Dicionário de Klingon

download Dicionário de Klingon

of 142

Transcript of Dicionário de Klingon

DICIONRIO DA LNGUA KLINGON

Contm as regras gramaticais e fonticas da lngua dos Klingons, os mortais inimigos do capito Kirk. Primeiro dicionrio Klingon - Portugus / Portugus - Klingon. 1

DICIONRIO DA LNGUA KLINGON

2

STAR TREK

DICIONRIO DA LNGUA KLINGONMARC OKRANDTRADUO:Eduardo Akira

3

Ttulo original: The Klingon Dictionary Copyright 1985 Paramount Pictures Corporation Copyright do Adendo. 1992 Paramount Pictures Corporation

Star Trek Marca Registrada da Paramount Pictures_Corporation

Publicado mediante contrato firmado com Pocket Book, New York Todos os direitos reservados Todos os direitos da traduo para o Brasil reservados

Aleph Publicaes e Assessoria Pedaggica Lida. Av. Dr. Luiz Migliano, 1110 - 3o and. - Morumbi CEP 05711 -So Paulo- SP Tel: (011) 843-3202 / 843-0514 Diretora Administrativa: Betty Fromer Diretor editorial: Pierluigi Piazzi Editor-Chefe: Renato da Silva Oliveira Editor de Fico Cientfica: Roberto de Sousa Causo Editor da Coleo Star Trek: Christiano de Mello Nunes Reviso Tcnica: Valria Augusta Grellet Cordeiro Ilustrao da capa: Vagner Vargas Ilustraes internas: D. O. Nicoletti Consultoria: Frota Estelar - BrasilCP 14592 CEP 03698-970 - S.Paulo SP

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro,SP,Brasil) OKRAND, MARC Dicionrio da Lngua Klingon / Marc Okrand; traduo de Eduardo Akira So Paulo; Aleph, 1995 - (Coleo Star Trek) Ttulo original: The klingon dictionary. "Edio especial" 1. Fico Cientfica norte-americana 2. Fico norte-americana L. Ttulo. II. Srie 95-1861__________________________________________________________CDD -813.5 ndices para catlogo sistemtico: 1. Fico: Sculo 20 : Literatura norte-americana 813.5 3. Sculo 20: Fico : Literatura norte-americana 813.5

4

SUMRIONota da Frota Estelar - Brasil..........................................8 INTRODUO.............................................................11 1 OS SONS DO KLINGON..............................................14 1.1 CONSOANTES.......................................................14 1.2 VOGAIS................................................................17 1.3 ACENTUAO......................................................18 2 RESUMO GRAMATICAL - INTRODUO.....................19 3 SUBSTANTIVOS..........................................................20 3.1 SUBSTANTIVOS SIMPLES....................................20 3.2 SUBSTANTIVOS COMPLEXOS..............................20 3.2.1 SUBSTANTIVOS COMPOSTOS.......................20 3.2.2 VERBO MAIS -wl'..........................................21 3.2.3 OUTROS SUBSTANTIVOS COMPLEXOS.........21 3.3 SUFIXOS..............................................................22 3.3.1 TIPO 1: AUMENTATIVOS/DIMINUTIVOS....22 3.3.2 TIPO 2: NMERO..........................................23 3.3.3 TIPO 3: QUALIFICAO...............................25 3.3.4 TIPO 4: POSSESSO/ESPECIFICAO........26 3.3.5 TIPO 5: MARCADORES SINTTICOS............27 3.3.6 ORDENAO RELATIVA DOS SUFIXOS........30 3.4 A CONSTRUO SUBSTANTIVO-SUBSTANTIVO............................31 5

4 VERBOS......................................................................33 4.1 PREFIXOS PRONOMINAIS..................................33 4.1.1 PREFIXOS BSICOS.....................................33 4.1.2 PREFIXOS IMPERATIVOS............................35 4.1.3 CONVENES NOTACIONAIS......................35 4.2 SUFIXOS VERBAIS...............................................36 4.2.1 TIPO 1: A SI MESMO/UNS AOS OUTROS.....36 4.2.2 TIPO 2: VONTADE/PREDISPOSIO...........36 4.2.3 TIPO 3: MUDANA.......................................38 4.2.4 TIPO 4: CAUSAL...........................................38 4.2.5 TIPO 5: SUJEITO INDEFINIDO/HABILIDADE 39 4.2.6 TIPO 6: QUALIFICAO...............................40 4.2.7 TIPO 7: ASPECTO.........................................40 4.2.8 TIPO 8: TRATAMENTO..................................43 4.2.9 TIPO 9: MARCADORES SINTTICOS............43 4.2.10 ORDEM RELATIVA DOS SUFIXOS...............44 4.3 VIAJANTES...........................................................45 4.4 ADJETIVOS...........................................................49 5 OUTROS TIPOS DE PALAVRAS...................................51 5.1 PRONOMES..........................................................51 5.2 NMEROS............................................................52 5.3 CONJUNES......................................................54 5.4 ADVRBIOS.........................................................55 5.5 EXCLAMAES....................................................57 5.6 NOMES E TRATAMENTOS....................................65 6 SINTAXE.....................................................................60 6.1 SENTENAS BSICAS..........................................60 6.2 SENTENAS COMPLEXAS.....................................61 6.2.1 SENTENAS COMPOSTAS..............................61 6.2.2 ORAES SUBORDINADAS...........................62 6.2.3 ORAES RELATIVAS...................................63 6.2.4 ORAES CAUSAIS.......................................64 6.2.5 ORAES COMO OBJETOS............................65 6

6.3 O VERBO 'SER'.....................................................67 6.4 PERGUNTAS.........................................................68 6.5 COMANDOS..........................................................70 6.6 COMPARATIVOS E SUPERLATIVOS.....................71 7 KLINGON ABREVIADO...............................................72 7.1 COMANDOS..........................................................72 7.2 RESPOSTAS A COMANDOS E RELATRIOS DA SITUAO 73 7.3 COERO, EXCITAO.........................................74 DICIONRIOS...............................................................75 NOTAS INTRODUTRIAS........................................75 KLINGON - PORTUGUS..........................................78 PORTUGUS - KLINGON..........................................96 AFIXOS KLINGONS................................................113 AFIXOS KLINGONS - LISTA EM PORTUGUS........116 APNDICE...................................................................120 ADENDO......................................................................124

7

NOTA DA FROTA ESTELARBRASILUm heri s grande quando seus adversrios so grandes. Golias a medida para David, Morgana a medida para o Rei Arhur, o Prof. Moriarty para Sherlock Holmes e... os klingons para o Capito Kirk! Desde o maquiavlico e cruel Comandante Kor, no episdio Misso de Misericrdia (Errand of Mercy), que mostra o quanto Kirk pode ser sanguinrio e amante da guerra, at a bonita e selvagem mestia B'Elana Torres, meio klingon e meio humana, que se torna a engenheira chefe da U.S.S. Voyager, os klingons tm sido um elemento constante dentro do imaginrio dos trekkers. Nesta lista no podemos esquecer, obviamente, o tenente comandante Worf*, o chefe de segurana da Entreprise-D, que durante os sete anos da srie "A Nova Gerao" conseguiu transformar os klingons em criaturas at charmosas.(*) Segundo a lenda. Michel Dorn. trekker de longa data, teria conseguido o papel de Worf por apresentar-se ao teste J caracterizado como klingon.

So uma raa guerreira, que tm no calor da batalha a realizao de seus mais profundos anseios. Consideram, com desprezo, a diplomacia como um palco para a prtica da nep (mentira, em klingon). Por essa caracterstica eles se diferenciam dos romulanos, adversrios muito mais traioeiros e desleais. Os klingons mataram o filho do Capito Kirk e foram responsveis diretos pela destruio de mais de uma Enterprise. Mas, apesar disso, ou por causa disso, tm a simpatia e admirao de diversos espectadores. Os fs dos klingons organizam-se em clubes quase to antigos quanto os mais velhos Clubes Trekkers, publicam fanzines e comunicam-se entre si (agora at com uma lngua prpria!) O universo de Star Trek, criado h quase trinta anos por Gene Rodemberry, , provavelmente, o universo ficcional mais esmiuado por seus ias. Alm de mais de uma centena de romances, com aventuras vividas por Kirk, Spock e McCoy (sem contar as outras tripulaes), os fs 8

podem usufruir de diversos livros que falam sobre assuntos que vo desde o design das naves estelares at exobiologia e histria do futuro. Esta histria, apesar de montada a posteriori, pois foi surgindo conforme foram sendo filmados os episdios da TV, apresenta uma enorme consistncia interna e torna-se uma autntica realidade virtual na imaginao de milhes de aficcionados espalhados pelo planeta. Neste contexto enquadra-se este Dicionrio da Lngua Klingon, uma obra de fico criada vrios anos aps os klingons serem apresentados aos espectadores de Star Trek. Neste guia sua linguagem detalhada e apresentada de forma didtica aos fs. Algum vai aprender o klingon? Bem, segundo o General Chang (Christopher Plummer) no filme A Terra Desconhecida, "Voc nunca ouviu realmente Shakespeare se no o ouviu em klingon". Para o leitor brasileiro leigo (no trekker) a idia de se publicar este Dicionrio pode parecer inusitada! Uma leitura mais atenta, porm, prova que trata-se de um trabalho srio de pesquisa, imaginao e, sem dvida, de lingstica. Parabns a Marc Okrand, o autor, Editora Aleph, pela coragem em publicar este livro e, principalmente, parabns aos trekkers Eduardo Akira, Valria Cordeiro e Christiano Nunes, todos scios de nosso clube, que tornaram possvel um trabalho editorial to minucioso e complexo. Nossos agradecimentos, tambm, a Maltz (o klingon interpretado por John Larroquette) capturado pela Federao no filme A Procura de Spock, pelas valiosas informaes sobre seu idioma materno.

Alto Comando da Frota Estelar Brasil

9

10

INTRODUOO klingon o idioma oficial do Imprio Klingon. Por um longo perodo, somente uns poucos no-klingons foram capazes de aprender o suficiente do idioma para manter uma conversa significativa com um klingon. Recentemente, contudo, sob os auspcios do Conselho de Pesquisa Cientfica da Federao, um estudo foi realizado para registrar e analisar o idioma e a cultura klingon, com o objetivo final de preparar uma Enciclopdia, bem como materiais didticos. Este dicionrio representa o primeiro resultado de tais esforos. O dicionrio dividido em duas partes principais: resumo gramatical e o dicionrio propriamente dito. O resumo gramatical tenciona ser um esboo da gramtica klingon, e no uma descrio detalhada. Porm, dever permitir ao leitor juntar as palavras em klingon de maneira aceitvel. Muitas das regras fornecidas no resumo gramatical so as definidas por gramticos klingons. Deveria ser lembrado que, muito embora digam "nunca" e "sempre", quando o klingon falado na realidade, essas regras so algumas vezes violadas. O que representam, em outras palavras, o que os gramticos klingon consideram o "melhor" klingon. Devido ao fato da pesquisa no estar completa, este dicionrio , por necessidade, um tanto limitado em sua extenso. Existem, certamente, muito mais palavras klingon do que as listadas aqui. Trs grupos em particular, em sua maioria, no esto representadas: terminologia cientfica, nomes de utenslios nativos, costumes, flora e fauna, e o vocabulrio relativo comida. Os termos associados s vrias cincias so assunto de um estudo especial, e um relatrio est atualmente sendo preparado. Nomes klingons para utenslios tradicionais e costumes antigos so difceis de traduzir para o portugus. Plantas e animais nativos so igualmente difceis de compreender no presente momento. Tais assuntos sero completamente elucidados na Enciclopdia Klingon a ser editada. Nomes de alimentos esto ausentes devido limitao de recursos: tem havido problemas em recrutar-se uma equipe interessada em estudar os hbitos alimentares klingons. At que tal estudo esteja encaminhado, pensou-se ser inadequado apresentar uma lista de palavras cujos significados no so propriamente compreendidos. Assim que mais dados forem coletados, a lista de palavras crescer indubitavelmente. Mesmo neste estgio inicial, contudo, alguns padres

11

comeam a surgir. Por exemplo, no existem palavras para saudaes, assim como ol, como vai, bom dia, e assim por diante. Aparentemente, tais palavras e frases simplesmente no existem em klingon. Quando dois klingons se encontram (exceto em casos onde o protocolo militar determina o comportamento), se algo de natureza introdutria pronunciado, uma expresso que pode ser melhor traduzida como O que deseja? Diferentemente dos falantes do portugus que iniciam conversas com saudaes, perguntas sobre o estado de sade dos interlocutores e comentrios sobre o clima, klingons tendem a iniciar conversas pela simples exposio dos aspectos principais. Embora orgulhem-se de seu idioma e freqentemente mantenham longas discusses sobre sua expressividade e beleza, os klingons acham-no pouco prtico para a comunicao fora de seu Imprio. Para comunicaes intra e intergalticas, o governo klingon, junto a muitos outros governos, aceitou o ingls da Federao como lngua interplanetria. Em geral, somente os klingons de classes superiores (as quais incluem oficiais militares e governamentais do alto escalo) aprendem ingls. Como resultado, o ingls adquiriu duas funes em sua sociedade. Primeiro, usado como smbolo de posto ou 'status'. Aqueles klingons que conhecem o ingls iro us-lo entre si para mostrar sua erudio e tornar sua posio na sociedade conhecida para todos que possam estar ouvindo. Segundo, o ingls usado quando pensa-se ser melhor manter serventes, soldados ou mesmo a populao em geral desinformados. Assim, numa nave klingon, o oficial comandante usar o klingon quando der ordens sua tripulao, mas escolher o ingls quando discutir com seus oficiais. Por outro lado, esse mesmo oficial poder usar seu idioma na presena de no-klingons para evitar o conhecimento do que est acontecendo. Este uso parece ser bastante eficaz. Existem vrios dialetos em klingon, dos quais somente o do atual Imperador, est representado neste dicionrio. Quando o Imperador substitudo, qualquer que seja a razo, historicamente seria o caso do prximo Imperador falar um dialeto diferente. Como resultado, o dialeto do novo Imperador tornar-se- o dialeto oficial. Aqueles klingons que no falam o dialeto oficial so considerados tanto subversivos quanto estpidos, e so normalmente forados a realizar tarefas que os falantes do dialeto oficial acham desagradveis. A maioria dos klingons tenta ser fluente em vrios dialetos. Alguns deles diferem apenas levemente do usado neste dicionrio. As diferenas tendem a estar no vocabulrio (a palavra testa, por exemplo,

12

diferente em quase todos os dialetos) e na pronncia de alguns sons. Por outro lado, alguns dialetos diferem bastante do dialeto oficial corrente, tanto que seus falantes tm muitas dificuldades em comunicar-se com o atual Corpo Oficial Klingon. O estudante de klingon alertado para verificar a situao poltica do Imprio antes de usar o idioma. H um sistema de escrita nativo para o klingon (chamado plqaD) que parece servir bem aos vrios dialetos. Esse sistema no est ainda bem compreendido e, portanto, no usado neste dicionrio. Em seu lugar, um sistema de transcrio baseado no alfabeto portugus foi criado. Um artigo est sendo preparado para a Enciclopdia Klingon, que explicar os detalhes do plqaD. Na parte do Resumo Gramatical deste dicionrio, como conveno de notao, o klingon ser escrito em negrito e as tradues em itlico: tlhlngan klingon. O autor gostaria de agradecer o Conselho de Pesquisa Cientfica por financiar este trabalho, bem como a vrios membros do Instituto Interlingstico da Federao que foram muito teis ao criticar os primeiros esboos deste dicionrio. O autor tambm pede desculpas por quaisquer erros e espera, sinceramente, que nenhum deles leve a nenhum infeliz malentendido. Finalmente, uma grande parcela dos crditos deve ser concedida ao informante klingon que forneceu todos os dados sobre os quais este dicionrio foi fundamentado. Embora prisioneiro da Federao, ele trabalhou por longas e duras horas para tornar esse conhecimento disponvel aos cidados da Federao. Maltz, ns o agradecemos.

13

1. OS SONS DO KLINGON difcil descrever, precisamente, os sons do idioma klingon sem usar uma complexa terminologia fonoaudiolgica e anatmica. O que se segue, portanto, a inteno de fornecer apenas um guia de pronncia. A melhor maneira de aprender a pronncia klingon sem nenhum trao de sotaque terrestre ou de outro qualquer, tornar-se amigo de um grupo de klingons e passar grande parte do tempo confraternizando-se com eles. Muitos poucos no-klingons falam o idioma sem sotaque. O sistema de escrita klingon usado neste dicionrio foi desenvolvido de modo que as pessoas que lem o portugus tero um mnimo de dificuldade em aproximar os sons das palavras e sentenas klingons.

1.1. CONSOANTESb - Como no portugus bronquite ou nabo. Alguns klingons pronunciam este som como se houvesse um m e um b articulados quase simultaneamente. Falantes do portugus podem aproximar-se desse som pronunciando imbua sem o i inicial. Um nmero menor ainda de klingons pronuncia o b como se fosse um m. ch - Como no portugus chave ou alcachofra. D - Este som prximo do portugus dente ou andride, mas no exatamente o mesmo. O som do d portugus produzido tocando-se a ponta da lngua no cu da boca logo atrs dos dentes superiores. O D klingon pode ser melhor aproximado pelos falantes do portugus tocando-se a ponta da lngua no local cerca de meio-caminho entre os dentes e o vu palatino (ou palato mole), a poro mais macia do cu da boca. Assim como o b klingon, alguns falantes pronunciam esse D como se fosse mais um nd, e ainda uma distinta minoria como se fosse n - mas, claro, com a lngua na mesma posio do D. gh - Muito similar ao portugus, e pode ser pronunciado colocando-se a

14

lngua na mesma posio que estaria ao pronunciar o g portugus como em golfinho, mas relaxando a lngua um pouco e murmurando hmmm. o mesmo para o H klingon (ver adiante), porm, com as cordas vocais vibrando ao mesmo tempo. H - No se parece com nada em portugus, mas semelhante ao ch do nome do compositor alemo Bach ou do brinde diche l'chaim, ou ainda do j do nome da cidade mexicana de Tijuana. produzido da mesma forma que o gh klingon, mas articulado com um som gutural muito spero e raspante. Ao contrrio do gh klingon, as cordas vocais no vibram ao pronunciar o H klingon. J - Este som no existe como fonema isolado no idioma portugus. A melhor aproximao pode ser feita atravs da rpida pronncia do encontro voclico d+j, como no nome Djalma, contudo, sem permitir a formao do i entre o D e o j. Nunca como jornal. L - Como no portugus lanche ou alquimia. m - Como no portugus meio ou pneumtico. Os poucos klingons que pronunciam o b como m diriam as palavras klingon baH fogo, disparar um torpedo e maH ns da mesma forma, e teriam de memorizar a maneira pela qual cada uma soletrada. n - Como no portugus nectarina ou banana. Os klingons que pronunciam o D mais como n podem facilmente articular e ouvir os dois sons diferentemente. Mesmo um D que soe como um n pronunciado com a lngua na posio do D klingon. O n klingon pronunciado com a lngua na mesma posio que o d portugus. ng - Como no portugus longo ou gongo, porm, o som deve ser pronunciado rapidamente, de forma que o ng parea estar em uma s slaba, e no em duas separadas. Ao contrrio do klingon, esse som nunca ocorre em incios de palavras em portugus, contudo, os falantes do portugus podem praticar a produo desse som pronunciando a palavra angu bruscamente, e depois repetindo-a sem o a. p - Similar ao portugus parceria ou oposto. sempre articulado com um forte estalo, como um "puff, e nunca relaxadamente. Os falantes do portugus podem praticar a articulao desse som sem a emisso de saliva no que os klingons se importem muito com o fato. q - Similar ao c portugus de casa, mas no exatamente o mesmo. A posio da lngua para o c portugus como aquela para o gh e o H klingon. Para produzir o som do q klingon, o corpo principal da lngua toca o cu da boca num ponto atrs mais distante que o usado para o gh ou H. Na verdade, a lngua extende-se para tocar a vula (a massa carnosa

15

conhecida por "sino" ou "badalo"), de forma que, pronunciar o q, aproximase do som de um engasgo. O som normalmente acompanhado por um leve sopro de ar. Os falantes do portugus devem ser lembrados que o q klingon nunca pronunciado como o qu do incio da palavra qualidade em portugus. Q - como um q klingon exagerado. idntico ao q, exceto por este ser muito gutural, spero e fortemente articulado, algo como uma combinao do q e H klingons. R - Lembra o r portugus pronunciado na ponta da lngua. parecido com o r do Ingls Britnico, bem como o r de vrios idiomas europeus. levemente enrolado ou trilado. S - Este som um meio-caminho entre o s e o ch portugus, como em seringa e chocolate. produzido estendendo-se a ponta da lngua alm da parte do cu da boca, onde se toca para produzir o D klingon. t - Como no portugus trampolim ou critrio. Diferencia-se do D klingon de duas maneiras: (1) como o p, acompanhado por um sopro de ar; e (2), a lngua toca a posio do cu da boca muito alm da que a usada para o D.

tlh - Este som no ocorre no portugus, mas semelhante ao fonemafinal de tetl, a palavra asteca para ovo, quando propriamente pronunciada. Para produzir este som, a ponta da lngua toca a mesma parte do cu da boca usada para o t, as laterais so abaixadas e o ar forado atravs do espao restante entre a lngua e os dentes. O som produzido com grande quantidade de frico, portanto, o mesmo aviso fornecido na descrio fontica do p klingon pode ser adequadamente repetido aqui. V - Como no portugus vulgar ou demonstrativo. W - No existe como fonema isolado em portugus. Assemelha-se ao u portugus ou cowboy em ingls. Em raras ocasies, especialmente se o interlocutor for mais cauteloso ou zeloso, pronunciado fortemente, mais como um Hw ou mesmo Huw. y - Como o i portugus ou os nomes Yara e Yolanda. - O apstrofo indica um som que freqentemente proferido, mas no escrito. uma parada glotal, uma leve contrao na garganta entre as duas slabas de hn-hn e hum-hum significando sim ou no. Quando o ' klingon vem no fim de uma palavra, a vogai que o precede geralmente repetida num sussurro leve, como se fosse um eco. Portanto, a palavra klingon je' alimentar quase soa como je'e, onde a articulao do primeiro e abruptamente cortada pelo ', e o segundo e um sussurro quase inaudvel. Quando o ' segue o w ou o y no final de uma palavra, ouve-se um u ou um I

16

suspirado e ecoado, respectivamente. Ocasionalmente, o eco bem audvel, como o som gutural de gh precedendo a vogai ecoada. Exemplificando, o ylll' transmita isso! pode soar mais como ylll'ghl. Esse eco extra-forte freqentemente audvel quando o indivduo est particularmente excitado ou enraivecido.

1.2. VOGAISExistem cinco vogais em klingon: a - Como no portugus palma. e - Como no portugus leste. I - Como no portugus mito. O - Como no portugus mosaico U - Como no portugus bruto. Note-se que, quando a vogal seguida por w ou y, a combinao das letras pode representar o mesmo fonema que seria grafado de maneira diferente em portugus: KLINGON aw ay ey Iy oy RIMA COM au ai ei i i COMO EM automvel cais rei aqui bia

O uy klingon assemelha-se ao uei do portugus cueiro. O ew klingon aproxima-se do ei portugus mel, e o Iw soa il como em Brasil. No h palavras klingons finalizadas em ow ou uw. Se existissem, seriam indistinguveis de palavras terminadas em o e u, respectivamente.

17

1.3. AcentuaoCada palavra klingon de mais de uma slaba normalmente contm uma slaba tnica. A slaba tnica pronunciada levemente mais alta e com um pouco mais de fora que as slabas tonas. Num verbo, a slaba tnica usualmente o verbo em si, como oposio a qualquer prefixo ou sufixo. Contudo, se um sufixo finalizado por ' separado do verbo por pelo menos um outro sufixo, ambos, verbo e sufixo terminados em ', sero tnicos. Em adio, se o significado de qualquer sufixo especfico tiver de ser enfatizado, a tonicidade pode desviar-se para aquela slaba. Os sufixos indicativos de negao ou nfase (seo 4.3) so freqentemente tnicos, como nos sufixos interrogarivos (seo 4.2.9). Em um substantivo, a slaba tnica normalmente a slaba imediatamente anterior ao primeiro sufixo do substantivo ou a slaba final, no caso de ausncia de sufixo. Se, contudo, uma slaba terminando em ' estiver presente, ser geralmente tnica. Se h duas slabas em uma palavra terminadas em ', ambas sero igualmente tnicas. Finalmente, deve-se notar que existem palavras que parecem ter variados padres de tonicidade, com a enfatizao muitas vezes ouvida sobre uma slaba ou outra. Esse fenmeno ainda no compreendido. As regras fornecidas acima no levam em conta essa variabilidade, mas se forem seguidas, a tonicidade terminar em slabas aceitveis. No sistema de transcrio utilizado neste dicionrio a tonicidade no indicada.

18

2. RESUMO GRAMATICAL INTRODUO impossvel descrever, num guia to curto como este, toda a gramtica klingon. O que se segue apenas um resumo ou esboo. Embora uma boa parte dos melhores pontos no tenha sido abrangida, o resumo permitir aos estudantes de klingon avaliar o que um klingon est dizendo e responder de maneira inteligvel, embora um tanto rudemente. A maioria dos klingons jamais saber a diferena. Existem trs partes bsicas do discurso klingon: substantivo, verbo e outros tipos de palavras.

19

3. SUBSTANTIVOSExistem vrios tipos de substantivos em klingon:

3.1.SUBSTANTIVOS SIMPLESOs substantivos simples, como no portugus, so palavras simples, isto , possuem apenas um radical. Por exemplo: DoS alvo ou QIH destruio.

3.2. SUBSTANTIVOS COMPLEXOSOs substantivos complexos, por outro lado, so compostos por mais de um radical. Por exemplo: passaporte, passatempo.

3.2.1.SUBSTANTIVOS COMPOSTOSOs substantivos compostos consistem de dois ou mais radicais associados numa s palavra como em guarda-roupa (guarda mais roupa). Por exemplo, jolpa' sala de transporte consiste de jol feixe de transporte mais pa' sala.

20

3.2.2.VERBO MAIS -wl'Um segundo tipo de substantivos complexos consiste de um verbo seguido por um sufixo, significando aquele que faz, aquilo que faz. Os sufixos em portugus -tor e -dor (como em inspetor "aquele que inspeciona" ou remador "aquele que rema") so rudemente equivalentes. Em klingon, o sufixo -wl'. Ele ocorre, por exemplo, em baHwI' artilheiro, que composto pelo verbo baH' disparar (um torpedo) mais wl' aquele que faz. Desta forma, baHwI' literalmente "aquele que dispara [um torpedo]." Similarmente, So'wl', sistema de camuflagem vem do verbo So' camuflagem mais -wl' aquilo que faz. So'wl' "aquilo que camufla". Um substantivo formado pela adio de -wl' a um verbo um substantivo regular, de modo que pode ser usado junto a outro substantivo para formar um substantivo composto. Por exemplo, tIjw'ghom grupo de abordagem deriva de tljwl' aquele que aborda mais ghom grupo, tljwl' vem de tIj abordar mais -wI'.

3.2.3.OUTROS SUBSTANTIVOS COMPLEXOSExiste uma quantidade de substantivos em klingon que so disslabos ou, em menor nmero, trisslabos, mas no so substantivos complexos dos tipos descritos anteriormente. Esses substantivos provavelmente, algum dia, foram formados pela combinao de substantivos simples, sendo que um dos substantivos componentes no mais est em uso, sendo impossvel assim (sem uma extensiva pesquisa etimolgico) saber o que as partes significam individualmente. Por exemplo, 'ejDo' significa espaonave. A slaba 'ej tambm ocorre em 'ejyo', Frota Estelar. Entretanto, no existem palavras klingon conhecidas como 'ej, Do', ou yo' que tenham a ver com Frota Estelar, espaonaves, a Federao ou veculos espaciais de qualquer tipo. provvel que Do' seja uma palavra do klingon arcaico para astronave (a palavra moderna Duj) que no usada em lugar algum exceto no substantivo 'ejDo'. Certamente, sem estudos adicionais, isso permanecer como pura conjectura.

21

3.3. SUFIXOSTodos os substantivos, sejam simples ou complexos, podem ser seguidos por um ou mais sufixos. Se houver dois ou mais sufixos, estes devem ocorrer numa ordem especfica. Os sufixos podem ser classificados com base na ordem relativa aps o substantivo. Existem cinco tipos de sufixos (os quais, por convenincia, sero numerados de 1 a 5). Os sufixos de Tipo 1 ocorrem imediatamente aps o substantivo; os de Tipo 2 sucedem os de Tipo 1, e assim por diante. Isto pode ser ilustrado da seguinte forma : SUBSTANTIVO-1-2-3-4-5 Evidentemente, se nenhum sufixo de Tipo 1 for utilizado, e sim um de Tipo 2, ento este vir logo aps o substantivo. Se um sufixo de Tipo 5 o nico usado, ento seguir o substantivo. Apenas quando dois ou mais sufixos so usados, torna-se aparente seu mecanismo de ordenao. Existem pelo menos dois sufixos de cada tipo. Apenas um de cada pode ser usado por vez. Isto , um substantivo no pode ser seguido, por exemplo, por dois ou trs sufixos de Tipo 4. Os membros de cada tipo de sufixo seguem-se abaixo:

3.3.1.TIPO 1: AUMENTATIVOS/DIMINUTIVOS-'a' aumentativo Este sufixo indica que aquilo a que o substantivo se refere maior, mais importante ou mais poderoso que seria sem o sufixo. SuS vento, brisa SuS'a' ventania Qagh erro Qagh'a' erro absurdo woQ poder woQ'a' poder absoluto -Hom diminutivo E o oposto do sufixo aumentativo. Indica que aquilo a que o substantivo se refere menor, menos importante ou menos poderoso que seria sem o sufixo. SuS vento, brisa SuSHom lufada de ar roj paz rojHom trgua, cessar-fogo

22

3.3.2.TIPO 2: NMEROComo no portugus, um substantivo singular em klingon no tem sufixo especfico indicando que esteja no singular: nuH arma refere-se a uma arma nica de qualquer tipo. Contudo, a falta de um sufixo especfico para o plural nem sempre indica que o substantivo esteja no singular. Em klingon, um substantivo sem sufixo plural pode ainda referir-se a mais de uma entidade. A pluralidade indicada por um pronome, por um prefixo verbal (ver seo 4.1) , por uma palavra inteira (seo 5.1), ou pelo contexto no qual est inserido. Por exemplo, yaS oficial pode referir-se a um nico oficial ou a um grupo de oficiais, dependendo de outras palavras na sentena ou no contexto do discurso. Compare: yaS vImojpu' yaS DImojpu' yaS jIH (Eu) yaS maH (Eu) Tornei-me um oficial (Ns) Tornamo-nos oficiais. Sou um oficial. (Ns) Somos oficiais.

No primeiro par de sentenas, a nica diferena o prefixo do verbo (parcialmente descrito aqui; vide seo 4.1): vi- eu, DI- ns. No segundo par, os pronomes so diferentes: jIH eu, maH ns. Sob certas circunstncias, a nica maneira para saber se o substantivo se refere a uma ou mais entidades pelo contexto. Deste modo, yaS mojpu' pode ser traduzido tanto como ele ela tornou-se um oficial ou eles elas tornaram-se oficiais. Aqueles que tomam parte em qualquer discusso na qual esta sentena usada, supostamente j sabero de quem est se falando, portanto, tambm sabero se ele, ela, ou eles o significado correto. Afortunadamente, para os estudantes de klingon, nunca incorreto adicionar o sufixo plural a um substantivo que se refira a mais de uma entidade, mesmo naqueles casos onde seja desnecessrio faz-lo. De acordo com isso, tanto yaS maH como yaSpu' maH esto corretos, ambos significando (ns)somos oficiais (-pu um sufixo plural). Por outro lado, o sufixo plural no pode ser adicionado a um substantivo referindo-se a apenas uma coisa, mesmo se os pronomes estiverem presentes na sentena. Em klingon, yaSpu' jIH (eu) sou um oficiais um modo to incorreto quanto a traduo em portugus.

23

Existem trs tipos diferentes de sufixos plurais: -pu' plural para seres capazes de se comunicar. Este sufixo pode ser usado para indicar pluralidade de klingons, terrqueos, romulanos, vulcanos e assim por diante; mas no pode ser usado para animais inferiores de qualquer tipo, plantas, objetos inanimados, raios, partculas, ondas etc. yaS oficial yaSpu' oficiais Duy emissrio Duypu' emissrios -Du' plural para partes do corpo. Este sufixo usado quando se refere s partes do corpo de seres capazes e incapazes de se comunicar. qam p qamDu' ps tlhon narina tlhonDu' narinas -mey plural para uso geral. Este sufixo usado para marcar o plural de qualquer substantivo. mID colnia mIDmey colnias yuQ planeta yuQmey planetas Pode tambm ser usado com substantivos referindo-se a seres capazes de se comunicar (aqueles substantivos que levam -pu'). Quando usado desta forma, adiciona a noo de "espalhado por toda parte" ao significado inicial. Compare: puq criana puqpu' crianas puqmey crianas por toda parte O sufixo -mey no pode ser usado para partes do corpo. Deve-se notar, entretanto, que poetas klingons freqentemente violam esta regra gramatical para evocar uma atmosfera particular em suas poesias. Deste modo, formas como tlhonmey narinas espalhadas por toda parte ocorrem. Entretanto, at que as sbitas nuanas dessas construes sejam firmemente apreendidas, sugere-se que os estudantes de klingon fixem-se nas regras. Finalmente, alguns substantivos em klingon esto inerentemente ou sempre no plural em significado e, conseqentemente, nunca levam sufixos plurais. ray' alvos cha torpedos chuyDaH propulsores

24

Os correspondentes de tais palavras no singular so completamente distintos: DoS alvo peng torpedo vlj propulsor As formas singulares podem levar o sufixo -mey, mas o significado sempre carregar a conotao de "espalhado por toda parte": DoSmey alvos espalhados por toda parte pengmey torpedos por toda parte Substantivos inerentemente plurais so tratados gramaticalmente como substantivos singulares, e os pronomes singulares so usados para referirem-se a eles (sees 4.1, 5.1). Por exemplo, na sentena cha yIghuS Preparar torpedos! ou Deixe os torpedos prontos para serem disparados!, o prefixo verbal yI-, um prefixo imperativo usado para objetos singulares, deve ser usado muito embora o objeto (cha torpedos) tenha um significado plural.

3.3.3.TIPO 3: QUALIFICAOSufixos deste tipo indicam a atitude do locutor em relao ao substantivo ou o grau de incerteza do locutor quanto aplicao do substantivo: -qoq assim chamado Este sufixo indica que o substantivo est sendo usado de maneira falsa ou irnica. Dizendo-se rojqoq assim chamada paz, ao invs de simplesmente roj paz, indica que o locutor no acredita realmente que a paz seja legtima ou que provavelmente perdurar.

-Hey aparenteEste sufixo indica que o locutor est bem certo de que o objeto referido pelo substantivo descrito corretamente por ele, mas existem dvidas. Por exemplo, se os sensores de uma nave klingon detectam um objeto, e o oficial que relata sua presena supem, mas no tem certeza absoluta, que o objeto outra nave, provavelmente ir referir-se ele como DujHey aparentemente uma nave, ao invs de Duj nave.

25

-na' definitivo o equivalente para -Hey. Indica que no h dvida na mente do locutor quanto preciso de sua escolha de palavras. Uma vez que o oficial klingon referido anteriormente esteja seguro de que o objeto que o sensor detectou uma nave, poder relatar a presena de uma Dujna' definitivamente ama nave, indubitavelmente ama nave.

3.3.4. TIPO 4: POSSESSO / ESPECIFICAOO Tipo 4 a maior classe de sufixos nominais. Consiste de todos os sufixos possessivos, mais sufixos que podem ser traduzidos para o portugus como esse ou aquele. Os sufixos possessivos so : wlj meu -maj nosso lIj seu -raj seus Daj dele, dela -chaj deles, delas Deste modo, juH lar ocorre em juHwIj meu lar, juHlIj seu lar, juHchaj o lar deles etc. Ento, quando o substantivo (o ser possudo) refere-se a um ser capaz de comunicar-se, um grupo especial de sufixos usado para a primeira e segunda pessoas do possessivo: wl' meu -ma' nosso lI seu sua -ra' seus suas Estes sufixos ocorrem, por exemplo, em joHwI meu senhor e puqlI sua criana. E gramaticalmente correto usar os sufixos possessivos regulares com substantivos referindo-se a seres capazes de se comunicar (como em puqlIj sua criana), porm, tais construes so consideradas anomalias ou degenerescncias; joHwI', em sua aplicao para meu senhor, considerado um tabu. Os estudantes de klingon devem manter-se atentos a isso. Para indicar que um substantivo possuidor de outro (por exemplo, arma do inimigo), nenhum sufixo usado. Ao contrrio, os dois substantivos so pronunciados na ordem possuidor-possudo: jagh nuH arma do inimigo (literalmente, arma inimiga). Esta construo tambm analisada na seo 3.4. Existem dois sufixos indicando o quo prximo do locutor est o objeto

26

referido pelo substantivo. -vam este, esta, isto Como em sua traduo para o portugus, este sufixo indica que o substantivo se refere a um objeto que est prximo ou que seja o assunto principal da conversao? nuHvam esta arma (perto de mim enquanto falo) yuQvam este planeta (do qual estivemos falando) Quando usado com um substantivo plural (com o sufixo plural ou um substantivo inerentemente plural), -vam traduzido como estes ou estas: nuHmeyvam estas armas -vetlh aquele, aquela, aquilo Este sufixo indica que o substantivo se refere a um objeto que no est prximo ou que est sendo trazido novamente como tpico da conversao: nuHvetlh aquela arma (l) yuQvetlh aquele planeta (oposto quele sobre o qual falvamos) Quando usado com um substantivo plural, -vetlh traduzido como aqueles, aquelas. nuHmeyvetlh aquelas armas No existem equivalentes klingons para um/uns, uma/umas, o/os e a/as. Na traduo do klingon para o portugus, deve-se usar o contexto como guia para as aplicaes desses verbetes. Neste livro, um/uns, uma/umas, o/os e a/as foram usados para que as tradues soassem mais naturais.

3.3.5.TIPO 5: MARCADORES SINTTICOSEstes sufixos indicam algo sobre a funo do substantivo na sentena. Os sujeitos e objetos so normalmente indicados pela posio do(s) substantivo(s) na sentena. As seguintes expresses possuem as mesmas palavras, mas diferentes significados devido sua ordem: Ces caam gatos. Gatos caam ces. Sujeitos e objetos em klingon so, desse modo, indicados pela ordem das palavras. Isto descrito na seo 6.1. Em outras circunstncias, o portugus indica a funo dos substantivos em uma sentena atravs da adio de outras palavras, principalmente preposies. Na seguinte sentena, a palavra em torno antes de canrios

27

indica que os canrios no esto caando nem sendo caados. Ces caam gatos em torno dos canrios Similarmente, em klingon, substantivos que indicam algo alm do sujeito ou do objeto normalmente devem ter uma indicao especial sobre qual sua funo exata, o que feito atravs da adio de sufixos.

-Daq locativoEste sufixo indica que algo est acontecendo (ou aconteceu, ou ir acontecer) na vizinhana do substantivo ao qual est associado. normalmente traduzido pelas preposies para, em, sobre, na. A traduo exata determinada pelo significado da sentena inteira. Por exemplo, pa'Daq pa' sala mais o sufixo -Daq . Pode ocorrer em sentenas como as que se seguem: pa'Daq jIHtaH (eu)Estou na sala pa'Daq yIjaH V para a sala! Na primeira sentena, jIH eu usado no sentido de (eu) estou (ver seo 6.3), portanto, na (em+a) seria a traduo mais razovel para -Daq. Na segunda sentena, o verbo jaH v, de modo que para faz mais sentido como a traduo de -Daq. A palavra Dung em klingon significa rea acima, e DungDaq seria areo, suspenso, literalmente algo como "na rea acima". Para maiores discusses sobre os conceitos preposicionais, veja a seo 3.4. Vale a pena notar, nesse ponto, que os conceitos expressos por advrbios como aqui, ali ou em toda parte so expressos por substantivos em klingon: naDev por aqui, pa' por ali, Dat em toda parte. Essas palavras podem talvez ser traduzidas mais literalmente como "rea por aqui", "rea por ali" e "todos os lugares", respectivamente. Ao contrrio de outros substantivos, estas trs palavras nunca so seguidas por um sufixo locativo. (Note que pa' por ali e pa' sala so idnticos na pronncia; pa'Daq, entretanto, pode significar somente em para a sala). Existem alguns verbos cujos significados incluem noes locativas, tal como ghoS aproximar, avanar. Os sufixos locativos no precisam ser usados em substantivos que sejam os objetos de tais verbos. Duj ghoStaH Est se aproximando da nave (Duj nave, embarcao, ghoStaH est se aproximando de) yuQ wIghoStaH Estamos avanando em direo ao planeta (VuQ planeta, wIghoStaH estamos avanando em direo a) Se o sufixo locativo usado com tais verbos, a sentena final um

28

pouco redundante, mas no totalmente errada. DujDaq ghoStaH Est se aproximando em direo nave.

-vo' para longe deEste sufixo similar a -Daq, porm, usado apenas quando a ao est sendo dirigida para longe do substantivo sufixado com -vo'. pa'voyIjaH Saia da sala! A traduo literal desta sentena poderia ser "v para longe da sala"

-mo devido a, por causa deEste sufixo ocorre em sentenas como: SuSmo' joqtaH Est flutuando na brisa O substantivo SuSmo' significa devido brisa, portanto, a sentena como um todo seria, literalmente, devido brisa, [o planador] flutua. -vaD para o (a), destinado a Este sufixo indica que o substantivo ao qual est ligado , de alguma forma, o beneficirio da ao, a pessoa ou objeto para quem ou para o qual a atividade se desenvolve. Qu'vaD lI De'vam Esta informao til para a misso. O substantivo Qu'vaD significa para a misso, e nesta sentena -vaD indica que a informao dever ser usada na misso em questo.

-'e' tpicoEste sufixo enfatiza que o substantivo ao qual est ligado o tpico principal da sentena. No portugus, muitas vezes essa nfase frisada atravs da maneira pela qual pronuncia-se o substantivo, ou por construes sintticas especiais. lujpu' jIHV Eu, e somente eu, falhei. Fui eu quem falhou. De"e' vItlhapnISpu' Eu precisava obter a INFORMAO Era a informao (e no outra coisa) que eu precisava. Sem o 'e', estas mesmas sentenas no teriam nenhum substantivo enfatizado em destaque: lujpu' jIH Eu falhei. De' vItlhapnISpu' Eu precisava obter a informao Para mais aplicaes do 'e', veja a seo 6.3

29

3.3.6.TIPO 6: ORDENAO RELATIVO DOS SUFIXOSComo mostrado brevemente na discusso sobre as aplicaes de -vam isto e -vatlh aquilo (seo 3.3.4), quando um substantivo seguido por mais de um sufixo, os sufixos devem ocorrer na ordem exata, de acordo com a classificao recm descrita. raro para o substantivo ser seguido por cinco sufixos, mas no impossvel. Alguns exemplos de substantivos com dois ou mais sufixos seguem-se abaixo (o tipo do sufixo indicado por nmeros). QaghHommeyHeylIjmo' devido a seus aparentemente pequenos erros Quagh (substantivo) erro -Hom (1) diminutivo -mey (2) plural -Hey (3) aparentemente -lIj (4) seu -mo' (5) devido a pa'wIjDaq em meu alojamento pa (substantivo) -wlj (4) -Daq (5)

sala, aposento meu locativo

Duypu'qoqchaj seus assim chamados emissrios Duy (substantivo) emissrio -pu' (2) plural -qoq (3) assim chamados -chaj (4) seus (deles) qamDu'wIjDaq a meus ps quam (substantivo) -Du' (2) -wlj (4) -Daq (5)

p plural meu locativo

30

rojHom'e' roj -Hom -'e'

a trgua (como tpico) (substantivo) (1) (5)

paz diminutivo tpico

Todos os exemplos de sufixos fornecidos at agora mostram apenas substantivos simples. Os sufixos so ligados aos substantivos complexos (seo 3.2) exatamente da mesma forma. DIvI'may'DujmeyDaq no/para os cruzadores de batalha da Federao DIvI'may'Duj (substantivo) cruzadores da Federao -mey (2) plural Daq (5) locativo baHwI'pu'vam estes artilheiros baHwI (substantivo) -pu' (2) -vam (4)

artilheiro plural este

3.3. A CONSTRUO SUBSTANTIVO-SUBSTANTIVOAlgumas combinaes de dois (ou mais) substantivos numa frase so muito comuns em palavras do dia-a-dia. Estes so os substantivos compostos (discutidos na seo 3.2.1.). Em adio, possvel compor os substantivos de maneira a produzir novas construes (neologismos), mesmo que no seja um substantivo compostos legtimo ("legtimo" no sentido de que seria encontrado em um dicionrio). A traduo de dois substantivos combinados desta forma, digamos, S1S2 (Substantivo 1 seguido pelo Substantivo 2), seria S2 de SI. Por exemplo, nuH arma e pegh segredo combinam para formar nuH pegh segredo da arma. Como tambm j foi discutido na seo 3.3.4, essa a construo possessiva klingon de um substantivo possuidor de outro. Quando a construo substantivo-substantivo usada, apenas o segundo deles recebe os marcadores sintticos (Tipo 5). Os dois substantivos, contudo, podem receber os outros quatro tipos de sufixos. Por exemplo:

31

nuHvam pegh segredo desta arma nuH (substantivo) arma -vam (4) desta pegh (substantivo) segredo jaghpu' yuQmeyDaq no/para o planeta dos inimigos jagh (substantivo) inimigo -pu' (2) plural yuQ (substantivo) planeta -mey (2) plural -Daq (5) locativo puqwI'qamDu' os ps da minha criana puq (substantivo) criana -wl' (4) meu qam (substantivo) p -Du (2) plural Frases preposicionais so tambm representadas em klingon por essas construes substantivo-substantivo. Conceitos preposicionais tais como acima e abaixo so verdadeiramente substantivos em klingon, melhor traduzidos como rea acima, rea abaixo etc. O sufixo locativo (seo 3.5.5) segue o segundo substantivo. Por exemplo: nagh DungDaq acima da pedra nagh (substantivo) pedra Dung (substantivo) rea acima -Daq (5) locativo Mais literalmente, seria "a rea acima da pedra".

32

4-VERBOSOs verbos klingons so, em sua maioria, formas monossilbicas que podem ser acompanhadas por vrios afixos. Assim como os substantivos, os verbos klingons podem receber sufixos cujos tipos baseiam-se em sua posio em relao ao verbo. Existem nove tipos de sufixos verbais. Diferentemente dos substantivos klingons, os verbos klingons podem receber prefixos. Portanto, se os tipos de sufixos forem representados por nmeros, a estrutura de um verbo klingon seria: PREFIXO+ VERBO+ 1+ 2+ 3+ 4+ 5+ 6+ 7+ 8+ 9

4.1 PREFIXOS PRONOMINAISCada verbo klingon comea com um nico prefixo que indica quem ou o que est desempenhando a ao descrita pelo verbo e, quando for relevante, quem ou o que o receptor de tal ao. Em outras palavras, os prefixos verbais klingons indicam tanto o sujeito como o objeto da orao.

4.1.1. PREFIXOS BSICOSO conjunto bsico de prefixos pode ser apresentado em uma tabela. (De maneira a torn-la a mais clara possvel, alguns prefixos foram repetidos).OBJETO -> (nenhum) eu voc ele/ela ns vocs eles SUJEITO jIqavISavIEu Voc bIchoDaJuDaEle, Ela 0 muDu0 nulI0 Ns mapIwIreDIVocs Sutubochebo0 munIlunulI0 Eles, Elas * No caso do portugus falado no Brasil, o objeto da segunda pessoa do singular e plural (tu/vs) foi substitudo pelo da terceira pessoa 'voc '(pronome de tratamento).

Note que tanto o sujeito como o objeto esto combinados dentro de um nico prefixo.

33

"0" na tabela significa que a combinao particular sujeito-objeto dispensa o uso do prefixo antes do verbo. "-" na tabela determina a combinao sujeito-objeto que no pode ser demonstrada com o sistema de prefixo verbal klingon. Para tais significados, sufixos (seo 4.2.1.) e/ou pronomes (seo 5.1.) devem ser usados. Os prefixos na primeira coluna da tabela (intitulada "nenhum") so usados quando no h objeto; isto , quando a ao do verbo afeta apenas o sujeito da orao (o "agente"). O verbo Qong dormir ocorre com os seguintes prefixos pronominais: jIQong Eu durmo bIQong Voc dorme Qong ele/ela dorme, eles dormemmaQong ns dormimos SuQong vocs dormem

No caso de Qong ele/ela dorme, eles dormem o sujeito exato seria indicado em qualquer outro lugar na sentena ou pelo contexto. Este conjunto de prefixos tambm usado quando um objeto possvel, mas desconhecido ou vago. Portanto, jIyaj eu entendo pode ser usado quando o locutor entende coisas em geral, sabe o que est acontecendo, ou compreende o que o interlocutor acabou de dizer. Contudo, no pode ser usado para compreender-se uma linguagem ou uma pessoa. Similarmente, maSop ns comemos pode ser usado para indicar o ato de comer em geral, mas no se uma comida especfica for mencionada. Os prefixos restantes combinam sujeito e objeto. Alguns deles esto ilustrados abaixo, usando o verbo lega ver. qalegh vIlegh Salegh Dalegh julegh legh cholegh mulegh tulegh Dulegh pIlegh lulegh Vejo voc Vejo-o/os/a/as Vejo vocs Voc o/os/a/as v Voc nos v Ele/ela o/os/a/as v, eles/elas o/os/a/as vem Voc me v Ele/ela me v, ele/elas me vem Vocs me vem Ele/ela v a voc/vocs Ns vemos a voc/vocs Eles/elas o/os/a/as vem

34

4.1.2 PREFIXOS IMPERATIVOSUm grupo especial de prefixos usado para imperativos, isto , verbos que so usados no sentido de comando. Os comandos somente podem ser dados a voc ou a vocs.OBJETO Voc (tu) Vocs (vs) nenhum yIpeeu HIHIele/ela yIyIns ghoghoeles tItI-

Note que, com uma exceo, prefixos idnticos so usados independentemente no importando se o comando dado a uma ou mais pessoas. A nica exceo quando um comando dado mas no h objeto. Em tais casos, um prefixo especial pe- usado para dar-se um comando a algumas pessoas. Exemplos dos imperativos seguem-se abaixo. Os pontos de exclamao na traduo indicam que a sentena uma ordem. ylQong Durma! peQong Durmam! HIqIp Acerte-me! ghoqIp Acerte-nos! yIqIp Acerte-o/a! tIqIp Acerte-os/as! Para indicar uma ao dirigida a si prprio com um verbo imperativo (por exemplo, dizer a si mesmo), o sufixo -egh a si mesmo usado juntamente com yI- ou pe- (veja seo 4.2.1)

4.1.3. CONVENES NOTACIONAISPara efeito de notao, convencionou-se que os prefixos indicativos de sujeito e objeto sero traduzidos como sujeito-objeto; por exemplo, qaeu-voc, DI- ns-eles. Prefixos imperativos sero traduzidos da mesma forma, precedidos pela palavra imperativo, tal como tI- imperativo eu-eles. Alm disso, prefixos que podem referir-se a masculino, feminino, objetos, singulares e/ou plurais (ex: vI- eu-ele/ela/eles/elas) sero traduzidos corretamente, mas geralmente sem dar todas as opes (eu-

35

ela/ele). Essa conveno tambm ser usada na traduo de verbos possuidores de tais prefixos, por exemplo, vIlegh eu o/a vejo.

4.2 SUFIXOS VERBAISExistem nove tipos de sufixos verbais:

4.2.1. TIPO 1: A SI MESMO/UNS AOS OUTROS-egh a si mesmoEste sufixo usado para indicar que a ao descrita pelo verbo afeta o sujeito que executa a ao. No pode ser traduzido para o portugus com uma s palavra. Quando o sufixo usado, o prefixo que indica a ausncia de objeto deve tambm ser usado. jIqIp'egh eu acertei a mim mesmo (qIp acertar) bIqIp'egh voc acertou a si mesmo qIp'egh ele acertou a si mesmo possvel usar este sufixo com verbos imperativos. Como com os no-imperativos, o prefixo indicando a ausncia de objeto deve ser usado. yIja"egh diga a si mesmo! (ja' dizer) peja"egh digam a si mesmos! -chuq uns aos outros Este sufixo utilizado apenas com sujeitos no plural. Pode ser traduzido como uns aos outros ou entre si. Os prefixos que indicam ausncia de objeto tambm so usados juntamente com este sufixo. maqIpchuq ns nos acertamos uns aos outros (qIp acertar) SuqIpchuq vocs se acertam uns aos outros. qIpchuq eles se acertam uns aos outros. peqIpchuq ns nos acertamos uns aos outros.

4.2.2 TIPO 2: VONTADE/PREDISPOSIOSufixos desse tipo expressam quantas escolhas o sujeito tem sobre a ao descrita ou o quo predisposto est para executar a ao.

36

-nIS necessidade vIleghnIS preciso v-lo (legh ver) bISopnIS voc precisa comer (Sop comer) gang disposio Heghqang ele est disposto a morrer (Hegh morrer) qaja'qang estou disposto a lhe dizer (j dizer) -rup pronto, preparado (referindo-se a seres) Heghrup ele est pronto para morrer (Hegh morrer) qaleghrup estou pronto para v-lo (legh ver) nuja'rup eles esto preparados para nos dizer (ja' dizer) -beH pronto, preparado (referindo-se a objetos) pojbeH (o aparelho) est pronto para analisar os dados (poj analisar) labbeH (o aparelho) est pronto para transmitir os dados (lab transmitir dados) Deve ser notado que existe um verbo ghuS que significa estar preparado para lanar ou projetar (algo). Este verbo nunca recebe o sufixo -rup. usado primeiramente em referncia a torpedos - tanto, que se o objeto no especificamente citado, e o contexto no diga o contrrio, assume-se que so torpedos. Conseqentemente, as duas sentenas abaixo significam Preparar para lanar torpedos! ou Preparar torpedos! cha yIghuS (cha torpedos) yIghuS O verbo ghuS tambm pode ser usado referindo-se, entre outras coisas, a foguetes, msseis e diversos tipos de raios de energia (os quais, como torpedos, saem de um ponto e vo para outro). Tambm usado para descrever a ao de puxar para trs a ala elstica de um estilingue. Em outros exemplos, entretanto, -ruq necessrio. -vIp temeroso, receoso, com medo choHoHvIp voc teme me matar (HoH matar) nuqIpvIp eles receiam nos acertar (qIp acertar) Este sufixo muito raramente usado com um prefixo que signifique eu ou ns. Embora gramaticalmente esteja correto, culturalmente um tabu.

37

4.2.3. TIPO 3: MUDANASufixos desse tipo indicam que a ao descrita pelo verbo envolve uma mudana no estado da situao em que a ao tomou lugar. -choH mudana de estado, mudana de direo maDo'choH estamos nos tornando sortudos (Do' ter sorte,) ghoSchoH ele est comeando a ir [a algum lugar] (ghoS ir) A implicao do segundo exemplo que ele/ela comeou a ir a algum lugar num tempo antes da frase ser completada. Note que a traduo do sufixo pode ser tanto tornando-se como comeando a. -qa' retomar Usar esse sufixo implica que uma ao estava em andamento, ento parou, e depois comeou novamente. vInejqa' estou retomando a busca, estou procurando-o novamente (nej busca, procura)

4.2.4. TIPO 4: CAUSAL-moH causaAcrescentar este sufixo a um verbo indica que o sujeito est causando uma mudana de condies ou que a causa para uma nova condio vir a existir. tIjwI'ghom vIchenmoH estou formando uma equipe de abordagem (tIjwI'ghom equipe de abordagem, chen tomar forma, tomar aparncia) Esta sentena poderia ser traduzida como sou a causa da formao de uma equipe de abordagem. HIQoymoH Deixe-me ouvir [algo] (Qoy ouvir) Mais acuradamente, esta sentena poderia ser traduzida como seja a causa para que eu oua (algo). Note que esta sentena no seria usada para pedir permisso para ouvir; um comando direto. Normalmente, a melhor traduo para um verbo que contenha -moH dispensa o uso do verbo causar. Por exemplo, chenmoH ele faz, cria poderia ser traduzido como ele causa para a formao (chen tomar

38

forma, tomar aparncia), mas isso seria uma frase de uso muito pouco prtica.

4.2.5. TIPO 5: SUJEITO INDEFINIDO/HABILIDADEOs dois tipos de sufixo Tipo 5 so indistintos, apesar de pertencerem mesma classe. Como resultado, nenhum verbo pode apresent-los ao mesmo tempo. -lu' sujeito indefinido Este sufixo usado para indicar que o sujeito desconhecido, indefinido e/ou geral. J que neste caso sempre o mesmo (isto , est omitido), os prefixos pronominais (seo 4.1.1) so usados de formas diferentes. Os que normalmente indicam primeira ou segunda pessoa do sujeito e terceira pessoa do singular do objeto (vi-, Da-, wl-, bo-), so usadas para indicar primeira ou segunda pessoa do objeto. Deste modo, vi-, que normalmente significa fao algo a ele, torna-se algum alguma coisa faz algo a mim quando juntado a lu' em um verbo. Similarmente, lu-, que normalmente significa eles jazem algo a ele, torna-se algum alguma coisa faz algo a eles. Daqawlu' algum/algo se lembra de voc (qaw lembrar) wIleghlu' algum/algo nos v (legh ver) Soplu' algum/algo come isto (Sop comer) Verbos com -lu' so normalmente traduzidos na voz passiva: Daqawlu' voc lembrado wIleghlu' ns somos vistos Soplu' isto comido Quando usados com o verbo tu' encontrar, observar e um sujeito com pronome na terceira pessoa do singular (0), a forma verbal resultante tu'-lu' algum/algo encontra isto freqentemente traduzida como existem. naDev puqpu'tu'lu' existem crianas por aqui, algum encontra crianas por aqui (naDev nas redondezas, puqpu' crianas) -laH poder, capacidade jIQonglaH eu posso dormir (Qong dormir)

39

choleghlaH voc pode me ver (legh ver) nuQaw'laH ele pode nos destruir (Qaw' destruir)

4.2.6. TIPO 6: QUALIFICAOAssim como os sufixos nominais do Tipo 3, estes sufixos mostram o grau de certeza do locutor sobre o que est sendo dito. -chu' claramente, perfeitamente jIyajchu' entendo perfeitamente (yaj entender) baHchu' ele disparou (o torpedo) perfeitamente (baH disparar [um torpedo]) -bej certamente, indubitavelmente chImbej isto est certamente vazio (chIm estar vazio) nuSeHIej ele certamente est nos controlando (seH controlar) -law' aparentemente cHimlaw' aparentemente isso parece estar vazio (chIm estar vazio) nuSeHlaw' ele parece estar nos controlando (seH controle) Este sufixo expressa uma incerteza por parte do locutor e pode, assim, ser interpretado como acho ou suspeito. Dessa forma, as duas sentenas anteriores poderiam ser traduzidas como acho que est vazio e suspeito que ele est nos controlando.

4.2.7. TIPO 7: ASPECTOO klingon no expressa os tempos verbais (passado, presente, futuro). Estas idias decorrem do contexto ou de outras palavras na orao (ex.: wa'leS amanh). Contudo, o idioma denota aspecto: se uma ao j foi completada ou ainda no, e se a ao um evento isolado ou que no se encerrou. A ausncia de um sufixo Tipo 7 geralmente significa que a ao no foi completada e no contnua (isto , nenhuma das coisas indicadas por ele). Verbos sem esse sufixo so traduzidos utilizando-se o tempo no Presente. Dalegh voc o v (legh ver)

40

qaja' eu lhe digo (ja' dizer) Quando o contexto apropriado, verbos sem um sufixo Tipo 7 podem ser traduzidos para o portugus no tempo Futuro. -pu' indicador de ao definitiva Quando usado, este sufixo indica que a ao foi completada. Daleghpu' voc viu isto (legh ver) vIneHpu' eu os queria (neH querer) qaja'pu' eu lhe disse (ja' dizer) -ta' indicador de ao realizada, feita Este sufixo assemelha-se ao -pu', mas usado quando uma ao deliberadamente iniciada e encerrada por algum ou alguma coisa. Tradues raramente demonstram a diferena. vISuqta' eu adquiri isto (Suq pegar, adquirir) luHoHta' eles o mataram (HoH matar) A segunda sentena anterior no poderia ser usada se a morte em questo fosse o resultado de um ataque generalizado - que no tencionasse matar uma pessoa especfica - ou se fosse uma morte acidental. Em tais casos, -pu' seria usado: luHoHpu' eles o mataram O significado de -ta' pode tambm ser indicado sintaticamente. Isto , ao invs de usar o sufixo -ta', uma construo verbal especial poderia seguir o verbo que indica a ao realizada. O verbo especial rIn terminado, executado, e em seu uso sempre leva o sufixo -tah (ver mais adiante) e a terceira pessoa do prefixo pronominal (0). A construo resultante, rIntaH, literalmente significa permanece acabado ou permanece executado. usado para indicar que a ao denotada pelo verbo precedente um fato consumado: foi feito e no pode ser desfeito. luHoH rIntaH eles o mataram (HoH matar) vIje' rIntaH eu comprei/adquiri isto (je comprar, adquirir) A traduo para rIntaH e ta' normalmente a mesma. A noo de finalizao absoluta implicada por rIntaH raramente contradita. Deve-se notar que rIntaH algumas vezes usado por efeito dramtico, mesmo nos casos em que a ao pode ser desfeita.

41

-taH indicador de ao contnua Este sufixo indica uma ao que ainda est em andamento. nughoStaH est se aproximando de ns (ghoS aproximar) yIghoStah firme no curso!, mantenha este curso! (ghoS aproximar-se, ir, prosseguir num curso) As duas sentenas anteriores sugerem uma atividade em andamento. O significado de -taH pode ser claramente visto na comparao destes dois comandos: yIjun execute uma manobra evasiva! yIjuntaH execute ao evasiva! No primeiro caso, a manobra deve ser executada apenas uma vez. No segundo, uma srie de manobras dever ser executada - a ao ser contnua. -lI em progresso Este sufixo similar a -taH ao contnua no qual uma ao est em andamento. Diferente de -taH, contudo, lI implica que a atividade tem um objetivo conhecido ou um ponto final. Em outras palavras, sugere que progressos esto sendo feitos em direo ao objetivo. chollI' est se aproximando de ns (chol aproximar-se, chegar perto) Esta palavra poderia ser usada, por exemplo, quando um mssil est se aproximando de um alvo, desde que se saiba que o mssil tenha sido realmente apontado para ele. Se um mssil se aproxima, mas o seu alvo desconhecido, choltaH (com taH ao contnua) mais apropriado. vIlI'lI' estou transmitindo [os dados] (lI transmitir dados a algum lugar) Esta palavra implica que os dados esto em processo de transmisso, mas que tambm h uma quantidade finita de dados, de maneira que haver um fim para a transmisso. O fato do verbo II' e o sufixo -II' serem foneticamente idnticos mera coincidncia, at onde pode-se determinar. O sufixo -taH ao contnua pode ser usado quando h um objetivo conhecido ou no. lI, por outro lado, pode ser usado apenas quando existe um objetivo implcito.

42

4.2.8. TIPO 8: TRATAMENTO-neS tratamento honorficoExiste apenas um sufixo nesta categoria. usado para expressar extrema polidez ou reverncia, apenas quando o locutor se dirige a um superior, algum de patente mais alta na hierarquia social, poltica ou militar. Quase nunca usado. qaleghneS estou honrado em v-lo (legh ver) HIja'neS faa a honra de dizer-me (ja'dizer) Freqentemente, este sufixo dispensado por klingons.

4.2.9. TIPO 9: MARCADORES SINTTICOSSimilares aos sufixos nominais do Tipo 5 (seo 3.3.5), estes sufixos verbais tem a ver com o papel desempenhado pelo verbo na sentena. Os primeiros seis sufixos sero brevemente relacionados abaixo, mas sero mais detalhados na seo 6.2. -DIassim que, quando DaSeHDI assim que voc o controlar (SeH controle) qara'DI' quando eu o comandar (ra' comandar)

-chugh seDaneHchugh se voc os quiser (neH querer) choja'chugh se voc me disser (ja' dizer) -pa' antes choja'pa' antes que voc me diga (ja' dizer) qara'pa' antes que eu o comande (ra' comandar)

vIS enquantoEsse sufixo sempre usado juntamente com o sufixo de Tipo 7 -taH ao contnua SutlhaHvIS enquanto esto negociando (Sutlh negociar) bIQongtaHvIS enquanto voc est dormindo (Qong dormir) -bogh o qual, a qual, quem. Esse o marcador para oraes relativas. Sua descrio mais acurada encontra-se na seo 6.2.3.

43

-meH para, com o propsito/objetivo de Esse o marcador para oraes causais. Veja seo 6.2.4.

-'a' interrogativoEste sufixo indica que a sentena uma pergunta do tipo 'sim' ou 'no'. Veja tambm a seo 6.4. cholegh'a' voc me v? (legh ver) yaj'a' ele compreende? (yaj entender) Perguntas de outros tipos requerem palavras interrogativas especiais (veja seo 6.4) -wI aquele que faz, aquilo que faz Este o sufixo descrito anteriormente na seo 3.2.2 que transforma verbos em substantivos: chIjwI' navegador (chIj navegar) DeghwI' artilheiro (Degh atirar) jorwI' explosivo (jor explodir)

4.2.10. ORDEM RELATIVA DOS SUFIXOSAssim como no caso dos substantivos, quando mais de um sufixo usado com um verbo, devem ocorrer em ordem determinada, de acordo com o seu tipo. No mais que um sufixo de cada tipo pode surgir com o verbo ao mesmo tempo. Nenhum caso de um verbo seguido de nove sufixos foi encontrado, mas teoricamente possvel. Alguns exemplos sero suficientes para mostrar o tipo de ordenao dos sufixos:nuHotlhpua nuHotlh -pu' -'a' Qaw"eghpu' 0 Qaw' -'egh -pu' eles nos sondaram (prefixo) (verbo) (7) (9) ele destruiu a si mesmo (verbo) (1) (7) (prefixo)ele/ela destruir a si prprio ao definitiva eles/elas-ns sondar ao definitiva interrogativo

44

wIchenmoHlaH wlchen -moH -laH Daqawlu'taH Daqaw -lu' -taH vItlhapnISpu' vItlhap nIS -pu'

podemos cri-lo. (prefixo) (verbo) (4) (5) voc ser lembrado (prefixo) (verbo) (5) (7) eu precisava lev-lo (prefixo) (verbo) (2) (7)

ns-ele/ela(objeto/animal) tomar forma causa poder, ser capaz

voc-ele/ela lembrar sujeito indefinido ao contnua

eu-ele/ela tomar, levar precisar ao definitiva

HeghqangmoHlu'pu' 0 Hegh qang -moH -lu' -pu'

isso tornou-o disposto a morrer (prefixo) ele/ela(objeto/animal) (verbo) morrer (2) preparado (4) causa (5) sujeito indefinido (7) ao definitiva

maghoSchoHmoHneS'a' podemos implementar o curso (para algum lugar)? ma(prefixo) ns ghoS (verbo) prosseguir em um curso -choH (3) mudana -moH (4) causa -neS (8) tratamento honorfico -'a' (9) interrogativo

4.3. VIAJANTESExiste um grupo de sufixos verbais que os gramticos klingons batizaram de lengwI'mey viajantes (leng viajar, -wI' aquilo que faz, -mey plural). Viajantes so sufixos verbais que no tm posies fixas em relao aos outros sufixos que seguem o verbo. Podem aparecer em qualquer lugar exceto aps um sufixo Tipo 9. Sua posio determinada

45

pelo sentido que se deseja dar frase. Existem dois tipos de viajantes, os negativos e os enfticos. -be' no Este o sufixo geral para negao, traduzido como o no portugus. Segue o conceito que se deseja negar. vIlo'laHbe eles so inteis para mim, eu no posso us-los vi(prefixo) eu-eles/elas Io' (verbo) usar -laH (5) capacidade -be' (viajante) negativa jISaHbe' no me importo [quais cursos de ao tomar]. jI(prefixo) eu SaH (verbo) importar, preocupar -be' (viajante) negativa qay'be' no problema, sem problema ! 0 (prefixo) ele/ela(objeto/animal) qay (verbo) ser problema -be' (viajante) negativa A natureza viajante do -be' melhor ilustrada no seguinte grupo de palavras: choHoHvIp voc est com medo de me matar choHoHvIpbe' voc no est com medo de me matar choHoHbe'vIp voc est com medo de no me matar cho(prefixo) eu-voc HoH (verbo) matar vIp (2) receoso, temeroso -be' (viajante) negativa Na segunda palavra, o conceito negado temer (isto , no temer ou no ter medo), e -be' segue -vIp. Na terceira palavra, o conceito negado matar (no matar), por isso -be' segue HoH. O sufixo -be' no pode ser usado com verbos imperativos. Para imperativos o prximo sufixo necessrio. Qo' No! Nunca! (enftico) Este sufixo negativo usado em imperativos para denotar recusa.

46

yIja'Qo' no lhe diga yI(prefixo) ja' (verbo) -Qo' (viajante)

imperativo eu-ele/ela dizer negativa enftica

choja'Qo'chugh se no me disser, se se recusar a me dizer cho(prefixo) voc-eu ja' (verbo) dizer -Qo' (viajante) negativa enftica chugh (9) se HIHoHvIpQo' HIHoH vIp -Qo' no tenha medo de me matar! (prefixo) imperativo voc-eu (verbo) matar (2) temer (viajante) negativa enftica

Diferentemente de -be', a posio do -Qo' no muda: sempre aparece por ltimo, a menos que seja seguido por um sufixo Tipo 9. No obstante, considerado um viajante por ser a contraparte imperativa de -be'. Ha' desfazer Este sufixo negativo no implica meramente que algo no foi feito (assim como -be'), mas que existe uma mudana de estado: algo que havia sido feito antes e que agora foi desfeito. Por convenincia, a traduo usada aqui ser desfazer, mas na verdade muito mais prximo do prefixo des(como em desmontar, desligar, desmembrar). Tambm usado quando alguma coisa foi feita de forma errada. Diferentemente de -be', -Ha' pode ser usado em imperativos. chenHa'moHlaH Isto pode destru-los 0 (prefixo) ele/ ela(animal/objeto)-eles/elas chen (verbo) tomar forma Ha' (viajante) desfazer moH (4) cause -laH (5) poder, capacidade Na verdade, o verbo significa algo como isso pode ser a causa para que eles desfaam a sua forma

47

yIchu'Ha' desative-o! (ex.: sistema de camuflagem) yI(prefixo) imperativo voc-ele/ela (animal/objeto) chu' (verbo) ativar, ligar Ha' (viajante) desfazer bIjatlhHa'chugh se voc disser a coisa errada bI(prefixo) voc jatlh (verbo) dizer Ha' (viajante) desfazer -chugh (9) se Isso mostra como -Ha' pode ser usado no sentido de erradamente. Usando-se -be' (isto , bIjatlhbe'chugh) significaria se voc no disser. Do'Ha' Isso desafortunado (azarado) 0 (prefixo) ele/ela(objeto/animal) -Do' (verbo) ter sorte, ser afortunado Ha' (viajante) desfazer O uso de -Ha' nesta sentena sugere uma mudana da sorte de boa para m. interessante notar que -Ha' sempre ocorre imediatamente aps o verbo. No se sabe o porqu dos gramticos klingons insistirem em cham-lo de viajante. Contudo, melhor no contrariar a tradio klingon, de maneira que -Ha' est aqui classificado como viajante.

-qu' nfaseEste sufixo enfatiza ou afirma qualquer coisa que imediatamente o preceda. yIHaghqu' estude-o bem yI (prefixo) imperativo voc-ele/ela Hagh (verbo) estudar -qu' (viajante) nfase nuQaw'qu'be' eles no acabaram conosco nu(prefixo) eles/elas-ns Qaw' (verbo) destruir -qu' (viajante) nfase -be' (viajante) negativa

48

A natureza flutuante do -qu' pode ser vista no seguinte exemplo: pIHoHvIpbe'qu' no estamos com medo de mat-lo pIHoHvIpqu'be' no estamos com medo de mat-lo pIHoH qu'vlpbe' no estamos com medo de mat-lo pI(prefixo) ns-voc HoH (verbo) matar -vIp (2) medo -be' (viajante) negativa -qu' (viajante) nfase No exemplo acima, a primeira expresso poderia ser usada depois que um inimigo contestasse a bravura do locutor. A segunda poderia ser seguida por uma explicao do tipo "No estamos prontos para mat-lo porque precisamos de seus servios". A terceira expresso seria usada para enfatizar a morte no lugar de alguma outra forma de punio. O viajante -qu' tambm pode ser acrescentado a verbos quando so usados como adjetivos (seo 4.4)

4.4. ADJETIVOSNo existem adjetivos propriamente ditos no klingon. As noes expressas no portugus como adjetivos (tais como grande, cansado) apresentam-se no klingon atravs de verbos (ser grande, estar cansado). Um verbo expressando um estado ou qualidade pode ser usado imediatamente aps um substantivo para alter-lo. puq Doy' puq Doy' Dujmey tin Dujmey tin criana cansada criana estar cansado. grandes naves. naves ser grande

49

O viajante -qu' nfase (seo 4.3) pode seguir os verbos com funo adjetiva. Neste uso freqentemente traduzido como muito. Dujmey tInqu' naves muito grandes Dujmey naves tin ser grande qu' muito (nfase) wanI' ramqu' um evento muito insignificante wanI' um evento, ocorrncia ram ser trivial, sem importncia Se um sufixo nominal Tipo 5 (seo 3.3.5.) for usado, dever seguir o verbo. Se este verbo estiver sendo usado para modificar o substantivo, nunca poder haver outro sufixo exceto o viajante -qu' nfase. Os sufixos nominais Tipo 5 seguem o -qu'. veng tInDaq veng tin -Daq veng tInqu'Daq na cidade grande cidade ser grande locativo na cidade muito grande

50

5. OUTROS TIPOS DE PALAVRASEm grande parte o volume do vocabulrio klingon composto de substantivos e verbos. Existem poucas outras palavras que, provavelmente por convenincia, foram agrupadas pelos gramticos klingons num grupo denominado chuvmey restos. Contudo, possvel classificar os chuvmey de alguma maneira.

5.1. PRONOMESEm adio aos sufixos possessivos para substantivos (seo 3.3.4.) e os prefixos pronominais para verbos (seo 4.1.), existe um grupo de nove pronomes que so palavras independentes.jIH soH ghaH 'oH 'e' net maH tlhIH chaH bIH eu, mim voc ele/ela, eles/elas ele/ela esse/essa esse/essa ns vocs eles eles

O pronome chaH eles usado quando o locutor se refere a um ser capaz do uso de linguagem; caso contrrio, bIH eles usado. Os pronomes 'e' e net so usados somente em construes especiais (seo 6.2.5). No existe gnero gramatical em klingon. Os pronomes da terceira pessoa do singular podem ser traduzidos como ele ou ela, dependendo do contexto. Os pronomes podem ser usados como substantivos, mas somente para nfase ou esclarecimento. No so exigidos. Com isso, os seguintes grupos de sentenas esto gramaticalmente corretos: yaS vIlegh jIH Vejo os oficiais yaS vIlegh

51

jIH mulegh yaS O oficial me v mulegh yaS ghaH vIlegh jIH Eu o vejo ghaH vIlegh vIlegh jIH vIlegh (yaS oficial, vIlegh vejo-o/a, mulegh ele/ela me v) As duas ltimas sentenas (vIlegh jIH e vIlegh) so, na verdade, ambguas. Podem igualmente significar eu os vejo. (O prefixo verbal vipode ser tanto eu-ele/ela ou eu-eles/elas). Se o contexto no qual a frase estiver inserida no deixar claro o significado intencionado, os pronomes podem vir a ser usados: ghaH vIlegh eu o vejo chaH vIlegh eu os vejo Os pronomes no so usados em construes possessivas da mesma maneira que os substantivos. Ao contrrio, um grupo de sufixos nominais possessivos utilizado (seo 3.3.4). Finalmente, os pronomes podem ser usados como verbos no sentido de 'sou' etc. (Ver seo 6.3).

5.2. NMEROSO klingon originalmente tinha um sistema numrico ternrio, isto , baseado no nmero trs. A contagem era feita da seguinte maneira: 1, 2, 3, 3+ 1, 3+ 2, 3+ 3, 2X3+ 1, 2X3+ 2, 2X3+ 3, 3X3+ 1, 3X3+ 2, 3X3+ 3; e ento torna-se mais complicado. De acordo com as prticas mais aceitas, o Imprio Klingon adotou h algum tempo atrs o sistema decimal. Apesar de ningum saber ao certo, bem provvel que esta mudana tenha sido feita mais para que o Imprio pudesse compreender os dados cientficos de outras civilizaes do que pelo esprito de cooperao. Os nmeros klingons so: wa' 1 cha' 2 wej 3 loS 4 vagh 5 jav 6 Soch 7 chorgh 8 Hut 9 wa'maH 10

52

Nmeros mais altos so formados atravs da adio de elementos nmero-formadores especiais ao grupo bsico de elementos (1-9). Assim, wa'maH dez consiste de wa' um mais o elemento nmero-formador para dez, maH. A contagem se segue desta maneira: wa'maH wa' 11 (dez e um) wa'maH cha' 12 (dez e dois) etc. Nmeros mais altos so formados baseados em man dez, vatlh cem, e SaD ou SanID mil. Tanto SaD como SanID significam mil e so usados com a mesma freqncia. No se sabe porqu apenas esse nmero tem duas variantes. cha'maH 20 (duas dezenas) wejmaH 30 (trs dezenas) etc. wa'vatlh 100 (uma centena) cha'vatlh 200 (duas centenas) etc. wa'SaD ou wa'SanID 1000 (um milhar) cha'SaD ou cha'SanID 2000 (dois milhares) etc. Os nmeros so combinados como no portugus: 5347 - vaghSad wejvatlh loSmaH Soch ou vaghSaniD wejvatlh loSmaH Soch 604 - javvatlh loS 31 - wejmaH wa' Alguns dos elementos nmero-formadores para nmeros mais altos so: netlh 10.000 bIp 100.000 'uy' 1.000.000 O nmero zero pagh. Nmeros so usados como substantivos, e como tais, podem funcionar como sujeitos ou objetos, ou podem modificar outros substantivos. mulegh cha' Dois [deles] me vem (mulegh eles/elas me vem, cha' dois) wa'yIHoH Mate um [deles]! ("wa' um, yIHoH mat-lo/la)

53

A sentena anterior est gramaticalmente correta mesmo sem o 'wa porque o prefixo yI- indica um objeto singular. O 'wa, portanto, usado somente para efeito de nfase. Nmeros usados como modificadores precedem o substantivo que modificam. loS puqpu' ou loS puq quatro crianas vaghmaH yuQmey ou vaghmaH yuQ cinqenta planetas. Os sufixos plurais (-pu', -mey) no so necessrios quando um nmero usado. Quando um nmero usado para ordenao, e no para contagem, segue o substantivo. Compare: DuS wa' tubo de torpedo nmero 1 wa'DuS um tubo de torpedo Nmeros ordinais (primeiro, segundo, terceiro) so formados adicionando-se -DIch aos nmeros: wa 'DIch primeiro cha'DIch segundo HutDIch terceiro Os nmeros ordinais aparecem depois do substantivo: meb cha'DIch segundo convidado Adicionando-se -logh a um nmero, d-se a ele o senso de repetio: wa'logh uma vez cha'logh duas vezes Hutlog nove vezes Estes nmeros funcionam na sentena como advrbios (seo 5.4).

5.3. CONJUNESAs conjunes so de dois tipos: aquelas que juntam substantivos e aquelas que juntam oraes. Os significados dos dois tipos de conjunes, contudo, so basicamente os mesmos: CONJUNES CONJUNES p/ SUBSTANTIVOS p/ ORAES je 'ej e joq qoj e/ou ghap pagh ou/ou

54

As conjunes que juntam substantivos vm aps o substantivo final. DeS 'uS je um brao e uma perna DeS 'uS joq um brao ou uma perna ou ambos DeS 'uS ghap ou um brao ou uma perna [mas no ambos] A conjuno substantiva je tem uma funo adicional: quando segue um verbo, pode significar tambm. qaleghpu' je eu tambm o vi, eu o vi tambm. Como no portugus, o sentido de tais sentenas ambguo: eu e os outros o vimos. O significado exato determinado pelo contexto. Em adio s trs listadas acima, existe mais uma conjuno de oraes: 'ach mas, entretanto, porm s vezes essa palavra abreviada para 'a. As conjunes servem para juntar sentenas e localizam-se entre elas. Para exemplos, ver seo 6.2.1.

5.4 ADVRBIOSEstas palavras so geralmente usadas no incio de uma sentena e descrevem o modo da ao. batlh com honra, de maneira honrada, honradamente bong acidentalmente, no intencionalmente chaq talvez chIch propositadamente DaH agora Do' com sorte, afortunadamente loQ levemente, um pouco nom rapidamente not nunca pay' repentinamente PIj muitas vezes QIt lentamente reH sempre rut algumas vezes tugh breve vaj assim, nesse caso, ento, assim sendo, ento wej ainda no

55

Exemplos: bong yaS vIHoHpu' Acidentalmente matei o oficial. (yaS oficial, vIHoHpu' matei-o/a) batlh Daqawlu'taH Voc ser lembrado com honra. (Daqawlu' algum continuar a lembrar-se de voc) vaj Daleghpu' Ento voc o viu. (Daleghpu' voc o/a[objeto/animal] viu ) wej vIlegh No o vi ainda. (vIlegh eu o/a vi) Uma palavra entra, embora um tanto desajeitadamente, dentro desta categoria: neH somente, s, apenas Diferentemente dos outros advrbios, esse segue o verbo que modifica. O efeito semntico o de trivializao da ao. qama' vIqIppu' neH Eu simplesmente atingi o prisioneiro. (gama' prisioneiro, vlqlppu' atingi-o/a) Duj yIQotlh neH Simplesmente desative a nave. (Duj nave , yIQotlh desative-o/a [objeto/animal] O uso do neH na sentena anterior implica que a nave est prestes a ser desativada, mas no danificada posteriormente. Tambm diferentemente dos outros advrbios, neH pode seguir um substantivo. Em tais casos significa s, somente yaS neH somente o oficial, o oficial s jonta' neH somente o motor Algumas vezes os advrbios ocorrem sozinhos, funcionando mais ou menos como exclamaes (seo 5.5). Por exemplo: nom Mova-se rpido! Mova-se rapidamente! wej No o faa ainda! tugh Rpido!

56

5.5. EXCLAMAESEstas expresses funcionam como oraes independentes. ghobe' Ha' Hija ou HISlaH lu' ou luq maj majQa' nuqneH pItlh Qo' SuH ou Su' toH wejpuH 'eH No. (resposta a uma pergunta) Vamos! Sim! (resposta a uma pergunta) Sim. Ok. Eu irei. Bom. (expresso de satisfao) Muito bom. Muito bem. O que deseja? (saudao) Feito! No. No o farei. Recuso-me. Pronto! Bem! Ento! Engraadinho! (usado ironicamente) Pronto!

Hija' e HISlaH sim parecem ser usados sem nenhuma diferenciao. SuH, Su' e 'eH significam que o locutor est prestes a dar um comando. So comparveis ao "Preparar!" de um fuzilamento ou no inicio de uma corrida: "Preparar! Apontar! Fogo!". SuH e Su', mas no 'eH, podem tambm ser usados para indicar que o locutor est pronto para fazer algo, ou que arranjos foram feitos para algum acontecimento futuro. Alguns klingons pronunciam SuH como se fosse SSS, quase como a onomatopia em portugus para pedir silncio: shhhh!. pItlh usado para Est feito!, Consegui! Terminei! Tudo pronto! etc. A expresso toH grosseiramente prxima do "aha!" portugus. Tambm inclusas na categoria de exclamaes, esto as pragas klingons. Somente trs delas foram identificadas e esto reproduzidas abaixo: QI'yaH ghuy'cha Qu'vatlh *?/#@ *@$% #*@!

57

5.6. NOMES E TRATAMENTOSNomes klingons so freqentemente mal pronunciados por noklingons. Alm disso, quando escritos no sistema de escrita de outras lnguas, geralmente acabam com grafias que apenas se aproximam de suas verdadeiras pronncias. Por exemplo, o som klingon tlh no incio de uma palavra quase sempre escrito como kl por escritores lusfonos, presumidamente porque o som ti no ocorre no incio de uma palavra portuguesa. Similarmente, o Q klingon freqentemente grafado como kr, e o q klingon sempre vem como k. Abaixo est uma lista de alguns nomes klingons junto com suas respectivas grafias no portugus.mara matlh qeng qeylIS qolotlh qor qoreQ QaS Qel Qugh torgh valQIS Mara Maltz Kang Kahless Koloth Kor Korax Kras Krell Kruge Torg Valkris

Nomes podem ser usados quando h um tratamento direto (isto , quando se chama algum pelo nome) no incio e no fim das sentenas. Outras palavras de tratamento direto (tais como qaH senhor, joHwI' meu senhor) so usadas da mesma forma. torgh HIghoS Torg, venha aqui! (HIghoS venha em direo a mim!) Iu' qaH Sim, senhor!

58

59

6. SINTAXEComo em qualquer idioma, frases klingons variam de muito simples e diretas a muito complexas e complicadas. O que se segue so as linhas gerais da estrutura das frases klingons. Essas informaes devero prover um bom fundamento para que os estudantes do klingon possam conversar apropriadamente, apesar de pouco eloqentemente, enquanto aprendem mais sobre o idioma.

6.1. SENTENAS BSICOSA estrutura bsica de uma sentena klingon : OBJETO+ VERBO+ SUJEITO Esta a ordem inversa do portugus, por isso deve-se tomar cuidado para no interpretar as sentenas de trs para frente. O sujeito a pessoa ou objeto que executa a ao descrita pelo verbo; o objeto o receptor de tal ao. A importncia da ordem das palavras pode ser vista comparando-se as seguintes sentenas: puq legh yaS O oficial v a criana. yaS legh puq A criana v o oficial. Nas duas sentenas as palavras so idnticas: puq criana, legh ele/ela o/a v, yaS oficial. A nica maneira de saber quem est vendo a quem pela ordem das palavras na sentena. O verbo legh ver precedido pelo prefixo 0 ele/ela-o/a. Quando o sujeito e/ou o objeto est na primeira ou segunda pessoa, o prefixo do verbo deve ser apropriado. puq vlegh Eu vejo a criana. mulegh puq A criana me v. Sentenas imperativas (comandos) devem seguir as mesmas regras. So'wl'yIchu' Ativar o sistema de camuflagem! (So'wI sistema de camuflagem, yIchu' ative-o/a (objeto/animal)

60

DoS yIbuS Concentre-se no alvo! (DoS alvo, yIbuS concentre-se nele/nela[objeto/animal]) yaSpu' tIHoH Mate os oficiais! (yaSpu' oficiais, tIHoH mate-os/as!) Qualquer substantivo na sentena indicando qualquer outra coisa que no seja o objeto ou sujeito, dever vir primeiro antes do substantivoobjeto. Tais substantivos geralmente terminam com um sufixo Tipo 5 (seo 3.3.5) pa'Daq yaS vIleghpu' Vi o oficial na sala (pa'Daq na sala, yaS oficial, vIleghpu' eu o/a vi) Outros exemplos desta construo so fornecidas na seo 3.3.5.

6.2. SENTENAS COMPLEXASAlguns dos tipos mais comuns de sentenas klingons mais elaboradas sero ilustradas.

6.2.1 SENTENAS COMPOSTOSDuas sentenas podem ser unidas para formar uma orao composta mais longa. Ambas devem ser capazes de existir isoladamente. Quando combinadas, simplesmente devem vir uma aps a outra, unidas por uma conjuno. jISoptaH 'ej QongtaH Estou comendo, e ele est dormindo. jISoptaH 'ach QongtaH Estou comendo, mas ele est dormindo. bISoptaH qoj bItlhutlhtaH Voc est comendo e/ou est bebendo. bISoptaH pagh bItlhutlhtaH Ou voc est comendo ou bebendo. Quando o sujeito das duas sentenas o mesmo, a traduo para o portugus pode ser reduzida para uma forma menos rstica, contudo, o klingon no permite tais abreviaes. O prefixo pronominal deve ser usado com os dois verbos. Assim, as duas sentenas podem ser traduzidas Voc est bebendo e/ou comendo; Voc est ou bebendo ou comendo. Quando um substantivo (como oposio a um prefixo verbal simples) indica sujeito e/ou objeto, existem algumas opes em klingon. Em sua forma mais completa, a sentena repete o substantivo.

61

yaS legh puq 'ej yaS qIp puq (yaS oficial, puq criana, legh ele/ela o/a v, qIp ele/ela o/a acerta) A criana v o oficial e a criana bate no oficial ou A criana v o oficial e bate no oficial ou A criana v e bate no oficial. possvel, contudo, usar pronomes ao invs de substantivos na segunda das sentenas unidas. yaS legh puq 'ej ghaH qIp ghaH (ghaH ele/ela) A criana v o oficial e ela bate nele. ou A criana v o oficial e bate nele. Se o contexto for claro, mesmo o pronome pode no ser usado. yaS vIlegh 'ej vIqIp (vi- eu-ele/ela) Eu vejo o oficial e eu bato nele ou Vejo o oficial e bato nele ou Vejo e bato no oficial

6.2.2. ORAES SUBORDINADASOs verbos klingons finalizados com um sufixo Tipo 9 (que no seja -'a' interrogavo e -wI' aquele que faz) sempre ocorrem em sentenas com outro verbo. Conseqentemente, so verbos em oraes subordinadas. cha yIbaH qara'DI' ou qaHoH bIjatlhHa'chugh Dispare os torpedos ao meu comando! As duas partes desta sentena so cha yIbaH dispare os torpedos! e qara'DI' quando eu o comandar ou assim que eu o comande. -DI' um sufixo de Tipo 9 que significa assim que, quando, de forma que qara'DI' deve ocorrer como parte de uma sentena mais longa. Note que a ordem das duas partes na sentena varivel. Mais alguns exemplos tornaro o uso de oraes subordinadas mais claro:

62

bIjatlhHa'chugh qaHoH ou qaHoH bIjatlhHa'chugh Se disser a coisa errada, eu o matarei. (bIjatlhHa' se disser algo errado, qaHoH eu o mato) Note que, apesar da traduo ter usado o tempo verbal no futuro, no existe tal indicao temporal na frase original. O verbo HoH matar sem sufixo no possui tempo verbal: j que, pessoa a quem o locutor est se dirigindo, est sendo dada uma chance de resposta, significa que ainda deve estar viva. Sendo assim, a morte dever ocorrer somente no futuro. SutlhtaHvIS chaH DIHIvpu' ou DIHIvpu' SutlhtaHvIS chaH Enquanto estavam negociando, ns os atacamos. (SutlhtaHvIS enquanto estavam negociando, chaH eles/elas, DIHIvpu' ns os/as atacamos) A noo estavam negociando, ao invs de esto negociando, dada pelo sufixo -pu' ao definitiva ligado ao verbo Hiv atacar. Uma traduo como enquanto esto negociando, ns os atacamos faz pouco sentido em portugus e no representa o significado da sentena klingon.

6.2.3. ORAES RELATIVASOraes relativas so traduzidas para o portugus como oraes iniciadas com quem, a qual, o qual, onde, e, mais comumente, que. Assim como os adjetivos, elas descrevem os substantivos: o co que est correndo, o gato que est dormindo, a criana que est brincando, o restaurante onde comemos. O substantivo modificado por uma orao relativa o substantivo principal. Em klingon, o verbo na orao relativa termina com o sufixo Tipo 9 bogh, o qual ser, por convenincia, traduzido o qual. Para saber se o substantivo principal segue ou precede a orao relativa, preciso se conhecer seu relacionamento com ela. Compare: qIppu'bogh yaS o oficial que o acertou yaS qIppu'bogh o oficial em que ele bateu Nas duas frases, a orao relativa qIppu'bogh (qIp acertar, bater, -pu' ao definitiva -bogh o qual), e o substantivo principal yaS oficial. Na

63

primeira frase, yaS o sujeito do verbo qIp (o oficial est conduzindo a ao de bater), por isso segue qIppu'bogh, assim como todos os sujeitos seguem o verbo. Na segunda orao, yaS o objeto (o oficial est sendo espancado), por isso precede qIppu'bogh, assim como todos os objetos devem preceder o verbo. A construo toda (orao relativa mais substantivo principal), como uma unidade, usada na sentena como se fosse um substantivo. Conseqentemente, esta construo segue ou precede um verbo da sentena, dependendo de ser um sujeito ou objeto. qIppubogh yaS vIlegh Vejo o oficial que bateu nele. A construo relativa inteira qIppubogh yaS o oficial que bateu nele/nela objeto do verbo vIlegh eu o/a vejo, por isso precede o verbo. mulegh qIppubogh yaS O oficial que bateu nele me v. Aqui, qIppubogh yaS o sujeito do verbo mulegh ele/ela me v, por isso segue o verbo. Este padro tambm repetido quando o substantivo principal o objeto do verbo na orao relativa, assim como yaS qIppubogh o oficial em quem ele bateu. yaS qIppubogh vIlegh Vejo o oficial em quem ele bateu. mulegh yaS qIppubogh O oficial em quem ele bateu me v.

6.2.4. ORAES CAUSAISSe uma ao est sendo efetuada com o propsito de atingir um objetivo, o verbo que descreve tal finalidade termina com o sufixo Tipo 9 -meH, que pode ser traduzido como com o propsito de, para. A orao causai sempre precede o substantivo ou verbo cujo propsito est descrevendo. ja'chuqmeH rojHom neH jaghla' O comandante inimigo deseja uma trgua para [com o propsito de] conferncia. A frase ja'chuqmeH rojHom uma trgua para [com o propsito de] conferncia o objeto do verbo neH ele/ela quer isso; o sujeito jaghla'

64

comandante inimigo. O objeto o substantivo rojHom trgua precedido pela orao causal ja'chuqmeH [com o propsito de]para conferncia. (O verbo foi montado a partir de ]a'dizer, -chuq uns aos outros; como conseqncia, conferenciar dizer uns aos outros) jagh luHoHmeH jagh lunejtaH com o propsito de mat-lo Eles esto procurando o inimigo

Aqui a orao jagh luHoHmeH com o propsito de matarem o inimigo, que foi montada com o objeto-substantivo jagh inimigo precedendo o verbo luHoHmeH com o propsito de mat-lo Ia (lueles/elas-ele/ela, HoH matar, -meH para). A orao descreve o propsito do verbo lunejtaH eles o/a esto procurando) (\u- eles/elas-ele/ela, nej procurar, buscar, -taH ao contnua). Note que, assim como nas oraes compostas, o substantivo jagh inimigo ocorre antes de cada verbo para o qual objeto. Assim, de uma maneira um tanto literal, a sentena pode ser traduzida com o propsito de se matar o inimigo, eles o/a esto procurando. Ademais, assim como em oraes compostas, o segundo de dois substantivos iguais pode ser substitudo por um pronome, ou, se o contexto for claro, ser omitido de vez. jagh luHoHmeH ghaH lunejtaH ou jagh luHoHmeH lunejtaH Eles esto procurando o inimigo para mat-lo

6.2.5. ORAES COMO OBJETOSO klingon tem dois pronomes especiais, V e net, os quais se referem uma orao anterior como um todo. So usados primeiramente - embora no exclusivamente - com verbos que expressam a ao de pensar ou observar (tais como saber, ver). So sempre tratados como o objeto do verbo, que sempre recebe um prefixo indicador de objeto na terceira pessoa do singular. O que uma nica orao em portugus, freqentemente tornase duas em klingon. net usado somente sob circunstncias especiais (veja mais adiante), mas V mais comum. Alguns exemplos devero tornar o uso de 'e' mais claro. qama'pu' DIHoH 'e' luSov Eles sabem que matamos prisioneiros

65

Esta sentena composta por duas: (1) qama'pu'