diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

12
NCE/UFRJ - Curso para multiplicadores de Dosvox na Educação Inclusiva Profa.: Ida Beatriz Mazzillo Janice Macêdo da Matta Simões 1º. Passo – Proposta de Atividade A primeira será elaboração de uma atividade para exemplificar a diferença entre arquivo e diretório no plano concreto. Associado a essa atividade você irá começar a introduzir alguns conhecimentos básicos do Edivox (nomear arquivo, digitar texto, salvar, localizar o arquivo no computador). Bases conceituais: Segundo Feuerstein, a habilidade de comparar é básica para qualquer processo cognitivo. A comparação não está envolvida apenas no reconhecimento e identificação de coisas que percebemos, mas também é um pré-requisito para o estabelecimento de relações que levam ao pensamento abstrato. É através da comparação que organizamos e integramos pequenos fragmentos de informações distintos e separados em sistemas coordenados e coerentes de pensamento. Somente quando existe a experiência da comparação é que os conceitos são espontaneamente modificados, fazendo com que integremos novas informações em unidades de pensamento para, finalmente, achar as relações entre elas. A capacidade aprendizagem dos DVs é possível a partir de um ambiente bem estruturado com materiais adaptados para solucionar o lado instrucional – o ensinar –, e o lado instituinte e criativo

Transcript of diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

Page 1: diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

NCE/UFRJ - Curso para multiplicadores de Dosvox na

Educação Inclusiva

Profa.: Ida Beatriz Mazzillo

Janice Macêdo da Matta Simões

1º. Passo – Proposta de Atividade

A primeira será elaboração de uma atividade para exemplificar a diferença entre arquivo e

diretório no plano concreto. Associado a essa atividade você irá começar a introduzir

alguns conhecimentos básicos do Edivox (nomear arquivo, digitar texto, salvar, localizar o

arquivo no computador).

Bases conceituais:

Segundo Feuerstein, a habilidade de comparar é básica para qualquer processo

cognitivo. A comparação não está envolvida apenas no reconhecimento e identificação de

coisas que percebemos, mas também é um pré-requisito para o estabelecimento de

relações que levam ao pensamento abstrato. É através da comparação que organizamos

e integramos pequenos fragmentos de informações distintos e separados em sistemas

coordenados e coerentes de pensamento. Somente quando existe a experiência da

comparação é que os conceitos são espontaneamente modificados, fazendo com que

integremos novas informações em unidades de pensamento para, finalmente, achar as

relações entre elas.

A capacidade aprendizagem dos DVs é possível a partir de um ambiente bem estruturado

com materiais adaptados para solucionar o lado instrucional – o ensinar –, e o lado

instituinte e criativo do conhecimento – o aprender.

Esta atividade é de uma complexidade relativa.

Serão necessários:

Uma caixa de papelão de tamanho relativamente grande com uma abertura no

meio com o nome CORREIO em Braille, suficientemente grande para se introduzir

um envelope, em cada abertura o professor produzirá em Braille o nome de cada

Page 2: diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

aluno. Na parte de trás outra abertura para o resgate destes envelopes.

Três caixinhas com a identificação em Braille de cada um deles;

Envelopes;

Regletes, punção e pranchetas (para todos);

Papéis para produção textual.

A princípio a proposta é questionar sobre o conhecimento deles sobre os meios de

comunicação existentes. Levá-los à rua para conhecer as caixas do correio, para

recolhimento de cartas e ao próprio Correio para que saibam que é lá que as

comunicações diversas são depositadas e que o Correio se encarregará de entregá-las

ao destinatário. Fazer com que toquem os envelopes do Correio, os selos, explicar que os

selos são adquiridos mediante pagamento em dinheiro, e que o valor dependerá do peso

da correspondência, do local de destino e da necessidade de urgência na entrega.

Mostrá-los também as caixinhas de correio em cada residência, onde os funcionários do

Correio colocam as correspondências recebidas.

Questionar se eles já enviaram uma cartinha para alguém propondo que eles produzam

uma cartinha na máquina Perkins, para cada coleguinha e colocando no envelope o nome

de cada um e o assunto principal, tipo assim: Pessoal (como parabenização por

aniversário, convite para passeio etc), Trabalho (como combinando reunião para estudar,

etc), em Braille.

Depois que todos produzirem as cartinhas e colocarem na caixa grande (representando o

Correio), dizer a eles que agora eles são funcionários do correio e vão retirar todas as

cartinhas, identifica-las e coloca-las na caixinha de cada destinatário.

Além disso, também se pode explicar o processamento de nossas ideias, que são

armazenadas em nossa mente (HD) em diversas partes (Pastas) com informações

referentes a diferentes assuntos (Arquivos). Informar sobre o ambiente operacional

Dosvox e sua importância na autonomia tecnológica do aluno cego, explicar que os

teclados são muito parecidos, com poucas diferenças, explicá-las.

Neste momento convide os alunos a irem à sala de informática, mostre toda a parte física

do equipamento (inclusive onde ele não pode tocar e o porquê, já que existem regiões

onde há possibilidade de descarga elétrica). Peça a todos que liguem a caixa de som e

coloquem os fones de ouvido. Solicite que tateiem fazendo o reconhecimento, inclusive

Page 3: diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

dos pontos onde os equipamentos são ligados (HD, Monitor, Caixas de Som, impressora).

Mostre o teclado, suas dimensões, o espaço de trabalho e as teclas essenciais. Peça que

abram o programa Dosvox teclando a seta para baixo, a opção t (testar teclados),

estimulá-los a percorrer todas as teclas para que reconheçam o teclado, daí peça que

teclem a ESC (explique a função da tecla de saída ou retorno), daí solicite que teclem a

seta para baixo, vão ouvir opção t (teclado) peça que teclem a seta de novo (vão ouvir:

opção E (editar texto). Estimule-os a digitar qualquer coisa, um poema, uma frase, uma

cartinha, e ensine-os a salvar pressionando a tecla F2, então eles ouvirão uma

mensagem dizendo: “arquivo gravado”.

Peça que cada um registre o nome dos arquivos e dos criadores. Ensine-os a sair do

programa e desligar o aparelho.

– Pressione a tecla ESC;

– Ouça a mensagem: "Confirma saída (s/n)?”;

– Caso não confirme minha saída o texto continuará a ser editando;

– Confirmada a saída, você ouvirá em seguida: "Quer salvar o arquivo (s/n)?";

– Um arquivo é composto por 3 (três) partes: nome do arquivo, ponto (.) e 3 letras

(extensão);

– Não é necessário colocar o ponto (.) e extensão;

– Se for digitado somente o nome do arquivo, o Edivox irá inserir o ponto (.)

juntamente com a extensão "txt";

– Para finalizar pressione a tecla ENTER;

- Como última mensagem se ouvirá: "Fim do Edivox”.

Nesta atividade onde os alunos têm oportunidade de experienciar as partes físicas do

computador, confirma a pesquisa de Biedermann (Santaella & Noth, 2005), cujo estudo

buscava na ciência da cognição, as unidades mínimas de percepção de imagem,

confirmando que o reconhecimento visual dos objetos depende de um repertório de 36

unidades mínimas de visão, mas que os objetos têm traços distintos, como forma,

tamanho, curvatura, simetria, colinearidade (as diversas configurações sobre uma linha

reta) e paralelismo. Este autor vem comprovar a importância da exploração do sistema

háptico nos Dvs, possibilitando a construção de imagem mental, no desenvolvimento e

reconhecimento das peças do computador, ou ainda de mapas e gráficos, quando

Page 4: diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

adaptados. São traços suficientes para levar estes alunos, nesta atividade na sala de

informática, a experienciar e adquirir conhecimentos, capacitando-os para futuro mercado

de trabalho, para continuação de seus estudos e interação social.

Segunda etapa:

A segunda será o planejamento de uma atividade criativa para introduzir o hábito de

corrigir seus textos via corretor ortográfico aos alunos estejam aprendendo a usar o

Edivox.

Faça um feedback da aula anterior, lembrando-os de todas as informações aprendidas,

pergunte se ouve alguma dificuldade. Explique-os que toda atividade nova envolve temor,

medo de errar, mas todos os aprendizes sentem o mesmo, independente de sua

condição física ou qualquer outro aspecto.

Monitore-os para que repitam os passos, retirar as capinhas dos equipamentos, ligá-los,

colocar o fone, acessar o Dosvox e abrir o seu arquivo.

Como: Entrar no programa Dosvox clicando no ícone (ou, no caso do aluno com

Deficiência Visual, pressionar as simultaneamente as teclas Control+Alt+D) . Para

acessar o Edivox, pressionar a letra E ou usar a seta vertical até o item “e” – editar o texto

e pressionar ENTER. O Edivox exibirá a mensagem: “Edivox – qual o nome do arquivo?”,

então, digite o nome do arquivo.

Explique-os que o Edivox dispõe de um corretor ou verificador ortográfico para auxiliar na

correção das palavras digitadas, é comum que todo e qualquer digitador cometa erros na

digitação das palavras.

Para ativar ou desativar o verificador basta teclar F11. O acionamento da tecla Control e

seta à direita, também podem indicar se a palavra tem algum erro, mas neste caso, o

cursor tem que estar depois da primeira letra da palavra. (Quando o verificador ortográfico

estiver ativado, ao digitar uma palavra que o Edivox desconheça será ouvido um

barulhinho.)

Quando o aluno notar que a palavra está errada ele pode, também, usar a combinação

das teclas Control W, neste caso o verificador vai sugerir opções de grafia. (Percorra com

as setas verticais as opções escolha a que se adequa ao seu texto e pressione a tecla

Enter.)

Page 5: diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

Aceitando-se as sugestões para corrigir as palavras erradas, digita-se a forma correta.

Terceira etapa:

A terceira será a criação de um texto explicativo sobre a opção Tratamento Word. Esse

texto deverá ser gerado também em doc. Lembre-se de centralizar o título e coloca-lo em

negrito. Coloque o resto alinhamento do resto do texto justificado e experimente também

outras opções de formatação de fonte ao longo do texto. Envie o arquivo txt e o gerado

em doc.

Tratamento Word.

O Dosvox também dispõe dentro de tantas facilidades da possibilidade de se abrir

documentos com extensão doc e txt. Bem, para os que ainda não estão acostumados

com o tecnologês, isto significa documentos criados através do processador de textos da

Microsoft Word ou Wordpad.

Durante a tentativa de abrir tais documentos no Edivox, o programa questiona se que

queremos manter o arquivo original. Se optarmos por esta escolha, cairemos na mesma

realidade que ocorre quando tentamos abrir um arquivo criado em um processador mais

novo em um processador mais antigo (tipo Word 2007 no Word 97). O documento até

pode abrir, mas quem é que conseguirá entender os caracteres que aparecerão? –

Ninguém... Ou seja, no Edivox, é solicitado que você deixe claro se quer que o programa

converta o documento em texto no formato deste processador, mas, não se preocupe, o

formato original vai estar mantido, o Edivox vai criar uma cópia no formato que você

poderá ter acesso e até mesmo alterá-lo.

Outro detalhe importante é que existem diferenças entre os documentos com extensão txt

e doc. Os txts, digitados no Edivox, seguem o pressuposto de que uma linha independe

da outra, ou seja, se você excluir uma palavra em alguma parte do arquivo a formatação

não ocorrerá automaticamente. Os arquivos com extensão doc já são concebidos

respeitando o conceito de parágrafo considerando todas as linhas digitadas como

pertencentes ao mesmo bloco, até que sinalizemos o fim do parágrafo. Caso deletemos

uma palavra ou linha, a formatação é assumida automaticamente, excluindo todos os

Page 6: diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

espaços vazios, onde anteriormente haviam as palavras deletadas.

O WordUtil na realidade possui uma interface entre o Word e o usuário. Sendo assim,

qualquer toque que seja dado no teclado se for interpretado pelo Word e não pelo

WordUtil pode danificar seu documento e você será avisada que isto ocorreu. Porém, não

se assuste, pois o programa proporciona duas maneiras de se evitar que isto ocorra, ou

seja: o módulo de leitura, permite apenas a leitura de um documento, impossibilitando

qualquer alteração no mesmo; e o modo de edição, sim, este permite ao usuário a leitura

e edição do documento. Para alternar entre o modo de leitura ou edição, basta pressionar

a tecla F7.

Esperamos que estas dicas sejam úteis para todos. E desejamos boa sorte e muito

estímulo.

Com o uso da função Tratamento Word é possível converter um arquivo editado em .txt

para o formato .doc (extensão de arquivo do Word da Microsoft). Após editar um texto

normalmente no Edivox, o mesmo será salvo em formato .txt normalmente aberto no

bloco de notas do Windows, mas antes de procedermos a conversão do texto para o

formato do Word é interessante fazermos alguns ajustes(formatação) no texto para que

ele tenha uma boa apresentação. A função tratamento Word pode ser acessada

pressionando a tecla f9 e oferece algumas funções, são elas: F insere marcas de

formatação; I informa formatação no cursor; G gera arquivo . doc; O oculta formatação na

tela; M modos de formatação.

Usando a função F podemos escolher F para selecionarmos a fonte ou A para

escolhermos o alinhamento. Usando as “sub-opções” de F fontes temos: F nome da

fonte, T tamanho da fonte, C cor da fonte, N início do negrito; etc. Para as “sub-funções”

de A temos: J justificar, C centralizar, D alinhar a direita, E alinhar a esquerda. Usando as

“sub-funções” de G temos: G gera arquivo .doc, I imprime arquivo em .doc, N editar

formatação inicia, Esc Termina programa. O conhecimento destas funções pode ser

bastante útil, proporcionando a criação de textos com aparência mais agradável.

<IN><TF=Times New Roman>Editando um Texto Utilizando o Edivox, com Tratamento

Word<SF=12><C<FN>>

Acreditamos que de todos os avanços dos aplicativos do <II>Sistema Dosvox<FI>, este

do texto editado no edivox com qualidade word é bastante

Page 7: diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

significativo para os que desejam compartilhar com pessoas que enxergam suas

produções, documentos, artigos... seja impresso ou disponibilizado com a extensão doc,

com uma qualidade gráfica muito boa.

Bastando para tanto, que o digitador estando na tela principal do Dosvox, digite a letra

e, nome desejado para o arquivo, em seguida a tecla enter.

E com o atalho alt f abra o menu de formatação no texto. Neste menu encontrará duas

opções de comandos:

O primeiro é o de fonte (f), onde são encontradas:

tipo da fonte,

tamanho da fonte,

cor da fonte,

negrito,

Itálico e

Sublinhado.

O segundo é o de alinhamento (a), onde estão as opções:

justificar,centralizar,

alinhar a direita e

alinhar a esquerda.

Então, quando desejar escolher um dos comandos referidos acima, digite:

alt, f, f novamente se desejar escolher as opções de fontes ou a letra a se desejar

escolher algum comando de alinhamento.

Com as setas verticais ou com o atalho sugerido, escolha a opção desejada.

Após formatar o texto com as opções necessárias,

Se for salvar uma cópia deste arquivo com a extensão doc, digite:

alt, g, e novamente a letra g.

Se for imprimir, digite:

alt, g e a letra i<SF=12>.<AF>

Concluindo.

Concluímos esta atividade destacando a sequência das atividades propostas, mas

ressaltando que a primeira relacionada com o serviço dos Correios, vem confirmar os

Page 8: diferença entre arquivo e diretório no plano concreto

estudos de Feuerstein e Bidermann, sobre a importância da experiência da comparação,

do reconhecimento e da identificação, resultando na aquisição e modificação de

conceitos.

Feuerstein nos traz os termos modificação e modificabilidade. O primeiro termo -

modificação – como produto resultante dos processos de desenvolvimento e maturação;

e o segundo termo – modificabilidade –, como uma mudança estrutural que se processa

na mente de uma pessoa, mesmo que ela apresente problemas de etiologia

(Depresbiteres, de Souza, Machado, 2009).

A partir destes exercícios, do vivenciar e agir nesta atividade, com a interação na sala de

informática, descobrindo e reconhecendo os traços distintos das peças do computador,

que permitiram que os alunos conseguissem chegar à segunda etapa – o Edivox –, e

finalmente o tratamento do Word.

Bibliografia:

DEPRESBITERIS, Léa. SOUZA, Ana Maria Martins de. MACHADO, Osny Telles

Marcondes. A Mediação Como Princípio Educacional. Editora Senac. São Paulo, 2004.

SANTAELLA, Lúcia. NOTH, Winfried. Imagem, Cognição, Semiótica e Mídia. Editora Iluminuras. São Paulo. 2005.