diferença entre arquivo e diretório no plano concreto
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NCE/UFRJ - Curso para multiplicadores de Dosvox na
Educação Inclusiva
Profa.: Ida Beatriz Mazzillo
Janice Macêdo da Matta Simões
1º. Passo – Proposta de Atividade
A primeira será elaboração de uma atividade para exemplificar a diferença entre arquivo e
diretório no plano concreto. Associado a essa atividade você irá começar a introduzir
alguns conhecimentos básicos do Edivox (nomear arquivo, digitar texto, salvar, localizar o
arquivo no computador).
Bases conceituais:
Segundo Feuerstein, a habilidade de comparar é básica para qualquer processo
cognitivo. A comparação não está envolvida apenas no reconhecimento e identificação de
coisas que percebemos, mas também é um pré-requisito para o estabelecimento de
relações que levam ao pensamento abstrato. É através da comparação que organizamos
e integramos pequenos fragmentos de informações distintos e separados em sistemas
coordenados e coerentes de pensamento. Somente quando existe a experiência da
comparação é que os conceitos são espontaneamente modificados, fazendo com que
integremos novas informações em unidades de pensamento para, finalmente, achar as
relações entre elas.
A capacidade aprendizagem dos DVs é possível a partir de um ambiente bem estruturado
com materiais adaptados para solucionar o lado instrucional – o ensinar –, e o lado
instituinte e criativo do conhecimento – o aprender.
Esta atividade é de uma complexidade relativa.
Serão necessários:
Uma caixa de papelão de tamanho relativamente grande com uma abertura no
meio com o nome CORREIO em Braille, suficientemente grande para se introduzir
um envelope, em cada abertura o professor produzirá em Braille o nome de cada
aluno. Na parte de trás outra abertura para o resgate destes envelopes.
Três caixinhas com a identificação em Braille de cada um deles;
Envelopes;
Regletes, punção e pranchetas (para todos);
Papéis para produção textual.
A princípio a proposta é questionar sobre o conhecimento deles sobre os meios de
comunicação existentes. Levá-los à rua para conhecer as caixas do correio, para
recolhimento de cartas e ao próprio Correio para que saibam que é lá que as
comunicações diversas são depositadas e que o Correio se encarregará de entregá-las
ao destinatário. Fazer com que toquem os envelopes do Correio, os selos, explicar que os
selos são adquiridos mediante pagamento em dinheiro, e que o valor dependerá do peso
da correspondência, do local de destino e da necessidade de urgência na entrega.
Mostrá-los também as caixinhas de correio em cada residência, onde os funcionários do
Correio colocam as correspondências recebidas.
Questionar se eles já enviaram uma cartinha para alguém propondo que eles produzam
uma cartinha na máquina Perkins, para cada coleguinha e colocando no envelope o nome
de cada um e o assunto principal, tipo assim: Pessoal (como parabenização por
aniversário, convite para passeio etc), Trabalho (como combinando reunião para estudar,
etc), em Braille.
Depois que todos produzirem as cartinhas e colocarem na caixa grande (representando o
Correio), dizer a eles que agora eles são funcionários do correio e vão retirar todas as
cartinhas, identifica-las e coloca-las na caixinha de cada destinatário.
Além disso, também se pode explicar o processamento de nossas ideias, que são
armazenadas em nossa mente (HD) em diversas partes (Pastas) com informações
referentes a diferentes assuntos (Arquivos). Informar sobre o ambiente operacional
Dosvox e sua importância na autonomia tecnológica do aluno cego, explicar que os
teclados são muito parecidos, com poucas diferenças, explicá-las.
Neste momento convide os alunos a irem à sala de informática, mostre toda a parte física
do equipamento (inclusive onde ele não pode tocar e o porquê, já que existem regiões
onde há possibilidade de descarga elétrica). Peça a todos que liguem a caixa de som e
coloquem os fones de ouvido. Solicite que tateiem fazendo o reconhecimento, inclusive
dos pontos onde os equipamentos são ligados (HD, Monitor, Caixas de Som, impressora).
Mostre o teclado, suas dimensões, o espaço de trabalho e as teclas essenciais. Peça que
abram o programa Dosvox teclando a seta para baixo, a opção t (testar teclados),
estimulá-los a percorrer todas as teclas para que reconheçam o teclado, daí peça que
teclem a ESC (explique a função da tecla de saída ou retorno), daí solicite que teclem a
seta para baixo, vão ouvir opção t (teclado) peça que teclem a seta de novo (vão ouvir:
opção E (editar texto). Estimule-os a digitar qualquer coisa, um poema, uma frase, uma
cartinha, e ensine-os a salvar pressionando a tecla F2, então eles ouvirão uma
mensagem dizendo: “arquivo gravado”.
Peça que cada um registre o nome dos arquivos e dos criadores. Ensine-os a sair do
programa e desligar o aparelho.
– Pressione a tecla ESC;
– Ouça a mensagem: "Confirma saída (s/n)?”;
– Caso não confirme minha saída o texto continuará a ser editando;
– Confirmada a saída, você ouvirá em seguida: "Quer salvar o arquivo (s/n)?";
– Um arquivo é composto por 3 (três) partes: nome do arquivo, ponto (.) e 3 letras
(extensão);
– Não é necessário colocar o ponto (.) e extensão;
– Se for digitado somente o nome do arquivo, o Edivox irá inserir o ponto (.)
juntamente com a extensão "txt";
– Para finalizar pressione a tecla ENTER;
- Como última mensagem se ouvirá: "Fim do Edivox”.
Nesta atividade onde os alunos têm oportunidade de experienciar as partes físicas do
computador, confirma a pesquisa de Biedermann (Santaella & Noth, 2005), cujo estudo
buscava na ciência da cognição, as unidades mínimas de percepção de imagem,
confirmando que o reconhecimento visual dos objetos depende de um repertório de 36
unidades mínimas de visão, mas que os objetos têm traços distintos, como forma,
tamanho, curvatura, simetria, colinearidade (as diversas configurações sobre uma linha
reta) e paralelismo. Este autor vem comprovar a importância da exploração do sistema
háptico nos Dvs, possibilitando a construção de imagem mental, no desenvolvimento e
reconhecimento das peças do computador, ou ainda de mapas e gráficos, quando
adaptados. São traços suficientes para levar estes alunos, nesta atividade na sala de
informática, a experienciar e adquirir conhecimentos, capacitando-os para futuro mercado
de trabalho, para continuação de seus estudos e interação social.
Segunda etapa:
A segunda será o planejamento de uma atividade criativa para introduzir o hábito de
corrigir seus textos via corretor ortográfico aos alunos estejam aprendendo a usar o
Edivox.
Faça um feedback da aula anterior, lembrando-os de todas as informações aprendidas,
pergunte se ouve alguma dificuldade. Explique-os que toda atividade nova envolve temor,
medo de errar, mas todos os aprendizes sentem o mesmo, independente de sua
condição física ou qualquer outro aspecto.
Monitore-os para que repitam os passos, retirar as capinhas dos equipamentos, ligá-los,
colocar o fone, acessar o Dosvox e abrir o seu arquivo.
Como: Entrar no programa Dosvox clicando no ícone (ou, no caso do aluno com
Deficiência Visual, pressionar as simultaneamente as teclas Control+Alt+D) . Para
acessar o Edivox, pressionar a letra E ou usar a seta vertical até o item “e” – editar o texto
e pressionar ENTER. O Edivox exibirá a mensagem: “Edivox – qual o nome do arquivo?”,
então, digite o nome do arquivo.
Explique-os que o Edivox dispõe de um corretor ou verificador ortográfico para auxiliar na
correção das palavras digitadas, é comum que todo e qualquer digitador cometa erros na
digitação das palavras.
Para ativar ou desativar o verificador basta teclar F11. O acionamento da tecla Control e
seta à direita, também podem indicar se a palavra tem algum erro, mas neste caso, o
cursor tem que estar depois da primeira letra da palavra. (Quando o verificador ortográfico
estiver ativado, ao digitar uma palavra que o Edivox desconheça será ouvido um
barulhinho.)
Quando o aluno notar que a palavra está errada ele pode, também, usar a combinação
das teclas Control W, neste caso o verificador vai sugerir opções de grafia. (Percorra com
as setas verticais as opções escolha a que se adequa ao seu texto e pressione a tecla
Enter.)
Aceitando-se as sugestões para corrigir as palavras erradas, digita-se a forma correta.
Terceira etapa:
A terceira será a criação de um texto explicativo sobre a opção Tratamento Word. Esse
texto deverá ser gerado também em doc. Lembre-se de centralizar o título e coloca-lo em
negrito. Coloque o resto alinhamento do resto do texto justificado e experimente também
outras opções de formatação de fonte ao longo do texto. Envie o arquivo txt e o gerado
em doc.
Tratamento Word.
O Dosvox também dispõe dentro de tantas facilidades da possibilidade de se abrir
documentos com extensão doc e txt. Bem, para os que ainda não estão acostumados
com o tecnologês, isto significa documentos criados através do processador de textos da
Microsoft Word ou Wordpad.
Durante a tentativa de abrir tais documentos no Edivox, o programa questiona se que
queremos manter o arquivo original. Se optarmos por esta escolha, cairemos na mesma
realidade que ocorre quando tentamos abrir um arquivo criado em um processador mais
novo em um processador mais antigo (tipo Word 2007 no Word 97). O documento até
pode abrir, mas quem é que conseguirá entender os caracteres que aparecerão? –
Ninguém... Ou seja, no Edivox, é solicitado que você deixe claro se quer que o programa
converta o documento em texto no formato deste processador, mas, não se preocupe, o
formato original vai estar mantido, o Edivox vai criar uma cópia no formato que você
poderá ter acesso e até mesmo alterá-lo.
Outro detalhe importante é que existem diferenças entre os documentos com extensão txt
e doc. Os txts, digitados no Edivox, seguem o pressuposto de que uma linha independe
da outra, ou seja, se você excluir uma palavra em alguma parte do arquivo a formatação
não ocorrerá automaticamente. Os arquivos com extensão doc já são concebidos
respeitando o conceito de parágrafo considerando todas as linhas digitadas como
pertencentes ao mesmo bloco, até que sinalizemos o fim do parágrafo. Caso deletemos
uma palavra ou linha, a formatação é assumida automaticamente, excluindo todos os
espaços vazios, onde anteriormente haviam as palavras deletadas.
O WordUtil na realidade possui uma interface entre o Word e o usuário. Sendo assim,
qualquer toque que seja dado no teclado se for interpretado pelo Word e não pelo
WordUtil pode danificar seu documento e você será avisada que isto ocorreu. Porém, não
se assuste, pois o programa proporciona duas maneiras de se evitar que isto ocorra, ou
seja: o módulo de leitura, permite apenas a leitura de um documento, impossibilitando
qualquer alteração no mesmo; e o modo de edição, sim, este permite ao usuário a leitura
e edição do documento. Para alternar entre o modo de leitura ou edição, basta pressionar
a tecla F7.
Esperamos que estas dicas sejam úteis para todos. E desejamos boa sorte e muito
estímulo.
Com o uso da função Tratamento Word é possível converter um arquivo editado em .txt
para o formato .doc (extensão de arquivo do Word da Microsoft). Após editar um texto
normalmente no Edivox, o mesmo será salvo em formato .txt normalmente aberto no
bloco de notas do Windows, mas antes de procedermos a conversão do texto para o
formato do Word é interessante fazermos alguns ajustes(formatação) no texto para que
ele tenha uma boa apresentação. A função tratamento Word pode ser acessada
pressionando a tecla f9 e oferece algumas funções, são elas: F insere marcas de
formatação; I informa formatação no cursor; G gera arquivo . doc; O oculta formatação na
tela; M modos de formatação.
Usando a função F podemos escolher F para selecionarmos a fonte ou A para
escolhermos o alinhamento. Usando as “sub-opções” de F fontes temos: F nome da
fonte, T tamanho da fonte, C cor da fonte, N início do negrito; etc. Para as “sub-funções”
de A temos: J justificar, C centralizar, D alinhar a direita, E alinhar a esquerda. Usando as
“sub-funções” de G temos: G gera arquivo .doc, I imprime arquivo em .doc, N editar
formatação inicia, Esc Termina programa. O conhecimento destas funções pode ser
bastante útil, proporcionando a criação de textos com aparência mais agradável.
<IN><TF=Times New Roman>Editando um Texto Utilizando o Edivox, com Tratamento
Word<SF=12><C<FN>>
Acreditamos que de todos os avanços dos aplicativos do <II>Sistema Dosvox<FI>, este
do texto editado no edivox com qualidade word é bastante
significativo para os que desejam compartilhar com pessoas que enxergam suas
produções, documentos, artigos... seja impresso ou disponibilizado com a extensão doc,
com uma qualidade gráfica muito boa.
Bastando para tanto, que o digitador estando na tela principal do Dosvox, digite a letra
e, nome desejado para o arquivo, em seguida a tecla enter.
E com o atalho alt f abra o menu de formatação no texto. Neste menu encontrará duas
opções de comandos:
O primeiro é o de fonte (f), onde são encontradas:
tipo da fonte,
tamanho da fonte,
cor da fonte,
negrito,
Itálico e
Sublinhado.
O segundo é o de alinhamento (a), onde estão as opções:
justificar,centralizar,
alinhar a direita e
alinhar a esquerda.
Então, quando desejar escolher um dos comandos referidos acima, digite:
alt, f, f novamente se desejar escolher as opções de fontes ou a letra a se desejar
escolher algum comando de alinhamento.
Com as setas verticais ou com o atalho sugerido, escolha a opção desejada.
Após formatar o texto com as opções necessárias,
Se for salvar uma cópia deste arquivo com a extensão doc, digite:
alt, g, e novamente a letra g.
Se for imprimir, digite:
alt, g e a letra i<SF=12>.<AF>
Concluindo.
Concluímos esta atividade destacando a sequência das atividades propostas, mas
ressaltando que a primeira relacionada com o serviço dos Correios, vem confirmar os
estudos de Feuerstein e Bidermann, sobre a importância da experiência da comparação,
do reconhecimento e da identificação, resultando na aquisição e modificação de
conceitos.
Feuerstein nos traz os termos modificação e modificabilidade. O primeiro termo -
modificação – como produto resultante dos processos de desenvolvimento e maturação;
e o segundo termo – modificabilidade –, como uma mudança estrutural que se processa
na mente de uma pessoa, mesmo que ela apresente problemas de etiologia
(Depresbiteres, de Souza, Machado, 2009).
A partir destes exercícios, do vivenciar e agir nesta atividade, com a interação na sala de
informática, descobrindo e reconhecendo os traços distintos das peças do computador,
que permitiram que os alunos conseguissem chegar à segunda etapa – o Edivox –, e
finalmente o tratamento do Word.
Bibliografia:
DEPRESBITERIS, Léa. SOUZA, Ana Maria Martins de. MACHADO, Osny Telles
Marcondes. A Mediação Como Princípio Educacional. Editora Senac. São Paulo, 2004.
SANTAELLA, Lúcia. NOTH, Winfried. Imagem, Cognição, Semiótica e Mídia. Editora Iluminuras. São Paulo. 2005.