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dicionário do deseconomês coletânea de artigos

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O Dicionário do Deseconomês surgiu com o objetivo de descomplicar termos do mercado financeiro, valendo-se, para isso, das ferramentas: linguagem simples e criatividade.

Agora, neste material, compilamos os artigos produzidos ao longo de 2018 para que sejam lidos, relidos e compartilhados tanto por funcionários e clientes do Banco do Brasil, quanto por todos aqueles que se interessem pelos assuntos que tratamos aqui.

Ao mesmo tempo em que entregamos esta coletânea, estamos ansiosos pela inclusão dos novos artigos, que certamente virão.

Acreditamos no poder da educação financeira para a construção de uma sociedade mais justa. O mercado financeiro e o mundo dos investimentos são para todo mundo, sim! dezembro | 2018

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vem aí a mam, a

marcação a mercado

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vamos falar de come-

cotas

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espelho, espelho meu...

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que dono sou eu?

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quem quer comprar um shopping?

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pegando carona nos fundos automáticos

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o touro, o urso

e a bolsa

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50apaixonados

por CRI e CRA

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20bumerangue e compensação

de irpf

vamos desvendar

o fgc

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curva de juros escalada no

ataque

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aperte os cintos para a volatilidade

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quero ser harry

markowitz

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os três porquinhos

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mapa do tesouro

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o falcão, a pomba e a selic

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vamos falar de come-cotas

Se você foi criança nas décadas de 1980 ou 90, provavelmente conhece um jogo abrasileiradamente chamado de Come-Come.

Mas se você nasceu antes ou depois dessa época, não tem problema. Hoje, todo mundo vai entender o que é o tal do come-cotas. Vamos nessa?

O que é?

Para começar, é importante esclarecer que quando alguém investe em um fundo de investimento está comprando cotas desse fundo, ou seja, pedaços dele. É como se fosse um condomínio de apartamentos. Você não é dono do prédio, mas de uma parte dele.

O come-cotas é uma cobrança antecipada de imposto de renda quando se tem aplicação em fundos de investimento.

Quando ocorre?

No último dia útil dos meses de maio e novembro.

O imposto incide sobre a rentabilidade do período, valendo tanto para pessoa física quanto jurídica.

Mas cobra quanto?

Depende, para os fundos de longo prazo (LP), o imposto é de 15%. Para os de curto prazo (CP), a taxa vai para 20%.

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Aí, eu vi vantagem

Mesmo assim, vale a pena ter dinheiro aplicado em fundos de investimento? Vale sim.

Lembra do exemplo do fundo de investimento como um condomínio de apartamentos? Será que, sozinho, um morador teria condições de construir uma casa com piscina, sauna, academia, espaço gourmet, garage band? Talvez não, mas sendo cotista de um condomínio, ele pode usufruir desses benefícios.

Com os fundos de investimento é parecido. Quando vários cotistas se unem, podem ter acesso a estratégias de investimentos que não teriam sozinhos, contando ainda com uma gestão profissional dos recursos. No caso do BB, ainda há a vantagem de contar com a gestão da BB DTVM, líder em recursos administrados do mercado brasileiro.

Última dica

Come-cotas não incide sobre fundos de ações, fundos fechados e fundos de previdência. Esse é mais um motivo para você diversificar a sua carteira de investimentos.

E como fica aquela tabela regressiva do Imposto de Renda?

Você conhece essa tabela? É essa aqui:

Em muitas aplicações financeiras, a cobrança do Imposto de Renda acontece somente no momento do resgate. O valor a ser pago é calculado com base no tempo que o dinheiro ficou aplicado e a cobrança ocorre somente sobre os rendimentos.

No caso dos fundos de investimento, como a cobrança é adiantada, a Receita Federal recolhe a alíquota mínima nos meses de maio e novembro. Afinal, a Receita não tem como saber quando a pessoa irá resgatar a aplicação. Porém, no momento efetivo do resgate, haverá uma nova cobrança sobre a rentabilidade desde o último come-cotas, variando conforme o tempo que o valor ficou aplicado.

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Come-cotas não incide sobre

fundos de ações, fundos fechados

e fundos de previdência.

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vamos desvendar o fgc

Imagine a seguinte situação: você está trabalhando pesado há meses, juntando as economias e, finalmente, consegue comprar o seu carro. Uma conquista que representa o esforço de muito tempo, aquela viagem que deixou de fazer, o rodízio com os amigos no fim de semana que teve que furar. Mas tem tanto motorista “barbeiro” por aí, o carro pode dar algum problema no motor ou, pior, você pode ser roubado. Para se resguardar das adversidades, o que você faz? Um seguro, claro, porque você quer proteger o seu patrimônio.

É mais ou menos assim que funciona o Fundo Garantidor de Crédito, mais conhecido como FGC.

O que é? Autorizado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismos de proteção a correntistas, poupadores e investidores contra instituições financeiras.

Para o investidor, o FGC representa a segurança de que os seus recursos estão protegidos mesmo em eventos extremos, como a falência, intervenção ou liquidação de uma instituição financeira.

Quais são as operações garantidas?

Letras de Crédito (LCI/LCA), Letras Imobiliárias (LI), Letras de Câmbio (LC), Letras Hipotecárias (LH), poupança, depósitos a prazo (CDB/RDB), depósitos à vista (como a conta corrente) e operações compromissadas.

É importante ressaltar que os fundos de investimento não são cobertos pelo FGC.

Há limites?

Sim, o FGC garante até R$ 250 mil por CPF em cada instituição financeira ou conglomerado.

Além disso, as aplicações ou investimentos realizados a partir de 2018 têm limite de R$ 1 milhão por CPF a cada quatro anos. A mudança trouxe limitações para os investidores milionários.

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Por exemplo, um investidor que possua R$ 1,25 milhão distribuído em cinco aplicações de R$ 250 mil, em instituições distintas, terá coberto somente R$ 1 milhão. Isso, considerando a hipótese de todas as instituições sofrerem liquidação pelo Banco Central.

Para operações realizadas até 2017 vale apenas a regra de R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira, sem o teto global.Vale lembrar que o saldo a ser restituído é a soma do valor principal investido e dos rendimentos até a data em que o Banco Central decreta Regime Especial (Intervenção ou Liquidação) na instituição financeira, fechando-a ao acesso público.

Então, independentemente de onde tenho meu dinheiro aplicado, posso ficar tranquilo já que existe o FGC?

Pois é, esse é um ponto importante.Primeira reflexão: você compraria um carro onde o vendedor enfatiza mais o seguro do que o próprio veículo?

Muitos investidores não sabem, mas não existe prazo definido para ressarcimento aos clientes pelo FGC. Há casos no Sistema Financeiro Nacional que demoraram quase quatro anos para ocorrer o ressarcimento integral. E, durante esse tempo, o recurso não é remunerado!

Voltando à analogia do carro: mesmo que tenha seguro, você estaciona em qualquer lugar ou deixa alguém que você não conhece dirigi-lo por aí? Provavelmente não, porque, ainda que protegido, o risco não vale a pena.

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Fundos de investimento não

são cobertos pelo FGC.

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vem aí a mam, a marcação a mercado

O Dicionário do Deseconomês tem um desafio e tanto: todo mundo vai entender a tal MaM. E não é o Museu! É a Marcação a Mercado. Vamos nessa?

Especialmente em momentos de grandes oscilações e incertezas no mercado financeiro, é importante conhecer esse conceito e suas implicações práticas. Pode acontecer, por exemplo, de um fundo de renda fixa apresentar, em um determinado dia, rentabilidade negativa.

Aí você se pergunta: como assim? Mas meu investimento é conservador... Rentabilidade negativa? Pois é, entrou em ação a Marcação a Mercado.

O que é MaM?

Desde fevereiro de 2002, o Banco Central tornou obrigatória a Marcação a Mercado diária para ativos de Renda Fixa (títulos públicos e privados, prefixados e pós-fixados) e fundos de investimento. Independente se são produtos de investimento pré ou pós-fixados, a MaM diária é importante para que não ocorra a transferência de riqueza entre investidores.

Como assim?

Transferência de riqueza? Esse é um termo que costuma aparecer bastante em questões de certificações como CEA e CPA. A MaM é considerada uma forma justa de agir com os investidores que já possuem recursos aplicados e com aqueles que ainda vão aplicar.

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Vamos a um exemplo. Lembra do Deseconomês sobre o Come-cotas? Para falar de fundos de investimento, usamos o modelo dos condomínios de apartamentos. Supondo que, naquele condomínio, cada apartamento custe R$ 50 mil. Você está com um dinheiro para investir e resolve comprar 10 apartamentos, totalizando R$ 500 mil. Em um fundo de investimento, cada apartamento representa uma cota. Ou seja, você tem 10 cotas.

Agora, vamos imaginar que esse fundo onde você tem 10 cotas investe em títulos prefixados. Quando você comprou seus “apartamentos”, a Selic estava em 12% a.a.. Mas, no meio do mês, o Copom decide elevar a taxa de juros para 16% a.a. E aí, toda a curva de juros futuros também sobe.

É aí que entra a Marcação a Mercado. Ela atualiza o preço dos ativos pelo valor que teriam caso você os vendesse hoje. Um título que paga 12% a.a. perde a atratividade quando a curva de juros sobe para 16% a.a.. Por isso, o valor do ativo cai de preço. Afinal, quem se contenta com 12% a.a. quando pode ganhar 16% a.a.? Daí, os seus 10 apartamentos não valem mais R$ 50 mil cada...

Caso não ocorresse a MaM, mesmo com a desvalorização, você poderia vender cada apartamento no condomínio pelos mesmos R$ 50 mil que você pagou, quando a taxa ainda estava a 12% a.a.. Seria injusto, não é mesmo? Afinal, no mercado, esses “imóveis” agora estão valendo menos. O prejuízo

ficaria para os outros participantes do fundo. Isso é o que a MaM tenta evitar, a tal da transferência de riqueza.

Agora, se tivesse acontecido o contrário, uma queda brusca da Selic, a rentabilidade poderia ser momentaneamente positiva, pois, se o investidor tem um ativo que remunera a 12% a.a. e novos investimentos passam a pagar 10% a.a., o “apartamento” de R$ 50 mil se valoriza.

A MaM acontece com base na análise do cenário. É tipo passagem área. Sabe quando você pesquisa passagem para uma cidade e fala: “Opa! O preço está bom! Mas só amanhã debita a fatura do cartão, então vou esperar abrir o limite para comprar os bilhetes.” Aí, o U2 anuncia show no Brasil com promoção Ourocard naquela cidade justamente na data que você vai e pá! O preço dobra de um dia para o outro. É a Marcação a Mercado fazendo a correção...

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A MaM é considerada

uma forma justa de agir com os

investidores que já possuem

recursos aplicados e

com aqueles que ainda vão

aplicar, evitando a tranferência de

riqueza.

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aperte os cintos para a volatilidade

Tente imaginar o mundo dos investimentos como um parque de diversões. Nem todo mundo tem estômago para subir em uma montanha russa, não é mesmo? Com volatilidade, é tipo isso... Enquanto uns gostam de mais adrenalina, outros preferem brinquedos menos agitados e mais tranquilos. Mas calma, você verá que essa analogia não é tão louca como parece.

O carrossel e a volatilidade baixa

Alguns investidores querem se divertir, mas não gostam dos movimentos bruscos de brinquedos mais agitados. Além disso, querem ter certeza que no final do seu tempo, estarão sãos e salvos e com uma dose a mais de felicidade no coração. Esse exemplo ilustra um investimento de baixa volatilidade. Assim como o carrossel, uma aplicação em um produto com baixa “vol” (apelido da volatilidade para os íntimos) representa menor exposição ao risco, e por consequência, tem menor rentabilidade esperada. No caso do brinquedo, o rendimento menor equivale a menos adrenalina. Mas, vale alertar que menor exposição ao risco não significa zero risco. Afinal, embora seja muito difícil, até o carrossel pode ter um problema, não é mesmo?

O barco viking e volatilidade média

Este é para quem busca um nível moderado de adrenalina. Ele sobe e desce até uma altura controlada, assustando um pouco, mas ainda sem fazer o coração sair pela boca. Na volatilidade média, as variações são um pouco fortes. Como no movimento do barco viking, a rentabilidade esperada equivalente à adrenalina após o passeio também costuma ser maior que a do carrossel.

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A montanha russa e a volatilidade alta

Aqui a brincadeira é para os fortes. Cardíacos e crianças sem a altura mínima indicada não têm vez na montanha russa. O sobe e desce é frequente e os movimentos são imprevisíveis. Tem investidor que chega ao final pronto para a próxima e querendo correr para fila de novo. Mas, há quem fique enjoado e precisando de apoio médico do ambulatório do parque. Por isso, é necessário ter muita cautela antes de brincar. Quando falamos de investimento em produtos de alta volatilidade, o cenário é bastante próximo. A rentabilidade varia com frequência, sendo que os altos e baixos fazem parte do percurso.

Como no parque, é preciso checar se as condições, horizonte de investimento, perfil do investidor e objetivo são atendidas.

Mas como a volatilidade interfere nos investimentos?

Nos produtos de tesouraria, como CDB e Letras, as oscilações dependem do risco de crédito do banco emissor. No caso de grandes bancos, como o Banco do Brasil, a variação é muito baixa. Nos portfólios de fundos de investimento, tem sempre uma coluna indicando a vol dos produtos, vale a pena conferir.

Então, qual é a opção ideal?

O caminho ideal é a diversificação de investimentos, buscando equilíbrio entre risco e retorno. Os recursos de utilização no curto prazo devem, sempre que possível, ser aplicados em produtos com menor risco e maior liquidez, já que o investidor poderá utilizar a qualquer momento. Nesse caso, uma grande vol aumentaria a probabilidade de prejuízo. Já aqueles recursos que o investidor está guardando para objetivos de médio e longo prazos podem ser distribuídos entre produtos com volatilidades maiores, permitindo uma exposição controlada a risco, em busca de melhores patamares de rentabilidade. Vale lembrar que a Análise de Perfil do Investidor (API) deve ser o parâmetro para avaliar o nível de exposição a risco adequado para cada cliente.

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Vale alertar que menor exposição

ao risco não significa zero

risco. Afinal, embora

seja muito difícil, até o carrossel

pode ter um problema, não é

mesmo?

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bumerangue e compensação de irpf

Talvez você não saiba, mas diversos registros indicam que o bumerangue é um objeto de arremesso com mais de 23 mil anos. Outra curiosidade é que, nos primórdios, ele era usado para caçar pássaros.

Informações inúteis? Não para o Dicionário do Deseconomês, pode confiar!

O tema é a compensação de Imposto de Renda (IR) em fundos de investimento e você verá que o movimento do bumerangue tem tudo a ver com o assunto.

Direto ao ponto

É possível compensar as perdas de um fundo com o Imposto de Renda a ser pago, seja por conta de resgate parcial, total ou cobrança de come-cotas.

Funciona como o vai e vem do bumerangue.O investidor realiza uma aplicação financeira (arremessa) e, se não obtiver rendimentos (pássaros), poderá receber o dinheiro do Imposto de Renda de volta (bumerangue).

Para isso, precisará investir novamente (arremessar o bumerangue), mirando no mesmo tipo de investimentos (pássaros).A compensação pode ser realizada caso o cliente volte a aplicar em um fundo de mesmo regime tributário até o fim do ano seguinte. O próprio sistema faz o cálculo da compensação até “zerar” o saldo compensável.

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É possível compensar todos os tipos de fundos de investimento?

Todos os fundos de investimento, exceto fundos de previdência, permitem a compensação de IR entre produtos administrados pela mesma instituição e que tenham as mesmas regras de tributação.

Confira a categoria dos fundos de investimento compensáveis:

Aí você pode se perguntar: e os fundos multimercado, como ficam nessa história? A compensação de IR para esses fundos pode ser feita com fundos multimercado ou fundos de renda fixa com mesma classificação de prazo (curto ou longo).

O investidor precisa fazer alguma coisa?

O BB possui um fluxo automatizado de controle de todos os ganhos e perdas de cada aplicação, e a solicitação à Receita Federal é realizada automaticamente.

Ainda não acabou

Como você já aprendeu tudo sobre compensação e IR em fundos, aí vai mais uma informação sobre o bumerangue. O Brasil tem um campeão mundial no bumerangue esportivo, André Caixeta, de Patos de Minas, venceu em 2014.

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Todos os fundos de investimento, exceto fundos de previdência,

permitem a compensação de IR entre produtos

administrados pela mesma instituição e

que tenham as mesmas regras de tributação.

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espelho, espelho meu....

Não. Não vamos contar a história da maçã da Branca de Neve. A matéria de hoje vai dar fome, mas o tema que será descomplicado é Fundos Espelho!

Pense naquele sanduíche que você gosta, duplo-burger-cheddar-tudão. Imaginou? Todo mundo sabe que a lanchonete original fica nos Estados Unidos. Já pensou se você tivesse que fazer uma viagem internacional cada vez que quisesse comer um sanduíche desses? Não tem salário que resista.

Mas não é bem assim que funciona pois, felizmente, alguém inventou a franquia. Na franquia da lanchonete você encontra exatamente o mesmo sanduíche, o mesmo refrigerante, a mesma batata frita. Mas com a comodidade de ser perto da sua casa, provavelmente você já conhece o atendente, sabe que é um bairro seguro...

Pronto, sem perceber você já entendeu o conceito de fundos espelho! É como uma passadinha na lanchonete!

Os fundos espelho são fundos constituídos por bancos ou corretoras, mas que investem em cotas de fundos de terceiros mantendo rentabilidade, taxas e condições do fundo originário.

Esse tipo de produto está inserido no conceito de arquitetura aberta, que no mercado financeiro corresponde à comercialização, por um distribuidor, de produtos de investimento de diversos gestores e bancos.

No exemplo da lanchonete, a arquitetura aberta é um shopping center em que existem várias franquias de vários restaurantes e você tem a opção de escolher ali o que melhor lhe parece naquele momento.

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curva de juros escalada no ataque

É o Dicionário do Deseconomês colocando em campo um clássico: a famosa Estrutura a Termo de Taxa de Juros (ETTJ) ou, para os fãs das jogadas de efeito, simplesmente Curva de Juros Futuros.

Para quem já está com saudades daquele clima de Copa do Mundo, a matéria de hoje vai contar com vários craques para ajudar a descomplicar esse conceito.

Por exemplo, imagine um jogo decisivo de quartas de final. Para aquelas seleções que já foram campeãs do mundo mais de uma vez, a camisa pesa, acompanhada de muita expectativa da torcida e favoritismo em campo, não é mesmo!? Atenção: guarde esse termo para entender curva de juros: “expectativa”.

Mas, da mesma forma que as seleções várias vezes campeãs não são vencedoras em todos os campeonatos, a relação tempo x remuneração nem sempre é tão direta. Essas oscilações são representadas pela Curva de Juros Futuros. Voltemos ao jogo: a seleção que já ganhou quatro vezes e inclusive foi campeã da última Copa entra em campo com o ambiente favorável, o que se reflete em alto nível de confiança dos seus jogadores e adversário intimidado. Ou seja, quando a economia vai bem e as expectativas do mercado em relação ao cenário estão otimistas, a tendência é uma curva de juros futuros apontando para baixo (fechando), ou seja, esperam-se juros menores.

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Mas, como diria um famoso jargão do mundo da bola, futebol é uma caixinha de surpresas. Logo aos 15 minutos do primeiro tempo, o camisa 10 do time favorito sofre uma grave lesão em campo e precisa ser substituído.

Nesse momento, a confiança dos demais jogadores daquela seleção fica abalada, a conjuntura já não é mais tão positiva e o adversário “começa a gostar do jogo”. No mercado, podemos associar esse cenário a um ambiente mais pessimista, que leva a uma expectativa de alta de juros futuros, de curva apontando para cima (abrindo).

Viu só? Batendo essa bola com a gente até aqui você já entendeu os principais pontos do conceito de curva de juros futuros. A ETTJ é a representação da expectativa de taxa de juros média no período. Isso significa, para cada prazo de vencimento, o quanto os recursos investidos em produtos atrelados a essa taxa irão efetivamente render de acordo com a projeção do mercado.

E mais: uma notícia “bombástica”, como a de que a lesão do camisa 10 o tirou de todos os próximos jogos do campeonato, pode ter influência significativa na curva de juros, fazendo com que ela abra (mercado esperando juros mais altos) ou feche (mercado esperando juros mais baixos) ainda mais.

Assim é a curva de juros futuros, movida por fatos e expectativas. Afinal, se um jogador muito valorizado sofre uma grave contusão, seu valor de mercado tende a cair, certo? E quando uma jovem promessa marca dois gols em uma final de campeonato, a expectativa de que ele valorize no futuro aumenta, não é verdade?

Qual a influência da curva de juros nos preços dos ativos?

A curva de juros tem influência direta no preço dos ativos prefixados e naqueles que estão atrelados à inflação. Isso acontece porque o valor do ativo prefixado parte da curva de juros atual e, conforme vimos acima, se a curva abre, é sinal que os juros tendem a subir. Nesse caso, é natural que o investidor, partindo dessa expectativa de alta nos juros, passe a exigir maior remuneração nesse tipo de ativo.

Pense agora no movimento inverso, de fechamento da curva. Com a expectativa de baixa de juros, os investidores tendem a garantir a remuneração atual por um prazo maior, ou seja, compram ativos prefixados.

Voltando ao jogo, o resultado esperado prevaleceu. Aquela seleção enfrentou um período de alta volatilidade quando teve que substituir o craque do time, mas retomou o domínio da partida, ganhou o jogo e confirmou as projeções iniciais: marcou dois gols na final e levantou o caneco.

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A relação tempo x

remuneração nem sempre é

tão direta. Essas oscilações são representadas pela Curva de Juros Futuros.

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que dono sou eu?

Provavelmente você, quando era criança, já brincou de banco. Se não, deve ter alguém próximo (um filho, um sobrinho, um amigo de infância) que gostava de ir à agência bancária para pegar todos os folhetos disponíveis, os envelopes de depósito e fabricar os próprios cheques em casa. Talvez você tenha rabiscado uma primeira versão da sua assinatura nesse momento. No imaginário infantil, se via como o dono de uma grande empresa, com uma cadeira giratória e uma xícara de café.

O tempo passou, você cresceu, e descobriu que ser dono de uma grande empresa não é tão simples assim, certo? Nem sempre. O Deseconomês vai explicar o que são ações e como seus sonhos de infância estão menos distantes do que você imagina.

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No economês, uma ação é a menor parcela do capital social de uma empresa. No deseconomês, ações são pedacinhos de uma empresa que você pode comprar e virar sócio dela.

Ao comercializar suas ações na Bolsa de Valores, a empresa busca gerar recursos para implementar projetos, fazer melhorias, comprar novas máquinas etc. Então, se você topa comprar um pedacinho dessa empresa, está investindo nela, torcendo e acreditando que ela vai dar certo e prosperar.

Você é, de alguma forma, dono. Além de estar aportando recursos, quanto mais a empresa crescer e aumentar seu valor de mercado, mais o dono-investidor também ganha, ampliando seu capital com a valorização das ações. Ou seja, ganham, mutuamente, empresa e acionista.

Bolsa de Valores? Valorização das ações? Quê?

Vamos te pedir de novo para voltar à infância e resgatar uma memória de ir com seus pais ou seus avós a uma feira, dessas de rua. Inicialmente parecia que você não entendia nada do que as pessoas estavam dizendo, não é mesmo? Cada vendedor tentando falar mais alto que o outro, para conquistar a clientela para o preço e a qualidade do seu produto. No bom e velho português-sábio-feirante: “vender o seu peixe”. Sempre tinha também um adulto pechinchando “tá muito caro, meu senhor...”, ou especulando “ah, mas eu vi no moço

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maneira geral, se você comprou um pedacinho daquela empresa por R$ 10, e agora está sendo comercializado a R$ 15, você já lucrou com a operação. Porém, esse retorno só entra para você quando efetivamente vender aquela ação. Mas, será que ela pode chegar a R$ 18 amanhã e eu ganho ainda mais? Mas e se baixar para R$ 12?

Essas movimentações e previsões são o que impulsionam o mercado de bolsa de valores e fazem brilhar os olhos de muita gente. Adicionalmente, podem ocorrer pagamentos de dividendos e de juros sobre capital próprio como formas de remuneração extra aos acionistas.

No Banco, temos ainda mais uma vantagem: o pessoal do BB BI possui uma equipe de analistas que acompanham as principais empresas listadas na bolsa, disponibilizando no Portal de Investimentos relatórios de recomendação visando auxiliar a tomada de decisão dos investidores. Além disso, eles mantêm alguns portfólios de Carteiras Sugeridas de ações, algumas variando todo mês.

Que dono sou eu?

Você sabia que no BB todos os funcionários são também acionistas da empresa? Sim, é verdade.

Afinal, no fundo no fundo, ainda temos muito daquela criança que brincava de fazer cheque.

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ali da esquina que o preço tava melhor e o tomate mais maduro...”.

Da mesma forma que tudo aquilo não fazia sentido para você quando criança, a Bolsa de Valores não está muito presente no cotidiano da média do investidor brasileiro. Por isso, falar em investir na Bolsa muitas vezes assusta.

Mas, no fim das contas, o que está acontecendo é que empresas e investidores estão vendendo e comprando ações. A Bolsa é uma forma de organizar esse “comércio”, tornando-o mais seguro, eficiente e justo.

Além disso, aquela imagem que se tinha de muitas pessoas gritando e falando ao telefone, não existe mais. Hoje, as negociações são realizadas eletronicamente, na B3 (antiga BM&F Bovespa), e os corretores e investidores negociam e acompanham as transações no conforto de suas casas ou escritórios.

No Banco do Brasil, essa jornada torna-se ainda mais prática para o investidor. Pelo Portal de Investimentos, disponível tanto no Internet banking quanto pelo app Investimentos BB, é possível gerenciar todo o portfólio de produtos, seja de ações, fundos, tesouro direto etc.

É lá que os investidores do Banco podem comprar, vender e acompanhar o desempenho de suas ações. De uma

A Bolsa é uma forma de organizar esse

“comércio”, tornando-o mais seguro, eficiente

e justo.

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quero ser harry markowitz

Parece nome de filme do fim dos anos 90, mas o Dicionário do Deseconomês não vai falar do longa-metragem “Quero ser John Malkovich”. Vai ter cinema, mas a estrela é, na verdade, Harry Markowitz.

Fica! Vai ter túnel do tempo, vai ter ovo e Prêmio Nobel. Mas, no fim das contas, de forma simples, vamos mostrar como diversificação de portfólio é para você, sim! Vem com a gente?

Vamos te convidar a entrar em um túnel do tempo e recordar como eram os fins de semana em que uma passadinha na locadora fazia parte da rotina para garantir um bom filme com pipoca.

É engraçado pensar que esses ambientes praticamente acabaram. Mas aquelas salas cheias de fitas VHS (ou DVDs, para os um pouco mais jovens, a analogia também vale) podiam te prender ali por muito tempo na escolha do filme perfeito. E a frustração que era quando, horas depois, o filme não valeu a pena... seu ator preferido teve uma performance lamentável ou a continuação daquela história que você tinha adorado tanto foi muito mais fraca. Quem nunca? Dava vontade de sair naquela hora mesmo, voltar na locadora e alugar outro! Mas era tarde, a loja já estava fechada.

Você correu risco alugando um único filme que não te deu o retorno que esperava. Agora, se você tivesse diversificado suas escolhas, pegado uma comédia, um policial e um romance, por exemplo, a chance de você se arrepender e não gostar de nenhum deles diminui bastante, não é mesmo? Pronto, sem querer você já aprendeu a importância da diversificação na construção dos portfólios de investimentos.

O tal do Harry Markowitz, que citamos no começo do artigo, é o ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1990. De uma maneira geral, ele provou matematicamente o velho ditado “não colocar todos os ovos

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Page 20: dicionário do deseconomêsO Dicionário do Deseconomês surgiu com o objetivo de descomplicar termos do mercado financeiro, valendo-se, para isso, das ferramentas: linguagem simples

em uma única cesta”. Tendo como palavra-chave diversificação, sua teoria, conhecida como teoria da carteira ou do portfólio, apresentou o conceito de Fronteira Eficiente. Markowitz demonstrou que cada investimento apresenta um determinado risco x retorno esperado. Porém, quando adicionamos vários investimentos em um portfólio (ou uma carteira), o risco x retorno esperado desse mix de modalidades podem se mostrar mais eficientes do que o de um investimento isolado.

Uma carteira para chamar de minha

É possível construir diferentes carteiras dependendo dos níveis de retornos desejados e do risco que se está disposto a correr. Porém, mesmo existindo infinitas formas de fazer essa construção, para cada nível de risco ou retorno, somente uma estará na fronteira eficiente, onde essa relação é a melhor possível.

O melhor de tudo é que, se ainda ficou confuso, Markowitz desenhou pra gente. Vai ter um ponto no gráfico com uma carteira feita para você, dependendo do momento e dos objetivos de vida.

Agora que conheci Markowitz, posso seguir sozinho?!

Opa, não é bem assim. Vamos voltar à analogia da locação de filmes. Ok, você entendeu que diversificar a escolha é o caminho para não ter um fim de semana frustrado pelo risco daquele único filme não te agradar. E então você escolhe cinco, aleatoriamente, sem mal ver a capa? Provavelmente não... Ou, então, aquele vizinho te indica um filme que ele adorou, que você não pode deixar de ver... mas, no fim das contas, ele nem te conhece tão bem assim...

Nessas horas, talvez aquela pessoa que trabalha na locadora, que está ali diariamente acompanhando as novidades de Hollywood, um especialista no assunto, e que já te conhece há muitos anos, desde que você começou a frequentar aquela loja, possa te indicar o conjunto de filmes que vai melhor te satisfazer naquele momento.

Esse é nosso papel todos os dias, como Banco do Brasil. Somos o cara da locadora, que conhece o investidor, e que vai ajuda-lo em ter a melhor experiência em investimentos de acordo com os objetivos dele. Tem um time de especialistas no BB que faz isso por você.

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Quando adicionamos

vários investimentos

em um portfólio (ou uma carteira), o risco x retorno

esperado desse mix de modalidades

podem se mostrar mais eficientes do que o de um investimento

isolado.

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quem quer comprar um shopping?

Venha entender como funcionam os Fundos Imobiliários.

Está lembrado do artigo sobre come-cotas? Lá, para explicar o que são cotas, comparamos os fundos de investimento a condomínios de apartamentos, em que você não é dono do prédio, mas de uma parte dele.

Agora suponha uma situação em que você pensa, “Ok, estou super contente com o meu apartamento no condomínio, estou pronto pra avançar um pouco mais”. Aí, a decisão que você toma agora é a de comprar uma praça de alimentação no shopping para alugar os espaços dos restaurantes e assim obter uma renda extra todo mês. Alguns podem dizer que você está maluco, outros podem se espantar e dizer algo do tipo “você? Comprar uma praça de alimentação inteirinha?”

Sim. Acredite, você pode. Talvez não da maneira tradicional, mas através de um Fundo de Investimento Imobiliário, o FII.

O que são FIIs?

Os FIIs também são como condomínios fechados, em que os investidores compram cotas e os recursos são aplicados em imóveis, como o shopping que você mais frequenta, prédios comerciais, galpões, imóveis residenciais, propriedades rurais ou em títulos relacionados a empreendimentos imobiliários.

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Essa é a principal característica para definir os diferentes tipos de FIIs:

- Fundos de tijolo: como o nome diz, investem principalmente em imóveis físicos, como os que citamos acima;

- Fundos de papel: investem principalmente em títulos e papéis ligados ao mercado imobiliário, como LCI, CRI, ações de empresas ligadas ao setor, etc.;

- Fundos de fundos: investem em outros fundos imobiliários, podendo ter estratégias diferentes dentro do mesmo fundo.

Por que são interessantes?

Um dos fatores que torna os fundos imobiliários atrativos é o fato de o investidor receber o rendimento periodicamente, como se fosse um aluguel mesmo. A diferença é que ele não precisa lidar diretamente com os riscos de um contrato de locação, como a dor de cabeça de ter um inquilino descuidado.

Afinal, conta com a comodidade de um gestor profissional. Não tem o trabalho de vender o imóvel caso precise do recurso em alguma emergência (liquidez); não paga os impostos que recaem sobre os imóveis e os rendimentos do FIIs são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Além disso, há opções com aplicação inicial baixa, fazendo com que seja uma possibilidade de investimento para diversas faixas de renda.

Como funciona a contratação?

Os FIIs são distribuídos por meio de oferta pública ou no mercado secundário, pela B3, assim como as ações. Por serem fundos fechados, depois de adquiridas as cotas e até o prazo de vencimento de cada fundo, a comercialização somente pode ser feita através da Bolsa. No BB, as movimentações de compra e venda são feitas pelo Portal de Investimentos ou pelo App Investimentos.

Os fundos imobiliários são indicados para a diversificação da carteira do investidor, observando sempre qual o perfil de cada um e quanto de risco ele está disposto a assumir. Assim como o preço de um imóvel pode variar por diversos motivos, como a construção de uma linha de metrô nos arredores ou uma forte enchente que inundou todo o bairro, os FIIs estão sujeitos às oscilações do mercado.

Novamente, da mesma forma que a aquisição de imóveis, são produtos para quem tem perspectivas de resgate a longo prazo e deseja, por exemplo, ter uma renda extra ou gerar um fluxo de caixa.

Porém, para quem acompanha de perto as movimentações do mercado, essas oscilações podem representar uma outra forma de ganho: a comercialização de cotas no mercado secundário, rentabilizando se as mesmas forem valorizadas. Só lembrando que nesse caso há incidência de 20% de IR sobre o ganho de capital.

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Os FIIs são distribuídos por meio de

oferta pública ou no mercado

secundário, pela B3, assim como

as ações.

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mapa do tesouro

O Dicionário do Deseconomês chega para falar de um dos produtos que estão com taxa zero no BB: o Tesouro Direto.

Tesouro Direto é taxa zero. Mas, o que é Tesouro Direto?

Com o novo cenário de investidores mais bem informados sobre o mercado financeiro, redução da taxa Selic e busca por melhores rentabilidades, o Tesouro Direto tem sido um produto bastante procurado por quem busca diversificar seus investimentos. Porém, mesmo com a crescente popularidade, muita gente ainda não sabe direito como funciona.

Em 2002, o Tesouro Nacional, em parceria com a B3, lançou o programa que permite aplicar em papéis da dívida pública federal pela internet, o que democratizou o acesso a esse tipo de investimento, com aplicações a partir de R$ 30.

O Tesouro Direto é a forma mais simples de investir nos títulos públicos emitidos pelo Governo Federal. São considerados a modalidade de investimento com menor risco de crédito do mercado. Mesmo não sendo cobertos pelo FGC, ao investir em papéis do Tesouro Direto você está emprestando dinheiro ao governo para receber, ao final do prazo acordado, a quantia aplicada mais uma taxa de juros (que pode ser prefixada ou pós-fixada) sobre o valor.

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Opa! Investimento sem risco e sem volatilidade? Não é bem assim...

Já batemos nessa tecla aqui algumas vezes, não é mesmo? Todo investimento tem risco. Uns mais, outros menos. No caso do Tesouro, além do risco do emissor (mínimo, mas existe), há papéis atrelados à inflação, que estão sujeitos à variação desse índice, ou mesmo títulos com taxas prefixadas que podem valorizar ou desvalorizar dependendo das flutuações do mercado.

O mapa da mina – entendendo os diferentes tipos de Tesouro

Em um mapa do tesouro, existem diversos caminhos para chegar ao seu objetivo. Tem aquele mais rápido e seguro. Tem o que é um pouco mais longo em que você leva mais tempo para chegar ao destino e com mais variações de percurso. Tem aquele que é mais curto e mais íngreme. E aquele que também chega lá, mas com um rio atravessando o percurso.

No mapa do Tesouro Direto existem três caminhos diferentes, como veremos na próxima página:

Tesouro Selic (LFT)Esse é o caminho com menor volatilidade, indicado também para os mais sedentários (ops, conservadores), e para quem precisa de liquidez. Esse título, como o próprio nome diz, segue a taxa básica de juros da economia, a Selic. É o ideal para quem está começando a entender o que é Tesouro Direto e, também, para compor a cesta da diversificação. Lembra do artigo das locadoras?

Tesouro Prefixado (LTN e NTNF)A principal característica desse caminho é saber quanto você encontrará no baú do Tesouro se chegar até o fim da trilha. Então, é uma boa opção para quem pretende manter o dinheiro aplicado até o vencimento. Porém, se tiver algum imprevisto no meio da jornada e você precisar vender o título antes, estará sujeito ao valor de mercado daquele momento, podendo ser superior ou inferior ao que contratou.

Tesouro IPCA+ (NTNB)Esse caminho está sujeito a trechos mais íngremes, mas te possibilita ter a chamada rentabilidade real, ou seja, acima da inflação. Os títulos são indexados ao IPCA (índice oficial que mede a inflação no país), então, mantendo o título até o vencimento, receberá a variação desse índice no período mais uma taxa que é conhecida no momento da compra. Caso precise vender o título antes, também estará sujeito ao que ele estará valendo naquele momento.

Onde eu acesso esse mapa?O investimento em Tesouro Direto é realizado por meio de um agente de

custódia, como o BB BI.Aqui, basta acessar o Portal ou o App

Investimentos, clicar na aba Tesouro Direto e efetuar um cadastro junto ao Tesouro

Nacional.

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pegando carona nos fundosautomáticos

O Dicionário do Deseconomês chega acelerando os motores para explicar de um jeito simples e descomplicado como funcionam os Fundos Automáticos.

Você já dirigiu um carro com câmbio automático? Mesmo que não, tente imaginar como é dirigir pela cidade sem precisar trocar de marcha ou segurar a embreagem na ladeira. O sistema do carro analisa automaticamente por você o momento certo de fazer esses movimentos. O que você ganha com isso? Comodidade.

Com os fundos automáticos é parecido. Sabe quando você recebe o salário, paga as contas, os boletos, faz os seus investimentos, mas ainda sobra um recurso que você deixa separado para as despesas do dia a dia? Então, os fundos automáticos são uma forma de ter um rendimento sobre esse valor que fica parado na conta corrente.

Eles são fundos de investimento que possuem a funcionalidade de aplicação automática do saldo credor na conta corrente e também de resgate automático quando houver saldo devedor.

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Como funcionam?

O sistema, de forma automática, aplica o saldo da conta corrente e, conforme você fizer um pagamento, transferência ou qualquer outra transação de débito, o valor é resgatado também de forma automática. Mas, vale lembrar que na primeira aplicação é preciso que tenha o valor mínimo de aplicação de cada fundo na conta.

No extrato, o saldo da conta corrente aparece zerado, trazendo o saldo disponível no fundo automático.

Que simples! Então vou concentrar todos meus investimentos em fundos automáticos! Opa, não é bem assim. Os fundos automáticos são indicados para proporcionar uma rentabilização do saldo que fica parado em conta, não são considerados investimentos em si.

Voltando ao exemplo do carro com câmbio automático. Ele pode ser super cômodo para o seu deslocamento na cidade no dia a dia, mas talvez não para percorrer maiores distâncias. Dependendo para onde você quer ir, o carro automático perde performance e pode consumir mais combustível.

Se você for fazer uma trilha, o mais indicado é um veículo 4x4. Se é para visitar a família no outro lado do país, aí pode ser mais recomendado ir de avião. Assim como existem diversos meios de transporte para cada perfil, objetivo e tempo que o viajante está disposto a gastar com o percurso, da mesma forma são os produtos de investimento.

No extrato, o saldo da conta corrente aparece zerado, trazendo

o saldo disponível no fundo automático.

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apaixonados por cri e cra

O Dicionário do Deseconomês chega em clima de lua de mel para falar de dois produtos de investimento que estão em alta no mercado financeiro: CRI e CRA. Vamos nessa?

Planejando a lua de mel

Ilhas Maurício? Fernando de Noronha? Aquele sítio aconchegante no interior? Não importa o destino, os noivos costumam planejar a lua de mel com bastante antecedência. E, mesmo que o local escolhido seja do outro lado do mundo, hoje é possível se programar fazendo tudo pela internet.

Vamos imaginar que você vai ser casar daqui vários meses, mas já quer deixar a viagem toda certa. Destino decidido, o próximo passo é escolher o hotel. Buscando em um portal de viagens, você encontra uma agência de turismo que te oferece um pacote com todas as diárias mais alguns serviços, como traslado, café da manhã incluído, entre outros. Porém, desde que você faça o pagamento adiantado.

Analisando todas as condições, acha que vale pena, pois, lá na frente, usufruirá do que investiu mais as outras vantagens acordadas previamente.

Para os outros envolvidos, também vale. O portal recebe uma porcentagem por fazer a intermediação com os noivos. A agência de turismo também recebe uma remuneração por montar os pacotes de benefícios, fazendo a ponte entre o portal e o hotel. E o próprio hotel também ganha. Recebendo o valor antecipadamente, ele pode se programar, pagar fornecedores ou fazer novos investimentos na infraestrutura.

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E o CRI e CRA nessa história de amor?

O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) funcionam de maneira parecida, mas em ramos específicos da economia. Como os próprios nomes dizem, atuam nos mercados imobiliário e do agronegócio. São títulos de renda fixa e, no BB, têm taxa zero na custódia.

Eles podem ser comparados aos “primos” mais populares, o LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio). A principal diferença é que quando você investe em LCI ou LCA está “emprestando” recursos para um banco, que te devolve o valor posteriormente com juros. No caso do CRI e CRA, ao investir você empresta para uma empresa privada, com a garantia dos recebíveis que ela tem. Por essa operação, a empresa lhe devolve o valor investido com uma remuneração, divulgada durante o processo de estruturação da oferta.

É como no exemplo da lua de mel, em que por “emprestar” ou pagar adiantado ao hotel, além das diárias, ao final você tem direito também a outros serviços.

Vamos a um exemplo real? Uma construtora lançou um novo empreendimento imobiliário e em pouco tempo já vendeu todos os apartamentos. Porém, muitos deles foram financiados diretamente com a construtora, a um prazo de até 20 anos. Mas ela precisa desses recursos agora para continuar a construção de outros empreendimentos. Ela pode, então, contratar uma Securitizadora para emitir o CRI, mediante a cessão desses contratos (recebíveis), e um Intermediador (como o BB) para oferecer esse papel no mercado, mediante o pagamento de uma taxa de juros (remuneração do papel). Assim, a empresa pode levantar agora o dinheiro que teria para receber no futuro.

Temos, novamente, quatro personagens principais nessa jogada:

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Ao investir em CRI e CRA, você empresta para uma empresa privada, com a garantia dos recebíveis que ela tem. Por essa operação, a empresa lhe devolve o valor investido com uma remuneração, divulgada durante o

processo de estruturação da oferta.

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Por que é tão interessante?

CRIs e CRAs acabam sendo interessantes para toda a cadeia que representamos acima, por isso têm sido colocados como tendência no mercado financeiro.

Funciona de maneira semelhante ao que descrevemos no exemplo da lua de mel. Para a empresa, é uma forma de captar recursos e buscar outras fontes de financiamento para suas atividades, com juros e prazos atrativos. Securitizadora e Intermediador são remunerados pelos serviços prestados. E, para quem investe, são aplicações isentas de imposto de renda para pessoa física, o que torna as rentabilidades ainda mais atrativas. CRIs e CRAs podem ser adquiridos por meio de ofertas públicas. E o investidor conta, ainda, com a comodidade de poder realizar as reservas na aba “Oferta Pública” pelo App Investimentos ou no Portal do Investidor.

Para quem se destina?

Da mesma forma que nem todo mundo é do tipo que planeja casar e ter uma lua de mel, para investimentos como CRI e CRA é preciso estar muito atento ao perfil do investidor. São produtos geralmente com prazos mais longos e com riscos mais elevados que o LCI e LCA do BB, por exemplo.

O principal risco é justamente a possibilidade de a empresa ou o lastro que que originou o CRI ou CRA não conseguir cumprir com o pagamento prometido aos investidores. Por isso a escolha das operações nas quais irá investir é tão importante. No caso do BB como intermediador, é feita uma seleção criteriosa sobre as operações e dos clientes que originam esse tipo de operação.

Mas, justamente por esses fatores, esses produtos costumam oferecer rentabilidades atrativas. São indicados para compor a diversificação da carteira de investimentos.

São aplicações isentas de imposto de renda para

pessoa física.

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os três porquinhos

O Dicionário do Deseconomês pede licença ao imaginário infantil de todos para fazer uma adaptação do conto de Os Três Porquinhos. Mas, é por uma boa causa: todo mundo vai entender de uma vez por todas as diferenças entre as modalidades de previdência privada: PGBL, VGBL e também do plano Junior. Embarque nessa nossa adequação fictícia em homenagem ao clássico da literatura infantil.

Na versão brasileira, Os Três Porquinhos receberam os nomes de Cícero, Heitor e Prático. A gente vai manter assim, pra facilitar.

Prático sempre foi o mais agilizado dos irmãos. Desde jovem, já se preocupava em planejar e proteger o seu futuro. Assim que arrumou o primeiro emprego, seguiu o conselho do seu gerente do BB e contratou um plano de previdência privada. Como ele estava na faixa de isenção de imposto de renda, o gerente recomentou um plano VGBL, que tem a vantagem de a tributação ocorrer somente sobre o rendimento da aplicação, no momento do resgate.

O tempo passou, Prático constituiu família. Passou a ganhar mais, porém a ter mais despesas também. Ele passou, então, a fazer a declaração de Imposto de Renda completa. O gerente do BB indicou, então, que ele passasse a investir em um plano de previdência PGBL já que, assim, ele poderia ter uma dedução de até 12% da renda bruta anual no momento da declaração. Isso também foi possível porque Prático já contribuía com outro regime de previdência, como o INSS, condição obrigatória para adesão aos planos PGBL.

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Além disso, o gerente assessorou Prático dizendo que ele não precisava resgatar de um plano e passar para o outro. Poderia manter os dois, aproveitando as vantagens oferecidas por cada um. Ele explicou que no PGBL, no momento do resgate, o Imposto de Renda irá incidir sobre todo o montante guardado e não somente sobre os rendimentos, como no VGBL. Porém, ele conseguiria um bom abatimento no valor anual que pagaria à Receita Federal, e que este recurso poderia ser, inclusive, reinvestido.

Veja a simulação que o gerente fez para Prático, que tem uma renda de R$ 100 mil por ano, para explicar como funciona o benefício fiscal:

Já Cícero e Heitor não têm o mesmo planejamento do irmão e só pensaram em previdência privada quando já estavam mais velhos. Mesmo assim, encontraram muitas vantagens.

Cícero não tinha um plano de previdência, mas sempre teve um pé de meia. Agora, já mais velho, foi orientado por um amigo advogado sobre algumas dificuldades em repassar o dinheiro guardado para os seus filhos, caso lhe acontecesse alguma coisa. Processos de inventário costumam ser bastante burocráticos. Pensar nisso costuma ser chamado de planejamento sucessório. Com um plano de previdência a pessoa já declara seus beneficiários no momento da contratação, o que torna o processo mais simples. E, como o objetivo do Cícero não era fazer o abatimento do Imposto de Renda, o gerente do BB recomendou a ele a modalidade VGBL.

Heitor já está aposentado, mas, ao conhecer os planos de previdência Junior, viu uma oportunidade em cuidar do futuro dos seus dois netos. Eles têm apenas sete e cinco anos, mas desde já o avô começou a contribuir com uma reserva para a faculdade, um intercâmbio ou mesmo comprar um carro. A reserva fica guardada até completarem 21 anos ou antes, caso precisem. Heitor costuma fazer contribuições em datas especiais, como Natal, aniversário e dia das crianças. Mas, como nos outros planos, poderia escolher também fazer aportes mensais.

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Tem sempre um objetivo para chamar de seu

Investir em Previdência é planejar o futuro. Por isso são investimentos recomendados para quem tem objetivos a longo prazo.

E os objetivos podem ser diversos: complementação da aposentadoria, sucessão patrimonial, diversificação dos investimentos e até mesmo incentivo à disciplina de guardar parte do que se ganha. Ao final do prazo, o montante acumulado (depósitos e juros) pode ser resgatado em sua totalidade, ser depositado em forma de renda mensal vitalícia ou por um período determinado. Para começar a receber a renda, a idade mínima é de 50 anos.

Como no caso de Prático, o benefício fiscal é um dos objetivos mais buscados. Além da dedução no Imposto de Renda anual, no caso dos planos PGBL, a alíquota de IR também é diferenciada no momento do resgate para os planos de previdência com tributação regressiva. E esse é um dos motivos desse tipo de investimento ser mais rentável conforme mais tempo o recurso fique aplicado. Veja como fica a tabela:

Existe uma outra forma de tributação, a progressiva. Nesse caso, ela segue a tabela de Imposto de Renda vigente. Atualmente, comparando com o quadro acima, ela inicia em 15% (valor de retenção no momento do resgate) e vai até 27,5%. Ou seja, se o plano do cliente é deixar o valor aplicado acima de dez anos, normalmente a regressiva é mais vantajosa. Se a ideia é deixar por prazo menor, vale estudar, pois a progressiva pode valer mais a pena.

E é sempre bom lembra que o BB zerou as taxas de carregamento dos planos de previdência.

Lobo mau e reserva de liquidez

Na história original de Os Três Porquinhos, quando o Lobo assopra, duas das três casas vão pelos ares, lembra? Pois é, todos estamos sujeitos a imprevistos ao longo da vida. É por isso que, orientamos uma carteira diversificada para diversos momentos.

Assim como é tão importante planejar o futuro, contando com planos de previdência, por exemplo, recomenda-se também que os investidores tenham uma reserva de liquidez, ou reserva de emergência. Como o próprio nome diz, é aquele recurso que está disponível para ser resgatado em caso de algum imprevisto. Nesse caso, outros produtos de investimentos cumprem esse papel, como os fundos de investimento com liquidez diária.

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Investir em Previdência é

planejar o futuro. Por isso são

investimentos recomendados para quem tem

objetivos a longo prazo.

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o touro, o urso e a bolsa

Depois de usar a história dos Três Porquinhos para explicar a previdência privada, o Dicionário do Deseconomês continua no mundo animal para falar sobre dois ícones do mercado financeiro: o Touro e o Urso.

Provavelmente você já viu imagens daquela escultura de bronze com mais de três metros de altura em Nova York (EUA), conhecida como o Touro de Wall Street. Menos conhecidos, mas também figurinhas carimbadas em fotos de turistas, são o urso e o touro em frente à Bolsa de Valores de Frankfurt, na Alemanha.

Mas, afinal, o que significam essas figuras do Touro (Bull) e do Urso (Bear)? É o que vamos descobrir hoje. Vamos nessa?

Bull Market: o mercado otimista

Bull Market é a expressão que designa que o mercado está otimista, em viés de alta. Quando dizemos que o mercado está em “bullish” (podemos traduzir “como um touro”), é porque a expectativa é de que as ações vão subir, os investimentos vão se valorizar, e que essa situação deve permanecer por um tempo.

Mas, por que o touro para expressar esse cenário? Se você já viu algum vídeo daquelas touradas na Espanha, consegue visualizar o ataque do touro: de baixo para cima, jogando o que tem pela frente para o alto. Por isso que a analogia do Bull Market é usada para falar dessa expectativa de mercado em ascensão.

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Bear Market: o mercado pessimista

O Bear Market é o contrário do Bull Market. Lembra de como é o ataque do urso? Aquela patada de cima para baixo? Pois é, por isso essa imagem é usada para expressar um cenário pessimista, com tendência de queda dos preços das ações e desconfiança dos investidores. Nessa situação, dizemos que o mercado está em “bearish” (“como um urso”).

Como o touro e o urso afetam os investimentos?

Analisar as tendências do mercado pode gerar boas oportunidades para os investidores.

Por exemplo, no Bull Market, com o mercado otimista, a tendência é que muita gente busque comprar ações. Pela famosa lei da oferta e demanda, o preço delas deve subir. Com isso, quem consegue perceber o movimento bullish do mercado no início da subida, pode ganhar dinheiro com a valorização dos ativos ao vendê-los no auge do otimismo.

Da mesma forma, se antecipar a um movimento bearish e comercializar seus ativos antes de sua chegada pode evitar que o investidor sofra com a desvalorização de seus investimentos. No cenário pessimista, a tendência é que as pessoas queiram vender suas ações para evitar perdas, e por isso, o preço delas cai. Há quem prefira, porém, comprar ativos no Bear Market, esperando uma nova valorização.

E é por esses movimentos complexos do mercado que sempre batemos na tecla da diversificação dos investimentos. Lembra do Markowitz e das locadoras de filmes? Então, ter um portfólio variado de produtos de investimento, alinhado com o perfil e o objetivo de vida de cada investidor, é o caminho para usar o mercado financeiro a favor da realização dos nossos sonhos.

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Analisar as tendências do mercado pode gerar boas

oportunidades para os investidores.

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o falcão, a pomba e a selic

Mais ou menos a cada 45 dias, vemos nos noticiários: “Copom decide manter a Selic em xx% ou Copom eleva/reduz a Selic para xx%”.

Mas você pode estar se perguntando, se essa taxa é tão importante, quem é que toma essa decisão? E como ela afeta a minha vida?

Seja bem-vindo ao Dicionário do Deseconomês! E, para explicar essas questões, vamos convidar duas aves: o falcão e a pomba. Vem com a gente?

Afinal, o que é taxa Selic?

A Selic é a taxa básica de juros brasileira. Ela recebe esse nome pois serve como referência para as demais taxas de juros da economia.

Você sabia que, assim como os bancos emprestam dinheiro a seus clientes, as próprias instituições financeiras emprestam recursos entre si? Sim, verdade. E essas operações ocorrem, basicamente, porque os bancos precisam ter recursos mínimos para realizar suas movimentações em determinado dia. Quando uma instituição não consegue atingir esse recurso mínimo, recorre a outro banco e toma o valor emprestado. Geralmente essa situação se normaliza em apenas um dia útil, por isso dizemos que são operações de curtíssimo prazo.

Quando a garantia dada para essa transação são títulos públicos, ela é registrada no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), e a taxa cobrada é a estrela da matéria de hoje: a Selic.

E quando essa mesma operação é feita sem a garantia de títulos públicos, a taxa cobrada é o também famoso Certificado de Depósito Interbancário, o CDI, que caminha lado a lado com a Selic. Mas esse é assunto para uma próxima matéria. Vamos voltar à Selic.

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Por que é chamada de taxa básica da economia?

Na prática funciona assim: como dissemos, para viabilizar determinada operação, um banco Alfa pega emprestado recursos do banco Beta e oferece como garantia títulos públicos. Se a Selic está em 8% a.a., esse é a taxa que o banco Alfa vai pagar ao banco Beta. Porém, se o governo decide subir a Selic para 10% a.a., o empréstimo tomado do banco Beta ficaria mais caro e o banco Alfa precisará repassar esse aumento para as taxas de juros das operações de crédito que cobra dos seus clientes. Por isso costumamos ouvir que, se a Selic aumenta, também sobem todas as taxas de juros da economia.

Uma taxa Selic baixa estimula a economia, tornando o crédito mais barato e incentivando a produção e o consumo. Porém, o aumento da demanda gerado pela redução dos juros pode gerar uma elevação dos preços na economia (a famosa lei da oferta e demanda). Nesse sentido, a redução da Selic pode ter como efeito colateral o enfraquecimento do controle da inflação. Esse artifício é utilizado especialmente em cenários de baixa atividade econômica.

Já a taxa Selic alta representa juros mais altos para a tomada de crédito. Porém, se tem um controle maior da inflação. Ao mesmo tempo, estimula-se a poupança e alguns investimentos que sejam indexados à Selic ou a outros indicadores que a seguem, como o CDI. Afinal, as rentabilidades também ficam mais altas.

Quem é que toma essa decisão?

Quem define a manutenção, aumento ou redução da Selic é o Comitê de Política Monetária, o também famoso Copom. Ligado ao Banco Central, o Comitê foi inspirado no modelo americano, o também figurinha carimbada dos noticiários, o FOMC – Federal Open Market Committee.

O que o falcão e a pomba têm a ver com essa história?

Tudo! Assim como a analogia do Touro e do Urso sempre aparece quando se fala de bolsa de valores, o mercado financeiro costuma usar as expressões Hawk e Dove (falcão e pomba em inglês, respectivamente), para falar sobre a política monetária adotada frente ao dilema (trade-off) atividade econômica x inflação.

Como dissemos acima, de uma maneira geral, taxas de juros reduzidas estimulam a economia, mas podem acelerar a inflação; e taxas de juros elevadas controlam a inflação, mas tendem a desaquecer a atividade econômica.

Diante disso, os formuladores de política monetária costumam ser divididos em dois grupos: os Doves são mais preocupados com uma atividade baixa e os problemas de desemprego que isso pode causar do que com os efeitos de uma inflação alta. Os chamados Hawks costumam dar maior peso à inflação do que ao desemprego em suas decisões, o que acaba justificando taxas de juros em patamares mais elevados.

As decisões tomadas com base em cada um desses argumentos são chamadas de dovish (como pombas) ou hawkish (como falcões).

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