão

trabecular (MISCH, 2009).

Algumas características são pertinentes ao osso ideal para a instalação de

implantes, como a altura, largura, comprimento e angulação do osso disponível; e é

a avaliação desses critérios que determina, especificamente, a necessidade de um

enxerto em busca de um prognóstico mais favorável (MISCH, 2009).

A altura do osso disponível, medida da crista do rebordo desdentado ao ponto

de referência oposto, é primeiramente determinada de acordo com avaliações

radiográficas, sendo a radiografia panorâmica o método mais usual para

determinação preliminar desse critério. Especificamente na região posterior da

maxila, o seio maxilar e o nervo alveolar inferior limitam a altura do osso,

apresentando uma altura maior de osso na região de primeiro pré-molar superior do

que na de segundo pré-molar devido à morfologia côncava do seio maxilar. A altura

de osso disponível é de fundamental importância por estar diretamente ligada à

escolha do implante afetando suas dimensões de comprimento e altura da coroa

(RAZAVI et al., 1995).

A largura do osso disponível é o próximo critério mais significativo afetando a

sobrevida em longo prazo dos implantes endósseos, sendo medido entre os corticais

vestibulares e linguais na crista do sítio do implante em potencial. O comprimento

mesiodistal do osso disponível é limitado, na maioria das vezes, por implantes ou

dentes adjacentes. É estipulado então, como regra geral, uma distância de no

mínimo 1,5mm do implante a um dente adjacente e 3 mm entre dois implantes. É

devida essa dimensão que existe uma margem de erro cirúrgico que compensa a

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largura de um implante ou defeito ósseo que é normalmente menor que 1,4 mm

(RAZAVI et al., 1995).

A angulação do osso disponível, representada pela trajetória da raiz do dente

natural em relação ao plano oclusal, raramente permanece ideal após a perda

dentária e é o quarto critério determinante. Idealmente, essa angulação deve ser

perpendicular ao plano oclusal, alinhada com as forças de oclusão e paralela ao eixo

longo da restauração protética (RAZAVI et al., 1995).

De acordo com esses critérios, o osso abundante recebe divisões

classificadas em A, B, C e D. A divisão A corresponde ao osso abundante em todas

as dimensões, formado, frequentemente, logo após a exodontia, apresentando

largura > 6 mm, altura > 12 mm, comprimento mesiodistal > 7 mm, angulação da

carga oclusal < 25 graus. Toda a gama de opções protéticas pode ser utilizada para

a reabilitação de um osso da divisão A, por esse motivo, o paciente deve ser

informado que este é o momento ideal para reestabelecer a sua condição

desdentada com implantes. A atrofia leve e moderada é usada para descrever a

condição clínica da divisão B, apresentando a largura de 2,5 a 6 mm, altura > 12

mm, comprimento mesiodistal > 6 mm e angulação < 20 graus. Especificamente,

como consequência da expansão do seio maxilar, as regiões posteriores da maxila

apresentam menor altura de osso disponível e também a diminuição de altura do

osso mais rápida de todas as regiões intraorais e, como resultado, podem ficar

inadequadas na altura mais rapidamente do que as regiões anteriores. A divisão C

corresponde ao osso comprometido com rebordo deficiente em uma ou mais

dimensões independente da posição do implante no sítio desdentado. O rebordo

desdentado da divisão C não oferece muitos elementos para a previsibilidade da

sobrevida do implante endósseo, quando comparado às divisões A e B,

apresentando mais complicações na fase de cicatrização e prognóstico mais

complexo, bem como a manutenção protética mais menos previsível em longo

prazo. A divisão D corresponde ao osso insuficiente, com a perda do osso basal e

atrofia extrema, requerendo um maior treinamento do dentista frente a maiores

complicações e insucessos das opções de tratamentos incluindo um prognóstico

ponderado (MISCH, 2009).

2.3 Osteogênese

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O processo de reparo após exodontia ou perda natural do dente é alcançado

de três maneiras que classificam os materiais de enxerto ósseo em: osteogênicos,

osteoindutores e osteocondutores (MADEIRA, 2008).

Os osteogênicos referem-se a materiais orgânicos capazes de estimular a

formação de osso diretamente a partir de osteoblastos que são transferidas para

dentro do enxerto por serem células viáveis. O único material de enxerto disponível

com propriedades osteogênicas é o osso autógeno (MASTERS, 1988).

Os osteoindutores são aqueles capazes de induzir a diferenciação de células

mesenquimais indiferenciadas em osteoblastos ou condroblastos, aumentando a

formação óssea no local ou mesmo estimular a formação de osso em um sítio

heterotópico. Os materiais osteoindutores mais comumente usados para aumento

ósseo na implantodontia são os autógenos e alógenos por contribuírem mais para a

formação de osso durante o processo de remodelação (URIST, 1965).

Os materiais osteocondutores permitem a aposição de um novo tecido ósseo

na sua superfície, requerendo a presença de tecido ósseo pré-existente como fonte

de células osteoprogenitoras. Caracterizada pela reabsorção ou aposição para

crescimento ósseo a partir do osso circundante, a osteocondução tem sido também

chamada de substituição. Os materiais osteocondutores são biocompativeis, porém,

não formam osso quando colocados em tecidos subcutâneos, músculos ou tecido

fibroso, sendo que o osso ou tecido mole podem crescer adjacentes a estes

materiais por aposição sem evidência de reação toxica. Com propriedades

osteocondutoras, os materiais mais usualmente encontrados na implantodontia são

os alógenos, matérias aloplásticos e xenógenos (MASTERS, 1988).

2.4 Enxertos ósseos

Se os critérios existentes forem desfavoráveis a um resultado final esperado

positivo, a técnica de levantamento do seio maxilar na região posterior da maxila

pode ser utilizada com o auxílio de enxertos, material este, que em uma

apresentação ideal deve obedecer aos seguintes requisitos: 1) fornecimento ilimitado

sem comprometer a área doadora; 2) promover a osteogênese; 3) não apresentar

resposta imunológica do hospedeiro; 4) revascularizar rapidamente; 5) estimular a

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osteoindução; 6) promover a osteocondução; 7) ser substituído completamente por

osso em quantidade e qualidade semelhante ao do hospedeiro (ARTZI et al., 2005;

BOYNE; JAMES, 1980).

2.4.1 Enxerto autógeno

Enxerto autógeno é o osso transplantado de um local para outro do mesmo

indivíduo sendo o sítio doador intraoral apresentando boa incorporação e pouca

reabsorção (região mentoniana, retromolar e tuberosidade da maxila), ou extraoral

(crista ilíaca, costelas, crânio, tíbia e fíbula); pode ser apresentado em bloco ou

particulado e podem ser usados isoladamente ou associados com os outros

materiais. Entretanto, a técnica de levantamento do seio maxilar preconiza o uso da

apresentação particulada do material autógeno (THORWARTH et al., 2005).

Os sítios intraorais apresentam vantagem em relação aos sítios extraorais,

pois permite melhor acesso cirúrgico, ausência de cicatriz cutânea, tempo cirúrgico

reduzido, realização sob anestesia local, diminuição da morbidade pós-operatória,

menor custo financeiro com realização em consultório dentário, mais aceito pelos

pacientes e volume ósseo mantido de forma previsível. Nos sítios extraorais o osso

paretal é considerado o material com melhores resultados (THORWARTH et al.,

2005).

Por apresentar propriedades de osteocondução, osteogênicas e

osteoindutoras, o enxerto autógeno é considerado padrão ouro para o reparo dos

possíveis defeitos ósseos, bem como demonstra um baixo índice de rejeição

imunológica apresentando uma quantidade viável de células osteogênicas, matriz

óssea proteica e suporte para crescimento ósseo. Entretanto, enxertos ósseos

autógenos devem permanecer vitais e para isso, uma vez removidos, devem ser

usados imediatamente ou estocado em solução salina, ou solução de Ringer lactato

para manter sua vitalidade celular, o que pode ser considerado uma desvantagem

(NOWZARI; LONDON; SLOTS, 1995). O sucesso do enxerto depende de sua

vascularização inicial, sendo que os vasos sanguíneos podem crescer para dentro

do enxerto com quase a mesma velocidade do que o tecido fibroso, trazendo

oxigênio e nutrientes para desenvolver osteóide primário (HOLMSTRAND, 1957).

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A grande desvantagem do enxerto ósseo autógeno está intimamente ligada

com sua vantagem, pelo fato de ser um material do mesmo doador, apresenta

excelentes qualidades e consequente mínima rejeição, porém, é necessário o

procedimento para remoção desse transplante do sítio doador, o que acresce em

custo da cirurgia, bem como pós-operatório mais delicado para o paciente. Aliado a

esta desvantagem, está associada uma significativa morbidade e medo por parte do

paciente (THORWARTH et al., 2005).

2.4.1.1 Técnica de Summers

Segundo Summers (1994), a técnica de osteótomos objetivou manter o osso

maxilar existente, empurrando-o lateralmente com o mínimo de trauma,

desenvolvendo uma osteotomia com forma precisa. Essa compactação de osso

poderia ajudar a manter o implante recém-colocado, e seria desprovida de calor. A

técnica descrita aproveitaria a flexibilidade do osso maxilar esponjoso e ao contrário

dos instrumentos em formato de cinzel ou cunha, a forma redonda e a conicidade

dos osteótomos seria menos provável de causar uma fratura abrupta do osso

vestibular ou palatino, permitindo a expansão de forma gradual e controlada, até que

a osteotomia de forma exata seja obtida.

Summers (1994) relatou que a técnica de osteótomo para a elevação do

assoalho do seio seria disponível para pacientes que tivessem pelo menos de 5 a 6

milímetros de osso remanescente entre a crista e o assoalho do seio. Summers

(1996) descreveu o protocolo para o desenvolvimento da técnica de elevação do

seio com osteótomos da seguinte maneira: após delimitar a área, fazer uma incisão

cristal com retalho em espessura total. Ter um conjunto de osteótomos, aparelhos de

perfuração e brocas trefina de 4 e 6 milímetros. Sem danificar as paredes ósseas

vestibulares e palatinas, usar o osteótomo levando-o para cima até o limite possível

segurando-o com firmeza na posição. Depois de penetrar no córtex cristal com as

brocas de trefina, deslocar o bloco ósseo com o auxílio de repetidas e leves

marteladas no osteótomo. Utilizar o osteótomo para introduzir o enxerto na região e

repetir esse procedimento e compactação três ou mais vezes, com osteótomos de

tamanhos crescentes introduzidos sequencialmente para expandir os alvéolos. A

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cada inserção de um osteótomo maior, o osso seria comprimido e empurrado lateral

e apicalmente.

Summers (1996) afirmou que a própria natureza desta técnica melhoraria a

densidade óssea da região da maxila posterior, onde osso do tipo IV é normalmente

encontrado. Nishioka e Souza (2009) afirmaram que, após a expansão óssea, a

parede medular seria comprimida contra a parede cortical, permitindo melhora na

densidade do osso maxilar relatada por Summers e melhor estabilidade inicial dos

implantes.

2.4.1.2 Elevação do seio maxilar sem enxerto

Em contrapartida, há estudos demonstrando a eficácia da membrana

Scheidrian na formação de osso, porém o mecanismo específico para o ganho de

osso ainda é desconhecido. Palma e colaboradores (2006) demonstrou que não há

diferença no osso formado entre os grupos com enxerto autógeno e sem enxerto. A

formação de osso pode ser adquirida pela simples manutenção do espaço, através

de geleia reabsorvível, sangue venoso do próprio paciente ou mesmo pela ausência

de qualquer tipo de material. A chave principal para formação de osso está

diretamente relacionada ao potencial osteogênico da membrana Scheidrian, e ao

princípio básico da formação óssea guiada pela regeneração tecidual, sendo que o

ganho ósseo não depende muito do tipo de enxerto ósseo utilizado.

Hatano, Sennerby e Lundgren (2007) fazem um relato de caso onde seis

pacientes se submeteram a técnica de levantamento do assoalho do seio maxilar

usando apenas o preenchimento do defeito ósseo com sangue venoso periférico. A

técnica preconizada foi: após a elevação do mucoperiósteo expondo a parede lateral

da cavidade do seio, foi criada a janela lateral na maxila. A janela óssea foi

cautelosamente removida expondo a membrana do seio. A membrana do seio

maxila foi então cuidadosamente elevada do assoalho da parede do seio com o

auxílio de elevadores manuais. Após a instalação dos implantes, a cavidade do seio

é preenchida com o sangue venoso periférico do próprio paciente, e a janela lateral é

fechada com o espécime removido e cola cirúrgica. Após seis meses as avaliações

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foram feitas e, com a perda de apenas um implante, foi constatado a formação de

osso com sucesso nas análises radiográficas.

Srouji e colaboradores (2008), com o objetivo de testar o potencial

osteogênico da membrana de Scheidrian no seio maxilar, faz uma análise

experimental tanto em ensaios in vitro, quanto in vivo, visando explorar a tentativa de

formação óssea abaixo da membrana de assoalho do seio maxilar. Amostras da

membrana foram manipuladas para a cultura de células e estudadas com uma

abordagem histológica. Nos ensaios in vitro foi analisado o potencial para

diferenciação osteogênica e observou-se que as células são capazes de induzir

diferentes marcadores osteogênicos e sua respectiva matriz extracelular de

mineralização. Por conseguinte, o potencial osteogênico da membrana de

Scheidrian foi confirmado em experimentos in vivo, podendo ser uma grande

contribuição para o desenvolvimento de novas técnicas de levantamento do seio

maxilar.

A grande vantagem das técnicas sem enxertos se encontra na eliminação de

maiores custos financeira com materiais de enxertos, bem como na redução dos

riscos de morbidade relatados com a utilização de enxertos ósseos. (PINCHASOV;

JUODZBALYS, 2014).

2.4.2 Enxertos alógenos

Enxerto alógeno ou homógeno é o osso transferido entre indivíduos da

mesma espécie. O material usado provém de um banco de ossos podendo ser

mineralizado, congelado e seco (Freeze Dried Bone - FDB) ou desmineralizado

congelado e seco (Demineralized Freeze-dried Bone - DFDB). O FDB apresenta na

sua composição colágeno e minerais sendo, portanto, osteocondutor, pois as

proteínas indutoras são liberadas lentamente após a reabsorção do mineral; o DFDB

não apresenta minerais na sua composição, apenas fatores de crescimento e

colágeno e por esse motivo não é osteocondutor mas acredita-se que seja mais

osteoindutor. Ambos, porém, são carentes de propriedades osteogênicas devido à

ausência de células viáveis. Em contrapartida apresentam limitações devido à

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possibilidade de contaminação e incompatibilidade imunológica (FARRINGTON et

al., 1996; MISCH, 2009; STEVENSON; HOROWITZ, 1992).

O FDB e o DFDB possuem apenas a etapa inicial de processamento similar,

porém seu processo é diferente e específico, e são estas etapas para “confecção”

que lhes atribuem características distintas. Resumidamente, em ambos os enxertos

alógenos, os ossos corticais e esponjosos são removidos de modo estéril de um

doador livre de doença, lavado com água destilada e triturado, imerso em etanol a

100% para remover a gordura, congelado em nitrogênio e depois congelado seco, e

novamente triturado em partículas menores, o que tem demonstrado promover a

osteogênese (MELLONIG; LEVEY, 1984). Após a dessecação, permitindo um longo

tempo de estocagem e diminuindo a antigenicidade, o processamento do osso

resulta em FDB, mantendo a matriz orgânica e inorgânica para que os sais de

fosfato e cálcio de hidroxiapatita permaneçam, servindo de base para a formação do

osso. O DFDB é produzido com uma etapa adicional desmineralizando o osso

triturado com ácido hidroclorídrico por 6 a 16 horas, sendo que os sais de cálcio e

fosfato da hidroxiapatita são solúveis em ácido e, portanto, são removidos do osso

em um processo de redução ácida, porém a BMP não é solúvel e como resultado a

essa desmineralização expõe-se mais prontamente, atribuindo aos DFDB’s um

caráter mais osteoindutor como método de crescimento ósseo. Após a lavagem,

desidratação e banho ácido, o DFDB é esterilizado em óxido de etileno para reduzir

a antigenicidade destruindo os agentes patógenos (FORSHELL, 1993). A literatura

se mostra conflitante com relação ao uso de radiação, que poderia tornar o enxerto

alógeno incapaz de induzir a formação de osso (SCARBOROUGH et al., 1995).

2.4.3 Enxertos heterógenos (Bio-Oss®1, OrthoGen Particulado®2)

Enxerto heterógeno ou xenógeno é retirado de um doador de outra espécie,

sendo que o mais utilizado é o bovino (BioOss) devido a sua similaridade de

estrutura mineral e superfície com o osso autógeno (KOCH et al., 2010).

______________ 1 Bio-Oss® - Geistlich Pharma, Wolhusen, Suiça; 2 OrthoGen Particulado® - Baumer, São Paulo, Brasil.

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Esse material apresenta propriedades osteocondutivas e a formação do osso

ocorre na própria superfície quando implantado no defeito ósseo. Referentes a este

tipo de enxerto, não foram relatadas respostas inflamatórias imunogênicas (KOCH et

al., 2010).

O Bio-oss® é um osso bovino mineral desproteinizado e apresenta uma

estrutura e resistência biomecânica semelhante ao osso medular humano, tanto em

sua composição mineral, quanto em sua morfologia estrutural (MELLONIG, 2000).

Encontra-se disponível em blocos ou triturado em grânulos corticais ou

esponjosos, com uma faixa granulométrica de 250 micrômetros a 1000 micrômetros.

É característica ao Bio-oss® uma matriz óssea natural e não antigênica, resultante

de seu processamento que consiste na completa eliminação das proteínas do osso

bovino através do processo de esterilização física (calor lento) e procedimentos

químicos para a retirada dos componentes orgânicos (MELLONIG, 2000).

Estruturalmente, o Bio-oss® é composto por uma superfície ultraporosa e

apresenta um sistema de poros interconectados, permitindo a entrada de células

sanguíneas, como osteoblastos e osteoclastos, proporcionando a osseointegração

eficaz de suas partículas. O período de reabsorção do bio-oss® é longo e não se

realiza completamente, aferindo a esse material favorável estabilidade em termos de

resistência à reabsorção (GUTWALD et al., 2010).

De acordo com a característica de superfície ultraporosa, o material resulta

em apresentações de porcentagem entre 70% a 75% de porosidade, o que significa

que quando o Bio-oss® é colocado no interior de um defeito ósseo, o material de

enxertia só deverá ocupar entre 25% e 30% do defeito, permitindo que 75% do

espaço sejam regenerados por novo tecido ósseo (HALLMAN et al., 2005)

2.4.4 Enxertos aloplásticos

Enxerto aloplásico são inorgânicos, sintéticos e biocompatíveis, bem como

hidroxiapatita, beta-tricalcio fosfato, polímeros e bioactive glasses.

2.4.4.1 Betafosfato Tricálcio (β-TCP) (Cerasorb®3, Biosorb®4)

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A combinação das propriedades de solubilidade ativa com a

osteocondutividade do betafosfato tricálcio resulta na chamada “propriedade

biológica de osteocondutividade”, sendo que o processo de absorção é exatamente

o mesmo, favorecendo a neoformação óssea. O β-TCP é um composto inorgânico

não apresentando fatores ou indutores de crescimento, contribuindo, primeiramente,

para a formação de um núcleo de calcificação no interior do defeito ósseo

promovendo a osteogênese em torno de si, e consequente reabsorção e

substituição por osso. Apesar de solúvel o β-TCP permanece tempo suficiente no

interior do defeito ósseo, mantendo seu volume (BACAKOVA et al., 2004; YAMADA

et al., 1997).

Proveniente dessa alta solubilidade, o que sugere uma absorção através de

fluídos, observada com a presença de células fagocitárias, a concentração de cálcio

e íons fosfato é elevada na região receptora, aumentando assim a alcalinização

podendo causar intoxicação e morte das células ao redor (JENSEN et al., 2007).

Sua lenta reabsorção óssea provavelmente ocorre por células que tenham

capacidade fagocitária por um longo período de tempo (SHIRATORI et al., 2005).

2.4.4.2 Hidroxiapatita (Cerapatite®5, HAP-91®6)

A Hidroxiapatita (HA) são os bioativos mais fortes e capazes de formar uma

ligação direta com o tecido ósseo. Contudo a maior deficiência desse material é sua

baixa elasticidade no uso para implantes de ósseos, pois são suscetíveis a

rachaduras e fraturas (BILLOTTE, 2003).

A HA natural obtida através de corais marinhos tem desvantagens, tais como:

pequena variação na quantidade, tamanho e forma em relação ao exoesqueleto do

coral original, sendo que o material produzido apresenta baixa resistência mecânica.

Entretanto a hidroxiapatita sintética obtida através de reação entre reagentes

inorgânicos pode ser preparada por diferentes métodos e tem mostrado bons

_______________ 3 Cerasorb® - Curasan AG, Kleinostheim, Alemanha;

4 Biosorb® - Science & BioMaterials, Lourdes,

França; 5 Cerapatite® - Les Laboratoires Ostéal Médical S.A. Roissy en France, França;

6 HAP-91® -

JHS Biomateriais, Sabará, Brasil.

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resultados, não apresentando os problemas da hidroxiapatita de coral marinho

(KORKUSUZ et al., 1993; NELSON et al., 1993).

Sobretudo, as HA apresentam algumas vantagens, ela é altamente

biocompatível e bioativa. O mecanismo básico para sua alta biocompatibilidade é

baseado na habilidade de absorção de proteínas de adesão celular (fibronectina e

vitronectina) da matriz extracelular, que por sua vez permite a adesão de

osteoblastos através de receptores de integrina (KILPADI; CHANG; BELLIS, 2001;

VAGASKA et al., 2006).

O material permite que os tecidos cresçam dentro de sua estrutura, devido à

interconexão dos poros, reduzindo a encapsulação, aumentando a velocidade de

crescimento do tecido ósseo (osteoindução) o que, reduz o período de recuperação.

Favorece também o suporte nutricional do tecido dentro de seus poros, uma

continuidade com o osso em volta, já que os poros incentivam a formação de

osteoide, o crescimento celular, fibrovascular e do osso mineralizado

(osteocondução) (GROSS et al., 1975).

2.4.4.3 Bone Ceramic (BoneCeramic Straumann®7, GenPhos HA TCP®8)

O Bone Ceramic é um novo substituto ósseo constituído por betafosfato

tricálcio (β-TCP) sintético numa mistura de 70% de hidroxiapatita e 30% β-TCP, ou

80% de hidroxiapatita e 20% β-TCP. O betafosfato, ao contrário da hidroxiapatita é

reabsorvido totalmente, sendo substituído por osso neoformado. Porém, essa

substituição não ocorre de maneira equivalente, e dessa forma a hidroxiapatita é

usada como arcabouço para o β-TCP ser usado como um componente degradável

(JENSEN et al., 1996).

Apresentam 90% de porosidade e por esse motivo permitem o crescimento de

vasos sanguíneos e do osso vital através do material, conferindo propriedades de

condutividade do material (FRENKEN et al., 2009).

________________ 7 BoneCeramic Straumann® - Institut Straumann AG, Basel, Suíça.

8 GenPhos HA TCP® - Baumer, São Paulo, Brasil.

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2.4.4.4 Bioglass (Bioglass®9, Biogran®10)

O Bioglass®, um dos representantes dos biovidros mais estudados, é

bioativo, ou seja, capaz de se ligar quimicamente ao tecido ósseo, e sugere-se que

seja bio-reabsorvível, apresentando sílica como formador de rede vítrea (HENCH;

JONES, 2008).

O biovidro apresenta significante capacidade osteocondutora, grande

biocompatibilidade e não promove interposição de tecido fibroso na interface com

osso. Por meio da ativação do controle genético, que leva a produção de fatores de

crescimento, o biovidro promove a migração, replicação e diferenciação de células

mesenquimais da medula óssea de humanos em osteoblastos, confirmando a sua

atividade osteoindutora (FETNER; HARTIGAN; LOW, 1994).

Na sua composição, o Bioglass® contém cerca de 40-55% de SiO2, 12-25%

de CaO, 19- 25% de Na2O e 6% de P2O5. Apesar de não ser intrinsecamente

adesivo, este sólido amorfo é capaz de formar uma ligação coesiva com ambos os

tecidos duro e mole quando em contato com o defeito tecidual (DA SILVA et al.,

2008).

O tamanho das partículas interfere no tempo de dissolução iônica do biovidro;

partículas menores são mais rapidamente dissolvidas, devido à sua maior área de

superfície (FROUM; WEINBERG; TARNOW, 1998).

Quando imerso em solução aquosa, é desencadeada uma cascata de

reações resultando na formação de uma camada de hidroxiapatita, que por sua vez

atraem os pré-osteoblastos liberando constituintes orgânicos e promovendo a

mineralização, sugerindo então uma capacidade de ligação superior aos outros

biomateriais osteosubstitutos devido à sua reatividade em fluídos fisiológicos

(SCHEPERS et al., 1991).

2.5 Fatores de crescimento

______________ 9 Bioglass® - Tissue Engineering | Biometic, Sydney, Austrália.

10 Biogran® - Biomet 3i, Palm Beach Gardens, Estados Unidos.

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É através dos fatores de crescimento ósseo que são desencadeadas as

reações de mineralização e formação do osso, induzindo a diferenciação de células

mesenquimais indiferenciadas em células ósseas e ativando a cascata de reações

intracelulares e fatores de estimulação celular (BROWAEYS; BOUVRY; BRUYN,

2007). A incorporação desses fatores de crescimento nos enxertos no seio maxilar é

uma performance clínica frequentemente utilizada para reduzir o tempo de

recuperação e aumento da formação óssea no enxerto. Os fatores de crescimento

podem ser adicionados a todos os tipos de enxertos ósseos, onde por definição, não

provocam reações tóxicas nem imunológicas e são capazes de acelerar o processo

de regeneração óssea (PIERCE et al., 1989).

2.5.1 Plasma rico em plaquetas (PRP)

O plasma rico em plaquetas são fontes autólogas de plaquetas concentradas,

quando combinadas com trombina e cloreto de cálcio, PRP leva a liberação de

fatores de crescimento derivados de plaquetas (Platelet-derived growth fator -

PDGF). PRP não é uma membrana, portanto, não impede a invasão dos fibroblastos

na região do enxerto por um longo período de tempo, entretanto, por também

apresentar fibrinogênio age como um agente hemostático e tem a capacidade de

reduzir a dor e o edema pós-operatórios (MARX, 1998).

PDGF é uma glicoproteína que contém propriedades de ativação mitogênicas,

angiogênicas e macrófagos e estudos revelam que misturado com enxerto ósseo

autógeno pode acelerar a mineralização em 40% durante o primeiro ano

(RODRIGUEZ et al., 2003).

Estudos demonstram que PRP em combinação com osso esponjoso

autógeno é muito eficaz na reconstrução de defeitos mandibulares. O mesmo estudo

mostrou que o uso de PRP acelerou a cicatrização do enxerto ósseo e aumentou a

maturação da densidade do mesmo em comparação com osso nativo (MARX,

1998).

Entretanto a literatura é conflituosa a respeito do uso coadjuvante de PRP na

técnica cirúrgica de levantamento do seio maxilar, deixando clara a necessidade de

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mais estudos para avaliar os efeitos de PRP em diferentes tipos de materiais de

enxerto ósseo na técnica de aumento do seio maxilar.

2.5.2 Bone Morphogenetic Protein (BMP)

As proteínas morfogenéticas do osso (BMP) são distintas dos fatores de

crescimento, e promissora modalidade de modificação da qualidade óssea dos

enxertos. Encontradas na matriz óssea extracelular, são osteocondutoras e

promovem osseointegração, podendo apresentar o potencial para estimular células

mesenquimais para diferenciar de celular osteoblásticas (REDDI; CUNNINGHAM,

1993).

A aplicação tópica de BMPs em defeitos ósseos deve ser realizada através

dos carreadores, uma vez que a solução aquosa é rapidamente degradada e

dissolvida por via proteolítica. Desse modo, tem-se tentado empregar como

carreadores o colágeno, fosfato de cálcio, osso bovino desproteinizado, osso

desmineralizado, coágulo sanguíneo autógeno e polímeros biodegradáveis. Há

poucos estudos com resultados negativos ou duvidosos com o uso de BMP e estão

mais relacionadas aos carreadores por possuírem estabilidade mecânica

insuficiente, liberação inadequada dos fatores de crescimento ou pela reação

inflamatória causada (NEVINS et al., 1996).

Cada vez mais são desenvolvidas áreas de aplicação de BMP recombinante

humana, como grandes regiões de enxertos ósseos, tais como o seio maxilar.

Entretanto as aplicações odontológicas de BMP’s parecem remotas (KUZNETSOV et

al., 2001).

As proteínas ósseas são as substâncias mais promissoras atualmente em

relação à osteoindução e tem demonstrado seu potencial no reparo de defeitos

ósseos em inúmeros experimentos (PEREIRA FILHO et al., 2004).

2.6 Contraindicações do enxerto de seio

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Aliadas às contraindicações gerais para a cirurgia de implantes (diabetes não

compensada, tratamento radioterápico recente, doenças cardíacas e osteoporose),

algumas condições locais e específicas podem aumentar as chances do

procedimento menos previsível e/ou colocando o paciente em maior risco. Diversas

condições relacionadas ao seio maxilar tornam-se preocupantes, mas não

necessariamente contraindicações ao procedimento ao enxerto ósseo, desde que

sejam tratadas previamente ou durante a cirurgia (MISCH, 2009).

O tabagismo e seus derivados, como a nicotina, o monóxido de carbono, e o

cianeto de hidrogênio, podem apresentar um papel relevante entre os fatores que

interferem negativamente no prognóstico do tratamento, por prejudicarem a

cicatrização de feridas nas cirurgias, promovendo vasoconstrição arteriolar,

diminuindo o fluxo sanguíneo (LEVIN et al., 2004).

De mesma significância, pacientes portadores de rinossinusite crônica ou

fúngica, apresentam contraindicação relativa para a cirurgia de enxerto de seio por

possuírem uma alteração da flora do seio podendo levar a infecções severas

(MISCH, 2009).

A técnica de levantamento do seio maxilar pode apresentar alguns obstáculos

na sua execução, como é o caso da perfuração da membrana, mostrando-se uma

contraindicação para o enxerto do seio maxilar. Para contornar esse problema, a

odontologia atual conta com o auxílio de membranas reabsorvíveis (SUMMERS,

1996).

3 DISCUSSÃO

A atrofia alveolar de altura e largura, ou defeitos ósseos, limitam o uso de

implantes osseointegrados, e por esse motivo, a enxertia no assoalho do seio

maxilar tornou-se a intervenção cirúrgica mais comum previamente ao

reestabelecimento protético (MISCH, 2009; SCHAAF et al., 2008).

O procedimento de levantamento do seio maxilar tem como objetivo criar osso

em quantidade e qualidade, na tentativa de reestabelecer características viáveis à

colocação de implantes na reabilitação oral das áreas edêntulas. Osteogênese,

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osteocondução e osteoindução, são as maneiras pelas quais estas características

podem ser restauradas, estando intimamente relacionadas com as diferenças entre

os materiais de enxerto ósseo (BROWAEYS; BOUVRY; BRUYN, 2007).

O osso autógeno é considerado padrão ouro para enxerto, por não provocar

resposta imunológica durante o processo de remodelação. Os sítios doadores

podem apresentar-se por abordagem intraoral e extraoral (SANTORO, 2012).

O osso autógeno intraoral apresenta menos desvantagens clínicas quando

comparados aos sítios extraorais, porém a quantidade de osso é insuficiente

(RICKERT et al., 2012). Jang e colaboradores (2010) consideram uma segunda

intervenção cirúrgica na área doadora desconfortável, e aliada as desvantagens

pertinentes ao aumento dos gastos de tempo e financeiro, aumento dos riscos de

infecção, entre outros, mostram-se desfavoráveis a esse tipo de região doadora do

enxerto autógeno. A região intraoral do mento é preconizada como doadora de osso

por apresentar boa espessura de osso cortical e medular.

A vascularização é determinante para a nova formação óssea, sendo que a

ausência da mesma, nos blocos de osso autógeno, pode levar a uma reabsorção e

sofrer necrose parcial devido à isquemia prolongada. O uso de osso autógeno

particulado pode contornar esse obstáculo de ausência de nutrição celular dentro do

enxerto, através da difusão no coágulo e subsequentemente pelos vasos

sanguíneos neoformados (SLOTTE; LUNDGREN; BURGOS, 2003).

Schlegel e colaboradores (2004) relata que há um grande número de

substitutos ósseos disponíveis com diversos resultados, sendo que as propriedades

desses materiais relacionados à biocompatibilidade e função, quando comparados

com o osso autógeno, devem ser levados em consideração pelos cirurgiões durante

o planejamento do tratamento de cada paciente. O uso de substitutos ósseos pode

ser usado quando o suprimento do osso autógeno é limitado, porém não apresentam

elementos necessários para osteogênese e são somente osteocondutivos (BAUER;

MUSCHLER, 2000).

Por sua vez, os enxertos alógenos apresentam como principal vantagem,

eliminar a necessidade de região doadora, além de permitirem seu uso em grande

quantidade por sua disponibilidade ilimitada. Porém, são contraindicados pela

possibilidade de contaminação e possível incompatibilidade imunológica

(STEVENSON; HOROWITZ, 1992).

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Como representante dos enxertos heterógenos, o Bio-oss é um dos

substitutos ósseos mais amplamente usados na Técnica de levantamento do seio

maxilar pelo seu ótimo potencial osteocondutivo. Por apresentar uma estrutura com

superfície ultraporosa e um sistema de poros interconectados, proporciona a

osseointegração mais eficaz de suas partículas. Apresentam um período de

reabsorção relativamente longo, sendo que após quatro anos as partículas do

enxerto ainda estão presentes em humanos (JANG et al., 2010).

Handschel e colaboradores (2009) mostram que, quando o osso autógeno é

misturado com o Bio-oss, as partículas ósseas humanas funcionam como uma fonte

de células ósseas, acelerando a formação de osso por proporcionar mais células

osteogênicas. Dessa maneira, os enxertos com mistura de osso autógeno com Bio-

oss apresentam formação óssea mais rápida comparada aos enxertos com Bio-oss

apenas.

Hallman e colaboradores (2005) usaram, em seu estudo, uma combinação de

osso autógeno e Bio-oss (20-80%), e mostraram que a estabilidade volumétrica do

enxerto é significativamente influenciada pela proporção das duas matérias, mas

não pela origem do enxerto autógeno (intra ou extraoral), sendo que ela é maior

quando se utiliza maior proporção de Bio-oss.

Estudos usando betafosfato tricálcio na técnica de elevação do seio maxilar

demonstram uma nova formação óssea em cerca de 29% após 6 meses de

cicatrização. Quando um fator osseoindutivo como as plaquetas ricas em plasma

(PRP) são combinadas com β-TCP, a capacidade de regeneração óssea aumentou

em 38% (REINHARDT; KREUSSER, 2000).

O tipo e a qualidade do conteúdo mineral do material de enxerto é fator

determinante para a taxa de controle de reabsorção. Jensen et al. relatou a

influência dos diferentes tipos de materiais de enxerto na reabsorção óssea, que foi

de 1,8mm em enxertos autógenos, 2.1 mm em enxertos alógenos, 0.9 mm nos

enxertos aloplásticos, e 0.8 mm na combinação de autógenos com aloplásticos

(JENSEN et al., 1998).

Com o objetivo de desenvolver materiais sintéticos que apresentassem as

mesmas propriedades que o osso autógeno, pesquisas foram realizadas, e

delinearam um novo ramo de materiais biocompatíveis utilizados nas técnicas de

levantamento do seio maxilar. A escolha de um biomaterial não autógeno específico

é dificultada pelas suas características e propriedades requisitadas pelo defeito

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ósseo humano. A hidroxiapatita apresenta propriedade osteoindutora e é altamente

biocompatível e bioativa, porém, mostra-se pouco reabsorvível e com baixa

elasticidade. Por sua vez, o betafosfato tricálcio é osteocondutor e altamente solúvel,

característica que atua como coadjuvante para a neoformação óssea, e ao mesmo

tempo fator negativo por alcalinizar o defeito ósseo causando a intoxicação e morte

das células na região (BACAKOVA et al., 2004; JENSEN et al., 2007; NELSON et al.,

1993; VAGASKA et al., 2006).

O Bone ceramic, na tentativa de aliar as propriedades osteocondutoras do

betafosfato tricálcio e osteoindutoras da hidroxiapatita, combina esses substitutos

ósseos, atribuindo a ele uma estrutura altamente porosa e possível de neoformação

óssea através do material. A literatura existente não relata as desvantagens do Bio-

glass, material de enxerto aloplástico, osteocondutor e osteoindutor, que apresenta,

quando imerso em solução, uma grande vantagem sobre os outros biomateriais

devido à essa reatividade em fluídos fisiológicos promovendo mais a mineralização.

(FROUM; WEINBERG; TARNOW, 1998; JENSEN et al., 1996).

Coadjuvantes aos materiais de enxerto, os fatores de crescimento são cada

vez mais utilizados nas técnicas de levantamento do seio maxilar para reduzir o

tempo de recuperação e aumento da formação óssea em todos os tipos de enxerto,

não provocando reações tóxicas e/ou imunológicas. As fontes de plasma rico em

plaquetas (PRP) liberam os fatores de crescimento derivados de plaquetas (PDGF)

acelerando a mineralização no enxerto. Estudos demonstram que PRP em

combinação com osso esponjoso autógeno é muito eficaz na reconstrução de

defeitos mandibulares. O mesmo estudo mostrou que o uso de PRP acelerou a

cicatrização do enxerto ósseo e aumentou a maturação da densidade do mesmo em

comparação com osso nativo (MARX, 1998).

Em contraste aos fatores de crescimento, as proteínas morfogenéticas do

osso (BMP) são as substancias mais promissoras atualmente em relação à

osteoindução, tendo sua aplicação tópica nos defeitos ósseos através dos

carreadores, promovendo osseointegração. Dentre suas poucas desvantagens, está

o elevado custo financeiro para a utilização desse material nos procedimentos

cirúrgicos (NEVINS et al., 1996; REDDI; CUNNINGHAM, 1993).

A membrana que reveste o seio maxilar apresenta potencial osteogênico.

Seguindo essa premissa, novas técnicas estão sendo desenvolvidas, apenas com o

levantamento da membrana de Scheidrian e preenchimento com o sangue venoso

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periférico do próprio paciente como mantenedor de espaço e subsequente

neoformação óssea. A diminuição dos custos dessa técnica, por não apresentar

necessidade de material de enxerto, se mostra como uma grande vantagem.

Entretanto, estudos ainda são necessários para determinar o potencial de

osteogênese dessa membrana na neoformação óssea, sendo que a manutenção do

espaço com o sangue venoso periférico pode ser o fator determinante para a

regeneração óssea, e não a Membrana de Scheidrian. Recentemente, provou-se o

potencial de diferenciação mesenquimal, incluindo a diferenciação em osteoblastos,

adipócitos, fibroblastos e condrócitos do sangue periférico. Por apresentar

habilidades de multidiferenciação, o sangue periférico se torna um candidato

potencial para aplicação na medicina regenerativa e engenharia de tecidos. Logo,

não se pode concluir com veracidade, a real origem da neoformação óssea

preconizada pela técnica sem enxertos substitutos (KUZNETSOV et al., 2001;

PALMA et al., 2006; TONDREAU et al., 2005).

Os diversos tipos de materiais descritos previamente devem ser

minuciosamente estudados e selecionados, quando pertinente, para o procedimento

cirúrgico de levantamento do seio maxilar. A técnica Caldwell-Luc, com acesso de

janela lateral ao seio maxilar, comporta todos os materiais nas suas mais diversas e

particulares características. Porém, Summers (1994) descreveu uma técnica

minimamente invasiva de levantamento de seio maxilar, utilizando um conjunto de

osteótomos variados, compactando o osso apical e lateralmente no local do

implante, não necessitando uma segunda intervenção cirúrgica. A densidade óssea

da maxila posterior é melhorada pela própria natureza desta técnica. Mostra-se

desvantajoso nesta técnica, a necessidade de espessura mínima de osso para

estabilidade primaria dos implantes, e a limitação do volume disponível (NISHIOKA;

SOUZA, 2009; SUMMERS, 1996).

4 CONCLUSÃO

A literatura disponível correspondente as diversas opções de materiais de

enxertos ósseos para o procedimento de levantamento do seio maxilar, se mostra

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muito abrangente e particularmente bem diferenciada entre si por suas

características próprias, atribuindo a estas matérias vantagens e desvantagens de

seus usos.

A região posterior atrófica da maxila se mostra um grande desafio na

reabilitação protética por implantes na região do seio maxilar, tornando viável a

técnica de levantamento de seio maxila por ser um procedimento cirúrgico muito

previsível e versátil.

É pertinente ao cirurgião dentista, avaliar os critérios determinantes para a

utilização da técnica de levantamento do seio maxilar, bem como personalizar a

necessidade de cada tratamento ao uso adequado da melhor escolha de enxerto,

viabilizando um prognóstico positivo ao paciente.

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