Dicas para parhumaniza+ç+âo e cuidados

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DICAS PARA HUMANIZAÇÃO HOSPITAL Igreja Batista Central do Recife – e-mail: [email protected] Curso de capelania – Pr Linaldo Oliveira Conceituando. C apelania Humanizar que dizer ser benigno, afável, bondoso, clemente, solidário, compassivo, se dar em razão do paciente como cliente externo e ao funcionário como cliente interno, tornar tratável, prazer em servir, alegria em se dar, em prestar ajuda, em sentir a dor do próximo. Objetivos Gerais. Humanização no Hospital se constitui não um ato isolado de seus administradores, mas uma pragmática de todos os componentes do hospital e em todos os níveis hierárquicos, a oferecer um pouco mais do “calor humano” ao paciente e seus acompanhantes quando da internação hospitalar tornando seus dias mais brandos. Objetiva maior interação entre todos os segmentos do hospital com relação também ao cliente interno e seus familiares Objetivos Específicos: “A Humanização pode ser entendida como o estabelecimento da primazia efetiva dos direitos do paciente sobre a estrutura operacional e administrativa do hospital. Este conceito, aliás, coincide integralmente com a afirmação sempre repetida de que o doente e a razão de ser do hospital”. Justificativas: A necessidade de se dar espontaneamente em favor do próximo para tornar o dia mais leve e agradável. Humanização no hospital é uma questão não só de profissionalismo, mas de coração e alma, em que cada um se dá com total desejo em melhor servir uns aos outros, e todos em favor do doente, como se este fosse seu pai, sua mãe, seu filho, ou uma pessoa da sua própria família. Estratégias de ação. 1. Deve ser apoiada pela diretoria e compartilhaada por todas as chefias 1

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DICAS PARA HUMANIZAÇÃO HOSPITALIgreja Batista Central do Recife – e-mail: [email protected]

Curso de capelania – Pr Linaldo Oliveira

Conceituando.

Capelania

Humanizar que dizer ser benigno, afável, bondoso, clemente, solidário, compassivo, se dar em razão do paciente como cliente externo e ao funcionário como cliente interno, tornar tratável, prazer em servir, alegria em se dar, em prestar ajuda, em sentir a dor do próximo.

Objetivos Gerais.Humanização no Hospital se constitui não um ato isolado de seus administradores, mas uma

pragmática de todos os componentes do hospital e em todos os níveis hierárquicos, a oferecer um pouco mais do “calor humano” ao paciente e seus acompanhantes quando da internação hospitalar tornando seus dias mais brandos. Objetiva maior interação entre todos os segmentos do hospital com relação também ao cliente interno e seus familiares

Objetivos Específicos:

“A Humanização pode ser entendida como o estabelecimento da primazia efetiva dos direitos do paciente sobre a estrutura operacional e administrativa do hospital. Este conceito, aliás, coincide integralmente com a afirmação sempre repetida de que o doente e a razão de ser do hospital”.

Justificativas:

A necessidade de se dar espontaneamente em favor do próximo para tornar o dia mais leve e agradável. Humanização no hospital é uma questão não só de profissionalismo, mas de coração e alma, em que cada um se dá com total desejo em melhor servir uns aos outros, e todos em favor do doente, como se este fosse seu pai, sua mãe, seu filho, ou uma pessoa da sua própria família.

Estratégias de ação.

1. Deve ser apoiada pela diretoria e compartilhaada por todas as chefias

2. Reunião sistemática a cada 30 dias para uma avaliação e troca de informações

3. Formar uma comissão com relator e vogais

Em contrapartida

1. Não confundir humanização como uma simples adoção de uma série de medidas isoladas que visam solucionar problemas específicos da administração hospitalar. A Humanização deve ser integrada no quadro geral e da melhoria das relações entre administradores e administrados.

2. Não pode ser fruto de uma ação momentânea ou de um esforço limitado no tempo. Deve integrar-se num plano sustentado, contínuo, complexo, permanente, multiforme em que estão em jogos diversos níveis de responsabilidade que devem ser coordenados.

3. A Humanização é a tarefa comum primordial e indeclinável de quantos, em todos os níveis se dizem responsáveis pela sua administração, sendo a própria razão de ser e o objetivo final dos serviços oferecidos.

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4. A qualificação eficaz de seus funcionários, a reciclagem permanente e o acompanhamento intenso de suas atividades, bem como o esforço permanente, são indispensáveis e necessários para que a humanização se processe eficazmente no dia a dia, bem como uma avaliação periódica pré-estabelecida.

5. O bom desenvolvimento das atividades de cada setor hospitalar não dever se constituir tarefa isolada, mas uma série de ações coordenada entre todos os setores se constitui exigência para o trabalho em equipe em que todos se sintam participantes, e responsáveis e colaboradores, desenvolvendo princípios de ética, postura, e relacionamento em grupo dentro da filosofia da administração do hospital, onde a integração seja comum bem como os princípios hierárquicos sejam observados.

6. O objetivo primordial do hospital, pelo menos com relação ao paciente internado é o de curá-lo. O paciente tem direito e, sobretudo o direito de ser tratado como pessoa humana que ele é. Tudo deve ser feito em favor do paciente, e para o seu bem e sua garantia.

7. “A medicina deve visar o bem do paciente e não o do médico. Qualquer programa fora deste postulado é irônico e imoral. A medicina surgiu em função dos doentes. Foi gerada pela dor, pelas lágrimas, pela angústia e não pelo interesse dos médicos” (Dr. Carlos da Silva Lacaz – Pág.16).

8. Envidar esforços para proporcionar aos integrantes do hospital as condições humanitárias em todos os seus segmentos: o sentir-se bem no trabalho, lazer, esportes, cultura, religião, etc., para que estes possam ser portadores e instrumentos transmissores naturais dessa filosofia maior.

Sugestões para avaliação:

1. Iniciar com uma pesquisa para avaliar a filosofia, conhecimento e disponibilidade pessoal de cada cliente interno

2. Neo-natal – musical especial para os bebês , mães de bebês prematuros, uma reunião semanal para descontração e encontro com o capelão, local para descanso – lazer – jornal ou revistas

3. Confecção do jornal interno direcionado para o paciente – cooperação com fornecedores.

4. Reativar a campanha pelo silêncio no hospital – enfermaria térrea e corredor, lugar mais barulhento – confeccionar crachás “eu estou contribuindo para o silêncio no hospital” – promover gincanas internas com todos os plantões.

5. Reciclagem sistemática no que se aplicam as Boas maneiras, etiqueta, ética e profissionalismo (seguranças / motoristas - porteiros).

6. Informação no censo ou fazer conhecido do capelão a religiosidade dos pacientes deseja ou não receber visita

7. Funcionário padrão por setor

8. A importância do apoio das diretorias setoriais à reunião semanal com o capelão

9. Ativar sistemática de ação social: coral com músicas folclóricas, atividade beneficente uma vez por semestre na favela – recolhimento e adoção de alimentos e roupas em favor dos pobres.

10. Escolher um “dia do encontro” da família do De Ávila – esporte e lazer

11. Convênios com – academia, locadora, farmácia, casas comerciais para um preço diferenciado.

12. O que fazer com paciente internado por período longo?2

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13. Terapia ocupacional de tempo - O que colocar à sua disposição

14. Ocupação do acompanhante no período da cirurgia

15. O que o Banco de Leite poderia realizar junto à comunidade (produzir um folder educativo).

16. Cartão especial, aniversário, certificado de destaque, etc.

17. Editando um livrete de reflexões – Sementes de Vitória.

18 Promover cursos de capelania – carga de 30 horas aula, cobrar taxa para cobrir custos operacionais e ainda trazer e como tarefa obrigatória à presença dos alunos a uma favela ou entidade filantrópica onde será servido um jantar e entregue as cestas.

CONHECIMENTOS ELEMENTARES NA VISITA AO PACIENTE.

Existem conhecimentos que, qualquer pessoa que pretenda fazer visitação hospitalar precisa ter, para efetuar essa visitação com eficiência. Sem esses conhecimentos, a visita poderá não alcançar o objetivo desejado, e poderá, até mesmo, se tornar prejudicial para o doente.

1. Quando visitar o paciente, as mãos devem estar limpas e não se deve deixar impressionar por sua situação ou enfermidade.

2. Deve estar bem fisicamente. Se o visitador estiver doente pode contaminar o paciente. O visitador deve também estar bem emocionalmente. Se o visitador estiver estressado, deprimido ou alterado psicologicamente irá a afetar o paciente.

3. Procurar visitar em horários adequados ao doente, respeitando as limitações dele. Posicionar-se adequadamente ao paciente, e ter o cuidado para não tropeçar nos instrumentos.

4. Evitar falar com ele muito próximo, para não salivar, com a aproximação da equipe de saúde, para procedimentos, deverá o visitador deixar o local.

5. Evitar fazer visitas longas, o paciente cansa facilmente, evitar levar crianças.

6. Não levar flores, por que também são agentes transmissores de doenças.

7. Não fazer perguntas com relação a sua doença e não dá seu parecer pessoal. Converse num tom natural e não cochiche com outras pessoas.

8. É necessário ter muita simplicidade e delicadeza. Não esquecer que a dor torna a pessoa mais sensível. No momento oportuno, a ocasião certamente aparecerá; amando o paciente, ele, se desejar, contará sua história. Por isso, não deve fazer tantas perguntas, mas saber escutar.

9. Não cobrar do paciente que ele tenha fé para ser curado, ou, prometer a cura divina, para não provocar sentimentos de culpa nele, ou até alguma reação mais forte.

10.Deus não é volúvel. É fiel. Ele será mais ou menos percebido, conforme as circunstâncias que o paciente atravessa; conseqüentemente, é preciso ajudá-lo humanamente, e Deus se manifestará o seu tempo. Amá-los tanto quanto possa, não somente por Deus, mas por eles mesmos. As pessoas que se ocupam com os doentes só por Deus e com certa frieza em seu comportamento, fazem pensar que eles são apenas instrumentos e meios de santificação delas.

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11.Nada de visitas protocolares, formais, rígidas. É melhor não ir visitar os pacientes se não se é capaz de estender a mão, de sorrir largamente, de abrir de par em par as portas do coração.

12.Alguém pode interrogar: “Que posso dizer a ele?” Procurar o bom senso. Há momentos que o mais recomendável é saber sorrir. É tão fácil: sorria, por favor. Pode existir uma ponte mais segura que o sorrir?

13.Quando se tornarem confidentes, preocupar-se com seus problemas, evitando dizer: “Mas eu também tive isso ou aquilo”. É preciso entendê-los e fazê-los seus. Eles, com sua fina percepção sentirão que encontraram eco. Pode ser que você permaneça impotente para tirar o fardo de seus ombros, mas esteja certo de que aliviou consideravelmente o coração deles.

14.Se o paciente concordar que se faça uma prece, não elevar muito à voz, não ser prolixo, e lembrar que você está num hospital e não numa igreja.

CONCLUSÃOAcima de tudo, com seriedade solidariedade e profissionalismo o visitador deve empenhar-se para

fazer o seu trabalho com muito amor, lembrando que o Hospital é uma empresa diferenciada de qualquer outra. Os erros cometidos podem trazer seqüelas irreparáveis. O mais importante é a sua doação de AMOR. Como bem escreveu o apóstolo Paulo aos Coríntios: “Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se não tiver amor, nada serei”.

“INVESTINDO NO CUIDADOR, COMO FORMA DE ELEVAR

A AUTO-ESTIMA.

A New York Telephone Company realizou um detalhado estudo das conversações telefônicas para saber qual a palavra mais freqüentemente usada. Veja se imagina isto: foi o pronome pessoal “EU”. EU”. “EU”. Foi usado 3990 vezes em 500 conversações telefônicas. “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” (Dale Carnegie, pág 76)

A partir desta premissa é que o Hospital deve investir:

1. Na assistência à sua saúde física pelo médico

2. No atendimento mental pelo psicológico

3. No apoio espiritual pelo capelão

Oliver Wendell Holmes disse: “É privilégio do médico curar às vezes, aliviar muitas vezes, confortar sempre. Nós médicos, nos empolgamos tanto com a primeira parte que muitas vezes passamos por alto a última. O capelão eficiente pode ajudar-nos a tratar do individuo todo, corpo, espírito e alma. Ele pode ajudar-nos a tornar o hospital mais uma vez, um lugar onde se encontra hospitalidade”.

Por outro lado, o hospital também é formado pelos profissionais de saúde. E, a estes, não basta apenas qualificação profissional diferenciada, e reciclagens constantes.

1. O cliente interno, isto é enfermagem, médicos, e os demais profissionais da saúde são igualmente dignos e merecedores dos mais elevados reconhecimentos de seus superiores.

2. Muitas vezes o reconhecimento pessoal do superior ao subalterno com uma palavra de apreço, ou um elogio pessoal, ou ainda um simples sorriso e aperto de mão, constitui um elemento tão

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promissor ao profissional que se constitui um prêmio de maior significação do que o próprio o salário.

3. O profissional bem reconhecido e elogiado, com auto-estima, amado por seus superiores, é capaz de produzir acima de qualquer expectativa.

4. Quando isso acontece, são eles quem torna o ambiente de trabalho um lugar leve, agradável e com boas perspectivas de paz e serenidade, eles não ficam enfermos pela impotência de não poder suprir e nem oficializar dignamente suas profissões. Os investimentos na saúde e no cuidador devem superar de forma inimaginável aos esforços que o homem tem feito em preservar a flora e a fauna. O homem deve começar a investir no próprio homem, a começar pelos profissionais da saúde.

5. O agente de saúde necessita de grandes investimentos em sua especialidade por inúmeras razões face sua elevadíssima responsabilidade profissional. Ele lida, todos os dias com um bem para o qual não há reposição nem formas de compensação: A VIDA, A VIDA HUMANA.

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6. Assim, o nosso tema tem razão de ser: “Investindo no curador, como forma de elevar a sua auto-estima e produtividade na unidade hospitalar”. Necessitamos dar uma olhadela sobre aqueles clientes internos, para os quais, o cuidador gasta e desgasta seus esforços, seus dias, sua vida, enfim o seu tempo. Por que será que ele escolheu profissão da saúde?

Necessidade financeira de sobrevivência? Falta de outras opções? Imposição do mercado? Influências da sua família?

Excessa responsabilidade e retorno financeiro aquém do mínimo necessário

NECESSIDADES BÁSICAS, AS MAIS SIMPLES E FUNDAMENTAIS NEM SEMPRE SÃO SUPRIDAS.

Em paradoxo com a tecnologia de ponta, há uma ausência visível de suprir o mínimo necessário. É possível que lhe falte a ferramenta de trabalho indispensável: não tem. Tem e não sabe usar. Tem, sabe usar mas falta manutenção. Dado a relevância de sua profissão, risco de erro deve ser zero, exigência máxima, prioridade para o desempenho, pouquíssimo.

O RECONHECIMENTO - EXIGÊNCIAS DO DIA-A-DIA DO PROFISSIONAL DE SAÚDE EM SEU SACERDÓCIO

Todos esperam dele... Um direito adquirido. Inadmissível que ele venha cometer erros, errar não é humano para ele. Sobrecarga de trabalho, tempo, desgaste físico e emocional. O outro plantão lhe aguarda, A inadequalidade estrutural, funcional e social da unidade hospitalar. A necessidade de reciclagem mínima profissional e conhecimentos gerais em informática e inglês lhe são exigidos.

A SOBRECARGA EMOCIONAL NO DIA A DIA DO AGENTE DE SAÚDE É ELEVADA DEMAIS E DEVE SER COMPARTILHADA

1. Corno lidar com a morte e o morrer - óbitos?

2. A ausência de medicação correta e não de paliativos?

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3. Deve o paciente inteirar-se por completo seu estado de saúde, ou somente sua família?

4. Quando a situação se torna gravíssima por erro de medicação, ausência ou esquecimento?

5. Os acidentes ocasionais com a agente de saúde por falta de prevenção - o que fazer?

6. Quais suas perspectivas do futuro? Com re1ação a ele e sua família.

DEVERIAM OS PROBLEMAS E DIFICULDADE EXISTENTE NA SAUDE PRIVADA SER DEBATIDA ABERTAMENTE E SEM RESERVA COM SEUS CLIENTES INTERNOS?

Quando os agentes de saúde adoecem, todos ficam enfermos. Quando os geradores de recursos à saúde se abstêm de diagnosticar ou se omitem de ver o que passa com seu cliente interno - a vida se torna em morte, morte epidêmica.

Trabalhando nas emoções e no suprimento mínimo necessário. Os lideres devem saber que quando não podem suprir condignamente as necessidades financeiras de seus liderando, podem contribuir com as necessidades emocionais. Nem sempre os maiores problemas são resolvidos com dinheiro.

1. Investindo de que formas?

2. Elogiando.

3. Sorrindo.

4. Quando possível, um aperto de mão.

5. Uma palavra de “muito obrigado”.

6. Sendo otimista e passando otimismo.

7. O poder da compreensão no ambiente de trabalho.

8. Um reconhecimento público de um ato gerador positivo interno

9. Um “Certificado de Destaque” por uma conquista ou esforço pessoal ou setorial.

10. Um “Cartão de Aniversário” personalizado com um chocolate.

11. Pequenas outras iniciativas podem ser acrescidas com o fim de elevar a estima do curador.

Prevenção.

Para não o indivíduo não se "estourar" no exercício da profissão, o conselho básico é a prevenção, isto é, atuar logo que aparecer um sintoma. Para isso, é importante ter o maior controle possível do tempo, o que se consegue com as técnicas de planejamento e priorização das tarefas. Estabelecer prioridades significa atender primeiro as tarefas mais importantes e seguir com as quais lhe seguem em importância, sempre da maior para a menor: "Quando um navio tem um buraco por onde entra água, a primeira coisa a fazer é tapá-lo. Depois já se poderá pintar o casco", diz García Nieto.

"Há métodos simples para ajudar a priorizar as coisas corretamente", explica a coordenadora, acrescentando ainda que, no entanto, há causas da síndrome do desgaste profissional que estão fora do alcance dos médicos, como a administração ou a organização da saúde. "Então, a solução é aprender a adotar uma atitude madura e positiva para sobreviver em um ambiente mais ou menos hostil."

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Para evitar a síndrome do "burn out" ou combatê-la, os especialistas recomendam aos profissionais ter expectativas realistas sobre a situação profissional, não esperar muita amabilidade dos colegas de trabalho, não viver para ser reconhecido e amado por todos, ter uma pessoa de confiança com quem possa compartilhar suas preocupações, cultivar os momentos de solidão, estender e desenvolver a rede social e manter hábitos saudáveis.

Além disso, é importante aprender a sair da rotina cotidiana, assim como comer e dormir bem e praticar exercício físico regularmente.Especialistas também indicam programas anti-estresse de seis passos úteis tanto para médicos como para qualquer pessoa que trabalhe sob tensão e corra o risco de ser afetado pela síndrome:

1. Respire profundamente.2. Descanse e relaxe sem se odiar ou se culpar por isso.3. Dê-se 15 minutos antes de cada jornada e faça uma coisa agradável.4. Alegre seu ambiente com música, flores ou peças de decoração.5. Faça uma atividade de lazer pelo menos uma vez por semana.6. Estabeleça metas em sua vida e estabeleça a prioridade de suas atividades em função delas.

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SENHORES, EU VI, TENHO VISTO, TENHO OUVIDO, ELES TÊM RAZÃO?Pr. Linaldo Oliveira Uma crônica

A visita hospitalar nem sempre tem sido feita com seriedade e profissionalismo... Lá estão eles,

“ocupando” os corredores, as enfermarias, os quartos e apartamentos. Não escapam nem mesmo as unidades de terapia intensiva. Com suas roupas típicas, embrulhos nas mãos, suados, alguns com barba a fazer, sapatos a engraxar, mãos a lavar, falando alto, gritando, correndo, fazendo barulho com os pés, eles vão chegando.

Horário de visita, horário de privacidade do cliente de saúde, horário esperado e ansiado pelo enfermo para estar com sua família, ver seu pai, ver sua esposa, ver sua filha. Mais eles estão chegando, quebrando o silêncio, como uma tropa que vai a guerra, determinada e decidida... Eles estão chegando.

Cantam alto, “Ao findar o labor desta vida quando a morte ao teu lado chegar”. “Mais perto quero está, meu Deus de Ti”. “Eu avisto uma terra feliz”. Eles falam, pregam, catequizam, fazem proselitismo, distribuem literaturas, e, às vezes até comida que leva no bolso.

Senhores, Eu também vi, tenho visto, tenho ouvido...

A repressão a eles, a rejeição a eles. Por quê? A ausência dos conhecimentos mínimos de higiene? O desrespeito à privacidade do doente e sua família? A intromissão no horário de procedimentos da equipe de saúde? A quebra do silêncio pelo barulho é estarrecedor, dos seus cânticos e orações em grupo, não é verdade? Eles vão chegando, vão se firmando vão se impondo.

Eles são persistentes, teimosos, determinados, impulsivos. Não é fácil abrir o diálogo com eles, não é mesmo? Só eles falam só eles têm razão. Então são rejeitados, enxotados, obrigados a deixar o local. Alguns falam mal, reclamam e se vão... E até têm aqueles que lançam pragas contras a equipe médica, contra os profissionais de saúde.

“Que alívio... esses protestantes pensam que só eles tem razão”, dizem os que ficam, ou quando não dizem, pensam, falam para dentro. Esses protestantes invadem, desrespeitam, impõem sua fé.

Lá se vão eles, paletó surrado, suado, Bíblia, literatura e, mais alguma coisa no bolso para comer ou para dar. Enquanto saem daquela enfermaria, eles não vão embora... Entram noutra enfermaria, ou encontram alguém no corredor e... Começa tudo outra vez.

Senhores... Eu vi, tenho visto, tenho ouvido.

Quem pode contornar essa situação? Onde eles encontram tanta força para não desistir? Porventura eles não sabem que não são bem-vindos? Quem financia o trabalho deles? Quem lucra com tais atividades? Quem tira vantagens com eles? O governo? Certamente que não, as entidades privadas? Muito menos. A saúde publica? Nem pensar.

Senhores, Eu vi, tenho visto e tenho ouvido e certamente ainda verei muito mais.

Os senhores não podem detê-los, suas criticas fundadas ou não, não vão arrefecer seu trabalho, saibam que nem a imprensa, com seu poder beligerante poderão impedi-los de continuar. Pelo contrário, são

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nas oposições que eles encontram força para continuar. Quanto mais forte for o obstáculo, mas eles se disporão para ir em frente. Faz parte de sua natureza, de sua fé, de sua crendice.

O Mestre deles disse que O encontrariam nos hospitais, nos presídios, nas favelas, na fome e na sede. O Mestre deles disse que fossem de casa em casa, de dois em dois, de dia e de noite. O Mestre deles disse que quando fossem odiados, injustiçados e injuriados, não desistissem e não chorassem. Pelo contrário, se alegrassem que grande fosse o galardão deles. O Mestre deles disse que se com ele, a lenha verde seria lançada ao fogo o que não seria com a lenha seca. O Mestre deles disse: Vá, e Eu estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos. Meus senhores creiam-me. Eles acreditam no Mestre deles. Os senhores não podem pará-los, os seus desprezos a eles são visto como elogios e os tornam mais orgulhosos e fervorosos, como vocês dizem (fanáticos) os senhores não vão impedi-los. Eles são como uma virose... Cresce... Pega... Multiplica-se, espalha-se e alastra-se rapidamente.

Quando eles chegam a suas paróquias, eles contam o que aconteceu... As humilhações e oposições. Seus relatórios são ouvidos como som de triunfo, de garra e de fé. Eles falam das dificuldades daquela visita. Daquele hospital, daquela enfermeira, daquela assistente social, daquele médico. E sabem o que eles fazem? Cheios de determinação eles se unem para orar.

Clamar e pedir forças a Deus para continuar... É aí, senhores, que eles se multiplicam. Logo outros que ouvem seus testemunhos e histórias decidem segui-los, uns por curiosidade, outros para dar suporte, outros nem sabem por que, mas naquele dia, naquela reunião, após as oposições... O grupo cresceu. Aquele grupo de três ou quatro agora? Oito dez e no próximo dia de visita, o grupo se dirige a dois outros hospitais.

Senhores, Eu vi, tenho visto e tenho ouvido e certamente ainda verei muito mais.

O que os motiva a ser persistentes e teimosos? O que eles lucram com tudo isto? Por favor, me compreendam. Eles não fazem parte do PT, mas lá eles também fazem a sua visitação e são discriminados. Eles não são do MST, mas lá eles estão e também estão sendo enxotados. Eles são determinados como os kamikazes, à diferença é que eles nem se matam, nem matam ninguém. Eles levam uma mensagem de paz, de fé, de ânimo, de esperança. Eles querem ser solidários. Possivelmente eles não saibam como.

Senhores, Eu vi, tenho visto, tenho ouvido e certamente ainda verei muito mais.

O que fazer com eles? Como agir com eles? Eles não são inimigos, eles não são traficantes, eles não são vadios, eles não são drogados, eles não fazem parte de algum grupo anárquico e acéfalo. Eles não são obstáculos para os senhores. Eles são, sim, desafios para os senhores. Sim, é verdade, Eles são determinados, decididos, ousados e motivados. Julguem os senhores, ponderem entre si, interroguem-se: Que poderemos fazer para tirar vantagem deles? Como canalizar essa energia de forma positiva, ética, benigna e favorável?

Se os enxotando não conseguimos sucesso, pelo contrário eles vão voltar, vão voltar com mais outro, e outro, e outro. Não seria melhor, mais sábio aproximar deles? E Ensiná-los? Admoestá-los de forma dinâmica e metodológica? Capacitando-os e habilitando-os, para que eles canalizem sua energia positiva em favor do enfermo?

Ensine-os senhores, e os senhores terão uma mão de obra com resultados satisfatórios, um investimento com tão pouco gasto e com lucros inumeráveis de retorno para vocês, para os enfermos, para

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os familiares. O cliente interno e o cliente de saúde se beneficiarão. O plantão dos senhores será mais suave e leve.

Eles são fáceis de ensinar. Se hoje, senhores, o serviço que eles prestam voluntariamente é um desserviço à saúde, pela ausência de conhecimentos, treinamento, prepara e habilidade, a culpa não pertence só a eles, não. Não, senhores. Eles são fáceis de ser adestrados.

Eles aprenderam com seu Mestre: quando é para ser ousado, ousado. Quando é para ser manso, manso. Eles sabem que há tempo para todas as coisas. Porventura hoje não é tempo para ensinar? Trocando a espada pela cruz? A arma pela Bíblia? A ignorância pelo conhecimento?

Senhores, Eu vi, tenho visto, tenho ouvido e espero não ver mais.

Vocês podem optar pela mais sábia e prudente decisão, vocês podem fazer que as forças dessa correnteza corram em seus favores. Vamos ensinar capacitar, adestrar e habilitar.

Seriedade, solidariedade e profissionalismo na visitação hospitalar, exigem mais do que fé. Seriedade na visitação hospitalar exige amor, é verdade, mais exige mais que amor. Seriedade na visitação hospitalar exige abnegação, habilidade, treinamento, conhecimentos, normas, ética, profissionalismo, paciência, determinação. E hoje, através deste curso, deste corpo docente de professores e profissionais da saúde, decidimos mais uma vez investir nos senhores pastores e líderes religiosos, porque acreditamos nos senhores. Acreditamos que os senhores como Ministros do Evangelho da Paz, serão discipuladores de uma nova geração.

Senhores,Eu vejo, eu creio, e eu espero que esta boa semente venha produzir positivamente muito mais, e mais

e mais. AMEM!

Deus os abençoe.

Pr. José Linaldo de Oliveira E-mail: [email protected]

Fones: (81) 3327.5629 – 91260606

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