Dicas Da Diplomata

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15.04.2013 Dica de hoje: criar o hábito de ler as Dicas de Português do professor Sérgio Nogueira, que escreve no G1. Hoje eu li a... ... DICA DE CONCORDÂNCIA Concordância Verbal com os pronomes QUE e QUEM: 1a) Quando o sujeito é o pronome relativo “QUE”, a concordância se faz obrigatoriamente com o antecedente (=palavra que está antes do pronome QUE): “Fui eu que falei”; “Foi ele que falou”; “Fomos nós que falamos”. 2a) Quando o sujeito é o pronome relativo “QUEM”, a concordância se faz normalmente na 3ª pessoa do singular: “Fui eu QUEM RESOLVEU o caso”; “Na verdade, são vocês QUEM DECIDIRÁ a data”. Observe que, se invertermos a ordem, não haverá dúvida alguma: “QUEM RESOLVEU o caso fui eu”; “QUEM DECIDIRÁ a data são vocês”. Embora pouco usual, não é considerado erro o fato de o verbo concordar com o pronome que antecede o QUEM: “Fomos nós quem RESOLVEMOS o caso.” “Não sou eu quem DESCREVO.” Observação: quando não houver o pronome QUE, o verbo deverá obrigatoriamente concordar com o núcleo do sujeito (=pronome que está antes da preposição “de”): “UM dos casais já TINHA mais de vinte anos de vida em comum.” “NENHUM de nós dois PÔDE comparecer ao encontro.” “ALGUÉM da equipe RESOLVEU o problema.” “QUAL de vocês CHEGOU em primeiro?” “QUEM dentre nós ESTÁ DISPOSTO a sair?” “MUITOS de nós LERAM o livro.” Nesse caso poderíamos usar “Muitos de nós LEMOS o livro”, se quiséssemos subentender a ideia de “eu também”.

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15.04.2013 Dica de hoje: criar o hábito de ler as Dicas de Português do professor Sérgio Nogueira, que escreve no G1. Hoje eu li a...

... DICA DE CONCORDÂNCIA

Concordância Verbal com os pronomes QUE e QUEM:

1a) Quando o sujeito é o pronome relativo “QUE”, a concordância se faz obrigatoriamente com o antecedente (=palavra que está antes do pronome QUE): “Fui eu que falei”; “Foi ele que falou”; “Fomos nós que falamos”.

2a) Quando o sujeito é o pronome relativo “QUEM”, a concordância se faz normalmente na 3ª pessoa do singular: “Fui eu QUEM RESOLVEU o caso”; “Na verdade, são vocês QUEM DECIDIRÁ a data”.

Observe que, se invertermos a ordem, não haverá dúvida alguma: “QUEM RESOLVEU o caso fui eu”; “QUEM DECIDIRÁ a data são vocês”.

Embora pouco usual, não é considerado erro o fato de o verbo concordar com o pronome que antecede o QUEM: “Fomos nós quem RESOLVEMOS o caso.” “Não sou eu quem DESCREVO.”

Observação: quando não houver o pronome QUE, o verbo deverá obrigatoriamente concordar com o núcleo do sujeito (=pronome que está antes da preposição “de”): “UM dos casais já TINHA mais de vinte anos de vida em comum.” “NENHUM de nós dois PÔDE comparecer ao encontro.” “ALGUÉM da equipe RESOLVEU o problema.” “QUAL de vocês CHEGOU em primeiro?” “QUEM dentre nós ESTÁ DISPOSTO a sair?” “MUITOS de nós LERAM o livro.” Nesse caso poderíamos usar “Muitos de nós LEMOS o livro”, se quiséssemos subentender a ideia de “eu também”.

Dica de hoje, 16/4: a minha dica de hoje é sutil, imperceptível até, mas a Banca estará atenta! Cuidado!

Ao escrever um período com mais de uma oração, pense se precisará dar ênfase a uma delas ou não. Caso queira enfatizar uma delas, opte por subordinação, em que a oração principal deverá conter a informação que julgar mais relevante; caso contrário, use a coordenação, em que as orações do período coordenado terão o mesmo nível hierárquico por serem independentes e possuírem valores sintáticos idênticos (cabe ressalvar que, em alguns casos de coordenação, poderá haver dependência semântica e, dessa forma, as orações coordenadas não serão tão independentes como pensamos; entretanto, "a priori", as construções coordenadas não estabelecem hierarquias entre as orações que se coordenam).

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As Bancas de concurso público avaliam a hierarquização de importância que o candidato atribui, mesmo sem saber que o faz, às informações fornecidas ao longo da redação, com vistas a analisar a consistência argumentativa de defesa da tese de seu texto. Se uma informação que deveria ser destacada no seu texto estiver posicionada no período em posição coadjuvante, indicará para a Banca o seu desconhecimento de hierarquização das construções coordenadas e subordinadas. Fique atento!

Seguem exemplos que criei só para você!

Considere as duas orações a seguir:

Oração 1 = A ONU atua em prol do desenvolvimento humano.

Oração 2 = A ONU precisa de recursos para implementar seus projetos.

Analisemos, agora, a coordenação e a subordinação:

************************************************************COORDENAÇÃO "A ONU atua em prol do desenvolvimento humano e precisa de recursos para implementar seus projetos"

Neste caso, atribuí a ambas as orações o mesmo nível de importância dentro da linha argumentativa de minha redação. Isso porque, na coordenação, as orações que se coordenam entre si são independentes. ************************************************************

************************************************************SUBORDINAÇÃO

A) Ênfase na Oração 1:"A ONU, que precisa de dinheiro para implementar seus projetos, atua em prol do desenvolvimento humano". 

 Ênfase na Oração 2:"A ONU, que atua em prol do desenvolvimento humano, precisa de recursos para implementar seus projetos".

Observe que, se o tema de sua redação ou determinado parágrafo de sua redação fosse a respeito do tipo de atividades desenvolvidas pelas Nações Unidas, prefira construções como a do modelo "A", em que a oração que julguei ser menos importante - Oração 2 - transformou-se em oração subordinada adjetiva explicativa, ao passo que a Oração 1 - a mais importante dentro da minha linha argumentativa - transformou-se em oração principal da construção do período; entretanto, se a ênfase de sua argumentação estivesse nos problemas financeiros por que passa a ONU, seria mais coerente o candidato optar por "B", em que a Oração2, acerca da necessidade de recursos financeiros, é a oração principal, e a Oração1, a respeito de o que a

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ONU faz, por sua vez, é coadjuvante, menos importante, portanto subordinada.**********************************************************

Sendo assim, agora você poderá escrever mais conscientemente na hora de optar por coordenar ou subordinar ao longo do processo argumentativo dos seus textos.

Continuaremos nos coordenando nessa troca de "curti", "comentei", "dei dicas"! Afinal estamos no mesmo nível hierárquico, somos amigos virtuais e queremos o bem um do outro! Até a próxima dica!

Dica de hoje, 17/4: a partir de minha dica de hoje, por favor, não cometa mais este deslize na sua redação. Ganhe a confiança da Banca demonstrando seu domínio sobre regência verbal, ao usar corretamente o verbo "visar" com sentido de "objetivar".

O verbo "visar" com sentido de "objetivar" é transitivo indireto e exige a preposição "a". 

ATENÇÃO!!!MESMO QUE ALGUNS POUCOS ESPECIALISTAS DA LÍNGUA AFIRMEM SER POSSÍVEL ELIMINAR A PREPOSIÇÃO "A" NESSE CASO, A BANCA DA QUASE TOTALIDADE DOS CONCURSOS NÃO PENSA ASSIM.

Exemplos (grifei a preposição "a" em maiúscula):*********************************************A Escola Municipal Quitandinha elaborará novo regimento interno que vise Ao aumento da qualidade do ensino naquele estabelecimento. *********************************************Quando conversei longamente com a adolescente que passava por problemas pessoais, visei A orientá-la acerca de como enfrentá-los com lucidez.*********************************************

Continue visando à aprovação no concurso do seu sonho. Com disciplina, determinação e paciência você alcançará seu objetivo.

Dica de hoje, 18/4: a minha dica de hoje é bem simples e pequena, mas é verdadeira armadilha para o candidato. Isso porque temos 100% de certeza de que não se trata de equívoco, mas o é. A Banca estará atenta e, certamente, impressionar-se-á com quem fizer o uso do verbo DEPARAR nos termos da norma culta.

Veja o exemplo:"Aquele de camisa vermelha é o vendedor com quem me deparei ao entrar na loja".

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Todos nós pensamos que o verbo deparar seja pronominal, isto é, deparar-se com algo ou alguém; entretanto, prefira deparar com, sem a partícula "se".

Assim sendo, o exemplo acima deveria ter sido escrito sem o pronome "me": "Aquele de camisa vermelha é o vendedor com quem deparei ao entrar na loja".

A comunicação pela Internet não permite que eu depare com você, mas continuamos o contato neste mundo virtual! 

Dica de hoje, 19/4 (dia do Índio e dia do Exército): a minha dica de hoje é muito top, é massa, é manera, é show de bola, é dez...ninguém merece, fala sério que tu nem sabia dessa dica, cara: nas suas redações, não useC O L O Q U I A L I S M O S pelamordedeus!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Sempre quando concluir sua redação, releia o texto para verificar se alguma expressão ou algum vocabulário por você utilizado estaria mais apropriado para ser usado na fala. 

Sei que exagerei nas minhas palavras iniciais desta dica de hoje, porquanto usei coloquialismos óbvios que você certamente não incluiria em seu texto de redação.

Minha preocupação está nos coloquialismos que, de tão diluídos nas falas sérias diárias, nos textos lidos em telejornalismos e, até mesmo, na produção textual de autores ou especialistas renomados, induzem o candidato de concurso a não só usá-los em suas redações, mas também pensar que escreveu com estilo. A Banca estará atenta, esteja certo(a)!

A título de exemplo, divido hoje com você duas ocorrências "Denorex", aquela que parece que é norma culta, mas não é: "inclusive" e "por conta de". Evite esses termos nas suas redações, sobretudo em concursos de nível superior para o Serviço Público Federal.

******************************Exemplo 1: INCLUSIVE"A ONU iniciou projeto para promover o direito de qualquer ser humano a ter acesso ao sistema de saneamento básico e inclusive discute, atualmente, a criação do Dia do Banheiro".******************************Exemplo 2: POR CONTA DE"Em pleno século XXI, os países ainda desentendem-se por conta da questão nuclear".******************************

Acredite em mim! Evite esses usos em seu texto! Mesmo que você e alguns especialistas da língua nada tenham a opor com relação ao uso do "inclusive" e

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do "por conta de", saiba que as principais Bancas de Português que, hoje, corrigem sua prova têm!

Retorne aos dois exemplos acima e substitua, mentalmente, INCLUSIVE por "até mesmo" (entre vírgulas). Substitua, ademais, POR CONTA DE por POR CAUSA DE. 

Observo, por fim, que haverá contextos em que você poderá usar coloquialismos, mas, quando o fizer, não se esqueça de colocá-los entre aspas. Por exemplo, suponha que o tema de sua redação seja "A propagação dos coloquialismos nos textos dos alunos do Ensino Fundamental". Claro está que, ao longo da progressão temática do seu texto, chegará o momento em que você precisará citar termos coloquiais que vêm sendo utilizados pelos jovens daquele nível de Ensino, o que é coerente e até recomendado para a sustentação de sua tese; porém, ao citar os termos, lembre-se das aspas!

Valeu, galera, to indo nessa, fique ligado nas minhas dicas, inclusive sugiro juntar todas num arquivo e vai lendo periodicamente...se não deu para ler as dicas anteriores por conta da falta de tempo, retorne a elas e leia!

Dica de hoje, 20/4 (dia do (a) Diplomata): a minha dica de hoje, nesta efeméride que homenageia o profissional da carreira que escolhi seguir, impedirá que você seja repetitivo, quer na escrita quer na fala, mesmo sem saber que comete essa repetição.

Refiro-me ao uso das conjunções coordenativas NEM e TAMPOUCO. É que muitos utilizam esses dois termos ao mesmo tempo, quando deveriam escolher um deles somente, sob pena de cometer redundância.

Veja como é simples:NEM = E NÃOTAMPOUCO = E TAMBÉM NÃOPortanto:NEM TAMPOUCO = E NÃO E TAMBÉM NÃO

*******************************************Exemplos adequados à norma culta:*******************************************> Não fui à praia nem ao cinema.(=Não fui à praia e não (fui) ao cinema)

> Não fui à praia tampouco ao cinema.(=Não fui à praia e também não (fui) ao cinema)

**********************************************Exemplo inadequado em relação à norma culta:**********************************************

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> Não fui à praia nem tampouco ao cinema.(=Não fui à praia e não e também não (fui) ao cinema)

(Percebeu a repetição???)

Que tal impressionar a Banca ao usar corretamente o "tampouco" em sua redação?

Até a próxima dica!

Dica de hoje, 21/4 (dia de Tiradentes, dia do Metalúrgico, dia da Latinidade e dia do Policial Civil e Militar): a dica de hoje relaciona-se com a do dia 17/4, pois diz respeito à regência verbal. A partir de hoje, continue firme em seu projeto de demonstrar à Banca que você domina regência verbal. Verbo de hoje: PREFERIR, que pode ser transitivo direto ou bitransitivo (direto e indireto ao mesmo tempo). Além disso, ao final desta dica de hoje, ainda haverá um observação fundamental a respeito do uso desse verbo. Boa leitura!

PREFERIR BITRANSITIVOQuando você tiver alguma preferência entre x e y, por favor, a partir do minuto da leitura desta dica, pare de preferir "x" DO QUE "y" ou "y" DO QUE "x", combinado?

É que a regência do verbo "preferir" aceita somente a preposição "a" entre os termos da preferência, portanto prefira "x" a "y", ou, ainda, prefira "y" a "x".

Exemplos: ********************************- Prefiro praia à piscina.- Prefiro metrô ao ônibus.- Prefiro comer doces a comer salgados.- Alguns atores das relações internacionais, quer governamentais quer da sociedade civil, parecem preferir discutir soluções bélicas a propor alternativas para a paz.*********************************

PREFERIR TRANSITIVO DIRETOClaro que, se você simplesmente prefere algo, sem oferecer opções, o verbo preferir será transitivo direto. Exemplo: 

Prefiro praia.

*************************Observação fundamental*************************Agora que você já conhece bem a regência do verbo PREFERIR, de nada adiantará esse talento de poucos candidatos se você preferir MAIS x a y ou se você preferir MUITO MAIS x a y. Por favor, deixemos assim combinado: 

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SIMPLESMENTE PREFIRA "x" a "y"!!!! Jogue o "mais" e o "muito mais" na lata de lixo!!!!!!

Basta lembrar-se do significado do verbo PREFERIR. Segundo o Dicionário Houaiss, temos três acepções para o verbo PREFERIR, entre as quais destaco duas, a saber:

---------1 escolher uma pessoa ou coisa entre outras; decidir-se por2 gostar mais de (algo ou alguém) [do que de outro ou outrem]---------

Ora, pensemos juntos:PREFERIR significa ESCOLHER, DECIDIR-SE POR.Então, você não poderá escolher MAIS ou MUITO MAIS x, ou escolher MAIS ou MUITO MAIS y. Você simplesmente escolhe algo e pronto, concorda??? Analogamente, se você decidir-se por algo, está decidido e pronto!!! Simplesmente nós decidimos por algo, jamais decidimos mais por isso ou aquilo. Ao decidir, acabou; é fato consumado. Seja feliz com sua decisão!

O mesmo ocorre quando temosPREFERIR = GOSTAR MAIS DE

Ora...

... se PREFERIR x A y já significa gostar MAIS DE x DO QUE DE y, a ideia trazida pelos termos "mais" e "muito mais" já estão, dessa forma, presentes DENTRO do significado do verbo PREFERIR. 

Se você falar ou escrever "PREFIRO MAIS X A Y", seria, analogamente, o mesmo que falar "SUBIR PARA CIMA", "SAIR PARA FORA", "ENTRAR PARA DENTRO", pois já estão presentes dentro do significado de "SUBIR", "SAIR" e "ENTRAR" as ideias de movimento para cima, para fora e para dentro, respectivamente.

É isso! Assim sendo, a partir de hoje, prefira construir frases tais como PREFIRO LIVRO TRADICIONAL AO "E-BOOK" a frases comoPREFIRO MUITO MAIS LIVRO TRADICIONAL DO QUE "E-BOOK"! 

Dica de hoje, 22/4 (dia do Descobrimento do Brasil (513o. ano), dia Internacional da Terra, dia da Comunidade Luso-Brasileira e dia da Aviação de Caça): a dica de hoje relembra você de que existe algo chamado conjugação verbal. Como somos fluentes em nossa própria língua materna - neste caso, o português - muitas vezes negligenciamos esta parte da norma culta porque a conjugação dos verbos nos chega à mente de forma automática; entretanto, refiro-me aos verbos cuja conjugação, em determinados tempos verbais, estão na "boca do povo" de forma tão natural que acabamos nos confundindo. Hoje, vamos ver o futuro do subjuntivo dos verbos terminados em "ter".

Os verbos terminados em "ter" seguirão a conjugação do verbo ter. Simples! Na

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prática não é tão simples assim...

Muitas vezes já escutamos...- "Quando eu obter minha aprovação, ficarei muito feliz"; ou - "Se você não manter a calma, não poderemos resolver o problema"

Lembre-se do verbo TER!

**********************************Quando Ana TIVER dez anos de idade, ingressará na nova escola.

Se TIVER dúvidas a respeito do significado da palavra, consulte o dicionário.************************************

Assim sendo, nos dois exemplos iniciais, com os verbos OBTER e MANTER, deveria estar escrito, respectivamente, OBTIVER e MANTIVER.

A dica de ouro de sempre continua: anote esta e as demais dicas e tente usá-las em seu texto de redação. A Banca gosta de ler ocorrências em que normalmente a maioria dos candidatos erra. Quanto à dica de hoje, que tal incorporá-la, até mesmo, na sua fala durante as situações discursivas diárias em que você estiver? A incorporação de qualquer assunto em nossa mente dependerá do uso desse assunto em nossa rotina!

Dica de hoje, 23/4 (dia do Mundial do Livro e do Direito Autoral, dia Mundial do Escoteiro e Dia Nacional do Choro): a minha dica de hoje vai retirar do seu mundo de escritor um problema cometido por muitos candidatos, quase imperceptível, mas provoca arrepios na Banca. A partir de hoje não "preposicione" o sujeito! 

Sujeito preposicionado ocorre normalmente quando combinamos a preposição DE com o artigo que antecede o substantivo núcleo do sujeito de uma frase cujo verbo está no infinitivo, veja:

Frase gramaticalmente errada:

"Apesar da escola incentivar a leitura, o índice de alunos com o hábito de ler periodicamente ainda é baixo".

Pergunto: quem é o sujeito do verbo INCENTIVAR no exemplo citado? Resposta: deveria ser a escola.

Observe que o sujeito "a escola" aparece preposicionado, isto é, "da escola", o que NÃO PODE!

Como resolver?Simples! Basta separar a preposição do artigo, assim:

******************************************************Apesar DE A escola incentivar a leitura, o índice de alunos com o hábito de ler periodicamente ainda é baixo.******************************************************

O risco de preposicionar o sujeito ocorre com expressões tais como "apesar de, antes de, depois de, o fato de, a possibilidade de, por causa de, a fim de e o direito de".

Não traumatize a Banca! Ao contrário, tente conquistá-la logo no primeiro parágrafo da sua redação, ao usar construções que muitos candidatos erram.

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Não preposicione, a partir de agora, o sujeito de suas orações, a fim DE A sua redação ganhar a confiança da Banca, ao saber que aquele candidato conhece bem a gramática de nossa língua portuguesa!

Dica de hoje, 24/4 (dia do Internacional do Jovem Trabalhador e dia do Operador de Triagem e Transbordo): hoje é dia de comemorar, porque, a partir da leitura da dica de hoje você dominará um fenômeno que assusta muitos candidatos; não maisesse fenômeno irá dominá-lo. Refiro-me ao fenômeno denominado CRASE!

(Em breve: dica de estilo muito importante e querida das Bancas de concurso, em especial do CACD, relacionada à dica de hoje).

Mesmo que você já domine o fenômeno CRASE com maestria e pense que a dica de hoje em nada acrescentará a seu conhecimento, sugiro a leitura até o final. 

Dividiremos a dica de hoje em partes, a saber:

1-O que é o fenômeno denominado crase?2-Que sinal indica a crase?3-Truque da "titia Teteia".

*****************************1-O que é o fenômeno crase?*****************************Há seis distintas acepções da palavra crase. Leia todas elas no Houaiss, transcritas ao final da dica de hoje (*). A acepção que nos interessa é a que diz ser crase a fusão de duas vogais idênticas, fenômeno que ocorreu com a evolução da língua. Por exemplo, no passado remoto, a palavra "cor" era coor; transformou-se em cor, resultante da crase.

(Observação: o contrário do fenômeno crase chama-se ditongação ou diérese).

Nosso interesse estará quando a preposição "a" encontrar em seguida o artigo definido "a" ou "as", bem como o pronome demonstrativo aquilo, aquela, aquele, assim:

PREPOSIÇÃO + ARTIGO ==> FENÔMENO CRASEa a aa = àa as aas = às

Observe que, com o artigo definido masculino, manteremos a preposição e o artigo explícitos, assim:

PREPOSIÇÃO + ARTIGO ==> DITONGOa o aoa os aos

PREPOSIÇÃO + PR. DEMONST. ==> FENÔMENO CRASEa aquilo aaquilo = àquiloa aquele aaquele = àquelea aquela aaquela = àquela

*******************************2-Que sinal indica a crase?*******************************Na língua portuguesa, o sinal indicador da ocorrência do fenômeno crase chama-se

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ACENTO GRAVE, representado por "`", portanto à, às, àquilo, àquele e àquela.

A partir de hoje, "pelamordedeus", não diga mais "colocar crase", porque crase não se coloca, crase é um fenômeno de nossa língua. Fale "colocar ACENTO GRAVE indicador de crase". Bonito, certo?

*****************************3-Truque da "titia Teteia".*****************************Agora que você sabe exatamente o que é o fenômeno CRASE e que o ACENTO GRAVE é o sinal que o indica, vamos recordar dois "truques" da nossa titia da escola quando tínhamos dez anos de idade.

3.1 Truque #1: antes de verbo não ocorre crase. Pergunto ao candidato por quê? Simples! Porque não colocamos artigo definido antes de verbo!

Exemplo 1: 

Preferi telefonar a falar diretamente com meu chefe.

(Como já explicado na dica do dia 21/4, o verbo PREFERIR é bitransitivo (direto e indireto), regido pela preposição "a".)

Portanto, o "a" antes do verbo falar no exemplo acima é preposição "a" somente.

Exemplo 2:

Quando a ONU lançou a iniciativa "Every Woman Every Child", visou a angariar recursos para promover a saúde materna e infantil".

(Como já explicado na dica do dia 17/4, o verbo VISAR, com sentido de objetivar é transitivo indireto, regido pela preposição "a"). 

Portanto, o "a" antes do verbo angariar no exemplo acima é a preposição "a" somente. 

Em suma, antes de verbo, não poderá ocorrer o fenômeno CRASE. Caso apareça um "a" antes de verbo, como nos dois exemplos acima, tenha a certeza absoluta que ali está somente a preposição "a".

3.2 Truque #2: se aparecer o "a" na sua frase e você tiver dúvida se o fenômeno crase ocorreu ou não, basta tentar substituir por "ao" ou "aos", no caso das ocorrências de crases com artigos (esse truque não funciona com os pronomes demonstrativos). Se conseguir, é porque ocorreu crase. Veja:

Referi-me a iniciativa da ONU?ou Referi-me à iniciativa?

Tente substituir o substantivo feminino "iniciativa" por outro masculino, por exemplo, "acordo". Como ficaria a frase?

Referi-me AO acordo da ONU. 

Ora, se apareceu o artigo "o" significa que antes da palavra "iniciativa" no exemplo original também havia um artigo, portanto, neste caso "a iniciativa". Assim sendo, ocorreu o fenômeno da crase, ficando assim:

Referi-me à iniciativa da ONU.

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Quem não gostar de truques, basta analisar que o verbo referir-se é transitivo indireto: quem se refere se refere A algo ou A alguém, pedindo, portanto, a preposição "a". Se, em seguida, houver o artigo "a", teremos a ocorrência de crase e você precisará usar o acento grave indicador de crase. 

Repito>>>Em breve: dica de estilo muito importante e querida das bancas de concurso, em especial do CACD, relacionada à dica de hoje. 

Dica de hoje, 25/4 (dia do Contabilista): lembra-se de que, ontem, 24/4, eu disse que passaria a você dica querida das Bancas, em que se inclui a do CACD? Chegou a hora! ANOTE, ACREDITE EM MIM E GRAVE DEFINITIVAMENTE EM SUA MENTE para SEMPRE lembrar-se dela quando estiver redigindo.

*************************************ANTES DE ESCREVER ARTIGO, SEJA DEFINIDO SEJA INDEFINIDO, P-A-R-E E P-E-N-S-E SE ELE REALMENTE É NECESSÁRIO PARA O ENTENDIMENTO DE SUA MENSAGEM. SE NÃO FOR NECESSÁRIO, N-Ã-O ESCREVA O ARTIGO, COMBINADO?************************************

Às vezes sua frase poderá soar estranha, mas, com o passar do tempo, você acostumará com este estilo de escrever.

Artigo indefinido: UM, UMA Artigo definido: O, A, OS, AS

Veja o exemplo 1:*****************************A ONU estabeleceu uma iniciativa para reduzir o número das crianças desnutridas.*****************************

Reescrevendo o exemplo, minimizando artigos, temos agora o exemplo 2:****************************A ONU estabeleceu iniciativa para reduzir o número de crianças desnutridas.****************************

Observe que retirei o artigo indefinido UMA que antecedia a palavra "iniciativa" e o artigo AS que antecedia a palavra "crianças". Mantive os artigos "O" antes de "ONU" e "O" antes de "número", pois não soaria bem retirá-los.

Releia ambos os exemplos e seja sincero(a): qual ficou mais elegante? Claro que foi o exemplo 2!

A pergunta que não quer calar: o que isso tem a ver com a dica de ontem, acerca do fenômeno crase?

É que muitas vezes você pensa que o acento grave deveria estar ali, mas, por questão de estilo, você não escreverá o artigo "a" ou "as", com base na dica de hoje. Sem esses artigos, a crase não se realiza nas ocorrências do tipo "à" ou "às", senão vejamos:

Exemplo 1:O Brasil construirá o maior museu do país referente à sua memória.

Exemplo 2:O Brasil construirá o maior museu do país referente a sua memória.

Qual a diferença entre os dois exemplos? Acertou! É a ocorrência da crase antes do

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pronome "sua". Com base na dica de hoje, qual dos exemplos você escolheria? 

É por isso que gosto de você! Claro que escolheria o segundo! Isso porque o artigo "a" antes de "sua" nos exemplos acima é desnecessário. Dessa forma, o "a" antes de "sua" no exemplo 2 é APENAS preposição.

Para ter certeza de que não há necessidade do artigo "a" antes de "sua", basta usarmos o "truque da tia Teteia" de ontem: vamos substituir a palavra "memória" por outra palavra, dessa vez masculina. Se precisarmos colocar o artigo masculino "o", ficaremos com o exemplo 1; se o artigo "o" não for necessário, ficaremos com o exemplo 2. Vamos testar?

Substitua a plavra "memória" por "legado". Teremos:

****************************Equivalente ao exemplo 1:O Brasil construirá o maior museu do país referente AO seu legado.****************************E****************************Equivalente ao exemplo 2:O Brasil construirá o maior museu do país referente A seu legado.****************************

Veja que o exemplo 2, SEM O ARTIGO "O", ficou perfeitamente viável, portanto joguemos fora no lixo esse artigo "o", com base na dica de hoje. 

Diante disso, no exemplo "O Brasil construirá o maior museu do país referente A sua memória", o "A" antes de "sua" é APENAS preposição, não havendo ali o artigo "a", não ocorrendo, portanto, o fenômeno da crase.

A dica de hoje é aquela que chamaria de OURO, guardada a sete chaves, mas decidi dividir com você porque estou genuinamente torcendo por seu sucesso!

Dica de hoje, 26/4 (dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão): a dica de hoje é pequena, simples, mas passará a você mais uma preciosidade na área de regência verbal. É que venho notando equívocos cometidos por muitos alunos meus com a regência deste verbo específico de hoje. Se não pode errar esta regência seja em que concurso for, no CACD nem se fala! Você perderá de graça valiosos pontos que poderão fazer a diferença...Refiro-me ao verbo IMPLICAR.

Você, querido candidato, que está lendo esta dica de hoje, prometa para mim que, a partir deste segundo, tomará consciência de que o verbo IMPLICAR é transitivo DIRETO, ok?

Vamos aos exemplos:

Não diga...O abuso de poder de certas autoridades brasileiras implica no enfraquecimento da credibilidade do cidadão comum nas instâncias públicas federais.

...e, sim, ....

O abuso de poder de certas autoridades brasileiras implica o enfraquecimento da credibilidade do cidadão comum nas instâncias públicas federais.

Isto é, sem a preposição "em" (no = em + o).

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Estar atento às dicas e USÁ-LAS certamente implicará seu sucesso rumo a seus sonhos, no que depender do bom português!

Dica de hoje, 27/4 (dia da Empregada Doméstica e dia do Engraxate): a dica de hoje tem dois lados, um e outro; portanto não use o outro sem o um, combinado?

Muitas vezes deparo com textos em que, lá pelas tantas, leio "Por outro lado,..." sem que, antes, eu tenha lido "Por um lado, ...". Ora, se você vai explicar o que há "por outro lado", necessariamente a ideia que se opõe a essa deve ter sidointroduzida no texto em uma oração iniciada pela expressão "por um lado".

***************************************************==> SE DECIDIR USAR "POR OUTRO LADO" NÃO SE ESQUEÇA DE, ANTES, USAR "POR UM LADO", OK?***************************************************

Exemplo a ser evitado:A comunidade internacional não encontrou resposta para solucionar a crise síria. Por outro lado, observam-se vários esforços em andamento para tentar minimizar o sofrimento daquele país.

Prefira:Por um lado, a comunidade internacional não encontrou resposta para solucionar a crise síria. Por outro lado, observam-se vários esforços em andamento para tentar minimizar o sofrimento do povo daquele país.

Dica de hoje, 28/4 (dia Mundial de Orações pelas Vocações, dia da Educação, dia Nacional da Caatinga, dia do Cartão Postal e dia da Sogra): ATENÇÃO ASPIRANTES À CARREIRA PÚBLICA; ATENÇÃO TURMA DO CACD - A DICA DE HOJE É FUNDAMENTAL! No ano em que fui aprovada no CACD (2006), pedi revisão da prova de português, segunda fase, quando tive acesso à correção que a Banca fez de minha redação, a título de curiosidade apenas. Observei que um dos erros em meu texto apontado pela Banca foi exatamente o que abordarei na dica de hoje, o que custou valiosos dois pontos de ESTILO (transcreverei o referido erro, retirado de minha redação do CACD 2006 bem ao final da dica de hoje). Boa leitura!

*******************P A R A L E L I S M OS I N T Á T I C O*******************

Temos dois tipos de paralelismo. Hoje veremos um deles: o PARALELISMO SINTÁTICO. O outro fica para uma próxima vez.

Em construções com duas partes, busque "combinar" o material sintático existente em cada uma delas. Refiro-me a tempo verbal, estrutura das orações, entre outros. 

Veja o exemplo:

"Fui à escola bem cedo e observando a paisagem ao longo do caminho".

Há aqui duas estruturas com mesmo nível sintático: duas orações que se coordenam por meio de conjunção coordenativa aditiva "e": (a) ir à escola; e (b)

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observar a paisagem. 

Como já expliquei na minha dica do dia 16/4/2013, as orações coordenadas estão no mesmo nível sintático; portanto, trata-se de construção com duas partes que deveriam ser paralelas. Assim sendo, procure combinar os elementos existentes em ambas. Você conseguiu detectar qual o problema de paralelismo sintático no exemplo acima?

Acertou! Os tempos verbais de "ir" e "observar" são diferentes, mas devem ser os mesmos!

Para consertar, basta colocar o verbo "observar" no mesmo tempo que o "ir", assim:

"Fui à escola bem cedo e observei a paisagem ao longo do caminho". 

Outro exemplo. Transcrevo, a seguir, o exemplo que utilizei na dica de ontem, quando estudamos "Por um lado/por outro lado". Observe que se trata de construção em duas partes intimamente relacionadas. Mais um caso em que o paralelismo deve entrar em cena. Ontem eu havia fornecido o seguinte exemplo, que, sob a ótica do paralelismo sintático, admito que fui infeliz, senão vejamos:

"Por um lado, a comunidade internacional não encontrou resposta para solucionar a crise síria. Por outro lado, observam-se vários esforços em andamento para tentar minimizar o sofrimento do povo daquele país". 

Isso porque o tempo verbal de "encontrar" e "observar-se" são diferentes, dentro de mesma estrutura (por um lado/por outro lado). Vamos consertar?

"Por um lado, a comunidade internacional não ENCONTRA resposta para solucionar a crise síria. Por outro lado, observam-se vários esforços em andamento para tentar minimizar o sofrimento do povo daquele país". 

Mantive ambos os verbos no presente do indicativo, pois a crise síria ainda não terminou. Releia e veja como o paralelismo sintático emprestou estilo à construção, tornando-a mais elegante.

Chegou o momento mais esperado: vamos voltar ao ano de 2006 e rever a construção que custou alguns pontinhos na redação de português no ano em que fui aprovada no CACD. Naquele ano, o tema da redação poderia ser qualquer ideia no candidato com base em citação fornecida na prova. Optei por desenvolver temática relacionada à democratização do ingresso no serviço público brasileiro:

"(...) Uma vez implementadas tais mudanças, certamente o ingresso no serviço público se DARÁ de forma mais simétrica, além de atrair somente aqueles que, de fato, desejam a carreira estatal, o que PROPORCIONARIA maior eficiência ao serviço público". 

Observe o problema de paralelismo sintático. Tempo verbal de DAR diferente do tempo verbal de PROPORCIONAR. 

Como consertar? Há aqui duas opções: passar ambos os verbos "DAR" e "PROPORCIONAR" para o futuro do indicativo ou o pretérito imperfeito, assim:

Solução #1:"(...) Uma vez implementadas tais mudanças, certamente o ingresso no serviço público se DARÁ de forma mais simétrica, além de atrair somente aqueles que, de fato, desejam a carreira estatal, o que PROPORCIONARÁ maior eficiência ao serviço público". 

Solução #2:

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"(...) Uma vez implementadas tais mudanças, certamente o ingresso no serviço público se DARIA de forma mais simétrica, além de atrair somente aqueles que, de fato, desejam a carreira estatal, o que PROPORCIONARIA maior eficiência ao serviço público". 

Essa foi mais uma daquelas dicas que eu chamaria de OURO, mas só divido aqui com vocês, meus seguidores do Dicas da Diplomata, ou com meus alunos de consultoria. Como administradora desta página, tenho acesso à informação acerca de quantas visualizações estão ocorrendo a cada dia. Começamos com poucas, mas, hoje, já temos algumas centenas, o que me deixa muito feliz. Não fique para trás! Anote aí as dicas e coloque-as em prática. Mesmo que você não esteja fazendo isso, saiba que seus concorrentes estão! 

Ao fim e ao cabo, nas concorridas provas de concurso, não se preocupe com os concorrentes, foi apenas "modo de dizer". Há espaço para todos os que têm disciplina e foco para a consecução do sonho. Apenas mencionei seus concorrentes porque anotar as dicas desta "Fan Page" e de seus professores presenciais e colocá-las em prática é demonstração de disciplina e foco.

Dica de hoje, 29/4 (sem efeméride): a dica de hoje, plena segunda-feira, nada melhor que uma dica poderosa, mas simples, para aquecermos os motores da semana de trabalho que se inicia. Trata-se de expressão invariável, que deve vir sempre no feminino singular, mas muitos candidatos insistem em concordá-la com o termo que segue.

**************HAJA VISTA**************

- Vamos combinar assim, é muito simples: NÃO EXISTEM ocorrências como “HAJA VISTO”, nem "HAJA VISTOS", tampouco "HAJA VISTAS". 

- Há apneas “HAJA VISTA”. Não poderia ser mais simples!

Isso porque o "vista" aqui NÃO é particípio passado do verbo VER. A expressão completa HAJA VISTA significa TENDO EM VISTA QUE, CONSIDERANDO QUE e afins.

************************************HAJA VISTA = TENDO EM VISTA QUE************************************

Exemplos (VERÍDICO!!!!)Concluirei o preenchimento de meu formulário de Imposto de Renda ainda hoje, HAJA VISTA o prazo de envio determinado pela Receita Federal do Brasil terminar amanhã.

A dica de sempre ==> que tal passar a usar o "haja vista" em sua redação seguido por termo masculino, o que mostrará para a Banca seu pleno domínio dessa expressão cujo uso correto muitos candidatos ignoram?

Dica de hoje, 30/4 (dia Nacional da Mulher e dia do Ferroviário): a dica de hoje está no rol das de OURO, ESPECIALMENTE PARA AQUELES FOCADOS NO CACD. Anote aí!

***************************************************

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Não use ATRAVÉS DE quando quiser passar a ideia de que fez ou conseguiu algo por meio de ou mediante alguma forma***************************************************

***************************************************Exemplo #1 com estilo: Ela soube da trágica notícia por meio do jornal.***************************************************

Use apenas ATRAVÉS DE se realmente o que você estiver tentanto dizer passar a ideia de atravessar e afins.

***************************************************Exemplo #2, também com estilo:Vi, através da janela, que o ônibus chegara.***************************************************

Evite em sua redação de concurso a construção a seguir...

***************************************************Exemplo #3 (será deduzido ponto de estilo):3.1- Comprei a casa própria através de empréstimo bancário.3.2- O Brasil tenta agilizar as obras para a Copa do Mundo de 2014 através de parcerias público-privadas.***************************************************

Motivo: a locução adverbial "através de" significa, em seu sentido denotativo (real) de um lado para outro, por dentro de, por entre. Quando o "através de" significar por meio de, mediante tal como expressa o exemplo #1, não use o "através de", porque, neste caso, o "através de" estaria sendo usado em seu sentido figurado, conotativo - o que desrespeita o Programa de Português do Edital do concurso.

Transcrevo, a seguir, a entrada "através de" encontrada no Dicionário Houaiss (observe a acepção 6, figurada!)

***********************************************através

advérbio ( sXIV) ant.de lado, de través, transversalmente, de atravessado‹ uma grande árvore caída a. na estrada ›Locuções

a. de 1 pelo meio de, por entre‹ ver o Sol a. das nuvens ›2 por dentro de; pelo interior de‹ o raio passa a. da matéria ›3 por, pelo‹ o ladrão entrou na casa a. da janela › ‹ a. da vidraça via a chuva cair ›4 no decorrer de (medida de tempo)‹ esses costumes prolongam-se a. dos séculos ›5 de um lado para o outro (de qualquer espaço delimitado)‹ caminharam a. de florestas e pântanos ›6 fig. por meio de; mediante‹ educar a. de exemplos › ‹ conseguiu o emprego a. de artifícios ›***********************************************

Anotou? Agora é só usar!

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Por meio desta Fan Page você vem deixando seu texto de redação cada vez mais elegante!!! Continue lendo!

Dica de hoje, 1/5 (dia do Trabalhador): a dica de hoje não vai dar muito trabalho para você, apenas aquele de colecionar mais essa e colocá-la em prática. Faz parte daquelas do rol das dicas de OURO - simples, mas poderosa, porque a Banca gosta. Anota aí!

Ao usar a palavra "enquanto", NÃO use o "QUE" depois dela.

Veja o trecho abaixo, formulado por mim, com base no que percebi ao longo de minhas viagens mundo afora:

Em tese, o brasileiro adora conversar com turistas, mesmo sem saber falar a língua do outro senão o português. Esforça-se, faz gestos, acrescenta "-tion" ao final das palavras, ao estilo do "rebolation", caso depare com o falante do inglês; "oxitoniza" as palavras com um poético "ê", ao estilo do "rebolê", caso depare com o francês; esbanja simpatia. Já o francês, quer o que trabalha no aeroporto Charles de Gaulles - reduto, por excelência, de estrangeiros - quer o que surge em nosso caminho pelas ruas parisienses, não só não se preocupa em buscar nos ajudar com a comunicação, como também faz questão de mostrar que só falará conosco em francês. 

Conclusão #1 (EVITAR):"Enquanto QUE o francês, no Brasil, tem mais chances de sentir-se bem-vindo, independentemente de falar ou não o idioma local, o mesmo não ocorre com o brasileiro na França, a não ser que domine o francês, digo, o idioma". 

Conclusão #2 (PREFERIR):"Enquanto o francês, no Brasil, tem mais chances de sentir-se bem-vindo, independentemente de falar ou não o idioma local, o mesmo não ocorre com o brasileiro na França, a não ser que domine o francês, digo, o idioma".

Se você inferiu que (a) eu não falo francês e (b) minha experiência turística por Paris não foi das melhores, você está no caminho certo para as questões de interpretação da prova objetiva de português do seu concurso, incluindo o traumatizante TPS do CACD!

Dica de hoje, 2/5 (sem efeméride): a dica de hoje é boa para usar na sua redação, a Banca gosta de ver o termo usado, mas só se for corretamente, sob pena de você comprometer sua argumentação e passar justamente a mensagem oposta do que pretendia. Atenção para a dica de hoje! (MESMO QUE VOCÊ JÁ SAIBA, LEIA ATÉ O FINAL PARA LER O AVISO)

****************************************DE ENCONTRO A X AO ENCONTRO DE****************************************

Se sua opinião vai AO encontro DA opinião de alguém, isso significa que você CONCORDA com o interlcutor; entretanto, se vai DE encontro A, você DISCORDA dele.

*******************************

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DE ENCONTRO A = ir contraAO ENCONTRO DE = ir a favor*******************************

**********************************Exemplo#1 (CORRETO):

O diretor da escola acreditou que poderia desenvolver o hábito de leitura nas crianças do Ensino Médio do estabelecimento de ensino que dirige por meio de seu projeto inovador; entretanto, a Secretaria de Educação vetou a implementação da ideia porque ia DE encontro às diretrizes educacionais do governo.*********************************

Observe que, se você errasse e usasse neste exemplo AO ENCONTRO DE em vez de DE ENCONTRO A, a Banca tiraria pontos de vários aspectos: CONTRADIÇÃO, USO INADEQUADO DE CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADVERSATIVA E IMPROPRIEDADE VOCABULAR. Isso porque você teria "assassinado" seu raciocínio! Ora, se a Secretaria VETOU, DESAPROVOU, é porque o projeto ia CONTRA as diretrizes.

**********************************Exemplo#2 (TAMBÉM CORRETO):

O diretor da escola acreditou que poderia desenvolver o hábito de leitura nas crianças do Ensino Médio do estabelecimento de ensino que dirige por meio de seu projeto inovador. A Secretaria de Educação aprovou a implementação da ideia porque, além de inovadora, ia AO encontro das diretrizes educacionais estabelecidas pelo governo.*********************************

Repito==> se você tivesse usado DE ENCONTRO A, teria "assassinado" seu raciocínio e perderia pontos por cometer contradição, entre outras inadequações.

A pergunta que não quer calar==> sendo assim seria melhor evitar usar esses termos na minha redação, para não correr o risco de errar?

Resposta===> CLARO QUE NÃO!!! Ao contrário, use e mostre para a Banca que você domina as regras gramaticais de nossa língua! O(A) Examinador(a), ao ver o candidato usar corretamente ocorrências que tradicionalmente tem altíssimo índice de erro, ficará feliz, em estado de graça e, quem sabe, mais relaxado para prosseguir a leitura de sua obra de arte. 

*********************************************AVISO ==> PRIMEIRO DOMINGO DO MÊS É DIA DE PROVA!!!!*********************************************RELEIA AS DICAS DE ABRIL PARA FAZER BONITO DIA 5 DE MAIO. POSTAREI UM TRECHO COMPROMETIDO EM ESTILO E GRAMÁTICA E QUERO VER VOCÊ REESCREVÊ-LO COM AQUELA ELEGÂNCIA, COM BASE NO APRENDIDO ATÉ AQUI.*********************************************

Dica de hoje, 3/5 (dia do Sertanejo, dia do Sol e dia Mundial da Liberdade de Imprensa): a dica de hoje contém uma notícia ruim e duas notícias boas. Como é sexta-feira, vamos começar pela ruim, para, em seguida, termos duas boas notícias para alegrar o fim de semana que chega!

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**************Notícia ruim**************Lamento informar, mas você não obterá nota suficiente para avançar no seu concurso que tem na redação sua etapa eliminatória se APENAS dominar as regras da norma culta. Três outros elementos necessariamente deverão estar presentes: (a) organização das ideias; (b) conteúdo; e (c) abordagem do tema proposto pela Banca.**************

(a) Organização das ideias: no popular, seu texto não pode estar “uma zona”. 

Seu texto deverá estar muito bem organizado. Por exemplo: você está lendo esta dica de hoje e tem a certeza absoluta que ainda lerá aspectos afetos aos itens “b” e “c”, bem como aguarda duas boas notícias ao final, certo? Isso porque eu ORGANIZEI as ideias que pretendo transmitir hoje a você. No popular: as ideias não podem estar soltas, com frases desconetadas citadas aqui e ali. O leitor deve estar seguro para onde está indo. É como se fosse você ir ao aeroporto para comprar passagem e embarcar, mas não saber aonde quer chegar. Você irá aqui e ali, sem rumo, sem saber o que fazer. 

(b) Conteúdo: no popular, seu texto não pode ser um “embromation” ou um “enrolation”. 

Não tente falar bonito e não dizer nada. Não repita suas ideia, parafraseando-a com outras palavras. A quem você estará enganando? Só a si, jamais à Banca, tenha a mais absoluta certeza disso! Seja objetivo, nào se perca, saiba exatamente aonde quer chegar.

(c) Abordagem do tema proposto pela Banca: no popular, você não pode “viajar”. Viajou, dançou! 

Fugir ao tema proposto, mesmo que seu texto esteja impecavelmente de acordo com a norma culta, didaticamente organizado e categoricamente convincente com informações e provas pertinentes de acordo com a realidade que nos cerca, penalizará cruelmente o candidato. 

Se a Banca propôs o tema “mamão” e você tratou de “banana” (mesmo que, como eu, você adore comer mamão com banana no café da manhã, com um pouquinho de aveia por cima – saudável e delicioso!), você terá fugido ao tema. Não viaje! Não se justifique, falando que ambas são frutas! A banca queria saber de “mamão”, vamos combinar? Você poderá até mencionar a banana, mas só se for por algum motivo pertinente e oportuno naquele momento de sua argumentação, dentro da progressão temática; nào se esqueça de retornar para o “mamão”, "please"!

A pergunta que não quer calar: “Concordo, Claudia, mas como organizar as ideias, ter conteúdo e não viajar?” 

Resposta: lendo as duas boas notícias a seguir!

**************Notícias boas**************

SÃO DUAS BOAS NOTÍCIAS!

Boa notícia #1) HÁ SOLUÇÃO, SÓ DEPENDE DE VOCÊPor exemplo: pergunte a uma criança de três anos de idade qual o resultado de dois mais dois. Ela não saberá responder. É algo nào só extremamente difícil para ela, mas também ela mal sabe do que você está falando. Agora eu pergunto a você:

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qual é o resultado de dois mais dois?

Neste momento você deve estar rindo, achando que ou eu estou brincando ou, até mesmo desrespeitando você. Errou! Apenas tento mostrar que, um dia, você teve três anos e não saberia responder a essa pergunta, que, hoje, nem mais precisa pensar para respondê-la. 

Por quê? Porque a resposta já “circula em seu sangue”. Você domina somar dois com dois. SEU CÉREBRO ESTÁ TREINADO PARA RESPONDER A ISSO.

A solução para redigir a redação de excelência é só uma: este ato – redigir redação -, que assusta a muitos, deve se tornar o meso que “2+2” na sua mente; e isso, só dependerá de uma pessoa: de VOCÊ. Não se contente com o mais ou menos, com o mediano. Seja excelente. Domine a arte de redigir tal como você domina somar dois com dois.

Boa notícia #2) É MUITO FÁCIL TORNAR “REDIGIR TEXTOS” ANÁLOGO A “RESOLVER A CONTA ‘2+2’”

Eu só consigo ver três elementos para dominar a arte de redigir excelente redação: (i) conhecer técnicas simples, porém eficazes para organizar o texto, ter conteúdo e identificar precisamente, como uma águia buscando sua presa, o tema proposto pela Banca; (ii) praticar, praticar e praticar tais técnicas; e (iii) ter alguém para avaliar, avaliar e avaliar criticamente sua produção textual.

Claro que ler bons textos ajuda, assistir a boas aulas, tudo isso ajuda (e muito!), mas, o que DEFINITIVAMENTE transformará a arte de redigir bons textos tão fácil quanto somar dois com dois é praticar e ter sua prática criticada. Não há outra fórmula. 

Outras fórmulas até poderão contribuir para tornar seu texto de ruim para regular ou até bom, mas não de excelência (faixa verde de minha “Tabela de Conceitos”, disponível em http://www.dicas-da-diplomata.com.br/conceito-da-sua-redação/).Bem, essa dica de hoje ficou muito grande, mas, se você leu até aqui, é porque deseja “do fundo da alma” escrever redações de excelência. Estou pronta para ajudá-lo(a), mas eu só posso ajudá-lo com relação aos itens (i) e (iii) citados no primeiro parágrafo desta boa notícia #2, mais acima.

Considere dar início à Consultoria I, para, ao menos, receber, gratuitamente, o diagnóstico (com críticas sinceras, não será nada pessoal, mesmo porque nem conheço você!) de como está a qualidade de sua redação atualmente (só serão aceitas as solicitações nos termos explicados no “site”; roga-se paciência, porque cada solicitação entrará na fila por ordem de chegada do pedido).

Ufa, a dica de hoje foi grande, mas poderá ser o marco que dividirá a sua vida de escritor de redação do "mais ou menos" para o excelente. Acredite em si! E em mim!

Dica de hoje, 4/5 (sem efeméride): na dica de hoje, veremos a diferença entre duas expressões que muitos pensam poderem ser usadas indistintamente, mas, na verdade, não podem. Ao final, farei recomendação que vai de encontro (ou seja, é contrária, vide dica de 2/5) à orientação majoritária nesta matéria.

**********************************Em vez de x Ao invés de

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**********************************

************EM VEZ DE************

EM VEZ DE passa a ideia de "em lugar de", ou seja, de substituição. Também poderá passar a ideia de oposição.

Exemplos:

1. Em vez de ir ao cinema, foi à praia.

2. Em vez de estudar Direito, preferiu dedicar mais horas ao estudo da disciplina Política Internacional.

3. O índice inflacionário de abril, em vez de descer, como previsto, subiu.

************AO INVÉS DE************

AO INVÉS DE passa a ideia SOMENTE de OPOSIÇÃO.

O que é oposição?

- subir x descer;- grande x pequeno;- alto x baixo;- gordo x magro;

Dos três exemplo acima citados, qual o único em que a expressão AO INVÉS DE poderia ter sido usada?

Isso mesmo, só no exemplo 3, assim:

O índice inflacionário de abril, ao invés de descer, como previsto, subiu.

***************************************EXEMPLO INADEQUADO:- Ao invés de ir ao cinema, foi à praia.***************************************Por que o exemplo acima é inadequado? Porque as palavras CINEMA e PRAIA não são opostas.***************************************Se não houver a ideia de oposição, NÃO USE AO INVÉS DE !!!!***************************************

ORIENTAÇÃO MAJORITÁRIA NESTA MATÉRIAQual a orientação majoritária neste tema?Como a expressão EM VEZ DE pode ser usada em todas as situações, para ter certeza de que não irá errar, esqueça "ao invés de" e use apenas "em vez de", que está correto sempre.

MINHA ORIENTAÇÃONão deixe a regra dominar você!Minha orientação é justamente o contrário da orientação majoritária! Quando estiver argumentando na sua redação, crie orações em que haja o contraste entre OPOSTOS e utilize AO INVÉS DE, mostrando para a Banca que é você quem domina

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a norma culta da língua, não o contrário! Mas, "pelamordedeus", tenha a certeza absoluta de que o contraste criado seja entre OPOSTOS, "pleeease"!

*********************************************AVISO ==> AMANHÃ É O PRIMEIRO DOMINGO DO MÊS DE MAIO! DIA DE PROVA! *********************************************RELEIA AS DICAS DE ABRIL PARA FAZER BONITO AMANHÃ, DIA 5 DE MAIO. *********************************************POSTAREI UM TRECHO COMPROMETIDO EM ESTILO E GRAMÁTICA E QUERO VER VOCÊ REESCREVÊ-LO COM AQUELA ELEGÂNCIA, APENAS COM BASE NO APRENDIDO ATÉ AQUI.*********************************************O CONCEITO QUE ATRIBUIREI A SUA REESCRITURA ESTÁ DEFINIDO NA MINHA TABELA DE CONCEITOS, DISPONÍVEL EM http://www.dicas-da-diplomata.com.br/conceito-da-sua-redação/*********************************************Preferencialmente, reescreva o trecho na área de comentários; mas, caso não queira, envie-me para [email protected]********************************************

Dica de hoje, 5/5 (dia Nacional das Comunicações e dia do Ex-Combatente da FEB): como prometido, hoje é dia de você mostrar para si mesmo(a) como poderá dar salto EXTREMAMENTE QUALITATIVO em seu texto com mudanças simples e pontuais, mas poderosas, com base nas dicas que vem lendo nesta Fan Page. Saiba que os pontos que deixará de perder poderão representar a diferença na sua classificação geral do concurso de seu sonho, ou, até mesmo, a aprovação, em especial se você estiver tentanto do CACD - ACREDITE EM MIM!

Está pronto(a)?

“Copie e cole” o texto transcrito ao final desta publicação, por mim elaborado, no editor de texto Word ou compatíveis, e revise-o com vistas a incorporar as dicas que dividi até agora com você. Envie-me sua resposta para correio eletrônico [email protected] até a data limite de sábado próximo, 11/5/2013.

Avaliarei INDIVIDUALMENTE cada resposta que me chegar, com base na minha tabela de conceitos, disponível em http://www.dicas-da-diplomata.com.br/conceito-da-sua-redação/Neste momento, eu atribuiria conceito “I”, de “insuficiente”, ao trecho pessimamente redigido abaixo, de minha própria autoria, para fins didáticos - por mais elegante que possa aparentar para uns. Sim, sou bem rígida na avaliação, creia-me!

Domingo que vem, 12/5, dia de nossas queridas Mães, presentes ou ausentes, compartilharei com todos como eu reescreveria o trecho, de modo a conceituá-lo com “E”, de "excelente"!

************************NOTÍCIA IMPORTANTE ************************Eis aqui uma oportunidade ímpar não só de gravar na sua mente as importantes dicas, mas, sobretudo, de ter ideia realística como foi sua performance meio a seus concorrentes. Isso porque também publicarei aqui no domingo que vem, 12/5, a quantidade de cada conceito por mim atribuído a cada um que me enviar a reescritura, sem divulgar nomes.

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**************************Aviso necessário aos que tentarão reescrever o trecho: **************************a. poderá haver problemas no texto relacionados a dicas que ainda não postei (quero ver se estará atento(a)!); 

b. não “viaje” no sentido de alterar substância (ouviu, Diógenes Vieira?); suas alterações deverão focar somente no conserto do problema detectado; e

c. seu e-mail para [email protected], que encaminhará, até 11/5, o arquivo Word com sua resposta, deverá estar intitulado "Desafio de 5/5 da Fan Page".

Bom trabalho e mãos à obra!

************************“O ESTADO DO CATAR E O MUNDIAL DA FIFA DE 2022Por Claudia Assaf

A notícia do Catar sediar a Copa do Mundo de 2022 implicou em repercussão variada ao redor do mundo. Os árabes festejaram a decisão, enquanto que o Ocidente a rejeitou. 

No Ocidente, os fãs do futebol residentes seja em países que concorreram com aquele pequeno Estado do Golfo Pérsico, como os Estados Unidos, ou em países que têm no futebol seu esporte mais popular, como o Brasil, não se conformaram ao se deparar com o atípico resultado. Alegaram não ser justo um país inexperiente naquele tipo de evento esportivo vencer tão disputado pleito. Além disso, questionaram como um estado cujo território equivale à metade do de Sergipe – menor unidade federativa brasileira – poderia sediar evento de tamanho vulto. Questionaram, ademais, com que capacidade meteorológica e espacial os catarianos hospedariam cerca de trezentos mil torcedores ao mesmo tempo sob o calor de cinquenta graus celsius à sombra – temperatura típica do verão local. Quanto à geografia e os custos envolvidos na viagem para assistir a Copa, alegaram preferir muito mais viajar para local próximo do que ter de arcar com os gastos logísticos para chegar a região tão distante. Outras dúvidas referiram-se à questões de cunho político-cultural - haja visto ser o Catar um país que tem no Islã wahabita, tal como seu vizinho saudita, a fonte primária do seu arcabouço jurídico – entre as quais se destacam: vender bebidas alcóolica, modo de se vestir das mulheres, vinda de torcedores israelenses e processamento de visto de entrada em país cujo sistema de conseção de vistos de visita é extremamente rígido. Por fim, insinuaram ter havido um esquema de corrupção nos bastidores da Fifa. O Catar - país arquibilionário e detentor da maior renda per capita do mundo – foi, obviamente, ao encontro das opiniões adversas e insinuações de plantão.

Países médio-orientais, por outro lado, onde igualmente o futebol é percebido como a “oitava maravilha”, apoiaram a vitória do Catar no pleito da Fifa para o mundial de 2022. Os fãs residentes em tais países não reagiram violentamente aos argumentos apresentados pelo Ocidente, mas nem tampouco calaram-se. Ao invés disso, sustentaram uns motivos racionais que, à época, conveceram muitos críticos do possível caráter de justiça que a decisão trazia. Primeiramente, mostraram que o Catar seria capaz de cumprir a agenda de obras programadas até o ano da Copa, inclusive projetos de construção de estádios climatizados e os novos hotéis que ofereceriam seus quartos a preços subsidiados pelo governo local. Além disso, apoiaram a decisão do país vencedor em contar com navios cruzeiros estacionados na orla como alternativa para também acomodar os milhares de visitantes que chegarão a Doha. Quanto aos vistos e os desafetos da política internacional daquela região, apoiaram explicações oficiais do governo do Catar, que visaram (a) mostrar a disposição do país em arrefecer as regras de entrada, independente da

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nacionalidade do visitante. Por fim, em relação aos aspectos religiosos-culturais, alegaram que costumes e tradições variam de país para país, não sendo nem melhores, nem piores, apenas diferentes, e, por isso mesmo, deveriam ser respeitadas por todos. Sublinharam, inclusive, que o fato de conceder oportunidade inédita a uma região que jamais sediou a Copa do Mundo antes, faria jus ao nome do campeonato, caso contrário, melhor mesmo seria retirar dele a palavra “Mundo”. Já quanto ao esquema de corrupção, os árabes não arriscaram defender o Catar, por conta das sensibilidades que o tema suscita. Se as especulações e denúncias se manterem neste rítimo, o Catar deverá, eventualmente, se explicar.

Seja como for, a expectativa da realização de uma Copa do Mundo daqui a quase dez anos em local inédito na história das copas já é grande. Quem viver, verá".

Dica de hoje, 6/5 (dia do Taquígrafo e dia do Cartógrafo): a dica de hoje poderá ajudá-lo(a) a evitar uma ocorrência comum de redundância em sua redação. O exemplo que transcreverei foi retirado da prova de português da fase objetiva (Teste de Pré-Seleção - TPS) do concurso em que fui aprovada, o CACD 2006. É ocorrência queridinha da Banca CESPE mesmo em outros certames por ela organizados.

*********************************************Redundância comum feita com o verbo MANTER*********************************************

Se você mantiver algo, claro que ele não será mudado, ele ficará da mesma forma como era antes; portanto, evite dizer/escrever MANTER O MESMO!

Segue abaixo exemplo de questão do TPS da prova de 2006, em que o Examinador solicitava fosse atribuído "C" ou "E", para indicar, respectivamente, certo ou errado. O gabarito foi "E" (havia também outros problemas com o período além da redundância):

"(...) essa comissão sugere a manutenção da mesma equipe, não obstante a contratação de estagiários (...)".

Como resolver? Simples! Basta retirar "mesma"!

Dica de hoje, 7/5 (dia do Silêncio, dia do Oftamologista, dia da Prevenção da Alergia e dia Mundial da Asma): a dica de hoje parece pegadinha de quem inventou a língua portuguesa e difícil entender a lógica, mas aceitemos.

Duas palavras de mesma origem, escritas diferentemente, a depender se for o verbo ou o substantivo:

*********************************Estender X Extensão*********************************

Exemplo:A Receita Federal estendeu o prazo para a entrega do Imposto de Renda em 2005, mas a extensão concedida então não se repetiu nos anos subsequentes.

Veja a explicação do Dicionário Houaiss para este fenômeno:

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****************************************"Gramática e Uso (do vebo ESTENDER):a grafia oficial desta palavra exige o s, em confronto com o étimo latino que é com x, o qual, no entanto, foi mantido em extensão, extensivo, extenso etc."****************************************

E a dica de sempre: use em sua redação de concurso!

Bem, hoje não me estendi muito na dica, pois a agenda está cheia!

ATENÇÃO PARA O DESAFIO DA DICA DO DIA 5/5! AINDA NIGUÉM CONSEGUIU ATACAR TODOS OS PROBLEMAS ALI CONTIDOS, OUTROS CHEGARAM QUASE LÁ! E VOCÊ, JÁ TENTOU? RESPOSTAS PARA [email protected]

Dica de hoje, 8/5 (dia da Cruz Vermelha, dia do Pintor e do Artista Plástico, dia do Profissional de Marketing e dia da Vitória <fim da 2ª Guerra Mundial>): a dica de hoje você não achará facilmente por aí. É de estilo. É do rol das dicas de OURO. É meu segredo para você que vem acompanhando as dicas. Guarde-a com muito carinho. Acredite em mim! A Banca do seu concurso agradecerá!

Ao fornecer uma lista sequencial em algum momento de sua redação, adote CRITÉRIO para citar os elementos dessa lista. Não crie uma sequência de elementos aleatoriamente. Tal critério poderá ser o que você quiser, mas ele deverá existir. Caso não haja como definir critério que regerá a sua listagem, de acordo com o contexto, opte por listar os elementos, pelo menos, em ordem alfabética. Na verdade, considere o critério da ordem alfabética sempre válido.

Vamos aos exemplos:

***************************Exemplo #1Critério adotado: ordem alfabética

"A seleção brasileira conquistou, por cinco vezes, o mundial da Fifa de futebol, em campeonatos realizados nos seguintes países: Chile, Coreia do Sul, Estados Unidos, México e Suécia".***************************

***************************Exemplo #2Critério adotado: ordem cronológica dos fatos

"A seleção brasileira conquistou, por cinco vezes, o mundial da Fifa de futebol, em campeonatos realizados nos seguintes países: Suécia, Chile, México, Estados Unidos e Coreia do Sul".****************************

Observe que, no texto elegante, ambos os exemplos serão ADMIRADOS pela Banca. Claro que se você pedir que seu colega que não acompanha minhas dicas, tampouco as vitórias da seleção brasileira, jamais perceberá diferença entre o exemplo 1, 2 ou 3, mais abaixo. Para esse seu colega, "tanto faz"; entretanto, saiba que, ao estabelecer critério para sua lista sequencial, você estará, tácita e estrategicamente, falando para a Banca assim: "gostou, Banca"? E a Banca, tenha a certeza, terá respondido mentalmente "AMEI"!

Observe que, enquanto o exemplo #1 respeitou a ordem alfabética, o exemplo dois privilegiou a ordem temporal dos acontecimentos. Todos sabemos que o Brasil foi

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campeão mundial em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, respectivamente na Suécia, no Chile, no México, nos Estados Unidos e na Coreia do Sul.

A depender da Banca do seu concurso, CACD incluído, ela deduziria pontuação de estilo caso você listasse os países onde o Brasil foi campeão em ordem aleatória, assim:

Exemplo #3 (EVITAR)Uma bagunça (a não ser que você me dê algum critério para esta lista abaixo - nem por continente ela está ordenada!)"A seleção brasileira conquistou, por cinco vezes, o mundial da Fifa de futebol, em campeonatos realizados nos seguintes países: México, Coreia do Sul, Suécia, Chile e Estados Unidos".

Essa você não sabia, acertei?

Até a próxima dica! Boa quarta-feira a todos nós!

Dica de hoje, 9/5 (sem efeméride): na dica de hoje vamos ver mais uma regência verbal interessantíssima de verbo bacana para usar em sua redação, mas que muitos erram. A partir de hoje, você não mais pertencerá a este grupo, caso dele faça parte.

***********************Verbo CORROBORAR, no sentido de confirmar, comprovar, ratificar, é transitivo direto.***********************

Muitos não conhecem o verbo CORROBORAR. Dos que conhecem, a maioria o considera transitivo indireto, usando a preposição “com”, o que não pode.

Exemplo #1 (inadequado):O sucesso da feira do livro do Rio de Janeiro corroborou com a ideia de que o carioca gosta de ler.

Exemplo #2 (adequado):O sucesso da feira do livro do Rio de Janeiro corroborou a ideia de que o carioca gosta de ler.

Por fim, a dica de sempre: use o verbo corroborar em sua redação, mas, pelamordedeus, use corretamente! Outra coisa: crie o hábito de consultar o Dicionário Houaiss quando deparar com palavra nova. Ao usar o dicionário, familiarize-se com as siglas que a publicação utiliza (por exemplo, “t.d.” é transitivo direto etc.). 

No caso de hoje, há mais de uma acepção para o verbo corroborar. Que tal pesquisar? Será que ele também pode ser pronominal (corroborar-se)? Neste caso, será que também significa “confirmar”? Exija de si, vá além, seja excelente. Pesquise!

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Dica de hoje, 10/5 (dia do Cozinheiro, dia da Cavalaria e dia do Campo): a dica de hoje é de OURO. Não chega a ser regra, mas deixará seu texto ainda mais elegante se você atentar para ela. Violar a dica de hoje poderá dar aquela sensação no seu Examinador, sobretudo se seu texto estiver "tinindo": "Poxa, estava indo tão bem! Que pena!"

************************Expressão A PARTIR DE************************

Vamos combinar que a partir de 10/5/2013 você só usará A PARTIR DE para contexto temporal, assim:

**************************Exemplo #1 (PREFIRA)"A partir da segunda metade do século XX, a sociedade internacional criou novo marco na história da humanidade : a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelecia que o indivíduo, para ter direito à dignidade, bastaria nascer".**************************Exemplo #2(EVITE)"A partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a sociedade internacional foi capaz de criar novo marco na história da humanidade, haja vista aquele documento ter estabelecido que o indivíduo, para ter direito à dignidade, bastaria nascer".**************************

Senão vejamos:>> Segunda metade do século XX marca TEMPO, portanto A PARTIR DE é bem-vinda.

>> A Declaração Universal dos Direitos Humanos, por sua vez, não marca tempo, pois é documento. Dessa forma, considere, no exemplo#2, substituir o "A partir da" com a construção "Com a".

Se tive o privilégio de conhecer este "toque" de elegância, que sei ser valorizado pela Banca de consursos, por que guardaria só para mim se vocês estão na luta para passar no concurso dos sonhos?

Dica de hoje, 11/5 (sem efeméride): a dica de hoje é sutil, eu mesma, com o exemplo dado para ilustrar a dica de ontem (10/5), cometi o deslize que abordarei hoje. Isso mostra que, muitas vezes, pensamos que nosso texto está perfeito, mas, ao lermos mil vezes a mesma frase, podemos observar vícios de linguagem e estilo, gravemente penalizados pelas Bancas de concurso público, em especial o CACD, como é o caso das...

**************************************REDUNDÂNCIAS**************************************

A dica de hoje é simples: apenas peço para ficarmos EXTREMAMENTE ATENTOS para CADA palavra que escolheremos para fazer parte de nossa redação. Exemplificar redundâncias é a coisa mais fácil, você memso(a) poderá "googar" o tema e obter lista infinta, do tipo "subir para cima", "descer para baixo" etc. Meu ponto é outro, pois sei que falo para pessoas inteligentes, que já conhecem esse "blablablá". Se fosse só isso, por que ainda cometemos deslizes de redundância, eu

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incluída, como foi o caso do meu exemplo de ontem? É exatamente este aspecto que quero abordar hoje com você que vem acompanhando o Dicas da Diplomata. O candidato ao CACD sabe bem que só passa à terceira fase se obtiver nota mínima de 60/100 na prova de português. Se cometer o deslize que abordo hoje, que eu cometi ontem, preciosos um ou dois pontos poderão ser descontados, isto é, poderá fazer a diferença entre a nota 60/100 e 58/100! Vamos à dica!

Suponha que sua redação seja uma daquelas festas chiquerézimas, em que você só poderá entrar com convite individual. Quem nunca foi a uma festa assim? Bem, como diplomata, você terá a oportunidade de ver que, quando há uma festa de representação desse tipo para irmos - o que não são poucas - muitas vezes (senão todas as vezes) - por favor, acredite em mim, juro - a primeira reação que o diplomata tem quando um convite desse "aterriza" na nossa mesa é um estrondoso "que saco!" mental; entretanto, se formos designados pela chefia para comparecermos à referida festa, "não ir" implicará não a ausência da mortal Claudia - sou um zero à esquerda para os anfitriões, quem sabe para o próprio MRE - mas a ausência do Estado brasileiro, com potencial para repercussões graves, incluindo conversa com o(a) Embaixador(a), a pedido dele(a) para saber por que não cumpri a missão (permito-me breve desabafo: a diferença é que Embaixadores(as) recebem verbas de representação em seus salários, nós, Secretários, não! Bem, isso seria papo para outro Fórum, que penso em criar eventualmente, acerca do dia-a-dia do diplomata, não sei se interessaria aos senhores e senhoras).

Voltando...

Como estava falando, se você usar de metáfora e pensar na sua redação como uma daquelas festas que exige convite, pense nas palavras no papel dos seletos convidados. Você, autor da redação, será aquele segurança "chato", que controla a lista de presença e não deixa nosso(a) querido(a) amigo(a) ou primo(a) penetra que veio passar o fim de semana conosco entrar na festa. FESTA = REDAÇÃOCONVITE = MOMENTO DE PENSARCONVIDADO = PALAVRAVOCÊ = SEGURANÇA CHATO(A)

O que tento dizer é...

ATENÇÃO!*****************************A cada PALAVRA que for escrever, pergunte-se se ela tem convite para entrar na sua redação, PENSE se ela é realmente necessária na sua construção textual. Se não for, é penetra! Seja o(a) segurança chato(a) e não permita que entre! O problema é que, na festa, definir quem é ou não é penetra é extremamente fácil: basta ver o convite; entretanto, na redação, deveremos PENSAR e avaliar. Sabemos bem, pensar é algo difícil para todos nós, em especial se não focarmos no que estamos fazendo.

Aja como o segurança, o mais chato possível: seja rígido e não deixe a palavra-penetra fazer parte de sua festa, digo, de sua redação. Sua redação não poderá ter palavra vã.

Não nos esqueçamos de detalhe importante (o diabo mora nos detalhes): mesmo o(a) segurança mais chato(o) poderá ficar bem impressionado(a) com o(a) convidado(a)-penetra e descuidar do seu ofício momentaneamente, permitindo-lhe

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a entrada...*****************************

No meu exemplo de ontem, fui infeliz. Acho que fiquei bem impressionada com a frase que bolei e flertei com ela...fiz o papel de uma segurança boazinha, pois deixei uma palavra-penetra entrar sem convite na minha frase. O exemplo não penalizou a dica abordada ontem, cumpriu seu dever, mas iria de encontro ao tema de hoje. Recordemos o exemplo da dica de ontem:

*****************************“A partir da segunda metade do século XX, a sociedade internacional criou novo marco na história da humanidade : a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelecia que o indivíduo, para ter direito à dignidade, bastaria nascer".*****************************

Você seria capaz de identificar quem foi o convidado que entrou sem convite na frase?

A seguir cenas do próximo capítulo...

Responda por MENSAGEM para esta Fanpage de modo que os demais não leem sua resposta. Hoje à noite darei a resposta e continuaremos esta dica. Se não conseguir identificar, por favor, diga-me isso. Eu mesma não percebi ontem, só hoje - quando tive a ideia de falar a respeito de redundância.

Primeiramente agradeço o interesse de todos vocês que comentaram ou não. Realmente a quantidade de interessados ultrapassou minha expectativa. Total recorde! Infelizmente nem todos foram capazes de detectar o penetra da festa! 

Hoje o Dicas da Diplomata (DDD) deverá ultrapassar a barreira dos mil "Curti", em menos de um mês no ar. Confesso que, quando tive a ideia de colocar este projeto no ar - para dividir com vocês o conhecimento que adquiri seja ao longo do meu preparatório ao CACD (2003-2006), seja durante minha prática diária de produção de muuuuitos textos no âmbito de meu ofício - não imaginava tamanha repercussão. De fato, como alguns já me disseram nas mensagens que recebo, dividir esse conhecimento com quem está na "luta" para a aprovação e que, de outra forma, estaria apenas adormecido na minha mente, foi uma forma de agradecer à espiritualidade a superação que consegui em 2006 - depois de longos quatro anos abnegada me preparando para o CACD. Não é fácil para eu manter o projeto DDD, dada minha agenda. A única fórmula encontrada foi dedicar-me ao DDD de 5h a 8h da manhã (sim, acordo às 4h30min, hábito que adquiri da época do preparatório, fico logo arrumada para ir trabalhar e, às 5h em ponto, já estou à mesa do café da manhã para bolar a dica do dia e avaliar as redações de meus alunos de consultoria do DDD, para, às 9h, seguir para a Missão do Brasil na ONU). Estou muito feliz com o interesse de vocês. Será que ainda hoje chegaremos aos mil "curti"? estamos em 999!!!

Vamos retomar o exemplo. Destacarei em maiúsculas a redundância:*****************************“A partir da segunda metade do século XX, a sociedade internacional CRIOU NOVO marco na história da humanidade : a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelecia que o indivíduo, para ter direito à dignidade, bastaria nascer".*****************************

Não temos como criar algo velho; se criamos, é porque algo novo surgirá. Perderia uns preciosos pontos com este deslize! 

Na mesma linha, evite lançamento novo, geração de novos empregos etc.

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Aos que acertaram, parabéns! Aos que não conseguiram detectar, não há problema, é questão de treinar a atenção. O mais importante é que, no dia da prova, tudo isso esteja circulando em seu sangue, de forma automática. Temos tempo, você chegará lá!

Dica de hoje, 12/5 (dia das Mães, dia Mundial das Comunicações Sociais, dia da Enfermagem, e dia do Enfermeiro): na dica de hoje, como prometido, corrigirei o texto que propus, a título didático, na dica do dia 5/5. 

Imprima tudo e avalie cada aspecto com calma. 

O material continha 52 inadequações e, com base nas dicas dadas até então, bem como em outras que ainda estão por vir, o candidato deveria melhorar a qualidade daquela minirredação. Na minha avaliação, o texto apresentado mereceria conceito “I”, pertencente à faixa vermelha da minha “Tabela de Conceitos”, disponível em http://www.dicas-da-diplomata.com.br/conceito-da-sua-redação/). Trata-se de tabela de monitoramente de desempenho em que meu aluno de consultorias I, II ou III se baseia para medir o próprio progresso a cada redação apresentada para minha análise (para ter sua redação por mim analisada, veja os termos no meu sítio eletrônico).

Entre os que tentaram o desafio da semana passada, primeiramente agradeço pela expressiva participação. Todos conseguiuram, de certa forma, melhorar a qualidade do texto, mas ninguém foi capaz de deixá-lo totalmente adequado, com conceito "E". 

Transcrevo, a seguir, o resultado geral, em termos percentuais, do desempenho dos internautas que tentaram. Para entender a racional por trás de cada conceito, favor consultar a “Tabela de Conceitos”. Veja a que faixa você pertence:

- “E” (Excelente): 0%- “MB+ (Muito Bom, quase “E”): 0%- “MB” (Muito Bom): 20%- “B+” (Bom, quase MB): 40%- “B” (Bom): 20%- “RG” ( Regular): 20%- “I” (Insuficiente): 0%

Vamos à resposta?

Reproduzirei, abaixo, o texto original, para, em seguida, analisar as 52 (isso mesmo, 52!) inadequações por mim incluídas de propósito no texto original. A numeração em seu interior é para facilitar a legenda. Ao final das 52 explicações, você terá uma tarefa, a ser cumprida se e quando quiser. 

Boa leitura!

“O ESTADO DO CATAR E O MUNDIAL DA FIFA DE 2022Por Claudia AssafTexto, de conteúdo verídico, foi elaborado por Claudia Assaf para fim didático.

A notícia (1)DO Catar sediar a Copa do Mundo de 2022 implicou (2)EM repercussão variada ao redor do mundo. Os árabes festejaram a decisão, enquanto (3)QUE o Ocidente a rejeitou. 

No Ocidente, os fãs do futebol residentes seja em países que concorreram com

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aquele pequeno Estado do Golfo Pérsico, como os Estados Unidos, (4)OU em países que têm no futebol seu esporte mais popular, como o Brasil, não se conformaram ao (5)SE deparar com o atípico resultado. Alegaram não ser justo (6)UM país inexperiente naquele tipo de evento esportivo vencer tão disputado pleito. Além disso, questionaram como um (7)ESTADO cujo território equivale à metade (8)DO de Sergipe – menor unidade federativa brasileira – poderia sediar evento de tamanho vulto. Questionaram, ademais, com que capacidade (9)METEOROLÓGICA E ESPACIAL os catarianos hospedariam cerca de trezentos mil torcedores ao mesmo tempo (10) sob o calor de cinquenta graus (11)CELSIUS à sombra – temperatura típica do verão local. Quanto à geografia e (12)OS custos envolvidos na viagem para assistir (13)A Copa, alegaram preferir (14)MUITO MAIS viajar para local próximo (15)DO que ter de arcar com os gastos logísticos para chegar (16, apenas observação)A região tão distante. Outras dúvidas referiram-se (17)à questões de cunho político-cultural – (18)HAJA VISTO ser o Catar (19)UM país que tem no Islã wahabita, tal como seu vizinho saudita, a fonte primária (20)DO seu arcabouço jurídico – entre as quais se destacam: (21, todo o trecho a seguir)VENDER BEBIDAS ALCÓOLICA, MODO DE SE VESTIR DAS MULHERES, VINDA DE TORCEDORES ISRAELENSES E PROCESSAMENTO DE VISTO DE ENTRADA EM PAÍS CUJO SISTEMA DE (22)CONSEÇÃO DE VISTOS DE VISITA É EXTREMAMENTE RÍGIDO. Por fim, insinuaram ter havido (23)UM esquema de corrupção nos bastidores da Fifa. O Catar - país arquibilionário e detentor da maior renda (24)PER CAPITA do mundo – foi, obviamente, (25)AO ENCONTRO DAS opiniões adversas e (26) insinuações de plantão.

Países médio-orientais, (27)POR OUTRO LADO, onde igualmente o futebol é percebido como a “oitava maravilha”, apoiaram a vitória do Catar no pleito da Fifa para o mundial de 2022. Os fãs residentes em tais países não reagiram violentamente aos argumentos apresentados pelo Ocidente, (28)MAS NEM tampouco calaram-se. (29)AO INVÉS DISSO, sustentaram (30)UNS motivos racionais que, à época, conveceram muitos críticos do possível caráter de justiça que a decisão trazia. Primeiramente, mostraram que o Catar seria capaz de cumprir a agenda de obras programadas até o ano da Copa, (31)INCLUSIVE projetos de construção de estádios climatizados e (32)OS novos hotéis (33) que ofereceriam seus quartos a preços subsidiados pelo governo local. Além disso, apoiaram a decisão do país vencedor em contar com navios cruzeiros (34)ESTACIONADOS na orla como alternativa para também acomodar os milhares de visitantes que chegarão a Doha. Quanto aos vistos e (35)OS desafetos da política internacional daquela região, apoiaram explicações oficiais do governo do Catar, que visaram (36) mostrar a disposição do país em arrefecer (37)AS regras de entrada, (38)INDEPENDENTE da nacionalidade do visitante. Por fim, em relação aos aspectos (39)RELIGIOSOS-CULTURAIS, alegaram que costumes e tradições variam de país para país, não sendo nem melhores, nem piores, apenas diferentes, e, por isso mesmo, deveriam ser (40)RESPEITADAS por todos. Sublinharam, (41)INCLUSIVE, que o fato de (42) conceder oportunidade inédita a (43)UMA região que jamais sediou a Copa do Mundo (44)ANTES (45), faria jus ao nome do campeonato, caso contrário, melhor mesmo seria retirar dele a palavra “Mundo”. Já quanto ao esquema de corrupção, os árabes não arriscaram defender o Catar, (46)POR CONTA das sensibilidades que o tema suscita. Se as especulações e (47) denúncias (48)SE (49)MANTEREM neste (50)RÍTIMO, o Catar deverá, eventualmente, (51)SE explicar.

Seja como for, a expectativa da realização de uma Copa do Mundo daqui a quase dez anos em local inédito na história das copas já é grande. Quem viver (52), verá".

1. vide dica de 23/4 (sujeito preposicionado);

2. vide dica de 26/4 (regência do verbo implicar);

3. vide dica de 1/5 (prefira “enquanto” em detrimento de “enquanto que”);

4. (dica futura). Nas alternativas, se você usou o “seja”, na apresentação da

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primeira opção, necessariamente a opção seguinte deverá ser também precedida de “seja”;

5. vide dica de 18/4 (deparar-se com x deparar com): ambas as ocorrências (com ou sem o pronome “se”) estão dicionarizadas, porém recomendo o uso deste verbo em sua forma não pronominal, com base nas recomendações que recebi de pessoas experientes em Bancas de Português de concurso público, CACD incluído.

6. vide dica de 25/4 (prescindibilidade do uso de artigo): neste caso é desnecessário e sua retirada tornará o trecho elegante;

7. (dica futura): a palavra “estado” referindo-se a “país”, o “e” deve ser grifado em maiúscula, “Estado”; se fizer referência a unidade federativa, o “e” é grifado em minúscula, “estado”;

8. o “do” neste trecho faz referência a “Estado”, um país; já Sergipe é um “estado” unidade federativa. Na verdade, manter o “do” seria o mesmo de classificar Sergipe de país. Você teria sido penalizado por incorreção de afirmativa. Para consertar a incorreção, basta retirar o “do”;

9. (esta é SUTIL, atenção, fique esperto!!!) - observe que, após a expressão “meteorológica e espacial”, a explicação fornecida refere-se, primeiramente, ao problema espacial, para, em seguida, referir-se ao problema meteorológico. Penalização por estilo!!! Para consertar, ou inverte-se a ordem dos termos (espacial e meteorológica) ou inverte-se a ordem da explicação que vem em seguida (citar primeiramente o verão “cruel” para, só depois, cobrir a problemática de trezentas mil criaturas dividindo espaço mínimo para assistir à Copa em 2022 em Doha!

10. caberia ali uma vírgula, para deixar claro que o “ao mesmo tempo” refere-se àquela quantidade de pessoas presentes no Catar juntas, ao mesmo tempo, e, não, ao mesmo tepo que faz calor;

11. a grafia da palavra “celsius” deve ser em maiúscula, “Celsius”, porque se trata do astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744);

12. vide dica de 28/4 (paralelismo sintático): observe que em construções do tipo “quanto a “x” e “y”, observe que “x” e “y” devem ser citados paralelamente! No trecho, “Quanto à geografia e os custos, com x sendo “geografia” e “y” sendo “custos”, observe que o termo “x” (geografia) está precedido de preposição e artigo (a+a), mas “y” (custos) está precedido apenas de artigo (os). Para consertar, precisamos incluir a preposição “a” antes de “os” , assim: “Quanto à geografia e AOS custos…” (saudade de Matemática, meu primeiro curso de graduação…);

13. (dica futura): regência do verbo assistir no sentido de ver ou testemunhar um acontecimento, um programa de televisão, um espetáculo, é transitivo indireto, regido pela preposição “a”. Como “Copa” é substantivo feminino, portanto exige o artigo “a”, “a com a” é o fenômeno chamado crase (vide dica de 24/4), representado pelo acento grave “`”. Consertando, teríamos “assistir à Copa”;

14. vide dica de 21/4, como usar o verbo “preferir” (nunca prefira muito mais, apenas prefira!!!)

15. idem, vide dica de 21/4, regência do verbo preferir;

16. (apenas uma observação, não se trata de inadequação): o verbo chegar é transitivo indireto e pede a preposição “a”. Como “região” é substantivo feminino, portanto pede artigo “a”, seria de se supor que teríamos o fenômeno da crase, assim “…chegar à região tão distante”; entretanto, se pensarmos na dica da prescindibilidade de uso de artigos, o artigo “a” pode ser jogado for a. Para ter certeza, substitua a palavra “região” por substantivo masculino, “arquipélago”, por

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exemplo. Teríamos “…chegar A arquipélago tão distante” ou “chegar AO arquipélago tão distante”? Eu prefiro o primeiro, “chegar a arquipélago”, isto é, sem o artigo masculino “o”. Assim sendo, o “a” no texto é somente preposição, está bem assim;

17. vide dica de 24/4 (crase): “à” questões não pode!!! Não existe artigo antes de “questões”. Se existisse, necessariamente deveria ser o artigo “as” e o fenômeno da crase realizar-se-ia assim: “às questões”;

18. vide dica de 29/4 (invariabilidade da expressão “haja vista”);

19. vide dica de 25/4 (prescindibilidade do uso de artigo): neste caso é desnecessário e sua retirada tornará o trecho elegante;

20. idem. (melhor “DE seu arcabouço jurídico” em vez de “DO seu arcabouço jurídico”, isto é, sem o artigo “o”);

21. vide dica de 28/4 (paralelismo sintático): toda a listagem deveria estar paralela!!! Observe que está uma bagunça, com cada termo da listagem começando com uma categoria distinta, a saber: (a) verbo no infinitivo, “vender”; (b) substantivo, “modo de …”; (c) verbo no gerúndio, “vinda de…”; e (d) substantivo, “processamento…”. É ou não é uma bagunça? Penalização gravíssima de preciosos pontos, que podem até implicar a reprovaçào na segunda fase do CACD, interesse da maioria de meus seguidores…aí a gente pensa assim no dia do resultado: “tantas noites sem dormir estudando os entraves da OMC, entendendo o período regencial, tentando dar sentido aos termos inventados pelo saudoso Miltom Santos, todo esse esforço que só quem está se preparando para o CACD conhece, para, na segunda fase, esses preciosos pontos irem para o lixo e não avançarmos de fase!!!! Ai, ai, ai, não pode!

22. erro de grafia: não é conseção, e, sim, concessão!

23. vide dica de 25/4 (prescindibilidade do uso de artigo): neste caso é desnecessário e sua retirada tornará o trecho elegante;

24. o termo “per capita” não é português, deveria, portanto, vir entre aspas ou sublinhado; trata-se de expressão latina que significa "por cabeça";

25. vide dica de 2/5 (“ao encontro de” x “de encontro a”);

26. vide dica de 28/4 (paralelismo sintático): ao consertarmos para “de encontro às”, conforme sugerido pelo item 25, acima, deveríamos entào obter o seguinte trecho, respeitando o paralelismo: “de encontro às opiniões adversas e às insinuações de plantão (mesmo que se repita “às”!);

27. vide dica de 27/4 (o par “por um lado/por outro lado”): um não pode aparecer sem o outro! Para consertar, temos duas opções, a gosto do freguês: (a) poderíamos incluir “por um lado” no segundo parágrafo, ates de “No Ocidente”, assim: “Por um lado, no Ocidente, os fãs…”; ou (b) alternativamente, poderíamos retirar o “por outro lado” do texto original e substituí-lo por outra expressão, como “por sua vez”;

28. vide dica de 20/4 (“nem tampouco” junto não pode!);

29. vide dica de 4/5. Consertando, deveria ser “Em vez disso”;

30. vide dica de 25/4 (prescindibilidade do uso de artigo): neste caso é desnecessário e sua retirada tornará o trecho elegante;

31. vide dica de 19/4: uma solução seria “…cumprir a agenda de obras

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programadas até o ano da Copa, na qual se incluem projetos de construção…”;

32. vide dica de 28/4 (paralelismo sintático): “…cumprir a agenda de obras programadas até o ano da Copa, na qual se incluem projetos de construção…e novos hotéis” – observe que “projetos” e “novos hoteis” devem estar paralelos, isto é, ou ambos precedidos de artigos, ou ambos sem artigos! (sutil!);

33. (dica futura) – oração subordinada adjetiva explicativa é entre vírgulas! Sem as vírgulas (restritiva), você o entendimento seria outro (veremos em futuro breve);

34. impropriedade vocabular: navio fica atracado ou ancorado, não estacionado (parabéns aos poucos que detectaram esta inadequação);

35. vide dica de 28/4 (paralelismo sintático): consertando, teríamos “Quanto aos vistos e AOS desafetos…”; 

36. vide dica de 17/4 (regência do verbo visar com sentido de objetivar);

37. vide dica de 25/4 (prescindibilidade do uso de artigo): neste caso é desnecessário e sua retirada tornará o trecho elegante;

38. advérbio de modo: independenteMENTE;

39. plural de termo composto, o primeiro elemento não varia, permanecendo singular masculino (sim, a língua é machista!). Consertando: aspectos religioso-culturais (parabéns para aqueles que detectaram esta inadequação);

40. no feminino plural, a palavra “respeitadas” está concordando por atraçào ao termo mais próximo, “tradições”; eu optaria por concordar com tudo, com “costumes e tradições”, ficando “respeitados”;

41. idem item 31, mais acima;

42. o verbo conceder ficou sem sujeito claramente definido. Obviamente o sujeito de conceder é a Fifa, que ficou distante. A título de clareza, caberia escrevermos assim: “…que o fato de a Fifa conceder oportunidade inédita…”;

43. vide dica de 25/4 (prescindibilidade do uso de artigo): neste caso é desnecessário e sua retirada tornará o trecho elegante;

44. a palavra “antes” aqui tornou a construçào redundante, porque a palavra “jamais” já inclui nela a ideia de antes;

45. esta vírgula está separando sujeito do verbo, matéria elementar do Ensino Primário, da escola da tia Teteia!!!! Não se separa sujeito do verbo! O verbo é “fazer jus”. Quem é que faria jus? “Uma região que jamais sediou a Copa do Mundo”. Reescrevendo, teríamos: “… região que jamais sediou a Copa do Mundo faria jus ao nome do campeonato, caso contrário,…”;

46. vide dica de 19/4 (coloquialismo): substitua, neste caso, “por conta de” por “por causa de”. Jogue for a esse “por conta de” no lixo, pelo menos para os que tentam o CACD, combinado?

47. (olha o paralelismo de novo nos ameaçando, pessoal!) - vide dica de 28/4 (paralelismo sintático): consertando, teríamos “Se as especulações e AS denúncias…”;

48. (dica futura, uso de ênclese ou próclise): o “se” ficaria melhor depois do verbo “manter”;

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49. vide dica de 22/4, verbos que seguem a conjugação do verbo ter – consertando, “mantiverem-se”;

50. erro de grafia: corrigindo, teríamos “ritmo”;

51. idem item 48, acima. Melhor seria “explicar-se”; e

52. de novo, separamos sujeito do verbo…a tia Teteia deve estar desesperada!!! Quem é o sujeito do verbo “ver”? Resposta: “Quem viver”. Corrigindo, teremos “Quem viver verá”.

Ufa, é isso!

Vamos ver como ficaria o texto “elegantézimo”, digno de conceito “E” da minha Tabela de Conceitos: 

*************************************TEXTO REVISADO *************************************“O ESTADO DO CATAR E O MUNDIAL DA FIFA DE 2022Por Claudia Assaf

A notícia de o Catar sediar a Copa do Mundo de 2022 implicou repercussão variada ao redor do mundo. Os árabes festejaram a decisão, enquanto o Ocidente a rejeitou. 

Por um lado, no Ocidente, os fãs do futebol residentes seja em países que concorreram com aquele pequeno Estado do Golfo Pérsico, como os Estados Unidos, seja em países que têm no futebol seu esporte mais popular, como o Brasil, não se conformaram ao deparar com o atípico resultado. Alegaram não ser justo país inexperiente naquele tipo de evento esportivo vencer tão disputado pleito. Além disso, questionaram como um Estado cujo território equivale à metade (de Sergipe – menor unidade federativa brasileira – poderia sediar evento de tamanho vulto. Questionaram, ademais, com que capacidade espacial e meteorológica os catarianos hospedariam cerca de trezentos mil torcedores ao mesmo tempo, sob o calor de cinquenta graus Celsius à sombra – temperatura típica do verão local. Quanto à geografia e aos custos envolvidos na viagem para assistir à Copa, alegaram preferir viajar para local próximo a ter de arcar com os gastos logísticos para chegar a região tão distante. Outras dúvidas referiram-se a questões de cunho político-cultural – haja vista ser o Catar país que tem no Islã wahabita, tal como seu vizinho saudita, a fonte primária de seu arcabouço jurídico – entre as quais se destacam: a venda de bebidas alcóolica, o modo de as mulheres vestirem-se, a vinda de torcedores israelenses e o processamento de visto de entrada em país cujo sistema de concessão de vistos de visita é extremamente rígido. Por fim, insinuaram ter havido esquema de corrupção nos bastidores da Fifa. O Catar - país arquibilionário e detentor da maior renda “per capita” do mundo – foi, obviamente, de encontro às opiniões adversas e às insinuações de plantão.

Países médio-orientais, por outro lado, onde igualmente o futebol é percebido como a “oitava maravilha”, apoiaram a vitória do Catar no pleito da Fifa para o mundial de 2022. Os fãs residentes em tais países não reagiram violentamente aos argumentos apresentados pelo Ocidente, mas tampouco calaram-se. Em vez disso, sustentaram a opinião com motivos racionais que, à época, conveceram muitos críticos do possível caráter de justiça que a decisão trazia. Primeiramente, mostraram que o Catar seria capaz de cumprir a agenda de obras programadas até o ano da Copa, na qual se incluem projetos de construção de estádios climatizados e novos hotéis, que ofereceriam seus quartos a preços subsidiados pelo governo local. Além disso, apoiaram a decisão do país vencedor em contar com navios cruzeiros atracados na orla como alternativa para também acomodar os milhares de visitantes que chegarão a Doha. Quanto aos vistos e aos desafetos da política

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internacional daquela região, apoiaram explicações oficiais do governo do Catar, que visaram a mostrar a disposição do país em arrefecer regras de entrada, independentemente da nacionalidade do visitante. Por fim, em relação aos aspectos religioso-cultural, alegaram que costumes e tradições variam de país para país, não sendo nem melhores, nem piores, apenas diferentes, e, por isso mesmo, deveriam ser respeitados por todos. Sublinharam, até mesmo, que o fato de a Fifa conceder oportunidade inédita a região que jamais sediou a Copa do Mundo faria jus ao nome do campeonato, caso contrário, melhor mesmo seria retirar dele a palavra “Mundo”. Já quanto ao esquema de corrupção, os árabes não arriscaram defender o Catar, por causa das sensibilidades que o tema suscita. Se as especulações e as denúncias mantiverem-se neste ritmo, o Catar deverá, eventualmente, explicar-se.

Seja como for, a expectativa da realização de uma Copa do Mundo daqui a quase dez anos em local inédito na história das copas já é grande. Quem viver verá".******************************************

ATENÇÃO!!!Em suma, tratou-se de texto que, em sua forma original, parecia lindo, mas teria severamente penalizado o candidato em MUITOS pontos. Entenderam agora por que, mesmo com um primor de texto, é difícil passar pelo crivo da segunda fase do CACD?

TAREFA: depois de estudar cada um dos 52 aspectos acima listados, mostre o texto original para um amigo ou um parente conhecido por escrever bem, mas que não acompanha esta “Fanpage”. Veja por si mesmo(a) quantos elementos ele(a) detectaria! O objetivo não seria o desdém; ao contrário! O objetivo seria você perceber “na alma” a diferença entre a nota alta e baixa na redação do CACD na comparação entre dois candidatos que tradicionalmente sào conhecidos por escreverem bem, sendo que um está focado nos detalhes de estilo, mas o outro não.

Continue “antenado” aqui no Dicas da Diplomata para pegar essas e muitas outras dicas de OURO; mas as dicas de PLATINA só conseguirei fornecer a você ao avaliar, de forma personalizada, sua produção textual. Considere entrar na fila de espera para ter sua redação por mim avaliada gratuitamente, por meio da Consultoria I, descrita no meu “site” www.dicas-da-diplomata.com.br (somente solicitações feitas nos termos descritos no “site” serão aceitas). 

Dica de hoje, 13/5 (dia da Fraternidade Brasileira, dia da Abolição da Escravatura, dia do Automóvel, dia da Estrada de Rodagem e dia do Zootecnista): a dica de hoje, é simples, leve, fácil de memorizar, para começarmos a semana com calma. Além do que a ressaca provocada com a leitura da publicação de ontem ainda deve estar tendo seu efeito...

Apesar de simples, muitos ainda erram o que veremos na dica de hoje. 

***************à custa de ***************

Use a locuçao prepositiva À CUSTA DE no SINGULAR em vez de “às custas de”, ok?

Exemplo*********************O enriquecimento de número significativo de países desenvolvidos ocorreu à custa de países em desenvolvimento, muitos dos quais já foram suas colônias no passado distante ou nem tão distante assim.

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*********************

Observe-se que, no campo jurídico, a palavra “custas”, no plural, é largamente utillizada, mas refere-se às custas processuais, o valor de “despesas previstas em lei e devidas pela formação de atos judiciais” (Dicionário Houaiss).

Dica de hoje, 14/5 (sem efeméride): hoje é dia de dica de OURO! Lembro-me bem de que havia boatos no ambiente preparatório para o CACD e este era um deles. A dica de hoje igualmente será útil para aqueles seguidores desta Fanpage que não objetivam prestar o CACD. É uma dica geral, para a redação elegante, seja qual concurso for. Estou falando da palavra...

****************ENTÃO****************

Vamos deixar combinado assim:

1) a palavra ENTÃO não está proibida em sua redação; se alguém disser isso a você, coloque a orientação recebida no grupo dos MITOS; e

2) mas, se decidir usar a palavra ENTÃO no seu texto, faça-o APENAS quando ela significar "NAQUELE TEMPO", ou seja, quando estiver exercendo a função sintática de advérbio de TEMPO (não use ENTÃO para concluir, apenas expresse tempo ao qual se referiu anteriormente no contexto de sua redação).

*********************************ENTÃO = NAQUELE MOMENTO, NAQUELA OCASIÃO*********************************

Exemplo:******************************Os direitos trabalhistas concedidos aos brasileiros pelo governo de Getúlio Vargas eram limitados se comparados à legislação atual, porém representaram, então, inédito benefício social.******************************

Deixe esta dica de hoje circular em suas veias e não sair mais da sua mente! 

Dica de hoje, 15/5 (dia do Assistente Social e dia Internacional da Família): o Cespe adora “pegar” você com a dica de hoje. Na rotina de trabalho, no Itamaraty, eu não uso, pois, por várias vezes, já “testei” diferentes chefias ao submeter a elas minutas de relatos de reuniões ou rodadas de negociacão a serem transmitidas a Brasília: uma vez revisada, a minuta retornava-me com a dica de hoje cortada e substituída por outro termo. Assim sendo, trata-se de dica apenas para você saber que existe e que é assim seu uso. Vamos combinar desde já: se o Cespe gosta, você necessariamente também gosta, desde criancinha! Depois de passar no concurso do seu sonho, estará livre para discordar do Cespe, combinado?

Falo da conjunção subordinativa…

***************POSTO QUE***************

Muitos pensam que a conjunção “posto que”, semanticamente, passa a ideia de

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causa, como em:

Exemplo #1 (inadequado):******************************“Fui à praia, posto que o dia estava bastante ensolarado”.******************************ou seja, se você queria passar a mensagem de que “Fui à praia, PORQUE o dia estava bastante ensolarado”, lamento informar, você teria errado.

Você não está só! Eu também pensava assim – que POSTO QUE transmitisse a ideia de causa - até o dia em que errei o item C x E da prova de “certo x errado” do Cespe. Foi um trauma! A desgraça ocorreu durante Teste de Pré-Seleção (TPS) do CACD de um daqueles anos em que não passei. O item, que valia 0,25 ponto, anulou outro corretamente assinalado, também no valor de 0,25 ponto. Foi ao todo meio ponto precioso jogado no lixo, o que, de outra forma, teria permitido-me ficar acima da nota de corte e avançado de fase. 

Um ano de estudo profundo de nada adiantara naquele ano específico, porque o POSTO QUE me enganara! Esse trauma eu jamais esquecerei. Pior: hoje, já na carreira, quando eu utilizo o POSTO QUE nos meus relatórios, ele é fuzilado pela chefia. 

Foi quando aprendi, por meio de severo trauma, que a conjunção POSTO QUE tem valor semântico C-O-N-C-E-S-S-I-V-O, ou seja:

**************************POSTO QUE = EMBORA = APESAR DE QUE**************************

Considerando-se a hipótese de que, quando chove, não vamos à praia (pelo menos lá no Rio de Janeiro, onde cresci, não se vai. Sei que, alhures, como na querida Belém ou outras cidades do Norte, temos a chuva das 14h caindo todos os dias, em decorrência da evapotranspiração da floresta, não sendo, portanto, a chuva empecilho para ir às maravilhosas praias de água doce que existem por lá, o que adoro fazer), veja o exemplo a seguir:

Exemplo #2 (adequado):(hipótese: não é legal ir à praia quando está chovendo!)*******************************************“Fui à praia, posto que chovesse muito”.(= Fui à praia, embora chovesse muito) ou(= Fui à praia, conquanto chovesse muito).********************************************A frase está perfeita! Ainda não acredita? Por favor, mude de ideia e acredite em mim. “Posto que” está no campo semântico da CONCESSÃO e introduz oração subordinada adverbial concessiva; é sinônimo de embora, apesar de que, conquanto.

(Ah! Por falar em “conquanto”, esta conjunção subordinativa concessiva é linda! Use-a!)

É isso. O Cespe adora esta "pegadinha” nas provas objetivas. Já nas redações, se precisar usar conjunção subordinativa concessiva, por que não escolher o “posto que”, sem medo de ser feliz? Escolha também “conquanto” – é bonita, poucos conhecem e a Banca admira este uso. 

Por fim, veja, a seguir, que obra-prima para sua redação!(você teria coragem de escrever, na sua redação do concurso do seu sonho, uma frase assim:

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aparentemente contraditória, mas semanticamente perfeita?):*****************************************“A ONU foi severamente criticada por sua atuação humanitária aos haitianos após o fatídico terremoto de 2010, posto que tivesse contribuído decisivamente para aliviar o sofrimento da população naquele país”. *****************************************

Dica de hoje, 16/5 (dia do Gari): a dica de hoje traz para você o mundo novo que conheci quando me apresentaram a linguística. Tive ideia de cobrir este tema hoje após ter lido o comentário do internauta Antonio Rodrigues à publicação de ontem, 15/5, quando ele abordou a questão do dilema LIBERDADE “versus” GRAMÁTICA e afins. Se conseguir ler até o final, lá estará um presente meu para você! Boa leitura! (Obrigada, Antonio Rodrigues!).

Alguns de vocês poderão pensar assim: “ai, que papo chato esse de hoje, por que ela simplesmente não mostra uma dica simples como as outras e pronto”? 

É que eu queria também dividir com você a existência deste outro mundo maravilhoso, um mundo em que a ideia do “certo ‘versus’ errado” não existe, e, sim, do “adequado ‘versus’ inadequado”. Um mundo em que é você quem manda na língua, não o contrário. 

Quem carimbou meu passaporte para o mundo novo (vejam só, estou no campo do conotativo e à vontade para escrever assim aqui neste espaço) foi uma professora que tive logo no início da Faculdade de Letras da UFRJ (cursei até o 7º períodio, habilitação português-árabe, no início dos anos 2000). Ele permitiu-me, então, jogar fora no lixo (mais conotação!) as algemas (outra conotação!) do “certo ‘versus’ errado” para incorporar o conceito do "adequado 'versus' inadequado". 

Coitados dos puristas que estiverem lendo isso agora! Devem estar neste momento desesperados - se tivessem uma arma, acho que me fuzilariam! Sejamos da paz, quando a pauta do dia na ONU é o desarmamento!

É uma dica que talvez você não veja muita utilidade num primeiro momento, mas queria, mesmo assim, correndo o risco de ser chata, dividir com você que, ao conhecer as bases dos estudos linguísticos – em detrimento aos ortodoxos aspectos normativos defendidos pelos puristas e torcedores fanáticos da “Gramática Futebol Clube” -, pude libertar-me das correntes da dicotomia “certo ‘versus’ errado”. 

Passei a ver a língua portuguesa, minha língua-mãe, como minha serva, não o contrário. Respeito-a, mas sou eu quem manda na língua, não ela em mim! Sou adepta dos ensinamentos de Saussure e dos linguistas contemporâneos desde o dia em que minha querida professora de primeiro período de Letras da UFRJ carimbou meu passaporte. Eu era aluna da Matemática, não conhecia o mundo das Letras. E que mundo mágico! É onde aprendemos História e Português ao mesmo tempo! Matamos dois coelhos com uma única pancada!

Senão vejamos...

Suponhemos que você, ao chegar a encontro informal com seus amigos no bar, na praia, no clube, onde for, fale para um(a) grande amig(a) de longa data, com quem tem excelente interlocução e afinidade: 

**************************Fulana de Tal, querida amiga, dar-te-ei um ósculo da face!*************************

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Pergunto:A frase é linda? É.Impõe respeito? SimÉ gramaticalmente perfeita! Não poderia ser mais!Cumpriu o objetivo do uso da língua? N-Ã-O!

Será que a Fulana de Tal entendeu sua mensagem? Talvez não!

Mesmo se a Fulana de Tal tivesse entendido, será que aquela construção textual, apesar de gramaticalmente linda e perfeita, estaria ADEQUADA à situação discursiva descrita – amigos em encontro descontraído? 

Claro que não! 

Em outros termos, a frase não cumpriu o objetivo primeiro do uso da língua, qual seja: COMUNICAR ALGO. 

Fulana de Tal, se entendeu a sua frase, certamente pensou uma das três opções a seguir, a saber: 

(a) que você ficou maluco(a); 

(b) que você estava de sacana.., digo, brincando; ou

(c) que você ficou esnobe, afinal, está estudando para este concurso para virar um desses considerados, por muitos de nossa sociedade, uns metidos, que vivem em coquetéis e desperdiçam o erário, nada obstante sermos nós, diplomatas, mortais como qualquer outro; trabalharmos, muitas vezes, madrugada a dentro, a depender da negociação em andamento (acredite, já deixei a ONU, certa vez, às 5h da manhã, em negociações que começaram no dia anterior às 10h, pois era o prazo para ser adotada a resoluçào – por falar nisso, será que teremos a MP dos Portos hoje?). 

Claro está que, se, naquela SITUAÇÃO DISCURSIVA (encontro informal com amigos) você simplesmente tivesse falado, “Oi, querida Fulana de Tal, venha cá preu ti dá um beijinho no rosto”, eu pergunto de novo:

A frase é horrível? É.Impõe respeito? Nenhum.É gramaticalmente perfeita! Sem comentários.Mas cumpriu o objetivo do uso da língua? S-I-M!

A noção do “certo ‘versus’ errado”, defendida pelos puristas de plantão, ficou retrógrada!!!!!! Devemos ADEQUAR a língua, nossa serva, a cada situação discursiva em que estivermos utilizando-a.

Aos que começaram a se preparar recentemente para o CACD, digo mais: houve um tempo em que a diretoria do Instuto Rio Branco tentou inovar, incluindo questões discursivas no Teste de Pré-Seleção (TPS) – fase tradicionalmente objetiva. Não deu certo e a experiência não vingou. Bem, eu fiz esse TPS, mas ainda estava “crua”, sem qualquer preparo, mas já havia sido exposta ao mundo mágico dos estudos linguísticos. Sabe qual foi uma das questões discursivas??? Pasme: o aluno deveria discorrer sobre a noção do “certo ‘versus’ errado”, tema abordado na dica de hoje!

Não acreditei! Foi uma pena que, naquele ano, foi apenas isso que eu sabia, ainda engatinhava no preparatório, e, obviamente, não avancei; porém, uma coisa é certa: dei conta do recado naquela questão!

Devemos ser livres para usar a língua. Outro exemplo: quando uma criança entre três e cinco anos de idade diz “eu fazi”, devemos comemorar e classificar o fato não

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menos que PERFEITO. Mostra, acima de tudo, que aquela criatura - que, sequer, teve uma aula de português formal tampouco leu a "Fanpage" da "Dicas da Diplomata" – já foi capaz de internalizar a complexa estrutura da língua portuguesa (e faria o mesmo para qualquer outra língua, se a ela exposta entre 0 a 5 anos de idade - ler Naom Chomsky), um verdadeiro milagre da natureza. Corrigi-la é ASSASSINAR E NEGAR a natureza, a perfeição. Aquela criança apenas demonstrou haver internalizado a estrutura da língua, afinal, falamos “comi”, “bebi”, “dormi”, portanto, obviamente, “fazi”. Naquela situacão discursiva, “eu fazi” não poderia estar mais perfeito! Não a corrija. Apenas fale sempre frases do tipo "Eu fiz algo" que, ao escutar sempre, com o tempo, aquela criança eventualmente falará "eu fiz". Não a bloqueie! Nào a cerceie! Não coloque as algemas do purismo na coitada da criança em tão tenra idade!

Outro exemplo: um dia estava num restaurante, na região Sudeste, claro (se fosse no Nordeste isso jamais teria acontecido, por respeito a Luiz Gonzada e pela intuição linguística com que os nordestinos necessariamente nascem, pois falam sem medo, com personalidade, pois mandam na língua, não é a língua que manda neles!), enfim vi um intérprete cantar “Asa Branca” assim (veja o que grifei em maiúsculo):

*****************************Hoje longe, muitas léguasNuma triste solidãoEspero a chuva cair de novoPra EU voltar pro meu sertão.****************************

QUE HORROR! ELE MATOU A MÚSICA “ASA BRANCA”!QUASE CHAMEI O GERENTE DO RESTAURANTE PARA NEGOCIAR O NÃO PAGAMENTO DO “COUVER” ARTÍSTICO (EU JÁ HAVIA SIDO, ENTÃO, APRESENTADA AO MUNDO DA LIGUÍSTICA E, POR ISSO, PERDI ATÉ O APETITE)!

COM QUE DIREITO AQUELE INTÉRPRETE ASSASSINAVA O HINO “ASA BRANCA”????? QUE LETRA! QUE INTELIGÊNCIA! SÓ QUEM VIVEU A CRUELDADE DA SECA E DA FOME SERIA CAPAZ DE CRIAR TAMANHA OBRA-PRIMA.

Mudar a letra de “Pra MIM voltar pro meu sertão” para “Pra EU voltar pro meu sertão” deveria estar tipificado no Código Penal! Pelamordedeus!

O que vale é a ADEQUAÇÃO de sua fala ou de seu texto À SITUAÇÃO DISCURSIVA EM QUE ESTIVERMOS INSERIDO. Existe o que a Liguística denomina de VARIAÇÕES do uso da língua, que podem ser de caráter regional, social, formal etc.; claro está que, na produção de texto a ser avaliado pela Banca de Português de um concurso público, o ADEQUADO é o uso da norma culta da língua portuguesa. Aqui, neste espaço, de minha autoria, é de minha vontade o tom informal que quis para esta proposta, em que, no meu entendimento, o que importa é a ESSÊNCIA da dica. Outro, no meu lugar, poderia ter adotado outro critério: a formalidade, direito dele, AUTOR.

Produzo estes textos entre 5h e 7h da manhã, diariamente. Não há tempo para revisões e afins, posto que sei que falo na condição de orientadora de regras da norma culta e, em tese, as pessoas que leem possam pensar que a forma que eu uso para escrever é padrão ou lei. NÃO É!

Ao entendermos esta SITUAÇÃO DISCURSIVA A QUE SE PRESTA ESTA FANPAGE, está adequado, sim, na opinião da autora, usar o tom que uso. Não tome como regra ou padrão o “português” que uso aqui na Fanpage, estamos batendo papo. Foque na ESSÊNCIA da dica. Se quiser que eu analise seu texto nos termos exigidos pela Banca de concurso – USO DA VARIAÇÃO DENOMINADA NORMA CULTA – aí estamos falando da Consultoria I, oferecida gratuitamente por mim (consulte meu

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“site” para ver em que termos é oferecida).

************************Resumindo a dica de hoje: não deixe seu espírito criativo ser crucificado “por interferência da força conservadora ou repressiva dos setores cultos”. 

Como já disse, a Banca do CACD já cobrou, no ano em que houve a tentativa de um TPS com questões discursivas (creio que em 2001 ou 2002), a questão polêmica que divide os puristas e os linguistas: a noção do certo e do errado no uso da língua. O tema me fascina (ou "fascina-me" hahaha!). Em suma, a norma culta, a gramática, nada mais é que apenas UMA das múltiplas variações de nossa língua. Devemos ser livres para usá-la, mandar nela, SEMPRE ADEQUANDO SEU USO AO CONTEXTO DISCURSIVO. O objetivo deve ser só um: transmitir a mensagem que se deseja transmitir, de forma clara, precisa, sem margem a dúvidas, por meio do uso da variação mais adequada à situação discursiva. Nós é quem manda na língua; nunca o contrário. 

Claro está que, na prova de redação do CACD e de qualquer outro concurso público, ao candidato é demandado o uso da norma padrão. Isso não significa "engessar” o texto. Se precisar fazer uso de um coloquialismo OPORTUNO, sempre entre aspas, poderá não ser penalizado; mas deve ser extremamente inteligente e pertinente na progressão temática de sua redação. Como medir essa pertinência é algo para poucos, e, por isso mesmo, recomenda-se prudência, não trocar o certo pelo duvidoso; portanto, a recomendação padrão é usar estritamente a norma culta, caso esteja inseguro. Brincar como texto requer perspicácia, personalidade, aguçada inteligência, domínio do que se fala, não é para qualquer um. A boa notícia é que é possível escrever assim: esta arte pode ser desenvolvida com o passar do tempo, com a maturidade de vida.

Tenha certeza: se sua argumentação for inteligente e respeitar a norma culta - incluindo coloquialismos conscientes e oportunos necessários a certa altura de sua argumentação, mas entre aspas, por exemplo - a Banca ficará muito bem impressionada. Cada caso será um caso. ***************************

Já fui chefe do Setor Consular, quando servi, por quase cinco anos, na Embaixada do Brasil em Doha. Carimbar passaporte era comigo mesmo! Queria carimbar o seu a fim de que viaje para esse mundo novo. Faço, a seguir, recomendações de OURO, incluindo o presente que prometi no início, para você se divertir neste fim de semana que vem por aí, combinado?

1. Aos que ainda torcem para o time “Gramática Futebol Clube”, recomendo, urgentemente, a leitura do livro fininho, de rápida "digestão", intitulado "Língua e liberdade", de Celso Pedro Luft, falecido em 1995. Vale a pena a leitura! Um primor. 

2. Na mesma, linha, recomendo, para ontem, a leitura dos capítulos um e dois da "Nova gramática do português contemporâneo", de Celso Cunha e Lindley Cintra. Os referidos capítulos abordam a noção de correto.

3. Por fim, o prometido presente: apresento, abaixo, aos que ainda não leram, a obra de arte escrita por Luís Fernando Veríssimo - a crônica "O gigolô das palavras" - texto com que, a propósito, Luft utiliza logo no início de seu “Língua e liberdade”. Afirmo, com convicção: se seu texto de redação do CACD for de aguçada inteligência, creia-me, tudo poderá se justificar e, ao invés de perder, você ganhará pontos, ainda que (posto que) use coloquialismos, porém consciente e propositadamente, entre aspas, por um motivo pertinente à progressão temática e à argumentação utilizada no contexto.

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Dica de hoje, 17/5 (dia Mundial das Telecomunicações): na dica de hoje, veremos o que ocorre com a preposição e o artigo em uma série paralela ou uma listagem. Quem deve ser repetido e quem não deve? Claro que, pela frase anterior, você percebeu que....

*************************PREPOSIÇÃO: não repetir*************************ARTIGO: repetir *************************

Observe que a preposição “com” não se repetiu, mas o artigo apareceu antes de cada elemento (“a preposição”; “os artigos”). Idem com a preposição “em” e o artigo indefinido “uma” (o “em” não se repetiu, mas o artigo, sim).

Em outros termos: se você deixar de repetir a preposição NÃO estará quebrando o paralelismo, portanto não se preocupe com isso; porém, quebrará o paralelismo se não repetir artigos, portanto repita os artigos, mesmo que sejam iguais em número e gênero para cada elemento. 

Vamos a mais exemplos:

Exemplo 1a (BOM)************************* Os conceitos DE segurança humana e terrorismo ainda não foram definidos nos documentos internacionais por causa da divergência de opiniões que os termos suscitam entre os Estados.*************************

Exemplo 1b (RUIM)*************************Os conceitos DE segurança humana e DE terrorismo ainda não foram definidos nos documentos internacionais por causa da divergência de opiniões que os termos suscitam entre os Estados.*************************

Exemplo 2a (BOM)*****************************************A proposta da Secretaria de Educação foi apoiada POR pais e professores.*****************************************

Exemplo 2b (RUIM)*************************A proposta da Secretaria de Educação foi apoiada POR pais e POR professores.*****************************************

Vamos agora introduzir, nos exemplos acima, o artigo – que deverá aparecer na frente de cada elemento (neste caso, a preposição deverá repetir-se cada ocorrência, porque o artigo estará aglutinado com a preposição):

Exemplo 1c (BOM)*************************Os conceitos DA segurança humana e DO terrorismo ainda não foram definidos nos documentos internacionais por causa da divergência de opiniões que os termos suscitam entre os Estados.*************************

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Exemplo 2c (BOM)*****************************************A proposta da Secretaria de Educação foi apoiada PELOS pais e PELOS professores. (observe que, mesmo sendo o mesmo artigo "os", repetir!!!)*****************************************

Exemplo 2d (RUIM)*****************************************A proposta da Secretaria de Educação foi apoiada PELOS pais e professores.*****************************************

Exemplo #3b (RUIM - NÃO PODE!)*****************************************Os conceitos DA segurança humana e terrorismo ainda não foram definidos nos documentos internacionais por causa da divergência de opiniões que os termos suscitam entre os Estados.

(Aqui escrevi “não pode” porque, além de quebra de paralelismo, foi mais gravE, na medida em que os artigos pertencem a gêneros diferentes: pareceu que o “da” também se referia a “terrorismo”, o que seria um absurdo (da terrorismo), como se não bastasse o absurdo do ato em si, seja qual for a definição que tenha!)*************************

Exemplos adequados:- A proposta de resolução circulada pelo Brasil obteve amplo apoio, no qual se incluem os DE Alemanha, Estados Unidos e Rússia.

- A proposta de resolução circulada pelo Brasil obteve amplo apoio, no qual se incluem os DA Alemanha, DOS Estados Unidos e DA Rússia.

- A proposta de resolução circulada pelo Brasil obteve amplo apoio, no qual se incluem os DA Alemanha, DA Dinamarca, DA Espanha e DA Rússia. (Claudia, precisa mesmo repetir o "da" já que é tudo igual? Resposta: S-I-M!!!).

- A participação sociedade civil é relevante no aconselhamento tanto A governos quanto organismos internacionais ("A" aqui é só preposição, portanto não repetir).

- A participação sociedade civil é relevante no aconselhamento tanto AOS governos quanto AOS organismos internacionais (Claudia, precisa mesmo repetir o "AOS" já que é tudo igual? Resposta: S-I-M!!!).

- A seleção brasileira conquistou, por cinco vezes, o mundial da Fifa de futebol, em campeonatos realizados, entre outros países, NO Chile e NO México. (Claudia, precisa mesmo repetir o "NO" já que é tudo igual? Resposta: S-I-M!!!).

**********************************BÔNUS especial para os candidatos ao CACD, sendo que todos são bem-vindos a responder:

Pergunta de Política Internacional (PI) que não quer calar: por que segurança humana e terrorismo são termos para cuja definição os Estados ainda não alcançaram consenso?

Responderei em breve...quem quiser arriscar esteja à vontade para responder por comentário, e-mail para [email protected] ou mensagem (não responderei individualmente, apenas publicarei a resposta a qualquer momento; o debate entre vocês seria também interessante - para isso deverão usar o espaço de "comentários".*********************************PS> trata-se de temas distintos, podem até dialogar entre si, mas em comum é que

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ambos os termos estão ainda sem definição oficial na ONU.*********************************

Dica de hoje, 18/5 (dia das Raças Indígenas da América e dia Internacional dos Museus): a dica de hoje, embora bem simples, é de OURO. Aliás, creio que, precisamente por ser simples, é que faz a dica de hoje ser de OURO, afinal, tudo que tem GENUÍNO valor quase sempre tem na simplicidade sua característica central, seja no plano material, seja no humano.

Em outros termos, proponho um sábado "light" e valioso!

Não chega a ser regra, mas deixará seu texto ainda mais elegante se você atentar para a dica de ouro de hoje. Repito o que escrevi outro dia aqui neste espaço: violar a dica de hoje poderá dar aquela sensação no seu Examinador (em especial da Banca daquele concurso que a maioria de vocês está tentando...): "Poxa, que pena, este candidato estava indo tão bem!"

Refiro-me à preposição...

***********

SOBRE

***********

Vamos combinar que a partir de hoje, 18/5/2013, às 9h (fuso de Brasília), você só usará a preposição SOBRE na redação do concurso dos seus sonhos se ela tiver o significado tal como...

(adequado)

..."O livro está sobre a mesa"

Combinado?

*************************

Em frases como...

(inadequado)

"No Fórum da Juventude, a referência feita pelo representante da sociedade civil SOBRE a importância da capacitação técnica dos jovens em comunidades carentes

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não poderia ter sido mais adequada ao processo de erradicação da pobreza nos países em desenvolvimento."...

não use SOBRE!

**************************

Claudia, o que fazer nestes casos?

Aha!!!

Se ler até o final da dica de hoje saberá como aperfeiçoar o texto que classifiquei de inadequado, acima.

* * *

Sugiro que, no caso da preposição SOBRE, você privilegie a primeira e a segunda acepções deste vocábulo tal como descritas no Dicionário Houaiss, quais sejam...

Acepção #1 e #2 do vocábulo SOBRE, segundo o Dicionário Houaiss...

***********************************************

...relaciona por subordinação (vocábulos, termos etc.) e assinala de modo geral situação de SUPERIORIDADE em relação a um limite CONCRETO NO ESPAÇO (acepção #1) ou a um limite CONCRETO NO TEMPO (acepção #2) (grifos maiúsculos meus).

***********************************************

Exemplo de SOBRE na acepção #1:

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O livro está sobre a mesa.

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(Não sei por que estou pensando na minha primeira professora de inglês, quando eu tinha sete anos, poucos anos atrás)...

Exemplo na acepção #2:

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"Já ia sobre os quarenta quando casou".

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Entretanto, porém, contudo, todavia, se o sentido de SOBRE for a acepção #3 descrita pelo Dicionário Houaiss, qual seja,

***********************************************

...relaciona por subordinação (vocábulos, termos etc.) e assinala de modo geral situação de SUPERIORIDADE em relação À NOÇÃO (assunto, questão, matéria, sensação etc.): (grifos maiúsculos meus)...

***********************************************

...busque substituir o SOBRE pelo sentido EXATO ali listado nas acepções 3.1, 3.2, 3.3, 3.4, (...), 3.12. Dessa forma, algumas Bancas (CACD incluída!) não descontará precioso ponto de sua redação por pobreza vocabular. Busque sempre encontrar a palavra PRECISA para transmitir a ideia que deseja, combinado? O nome disso é PROPRIEDADE VOCABULAR, está no Edital (pode ir lá consultar o Edital, aliás, é o primeiro passo para fazer uma boa prova, seja de que concurso for - leitura atenta de TODO o Edital).

ATENÇÃO!

*****************************************

Chamo especial atenção ao sentido de SOBRE listado na acepção 3.3, porque se trata da acepção que o candidato mais utiliza em sua redação de concurso!!!

******************************************

Destacando a acepção 3.3, temos:

*****************************

SOBRE = ACERCA DE, A RESPEITO DE

*****************************

Chegou a hora de reescrever o trecho que classifiquei de inadequado no início da dica de hoje, mais acima. Temos duas opções, ambas adequadas e ELEGANTES:

Possibilidade adequada 1

Page 48: Dicas Da Diplomata

****************************

"No Fórum da Juventude, a referência feita pelo representante da sociedade civil ACERCA DA importância da capacitação técnica dos jovens em comunidades carentes não poderia ter sido mais adequada ao processo de erradicação da pobreza nos países em desenvolvimento."

Possibilidade adequada 2

****************************

"No Fórum da Juventude, a referência feita pelo representante da sociedade civil A RESPEITO DA importância da capacitação técnica dos jovens em comunidades carentes não poderia ter sido mais adequada ao processo de erradicação da pobreza nos países em desenvolvimento."

Fica combinado assim?

Como exercício, convido você a percorrer cada subacepção do item 3 da entrada "SOBRE" contida no Dicionário Houaiss (transcritas abaixo) e, ao ler cada exemplo ali fornecido pela acepção em si, substitua, mentalmente, o SOBRE do exemplo dado pelo Houaiss pelo sentido por ele descrito, assim (farei só o primeiro, a título de exemplo):

Observações:

a. meio óbvia, mas que faço mesmo assim, pela didática: o "s.", nos exemplos, refere-se ao vocábulo "sobre"); e

b. a acepção que mais terá utilidade ao candidato será a 3.3, como já mencioncado; é, em especial, nesta acepção que peço para, a partir de hoje, preferir "acerca de" ou "a respeito de" ao redigir sua redação.

EXEMPLO DO EXERCÍCIO MENTAL A SER FEITO:

3.1 em cima de

‹ nasceu com uma sentença s. sua cabeça ›

VOCÊ, CANDIDATO, DEVERÁ RELER ASSIM: "Nasceu com uma sentença EM CIMA DE sua cabeça".

Page 49: Dicas Da Diplomata

Percebeu?

Os demais itens da acepção #3 seguem transcritos após minha assinatura.

Bom exercício mental Até a próxima dica! Bom sábado a todos!

--

Claudia Assaf

www.dicas-da-diplomata.com.br

***** INÍCIO DO EXERCÍCIO MENTAL ********

3.2 acima de

‹ os interesses domésticos têm prioridade s. os planetários ›

3.3 acerca de; a respeito de

‹ o teatro musical s. o qual ele discorria descende da opereta ›

3.4 baseado em; por causa de; em razão de

‹ vangloriava-se s. sua longa e vitoriosa vida ›

3.4.1 fundamentado em

‹ jurou s. falsa acusação ›

3.4.2 em nome de; por respeito a; em testemunho de

‹ s. a amizade que os unia, assumiu encargos demasiados>

3.5 de acordo com; segundo, conforme

‹ a propaganda foi redigida s. as estratégias que a própria empresa formulou ›

3.6 mais que

Page 50: Dicas Da Diplomata

‹ s. todos era o mais emocionado com o toque da banda estudantil ›

3.7 em relação de dominância ou de influência a

‹ exerce influência decisiva s. os governos emergentes ›

3.8 acima de; preferentemente a

‹ por confiar no amigo s. qualquer especialista da área, foi traído ›

3.8.1 em comparação com

‹ sempre considerara mais importante a lealdade s. outros sentimentos ›

3.9 no cômputo de

‹ ganhou cinco metros de terreno s. os 300 que comprara

3.10 em seguida a; depois de; após

‹ degrau s. degrau, subiu a escadaria com a cruz às costas › ‹ o brinquedo resulta de objetos encaixados s. uma base larga, e termina em ponta ›

3.11 com a caução ou garantia de; em troca de

‹ só saiu s. fiança ›

3.12 cobrado por; por caução, fiança de

‹ imposto s. mercadoria que entra no país ›

***** FIM DO EXERCÍCIO MENTAL ********

Dica de hoje, 19/5 (dia do Defensor Público): a dica de hoje é bem rápida, não vai ocupar muito de nosso precioso domingo, nem do meu, formulando a dica, nem do seu, lendo-a; entretanto, descumpri-la penalizará o candidato a concursos, CACD incluidíssimo, em preciosos pontos.

************************HAVER (expressando tempo decorrido) x ATRÁS

Page 51: Dicas Da Diplomata

************************

Para explicar a dica de hoje, vem a minha mente um filme que revi recentemente e de que muito gostei desde a primeira vez a que o assisti, quando era adolescente: “Ladyhawke”, que, no Brasil, recebeu o nome de “O feitiço de Áquila”. 

Dois amantes estão condenados à separação ao longo da vida por uma maldição demoníaca imposta pelo ciumento Bispo de Áquila: de dia, na presença da luz solar, Isabeau apresentava-se em forma de falcão; à noite, na ausência do sol, capitão Navarre transformava-se em lobo negro. Viviam sempre juntos, mas seus corpos não se encontravam. De dia, o Falcão contava com a proteção e o carinho de Navarro; à noite, o lobo negro ficava aos cuidados da bela Isabeau. 

Uma cena de que nunca me esqueci foi, em uma das passagens do dia para a noite, quando o sol se punha, mas a noite ainda não caía (ou teria sido o contrário, no amanhecer, não me recordo bem), Isabeau, ainda na forma de mulher, e Navarre, ainda na forma de homem, em fração de segundos, quase conseguem se tocar, mas, logo, teriam de viver mais um dia do feitiço.

O que isso tem a ver com “haver x atrás”? 

É que, aqui, deveremos fazer a vez do cruel Bispo de Áquila e não permitir que esses dois se encontrem, pelo menos não na sua redação! Pense que HAVER é Isabeau; ATRÁS, Navarro.

Um ou outro deverá estar em cena, jamais os dois juntos!

Exemplo inadequado, que penalizará o candidato***********************Há décadas atrás, a democracia em países sul-americanos parecia improvável.***********************

Prefira um dos dois exemplos a seguir:

Exemplo adequado #1 (caso redija sua redação de dia):***********************Décadas atrás, a democracia em países sul-americanos parecia improvável.***********************

Exemplo adequado #2 (caso redija sua redação à noite)***********************Há décadas, a democracia em países sul-americanos parecia improvável.***********************

(Observação necessária: na fala, a prioridade é a clareza na comunicação, portanto não há qualquer problema falarmos “Há décadas atrás…”).

A conclusão a que necessariamente chego é a seguinte: atenção redobrada se for redigir sua redação durante o pôr do sol ou o amanhecer!

Dica de hoje, 20/5 (sem efeméride): a dica de hoje resultou de “saia justa” por que passei no trabalho, já na carreira diplomática: como dizer ao Embaixador que, na minuta de documento por mim produzida, mas por ele revisada, um dos verbos que ele incluíra estava conjugado inadequadamente, desrespeitando a norma padrão? 

Lembrei-me de que chefe não erra, apenas se engana! Além disso, tratava-se de pessoa querida, estilo “um dos melhores chefes do mundo”, não poderia permitir

Page 52: Dicas Da Diplomata

que aquela minuta fosse expedida, para Brasília, subscrita por ele, com a referida inadequação. Deveria agir, afinal, "blindá-lo" da inadequação fazia parte do meu papel de assessora, assim pensei.

Tomei coragem e, com o "espírito" de proteção a pessoa querida, lá fui ao gabinete do Embaixador falar da...

******************************..conjugação dos verbos pertencentes ao grupo MARIO!******************************

Lembra-se dos verbos do grupo MARIO???

A frase era algo como (escolha uma opção, sem consultar):

****************************O Estado do Catar …

( ) media ( ) medeia 

…as negociações de paz para o fim da crise darfuriana.*****************************

Saberia responder sem consultar? É hora de chamarmos o MARIO!

A dúvida advém do fato de que, usualmente, os verbos terminados em “–iar”, como “copiar”, premiar, entre outros, têm conjugação regular sem a ocorrência de ditongo após o radical do verbo, em todas as pessoas, assim:

Eu copIOTu copIASEle copIANós copIAMOSVós copIAISEles copIAM.

Com os verbos do grupo MARIO, isso não ocorre. São eles: mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar.

************************Verbos do grupo MARIO************************M-ediar (e intermediar)A-nsiarR-emediarI-ncendiarO-diar************************

Para sabermos conjugar os verbos do grupo MARIO, basta pensarmos no verbo ODIAR – cuja conjugação conhecemos bem, feliz e infelizmente: felizmente, porque ajudará a memorizar a dica de hoje; infelizmente, porque desgasta coração e mente!

Assim sendo, basta seguir a conjugação de ODIAR para saber como conjugar os demais. Quem escolheu…

*************************“O Catar MEDEIA as negociações de paz para o fim da crise darfuriana”.*************************

Page 53: Dicas Da Diplomata

…acertou!

Outro exemplo:******************************************A sociedade civil ANSEIA pela rápida definição dos denominados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conforme a determinação contida no documento intergovernamental adotado na Rio+20, “O futuro que queremos”, na medida em que os ODS pautarão as ações de desenvolvimento das Nações Unidas ao longo dos quinze anos a partir de 2015.******************************************

Estou certa de que você anseia saber como acabou a história com o chefe! 

(Saias-justas como essa ocorrem bastante nos primeiros cinco anos de carreira, haja vista sermos, neste momento inicial, egressos de cursinhos preparatórios e leitores assíduos de páginas como essa (risos!), em detrimento aos colegas de trabalho, hierarquicamente superiores, que, posto possuírem textos extremamente admiráveis, não mais conseguem resgatar regras das irregularidades da língua, em especial nas ocorrências pouco usadas na rotina de trabalho).

A resposta é que......ficamos ainda mais amigos! 

Segundo ele, sem crítica, não progredimos. Ele adorou conhecer os verbos do grupo MARIO! Até hoje, quando nos falamos, o MARIO vem à tona!

Hoje entendo PLENAMENTE que críticas construtivas, devidamente argumentadas, são preferíveis a elogios “ocos”, desprovidos de sentido, que só fazem iludir quem os recebe. Graças às severas críticas a textos por mim produzidos durante meu preparatório ao CACD é que, por exemplo, posso estar aqui dividindo o que aprendi, então, com os senhores e as senhoras.

Dica de hoje, 21/5 (dia da Língua Nacional): a dica de hoje é importante, porque vai tirar da sua cabeça um problema aparentemente menor, mas que incomoda muito, por não se ter a certeza em como fazer. Sendo assim, a partir de hoje, a festa acabou! São alguns aspectos que eu gostaria que você passasse a incorporar ao texto quando o assunto é o uso de

************SIGLA ************

O que é abreviação, acrônimo, sigla? Letra inicial ou conjunto de letras iniciais, de um nome próprio empregado como monograma (com base na definição do Dicionário Houaiss); 

Veremos quatro aspectos (I, II, III e IV) que eu gostaria que você passasse a pensar quando usar siglas em sua redação. A Banca, tenha certeza, agradecerá até sua quinta geração!

*****************************I. Primeira aparição da sigla*****************************> Em sua primeiríssima ocorrência na redeção, a sigla deve vir aberta. Primeiramente, escreva por extenso para, em seguida, entre parênteses, escrever a sigla. Isso porque a Banca é de 

Page 54: Dicas Da Diplomata

P-O-R-T-U-G-U-Ê-S,

não de Política Internacional (*).

Em outros termos, a Banca de Português não tem qualquer obrigação, tampouco tempo, de pesquisar o que seja EUA, OIT, OMC, ONU, SAE, Seppir, Unicef etc., conquanto algumas dessas siglas serem bastante populares e conhecidas. Não corra o risco de perder pontos por “sentido obscuro”, “pedantismo” ou outro critério afim.

(*)No caso dos concursandos focados na Magistratura a dica de hje deve ser cuidadosamente avaliada juntamente a seus professores presenciais. É que o certame público desta área não inclui, tradicionalmente, a redação. A avaliação do Português é feita durante as respostas dadas às perguntas da prova discursiva específica, normalmente corrigidas por juristas, ou seja, especialistas no tema tratado pelo candidato. Neste caso, o candidato, talvez, não seja penalizado se mencionar apenas STF desde sua primeira ocorrência. Eu, Claudia Assaf, mesmo assim, na primeira vez que fosse mencionar o Supremo, abriria a sigla. Pecaria pelo excesso.

Vamos ao exemplo A vulnerabilidade de alunos, professores e visitantes nas universidades federais brasileiras é desafio ainda não superado pela segurança pública em diversos estados do país. Crimes como assalto e estupro não são raros nas mais renomadas academias brasileiras. Há dois anos, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) manifestou interesse em implementar novo sistema de segurança, mas a comunidade acadêmica da UFRJ ainda é vítima de crimes ocorridos nos “campi” da instituição até os dias de hoje.

(O exemplo advém dos traumas por que passei quando estudei no Fundão, mas sobrevivi, por pouco, mas sobrevivi àquele tiroteio, quando estava no fogo cruzado entre policial e bandidos, estes ao meu ladinho!!! Toda minha vida de 1989 para cá está no lucro! Já era para eu estar em outro plano!)

*****************************II. Concordâncias nominal e verbal*****************************> Não concorde aleatoriamente nomes e verbos com a sigla com base no que soar mais bonitinho a seus lindos ouvidos. 

“A Unicef, em parceria com o governo federal, implementou projeto pioneiro com crianças em idade escolar das comunidades ribeirinhas do Amazonas”. 

Embora a frase esteja linda, “A” Unicef não pode!!!!!!!!

SEMPRE “abra” a sigla mentalmente para saber o que ela exatamente significa antes de fazer qualquer concordância. Com base nesta análise, de menos de três segundos, você lembraria que Unicef é masculino, porquanto significa “FUNDO das Nações Unidas para a Infância”. Assim sendo, “O” Unicef, combinado?

III. Plural: não coloque aquele “s” ao final de sua sigla, embora largamente utilizado em bons textos até. 

Inadequado- Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs)- Territórios Palestinos Ocupados (TPOs)

Page 55: Dicas Da Diplomata

Prefira ODM, TPO etc.

Mas lembre-se do item II, anterior (concordância!)

- "Os" ODM promoveram avanços decisivos nos índices sociais de países em desenvolvimento.

- "Os" TPO representam o principal desafio nas negociações de paz israelo-palestinas. 

(Em inglês, aceita-se o “s” ao final da sigla. Por exemplo, para “Millenium Development Goals”, consagrou-se, no âmbito da ONU, o acrônimo “MDGs” - /emdigis/; idem para os “Sustainable Development Goals”, com o monograma “SDGs” - /essdigis/).

*****************************IV. “Last, but not least at all” – Como escrever a sigla em si? *****************************

Claudia, por que você escreveu UFRJ em maiúsculas, Unicef em minúsculas, ONU em maiúsculas, Seppir em minúsculas etc.? Claudia, cadê seu "paralelismo estético"?

Calma, tchurma! A regra é a seguinte:

1. sigla de até três letras deverá ser escrita toda em letras maiúsculas;

2. siglas com quatro ou mais letras, vale a seguinte regra: 

(a) se der para pronunciar como se fosse uma palavra, só a primeira letra estará grafada em maiúscula, com as demais grafadas em minúsculas (Bacen, Celac, Cepal, Crea, Fuvest, Grulac, Icann, Inmetro, Ipea, Seppir, Unicef, Uerj, Ufal, Ufam); 

(b) se não der para pronunciar como uma palavra, a sigla deverá ser escrita toda em maiúscula (CPLP, IBGE, ICMS, IPTU, SBPC, OCDE, UFPB, UFPE, UFRJ; UFRN); e(Recordar é viver: releia a dica de 8/5 e, em seguida, veja como listei as siglas em “a” e “b”, acima)

(c) siglas com letras entreaçadas: é o caso em que mais de uma letra de uma ou mais palavras da sigla aberta aparecem na abreviação. Neste caso, trata-se de siglas consagradas, em que as regras acima não se aplicam, assim:

Universidade de Brasília: UnB

Instituto Rio Branco: IRBr

Dica de hoje, 22/5 (dia do Apicultor): na dica de hoje, questiono qual o problema da linda frase a seguir:

“O documentário “Mulheres africanas – a rede invisível”, importante produção para compreendermos a África além da repetida perspectiva da pobreza, na medida em que retrata a vida de mulheres moçambicanas que fazem a diferença, seja no mundo, seja na pópria comunidade, foi assistido por número significativo de acadêmicos e jornalistas”. 

Chegaremos à resposta. Boa leitura!

Page 56: Dicas Da Diplomata

Bem, a dica de hoje não poderia ser mais fácil, porque abordarei a relação entre…

***********************************…VOZ PASSIVA e VERBO TRANSITIVO INDIRETO (TI), …***********************************

…uma relação que NÃO EXISTE!!!!

Poderia ser mais fácil que isso??? Uma dica acerca de algo inexistente???

Embora fácil e inexistente, é também, talvez, a relação mais perigosa, haja vista registrar alto índice de aparições nos textos dos candidatos.

****************************************A título didático, recordemos, por meio de exemplo elementar, o que é voz ativa e voz passiva (maiores informações e detalhamento sobre voz passiva, conto com a compreensão de todos, pois peço o obséquio de consultar gramáticas ou o Sr. Google, pois, neste espaço, apenas chamo a atenção para os deslizes comumente cometidos por candidatos ao redigir a redação de concurso, não me propondo a dar aula de português, mesmo porque nào haveria tempo para eu fazê-lo, combinado?)

****************Voz ativa“Santos Dumont inventou o avião”.****************

****************Voz ativa“O avião foi inventado por Santos Dumont.****************

Ou seja, o sujeito da voz passiva (“O avião”) era o objeto direto da voz ativa; já o sujeito da voz ativa (“Santos Dumont”), autor da ação “inventar”, na voz passiva, é o denominado agente da passiva.

Observe, ademais, que o verbo auxiliar SER, usado na voz passiva, estará no mesmo tempo verbal em que o verbo principal estava na voz ativa. “Inventar”, na voz ativa, estava no pretérito perfeito do indicativo (“inventou”), portanto o verbo “ser” na voz passiva também estará nesse tempo verbal (“foi”). Já o verbo principal “inventar”, na passiva, deverá vir no particípio passado “inventado”).***********************************

Ah! Faltou dizer o principal: só foi possível passar aquela frase de Santos Dumont para a voz passiva porque o verbo “inventar” não é TI.

Se você reler minha dica de 23/4, lembrará que não podemos ter SUJEITO PREPOSICIONADO. Diante disso, o objeto indireto da voz ativa não poderá se transformar em sujeito da passiva!

Vejamos a regência do verbo perguntar: quem pergunta pergunta algo A alguém, ou seja, o verbo é transitivo direto e indireto. 

Voz ativa (adequado)******************************O jornalista perguntou AO Secretário Geral das Nações Unidas a opinião dele acerca da agenda de desenvolvimento pós-2015, mas Ban Ki-moon evitou indicar temas específicos a compor a controversa pauta. ******************************

Page 57: Dicas Da Diplomata

Observe que o “Secretário Geral das Nações Unidas” na frase acima não poderá ser sujeito da passiva, assim:

Voz passiva (inadequado #1)******************************AO SER PERGUNTADO pelo jornalista sua opinião acerca da agenda de desenvolvimento pós-2015, o Secretário Geral das Nações Unidas foi evasivo, na medida em que buscou evitar indicar temas específicos a compor a controversa pauta. ******************************

Pessoas queridas, Ban Ki-moon não pode ser perguntado!!!!! Isso porque se alguém perguntar algo “A” Bann Ki-moon, Ban Ki-moon será um objeto indireto!!!******************************

Retornando ao exemplo que abriu a dica de hoje, temos a mesma situacão. O verbo “assistir” tem duas acepções: (a) uma transitiva direta (assistir o doente, isto é, dar assistência); (b) e, outra, transitiva indireta (assistir Ao filme, isto é, ver).

O exemplo que abriu a dica de hoje utiliza o verbo “assistir” na acepção “b”, TI.

Diante disso, “O documentário (…) foi assistido” não pode!!!! Preciosos pontos iriam para o lixo naquele concurso para o qual você vem estudando há alguns anos!!!

Solução? *********************************Basta passar a linda frase para a voz ativa!*********************************

“Número significativo de acadêmicos e jornalistas assistiu AO documentário “Mulheres africanas – a rede invisível”, importante produção para compreendermos a África além da repetida perspectiva da pobreza, já que retrata a vida de mulheres moçambicanas que fazem a diferença, seja no mundo, seja na pópria comunidade”. 

Agora, a frase acima não só está ainda mais linda, mas reflete a quintessência do belo, seja pela estrutura, seja pela substância daquele documentário!

Dica de hoje, 23/5 (sem efeméride): a dica de hoje poderá ser incorporada desde já, não só em sua redação, mas também na fala diária. Veremos quando usar...

*********************Particípio passado REGULARxParticípio passado IRREGULAR*********************

Antes, recordemos que o particípio regular termina em “-IDO” ou “-ADO” (comido, falado, iniciado, marcado, partido, sorrido etc.). 

Recordemos, ademais, que o particípio irregular é aquele que não termina naqueles sufixos (aberto, dito, escrito, feito, posto, visto etc.).

Importante notar!******************************

Page 58: Dicas Da Diplomata

Há verbos que só admitem a forma regular de seu particípio; outros, somente a forma irregular; e, ainda outros – os denominados verbos abundantes – admitem as duas formas, tais como:aceito/aceitado; entregue/entregado; emerso/emergido; extinto/extinguido; roto/rompido; pago/pagado; pego/pegado; salvo/salvado; solto/soltado; etc.********************************ATENÇÃO!!!A dúvida reside, exatamente, nos verbos que admitem as duas formas. Quando usar um e outro?*********************************

Fácil!

***************************************Se o verbo auxiliar for SER => usar a forma IRREGULAR***************************************Se o verbo auxiliar for HAVER ou TER => usar a forma REGULAR***************************************

Exemplos:

- O termo “terrorismo” ainda não FOI ACEITO por todos os Estados. 

- Mais da metade dos Estados membros da Junta Executiva do Unicef HAVIA ACEITADO contribuir, financeiramente, com a iniciativa “Every Woman Every Child”.

A partir de hoje, não fique com medo de usar o particípio que muitos pensam estar errado, tal como “pagado” e “pegado”. Há pessoas que sempre falam, respectivamente, “pago” e “pego”. Além disso, ainda fazem cara feia se ouvirem alguém falar “pagado” ou “pegado”. 

Veja abaixo os exemplos, todos adequados:

- Quando a forte chuva caiu, ele já TINHA PAGADO a conta. (Aqui, muitos, por medo de “errar”, falariam “…tinha pago”!!!)

- Eles foram pegos em flagrante.

- A polícia já havia pegado os criminosos em flagrante quando os proprietários da loja chegaram ao local do crime.(Aqui, muitos, por medo de “errar”, falariam “…havia pego”!!!)

Dica de hoje, 24h/5 (dia do Café, dia da Infantaria, dia Nacional do Cigano, dia do Telegrafista e dia do Vestibulando, e): na dica de hoje, abordaremos …

*************************

Page 59: Dicas Da Diplomata

…o uso da vírgula antes da conjunção coordenativa aditiva“e”!*************************

Ué, Claudia, podemos usar vírgula antes do “e” ???

Claro! Primeiramente olhe para o sujeito de cada oração em coordenação: se for diferente, usaremos a vírgula antes do “e”; se for o mesmo, nada de vírgula!

Exemplos (ambos adequados):

*********************************************MESMO sujeito (NÃO usar a vírgula antes do “e”):*********************************************O Ministério das Relações Exteriores decidiu afastar de suas funções o funcionário acusado de assédio moral e informou o Congresso Nacional de sua decisão. **********************************************No exemplo acima, o sujeito de ambas as orações é “O Ministério das Relações Exteriores” tanto para o verbo decidir quanto informar. Não usar a vírgula!

*********************************************Sujeitos DISTINTOS (USAR a vírgula antes do “e”): *********************************************O Ministério das Relações Exteriores decidiu afastar de suas funções o funcionário acusado de assédio moral, e o Congresso Nacional apoiou a decisão daquele Ministério.**********************************************

***********************************************Outro exemplo com sujeitos distintos:***********************************************Os Estados cooperam para cumprir, cada vez mais, a agenda de desenvolvimento por eles acordada, e a Organização das Nações Unidas, por sua vez, apoia os governos locais na realização dos projetos em campo. ***********************************************Sujeitos distintos! (Estados / Organização ds Nações Unidas)

Dica de hoje, 25/5 (dia do Seresteiro, dia do Industrial, dia da Costureira, dia do Massagista, dia Nacional da Adoção edia da África): a ideia para a dica de hoje surgiu com o comentário feito pelo internauta Josué Nóbrega, no espaço de comentários da dica do dia 20/5 – por que não podemos passar para o plural o verbo TRATAR em construções em frases tal como:

*************************Trata-se de projetos…/Tratam-se de casos graves …?*************************

A resposta está na dica do dia 23/4 (sujeito preposicionado) e 22/5 (voz passiva x verbos transitivos indiretos).

Sabemos que…

… não poderá haver sujeito preposicionado;

… o objeto da voz ativa transforma-se em sujeito da passiva;

Page 60: Dicas Da Diplomata

… como o sujeito da passiva não pode ser preposicionado, por ser sujeito, não poderemos transformar um objeto indireto em sujeito da passiva;

…sendo assim, verbos trantitivos indiretos NÃO PODEM ir para voz passiva.

Sendo assim, Tratar-se de não tem a acepção do verbo “tratar de algo”, e, sim a acepção de…********************************…“estar em causa; ser o que importa ou o que se debate; versar (a questão de que se fala) sobre ‹ se se tratasse de problemas pessoais, ainda vá lá › ‹ trata-se aqui de reclamar direitos feridos ›”********************************(Dicionário Houaiss)********************************

*********************************Você sabe que há duas formas de voz passiva:1) Voz passiva analítica: formada pelo verbo ser + particípio pasado. Aqui, o verbo ser concorda com o sujeito da passiva (aquele que era o objeto direto da voz ativa).Ativa: João escreveu cinco livros.Passiva: Cinco livros forAM escritos por João.

2) Voz passiva sintética: basta somar ao verbo principal a partícula apassivadora “se”. Isso ocorre normamente quando não sabemos bem que é o sujeito, ee está indeterminado, diferentemente do item 1, acima, em que sabíamos ter sido o João quem escreveu cinco livros. Aqui, o verbo principal, que continua com a obrigatoriedade de ser transitivo direto para poder ir para a voz passiva, deve concordar com o sujeito da passiva.

Exemplo:“ComentAM-se boatos que só colaboram para piorar a situação” *********************************************O sujeto da passiva, neste exemplo, é o que vem LOGO DEPOIS, isto é, “boatos”. Se passarmos para a voz passiva analítica, teríamos: Boatos SÃO comentados, portanto, comentAM-se boatos.*********************************************

No caso do verbo TRATAR, ele é transitivo INDIRETO: quem trata trata DE algo. Assim sendo, não poderá aparecer na voz passiva!

Quando temos a construção TRATA-SE DE…, ISSO NÃO É VOZ PASSIVA (sintética)!

Repito: quando deparamos com “TRATA-SE DE…”, o que vem depois NÃO PODE SER sujeito da passiva, porque aquilo não é voz passiva. O "se" em "TRATA-SE" é chamado de índice de indeterminação do sujeito.

Ora, se a construção “Trata-se de…” não é voz passiva, não podemos concordar o verbo TRATAR com o que vem LOGO DEPOIS, porque o que vem LOGO DEPOIS NÃO É SUJEITO, veja:

Trata-se de fatores importantes para resolver a questão (“de fatores” NÃO É SUJEITO, como já sabemos - alguém, indeterminado, não sei quem, trata de fatores importantes para resolver a questão).

Page 61: Dicas Da Diplomata

Isso ocorrerá com verbos transitivos indiretos – que não podem aparecer na voz passiva, de modo que, quando aparecerem com o “se” - partícula de indeterminação do sujeito - deverão vir no SINGULAR, como aqueles exemplos clássicos da tia Teteia:

- “Precisa-se de secretárias” (alguém ou alguma empresa, sujeito indeterminado, precisa de secretárias!);

- “Necessita-se de voluntários para trabalhar na Copa do Mundo de 2014” (alguém ou alguma instituição necessita de voluntários);

É isso. Em nossa redação, quando usarmos o elegante “Trata-se de…”, o verbo “tratar” deverá estar no singular.

Vejamos o exemplo final:******************************O índice de brasileiros vivendo na extrema pobreza apresentou melhora nos últimos cinco anos, porém há, ainda, porcentagem significativa da população do país com fome ou sem ter onde morar, bem como sem acesso à escola ou à saúde de qualidade. Trata-se de preocupações de governantes e sociedade civil a serem analisadas nos próximos meses. **********************************

Ou seja, "das preocupações" não é o que está sendo tratado!!!! Nada a ver!!! Todo o contexto anterior (não tão indeterminado assim!) e que representa, é que trata de procupações.

Em suma, trata-se de ter mais atenção e não mais ficar tentado a usar “Tratam-se de” quando o que vier depois estiver no plural, sem medo de ser feliz, combinado?

Encontrei uma boa explicação em http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/voz-passiva-pronominal-e-sujeito-indeterminado-qual-o-papel-do-se-nos-dois-casos.htm

Dica de hoje, 26/5 (dia do Revendedor Lotérico): a dica de hoje refere-se a um dos mitos que costumam rondar os bastidores do preparatório ao Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD), sem fundamento. Vamos falar do pronome demonstrativo…

******TAL******

Quando damos início ao curso no Instituto Rio Branco (IRBr), uma das disciplinas que temos é produção de texto. 

Obviamente, quando se estuda no IRBr, os alunos pensam em tudo, menos nos dois, três ou quatro anos anteriores, quando passaram pelo abnegada fase preparatória para o CACD, quando nossos parentes e amigos achavam que estávamos ficando malucos de tanto estudar. Na verdade, o momento é de alívio, afinal, voltávamos a respirar.

Eu pensei diferente. Mesmo sendo parte daquele grupo de criaturas aliviadas já aprovado, sempre que possível, buscava esclarecer, com quem conhecia do assunto, o que era mito e verdade nas “regras” estabelecidas em cursinhos

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preparatórios no que concernia ao uso da norma culta da língua portuguesa, por dois motivos: eu tinha profunda curiosidade em ouvir a opinião dos professores - alguns dos quais ex-Banca - a respeito desses mitos e verdades; e, ademais, já tinha em mente, ainda que de forma incipiente, o projeto "Dicas da Diplomata", a ser implementado após alguns anos já familiarizada com a carreira, de ajudar, gratuitamente, aqueles que estivessem na luta para passar no CACD – afinal, só quem passa pela fase abnegada da preparação para este concurso específico entenderá o que precisamente eu digo. Participei de trabalhos voluntários, como quando fui ledora para cegos no Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. Insiro este meu projeto do Dicas da Diplomata na dimensão do voluntariado, entre outras.

Vamos ao que interessa...

A resposta que recebi deste professor ex-Banca foi a seguinte: não está proibido o uso do “tal”, quando em substituição aos termos ESTE, ESTA, ISTO, ESSE, ESSA, ISSO, AQUELE, AQUELA, AQUILO, desde que o substantivo que seguir o "tal" já tenha aparecido antes, só isso!

****************************************Exemplo #1 (adequado):****************************************O processo negociador da agenda de desenvolvimento pós-2015 iniciou-se nas Nações Unidas. Um dos principais desafios nas múltiplas reuniões de consulta informal ou nos eventos temáticos refere-se à definição da agenda: que temas deverão fazer parte do documento, haja vista cada país ter suas prioridades. Não poderia ser diferente. TAL processo é democrático, pois permite a ampla participação de diferentes setores da sociedade, quer governo, quer sociedade civil. ****************************************

****************************************Exemplo #2 (inadequado):****************************************As negociações da agenda de desenvolvimento pós-2015 iniciaram-se nas Nações Unidas. Um dos principais desafios nas múltiplas reuniões de consulta informal ou nos eventos temáticos refere-se à definição da agenda: que temas deverão fazer parte do documento, haja vista cada país ter suas prioridades. Não poderia ser diferente. TAL processo é democrático, pois permite a ampla participação de diferentes setores da sociedade, quer governo, quer sociedade civil.********************************

Observe que, no exemplo #1, a palavra que vem depois do TAL (processo) havia aparecido anteriormente, por isso o exemplo #1 está adequado, o que não ocorreu no exemplo #2.

Obviamente, se for usar o "tal" na sua redação, cuidado também com as repetições. Apenas UMA ocorrência em toda a redação é o suficiente, combinado?

Até a próxima dica! Bom domingo a todos! Deixo você morrendo de inveja - para mim, amanhã, aqui nos EUA, será segunda-feira de feriado – “Memorial Day” (você sabe do que se trata tal feriado?). Em outros termos, o meu domingo está com gostinho de sábado!!! 

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Dica de hoje, 27/5 (dia do Profissional Liberal): a dica de hoje chama a sua atenção para SEMPRE estar atento ao SIGNIFICADO das palavras que seleciona para integrar o texto de sua redação. Se não tiver certeza o que exatamente significa, considere escolher outra palavra.

Qual a palavra, no exemplo abaixo, que foi utilizada inapropriadamente?

*************************************************Saúde não significa ausência de doença apenas. O dilema consiste em enfrentar os desafios da erradicação da fome e da pobreza, garantir a segurança alimentar, permitindo o acesso aos medicamentos a preços acessíveis, e melhorar as condições de vida diária por meio de fornecimento de água potável e saneamento, oportunidades de emprego e proteção social. Trata-se dos denominados “determinantes sociais da saúde”, conhecidos como “a causa das causas”, que relacionam a saúde do indivíduo com as dimensões socioeconômicas e estruturais em que ele nasce, vive, cresce e envelhece.*************************************************

Se você respondeu DILEMA, acertou!*********************************O Dicionário Houaiss afirma que, em um DILEMA, ocorre a necessidade de uma ESCOLHA entre alternativas OPOSTAS "A" e "B", que resultará em uma conclusão ou consequência "C" que deriva necessariamente tanto de A quanto de B; é a necessidade de escolher entre duas saídas contraditórias e igualmente insatisfatórias.*********************************

Na filosofia (Antonio Rodrigues, nosso filósofo, por favor, corrija-me se eu estiver enganada!), o dilema moral ocorre quando “C” mencionado por Houaiss é a consequência de toda forma indesejável, mas inevitável. No livro “A escolha de Sophia”, em que a mãe deverá escolher entre sacrificar um ou outro filho, é exemplo de dilema moral. Um maquinista, conduzindo seu trem em alta velocidade, que, de repente, deve escolher entre um trilho ou outro, respectivamente com dez e um trabalhador em atividade, decide seguir o trilho com apenas um trabalhador, afinal, matar um é preferível a matar dez, entre outros exemplos (Fonte:http://lrsr1.blogspot.com/2011/03/dilemas-morais.html).Aqui nos EUA, a sociedade estadunidense vive um dilema: adotar leis mais rígidas de porte e venda de armas? Por um lado, temos a manutenção da lei atual, pela qual qualquer um pode comprar uma arma sofisticada como se comprasse um quilo de tomates, o que facilita a frequente matança de inocentes por parte de pessoas desequilibradas, como foi o caso do assassinato dos anjinhos da escola em Connecticut (transcende ao meu imaginário como uma mãe e um pai superam situação surreal como esta); por outro, leis mais rígidas implicariam a morte de pessoas igualmente inocentes que, de outra forma, poderiam estar mais bem equipadas em situações de legítima defesa. 

Ambas as opções levariam à morte de pessoas inocentes. O que decidir? Que dilema!

Voltando ao exemplo a respeito dos determinantes sociais da saúde, não há dilema expresso naquele contexto. A solução seria substituir a “O dilema” do exemplo por “A questão”, “O problema”, entre outros termos.

Por oportuno, já que recebo mensagens pessimistas, seja de internautas desta Fanpage, seja de parte de meus alunos de consultoria, de que não estão certos de que deveriam tentar/continuar tentando o CACD, por causa dos sacrifícios inerentes à preparação, digo que...

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*********************************************... decidir passar no CACD, para mim, foi um DILEMA. *********************************************

Minhas duas opções: focar, o que drenaria 24 horas de meus dias por dois, três ou quatro anos seguidos; ou decidir por concurso cujo preparatório demandasse bem menos do meu tempo e eu continuaria tendo “uma vida normal”. Em ambas, o resultado poderia ser “não passar em nada”. 

Pensando por este lado, seria racional algo menos demandante de tempo, pois, dessa forma, já que não seria aprovada em nada mesmo, pelo menos eu não teria perdido três anos de minha vida, alguns parentes e amigos não perturbariam com frases do tipo "por que você não tenta outra coisa" e afins), afinal, o caminho seria extremamente árduo, haja vista eu ter começado a estudar do zero, quando já somava mais de trinta anos de idade. A ideia de estudar mais ou menos para o CACD ou dedicar apenas parte de meu tempo estudando para outro concurso, mesmo que eu “continuasse a viver normalmente” também implicaria o alto risco de não passar em nada. 

Foi quando DECIDI partir para o tudo ou nada, claro, com prazo: até 2009 eu tentaria, depois disso, voltaria a viver. Deu certo! É que, para mim, o mais ou menos nunca funcionou: dietas, resoluções de fim de ano, malhação, fluência no árabe. Para eu atingir minhas metas, eu devo decidir no fundo da alma. O verbo DECIDIR, para mim, significa, ao mesmo tempo, todas as acepções que o Houaiss fornece: é resolver-se, é decretar, é chegar a um resultado, é estabelecer como norma. Não foi fácil viver por dois anos em Damasco, por exemplo, menos pela capital síria em si – de que sinto muita falta, cabe assinalar -, do que pela saudade que sentia do Brasil. 

A minha vida, entre 2003 e 2006 parou, é verdade, mas, hoje, entendo que, mesmo que não tivesse sido aprovada no CACD, o que aprendi na fase preparatória teria me credenciado a passar em muitos outros certames, como, de fato, ocorreu. Ainda bem que escolhi a opção mais sinérgica do meu dilema!

A DECISÃO "do fundo da alma" aplica-se para qualquer tema, para qualquer indivíduo, para qualquer concurso. 

**********************F-O-Q-U-E no seu objetivo!*********************

O resultado não poderá ser outro, senão o cumprimento da meta traçada. Por trás de qualquer situação de sucesso, tenha a mais absoluta das certezas, houve anos – muitos anos – de sacrifício. Isso é fato!

Dica final: se tiver a oportunidade de usar em sua redação a palavra DILEMA, busque uma situação em que haja a oposição de duas alternativas que poderão levar a resultado normalmente ruim, independentemente da opção escolhida. Mostre ao Examinador que você está no controle e no comando de seu texto!

Dica de hoje, 28/5 (dia Nacional da Luta pela Saúde da Mulher): tenho observado significativa incidência, nas redações de meus alunos de consultoria, da inadequação que abordarei na dica de hoje. Peço a você que evite utilizar um verbo defectivo (não é conjugado em algumas pessoas em determinados tempos verbais), apesar de sua conjugação estar publicada no Dicionário Houaiss em todas as pessoas. Refiro-me ao verbo…

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**************ADEQUAR**************

Tradicionalmente, o verbo ADEQUAR não pode ser conjugado nas pessoas em que ele aparece em sua forma rizotônica, ou seja, com a sílaba tônica no radical: 

Exemplo (evitar):O país ADEQUA (/adéqua/) suas diretrizes de politica nacional de saúde pública às recomendações da Organização Mundial de Saúde.

Observe que a sílaba tônica "-DE-" recaiu dentro do radical do verbo ADEQUAR. O verbo defectivo não aceita isso!

Não use, mesmo que o Dicionário Houaiss considere a conjugação completa do verbo ADEQUAR, em todas as pessoas. 

É tema “doutrinário”, divide a opinião dos gramáticos. Para “play safe”, não use o verbo ADEQUAR em suas formas rizotônicas. Pesquise no breviário de verbo este e outros verbos defectivos. É pegadinha que realmente pega (desculpe-me a redundância, mas não pude evitar, porque pega mesmo!) o candidato desprevinido, seja no TPS, seja na segunda fase do CACD, seja nas objetivas de demais concursos públicos e até mesmo vestibular.

Se fosse ‘O país adeqúa suas diretrizes…”, seria aceito, pois seria a forma arrizotônica, ou seja, sílaba tônica for a da raiz do verbo, mas não é assim que se conjuga. 

Para solucionar o problema, busque solução de modo que o verbo ADEQUAR permaneça no infinitivo, assim:

Reescrevendo o exemplo acima:*********************************(Preferível): O país decidiu adequar suas diretrizes de política nacional de saúde pública às recomendações da Organização Mundial de Saúde.

Fique esperto(a)! Procure adequar-se à Banca do seu concurso, não ao que este ou aquele gramático pensa!

Até a próxima dica! Boa terça-feira a todos!

Dica de hoje, 29/5 (dia do Estatístico e dia do Geógrafo): hoje é dia de dica de OURO – simples, mas, se violada, implica a perda de pontos bobos do candidato que passou o ano desvendando a tese de José Murilo de Carvalho, o pensamento da história econômica de Celso Furtado e os termos criados pelo saudoso e maior geógrafo que o Brasil já teve, Milton Santos.

Antes de falarmos da dica de OURO de hoje, aproveitarei este espaço para indicar a leitura de matéria publicada pelo Blog “Brasil no Mundo”, da Revista Exame, mantido pelo colunista Fábio Pereira Ribeiro - Sócio Diretor da Fábio Ribeiro Consultoria e Inteligência Estratégica em Negócios e Educação. A matéria lá publicada ocorreu graças a vocês, que vêm frequentando esta Fanpage diariamente (http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/brasil-no-mundo/2013/05/29/a-diplomacia-da-lingua-portuguesa-vantagem-estrategica-para-o-brasil/)

Trata-se de espaço que a Revista Exame confiou a Fábio, que, com aguçada inteligência, analisa temas da pauta internacional, entre as quais o futuro da Língua

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Portuguesa (a II Conferência do futuro de nossa língua será em outubro próximo, e, neste momento, há um evento em Sorbonne acerca da matéria).

Repito, foi graças à participação de vocês nesta Fanpage do meu projeto Dicas da Diplomata (DDD) – em menos de dois meses, ela conta com quase dois mil seguidores - Fábio entrou em contato comigo para publicar, em seu Blog, uma entrevista a respeito do futuro da Língua Portuguesa bem como do meu, digo, do nosso projeto DDD. 

Gostaria muito que você passasse por lá e comentasse algo, aqui e lá! Quero conhecer sua opinião, seja acerca do futuro de nossa língua, seja a respeito do DDD. Não progrediremos, seja em que área for, sem críticas construtivas, elogios (sinceros!) e sugestões para continuar ou mudar. Este projeto é para vocês, com muito carinho, portanto conto com a contribuição de todos. O Brasil no Mundo também deverá gostar da participação comentários de pessoas como vocês - inteligentes e determinados a dominar a variação culta de nossa língua, com estilo! Espaços como esses é a nossa oportunidade de fazer nossa voz ser ouvida, o que era mais difícil na era anterior ao advento da tecnologia da informação.

A propósito, recomendo, na verdade, visita diária ao Blog Brasil no Mundo, haja vista os temas trazidos por Fábio poderem ser temas do certame de de economia, geografia, redação, política internacional ou de tudo um pouco. Os temas ali publicados provocarão o candidato a pensar na própria opinião (sua TESE da redação) acerca do tema do dia trazido por Fábio.

Por oportuno, aproveito o gancho da última pergunta da entrevista publicada no Brasil no Mundo para solicitar a você, caso esteja interessado(a), que me encaminhe e-mail para [email protected], intitulado "PALESTRA", pelo qual me diga se estaria interessado em assistir à palestra de cerca de quatro horas de duração, que pretendo ministrar em dezembro/2013, quando de férias no Brasil. 

Gostaria de ministrar uma em cada região do país, facilitando os candidatos de cada uma das regiões a viajar para as seguintes capitais: Belém, Brasília, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro. Isso porque estarei neste circuito visitando parentes e, numa manhã, entre o meu pãozinho com manteiga, uma tapioquinha, com cafezinho na padaria da esquina (ai que saudade, vocês não estão entendendo!!!!!) e o almoço em família, eu poderia dar uma palestra sobre temas de interesse dos senhores(as), abrindo para sessão de pergunta e resposta estilo “Q&A”. Os temas passariam por estratégia de estudo, tarefas desempenhadas pelo diplomata, prós e contras da carreira, como funciona a ONU em seu bastidor, como funciona uma Embaixada, Oriente Médio e a diplomacia, entre outros de interesse dos senhores(as). Poderei, ainda, convidar algum colega da carreira para contribuir respondendo às curiosidades dos senhores e das senhoras.

O momento para planejar começa agora. Ainda estamos na fase embrionária. Continuar a ideia dependerá somente do "feedback" que receberei de vocês. Para organizar a logística, por exemplo, precisaria ter uma ideia da quantidade de pessoas interessadas, e, com base nesta informação, fazer cotação nos hotéis daquelas capitais. O custo de participação para cada um será apenas para cobrir o aluguel da sala, coffee-break e o serviço do evento (som, projetor etc.) no hotel escolhido. *************************

Vamos à dica de OURO:

***********************TRANSLINEAÇÃO***********************Você sabe de que se trata?

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***********************É “ato de passar de uma linha para a outra, na escrita ou na impressão, ficando parte da palavra na linha superior e o resto na de baixo (algumas vezes, na de cima)" (Dicionário Houaiss).

Você deve estar se perguntando: “definitivamente, hoje, essa Claudia ficou maluca de vez! Como assim devemos aprender a separar sílabas?????”Será que ela acha que está falando com alunos do Ensino Fundamental????”

Calma, pessoal! A dica de hoje resulta de mais um trauma. Sei que você sabe separar sílaba, separar dígrafos como “-rr-“, “-ss-“ etc. 

Refiro-me a outros dois aspectos da translineação que eu violei na minha prova e, na fase recursal da redação do CACD, vi o problema. Era "too late". Vejamos…

***************1 - O tracinho (hífen) que separa a sílaba, lá no final da linha, deve se posicionar AO LADINHO DA QUEBRA, nem em cima, nem embaixo***************Ao colocar o tracinho em cima, ficou parecendo para a Banca que eu estava acentuando a palavra e, ademais, a translineação tinha ficado sem o hífen!!! Penalizada por forma!!!! Que ódio!!!!****************************

**********************2 – a sílaba que ficou na linha da quebra era apenas uma vogal – aconteceu com meu amigo, foi descontado ponto, mas não lembro exatamente de quê. Se a palavra “acrescenta” não couber no final, por favor, NÃO separe assim:*******************(inadequado)linha 11: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx a-linha 12: crescentar yyyyyyyyyyyyyyyy*******************

(adequado)Opte por apertar mais uma sílaba, assim:

linha 11: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx acres-linha 12: centar yyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy

ou, ainda, por escrever toda a palavra na linha seguinte, assim:

linha 11: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxlinha 12: acrescentar yyyyyyyyyyyyyyyy

***********************

Outra dica que ainda dialoga com este tema de hoje é que você busque ocupar TODA a linha, até o finalzinho, não deixando aquele espaço enorme em branco em uma linha e, em outra, indo até o final. Isso não pode!

Ademais, faça margem de parágrafo bem definida e uma na direção da outra. A estética visual conta, aliás, a falta de estética visual desconta.

Dica de hoje, 30/5 (dia do Decorador e dia do Geólogo): a dica de hoje é do grupo das mais simples, porém incomoda bastante por não sabermos exatamente como

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proceder. Sinto-me à vontade com a dica de hoje, porque o tema se relaciona com minha formação acadêmica primeira, Matemática. Vamos abordar…

********************….como apresentar um número em sua redação: por extenso ou na forma de algarismo?********************

Posto que na facudade de Matemática a gente mal lida com números, e, sim, letras gregas (quando chegava atrasada às aulas de Análise Matemática, na UFRJ, dava medo olhar para o quadro, e, às vezes, achava que eu tinha entrado na sala da Faculdade de Letras!), falar em números sempre nos faz lembrar da matemática!

************************************A regra é muito simples, para já colocar em prática em suas próximas redações de concurso, CACD incluidíssimo!************************************SE CONSEGUIR PRONUNCIAR O NÚMERO COM APENAS UMA PALAVRA, ESCREVA POR EXTENSO; DUAS OU MAIS PALAVRAS, APRESENTE NA FORMA DE ALGARISMOS.************************************

Vamos aos exemplos:

a. Os Estados membros das Nações Unidas adotaram cinco resoluções nos últimos três anos em matéria de promoção da igualdade de gênero.

b. Os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio contribuíram para a diminuição de mazelas sociais presentes nos países em desenvolvimento.

c. Em 2015, a ONU completará setenta anos de existência.

d. O índice médio global de morte de crianças abaixo dos cinco anos de idade, medida internacionalmente conhecida como “under-five mortality rate" (U5MR), declinou em onze porcento, passando de 93 mortes no início dos anos 1990, para 83 a cada mil nascimentos em 2000. Outra estatística surpreendente revelou que sessenta países atingiram a ambiciosa meta de reduzir em um terço seu U5MR. No Brasil, morrem 38 crianças menores que cinco anos de idade a cada mil nascimentos.

(Fonte da informação contida no exemplo "d", acima: sítio eletrônico, em língua inglesa, do Unicef. Dica paralela, de bônus: é muito importante conhecer estatísticas como esta e suas fontes, pois sua citação em textos de redação é uma técnica argumentativa por excelência. Faça glossários temáticos com índices importantes, comparando Brasil x mundo).

A propósito, sempre que escrever o ano, utilizar os quatro algarismos! 

Cabe assinalar, por fim, que a regra do Jornalismo poderá ser outra, com cada veículo de comunicação seguindo seu próprio Manual de Redação. Isso porque há elementos relevantes para esta área, como economia de espaço, legibilidade visual e afins. Creio que, majoritariamente, as Redações (digo, o escritório de empresas de comunicação, não redações de concurso!) adotam o critério de, até o número nove, escrever por extenso e, acima disso, apresentar algarismos.

Dica de hoje, 31/5 (dia da Aeromoça, dia do Comissário de Bordo, dia Mundial do Combate ao Fumo): a dica de hoje é rápida e simples: evite usar, em sua redação, o 

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***********************PRESENTE HISTÓRICO***********************

O que é o presente histórico?

O presente histórico ocorre quando usamos o tempo verbal presente para fazermos referência a fato ocorrido no passado.

O recurso ao presente histórico objetiva dar realce e vivacidade à narração, trazendo o fato ocorrido no passado para a atualidade.

Parece bonito, mas não contribui decisivamente com a consistência argumentativa ou a progressão temática de seu texto. As Bancas, em geral, não toleram o uso do presente histórico. Evite na sua redação de concurso, CACD incluidíssimo.

******************Exemplo #1 (evitar):******************Em 1945, cinquenta Estados, entre os quais o Brasil, CRIAM a Organização das Nações Unidas (ONU), o maior organismos multiateral em funcionamento na atualidade, com 193 países.

*******************Exemplo #2 (preferir; a Banca agradecerá!):*******************Em 1945, cinquenta Estados, entre os quais o Brasil, CRIARAM a Organização das Nações Unidas (ONU), o maior organismos multiateral em funcionamento na atualidade, com 193 países.*******************

O Dicionário Houaiss descreve assim o presente histórico: “uso especial do tempo presente dos verbos para narrar um acontecimento que se deu no passado; p.ex.: Era setembro de 1822. D. Pedro viaja com sua guarda para o Rio de Janeiro; às margens do riacho Ipiranga é interceptado por emissários do rei de Portugal [É muito us. em narrativas literárias e dá mais vivacidade e atualidade ao texto.]”.

Observe a mistura de tempo verbal no exemplo citado por Houais: “ERA, VIAJA, É”.E-V-I-T-E essa salada de tempo verbal em sua redação. Se o fato ocorreu no passado, escolha um tempo pretérito adequado para seu verbo, combinado?

Celso Cunha e Lindley Cintra, em “Nova Gramática do Português Contemporâneo”, associam o presente histórico aos “valores afetivos”, próprios da LINGUAGEM COLOQUIAL!!!

Ficamos combinados assim: se o fato ocorreu no passado, recente ou remoto, opte por tempo verbal pretérito. Prometa-me que se lembrará da dica de hoje para sempre, até mesmo quando estivermos trabalhando juntos! No Itamaraty, ao relatarmos determinada reunião ou rodada de negociação para Brasília, verbos no pretérito.

Dica de hoje, 1/6 (dia Nacional da Imprensa): a dica de hoje é, novamente, rápida e simples: veremos que pontuação deverá ter seu texto de redação em relação à

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palavrinha… 

*****SIM *****

Resposta***************************⇒ SEMPRE ENTRE VÍRGULAS!!!!***************************

Mais fácil, impossível!

Refiro-me àquelas ocorrências adversativas como

****************“…mas, sim, …” ****************

ou, ainda, 

****************“…e, sim, …****************

Exemplo #1****************Os países detentores de armas nucleares não deveriam modernizá-las, mas, sim, reduzir sua quantidade.****************

Exemplo #2****************O objetivo da criação da ONU-Mulheres, em 2010, não visou a fortalecer o movimento feminista, e, sim, aumentar a liderança e a participação das mulheres na sociedade, eliminar a violência contra mulheres e meninas e promover a igualdade de gênero no planejamento e no orçamento de desenvolvimento nacional.****************

Observações:

1. um dos melhores professores no Rio de Janeiro, na minha opinião, que prepara há muitos anos candidatos ao Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD), de quem fui aluna – após aguardar por quase um ano na fila de espera –, disse-me, em um de nossos encontros, que preferia “e, sim” a “mas, sim”. Isso porque a estrutura “mas, sim,” poderia ser entendida pela Banca como redundância no lugar da ênfase a que se presta, pois a adversidade já estaria contida na conjunção “mas”, não mais necessitando da partícula “sim”. Não é o caso de “e, sim,”, uma vez que a conjunção “e” passa a ideia primeira de adição; e

2. recordando a dica de 8/5, note, no exemplo 2, que a listagem de verbos no infinitivo obedeceu à ordem alfabética (aumentar/eliminar/promover)!

Dica de hoje, 2/6 (sem efeméride): hoje é o primeiro domingo do mês, dia de lançar o "desafio de junho"! A resposta seguirá amanhã! Ready?

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***********************Por que a Banca de Português penalizaria o candidato que escrevesse, em sua redação, o trecho que elaborei abaixo?***********************A guerra é a continuação da política por outros meios”. A frase do general prussiano Carl Von Clausewitz, que viveu no século XIX, é a mais citada ao se pensar nos ensinamentos deixados por Clausewitz em seu clássico tratado “Da Guerra”. Na obra, o estrategista militar da extinta Prússia pensa a guerra à luz da política. Estudos que sustentam ter sido a fratricida Guerra Mundial, ocorrida de 1939 a 1945, prolongamento da política dos governantes dos Estados europeus de então, por exemplo, são comuns entre os analistas de política internacional contemporâneos. Nesse sentido, concluem que a fundação da Organização das Nações Unidas cumpriu a tarefa de permitir que a política continuasse por outros meios: não os beligerantes, mas os diplomáticos.*************************

**************"DISCLAIMER"**************Por favor, não “viaje”! Não leia “Da Guerra” de hoje para amanhã! Não me questione acerca do pensamento de Clausewitz, seus críticos e apoiadores! Please! Não, nada disso, não é o espaço. Mesmo porque, para debater o tema com você – o que eu adoraria fazer –, eu precisaria encontrar, em minha biblioteca, meus ficahmentos acerca de Clausewitz, o que meus professores de história pensavam por ocasião de meu preparatório ao CACD, etc.. Como sabem, tempo me falta, meus caros. Sei que você está afiado no tema, enquanto eu não leio a respeito disso faz, pelo menos, sete anos; no entanto, fique à vontade caso queira expressar seus comentários acerca do tema – será um prazer ler o que você pensa, muito me agregará conhecimento. A temática muito atrai o diplomata, sobretudo na atualidade, em que os conflitos se realizam entre atores não estatais.

Meu ponto é mais simples do que você imagina, embora, se violado, a Banca não terá qualquer dó nem piedade de descontar pontos significativos de sua prova de PORTUGUÊS, mesmo que você seja um especialista em Clausewitz, creia-me, independentemente de você estar prestando exame para concurso de Ensino Médio, vestibular incluído, passando pelos concursos de Ensino Superior, CACD e Magistratura incluidíssimos. No caso do CACD, a dica também aplica-se para resumos.**************

Depois desse longo “disclaimer”, acho que ficou fácil encontrar o problema! Seja como for, amanhã veremos. Uma dica: não se refere a nenhum dos temas já tratados aqui nesta Fanpage.

Caso queira tentar me dizer qual o problema, até mesmo responder o que pensou, falar de Clausewitz e acerca de sua obra, pode usar os três meios disponíveis (o espaço de comentários abaixo deste post, caso em que todos lerão e poderão se engajar em discussões, ou mensagem privada encaminhada para esta Fanpage ou correio eletrônico para [email protected], intitulando seu email assim: “Desafio de junho”) - mas não responderei individualmente: apenas curtirei ou poderei, ainda, comentar algo no post de amanhã.

É isso! Bom domingo a todos! Sem brigas! Sejam políticos, negociando até o final antes de partirem para guerra com seus entes os mais queridos!!!

Dica de hoje, 3/6 (sem efeméride): CURIOSOS para saber a resposta do desafio de ontem, referente ao mês de junho? estou me sentindo a Sherazade, hahaha!

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Primeiramete, gostaria de agradecer a todos que participaram com comentários públicos e mensagens privadas. Lamento informar que ninguém detectou o ponto da dica, não obstante algumas observações serem pertinentes. Gostei muito do comentário do internauta Dwan, que desconfiou ser a resposta um pouco mais complexa do que os comentários até então publicados. No meu “post” de amanhã, comentarei as opiniões recebidas a respeito do desafio, combinado?

A inadequação referiu-se à decisão equivocada acerca de uma das informações fornecidas naquele trecho, se seria uma informação…

***********************…EXPLICATIVA ou RESTRITIVA.***********************

Quem abordou o tema a respeito das orações adjetivas explicativas chegou perto, porém não detectou exatamente onde estava o problema. 

Isso mostra que, até mesmo, aqueles que conhecem bem as diferenças inerentes às estruturas explicativas e restritivas não conseguiram indicar a inadequação, o que é grave. 

É por isso que digo: a elegância e o estilo exacerbados, as pausas por vírgulas e as intercalações incluídas, JAMAIS poderão ter precedência em relação às regras que influenciarão decisivamente a essência da mensagem a ser transmitida. Se uma ideia acessória for apresentada como essencial e vice-versa, você será seriamente penalizado pela Banca. O contexto deixará claro para a Banca quando é um caso e outro.

***********************Antes de usar intercalação, entre vírgulas, que faz referência ao substantivo imediatamente anterior, atenção: pergunte-se se a informação a ser intercalada é ACESSÓRIA ou ESSENCIAL a sua argumentação. ***********************

>Se for acessória: é uma EXPLICAÇÃO, portanto ENTRE vírgulas!

> Se for essencial: é uma RESTRIÇÃO, portanto SEM vírgulas!

A Banca estará EXTREMAMENTE atenta para como você apresenta suas ideias explicativas e restritivas, a depender do teor de sua argumentação. Não basta escrever bonitinho; você deve dominar as ferramentas de que faz uso ao argumentar. 

Vamos entender direitinho…

Primeiramente, recordemos a I-D-E-I-A de EXPLICAÇÃO e RESTRIÇÃO.

Veja os dois exemplos a seguir, bem simples, ambos gramaticalmente corretos, e tente pensar qual a diferença DE SENTIDO entre um e outro:

Exemplo #1***********************Os bares de Maceió, que colocam as mesas na calçada, serão multados.**********************

Exemplo #2 ***********************Os bares de Maceió que colocam as mesas na calçada serão multados.***********************

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Releia os dois exemplos acima e pense qual a diferença DE SENTIDO entre eles.

Resposta***********************No exemplo #1, temos que TODOS os bares de Maceió, sem exceção, colocam suas mesas na calçada. TODOS serão multados. A oração “que colocam as mesas na calçada” tem valor EXPLICATIVO. 

Quem me garantiu isso? AS VÍRGULAS!!!! 

A oração intercalada tem apenas valor explicativo, é acessória, isto é, se retirada, não influenciará em nada o sentido essencial da mensagem que se tenta transmitir, a de que TODOS os bares de Maceió serão multados, assim:“Os bares de Maceió serão multados”. 

Claro que, ao longo da continuação da notícia, em algum momento, seria indicado o motivo por que eles seriam multados – pelo fato de colocarem suas mesas na calçada. Observe que não é isso que discuto aqui, e, sim, a mensagem a respeito se só alguns ou se TODOS serão multados.***********************No exemplo #2, NEM TODOS os bares de Maceió colocam suas mesas na calçada. NEM TODOS serão multados. O universo de bares a serem multados está restrito aos que colocam suas mesas na calçada. Apenas serão multados os que colocam suas mesas na calçada. Por isso decidi não colocar a informação entre vírgulas. Se a oração for retirada do período, passaremos informação errada para o leitor ou, no mínimo, deixará dúvida na cabeça do leitor. No caso do exemplo #2, a oração “que colocam as mesas na calçada” tem valor RESTRITIVO, devendo, portanto, vir sem vírgulas.***********************

O QUE DECIDIR? Não sei, vai depender da REALIDADE! 

TODOS OS BARES DE MACEIÓ COLOCAM SUAS MESAS NA CALÇADA? NÃO SEI. Foi um exemplo hipotético. Só a realidade será capaz de indicar para a Banca qual escolha foi a mais feliz. Neste caso, o jornalista faria dua apuração e, se concluísse que todos os bares colocam as mesas na calçada, optaria pela explicativa, com vírgulas; mas se verificasse que alguns bares só ocupam a área interna do estabelecimento, deveria restringir, portanto, não usar as vírgulas.

**********************Regra de OURO**********************1-EXPLICAÇÃO- é uma informação ACESSÓRIA relacionada ao substantivo imediatamente anterior; - tal informação pode, até mesmo, ser omitida, que não afetará em nada o entendimento pleno da mensagem que se pretende transmitir; - deve vir ENTRE VÍRGULAS.***********************2- RESTRITIÇÃO- é uma informação ESSENCIAL relacionada ao substantivo imediatamente anterior; - tal informação não pode ser omitida, pois afetará o entendimento pleno da mensagem que se pretende transmitir; - deve vir SEM VÍRGULAS.***********************

RESUMINDO:EXPLICAÇÃO? Colocar as vírgulas!

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RESTRIÇÃO? Não colocar as vírgulas!

O perigo está no fato de que ambos os casos, com ou sem vírgulas, a gramática estará perfeita, enganando o candidato, mas nunca a Banca. A Banca estará BASTANTE atenta para o CONTEÚDO da mensagem que você tenta transmitir. Se você estiver restringindo uma determinada informação e colocar essa restrição entre vírgulas, um abraço apertado, meu querido e minha querida, você será penalizado com pontos significativos, mesmo dominando todo o conteúdo programático de todas as matérias do CACD!

Outro exemplo simples:Quando o Brasil venceu a Copa do Mundo, de 2002, a cidade do Rio de Janeiro ficou congestionada por ocasião da chegada da Seleção brasileira na cidade.

Pergunto: o termo “de 2002”, na sua opinião é explicativo ou restritivo”? É acessório ou essencial? Pode ser omitido ou é fundamental para o entendimento?

Claro que é essencial! Claro que é restritivo, afinal, o Brasil já ganhou cinco vezes uma Copa do Mundo! Do jeito que está não reflete a realidade, pois eu coloquei a informaçào ESSENCIAL “de 2002” entre vírgulas, com valor explicativo, acessório, quando, na verdade, tem valor RESTRITIVO, é ESSENCIAL ao entendimento pleno do texto. Do jeito que está, entre vírgulas, explicativa, é acessório, poderia ser retirada. Vamos retirar e ver o que acontece:

(jogando fora o “de 2002”…)“Quando o Brasil venceu a Copa do Mundo, a cidade do Rio de Janeiro ficou congestionada por ocasião da chegada da Seleção brasileira na cidade”.

Qual a pergunta que o leitor fará? “Que Copa do Mundo? Em 1958? Em 1994? Em 2002? Ficou com sentido obscuro, embora a frase estivesse gramaticalmente correta, percebeu a sutileza? 

Consertando…Quando o Brasil venceu a Copa do Mundo de 2002, a cidade do Rio de Janeiro ficou congestionada por ocasião da chegada da Seleção brasileira na cidade”.

OBSERVAÇÕES

1 - O termo “de 2002” poderia ser lido como uma oração adjetiva “que ocorreu em 2002”, caso isso facilite seu entendimento.

2 - A vírgula após 2002, neste caso, em nada se relaciona com o que estamos discutindo aqui, pois ela apenas marca a antecipação do advérbio de tempo oracional “Quando o Brasil venceu…”, sendo, portanto, denominada por alguns professores de “vírgula de acréscimo”.

Antes de analisarmos o trecho de ontem, vejamos o que Celso Cunha e Lindley Cintra ensinam em “Nova Gramática de Português Contemporâneo”, na seção a respeito dos “SINAIS QUE MARCAM SOBRETUDO A PAUSA – a vírgula”:

“Como sabemos, as orações subordinadas adjetivas classificam-se em RESTRITIVAS e EXPLICATIVAS. 

As restritivas, necessárias ao sentido da frase, ligam-se a um substantivo (ou pronome) antecedente sem pausa, razão por que dele não se separam, na escrita, por vírgula. Já as EXPLICATIVAS, denotadoras de uma qualidade acessória do antecedente – e portanto, dispensáveis ao sentido essencial da frase –, separam-se dele por uma pausa, indicada na escrita por VÍRGULA”.

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Chegou o momento esperado! Transcrevo, a seguir, o trecho de ontem.***********************“A guerra é a continuação da política por outros meios”. A frase do general prussiano Carl Von Clausewitz, que viveu no século XIX, é a mais citada ao se pensar nos ensinamentos deixados por Clausewitz em seu clássico tratado “Da Guerra”. Na obra, o estrategista militar da extinta Prússia pensa a guerra à luz da política. Estudos que sustentam ter sido a fratricida Guerra Mundial, ocorrida de 1939 a 1945, prolongamento da política dos governantes dos Estados europeus de então, por exemplo, são comuns entre os analistas de política internacional contemporâneos. Nesse sentido, concluem que a fundação da Organização das Nações Unidas cumpriu a tarefa de permitir que a política continuasse por outros meios: não os beligerantes, mas os diplomáticos.*************************

Observe que, ao mencionarmos o evento “fratricida Guerra Mundial”, temos aqui duas possibilidades, com base na realidade: a de 1914 a 1918 e a de 1939 a 1945. É caso análogo ao exemplo, mais acima, a respeito das Copas do Mundo em que o Brasil foi vitorioso. 

Colocar aquela oração adjetiva reduzida de particípio “ocorrida de 1939 a 1945” entre vírgulas foi uma escolha infeliz, porque deu a ela um caráter ACESSÓRIO, EXPLICATIVO, quando, na verdade, era essencial, restritivo. Você indicou à Banca que aquela informação, se retirada do texto, não influenciaria seriamente o entendimento da mensagem que você tentava a ela transmitir, quando, na verdade, seria um problema seriíssimo, pois deixaria seu texto ambíguo pelo fato de termos duas “fratricidas Guerras Mundiais”. Vamos retirar a oração que estava como explicativa, assim:

“(…) Estudos que sustentam ter sido a fratricida Guerra Mundial prolongamento da política dos governantes dos Estados europeus de então, por exemplo, são comuns entre os analistas de política internacional contemporâneos”.

A Banca perguntaria: a que Guerra Mundial este candidato se refere???? Não estaria claro se você se referia à Grande Guerra, hoje conhecida como a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ou à Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Para resolver o problema, teríamos duas soluções: 

- Solução 1: retirar as vírgulas; “(…) Estudos que sustentam ter sido a fratricida Guerra Mundial ocorrida de 1939 a 1945 prolongamento da política dos governantes dos Estados europeus de então, por exemplo, são comuns entre os analistas de política internacional contemporâneos”.(Observe que, nesta solução 1, a oração “ocorrida de 1939 a 1945” tem valor restritivo, é essencial ao entendimento da mensagem, portanto não pode vir entre vírgulas.

ou

- Solução 2: manter as vírgulas, ao mesmo tempo em que substituiria “a fratricida Guerra Mundial” por “a fratricida Segunda Guerra Mundial”. Neste caso específico, a manutenção das vírgulas seria obrigatória!“(…) Estudos que sustentam ter sido a fratricida Segunda Guerra Mundial, ocorrida de 1939 a 1945, prolongamento da política dos governantes dos Estados europeus de então, por exemplo, são comuns entre os analistas de política internacional contemporâneos”.(Observe que, nesta solução 2, poderíamos jogar for a no lixo a oração “ocorrida de 1939 a 1945”, de valor puramente explicativo, porque em nada acrescenta ao

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entendimento da mensagem, haja vista termos definido exatamente a guerra que queríamos ao incluirmos a palavra “Segunda”.

Reafirmo aqui: o equívoco de passar uma ideia explicativa como restritiva e vice-versa, embora gramaticalmente sem qualquer problema, é gravíssimo, penalizando o candidato em pontos significativos. Busque detectar esta inadequação, muito comum em textos de redação e jornalisticos, nas suas leituras diárias. 

Dica de platina: nos textos da prova de Português das provas objetivas, TPS incluidíssimo, o CESPE adora questões de inferências e interpretações com base no entendimento restritivo e explicativo de determinada informação fornecida pelo autor do texto sendo interpretado pelo candidato. Fique ligado! A vírgula será sua aliada nessa análise.

Dica de hoje, 4/6 (dia Mundial contra a Agressão Infantil e dia do Engenheiro Agrimensor): como prometido, hoje comentarei os comentários (comentarei os comentários ninguém merece, ficou horrível, né?)

Ah! Ao finalzinho deste post, deixo uma pergunta para você ir pensando...

Relembrando o trecho original de 2/6, no qual os senhores e as senhoras se basearam para comentar:***********************A guerra é a continuação da política por outros meios”. A frase do general prussiano Carl Von Clausewitz, que viveu no século XIX, é a mais citada ao se pensar nos ensinamentos deixados por Clausewitz em seu clássico tratado “Da Guerra”. Na obra, o estrategista militar da extinta Prússia pensa a guerra à luz da política. Estudos que sustentam ter sido a fratricida Guerra Mundial, ocorrida de 1939 a 1945, prolongamento da política dos governantes dos Estados europeus de então, por exemplo, são comuns entre os analistas de política internacional contemporâneos. Nesse sentido, concluem que a fundação da Organização das Nações Unidas cumpriu a tarefa de permitir que a política continuasse por outros meios: não os beligerantes, mas os diplomáticos.*************************

Comentarei cada uma:

*************************Giselle Assafin Vieira Seria - "Na obra, o estrategista militar da extinta Prússia pensou a guerra à luz da política"?*************************Não, Giselle, não vi problema nesta estrutura. A que exatamente você se refere?

*************************Diogenes Vieira - sujeito de " concluem" é " estudos" ou "analistas" ?*************************Xiiii! Não sei! Ambos dariam. Escolheria analistas, autores da conclusão. Idealmente, deveríamos pensar em alguma alternativa para quebrar essa ambiguidade. Obrigada Diógenes!

*************************Victória Régia - Penso que a inadequação pode estar ou na repetição do nome Clausewitz na mesma frase ou no uso de "por exemplo" para exemplificar não sei o que.*************************Victória, não vejo problema em repetir o último nome de uma personalidade citada, ainda que no mesmo parágrafo, só por uma vez. Por exemplo:

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O que poderíamos melhorar, isso sim, daria maior elegância ao texto, seria usar um sinônimo para a segunda ocorrência da palavra “Clausewitz” e, no período seguinte, em vez de “o estrategista militar da extinta Prússia”, usaríamos Clausewitz, assim:

A guerra é a continuação da política por outros meios”. A frase do general prussiano Carl Von Clausewitz, que viveu no século XIX, é a mais citada ao se pensar nos ensinamentos deixados pelo estrategista militar da extinta Prússia em seu clássico tratado “Da Guerra”. Na obra, Clausewitz pensa a guerra à luz da política”.

*************************Luiza Amorim - Separação de sujeito e verbo, várias vezes, por meio de explicativas.*************************Luiza e curtidores da Luiza, seu comentário é bastante interessante. Quando o candidato tem a mania de intercalar informações o tempo todo, corre o risco, sim, de separar sujeito de verbo. No caso em tela, não houve separação de sujeito e verbo. Tente acompanhar cada vírgula colocada e encontrar seu “par”, nos casos da intercalações. Quando a vírgula apareceu sozinha, como logo depois de “Na obra, …” e “Nesse sentido, …”, foi separação de termos da frase, vírgula de acréscimo.

*************************Dwan Garcez de Oliveira - Não vi nenhuma separação de sujeito e verbo. O uso de orações adjetivas explicativas não separa, mas complementa, espande, a ideia do termo antecedente.*************************Dwan, perfeito!

*************************Radegondes da Silva - Creio que o erro está na repetição de palavras. No mesmo parágrafo "Clausewitz" é escrito duas vezes. Assim como a palavra "guerra", usada em vários momentos. Obrigada pelo teste, muito legal!;)*************************Radegondes, quanto à repetição de “Clausewitz”, veja o que expliquei acima para a Luiza Amorim. Quanto às várias ocorrências da palavra “guerra”, cuidado: não generalize uma regra de ouro, qual seja, evitar repetiçõs, para todos os casos. Você está certa quando fala que não devemos repetir termos, pois demonstra à Banca POBREZA VOCABULAR. Devemos buscar sinônimos. No caso em tela, o processo de repetição justificou-se porque “guerra” era o tema central tratado pelo parágrafo. Ademais, as ocorrências detectadas do termo foram de naturezas distintas: citação da frase já famosa, “A guerra é a continuação da política por outros meios”; título da obra, “Da guerra”; objeto do pensamento de Clausewitz, “pensou a guerra à luz…”; e nome de evento da História, “Guerra Mundial”. Claro está que, se fôssemos buscar sinônimos, seria apenas para substituir as ocorrências em que a palavra “guerra” fizesse referência ao objeto de estudo, jamais à citação famosa, à obra ou ao evento da História.

*************************Guilherme Esmanhotto - "à luz da", linguagem conotativa? *************************Guilherme, de fato, devemos evitar conotações, entretanto a locução “à luz” está dicionarizada. Veja o que está no Dicionário Houaiss na entrada “luz”, parte de “locuções” (observe que Houaiss NÃO usa a abreviação “fig.” referente a sentido figurado):

"à l. de segundo o critério, o ponto de vista, as normas, os princípios, as leis de (p.ex., da ciência, das artes etc.)"

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Ademais, a expressão é usada nos documentos do Itamaraty por grande parte dos diplomatas, em especial pelos Embaixadores conhecidos por escreverem muito bem.Admito que não tenho parecer expresso de meus professores por ocasião de meu preparatório ao CACD, e, por isso, não poderei falar enfaticamente se a Banca o penalizaria ou não. Eu usaria o termo, sem medo de ser feliz. Eu duvido que a Banca descontaria ponto no uso deste termo se ela estiver hipnotizada com sua progressão temática e consistência argumentativa inteligente. Não podemos ser escravos de preciosismos desta natureza. É “too much”. As lendas são muitas, o que acho ser o caso das orientações no sentido de não se usar “à luz de” nas provas do CACD. 

*************************Fillipe Moreno de Mello - A colocação do "por exemplo"*************************Filipe, podemos usar “por exemplo”, não há qualquer problema. A inadequação ocorre quando usamos esta expressão juntamente com a palavra “como”, assim: “….como, por exemplo, ….”, pois trata-se de redundância. Escolha ou um ou outro, ou somente “como” ou somente “por exemplo”, ok? Eu optaria por usar 

*************************Dwan Garcez de Oliveira Isso que isso está mais para "mito". Se bem usado, acredito que não teria problema. *************************Dwan, concordo com você!

*************************Ana Escaleira - não os beligerantes, mas, SIM, os diplomáticos.*************************Ana, o “sim” que você sugere, apenas acrescentaria uma ênfase. Cuidado que “…mas, sim, …” poderá passar a ideia de redundância para a Banca. Prefira, neste caso, usar “…e, sim, …” (favor ler minha dica de 1º/6). 

*************************Licht Freiheit - Seria uma virgula entre "politica" e "por outros meios"?*************************Licht, a vírgula nesta posição que você sugere não se justificaria. 

*************************Antonio Rodrigues Campanha Claudia, vou aproveitar o seu bom humor marcante hoje e dar a opinião de que repetir o nome do chefe do Estado Maior do Kaiser Guilherme II (é isso?) foi o desize no texto. Percebe-se algo de relapso até nisso. No mais o texto engana a torcida. Ah, vou preparar umas teses sobre o general então e te mandar. A propósito, pode-se colocar uma piada elucidativa aqui distingue militar e diplomata? Tem caráter familiar cristão, não se preocupe.*************************Antonio, por favor, veja o que falei para a Luiza Amorim. Aguardo a piada.

*************************Uma mensagem que recebi no âmbito provado fez referência ao fato de eu colocar nome de obras entre aspas, quando o CACD exige que sublinhemos. É que a postagem de publicações no Facebook não permite qualquer foratação, como itálicos, negritos e sublinhados. Por isso uso as aspas e, às vezes, tudo maiúsculo, visando ao destaque do termo estudado.*************************

Pessoal,para fixar ainda mais a ideia de explicação “versus” restrição, informo que a achei

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muito interessante os exemplos citados pelo professor Sergio Nogueira quando ele ensinou o uso da vírgula na seção “Dúvida dos leitores” (disponível emhttp://g1.globo.com/platb/portugues/2011/05/. Ele ensina, sem usar os termos “explicação” ou “restrição”, quando deveríamos isolar o nome de uma pessoa. Ao analisarmos os exemplos por ele citados, trata-se exatamente disso: decidir se estaremos explicando ou restringindo! A decisão pela intercalação de um trecho entre vírgulas deverá ser feita com base no julgamento do autor se a informação intercalada é acessória ou essenncial, explicativa ou restritiva. (a informação dos exemplos é antiga porque foi publicada em outro momento de nossa realidade). Veja:

(GRUPO DE EXPLICATIVAS)- “O governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, declarou…”(Claudia falando: só há um governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral aqui é termo acessório; retirá-lo não afetará em nada o entendimento da mensagem).- “O atual técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, disse… (Claudia falando: só há um técnico da seleção brasileira, Mano Menezes; aqui é termo acessório; retirá-lo não afetará em nada o entendimento da mensagem).- “O síndico do edifício assaltado, o aposentado Jarbas de Sousa, afirmou…” (Claudia falando: só há um síndico do edifício assaltado, Jarbas de Sousa; aqui é termo acessório; retirá-lo não afetará em nada o entendimento da mensagem).

(GRUPO DE RESTRITIVAS, sem vírgulas)- “O governador Sérgio Cabral declarou…”(Claudia falando: há 27 governadores em todo o Brasil! O termo “Sergio Cabral”, aqui, é essencial, pois identifica qual dos 27 governadores o autor queria).

- “O ex-técnico da seleção brasileira Telê Santana disse…” (Claudia falando: há quinhentos mil ex-técnicos da seleção brasileira! “Telê Santana”, aqui, é termo essencial!)

- “O general da reserva Astolfo Antunes afirmou…” (Claudia falando: há diversos generais da reserva! “Astolfo Antunes”, aqui, é termo essencial!)

É isso! A participação de vocês deu um colorido todo especial ao desafio de junho!

*************************Deixo aqui uma pergunta para você já ir pensando, ainda no âmbito das explicativas e restritivas: quando usar parênteses, vírgulas e travessões? Tanto faz? Posso usar todos esses sinais na redação do CACD? Amanhã falaremos disso. Comecem suas apostas, se quiserem! Lerei todos os comentários, mas não poderei responder, por falta de tempo, apenas comentar algo, se for o caso, quando preparar a dica de amanhã.*************************

Dica de hoje, 5/6 (dia Mundial da Ecologia e dia do Meio Ambiente): a dica de hoje estava na minha lista de dicas desde que iniciei este projeto do DDD, mas só publicaria quando o internauta que me acompanha estivesse supercraque na diferenciação entre explicativas e restritivas. É chegado o momento para, definitivamente, você ficar seguro quando tiver de intercalar EXPLICATIVAS utilizando, para isso, …

*********************************…parênteses, vírgulas ou travessões.*********************************

A regra que NÃO existe: pelamordedeus – tenho certeza do que falo –, é lenda o

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comentário em bastidor de cusinhos que diz que a Banca não gosta de um ou outro, que se usar travessão você será crucificado! Nada disso! É que algum dia, algum candidato, no momento do recurso de redação, deve ter sido penalizado pelo uso inadequado do travessão e, com base nisso, o boato se espalhou. Generalizar que não se pode usar é, no mínimo, tentativa do orientador evitar polêmicas com a Banca. Seu orientador, se conservador (desculpe-me o eco “-dor”, a ser sempre evitado na sua redação!), aconselhará seu orientando que somente faça uso das vírgulas no momento de intercalar termo explicativo. Não deveria ser assim, porque essa seria a solução mais fácil, de baixo risco. 

Por que baixo risco? Porque a escolha em usar os parênteses, as vírgulas ou os travessões demandará do candidato aguçado poder de análise, haja vista a regra de uso destes sinais depender da ARGUMENTAÇÃO, do contexto. Advém daí o motivo do receio do seu orientador presencial. 

Observe a lista que coloquei entre as linhas de asteriscos, mais acima: “parênteses, vírgulas ou travessões”. Você deve estar pensando: a Claudia violou a própria dica do dia 8/5, quando afirmou que uma listagem deveria ser apresentada em ordem alfabética.

Saiba que não violei não! Usei outro critério para listar como listei os três elementos objetos da dica de hoje: o critério que usei foi o HIERÁRQUICO. 

É que a informação colocada entre parênteses não é relevante, ao passo que aquela entre travessões contribui significativamente na sustentação da ideia que você tenta transmitir. 

Mesmo que a informação fornecida, quer entre parênteses, quer entre vírgulas, quer entre travessões, seja acessória por ser explicativa, dentro desta “não essencialidade” existe certa necessidade de o autor destacá-la (ou não), a depender da importância dessa informação naquele momento de sua argumentação.

*************************Se você optar por fornecer uma informação explicativa ENTRE PARÊNTESES, a Banca saberá que você está raciocinando assim: : “Banca, isso que eu escrevi entre parênteses não tem qualquer importância, mas decidi escrever mesmo assim por via das dúvidas, caso você não saiba disso".*************************Se você optar por fornecer uma informação entre travessões, a Banca saberá que você está raciocinando assim: “Banca, isso que eu escrevi é relevante para contribuir com o ponto que estou tentando sustentar aqui neste contexto".*************************

Se a Banca entender que a informação entre travessões não tem qualquer importância na sequência argumentativa do candidato, não ficará nada nada satisfeita, e penalizará o candidato.

Da mesma forma, se você fornecer uma informação entre parênteses, a Banca poderá também não gostar, pois, se a informação entre parênteses não tiver qualquer importância, ela poderá penalizá-lo por falta de concisão. Se não é importante, não escreva! Pior: se a informação que você escrever entre parênteses for de extrema relevância para a sustentação de suas ideias, ela também descontará ponto pelo descompasso entre a importância da informação colocada entre sinais que expressam pouca relevância, como os parênteses.

Conclusão: se julgar ser necessário destacar a sua explicativa, utilize os travessões, SEM MEDO; se julgar que a explicativa não contribuirá em nada com sua argumentação e decidir colocá-la entre parênteses, opte por NÃO FAZER ISSO, pois qual o objetivo de escrever em sua redação algo de pouca importância???

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No português mais direto: não use parênteses em sua redação (exceção: apresentaçào da sigla pela primeira vez, vide a dica pertinente a siglas).

Já a intercalação da explicativa por vírgulas é neutra, nem supérflua, nem fundamental, ao longo de sua argumentação. 

Em suma, o julgamento e risco são seus. Saber usar bem os travessões muito bem impressiona a Banca. Confie em suas ideias e arrisque-se!

Nos relatórios que elaboramos no exercício da carreira, o travessão é grande aliado, bem como os parênteses.

Por exemplo, atualmente estou acompanhando a Sessão Anual da Junta Executiva do PNUD/FNUAP/UNOPS, da qual o Brasil é membro. Nos relatos que venho produzindo para Brasília, sempre que cito o evento, entre parênteses devo colocar o local de realização do encontro bem como o período, algo como:

<início do relatório (denominado por nós, diplomatas, de “telegrama”>

“No segmento dedicado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da Sessão Anual da Junta Executiva do PNUD/FNUAP/UNOPS (Nova York, 3 a 14/6/2013), os Estados consideraram o relatório produzido pelo Secretariado do Programa acerca do processo de avaliação dos projetos implementados no terreno em 2012 na região latino-americana e caribenha”. 

Isso porque um telegrama, ao chegar a Brasília, poderá ser circulado para outros postos no exterior, caso o Itamaraty julgue necessário. Poderá, ademais, ser circulado para outras autoridades brasileiras, em outros Ministérios. Trata-se, ainda, de documento oficial, que poderá ser lido daqui a vinte ou cinquenta anos. Dessa forma, mesmo que a informação fornecida entre parênteses não tenha qualquer relevância para o contexto - avaliação dos projetos -, ela situa o leitor em potencial no tempo e no espaço.

Na sua prova de redação, o caso é diferente. Evite passar para a Banca informação entre parênteses, porque ela sabe bem: o que estiver entre parênteses não tem qualquer importância e poderá se ofender, ao pensar que aquela informação estava ali porque o candidato desconfiou que a Banca desconhecia aquela informação supérflua, óbvia, ou, até mesmo, penalizá-lo por falta de concisão. Na dúvida, use as vírgulas em substituição aos parênteses, combinado?

Já os travessões você poderá usá-los sim, desde que julgue ser a informação a ser passada entre travessões merecedora de destaque.

Exemplo:Vamos supor que, no seu parágrafo, você esteja dissertando acerca da característica de alguns Estados em provar seu poder por meio de sua capacidade bélica e, para isso, você precise citar alguns fatos históricos famosos e violentos, sem que a data seja essencial neste contexto. Vejamos:

(evitar)***********************A Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) matou milhões de civis.***********************Aqui, a Banca poderá pensar assim: meu Deus, esse candidato acha que eu não sei quando ocorreu a Segunda Guerra e na dúvida está me dizendo isso entre parênteses! Quem ele pensa que eu sou?

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Prefira algo mais neutro:***********************A Segunda Guerra Mundial, ocorrida de 1939 a 1945, matou milhões de civis.***********************

Ou, ainda, mostre que você confia no conhecimento de História de seu Examinador de Português, simplesmente escrevendo assim, já que o ano em que o fato se deu não interfere na sua argumentação:***********************A Segunda Guerra Mundial matou milhões de civis.***********************

Observe, agora, o seguinte: vamos supor que, no seu parágrafo, você esteja sustentando a ideia central de que a PRIMEIRA METADE do século XX tenha sido o período mais sangrento e violento de toda a história da humanidade. Neste caso, SIM, o momento em que ocorreu a segunda Guerra é FUNDAMENTAL para provar sua opinião! Neste parágrafo, você passaria em revista os principais eventos fratricidas ocorridos naqueles primeiros cinquenta anos do século passado. Neste caso, o período dos fatos que você citará será EXTREMAMENTE relevante para sustentar sua argumentação, assim:

***********************A Segunda Guerra Mundial – ocorrida de 1939 a 1945 – matou milhões de civis.***********************

É isso! Por oportuno, agradeço aos internautas os comentários pertinentes, com destaque para o de Kim Gibson, que indicou a essência da regra, quando fez referência à questão da ênfase. Agradeço, ademais, ao internauta Allan Martins, por ter me dito, em mensagem privada, que "asterísTIcos" não existe, e, sim, "asteriscos", já devidamente corrigido mais acima. Claro! 

Dica de hoje, 6/6 (dia Nacional do Teste do Pezinho): hoje é dia de dica de OURO!!!! Simples, mas muitos cometem essa inadequação. A Banca de alguns concursos até podem aceitar, não saberia afirmar nada a respeito. Falo do que conheço e o CACD eu conheço um pouco. Passei por traumas ao longo do preparatório bem como durante o curso no IRBr, quando já aprovada. A gente acaba aprendendo com quem é profissional da área de Português e conhece, há anos, a Banca. Neste ponto de hoje, esteja certo(a), a Banca do CACD não aceitará. Fique ligado(a)! Abordaremos…

****************verbo FAZER no sentido de SER A CAUSA DE (UM EFEITO)****************

Quem de nós nunca falou assim:“A chuva fez com que eu adiasse a festa”.

Qual o problema desta frase?

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Resposta> COM

Corrigindo:“A chuva fez que eu adiasse a festa”.

Ficou horrível? Ficou.Mas é assim? É.

É que a forma FAZER QUE, que significa “influir para”, “ser causa de”, “obrigar”, “esforçar-se”, “diligenciar”, popularmente adotou o “com” para sua estrutura, mas o verbo “fazer”, nesta acepção, é transitivo direto.

Mais um exemplo:

“O número significativo de casos de fístula obstétrica – doença facilmente evitável - na África fez que o Fundo das Nações Unidas para População (UNFPA) firmasse novas parcerias com o setor privado para a implementação de projetos na área de saúde nas regiões mais afetadas. Trata-se de ações focadas não só no tratamento, mas também no apoio psicológico de que a mulher com a doença urgentemente necessita”.

É isso!

Ah! Por oportuno, admito que o exemplo acima foi intencional. Apesar de não ser este o espaço para debatermos temas substantivos, permito-me sugerir que pesquisem a respeito deste terrível problema que afeta, sobretudo, as mulheres extremamente pobres, apesar de poder ser evitado a baixíssimo custo. São aqueles contrastes que transcendem nossa racionalidade: em pleno século XXI, com toda a modernidade de que dispomos, ainda existir isso. É a "globalização perversa" acerca de que o saudoso geógrafo baiano Milton Santos nos ensinou em seu importante livro "Por uma outra globalização". Para ele, a globalização era uma fábula, na medida em que trazia mitos como a comunicação universal, o fim do Estado e a aldeia global, mas seu outro lado era a globalização perversa, que atacava a maioria dos países de menor desenvolvimento relativo, pobres, trazendo miséria, fome e doenças (veja resumo interessante que encontrei disponível em http://www.scribd.com/doc/37043922/Por-uma-outra-globalizacao-milton-santos).

Dica de hoje, 7/6 (sem efeméride): a ideia para a dica de hoje veio à mente ontem pela manhã, quando estava reunida, na Missão chilena, com colegas diplomatas do denominado “grupo latino-americano”, homólogos meus, também a serviço de seus respectivos Estados aqui nas Nações Unidas, em Nova York. No breakfast de trabalho, negociávamos posição comum regional para os parágrafos de uma das Decisões a ser adotada ao final da Sessão Annual da Junta Executiva do PNUD/FNUAP/UNOPS, ora em andamento na ONU. Apesar de entender bem, meu espanhol não está nenhuma Brastemp em sua habilidade falada e, ademais, os colegas gostam de ouvir o que eles chamam de “portugués brasileño”. Fica acertado que eu falo em português, e, eles, em espanhol, e assim vamos nos entendendo todos. Foi quando ouvi, da colega mexicana, algo como “el texto es demasiado grande, y si añadimos más este párrafo será aún más grande” ("o texto já está muito grande e se acrescentarmos mais este parágrafo ficará ainda maior")…Refiro-me ao “más grande”, que, para “nosotros” soa mal, muito mal, né? Mas na língua de Cervantes é assim mesmo que se fala, porém nós, "hablantes del português" usaríamos “MAIOR”, que é o grau superlativo de grande.

Foi quando pensei: "há casos que também falamos assim em português"!!!

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Por isso, hoje, lembro a você que …

****************…não se pode usar a palavra MELHOR antes do PARTICÍPIO!****************

Veja o exemplo (o uso do “melhor” viola a regra da norma culta):****************************************A promoção dos direitos humanos recrudesceu a partir da década de 1990, com a realização de série de conferências internacionais a respeito de temas que influenciariam o bem-estar do indivíduo. Desde então, ideias focadas na dignidade do ser humano foram melhor debatidas por governos e sociedade civil, a fim de que a legislação nacional pudesse ser adaptada aos novos princípios acordados internacionalmente em distintas áreas.*******************************************

Consertando…****************************************A promoção dos direitos humanos recrudesceu a partir da década de 1990, com a realização de série de conferências internacionais a respeito de temas que influenciariam o bem-estar do indivíduo. Desde então, ideias focadas na dignidade do ser humano foram mais bem debatidas por governos e sociedade civil, a fim de que a legislação nacional pudesse ser adaptada aos novos princípios acordados internacionalmente em distintas áreas.*******************************************

Por quê?

Hoje não tem moleza! VOCÊ vai explicar ou sugerir resposta. Consulte uma Gramática ou, até mesmo, o Dr. Google se preciso for! :P

Usaremos o espaço de comentários!

UMA PISTA“melhor” pode significar, além de “mais bem”, também “mais bom”.

******************Se não estiver interessado em saber o porquê, pelo menos lembre-se de que, antes de particípio, nada de “melhor”, e, sim, “mais bem”, combinado?******************

Dica de hoje, 8/6 (sem efeméride): na dica de hoje, sábado, depois de uma semana atarefadíssima, para variar, o cansaço acumulado é inevitável. Por isso, teremos uma dica “light”. De hoje em diante, ...

*******************************... não use mais a locução FACE A.*******************************

Alguns de vocês irão falar: “claro, FACE é termo conotativo”!

Eu digo: nada disso! A resposta é que FACE A é estrangeirismo!

Essa locução, em língua portuguesa, é

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************EM FACE DE************

Se você achar que é muito purismo para o seu gosto, tudo bem, é um direito seu, mas, se não quiser perder ponto na sua redação de concurso, em língua portuguesa, use português, ok?

Veja o que diz o Dicionário Houaiss:

em face de = diante de algoEx: Sabia comportar-se em face do perigo.

Vamos aos exemplos:

(inadequado; implicaria a perda de preciosos pontos na redação)************Em seu clássico “Orientalismo”, Edward Said sustentou a tese de que o conhecimento da população ocidental a respeito do Oriente Médio estaria limitado ao discurso construído pelos próprios ocidentais. Como se sabe, o discurso ocidental a respeito do Oriente vem sendo elaborado com base em interesses políticos bem definidos ao longo de séculos, a começar pela colonização, e distancia-se da realidade médio-oriental, distorcendo-a. Foi face à percepção equivocada dominante no Ocidente acerca do Oriente Médio que o acadêmico estadunidense de origem palestina decidiu desenvolver estudos para explicar a origem do equívoco, que prevalece até os dias atuais.************

(adequado)************Em seu clássico “Orientalismo”, Edward Said sustentou a tese de que o conhecimento da população ocidental a respeito do Oriente Médio estaria limitado ao discurso construído pelos próprios ocidentais. Como se sabe, o discurso ocidental a respeito do Oriente vem sendo elaborado com base em interesses políticos bem definidos ao longo de séculos, a começar pela colonização, e distancia-se da realidade médio-oriental, distorcendo-a. Foi em face da percepção equivocada dominante no Ocidente acerca do Oriente Médio que o acadêmico estadunidense de origem palestina decidiu desenvolver estudos para explicar a origem do equívoco, que prevalece até os dias atuais.************

Criar um exemplo citando Said, autor que me veio à mente nesta preguiçosa manhã de sábado, não sei por que, não me permite concluir a dica de hoje sem falar mais de Said. A preguiça ficou menor em face da minha animação em transmitir o que segue.

Aos interessados em conhecer seus estudos bem como aos que ainda relacionam Oriente Médio tão somente ao primitivismo ou aos criminosos que matam civis inocentes – tal como qualquer criminoso de qualquer origem e religião – e, antes de tudo, aos interessados no CACD, recomendo fortemente a leitura das obras de Said, em especial “Orientalismo”. Da mesma forma que aqueles que pensam que o Brasil resume-se tão somente a futebol, mulher pelada e samba, sem jamais ter pisado no Brasil, deveriam se informar mais para ter acesso à essência brasileira, para o bem ou para o mal, em que aqueles três elementos são apenas parte da nossa realidade, mesmo assim, entendidos em seu devido contexto.

Confidencio que, atualmente, escrevo um livro em que trato da progressão de meu entendimento acerca do Oriente Médio: 

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- fase etnocêntrica, a Claudia brasileiríssima carioca da gema – a descendência era um detalhe menor, “tô nem aí” – carnaval, praia etc., fase essa em que poderia haver, em determinadas situações, vergonha da descendência;

- fase de transição, questionamentos - de onde vim? -, reconhecimento do sacrifício de meus avós pobres imigrantes para educar minha mãe e as várias irmãs, minhas queridas tias, minha decisão em ir estudar árabe em Damasco, onde deparei com um mundo que não sabia que existia, de pessoas carinhosas e extremamente humanas e cultas, intelectual e popularmente falando; - fase da consolidação, fim definitivo do etnocentrismo, aeromoça por oito anos em empresa aérea árabe, quando conheci o costume dos diferentes árabes – uma heterogeneidade inimaginável; e - a fase diplomata, leitura de Edward Said já concluída por ocasião do preparatório ao CACD, agora servindo no Oriente Médio, acesso aos governantes árabes, em quem vi humanidade misturada com certa hipocrisia, como em toda arena política, a depender dos temas tratados, bem como servindo na ONU, quando vejo de perto a atuação dos múltiplos árabes em diversas temáticas que não daria para contar aqui, mas tentarei refletir no livro.

Voltando ao Said…

Encontrei interessante resenha do “Orientalismo”, que transcrevo a seguir (também disponível emhttp://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_2943.html)

Dica de hoje, 9/6 (dia Nacional de Achieta, dia do Porteiro e dia do Tenista): na dica de hoje, abrdaremos um outro tipo de paralelismo, diferente daquele em que você já está craque, objeto de minha dica de 28/4. Naquele dia, falamos de paralelismo sintático. Hoje, o tema é…

*******************************…paralelismo SEMÂNTICO.*******************************

Primeiramente, recordemos o paralelismo sintático. Em 28/4 eu havia explicado que, em construções com duas partes ou mais, você buscasse "combinar" o material sintático existente em cada uma delas. Refiro-me a tempo verbal, estrutura das orações, entre outros. 

Havia apresentado o seguinte exemplo:

"Fui à escola bem cedo e observando a paisagem ao longo do caminho".

Há aqui duas estruturas com mesmo nível sintático: duas orações que se coordenam por meio de conjunção coordenativa aditiva "e": (a) ir à escola; e (b) observar a paisagem. 

A quebra do paralelismo SINTÁTICO estava nos diferentes tempos verbais dos verbos que apareciam em cada parte, quais sejam, "ir" e "observar". 

Para consertar a inadequação, bastou colocar o verbo "observar" no mesmo tempo que o "ir", assim:

"FUI à escola bem cedo e OBSERVEI a paisagem ao longo do caminho". 

A dica de hoje tratará de outro tipo de paralelismo, o SEMÂNTICO. 

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Othon Moacyr Garcia fornece exemplo bem interessante em seu “Comunicação em prosa moderna”, que deixa claríssimo o problema da falta de paralelismo semântico. Veja:

*******************************Fiz duas operações: uma em São Paulo e outra no ouvido.*******************************

A frase está gramaticalmente boa, mas as partes sintaticamente paralelas – onde eu fiz minhas operações – não se combinam semanticamente falando. Uma refere-se a lugar geográfico e a outra, a lugar no meu corpo.

Othon ensina, ainda, que “na poesia, é comum encontrarmos ruptura de paralelismo semântico, sobretudo naqueles autores, como Carlos Drummond de Andrade, de cuja obra transpiram ironia, sátira ou humor:

‘Cardíaco e melancólico, oamor ronca na horta entrepés de laranjeira entreuvas meio verdes e desejosjá maduros.’

(Em “O amor bate na aorta)’”

Observe que “uvas meio verdes” não está semanticamente paralelo a “desejos já maduros”, mas ficou brilhante!!!!! 

Não poderei falar em quebra de paralelismo semântico sem citar Machado de Assis, em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em que, igualmente, usa de ironia, no trecho já famoso "Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis". Também brilhante!!!!

Só que Drummond e Machado podem, nós não podemos! 

“As simple as that”. 

Não tente citar ironias em sua redação de concurso, mesmo achando que está dando uma de inteligente ou de Drummond e Machado. Nada disso. Evite a quebra do paralelismo semântico, a não ser que esteja 101% seguro do brilhantismo daquilo que estará sustentando, e, mesmo assim coloque entre aspas se for se arriscar, combinado?

Veja o exemplo abaixo, inadequado:*****************************Sem concentração nos estudos e dinheiro no bolso, a aprovação em concurso público no Brasil, embora possível, é tarefa desafiante nos dias atuais.*****************************

O Examinador poderia alegar falta de paralelismo semântico na comparação feita entre o aspecto que diz respeito ao esforço intelectual do candidato e sua condição financeira. Talvez o exemplo acima pudesse ser salvo, a depender de sua argumentação. É por isso que digo que seu contexto é que definirá a adequação. Nenhuma regra pode ser engessada, deve ser flexível, cabendo ao candidato o poder do julgamento. Veja agora a frase acima no contexto abaixo:

*******************************A aprovação em concurso público, no Brasil, não é tarefa fácil. É certo que o ingresso no serviço público está cada vez mais democrático. Se, na primeira metade do século passado, ser diplomata ou juiz demandava do candidato à

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carreira ser titular de sobrenome da alta sociedade, hoje, este critério não mais se aplica, porque dependerá, em especial, da capacidade intelectual do interessado alcançada por meio da dedicação aos estudos; entretanto, preparar-se para o certame público exige do aspirante dispor de vultoso recurso financeiro. A exigência põe em dúvida o caráter democrático dos concursos, haja vista a realidade brasileira, em que prevalece a desigualdade social. Como se vê, sem concentração nos estudos e dinheiro no bolso, a aprovação em concurso público no Brasil, embora possível, porquanto democrática, é tarefa desafiante ainda nos dias atuais.*****************************

Dica de hoje, 10/6 (dia da Artilharia ): na dica de hoje, o tema é concordância verbal em três casos que me geravam dúvidas na hora de escrever textos formais, como na redação de concursos e nos relatórios de trabalho no Itamaraty. Dúvidasdevidamente dirimidas com fonte crível.

********CASO 1********Qual sua opinião em relação aos trechos abaixo ao escrever sua redação (CACD incluidíssimo)? 

a. A maioria dos Estados africanos não alcançarão, até 2015, as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

b. A maioria dos Estados africanos não alcançará, até 2015, as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

c. Tanto faz, a ou b.

Creio que a maioria de vocês escolherá “c”, acertei?

Bem, falando assim, “escolherá”, já dei a resposta! OPTE POR “b”, singular!!!

Quando o núcleo do sujeito for “a maioria”, “grande parte”, entre outros, opte por concordar o verbo com este núcleo, portanto, no SINGULAR. 

Sei que há gramáticos e professores que aceitam os dois, mas, “please”, acredite em mim, quando estiver escrevendo redação para o certame público, principalmentepara o CACD, use o verbo no SINGULAR, concordando com o NÚCLEO do sujeito, não com o coletivo partitivo que vem no plural, combinado?

Por oportuno, aproveito para chamar sua atenção para não usar a palavra “grande” antes de “maioria”. Veja:

Exemplo inadequado:**************************A grande maioria dos Estados africanos não alcançará, até 2015, as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.**************************

********CASO 2********De novo, pergunto qual sua opinião em relação aos trechos abaixo ao escrever sua redação (CACD incluidíssimo)? ********************************

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a. Dois terços dos Estados africanos não alcançarão, até 2015, as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

b. Dois terços dos Estados africanos não alcançará, até 2015, as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

c. Tanto faz, a ou b.********************************

Analise o núcleo do sujeito. Neste caso, o núcleo do sujeito é uma FRAÇÃO (dois terços). E agora, José?

Muitos vão pensar que o verbo deverá ir para o singular, afinal uma fração é menor que um, que o todo; entretanto não é assim que devemos pensar, mesmo porque dois terços dos Estados africanos são mais de um Estado.

Aqui a regra é muito simples**********************Quando o núcleo do sujeito for uma fração, bastará concordar o verbo com o NUMERADOR da fração, portanto, nos exemplos acima, opte por “a”, “Dois terços dos Estados africanos não alcançarão, até 2015, as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”. **********************

Veja mais um exemplo:*****************- Um quinto dos brasileiros deixará a condição de extrema pobreza nos próximos dois anos.*****************Observe o numerador (um)!

********CASO 3********Por fim, pergunto qual sua opinião em relação aos trechos abaixo ao escrever sua redação (CACD incluidíssimo)? ********************************a. Ruanda é um dos Estados africanos que não alcançarão, até 2015, as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

b. Ruanda é um dos Estados africanos que não alcançará, até 2015, as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

c. Tanto faz, a ou b.********************************

Creio que a maioria de vocês escolherá “b”, acertei?

Neste caso, com a expressão UM DOS QUE o verbo vai para o plural, combinado? Isso porque deveremos pensar nos executores da ação realizada pelo verbo. No exemplo acima, o verbo é “alcançar”. Quem alcançará? Só Ruanda ou haverá outros Estados, além de Ruanda, a alcançar? Haverá outros, por isso o verbo irá para o plural aofazermos uso da expressão “um dos que”.

*****************RESUMINDO*****************Caso 1

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- maioria/grande parte etc.>> verbo no SINGULAR*******Caso 2- fração>> verbo concordará com o numerador *******Caso 3- um dos que>> verbo no PLURAL******

Dica de hoje, 11/6 (dia do Educador Sanitário ): inicio a dica de hoje perguntando a você… 

Qual a inadequação do trecho a seguir?***********************As Nações Unidas, embora criticada, cumpre importante agenda junto aos países em desenvolvimento, seja na área de cooperação ou segurança.***********************

Resposta> É a forma como a alternativa cooperação/segurança foi apresentada!

Consertando...***********************As Nações Unidas, embora criticada, cumpre importante agenda junto aos países em desenvolvimento, seja na área de cooperação, seja na de segurança.***********************

ou ainda:***********************As Nações Unidas, embora criticada, cumpre importante agenda junto aos países em desenvolvimento, quer na área de cooperação, quer na de segurança.***********************

Entenda...***************Quando você for apresentar ideias que se alternam (no exemplo acima, cooperação e segurança) fazendo uso de elementos como “seja”, “quer”, “ora”, lembre-se de que se trata de ...***************... PARES, não podendo, portanto, ser usados sozinhos. ***************

Pares alternativos:- seja isso, seja aquilo- quer isso, quer aquilo- ora isso, ora aquilo

Tais pares incluem-se no rol das conjunções coordenativas.

Observações importantes para "vacinar-se" contra, sobretudo, pegadinhas de prova objetiva, TPS incluidíssimo: 

1. poderá haver casos em que o uso do par alternativo acima descrito transmitirá valor CONCESSIVO, fique “ligado”. Veja:

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********************A falta de estrutura portuária no Brasil obstaculizará o escoamento da exportação do país, quer a privatização ocorra nas próximas semanas, quer ocorra em futuro mais distante.*******************

Observe que o fato de a privatização ocorrer agora pressupõe a ideia de fim dos problemas portuários no Brasil no que se refere ao escoamento, mas o exemplo acima afirma que, MESMO QUE a privatização ocorra já, ela não será capaz de desobstaculizar o escoamento da produção a ser exportada. Efeito, portanto, CONCESSIVO NO TRECHO “quer a privatização ocorra nas próximas semanas”.

2. o material sintático e semântico relacionado por aqueles pares deve ser paralelo.

Exemplo péssimo:*************A iniciativa pela criação do Dia Mundial do Banheiro busca destacar a falta de saneamento básico ainda prevalecente, seja em comunidades carentes sem qualidade de vida, seja para a melhoria da saúde dessa população. *************

Observe que o material dentro dos “sejas” não estão paralelos sintática e semanticamente! 

- No primeiro “seja”, temos o material em seu interior inciado pela preposição “em”, e, no segundo, iniciado pela preposição “para”, portanto quebra do paralelismo sintático.

- No primeiro “seja”, temos o material em seu interior indicando ONDE o problema existe, e, no segundo, PARA QUE PROPÓSITO a iniciativa foi sugerida.

Consertando a quebra de pralelismo, poderíamos ter:*************A iniciativa pela criação do Dia Mundial do Banheiro busca destacar a falta de saneamento básico ainda prevalecente nas comunidades carentes, a fim de melhorar seja a qualidade de vida, seja a saúde daquela população. *************

1. Dica de hoje, 12/6 (dia dos Namorados e dia do Correio Aéreo Nacional).

***********Primeiramente, antes da dica de hoje, a respeito da mensagem geral que publiquei ontem acerca da leitura de discurso ao vivo que proferi no púlpito da Assembleia Geral da ONU em sua 85ª Reunião Plenária, o endereço eletrônico referia-se apenas à transmissão ao vivo. Como venho recebendo mensagens perguntando onde está a gravação, reproduzo, a seguir, a resposta que publiquei no espaço de comentário de ontem respondendo ao internauta Allan Martins:

"Allan, aquele link que disponibilizei realmente era somente da transmissão ao vivo. Depois o vídeo on demand deverá ficar disponível em http://webtv.un.org/. Aí você digita, na área de pesquisa, algo como "85th Plenary Meeting General Assembly" que o vídeo aparecerá. Eu falei, se recordo bem, logo após dos EUA. Há alguns outros vídeos por ocasião da Segunda Comissão da AGNU (final de 2012), pois trato também dos temas de II comissão. Por exemplo,

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tente a altura 37'10" da reunião de II Comissão que tratou do Item 24 da agenda, "Erradicação da pobreza e outros temas", em http://webtv.un.org/search/second-committee-21st-meeting-67th-general-assembly/1949145165001?term=second+committee&sort=date Abraços Claudia"******************

O processo de producão de um discurso do Brasil em alguma reunião formal da ONU, como expliquei ontem aos interessados em saber mais a respeito das tarefas desempenhadas pelo diplomata, tem início com quem cuida do tema. A minuta inicial de discurso ("draft zero") é escrita com base nas instruções que nos são enviadas de Brasília. Uma vez pronta a minta, o chefe imediato revisa, as alterações são incorporadas, para, por fim, a mais alta chefia conferir o texto, podendo implicar novas alterações. Esta é uma das múltplas tarefas do diplomata que está servindo em um posto mutilateral. 

Vamos à dica de hoje...

Inicio a dica de hoje perguntando a você: qual o problema da frase abaixo, publicada no portal de notícias da TV Globo, a respeito do documento adotado ao final da Rio+20, “O futuro que queremos”?******************“O texto estabelece a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta e recomenda que ‘o Sistema da ONU, em cooperação com doadores relevantes e organizações internacionais’, facilite a transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento”.******************(Fonte – acesso feito em 12/6/2013, às 7h27min, fuso de Brasília:http://g1.globo.com/natureza/rio20/noticia/2012/06/rio20-termina-sem-definir-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel.html)******************

Resposta> PLANETA.

Em homenagem à publicação do Edital do CACD no Diário Oficial da União de ontem, é momento de, definitivamente, envidar esforços para extirpar de seu modo de escrever o uso de conotações.

Nas consultorias “1” de redação que ofereço gratuitamente pelo meu “site” www.dicas-da-diplomata.com.br, cada vez mais leio redações cujo texto faz uso da palavra PLANETA e, ainda, GLOBO. Não pode!!!

Não faça mais isso! PLANETA está no campo semântico da astronomia. O candidato de qualquer concurso poderá ser penalizado com preciosos pontos. Certamente será penalizado no caso do CACD, cuja Banca também não ficará muito satisfeita com a palavra “globo”, de que outros tantos candidatos fazem uso.

A partir de hoje, pense duas vezes antes de usar palavras que,

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aparentemente inocentes, poderão representar a sua não classificação no concurso. Como saber? Fácil! Basta abrir o dicionário e estudar as acepções da palavra quando estiver estudando. No caso de planeta e globo, estes vocábulos não incluem, em suas acepções, a sociedade, as pessoas, a humanidade, limitando-se à Terra. Prefira a palavra "mundo", que, por sua vez, tem acepções que vão além daquela da astronomia e inclui as pessoas que nele vivem.

É isso! Até a próxima dica! Boa quarta-feira a todos.

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 13/6 (sem efeméride): o tema da dica de hoje gera aquela dúvida que parece não nos abandonar ao longo de toda a vida, mas é chegado o momento para, de uma vez por todas, escrevermos com segurança. Quando devemos…

*********…flexionar o verbo no infinitivo?*********

Para ficar mais claro, qual dos dois trechos, a seguir, você escolheria (observe o verbo “definir”, destacado em maiúsculas)?

Trecho #1********************Em julho, na sessão anual do Conselho Econômico e Social (Ecosoc) das Nações Unidas, a realizar-se em Genebra, os Estados membros do Conselho discutirão a inovação tecnológica como elemento dinamizador do desenvolvimento, para, em seguida, DEFINIR ações pragmáticas de implementação das ideias debatidas.********************

Trecho #2********************Em julho, na sessão anual do Conselho Econômico e Social (Ecosoc) das Nações Unidas, a realizar-se em Genebra, os Estados membros do Conselho discutirão a inovação tecnológica como elemento dinamizador do desenvolvimento, para, em seguida, DEFINIREM ações pragmáticas de implementação das ideias debatidas.********************

Resposta> embora ambos os trechos obedeçam a norma culta, opte pelo trecho #1, no singular. 

Para decidir singular ou plural, basta olhar para o sujeito das duas orações:- Sujeito da oração com o verbo DISCUTIR: os Estados;- Sujeito da oração com o verbo DEFINIR: os Estados.

Observe que o sujeito de ambas as orações é o mesmo. Dessa forma, não há necessidade de flexionar o infinitivo.

***********MAS DUPLA ATENÇÃO!!!!***********1) se o sujeito se repetir na segunda oração, necessariamente o verbo no infinitivo deverá vir flexionado:

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“Em julho, na sessão anual do Conselho Econômico e Social (Ecosoc) das Nações Unidas, a realizar-se em Genebra, os Estados membros do Conselho discutirão a inovação tecnológica como elemento dinamizador do desenvolvimento, para, em seguida, ELES DEFINIREM ações pragmáticas de implementação das ideias debatidas”.

2) se o verbo que aparece no infinitivo, em vez de DEFINIR, fosse um verbo de ligação, como SER/ESTAR/FICAR/PARECER/PERMANECER etc., a preferência do candidato deverá ser pela flexão do infinitivo no PLURAL. Veja:

********************Em julho, na sessão anual do Conselho Econômico e Social (Ecosoc) das Nações Unidas, a realizar-se em Genebra, os Estados membros do Conselho, primeiramente, discutirão a inovação tecnológica como elemento dinamizador do desenvolvimento, para, dessa forma, ESTAREM seguros no processo de definição de iniciativas que implementarão as ideias debatidas.********************

Seguem exemplos mais simples:- Os estudantes chegaram cedo à escola para PREPARAR a festa.- Os estudantes convesaram com a professora para ESTAREM certos das regras do evento.

Por fim, observo que o tema “flexão do infinitivo” não se esgota no caso acima. Optei por destacar apenas o aspecto descrito por ser aquele que mais gera dúvidas. Recomendo a leitura da explicação do professor Sérgio Nogueira disponível em 

http://g1.globo.com/platb/portugues/2011/01/05/o-uso-do-infinitivo/ 

É isso! Até a próxima dica! Boa quinta-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 14/6 (sem efeméride): o parágrafo que elaborei, abaixo, poderia ser parte de redação acerca da importância da tecnologia de informação e comunicação (TIC) para o desenvolvimento de um país nos dias atuais. Há nele uma inadequação, que é o tema da dica de hoje. Tente detectá-la antes de prosseguir a leitura da dica:

*********(…)Além da importância da tecnologia de informação e comunicação na área médica, os benefícios trazidos para o sistema educacional são crescentes. Um dos resultados positivos neste setor é a consolidação da Educação à Distância. Trata-se de técnica didático-pedagógica, com regras bem definidas, que permite ao estudante, em especial aquele que trabalha, adaptar seu escasso tempo disponível aos estudos. As opções de cursos e instituições de ensino superior, por exemplo, ampliam-se sobremaneira, o que, de outra forma, estariam limitadas à região onde trabalha e reside o interessado. Crianças e adolescentes brasileiros que vivem no exterior fazem parte de outro grupo a beneficiar-se da tecnologia em sua formação escolar. Escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio também fazem uso da tecnologia em suas diretrizes pedagógicas. Apesar das críticas, muitas das quais pertinentes, a Educação à Distância consolida-se, porquanto vem transformando, positivamente, o aprendizado formal dos brasileiros.(…) 

Page 95: Dicas Da Diplomata

*********

Pode até haver outras inadequações além da que abordarei na dica de hoje, afinal criei o trecho acima em cinco minutos, já devo seguir para a ONU, chove em Nova York, trânsito se complica, devo ir…Mas não sem antes informar que a dica de hoje revela a você que o termo “a distância” NÃO PODE TER O ACENTO GRAVE INDICADOR DE CRASE!

Consertando:*********(…)Além da importância da tecnologia de informação e comunicação na área médica, os benefícios trazidos para o sistema educacional são crescentes. Um dos resultados positivos neste setor é a consolidação da Educação a Distância. Trata-se de técnica didático-pedagógica, com regras bem definidas, que permite ao estudante, em especial aquele que trabalha, adaptar seu escasso tempo disponível aos estudos. As opções de cursos e instituições de ensino superior, por exemplo, ampliam-se sobremaneira, o que, de outra forma, estariam limitadas à região onde trabalha e reside o interessado. Crianças e adolescentes brasileiros que vivem no exterior fazem parte de outro grupo a beneficiar-se da tecnologia em sua formação escolar. Escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio também fazem uso da tecnologia em suas diretrizes pedagógicas. Apesar das críticas, muitas das quais pertinentes, a Educação a Distância consolida-se, porquanto vem transformando, positivamente, o aprendizado formal dos brasileiros.(…) *********

Eu teria perdido bons pontos com o trecho acima por causa das duas ocorrências inadequadas de acento grave!

A pergunta que não quer calar: por que não ocorre a crase na expressão “a distância”? Pesquise e comente! Não há melhor forma para fixar a dica de hoje em sua mente! Além do que você não quer que eu me atrase para a reunião, quer? Teremos o fim de semana para discutir isso, se for este o caso.

Fui!

Até a próxima dica! Boa sexta-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 19/6: por que o examinador descontaria preciosos pontos de sua redação – especialmente do CACD, dada a rigidez da correção - caso você escrevesse uma frase como a que transcrevo seguir, publicada no portal da TV Globo G1/Globo News (*)?

****************Especialistas comentam fatos que culminaram na queda de popularidade de Cristina Kirchner.****************

O problema da frase acima no contexto das redações de concurso público – em que conotação não é aceita – está no uso do verbo CULMINAR com sentido de “atingir o máximo” ou afins.

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É que este uso do verbo CULMINAR está no sentido figurado, é uma CONOTAÇÃO - que a Banca penaliza o candidato sem qualquer dó ou piedade! 

O sentido denotativo, real, desse verbo, da área da astronomia, é quando um astro ou um corpo celeste atravessa o meridiano. Neste caso, o verbo CULMINAR é intransitivo.

Observe o excerto abaixo, publicado no sítio eletrônico da revista Constelar (**): 

(sic)“A primeira linha astrocartográfica, a meridiana do astro (ou do ponto da esfera celeste), pode ser dividida em duas partes, uma onde o astro culmina e a outra onde anticulmina - ou seja, a linha meridiana do astro pode ser dividida na linha meridiana de seu Meio do Céu (MC) e na linha meridiana de seu Fundo do Céu (FC)”.

************************Reescrevendo a frase da Globo News, poderíamos ter:************************Especialistas comentam fatos que IMPLICARAM A queda de popularidade de Cristina Kirchner.************************(lembrando que o verbo IMPLICAR é transitivo direto - dica de 26/4)************************

************************Por fim, leia, a seguir, o que diz o Dicionário Houaiss (note, na acepção 2, a abreviatura "fig." !!!!!!!):************************CULMINARverbo ( 1836)1 ( int. ) astr atravessar (o astro) o meridiano2 ( t.i. ) [prep.: com, em] fig. chegar ao auge, ao apogeu, ao ponto mais alto ou intenso de (alguma coisa boa ou má); atingir o máximo‹ seu trabalho culminou em glória › ‹ a aventura culminou com uma tempestade › ‹ sua agressividade ainda pode c. em crime ›Etimologia

lat.tar. culmīno,as,āvi,ātum,āre 'pôr no ponto mais alto, elevar ao mais alto grau'; ver cum-************************

******************A-T-E-N-Ç-Ã-O!!!******************A principal mensagem da minha dica de hoje é menos a respeito do verbo CULMINAR em si do que da necessidade de você estar não apenas atento, mas EXAGERADAMENTE atento, caso queira realmente avançar no caminho rumo à conquista de sua vaga no concurso de seu sonho (ESTE MEU TRECHO ESTÁ TODO CONOTATIVO!!! AVANÇAR NO CAMINHO PARA CONQUISTAR VAGA ETC., NÃO SE GUIE POR ESTE MEU TEXTO, CONCENTRE-SE NA DICA SOMENTE!!!). **************************Isso porque não há espaço para o esforço mais ou menos ou só satisfatório quando nos preparamos para um concurso. Exija de si, vá além, que a vaga será sua. ************************Na dúvida, não tenha dúvida, consulte o dicionário para saber se a palavra de que

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fará uso na sua redação, mesmo que usada pelas fontes as mais bem conceituadas, é, de fato, do campo conotativo (figurado) ou denotativo (real). Se for conotativo, NÃO USE, busque sinônimo denotativo.***************************

Aí você vai me perguntar: como saber isso na hora da prova, se não poderei consultar o dicionário???

Resposta> muito simples, meu caro Watson - estude, escreva, escreva escreva. Ao ler, leia atento a isso. Brinque de ler o jornal buscando termos firgurados utilizados pelo jornalista ou colunista. Faça listas de termos que parecem denotativos, mas não são. Isso é estudar estrategicamente. Passa no concurso quem souber estudar estrategicamente, não quem souber mais do programa em si.

É isso!

Até a próxima dica! Boa quarta-feira a todos!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br(*) Fonte:http://g1.globo.com/globo-news/globo-news-painel/videos/t/todos-os-videos/v/especialistas-comentam-fatos-que-culminaram-na-queda-de-popularidade-de-cristina-kirchner/2248296/

(**)http://www.constelar.com.br/revista/edicao71/astrocarto1.php

Dica de hoje, 20/6 (dia Mundial dos Refugiados(*)): quais os problemas no trecho abaixo, relativos a um mesmo tema, dica que já passou?

**************A tolerância entre indivíduos de diferentes culturas vai mais além do respeito que, muitas vezes por obrigação, se tem pelo outro. Passa, acima de tudo, por entendimento genuíno de que os agrupamentos humanos, por mais distintos que sejam entre si,provenientes de qualquer país do mundo, objetivam crescer com saúde, educar os filhos, ter trabalho digno, ser felizes – os mesmos objetivos daquele que pensa que deve respeitar o culturalmente diferente apenas por obrigação.**************

O tema da dica de hoje é REDUNDÂNCIA, que já vimos em 11/5. Hoje apresentarei redundâncias que li duas vezes nesta semana ao avaliar redações.

A primeira é…**************MAIS ALÉM DE**************

É muito comum vermos o “mais” antes da palavra além, mas não fale ou escreva assim. Além já é além, nem mais nem menos. “Muito além” até é possível, porém “mais além” não pode!

A outra redundância que leio nas redações que avalio é…

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***************PAÍSES DO MUNDO**************

Vamos combinar assim: não existe, ainda, países em Marte, Vênus ou em qualquer outra localidade fora do planeta Terra. 

Rescrevendo o trecho acima (que ainda poderia melhorar em ouros aspectos, mas acho que não acordei muito inspirada e, claro, estou de saída para o trabalho), teríamos:

**************A tolerância entre indivíduos de diferentes culturas vai além do respeito que, muitas vezes por obrigação, se tem pelo outro. Passa, acima de tudo, por entendimento genuíno de que os agrupamentos humanos, por mais distintos que sejam entre si, provenientes de qualquer país, objetivam crescer com saúde, educar os filhos, ter trabalho digno, ser felizes – os mesmos objetivos daquele que pensa que deve respeitar o culturalmente diferente apenas por obrigação.**************

É isso!

Nada de MAIS ALÉM ou PAÍSES DO MUNDO, ok?

Boa quinta-feira a todos! Até a próxima dica!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br 

(*) quanto ao dia Mundial dos Refugiados, lembrei-me de minha monografia de final de curso do Instituto Rio Branco, a respeito do programa de reassentamento solidário brasileiro. Disponibilizarei hoje, no mais tardar amanhã, meu trabalho no meu sítio eletrônico www.dicas-da-diplomata.com.br, no menu clique em "Diplomata Claudia Assaf e veja ao final da página, após as matérias já publicadas. Recomendo a leitura ao menos da parte inicial para conhecer os instrumentos jurídicos internacionais em matéria de refúgio e reassentamento, bem como as leis brasileiras nesta temática.

Dica de hoje, 21/6 (dia do Profissional de Mídia): a dica de hoje é de OURO, simples e importante, principalmente para os concursos cuja Banca de Português é exigente. O mais perigoso: é gramaticalmente aceitável. Atenção! Estou falando daquele "breque" que alguns de vocês têm o vício de fazer no texto que produzem...Falo do...

**************“ou seja” !!!**************

Poderia acabar a dica de hoje aqui, pedindo para você acreditar em mim e não usar o tal “, ou seja,”…, mas vamos elaborar um pouco mais, explicando o porquê de se evitar o coitado do “ou seja”…

A explicação que ouvi de fonte CRÍVEL é a seguinte: quando o(a) candiato(a) quebra sua explicação com o “ou seja”, a mensagem subliminar que ele(a) passa para a Banca é a seguinte: 

Page 99: Dicas Da Diplomata

******************“Olha Banca, admito que não fui claro(a) o suficiente com minha explicação anterior e preciso escrever a mesma coisa novamente, com outras palavras".******************

ou, ainda:******************“Olha Banca, não sei se seu QI permitirá que entenda o que eu quis dizer anteriormente, então vou explicar de uma outra forma”. ******************

Em ambas as mensagens subliminares, você deixou a Banca zangada…o que não é nada lega!

Apenas preocupe-se em ser claro logo de primeira, nada de “ou seja”, “isto é” etc.

Vamos ao exemplo que estou formulando agora ouvindo o noticiário da CBN/Brasília acerca das manifestações de ontem...

Evite:*******************O dilema do governo federal no contexto das manifestações em andamento no Brasil consiste em permitir a livre expressão popular e, ao mesmo tempo, salvaguardar o patrimônio comum e garantir a segurança pública, ou seja, conciliar ordem com liberdade, tarefa típica dos regimes democráticos.*******************

Embora aparentemente inofensivo, o “ou seja” poderia implicar a perda de uns pontinhos de sua redação. 

Prefira:*******************O dilema do governo federal no contexto das manifestações em andamento no Brasil consiste em permitir a livre expressão popular e, ao mesmo tempo, salvaguardar o patrimônio comum e garantir a segurança pública. Trata-se de situação típica dos regimes democráticos, que devem conciliar ordem com liberdade.********************

Que este momento maravilhoso por que passa nosso país não seja desperdiçado e deturpado com o vandalismo perpetrado por poucos sem noção. 

É isso! Boa sexta-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 23/6 (dia Internacional das Aldeias SOS e dia do Migrante): a dica de hoje refere-se a uma pontuação esquisita, que muitos não sabem usar, ou, os que sabem, não se arriscariam a usá-la por sua esquisitice ou por ter ouvido boato que “não pode usar”. É chegado o momento para entender que podemos, sim, usar 

***********travessão seguido de vírgula!

Page 100: Dicas Da Diplomata

“-,”***********

Exemplo adequado****************No Brasil – país que vem superando a extrema pobreza com base em políticas sociais inovadoras -, o número de indivíduos que vive com menos de 1,25 dólares por dia reduziu significativamente nos últimos cinco anos.*****************

Para entender cem porcento o uso do travessão seguido de vírgula no exemplo acima e permitir que seu medo vá embora de vez, vamos com muita calma. Há dois passos simples na explicação:

(1) uso da vírgula de antecipacão de termos da frase.O primeiro passo para entendermos o temeroso travessão seguido de vírgula no exemplo acima consiste em, antes, você entender o uso da vírgula quando antecipamos termos da oração.

A ordem favorita do Português dos termos dentro da oração, como sabem, é SUJEITO-VERBO-COMPLEMENTOS, certo? Ora, se um complemento é antecipado, ele deverá estar separado do restante da oração por meio de vírgula. Veja:

Ordem direta:***********O número de indivíduos (…) reduziu significativamente no Brasil.”-------Sujeito: o número de indivíduosVerbo: reduziuComplemento: no Brasil (no papel de advérbio de lugar)***********

Antecipando o complemento:***********No Brasil, o número de indivíduos (…) reduziu significativamente.-------Obs.: a vírgula após “Brasil” marca a antecipação do complemento. Alguns gramáticos dizem ser esta vírgula opcional, a depender se o complemento antecipado é grande ou pequeno. Como subdica de hoje, recomendo fortemente que SEMPRE coloque a vírgula separando a antecipação, independentemente de seu tamanho. ***********

(2) O segundo passo rumo ao entendimento do uso do travessão seguido de vírgula é recordarmos quando usamos o travessão. Para isso, peço que interrompa a leitura da dica de hoje e leia, na íntegra, a dica de 5/6 (hierarquia no uso de parênteses, vírgulas e travessões) combinada com a dica de 3/6, a respeito de intercalação restritiva e explicativa, dica que considero uma das mais importantes entre as que publiquei até agora, haja vista a análise da escolha entre parêntes, vírgulas ou travessões estar no campo das ideias, da sua argumentação, todas gramaticalmente corretas (um perigo!).

Se você fio lá ler aqueles dois dias de dicas (3/6 e 5/6), você acaba de recordar que o travessão irá intercalar uma informação EXPLICATIVA do termo imediatamente anterior, sendo que a informação intercalada desempenha papel de fundamental importância na sua consistência argumentativa. Veja:

a. Machado de Assis – um dos maiores escritores da história literária brasileira – era pardo.(Aqui, é fundamental dizer, na minha consistência argumentativa de uma hipotética

Page 101: Dicas Da Diplomata

redação, que Machado foi um dos maiores escritores de nossa história literária).

Oub. Machado de Assis, um dos maiores escritores da história literária brasileira, era pardo.(Aqui, dizer, na minha consistência argumentativa de uma hipotética redação, que Machado foi um dos maiores escritores de nossa história literária seria neutro).

Ouc. Machado de Assis (um dos maiores escritores da história literária brasileira) era pardo.(Aqui, é de pouquíssima importância dizer, na minha consistência argumentativa de uma hipotética redação, que Machado foi um dos maiores escritores de nossa história literária).

Como se vê, observe que, se, na minha redação, eu precisar destacar com veemência que Machado foi um dos maiores escritores de nossa história literária, necessariamente deverei optar por intercalar esta informação com travessões.

No nosso exemplo da dica de hoje, se tivesse escrito na ORDEM DIRETA, e, ainda, quisesse destacar a superação da pobreza por meio de políticas inovadoras, teríamos de separar esta informação por meio de travessão, assim:

REESCREVENDO O TRECHO DO EXEMPLO INICIAL NA ORDEM DIRETA:*****O número de brasileiros que vive com menos de 1,25 dólares por dia reduziu significativamente nos últimos cinco anos no Brasil – país que vem superando a extrema pobreza com base em políticas sociais inovadoras.******

COMBINANDO A EXPLICAÇÃO (1) E (2)Vamos, agora, antecipar o “No Brasil” e destacar as forma como o país vem superando a pobreza, por meio de políticas sociais inovadoras, e, dessa forma, chegaremos ao exempo original do início da dica de hoje:

****************No Brasil – país que vem superando a extrema pobreza com base em políticas sociais inovadoras -, o número de indivíduos que vive com menos de 1,25 dólares por dia reduziu significativamente nos últimos cinco anos.*****************

*****************CONCLUSÃO*****************A vírgula após o travessão é vírgula que separa a antecipação do complemento adverbial de lugar (No Brasil) do resto da oração; os travessões explicam uma característica pertinente ao contexto acerca do Brasil. *****************

Claro está que, se fosse uma informação irrelevante, poderíamos ter colocado parênteses em vez dos travessões assim:****************No Brasil (país que vem superando a extrema pobreza com base em políticas sociais inovadoras), o número de indivíduos que vive com menos de 1,25 dólares por dia reduziu significativamente nos últimos cinco anos.

Page 102: Dicas Da Diplomata

*****************

Se fosse uma informação mais neutra, faríamos a intercalação por vírgulas e, em tese, pela lógica, deveria haver duas vírgulas juntinhas, assim:****************No Brasil, país que vem superando a extrema pobreza com base em políticas sociais inovadoras,, o número de indivíduos que vive com menos de 1,25 dólares por dia reduziu significativamente nos últimos cinco anos.*****************

Mas duas vírgulas juntas é um absurdo!!!! Isso não existe na nossa língua! Na verdade, teríamos…****************No Brasil, país que vem superando a extrema pobreza com base em políticas sociais inovadoras, o número de indivíduos que vive com menos de 1,25 dólares por dia reduziu significativamente nos últimos cinco anos.*****************

… sendo que a segunda vírgula (após "inovadoras") estaria desempenhando duas funções: (a) fechando a intercalação (aposto), par com a primeira vírgula após “Brasil”, par esse de isolamento da explicação de Brasil; e, ainda, (b) separando a antecipação do termo “No Brasil”.

É isso! 

Resumindo:*****************Ao deparar com travessão e vírgula, o truque é apagar momentaneamente o termo intercalado por travessões e analisar se, ainda assim, a vírgula existiria ali. Caso positivo, mesmo depois de incluir a informação intercalada, separado-a por par de travessões, a vírgula deverá continuar a existir ali, após o segundo travessão.*****************

Se pareceu estranho tudo isso, leia repetidas vezes a dica de hoje, entendendo cada passo, oprque é de extrema simplicidade tudo isso, e fique craque no uso do horroroso “-, “ simplesmete porque a Banca adora o uso pertinente desta estrutura de pontuação.

Excelente domingo a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 24/6 (dia do Mel e dia Internacional da Ufologia): a dica de hoje vai abordar um termo que temos sempre dúvida se poderemos usar na redação, como apresentá-lo, seguido de reticências, seguido de ponto, sem nada, ufa, quantas dúvidas! Falo do …

***********et cetera***********

Segue abaixo o que tenho a observar a respeito deste terminho, muito pequenininho, que nos traz dúvidas gigantes...teoria do caos…

Page 103: Dicas Da Diplomata

1 – abreviação de “et cetera”> SEMPRE COM UM PONTINHO!!!!!!!!!!!Vou repetir: SEMPRE COM UM PONTINHO!!!!!!!!!!!Mais uma vez: SEMPRE COM UM PONTINHO!!!!!!!!!!!

Assim: etc.Nada de etcouetc…Combinado????

Obs> se o termo “etc.” estiver no final da frase que termina com um ponto final, o pontinho do “etc.” deverá coincidir com o ponto final.

Inadequado: Fui ao supermercado para comprar frutas: bananas, maçãs, uvas etc..

Adequado:Fui ao supermercado para comprar frutas: bananas, maçãs, uvas etc.

Mas se o “etc.” estiver entre parênteses, o ponto da abreviação e o ponto final devem ser distintos:Fui ao supermercado para comprar frutas (bananas, maçãs, uvas etc.).

2 – posso escrever “e etc.”?> como o termo “et cetera” já significa “e outras coisas” ou “e assim por diante”, não faz qualquer sentido colocar o conectivo “e” antes de etc., ok? Se colocar, teremos dois e’s.

3 – posso colocar vírgula antes de “etc.”? > com ou sem vírgula antes já é bem aceito. Se eu fosse usar o termo, não o precederia de vírgula. É que “etc.” tem o “e” em seu significado. Aprendemos, na dica do dia 24/5, que o uso da vírgula antes do “e” ocorre somente se o sujeito for diferente da oração coordenada anterior. Neste caso, o “e” do “etc.” não está coordenando orações, mas termos de uma lista. Por isso eu não usaria, mas, repito, essa vírgula antes do “etc.” já é aceita.

4 – A pergunta que não quer calar: posso usar “etc.” na redação?Resposta (minha opinião, mas recomendo também perguntar a seu professor presencial e dividir conosco sua apuração aqui no espaço de comentários) > Não há nenhuma regra gramatical que penalize o seu uso, mas eu evitaria. Por quê? Por dois motivos: (a) é um estrangeirismo, e, dessa forma, as Bancas mais rígidas com o uso de estrangeirismos poderiam penalizar o candidato, mesmo se vier sublinhado ou entre aspas, o que ficaria esquisito demais; e (b) poderá passar a mensagem para a Banca de que você é preguiçoso ou sem ideias para enumerar pontualmente o que queria dizer naquele ponto do texto. Caso sua enumeração necessite passar a ideia de que ela não se encerra ali, em vez de usar o “etc.”, opte por colocar simplesmente uma vírgula entre os dois últimos termos de sua listagem, sem fazer uso do tradicional conectivo “e”. 

Veja:

**********************Em vez de escrever**********************“Por vários motivos, a solidariedade entre desconhecidos está cada vez mais escassa: rotina sempre ocupada, egoísmo exacerbado, preocupação com interesses próprios etc.

Page 104: Dicas Da Diplomata

**********************Prefira**********************“Por vários motivos, a solidariedade entre desconhecidos está cada vez mais escassa: rotina sempre ocupada, egoísmo exacerbado, preocupação com interesses próprios”. 

Observe que este último exemplo acima é diferente deste abaixo, com o conectivo “e”:“Por vários motivos, a solidariedade entre desconhecidos está cada vez mais escassa: rotina sempre ocupada, egoísmo exacerbado e preocupação com interesses próprios”. 

Neste exemplo, com conectivo “e”, há apenas três motivos para explicar a escassez crescente de solidariedade entre desconhecidos; no anterior, sem o conectivo “e”, apenas com a vírgula entre os dois últimos termos, você está indicando para a banca que se subentendem outros motivos além dos três apresentados. Veja que você passou esta ideia sem precisar fazer uso do “etc.”.

Abaixo de minha assinatura, transcrevo a entrada “et cetera” do Dicionário Houaiss. Interessante saber que, nos manuscritos medievais, o “et cetera” era escrito assim: “&c.”!!! Ainda mais horrível que o nosso atual “etc.”, hahaha!!! Somos felizes e não sabíamos!

É isso! Como você escreverá muitos textos ao longo de sua vida, não somente texto de redação de concurso, fica aí a dica de hoje a respeito do “etc.”!

Boa segunda-feira a todos e até a próxima dica.

Claudia Assaf

Dica de hoje, 25/6 (sem efeméride): sei que a dica de hoje já é de conhecimento de muitos, mas de vez em quando ainda escuto, ou pior, leio em redações, a expressão que abordarei hoje, mas que você, "curtidor" desta Fanpage, prometerá não mais usar a partir de hoje, para todo o sempre, enquanto viver nesta e nas próximas vidas! 

Tente identificar o problema na linda frase a seguir:

******O Brasil deve aperfeiçoar, urgentemente, a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população nas mais diversas áreas. A maior urgência é a nível de educação.******

O problema está no horripilante 

*********a nível de*********

Combinaremos assim: *******SE NÃO HOUVER HIERARQUIA, ESQUEÇA A PALAVRA NÍVEL. *******QUANTO À EXPRESSÃO “A NÍVEL DE”, MESMO SE HOUVER HIERARQUIA, NÃO É ASSIM QUE USAMOS A PALAVRA NÍVEL.

Page 105: Dicas Da Diplomata

*******

Se você pensa que está escrevendo bonito ao escrever essa expressão A NÍVEL DE, saiba que não está. Bonita e esbelta será a subtração de pontos com que a Banca de Português do seu concurso do sonho penalizará sua redação!

Tente substituir a expressão “A NÍVEL DE” por “NO QUE SE REFERE A”, “QUANTO A”, “NO QUE TOCA A”, “A RESPEITO DE”, “NO QUE SE REFERE A”,“NO QUE CONCERNE A”"REFERENTE A""REFERIR-SE A" (verbo)e afins.

CONSERTANDO...******O Brasil deve aperfeiçoar, urgentemente, a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população nas mais diversas áreas. A maior urgência refere-se à educação.******

Caso esteja claramente estabelecida uma HIERARQUIA ou, ainda, uma ideia em que podeos visualizar uma dimensão sobre outra, a PALAVRA “nível” está liberada para uso! Mesmo assim, deveremos usá-la na expressão “EM nível”.

******A nova lei será aplicada EM nível nacional.******Aqui, há a ideia clara de níveis, de uma dimensão sobre outra: níveis municipal, estadual e nacional.

O mesmo ocorre, por exemplo, com o nível da água do rio, do mar, de um líquido em um recipiente. Mesmo nestes caso, NADA DE USAR “A NÍVEL DE” pelamordedeus!!! Usaremos o artigo masculino “o” antes do substantivo masculino “nível”, assim.***************“O governo aprovou a construção da nova rodovia AO nível do mar”.***************

Descrevo, abaixo, um exemplo que ocorre em minha rotina de trabalho, quando precisamos usar essa palavrinha “nível”.

A carreira diplomática é bastante hierarquizada. O plano de carreira inclui os seguintes níveis, do menos para o mais hierárquico: Terceiro Secretário, Segundo Secretário, Primeiro Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e, finalmente, Ministro de Primeira Classe. 

"Embaixador" é um título funcional que as duas categorias de Ministro ou, excepcionalmente, Conselheiro recebem, caso o servidor assuma a chefia de uma representação no exterior.

Page 106: Dicas Da Diplomata

Na ONU, há muitas reuniões, o tempo todo. Basicamente, cada diplomata da Missão (forma como chamamos o ESCRITÓRIO do Brasil ou de qualquer outro país na ONU) é responsável por um conjunto (infinito!) de temas. Todos esses temas exigem reuniões multilaterais frequentes, naquelas salas imensas dentro da ONU, com a plaquinha do país sobre cada bancada. É quando cada Estado expressa a posição de seu governo e tenta debater com os demais um denominador comum durante as negociações de determinada resolução, até se chegar a um consenso e a resolucão é adotada. Claro que o diplomata vai expor ideias não de sua cabeça, mas baseadas nas instruções claras recebidas da capital, no nosso caso, de Brasília. 

Essas reuniões poderão ocorrer entre “experts”, ou seja, especialistas na posição de secretários ou conselheiros, como eu e demais colegas, ou entre embaixadores, a depender da gravidade do impasse ou da necessidade de dar maior visibilidade e grau de importância à questão sendo discutida. 

Quando uma reunião é com embaixadores, “ambassadorial level meeting”, devo informar o meu chefe imediato de que precisaremos do embaixador para comparecer à reunião tal porque ela será EM NÍVEL de embaixadores (mesmo assim nós, especialistas no tema, acompanhamos o(a) embaixador(a)).

Às vezes chega à Missão convite para almoço de trabalho, sem especificar o NÍVEL de representação. Neste caso, solicitamos a nossa assessoria que telefone para os organizadores e pergunte se o evento será EM nível de especialistas ou embaixadores. Não podemos jamais enviar o(a) embaixador(a) a uma reunião em que seus homólogos estão ausentes, e vice-versa. Mico diplomático, hahaha! Culpa do secretário, claroooo!!!! Toda atenção é pouca!

Resumo da ópera:****************Não use a expressão A NÍVEL DE !!!!****************NUNCA MAIS!!!!****************

É isso! Até a próxima dica! Boa terça-feira a todos nós!

Claudia Assaf

Dica de hoje, 26/6 (dia Internacional da Luta contra o Uso e o Tráfico de Drogas, dia Internacional de Apoio às Vítimas da Tortura e dia do Metrologista): talvez a dica de hoje não tenha qualquer serventia para sua redação, mas existe uma coisa chamada COERÊNCIA. De que adianta você estar craque na variação culta da língua portuguesa com todas essas dicas da Fanpage e seus estudos, se não souber respeitar essa mesmíssima norma culta para…

******apresentar a hora?******

Nada de abreviar “hs”, “h.”, “m” (minutos), usar dois pontinhos entre os algarismos da hora e dos minutos etc.

A partir de hoje, você, uma pessoa que vem dominando com maestria as regras do Português, apresente hora no seguinte formato:******xxhyymin******

Page 107: Dicas Da Diplomata

ondexx=horah=abreviacão de “hora”yy=minutosmin=abreviação de “minutos”

Obs: se yy=zero, omitir yy

Fere a norma culta*************8hs. 8hs8:00h8:00hs8:308h30m*************

Prefira*************8h8h30min*************

Observações importantes*************- Não coloque espaço entre os números e o "h" ou o "min".

- Para hora pontual (minutos = zero), omita os minutos: em vez de 8h00min, prefira apenas 8h.

- Algumas áreas profissionais violam a regra de abreviação da hora, a fim de atender a seu negócio. Por exemplo, o texto de jornal impresso é sedento de espaço, que vale ouro; por isso, o editor, comumente, prefere abreviar a hora ferindo a norma padrão, por exemplo, “8h30m”, ou, somente “8h30”. Recordo que “m” é a abreviação da palavra “metro”! Outro setor neste caso é a aviação: observe que, na sua reserva aérea, o horário, sempre no formato 24 horas, é apresentado com quatro dígitos, um seguido do outro, sem qualquer abreviação ou pontuação entre eles, assim: 0800 no lugar de 8h, 1315 no lugar de 13h15min etc.;

- Dedique-se a aprender abreviações. De novo, fica coerente com a excelência que você vem adquirindo ao estudar a fundo a Língua Portuguesa. Como abreviar “apartamento”? Sei que você pensa que é “apto.”, mas não é! Abrevia-se “ap.”. Como abreviar “página”? Sei que você pensa que é “pág.”, mas não é! Abrevia-se “p.”. Como abreviar “páginas”, no plural? Sei que você pensa que é “págs.”, mas não é! Abrevia-se “pp.”.

Sei que pode “parecer um saco” isso tudo, mas esforce-se! Não custa nada. Quanto à hora, dica de hoje, faça uma promessa para si e, mesmo no momento da preguiça ou da pressa, quando estiver escrevendo um bilhetinho rápido para deixar em cima da fruteira da cozinha para alguém de sua família ler, tipo “chegarei a tal hora”, ou um e-mail para o chefe ou mesmo informal, para um amigo ou parente, em que precisará apresentar hora, use a dica de hoje, combinado? Não só você estará sendo COERENTE com todo o conhecimento que vem adquirindo estudando Português para seu concurso, mas também fixando este conhecimento na mente e, acima de tudo, ensinando pelo exemplo – melhor método de ensino existente, em toda e qualquer área, em todos os tempos. 

Page 108: Dicas Da Diplomata

Mas se você escreve para jornal, por favor, não desobedeça seu editor-chefe!!!

É isso! Boa quarta-feira a todos e até a próxima dica!

Claudia Assaf

Dica de hoje, 27/6 (dia do Relojoeiro e dia Nacional do Vôlei): escolha, a seguir, a(s) opção(ões) que não viola(m) a norma culta...

***************a. Na democracia, os governantes devem informar o cidadão comum das suas diretrizes de ação política constantemente.

b. Na democracia, os governantes devem informar ao cidadão comum das suas diretrizes de ação política constantemente.

c. Na democracia, os governantes devem informar ao cidadão comum as suas diretrizes de ação política constantemente.

d. Na democracia, os governantes devem informar o cidadão comum as suas diretrizes de ação política constantemente.

***************

Se você ficou confuso ao analisar as quatro opções acima, fique calmo(a), relaxe, porque é mais fácil do que tirar doce da boca de criança!!! Boa leitura!

Deu para perceber que, na dica de hoje, estudaremos a regência do verbo

***************INFORMAR***************Na acepção de “fazer saber” “tomar ciência de”“cientificar-se”***************

Trata-se de verbo bastante utilizado, senão o mais utilzado, na produção de nossos relatórios no Itamaraty. 

Basta concentrar-se e pensar nas duas regências possíveis do verbo INFORMAR:

Regência 1 (prefiro esta)***************informar alguém de algo(opção “a” do exercício)***************

Regência 2***************informar algo a alguém (ou informar a alguém algo)opção “c” do exercício***************

Veja como é muito fácil…

Page 109: Dicas Da Diplomata

O verbo INFORMAR exige dois complementos ou objetos:- alguém (quem recebe a informação)- algo (mensagem transmitida)

SEMPRE um deles será objeto DIRETO, e o outro, INDIRETO. **********************NUNCA AMBOS OS OBJETOS DO VERBO INFORMAR SERÃO OS DOIS INDIRETOS OU OS DOIS DIRETOS!**********************(desculpem-me a redundância ambos, dois etc.; foi proposital!)

Vamos repetir isso para gravar PARA TODO O SEMPRE na sua mente!!!**********************NUNCA AMBOS OS OBJETOS SERÃO OS DOIS INDIRETOS OU OS DOIS DIRETOS!**********************

Mais uma vez (acredito no poder da repetição para o aprendizado pleno):**********************NUNCA AMBOS OS OBJETOS SERÃO OS DOIS INDIRETOS OU OS DOIS DIRETOS!**********************

Na regência1, informar alguém de algo, temos que a pessoa que toma conhecimento da mensagem está SEM preposição, é o OBJETO DIRETO; aquilo que é transmitido a essa pessoa está regido pela preposição DE, veja:

A mãe informou O filho DE que chegará mais tarde.Alguém = o filho (sem preposição, objeto direto)Algo = que chegará mais tarde (deverá estar regido com a preposição DE, objeto indireto)

No exercício inicial, a opção “a” era exatamente este caso:

a. Na democracia, os governantes devem informar o cidadão comum das suas diretrizes de ação política constantemente.

Alguém=cidadão (objeto direto)Algo=suas diretrizes…(objeto indireto)

Portanto…(…) devem informar O cidadão DAS suas diretrizes…

Na regência 2, informar algo a alguém, ou informar a alguém algo, temos, desta vez, que a mensagem transmitida (algo) é que está SEM preposição, é o OBJETO DIRETO; e a pessoa que recebe a informação (alguém) está regida pela preposição A, veja:

A mãe informou AO filho que chegará mais tarde.Alguém = o filho (regido pela preposição A, objeto indireto)Algo = que chegará mais tarde (sem preposição, objeto direto)

No exercício inicial, a opção “c” era exatamente este caso:

c. Na democracia, os governantes devem informar ao cidadão comum as suas diretrizes de ação política constantemente.

Alguém=cidadão (objeto indireto)Algo=suas diretrizes…(objeto direto)

Portanto…(…) devem informar AO cidadão AS suas diretrizes…

Page 110: Dicas Da Diplomata

Observação importante para o Teste de Pré-Seleção (TPS) que vem por aí do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD):

- cuidado que o algo poderá vir antes do alguém na regência do verbo informar, mas não será problema. Bastará ter bem claro na sua cabeça quem é o ALGUÉM e o que é o ALGO. A ordem em que esses objetos aparecerão na oração não é importante. O FUNDAMENTAL é saber que um deles será objeto DIRETO, enquanto, o outro, INDIRETO, combinado? Excelente questão para marcar C ou E na prova Cespe, fique ligado! Veja (colocando o ALGO antes do ALGUÉM)

CORRETONa democracia, os governantes devem informar as suas diretrizes de ação política constantemente ao cidadão comum.

TAMBÉM CORRETO, embora soe esquisito.Na democracia, os governantes devem informar das suas diretrizes de ação política constantemente o cidadão comum.

Em sua redação, prefira “informar alguém de algo” (regência #1), nesta ordem, opção “a” do exercício que abriu a dica de hoje.

Portanto, respostas corretaas no exercício inicial da dica de hoje são as opções "a" e "c".

Observe que, na opção "b", ambos os objetos são indiretos!!Na opção "d", ambos são diretos.

Antes da despedida, vou perturbar você e repetir a essência da dica de hoje, a fim de que realmente grave eternamente a na sua mente:

Regência do verbo informar, que pede DOIS complementos,**********************NUNCA AMBOS OS OBJETOS SERÃO OS DOIS INDIRETOS OU OS DOIS DIRETOS!**********************Um será direto, e o outro, indireto, combinado?

Após a minha assinatura, abaixo, transcrevo a acepção 3 do verbo informar contida no Dicionário Houaiss.Leia os exemplos do Houaiss com atenção e tente encaixar no que acabou de ler na dica de hoje, ok?

É isso! Boa quinta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br* * *

Acepção 3 do verbo INFORMAR no Dicionário Houaiss:******************INFORMAR******************3 ( bit. e pron. ) [prep.: a, de] p.ana. fazer saber ou tomar ciência de; cientificar(-se)- O hospital custou a informar do acidente os parentes da vítima - A universidade informou aos interessados a data para a matrícula- Da próxima vez, informe-se melhor. (Claudia falando: aqui, o "algo" de que a pessoa deveria saber mais está omitido, havendo apenas o objeto direto expresso

Page 111: Dicas Da Diplomata

no pronome “se”)******************

Dica de hoje, 28/6 (sem efeméride): a dica de hoje é um corolário da de ontem! Ótima pegadinhade prova objetiva ou estilo CESPE (Certo x Errado). Fique esperto(a)!

Ontem, aprendemos que o verbo INFORMAR:

- pede dois complementos >>>>> alguém (quem recebe a informação) >>>>> algo (o que é informado)

- é bitransitivo, direto e indiretor>>>>> “informar alguém de algo” ou >>>>> “informar algo a alguém”, 

- jamais os dois complementos serão, ao mesmo tempo, diretos ou indiretos.

Bem, a mensagem principal era que um complemento será objeto direto, e, ou outro, indireto. Jamais ambos diretos ou indiretos, certo? Se não se lembrar da dica de ontem, por favor, leia antes de continuar a leitura.

Agora pergunto…*******************Você marcaria “C” erto ou “E”rrado para o período abaixo:*******************Periodicamente, a população é informada pelo Ministério da Saúde que o uso de preservativo contribui de forma significativa na proteção contra o vírus HIV.********************

Combinando a dica de ontem com a do dia 22/5, quando você aprendeu que verbo transitivo INDIRETO não pode ir para a voz passiva (leia novamente a dica de 22/5 senão se lembrar), temos que o trecho acima está ERRADO.

Por quê?

Basta descobrir quem é o ALGUÉM que recebe a informação e o ALGO que é informado. 

No trecho acima:> Alguém = POPULAÇÃO> Algo = QUE O USO DE PRESERVATIVO CONTRIBUI (…)

Como, obrigatoriamente um deve ser o objeto direto, e o outro, indireto, e, ademais, como voz passiva não pode ser construída com verbos transitivos indiretos, temos que “a população é informada” necessariamente é o trecho transitivo DIRETO”, porque está na voz passiva, certo?

Portanto, o “Algo” deverá estar regido de forma indireta, com a preposição DE (informar alguém DE algo).

Consertando…*******************Periodicamente, a população é informada pelo Ministério da Saúde DE que o uso de preservativo contribui de forma significativa na proteção contra o vírus HIV.********************

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Antes de fechar a dica de hoje, gostaria de prestar uma homenagem a um grande amigo, Embaixador Arnaldo Carrilho. Durante o curso no Instituto Rio Branco, é praxe os recém- empossados diplomatas iniciarem estágio pelas Divisões do Ministério. Na medida do possível, somos alocados em Divisões afins a nossa área de pesquisa ou a nosso gosto em termos de assuntos com que trabalharemos. Eu escolhi a Divisão de Oriente Médio I (DOM-I, falamos “/dom um/”), área política que, geograficamente, cobre Israel, Palestina, Síria, Líbano, Jordânia e Egito no que respeita aos temas afetos à Liga dos Estados Árabe (LEA), sediada no Cairo (politicamente, Egito é coberto por Divisão que lida com África).

Quando eu iniciei meu estágio na DOM-I, o Embaixador Carrilho era o Chefe do Escritório de Representação em Ramalá, na Palestina. O Escritório em Ramalá não pode ser chamado de Embaixada porque ainda não existe o Estado palestino, ficando, portanto, politicamente sob a jurisdição de nossa Embaixada em Telaviv, mas independente em termos de estrutura (da mesma forma a “Embaixada” palestina em Brasília deve ser chamada de “Delegação” palestina, e o chefe de Delegado palestino ,em vez de Embaixador). 

Os relatos que a DOM-I recebia do Embaixador Carrilho eram verdadeiras aulas, textos e “insights” que eu jamais havia pensado. Mesmo sem conhecê-lo, estava me tornando fã de uma pessoa que conhecia na entrelinhas a problemática daquela região, a rotina dos moradores, à luz do que se afirmava na mídia, enfim, extremamente enriquecedor. Pelo menos diferente do que vemos muitas vezes aqui na ONU, quando diplomatas, sobretudo aqueles de países permanentes do Conselho de Segurança, falam de uma realidade onde nunca pisaram. 

Decidi escrever-lhe um e-mail, apresentando-me, novata e interessada nos temas sobre o que ele escrevia diariamente, na certeza de que jamais me responderia…Qual não foi minha surpresa quando não só me respondeu, mas começamos ali grande amizade.

Sempre que o Embaixador Carrilho estava em Brasília, de férias, ia me visitar na DOM-I. Sentava-se numa cadeirinha que tinha no canto da janela e ficávamos conversando por pouco mais de uma hora e ele me contava do dia a dia em Ramalá, curiosidades dos costumes locais e a razão de ser desses costumes, os “checkpoints” infinitos por que passava diariamente, quando podia ver o impedimento do ir e vir da população dentro de seu próprio território, processos que poderiam demorar até três horas ou mais. Mesmo defensor da causa palestina, entre suas maiores amizades estavam jornalistas judeus e pensadores israelenses, moderados e sensíveis ao pleito de ambos os lados. Coerente ao extremo, ao mesmo tempo aguçada inteligência e extremamente culto. 

Quando fui servir na Embaixada no Catar (2008-2012), participei da Segunda Cúpula América do Sul-Países Árabes (II Cúpula Aspa), realizada em Doha em março de 2009, com participação do Presidente Lula, a quem também tive a oportunidade de conhecer nos trabalhos durante a Cúpula e nos bastidores. 

O Embaixador Carrilho estava envolvido nas reuniões preparatórias havidas em Doha e que antecederam a Cúpula, quando se discutiam projetos diversos, como a possibilidade da implementação da mostra multimídia didática “Uma história de dois rios: o Nilo e o Amazonas”, da BibliAspa (http://www.bibliaspa.com.br/), entre outros temas. Tive o prazer de poder assessorá-lo. 

Igualmente, foi ele quem me apresentou ao (maravilhoso) cineasta Silvio Tendler, que também já esteve em Doha por ocasião do Festival de Documentários da Rede de TV Al-Jazeera em 2008 (quem está focado no CACD, assista aos documentários políticos do Silvio, são obrigatórios (“Os Anos JK”, “Jango” etc.) e com quem tive a oportunidade de conversar longamente durante os dias do festival e no jantar que

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ofereci a ele (por minha conta, não do erário!). 

Seu último posto no exterior foi ser o primeiro Embaixador de nossa Embaixada na República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte) (http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u592223.shtml)Desde que cheguei a Nova York, para servir na Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, há um ano exato, estava em meus planos contactar o querido Embaixador Carrilho, para trocar ideias com ele sobre o que venho aprendendo por aqui, a forma como os árabes lidam com temas diversos no ambiente multilateral, para saber o que ele pensa acerca do que venho percebendo por aqui, saber também como foi a experiência dele em Pyongyang, mas a gente sempre vai adiando para amanhã. É o apartamento para alugar nesta cidade caríssima (parte do aluguel é do nosso bolso!), é a escola das crianças, igualmente caríssimas no caso das creches), é o tanto de serviço e relatórios para aprontar, são as reuniões diárias e muitas vezes complexas na ONU, tempo me faltava…Que pena que não priorizei o que realmente importa nessa vida: a nutrição da amizade, o carinho. 

Há dois dias,escrevi para o filho dele, o Bruno, também diplomata e amigo querido, que, mesmo no calor dos acontecimentos, me respondeu prontamente assim: 

“Querida,Obrigado pelo carinho. Você sabe que ele gostava muito de você. O Brasil ficou um pouco menos inteligente...Vamos sim conversar sobre ele futuramente.Beijo grande”.

Uma última dica a você que segue esta Fanpage: não deixe de falar com aquela pessoa querida que não vê há muito tempo, amigo, colega, ou parente, por falta de tempo. O tempo existe, apenas precisamos adminisrtá-lo e, além disso, perguntar-se se a conclusão de um relatório não poderia esperar mais um dia ou mais umas horas, em detrimento de um telefonema de dez ou vinte minutos.Seguem uns “links”:

- http://oglobo.globo.com/cultura/morre-arnaldo-carrilho-um-dos-maiores-disseminadores-do-cinema-brasileiro-no-exterior-8818855

- http://www.icarabe.org/noticias/falecimento-do-embaixador-arnaldo-carrilhoOBRIGADA POR SEUS ENSINAMENTOS, QUERIDO EMBAIXADOR, E PELA ATENCÃO QUE ME DEDICAVA SEMPRE. PARABÉNS PELO QUE PÔDE CONTRIBUIR PARA QUE O ESTADO BRASILEIRO CONHECESSE MAIS ACERCA DA REALIDADE MÉDIO-ORIENTAL, ENTRE OUTROS TEMAS. 

Até a próxima dia.

--Caudia Assaf

Dica de hoje, 29/6 (dia do Pescador e dia da Telefonista): faz dois meses e meio que iniciei as publicações das dicas de Português para redação nesta Fanpage. Juntamente com seus estudos presenciais, creio que você já deva estar redigiNdo elegantemente. Usando uma metáfora, é como se você estivesse vestindo um terno com estilo ou um vestido fino, elegante; entretanto, com a dica de hoje, você estará vestindo “Black-Tie” ou um vestido longo, de gala, porque é aquela dica que

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deixará seu texto elegantíssimo, será a azeitona da sua empada, será a cereja do sundae, como falamos no Rio…Você já ouviu falar em…

******************SIMILICADÊNCIA?******************

Que palavrão, né???

Calma! Relaxe! De novo: é mais fácil do que tirar doce da boca de criança!

É simplesmente mais uma forma de paralelismo! Trata-se de 

******************PARALELISMO RÍTMICO .******************

Antes de vermos similicadência, vamos recordar os dois tipos de paralelismos que já abordamos neste espaço: o paralelismo sintático e o paralelismo semântico.

PARALELISMO SINTÁTICOEm 28/4 eu havia explicado que, em construções com duas partes ou mais, você buscasse "combinar" o material sintático existente em cada uma delas. Refiro-me a tempo verbal, estrutura das orações, entre outros. 

Havia apresentado o seguinte exemplo:

"Fui à escola bem cedo e observando a paisagem ao longo do caminho".

Há aqui duas estruturas com mesmo nível sintático: duas orações que se coordenam por meio de conjunção coordenativa aditiva "e": (a) ir à escola; e (b) observar a paisagem. 

A quebra do paralelismo SINTÁTICO estava nos diferentes TEMPOS VERBAIS que apareciam em cada parte, quais sejam, "ir" e "observar". 

Para consertar a inadequação, bastou colocar o verbo "observar" no mesmo tempo do "ir", assim:

"FUI à escola bem cedo e OBSERVEI a paisagem ao longo do caminho". 

PARALELISMO SEMÂNTICOEm 9/6, vimos o seguinte exemplo criado pelo professor Othon Moacyr Garcia:

“*******************************Fiz duas operações: uma em São Paulo e outra no ouvido.*******************************

A frase está gramaticalmente boa, mas as partes sintaticamente paralelas – onde eu fiz minhas operações – não se combinam SEMANTICAMENTE falando. Uma refere-se a local geográfico e a outra, a local no corpo.

Como sabem, a quebra de paralelismo, seja sintático, seja semântico, penaliza o candidato. A depender da rigidez da Banca de Português do seu concurso do sonho, essa penalização será tanto maior.

Trata-se de simetria!

Se você, além de respeitar o paralelismo sintático e semântico, respeitar,

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igualmente, a musicalidade de sua construção, dando a cada parte o mesmo ritmo, você terá mantido a simetria rítmica, O PARALELISMO RÍTMICO, a similicadência. Estilo classe A. Black-tie! Vestido longo de gala! A azeitona da empada! A cereja do sundae!

Vamos aos exemplos.

Compare os dois períodos e diga qual está simetricamente rítmico?

(1)A extrema pobreza afeta o indivíduo tanto fisicamente, porque o acesso ao tratamento de saúde elementar é limitado, quanto psicologicamente.

(2)A extrema pobreza afeta o indivíduo tanto fisicamente, porque o acesso ao tratamento de saúde elementar é limitado, quanto psicologicamente, pois o alijamento do convívio em sociedade é real.

Se respondeu (2) acertou! Observe que, ao explicar ambos os termos – fisicamente e psicologicamente – você deu ritmo ao período todo, ao passo que, em (1), ao omitir a explicação de “psicologicamente” de sua argumentação, qual seja, “pois vive alijado da sociedade”, frase que fazia o papel da azeitona ou da cereja, você deixou o Examinador comer uma empada sem azeitona, ou um sundae sem cereja!

Veja o exemplo que criei a seguir (a azeitona está destacada em maiúsculas): *******************A implementação de projetos para a inclusão social da criança é importante não só para seu desenvolvimento pessoal, NA MEDIDA EM QUE A PERMITE CRESCER COM A SENSAÇÃO DE PERTENCIMENTO, mas também para a formação da sociedade em geral, VISTO QUE A COLETIVIDADE PRODUTIVA DEPENDE DE SERES SÃOS.*******************

Com conhecimento da similicadência, completamos os tipos possíveis de criação de períodos simétricos. Agora você está apto a paralelizar elementos à luz não somente da sintática, que confere obediência gramatical, e da semântica, que demonstra lógica do pensamento, mas também do ritmo, que atribui melodia (eita explicação similicadente, gostou?)

Muito chique tudo isso!

Você está pronto para ir àquela festa vestido de black-tie ou de longo de gala, onde irá saborear aquela empada maravilhosa, com azeitona, claro!

Até a próxima dica! Bom sábado a todos nós!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 1º/7 (sem efeméride): ainda vou falar do que vimos ontem, para fixar ainda mais aquela diferença entre

******************à medida que X na medida em que******************

Quem ainda não leu, por favor, leia a dica de ontem antes de prosseguir a leitura

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desta publicação de hoje, ok?

É que o internauta Dwan nos presenteou com uma questão do CESPE que fez parte do Teste de Pré-Seleção (TPS) do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) de 2007. Veja:

(TPS 2007/Questão 15) Considerando os sentidos e os aspectos morfossintáticos do texto acima, julgue (C ou E) os itens a seguir:

( ) A substituição da expressão “à medida que” (l.5) por "na medida que" não implicaria prejuízo para o conteúdo semântico ou a correção gramatical do texto. 

O gabarito é "E", claro!

Aqui temos dois aspectos:1. correção gramatical já ficou prejudicada, porque não temos a locução conjuntiva NA MEDIDA QUE! Teremos ou À MEDIDA QUE (=à proporção que) ou NA MEDIDA EM QUE (=porque), portanto a resposta é “E” (errada); e

2. mesmo que o comando da questão tivesse substituído a expressão “à medida que” pela correta expressão “na medida em que”, o item permaneceria “E” (errado), porque teria havido prejuízo do conteúdo semântico, passando de ideia de “GRADATIVIDADE” para “CAUSALIDADE”, embora gramaticalmente correto.

Usar (corretamente em ambos os aspectos gramatical e semântico!!!!) em sua redação uma ou outra locução mostrará para a Banca que você domina a língua, não o contrário. Não tenha medo de usar uma ou outra expressão em sua redação de concurso. 

A propósito, encontrei um “site” de que muito gostei, em que um professor chamado João Bolognesi lista questões de concurso que cobraram o ponto da dica de ontem, lista que transcrevi para você ao final deste “post”. 

Antes, permito-me citar aqui um trecho do texto de apresentação do Blog desse professor, que achei bem interessante para os que vêm se preparando para concurso (Fonte: http://portuguesparaconcursos.damasio.com.br/?p=342):

**********************“Quem prepara as questões de concurso são professores universitários com vasto conhecimento gramatical, linguístico e textual. Eles têm consciência da norma culta e da riqueza oral do brasileiro, são cientes das deficiências escolares e das intenções seletivas de um concurso público. Esses professores já corrigiram milhares de textos de seus alunos e seus olhos já viram repetidas vezes erros, vícios, desconhecimentos, desvios e outras mazelas em geral. Diante dessa rica experiência teórica e prática, a banca molda suas questões com base em um estilo, algo que vai sendo construído na história da própria instituição.

Sempre digo que, em nossos dias, entrar em uma prova de concurso público sem ter se preparado só se o santo for forte, só se houver muita fé e muita vela acesa. Ora, ao aluno ajuizado convém afiançar-se de tudo que o ajude: fé e também razão fazem uma boa parceria nessas horas. Para ir bem na prova de português, não basta ser um usuário da língua. É necessário estudá-la, se possível com prazer e raciocínio, algo que se estenda do concurso para a vida”.**********************

Bem, pessoal, aqui vai um comentário meu: seja qual for a matéria que esteja estudando (aliás, seja o que for que você se propuser a fazer na vida em busca da realização de um desejo, do sucesso), em especial os variados pontos da norma

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culta e do estilo de nosso amado Português, recomendo que você NÃO se contente em ser mais ou menos, ou ser bom, ou ser excelente. É muito pouco. SUPERE O EXCELENTE. SEJA GENIAL. Seja o melhor do mundo naquilo que se propuser a aprender. Fi assim com Bill Gates, Steve Jobs, Gandhi, Madre Tereza de Calcutá. você poderá ser tão genial quanto eles.

Como?

Leia o mesmo tema em diferentes fontes, sempre de forma crítica. Busque entrevistas de pessoas autorizadas a falar do tema em questão. Discuta com seu professor presencial, com seu grupo de estudos. Pesquise o que os principais gramáticos pensam acerca do ponto. 

Para ter êxito no projeto em ser mais que excelente em qualquer ponto que estiver estudando, em qualquer assunto que se propuser a aprender, a primeira atitude é PLANEJAR-SE. 

Planeje o que estudará naquela semana. Esse planejamento semanal deverá se dar, preferencialmente, aos domingos. Tire uma horinha de seu domingo e planeje toda a semana, mesmo que, naquela semana toda, você aborde um único tema. Planeje o que fará, a cada hora, de segunda-feira a sábado. O tempo existe, só precisa ser administrado. Considere acordar, como eu, às 4h30min e, às 5h, já estar pronto para se dedicar ao projeto em superar a excelência, no tema que escolheu (atualmente dedico quarenta minutos diários tentando tirar o Hino Nacional ao piano, instrumento que estudei no passado, mas enferrujei. Tenho esse sonho, mas como é desafiante. Estou ainda na introdução, faz uns três meses).

Feito o planejamento semanal para estudar o ponto da matéria ou da arte que queira dominar, seja tocar um instrumeto, seja falar fluentemente um idioma, seja cantar, seja dançar, seja uma matéria específica do programa do seu concurso do seu sonho, tenho três passos infalíveis para você ser o melhor do mundo no tema que muito deseja dominar, sobretudo neste momento em que vivemos, repleto de distrações que drenam nossa concentração a cada segundo (500 canais de TV a cabo, twiter, Facebook, email, chats, uma ida ao supermercado comprar um cereal, mas deparamos com mais de vinte tipos etc.):

1. FOQUE2. FOQUE3. FOQUE

Não há outra fórmula, senão esses três passos. Caso se distraia por qualquer motivo, lembre-se do segundo passo. Se, aida assim, distrair-se, lembre-se do terceiro passo. 

O sucessos ou o alcance de metas aparentemente inatingíveis haverá SEMPRE por trás uma sucessão de ações diárias e pequeninas, ao longo, de, pelo menos, uns cinco anos. 

Um golzinho por dia implicará a realização da meta. 

Pelo menos foi assim que aconteceu comigo quando fui aprovada no CACD em 2006: o sonho vinha desde dez anos antes, mas eu ria só de pensar que poderia um dia conseguir tamanha impossibilidade. Até que, cinco anos antes, decidi lá no interior de minha alma, que passaria no CACD, mas eu era um papel em branco (fiz exatas – Matemática – havia mais de dez anos e não estudava desde então, apenas viajava, pois trabalhei por quase oito anos como comissária de bordo). Tinha uns trinta anos. Apenas o FOCO (mesmo!!!) permitiu-me adquirir o conhecimento necessário que resultou na aprovação em 2006.

É isso! Seguem, abaixo de minha assinatura, as questões que o professor João

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Bolognesi selecionou em seu Blog a respeito de “à medida que” x “na medida em que” já cobradas em concurso público, disponível em http://portuguesparaconcursos.damasio.com.br/?p=369%2Cacesso.

Boa segunda-feira a todos! Até a próxima dica!

Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br********************************

(GABARITO DE TODAS AS QUESTÕES ABAIXO: “E” !!!!)

1. (ESAF) Avalie a correção da frase.

O Estado que ganha impõe, na maioria dos casos, uma perda a algum ou alguns dos demais, à medida em que não se trata de um jogo de soma positiva.

2. (CESPE) “…esses dois conceitos perdem o contorno exato do seu significado, à medida que o trabalho de contaminação dos latino-americanos se afirma, se mostra mais e mais eficaz.”

A substituição da expressão “à medida que” por “na medida que” não implicaria prejuízo para o conteúdo semântico ou a correção gramatical do texto.

3. (CESPE) “Sua linguagem, sobre ser técnica, é científica, na medida em que as proposições descritivas que emite vêm carregadas da harmonia dos sistemas presididos pela lógica clássica”

As expressões “na medida em que” e “à medida em que” equivalem-se semanticamente e estão ambas corretas.

4. (ESAF) “À medida que a modernidade —ou a pós-modernidade— avança, novas facetas surgem.”

Ao se substituir “À medida que” por “À medida em que”, preservam-se as relações semânticas originais do período.

5. (ESAF) Avalie a correção da frase. 

Isto significa que, à medida em que a educação e os padrões comportamentais de homens e de mulheres se alteram, a divisão sexual do trabalho e as relações entre os gêneros podem mudar. 

6. (CESPE) “À medida que o réu se familiariza com o jargão jurídico, passa a usá-lo também, seja para causar boa impressão pessoal, seja para alegar conhecimento das leis.”

A expressão “À medida que” tem valor equivalente e por isso pode ser substituída, sem que se altere a correção gramatical do período, por qualquer uma das seguintes expressões: “À proporção que”, “Na proporção em que”, “Na medida em que”, “À medida em que”.

7. (FCC) Avalie se a substituição conserva o sentido e a correção.

Apareciam as detestáveis hienas, “rindo” enquanto comiam os restos de algum pobre animal. (à medida em que devoravam os detritos)

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8. (FCC) Avalie a correção da frase. 

Na medida que se infantilizam os eleitores, e se trata uma realidade em preto e branco para ser mais inteligível, promovemos uma simplificação sem qualquer dúvida. 

9. (FCC) Avalie a correção da frase. 

Se não ocorresse tamanha abstenção dos valores da velhice, certamente os dotes da juventude seriam valorizados à medida em que fossem oportunos.

10. (CESPE) “Partilharia igualmente com ele a reflexão sobre a especificidade das condições históricas do país, na medida em que, já em “Os Sertões”, Euclides realizara um mapeamento de temas que se tornariam centrais na produção intelectual e artística do século XX.”

A substituição da expressão “na medida em que” por “à medida que” não traria prejuízo para o sentido do período em questão.

11. (CESPE) “No ano passado, a produção industrial cresceu 6%, enquanto o emprego aumentou 2,2% e o total de horas pagas pela indústria aumentou 1,8%.”

O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção gramatical e para as informações originais do período, ser substituído por qualquer um dos seguintes: “ao passo que”, “na medida que”, “conquanto”.

12. (FCC) Avalie a correção da frase. 

Remontando ao dia da criação do cavalo, o autor o humaniza, à medida em que essa frase do texto parece sair da Bíblia.

Dica de hoje, 2/7 (dia da Independência da Bahia e dia do Bombeiro): a dica de hoje é bem simples, você escuta isso desde que começou a fazer redações na sua vida, você tenta não cometer essa inadequação, no entanto, não tem jeito, sua redação raramente está livre de palavras ou termos

********REPETIDOS********

VAMOS DEIXAR COMBINADO ASSIM:

***************************NÃO REPITA PALAVRAS NA SUA REDÇÃO!!!!Ou evite ao maximo!***************************

Vou desobedecer a mim mesma e repetirei aqui o que acabo de dizer:***************************NÃO REPITA PALAVRAS NA SUA REDÇÃO!!!!Ou evite ao máximo!***************************

Mais uma vez:***************************NÃO REPITA PALAVRAS NA SUA REDÇÃO!!!!Ou evite ao máximo!

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***************************

Por mais simples que seja a palavra, evite repeti-la, combinado?

Na minha experiência corrigindo redações, venho observando algumas repetições mais comuns:

- é necessário que…- problema- projeto- país- muito- pessoas- êxito- proteção e muitos outros!

Você deve estar pensando assim: “Isso eu já sei, Claudia, todos os professores de redação me dizem isso!!! Não aguento mais ouvir essa ladainha! Quero saber como encontrar substitutos? Por exemplo, que palavra poderei usar para substituir “problema”??? Impossível!!!

E a revolta continua, a cada conselho que ouvimos, sempre assim: BUSQUE SINÔNIMOS!

Entendo você…Concordo que essa resposta é horrível, aliás, complica mais que ajuda quando queremos solucionar esse PROBLEMÃO que é não repetir, em nossa redação, palavra ou termos. Já nos sentimos incompetentes o suficiente por repetir a palavra ao longo de todo o texto, aí vem nosso(a) professor(a) de redação e orienta para buscarmos sinônimos, mas nada vem à mente, o que faz que nos consideremos ainda mais incompetentes! É um “saco”, né???

Tudo bem, buscar sinônimos, já sei disso, mas e daí? Onde eles estão??? Se eu soubesse onde se escondem, claro que eu iria buscá-los!!!

Em suma, sabemos que BUSCAR SINÔNIMOS é mais difícil que tirar doce da boca de criança! Tarefa árdua essa de encontrar sinônimos para aquela palavra sem a qual eu não consigo expressar a minha ideia para o Examinador! Onde eles estão???? 

Aí a resposta que você recebe é a seguinte: leia muito, leia bons textos, só a leitura dará a você elementos para depositar sinônimos na sua cabeça.

Por mais que isso seja verdade, não resolve o problema, porque, apesar de lermos, os sinônimos não nos vêm à mente! Talvez no logo prazo, essa técnica resolva, mas meu concurso é agora, é ano que vem, não tenho tempo.

Sem desmerecer essa técnica, pois é claro que a leitura de bons textos nos subsidiarão para aumentar o nosso depósito de vocabulário, mas continuo sem conseguir encontrar os sinônimos!

A dica de hoje é seu GPS rumo ao esconderijo dos SINÔNIMOS!!!

Antes de dar o caminho das pedras, queria dizer que muitos gramáticos consideram não existir SINÔNIMO PERFEITO. Sempre o sentido será modificado, ainda que imperceptivelmente, mas será. 

Mesmo assim, a busca pelo sinônimo poupará do candidato a perda de preciosos pontos ao longo da prova de redação, ACRDITE!!! São pontos que, em concursos de extrema competitividade, você não poderá se dar ao luxo de desperdiçar, jamais! Mesmo imperfeitos, são os sinônimos que salvarão a pátria, já que existe a

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semelhança de significação.

Comecemos pela definição. O que é SINÔNIMO?Sinônimo é a “palavra que tem com outra uma semelhança de significação que permite que uma seja escolhida pela outra em alguns contextos, sem alterar a significação literal da sentença” (Dicionário Houaiss).

Lembre-se da dica de ontem: você não quer ser mais ou menos, nem bom, tampouco excelente. Seu objetivo é ser GENIAL. Sugiro três atitudes que, a partir de hoje, você deverá adotar para tornar-se GENIAL na busca por sinônimos.

1 – TENHA ACESSO A MATERIAL ESPECIALISTA EM FORNECER SINÔNIMOS2 – CRIE SEU PRÓPRIO CADERNO DE SINÔNIMOS3 – PRATIQUE A BUSCA POR SINÔNIMOS DIARIAMENTE

Vamos entender cada atitude acima listada.

1 – TENHA ACESSO A MATERIAL ESPECIALISTA EM FORNECER SINÔNIMOSObviamente, no dia da prova, você não poderá consultar, mas durante seus estudos poderá. O preparatório é momento de adquirir artifícios estratégicos ara, no dia da prova, você ser GENIAL. Ao elaborar sua redação durante seu período preparatório, tenha SEMPRE a seu lado um dicionário de sinônimos. Eu só estudava redação com o “Dicionário Houaiss Sinônimos e Antônimos”, Editora Objetiva. A cor do livro nào me agradava muito, porque eu sou tricolor (carioca), e aquela capa preta e vermelha dava arrepio, mas sem aquele dicionário eu não era nada! Escrever uma redação sem ter aquele dicionário ao meu lado era angustiante, tornou-se um vício. Claro que, com o tempo, eu nem precisava consultá-lo, porque já havia aprendido os sinônimos das palavras que eu gostava de usar em meus textos. 

Outro depósito de sinônimos na ea da internet são “sites” especializados, como o http://www.sinonimos.com.br/Agora você deve estar se perguntando: concordo, achei os sinônimos, mas como colocar um dicionário dentro da minha cabeça??? Aqui entra o esforço de sua parte, querido(a)! Quem é da minha geração (nasci na década de 1970), lembrará uma propaganda do extinto supermercado DISCO, no Rio de Janeiro. De tão barato o preço praticado nesse supermercado, a propaganda tinha o seguinte mote: “Quer moleza? Vá ao Disco!”

Repito aqui para você: quer moleza? Vá ao Disco!!!

Você jamais atingirá a genialidade sem esforco e sacrifício. A segunda atitude a ser adotada a partir de hoje por você é a dose de sacrifício que deverá fazer para se tornar GENIAL em encontrar sinônimos.

2 – CRIE SEU PRÓPRIO CADERNO DE SINÔNIMOSA cada sinônimo que você consultar durante o processo de elaboração do seu texto, tenha o seu CADERNO DE SINÔNIMOS. Nele, você registrará as suas buscas feitas no dicionário ou na internet. No nosso exemplo, suponha que eu já tenha usado a palavra “problema” e preciso repeti-la. Estou neste momento abrindo o meu caderno de sinônimos (tenho guardado até hoje; não posso abri meu dicionário porque escrevo de casa e ele fica comigo no trabalho, pois estou sempre consultando). Poderemos usar “questão”, “adversidade”, “atribulação”, “obstáculo”, “revés”, “infortúnio”, “impasse”, “dilema” (para “dilema”, veja a dica de 27/5).

Uma vez anotados os sinônimos, escolha aquele mais adequado ao contexto de sua argumentação. Na dúvida se o sinônimo está com sentido figurado ou conotativo, busque a palavra no dicionário regular e veja se o sentido que tem é denotativo, o

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que é exigido pelas Bancas.

TENHA A CERTEZA ABSOLUTA QUE DEPOIS DE USAR OS SINÔNIMOS DE “PROBLEMA” VOCÊ NUNCA MAIS PRECISARÁ CONSULTAR O DICIONÁRIO DE SINÔNIMOS PARA ESSA PALAVRA, POIS S SINÔNIMOS ESTARÃO CIRCULANDO NA VEIA E VOCÊ USARÁ ESSES SINÔNIMOS COM GENIALIDADE NO DIA DA PROVA DO CONCURSO DO SEU SONHO!

3 – PRATIQUE A BUSCA POR SINÔNIMOS DIARIAMENTEAqui também tem uma boa dose de esforço de sua parte, afinal nosso objetivo é torná-lo(a) não excelente, e, sim, genial, na busca por sinônimos. Genialidade implica esforço hercúleo de sua parte. Quer moleza? Vá ao Disco!

A partir de hoje, DIARIAMENTE, sempre que estiver lendo o jornal, estudando outras matérias, dê uma pausa estratégica e fale para si: MOMENTO DE TREINAR SINÔNIMO! Aí escolha uma frase, só uma, não estou pedindo muito, e escreva a frase no seu caderno de sinônimos (não é no computador, é escrever de forma manuscrita, no CADERNO). Tente reescrevê-la usando sinônimos! Consulte seu material de sinônimos. Por exemplo, tente substituir as palavras AFETAR, POBREZA e SOCIAL(IS) do trecho abaixo:

*************A pobreza afeta múltiplas áreas sociais de um país. Seja país desenvolvido, seja em desenvolvimento, a pobreza alija o indivíduo da convivência social, debilita a saúde e afeta a psique.*************

Vamos pesquisar juntos!

I. Sinônimos de AFETAR*********Causar dano ou prejuízo:1. prejudicar.Aparentar:2. aparentar, fazer-se, fingir, simular.Impressionar:3. abalar, comover, impressionar, influenciar, mover, sensibilizar, tocar.Acometer:4. acometer, afligir, agoniar, atingir, contagiar, contaminar, lesar, lesionar, perturbar, prejudicar.Interessar:5. concernir, importar, interessar, referir-se.Imitar:6. afigurar, arremedar, assemelhar, figurar, imitar, representar, reproduzir.Esmerar-se:7. apurar-se, caprichar, esmerar-se, janotar.

>>Vou escolher PERTURBAR

*********II. Sinônimos de POBREZA, em suas diferentes acepções (caberá a você escolher que acepção deseja):*********Penúria:1. carência, escassez, falta, indigência, necessidade, penúria.Infertilidade:2. aridez, desgraça, esterilidade, infecundidade, infertilidade.Miséria:3. desgraça, escassez, mendicância, mendicidade, miséria.

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>>Vou escolher MISÉRIA

*********III. Sinônimos de SOCIAL*********

Público:1. civil, coletivo, comunitário, geral, grupal, público.Gregário:2. gregário, sociável, societário.

>>Queria escolher GREGÁRIA (convivência gregária), mas, ao consultar o dicionário regular, vi que a palavra “gregário” no sentido de “social” é termo conotativo, portanto não poderei escolher gregário. Vou escolher COMUNITÁRIA.

Fim da pesquisa!

Vamos então recordar o exemplo dado com as repetições das palavras AFETAR, POBREZA e SOCIAL, para, em seguida, reescrevê-lo usando os sinônimos que escolhi após a pesquisa.

*************Recordando o exemplo inadequado:*************A pobreza afeta múltiplas áreas sociais de um país. Seja país desenvolvido, seja em desenvolvimento, a pobreza alija o indivíduo da convivência social, debilita a saúde e afeta a psique.*************(Normalmente a Banca desconta um ponto por repetição). 

*************Melhorando o exemplo (e salvando 3 preciosos pontos de sua redação!!!):*************A pobreza afeta múltiplas áreas sociais de um país. Seja país desenvolvido, seja em desenvolvimento, a miséria alija o indivíduo da convivência comunitária, debilita a saúde e perturba a psique.*************

Por fim, abra seu caderno de sinônimos e anote aí:

Afetar = perturbarPobreza = misériaSocial = comunitária

Memorize e UTILIZE nas próximas redações, se o contexto permitir, esses sinônimos. Se o contexto não permitir, pesquise novamente e use outro sinônimo e anote no caderno. 

SÓ ANOTE NO CADERNO SINÔNIMOS QUE VOCÊ UTILIZAR, porque você não será capaz de decorar o que não usar!

Ao longo de um ano, usando sempre os sinônimos do seu caderno, eles entrarão na sua alma, para todo o sempre. Imagine daqui a alguns anos? Você será GENIAL na busca or sinônimos. Não reclame, aja! Estude! Esforce-se! Vá além! Seja genial! Moleza é só no Disco!

Boa terça-feira a todos! Até a próxima dica!

Page 124: Dicas Da Diplomata

Claudia Assaf

Dica de hoje, 3/7 (sem efeméride): na dica de hoje, veremos dois tipos inteligentes de 

********COESÃO TEXTUAL********

Sabemos que a coesão textual é de extrema relevância para manter a unidade de sua redação. Sem ela, as ideias que você tenta transmitir estarão soltas, sob pena de quebrar o nexo lógico entre elas. 

Por exemplo, no parágrafo acima, retire, do segundo período, o termo “Sem ela”, e veja o que acontece:

********Sabemos que a coesão textual é de extrema relevância para manter a unidade de sua redação. As ideias que você tenta transmitir estarão soltas, sob pena de quebrar o nexo lógico entre elas. ********

Ficou estranho! O trecho perdeu clareza por que as ideias ficaram perdidas…

Ao introduzirmos “Sem ela”, com o pronome ELA recuperando a expressão COESÃO TEXTUAL, as duas ideias expressas por cada período “ficaram de mãos dadas”!

Vocês, que vêm se preparando para concurso, sabem bem desse papo de coesão textual. Conhecem os elementos que ajudam na coesão, sobretudo os pronomes, que recuperam palavras ou termos anteriores, ou fazem referência a termos posteriores (anáfora/catáfora). Para saber mais, basta “googar” coesão textual e lerão excelentes explicações. Caso haja dúvidas, basta usar o espaço de comentários e tentaremos, juntos, chegar a uma conclusão.

A dica de hoje é para mostrar a vocês duas outras formas inteligentes de manter seu texto coeso, sem o uso de pronomes genéricos (como ela, ele etc.) ou de expressões como "Nesse contexto,...". Sabemos que a coesão textual é exigência de qualquer Banca de Português de concurso público. Especificamente o CACD, essas formas de coesão textual da dica de hoje são ainda mais valorizadas.

I – COESÃO POR USO DE SINÔNIMOS.Basta ler a dica de ontem, 2/7! Sim, isso mesmo! Ao usar um sinônimo para recuperar uma palavra já citada e elaborar mais acerca do que estava tentando transmitir, você está dando coesão textual inteligente a seu texto, para não mencionar que está evitando aquela coisa horripilante chamada REPETIÇÃO. 

Recordemos a palavra POBREZA-MISÉRIA no exemplo de ontem:*************A pobreza afeta múltiplas áreas sociais de um país. Seja país desenvolvido, seja em desenvolvimento, a miséria alija o indivíduo da convivência comunitária, debilita a saúde e perturba a psique.*************

Observer que a palavra MISÉRIA recuperou a palavra POBREZA. Mostrou à Banca que você é “vocabularmente” rico e deu coesão textual. Caso tivesse substituído a palavra MISÉRIA por ela, também daria coesão, porém, imagine se houvesse outro

Page 125: Dicas Da Diplomata

substantivo feminino singular antes além da palavra “pobreza”, você correria o risco de ser ambíguo(a), para não mencionar que poderia mostrar à Banca que seu repertório de palavras para substituir “pobreza” era pobre (hahaha!).

Linda coesão textual! Não precisa usar expressões como “Neste contexto”, “Dessa forma,…” – até pode, não me entendam mal, mas há candidatos que colocam essas expressões coesivas o tempo todo na redação, verdadeiro vício. Não só fica feio, mas leva à penalização em preciosos pontos.

II – HIPERÔNIMO E HIPÔNIMO 

Outra forma inteligente de manter suas ideias coesas é por meio do uso de hiperônimos e hipônimos.

Mas o que é isso???

Facílimo!!!!

Vamos pedir ajuda ao Dicionário Houaiss:

HIPERÔNIMO***************Vocábulo de sentido mais genérico em relação a outro.***************- Assento é hiperônimo de cadeira, poltrona, banco etc.- Animal é hiperônimo de gato, leão, ovelha etc. - Flor é hiperônimo de malmequer, de rosa etc.****************

HIPÔNIMO***************Vocábulo de sentido mais específico em relação ao de um outro mais geral, em cuja classe está contido ***************- Cadeira, poltrona, banco são hipônimos de assento - Gato, leão, ovelha são hipônimos de animal.- Malmequer, margarida, rosa são hipônimos de flor****************

Retornando à coesão textual de sua redação, como o uso de hiperônimos e hipônimos poderão ajudar coesão textual?

Conclua você mesmo ao ler o exemplo a seguir:

******************HIV/Aids não escolhe classe social, idade ou gênero. Afeta a todos indiscriminadamente. O governo muito pode contribuir para prevenir a difusão da doença, por meio de campanhas informativas e educação sexual nas escolas.******************

Observe o uso do hiperônimo DOENÇA para se referir ao seu hipônimo HIV/Aids.

Abra uma divisória no seu caderno de sinônimos dedicada à uma lista de hiperônimos e hipônimos que o ajudarão na produção de seus textos.

Por exemplo: 

HIPERÔNIMOS/HIPÔNIMOSIndivíduos/pobre, rico, refugiado, preso, migrante etc.

Page 126: Dicas Da Diplomata

País ou Estado/Brasil, Guatemala, Estados Unidos, TanzâniaEtc.

Antes de fechar a dica de hoje, gostaria de fazer um comentário rápido acerca do exemplo dado ontem, ainda a respeito de REPETIÇÃO:

*************A pobreza afeta múltiplas áreas sociais de um país. Seja país desenvolvido, seja em desenvolvimento, a miséria alija o indivíduo da convivência comunitária, debilita a saúde e perturba a psique.*************

Observe que a palavra "país" está repetida, mas ninguém comentou nada!

Vamos tentar melhorar ainda mais:

*************A pobreza afeta múltiplas áreas sociais de um país, seja desenvolvido, seja em desenvolvimento. A miséria alija o indivíduo da convivência comunitária, debilita a saúde e perturba a psique.*************

É isso! Boa quarta-feira a todos e até a próxima dica!

Claudia Assaf

Dica de hoje, 4/7 (sem efeméride): na dica de hoje, chamo a atenção do candidato para refletir alguns segundos antes de fazer uso de uma palavra muito pequenina, de três letras apenas, mas sempre presente aos montes dentro de nossa redação…Falo do 

******NÃO******

Quando for utilizar a palavra "não", pense se haveria forma de transmitir a mesma mensagem fazendo uso de sentença afirmativa, nos casos em que existir a palavra ou o verbo de sentido oposto ao que se negava. Claro, somente se conseguir manter o sentido da mensagem a ser transmitida. 

Veja o excerto abaixo, de matéria publicada no portal da TV Globo, G1:(Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/06/nao-e-preciso-mudar-constituicao-para-fazer-reforma-politica-diz-oab.html, acesso feito em 4/7/2013)

****O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado, afirmou (...) que não é necessário mudar a Constituição para fazer uma reforma política.****

Reescrevendo…****O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado, afirmou (...) que é desnecessário mudar a Constituição para fazer uma reforma política.****

Page 127: Dicas Da Diplomata

Observe que "não é necessário" equivale a "é desnecessário".

Como esse exemplo, há outros interessantes.

Veja: 

Fonte: http://www.coladaweb.com/direito/sociedade,-estado-e-direito, acesso feito em 4/7/2013*************Para os monistas, só existe o direito estatal, pois não admitem a idéia de qualquer regra jurídica fora do Estado.*************

Reescrevendo:*************Para os monistas, só existe o direito estatal, pois inadmitem a idéia de qualquer regra jurídica fora do Estado.*************

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2013/04/1269773-demarcacao-das-zeis-nao-e-suficiente-diz-diretor-de-sindicato-imobiliario-de-sp.shtml ***********(…) é preciso salientar que a simples demarcação das Zeis, apesar de sua importância como instrumento urbanístico, não é suficiente para aumentar a produção de moradia de interesse social.***********

Reescrevendo…***********(…) é preciso salientar que a simples demarcação das Zeis, apesar de sua importância como instrumento urbanístico, é insuficiente para aumentar a produção de moradia de interesse social.***********

(Fonte: minha autoria)**************Os opositores da maioridade penal aos dezesseis anos acreditam que o indivíduo daquela idade não seja capaz de avaliar a gravidade de seus atos, dada sua formação social muitas vezes precária.**************

Reescrevendo**************Os opositores da maioridade penal aos dezesseis anos acreditam que o indivíduo daquela idade seja incapaz de avaliar a gravidade de seus atos, dada sua formação social muitas vezes precária.**************

Veja os trechos abaixo, da mesma fonte:

Fonte: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0076-9.pdf Trecho #1***********

Page 128: Dicas Da Diplomata

(…) em direção a um modelo mais complexo, que liberta, e que, portanto, não prescinde da pesquisa como metodologia educativa, articulada pelo desafio de resolver situações problemáticas importantes.***********

Reescrevendo…***********(…) em direção a um modelo mais complexo, que liberta, e que, portanto, imprescinde da pesquisa como metodologia educativa, articulada pelo desafio de resolver situações problemáticas importantes.***********

Trecho #2(IES=Instituição de Ensino Suprior; texto a respeito do ensino a distância)Observe que, no exemplo abaixo, há dois NÃOs! A mudança é urgente!************(…) a facilidade do não comparecimento do aluno na IES não significa que a mesma se exima de responsabilidade em disponibilizar laboratórios com acesso à Internet aos seus alunos.

Reescrevendo (e, por oportuno, substituindo a palavra “mesma” por um sinônimo de IES!!!)************(…) a facilidade proporcionada pela ausência física do aluno da IES não significa que a Universidade se exima de responsabilidade em disponibilizar laboratórios com acesso à Internet aos seus alunos.************

Trecho #3************(…) bem como as práticas realizadas com crianças, jovens e adultos em espaços formais e não formais de ensino e de aprendizagem.************

Reescrevendo…************(…) bem como as práticas realizadas com crianças, jovens e adultos em espaços formais e informais de ensino e aprendizagem.************

ATENÇÃO!Há casos em que a semântica mudará, bem como o propósito do autor. Cuidado! Neste caso mantenha o “NÃO”! Veja (mesma fonte dos trechos acima):************Não somos contra a mídia impressa – os livros sempre existirão e são necessários –, mas podemos também utilizar outros recursos mais interativos e em rede como complemento às leituras lineares.************

Se eu fosse reescrever o trecho acima substituindo “Não somos contra a mídia impressa (…)” por “Somos a favor da mídia impressa (…)” mudaria a intenção da mensagem original da autora, que buscava apenas contrastar o ambiente de aprendizado virtual com o físico. "Ser a favor da mídia impressa" daria ao leitor a equivocada sensação de que argumentos a favor da mídia impressa seguiriam, o que não era o caso ou a intenção da autora.

Sempre avalie a mensagem a ser transmitida, mas afirmo sem medo que, na maioria das ocorrências, um substituto afirmativo existirá.

É isso! Imagine eu desejar uma quinta-feira não ruim a todos! O poder da mente

Page 129: Dicas Da Diplomata

positiva também transforma! Ficaria péssimo! Absorva a dica de hoje também na sua rotina e nos seus pensamentos. Veja o copo meio cheio, não meio vazio!

*******ATTENTION, PLEASE! Bônus para os candidatos ao CACD!*******A dica de hoje também se aplica ao inglês! Divido com vocês um episódio com que deparei durante a consideração que fiz para um pedido de recurso de prova...É que perdi uns pontinhos na minha prova discursiva de Inglês, na terceira fase do Concurso de Admissão à Carreira Diplomátic (CACD), porque escrevi algo como “Society is not able to…”, quando deveria ter escrito, segundo meu professor particular nativo que me preparou, “Society is unable to…”. Preferi nem recorrer depois que ele me disse isso :(( ********

Uma boa quinta-feira a todos! A minha é de feriado (dia da Independência dos EUA).

Até a próxima dica!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.brVisite meu "site" para consultoria personalizada gratuita para sua redação (atualmente em fila de espera, mas sua vez chegará!).

Dica de hoje, 5/7 (sem efeméride): na dica de hoje, vamos abordar um vício de muitos alunos no mometo de redigir denominado..

******QUEÍSMO******

Já ouviu falar?

Queísmo é quando o candidato enche seu texto com “que” o tempo todo. Como na dica de ontem, trata-se de palavrinha bem pequenininha, de apenas três letras, mas cujo uso exagerado deixa seu texto feio, muito feio, além da falta de concisão no momento da transmissão da mensagem.

Vamos jogar fora no lixo as duas ocorrências do “que” no trecho a seguir. Antes de ler o novo período, mais abaixo, tente por um instante, sozinho, reformular o trecho, retirando os dois QUEs:

****************Os visitantes desta Fanpage, que objetivam passar em concurso público, estão conscientes de que o Português é disciplina relevante para sua aprovação.****************

Conseguiu?

Veja:

****************Os visitantes desta Fanpage, candidatos a concurso público, estão conscientes da relevância do Português para sua aprovação.****************

Page 130: Dicas Da Diplomata

Ao retirarmos as duas ocorrências do “que” no trecho acima, observe que o sentido da mensagem que estava sendo transmitida manteve-se.

Oops!

Ao retirarmos as duas ocorrências do “que” no trecho acima, observe a manutenção da mensagem transmitida.

Resumo da ópera:Seu texto deve ser magrinho, enxuto, sem gorduras extras. Os quinhentos mil QUEs que permeiam nossa redação devem ser extirpados de nosso texto já! Mantenha apenas aqueles fundamentais, sem condições de serem substituídos, sob pena de truncar sua mensagem.

Sugestão: releia suas redações antigas, já corrigidas, e conte quantos QUEs você usou. Feito isso, tente reescrever as frases detectadas sem usar o QUE, se pertinente for. Se tiver dúvidas, comente para, juntos, você, os demais nternautas e eu, tentarmos debatê-las.

Observe a errata publicada ao final do Blog do Merval Pereira, colunista do O Globo, de ontem, 4/7/2013.

Fonte http://oglobo.globo.com/blogs/blogdomerval/, acesso feito em 5/7/2013 às 7h15min, fuso de Nova York******************A nota oficial do TSE sobre o plebiscito atribui o verso “Cuidado por onde andas, pois é sobre meus sonhos que caminhas" a Carlos Drummond de Andrade, mas o crítico literário e poeta Antonio Carlos Secchin, da Academia Brasileira de Letras, garante que Drummond, uma de suas especialidades, não é o autor. Na verdade a autoria é do poeta irlandês W.B. Yeats (1865–1939), como vários leitores me avisaram.******************

O trecho “(…) garante que Drummond, uma de suas especialidades, não é o autor” poderia ser reescrito assim:

“(…) garante não ser Drummond, uma de suas especialidades, o autor”

Percebeu?

Mesmo os trechos bem escritos ainda têm potencial para ser aperfeiçoados. Lembre-se de que, ao prestar prova para concurso, em especial aqueles cuja Banca de Português é atipicamente exigente, como é o caso do CACD, entre outros, o candidato deverá focar em transcender a excelência, ATINGIR A GENIALIDADE. Não se esqueça: falo da realização de um sonho gigante, aparentemente impossível. O CAMINHO para realizá-lo, atingir o nível além-excelência, da genialidade, da superação, da realização do sonho gigante, É UM SÓ: esforço hercúleo de sua parte, sacrifício, muita pesquisa e estudo acerca do mesmo tema, diariamente, por anos a fio.

Digo isso não só para a aprovação em concursos de Bancas exigentes, tampouco só para prova de concurso em si; reafirmo essa filosofia de vida para todas as áreas de sua vida no caminho ao cumprimento de seus maiores desejos – que se inclua aí a aprovação em concurso! Só rezar para todos os santos, com muita fé, e esperar o milagre do divino, com todo o respeito que tenho a sua religião, creia-me, não funcionará. Ajude os santos a ajudarem você, combinado? 

O caminho é muito simples rumo à realização de seu sonho, seja ele qual for, mas

Page 131: Dicas Da Diplomata

longo, por isso a necessidade de MUUUUITA paciência e determinação para não fugir do rumo: ********basta quebrar a meta-fim, a meta-maior, o grande sonho, em micrometas, a serem cumpridas diariamente, ainda que por apenas quinze minutos. No médio a longo prazo, as minimetas cumpridas se somarão. Sua situação de antes comparada com a de dois anos depois será absurdamente distinta. Compare-se sempre com si mesmo, jamais com o colega que sabe tudo, o sabichão. A realização do sonho será consequência mais que natural, com base no seu progresso pessoal, por isso foque na caminhada, não no resultado; reflita tendo por base seu próprio miniprogresso, não com o que o colega sabe. Isso é problema dele. Foque em si.*********

Não existe nenhum sonho gigante alcançado sem sacrifício, da noite para o dia. O trabalho para sua realização necessariamente inicia-se, pelo menos, cinco anos antes. Mesmo essas entrevistas por aí que lemos sempre a respeito de candidato que se preparou por apenas oito meses a um ano para ser aprovado no CAC é uma falácia ou, no mínimo, um reducionismo perigoso, capaz de desestimular e até mesmo fazer desistir o candidato que estava no rumo certo. Para esses casos de suposta aprovação de curto prazo, analise o histórico escolar do prodígio entrevistado, a experiência profissional. Certamente trata-se de formação de anos que, por coincidência, dialogava diretamente com o programa do CACD.

Voltando ao queísmo…

Apesar da dica de hoje, por favor, não fique paranoico em eliminar todos os QUEs de sua redação, a ideia da dica de hoje não é essa. A dica de hoje apenas solicita atenção máxima no momento da produção textual no sentido de evitar uso excessivo do QUE. O perigo está na perda de pontos por estilo, pois gramaticalmente não haveria violação. Advém daí o perigo, pois o candidato nem percebe no momento da prova. Perceberá quando receber a nota, isso é fato!!!

Por falar em Merval Pereira, concordo em gênero, número e grau com o teor do artigo dele, intitulado “Não entenderam”, de ontem, 4/7. Recomendo a leitura por dois excelentes motivos: primeiro, pela análise dos fatos em si; e, ainda, pelo exercício que poderão fazer reescrevendo o texto no padrão das dicas aprendidas até aqui. Não estou criticando o texto dele em termos gramaticais, que sou eu. A situação discursiva de uma coluna é outra. Em algumas, lembra até mesmo um bate-papo. É realmente a título de exercício que solicito a reescritura do texto no padrão da prova do CACD, por exemplo. Busque sinônimos para os termos conotativos, reformule as construções iniciadas com conjunções coordenativas, observe o uso que ele faz da locução “através de”, que já foi tema de nossas dicas etc.

É isso! Boa sexta-feira a todos!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.brVisite meu "site" para consultoria personalizada gratuita para sua redação (Consultoria II atualmente em fila de espera, mas sua vez chegará!).

Dica de hoje, 6/7 (dia Internacional do Cooperativismo): A PARTIR DE HOJE, VAMOS ENTRAR NO CLIMA DO TESTE DE PRÉ-SELEÇÃO (TPS)!

Não prometo para todos os dias, mas vou priorizar o pragmatismo e mostrar questões de provas passadas.

Page 132: Dicas Da Diplomata

Quem tem interesse em outro concurso em vez do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) é muito bem-vindo também, sobretudo porque o TPS é aquela prova estilo Cespe, de marcar C para certo e E para errado, intercalado com questões de múltipla escolha. O mais interessante é o seguinte: questões cobradas em outros concursos são repetidas!! Juro!! Eu fiquei pasma ao ler uma questão de geografia idêntica a uma que eu havia treinado durante meu preparatório na prova Cespe para o Ministério do Meio Ambiente que havia baixado pela internet. Não é o máximo?

Vamos começar com a minha queridíssima prova de Português, questão 13, item 1, caderno Alfa da parte da manhã, do TPS de 2006, claro, o ano em que, ufa!!!, finalmete consegui passar pelo crivo do TPS…

Ao ver que minha nota foi acima da nota de corte por ocasião da divulgaçào do resultado, senti um prazer indescritível, uma sensação sem igual, não dá para explicar com palavras, sorry, até hoje me belisco para acreditar naquele momento. 

Não sabia se chorava, se gritava, se me jogava no chão, se ligava para alguém…Fiquei atônita, sem ação, sem o pensamento no lugar. Até hoje me emociono só de lembrar aqueles segundos! Naquele flash de segundos passaram em retrospectiva na minha mente o alarme despertando às 5h da manhã todos os dias há anos, as leituras na fila do supermercado ou na fila do cinema (não podia perder nenhum segundo), o sacrifício, as festas que deixei de ir, o ente querido que deixei de visitar, as viagens que deixei de fazer, as infinitas provas Cespe que resolvi por anos…A recompensa havia chegado. A sensação de superação, o êxtase que senti naquela fração de segundos confirmou que focar, focar e focar vale a pena, compensa.

Voltando

(TPS, CACD 2006, Caderno Alfa, Manhã, questão 13, item 1):****************************13. Julgue C ou E com base no padrão gramatical e estilístico da modalidade escrita da língua portuguesa:

1. ( ) O pesquisador cumpriu suas metas rigorosamente dentro do prazo e do orçamento e, portanto, honrou uma vez mais sua própria autobiografia.*****************************

Quem teria coragem de marcar E, errado, com E maiúsculo, para uma frase linda como esta????

Eu tive! E acertei!O item estava com problema de ESTILO. 

Trata-se de REDUNDÂNCIA, pessoal!! Já falamos de redundância em pelo menos duas dicas. Na redação, segunda fase do CACD, penalizaria o candidato em preciosos pontos. No TPS, anularia outra questão marcada corretamente e poderia significar a sua saída do concurso!

Autobiografia ja é de si, já é própria. PRÓPRIA AUTOBIOGRAFIA ninguém merece!

Problema grave de estilo, embora gramaticalmente o item estivesse correto. E não me venha com esse papo de querer dar ênfase. Menos é mais! Menos é mais! Menos é mais!

Consertando…********O pesquisador cumpriu suas metas rigorosamente dentro do prazo e do orçamento

Page 133: Dicas Da Diplomata

e, portanto, honrou uma vez mais sua autobiografia.********

Bônus: aproveito para destacar aqui a regência do verbo CUMPRIR. Observe que, ao contrário do que pensam 99% dos candidatos, CUMPRIR é transitivo DIRETO, não pede a preposição COM…

Cumpriu o dever (correto).Cumpriu com o dever (errado)!

Ora, o índice de acerto daquele item, gabarito “E”, deve ter sido muito grande, pois muitos candidatos devem ter marcado “E” pensando que o problema estava na falta da preposição COM regendo o verbo CUMPRIR, não na redundância “própria autobiografia”!

Se eu fosse a examinadora, eu teria formulado o seguinte item:********O pesquisador cumpriu com suas metas rigorosamente dentro do prazo e do orçamento e, portanto, honrou uma vez mais sua autobiografia.********

Ia ser um festival de marcar “C”, quando, na verdade, o item seria “E”, por problema, desta feita, gramatical: violação da regência do verbo CUMPRIR.

**********OBSERVAÇÃO A RESPEITO DA DICA DE ONTEM, 5/7:Ontem, a internauta Débora Scchi comentou:

"Oi Claudia. Td bem? Lendo a dica de hoje, deparei-me com uma dúvida que, na verdade, não tem a ver com o tema da postagem. Vc escreveu a seguinte frase: "Mesmo os trechos bem escritos ainda têm potencial para ser aperfeiçoados." E a minha dúvida é: estaria incorreto reescrevê-la flexionando o "ser" para o plural? Assim: Mesmo os trechos bem escritos ainda têm potencial para serem aperfeiçoados. Desde já, agradeço a atenção."

Eu respondi:" Olá, Débora Scchi...É que o verbo TER já está no plural, veja: "têm"...Como é o mesmo sujeito ("trechos bem escritos"), basta o primeiro verbo ir para o plural, o infinitivo fica no singular. Já foi tema de dica ("Flexão de verbo no infinitivo", de 13/6)...Excelente pergunta! Dê uma lidinha lá na dica de 13/6, ok?Mais uma vez, obrigada por esta pertinente participação. Forte abraço, querida. Claudia.

Dicas da Diplomata Olá, Débora Scchi...É que o verbo TER já está no plural, veja: "têm"...Como é o mesmo sujeito ("trechos bem escritos"), basta o primeiro verbo ir para o plural, o infinitivo fica no singular. Já foi tema de dica ("Flexão de verbo no infinitivo", de 13/6)...Excelente pergunta! Dê uma lidinha lá na dica de 13/6, ok? Mais uma vez, obrigada por esta pertinente participação. Forte abraço, querida. Claudia.”

Aí a Débora leu a dica de 13/6. Enviou-me uma mensagem dizendo que o verbo SER é de ligação. Na dica de 13/6 eu havia afirmado que:

“se o verbo que aparece no infinitivo, em vez de DEFINIR, fosse um verbo de ligação, como SER/ESTAR/FICAR/PARECER/PERMANECER etc., a preferência do candidato deverá ser pela flexão do infinitivo no PLURAL.”

Deste modo, ponto para a Débora! 

Page 134: Dicas Da Diplomata

Quando eu escrevi “Mesmo os trechos bem escritos ainda têm potencial para ser aperfeiçoados." 

Deveria ter escrito "Mesmo os trechos bem escritos ainda têm potencial para SEREM aperfeiçoados”.

O interessante dessa história toda é o seguinte, caberá a vocês acreditar em mim ou não. Existe uma coisa chamada INTUIÇÃO. Quando publiquei pela primeira vez a dica de ontem, ela foi ao ar com “SEREM”. Em seguida, li a íntegra da dica já no ar. É momento que encontro muuuitos problemas. Aí por alguns minutos eu tiro do ar, conserto, e torno a publicar. Eu fico nessa umas cinco vezes e aconteceu com o verbo SER. Como o trecho era apenas um papo, deixei prá lá, mas a pulga ficou comigo o dia inteiro atrás da orelha, afinal soava-me muito estranho aquele verbo “SER” no singular. Infelizmente só posso me dedicar às publicações das dicas na própria manhã de sua publicação. Oxalá eu pudesse preparar com calma, deixar umas dez dicas prontinhas e, de manhar, só clicar o botão para publicar…A revisão é processo fundamental a qualquer texto. Por isso que, quanto mais você treinr redação, mais fácil será o dia da sua prova de concurso, pois problemas elementares não acontecerão…Escrever uma dica grande como essa, em dez minutos, realmente, o que me vem à mente eu escrevo, sem qualquer rigor…E isso, admito, não é legal. Por fim, fica aqui a mensagem: não tome como exemplo meus textos da Fanpage! Apenas concentre-se na dica em si. Claro que, observações como a da Débora são extremamentes bem-vindas. Serviu de alerta a todos nós! Pelo menos uma coisa e fato: verbos de ligação no infinitivo, preferencialmente flexionados no plural se o ujeito for plural!

Mais uma vez, Débora, muito obrigada. Show!

Ah, antes que eu esqueça – quem estudou muito e se sente preparado para o CACD, fazer o TPS tem muito a ver com INTUIÇÃO. Depois explico melhor…*********************

É isso! Bom sábado a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 8/7 (dia do Panificador): continuando no ritmo de desmascarar o TESTE DE PRÉ-SELEÇÃO (TPS) do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD)...mas os que têm interesse em outro concurso são igualmente muito bem-vindos, sobretudo porque o TPS é aquela prova estilo Cespe, de marcar C para certo e E para errado, intercalado com questões de múltipla escolha.

Digo desmascarar porque o TPS amedronta muitos candidatos, pelo menos foi meu calo por uns dois anos, mas quem estiver estudando não tem o que temer. Só que, mesmo estudando for ficar com medo, também não vai passar por ele ileso.

Olha que moleza o item que trabalharemos hoje, também da minha prova.

Se você leu apenas uma das dicas referentes aos dias 19/4 (“não usar inclusive’”), 13/6 (flexão de verbo no infinitivo) ou de 20/6 (“redundância”, também abordada em 11/5 e 6/5), acertaria este item.

Fonte: CACD 2006, questão 13.3, caderno Alfa, manhã:******************Julgue (C ou E) os itens abaixo, com base no padrão gramatical e estilístico da modalidade escrita da língua portuguesa culta.

Page 135: Dicas Da Diplomata

******************"Antes de mais nada, é preciso aproveitarmos a oportunidade para ressaltarmos as qualidades textuais do relatório, que inclusive contêm a indicação de planos futuros de aproveitamento comercial dos produtos".******************

Observe com quantos problemas o item está! Fica a gosto do freguês detectar apenas um, marcar logo “E” e continuar fazendo a prova, sem perder qualquer tempo. Questão para ser resolvida de 5 a 7 segundos, NO MÁXIMO, incluindo neste tempo a marcação no cartão definitivo, SEM PERDER MAIS TEMPO DE PROVA.

1. “Antes de mais nada”- Esta expressão estava no meu rol de dicas a serem publicadas, mas já explico hoje. A fonte é quente, por favor, acredite em mim e siga o que vou falar: sabe o que é "antes de mais nada"? É NADA!

Sem querer ser chata, mas já sendo, para que você nunca mais se esqueça disso: antes de mais nada é NADA!!!

O que você escrever depois de uma expressão vazia como essa será também NADA, porque ANTES DE MAIS NADA É NADA!

Prefira, nesse caso, “Acima de tudo”…Agora sim, o que você escrever depois de “acima de tudo” será valorizado, será colocado em um pedestal, acima de tudo e de todos!

2. “aproveitarmos a oportundade para ressaltarmos”Ler a dica de 13/6. Observe que o sujeto de APROVEITAR e RESSALTAR é o mesmo – NÓS -, portanto o segundo infinitivo não é flexionado no plural.

3. “Inclusive”- sem comentários. Ler dica 19/4 (meu drama atual: a moda do INCLUSIVE chegou ao Itamaraty…a chefia usa e não posso fazer nada! Meu Deus!!! Minha mão treme quando eu digito o tal inclusive no texto final ao incorporar a revisão que me chega dos superiores…Escutando à CBN-Brasília hj de manhã, um hábito diário que tenho, um festival de INCLUSIVE, tanto por parte do âncora, no estúdio, quanto pelos repórteres em campo)

4. “indicação de planos futuros”.Que tal indicarmos planos para o passado?

5. "oportunidade...qualidades"Ainda teria um quinto problema: o eco "dade" ao final de "oportunidade" e "qualidades", muito feio, né?Como resolver? Já ouviu falar em sinônimos, dica do dia 2/7?Consultando o Dicionário Houaiss de sinônimos e antônimos, temos:

OPORTUNIDADE, a depender da acepção, poderá ser - -- 

> CONVENIÊNCIA = comodidade, interesse, utilidade, > ENSEJO= aberta, ansa, azo, brecha, cabe, chance, enchança, entrada, hora, instante, momento, ocasião, vez, > OCASIÃO=conjunção, conjuntura, época, sazão

Ufa! Quantas opções para evitarmos o ECO, que penaliza o candidato na redação!

QUALIDADE, a depender da acepção:> ATRIBUTO=condão, dom, dote, talento, virtude> CARACTERÍSTICA=peculiaridade> CASTA> CONDIÇÃO=situação

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> ESPÉCIE=classe, jaez, tipo> ESSÊNCIA=natureza> FUNÇÃO=cargo, posição> ÍNDOLE=caráter, feitio, natureza, temperamento> (figurado) PROPRIEDADE=capacidade, poder, virtude> (no plural, QUALIDADES) TÍTULO OU TITULAÇÃO=habilitação, qualificação> VALOR=importância, quilate

UFA!!!!Digo mais: mesmo se o problema fosse só o eco, você deveria marcar “E” sem medo porque teria violado o padrão estilístico! ECO não pode! Lembre-se disso durante a sua redação!

Claro! Aproveite essas cinco inadequações para evitar fazer uso delas em sua redação!

Aperfeiçando o trecho, teremos:******************Acima de tudo, é preciso aproveitarmos o ensejo para ressaltar as qualidades textuais do relatório, que, até mesmo, contêm a indicação de planos de aproveitamento comercial dos produtos.******************(Obs.: “momento no lugar de ensejo também ficaria bem, não fosse a criação do eco com “aproveitamento”).

Se você viu mais algum problema, ou teve alguma dúvida a respeito de outra inadequação, quer estilística quer gramatical, divida conosco na seção de comentários, abaixo.

Para você que vem estudando, fazendo muitas provas passadas e, claro, lendo minhas dicas (hahahaha!!!), fala sério: é difícil analisar um item como esse? Claro, só fica fácil para quem vem estudando. Para quem estiver focado já há algum tempo, tudo parece mais fácil. Se estiver começando a focar nos estudos em seu projeto CACD, apenas o passar do tempo lhe dará essa segurança.

Seus estudos focados, repetindo, FOCADOS (=planejamento + CUMPRIMENTO DO QUE FOI PLANEJADO), você verá 90% de TODAS as questões do TPS igualmente fáceis como este item hoje analisado. Exigirá tempo, só isso. 

Quem tiver determinação e paciência chegará lá – é fato. Ser determinado e paciente inclui muitas atitudes de sua parte: abdicação, aceitação, esforço emocional em “cooptar” (no bom sentido) aqueles com quem você reside para entender e respeitar sua “ausência” por um período. Claro, talvez essa seja a parte mais desafiante para quem é casado ou esteja vivendo relacionamento sério. Mesmo os que ainda moram com seus pais ou parentes. Dialogue, explique, traga a pessoa para seu time. Funcionará. 

Isso é necessário, senão você não estará bem mentalmente, vendo que o outro se incomoda com a drenagem de seu tempo pelos estudos em vez de lhe fazer companhia, passear etc.

Só não se esqueça de, periodicamente, reconhecer para o outro o papel fundamental que esse outro está desempenhando na sua vida simplesmente ao aceitar – genuinamente – sua “ausência”. Essa parceria lhe fará mentalmente bem. Sua mente estando bem, sem aquele sentimento de culpa por estar dedicando maior parte de seu tempo aos estudos, o aprendizado fluirá em outro nível – no nível da genialidade; para que isso ocorra, porém, o outro deverá GENUINAMENTE ter “comprado” a sua ideia de, por uns dois a três anos, viver neste cenário – de sua presença física, mas quase-ausência mental. Uma ideia: peça que essa pessoa

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querida leia lentamente uns capítulos curtos de história, geografia, direito etc., e grave em mp3. Aí, nas suas idas e vindas pela rua, fica escutando o arquivo mp3…você aumentará a produtividade do seu tempo de estudo!!! Isso é cooptar! No bom sentido! Você mata dois coelhos com uma única pancada: traz o ente amado para seu projeto e ainda, de bônus, obtém material extra que vai acelerar sobremaneira seus estudos. Eu escutava o mesmo capítulo quinhentas vezes. Pelo menos por osmose entrava na minha mente aquele ponto, juro! Parece piada, mas foi uma das principais estratégias...mas eu mesma lia os capítulos, não tinha quem lesse para mim naquele momento.

É isso! Até próxima dica! Boa segunda-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 9/7 (dia da Revolução Constitucionalista): a dica de hoje vai falar mais uma vez do pronome “se” - EM CADA DEZ PROVAS CESPE, ONZE COBRAM ESSA PARTÍCULA "SE"!!!!!! FIQUE ATENTO(A)!!!

Nas dicas de 22/5e 25/5 comentamos o “se” como pronome apassivador ou índice de indeterminação do sujeito. 

No primeiro caso, quando o “se” é pronome apassivador, temos a oração na voz passiva, o verbo OBRIGATORIAMENTE é transitivo direto e concorda com o sujeito da passiva.

* * No encontro, indicaram-se propostas interessantes para erradicar a pobreza.(= No encontro, propostas interessantes foram indicadas.)* * No encontro, indicou-se proposta interessante para erradicar a pobreza.(= No encontro, proposta interessante foi indicada..)* * Verbo INDICAR: quem indica indica alguma coisa, transitivo direto.

No segundo caso, quando o verbo for transitivo indireto ou intransitivo, o “se” é índice de indeterminação do sujeito e o verbo fica no singular.

Trabalha-se muito, mas poucos são os resultados.

A prova do TPS adora cobrar a função do “se” nos itens de marcar C ou E. A dica de analisar a regência do verbo torna a análise mais fácil. Se for transitivo indireto ou intransitivo, com certeza o “se” não será voz passiva, entretanto as pegadinhas são muitas. 

Observe que há casos em que o “se” não é nem um nem outro e, sim, PRONOME REFLEXIVO. É quando o sujeito pratica a ação sobre si mesmo – sujeito e objeto são o mesmo ente. A voz é ATIVA.

**********Vestiu-se apressadamente, pois estava atrasada.**********

Aqui, o verbo está na VOZ ATIVA, o sujeito está oculto (é “ela”, por exemplo - o texto completo indicaria claramente quem seria o sujeito, mas a frase descontextualizada não). O “se” refere-se “a si mesma”, “Vestiu a si mesma”, com o “se” tendo a função de “pronome reflexivo”. O sujeito (ela) praticou a acão

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(vestir) sobre ele mesmo.

Veja a questão que já caiu no TPS da prova do CACD 2006:

No trecho:“Convenientemente curado, cicatrizado, esquecida a fraqueza, o sujeito levanta-se e adquire consistência para realizar nova tolice”.

O item para marcar C ou E dizia:( ) Em “levanta-se” (linha 17), a partícula “se” indica a indeterminação do sujeito.

Claro que a afirmação está errada, portanto “E”. O verbo levantar com sentido de erguer-se (da cama ou de uma derrota) pode ser transitivo direto pronominal ou intransitivo. A voz é ativa, o sujeito da frase dada é “o sujeito”. O “se” ali é PRONOME REFLEXIVO, “o sujeito levantou a si próprio”.

Estude bastante o “se” em frases aparentemente complexas porque o Cespe adora afirmativas acerca da ocorrência de “se”. Não é uma das análises mais fáceis, porque podem ser capiciosas. Verbos aparentemente transitivos diretos poderão nos enganar a marcar que o “se” é pronome apassivador, quando, na verdade, o verbo aparentemente transitivo direto está sendo usado em uma outra acepção que demanda preposição, portanto transitivo indireto, não podendo ir para a voz passiva, e por aí vai. Vale a pena recuperar questões passadas, de qualquer concurso, a respeito do “se”. garanta essas questões desde já. 

Disseque este tema, fique esperto(a), vá além da excelência. Ao analisar um verbo, sua primeiríssima ação deverá ser abrir o dicionário e conhecer TODAS as suas acepções e estudar a regência de cada uma delas. Dessa forma, o Cespe não te pegará pelo pé!

Outro dia poderemos ter uma dica do dia só com exemplo de questões assim.

O internauta Josué Nóbrega pergunta o seguinte: qual a função da partícula “se” no trecho abaixo (também já foi questão de mais de uma prova Cespe, TPS incluído!) – 

RESPOSTAS PARA CAIXA DE MENSAGEM DESTA FANPAGE. POR FAVOR, NÃO COLOQUE NO COMENTÁRIO, PARA DAR CHANCE DE TODOS PENSAREM, OK?

O trecho era…**********************(…)Um e outro reconhecimento são a mais alta expressão do espírito laico que caracterizou o nascimento da Europa moderna, entendendo-se esse espírito laico como o modo de pensar que confia o "regnum hominis" mais à razão crítica que aos impulsos da fé.(…)(Norberto Bobbio. "Elogio da serenidade e outros escritos morais".)**********************O item era ...( ) na linha 14, o emprego da partícula “se” [entendendo-se] indica que o sujeito da oração é indeterminado. 

C ou E ???????? Darei uns dias para receber os palpites...

É isso! Boa terça-feira a todos! Até a próxima dica!

--Claudia Assaf

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Dica de hoje, 11/7 (dia Mundial da População): chegou o grande dia para entendermos o que passou pela cabeça da Banca do Cespe em para considerar gabarito dos dois itens a seguir “C”, corretos. 

Comecemos reproduzindo as duas questões lançadas nas duas últimas dicas, 9 e 10/7:

O trecho de 9/7 era…**********************UnB CESPE/TJ-ES – Analista Judiciário/2011(…)Um e outro reconhecimento são a mais alta expressão do espírito laico que caracterizou o nascimento da Europa moderna, entendendo-se esse espírito laico como o modo de pensar que confia o "regnum hominis" mais à razão crítica que aos impulsos da fé.(…)(Norberto Bobbio. "Elogio da serenidade e outros escritos morais".)**********************O item era ...( ) na linha 14, o emprego da partícula “se” [entendendo-se] indica que o sujeito da oração é indeterminado. 

GABARITO CESPE⇒ C, item correto

O trecho de 10/7 era…**********************(UnB CESPE/STF – Analista Judiciário/2008)(…)Por isso seria importante pensar as novas formas de comunicação.Mas o sistema também nega o indivíduo. Na economia, porexemplo, mudam-se os valores de uso concreto e qualitativo para os valores de troca geral e quantitativa. (…)**********************O item era ...( ) Preservando-se a correção gramatical do texto, bem como sua coerência argumentativa, a forma verbal “mudam-se” poderia ser empregada também no singular.

GABARITO CESPE⇒ C, item correto

Calma. Nessas horas precisamos de muita calma, respiração pofunda. 

Você, que conhece bem o uso do “se” porque vem estudando bastante, tenderá a se revoltar com um gabarito desse, não seria justo, mas não envenene sua mente ou seu coração com sentimentos negativos. Isso abalará seu foco. Seja sempre positivo(a), flexível, leve e solto(a), mesmo tendo a certeza absoluta de que, afinal, o “se” só poderia ser partícula apassivadora, o que levaria à marcação "E", contrária ao gabarito oficial.

Revolta sim! Isso porque sabemos que o "se" so pode ser um desses abaixo:

**********1. partícula apassivadora (PA), quando tivermos a voz passiva sintética: apenas verbo transitivo direto; ele concordará com o sujeito da passiva): 

- Vendem-se carros / Vende-se carros.

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2. índice de indeterminação do sujeito (IIS): quando o verbo for intransitivo indireto ou intransitivo, que ficará sempre no singular.

- Precisa-se de ajudantes

3. pronome reflexivo:- José levantou-se cedo.

4. pronome reflexivo recíproco:- Mônica e Ana abraçaram-se longamente.

***********OBSERVE QUE APENAS O ITEM 1 É VOZ PASSIVA. NOS DEMAIS CASOS TEMOS VOZ ATIVA.***********

Agora relaxe, tome um cafezinho, porque a explicação para entendermos o gabarito da Banca será uma VIAGEM. Apertem os cintos e vamos decolar!

Antes de tudo, preciso fazer você pensar acerca de umas curiosidades ou recordar o que já sabe... 

A. O que é verbo? É a unidade que significa AÇÃO.A ideia inserida na concepção de verbo é a existência de ao menos um ente: o que pratica a ação, o AGENTE (sujeito). Poderá haver também um outro ente, o PACIENTE (objeto), quem sofre ou recebe a ação praticada pelo agente.

B. Quando lemos a frase “Vendem-se carros”, voz passiva sintética, "se" partícula apassivadora, não é índice de indeterminação do sujeito, pergunto a você: quem exatamente, na realidade, está vendendo esses carros? Você saberia precisamente identificar??? QUEM É O AGENTE DO VERBO VENDER????

Já na voz passiva analítica, “Carros são vendidos pelos vendedores da concessionária Autoban Ltda.”, aí tudo bem, ficou claro quem está vendendo; mas, na voz passiva sintética, quando usamos o “se”, não conseguimos ter claro quem pratica a ação.

Nos itens de 1 a 4, acima, temos:1. agente=?; paciente=carros;2. agente=?; paciente= ajudantes;3. agente=José; paciente=José;4. agente 1=Mônica; paciente 1=Anaagente 2=Ana; paciente 2=Mônica

C. Existe uma diferença entre VOZ PASSIVA e PASSIVIDADE.**********************Quem ensina é Evanildo Bechara:**********************“É preciso não confundir voz passiva e passividade. 

>> VOZ é a FORMA ESPECIAL EM QUE SE APRESENTA O VERBO para indicar que a pessoa recebe a ação:

- Ele FOI VISITADO pelos amigos.- ALUGAM-SE bicicletas.

>>PASSIVIDADE é o FATO de a pessoa receber a ação verbal. A passividade pode traduzir-se não só pela voz passiva, mas ainda pela voz ativa, SE O VERBO TIVER SENTIDO PASSIVO:

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- Os criminosos RECEBEM o merecido castigo.

Portanto nem sempre a passividade corresponde à voz passiva.

Assim sendo, não se pode falar em voz passiva diante de linguagem do tipo OSSO DURO DE ROER. Houve aqui, se interpretarmos ROER=DE SER ROÍDO, apenas passividade, com verbo na voz ativa”.

(Evanildo Bechara, “Gramática escolarda Língua Portuguesa”, 1ª edição, p.197)**********************

Agora que você tem clara essa provocação de que, mesmo na voz passiva sintética, não conhecemos exatamente quem é o agente, quem de fato pratica a ação, bem como a existência da ideia de PASSIVIDADE seja em que voz for, continuemos nossa viagem. O avião estava apenas taxiando. 

Agora nosso destino será a primeira metade do século XX. 

Vamos decolar?

Existiu, no Brasil, um professor chamado Manuel. Não, não era português. Considerado o maior sintaticista da língua portuguesa, Manuel teve mãe alemã e pai turco. Nasceu em Petrópolis em 21/10/1861 e faleceu no Rio de Janeiro em 27/5/1953. 

Com todo respeito que tenho ao Manuel, estudando seus ensinamentos quando leio acerca da História da Língua Portuguesa, e, embora eu não discorde com a argumentação do Manuel acerca da INEXISTÊNCIA do “se” como partícula apassivadora, revelo a você, principalmente aos 99% dos internautas que me escreveram afirmando que o gabarito deveria ser “E”, o enigma por trás do gabarito “C” do Cespe: 

M-A-N-U-E-L !!!!!

Foi o Manuel, cidadão que viveu mais de cem anos atrás, quem vem até hoje colocando minhoca na cabeça da Banca do Cespe. Seu pensamento afeta, hoje, mais de um século depois de sua existência, diretamente a vida árdua de milhares de brasileiros que se preparam seriamente para concurso público.

Considerado o maior sintaticista da língua portuguesa, MANUEL SAID ALI IDE desenvolveu estudo acerca da inexistência do “se” apassivador que alicerça o pensamento de corrente minoritária dos gramáticos da Língua Portuguesa até os nossos dias, entre os quais alguns professores da Banca do Cespe e da Esaf!!! Em outros termos, o fato de o "se" não ser partícula apassivadora mesmo na voz passiva sintética é questão DOUTRINÁRIA, a depender do Gramático, do Examinador!!!

Claro está que a corrente largamente majoritária aceita somente o que você já conhece a respeito de voz passiva, aqueles blablablá em que nós ja estamos craques (voz passiva somente verbo TD, vai para o plural se o sujeito da passiva estiver no plural etc.etc.etc.).

Agora você deve ter em mente que a corrente MUITO minoritária, algumas Bancas de concurso incluídas, aprecia, aceita e segue o pensamento de Manuel Said Ali, segundo o qual o “se” não é partícula apassivadora porque o anúncio de uma frase como “Aluga-se casa”, se pensada na realidade, não está claro quem é o AGENTE do verbo alugar. Para Said, na época em que ele vivia, os estudos gramaticais sustentavam a ideia de que uma ação de um verbo necessariamente deveria ter um AGENTE explícito, caso contrário, quem é que estaria executando a ação??? Se você

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não conseguir detectar quem é o AGENTE de forma clara, este agente então estaria INDETERMINADO. A não ser que o “se” fosse reflExivo, tipo “A casa aluga ela mesma”, o que não faria sentido. 

É por isso que a Banca admitiu o gabarito “C” em ambos. Por entender que NO FATO apresentado naquele contexto não há a ideia de PASSIVIDADE, e, sim, “INDETERMINAÇÃO”, ou, pelo menos, a INDETERMINAÇÃO prevaleceu sobre a PASSIVIDADE no contexto em que a ocorrência do “se” se deu. Venceu a INDETERMINAÇÃO, daí o “SE” em “mudam-se” também podeRIA SER (observe que não é PODE SER, e, sim, PODERIA SER) um índice de indeterminação do sujeito. Correto! Existe uma corrente minoritária que sustenta essa tese e devemos respeitar. Segundo essa corrente minoritária, poderia ser sim! Todos sabemos que, neste caso, de o “se” indicar uma indeterminação, o verbo fica no singular, sendo também aceita, portanto, a forma “muda-se”. Item correto. 

O mesmo se dá na prmeira questão, com o “entendendo-se”, que ainda tem o gerúndio para complicar nossa vida ainda mais. Observe que aqui basta, de novo, se perguntar: quem é que entende??? Sei lá! Portanto, quando o Cespe afirma que “o emprego da partícula ‘se’ indica que o sujeito da oração é indeterminado”, se pensarmos no que Said Ali ensinou, o gabarito é realmente “C”, item correto! 

Ufa, que viagem, né??? Acho que o Manuel, nascido em pleno Brasil imperial, jamais imaginou que complicaria a vida de tantos brasileiros 150 anos depois!!!

Agora prometa que lerá minhas indicações de leitura a seguir para tentar fixar essa viagem que acabamos de fazer, pois tratam de excelentes explicações acerca do que precede:

1) Explicação da professora Claudia Kozlowski, disponível em seu livro – de que muito gosto e que muito me ajuda – “Português CESPE – Questões comentadase organizadas por assunto”, páginas 81-83 (sujeito indeterminado). 

2) Texto da professora Angelina Aparecida de Pina (UFRJ), intitulado “A atualidade de Manuel Said Ali – a sintaxe do pronome se e a cognição”, disponível emhttp://www.filologia.org.br/ixcnlf/17/01.htm; 

3) Ficou curioso em conhecer um pouquinho mais o Manuel: acesse http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/biografias/saidali.htmlObservação: se você tiver dificuldades em adquirir o livro citado no item 1 por morar em área inacessível ao livro ou não vender em sua cidade, favor avisar-me para encontrarmos, juntos, uma solução; e

4) abaixo de minha assinatura, veja a própria explicação de Said Ali.

É isso, pousamos! 

Espero que a dica de hoje tenha sido útil completando sua imersão no estudo da partícula “se” e, não, complicado mais a sua cabeça. Pelo menos entendo que você tem o direito de saber o que se passa. 

Busque questões antigas do Cespe e da Esaf e pratique. Fique genial. O problema é que nem todo ano a Banca pode assumir a corrente minoritária. Realmente, situação complexa. Busque analisar o comando do item, como o enunciado "poderia ser", que ameniza a afirmativa.

Caso ainda tenha restado dúvidas, comente que até mesmo os internautas poderão ajudar uns aos outros. Estarei acompanhando.

Boa quinta-feira a todos e até a próxima dica!

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--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br 

* * * 

Explicação de Said Ali (leia com atenção, tentando entender o que ele quer dizer a cada frase):

“ Ações praticadas por seres humanos não podiam ser enunciadas pela linguagem sem a indicação do agente. Quando, porém, o agente humano era desconhecido ou não convinha mencioná-lo, a linguagem servia-se deste expediente: personalizava o objeto se era ente inanimado, e fingia-o a praticar a ação sobre si mesmo. Certa mercadoria, por exemplo, devia ser vendida, ignorando-se o vendedor; dizia-se simplesmente: tal mercadoria vende-se a si própria. Pouco a pouco, porém, a meia forma reflexa em casos deste gênero começou a sugerir a ideia de um agente humano indeterminado. Não foi preciso alterar profundamente o enunciado; mas substantivo, que até então figurava na categoria de sujeito, teve de abandonar este posto e passar para o lugar de objeto, que já agora lhe era designado. O pensamento não comportava dois agentes; a ação de vender não podia ser praticada por certa pessoa e, ao mesmo tempo, pela própria coisa”.

Dica de hoje, 12/7 (dia do Engenheiro Florestal): pessoal, ainda de ressaca da dica de ontem?

Depois da viagem chocante de ontem, sentido denotativo, porque choca, sei que foi um choque para os que não conheciam o Manuel, peguemos leve hoje. Algo breve, simples, mas importante seguir quando estiver redigindo o texto de redação, em especial para o CACD.

*****************Se você antecipar o complemento da oração, separe por vírgula********************

Sabemos desde criança que, no português, a ordem direta da frase é

Ordem direta*****************SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS*****************

Se o complemeto vier antes do sujeito ou entre o sujeito e o verbo, ocorre a antecipação do complemento. 

Se vier antes do sujeito, colocamos uma vírgula após o complemento, assim:

Complemento, Sujeito + Verbo.

Se vier entre o sujeito e o verbo, o complemento é intercalado com vírgulas, uma antes e outra depois, assim:

Sujeito, comlemento, verbo.

A mensagem principall da dica de hoje é a seguinte: quando antecipamos o complemento para o início da frase, há duas linhas de pensamento: 

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1. a vírgula é facultativa:********Nesta segunda década do século XXI, as crianças nascem adaptadas à tecnologia da informação, como se a comunicação instantânea, em tempo real, que transmite voz e imagem, fosse um elemento da natureza, uma obviedade sem a qual nada faria sentido. A mesma sensação devem ter sentido as crianças nascidas na década de 1990, com o advento do controle remoto, na de 1970, com o televisor colorido ou, ainda, na de 1950, com o rádio. ***********

Analisemos apenas a primeira oração do trecho acima:

***********Nesta segunda década do século XXI, as crianças nascem adaptadas à tecnologia da informação (…)***********Ordem direta seria:As crianças nascem adaptadas à tecnologia da informação nesta segunda década do século XXI.

Sujeito = As criançasVerbo=nascer adaptadasComplemento:1º complemento ⇒ objeto: à tecnologia da informação2º complemento ⇒ locução adverbial de tempo: nesta segunda década do século XXI.

Ora, ao anteciparmos a locução adverbial temporal (nesta segunda década do século XXI), poderemos ou não colocar a vírgula, segundo a corrente que aceita a facultatividade do emprego desta vírgula.

Há uma regrinha tácita entre os professores, que diz assim:- se o complemeto antecipado for pequeno, não usar a vírgula, assim:Em 1964 teve início o regime militar no Brasil.

- se o complemento antecipado for grande, usar a vírgula, assim:Na virada do século XIX para o século XX, o Brasil ainda se adaptava à República.

2. A vírgula é obrigatória em qualquer caso.A segunda corrente exige a vírgula.

Em 1964, teve início o regime militar no Brasil.

Na sua redação para o CACD, opte pela segunda corrente. 

Até a próxima dica! Boa sexta-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 13/7 (dia do Engenheiro Sanitarista e dia Internacional do Rock): com a dica de hoje é chagada a hora de fazermos uma imersão no estudo de assunto que, analogamente ao “se” apassivador ou indicador de indeterminação do sujeito, estudado repetidas vezes nas últimas dicas, o Cespe adora cobrar em suas provas objetivas, bem como exige seu bom uso nas redações. Trata-se do…

***************

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PRONOME RELATIVO***************

A ideia, como sempre, é transcender a excelência neste tema. Não bastará você ser mais ou menos, bom ou excelente; deverá ser GENIAL, ultrapassar a excelência, para acertar qualquer questão que o Cespe, o Enem, a Esaf, a Fundação Carlos Chagas (FCC), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) etc. propuserem a você.

Tenha paciência, uma dica de cada vez e atingiremos a excelência, dissecando este tema, combinado?

Voltando ao pronome relativo...

Por enquanto não vamos usar classificações com nomes complicados, dizendo, por exemplo, que ele introduz oração subordinada adjetiva restritiva de infinitivo (ufa), ou algo assim, porque não ajudaria muito neste momento inicial, quando tentarei homogeneizar o conhecimento de todos que acessam esta minha Fanpage. 

Se a ideia é pela democratização do saber, devemos ter todos incluídos, seja o que já está na linha de frente para ser aprovado no CACD-2013, em concursos da Magistratura, de Auditores ou em outro concurso igualmente exigente, por já estar em seu segundo ou terceiro ano FOCADO no preparatório, seja o vestibulando que começa a pensar na próxima prova do Enem, passando pelo colega que DECIDIU muito recentemente e do fundo da alma tentar o seu concurso público do sonho.

Mesmo assim, você que está na linha de frente e se considera pronto a disputar a vaga, não subestime ensinamentos elementares (lembre-se de meu depoimento publicado na dica de 7/7!!!!). Poderá haver, no meio da explicação, algum ensinamento que você ainda não conhecia!

Nada melhor do que iniciar uma explicação pela definição.

O que é o pronome relativo?

Antes, ainda, há outra pergunta: o que é um pronome?

PRONOME************“Pronome é a classe de palavras que se refere a um significado léxico indicado pela situação ou por outras palavras do contexto”. (Evanildo Bechara)

“Pronome é a palavra que representa um nome, um termo usado com a função de um nome, um adjetivo ou toda uma oração que a segue ou antecede”. (Dicionário Houaiss).************

Ou seja, o PRNOME nasceu para substituir um NOME (substantivo) ou uma estrutura cujo NÚCLEO ou cuja NATUREZA é um substantivo!

************PRONOMES RELATIVOS************“São os que normalmente se referem a um termo anterior chamado ANTECEDENTE”. (Evanildo Bechara)

“Pronome relativo é o pronome que se refere a um nome antecedente (…)”. (Dicionário Houaiss).

O livro QUE compramos agradou a Pedro.

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(QUE = LIVRO)************

Observe que o QUE exerce no exemplo dado dois papéis gramaticais:1 – refere-se ao antecedente;2 – transforma uma oração independente “Compramos o livro” em um ADJETIVO. Veja: o livro pode ser bonito, feio, grande, pequeno, interessante, inútil etc. Você sabe que as palavras "bonito, feio, grande, pequeno, interessante, inútil" são todas ADJETIVO de livro. Ora, se, em vez de um adjetivo do tipo clássico como são esses para qualificar este livro, eu usar uma ORAÇÃO, teremos uma ORAÇÃO ADJETIVA. 

Qual foi o adjetivo do livro no nosso exemplo acima? Bonito? Feio? Grande? Pequeno? Interessante? Inútil? Não! Nada disso. O adjetivo do livro é "QUE COMPRAMOS".

Trata-se de um ADJETIVO ORACIONAL! Portanto, "QUE COMPRAMOS" é uma oração adjetiva.

Voltando a focar somente no QUE, pronome relativo.

Vai aqui uma dica fundamental, principalmente no momento de fazer sua redação: o pronome relativo QUE e os demais que veremos ao longo dos próximos dias deverão se referir ao substantivo IMEDIATAMENTE ANTERIOR, sob pena de deixar sua mensagem truncada ou ininteligível, por trazer ambiguidades ou outros vícios de linguagem.

Por exemplo:O programa “Mulher, viver sem violência”, idealizado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), que oferecerá estrutura em diversas áreas para milhares de mulheres vítimas da violência perpetrada por covardes que se acreditam superiores, foi lançado em março deste ano pela Presidência da República. A ideia é integrar ações e órgãos envolvidos no combate à violência contra a mulher, desde o apoio psicossocial até o atendimento hospitalar, se for o caso.

Vamos analisar dois trechos:a. “O programa “Mulher, viver sem violência”, idealizado pela Secretaria de Proteção à Mulher, que oferecerá estrutura em diversas áreas para milhares de mulheres vítimas da violência perpetrada por covardes que se acreditam superiores, (…)”

Pergunto: QUEM OFERECERÁ ESTRUTURA? O programa ou a Secretaria? Percebeu? Obviamente quem oferecerá estrutura é o programa, estamos explicando o que é o programa, estamos descrevendo o programa, mas a ideia ficou ambígua, INEXATA, parece que estamos que a SPM é quem oferecerá, o que não era a ideia. Essa dúvida ou ambiguidade JAMAIS poderá ocorrer na sua redação!!! Perderá pontos com certeza ABSOLUTA. E de graça! Depois de muitos anos de estudo e sacrifícios abnegados. Lembre-se de que você não estará ao lado do Examindador para explicar-lhe “o que você quis dizer”. Isso não existe!

Melhorando, deveríamos ter colocado o pronome relativo “QUE” IMEDIATAMENTE APÓS o substantivo ou expressão a que ele se refere, assim:

“O programa “Mulher, viver sem violência”, QUE oferecerá estrutura em diversas áreas para milhares de mulheres vítimas da violência perpetrada por covardes que se acreditam superiores, (…)”

Agora sim, observe que o QUE veio imediatamente após o trecho “O programa “Mulher, viver sem violência”, cujo NÚCLEO é o substantivo PROGRAMA. Perfeito!

Page 147: Dicas Da Diplomata

b. vamos analisar agora outra parte do trecho:“O programa “Mulher, viver sem violência”, que oferecerá estrutura em diversas áreas para milhares de mulheres vítimas da violência perpetrada por covardes QUE se acreditam superiores, (…)”

O “QUE” após “COVARDES” está perfeito, por estar se referindo ao termo imediatamente anterior, COVARDE.

Ainda tems muito a consertar no trecho completo, mas fica para as próximas dicas. Isso porque nem sempre é tarefa fácil construir trechos com o pronome relativo se referindo ao termo imediatamente anterior. 

*******Se não conseguir estruturar seu trecho assim, de forma inequívoca, considere reescrevê-lo, dividindo-o em duas partes.*******

Ao final de uma série de dicas a respeito do pronome relativos, faremos uma bateria de exercícios já havidos acerca do tema em prova de concurso, para, juntos, resolvermos.

Vamos ficar craques em pronome relativo e oração subordinada adjetiva da mesma forma que estamos já craques em “se” apassivador ou índice de indeterminação do sujeito (falta praticarmos, o que poderá ser feito em breve). Só espero que não haja nenhum “Manuel” em nosso caminho rumo à genialidade em matéria de pronome relativo! 

Até a próxima dica! Bom sábado a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 14/7 (dia Mundial do Hospital, dia Internacional da Liberdade e dia do Propagandista): a dica de hoje tratará de mais um aspecto em nossa caminhada de imersão nos PRONOMES RELATIVOS.

Ontem, vimos apenas um deles, o “QUE”. Há outros! Poderão estar precedidos de preposição. Tudo isso será tema de dicas vindouras. 

De novo, peço paciência dos internautas porque estamos, antes, homogeneizando o conhecimento, um passo pequeno de cada vez, para, lá na frente, eu poder usar termos sem medo de estar falando algo desconhecido para seja quem for que estiver acessando esta Fanpage. A isso chamamos de democratização genuína. Mesmo assim sempre penso nos que não têm acesso à internet, mas abordarmos agora a problemática da inclusão digital em nosso país desviaria o foco dos pronomes relativos.

Além daqueles que iniciaram só recentemente seus estudos para concurso, o tema de hoje será útil também para os que, em relação ao conteúdo, já se sentem prontos para passar no concurso. Digo em termos de conteúdo apenas, porque passar em concurso dependerá de uma multiplicidade de fatores, sendo o conhecimento sólido, adquirido ao longo de determinado período de tempo, apenas um desses múltiplos fatores. 

A dica de hoje, na verdade, é um passo preparatório para o entendimento das que estão por vir. Explicará a nomeclatura que a norma culta utiliza para classificar a

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frase introduzida pela partícula QUE na qualidade de PRONOME RELATIVO. Embora conhecer essas nomeclaturas não seja essencial, para ingressar na genialidade, você deverá, sim, ter conhecimento dos nomes pomposos atribuídos aos pontos da gramática. Para fixar tais nomes pomposos, nada como ENTENDER o porquê de cada uma das palavras atribuídas na classificação de algo. Se entender, nunca mais esquecerá; se decorar, após a primeira balada depois da decoreba, tudo se apagará da mente.

Vimos ontem que o pronome relativo QUE (e os demais que ainda aprenderemos) SUBSTITUEM UM SUBSTANTIVO ou UMA ESTRUTURA DE NATUREZA SUBSTANTIVA.

O “QUE”, pronome relativo, vai INICIAR UMA ORAÇÃO (oração é uma frase com verbo, pense assim por enquanto).

“O livro QUE COMPRAMOS agradou a Pedro.

Observe a oração implícita que o QUE iniciou:“Nós compramos o livro”.

Explicitamente ela está apenas assim “COMPRAMOS”, uma oração que, vista isoladamente, só tem uma palavra, “compramos”. 

Vamos agora analisar o trecho completo iniciado pelo QUE:QUE COMPRAMOS.

Qual a natureza da classe gramatical desse trecho todo???Vimos ontem: é um adjetivo, porque qualifica o substantivo LIVRO.Da mesma forma que poderíamos ter tido livro “bonito”, “grande”, “velho”, temos livro “que compramos”; portanto, QUE COMPRAMOS é um adjetivo de LIVRO.

Claro até aqui?

Mas esse adjetivo QUE COMPRAMOS está expresso em forma de ORAÇÃO, por isso chamei esse adjetivo de ADJETIVO ORACIONAL.

Além disso, esta oração, QUE COMPRAMOS, não tem vida própria. Ela só fez sentido dentro do todo. Imagine alguém chegar para você e falar assim: “Fulana, compramos.”, assim, descontextualizada, não fará qualquer sentido! Assim sendo, essa estrutura “QUE COMPRAMOS”, para ter vida e fazer sentido, deverá se SUBMETER ao contexto principal, um contexto que dá sentido ao livro comprado, o fato de ele ter sido de agrado de Pedro, assim:

“Compramos o livro. O livro agradou a Pedro.”

Agora sim, contextualizamos por meio de duas orações que, embora independentes, juntas fazem sentido.

Ao “juntarmos” (entre aspas, depois explico por que não gosto de usar nesta matéria o verbo “juntar”) ambas as ideias, teremos:

“O livro QUE COMPRAMOS agradou a Pedro”.

(QUE COMPRAMOS é o trecho inferior, submisso, em relação ao trecho proncipal “O livro agradou a Pedro”).

Observe que o pronome relativo QUE substituiu a palavra LIVRO.

Olhando a estrutura geral, temos:****************O livro xyz agradou a Pedro.

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com xyz sendo um adjetivo.****************

Nest caso xyz = QUE COMPRAMOS.

Na realidade esse QUE não tem por função precípua “JUNTAR” nada. Quem “junta” alguma coisa é a conjunção coordenativa (e, mas, nem, pois etc.). “Compramos o livro E ele agradou a Pedro”. Aqui, sim, o “E” JUNTOU duas oraçãoes de mesmíssimo nível sintático (aí entra aquele papo do paralelismo dentro de cada parte da coordenação, importância idêntica das ideias transmitidas etc., já foi tema de dica e a Banca de Português saberá analisar esse nivelamento de importância de ideias na sua redação, afinal, coordenar e subordinar transcende a regrinha para fazê-lo. O critério para usar uma subordinação ou ua coordenação dependerá de sua consistência argumentativa, está no campo das ideias, cuidado!).

Voltando…

A missão do QUE em “O livro QUE COMPRAMOS agradou a Pedro” foi de apenas marcar o processo pelo qual se TRANSPÔS uma unidade de camada superior (uma oração independente que existia, qual seja, “O livro agradou a Pedro”) para funcionar, numa camada inferior, como MEMBRO DE OUTRA ORAÇÃO. É por isso que Evanildo Bechara chama esse QUE de um TRANSPOSITOR. O “QUE” subordinará algo a essa oração que era independente.

Ele afirma que:

“Daí não corresponder à nova realidade material da unidade sintática subordinada a denominação tradicional de ORAÇÕES COMPOSTAS ou PERÍODO COMPOSTO. Temos, sim, orações COMPLEXAS, isto é, orações que têm termos determinantes complexos, representados sob a forma de outra oração. Só haverá orações ou períodos COMPOSTOS quando houver a coordenação”.

Não é o caso das orações iniciadas pelo pronome relativo.

Enfim, essa explicação é apenas para entendermos que a oração que o “QUE” PRONOME RELATIVO INTRODUZ É UMA ORAÇÃO SUBMISSA, INFERIOR, SUBORDINADA, EM RELAÇÃO À ORAÇÃO PRINCIPAL, QUE HAVIA NASCIDO INDEPENDENTE (“O livro agradou a Pedro”).

Olhando a “floresta”, temos assim:****************O livro xyz agradou a Pedro”

com xyz sendo um adjetivo.****************

Olhando a árvore “xyz”, adjetivo de livro, temos que xyz poderá ser uma palavrinha só, um pezinho de tomate (livro “bonito”, “velho”, “grosso”, interessante”, “inútil”) ou uma oração inteira, uma verdadeira samaumeira (né, galera da Região Norte?) ou um verdadeiro cajueiro de Pirangi (né, potiguares?), isto é, um adjetivo gigante, um ADJETIVO ORACIONAL, que está subordinado à oração principal do trecho analisado. 

É por isso que classificamos a oração inciada pelo QUE de 

**********ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA**********

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Resumindo a dica de hoje, que, na verdade, não chega a ser uma dica, mas uma preparação para atingirmos, daqui a alguns dias, a genialidade no que diz respeito à pronome relativo e temas afins.

No período:

“O livro que compramos agradou a Pedro”, temos:

ORAÇÃO PRINCIPALO livro agradou a Pedro.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVAque compramos

Amanhã veremos o tema mais queridinho da Banca de Português, em especial do CACD, quando está corrigindo sua redação: quando a oração subordinada adjetiva deverá vir entre vírgulas??? (tipo: “O livro, que compramos, agradou a Pedro” ou sem as vírgulas?)

Em exemplozinho tosco e simples como “O livro que compramos agradou a Pedro” é moleza! Amanhã veremos. O problema é que, com ou sem as vírgulas, a construção do período estará GRAMATICALMENTE CORRETA. Um perigo!!! 

O problema reside no campo das ideias, já que a presença ou a ausência das vírgulas poderá assassinar sua consistência argumentativa. 

Sei que a dica de hoje pode não ter sido uma das mais pragmáticas e simples, mas, acreditem em mim, seja você vestibulando, seja você candidato já pronto para passar nos concursos mais complexos da administração pública federal, estadual ou municipal: é nesta matéria que a Banca de Português da prova discursiva embasará o raciocínio dela para analisar o uso de vírgulas que você fará ao longo de 99% de sua redação (claro, porque há outros poucos tipos de emprego de vírgula, como antecipação do complemento etc.). Incluem-se aqui neste terreno minado questões de inferência de provas objetivas. 

Fique ligado(a)!

Amanhã veremos as vírgulas, o que implicará mais uma palavrinha na classificação já pomposa ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA, que, agora, você já entende cada palavra:

- Oração: frase que contém um verbo;

- Subordinada: frase inferior, que está submissa, dependente, de outra oração, a chamada oração principal; e

- ADJETIVA: porque essa oração subordinada está exercendo o papel de um adjetivo. É introduzida por uma palavrinha denominada PRONOME RELATIVO, substituta do SUBSTANTIVO a que o adjetivo oracional se refere.

Observe que, até agora, estamos analisando a frase, como um todo, introduzida pelo pronome relativo QUE. Em dicas futuras iremos analisar tão somente o QUE e seus outros coleguinhas igualmente pronomes relativos, a função sintática que o pronme relativo, sozinho, tem (sujeito? Objeto direto? Objeto indireto? Complemento nominal?) – tema queridíssimo das Bancas nas provas objetivas. Por ora, continuaremos a analisar TODA A ORAÇÃO iniciada pelo pronome relativo, aprender mais a respeito da samaumeira ou do cajueiro de Pirangi, com todo respeito que tenho ao tomateiro!

É isso, bom domingo a todos!

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--Claudia Assaf

Dica de hoje, 17/7 (dia do Protetor da Floresta): a dica de hoje, indiretamente, ajudará você a ficar esperto(a) em questões de concurso que exploram os pronomes relativos. Hoje veremos um QUE que não é pronome relativo, mas a Banca vai tentar confundir sua cabeça, portanto atenção total! ALERTA VERMELHO! Atenção total, principalmente os que aguardam ansiosamente o dia 18 de agosto!!!

Ao final da explicação, analisaremos um exemplo já cobrado pelo Cespe. 

Hoje veremos uma expressão que é um NADA, está ali apenas para realçar (aliás, para atrapalhar sua vida)…se jogar fora, não fará qualquer diferença. Fique bem esperto para a expressão de realce, também chamada expressão EXPLETIVA

*****É QUE*****

Na verdade SER QUE, porque poderemos ter SERIA QUE, SERÁ QUE, FOI QUE etc.

Veja o trecho:

“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma”.

(“Macunaíma, o herói sem nenhum carater”, de Mário de Andrade.)

Observe que, na oração “Essa criança é que chamaram de Macunaíma”, a expressão “é que” está ali apenas para dar ênfase, não exercendo qualquer função sintática. Poderia ser simplesmente “Essa crança, chamaram de Macunaíma”. Na ordem direta, seria “Chamaram essa criança de Macunaíma”.

********Não confuda aquele QUE de “é que” com pronome relativo!!!********

Trata-se de uma oração só (absoluta), NÃO existe ali a oração subordinada adjetiva “que chamaram de Macunaíma”.

Agora observe este exemplo hipotético que criei agora, ainda trabalhando com o trecho de Mário de Andrade:

Essa criança, QUE chamaram de Macunaíma, nasceu no fundo do mato-virgem.

Aqui, sim, temos duas orações:

1. Oração principal: “Essa criança nasceu no fundo do mato-virgem.

2. Oração subordinada adjetiva explicativa:QUE chamaram de Macunaíma.

Percebeu a diferença?

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(Observação paralela: a oração 2 é explicativa porque no contexto daquele trecho só havia uma criança, por isso explicativa, por isso coloquei entre virgulas).

*******

ATENÇÃO AGORA!!!

Veja essa questão do Cespe, com altíssimo índice de erro por parte dos candidatos.

************CESPE - Analista Ambiental (IBAMA)/Tema 1/Licenciamento Ambiental/2013/(…)Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas foi a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais, estaduais e municipais e por entidades ambientalistas, setores empresariais (indústria, comércio e agricultura), populações tradicionais e indígenas e comunidade científica.(…)Adriana Ramos. Política ambiental. In: Almanaque Brasil socioambiental. São Paulo: ISA, 2008 (com adaptações).************Julgue o item, relativo à tipologia e às ideias do texto acima, bem como às estruturas nele empregadas.

( ) A oração “que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)” classifica-se como adjetiva explicativa, o que justifica o fato de estar empregada entre vírgulas.************

GABARITO: EITEM ERRADO!!! 

(Pelo mesmíssimo motivo que expliquei acima, a oração destacada NÃO é adjetiva explicativa!)

Observe a expressão expletiva É QUE no trecho a ser analisado:

*****Mas foi a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais, estaduais e municipais e por entidades ambientalistas, setores empresariais (indústria, comércio e agricultura), populações tradicionais e indígenas e comunidade científica.*****

Tirando todas as “gorduras” extras do trecho, teríamos simplesmente o seguinte:

*****Mas FOI a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente QUE estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).*****

Observe a expressão expetiva É QUE, escrita assim: ****FOI…QUE****

Se jogarmos o”FOI…QUE” fora no lixo, não fará qualquer diferença, veja:

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*****Mas a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).*****

Tal como ““Chamaram essa criança de Macunaíma”.

RELEIA O TRECHO ORIGINAL E JOGUE FORA O "FOI QUE" E O TRECHO FICARÁ IGUALMENTE PERFEITO, SEM QUALQUER PREJUÍZO. VEJA:

Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Mas a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais, estaduais e municipais e por entidades ambientalistas, setores empresariais (indústria, comércio e agricultura), populações tradicionais e indígenas e comunidade científica.

Percebeu?

Para que o trecho destacado na questão, “que estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)” pudesse ser classificada como subordinada adjetiva explicativa, deveríamos, primeiro, retirar a expressão expletiva “foi…que”, introduzir o QUE pronome relativo, e, por fim, , complementar o finalzinho do trecho com uma oração principal a quem essa subordinada adjetiva explicativa estivesse subordinada, assim:

*****Mas a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, QUE estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), recebeu prêmio internacional.*****

Observe agora que temos duas orações:1. Oração principal:“a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente recebeu prêmio internacional”.

2. Oração subordinada adjetiva explicativa:“QUE estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)”

Aqui, sim, o QUE é pronome relativo, percebeu?

Para terminar, vou reescrever o trecho ORIGINAL, retirando a expressão expletiva “FOI…QUE”, incluir o pronome relativo QUE e o trechinho final que inventei “recebeu prêmio internacional”, com o objetivo de fazer surgir uma oração adjetiva explicativa e, portanto, transformar o trecho destacado no item da questão em de fato uma adjetiva explicativa, veja: 

*****Mas a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, QUE estabeleceu a estrutura formal do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), integrado por órgãos federais, estaduais e municipais e por entidades ambientalistas, setores empresariais (indústria, comércio e agricultura), populações tradicionais e indígenas e comunidade científica, recebeu prêmio internacional.*****

Observe que aquele miolo “integrado por órgãos federais, estaduais e municipais e por entidades ambientalistas, setores empresariais (indústria, comércio e agricultura)” não interfere em nada nossa análise, apenas está ali para complicar a

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vida do candidato, apenas define quem integra o tal Sisnama.

Não se assuste com tamanho, analise friamente o item, confiando no que você sabe.

Perigo!!!Há “sites” que analisam questões desta natureza justificando que o gabarito foi “E” porque se trata de adjetiva RESTRITIVA, não explicativa, já que as vírgulas ali estariam por outro motivo. Nada disso!!!! O “QUE” ali nem pronome relativo é! Muito cuidado com a expressão expletiva “É QUE”.

Caso tenha dúvidas, comente sua dúvida no espaço abaixo que os próprios internautas o ajudarão. Estarei lendo tudo e poderei também fazer parte da discussão.

Last but not least, nada a ver, mas voltando ao “se”, ao Manuel: vocês sabiam que o “se” também pode funcionar como partícula expletiva, caso em que não será nem partícula apassivadora tampouco índice de indeterminação do sujeito????? Que perigo uma coisa dessa na prova Cespe! Enfim, tema de dica futura.

Respire fundo, relaxe, calma. Tudo vai dar certo.

Até a próxima dica! Boa quarta-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 18/7 (dia Nacional do Trovador): continuando nosso estudo a respeito dos pronomes relativos, recordo que, até o momento, vimos apenas o pronome relativo invariável QUE e seu correspondente O QUAL, este, sim, variável, podendo assumir as formas OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS.

A dica de hoje exigirá de você conhecer muito bem a regência dos verbos. Isso porque o pronome relativo, além de substituir o termo precedente, ele também exerce alguma função sintática dentro da oração subordinada adjetiva. Se essa função sintática for uma função sintática que exija preposição, como a função sintática de OBJETO INDIRETO, o pronome relativo deverá vir precedido da preposição que rege o verbo da oração subordinada adjetiva. Resumindo: você deverá saber bem regência verbal!

Por exemplo:

Qual o problema gramatical do período abaixo?****O aluno que mais gosto está doente.****

Observe que o pronome relativo QUE substitui a palavra ALUNOS e, ademais, exerce a função sintática de objeto indireto do verbo GOSTAR, contido na oração subordinada adjetiva.

Vejamos mais claramente as duas orações ali presentes:

1. ORAÇÃO PRINCIPAL (informação mais importante do contexto apresentado): O ALUNO ESTÁ DOENTE

2. ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA (informação hierarquicamente

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inferior, subordinada à mensagem transmitida na oração principal, de que o aluno está doente): QUE MAIS GOSTO

Observe que o QUE pronome relativo está substituindo a palavra ALUNO (QUE=ALUNO).

ALUNO é, portanto, o objeto do verbo GOSTAR, mas quem gosta gosta DE alguém ou DE algo. Deveríamos preceder o QUE (=ALUNO) da preposição que rege o verbo gostar, neste caso DE, assim:

****O aluno DE QUE mais gosto está doente.****

Por oportuno, aproveito para substituir o QUE pelo O QUAL:****O aluno DO QUAL mais gosto está doente.****

Fácil, né?

Como disse antes, a dificuldade estará no conhecimento da regência dos verbos. 

Vejamos mais exemplos:

Verbo referir: referir A alguém ou A algo:****O aluno A QUE me referi está doente.****

Verbo assistir (=ver): assistir A algo:****A peça teatral A QUE assisti ontem está em cartaz na Broadway há cinco anos. ****

Lembra-se do verbo INFORMAR?? (Dica do dia 27/6)Reproduzo, a seguir, o seguinte trecho daquele dia…

“(…)

Regência 1 (prefiro esta)***************informar alguém de algo***************

Regência 2***************informar algo a alguém (ou informar a alguém algo)***************

Veja como é muito fácil…O verbo INFORMAR exige dois complementos ou objetos:- alguém (quem recebe a informação)- algo (mensagem transmitida)

SEMPRE um deles será objeto DIRETO, e o outro, INDIRETO. **********************NUNCA AMBOS OS OBJETOS DO VERBO INFORMAR SERÃO OS DOIS INDIRETOS OU OS DOIS DIRETOS!**********************

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(…)”

Voltando à preposição antecedendo o pronome relativo…

Vamos construir um período de subordinação adjetiva para a seguinte frase:*******O vendedor é Mário. Informei o vendedor de que voltarei amanhã.*******

(Regência 1, informar alguém de algo)

******O vendedor QUE informei de que voltarei amanhã é Mário.ouO vendedor O QUAL informei de que voltarei amanhã é Mário.******Aqui, observe que apenas o PRIMEIRO QUE (bem como O QUAL) é o pronome relativo!!! Substitui a palavra VENDEDOR, que o antecede, e exerce a função sintática de OBJETO DIRETO do verbo INFORMAR, em sua etapa transitiva direta (informar ALGUÉM de algo). O vendedor é o ALGUÉM).

Vamos trabalhar o mesmo exemplo fazendo uso da regência 2 do verbo informar, informar algo a alguém (ou informar a alguém algo):

******O vendedor A QUE informei que voltarei amanhã é Mário.ouO vendedor AO QUAL informei que voltarei amanhã é Mário.******Aqui, observe que apenas o PRIMEIRO QUE (ou O QUAL) continua sendo o único pronome relativo do exemplo!!! Substitui a palavra VENDEDOR, que o antecede. Só que, nesta regência 2, o ALGUÉM (vendedor) é OBJETO INDIRETO do verbo INFORMAR, em sua etapa transitiva indireta (informar algo A ALGUÉM). 

Resumindo: basta ficar atento para a regência do verbo da oração subordinada adjetiva, quando o pronome relativo estiver fazendo o papel de seu objeto. Se for objeto INDIRETO, a preposição que rege o verbo deverá preceder o pronome relativo.

Não confunda sua cabeça, basta separar as frases – oração principal para um lado, oração subordinada para outro – e analisar o verbo DENTRO da oração subordinada. 

Veja um exemplo com o verbo GOSTAR, mas desta vez o verbo GOSTAR estará na oração principal:

Gosto do aluno que está doente.

Oração principal = “Gosto do aluno”;Oração subordinada adjetiva = que está doente.

OBSERVE QUE O PRONOME RELATIVO QUE NÃO VEIO PRECEDIDO DE PREPOSIÇÃO.

Claro! O “QUE” neste caso, que substitui também a palavra ALUNO, como no primeiro exemplo da dica de hoje, está exercendo a função sintática de SUJEITO dentro da oração subordinada (O aluno está doente), não de objeto indireto. Observe, ademais, que o DE que rege o verbo GOSTAR já aparece na oração principal (Gosto DO aluno que está doente).

Da mesma forma, no exemplo a seguir o verbo INFORMAR estará na oração

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principal:

Informei ao vendedor QUE SE CHAMA MÁRIO que voltarei amanhã é Mário.

ou

Informei o vendedor QUE SE CHAMA MÁRIO de que voltarei amanhã.

Em ambos os casos o pronome relativo QUE, em maiúsculas, não foi precedido de preposição porque o verbo INFORMAR faz parte da oração PRINCIPAL, não está dentro da oração subordinada, isto é, a palavra VENDEDOR, substituída pelo que pronme relativo, exerce a função sintática de sujeito, não de objeto indireto (O vendedor se chama Mário/Que se chama Mário).

Até a próxima dica! Boa quarta-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 19/7 (dia do Futebol): Na dica de hoje veremos três funções sintáticas do QUE, pronome relativo, dentro da oração subordinada adjetiva por ele introduzida.

Veremos quando o QUE será ********SUJEITO, OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO********

COMO ANALISAR?

a. Identificar claramente a oração subordinada adjetiva(seja restritiva, seja explicativa, não importa);

b. Identificar a palavra ou a expressão a que o pronome relativo QUE se refere; e

c. Por fim, observar a função sintática dessa palavra ou expressão dentro da oração subordinada adjetiva.

Exemplo #1******O livro que compramos agradou a Pedro.******

a. Quem é a oração subordinada adjetiva”Resposta: QUE COMPRAMOS

b. A que palavra ou expressão o pronome relativo QUE se refere?Resposta: QUE = LIVRO

c. Qual a função sintática de LIVRO dentro da oração subordinada adjetva?

Resposta: reescreva a oração subordinada adjetiva, já identificada no item “a”, acima, utilizando, desta vez, a palavra LIVRO:=> COMPRAMOS O LIVRO.Portanto, como quem compra compra alguma coisa, LIVRO tem a função sintática de OBJETO DIRETO (o sujeito desta oração é "NÓS")

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Assim sendo, a função sintática do pronome relativo QUE é de OBJETO DIRETO.

Exemplo #2******O livro “Diplomata. Substantivo comum de dois gêneros”, que apresenta um estudo sobre a presença das mulheres na diplomacia brasileira, foi escrito pela diplomata Viviane Rios Balbino. ******

a. Quem é a oração subordinada adjetiva”Resposta: QUE APRESENTA UM ESTUDO SOBRE A PRESENÇA DAS MULHERES NA DIPLOMACIA BRASILEIRA

b. A que palavra ou expressão o pronome relativo QUE se refere?Resposta: QUE = LIVRO

c. Qual a função sintática de LIVRO dentro da oração subordinada adjetva?

Resposta: reescreva a oração subordinada adjetiva, já identificada no item “a”, acima, utilizando, desta vez, a palavra LIVRO:=> O LIVRO apresenta um estudo sobre a presença das mulheres na diplomacia brasileira.

Portanto, LIVRO tem a função sintática de SUJEITO do verbo APRESENTAR.

Exemplo #3******O livro de que preciso esgotou. ******

a. Quem é a oração subordinada adjetiva”Resposta: DE QUE PRECISO 

b. A que palavra ou expressão o pronome relativo QUE se refere?Resposta: QUE = LIVRO

c. Qual a função sintática de LIVRO dentro da oração subordinada adjetva?

Resposta: reescreva a oração subordinada adjetiva, já identificada no item “a”, acima, utilizando, desta vez, a palavra LIVRO:=> preciso DO LIVRO

Portanto, LIVRO tem a função sintática de OBJETO INDIRETO do verbo precisar (quem precisa precisa DE algo).

************Não posso fechar a dica de hoje sem recomendar a leitura do livro de minha grande amiga Vivi, mencionado no exemplo #2, acima, para as meninas interessadas em seguir a carreira diplomática. A leitura é igualmente interessante para os rapazes!

Está gratuitamente disponível na biblioteca online da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) em http://www.funag.gov.br/biblioteca/dmdocuments/Diplomata_Substgeneros.pdfAté a próxima dica! Boa sexta-feira a todos!

--Claudia Assaf

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Dica de hoje, 21/7 (sem efeméride): vamos praticar um pouco o que vimos até aqui a respeito de pronome relativo?

Segue seleção que eu preparei de quatro questões Cespe nesta matéria só para você. Tente resolver. Ao final da dica de hoje, comentarei cada questão. 

Atenção especial para o quarta e última questão, porque usaremos dicas de diferentes dias para dar a você a certeza da resposta do item, numa verdadeira interdisciplinaridade de dicas! 

Fique atento e use sempre todo o seu conhecimento para responder ao item com confiança. Ingresse na genialidade, NÃO TENHA MEDO DAS AFIRMATIVAS POMPOSAS DA BANCA – É SÓ PARA ASSUSTAR VOCÊ!!! Juro!

Boa sorte!

(1)******************http://www.cespe.unb.br/concursos/ABIN2008/arquivos/ABIN08_001_1.pdf****************************CESPE/ABIN 2008/ITEM 21****************************“Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos com naturalidade. (…)”

Marque C ou E:( ) O emprego da preposição antes do pronome, em “a que”, atende à regra gramatical que exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo submeter.****************************

(2)******************http://www.cespe.unb.br/concursos/DIPLOMACIA2012/arquivos/IRBr11_01_01.pdf****************************CESPE/CACD 2012 (TPS)/QUESTÃO 3 ITEM 3****************************“(…) Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem”.

Marque C ou E:( ) Na linha 12 do fragmento I, a oração “que tinha”, sintática e semanticamente dispensável para o texto, caracteriza-se por ter um pronome relativo como sujeito sintático.****************************

(3)******************http://www.cespe.unb.br/concursos/DPFESCRIVAO2009/arquivos/DPF09ESCRIVAO_001_1_prova.pdf****************************CESPE/DPF ESCRIVÃO 2009/ITEM 24****************************

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“(…) Esta crise, porém, não é apenas econômica; ela também é uma crise moral. É uma crise institucional e filosófica do sistema que construímos”.Marque C ou E:( ) Na linha 14, devido às relações de coesão do último período do texto, estariam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto se fosse inserida a preposição de antes do pronome “que”, escrevendo-se de que. ****************************

(4) ******************http://www.cespe.unb.br/concursos/MP2012/arquivos/MPOG12_CB_01.pdf****************************CESPE/MPOG 2012/ITEM 16****************************“(…) Vamos aos fatos: o Brasil é, sim, um país de enorme potencial — com seus milhões de consumidores de classe média em acelerada ascensão, com invejável abundância de recursos naturais —, que vem passando por um período mágico de bônus demográfico que nos dá a chance de enriquecer antes de envelhecer”.

Marque C ou E:( ) Na linha 5, a ausência de vírgula depois do vocábulo “demográfico” indica que o pronome relativo “que” refere-se ao termo nuclear “abundância” (R.3). ****************************

COMENTAREI, A SEGUIR, CADA GABARITO.

******(1) C******“Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos com naturalidade. (…)”

Qual a técnica que te passei na dica de 19/7 a respeito de preposição antes do pronome relativo???

a. Identificar claramente a oração subordinada adjetiva (seja restritiva, seja explicativa, não importa):⇒ A QUE NÓS NOS SUBMETEMOS COM NATURALIDADE…

b. Identificar a palavra ou a expressão a que o pronome relativo QUE se refere; ⇒ AS EXIGÊNCIAS DE IDENTIDADE CIVIL

c. Por fim, observar a função sintática dessa palavra ou expressão dentro da oração subordinada adjetiva.NÓS NOS SUBMETEMOS COM NATURALIDADE ÀS EXIGÊNCIAS DE IDENTIDADE CIVIL

Observe que ocorreu o fenômeno crase (a preposição A encontrou-se com AS artigo definido). ISSO PORQUE A REGÊNCIA É …

Submeter ALGUÉM A ALGO.

Ou seja, o verbo SUBMETER pede DOIS COMPLEMENTOS: 

- um objeto direto (ALGUÉM) e 

- um objeto indireto (A ALGO).

=> Quem seria o objeto direto do verbo SUBMETER? 

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Resposta: o pronome “NOS” (nós NOS submetemos), ou seja, nós mesmos!

=> Quem seria o objeto indireto daquele verbo SUBMETER? Resposta: ÀS EXIGÊNCIAS DE IDENTIDADE CIVIL, que pede, portanto, a preposição A (expressa pelo acento grave ÀS = A + AS), a ser colocada antes do pronome relativo QUE, que exerce ali a função sintática de objeto indireto.

A afirmativa “O emprego da preposição antes do pronome, em ‘a que’, atende à regra gramatical que exige a preposição a regendo UM DOS COMPLEMENTOS do verbo submeter” está, assim sendo, CORRETÍSSIMA! Item correto!

******(2) E******“(…) Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem”.

Comentário => Manter a calma é a melhor coisa nessas horas, porque, se você mantiver a calma e respirar fundo, sem ter medo da questão, você observará quanto absurdo existe nesta afirmativa. 

O candidato nem precisaria ler até o final para ter certeza de que o item está ERRADO! Ao afirmar que a oração “que tinha” é sintática e semanticamente dispensável para o texto, temos que, sintaticamente falando, tudo bem, podemos tirar que não háverá problemas gramaticas; entretanto, semanticamente, o sentido mudaria, porque não transmitiria a ideia de que Maanape e Jiguê eram irmãos de Macunaíma, apenas que eram irmãos entre si. 

Tente você mesmo(a) retirar a oração “que tinha” e visualizar o que eu digo. Veja:

“(…) Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos, Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem”.

A segunda afirmativa é ainda pior! Qual a técnica que te passei na dica de 19/7?a. Identificar claramente a oração subordinada adjetiva (seja restritiva, seja explicativa, não importa);⇒ QUE TINHA

b. Identificar a palavra ou a expressão a que o pronome relativo QUE se refere; ⇒ DOIS MANOS

c. Por fim, observar a função sintática dessa palavra ou expressão dentro da oração subordinada adjetiva.(MACUNAÍMA) TINHA DOIS MANOS

Temos que “dois manos”(=que) é o objeto direto do verbo TER, mas o item afirma ser sujeito! Aliás, um sujeito com um nome pomposo, sujeito sintático, para amedrontar bem o candidato, claro, não o candidato que costuma ler o DdD!!! Item errado!

******(3) E******“(…) Esta crise, porém, não é apenas econômica; ela também é uma crise moral. É uma crise institucional e filosófica do sistema que construímos”.

Aqui, igualmente, não há qualquer pontinha de dúvida de que o item está ERRADO!

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Já dá para desconfiar quando o Examinador relaciona PREPOSIÇÃO com COESÃO TEXTUAL!!! Mas, na dúvida, devemos cotinuar a análise.

Sabemos que só poderemos colocar a preposição DE antes do pronome relativo QUE se este QUE estiver exercendo uma função sintática dentro da oração subordinada adjetiva (“que construímos) que demande preposição, como um OBJETO INDIRETO.

Vamos analisar:

a. Identificar claramente a oração subordinada adjetiva (seja restritiva, seja explicativa, não importa);⇒ QUE CONSTRUÍMOS

b. Identificar a palavra ou a expressão a que o pronome relativo QUE se refere; ⇒ UMA CRISE INSTITUCIONAL E FILOSÓFICA

c. Por fim, observar a função sintática dessa palavra ou expressão dentro da oração subordinada adjetiva.(NÓS) CONSTRUÍMOS UMA CRISE …Temos que “uma crise…”(=que) é o objeto direto do verbo TER, portanto NADA DE PREPOSIÇÃO ANTES DO QUE!!!

Item errado.

******(4) E******“(…) Vamos aos fatos: o Brasil é, sim, um país de enorme potencial — com seus milhões de consumidores de classe média em acelerada ascensão, com invejável abundância de recursos naturais —, que vem passando por um período mágico de bônus demográfico que nos dá a chance de enriquecer antes de envelhecer”.

Pessoal, claramente o QUE após a palavra “demográfico” é um pronome relativo se referindo ao termo UM PERÍODO MÁGICO DE BÔNUS DEMOGRÁFICO, núcleo dessa referência sendo simplesmente PERÍODO (=um momento, uma época, ou seja, uma época que nos dá a chance de enriquecer antes de envelhecer!) Pelamordedeus me diga o que este QUE tem a ver com a palavra ABUNDÂNCIA??????? Questão dada, sorry se você teve alguma dificuldade. 

Penso assim: o Examinador quer assustar você. Só isso! Confie no que você sabe!

Cabe recordar aqui, por oportuno, as dicas de 5/6 (hierarquia de parêntese, vírgula e travessão) combinada com a dica de 23/6 (vírgula após travessão), o poderá também ajudá-lo(a). Observe que o que está dentro dos travessões: duas que seriam orações subordinadas adjetivas EXPLICATIVAS (substitua os dois “com” por “QUE TEM”, com este QUE referindo-se ao termo UM PAÍS DE ENORME POTENCIAL).

Ora, se o que vem entre travessões são orações explicativas, elas podem ser jogadas fora no lixo! Desssa forma, ao deparar com travessão em algum texto, a leitura que você deve fazer é a seguinte: joga o que está dentro dos travessões no lixo e releia como ficaria o trecho, assim:

“(…) Vamos aos fatos: o Brasil é, sim, um país de enorme potencial, que vem passando por um período mágico de bônus demográfico que nos dá a chance de enriquecer antes de envelhecer”.

Agora está “claro como a água” a que o QUE depois de “demográfico” se referia, certo? Alguma dúvida???Item errado!

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**************Fala sério: é difícil? É mais fácil do que tirar doce da boca de criança! 

O problema é que, para marcar um item com tanta confiança, você deverá estar além do mais ou menos, além do bom, além do excelente. Você deverá atingir o nível do GENIAL. Como? Para ser GENIAL devemos nascer geneticamente assim? Rezar? Nada disso! Talvez rezar para você ter a força necessária para dedicar-se repetidas vezes ao mesmo tema, pesquisando aqui e acolá, por anos a fio. 

TENHA CERTEZA ABSOLUTA de que não existe sucesso (digo o sucesso sustentável, a realização do sonho que parece intangível, não me refiro a ganhar na loteria) sem sacrifícios repetidos por, PELO MENOS, alguns anos seguidos! Quer moleza? Vá ao Disco! Quando você tiver atingido esse tipo de genialidade - aquela resultante de sacrifícios por anos - em pelo menos uns 60% do programa do seu concurso dos sonhos, não haverá chance para outro resultado, senão a APROVAÇÃO.

Como essas, há milhares de outras questões a respeito de pronome relativo! Faça todas, fique craque, fique genial, vença a Banca em itens de PRONOME RELATIVO!

Bom domingo a todos! Até a próxima dica!--Claudia Assaf

Dica de hoje, 22/7 (sem efeméride): a dica de hoje tratará do pronome relativo 

*****ONDE*****

Aviso, logo de início, que, ao final da dica de hoje, falarei um pouco a respeito do que eu penso da mentalidade dos Examinadores da Banca do Cespe em questões objetivas - o que poderá ajudar (ou atrapalhar !) o pessoal que aguarda o dia 18 de agosto ansiosamente...

Voltando ao ONDE...

Saber bem o pronome relativo ONDE mais ajudará o candidato na redação, porque, nas objetivas, os pronomes relativos mais queridinhos da Banca são outros. Seja como for, não descuide do ONDE.

Como já sabem bem, PRONOME RELATIVO refere-se a um termo anterior, aliás, no bom texto, o pronome relativo refere-se ao núcleo substantivo de um termo IMEDIATAMENTE anterior ("exceção" ao CUJO, que ainda veremos, que também se relaciona com o termo imediatamente posterior). Cuidado, apenas, com as intercalações, como foi o caso da quarta questão que publiquei na dica de ontem, 21/7, reproduzida abaixo a título de recordação (QUE em maiúsculas):

“(…) Vamos aos fatos: o Brasil é, sim, um país de enorme potencial — com seus milhões de consumidores de classe média em acelerada ascensão, com invejável abundância de recursos naturais —, QUE vem passando por um período mágico de bônus demográfico que nos dá a chance de enriquecer antes de envelhecer”.

Observe que a intercalação feita pelos travessões não pode ser considerada o termo imediatamente anterior ao QUE!!! O QUE, neste caso, fazia referência à palavra PAÍS, núcleo substantivo do termo imediatamente anterior (um país de enorme potencial). Basta jogar fora no lixo tudo que vier entre travessões e ler a

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frase diretamente sem a intercalação.

Voltando ao ONDE…

Enquanto os pronomes relativos QUE e O QUAL (e flexões do O QUAL) podem substituir termos de qualquer natureza, são coringas, tenha em sua mente, para sempre, a partir de hoje, que…

******… o termo a que se refere o pronome relativo ONDE deve ser um LUGAR ou ter a ideia de LUGAR.******

Que tipo de lugar?- lugar por excelência: cidade, país, nome de um bairro;- lugar onde você colocou algo, por exemplo, a caixa, o armário, o cofre, a gaveta.

Para subsidiar seu julgamento, se o termo antecedente é ou não um lugar, pense assim: deve ser um espaço físico.

Na sua redação, se tiver dúvida, não tenha dúvida: use os coringas QUE ou O QUAL, com o devido ajuste da preposição (a que, em que, na qual...), mas, se couber usar ONDE, prefira.

Normalmente, ONDE poderá ser substituído por EM QUE, veja:

A escola ONDE estudei ainda existe.ouA escola EM QUE estudei ainda existe.ouA escola NA QUAL estudei ainda existe. (lembre-se de que QUE=A QUAL; EM QUE = em + a qual = NA QUAL).

Observe que interessante:**************mesmo a regência do verbo ESTUDAR neste exemplo ser algo como “quem estuda estuda EM algum lugar” não podemos escrever algo como “EM ONDE”, tipo “A escola EM ONDE estudei ainda existe”.**************Isso porque o pronome ONDE já equivale a "EM que" nessas construções, ok? 

Observe, ademais, que o verbo ESTUDAR não tem nele a ideia de movimento.

Mais exemplos:*************Nem todos os países ONDE a língua portuguesa é idioma oficial têm seus habitantes utilizando-a fluentemente.

ou

Nem todos os países EM QUE (=NO QUAL) a língua portuguesa é idioma oficial têm seus habitantes utilizando-a fluentemente.**************

Os dez países ONDE mais se gasta dinheiro com gasolina.(manchete de matéria publicada “online” na Revista Exame em 16/7/2013)

ou

Os dez países EM QUE (=NOS QUAIS) mais se gasta dinheiro com gasolina

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**************

A grande especificidade desse pronome relativo ONDE é que, se precedido de preposição, em casos em que há ideia de MOVIMENTO, a preposição poderá se unir por prefixação ao pronome ONDE (aonde/donde ou de onde). Nestes casos, haverá a ideia de MOVIMENTO.

Exemplo ⇒ Veja o nome deste livro infanto-juvenil de Dr. Seuss:***Ah! Os lugares aonde você irá***

Vejamos:Quem vai vai A algum lugar.Observe que a regência “quem vai vai EM algum lugar”, como muitos falam, é inadequada, isto é, não poderíamos falar EM QUE você irá, e, sim, A QUE.

A + ONDE = A QUE = AONDE (observe a ideia de movimento).

AONDE (com a preposição explícita “A”)= A QUEONDE (sem preposição explícita)= EM QUE (mesmo o ONDE sem ter uma preposição explícita, observe que ONDE equivale a "EM que" !!!)*****O bairro de onde vim localiza-se no subúrbio do Rio de Janeiro e chama-se Vista Alegre.(aqui ONDE = QUE: “O bairro DE QUE vim…”)*****Quem vem vem DE algum lugar (observe a ideia de movimento contida na semântica do verbo VIR).

OBSERVAÇÃO:Não confunda o pronome relativo ONDE/AONDE com o pronome interrogativo ONDE/AONDE:

(Todos a seguir são interrogativos)Aonde você vai?Para onde ele foi?Aonde ele foi?De onde eles vêm?

Para finalizar, vamos fazer uma questão Cespe objetiva cobrando conhecimentos acerca do pronome relativo ONDE. 

Essa questão muito contribuirá para entendermos um pouco mais a MENTALIDADE ou FILOSOFIA do Examinador Cespe em outras questões acerca de qualquer outro tema, em qualquer outra matéria:

********Disponível em http://www.cespe.unb.br/concursos/_antigos/2006/TJPA2006/arquivos/TJPA_CARGO_02_CADERNO_25.pdf********(UnB CESPE/ TJ PA – Analista / 2006 – Questão 5)Observe que não é para marcar C ou E, e, sim, escolher a opção errada a, b, c, d ou e********Trecho do texto a ser analisado:

“A democracia do Estado contemporâneo necessita, de maneira imprescindível, da

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consagração da supremacia constitucional e do respeito aos direitos fundamentais, que somente estarão presentes nos países em que houver um Judiciário forte, dotado de plena independência e que possa efetivar suas decisões. (…)”.

A opção "b" afirmava assim:

“b. As regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa exigem o emprego da preposição no termo “em que” [Claudia falando: após a palavra ‘país’], o que indica que esse termo pode ser substituído pelo pronome onde.”Observe que a afirmativa acima foi considerada CORRETA pela Banca.

De fato, o QUE de “EM QUE” refere-se à palavra “PAÍS”, que é lugar físico, portanto podemos substituir EM QUE por ONDE.

Como o comando dessa questão 5 pedia para marcar o item INCORRETO, o gabarito não pôde ser a letra b, considerado CORRETO pela Banca.

Mas eu discorde, apesar de claramente ter concluído que não poderia marcar o item b só por causa da técnica de eliminação, haja vista haver outra opção absurdamente errada; entretanto, se fosse para marcar Certo ou Errado eu, Claudia da época inicial do preparatório ao CACD, ficaria em dúvida. Explico a seguir...

FIQUE LIGADÍSSIMO VOCÊ QUE ESTÁ ANSIOSO PELA CHEGADA DO DIA 18 DE AGOSTO DE 2013 A ESTA REFLEXÃO:************Observe que, se formos muuuito chatos e exigentes, o item b, acima, NA MINHA MODESTA OPINIÃO, estaria ERRADO. Por quê? Bem, antes de tudo, sou Matemática por formação. Os teoremas que tinha de provar quando estudava na UFRJ, no finalzinho da década de 1980, início da de 1990, não admitia afirmações como essa. Na faculdade, tinha de provar, por exemplo, que, no universo dos números inteiros (conjunto Z, para quem ainda se lembrar), não havia inteiro entre zero e um). Imagine só ter de provar uma obviedade dessa, de que entre zero e um, no mundo dos inteiros, não havia inteiro??? Sim, isso não era axioma, deveria ser provado! 

Havia técnica para provarmos um teorema. Uma delas, por exemplo, era “provar por absurdo”. Consistia em supor, de início, que exista, sim, um inteiro “x”, com 0<x<1, no mundo dos inteiros. Em seguida, passo a passo, uma miniconclusão lógica era afirmada, até que, ao final, chegávamos a um absurdo, do tipo “então zero = um". 

Dessa forma, a hipótese inicial (a suposição de que exista, sim, um inteiro “x”, com 0<x<1) era ABSURDA, portanto poderíamos concluir afirmação OPOSTA à hipótese inicial, ou seja, que, no mundo dos inteiros, não existia inteiro entre ZERO e UM.

Você a essa altura deve estar pensando: "Claudia, o que isso tem a ver com o pronome relativo ONDE ou com o que a Banca tem em sua mente quando formula uma questão? Você está se sentindo bem?"

Sim, estou me sentindo bem, obrigada! Isso tem tudo a ver!

Veja que o fato de eu ser matemática “prejudicou-me” por uns três anos na resolução dessa (palavrão) de TPS!!!

Isso porque, tendo a lógica bastante aguçada, eu não admitia a afirmativa como a do item b, acima. Cada passo na comprovação de um teorema era uma verdade única, exata, incontestável, sem margem a qualquer outro pensamento – precisamente o contrário dos itens de prova Cespe!

Analisemos a afirmativa item b da questão 5 citada mais acima:

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"b. As regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa exigem o emprego da preposição no termo 'em que', o que indica que esse termo pode ser substituído pelo pronome onde.”

Ora, como matemática, deduzo o seguinte desta afirmativa: o pronome ONDE – TÃO SOMENTE – está substituindo o termo “EM QUE” porque houve o emprego da preposição. Para mim, essa afirmativa está ERRADA, porque o ONDE foi empregado não por causa disso, mas porque o termo antecedente ao pronome relativo QUE era PAÍS, isto é, lugar, espaço físico, com ONDE significando EM QUE.

O que salvaria a questão e faria que eu optasse corretamente por outro item foi usando a famosa técnica “por eliminação”, já que a resposta da questão era um outro item realmente erradíssimo.

Fosse esse item b para marcar Certo ou Errado, sinceramente falando, eu, Matemática que sou, não saberia o que fazer NOS PRIMÓRDIOS DO MEU PROCESSO PREPARATÓRIO.

Depois de umas três reprovações sucessivas em TPS, após passar um ano inteirinho estudando, fiquei vacinada, e aqui estão minhas DUAS dicas aos que tentam enfrentar a barreira do TPS ou outro concurso Cespe tipo C ou E:

*******1 - NÃO SEJA TÃO RÍGIDO COM AS AFIRMATIVAS DO CESPE;2 - OBSERVE O VERBO "PODE" NA AFIRMATIVA*******

O fato de a Banca afirmar "(...) indica que esse termo pode ser substituído (...)" obriga você a pegar leve, não ser tão rígido consigo. Levei uns três anos para aprender essa técnica, que lhe passo agora a você que vem acompanhando as DdD, minha Fanpage de coração, que faço só para você!

Normalmente os candidatos matemáticos, os candidatos de lógica aguçada ou os candidatos que já estudaram bastante são muito rígidos consigo e veem erros em tudo. No mínimo respondem “depende”, algo entre C e E, o que faz a gente sair do TPS com a cabeça cheia de dúvidas!

Um corolário a que chego é o seguinte: para ser aprovado, você deve ter sido reprovado antes pelo menos uma ou duas vezes, para se vacinar com os erros que cometer e não cometê-los mais! Só na cena real de prova você simulará realmente a situação, por mais que a expressão "simular realmente" possa lhe parecer contraditória!

Seja como for, o ano de sua aprovação vai chegar, nem antes nem depois do que está planejado pelo Universo. Se tiver de ser, será. O ano de sua aprovação simplesmente chegará, independentemente das “maldades” Cespe. Sua tarefa é só uma: concentrar-se no processo, na caminhada, na preparação diária, um golzinho por dia, por anos a fio, FOCANDO, com abstinências e sacrifícios, caso, de fato, aspire à aprovação.

É isso!

Boa segunda-feira a todos! Até a próxima dica!

--Claudia Assaf

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Dica de hoje, 23/7 (dia do Guarda Rodoviário): a dica de hoje tratará de mais um pronome relativo que, como em alguns casos no uso do ONDE, tratado na dica de ontem, poderá ser substituído por EM QUE. Falo do pronome relativo

*****QUANDO*****

Agora que você está craque em pronome relativo, saberá até o que destacarei a seguir!

Enquanto os pronomes relativos QUE e O QUAL (e flexões do O QUAL) podem substituir termos de qualquer natureza, são coringas, tenha em sua mente, para sempre, a partir de hoje, que…

******… o termo a que se refere o pronome relativo QUANDO deve passar a ideia de TEMPO!******

Apesar de pouco cobrado em prova objetiva, o QUANDO poderá dar aquela elegância a sua redação.

Exemplo que inventei agora, veja...

****O longo período de estudo preparatório para concursos, QUANDO o candidato depende, significativamente, de qualidades tais como determinação, disciplina e paciência, é também momento de profundo autoconhecimento, porque revela ser o verdadeiro limite da própria mente muito além do que originalmente o aluno pensava ser.****(observe o núcleo to termo antecedente: O longo período)

ou 

****O longo período de estudo preparatório para concursos, EM QUE o candidato depende, significativamente, de qualidades tais como determinação, disciplina e paciência, é também momento de profundo autoconhecimento, porque revela ser o verdadeiro limite da própria mente muito além do que originalmente o aluno pensava ser.****

No próximo exemplo, mais abaixo, aproveito a oportunidade de "véspera" de TPS para recordar os ensinamentos de Eric Hobsbawm e suas quatro Eras, autor e tema queridinhos da Banca de História do CACD. 

Tenho, até hoje, todas as “quatro Eras” na minha biblioteca. Li todas. Claro, a época QUANDO me preparei para o CACD eu não tinha iphone, ipad, i-isso, i-aquilo…Mesmo que a tecnologia já existisse disponível aos brasileiros, ou eu pagaria as aulas particulares, ou eu compraria os equipamentos. Além de lê-los como livro de cabeceira (isso mesmo, todo dia um pouquinho) eu também GRAVAVA minha leitura numa fita cassete, tipo fita Basf, aquela cor de abóbora, quem nasceu na década de 1970 ou antes lembra-se dela. Aí passava uns dez dias escutando aquele capítulo ou fração dele, gravado na minha própria voz, o tempo todo naqueles momentos em que eu não poderia estar estudando: caminhando na rua entre uma aula e outra, indo ao supermercado, acordando de manhã indo fazer a higiene matinal, play, play, play. Ao terminar, rewind e, de novo, play, play, play. Uma anotação ou outra, no bloquinho, de um termo chave, uma expressão bonita e interessante, para

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depois passar para o fichamento. Assim, pelo menos por osmose, o pensamento de Hobsbawm entraria em mim, na minha alma, no meu sangue, bem entendido e compreendido, para usá-lo quando dele precisasse. Estudado o capítulo, começava outros. O mesmo para todas as demais matérias!

O cu$to desse autointensivão que fazia com quase todas as matérias e que super deu certo comigo, otimizando minha produtividade e me fazia sacar muuuuito das matérias, eram dois: o preço de um bom walkman e as pilhas. 

Hoje, tadinho, está todo quebrado, fita durex para fechar o compartimento da fita, a tecla play frouxa, o botão do rewind inexistente, apesar do equipamento ainda funcionar, talvez um pouco envergonhado ao lado de meu vasto e maravilhoso mundo Apple e dos i-clouds, sobretudo aqui em NY, nào dá para resistir, mas não tenho coragem de jogar o bichinho fora. 

Desenvolvi com ele uma amizade muito forte, a gratidão que tenho a ele é infinita. Claro, outro custo era o das pilhas alcalinas, caríssimas para mim naquela época, diga-se de passagem, mas bem mais barat se fosse contratar um professor só para me dar aulas intensivas a respeito das Eras do Eric. Sendo assim, ao participar das aulas particulares de história mundial (uma fortuna, por menos de duas horas, uma vez na semana), quando o professor citava o Eric e seu pensamento, a sensação de felicidade dentro de mim era indescritível. Sabia até a página do livro a que o professor se referia em sua explicação, ali na minha, sem ninguém perceber a dimensão de minha felicidade interna, hahaha! 

Voltando ao QUANDO e ao excerto que encontrei na rede a respeito das quatro Eras do Hobsbawm…Observar os vários empregos do pronome relativo QUANDO e o termo a que ele se refere em cada ocorrência, ok?

**************Fonte: http://redelivro.blogspot.com/2010/03/as-eras-de-eric-hobsbawm.html: (sic)

A primeira delas é a Era das Revoluções (1789-1848), primeiro livro da série que trata do início do mundo contemporâneo através das duas revoluções que viraram ao avesso tudo que existia antes: a revolução social (Revolução Francesa) e a revolução técnica (Revolução Industrial). A segunda foi denominada Era do Capital (1848-1875), quando o sistema capitalista se estabelece de vez, iniciada logo após a última tentativa de revolução que ameaçou sua sobrevivência (a Primavera dos Povos). A terceira era foi batizada de Era dos Impérios (1875-1914), quando o capitalismo se desenvolve e assume sua nova face, com a extrapolação do sistema de exploração de capitalistas sobre trabalhadores europeus para o resto do mundo. A última das eras é a chamada Era dos Extremos (1914-1991), quando todo esse sistema capitalista, aparentemente solidamente estabelecido, é abalado em várias frentes, e o pandemônio se estabelece na História.********

Sei que sua Era atual é a Era dos Estudos! Curta bastante essa Era! Em breve ela passará e, quanto mais intensiva for, maior será sua sensação de superação naquele momento xyz, naquela fração de segundos que dura a chegada da notícia do resultado final até você, seja por alguém, seja pela internet. Foram os segundos mais inesquecíveis e intensos de minha vida...A felicidade e sentimento de superação que você sente é um bilhão de vezes inversamente proporcional à duração daquele momento. Outro dia eu narro como foi o meu...

Passada a Era dos Estudos, você ingressará na Era do Sonho Realizado, QUANDO outros surgirão, mas você será também outra pessoa, conhecedora de seus limites,

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agora excepcionalmente maiores do que você pensava que eram antes da Era dos Estudos!

É isso!

Boa terça-feira a todos! Até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 24/7 (sem efeméride): chegou o dia do pronome relativo…

*****CUJO*****

Tal como O QUAL, CUJO também flexiona-se para concordar em número e grau (cujo, cuja, cujos, cujas). 

Mas concordar com quem?

Para responder a essa pergunta, vejamos outras duas observações…

As duas principais diferenças entre CUJO e demais pronomes relativos são que,... 

a. ... enquanto os demais se referem apenas ao termo antecedente, o CUJO refere-se, SIMULTANEAMENTE, aos termos antecedente e consequente (ao que vem antes e ao que vem depois dele).

b. ... para usar o CUJO, devemos perceber certa ideia de POSSE.

Exemplo:

********O Japão é o país cuja população tem a maior expectativa de vida o mundo.********

Analisando a observação “a”, de que o CUJO deve se referir a termo anterior e posterior, temos que o "CUJA" se refere, simultaneamente, ao Japão (termo antecedente) e à população japonesa (termo consequente).

Analisando a observação “b”, a de que CUJO tem nele a ideia de “posse”, pense assim: de quem é a população? Do Japão.

Vamos agora responder à pergunta inicial da dica de hoje?⇒ Com quem o CUJO deverá concordar? Resposta⇒ com o termo que vem depois, com o termo CONSEQUENTE.

Observação muuuuuuito importante:

Imagine se o exemplo dado, acima, tivesse sido escrito assim:********O Japão é o país cuja a população tem a maior expectativa de vida o mundo.********

Qual o problema???Bem, se não viu, fique ligado(a) com essa observação a seguir (pelamordedeus

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nunca mais erre isso a partir da leitura de hoje, combinado?):

***********NUNCA USE ARTIGO ENTRE “CUJO” E SEU TERMO CONSEQUENTE!***********

Repetindo…***********NUNCA USE ARTIGO ENTRE “CUJO” E SEU TERMO CONSEQUENTE!***********

Mais uma vez…***********NUNCA USE ARTIGO ENTRE “CUJO” E SEU TERMO CONSEQUENTE!***********

Quanto a usarmos preposição antes do CUJO…bem, essa será nossa dica de amanhã!

É isso, curta a dica curta de hoje. Embora curta, importante. 

Boa quarta-feira a todos!

Até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 28/7 (dia do Agricultor): na dica de hoje, ainda escrevendo daqui do hospital, o português continua em “hold” e abordaremos um pouco mais a desafiante tarefa de conciliar a carreira diplomática com a família.

Como afirmei ontem, talvez não seja preocupação a ocupar sua mente neste momento de intenso foco para ser aprovado no CACD ou em outro concurso do seu sonho; entretanto, poderá ser preocupação já presente no seu inconsciente e que, sem perceber, esteja influenciando a qualidade de seu foco no processo preparatório. 

Isso porque seu inconsciente sabe bem que, simplesmente, seria tapar o sol com a peneira achar que a árdua vitória da aprovação, sozinha, seria capaz de atuar como algo análogo à mão invisível da área econômica e equilibrar a demanda de seus entes queridos com as ofertas que o mais novo diplomata da família terá para eles.

Eu, Claudia, vejo aqui dois grupos de desafios, ambos muito bem definidos, que não necessariamente dialogam entre si:

***********************Grupo de desafios #1 ***********************Seja no Brasil, seja no exterior, quer o(a) diplomata, quer outro(a) profissional, há os desafios relacionados à conciliação de nossas responsabilidades no cumprimento das tarefas no escritório com nosso papel na vida familiar; tais desafios podem ser mais sérios no caso da mulher que trabalha fora, como a mãe-diplomata, por causa dos filhos sobretudo os muito pequenos;***********************

***********************

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Grupo de desafios #2 ***********************Quando vamos servir no exterior, o que pode acontecer em diversas profissões, mas em especial naquelas três do Serviço Exterior brasileiro – diplomata, oficial de chancelaria e assistente de chancelaria –, temos a desafiante situação de ver que, POR NOSSA CAUSA, cada integrante da família deverá mudar ou interromper seus respectivos projetos pessoais por nossa causa, em função da nossa remoção para o exterior.***********************

Tendo esses dois grupos de desafios claros na sua mente e, ademais, já conscientizado(a) de que falamos aqui de duas das nossas oito riquezas – família e carreira, respectivamente riquezas três e quatro (vide dica de ontem, 27/7) –, vamos, hoje, tratar dos desafios do grupo #1, que afeta tanto o diplomata quanto a diplomata.

Há diversas variáveis a serem consideradas que poderão tornar a tarefa da conciliação trabalho-família mais ou menos desafiante, mas vejamos apenas duas delas: presença de filhos pequenos, adolescentes ou dos dois.

Seja como for, um elemento essencial aqui é a****************EXCELENTE ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO****************

No caso do diplomata homem servindo no exterior e sua esposa, casal sem filhos, caberá a ele saber administrar o tempo e dar a devida atenção a sua esposa. Vejo muitos colegas ficando até às 21h ou mais no escritório, sobretudo os solteiros, mas também uns casados, concluindo os relatórios das reuniões de que participou. Claro que se Brasília tiver urgência naquela informação, justifica o prolongamento do dia de trabalho em detrimento da atenção a ser dada em casa; mas, se o texto pode ser concluído posteriormente, caberá à pessoa dosar isso, mesmo que seja tentador concluir logo o serviço. Há pessoas na sua casa o aguardando desde cedinho de manhã e que representa uma de suas riquezas. Deixar aquele relato específico para o dia seguinte não prejudicará a excelência de seu trabalho, tampouco o brilhantismo de sua carreira – sua outra riqueza. Havendo filhos então, nem se fala. Bem, mas este é o mundo masculino, não estou credenciada a falar, mas muito admiro meus colegas na Missão do Brasil que saem no horário certo para retornar a sua família.

No caso da diplomata mulher (euzinha!), com filhos pequenos, portanto, a diplomata-mãe, ou a mãe-diplomata, o mesmo se dá, com a diferença de que os filhos pequenos – papais que me desculpem – querem desesperadamente a mãe. Talvez herança desta fase de amamentação, da pele com pele por tantos meses seguidos, da benevolência e paciência em dose um pouco maior que os papais, guardadas as devidas exceções, talvez Freud poderia nos ajudar a explicar. De modo que, o papai diplomata, ao chegar em casa, terá a vida pronta e organizada, vai tomar um belo banho e relaxar, com uma brincadeirinha aqui e outra ali com seu filho, dando-lhe atenção de qualidade. 

Já a mãe trabalhadora nem sempre terá esse luxo. Começará ali, 20h, depois de um dia de serviço, novo turno de trabalho. Para conhecimento, o turno de trabalho no Itamaraty é de 9h às 13h e de 15h às 19h. Saindo às 19h – o que raramente ocorre, seja em Brasília, seja no exterior – estaremos, com boa vontade, 19h30min em casa, mas, normalmente, às 20h em diante (pior é ter de ler nos principais jornais do país que nós, diplomatas, vivemos indo a coquetéis, pelamordedeus! Quando há algum para irmos, ele só faz nos atrapalhar a vida, mas devemos ir, pois não somos nós que estaremos presentes, e, sim, o Estado brasileiro – é obrigação, mas isso é papo de outra dica, devemos sempre ir de bom gosto, é nossa missão, faz parte do trabalho, não fosse assim não entrasse na carreira, assim eu penso…mas que,

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muitas vezes, drena seu precioso e escasso tempo, isso drena!).

Listo a seguir alguns aspecos que facilitaram muito a minha vida na desafiante tarefa de fazer meu trabalho bem feito e ser uma mãe presente na medida do possível, nutrindo as duas riquezas – família e carreira:

- desprender-se de algo chamado dinheiro. Se quiser seguir uma carreira, sobretudo a de diplomata vivendo no exterior, considere a possibilidade de ter de pagar para trabalhar, caso queira ter filhos. Isso por causa do que vem a seguir…

- ter uma funcionária – competente, pelamordedeus - muito bem remunerada para ser sua “tudo” em casa: governanta, babá, organizadora de seus armários e do de seus filhos etc., com quem seus filhos necessariamente simpatizem, enfim, seu braço direito (houve dias que saí da ONU de madrugada para finalizar a negociação de documetos a ser adotado na manhã seguinte, caso contrário não haveria resolução. Só com uma estrutura firme em casa me permite atuar nessas situações); 

- escola que sejam capazes de engajar seus filhos em atividades extras. Não, o erário não contribui com a escola do filho. É do nosso bolso mesmo a mensalidade escolar.

- se casada, apoio incondicional do parceiro, caso contrário será mais um problema a ser administrado, melhor mesmo estar só. Esse apoio incondicional, de admiração, confiança, cumplicidade, se presente, torna a complexidade desses desafios tão mais simples. É a sublimidade, mas isso não se planeja, simplesmente acontece, claro, você sendo positiva atrai positividade, é uma engrenagem virtuosa em que tudo o mais converge positivamente para você. Cada caso é um caso.

- o principal: investir tempo de qualidade com seus filhos, saber interromper o serviço na hora certa e seguir para casa no horário sempre que possível, por mais tentador que seja para alguns ficar até mais tarde no serviço. Sábados e domigos dividir o tempo de modo que as horas dedicadas aos filhos sejam só para eles e assim por diante. Cada mãe encontrará sua fórmula.

Sim, os desafios em tela são os meu atuais. Apresentei uma fórmula que vem dando certo comigo. Como disse, cada um encontrará sua solução para equacionar as demandas de um e de outro ambiente, sem perder a elegância, fazendo bem um e outro. No meu caso, a fórmula encontrada para conciliar todas as tarefas foi contar, já há alguns aos, com excelente funcionária em casa, que, em troca, precisa de aten$$ão de minha parte com vistas a continuar atuando de forma exemplar, caso contrário, por mais dedicada que seja, não será sustentável no tempo. Muito carinho no trato e genuína atenção às suas necessidades pessoais mais relevantes, ajudando dentro do meu alcance.

Também tenho a sorte de contar com um marido nota mil.

Eu, de minha parte, administro meu tempo de forma severa, a fim de que possa conciliar tudo, incluindo aí o ócio proveitoso, o lazer etc. Como sabem, acordo 4h30min da manhã, para, das 5h às 7h, desenvolver meus projetos ou simplesmente meditar, ler um livro, é meu momento, só meu.

Administrar bem seu tempo, reconhecer a família e a carreira como duas riquezas na sua vida, com a família vindo antes que a carreira, desprender-se de dinheiro para contratar a estrutura necessária para apoiar a mãe-diplomata sem negligenciar os filhos são os pilares sem os quais eu não estaria satisfeita com minha atuação na família e na carreira simultaneamete. Claro, tudo com muito amor, dedicação e felicidade. Esses são fatores que estão sob seu controle e alcance.

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Quando estiver servindo em Posto A, como Nova York, sem benefícios no salário como os que eu tinha quando estava no Oriente Médio, parece um pouco mais doloroso todo este esquema que estruturei, mas é a única forma de manter a engrenagem funcionando bem, com as mentes felizes e satisfeitas, minha, de meus entes queridos e de meus superiores no trabalho.

Negociar com seus entes queridos é outro fator importante. Converse, explique, dedique-se a eles, que haverá retorno.

Em suma, a vida de mãe-trabalhadora de modo geral, ou mãe-diplomata de forma específica, não é das mais fáceis, mas, se bem administrada, desprendida de dinheiro no sentido de compreender que o investimento em seu “braço direito” é fundamental, reconhecendo a importância da atenção DE QUALIDADE a ser dada aos filhos dentro do seu alcance, poderá ser uma vida de muita qualidade e realizações, como vem sendo a minha. Se, de bônus você tiver a sorte de ter alguém a seu lado na admiração, no apoio e na cumplicidade, distante ou presente, a depender da carreira do parceiro (dica de amanhã), aí é mais que tirar na loteria, porém isso não está a nosso alcance, é destino. Uma vez encontrada a pessoa, aí sim, a nosso alcance estará nutrir mutuamente a chama para não se apagar a admiração, o apoio e a cumplicidade.

Para que tudo funcione em perfeita engrenagem, todos os aspectos acima devem ser feito com muito, mas com muito amor, diariamente, entendendo que felicidade é isso, cada momento vivido em cada ambiente de sua vida. 

Felicidade é, por exemplo, este momento que escrevo esta frase final da dica de hoje, com muito amor para você!

Amanhã, provavelmente ainda daqui do hospital, falaremos do grupo #2 de desafios, desafios que interferem diretamente na progressão de sua carreira diplomática.

Bom domingo a todos nós!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 29/7 (sem efeméride): na dica de hoje, que escrevo no finalzinho da noite de 28/7, na companhia da Yasmin, nesta que é a última noite no hospital antes da alta a ocorrer na tarde de segunda-feira, vamos continuar a pensar nos desafios envolvidos na tarefa de conciliar a carreira diplomática com a família.

Hoje trataremos dos problemas decorrentes da seguinte situação:************************POR NOSSA CAUSA, cada integrante da família deverá mudar ou adiar seus respectivos projetos pessoais, em função de nossa remoção para o exterior.***********************

Bem, reconheço tratar-se de preocupação de muitos candidatos ao CACD lendo esta Fanpage, apesar de alguns poderem pensar ser uma preocupação que coloca a carroça na frente dos burros – com o que também tendo a concordar. 

Bem, eu não creio que seja cedo demais para pensar no tema. Afinal, alguém de sua família – filhos ou cônjuge -, vendo você estudando tanto para ser diplomata, deve pensar assim: ué, e eu nessa história? Comecei meu mestrado agora!!! Ao mesmo tempo em que é, sim, muito cedo. Seja como for, fato é que traz preocupação a você, que deveria estar 101% focado no preparatório.

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Confesso que eu não sou a pessoa ideal para falar do tema. Meus filhos ainda são muito pequenos, e meu marido pôde, de certa forma, adaptar a natureza do trabalho à nossa vida no exterior, de modo que tenho o privilégio para ser o fator determinante lá em casa para definir onde será o próximo país em que moraremos, sempre com o apoio de todos. Claro, na balança coloco em primeiro lugar a existência de escolas internacionais.

Mesmo assim, tentarei dividir com vocês o que vejo meus colegas de carreira fazerem. É o máximo que poderei ajudar.

Estou falando aqui de colega que tem um a noiva concluindo o mestrado; outro, tem a esposa concluindo o texto do doutorado; o mesmo para os casais homoafetivos; outros, ainda, com filhos prestes a entrar na faculdade no Brasil. Colegas diplomatas sem sair do Brasil porque o marido ainda conclui o mestrado; o marido tem emprego e carreira no Brasil e, por isso, a mulher diplomata opta por ficar no país, abrindo mão de promoções e experiência de exterior. 

Tenho também amigas diplomatas cujo marido ainda não iniciou carreira no Brasil e a acompanha ao exterior buscando uma atividade. Há casais ambos diplomatas, um especialista em direitos humanos, portanto querendo obviamente ir para Genebra, e, outro, africanista, querendo conhecer os postos africanos de perto! Há de tudo, creia-me! Muita calma nessas horas é o que recomendo.

É importante deixar claro desde já que a fórmula encontrada será única para cada família.

Antes de continuarmos, há uma pergunta que você deve estar se fazendo…

Por que é tão importante ir para o exterior? Bem esta é a pergunta a ser analisada antes de se discutir a mudança drástica da rotina de toda a família. Além de ser inerente às três carreiras do Serviço Exterior Brasileiro – diplomata, oficial de chancelaria e assistente de chancelaria –, temos que 99% dos candidatos que ingressam anualmente no Instituto Rio Branco querem, sim, servir em alguma Representação brasileira no exterior, caso cotrário teriam estudado bem menos e feito prova para outros concursos menos exigentes, e, quem sabe, ir para o setor privado ganhar dinheiro. Outro motivo além do desejo de servir fora do país, o diplomata não será promovido se não contar com alguns anos de trabalho no exterior. Em suma, a progressão na carreira dependerá, entre outros fatores, do tempo de exterior acumulado. 

Outro dia poderei explicar mais acerca dos critérios de promoção, o que inclui formas diferentes de contagem de tempo no exterior a depender do país onde o diplomata trabalhará. É importante escolher bem o posto no exterior para onde você decidirá passar dois ou três anos de sua vida, levando em consideração sua área de interesse, as vantagens que o posto oferece, seja em termos financeiros e benefícios, seja em relação à cotagem de tempo no exterior, e, last but not least, sua família!!!

Por exemplo, minha área de interesse é o Oriente Médio. As representações naquela região são consideradas “postos difíceis”, por fatores tais como certo risco, a depender do país. Por isso mesmo são oferecidos benefícios extremamente atraentes para servirmos nesta região. Para mim, dei sorte. Além de eu adorar a região, dominar o idioma e ser minha área de pesquisa – o que muito me ajudará por ocasião do Curso de Altos Estudos (CAE), obrigatório para ascender de Conselheiro para Ministro de Segunda Classe, minha família nada tem a opor. Há escolas iternacionais em toda a região, de modo que o currículo escolar de mues filhos não são em nada afetados. Ao contrário, dada a multiplicidade de nacionalidades vivendo no Oriente Médio, meus filhos têm a oportunidade de lidar com árabes e expatriados de todo o mundo, brasileirinhos incluídos, num ambiente

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bem enriquecedor. Como já disse, eu não sou a pessoa ideal para falar desse desafio…

Se você é casado(a), com ou sem filhos, ou com filhos adolescentes prestes a ingressar na universidade, mas sua área de interesse é, por exemplo, a China, como convencer sua família a se mudar de mala e cuia para Beijin??? 

O que colegas fazem é entrar em acordo e buscarem soluções que se adaptam a todos. Vi amigos deixando filho de 16 ou 17 anos no Brasil com um parente para dar continuidade aos estudos no Brasil enquanto passa dois ou três anos no exterior; outros negociaram com a namorada ou noiva que atrasaria a saída para o exterior para ela concluir o projeto dela, para, em seguida, ambos partirem para viver um tempo no exterior. Outro amigo passou por processo árduo de convencimento da esposa para passar dois anos em Kinshasa. E por aí vai.

Creio que a mensagem principal do dia de hoje é a seguinte: alguém deverá abrir mão em determinado período. Negociar sempre. Assim como você deverá entender que cada um da sua família tem direito a ter um projeto, eles também têm de entender que você tem o seu. Se se amam, será por meio da negociação, em nome desse amor, que chegarão ao denominador comum. Não pensar que o filho é nossa propriedade privada e um bebê eterno, e, sim, do mundo, que, mesmo novo, com seus quase dezoito anos de idade, já é capaz de se virar, claro, com o apoio de um parente sempre disposto a ajudar. Conheço um Embaixador que teve de deixar os filhos no Brasil poque conluíam o curso universitário. 

Não tente planejar toda sua vida agora, de hoje até o dia de sua aposentadoria. Relaxe. Isso será impossível prever. Tudo se encaixará a seu tempo. Embora a preocupação seja pertinente, não faz qualquer sentido se ocupar pensando nisso agora como fator de decisão se vai seguir a carreira. Se você simplesmente relaxar e não ir com muita sede ao pote, conformar-se em ceder, ao mesmo tempo consciente de que, mesmo assim, cedendo, você não ficará para trás, terá também sua vez, estará igualmente bem. 

Sei que o diplomata solteiríssimo tem o salário todo para ele, o meu é drenado na estrutura familiar de filhos; sei que pode escolher para onde irá sem precisar consultar ninguém a sua volta; ele conhece o país em que reside em cada centímetro quadrado, porque viaja sempre para conhecê-lo, enquanto eu passo os meus fazendo programa de criança; sei que ele lê todos os livros importantes relacionados aos temas de que cuida no trabalho, eu leio apenas os textos mais estratégicos, sei disso tudo; mas não precisa pressa em ser promovido, apenas faça a sua parte com amor que tudo o mais acontecerá bem. Cada um encontrará a fórmula que funcionará para si. 

Veja, eu, “escondida”, de 2008 a 2012 em Doha, posto do nosso serviço exterior sem qualquer holofote ou pompa, dedicando-me a meu cidadão brasileiro e às demais tarefas daquele posto pequeno, na minha, eis que alguém, em Brasília, e que não sei quem é, observava a tudo e me indicou ao Conselho da Ordem de Rio Branco. O resto vocês já sabem, pois já informei, no dia 17/6, que acabara de ser então agraciada pela Presidente da República com a medalha da Ordem no grau de Cavaleiro. 

Isso mostra que você, se fizer seu trabalho com amor, seja onde for, obterá o sucesso. Para isso, precisará estar em harmonia com sua família. Carreira de sucesso e família harmônica são duas instâncias mutuamente dependentes. Leve em consideração a individualidade de cada membro de sua família e negocie explicando a importância profissional de você ir para determinado país. Todos entenderão, cada um cedendo em cada período, incluindo você. Não tenha pressa. Não seja “carreirista”. Faça tudo com amor, ponderando na balança os desejos das pessoas a quem você mais ama, que o resultado lhe surpreenderá!

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Ao final, tudo se resolverá.

Por oportuno, agradeço às manifestações do dia 26/7 expressas nos comentários, nos “curti”, nas mensagens privadas e nos cliques, que ultrapassaram os dois mil, quando souberam do motivo de minha internação. Sempre que vejo aquele post, emociono-me. Minha gratidão a todos vocês que nem me conhecem será eterna.

É isso.

Boa segunda-feira a todos, dia em que irei para casa! Agora com mais uma tarefa na minha agenda: educar meu mais novo anjinho, a Yasmin, hahaha! Wish me luck!!!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 31/7 (sem efeméride): depois deste brevíssimo interregno de uma semana longe das dicas de Português, é chegado o momento de retomarmos a proposta inicial desta página, qual seja, pensarmos nos aspectos gramaticais e de estilo da Língua Portuguesa à luz dos concursos públicos, em especial do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD). 

Para minha surpresa, a interrupção, já por mim prevista há semanas no sentido de desaparecer do ar, foi o período quando mais interagimos, o que era definitivamente inimaginável por mim de início. 

Conversamos a respeito de diversas questões que igualmente interessavam aos senhores e às senhoras que se preparam ao CACD e que jamais pensei que pudéssemos abordar aqui neste espaço. Para minha surpresa foram os dias de maior popularidade da Fanpage!

É chegada a hora de voltarmos ao estudo do CUJO, iniciado em 24/7, mesmo sabendo que talvez o "ibope" volte ao nível pré-Yasmin, hahaha!!! 

Ao final da dica de hoje, deixo um desafio para você!

Basicamente o pronome relativo CUJO faz referência simultânea a dois termos: um antecedente e, outro, consequente.********ALGO DE ALGUÉM = ALGUÉM CUJO ALGO********

Vimos que depois de cujo não usamos de jeito nenhum arquivo definido, erro comum de muitos.

INADEQUADO GRAMATICALMENTE:*********ALGUÉM CUJO O ALGO…*********

Vimos que o pronome relativo concordará com o termo consequente.

Embora não façamos uso do CUJO na fala, ficaria esquisitíssimo, com risco de passarmos a nosso interlicutor certo grau de prepotência, saiba que usá-lo CORETAMENTE em sua redação fic bem iteressante.

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Hpje veremos quando o CUJO virá precedido de preposição.

Para saber, basta ver se o termo consequente, ou seja, o termo possuído (ALGO) é objeto indireto do verbo da ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA que o pronome relativo CUJO inicia.

O funcionário A CUJA proposta me referi não poderá comparecer à reunião.

Vale aqui a ideia desenvolvida na dica do dia 18/7, cuja (re)leitura recomendo (gostou do CUJA??? ⇒ a releitura da dica = a dica cuja releitura).

Exemplo simples:

Suponha que eu comente com você o seguinte: “Um funcionário apresentou proposta bastante interessante. Creio que ele poderá nos explicar melhor durante a reunião.

Posteriormente eu fico sabendo que o funcionário não poderá mais vir à reunião. 

Eu comunicarei a você o seguinte: 

“O funcionário a cuja proposta me referi não poderá vir à reunião”.

- Oração principal: O funcionário não poderá vir à reunião.- Oração subordinada adjetiva restritiva: a cuja proposta me referi.

Observe que o termo consequente de CUJA é PROPOSTA, que, por sua vez é o objeto indireto do verbo REFERIR (quem se refere se refere A alguma coisa); por isso usamos A CUJA.

Resumindo, tudo isso parece muito simples para quem já vem estudando há algum tempo e talvez um pouco mais desafiante para quem começou a estudar agora. Seja como for, vai aqui uma dica boa até mesmo para quem já domina o tema e talvez nem tenha chegado a este finalzinho da dica de hoje: mesmo aquele que sabe bem este tema do CUJO, precedido ou não de preposição, o candidato parece que se esquece da sua existência. Tente construir períodos elegantes em sua redacão com o CUJO. Muitas vezes uma frase prolixa do seu texto poderia perfeitamente ser reescrito com esse pronome relativo. Leia suas redações passadas e tente identificar esses casos.

Veja, abaixo, o artigo 128 do Código de Processo Civil (CPC):****************O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.****************

Observe o trecho:

“QUESTÕES A CUJO RESPEITO A LEI EXIGE A INICIATIVA DA PARTE”

Basta pensar assim: “a lei exige respeito A alguma coisa”; neste caso, “a lei exige respeito A questões”. Daí A CUJO respeito no texto original.

As questões que eu vi do Cespe cobrando o relativo CUJO normalmente são bem fáceis. Costuma afirmar que poderá ser substituído pelo O QUAL, sem qualquer outro ajuste, o que normalmete é Item Errado. Isso porque o cujo é o único que está no meio de dois substantivos, que possui um termo antecedente e consequente, concordando com este último. Chega a ser óbvio o gabarito, veja:

(exemplo retirado da citação feita por Claudia Kozlowski em seu livro de coletâniea

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de questões de Português do Cespe, página 128.

Transcrevo, a seguir, o trecho do texto a que o item se referia, bem como o item (UnB CESPE/TSE – Técnico/2007):********************“Já o acúmulo de capital humano requer investimento em educação, cuja maturação é longa”.

( ) A substituição de “cuja” por “a qual” mantém a correção gramatical do período.********************

Tente substituir e verá por si mesmo(a) que a substituição de “cuja” por “a qual” não faz qualquer sentido. Item ERRADO.

DESAFIO*****************Deixo para você um DESAFIO para quebrar a cabeça, para o tico brigar com o teco: reescreva a frase da questão acima utilizando A QUAL. É POSSÍVEL? Que ajustes seriam necessários? *****************

Use a área de comentário para mostrar como você faria, caso julgue ser possível esta substituição, ou mensagem, se preferir.

Boa quarta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 1/8 (dia Mundial da Amamentação e dia do Selo Postal Brasileiro ): a dica de hoje é de ouro, decorre do desafio de ontem, que discutiremos mais abaixo. A dica de hoje ajudará, em especial, na prova do Teste de Pré-Seleção (TPS), primeira fase do Concurso de Admissão à Carreira Diploatica (CACD). Ajudará, ademas, em todas as outras fases e concursos. Ajudará igualmente durante o exercício de sua carreira. Ajudará no seu dia a dia. 

************Para atingir a excelência você precisará LER ATENTAMENTE CADA PALAVRA do texto e fazer a conexão entre as palavras ali presentes, lembrando-se SEMPRE de que, no bom texto, NÃO HAVERÁ PALAVRAS VÃS. Todas estarão ali por um motivo.************

Dito isso, vamos analisar o desafio que deixei ontem.

O excerto do texto da prova Cespe era:

******“Já o acúmulo de capital humano requer investimento em educação, cuja maturação é longa”.******

Perguntei se seria possível substituir o pronome relativo CUJA por A QUAL, conforme o item sugeria, porém que, ao substituir, fizesse os ajustes necessários. 

Entre os que comentaram publicmente e me enviaram mensagens privadas, o única resposta que INTERPRETOU corretamente o trecho foi o internauta Julio Coelho

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(pode parecer estranha essas palavras que usei, “interpretar corretamente”, pois a hermenêutica dá margem à interpretações de quem analisa, sem haver a ideia de correto ou errado, mas deixe isso de lado por enquanto…).

Para analisar o desafio de ontem, vamos usar a dica de hoje – leitura atenta, conectando cada palavra entre si:

**************“Já o acúmulo de capital humano requer investimento em educação, cuja maturação é longa”.**************

Qual a mensagem que esse período transmite?Claro que havia o contexto do texto completo de onde foi retirado o trecho. Mesmo sem termos o texto completo, podemos analisar o trecho assim: uma instituição, para ter excelentes funcionários, por exemplo, ou um país, para ter cidadãos capacitados, precisa investir em educação. ATENÇÃO AGORA:*****************O resultado de investimentos dessa natureza – em educação - não é visto da noite para o dia, pois investimentos em educação demandam longo período de tempo até que gerem rendimentos compensadores, até que MATUREM. ******************

Sendo assim, a maturação é DO INVESTIMENTO, não da educação. 

REPETINDO:A maturação é DO INVESTIMENTO, não da educação

Educação, conforme usada no contexto, como processo de capacitação, de transferir conhecimento, é educação, não se discute. Educação não evolui ou involui. Já o investimento, sim, ele é iniciado e evolui ao longo do tempo até que gere resultados. É o processo de MATURAÇÃO do investimento.

Vejas as duas primeiras acepções da palavra MATURAÇÃO, segundo o Dicioário Houaiss:

1 processo de passagem (de uma estrutura, forma, função ou organismo) à maturidade2 processo de crescimento; evolução

Se, ainda assim, você não se convenceu, lembre-se de que o pronome relativo refere-se ao NÚCLEO do termo imediatamente anterior (já falei em dicas anteriores). O NÚCLEO de “investimento em educação” é INVESTIMENTO.

Se a sugestão dos demais internautas mudasse o “A QUAL” por “O QUAL”, aí sim, bingo! Estaria bem. Observe que usaram verbos excelentes, como REQUERER, EXIGIR, NECESSITAR, veja:

Carol Cardozo:"...[investimento] em educação, O QUAL exige longa maturação." 

Felipe Moreno de Mello:“Já o acúmulo de capital humano requer investimento em educação, O QUAL requer longa maturação”.

Angela Beck:“Já o acúmulo de capital humano requer investimento em educação, O QUAL necessita de longa maturação”.

Mateus Cayres:

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“Já o acúmulo de capital humano requer investimento em educação, O QUAL possui longa maturação.

Por que a dica de hoje – leitura atenta, conectando cada palavra do texto, neste caso conectando a semântica da palavrinha MATURAÇÃO e perceber que se referia à palavra INVESTIMENTO, não EDUCAÇÃO – é importante para o TPS e demais fases? Porque se houvesse um item para interpretar aquele trecho semanticamente a maioria teria errado, tipo: 

Marque C ou E: 

( ) mantém-se a correção gramatical e semântica se o trecho “cuja maturação é longa” for substituído por “a qual exige longa maturação”.

Item estaria Errado, porque mudou o sentido, a semântica, embora gramaticalmente correto.

Nas demais fases, bem como em qualquer outro concurso, a LEITURA DO COMANDO DA QUESTÃO OU DO TEMA PROPOSTO DE REDAÇÃO É DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA.

Concentre-se naquilo que o Examinador pede ao candidato no comando da questão, foque no que foi solicitado. Cada questão poderá instigar você a escrever um livro, mas não se deixe levar pelo seu conhecimento. Disseque o que o Examinador solicita, palavra por palavra, e foque sua resposta no que lhe foi solicitado.

Para concluir, digo mais: ler atentamente o que se pede poupará sua beleza quando estiver exercendo suas funções de Terceiro Secretário, porquanto diminuirá seu estresse. A instrução que nos chega de Brasília é sempre clara como a água, é “crystal clear”…Não invente, não aumente tampouco diminua. Apenas cumpra a instrução. Para tanto, só a leitura atenta irá subsidiá-lo. Ademais, você estará do lado seguro. Se algo der errado, você estará coberto, pois cumpria exatamente o que lhe foi instruído da capital.

Ler atentamente, compreendendo o porquê de cada palavra estar ali, conectando o sentido de cada palavra com o contexto, lembrando-se ds concordâncias sempre com os NÚCLEOS, igualmente muito o(a) ajudará nos estudos, no fichamento de um capítulo. Se você não compreender um trecho de um capítulo do seu livro, não desista. Isso apenas indica que a leitura não foi feita como deveria. Releia, busque no dicionário o significado exato da palavra, até que tudo faça sentido.

SEM A LEITURA ATENTA NÃO PODEREMOS INGRESSAR NO MUNDO DA GENIALIDADE. 

Por que fomos induzidos a usar A QUAL no desafio proposto???

Primeiramente porque o item original do Cespe falava em substituição de CUJA por A QUAL.

Agora, fundamentalmente, fomos enganados porque CUJA estava no feminino!!! Obviamente, assim muitos pensaram, deveremos usar A QUAL em caso de substituição. 

Aqui está o PULO DO GATO!

O pronome relativo O QUAL e suas flexões A QUAL, OS QUAIS e AS QUAIS combinam em gênero e número com seu ANTECEDENTE, ao passo que o pronome relativo CUJO e flexões combinará com seu CONSEQUENTE. 

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Observe que CUJA no exemplo referiu-se à MATURAÇÃO (singular, feminino):

ALGO DE ALGUÉM = ALGUEM CUJO ALGOMaturação do investimento = investimento cuja maturação…

Ao usarmos o O QUAL e flexões para substituir o CUJA, observe que ele deverá concordar com INVESTIMENTO, substantivo singular masculino…

Bem, chega de CUJO. Treine, saiba usá-lo CORRETAMENTE e lembre-se de que ele existe ao redigir sua redação. 

Transcrevo, mais uma vez, o período que trabalhamos hoje e leia agora compreendendo cada palavra e conexões entre elas:

******“Já o acúmulo de capital humano requer investimento em educação, cuja maturação é longa”.******

Até a próxima dica! Boa quinta-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 2/8 (sem efeméride ): vamos colocar em prática o que aprendemos até aqui em termos de pronome relativo, que introduzem ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA ou ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA. 

De nada adiantará você saber bem um ponto teórico se na hora de precisar usar esse conhecimento na prova não tiver cereteza ou ficar inseguro.

Vamos hoje responder a este item do Cespe, a seguir, cobrado no TPS de 2007.

O item referia-se ao primeiro parágrafo, reproduzido abaixo, do texto fornecido: ********************************“As três almas do poeta Ênio, poeta latino do século II a. C., falava três línguas: o grego, que ele tinha aprendido por ser, na época, a língua de cultura dominante no sul da Itália; o latim, em que escreveu suas obras; e o osco (uma língua aparentada com o latim), que era, com toda a probabilidade, sua língua nativa. O mais provável é que o latim fosse usado nas relações com as autoridades romanas; o grego, nas grandes cidades; e o osco, nas regiões rurais. E Ênio, que sabia as três, costumava dizer que tinha “três almas”.

Mário A. Perini. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004, p. 41-52 (com adaptações).********************************

Acerca de fatos linguísticos do primeiro parágrafo do texto, julgue (C ou E) os itens seguintes.

( ) Há, no primeiro parágrafo, quatro orações subordinadas de natureza explicativa.********************************

Observe como ficou fácil essa questão para você que conhece bem pronome relativo e, por consequência, a classificação de uma oração subordinada adjetiva EXPLICATIVA ou RESTRITIVA. Se não se lembrar bem, releia as dicas pertinentes a

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este tema.

Vamos analisar o item.

- em primeiro lugar, observe a afirmativa do Cespe: em momento algum ele chama as subordinadas de ADJETIVAS, mas apenas faz referência às orações subordinadas DE NATUREZA EXPLICATIVA. Ora, é apenas uma outra forma de se expressar. Na verdade, o examinador está apenas afirmando existirem quatro ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS EXPLICATIVAS. Não tenha medo de fazer essa dedução, pois não poderia ser outro assunto. 

- recordando, a explicativa aparece entre vírgulas, não restringe o termo a que o pronome relativo se refere. Ao citar o idioma grego, obviamente não há distintos idiomas gregos, há apenas um, portanto o que vem depois apenas explica. Idem para o latim e para o osco. Diante disso, já detectamos três orações subordinadas adjetivas explicativas:

1. “(…) o grego, que ele tinha aprendido por ser, na época, a língua de cultura dominante no sul da Itália; 

2. o latim, em que escreveu suas obras; e 

3. o osco (uma língua aparentada com o latim), que era, com toda a probabilidade, sua língua nativa.

Mas o item afirma haver quatro explicativas. Cadê a quarta?Tente detectar antes de seguir a leitura..

A quarta oração subordinada de natureza explicativa é "QUE SABIA AS TRÊS" em : “E Ênio, que sabia as três, (…)”.O pronome relativo QUE referindo-se a “Ênio”.

O Item está CORRETO. 

Não é difícil, é?

É isso. Momento de treinar TPS! Dia 18 está chegando. Mesmo você que ainda não está integralmente preparado para o CACD, treine MUUUUITO TPS de CACD passado antes do dia 18 a fim de que esta seja uma oportunidade em que serão revelados para você suas principais inseguranças e obstáculos a serem mais bem estudados ao longo dos próximos meses. Acima de tudo, apenas treinando por meio de resolução de provas passadas é que você será capaz de conhecer a “cabeça” da Banca. O que é conhecer a cabeça da Banca? É saber até que ponto uma afirmativa de cunho geral o Cespe entende estra correta. Veja este exemplo de hoje: em vez de classificar a oração de acordo com a norma culta – ORACÃO SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA – a Banca simplesmente usou ORAÇÃO SUBORDINADA DE NATUREZA EXPLICATIVA. Um candidato mais “chato” tenderia a discordar, maso Item estava CORRETO. Essa análise nos permite concluir que a nomeclatura dada pela norma culta não é assim tão essencial para o Cespe, e, sim, o significado da norma.

Conhecer bem a “cabeça” da Banca é passo decisivo para a vitória desta que é, na minha opinião, a fase mais chata, desafiante, desgastante, fase-estraga-prazeres. 

Lutei contra este TPS por quatro concursos seguidos. Em um deles, minha nota ficou meio ponto abaixo da nota de corte. A sensação ao ver um resultado desse é indescritível, não queira saber! Pelo menos se a nota tivesse sido bem abaixo do corte não teria sofrido tanto. Ou eu me deixava levar pelo ÓDIO sentido naquele momento de tudo e de todos, eu incluída, ou olhava para frente e viria nos doze

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meses seguintes um parceiro, que foi o que fiz.

Chegou um momento que eu sabia que passaria no concurso caso eu conseguisse superar a barreira do TPS. Quando fiz essa dedução, passei a resolver prova Cespe tipo C ou E de TODOS os concursos, hahaha!!! Pude pereceber que eles até repetem questões! 

Dito e feito. Em 2006, quando passei na primeira fase, TPS, fui aprovada no CACD.

Apenas com as reprovações anteriores e a resolução de muitas provas anteriores é que me conscientizei de minhas fraquezas e conheci mais o meu inimigo. Em outros termos, só quando conheci bem o inimigo e a mim mesma, não temi o resultado do TPS. Naquele ano, minha nota de TPS foi quatro pontos acima do corte. Quem está na luta sabe bem o que quatro pontos acima da nota de corte representa. Foi inacreditável. Naquele ano de 2006, igualmente aos anteriores, eu chorei ao ver o resultado do TPS, mas, diferentemente dos anos anteriores, eram lágrimas da superação, de quatro anos na luta. Comecei do zero, deu certo para mim, dará certo para você também!!!

Concluo a dica de hoje com duas frases de “Arte da guerra”, de Sun Tzu, livro cuja leitura recomendo. 

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. 

"Aquele que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem."

Para mim, essas duas frases resumem o significado do TPS. Isso porque muitas pessoas já bem preparadas não conseguem passar, o que nos leva a concluir que, para passar no TPS, não basta dominar os temas, devemos conhecer o inimigo, digo, a cabeça do Examinador. Entre eles, quanto maior o índice de erro da questão formulada, maior é a comemoração da Banca! A pegadinha funcionou!

É isso, conheça A INTENÇÃO da Banca Cespe que elabora o TPS ANTES do dia da prova, ao longo do ano que antecede a prova. Conhecer as dificuldades não é apenas resolver prova passada e conferir sua resposta com o gabarito. É mais que isso. É analisar o gabarito em face da afirmativa feita pela Banca. Ela foi rigida? Ela foi generalista? Analise bastante. Na hora da prova, quando lemos o item e não dá para dizer se é C ou E, mesmo conhecendo a fundo o ponto da matéria, seu “feeling” será seu parceiro, porque você conhece bem o inimigo. Tanto mais afiado estará seu feeling quanto mais análises você tiver feito ao longo do ano em que se preparou.

É como o técnico de futebol de um excelente time, que, em tese, não precisaria se preocupar com o adversário. O bom técnico analisa as partidas jogadas pelo adversário juntamente com seus jogadores, vai ao estádio assistir à partida do adversário com outros times, enfim, busca CONHECER O INIMIGO. Não basta ter um time excelente. Conhecer o inimigo é estratégia fundamental. 

Quando sai o gabarito, os que erram o item tendem a perder tempo com frases do tipo: "que absurdo o Cespe considerar isso!", "vou entrar com recurso" e blablabla....De nada adiantará. Não drene seu tempo com negativismos. Em vez disso, vá para casa, respire fundo e tente entender a racional por trás do pensamento da Banca naquele gabarito enquanto os demais ficam reclamando. Se realmente for absurdo, não se preocupe, o item será anulado; entretanto, se não for anulado, em vez de perder seu tempo reclamando como os demais, seja

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estratégico, já com vistas ao concurso seguinte: analise a mente do Examinador para entender por que ele decidiu por aquele gabarito e comece a entender melhor seu inimigo. 

Passará no concurso quem souber estudar estrategicamente, não necessariamente quem souber mais de tudo. Claro, aquele que sabe muito e, além disso, estuda estrategicamente, esses serão os primeiros colocados, só isso.

Até a próxima dica! Boa sexta-feira a todos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 3/8 (dia do Capoeirista e dia do Tintureiro): na dica de hoje indicarei dois livros decisivos no meu preparatório, ambos de autoria do professor Celso Pedro Luft, a respeito de REGÊNCIA:

1. “Dicionário prático de regência verbal”; e2. Dicionário prático de regêncianominal.

Eles continuam existindo na minha biblioteca. Na verdade, tenho vários livros da época em que me preparei para o CACD. Cada um tem uma história comigo, de modo que não tenho coragem de deixá-los para trás. A cada mudança de país, do Brasil para Doha (2008) e de Doha para Nova York (2012), quando arrumo a mudança, é momento de passar adiante um monte de coisinhas que vamos acumulando ao longo do tempo. É quando visito meus livros, já velhos de tanto serem folheados, anotados, dobrados, maltratados daquela época em que me preparava para o CACD, em todas as matérias. Esses dois do Luft, sempre juntinhos na estante, ainda estão ali. Ficam na altura dos olhos, na estante que fica no corredor que dá para a porta de saída. Sempre que entro e saio de casa olho para eles, eles olham para mim, e trocamos esse pensamento de cumplicidade um com o outro. 

Foi lá que aprendi ou confirmei várias regências que até hoje uso com aquela certeza absoluta, sem medo de estar errando. Lá está a regência do verbo informar, que poderá complicar a vida de quem não acompanha esta Fanpage (vide dica de 27/6). 

O Cespe adora questões de regência verba e nominal.

A orientação de hoje é no sentido de você buscar questões do Cespe acerca de regência verbal e nominal e como esta matéria é cobrada pelos Examinadores. A cada questão estudada, verifique o verbo ou o nome nos respectivos dicionários do Luft. 

A maior dificuldade é conhecer a regência de tudo, mas, se criar um caderno só de regências e ir anotando cada uma com que deparar, ao longo do tempo você estará craque e genial em regência.

Veja o verbo AJUDAR, que é transitivo direto e indireto, porém a sua parte indireta poderá receber preposição A ou EM, a depender do que vier depois, veja:************Ajudar ALGUÉM A fazer algoOuAjudar ALGUÉM EM algo

Exemplos

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****************- A ONU vem ajudando OS países economicamente menos favorecidos A desenvolver mecanismos para superar a pobreza.

ou

- A ONU vem ajudando OS países economicamente menos favorecidos NO desenvolvimento de mecanismos para superar a pobreza****************

Observe que , em ambos os exemplos, a parte transitiva direta (AJUGAR ALGUÉM) se manteve ( ajudar OS países…), mas o trecho intransitivo teve uso distinto de preposição: “a” e “em”, respectivamente antes do verbo (desenvolver) e antes do substantivo (desenvolvimento).

Até hoje preciso consultar meus dois amigos

Outro verbo bem interessante é o LEMBRAR/LEMBRAR-SE. 

De forma geral, temos que:- LEMBRAR algo, transitivo direto;- LEMBRAR-SE DE algo, transitivo indireto.

Veja:Lembrei que hoje é o dia do aniversário de meu melhor amigo.

Lembrei-me DE que hoje é o dia do aniversário de meu melhor amigo.

Há outras possíveis para o verbo lembrar, verbete que ocupa quase toda a página 351 da 8a. edição do dicionário do Luft de regência verbal. Ingressar na genialidade significa dissecar as regências possíveis deste e de outros verbos. 

Nesse caso, respire fundo e acalme-se. Estude o que o Luft tem a dizer a respeito das regências possíveis do verbo LEMBRAR/LEMBRAR-SE e, se cair na prova do dia 18 ou futuras, observe O COMANDO DA QUESTÃO, se o Examinador fala “podeRIA também ser aceito” ou se ele afirma “a preposição pode ser dispensada”…tudo isso deverá entrar na balança naquele omento xyz, só você e a questão ali na sua frente. Se você estudar regências, anotando no seu caderno, verificar gabaritos de provas Cespe passadas no tema, prestando atenção na relação existente entre o COMANDO da questão e o GABARITO, você entrará na MENTE do Examinador e acertará o item. Isso é estudar estrategicamente.

Com TPS aproximando-se, seria prudente dedicar um tempinho para regências! O investimento nos dois dicionários tem maturação imediata e perene: na mesma hora em que você começa a consultá-lo, já aprende muito; e, com o passar do tempo, continuará sendo seu parceiro, como até hoje eu os consulto na minha rotina de trabalho.

Até a próxima dica! Bom sábado a todos nós!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 4/8 (dia do Padre): a dica de hoje é bem simples, há muito tempo está na minha listinha de dicas a publicar…e o mais interessante: já foi tema cobrado no TPS, em 2006, no ano em que fui aprovada, mas o Cespe não me pegou, porque eu sabia bem este ponto!

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Você vê alguma diferença entre os dois trechos abaixo?*****************1 – A diretora da Escola José Bonifácio afirmou não aceitar a nova regra pedagógica definida pela Secretaria de Educação, sobretudo se aplicada ao Ensino Fundamental. A Secretaria, por sua vez, informou que toda a escola deverá aderir à decisão.

2 – A diretora da Escola José Bonifácio afirmou não aceitar a nova regra pedagógica definida pela Secretaria de Educação, sobretudo se aplicada ao Ensino Fundamental. A Secretaria, por sua vez, informou que toda escola deverá aderir à decisão.********************

Pergunto se existe alguma diferença entre “TODA ESCOLA” e “TODA A ESCOLA”? Tanto faz ou muda o sentido da frase?

Resposta⇒ CLARO QUE MUDA O SENTIDO!

TODA ESCOLA (sem o artigo): significa que o texto não se referia somente à Escola José Bonifácio, e, sim, a TODAS as escolas sob a jurisdição daquela Secretaria de Educação; todas vão ter de aderir à nova regra, não somente a Escola José Bonifácio. Equivale a “QUALQUER ESCOLA”.

TODA A ESCOLA (com artigo): significa que o texto fazia referência específica à Escola José Bonifácio, àquele contexto. Observe que o trecho destacou que, em especial, ao Ensino Fundamental a nova regra não deveria se aplicar. Ao afirmar que toda A escola deverá aderir à decisão, a ênfase da autora do trecho (eu!) estava focada no contexto “Escola José Bonifácio” somente. Equivale a “A ESCOLA INTEIRA”.

Vamos voltar ao ano 2006, TPS, caderno Alfa. Lembro-me bem daquele sábado, prova 9h, na UnB. Eu já morava em Brasília, vinda do Rio de Janeiro. Isso porque eu havia decidido ingressar na Administração Pública um ano antes depois de aprovada em um dos concursos que eu havia tentado para treinar prova etilo Cespe, já que o projeto do CACD não vinha dando certo. Se não passasse em 2006, teria sido minha quarta reprovação…

Na verdade, naquele ano de 2006, eu nem iria fazer a prova. Eu estava grávida de meu primeiro filho, estava engajada em decorar o quartinho do neném, essas coisas de mãe de primeira viagem (a Yasmin, coitadinha, não teve nada disso, terceira gravidez etc., não ganha as pompas do primeiro, herdou um berço já velhinho e apenas um cantinho no meu quarto mesmo). Já até havia parado de estudar com o afinco dos anos anteriores. O desânimo para tentar o CACD era visível, em relação à gravidez, porque não queria, naquele ano iluminado em que ganharia meu primeiro filho, estragar a festa com nenhuma decepção…Por insistência de poucas pessoas muito próximas, decidi tentar o CACD 2006, a contragosto.

Fazer uma prova dessa relaxada, digo, GENUINAMENTE relaxada, faz toda a diferença. A minha mente estava 101% voltada para a gravidez naquele ano. Quem é mãe sabe bem o que estou dizendo: é enigmático pensar que havia um ser se formando dentro de mim, de modo que todo resto ficou pequeno demais, CACD incluído, perante a minha mente naquele momento. O poder que uma grávida sente é indescritível. Ninguém pode com a gente! Estamos sempre com a razão. Todos nos dão passagem, lugar para sentar, nos protegem, enfim, não consigo descrever em palavras.

O plano era o seguinte: ao entrar de licença maternidade, eu retornaria os estudos e voltaria atentar o CACD em 2007. Só que estava escrito nas estrelas que 2006 seria o meu ano: CACD e primeiro filho, tudo junto! Precisamente em um ano que

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eu nem tentar o CACD eu ia!!! Se eu pudesse ter acesso ao meu livro do destino, se isso existisse, e pudesse escrever alguma página nele, a última coisa que eu ia escrever era passar no Rio Branco e ter neném, tudo isso no mesmo ano! Jamais! Hoje, passado sete anos desde minha posse, afirmo de cadeira que o ocorrido não poderia ter sido mais bem planejado pelas forças espirituais como foi no meu caso...

Voltando ao TPS, grávida de quatro meses, ainda enjoada, lá fui eu para o Colégio Sigma tentar mais uma vez o ben(mal)dito TPS do CACD, mas com outra cabeça. Estava ali a pedido de determinadas pessoas, porque, por mim, eu teria pulado o CACD 2006. Sentia-me ultrafeliz por estar grávida, não queria estragar meu estado de felicidade com mais uma decepção, pensava. Naturalmente, sem qualquer compromisso, lá vou eu fazer o TPS, bem relaxada, tipo “tô nem aí”…Antes, dei uma parada na padaria Belini, 113 sul, fui curtir um cappuccino às 6h30min, com um pão com manteiga e queijo minas na chapa (ai que saudade!), e li naquela manhã o jornal do bairro que estava alijogado no balcão. Carro e motorista abastecidos, lá fui eu para o Colégio Sigma.

Primeiras questões a atacar: gramática!

E dizia assim o item 2 da questão 14 do caderno Alfa, cujo original tenho até hoje:************************( ) O emprego do artigo “o”, no trecho “em todo o largo período de sua formação colonial” (linhas 4-5), reflete opção estilística do autor, visto que o artigo poderia ser eliminado, sem prejuízo para o sentido da frase.

Transcrevo o trecho de texto, mas nem precisava!************************A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está intimamente ligada à da expansão comercial e colonial européia na Época Moderna. Parte integrante do império ultramarino português, o Brasil-colônia refletiu, em todo o largo período de sua formação colonial, os problemas e os mecanismos de conjunto que agitaram a política imperial lusitana.(…)(Fernando A. Novais. Aproximações: estudos de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 45.)************************

Nem perdi tempo analisando, lendo e relendo o trecho, porque, pelo motivo explicado mais acima nesta dica de hoje, a presença ou ausência do artigo nestas estruturas não é questão de estilo, pelamordedeus! Muda COMPLETAMENTE o sentido da frase. Item errado, questão resolvida em menos de dez segundos. Aliás, trata-se de item que pode ser resolvido sem ter lido o texto, como eu fiz!!! 

As questões puramente gramaticais, não de interpretação, eram as primeiras que eu atacava, como já disse. Eu lia logo esse tipo de item, sem nem mesmo ler o texto, ou, no máximo, lia no texto apenas o período completo a que o item se referia. Raramente eu precisava começar a ler um pouco de antes. Lembro-me, como se fosse hoje, de que, neste item específico, eu marquei “E”, sem medo de ser feliz, gastando menos de dez segundos entre ler o item e marcar E, sem acessar o trecho do texto. O meu relax total, sem me cobrar, afinal aquele ano o projeto era outro, deve ter corroborado também. Fosse outro anos eu ia ler, reler, ler de novo o texto, até ter certeza, numa perda de tempo terrível, amadorística, que me faz lembrar da primeira vez que tentei o CACD!

O resto vocês sabem…

O efeito colateral da dica de hoje é o seguinte: você que já vem se preparando há pelo menos dois anos e está na linha de frente para passar agora em 2013 tente não ir ansioso(a) para a prova do dia 18. 

A ansiedade vai drenar sua atenção, induzindo-o ao erro. Relaxe, busque não

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pensar em resultados, foque em uma questão de cada vez, tendo sempre em mente o curto tempo da prova. Já fiz essa conta antes, não me recordo, mas, em média, você tem cerca de dois minutos por item. 

Relaxe bem antes da prova, acorde bem cedo, coma seu prato favorito no café da manhã etc. Só não precisa engravidar ou engravidar sua parceira, ok? 

Até a próxima dica! Bom domingo a todos nós!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 5/8 (dia Nacional da Saúde): a dica de hoje será acerca dos pronome demonstrativo, em especial chamar a atenção quando ele preceder um pronome relativo. É tema que quase sempre é cobrado nas provas objetivas do Cespe.

Você conhece bem os pronomes demonstrativos. Não é minha proposta aqui explicar este ponto, mesmo porque você tem aula de português e, porque não, acesso ao google. Há excelentes páginas na rede ensinando a norma culta. Além disso, sempre tenha a seu lado uma boa gramática. No sumário, veja em que página está este ponto e leia. O autodidatismo também ajuda no processo da busca pela genialidade. Minha recomendação é ler o mesmo ponto em mais de uma gramática.

Celso Cunha e Lindley Cintra ensinam que pronome demonstrativo é empregado “para lembrar ao ouvinte ou ao leitor o que já foi mencionado ou que se vai mencionar”.

“A ternura não embarga a discrição nem ESTA diminui AQUELA”.

Observe que ESTA substituiu DISCRIÇÃO, e AQUELA substituiu TERNURA.

Os pronomes demonstrativos mais comuns são:- Masculinos: este, estes, esse, esses, aquele, aqueles.- Femininos: esta, estas, essa, essas, aquela, aquelas.- Invariáveis: isto, isso, aquilo

Observações:1. estes pronomes demonstrativos podem combinar-se com as preposições DE e EM: deste, desta, disto; neste, nesta, nisto; desse, dessa, disso; nesse, nessa, nisso; daquele, daquela, daquilo; naquele, naquela, naquilo.2. A preposição A poderá também contrair-se com aquele(s), aquela(s) e aquilo: àquele(s); àquela(s); àquilo.3. IMPORTANTE> podem também ser pronome demonstrativo: “o, a, os, as”, “mesmo”, “próprio”, “semelhante” e “tal”.

Você deverá estar bastante atento para estruturas do tipo:

“Este homem é aquele que me roubou”.

Pergunto: - qual a classe gramatical de “que”?Resposta⇒ pronome relativo

- qual sua função sintática?Resposta: a. antes devemos saber a quem o QUE se refere. Neste caso, o QUE refere-se ao

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termo imediatamente anterior, o pronome demonstrativo AQUELE, que, por sua vez, refere-se a ESTE HOMEM”.b. agora, vamos analisar que função a palavra HOMEM exerce na oação subordinada adjetiva restritiva “QUE ME ROUBOU”. RESPOSTA⇒ SUJEITO! (o HOMEM ROUBOU).

Qual meu objetivo com a dica de hoje? É mostrar para você que pronome relativo e pronome demonstrativo podem aparecer juntos.

Outro exemplo:

A comunidade internacional mobiliza-se para reduzir a extrema pobreza, o QUE é condição essencial para a melhoria dos demais índices sociais.

Pergunto: como você classificaria o “QUE” em “o que é condição…”?

Resosta: também pronome relativo. A quem o QUE se refere? Resposta: ao pronome demonstrativo “O” que aparece antes do QUE. Este pronome demonstrativo "O", por sua vez, representa TODA a ideia contida na frase anterior, qual seja, “A comunidade internacional mobiliza-se para reduzir a etrema pobreza”.

Então estude pronomes demonstrativos, pois iremos dele precisar para resolvermos questões objetivas Cespe.

Até a próxima dica! Boa segunda-deira a todos nós!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 6/8 (sem efrméride): a dica de hoje chamará sua atenção para, de uma vez por todas, não mais usar a palavra “mesmo” quando anafórico, substantivado pelo artigo “o”….falei grego? 

Vamos lá…

Além dos pronomes demonsrativos que citei na dica de ontem, podem também ser pronomedemonstrativo as seguintes palavras: 

********mesmo, próprio, semelhante, tal********

Evanildo Bechara ensina que essas palavras têm valor demonstrativo “quando denotam identidades ou se referem a seres e ideias já expressas anteriormente, e valem por ‘esse’, ‘essa’, ‘aquele’, ‘isso’, ‘aquilo’”.

Exemplos: 

- “É proibido dizer semelhantes coisas”.

***TAL***Celso Cunha e Lindley Cintra ensinam que TAL é demonstrativo quando sinônimo de ESTE, ESTA, ISTO, ESSE, ESSA, ISSO, AQUELE, AQUELA, AQUILO, SEMELHANTE

“Quando tal ouvi, respirei…” (= Quando ouvi isso…).“A causa verdadeira de TAL medo, não a sabia dizer. (= A causa verdadeira de

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semelhante medo…”).

***MESMO e PRÓPRIO***São demonstrativos quando têm sentido de “exato”, “idêntico”, “em pessoa”:

“Eu não posso viver muito tempo na mesma casa, na mesma rua, no mesmo sítio” (mesmo(a) = exato(a))

“Foi a própria Carmélia quem me fez o convite”. (=Foi a Carmélia em pessoa que me fez o convite.)

***SEMELHANTE***É demonstrativo de identidade.“Semelhante iniciativa, se implementada na África, retiraria centenas de pessoas da miséria”.

*******************

Vamos agora falar do MESMO:Não use a palavra “mesmo” quando anafórico, substantivado pelo artigo “o”.

Anafórico é por fazer referência a um termo que já apareceu antes. Bechara afirma que “alguns estudiosos, por mera escolha pessoal, têm-se insurgido contra o emprego anafórico do demonstrativo MESMO, substantivado pelo artigo, precedido ou não de preposição, para referir-se a palavra ou declaração expressa anteriorment. Pedem que seja substituído por ELE, ELA:

‘Os diretores presos tiveram ‘habeas corpus’. Apareceu um relatório contra OS MESMOS, e contra outros…’.

Observe que a palavra MESMOS, faz referência anafórica a DIRETORES.

A recoendação da dica de hoje é que você siga esta corrente e não use o demonstrativo MESMO dessa forma.

Exemplo (EVITAR!!! A Banca tende a considerar esse uso do MESMO como pobreza vocabular!)

“A pobreza diminuiu na América Latina nos últimos dez anos. No continente africano, A MESMA continua sendo o desafio ao desenvolvimento social daquela região”. 

***********Basta reescrever o trecho de outra forma, preferencialmente buscando sinônimos:

Exemplo (PREFERIR):“A pobreza diminuiu na América Latina nos últimos dez anos. No continente africano, a miséria continua sendo o desafio ao desenvolvimento social daquela região”. 

ou

“A pobreza diminuiu na América Latina nos últimos dez anos. No continente africano, ELA continua sendo o desafio ao desenvolvimento social daquela região”. 

Antes de encerrar esta dica de hoje, gostaria de dividir com vocês uma matéria interessante pubicada pela Folha de S.Paulo de ontem. Não tem nada a ver com a dica de hoje...Eu conheci essa dica publicada ontem pela Folha ao ler, em final de julho, no blog do jornalista de que muito gosto do New York Times, David Pogue, que existe uma

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pasta secreta no Facebook em que poderá conter mensagens de velhos amigos sem permissão para lhe enviar mensagens por não fazer parte do seu rol de contatos do Face. Como a Folha publicou o assunto que muito me interessou quando li pelo blog do Pogue, resolvi dividir com vocês...

É curiosidade mesmo...É que no Facebook, dentro da área de Mensagens, aparece um ícone chamado "Outros", em cinza claro, quase imperceptível. Se clicarmos ali abre-se uma espécie de "pasta secreta" com mensagens de pessoas nos procurando, muitas vezes amigos de passado distante, mas que não têm acesso a nossa conta por não serem cadastrados como "amigos". Quando cliquei na tal pasta, qual não foi minha surpresa ter lido mensagens de amigos queridos, até mesmo do ginásio, postadas há mais de dois anos...Vale a pena dar uma olhadinha na sua pasta "Outros"! 

A matéria da Folha está disponível emhttp://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2013/08/1321564-facebook-tem-mensagens-escondidas-em-pasta-secreta.shtmlA original, do NYT, em que Pogue narra que até perdeu um funeral, está disponível em http://pogue.blogs.nytimes.com/2013/07/20/what-readers-found-in-facebooks-other-folder/?_r=0Até a próxima dica! Boa terça-feira!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 7/8 (sem efrméride): a dica de hoje é rápida, mas merece sua atenção, em especial com o TPS se aproximando, porque poderá ser pegadinha…

Vamos falar do verbo 

*******AGRADAR*******

O verbo AGRADAR, a depender do sentido, poderá ser transitivo direto, indireto, intransitivo e, em sua forma pronominal, transitivo direto e indireto. Ufa!

Muitos gramáticos apenas aceitam o verbo agradar como transitivo INDIRETO, pedindo preposição A, mas fique atento para a possibilidade de AGRADAR ser também transitivo DIRETO:

1. No sentido de causar agrado ou prazer; satisfazer; ser agradável; parecer bem: TRANSITIVO INDIRETO ou INTRANSITIVO.

“A solução agradou A todos”.ou“A solução agradou”.

“A palestra agradou aos participantes”.

2. no sentido de mimar, fazer a vontade de alguém, afagar, AGRADAR é transitivo DIRETO:“A mãe agradou o filho e comprou o que ele pedia”.

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Observe que poderemos ter também o verbo agradar pronominal!*******AGRADAR-SE*******Significa: ter gosto em, gostar, encantar-se, afeiçoar-se, enamorar-seNeste caso será transitivo direto e indireto (agradar-se de algo)

Exemplos citados no Dicionário do Luft:“Ela agradou-se do rapaz”.“Agradei-me daquele quadro”.

AGRADAR-SE no sentido de contentar-se, satisfazer-se, também será transitivo direto e indireto, mas a preposição do objeto indireto será COM (agradar-se com):

“A criança agrada-se com qualquer presente”.

Eu penso assim: o TPS também tem muito de sorte, sorte para ser cobrado o que estudamos. Uma regência como essa, sinceramente, quem não deparar com ela por ocasião do preparatório poderá ter muitas dúvidas na hora da prova…

Como ter sorte? Bem, aí o papo é outro…Eu creio que quem fizer a sua parte, praticar o bem sem olhar a quem, pensar positivo, o universo convergirá para essa pessoa. Não bastará estar preparado, você também tem de ter sorte.

Vou dar um exemplo. Na minha prova de História do Brasil, CACD 2006, 3a. fase, primeira questão, ali eu tive a certeza de que 2006 seria meu ano, de que eu passaria. Não por prepotência, por nada disso. Simplesmente porque ao ler aquela questão eu me conectei diretamente com o desconhecido mundo espiritual, do universo, com Deus, cada um chama de um jeito. 

É que, quando vi que avancei para terceira fase, naquelas condições que narrei na dica de 4/8, aí pecebi que a coisa estava ficando séria: no ano em que eu não iria nem tentar a prova, fascinada que estava com a gravidez do meu primogênito, eis que me vejo classificada para a terceira fase! Não estava acreditando. Pensei assim: agora ou vai ou racha. Pior que estava sem estudar fazia meses. Era hora de colocar um plano emergencial em ação para não desperdiçar aquela chance ímpar.

Naquele brevíssimo interregno entre o resultado da segunda fase e o início das provas de terceira fase, eu fiz um esquema louco de estudo para recordar ao menos as palavras-chave de cada tema. 

Não sei por que motivo, ao começar a revisão de meus fichamento de História do Brasil, comecei a estudar detalhes do Barão do Rio Branco, afinal tudo na diplomacia refere-se a ele. Assim, do nada, lembrei-me de um professor que dizia assim: se o Barão do Rio Branco é o pai da diplomacia, Alexandre de Gusmão é o avô.

Não me pergunte como me lembrei disso, mas fato é que a frase me veio à cabeça entre um cafezinho e outro. Como dou muuuita atenção aos meus pensamentos, principalmente a esses assim que me surgem do nada, pensei: vou estudar esse o Alexandre de Gusmão para além daquele lugar comum que todo mundo sbe do UTI POSSIDETIS…Parei tudo e fui estudar o homem. Fiz um resumão do Gusmão. Ele nasceu em Santos, vocês sabiam? Descobri que ele havia sido secretário particular do D. João V por vinte anos! De 1730 a 1750. Descobri um monte de coisa do avô da diplomacia, em especial detalhes de sua atuação para acabar as disputas fronteiriças, Tratado de Madri, o próprio princípio Uti Possidetis..etc. Escrevia tudo à mão…Depois pensei: Claudia, chega disso, volte a estudar! Pare de perder tempo…Reservei aquele papel com meus rabiscos a respeito do Alexandre de Gusmão numa gaveta qualquer e voltei à realidade…

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Dia da prova de História do Brasil, já devidamente abastecida com o capuccino e pão francês com queijo minas na chapa da Belini, 113 sul, lá fui eu para a UnB (o TPS foi na escola Sigma, mas a terceira fase foi na UnB). Minha barriga, de tão grande (quase 8 meses) não cabia na cadeira/mesa fixa do auditório. Lembro-me bem de que já me ajeitava de lado para escrever por cinco horas, quando pedi ao fiscal que me acomodasse na mesona lá embaixo, o que ele me negou. Na mesma hora todos os demais candidatos EXIGIRAM que o fiscal atendesse a meu pedido e assim foi feito. Foi bem legal!

Abri o caderno de prova e li a primeira questão, que dizia assim:

“O Tratado de Madrid de 1750, firmado entre Portugal e Espanha (…). A respeito do tratado de Madrid, exponha:a) a contribuição do negociador Alexandre de Gusmão.(…)”

Não dá para explicar o que senti ao ler a questão. Apenas posso dizer que ali, naqueles segundos, soube que se tratava de sinal claro de algum plano superior de que 2006 seria a minha vez de passar…

Fica aí outra dica: dê ouvidos a sua intuição!

Até a próxima dica! Boa quarta-feira!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 8/8 (sem efrméride): na dica de hoje analisarei um item bem simples e fácil a respeito do CUJO, que abordamos há pouco tempo. O item é extremamente fácil, mas requer segurança e firmeza de sua parte para não titubear. Acredite no que você sabe. Não pense que tudo seja pegadinha…

Você já está craque no pronome relativo CUJO. Releia a dica, estude por mais de uma gramática e boas páginas eletrônicas de ensino da gramática caso sinta necessidade. 

O texto a que o item se referia, intitulado “CUJAS CANÇÕES”, reproduzido logo abaixo, era de Mario Quintana:

Em suma, no texto, Quintana afirma não ser muito adepto de colocar títulos que identificam a pessoa, por exemplo no cartão de visitas. Para ele, bastaria o nome da pessoa. O título seria uma vaidade desnecessária.

Leia você mesmo(a): 

*******Cujas Canções

É costume cada um colocar sua profissão ou títulos nos cartões de visitas. No tempo das guerras cisplatinas até ficou famoso alguém que assim se apresentava: “José Maria da Conceição — tenente dos Colorados”. Ora, quem escreve estas linhas já recebeu alguns títulos da generosidade de seus conterrâneos. Se pusesse todos eles, seria pedante; escolher um só seria indelicadeza para com os outros proponentes. 

Quanto a mim, sempre fui de opinião que bastava o nome da pessoa, sem a

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vaidade de títulos secundários. Mas eis que a minha camareira fez-me cair em tentação. Dá-se o caso que saiu a edição do meu livro Canções, ilustrado por Noêmia e que, ao ser noticiado por Nilo Tapecoara no Bric-à-brac da vida, este o publicou com o meu retrato em duas colunas e, abaixo do mesmo, uma notícia que assim principiava, com a primeira linha impressa em letras maiúsculas: MÁRIO QUINTANA, CUJAS CANÇÕES etc. etc...

Ora, na manhã daquele dia, ao servir-me o café na cama, sia Benedita não podia ocultar o orgulho que lhe causava o seu hóspede e repetia: “Cujas canções, hein, cujas canções!” 

O seu maior respeito era devido, sem dúvida, à misteriosa palavra “cujas”.

(Mario Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 959.)********

Confesso que, por ocasião da escolha do nome deste meu projeto, Dicas da Diplomata, foi dolorosa a escolha deste nome. Não gostei e continuo sem simpatizar com ele. 

Pode passar a equivocada impressão de um plano superior ou qualquer besteira do gênero, pedantismo, como afirma Quintana – o que, infelizmente, é como alguns colegas da carreira, de nível hierárquico variado, se sentem ao terem o título de diplomata. Tenho certo nojo disso…

Penso assim: somos todos mortais, vamos ao banheiro fazer nossas necessidades igualzinho a todo mundo, desde a rainha britânica até o mais miserável vivendo a extrema pobreza – claro, este talvez não tenha o banheiro para ir! 

A grandeza deste ofício, a meu ver, está justamente no fato de servirmos ao Estado brasileiro, do que muito me orgulho. Não fosse isso, tenha a certeza de que estaria ganhando dinheiro na iniciativa privada. Visto a camisa. 

Quando chefiava o setor consular em Doha, quantas vezes deixava o aeroporto de madrugada resolvendo emergências consulares de cidadãos brasileiros, além de muitos outros casos, em vez de optar por mera deportação, o que seria mais simples e rápido para mim?…E com muito prazer fazia isso. O problema é que os poucos que “se acham” pelo fato de serem diplomatas, na verdade, não vestem a camisa, apenas têm a pose…enfim, este não é o espaço para discutirmos isso. Ainda bem que a maioria dos colegas não é assim…Na verdade é um mal que atinge qualquer categoria, certo? Brilhos e buscas pelo poder é algo oco, vazio de sentido, pois trata-se de características admiradas se lhe chegam naturalmente, não alicerçadas em vaidades, e, sim, resultantes de seu trabalho, dentro da humildade, reconhecendo que sem os demais da equipe nunca chegaremos onde queremos, assim acredito. 

Por mim, bastaria “Dicas da Claudia” ou “Dicas da Claudia Assaf”. O problema seria fazer o projeto decolar…como assim Dicas da Claudia??? Sinceramente falando, me diga: você clicaria num link chamado “Dicas da Claudia”??? Eu mesma jamais clicaria! Lido com meu tempo no nível superior, do sagrado. Não há espaço para desvios fúteis para clicar num link chamado “Dicas da Claudia”, pelamordedeus, jamais!

Como meu público alvo era o candidato tentando concursos em geral, o CACD especificamente, em especial, mas não a ele restrito, o aspirante que mal tem acesso à aula presencial, seja por ter problema financeiro, seja por morar distante das poucas capitais com curso preparatório, eu deveria escolher um nome que despertasse a curiosidade do internauta. No nome, deveria ter CACD, ou IRBr, ou Itamaraty ou diplomata, para facilitar as buscas no Google. Como só tenho “poder” sobre a última opção que listei – sou, de fato, diplomata, juridicamente falando –

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optei por Dicas da Diplomata, com o devido “disclaimer” de que o que digo aqui não é a voz do Itamaraty. Pronto! A Constituição Federal permite a liberdade de expressão. Estamos na lei.

Voltando ao Quintana…

Observe que ele admite ter se sentido bem, apesar de não gostar dessas vaidades trazidas pelos títulos que tem, quando sua camareira leu no jornal uma matéria que citava uma de suas obras. No texto, quando Mario Quintana cita o trecho da matéria lida pela camareira, ele apenas reproduz o iniciozinho, usando “etc.” para o restante, assim:

“(...) uma notícia que assim principiava, com a primeira linha impressa em letras maiúsculas: MÁRIO QUINTANA, CUJAS CANÇÕES etc. etc…”

Obviamente, a matéria continuaria. Você e eu sabemos bem que o pronome relativo CUJAS - com certeza absoluta - estava ali iniciando uma oração subordinada adjetiva explicativa, concorda?

De manhã, ao levar-lhe o café da manhã, a camareira repetia toda orgulhosa para o hóspede agora ilustre aos olhos dela: 

********“Cujas canções, hein, cujas canções!” ********

Para a camareira, aquela palavra, cujas, foi algo assim enigmático, motivo mesmo do sucesso da publicação daquela matéria. Isso foi reconhecido pelo próprio Quintana ao final do texto, quando conclui: “O seu maior respeito era devido, sem dúvida, à misteriosa palavra “cujas”.

Para a camareira, o CUJAS era visto até mesmo como um adjetivo, tipo, “bonitas canções”, por exemplo. Para ela, CUJAS CANÇÕES era o máximo, fosse lá o que aquilo significasse! 

Obviamente sabemos todos que o sentido de CUJAS no texto que a camareira havia lido com certeza era de um pronome relativo, introduzindo uma subordinada adjetiva explicativa, nada mais. 

O item da prova pedia para marcar C ou E para a seguinte afirmativa: ******************( ) Depreende-se do texto que a palavra “cujas” junto ao nome de Mario Quintana foi entendida pela camareira no sentido empregado no texto que ela lera.******************

Obviamente, item Errado. A camareira entendeu CUJAS de uma forma; o texto que ela lera, com certeza, usara o CUJAS como pronome relativo.

Confie no seu conhecimento ao resolver o TPS do dia 18!

Até a próxima dica! Boa quinta-feira!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 9/8 (dia Internacional dos Povos Indígenas): a dica de hoje é brevíssima, vai se valer de um trecho do texto “Cujas canções”, de Mario Quintana,

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que usamos ontem. Queria hoje chamar a sua atenção para o uso da locução

******EIS QUE******

Muitos usam EIS QUE como locução conjuntiva, como sinônimo de PORQUE, mas este uso é CONDENADO. 

Exemplo INADEQUADO:*******O projeto de inclusão das crianças africanas na escola não o logrou êxito esperado, eis que faltou financiamento.*******

A palavra EIS passa a ideia de algo repentino, introduz uma ideia que não era esperada naquele contexto. É isso que EIS transmite.

O item daquele TPS de 2006 afirmava que…

“( ) Na locução “eis que” (linhas10-11), a palavra “eis” perde não só o traço semântico de imprevisão, ou de ocorrência súbita, mas também sua equivalência com a forma veja”.

O trecho do texto era: “Quanto a mim, sempre fui de opinião que bastava o nome da pessoa, sem a vaidade de títulos secundários. Mas eis que a minha camareira fez-me cair em tentação”.

Observe que não podemos afirmar que o EIS nesta passagem perdeu seu papel de introduzir algo repentino ou imprevisto, mesmo porque esse é o papel do EIS: introduzir uma surpresa, algo não esperado. Dessa forma, temos muito ao contrário: Quintana afirmava que não gostava de associar títulos a nomes por se tratar de vaidades, mas, naquele momento em que a camareira faz o comentário, ele, INESPERADAMENTE, sentiu-se bem. Algo que não era previsível. Item Errado.

Muitos classificam o “EIS QUE” como uma locução adverbial de tempo; já outros classificam o EIS QUE como “expressão designativa”. 

Fato é que “EIS QUE” não desempenha papel de conjunção, não equivale a PORQUE.

Até a próxima dica! Boa sexta-feira!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 10/8 (sem efeméride): a dica de hoje é mais uma curiosidade do que uma dica propriamente dita. Vamos suor que a Banca peça para você redigir uma redação a respeito da tolerância religiosa ou temas afins, e você, lá pelas tantas, precisecitar os livros sagrados das três religiões monoteístas. Ao falar do Islã, você acha que a Bancairia preferir que você escrevesse…

******… o Alcorão ou o Corão?******

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Antes de responder, confesso que acordei hoje um pouco inspirada para falar acerca do idioma árabe. Talvez seja a saudade. Quando servia na Embaixada em Doha, no Estado do Catar, usava diariamente o idioma, redigia notas verbais para a Chancelaria catarense, praticava (e muito aprendia!) com nossos funcionários contratados locais, ao passo que, aqui, em Nova York, pouco uso o idioma. Apenas quando esbarro com colegas de missões árabes pelos corredores da ONU ou nos intervalos das rodadas de negociação consigo praticar um pouco, mas, como sabem, estou de licença maternidade…

Vocês sabem que grande parte das palavras em português que coeçam com “AL”derivam do árabe, certo? Por quê?

Porque “AL” é o artigo definido daquele idioma, e pode significar “o”, “a”, “os”, “as”, tal como o “the” em inglês significa também “o”, “a”, “os”, “as”. 

Outra curiosidade do artigo AL e que ele se apresenta como um prefixo do substantivo, algo tipo assim:

A CASA ⇒ ACASA (ALBAIT, se escrito em árabe).

Claro que, ao transcrevermos uma palavra árabe com os carcateres latinos, costumamos colocar um hífen, assim: AL-BAIT (=a casa), mas, se escrito em caracteres árabes, seria uma palavra só, ALBAIT, percebeu?

Quando falamos ALCORÃO, na verdade, tudo isso já significa “O CORÃO”, portanto, se você escrever “O ALCORÃO”, na verdade você está escrevendo “O O CORÃO”.

Resumo: se você tiver de escrever o nome do livro sagrado do Islã, prefira apenas “o Corão”. Não use “Alcorão”, combinado?

Por falar nisso, recomendo fortemente a leitura do livro do professor da USP Peter Demant intitulado “O mundo muçulmano”, da editora Contexto. Além de esclarecedor, lúcido e imparcial, Demant define termos que nós usamos como sinônimos, mas não o são, o que muito poderá também ajudá-lo na hora de redigir uma redação a respeito do tema. O termo “muçulmano” é fenômeno sociológico, portanto deverá se referir a pessoas somente (não podemos dizer “religião muçulmana”, mas, sim, comunidade muçulmana, indivíduo muçulmano etc.). O nome da religião é Islã. Já “islamismo”, para Demant, é o MOVIMENTO religioso usado para validar o Islã político. Muito interessante e esclarecedor o livro. Vale a pena para entender suas raízes e o porquê das controvérsias que gera no mundo de hoje.

Voltando ao idioma árabe…

Algumas palavras em português que não começam com AL também vêm diretamente do árabe, o que é bem curioso.

Isso porque as 28 letras do alfabeto árabe são divididas em dois grande grupos: 14 letras solares e 14 letras lunares.

A diferença entre elas baseia-se na fonética: as letras solares são bidentais (por exemplo, a letra “z”, que se chama zain, é uma letra solar, pois, ao pronunciarmos o “z” você encosta os seus dentes de cima com os debaixo, portanto pronúncia bidental), ou línguo-dental (por exemplo, a letra “t”, que se chama tá, é uma letra solar, pois, ao pronunciarmos o “t” você encosta sua língua nos seus dentes superiores, portanto pronúncia línguo-dental). As demais, como as bilabiais (como o “b”) ou as lábio-dentais (como “f”) são lunares.

Na prática para que o estudante de árae precisa saber da diferença entre as solares e as lunares? Por um simples motivo: é que o “L” do artigo “AL” não pode ser

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pronunciado se o “AL” estiver à frente de um substantivo iniciado por uma letra solar!

Por exemplo:Azeite em árabe é ZAIT. Observe que ZAIT inicia-se com uma letra solar, o “Z”.

Se eu quiser escrever, em árabe, “o azeite”, devo escrever assim:

*******ALZAIT*******Concorda?

Ora, quando for ler ou falar este teermo, apesar de escrito o “L” do artigo, eu não poderei pronunciá-lo, tendo portanto que falar assim: A(L)ZEIT ⇒ AZAIT

O que, em português, nos deu o nosso delicioso azeite.

O mesmo ocorre com azeitona, que, em árabe chamamos de ZAITUN. “A azeitona” seria “ALZAITUN”, mas, como “Z” é letra solar, não posso pronunciar o “L”, portanto “AZAITUN”, o que nos deu “azeitona”.

O mesmo ocorre com açúcar, que, em árabe dizemos apenas “SUKAR”. Se quisermos escrever “O AÇÚCAR” em árabe, teríamos “ALSUKAR”, mas, como “s” é uma letra bidental, portanto solar, o “L” do artigo não poderá ser pronunciado, isto é, “A(L)SUKAR” (ASUKAR).

Mais um exemplo…Hass, em árabe é alface. É que o “H” sofreu mudanças em sua pronúncia e se transformou em “F”. Por exemplo, a palavra refém em espanhol é rehen. Observe que esse “h”em português virou “f”. Em árabe, a palavra refém é “rahin”…Voltando ao alface...

“O alface” em árabe é “ALHASS”; com a mutação do “h” para “f” temos “alface”…mas, diferentemente do Corão, não poderemos cortar o “al” neste caso para falarmos somente “o face”, porque a palavra “alface” já está internalizada em nossa língua… Mas podemos falar, sim, “o Corão”.

Concluo dizendo o seguinte: quando eu decidi ir estudar a língua de meus avós na Universidade de Damasco, nos anos de 1993 e 1994, quando eu tinha 22 anos, largando tudo no Brasil, eu tomei essa decisão movida apenas pelo coração. Eu tinha tanta curiosidade de aprender fluentemente a língua impossível de meus já falecidos avós que tomei a decisão extrema…Confesso que, por muitas vezes, lá na Síria, longe de minhas praias do Rio, de minha vida que tanto amava, da família e dos amigos, perguntava-me o que eu fazia lá, se valeria a pena, para que aprender o árabe, que utilidade teria na minha vida…Mas logo deixava esses pensamentos racionais de lado e retornava ao que meu coração pedia, à emoção…Hoje, como diplomata, saber o idioma vem me abrindo um mundo novo na carreira. São bem interessantes as situações por que já passei pelo fato de saber o idioma em suas habilidades falada e escrita. Uma delas, inesquecível, foi quando na cerimônia de assinatura de seis tratados bilaterais Brasil-Catar, o cerimonial catarense esqueceu-se de providenciar o mestre de cerimônia que falasse português. Havia apenas o árabe. Obviamente o tradutor do PR Lula não poderia se ausentar nem por um segundo dele, que ficava o tempo todo ao lado do então Emir, Xeque Hamad bin Khalifa Al-Thani. Desespero formado, o diplomata júnior catarense, com quem tratei de todos os detalhes da visita de Estado, aproximou-se de mim, e, pedindo pelamordeAllah, que eu fizesse as vezes do mestre de cerimônias, traduzindo consecutivamente o que o meste em árabe apresentaria. Meu chefe, o Embaixador, estava na reunião fechada com o Presidente e o Emir, já todos restes a se aproximarem da sala de assinatura dos acordos, de modo que não houve tempo

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para eu pedir sua permissão. De novo, optei por ouvir meu coração e se tratava ali de uma ajuda ao colega catarense. Respirei fundo e disse, num belo árabe: claro, conte comigo! (cá entre nós, havia sido eu mesma quem trabalhou nos acordos durante os dois anos aneriores, e, por isso, sabia bem o nome oficial de todos eles em português, o que facilitou muito). As duas comitivas chegam, incluindo diversos Ministros de Estado e de repente tem início a cerimônia, eu de frente para o Lula e o Emir, algo que não ocorre com um mero Secretário. Enquanto o parceiro árabe iniciava a cerimônia, eu ali na frente do meu microfne e a seu lado, tive a coragem de olhar para meu Embaixador. Ele simplesmente piscou o olho para mim e sorriu, como se estivesse dizendo: capriche, xeica! (ele me chamava, e ainda me chama, de xeica)…Foi um dia inesqucível! Depois, o tradutor português-árabe-português do PR Lula disse-me que quando o PR Lula me viu ali no púlpito chegou a cutucar o Emir e falou: “viu, Emir, isso é a mulher brasileira, além de bonita, é diplomata e fala árabe…”…mal sabia ele que eu tremia da cabeça aos pés, hahaha!!!!

Já no banquete que o Emir ofereceu ao Lula, para o qual eu fui convidada, ao entrar o salão, todos de pé, silêncio fúnebre para receber os dois dignitários, eis que o Emir pára diante de mim e me pergunta, em árabe, onde eu havia aprendido o "belo árabe"...silêncio total no salão aguardando uma resposta minha...

Como eu fazia um cursinho na Qatar University de árabe avançado, eu respondi assim: Claro, Vossa Alteza, aprendi na Universidade do Catar!"...ele abriu largo sorriso e seguiu o cortejo...neste momento minha tremedeira estava no auge, meu Deus!!!! Mas foi tudo muito legal! Naqueles segundos entendi bem por que meu coração me dizia em 1993 e 1994 para estudar o árabe...

Até a próxima dica! Bom sábado a todos! Maa-salama! (=Tchau)

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 11/8 (dia dos Pais, dia da Televisão, dia do Advogado, dia do Estudante, dia do Garçom, dia da Consciência Nacional): a dica de hoje abordará um tema que você deve acertar por intuição, mas a partir de hoje deverá estar atento, caso sua intuição falhe. Trata-se de …

******CORRELAÇÃO VERBAL******

Tente detectar o problema do trecho abaixo:

“Se a ONU tivesse mais recursos, poderá atuar em novas regiões”.

A sua intuição e o seu ouvido indicam que há algo errado. 

O problema está no tempo verbal do verbo poder, futuro do presente do indicativo – poderá. Isso porque esse tempo verbal indica certeza ou grande probabilidade de acontecer, o que não é o caso. Quando afirmamos, antes, SE A ONU TIVESSE MAIS RECURSOS, temos o verbo TER conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo, modo da incerteza, da dúvida.

A frase deveria estar escrita assim:“Se a ONU tivesse mais recursos, PODERIA atuar em novas regiões”.

Agora sim, o verbo PODER conjugado no futuro do pretérito do indicativo, tempo usado para indicar incerteza, suposição, hipótese, condição, já que está

Page 201: Dicas Da Diplomata

correlacionado com o tempo do verbo TER – “tivesse”, pretérito imperfeito do SUBJUNTIVO, expressa hipótese.

“Casar” bem os tempos e os modos verbais dentro de seus períodos é fundamental. A ausência de correlação verbal na sua redação será penalizada. 

Para saber qual o tempo verbal deverá ser usado para correlacionar com o primeiro, idealmente estude o objetivo de cada tempo verbal, quando cada tempo deve ser utilizado. Decorar correlações não é a melhor maneira para bem correlacionar verbos.

Encontrei, na página eletrônica do UOL uma lista de correlações, mas decorar isso é pouco produtivo. Reproduzo a lista, a seguir, a título de conhecimento:

********************(Fonte: http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/correlacao-verbal.jhtm, acesso feito em 11/8/2013, às 8h30min)

“Correlações verbais corretasA seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são concordantes: 

> presente do indicativo + presente do subjuntivo: Exijo que você faça o dever. 

> pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:Exigi que ele fizesse o dever. 

> presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:Espero que ele tenha feito o dever. 

> pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do subjuntivo:Queria que ele tivesse feito o dever. 

> futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:Se você fizer o dever, eu ficarei feliz. 

> pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas. 

> pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo:Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas. 

> futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:Quando você fizer o dever, dormirei. 

> futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:Quando você fizer o dever, já terei dormido.”

********************

Idealmente, para não errar correlação verbal, recomendo o seguinte:

1. estude quando e com qual objetivo cada tempo verbal é usado, idem para o MODO. Por exemplo, o MODO SUBJUNTIVO expressa dúvida, incerteza; 

2. observe, constantemente, a correlação verbal nos textos que você lê: livros, jornais, revistas; e

3. esteja sempre atento(a) para a correlação verbal durante sua produção textual.

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É isso! Bom domingo a todos nós!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 12/8 (dia Nacional das Artes, dia Internacional da Juventude e dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e por Reforma Agrária): na dica de hoje vou abordar uma técnica que adotei para fazer o Teste de Pré-Seleção (TPS) do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) do ano em que fui finalmente aprovada. 

A ideia, na verdade, aplica-se ao estilo de prova Cespe, em que o candidato deverá analisar o item e marcar C, se considerar a afirmativa certa, ou E caso considere a afirmativa errada. O desafio está precisamente no fato de que, se o candidato errar uma marcação, o erro anulará um item correto. Por exemplo, em uma prova de cem questões, se você acertar cinquenta e errar cinquenta, sua nota será zero.

É que, mesmo já tendo estudado as matérias e me considerar pronta para avançar até a última fase do concurso, meu problema era o tal TPS. Eu não conseguia passar por ele!

Aqui teremos dois perfis de candidato: o primeiro é aquele que acaba de decidir estudar SERIAMENTE, FOCADO, para o concurso e, devido ao curtíssimo tempo em que vem se preparando, ainda não está na linha de frente para ser aprovado; e o outro perfil é daquele candidato que vem estudando focado há pelo menos um ano.

Para esta dica, refiro-me ao segundo caso somente, ao candidato que já vem estudando há mais tempo, mesmo porque, para o primeiro caso, fazer a prova é apenas uma técnica – e muito boa técnica – para conhecer a realidade da prova em si bem como a “atmosfera” do concurso, chegar cedo, ver como funciona a coisa, entender o comprotamento do fiscal, saber o que pode e o que não pode, para, dessa forma, no anoo seguinte, não ter surpresas.

Você que já vem se preparando há algum tempo para fazer a prova Cespe e não consegue obter a pontuação no TPS, é momento de rever a forma como vem analisando os itens.

Depois de minha última reprovação antes da aprovação, isto é, no CACD 2005, em que minha nota do TPS ficou abaixo da nota de corte por muito pouco, meio a toda decepção, um amigo fora do circuito CACD explicou-me uma técnica que conheceu com um professor com muita experiência em preparar candidatos a concursos públicos em geral.

Qual era o meu problema? Eu era muito rígida na análise do item. Se não soubesse com certeza absoluta, eu deixava o item em branco, para não arriscar ter um outro item, marcado corretamente, anulado. Dessa forma, deixava muitos itens em branco. 

Obviamente, entre aqueles que eu marcava achando estarem certos, eu errava alguns. Conclusão: minhas notas de TPS sempre aquém do corte!

Após três anos adotando a mesma técnica que não funcionava (2003, 2004 e 2005), sabia que era momento de mudar de estratégia, mas eu era refratária ao chute. A ideia de “chutar” não me agradava de jeito nenhum. Apenas sabia que deveria mudar de estratégia, ser menos conservadora, deixar menos itens em branco, sei lá. O que fazer exatamente eu não sabia, só sabia que deveria mudar a minha

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forma de encarar prova Cespe no que concernia à marcação dos itens tipo C e E.

Até que, em conversa informal com um amigo for a do circuito CACD, mas que vinha tentando outros concursos, sabendo do meu “drama-TPS”, explicou-me uma técnica bem interessante para fazer esse tipo de prova. Apliquei a técnica em 2006 sem medo, mesmo porque, como já relatei, aquele ano nem tentar a prova eu ia, pois estava priorizando a chegada de meu primogênito. Todo resto ficou pequeno demais frente àquela experiência da primeira gravidez.

Vamos ao que interessa, a tal técnica que me convenceu a marcar quase a prova toda, deixando pouquíssimos itens em branco (não mais de cinco a dez), sem que eu me incomodasse, pois não era chute!

******************A essência da técnica baseia-se na premissa de que o candidato que realmente estudou, após a primeiríssima leitura do item, ele certamente terá uma opinião, ainda que intuitiva, se o item será C ou E. Essa primeiríssima opinião a respeito do item, mesmo que intuitiva, que o candidato que estudou teve, muito provavelmente estará de acordo com o gabarito. Mesmo que não esteja, vale a pena marcar de acordo com esta intuição inicial, porque o resultado líquido de todas os itens em que você estava com dúvida será positivo.******************

Significa o seguinte: a gente lê o item pela primeira vez e sentimos intuitivamente se ele está certo ou errado. Se você tiver certeza absoluta, tudo bem, marque logo C ou E, mas se não tiver certeza, dê atenção máima àquela primeira intuição.

Em outros termos, se a certeza não acontecer, certamente, você que vem estudando há algum tempo, sentirá algo na alma, se é C ou E. Esse sentimento só ocorre naquela fração de segundos logo após a PRIMEIRA leitura do item.

**************Tão logo você sinta isso naquele flash de segundos, anote ao ladinho da questão se marcaria C ou E, usando algo como “mC” ou “mE”, para “marcaria Certo” ou “marcaria Errado”.**************

Isso deve ser feito imediatamente após a leitura. Isso porque, após lermos o item pela segunda, terceira e centésima vez, começamos a ter quinhentas dúvidas, o que me levava a deixar o item em branco no passado – o que não é competitivo.

A essência dessa dica é a seguinte: mesmo que sua intuição esteja errada, no geral, entre todos os itens mC e mE, o resultado líquido para o candidato que estudou será POSITIVO.

Por exemplo, vamos supor que haja trinta itens cujas respostsa você, que vem estudando focado, não tenha muita certeza, mas, após a primeira leitura, anotou ao lado mC ou mE. Feito isso, analise um pouco mais o item. Pode ser que você perceba a pegadinha ou passe a ter certeza. Excelente. Mas meu ponto aqui é para os casos que, mesmo após várias leituras, você não consegue de jeito nenhum se decidir se o item é C ou E. NESSE CASO, e somente nesse caso de DÚVIDA, marque o cartão seguindo a sua intuição inicial: se tiver marcado mC, marque C no cartão resposta; se tiver marcado mE, marque E no cartão resposta. Neste esquema, das trinta, você terá errado, no máximo, umas dez e acertado vinte, o que significa uma pontuação líquida positiva de dez pontos. Na pior das hipóteses, mesmo que você erre catorze e acerte 15, você terá o resultado líquido de um ponto. 

*********Fato é que, para o candidato que vem realmente estudando focado, das trinta questões, ele não errará mais que quinze se seguir sua intuição inicial.

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*********

Essa pontuação líquida positiva se somará a sua pontuação das demais questões que você havia marcado com certeza total ou quase isso, o que lhe dará grande chance de obter uma nota acima do corte. Lembre-se de que, mesmo as questões que vc pensava ter certeza, errará algumas. É por isso que esse saldo positivo de suas questões em que havia dúvida será DECISIVO!

Repito que essa técnica funcionará APENAS para o candidato que já vem estudando há pelo menos um ou dois anos. O candidato que começou a estudar muito recentemente não conseguirá ter uma intuição apurada.

Po fim, obviamente é para deixar e branco apenas as questões cujo tema realmente é de total desconhecimento do candidato, entretanto, para o candidato que vem estudando há algum tempo, todos os temas abordados na prova com certeza em algum momento já foi por ele estudado. 

*************Isso porque há uma diferença IMENSA entre ter dúvida e não saber.*************

*************Na dúvida⇒ marque a questão segundo sua intuição;Se não souber mesmo ⇒ deixe em branco.*************

No CACD 2006, ano de minha aprovação e primeira vez em que adotei a técnica descrita acima, minha nota do TPS foi quatro pontos acima da nota de corte, o que é bastante na minha opinião. Quem está na luta para passar no TPS sabe bem que quatro pontos acima do corte é uma boa nota. Quando saiu o gabarito, fiz um levantamento de todos os meus itens que marquei com “m” (mC ou mE) e, de fato, tive um resultado líquido de +12!!!

O problema da prova do tipo Cespe é que, para o candidato que já estudou muito, ele torna-se uma pessoa crítica demais, e tende a discordar com todas as afirmativas. Pegue leve! Não seja tão rígido! Siga sua intuição primeira no momento da dúvida. Se a dúvida permanecer, opte por marcar o que sua intuição inicial suspirou a seu ouvido! 

Observo que, com relação às poucas questões de múltipla-escolha (marcar uma única opção entre cinco), na dúvida, vale a antiga técnica “por eliminação”. 

Procurando na internet, encontrei um professor chamado Rodrigo Menezes explicando uma técnica extremamente parecida com a que descrevi acima com relação à prova Cespe de marcação C ou E. Vale a pena dar uma olhada na explicação dele, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=2hzp95bt0mkTente praticar a técnica em uma prova que você ainda não tenha feito. Após verificar o gabarito, confira o fato de que você obteve pontuação líquida positiva nos itens que você assinalou ao ladinho da questão mC ou mE.

É isso! Boa segunda-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

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Dica de hoje, 13/8 (dia do Economista, dia dos Encarcerados e dia do Canhoto): a dica de hoje é uma pergunta. Quero saber se você está atento para um detalhe que poderá ser o diferencial entre duas pessoas que vêm estudando de forma parecida, diariamente resolvendo provas passadas, lendo na gramática a mesma matéria pela centésima vez etc. O que você poderia fazer de diferente para ir além? 

Fato é que faltam apenas cinco dias para o início da prova do CACD-2013, cuja primeira fase é o Teste de Pré-Seleção (TPS), prova estilo Cespe contendo itens C/E e questões objetivas que definirá quem poderá entrar no concurso propriamente dito. O TPS é um “filtro” que seleciona quem de fato prestará o concurso, tanto assim que sua nota de TPS nem é utilizada para a pontuação final. Se é justo ou não, aí é uma outra discussão. Eu, pessoalmente,, tenho minhas dúvidas se é o melhor mecanismo, pois por alguns anos eu fiquei privada de mostrar meu conhecimento porque eu não conseguia passar pelo crivo do TPS, o que, nem sempre, mede o conhecimento, mas, sim, a capacidade do candidato em saber detectar pegadinhas e afins. Ao mesmo tempo em que eu também concordo que algum critério deve haver, caso contrário seria humanamente difícil corrigir, com a mesma qualidade, milhares de provas. 

A dica é simples. Pergunto:

********Você já leu o Edital do seu concurso?********

A leitura do Edital é de extrema importância, tanto a parte das regras gerais e dos cronogramas quanto, em especial, o conteúdo programático de cada matéria.

Vamos dar um exemplo. Se você já leu o Edital do CACD-2013, terá visto o programa de Lígua Portuguesa referente à primeira e à segunda fase. O item 2 do programa enumera os pontos a serem cobrados com relação à LEITURA e à PRDUÇÃO DE TEXTOS. 

Leitura nos lembra muito o TPS. Isso porque as questões de português do TPS e de qualquer outra prova estilo Cespe são elaboradas com base no texto apresentado na prova. Cada TPS tem de três a cinco textos curtos, porém não tão simples. Requer do candidato capacidade aguçada de leitura com vistas à análise semântica e sintática de alto nível. 

Voltando ao item 2 do Edital do CACD 2013…Vamos exemplificar…

O subitem 2.2, por exemplo, demanda do candidato conhecimentos de linguística, literatura e estilística, entre eles algo que o Edital chamou de FUNÇÕES DA LINGUAGEM.

Pergunto: você sabe explicar quais são as funções da linguagem? Caso positivo, excelente, mas caso nunca tenha ouvido falar ainda tem cinco dias antes do TPS para aprender! Trata-se de funções que têm cada uma seu nome específico e que, se você não conhecê-los, não será capaz de marcar C ou E caso seja cobrado na prova do dia 18.

Por exemplo, no TPS, o examinador poderá cobrar do candidato se determinado trecho foi elaborado com base na função referencial. 

O que você faria? Deixaria em branco por não saber o que significa “função referencial”? Bem, esta não é a solução de quem buscou estudar dentro da genialidade, além de excelência.

Ao estudar as funções da linguagem você aprenderá que a função referencial é um outro nome dado à função denotativa, quando a informação é transmitida de forma

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objetiva, impessoal. É também chamada de função denotativa.

Ao todo são seis as funções da linguagem.

Quando aquelas questões Cespe perguntam se houve problema de estilo e muitos candidatos reclamam que não sabem resolver ou avaliar o que a Banca pensa, na verdade a Banca não inventa a análise da cabeça dela! Nada disso! Ela baseia-se em estudos acadêmicos. Há excelentes livros de estilística na praça. Lê-los, compreendendo o que o autor diz, exige tempo. Caberia ver no guia de estudos qual é o livro de estilística indicado. Eu estudei estilística para o concurso por meio de dois livros, ambos parte da bibliografia do CACD da década de 1990. São eles (não sei se ainda existem, mas eu os tenho até hoje e sempre os consulto):

1. “Estilística da Língua Portuguesa”, de Manoel Rodrigues Lapa; e

2. “Usos da Linguagem”, de Francis Vanoye.

Inicialmente você poderá achar a leitura de livros como esses “um saco”. Tente relaxar e conscientize-se da importância em ler e fichar um livro de estilística e de uso da linguagem. Com o passar do tempo você compreenderá cada vez mais por que a Banca perguntou o que perguntou. É muito emocionante ler uma questão durante a prova e detectar na questão exatamente a matéria dentro da estilística a que a Banca se refere. Poderá lhe render pontos preciosos, em especial naqueles itens cabeludos de interpretação, inferências etc. com base naqueles textos que caem na prova Cespe. 

O ouro pode estar escondido em livros deste tipo. Poucos os lêem; ainda menos candidatos ainda os ficham. Poderá parecer perda de tempo, mas, acredite em mim, é um degrau necessário rumo à genialidade e ao domínio da Língua Portuguesa. Como já disse antes, passar em concurso considerado difícil é processo de longo prazo para que o candidato assimile o que de fato é cobrado. 

Não existe nada difícil. Se você desconhece algo e lhe perguntam sobre isso, obviamente será difícil! Como também já exemplifiquei aqui: pergunte a uma criança de 3 ou 4 anos quanto dá dois mais dois. Dificílimo PARA ELA, cuja mente ainda não está PROGRAMADA para responder aquela questão. Você deverá fazer o mesmo para conseguir responder bem às questões do seu concurso dos sonhos: PROGRAMAR sua mente de modo que você conheça o que lhe perguntam.Essa programação requer tempo. Uma vez assimilado o conhecimento, você não achará a prova difícil. É por isso que não gosto desta palavra “difícil”, porque trata-se de conceito relativo. O que é difícil para o cérebro despreparado é fácil para o cérebro que investiu tempo e esforço em determinado conhecimento, tudo de acordo com seu nível intelectual e preparação para determinado conhecimento.

Eu, por exemplo, de nada me adiantará ler um livro inteiro, fichando-o, acerca da Teoria Quântica. Isso porque eu deveria, antes, ler outros temas mais elementares que me levariam a compreensão plena do referido livro. O mesmo você deverá fazer. Não se compare com o colega do cursinho ou, se for autodidata, com outros colegas. Compare-se consigo, o que você precisa saber para dar mais um passo rumo à genialidade.

Como sabem, comecei a estudar, em 2003, do zero para o CACD. Havia me formado em 1991 em Matemática na UFRJ e em seguida havia feito uma pós em Análise de Sistemas na PUC/RJ. Em suma, eu não estudava havia pelo menos dez anos (na décda de 1990 fui estudar arabe na Síria, como sabem, e, em seguida, ingressei na aviação com sede no Golfo Pérsico, voando por quase oito anos) e, antes disso, estudava apenas temas afetos à area de Exatas. Como passar no CACD, concurso focado em Humanas, diante deste pano de fundo???

Simples: um passinho minúsculo de cada vez. De nada me adiantaria frequentar um

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curso avançado de História, por exemplo, se não me lembrava da Revolução Francesa, senão o nome apenas! A minha primeiríssima estratégia foi ingressar em cursinho pré-vestibular intensivo, “puxando” apenas História (Brasil e Mundial) e Geografia. Com essa base pronta, aí sim, pude encarar Milton Santos, José Murilo de Carvalho etc., percebeu? O que era “difícil” passava a fazer sentido na minha cabeça. Por que eu iria começar a estudar como os demais colegas já em fase avançada se eu não sabia o básico??? Compare-se sempre com você mesmo(a) e dê um passo de cada vez.

Isso tudo é para dizer de cadeira o seguinte: invista no estudo da linguagem, não só da gramática. Quem sabe este é o obstáculo que você não sabia existir, mas que você precisa superar em seus estudos da Língua Portuguesa para ingressar na genialidade, eliminando de uma vez por todas o temor que todos nós um dia já sentimos da prova de português objetiva do Cespe, em especial por causa das perguntas de interpretação.

Ao longo de seu estudo de estilística e uso da linguagem, tente encontrar questões de provas anteriores que dialoguem com o tema.

Por fim, a leitura de livros como esses deve ser feita sequencialmente, capítulo por capítulo, por mais fácil que alguma explicação possa lhe parecer. É que, mais adiante, o autor fará uso de algum raciocínio elementar já apresentado anteriormente para explicar uma elaboração um pouco mais avançada.

É isso! Boa terça-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 14/8 (dia do Protesto, dia da Unidade Humana): queridos internautas que diariamente me visitam, hoje acordei um pouco tarde, a Yasmin não deu trégua esta madrugada! Eu penso a dica de manhãzinha, tipo 5h da manhã, e ela vai nascendo, devagarzinho…Já são quase 11h aí no Brasil, a minha “minitropa”, de férias, todos já acordados a minha volta, em suma, desculpo-me porque não tenho condições de escrever hoje.

Poderia inventar algo bobo, rápido, mas não consigo. Sempre fui honesta com vocês, não seria diferente hoje, mesmo porque vocês já se tornaram meus confidentes! Sei que entenderão.

Soma-se a isso, admito, hoje é aquele dia pelo qual todos nós esperamos o ano inteiro, em especial quando se é mais jovem – o que não parece ser mais o meu caso. Já entrei para o clube dos “enta” há dois anos. Sou do grupo contrário: ao mesmo tempo em que torcemos pela chegada deste dia, também torcemos para que não chegue tão rápido. Mas chegou bem rápido este ano: hoje, 14/8/2013, completo 42 anos de idade.

Quando eu era adolescente, mal iniciava o ano, eu já falava que tinha a idade que faria naquele ano. Por exemplo: se eu fosse completar 14 anos em agosto, quando o referido ano iniciava, desde janeiro, eu já falava que tinha 14! Jamais falaria que tinha 13! Não sei, parece que nos dava mais poder meio aos amigos.

Hoje, ao contrário, até dezembro falarei que tenho 41, hahaha! A ficha cairá em janeiro próximo.

Ao mesmo tempo, se olharmos para trás, são tantas coisas que fizemos nesses brevíssimos 42 anos: conquistas, decepções, voltas por cima. Se eu fosse fazer um

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balanço, não me arrependo de nada do que fiz até hoje. Talvez estaria arrependida de não ter feito algo e, dessa forma, estaria hoje pensando assim: 

- como teria sido se eu tivesse aceitado o meu primeiro emprego aos 17 anos como professora de programação Pascal, Fortran, Cobol, Basic etc. no IBPI, salário mínimo e um tíquete refeição que precisava completar com uns cruzados-novos para dar para pagar uma coca e uma coxinha? 

- Como teria sido se eu tivesse tentado a prova da IBM para apenas uma vaga com aqueles meus amigos informáticos nerds da UFRJ competindo comigo? 

- Como teria sido se eu tivesse ido para a Síria aprender árabe? 

- Como teria sido se eu tivesse aceitado o emprego na aviação e adiado meu retorno ao Brasil, de que tanto tinha saudades?

- Posteriormente, como teria sido se eu tivesse decidido largar a aviação e retornado ao Brasil? 

- Como teria sido se eu tivesse estudado jornalismo? 

- Como teria sido se eu tivesse decidido estudar focada para o CACD? Será que eu teria passado?

Pelo menos, hoje, aos 42 anos, quando provavelmente viverei menos do que já vivi, não preciso me fazer essas perguntas. Isso porque em cada momento daqueles eu decidi ouvir meu coração, arcar com as consequências, e ver para crer. 

Quando era aluna do Instituto Brasileiro de Pesquisa em Informática (IBPI), final da década de 1980, aos 16 e 17 anos, minha tia Carmelia presenteou-me com um CP-500 da Prológica e a impressora matricial da mesma marca (quem tiver mais de uns 35 anos sabe do que falo). Jamais vou me esquecer da cena ao ver o equipamento no meu quarto. Ainda com 17 anos, sem professores para iniciar um módulo para principiantes, o diretor do IBPI convidou-me para ser a professora, por recomendação do meu professor de Cobol. O diretor, cético, deu um crédito a meu professor, e eu, ainda em dúvida se poderia aceitar o desafio de dar aula para pessoas de terno e mulheres executivas, sem ganhar quase nada para isso, decidi aceitar e as aulas foram um sucesso. No período seguinte, dois meses depois, o diretor me deu seis turmas!!! Mas ao mesmo salário e mesmo tíquete-refeição…Em dois anos consegui um estágio na Exxon-Brasil e deixei o IBPI.

Graduei-me na UFRJ em 1991, mas a Exxon não contrataria nenhum dos estagiários. Até que eu soube, pelo mural da faculdade, que a IBM contrataria. Era uma vaga. Obviamente todos os "nerds" informáticos tentariam. Cabe aqui uma explicação: na década de 1980, a informática virava uma febre. É como o advento da internet mais adiante. Uma febre. A UFRJ oferecia um novo curso de graduação chamado “Matemática modalidade informática” – era mais concorrido do que Medicina, curso bem competitivo então. Minha primeira opção, obviamente, foi o tal “Matemática modalidade informática”, e, segunda opção, Matemática pura. Infelizmente, por poucos pontos, só passei para a segunda opção, Matemática pura. Caso três candidatos desistissem da Matemática modalidade informática eu conseguiria a vaga na reclassificação, o que não ocorreu. Também havia passado para engenharia na Uerj, mas eu amava matemática e o curso de engenharia nada tinha a ver comigo. Decidi pela Matemática pura na UFRJ. 

Voltando à IBM…no dia da prova, aqueles colegas super nerds da Matemática modalidade informática, sabiam TUDO de informática, estavam em peso na IBM. Pensei: o que eu estou fazendo aqui? Claro que não vou passar! Iniciou a prova. Temas cobrados: transformação linear, cálculo numérico, matrizes - ou seja, matemática pura!!! Muitas questões, vocês não estão entendendo! Tudo para ser

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resolvido em pouquíssimo tempo…Bem, eu era monitora dos periodos iniciantes da matemática e tirei de letra! A vaga foi minha e trabalhei dois anos na IBM como Analista. Se eu tivesse desistido de tentar por causa dos nerds, não teria vivido aqueles dois anos em que muito aprendi naquela empresa top de linha à época.

Até que o consulado sírio aprovou meu pedido feito havia mais de um ano para estudar árabe na Universidade de Damasco. Agora, eu, com empregaço na IBM, com 22 para 23 anos, solteira, tinha de decidir: largar tudo e ir para Síria ou fazer carreira na IBM??? Uma semana inteira quase sem dormir pensando o que decidir…O racional dizia: “claro, Claudia, fica na IBM, vc está maluca em pensar ir para o outro lado do mundo, para o desconhecido, aprender um idioma que jamais vai usar na vida???”. O emocional, por suavez, dizia: “gente do céu, imagina eu conseguir falar árabe fluentemente, língua de meus falecidos avós??? Imagina isso??? Imagina entender aqueles textos em árabe??? Algo impossível!!! Seria o máximo!!!”. 

Vocês sabem bem o que eu decidi, a decepção inicial ao chegar lá, dado meu extremo etnocentrismo de então, até que comecei a compreender um outro mundo que desconhecia. Passados dois anos, falava e escrevia fluentemente o árabe, mas foram anos difíceis. Morava em cidade universitária (não queiram saber as condições, tipo banheiro turco e agua quente só uma vez na semana no inverno, por exemplo!), numa imersão diária, por horas, naquele idioma. 

Uma cena me marcou muito: lembro-me bem de que as meninas sírias que moravam no meu cubículo quarto ouviam a notícia do radinho de pilha velhíssimo que tinham. Eu não entendia NADA!!! Era 2/maio/1994, uma segunda-feira. Eu me arrumava cedo de manhã para mais um longo dia intensivo de aulas na Universidade de Damasco, instituto de língua árabe para estrangeiros. Eu entendia só uma coisa do que o locutor dizia: Ayrton Senna para cá, Ayrton Senna prá lá, em um país onde, à época, não se noticiava quase nada do que se passava no exterior. Eu fui aquela adolescente que amava o Ayrton Senna. Para terem ideia, colecionava num caderno suas fotos etc. Eu perguntei por gestos, meu árabe ainda muito precário então às meninas o que falavam do Ayrton Senna (nem “yes” elas entendiam em inglês, juro!). A comunicação no início era à base do gesto); perguntei: “Ayrton Senna, brazilii, ma hadatha???” (=Ayrton Senna, brasileiro, o que aconteceu???). Elas respondiam e eu não entendia ou não queria entender. Até que a Maha, síria de Tartus, muito boa para mim, fez um gesto passando a mão no próprio pescoço, como que se degolando e deixando cair a cabeça, como morta. Eu repetia, já chorando: “musstahil, habibati!” (= impossível, minha querida!). E elas respondiam “aquid, habibati, mia’ fil mia’!” (= com certeza, querida, 100%). Fui correndo para o centro da cidade, matei a aula, para poder fazer uma ligação para o Brasil, onde era madrugada de domingo para segunda e me confirmaram a notícia. Pedi que gravassem no vídeo cassete que tinha na casa de uma tia todas as reportagens, que recortassem as matérias do funeral. Internet não havia, pelo menos não na Síria de então. Cerca de dois meses depois recebia o material em Damasco e pude viver o luto!

Ao término do curso na Síria, não via a hora de retornar ao Brasil, mas uma oportunidade de emprego – aeromoça na empresa Gulf Air – mais uma vez me deixou sem dormir. Seria sediada no Bareine, Golfo Pérsico, voaria o mundo, o que jamais poderia fazer por conta própria, e ainda seria paga para isso. Pensei assim: vou aceitar a proposta e voarei por um ano, consolidarei meu árabe e, em seguida, retornarei para o Brasil. Só que, o que seria um ano, virou quase oito anos. Voei de final de 1994 até 2001, conheci muitos países, pude contrastar a pobreza extrema de Dhaka, por exemplo, com a riqueza das ferraris a cada esquina no Golfo, onde eu morava, com a luxúria do distrito vermelho de Amsterdã, quando mulheres na vitrine alugavam o próprio corpo…minha cabeça parecia que ia dar nó. 

Interessante observar que, a cada país a que chegava, eu visitava a embaixada brasileira para ficar lendo jornais na recepção. Um dia pensei: seria bem legal trabalhar numa embaixada, para meu país e, ao mesmo tempo, viajando o mundo…

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Um dia pedi para ser atendida pelo Embaixador do Brasil em Abu Dhabi, num desses meus pernoites nos Emirados Árabes Unidos. Era final de 1995. Perguntei para o Embaixador Cyro Cardoso o que eu deveria fazer para ter a mesma profissão dele. Foi quando, pela primeira vez, ouvi falar em Instituro Rio Branco (IRBr). Perguntei se bastaria o inglês e o árabe que eu já falava. Ele, um tanto sem graça, afirmou que precisaria um pouco mais que isso. Como haveria um concurso em breve, e as inscrições poderiam ser feitas na Embaixada mesmo, decidi tentar em 1996 e perguntei a ele se eu passaria. Tadinho: ele já totalmente sem graça diante de uma cidadã que nem sabia o que era IRBr, perguntando-lhe se teria chances de passar. 

O Embaixador Cyro, muito diplomaticamente, respondeu: será bom para você conhecer o concurso e, quem sabe, depois continua tentando. 

Marquei minhas férias para coincidir com a prova do CACD-1996, no Rio de Janeiro. Coitada de mim, quanta inocência! 

Ao deparar com a prova, não entendi NADA! Esperei passar a meia hora obrigatória e parti, esquecendo essa ideia maluca, afinal seria impossível para mim…árabe era mais fácil, pensei!

Findas as férias, retornei para o Golfo para continuar voando. Até que, em 2002, decidi retornar ao Brasil de vez para dar início a alguma carreira. A saudade de viver no Brasil já estava insuportável e voar não era mais novidade. Nenhum país dos mais de cinquenta destinos da empresa me era novidade. Pensei no jornalismo, sonho antigo.

Chegando de vez ao Brasil, fiz um curso sequencial de curta duração de jornalismo, concluído em final de 2002 e atuei por um tempo na Redação da CNT-Gazeta canal 9 do Rio. Gostava dos meus colegas, do local, mas minhas chances ali de crescer na carreira eram nulas. A sede era em Curitiba, e, apesar de gostarem do meu trabalho, não teria chances, não haveria um cargo a almejar. Tentei colocar currículo em outros jornais e emissoras, mas, sem conhecer ninguém nessa área, era impossível. O currículo era colocado num caixote que ficava na recepção dessas empresas…Eu acho que era tudo vendido para os açougueiros embrulhar carne, hahaha!!! Nunca me chamaram…

Até que um belo dia acordei com aquela inspiração e pensei: chega! vou ser igual àquele embaixador Cyro Cardoso, de Abu Dhabi. Informei-me no Palácio Itamaraty o que fazer para estudar, recebi umas orientações acerca de professores que preparavam os candidatos no Rio de Janeiro e investi o que tinha e o que não tinha neste preparatório. Era 2003 e pensei: tentarei até 2009. Comecei do zero, pegando leve. Pré-vestibular de história e geografia e uma nova graduação, desta vez Relações Internacinais, foram duas de várias estratégias que adotei. 

Consegui passar em 2006, como muitos de vocês já sabem. Quando já estava familiarizada com a rotina da carreira, pensei: é momento de tentar contato com o Embaixador Cyro Cardoso para ver se ele se lembraria de mim, aquela aeromoça que o visitou uma vez em Abu Dhabi para perguntar sobre a carreira dele, e inofrmar que eu havia conseguido o impossível, que agora era sua colega de trabalho…Não via a hora para dar-lhe a notícia! Ao digitar seu nome no nosso sistema de rede interna para saber onde ele estaria para poder ligar, infelizmente o sistema friamente me deu o seguinte resutado: 

Cyro Gabriel do Espirito Santo CardosoDiplomata – InativoFalecidos

Tive acesso a seu currículo e vi que nascera em 1930. Em 1950 fez a Escola Preparatória de Cadetes, ingressou no Itamaraty em 1952, como arquivista, para,

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em 1957, ser aprovado, ingressando na carreira diplomática. Currículo muito extenso, mostrando todos os Postos do Serviço Exterior brasileiro onde já tinha servido, belíssima carreira. Procurei a data em que ele havia servido em Abu Dhabi e, de fato, estava lá no sitema o início de sua missão nos Emirados, em junho de 1995: 

17/06/1995: Embaixador na Embaixada em Abu Dhabi. 

Dizia ainda algo como: jurisdição cumulativa com a Embaixada no Catar a partir de 1996. 

(cumulatividade se dá quando ainda não existe embaixada em um país, aí a embaixada mais próxima acumula a jurisdição do país sem embaixada. Não havia àquela época embaixada do Brasil no Catar, e, por isso, as tarefas do Embaixador Cyro incluíam também temas afetos às relações Brasil-Catar).

Quem diria, ele acumulava a jurisdição do Catar, então sem embaixada brasileira e que viria a ser meu primeiro Posto no exterior.

Ufa, não previa fazer todo esse relato, inspirada pela minha 42ª primavera, mas está feito. Sei que quem está se preparando para o dia 18 certamente não chegará até esta linha, pois está estudando, mesmo outros talvez não cheguem até aqui, afinal é minha vida pessoal, nada interessa a ninguém e muitos talvez não queiram perder seu tempo lendo isso...

Mas se você chegou ate aqui, digo que o propósito talvez de dizer tudo isso seja o de mais uma vez reafirmar a mensagem de que, se você seguir seu coração, sem sistematizar ou planejar muito cada cena da sua vida, deixando–a fluir ao ritmo do que você genuinamente desejar, até o que você jamais havia planejado acontecerá! Principalmente você que tem menos de 30 anos, para você que é adolescente e acredita, como eu acreditava, que ter uma idade 40 plus jamais aconteceria comigo, esse dia chega, e nossa mente é tão jovem quanto antes. Parece que foi ontem quando completei a emblemática idade de 15 anos…

Siga sua intuição, com responsabilidade, que o resto lhe chegará. Todas as fases temos objetivos. Eu tenho alguns e divido um mais imediato com vocês. Meu objetivo extremamete desafiante atual é o seguinte: conseguir baixar de 81,5kg ao meu peso original de 63kg, de antes da gravidez. Comecei hoje uma programação balanceada que até mesmo ajudará na produção de leite de qualidade para a amamentação da Yasmin. Meu deadline para alcançar a meta é antes de 2014 chegar! Dicas são bem-vindas! Só não me digam, please, que amamentar emagrece. Emagrece um mínimo, não emagrece quase vinte quilos, não restabelece um corpo, um beachbody! 

Wish me luck!

É isso! Boa quarta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 15/8 (dia do Solteiro): na dica de hoje vou comentar um item da prova do TPS do CACD de 2010. Trata-se de uma dúvida interessante de um internauta que poderá ajudar a conhecermos um pouco mais a Banca.

A questão pedia:“Acerca do vocabulário e das estruturas linguísticas empregados no texto II, julgue

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C ou E.”

O item era assim:

"( ) O período iniciado na linha 14 está na ordem indireta, como demonstra, por exemplo, a antecipação da oração “de criar a menor representação das coisas”, a qual exerce a função de complemento do nome 'privado'".

O trecho do texto, de Joaquim Nabuco, a que o item se referia era:

********** " 'O artista — disse Novalis — deve querer e poder representar tudo'. Dessa faculdade de representar, de criar a menor representação das coisas — quanto mais uma realidade mais alta do que a realidade, como queria Goethe — fui inteiramente privado”.********** 

O que fazer? É fundamental manter a calma, respirar fundo e confiar no seu conhecimento.

Eu resolvo uma questão dessa assim: primeiro, eu corto a gordura extra do texto (principlamente em tempo de dietas!) e foco no que o item pede.

********** “ 'O artista deve querer e poder representar tudo'. Dessa faculdade de representar, de criar a menor representação das coisas fui inteiramente privado”.**********

Vamos focar só no que realmente importa:********** “ Dessa faculdade de representar, de criar a menor representação das coisas fui inteiramente privado.**********

Agora, vamos fazer a ligação dos termos, colocando o trecho na ordem direta (sujeito, verbo, complemento):*************(Eu) fui inteiramente privado dessa faculdade de representar, de criar a menor representação das coisas.*************

Quem é privado é privado DE ALGO.

Portanto, Nabuco foi privado DA faculdade de representar. 

O trecho “de criar a menor representação da coisa”, por paralelismo, complementa a palavra FACULDADE, isto é, FACULDADE de criar a menor representação da coisa”. Observe que NÃO se trata de “fui PRIVADO de criar a menor representação da coisa”. 

Como assim paralelismo???FACULDADE DE <VERBO>!!!!

- faculdade de REPRESENTAR; portanto, por paralelismo, temos faculdade de CRIAR.

O “de criar (…)” complementa FACULDADE; não complementa PRIVADO.

Ou seja, “de criar a menor representação da coisa” é complemento da palavra FACULDADE, assim eu analiso. Quem me dá esta certeza é o paralelismo sintático

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(veja dica a este respeito). 

*************BONS TEXTOS NÃO TÊM PARALELISMOS QUEBRADOS. *************

Voltemos à afirmativa:***********( ) O período iniciado na linha 14 está na ordem indireta, como demonstra, por exemplo, a antecipação da oração “de criar a menor representação das coisas” (R.15), a qual exerce a função de complemento do nome “privado” (R.17).************Observe que o primeiro trecho da afirmativa, que diz que o período está na ordem indireta, está muito bem, afinal, o trecho, de fato, está na ordem indireta; entretanto, o motivo de estar na ordem indireta não é aquele descrito pela Banca logo em seguida. Item Errado.

A parte inicial da afirmativa está correta, mas a justificativa está errada, portanto o item está ERRADO!

É que a Banca explicou que a ordem indireta se justificava pela antecipacão do termo “de criar a menor (…)”, quando, na verdade, está na ordem indireta porque antecipou o termo “Dessa faculdade de representar”.

Leia com calma a explicação acima. Observe que o pulo do gato para resolver a questão foi PARALELISMO, que me fez ter a certeza de que o trecho “de criar…” complementava a palavra FACULDADE, não PRIVADO.

Dica colateral de hoje: não se deixe levar pelo canto da sereia, isto é, um item que começa bem certinho, mas, ao final, apresenta uma justificativa nada a ver. Confie no seu conhecimento, leia atentamente o trecho a ser analisado, observando com muita atenção a que cada palavra se refere. Não se assuste com a floresta; conheça cada árvore e como elas se relacionam, e, dessa forma, qualquer trecho a princípio obscuro torna-se claro como a água. 

Um bom exercício para entender o que um texto quis dizer, mesmo na ordem indireta sabe qual é??? Faça a análise sintática do HINO NACIONAL BRASILEIRO. Quando não conseguir analisar, aí sim, busque no Google. É um excelente exercício, veja:

"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante (…)".

Vamos colocar o trecho acima na ordem direta, sabendo que Ipiranga é o nome de um rio:

As margens plácidas do (rio) Ipiranga ouviram o brado (=grito) retumbante de um povo heroico.Perceberam? 

Esse é o pulo do gato para resolver essas questões de estrutura linguística da prova Cespe:

1. não tenha medo do item, confiando no seu conhecimento;

2. tente ler o trecho do texto a ser analisado na ordem direta;

3. preste atenção ao BOM ESTILO, INERENTE AOS BONS TEXTOS, como paralelismo sintático e semântico (já dei dica disso), concordâncias verbal e nominal (por

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exemplo, o verbo OUVIR no Hino está no plural, portanto seu sujeito não pode ser "o povo heroico", e, sim, as margens tranquilas do rio Ipiranga é que de fato ouviram o grito do D.Pedro.

4. leia com MUUUUITA atenção o que o item afirma, o tempo verbal da afirmativa (poderia, pode etc.).

5. faça tudo o que disse de 1 a 4 MUITO RAPIDAMENTE, THE FLASH, lembrando que você terá no máximo uns dois minutos por questão (favor fazer a conta, dividindo o tempo da prova pelo número de itens; em 2006 esse era o tempo médio por questão).

Por fim, em relaçào ao item "5", acima: para fazer essa análise MUUUITO RAPIDAMENTE você precisa TREINAR MUUUITO; por isso eu digo que a prova não é difícil, é você que ainda não está preparado, é seu cerebro que ainda não está no ritmo deste tipo de prova. Uma vez programado seu cérebro, a aprovação é CERTEZA ABSOLUTA.

Para se preparar e pegar essa agilidade, the flash, só com o passar do tempo, no médio e longo prazo, focando nos estudos, resolvendo diariamente umas cinco questões de prova passada. Resolva a questão, quebre a cabeça, e, em seguida, confira com o gabarito. As simple as that.

É isso! Boa quinta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 16/8 (sem efeméride): hoje dividirei uma ideia que tive recentemente por causa de vocês, internautas que acompanham esta Fan Page. É que muitos vêm me perguntando em que consiste a carreira diplomática, o que o diplomata faz etc. Cada vez mais esse tipo de pergunta me chega, e já não consigo responder a cada um, individualmente, como eu gostaria de fazer. Se você é um deles e ainda está sem resposta, primeiramente peço desculpas. Gostaria de responder a cada um, sobretudo porque se trata de pergunta EXTREMAMENTE pertinente.

Pense comigo: a pessoa está considerando “parar” sua vida de três a cinco anos para passar no CACD. É coerente que essa pessoa queira saber o que faz um diplomata, como sua família se enquadraria nesta história, qual a melhor técnica para estudar inglês, se é realmente essencial falar francês etc. etc. etc.

Diante deste dilema em que estou – a infinita felicidade e honra de receber tantos e-mails e mensagens de muitos de vocês e a tristeza igualmente infinita de não ter tempo para responder a cada um como eu gostaria – começo a considerar escrever um livro pequeno e pragmático, em que poderia responder as várias perguntas que vêm me chegando nos últimos meses desde que abri esta Fan Page, em 15 de abril último. A ideia seria reunir as perguntas semelhantes e criar capítulos nos temas levantados por vocês. Obviamente no livro haveria uma parte para agradecer aos meus queridos internautas desta Fan Page. A essência continua a mesma: desmistificar mitos, mostrar a realidade, nosso dia a dia, a dinâmica das transferências de Postos no exterior, o que nos pagam para o trânsito entre um país e outro, o que não nos pagam, e qualquer outro detalhe que queiram saber. Na verdade, é tudo informação pública, disponível nas leis que nos regem, mas ao transmitir esse tipo de informação por quem a vive talvez torna-se mais palatável entender mais nitidamente a realidade a que você pretende pertencer.

Diante disso, está lançado hoje este projeto. Se vocês me ajudarem, caso tenham

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alguma pergunta a fazer, estejam à vontade para me perguntar, com a ressalva de que não poderei responder, mas, tenha a CERTEZA ABSOLUTA, cada contribuição será ouro, será meu guia.

*****************Caso você tenha alguma pergunta a fazer de qualquer natureza, por favor, envie-me esta pergunta por e-mail para [email protected], intitulado “Quero conhecer a carreira diplomática”. ****************

Desculpe-me em repetir isso, mas deixo claro que NÃO RESPONDEREI aos e-mails por não dispor de tempo. Sua pergunta será de extrema importância para nortear o que abordarei no eventual livro. 

Faltam dois dias para o TPS 2013, atrasadíssimo, mas ainda bem que ele vai acontecer. O Itamaraty – na minha opinião - precisa urgentemente de mais diplomatas no seu Quadro. Muitas vezes tratamos de tantos temas ao mesmo tempo que, em alguns casos, não há tempo para estudarmos um ou outro a fundo como gostaríamos. 

Com o déficit de diplomatas, há Divisões no MRE em que os colegas se desdobram em mil para dar conta do recado, e dão! Como sabem, nós, no exterior, dependemos deles para recebermos as instruções e darmos seguimento ao nosso trabalho aqui fora. 

Para parentes e amigos, ou até mesmo para alguns candidatos ao CACD, a percepção é a de que temos uma profissão glamourosa, mas a realidade não é tão glamourosa assim. Para o profissional responsável, trata-se de trabalho árduo como qualquer outro. Soma-se a isso as limitações orçamentárias. Não é minha intenção cortar o barato de ninguém, em especial às vésperas de um CACD, mesmo porque a ideia é mantermos sempre o astral lá em cima! Mas vocês têm o direito de saber da realidade…

Por exemplo, Brasília não paga nossos alugueis no exterior há dois meses e não há previsão de regularizar. E olha que eu moro num dos metros quadrados mais caros do mundo!!! Temos de pagar do nosso bolso. Quem tem uma reserva, tudo bem, retira suas economias de fundos e perde os jurozinhos que estavam lá rendendo há alguns anos para concretizar um projeto material qualquer. Quando formos reembolsados, aplica-se novamente, paciência. Já outros, sem qualquer reserva, já solicitaram empréstimos, seja ao banco, seja a um parente bondoso, para cobrir seus alugueis. Ainda outros choram pois não encontraram a solução. É que com o salto do dólar parece que o orçamento estourou, não sei bem o que se passa por aí em Brasília, daí o atraso. Resta-nos rezar para que o dinheiro chegue logo. Postos A, como este Nova York, o funcionário ajuda no aluguel, contribuindo com 10% do salário BRUTO. O restante, até um teto, é pago pelo erario um mês depois de feito o pagamento do aluguel pelo funcionário.

Escola para filho é paga do nosso bolso. Passagem aérea de férias em postos A, como este em que estou, nem para o próprio funcionário. Enfim, há muitas limitações financeiras, só realmente aceitas pelo Servidor por causa da vocação que acreditamos ter para seguir a carreira, por gostar dessa profissão, bem como o amor ou patriotismo que temos no coração pelo Estado brasileiro – a quem o diplomata serve. Aquele tipo de pessoa que só pensa em dinheiro, é melhor ganhar dinheiro alhures, sobretudo agora, em que se discute aí no Brasil cortar o que já é curto, como se o diplomata fosse marajá. Meu Deus, quanto equívoco! Mas como explicar isso ao cidadão comum que, com razão, participa de manifestações demandando serviços de qualidade e coloca tudo e todos no mesmo saco de farinha???

Se pensarmos por esse lado, o ba$tidor da vida do diplomata é diametralmente

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oposto ao que se veicula hoje no Brasil. Se você está aí na luta para ingressar na carreira diplomática pensando em ganhar din-din, esqueça! Se você está na luta para passar no CACD por causa de glamour, esqueça! Nenhum desses motivos se sustentarão no tempo. Se é pela estabilidade, há outros concursos na praça que oferecem estabilidade, demandam menos tempo e esforço no seu processo preparatório e interferirá menos na vida pessoal de cada membro de sua família.

Eu penso assim: a carga de conhecimento necessária para ingressar na carreira e nela permanecer, as carcaterísticas necessárias para o candidato passar na prova e se manter na carreira, tais como agilidade, perspicácia, coerência afiada do raciocínio, e, ainda, as características demandadas ao diplomata, tais como competência interpessoal no trato social com demais funcionários e colegas, firmeza em defender posição oposta a de seu interlocutor estrangeiro mantendo a linha etc., são aspectos que o setor privado valoriza ao extremo em seus profissionais, de modo que o diplomata poderia estar ganhando dinheiro em outras searas. A decisão pela carreira, portanto, deve estar baseada em vontade genuína, construída na clara noção do que se trata. Aí sim, será feliz e realizado, como hoje eu sou!

A ideia do post de hoje não é desanimar o candidato que vai fazer o CACD-2013 daqui a dois dias ou aquele que vem se preparando ou ainda aquele que acaba de decidir pelo CACD. Ao contrário, é para contribuir com todos que pensam seriamente em seguir a carreira diplomática. A fundação da construção dessa carreira não pode ser de areia, e, sim, de concreto, com vistas a uma carreira feliz, independentemente do país em que você irá trabalhar ou do salário que irá ganhar. Eu amo minha profissão, dinheiro para mim é apenas uma entre aquelas oito fontes de riqueza a que me referi em uma dessas dicas passadas, de modo que dinheiro tem pedo menor quando pondero as variáveis envolvidas numa decisão. Nada paga minha paz de espírito e felicidade. 

É isso! Até a próxima dica e boa sexta-feira a todos nós!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 17/8 (dia do Patrimônio Histórico): dedico a dica de hoje, véspera do TPS 2013, aos candidatos já tentando o CACD prá valer. Inicio dizendo que, apesar de um aspecto não tão atraente da realidade do bastidor da carreira que descrevi no post de ontem, há um outro lado, este, sim, mágico, que não dá para explicar com palavras. É uma realidade única, individual. Na verdade são múltiplas realidades que a carreira diplomática proporciona: cada diplomata construirá a sua história na Casa de Rio Branco, como chamamos o Itamaraty. Já dizia Albert Camus, não se pode criar experiências; é preciso passar por elas.

Cada profissional tem sua experiência ímpar, única, ao longo da carreira. Eu tenho muitos “causos” para contar em todas as profissões que já exerci (post de 14/8), desde quando, já veterana, era monitora na UFRJ para ajudar os alunos de primeiros períodos, professora no IBPI, analista na IBM, aeromoça na Gulf Air (nossa, quantos causos aqui, incluindo uma emergência aérea!), redatora na CNT-Gazeta, diplomata e mãe. Contar esses causos todos seria um exercício longo.

Especificamente minha experiência até aqui, sete anos como diplomata, fez que eu vivesse situações que jamais imaginei viver. Bem, isso será tema de outro post (ou capítulo do livro :P). 

Fato é que toda instituição tem seus problemas, não seria diferente com o MRE, mas devemos contribuir para melhorar a situação, criticando construtivamente,

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precisamente porque amamos a Casa e o Estado. Da mesma forma como fazemos dentro de nossa própria casa: se há algo que não está dando certo, dialogamos para tentar mudar.

Por exemplo, uma outra crítica, a meu ver construtiva, é que, no Instituto Rio Branco, não nos ensinam absolutamente nada de “psicologia aplicada a emergências consulares”, como agir diante, por exemplo, de uma esposa que entra na Embaixada fugindo de casa porque o marido estava batendo nela. Como lidar com a situação? Não digo em termos legais, isso o curso de remoção, realizado quando vamos em missão no exterior, até aborda. Refiro-me ao lado psicológico da coisa. 

A atividade consular, quando chefiei o setor na Embaixada em Doha, muito me ensinou. Como autoridade consular, ter a prerrogativa legal de fazer uso dessa autoridade em nome do bem, em nome da assistência, sempre dentro da lei, ao cidadão brasileiro que, sem ter a quem recorrer, procura a Embaixada pedindo socorro, é uma sensação indescritível. Quando uma emergência tocava no celular de plantão, quanto mais “cabeluda” mais eu “gostava” no sentido de ser um desafio para mim. Quanto mais complicada a emergência, mais eu insistia junto às autoridades locais e a minha chefia para encontrarmos uma solução viável, tudo com muito amor e, claro, às vezes sacrifício (por exemplo, só retornar para a casa de madrugada, sem ter dado um beijinho de boa noite nos meus filhos, algo sagrado para mim!). 

Contar os meus causos consulares daria outro livro, creia-me! Sei que o serviço consular brasileiro vem sendo criticado por cidadãos, mas está mudando. Pelo menos é uma área que eu jamais pensava que me identificaria, mas adorei fazer consular. Eu passava horas tentando resolver a emergência consular, muitas vezes entrando madrugada a dentro. Nada era mais reconfortante do que o cidadão olhar nos seus olhos, chorando, e agradecer pelo que fizemos por ele, em especial se for cidadão bem humilde e que não esperava a nossa atuação em favor dele. Esses casos eram os melhores! Não há dinheiro que pague esse momento. É que Doha também era um local por onde passavam muitos famosos. Minha instrução aos funcionários consulares era no sentido de não priorizarmos ninguém, mas, sim, analisarmos o teor da emergência. Ela, sim, deveria pautar nossa atuação. Houve um caso Enfim, no Itamaraty há espaço para todos os gostos, há setores de todas as temáticas que você possa imaginar. Eu gostei muito de fazer consular e amo temas médio-orientais. Minha carreira provavelmente deverá concentrar-se nessas duas áreas, prevejo.

De novo, minha experiência consular adquirida nos quase cinco anos em Doha poderá ser post de outro dia ou, quem sabe, capítulo do eventual livro. Fato é que, embora haja problemas burocráticos e orçamentários, a carreira, para mim, até agora, compensa demais. Sempre vesti a camisa em todos os empregos que tive. Penso assim: se não for para vestir a camisa, saia e vá fazer outra coisa. Tudo o que faço é com este raciocínio, aliado à máxima “fazer aos outros o que gostaria que fizesse para você e para seus entes queridos” (isso vai um pouco além daquela máxima “NÃO fazer aos outros o que NÃO gostaria que fizesse com você”). Enfim, buscava esgotar as possibilidades de solucionar a questão. Deportação em último caso, mas sempre agindo nos termos da lei.

Esta é a mensagem de hoje, caso eu tenha desanimado alguém para a prova de amanhã com o que escrevi ontem, mas realidade é realidade, não posso escondê-la de vocês. 

Relaxe, amanhã é seu dia, aquele dia por que tanto esperou! Entregue a consequência da prova de amanhã ao poder superior, pois você já fez sua parte. Esteja atento(a), leia cada palavra da afirmativa, do texto proposto, mas de forma bem rápida. Seja perspicaz, SEJA RÁPIDO, SEM DEIXAR DE SER ATENTO. É

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desafiante, mas se você drenar suas energias com ansiedade exagerada, falta de planejamento, bate-papos fúteis nos minutos que antecedem o início da prova, até a hora de tocar o sinal, poderá se prejudicar. Concentre-se desde hoje. Alimente-se bem, durma tranquilo(a), faça o que seu coração mandar: se ele quiser ler e ainda estudar, tudo bem, se quiser falar com um amigo, ligue para ele, se quiser ir ao cinema, vá, se quiser não fazer nada, não faça nada. É seu momento. A partir de hoje à noite tem início o período de concentração total. Só você saberá o que fazer no período de concentração para fazer uma prova amanhã tranquilo(a). Você lucrará muito mais estando tranquilo(a) do que ansioso, estudando por obrigação desesperadamente este ou aquele assunto. Chega! Você teve todo o tempo para estudar, não será de hoje para amanhã que aprenderá algo decisivo. Invista na mente de hoje para amanhã. Será muito mais lucrativo.

Amanhã, acorde cedinho, faça tudo com calma, tome seu café da manhã ao som de sua música favorita, bem cedo, programe-se para chegar ao local do TPS umas 9h15min no máximo (prova às 10h), nunca mais que isso, idem na parte da tarde, tente retornar ao local da prova às 14h20 no máximo para a prova que se iniciará às 15h, usar o banheiro, reabastecer sua água, tudo com calma. Uma boa fase de concentração é decisiva. Mal comparando, esse período imediatamente antreior ao toque do sinal de início é seu “aquecimento”, da mesma forma que um jogador que vai entrar no meio do jogo começa a se aquecer na lateral do campo, para, ao entrar, já estar pronto para contribuir. O mesmo se dará na prova: se você estiver desconcentrado minutos antes do toque do sinal, daí que você concentre durante a prova, já se foram de dez a quinze minutos PRECIOSÍSSIMOS!!! Numa peça teatral, o ator antes de pisar no palco está em concentração total em seu camarim, mesmo que seja a enésima encenação da mesma peça. Para o ator, há três sinais de aviso antes de entrarem em cena. Acho que o CACD poderia adotar essa estratégia: dar três sinais antes do início efetivo da prova.

E, ao tocar o sinal de início da prova, tem início uma fria competição contra o tempo e os colegas, sabemos bem disso. Uma loucura. Não deixe essa loucura o dominar. Você deverá estar no domínio. Se você drenar sua energia para qualquer outra coisa antes do sinal, ficará para trás. É por isso que reafirmo aqui a fase da concentração, do foco mais afiado de todo o preparatório: esses quarenta minutos antes de tocar o sinal são só seus, não se distraia, concentre-se, caminhe devagar, reconheça a área, veja onde é o banheiro e a saída de emergência do local, ache sua sala, identifique-se ao fiscal, ache seu lugar para sentar etc. Tudo com muita calma. Cumprimente os colegas já sentados, mesmo que não os conheça, aliás, principalmente se não os conhecer, algo como, com um sorriso nos lábios: “Bom dia, boa prova para você”. 

Naqueles dez ou quinze minutos que antecedem o início da prova, feche seus olhos, medite, tranquilize-se, pense nos seus entes os mais queridos, naqueles que já se foram, nos que ainda estão aí… Um minuto antes de iniciar, apenas entregue tudo nas mãos do poder superior que nos rege a todos. Pense nos candidatos que, como você, também estão na luta, e emita um pensamento positivo para que eles também façam uma boa prova. Ele guiará sua mão e seu raciocínio ao longo de todo o certame para que o resultado seja o que deve ser. Eu não teria passado em 2006 se não fossem os erros que cometi em três concursos imediatamente anteriores, incluindo aí a administração do tempo de prova: amanhã, mesmo que seja o concurso que você não irá passar, ele será FUNDAMENTAL para sua aprovação futura, portanto valorize a prova de amanhã, mesmo que ainda não seja desta vez; e, se você sentir ao final que fez uma boa prova, e até mesmo passar à segunda fase, sentirá no coração que valeu a pena tantos anos de privações, embora seja apenas a vitória de uma batalha dentro do concurso como um todo. Em suma: faça sua parte, o resto virá naturalmente, quando tiver de vir, nem antes, nem depois.

Seu sucesso amanhã dependerá de um dia de hoje relaxante, fazendo o que seu coração estiver pedindo para você fazer. Quem sabe visitar um(a) tio(a) querido(a)

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que não vê há muito tempo, ou telefonar para ele(a), pessoas que estão sempre torcendo por você, mas você nem telefona? Você se surpreenderá com a energia que ele(a) te dará!

E, por fim, nesse espírito de um ajudar o outro, divido com vocês algo muito gratificante que aconteceu por causa desta Fanpage. O internauta filósofo, Antônio Rodrigues, passava por momento desanimador. Sugeri a ele que buscasse ajudar às pessoas, como venho fazendo nesta Fanpage. Filosofia é uma área que muito admiro, mas, confesso, preciso de um “tradutor” para me explicar muitos dos pensamentos de grandes filósofos. É que o grande drama da filosofia é explicar o mundo em que vivemos por meio da palavra, da representação. A representação, por meio da linguagem, por mais próxima que esteja de uma dada realidade, jamais será a realidade em si, daí minha dificuldade. E digo mais: não raramente os temas de redação do CACD ou exercícios de interpretação citam trechos escritos por grandes filósofos da história da humanidade. Complexo demais. Sugeri ao Antônio criar uma Fanpage para “traduzir” esses pensamentos. Sabe o nome da Fanpage que ele criou, e em minha homenagem: “Dicas de Filosofia”. Fiquei muito honrada! Fica aí a dica: frequentem a Fanpage do internauta Antonio Rodrigues emhttps://www.facebook.com/pages/Dicas-de-Filosofia/525785524144024Estou aprendendo bastante. Quem sabe haverá ali algum conhecimento que permitrá você buscar ideias no mundo da filosofia…(eu sempre gostei muito de flosofia, mas realmente sempre achei os pensamentos complexos, até entendê-los. Uma vez entendido, realmente, é um mundo novo em que entramos). Eu comecei a gostar ainda mais de filosofia depois que li “O Mundo de Sofia”…E você: há algo que você conhece bem e queira dividir conosco? Considere criar sua Fanpage! Dicas de (???). Eu, particularmente, estou em busca de algo como “Dicas de emagrecimento” hahaha!. A propósito, agradeço a todas as dicas para uma boa dieta que venho recebendo até aqui. Muitas estou até já colocando em prática, como beber bastante água. Também agradeço aos que estão preocupados com a amamentação da Yasmin em relacão a minha dieta…Tenho nutricionista, e está tudo sob controle, com a Yasmin ganhando bom peso a cada semana, bebendo leite até mais saudável com a dieta! E muito legal a preocupação de vocês comigo!

Bom sábado a todos, em especial aos candidatos ao TPS 2013. Estou pensando em vocês. Até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 18/8 (dia do TPS-2013): não poderia iniciar a dica de hoje sem desejar bom aproveitamento na prova do TPS-2013 para os que estão tentando seja para valer, seja para adquirir experiência. Muitos nem irão ler a dica de hoje exatamente por estarem em prova, mas, quando lerem, queria que soubessem que ficamos aqui na torcida. 

A dica de hoje busca ajudá-lo a desenvolver sua redação fazendo você utilizar todo o conhecimento que tem na sua mente mas que, na hora de produzir seu texto, você não usa.

Como provocar sua mente e extrair dela o que lá existe mas você não percebe que sabe?

Usando a técnica da ************

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maiêutica!************

Nossa, Claudia, que palavrão! O que é maiêutica?É quando a resposta do que você quer saber já existe dentro de você e a pessoa a quem você perguntou faz de volta a você uma série de perguntas cujas respostas você já conhece e, ao final, você mesmo(a) concluirá a resposta daquela pergunta inicial que fazia.

Os temas hoje são interdisciplinares. Para falar da pobreza em sua redação, você poderá elaborar durante sua argumentação uma ideia abordada na aula de Geografia ou História.

A minha sugestão de leitura de hoje poderá despertá-lo(a) para fazer uso de seu amplo conhecimento durante a produção de texto. Como ontem falamos de filosofia e minha dificuldade de entender alguns autores, queria dividir hoje com vocês um texto que eu entendi bem quando li no início de meu preparatório para o CACD e muito contribuiu para visualizar o que seria uma argumentação irrefutável, uma argumentação que mesmo quando alguém com opinião contrária a sua deverá aceitar o que você diz. Isso é bem interessante para pensar o modo de produzir sua redação, cujo objetivo é um só: convencer a Banca Examinadora de que sua opinião faz todo sentido.

Você já leu *****************Apologia de Sócrates???*****************

Se ainda não leu, leia. 

Como sabem, Sócrates não deixou nada por escrito. A autoria do Apologia de Sócrates é atribuída a um de seus discípulos, Platão.

A maiêutica é técnica atribuída a Sócrates. É hoje uma técnica de ensino muito interessante, sobretudo para ensinar crianças e adolescentes. Pode até mesmo ser usada pelos pais na educação de seus filhos, pois leva a eles mesmos concluírem por que queremos que eles façam ou deixem de fazer algo. Caminharemos da imposição de uma regra aos filhos para a compreensão deles por que pedimos o que pedimos. Funciona!

Em vez de falar para a criança não molhar o banheiro na hora do banho, perder a paciência, opte por perguntar a ela o que acontecerá se a água cair para fora do box do chuveiro. Ela responderá “vai molhar o chão”. Você pergunta, em seguida, o que acontecerá quando ela sair do chuveiro, descalça, depois do banho, que ela responderá “poderei escorregar”. Continuando, pergunte agora o que pode ocorrer se ela escorregar, que ela responderá “poderei me machucar”. Pronto, ela mesma concluiu com conhecimento que já existia em sua mente, conduzida por série de perguntas feitas por você, por que não poderá jogar água para fora do box. Isso é maiêutica socrática.

Usando essa técnica maravilhosa chamada maiêutica você será capaz de reconhecer que guarda MUUITO conhecimento em sua mente, mas não se dava conta disso. Além disso, permite o desenvolvimento da sua capacidade associativa, a materialização da interdisciplinaridade do conhecimento. E isso se aplica a todas as fases do CACD!

Apologia de Sócrates é um primor de leitura. Por meio da maiêutica, Sócrates consegue quebrar cada argumento de seus “sábios” acusadores, que usam argumentos sofisticados – porém falaciosos. Com a maiêutica, Sócrates levou seus acusadores à contradição! 

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Como sabem, Sócrates foi acusado de corromper a juventude por divulgar ideias contrárias ao pensamento da cidade-estado ateniense, que sustentava a crença nos deuses de então e, por isso, foi levado a julgamento e condenado à morte. A execução da sentença deu-se por meio da ingestão de um veneno da planta cicuta. 

Ao ler Apologia de Sócrates, eu não conseguia largar o livro. Eu vibrava a cada resposta de Sócrates, ou melhor, a cada pergunta que ele mandava de volta a seus acusadores, usando da maiêutica. Nunca antes um livro me fez sentir assim, por isso o livro me marcou.

Tudo começou com o Oráculo de Delfos. É que o oráculo, resposta de uma divindade a uma pergunta pessoal, de Delfos, uma cidade na Grécia, afirmara aos discípulos de Sócrates que não haveria ninguém mais sábio que Sócrates.

Ao saber disso, Sócrates, humilde que era – característica dos autênticos sábios na minha opinião - não se conformou com aquela constatação e deu início a uma pesquisa para saber se realmente não haveria ninguém na cidade com uma sabedoria superior. 

Consultou aqueles que considerava serem os mais sábios da cidade-estado, entre os quais políticos e poetas. Constatou que não havia ninguém com sabedoria elevada, pois percebeu que o orgulho que cada um destes consultados tinham pelo fato de saber o que sabiam não permitia a eles revelarem eventual verdadeira sabedoria, caso a possuíssem. Daí concluiu Sócrates que o verdadeiro sábio é o que não se identifica como tal, não atribui a si próprio os méritos pelo que sabe.

Não à toa é que se atribui a Sócrates a máxima que ele dizia “a única coisa que sei é que nada sei”; portanto, para Sócrates, sábio era aquele capaz de reconhecer a própria ignorância. 

Eu chamo isso de humildade, genuína humildade. 

Se sabemos muito bem algo, certamente haverá algum aspecto do tema que desconhecemos e, além disso, haverá um mundo de outros assuntos que igualmente desconhecemos. Ademais, se sabemos be algo não poderemos nos orgulhar disso ou esconder o que sabemos, como forma de buscar poder idiota. Deveríamos dividir o que sabemos, sem medo de “perder espaço” ou algo besta do tipo. A sinergia em cooperar, dividir conhecimeto é incrível (Teoria dos Jogos).

Enfim, ser humilde é um degrau muito importante rumo à sabedoria, digo, à verdadeira sabedoria, aquela que nem sabemos que temos. 

É por isso que digo a você, não se sinta menor por causa do colega do cursinho que parece querer mostrar que sabe tudo e mal divide o que sabe com ninguém. Lembro-me bem dessas criaturas, que, vale assinalar, estão até hoje tentando passar no concurso ou já desistiram. Compare-se consigo mesmo(a), compare o que você sabe hoje com o que saberá daqui a um mês e assim por diante. Saiba distinguir o ano do CACD em que você ainda está “cru” para passar e aqueles anos em que você estará na linha de frente para tentar passar – sofrerá menos, aliás, pensando desta forma, chegará aos anos em que tentará para valer muito mais fortalecido e pronto. 

A minha dica de hoje é de OURO. Passe a usar a maiêutica em sua rotina, consigo mesmo(a) e ao pensar nos argumentos que usará para desenvolver sua redação. A dica colateral é mais que ouro: leia Apologia de Sócrates, disponível gratuitamente emhttp://www.revistaliteraria.com.br/plataoapologia.pdfVeja a cena de Sócrates, na prisão, rodeado de amigos, prestes a beber a taça de

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cicuta, na famosa obra, um óleo sobre tela, intitulada “A morte de Sócrates”, pintada por Jacques-Louis David em 1787. Leia também a interessantíssima explicação dessa obra prima em http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/02/15/911982/conheca-morte-socrates-jacques-louis-david.html).E se você não foi tão bem no TPS hoje, concentre-se no TPS-2014 desde já, sem lamentar-se. Essa dor da derrota em um TPS era meu combustível para continuar o processo de superação do desafio. E olha que em um deles não passei por muuuito poucos décimos! Acontece. Continue a caminhada. Aguarde o gabarito já pronto para seja o que for.

Por fim, por termos abordado o tema humildade hoje, apresento a vocês uma grande diplomata e querida amiga minha de turma do Rio Branco – Clarissa Forecchi. A Clarissa, hoje servindo na Missão do Brasil na OMC, em Genebra, vem nos presenteando com belíssimas obras depois que nos revelou ser uma compositora – letra e música! - e cantora de primeiríssima qualidade. 

Ninguém sabia na turma desse dom artístico da Clarissa, veio como surpresa. Em outras palavras, se você é artista e quer seguir a carreira diplomática, poderá continuar desenvolvendo sua veia artística ao longo da carreira!

Curta a minha amiga “Clarissa, simplesmente”, nome da Fanpage dela, em https://www.facebook.com/simplesmenteclarissa?hc_location=stream 

Uma de suas composições de que muito gosto chama-se “Canção do Exílio” – responde um pouco às dúvidas de alguns internautas a respeito como é viver longe…

Bom domingo a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 19/8 (dia Mundial do Fotógrafo e da Fotografia, dia Nacional do Historiador e dia do Ator): na dica de hoje irei fazer brevíssimos comentários do que achei da prova de Português do TPS de ontem.

Observei que a Banca priorizou interpretação em detrimento de aspectos gramaticais, muito embora para bem interpretar devemos ter bom domínio da norma. 

Uma das poucas questões cobrando diretamente a norma culta da língua portuguesa deixou-me feliz, porque abordamos o tema exato aqui neste espaço, na dica de 4/8. Era aquele tipo de questão que nem precisava de ler o texto. 

Dizia assim:

( ) Sem que se contrariasse a informação original do texto, o pronome ‘toda’na expressão ‘com a mata toda’ (linha 6) poderia estar anteposto ao substantivo de duas formas: com toda a mata; com toda mata.

Ainda não saiu o gabarito, mas o item só pode estar ERRADO.

- com toda A mata: significa com aquela mata específica toda, não fazendo

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referência a outras matas. Estaria de acordo com o texto original.

- com toda mata, sem o “A”: significa com todas as matas existentes, o que fugia ao sentido original do texto.

Quem leu a dica de 4 de agosto e anotou em seu caderno de dicas, lembrou-se deste nosso fórum. Quem não leu aquela dica, mesmo quem não fez a prova de ontem, por favor, leia e depois releia o item acima, cobrado na prova de ontem. O Cespe sempre cobra este conhecimento do candidato, é incrível.

Quanto às questões de interpretação, a dica que mais teria ajudado o candidato é a que sempre digo: ler com atenção cada palavra, analisar com quem ela se relaciona, SEM MEDO. Por exemplo, os quatro itens relacionados ao longo texto de Rubem Braga intitulado “Visita a Jean-Paul Sartre” estavam de graça, muito fáceis. Lendo com atenção cada item o candidato que igualmente leu atentamemte aquele texto detectaria os erros. Já os textos mais curtinhos demandaram do candidato maior astúcia nas inferências. Deduzimos daqui algo que poderá se configurar em tendência nas provas Cespe: seja rápido na resolução dos itens referentes aos textos mais longos e dedique mais tempo àqueles cobrando inferências dos textos mais curtos e das poesias - João Cabral de Melo Neto, poeta dos sertanejos e diplomata, que o diga!!! Duas poesias dele no TPS de ontem – complexo, mas possível!

Na minha prova não caiu poesia. Confesso que não é meu forte. Se eu estivesse me preparando para a prova atualmente, com essa tendência Cespe de cobrar poesia em todos os TPS de um tempo para cá, eu dedicaria tempo de estudo às poesias dos principais autores. Iria além: estudaria o autor em si, sua vida, suas preferências literárias, sua visão de mundo. 

Lembro-me bem de quando eu puxava matérias da Faculdade de Letras na UFRJ, cursei as cadeiras referentes à Literatura Brasileira – quando fizemos uma imersão a respeito de Manuel Bandeira. Incrível! Vale a pena conhecer autor e obra, não apenas obra. 

É um mundo novo entender o que os poetas têm para nos dizer. 

Seja genial em entender poesias! Planeje-se e estude. Busque conversar com quem entende do assunto, leia os fóruns de debates no tema, frequente, como ouvinte, as aulas de literatura brasileira na faculdade pública mais próxima. Estude a linha da obra de cada autor porque, dessa forma, você entenderá mais facilmente a produção que o referido autor nos deixou. Conhecê-lo facilitará a análise do item C ou E! 

Tendo estudado estrategicamente Português (estilística, gramática, literatura – obras e autores etc.) por um ou dois anos, ingressando na genialidade, creio que o maior desafio de todos será reduzido ao seguinte problema: conseguir ler os textos da prova dentro do tempo. Não bastará dominar o assunto; temos de ser “the flash”, ultrarrápidos, ágeis e perspicazes na análise dos itens e do texto, porque é muito texto para ser lido E ENTENDIDO em muito pouco tempo! Dominar o assunto é essencial, pois, mesmo lendo rapidamente contra o tempo, o candidato será capaz de ENTENDER de primeira o que estará lendo, porquanto domina o tema. Tentar entender João Cabral na hora da prova é entregar os pontos! Não dá. O tempo passará e você não chegará a nenhuma conclusão.

Tenho até hoje na minha biblioteca o livro de Alfredo Bosi, de Literatura. Fiquei impressionada como na prova de ontem eles usaram Bosi duas vezes, sendo que, em uma delas, um excerto do referido livro, aquele de capa laranja da Cultrix, o “História concisa da literatura brasileira”. Estudar literatura brasileira inclui, na minha opinião, ler as análises de Alfredo Bosi. 

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Continue na luta focada, sem desânimos. Resultados não chegarão a você da noite para o dia. É um processo. A análise detalhada da prova de ontem poderá ser um excelente sinalizador para guiar seus estudos até o TPS-2014. Reserve tempo de seu planejamento semanal para analisar um grupo de questões a cada semana, até cobrir toda a prova.

Boa segunda-feira a todos. Até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 20/8 (sem efeméride): pessoal, antes de apresentar a dica de hoje, maravilhosa, divido algo em que estou pensando muito desde ontem, quando o internauta Marcio Gomes Lopes fez aquele comentário bem interessante. 

Para ele, aquele item “toda mata/toda a mata” está correto. 

Confesso que, mesmo que eu fosse ao texto ler a frase, continuaria marcando “E”, afinal, trata-se de tema elementar e ultraconhecido da norma culta do português, além de já ter caído em TPS anteriores, como mostrei. 

O internauta alega que, após a expressão "a mata toda" aparece um advérbio de lugar, “naquele lugar” e, daí, tanto faria substituir por "toda mata naquele lugar/toda a mata naquele lugar".

Fato é que a observação do Marcio Gomes Lopes poderá, sim, ser uma daquelas pegadinhas sem nexo do Cespe, que não raramente tenta tirar leite de pedra ou achar cabelo em casca de ovo (vide a dica do Manuel Said acerca da inexistência do “se” apassivador!)– comportamento que, algumas vezes, leva até à anulação do item, tamanha a controvérsia que provocam.

Continuo entendendo o item como “E”, errado, primeiramente porque, na norma culta, “toda mata/toda a mata” não são termos intercambiáveis. Ademais, a expressão “naquele lugar” poderia fazer também referência tão somente à mata em que vivia a tribo Urubu-Kaapor, não às demais demais matas do mesmo lugar que abrigassem outras tribos. Por fim, não temos a íntegra do texto do Darcy Ribeiro para contextualizar a que lugar ele se referia exatamente, o que poderia iluminar nossa decisão. Talvez, para tirar a dúvida concretamente, creio que só indo a um centro espírita e tentarmos comunicação com o Darcy abstratamente. 

Uma vez, em entrevista, afirmou Carlos Drummond de Andrade que ele mesmo erraria todas as questões de interpretação de seus próprios textos cobradas em concurso, porque o gabarito de questões que continham inferências do seu texto acerca do que “o autor queria dizer” ia de encontro ao que ele próprio, Drummond, de fato pensou ao escrever! 

Bem, aguardemos o gabarito, é o mais prudente a fazer. Não sei o que pensam…Fato é que tinha de dividir essa minha preocupação com vocês, em especial porque postei dica no tema e, por causa dela, muitos marcaram E. Se o item for “C”, eu também teria errado, mesmo discordando do Cespe.

Lamentável se o item for “C”, mas faz parte. Continuo sustentando que o item é E, mas quando o Cespe quer inventar pegadinhas estilo “tirar leite de pedra” eles podem fazer isso: impor alguma ideia e atribuí-la ao que o “autor quis dizer”. Como Darcy não está mais entre nós, será difícil ganhar recurso. A boa notícia é que itens como esse ou são anulados ou tem alto índice de erro, não interferindo tanto na

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competição. 

Aguardemos o gabarito. Agradeço ao Marcio por nos trazer essa possibilidade.

A dica de hoje é mais que ouro e transcende pegadinhas baratas.

Trata-se de uma dica que poderá ser óbvia e já de seu conhecimento, mas, de tão maravilhosa e, sobretudo, conveniente aos que não têm acesso a cursos preparatórios presenciais, quero ter a certeza absoluta de que TODOS vocês que frequentam esta Fanpage, sem exceção, têm conhecimento do que indicarei hoje. 

Penso assim: se eu fosse você, internauta desta Fanpage que se prepara para o CACD, e tivesse de escolher uma única dica de todas já pubicadas até agora neste espaço, eu escolheria a de hoje!

Queria que você passasse a incluir no seu planejamento de estudos semanal visitas ao **********VEDUCA!**********

VEDUCA é uma página eletrônica excepcional que atrai não só o candidato ao CACD, mas a todos nós! 

**************O endereço é www.veduca.com.br**************

Trata-se de cursos livres em forma de seminários do Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB) ou aulas tradicionais em classe proferidas em diversas instituições, verdadeiras AULAS GRATUITAS dadas por exímios professores, muitos deles famosos, de universidades renomadas no Brasil e no mundo. Que tal?**************

Prepare seu caderno, computador e fone de ouvido para assistir às diversas aulas disponíveis no VEDUCA.

Direito, Filosofia e Religião, Economia, História e muitos outras áreas do saber fazem parte do Veduca. Cada área dessas contém diversos cursos. Cada curso contém diversas aulas temáticas, aulas proferidas por diferentes professores. 

Na guia de História, por exemplo, há vários cursos. Atualmente eu assisto ao curso chamado “Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda”. Nossa, como estou aprendendo!!! Dentro deste curso há dez aulas, cada uma proferida por diferente professor, a saber:

(VEDUCA, Guia "CURSOS>HISTÓRIA>ATUALIDADE DE SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA")***************Aula 1 - “Um homem, duas cidades”, professor Antonio Candido

Aula 2 - “Democracia e Cultura Política”, professor Brasiliio Sallum Jr.

Aula 3 - “Vida intelectual e urbana”, professora Maria Alice Rezende de Carvalho

Aula 4 - “Geografia em Sérgio Buarque de Holanda”, professor Antonio Carlos Robert Moraes

Aula 5 – “Sobre o Semeador e o Ladrilhador”, professor Nestor Goulart Reis Filho

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Aula 6 - “A mineração e a sociedade movediça”, Laura de Mello e Souza

Aula 7 - “A eleição como um drama”, Richard Graham

Aula 8 - “Cartas trocadas: Mário de Andrade e Sérgio Buarque”, Pedro Meira Monteiro

Aula 9 - “Crítica aos modernistas”, Antonio Arnoni Prado

Aula 10 – “O poder no Império”, Maria Odila Dias*************

O cadastro no site é bem fácil. 

Já assisti às aulas do curso “Visões do Brasil, Século XIX”, incluído tanto na guia História quanto na guia Arte & Arquitetura. O curso tem oito aulas, uma melhor que a outra!

A dica bônus de hoje é a seguinte: grave em seu gravadorzinho mp3 suas aulas preferidas do VEDUCA e escute várias vezes quando estiver caminhando, no ônibus ou aguardando algo (banco, clínica médica, início do filme do cinema etc.). 

Observe que, quando estiver assistindo à vídeo-aula, se você repousar o mouse sobre o vídeo, abrirá um menu vertical do lado esquerdo, pelo qual você poderá compartilhar o link daquela aula específica com um amigo ou alguém que você conheça e tenha interesse naquela aula. 

No seu planejamento de estudos semanal, que deve ser elaborado preferencialmente aos domingos, inclua horários para assistir aos cursos disponíveis no VEDUCA. Como um curso é composto por seis a dez aulas em média, você poderá escutar uma aula por dia, tipo, das 5h às 6h da manhã, anotando o que julgar ser importante, expressões-chave, jargões, bem como gravando em seu mp3, complementando seu estudo regular.

Lembre-se de que quem está proferindo aquelas aulas são nada mais nada menos acadêmicos renomados que pesquisam acerca do tema há anos, professores universitários que estão dividindo seu conhecimento na plataforma VEDUCA.

Não sei se você conhecia o VEDUCA, mas fica aí a dica de hoje.

Boa terça-feira a todos. Até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 21/8 (dia da Habitação): apesar de eu estar hoje muito feliz por ter pesado 79,4kg, o que representa uma perda de 2,1kg desde que iniciei minha dieta, há uma semana, com 81,5kg então, para recuperação do meu peso pré-gravidez, confesso que fiquei decepcionada com o gabarito da mata dos Urubu-Kaapor e constatado que o Cespe insiste nas pegadinhas, cá entre nós, muito questionáveis. Poucas são as pegadnhas inteligentes do Cespe. 

Vou colocar lenha na fogueira diante de minha refutação ao gabarito daquele item “toda mata/toda a mata”. A Banca, como sabem, considerou “C”, item correto. 

Sinceramente, ainda não fui convencida desse gabarito. Oxalá alguém me convença

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nos comentários de hoje. Queria genuinamente ser convencida para aprender um pouquinho mais da mentalidade dos Examinadores de Português do TPS. 

Bem, sou Matemática, não havendo margem para uma única hipótese: como o Cespe pode afirmar com certeza absoluta que naquele contexto só existia a mata dos Urubu-Kaapor???

Meu raciocínio que sustenta o gabarito “E” é que existe a possibilidade de haver outras matas na região, veja: 

1. Observe que a lenda da cobra grande está inscrita tão somente no contexto dos índios Urubu-Kaapor, isto é, a historinha existe restrita à MATA onde eles viviam. 

2. Não é possível infereir do texto que a tal cobra grande vivia em outras matas da região. Podemos imaginar várias matas, mas, PELO TEXTO, estamos focados no contexto exclusivo da mata dos Urubu-Kaapor. Não é possível que ali só existisse uma única mata. Seja como for, o texto é mudo em relação à quantidade de matas na região.

3. Igualmente, não está claro, segundo o excerto do texto de Darcy citado por Lux Vidal, que, naquela região, só haveria a mata dos Urubu-Kaapor. Em suma, é possível visualizar a existência de diversas matas, mas, no contexto em tela, naquele excerto, pode haver ou não outras matas.

4.Independentemente da quantidade de matas possíveis ali, no texto estamos focados somente em uma mata, aquela onde viviam os Urubu-Kaapor.

5. Quando a cobra caiu do céu, ela acabou com tudo, tudo mesmo, acabou com a mata dos Urubu-Kaapor e com as outras possíveis matas, de outras tribos, não sobrando nada nem ninguém para contar a história, originando até mesmo o “mar Paraná-Ramiú”. Isso está claro no texto.

6. Em outros termos, a queda da cobra acabou não só com a mata dos Urubu-Kaapor, mas também com as possíveis demais matas, onde deveriam até viver outras tribos.

7. No trecho original “acabou com a mata toda naquele lugar”, a expressão “naquele lugar” estava fazendo referência a quê? Somente à mata dos Urubu-Kaapor? Poderia ser, certo? Algo como “acabou com a mata toda naquele lugar [onde os índios Urubu-Kaapor viviam]”, afinal, até então, só se falava desta tribo. Sim, é possível a leitura de que a expressão “naquele lugar” poderia estar se referindo a apenas a mata dos Urubu-Kaapor. Pelo menos é uma possibilidade! Isso porque era o único contexto dado – a área onde os Urubu-Kaapor viviam. Não se abordou - naquele trecho - nenhuma outra área, apesar de ser possível, sim, pensarmos na vasta área da floresta, havendo diversas matas.

8. Portanto, no texto, ********"NAQUELE LUGAR" = MATA DOS URUBU-KAAPOR********

9. Se afirmarmos, em substituição, que a cobra “acabou com toda A mata”, usando o artigo, esta substituição estaria fazendo referência TÃO SOMENTE À MATA DOS URUBU-KAAPOR, o que não seria correto, já que a cobra, ao cair do céu, acabou com absolutamente TUDO, seja com a mata dos Urubu-Kaapor, seja com as demais matas adjacentes a ela que por ventura houvesse ali, dando origem ao “mar Paraná-Ramiú”. 

10. Entretanto, ao substituirmos “acabou com toda A mata”, com o artigo, passa a impressão que a queda da cobra acabou somente com aquela mata específica dos

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Urubu-Kaapor, o que não é verdade naquele contexto, pois não sobrou nada de pé na região toda.

Mesmo se esse raciocínio parecer uma viagem a seus ouvidos, é um de vários raciocínios possíveis. O que não é possível é a Banca forçar a barra e afirmar que o artigo após “toda” não irá contrariar a informação do texto. 

A única pessoa que poderia dirimir esta dúvida seria o autor, que não mais está entre nós neste plano terreno. 

Como Darcy não está aqui para se explicar, a Banca poderá impor o que quiser, até mesmo que “toda a mata” e “toda mata” são intercambiáveis. Too much. Exagerou na tal pegadinha. 

Reflexão...Em pegadinhas deste tipo, que não medem nenhum conhecimento, o perfil dos que acertam a questão é, em sua maioria, candidatos que desconheciam a regra tradicional.

Poucos são os candidatos que, conhecedor do tema, como o Marcio, deu algum crédito à Banca por ter “cheirado” a pegadinha. Os demais, eu incluída, perderia muito tempo na dúvida analisando o item, ou confiaria no meu conhecimento e marcaria E, e teria errado! Mas faria parte daquela estratégia mC/mE que conversamos há umas dicas atrás e, no final, o líquido desse tipo de dúvida será sempre positivo para quem estudou.

Pergunto à Banca: de que adianta ter o perfil entre os que acertaram aqueles candidatos que desconheciam a regra e penalizado os candidatos que estudaram e conhecia bem a regra? Certamente não usaremos este tipo de dúvida na hora de redigir um relatório ao longo da carreira, isso é fato!

Enfim, ainda não consegui entender o gabarito “C” para este item. Seria interessante se alguém pudesse comentar algo para convencer à turma que marcou “E”, eu incluída, porque a regra do “TODO(A)” + ARTIGO continua valendo na norma culta, um designando todos aqueles existentes (sem artigo) ou a integralidade, o inteiro do substantivo (com artigo). 

Eu sou contra lamentar gabaritos, vocês sabem disso. Tentar recursos só em último caso. Sustento que, mesmo descontente, eu queria muito entender a racional por trás do pensameto da Banca precisamente para conhecermos um pouquinho mais esse lado perverso do TPS e não errar no certame seguinte; entretanto, sem essa explicacão, fica difícil aceitar. 

Erguer a cabeça e aprender com o erro, mas, neste caso, ainda não recebi uma explicação convincente, e gostaria muito de receber essa explicação.

Observe que o fato de eu também teria errado este item mostra uma vez mais que as pegadinhas do TPS e a atuação na carreira são instâncias que em nada se relacionam, afinal eu sou da carreira e teria errado, bem como colegas da carreira para quem perguntei acerca deste item também teriam errado.

Imagino que um bom TPS seria aquele que cobrasse conhecimento, mesmo que o índice de acerto fosse alto. A consequência seria apenas uma nota de corte mais alta, e daí? Passaria quem de fato conhecesse mais. 

Agora essas pegadinhas inúteis que nada medem em termos de conhecimento, eu tenho minhas dúvidas se seria a melhor forma para avaliar um candidato a ingressar no Serviço Exterior do país. Creio que foi por isso que demorei para passar. Não sou boa em pegadinhas. Prefiro o conhecimento puro e simples.

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Eu vejo dois perfis de candidatos: os que demoram a passar no TPS, mas quando passam, conseguem a aprovação, que foi o meu caso; e os que sempre passam no TPS por estarem “vacinados” contra pegadinhas, já que o Cespe insiste com elas, mas não chega à fase final ou não obtém a pontuação necessária, exatamente porque não focaram o suficiente no preparatório. As exceções a esses dois perfis são as que exatamente confirmam essa regra, caso contrário não seriam exceções :P

Infelizmente, passar nesta fase requer aquela perspicácia para vencer a barreira das pegadinhas, que extrapola o simples cohecimento.

Uma boa forma de o TPS tornar-se um pouco mais justo com o conhecimento do candidato seria, quem sabe, criar, além de C e E, a opção D: DEPENDE (risos!!), seguida de explicação a ser fornecida pelo próprio candidato…mas isso não seria viável, porque a correção de mais de seis mil provas de TPS levaria muito tempo e exigiria muitos professores, ao passo que o frio C e E é analisado pela leitora de cartão. Isso para não mencionar que o conceito de certo e errado é extremamente subjetivo.

Finalizo dizendo que a impressão que eu tinha quando tentava o TPS permanece inalterada: quanto mais estudamos mais desafiante ele fica. Isso porque quem já adquiriu certa carga de conhecimento para o CACD vê os itens Cespe com olhar extremamente crítico, e isso em todas as disciplinas. Minha orientação é exatamente o que eu fiz durante minhas reprovações: continuar acreditando no seu conhecimento e, mesmo que um ou outro erro ocorra no meio do caminho por causa dessas pegadinhas, o resultado líquido será sempre positivo para quem estiver estudando e focado, ademais, a gente fica mais fortalecido ( e vacinado!) para o exame seguinte. É por isso que digo: sem esses erros a gente não amadurece para o sucesso do ano em que seremos aprovados. Faz parte!

É isso boa quarta-feira a todos! Continuemos na luta!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 22/8 (dia do Folclore e dia do Supervisor Educacional): creio que minha dica de hoje poderá ser de interesse a todos os perfis de candidato ao CACD neste momento de ressaca do TPS. 

Perfil 1: candidato(a) que começou a se preparar há pouco tempo e fez o TPS apenas para ganhar experiência e entender como funciona a corrida contra o tempo etc. Talvez ainda esteja abalado(a), perguntando “o que foi aquela tsunami???” ou não, pensando “não é tão enigmático quanto pensava; estudando um pouco mais conseguirei passar”;

Perfil 2: o candidato que já estava estudando há médio ou longo prazo e fez uma boa prova, obteve uma nota preliminar, com base no gabarito, que poderá ser superior à nota de corte, está esperançoso demais para o dia 10 de setembro, quando será divulgado o resultado, e já começou a treinar mais intensamente redação e exercícios de português em preparação para a segunda fase, a se realizar em 15 de setembro; e

Perfil 3: idem perfil 2, mas não tendo feito uma boa prova e está quase certo de que não tenha alcançado a nota de corte e está arrasado e ao mesmo tempo com uma pontinha de esperança.

Antes de continuar a dica de hoje, preciso falar uma coisa para os queridos

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internautas que se incluem no perfil 3. Sei que neste momento, eles devem estar muito tristes e desanimados. Estão se perguntando se vale a pena continuar ou se devem tentar outra coisa. Olha, eu já passei por isso. Por três anos seguidos eu passei pelo que você está passando agora. Sei de cadeira como você está se sentindo. É um momento muito chato esse de pós-gabarito. Você está torcendo para que a nota de corte, por um milagre, seja bem baixa etc., mas no fundo você sabe que não deu. No dia 11 de setembro, dia daquela tragédia aqui em Nova York doze anos atrás, poderá se confirmar a sua “tragédia” pessoal, a decepção. O seu 11 de setembro será aquele em que os entes queridos mais próximos vão ficar olhando para você com peninha, sugerindo para você tentar outro concurso etc. (essa era a pior parte!). É quase um luto, afinal, foi mais de um ano, desde o CACD2012, de foco, abdicações para tudo terminar num TPS. Minha orientação é que você viva este momento de tristeza, faz parte, mas não deixe este momento vencer seus sonhos. Não se esqueça de que, não fossem essas reprovações, você não estaria pronto para passar quando for passar, sim, porque você vai passar com certeza se se mantiver focado. Ademais, ainda que remota, a possibilidade de uma nota de corte mais baixa ainda está sobre a mesa…

Voltando a dica de hoje, ela atende a todos os três perfis. É uma simples dica de leitura, mas muito me ajudou. 

Eu costumava ler aqueles livrinhos “Folha Explica”, conhecem? Há de todos os temas! Sempre havia um na minha bolsa, sempre! Hoje tenho todos na minha biblioteca. Às vezes releio um ou outro.

Trata-se de uma série de livros breves, abrangendo todas as áreas do conhecimento e cada um resumindo, em linguagem acessível, o que de mais importante se sabe hoje sobre determinado assunto. 

Esses livretos são capazes de traduzir temas os mais complexos em linguagem palatável e concisa – o que é excelente para o candidato ao CACD. Pensava assim: o que está neste livreto é o que existe de essencial a respeito deste tema. Uma vez lido o livreto da Folha Explica ou similares, aí sim, eu partia para o aprofundamento. 

A gente passa a conhecer pensamentos sofisticados que de outra forma não entenderíamos, a internalizar muitas expressões elegantes e jargões interessantes no tema em questão, entendendo o que significam. Vale super a pena. 

Um é melhor que o outro, é prático, rápido e escrito por quem entende a fundo daquele tema. Ajuda, em especial, para sua redação, pois você poderá anotar em seu fichamento ou caderno algum pensamento inteligente, associando-o àquele(a) autor(a), o que poderá, por sua vez, ajudá-lo a sustentar sua argumentação, seja na prova de terceira fase, seja, sobretudo, na sua redação, de segunda fase.

São livros bem organizados, que muito agregará a seu conhecimento. Não sei se ainda existem à venda, mas na minha época do preparatório existiam.

O que mais me marcou na leitura desses livrinhos me influencia até os dias de hoje: por meio deles eu pude saber que existe este filósofo brasileiro excepcional, o RENATO JANINE RIBEIRO – nome que eu queria transmitir a todos vocês, perfil 1, 2 e 3, com a dica de hoje. 

Um dia durante minha fase preparatória ao CACD, entrei na livraria de um shopping no Rio e fui direto para a estante dos livretos da “Folha Explica” para comprar mais um. Havia dois juntinhos, da mesma cor, verde-bandeira, ambos do mesmo autor, tal de Renato Janine Ribeiro. Pensei que eram idênticos, mas, olhando com mais atenção, tinham títulos distintos: “A democracia” e, o outro, “A República”. Naquele momento pensei: “ai, que saco, ler sobre esses temas, tão fáceis, estamos sempre usando esses termos”. Para que eu compraria isso, pensei. Ao mesmo tempo me

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desafiei: “Claudia, explique o que é REPÚBLICA! Explique o que e democracia, seus princípios etc. Quais os nomes de pensadores que elaboraram sobre a democracia e a república”…Pois é, fiquei muda. Decidi comprar logo os dois livretos. Entrei no primeiro café que apareceu (sim, sou movida a café com leite!) e comecei a devorar “A República”. 

Hoje vi que os livretos de Renato Janine foram reeditados e a capa é vermelha (http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/873322-folha-explica-professor-fala-sobre-republica-e-democracia.shtml).Sabe aquele texto que fala de temas difíceis, porém de uma forma tão simples ao mesmo tempo inteligente que você não consegue parar de ler? Pois é, esse homem tem este dom! Desde então virei fã do Renato Janine Ribeiro. Frequento até hoje seu site maravilhoso, o http://www.renatojanine.pro.br/Ao final do livreto, há recomendação de leitura e dicas de sites relacionados ao tema. 

Veja o sumário do Folha Explica “A Democracia” e “A República”, respectivamente:

**************A DEMOCRACIA**************

1. A democracia direta2. A democracia moderna (1): os direitos humanos3. A democracia moderna (2): a representação4. O social e o desejo5. Alguns problemas da democracia6. Ainda pode haver democracia?7. A república necessária

**************A REPÚBLICA**************

1. Dois quadros ressuscitam o ideal republicano;2. A virtude varonil3. Um antigo inimigo: a monarquia;4. O inimigo da República (1): o patrimonialismo;5. O inimigo da República (2): a corrupção;6. A República facilitada: Mandeville;7. A República possível;8. República e Democracia;EpílogoImanência e transparência

Observe que, no sumário de A DEMOCRACIA, Renato Janine trabalha o tema REPÚBLICA, assim como, no sumário de A REPÚBLICA, Janine aborda o tema DEMOCRACIA.

Você saberia fazer uma redação que relacionasse República e Democracia?

Observe, ademais, que, de bônus, ao ler “A República” de Janine, conheci o pensamento de Bernard Mandeville, filósofo holandês nascido em 1670, falecido em 1733, e sua Fábula das Abelhas! 

*************************************Vícios privados, benefícios públicos!!!

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*************************************

Acerca do pensameto de Mandeville, explica Renato Janine no livreto da Folha, ele que também é professor da USP: 

“A ganância é pecado. Ms, se cada um de nós for ganancioso, tentará ganhar mais – e o melhor meio para isso é vender mais barato que o outro. O que no plano moral é vício, e no religioso é pecado – a avidez -, pode se converter em vantagem para a sociedade. Por isso, o subtítulo da Fábula é “Vícios privados, benefícios públicos”. A livre concorrência, o mercado capitalista, a expansão econômica que o capital vai promover, sem precedentes na história, tudo isso tem uma base – diz Mandeville – contrária à moral vigente. Mas essa não é uma falha, nem uma razão para condenar a sociedade em que vivemos. Ao contrário, sendo a moral tão difícil, o autor da Fábula mostra que podemos ter uma vida social positiva, vantajosa, sem pagar preço tão alto”.

Janine explica que, para Mandeville, “Não é preciso tanta força de vontade, tanta abnegação, tanta renúncia aos próprios interesses para existir uma boa sociedade. Ao contrário: a boa sociedade depende de intensificarmos nosso egoísmo e mesmo nossos vícios”.

Essa explicação que Renato Janine dá a respeito do pensamento de Bernard Mandeville daria um belo tema de redação! Fica a dica para sua reflexão.

Esta é minha dica de hoje: RENATO JANINE RIBEIRO. 

Ah, não poderia terminar este post sem comentar que, um dia, eu estava lanchando acho que no Marietta, um café-restaurante natural em Brasília, quando olhei para a mesa ao lado e vi Renato Janine Ribeiro com a família dele, creio. Óbvio que o cumprimentei, o parabenizei e agradeci por ser capaz de traduzir aos mortais como eu temas tão complexos! Eu conhecia sua fisionomia porque ele participava de um programa de filosofia da TV Cultura cujo nome não me recordo, a que eu sempre assistia. 

Por fim, creio ser oportuno indicar um site – enciclopédia de filosofia online, gratuita - que por sua vez foi indicado em um site sugerido por Janine Ribeiro ao final do livreto. A enciclopédia é em inglês, o que o ajudará na preparação de inglês ao mesmo tempo que aprende pensamentos importantes para seu preparatorio (e para sua vida!): http://www.iep.utm.edu/ Se algum dos internautas for aluno do professor Renato Janine na USP, por favor, mande-lhe meus sinceros cumprimentos.

É isso boa quinta-feira a todos! Até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 23/8 (dia dos Artistas, dia do Aviador Naval e dia da Intendência da Aeronáutica): nesses dias de licença maternidade estou com um pouco mais tempo para ler. Ontem, lendo o Oglobo do dia anterior, 21/8, deparei com um artigo que me levou a pensar imediatamente: preciso dividir este tema na Fanpage…lá vai mais um dia sem dica de português…

Mais adiante direi a que artigo me refiro. Antes queria falar sobretudo com aqueles que não têm acesso à aula presencial preparatória ao CACD, seja por residir longe

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de onde eles existem, seja por, mesmo residindo perto deles, não ter condiçõs financeiras para frequentá-los. 

É que essa orientação que eu recebi de um professor logo no início do meu preparatório foi decisiva para desfazer gargalos, entendimento pela metade de determinado assunto etc. 

Trata-se de um pensamento que lhe será útil para entender diversas matérias. É a quintessência da interdisciplinaridade. Sem entender o objeto desse pensamento que abordarei hoje, nada do que você estudar para o CACD terá tido sentido pleno. Desde o estudo da relação de poder no Brasil do século XIX, passando pela dinâmica da economia cafeeira mais adiante, pelo trabalhismo de Getúlio, o movimento pela democracia da década de 1980 e a promulgação da Constituição cidadã, chegando às manifestações hoje em andamento. Foi uma das orientações mais pertinentes que recebi ao longo do meu processo preparatório. Sendo assim, você que está traçando um planejamento de médio e longo prazo para obter a aprovação no CACD, saiba que é de fundamental importância compreender a

************************SOCIEDADE BRASILEIRA************************

Na verdade não é bem você ou eu entendermos a sociedade brasileira, deixe-me ser mais clara: você precisa entender como os renomados estudiosos no assunto entendiam a sociedade brasileira. É entender o que eles entenderam, entendido?

No português claro, você já ouviu falar nessa coisa horrorosa chamada JEITINHO BRASILEIRO? Pois é, esses estudiosos vão explicar por que existe o jeitinho em nosso país.

Esse jeitinho é cruel. Olhando pelo lado da nossa capacidade em sermos flexíveis, simpáticos, etc., é até positivo, é nossa marca cultural, mas isso deveria se limitar ao campo pessoal. Quando o jeitinho vai além, privilegia um cidadão em detrimento de outro por motivos os mais absurdos – por exemplo quando um servidor público privilegia o atendendimento ao amigo do amigo do primo do vizinho do irmão, ou dá um atendimento preferencial auma mulher bonita que mexeu com seu imaginário ou ao dono da mecânica que vai dar um desconto no conserto do carro do filho (melhor parar por aqui porque esses motivos me dão nojo), aí complica. É doloroso falar disso, sobretudo quando amamos nosso país. Também tem aquela ôtôridade pública com o poder que o cargo lhe atribui e que abusa dessa autoridade e se sente deus, tipo “Você sabe com quem está falando?” e por aí vai…

Por que o brasileiro é assim? O cidadão comum vai falar que somos um povinho, somos esperto, lei de gerson, e afins. Verdade é que esse traço um tanto perverso do tecido social brasileiro, que nos impede sermos um país desenvolvido, mesmo que sejamos a primeira economia do mundo, tem explicação. 

Você, que está se preparando para ingressar no Serviço Exterior Brasileiro tem a obrigadção de conhecer essa explicação à luz do pensamento de estudiosos cujo objeto de estudo ao longo de sua vida acadêmica foi a sociedade brasileira.

Pois é, esses autores buscarão na nossa história a resposta a essa pergunta – por que o brasileiro é o cidadão do jeitinho.

Quem são esses estudiosos e suas obras? Há vários…Sergio Buarque de Holanda (“Raízes do Brasil”), Gilberto Freyre (“Casa grande e senzala”), Raymundo Faoro (“Os Donos do Poder”), Roberto DaMatta (várias obras, entre elas “Carnavais, Malandros e Heróis”, “A casa e a rua” ou “O que faz o brasil, Brasil?”.

Roberto DaMatta e seu ja clássico “A casa e a rua” é inesquecível e ocupa lugar

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destacado na minha estante. A casa faz referência ao âmbito privado; a rua, o público, onde todos deveriam ser iguais perante a lei!

DaMatta analisa que, no Brasil, as relações típicas entre os moradores da casa (privado) se reproduzem também na rua (âmbito público). É sensacional a sua análise e muito me marcou.

Eu gostava tanto de ler esses livros que chegava a pensar assim: mesmo que eu nunca passe no CACD, só este preparatório está me valendo a pena!

Já ouviu falar do “homem cordial”, termo que Sergio Buarque de Holanda trabalha no clássico “Raízes do Brasil”? Ele trata da “cordialidade” do brasileiro. Entre aspas porque não é a cordialidade como conhecemos o termo, mas no sentido de que o brasileiro é movido pela emoção, não pela razão. Isso estaria muito bem em suas relações privadas, não públicas. No âmbito público, deveria prevalecer a lei, só. 

Um exemplo: outro dia indo trabalhar, saltei do metrô e peguei o ônibus na 56 street com a segunda avenida. Daria para ir a pé até a ONU ou o escritório do Barsil, que ficam na altura da 47 street, mas estava atrasada para uma reunião, na ONU, do G77/China, grupo dos chamados países em desenvolvimento, do qual o Brasil é parte, para fechar posição do grupo em relação a um projeto de resolução que estava em negociação com os demais países do sistema ONU. São apenas dois pontos adiante, normalmente vou caminhando, mas o ônibus naquele dia faria a diferença. 

No ônibus, presenciei uma cena que me mostrou bem a diferença entre uma sociedade dita desenvolvida para uma em desenvolvimento, como a nossa.

Fui uma das primeiras a entrar, passei o bilhete na maquininha, que fica bem ao lado direito do motorista (observação nada a ver: usei o mesmo bilhete que eu havia usado no metrô e ainda estava válido, numa intermodalidade maravilhosa) - e logo sentei-me. Em seguida, atrás de mim, entrou uma mulher americana, cheia de bolsas, e que parecia conhecer muito bem o motorista. Não aparentava ser classuda, mas uma cidadã mais simples a julgar pelos demais americanos que vejo pela cidade. 

Assim que ela entrou, o motorista fechou a porta e continuou a viagem, ao mesmo tempo que a cumprimentava com um largo sorriso no rosto, e começaram a conversar, tendo em vista que o condutor teve de parar o ônibus por causa do sinal vermelho. 

Ambos conversavam como se fossem velhos amigos ou até mesmo parentes, tamanha a afinidade que mostravam pelo bate-papo. O motorista dava-lhe uma atenção atípica dos sisudos motoristas de Manhattan, que nem olham para sua cara quando damos um feliz “good morning” ao entrarmos no ônibus (mesmo sabendo que serei ignorada, eu sempre dou “good morning” ao motorista quando entro no M15; meu recorde foi quando, em um mês, recebi três good mornings de volta!!!). 

Pensei: só quero ver se essa mulher vai passar seu bilhete na maquininha…Não desgrudei o olho da cena. Dei pausa na rádio BBC no meu iphone para conseguir também ouvir o que conversavam. Terminado o bate-papo, sinal verde, ônibus em movimento, ela sentou-se sem passar o bilhete, e pensei: ah! Parece o Brasil! Senti uma certa felicidade, confesso, por ter testemunhado que absurdos como esses não aconteciam só no nosso querido país, mas também nos Estados Unidos!!! 

Infelizmente, minha felicidade durou muito pouco.

A mulher, já sentada, começou a ajeitar aquelas bolsas todas, colocando uma no chão, outra no colo, outra na cadeira vazia ao lado, puxou a mochila para frente, pegou de dentro dela uma carteira já velha, abriu a carteira e eis que surge em sua

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mão o bilhete! Sim, o bilhete! Entre uma freada e outra, bolsas uma para cada lado, ela se equilibra e consegue chegar até lá na maquininha, ao lado do velho amigo com quem papeava segundos atrás, e pimba! Passou o bilhete e os $2.25 entraram para o MTA – o eficiente serviço do transporte público de Nova York. Que tristeza!

***************Confesso que naqueles segundos senti um misto de tristeza com uma pontinha de inveja dos Estados Unidos. ***************

Por favor, entenda-me bem: os EUA têm muitos problemas e merece ser criticado em várias áreas, assim como o Brasil tem muitos aspectos positivos, servindo até mesmo de modelo para a ONU. Não estou aqui julgando um e outro, apenas constato um aspecto do que é ser desenvolvido. Não adianta xingarmos políticos e governantes se a mudança não partir de mim e de você, cidadãos que constituem a chamada sociedade brasileira. Por exemplo, ainda não vi um americano jogar lixo no chão! De férias no Brasil em 2010, saindo do Rio Sul, shopping de classe alta ou média-alta no Rio de Janeiro, ficamos engarrafados na saída. À nossa frente um Audi preto, novinho em folha, lindo. De repente, ainda anestesiada pela beleza daquele Audi, a janela automática do lado do carona se abre e um saco do maquidonaldis cheio de lixo é jogado para for a da janela. Por Allah! Fiquei atônita. 

Eu soltei fogos pelas narinas! Queria saltar do carro e forçar o proprietário daquele carro luxuosos e seus amigos ou familiares a recolher o lixo que jogaram pela janela. Acabou meu dia! Só não fui porque meu marido pediu encarecidamente que eu não fizesse isso, claro, poderia até levar um tiro no meio da cara! Concordei com ele e hoje, três anos depois, consigo desabafar aquela cena com vocês…

Saindo do Audi e voltando ao ônibus…Pensei: imagina se nós brasileiros fôssemos assim, tivéssemos claríssimo em nossa mente onde termina o campo privado e se inicia o campo público, em que todos somos iguais perante a lei, em que os proprietários de Audis se comportassem como usuários do transporte público???? 

Assim que assumi o setor consular na Embaixada em Doha, onde residem muitos famosos do futebol, muitos dos quais riquíssimos, lembro-me bem de ter reunido meus funcionários e deixar claro que emergência consular ou pedidos específicos serão analisados tão somente com base no teor do assunto trazido, se é emergencial ou não, caso contrário, entra na fila e aguarda o documento ser produzido como todos os demais, seja emissão de passaporte, autorização de viagem para menor, o que for. 

Voltando ao ônibus aqui em Nova York…Pela cena pude entender um pouco mais claramente por que eu estava indo participar de uma reunião no G77/China, mesmo representando um Estado que, então, ocupava a sexta posição entre as melhores economias do mundo…Ah! E ainda tinha a questão da intermodalidade do bilhete de transporte! Que maravilha! É a sétima maravilha! Na minha opinião, país desenvolvido não é aquele em que os pobres conseguem melhorar de vida e comprar um automóvel, mas é aquele cujos cidadãos com boa condição financeira pegam trasporte público, porque funciona! O meio ambiente agradece, o trânsito também…bem, isso é outro papo…

Voltando à dica…

Por que estou tratando deste tema hoje? Simplesmete porque li ontem um artigo sensacional publicado pelo O Globo do dia anterior, 21/8, de autoria de Roberto DaMattaque me fez lembrar de tudo o que disse acima e pensei em dividir com os senhores(as). 

Hoje você tem uma dica e um presente. A dica é para estudar os que estudaram o perfil da sociedade brasileira, para entender por que somos como somos - essencial

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ao candidato ao CACD; e o presente é o artigo de DaMatta, publicado anteontem no O Globo, reproduzido mais abaixo.

Diante deste conhecimento, tente pensar em como usa-lo nas suas argumentações ao produzir uma redação ou estudar história, geografia, direito etc. Afinal, entender o Brasil é entender a sociedade que ele tem, como ela se formou, por que ela é como é e como isso obstaculiza nosso desenvolvimento bem como o que isso nos traz de positivo...afinal, sem a sociedade brasileira, da qual fazemos parte, o Estado brasileiro não existiria. Parece coerente sabermos analisá-la com rigor.

É isso! Boas leituras e boa sexta-feira a todos!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br* * * (Texto de Roberto DaMatta)

Disponível em http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=%2Fopiniao%2Fquatro-palpites-sobre-um-bate-boca-9634745.***********************

"QUATRO PALPITES SOBRE UM BATE-BOCAO sinal dos tempos no Supremo tem sido o estilo sincero e desabrido honesto pela raiz do estruturalismo de Joaquim Barbosa

O GLOBO21/08/2013 - 00h00

Quando menino, minha avô Emerentina me solicitou um palpite para o jogo do bicho, uma atividade que ela praticava com a mesma religiosidade com que fazia as suas orações matinais. Pensei num filme de Tarzan e chutei: elefante! O elefante deu na cabeça e dela recebi um dinheiro que virou bombons de chocolate.

São 25 bichos, conforme determinou o cânone do Barão de Drummond, o inventor disso que Gilberto Freyre dizia ser um brasileirismo. Algo genuinamente brasileiro, ao lado da feijoada, das almas do outro mundo, do samba, da corrupção oficial, do suposto orgasmo das prostitutas e do rouba mas faz. Quanta inocência existe entre nós. É de enternecer.

Palpite 1 (avestruz)

O ministro Joaquim Barbosa tem sido tratado como um Drácula brasileiro por dizer o que pensa e sente. Mas, no Brasil, eis o meu primeiro palpite, somos todos treinados a não dizer o que pensamos. Seja porque seríamos presos por corrupção ou tomados como desmanchadores de prazer; seja porque faz parte de nossa persistente camada aristocrática não confrontar o outro com a tal franqueza rude a ser reprimida por sinalizar não o desrespeito, mas um igualitarismo a ser evitado justamente porque nivela e subverte hierarquias.

Somos a sociedade da casa e da rua. Em casa somos reacionários e sinceros; na rua viramos revolucionários e ninjas a cara encoberta. Somos imperais em casa, quando se trata das nossas filhas, e fervorosos feministas em público, com as meninas dos outros. Observo que, quando há hierarquia, não há debate nem discórdias; já o bate-boca é igualitário e nivelador. Por isso ele é execrado entre nós, alérgicos a todas as igualdades. Discutir é igualar, de modo que as reações de Joaquim Barbosa assustam e surpreendem. Afinal, ele é um ministro. Como pode se

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permitir tamanha sinceridade? O superior não deveria discutir, mas ignorar e suprimir.

Palpite 2 (águia)

Um presidente da instância legal mais importante do país que esconde por educação suas valores seria um poltrão? E isso, leitor, é justamente o que esse Joaquim Barbosa, negro e livre, não é e não quer ou pode ser. Na nossa sociedade, você está fora do eixo (ou da curva) até o eixo entrar nos eixos. Ai você vira celebridade e começa a ser fino como um aristocrata. Na oposição seu senso crítico é gigantesco, mas no dia em que você vira governo surgem as etiquetas reacionárias. Eu queria ir, você diz, mas a minha assessoria impediu. Não ficaria bem...

Afinal ator e papel não podem operar como um conjunto? Ou devem agir se autoenganando para serem permanentemente elogiados como espertos ou malandros? Esse apanágio do nosso sistema político que glorifica a hipocrisia e condena a opinião pessoal sincera que, em circunstâncias gravíssimas como a que estamos vivendo no momento, exige o confronto e consequentemente a desagradável rispidez da discórdia?

Palpite 3 (burro)

Como ter democracia sem conflito? Se passamos a mão na cabeça dos mais gritantes conflitos de interesse nesta nossa sociedade de vizinhos de bairro e de parentelas adocicadas pelos compadrios, porque temos de nos sentir aporrinhados porque um juiz confrontou de modo direto um colega cujo objetivo óbvio era o de protelar o arremate de um processo que, no meu entender, vai definir o caráter de nossa democracia liberal e representativa?

Palpite 4 (borboleta)Pergunto ao leitor: existe sinceridade sem emoção? Existe honestidade sem estremecimento? Existe algum regime ético no qual se troca convicção por boas maneiras? Afinal de contas o que seria uma pessoa com bons modos? Seria um cagão sem espinha dorsal? Como, pergunto, mudar um país com essa maldita tradição de dizer que somos assim, mas no fundo somos assado sem dissensões? Afinal o que preferimos: o golpe que silenciosamente suprime o bate-boca ou o bate-boca que é a única arma democrática contra o golpe?

Um amigo me diz que o ministro Barbosa estava certo no conteúdo, mas errado na forma; e que o ministro Levandowski estava errado no conteúdo e certo na forma. 

Mas, palpito eu, como separar forma de conteúdo quando se trata do futuro da democracia ou de um grande amor? Seria possível uma noite de núpcias com um noivo certo no conteúdo, mas sem traduzir esse conteúdo formalmente?

O sinal dos tempos no Supremo tem sido, precisamente, o estilo sincero e desabrido honesto pela raiz do estruturalismo de Joaquim Barbosa. Nele, forma e conteúdo estão juntos como estiveram em todos aqueles que tentam ser uma só pessoa na casa e na rua, na intimidade e no púlpito, entre os amigos e os colegas de tribunal.

Para se ter uma democracia é preciso juntar forma e conteúdo. Não se pode condenar a discórdia e o direito à diferença como somente um gesto de má educação ou de egoísmo autoritário. É preciso abrir um lugar para o bate-boca no sistema moral brasileiro caso se queira terminar com a sujeição e a

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autocondescendência que nos caracteriza como uma sociedade metade aristocrática, metade igualitária. Prova isso o agravante de que, quando essas metades entram em choque, tendemos a ficar do lado aristocrático ou do bom comportamento. Do formal e do legalmente correto, sem nos perguntarmos se o confronto não seria a maior prova de igualdade e de respeito pelo outro.

Será que acertei novamente no elefante, ou deu burro e avestruz?--Roberto Da Matta é antropólogo"

Dica de hoje, 25/8 (dia do Feirante, dia do Soldado): a dica de hoje é um momento histórico para mim e não poderia deixar de dividir com vocês o motivo…É que, hoje, minha amada Yasmin completa seu primeiro mês de vida! 

Tiramos esta foto há pouco, quando saiu do banho depois de pegar o sol da manhã deste finalzinho de verão, antes que o frio do outono chegue aqui por estas bandas e, em seguida, o inverno cruel de -10ºC que eu, carioca, jamais me acostumarei, mas faz parte (bota casaco, tira casaco, neve etc. – é bonitinho noprimeirodia, mas depois perturba…).

***************De todo esse capítulo – nascimento da Yasmin – um dos acontecimentos que mais me marcaram foi, sem dúvida, as manifestações de vocês nos comentários do post de 26/7, quando anunciei o nascimento dela, ocorrido no dia anterior. ***************

Estão todos devidamente registrados e compõem o álbum dela de nascimento. 

Quem é mãe sabe bem o que sinto, porque as manifestações de carinho para com nossos filhos representam muito mais se fossem para nós mesmos, não sei explicar. 

Quando temos filhos, mesmo que mantenhamos nossas individualidades, nossos sentimentos passam a depender do que o filho sente, numa espécie de simbiose: se está triste, não conseguimos ficar felizes; se estão felizes, estaremos felizes mesmo se as coisas não estão dando muito certo naquele momento, and so forth.Por falar em momento histórico, a dica de hoje tem a ver com História…

Quando eu me preparava para o CACD (2003-2006) ou pouco antes disso, o jornal O Globo lançou uma série de encartes, creio que aos domingos, publicando as notícias dos fatos que marcaram a história no Brasil e no mundo do início ao final do século XX. A minha tia Aida, assinante, tinha todos eles e, sabendo de minha nova meta – passar num concurso em que História era importante - me deu. Tenho até hoje, já amarelados e empoeirados. Achava o máximo! 

Imagine você poder ler a notícia estampada no O Globo original de 24 de agosto de 1954 o seguinte: “SUICIDOU-SE O SENHOR GETÚLIO VARGAS – o CHEFE DE GOVERNO DESFECHOU UM TIRO NO CORAÇÃO NOS SEUS APOSENTOS” !

A dica de hoje é informar aos que ainda não sabiam que o acervo do O Globo, a partir de 1920, está todo ele digitalizado e disponível gratuitamente na internet! 

Eu adoro História. Ler a notícia de um fato que já virou história, e, portanto, já devidamente analisado e entendido, é muito interessante. Na minha opinião, permite entendermos ainda mais este capítulo em questão da História. Sim, porque se tentamos analisar um assunto histórico tendo por base o contexto atual, nossa análise não estará boa. 

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Por exemplo, analisar os benefícios trabalhistas concedidos por Getúlio, já que estamos falando dele, com os olhos de hoje, seriam direitos que ficariam muito a desejar; entretanto, se analisarmos aquela concessão tendo por base o contexto de então, aí sim, teremos a correta dimensão do seu significado para a sociedade da época.

É por isso mesmo que a data de hoje é tão significativa para mim: se eu recordar o contexto de um mês atrás, de incertezas, se o parto daria certo, se eu, com mais de quarenta anos, daria à luz uma filha saudável, se eu ficaria bem de saúde etc., 

O fato de estarmos bem e a Yasmin estar agora com um mês e com saúde têm um significado muito maior que o imaginário de quem analisa a situação de fora, de hoje. É assim que devemos analisar o fato histórico! Transporte-se para aquele contexto para compreender a importância que ele teve naquele momento. Tente substituir seus olhos de hoje pelos olhos do cidadão que vivia então. 

O acervo agora disponível online poderá ajudar neste exercício. 

Dica de pesquisa no acervo: clique em “FATOS HISTÓRICOS” caso queira ir diretamente à notícia de seu interesse na História.

O link é: http://acervo.oglobo.globo.com/Bom domingo a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 26/8 (sem efeméride): a dica de hoje é em rápida, mas,como um dia foi uma grande novidade para mim, quem sabe também servirá para candidato que iniciou recentemente o projeto em passar em algum concurso público. Falo hoje da conjunção concessiva…

*********CONQUANTO*********

Trata-se de uma conjunção subordinativa.

As conjunções subordinativas podem ser classificadas como conjunções subordinativas integrantes se introduzirem uma oração subordinada SUBSTANTIVA, ou como conjunções subordinativas causais, comparativas, CONCESSIVAS, condicionais, consecutivas finais ou temporais, que introduzem uma oração subordinada ADVERBIAL.

É fundamental conhecer bem as orações subordinadas – que são de três tipos, quais sejam, ADJETIVAS, ADVERBIAIS e SUBSTANTIVAS.

- As ADJETIVAS são introduzidas por pronome relativo.

- As ADVERBIAIS são introduzidas por conjunção classificada a depender do papel semântico que exerce (causa, comparação etc.).

- As SUBSTANTIVAS são introduzidas pela chamada conjunção integrante (“que” ou “se”)

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A conjunção CONQUANTO é uma conjunção que introduz uma oração subrdinada adverbial de valor semântico CONCESSIVO, assim como “embora”, “ainda que”, “mesmo que”, “se bem que”, “por mais que”, “por menos que”, “apesar de que”, “nem que”, “posto que” (com relação ao “posto que”, ler dica de 15/5).

As orações concessivas iniciam uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação principal, mas incapaz de impedi-lo. Em outros termos, apesar do fato explicitado na oração principal, abre-se uma CONCESSÃO para que o fato explicitado na oração subordinada adverbial concessiva ocorra.

Na primeira vez que deparei com a conjunção CONQUANTO em um texto, achei muito estranho. Foi quandoaprendi. O “conquanto” é largamente utilizado e de fundamental importância até mesmo para ajudá-lo(a) na compreensão de um texto na prova objetiva ou na redação. 

Não confundir CONQUANTO com PORQUANTO, esta sendo conjunção causal.

Inclua o CONQUANTO em seu vocabulário para produção de seus textos. Não é rebuscado e demonstra à Banca que você tem bom domínio das conjunções.

A dica subliminar de hoje é que você estude profundamente os três tipos de orações subordinadas (adjetivas, adverbiais e substantivas), por distintas gramáticas. É que as Bancas, em especial o Cespe, sempre cobram o valor semântico (ideia) que a conjunção desempenha em determinado contexto. Uma vez bem estudado o tema, busque resolver diversas provas passadas para entender como é cobrado.

Observe este exemplo:

“Conquanto haja descrença generalizada acerca veracidade da mudança climática, o Instituto de Sustentabilidade e Paz da Universidade das Nações Unidas promoverá, neste ano, curso de curta duração intitulado ‘Resiliência a mudanças climáticas” em sua sede, em Tóquio”. 

Observe que, no exemplo acima, temos a ideia de CONCESSÃO. Embora muitos desacreditem na mudança climática, a UNU vai, mesmo assim, promover aquele curso.

Se trocássemos o CONQUANTO por PORQUANTO, o sentido da frase seria completamente outro, pois PORQUANTO introduz a ideia de CAUSA. Neste caso, a UNU estaria oferecendo o tal curso PRECISAMENTE por haver muitos descrentes em relação à mudança climática, percebeu?

Observação: por falar em UNU, para os que não conheciam, a Universidade das Nações Unidas, com sede em Tóquio, oferece cursos de curta duração interessantes. Não é uma universidade que oferece cursos de graduação tradicional, mas atua na área de pesquisa. Produz excelentes artigos, relatórios, livros, tudo disponível em http://unu.edu/(observação> fiquei surpresa com o fato de que a dica de 24/8 tenha desaparecido tanto daqui da Fanpage quanto do meu computador…Devo ter feito alguma "besteira” sem me dar conta. Se alguém por acaso tiver copiado, poderia pleeease me encaminhar para [email protected]? Muito obrigada!)

Boa segunda-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

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Dica de hoje, 27/8 (dia Nacional do Psicólogo e dia do Corretor de Imóveis): 

A dica de hoje desta Fanpage não poderia se omitir em relação aos acontecimentos em curso na diplomacia brasileira, iniciada, na prática, no “descumprimento de ordem” de um colega de carreira, na Bolívia, com o desfecho de ontem, troca de Ministro de Estado. 

Sei que o espaço desta Fanpage não tem o perfil para debates desta natureza, mas abordarei um aspecto que pode, sim, ter a ver com sua escolha em ser diplomata.

O novo Ministro, Embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, até então meu Chefe aqui em Nova York, na Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, passa a ser o novo Ministro de Estado. Aliás, pensando bem, continuará sendo meu Chefe, mas, agora, terei muito mais intermediários até chegar a ele (risos!). Em seu lugar, deverá assumir a Missão brasileira aqui em Nova York o meu até então também Chefe, Embaixador Antonio Patriota. Na minha perspectiva, minhas chefias permaneceram.

Brincadeiras à parte, de tudo o que está acontecendo, meu foco na dica de hoje é para um único aspecto nessa história toda, talvez um aspecto menor, que nem está sendo abordado pela mídia, mas que me afeta diretamente e poderá afetar você também na sua decisão em ingressar na carreira.

****************************Na emergência, em uma Embaixada ou Consulado, você poderá se ver em situação que o bom desfecho dependerá de uma decisão só sua.****************************

Extremamente desafiante este momento. Passei por alguns em Doha. Quando temos o Chefe ali a seu lado, fica bem mais fácil; entretanto, na ausência dele por férias, por exemplo, a gente fica de encarregada de negócios, o que, no exterior, chamamos de “Chargé d’Affaires”. Em outros termos, o comando do navio está nas suas mãos!

No Instituro Rio Branco não nos ensinam nada sobre como lidar com emergências, em quenão há tempo para consultar Brasília ou ao chefe, em especial neste momento em que temos muitas embaixadas pequenas mundo afora, quando às vezes é só você do quadro – e aqui deixo esta crítica construtiva ao querido IRBr. Confesso que, quando fui aluna do Instituto (Turma 2006-2008), senti falta de aulas mais pragmáticas do dia a dia da carreira, acerca de que tipo de problemas com que poderíamos deparar no exercício de nossas funções no exterior nas diferentes modalidades de representação (consulados, embaixadas grandes, embaixadas pequenas, organismos multilaterais etc.) e na Secretaria de Estado, nome como nós do quadro do Serviço Exterior Brasileiro chamamos o Itamaraty.

Quando eu retornar para o Brasil para atuar por uns anos na Secretaria de Estado, pretendo sugerir ao então Diretor do IRBr na referida ocasião que introduza palestras e seminários ministrados por diplomatas, oficiais de chancelaia e assistentes de chancelaria que já atuaram em diferentes tipos de representacão brasileira no exterior. 

A situação de emergência que aterriza nas suas mãos no exterior poderá ser de natureza a mais diversa. A minha experiência com essas situações foram majoritariamente na área consular. Como meu modo de trabalhar em todos os empregos que já tive até hoje é aquele estilo da turma do “vestir a camisa” – o que consome meu tempo e meu psicológico, mas não sei trabalhar de outra forma - essas decisões eram uma constante e continuam sendo. 

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Há duas coisas muito distintas, que se contradizem mutuamente, com fronteira sutil entre elas: (1) agir segundo as instruções que nos chegam da Secretaria de Estado, instruções essas consideradas, por nós, diplomatas, algo no campo do SAGRADO; e (2) agir segundo seu próprio discernimento, na IMPOSSIBILIDADE de aguardarmos por instrução.

Por exemplo: uma cidadã brasileira que entra na Embaixada, aos prantos, espancada pelo marido, pedindo ajuda, no matter what, o que você, recém-egressozinho do IRBr vai fazer??? Falar para a cidadã que espere ou volte depois para que você tenha tempo de solicitar instruções para Secretaria de Estado? Claro que não. Mesmo porque a Secretaria de Estado lida com a lei, ponto. A Administração Pública é impessoal, artigo 37 da Constituição. A lei a gente conhece: bastaria sugerir àquela senhora que constitua um advogado, que não podemos fazer nada etc. Definitivamente isso não resolverá. É isso. Refiro-me àqueles momentos xyz do desespero – casos em que em quase sua totalidade se resolve com um simples olhar de solidariedade, um aperto de mão sincero e um empréstimo: emprestar seus ouvidos para o cidadão ou parentes atordoados com a emergência ou falecimento.

A emergência requer decisão aqui e agora. A emergência não pode esperar instrução, ao mesmo tempo em que não há nenhum artigo na lei sobre como lidar com elas. Daria um livro também interessante narrar as emergências consulares por que passei, e a solução dada em cada caso, além de coletar depoimento da experiência de meus colegas, enriquecendo ainda mais o material. 

Diante daquele cenário que jamais imaginara que me aguardava em Doha, decidi, logo de início, que eu pautaria minhas decisões, em caso de emergência nas vezes que eu estivesse de encarregada, em três pilares, o que SEMPRE deu certo. Se um dia eu desse uma palestra no IRBr para os novos diplomatas em como agir em casos de emergências, esta seria a mensagem principal, o que abarcaria 99,9% dos casos:

(a) aja dentro da lei, seja da lei local do país onde você está acreditado, seja do manual jurídico consular que regem nossas ações;

(b) pergunte-se: sem prejuízo de “a”, como você gostaria de ser tratado se fosse você ou um ente querido seu naquela situação? Pois dê o mesmíssimo tratamento!;

E

(c) esteja pronto e preparado para ASSUMIR as consequências de suas decisões, em especial se sua decisão for pautada na busca pela dignidade daquele ser humano em situação de emergência.

É só isso. Claro, na hora “H” acrescentar o item “b” e o “c” na equação poderá significar, por exemplo, uma noite sem dormir, às claras lá no hospital, na delegacia, no aeroporto, na cena de um acidente. Se apenas usássemos a letra da lei, na maioria das vezes uma deportação resolveria, delegando a papelada para um funcionário, pouco importanto o psicológico do cidadão; entretanto, defendo a introdução do fator humanístico no atendimento emergencial. Tenho projeto em andmento tentando elaborar mais no tema, mas, na essência, minha tese é sobre a necessidade de se introduzir ao atendimento emergencial o item “b” e “c”, sem perder de vista o item “a”, nada obstante a falta de pessoal no exterior.

Tive já várias (boas) surpresas agindo assim, aquelas surpresas que servem para reafirmar ao nosso inconsciente para continuarmos agindo como estamos agindo. Sim, porque, às vezes, temos dúvida se estamos certos, se estamos exagerando. Na verdade, só quem passa pela emergência terá a noção exata do que o nosso ato representou.

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Por exemplo, MESES depois de uma emergência dessas em que visto a camisa ocorreu e consegui resolver, meus colegas de turma me enviaram a nota pubicada no Estadão no link a seguir. Hahaha! Nunca imaginei ser notícia noEstadão, meu Deus! Eu nem tinha lido e já nem mais me lembrava do ocorrido…

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,estas-notas-nao-sao-aceitas,691552,0.htmMesmo que o motivo de agir como ajo não é para dar no Estadao (risos!!!) ou qualquer outro tipo de reconhecimento, e, sim, um absoluto respeito ao que acredito, venho observando que agir como ajo, sem esperar qualquer retorno, mas obedecendo aos meus princípios, dá mais reconhecimento do que se isso fosse planejado! Vide o que narrei em 17/6 nesta Fanpage - até hoje nem sei quem me indicao ao conselho para receber a medalha da Ordem de Rio Branco, tampouco tenho acesso às altas chefias da Casa, o que demonstra que nosso trabalho está, sim, sendo observado por alguém. Claro que, ao passar a madrgada acordada, num hospital, ajudando o cidadão em situação de emergencia, tenha a certeza que não estamos pensando em medalhas. 

São surpresas que ocorrem ao longo de nossa carreira simplesmente se agirmos com o coração, analisando como poderemos contribuir com cada caso, assumir as consequências com base em suas crenças, mesmo com a realidade em que hoje trabalhamos: SUBLOTAÇÃO ABSURDA e, agora, provável redução de nossos já curtos salários para dar conta da vida carézima no exterior. Realmente não motiva, apesar de entender que nossa economia não anda nada bem…

Só ajo como ajo porque o princípio de fazer aos outros o que gostaria que fizessem comigo é indissociável do meu modo de agir na vida. Também tenho a teoria de que, para o sucesso, devemos ir além, o extra miles, trabalhar pelo que não somos pagos. Por fim, prometi a mim mesma: se um dia eu passasse no CACD, iria tentar fazer a diferença no micromundo em que atuaria em cada área por que passaria, mesmo se fosse uma só andorinha. E isso se aplica a todas as áreas de nossa vida.

No caso do ocorrido com o colega na Bolívia, não se tratava de caso consular, mas político. Sem instruções, apesar de todo aquele longo tempo em que o colega solicitava instrução a Brasília e nada que definitivamente solucionava na prática o problema lhe chegava, ao mesmo tempo em que a situação de um ser humano se deteriorava a cada dia na salinha ao lado da dele na Embaixada, independentemente de caráter, culpa ou crimes que o asilado tenha cometido, o colega enquadrou-se nos 0,1% daquela minha percentagem acima. Optou pela Constituição Federal. Decisão muito difícil, que o deve ter deixado noites sem dormir, mas, ao final, decidiu pelo que o seu coração, o seu discernimento e a Lei Maior determinavam, assumindo as consequências de seu ato perante a Secretaria de Estado e, até mesmo, perante a Nação, no Fantástico. Confesso que, em casos como esse, haveria também uma certa dose de CORAGEM. E isso ele teve também, em nome do bem maior, a vida degradante a que aquele senhor vivia há mais de um ano dentro da Embaixada do Estado brasileiro. 

*****************Definitivamente a deterioração das condições de existência daquele senhor dentro de uma Embaixada de nosso amado país em nada combinava com os princípios que embasam o caráter do Estado brasileiro, a quem, ao fim e ao cabo, servimos, como todas as demais autoridades brasileiras, de todos os três Poderes.*****************

O episódio me fez lembrar de outro…

Foi também o que fez, na década de 1940, o Embaixador brasileiro em Paris Luís

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Martins de Sousa Dantas, bisavô do meu querido colega de turma, Pedro, de mesmo sobrenome. À época, um descumpridor de ordem; hoje, um herói nacional (http://veja.abril.com.br/140301/p_122.html).Fica aqui a dica: o desafio em ser diplomata não termina na aprovação do CACD, mas inicia com ela. A aprovação será apenas o início de uma fase de desafios e responsabilidades ainda maiores, em que tudo o que você fizer refletirá o comportamento do Estado brasileiro. Será uma fase em sua vida em que a necessidade de decisões deste nível poderão aterrizar em suas mãos da noite para o dia. Pergunte-se: você seria capaz de tomar certas decisões? 

Fica aí a reflexão.

Boa terça-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 28/8 (dia do Bancário e dia da Avicultura): a dica de hoje mostrará a você como NÃO se deve fazer redação, tomando por base algumas análises publicadas na mídia acerca do Itamaraty, em especial no dia de ontem, seguinte à troca de Ministros da Pasta de Relações Exteriores. 

Antes, queria dividir com vocês um texto que li ontem no Estadão e que muito dialogou com o que eu publiquei ontem no post, sobre a coragem da decisão do colega na Bolívia. O texto está dispon;ivel em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-coragem-de-um-diplomata-,1068267,0.htmVoltando à dica de hoje…

A crítica é excelente e sempre muito bem-vinda. 

************Sem crítica, não se evolui. ************O debate é saudável. Democracia, críticas e debates são quase palavras sinônimas. 

Muitos de nós, servidores do Itamaraty, adoramos ler matérias que criticam aspectos do MRE que igualmente gostaríamos que fosse diferente, mas não temos o poder necessário para modificar ou até mesmo mencionar, dada a rígida hierarquia a que estamos subordinados, o que já melhorou muito de uns anos para cá. 

Eu mesma, tampouco sei se o fato de manter esta Fanpage me geraria algum dano. Como creio que não estou violando nenhuma lei e a Constituição me permite a livre expressão, continuemos. É o item “c” do post de ontem: assumo as consequências de meus atos, sempre. 

Exemplo desses artigos criticando construtivamente o Itamaraty é uma matéria escrita por Matias Spektor, intitulada “Boa luta”, publicada em maio último pela Folha de S. Paulo online, disponível emhttp://www1.folha.uol.com.br/colunas/matiasspektor/1271606-boa-luta.shtml. No texto, que não poderia ser mais atual, Matias Spektor critica a ausência de uma política de comunicação social no Ministério. Os canais de que, hoje, o MRE faz uso,

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como Facebook, Tweeter, You Tube etc., que permite a interação com o usuário, é utilizado pelo Ministério como canal one-way. Para chegar à crítica a respeito da ausência de uma política de comunicação, observe que, antes da crítica, Spektor foi muito feliz em trazer para si a credibilidade que a mídia vem perdendo entre os que são por ela atacados – eu incluída, afinal, sou alvo por ter o título de “diplomata” e, portanto, estar no mesmo saco de farinha dos ataques midiáticos que são irresponsáveis. Vou além: você também incluido, afinal você “parou” sua vida para tentar passar no CACD. Com que cara você vai olhar para seus parentes e amigos, que, a essa altura, já devem estar rotulando você com perguntinhas do tipo “você tem certeza que quer isso mesmo para você”? 

Como Spektor conseguiu trazer para si uma credibilidade que fez do texto dele um material a ser respeitado? Simples! Passando, inicialmente, em revista e quebrando as falácias midiáticas recentes contra os diplomatas, para, só em seguida, elaborar a crítica, com argumentos irrefutáveis, porquanto é fato. Vê-se, claramente, que a fonte dele é de quem vive a carreira, pessoas do quadro diplomático. 

Assim tambémdeve ser sua redação, mesmo porque, ficar “puxando o saco” do Brasil (desculpe-me este termo chulo, mas estamos aqui na informalidade e vcs sabem o respeito e a devoção que tenho pelo Brasil), o candidato será penalizado por ufanismo.

A crítica construtiva, bem embasada, é o seu objetivo na tarefa de convencer a Banca de Redação de sua opinião. Gostei especialmente quando Spektor recorda que, na lista dos “funcionários fantasmas” do Itamaraty, estavam os colegas em trânsito de quinze dias entre um posto e outro. 

Meu Deus! Só de pensar que se a lista dos funcionários fantasmas tivesse sido publicada por ocasião dos meus quinze dias de trânsito entre Doha e Nova York, eu teria sido listada como funcionária fantasma, hahaha!!! Rio para não chorar! Logo euzinha, que já abri algumas vezes a Embaixada de madrugada para emitir passaporte para cidadão com passaporte vencido mas que deveria embarcar para o Brasil por problema grave de saúde na família, por exemplo…entre infinitos outros casos!

Outro colunista que eu muito admiro, extremamente crítico, nem por isso repudiado pelos diplomatas em geral, precisamente por ser um excelente crítico, que não usa de falácias, mas analisa os fatos com racicínio consistente (veja o Edital do CACD – consistência do raciocínio) é Clóvis Rossi, da Folha. Não dá para passar um dia sem lê-lo. Esta constatação que faço é ratificada por sua análise, intitulada “O senador e os ovos de ouro” acerca dessa tsunami diplomática dos últimos dias, análise disponível emhttp://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2013/08/1332475-o-senador-e-os-ovos-de-ouro.shtml. Como esses dois exemplos, há muitos outros. É um excelente exercício o treino da análise desses artigos opinativos para você treinar argumentação. 

********************Outro excelente exemplo no processo de treinar argumentação são os textos de um ser chamado FERNANDO RODRIGUES – neste caso exemplo para você saber COMO NÃO FAZER SUA REDAÇÃO. Nunca permita que recalques, posições políticas e afins contaminem seu texto. Se você fizer um texto como o que esse senhor publicou ontem, ou é por pura maldade de um recalcado mal resolvido ou é por pura ignorância em escrever sobre o que não sabe. ********************

O artigo “A incompetência do Itamaraty” é, portanto, exemplo do que você não deve fazer na argumentação, porquanto falaciosa (ler Othon Moacyr Garcia,

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Comunicação em Prosa moderna, capítulo Eficácia e Falácias da comunicação). O texto desta pessoa está disponível emhttp://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2013/08/26/opiniao-a-incompetencia-do-itamaraty-e-do-governo/Generalizar e basear-se em fatos isolados é amadorismo. É técnica típica de quem se mantém no mercado editorial usando golpes baixos. Ele pode enganar os acríticos, não as pessoas que pensam – o que ele parece não saber fazer.

O perigo maior, em que o escritor acaba minando o próprio trabalho: apesar de haver ali algumas críticas muito pertinentes, admito, ele PERDE TODA SUA CREDIBILIDADE PERANTE O LEITOR AO USAR DE FALÁCIAS EM MUITOS OUTROS TRECHOS. Um infeliz.

Afirmar que: 

⇒ “[o episódio na Bolívia] expõe a extrema incompetência do serviço público brasileiro” 

(Não digo que o serviço público brasileiro é a oitava maravilha, mas generalizar assim, incluindo tudo e todos, é fraquíssima argumentação – na prova de redação do CACD e de qualquer concurso sério que cobre redação, seus argumentos devem ser irrefutáveis, geniais, não “isso”. Aqui ele seria penalizado pela Banca, porque afrmou ser 100% do serviço público brasileiro incompetente).

⇒ “No Itamaraty os salários são os melhores”. Bem, atualmente, eu pago para trabalhar, porque as contas (CUSTOS FIXOS!!! – ESCOLA, COMIDA, BABÁ, TRANSPORTE, 10% DO ALUGUEL, LUZ, TELEFONE, INTERNET ETC.) no final do mês não fecham só com o salário. O salário em posto A, como em Nova York, são os mais baixos. E ainda querem cortar o fator de correção. O custo de vida é caro. O aluguel que pago, um ovo em Manhattan, não queiram saber quanto custa – pago do meu bolso e o Itamaraty só nos reembolsa um mês depois, quando não atrasa – temos de ter reserva de recursos para arcar. Colegas já pediram empréstimo para manter o pagamento do aluguel antecipado, e, assim, poder aguardar o reembolso). Escola de filho, somos nós que pagamos. Não queiram também saber quanto eu pago de escola para meus filhos aqui em Nova York. Curso de uma horinha por semana de português – sim, estou repondo a população brasileira ao educar meus filhos também em português – é uma o olho da cara. Passagem aérea anual de férias para visitarmos nossos pais, por exemplo, doentes, nós, os “punhos de renda que só vivemos em coqueteis e tomando cafezinhos”, não fazemos jus. Para poder ir ao Brasil em dezembro próximo, se eu for, ainda estou quacionando a coisa, gastarei, no mínimo, uns U$ 10 mil em passagem aérea para toda a família – mas precisarei ir, pois não piso no Brasil desde início de 2011 por não haver substituto para mim em Doha e não poderia deixar o posto acéfalo e queria fazer uma boa passagem de serviço. 

Aqui na ONU, quantas vezes deixei as Nações Unidas de madrugada em negociações árduas, defendendo a posição brasileira? E meus colegas, que nem vão para casa quando tem esse tipo de negociação e eu os encontro na manhã seguinte com a mesma roupa do dia anterior, com olheiras, ainda negociando? 

***************Como esse “jornalista” pode conclamar a Presidência da Repúblcia para colocar os diplomatas, essa “ “tropa abúlica de punhos de renda para trabalhar de verdade a serviço do país”????????? por Allah, alguém faça algo!!! Conselho da Folha de S.Paulo, Clóvis Rossi, pleeease, façam algo, porque o MRE não irá respondê-lo, infelizmente!***************

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O recalque é claramente revelado quando escreve um parágrafo que prefiro não comentar, em que se vê claramente a necessidade do autor em divulgar que já estudou na Bélgica e na Inglaterra! Ele mesmo se contradiz quando diz que o diplomata servindo na Europa “agem como se fosse europeus” ao mesmo tempo que afirma que foi tratado “a pontapés”. Europeu chuta as pessoas???

Nenhuma instituição está blindada de péssimos funcionários, nem a Folha de S.Paulo! Cabe a instituição desenvolver mecanismos para mudar. Se existe um setor no Itamaraty que vem de fato mudando, é o consular, nada obstante a longa estrada (a ouvidoria consular, que genuinamente funciona, foi um dos melhores acontecimentos dos últimos anos no MRE).

O que falar? Pior que ele, é aquele que o lê e lhe dá crédito. Daí os meus aplausos para o artigo com que abri este post, do Spektor. Como você acha que nós, diplomatas, nos sentimos, quando o Itamaraty não se pronuncia seriamente contra uma criatura dessa? No mínimo o governo ou o Itamaraty deveria cobrar da Folha o mesmo espaço para respondê-lo, como a lei permite. Algo denominado direito de resposta – os internautas juristas me corrijam se eu estiver enganada.

Não devia ser assim, uma secretariazinha de início de carreira com uma fanpagezinha no facebook e meus colegas desabafarem aqui e ali nestes foruns informais. A resposta a um cara como esse deveria ser OFICIAL, porquanto a calúnia foi veiculada por renomado veículo de comunicação. 

Como assim eu sou abúlica? Como eu, que passei dias indo ao hospital psiquiátrico em Doha levar comida boa, desembaraçar o cabelo e dar banho na cidadã brasileira retirada de um voo em trânsito no país e que lá ficou internada por quase um mês sem condições de retornar ao Brasil (quem conhece o tratamento que se dá aos internados em hospital psiquiátrico sabe do que falo), até que cnsegui trazer a mãe dela do Brasil para poder concluir aquele caso? Como assim meus colegas em Brasília que saem diariamente depois das 21h dando conta do trabalho são abúlicos? E os colegas daqui da Missão extremamente competentes, sérios, das seis comissões da Assembleia Geral, que negociam até de madrugada, também são abúlicos? Ou será que o que de fato está com total ausência de vontade seria na verdade este senhor que metralha a tudo e a todos???

Laborfobia reinante no Itamaraty??????

Pelamordedeus!

“Espírito macunaímico da maioria dos diplomatas brasileiros (não todos)”????

Será que ele sabe o que a norma culta da Língua Portuguesa diz a respeito de uma informação entre parênteses??? Algo sem importância, que poderia até mesmo ser excluído do texto?

Ele afirma ainda: “Os diplomatas sabem falar inglês” – ele queria que a gente não soubesse????

Conhecemos “as regras de boas maneiras” – ele queria que a gente fosse como ele e tratasse com estupidez o colega saudita ou iraniano ou estadunidense com posição diferente da nossa durante as negociações????

“Quando vão para um posto no exterior, viajam bem e podem levar um contênier com suas mudanças.” > Será que ele preferia que ganhássemos verba para comprar móveis novinhos em folha ao chegar no exterior??? Boa ideia! Ou será que ele queria que acampássemos dentro de casa, com bebê, crianças etc.???? Viajam bem???? Será que ele já viajou Doha-São Paulo de econômica, 15 horas de voo??? Joelho enconstando na poltrona da frente???? Pé inchado???? Será que essa criatura tem

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noção do que blasfema????

“Educados na superfície”????O que é isso?

O serviço exterior brasileiro é um “depauperado serviço público???”

Exceções, problemas, péssimos funcionários, péssimos jornalistas existem em qualquer instituição. Problemas estruturais, isso há de sobra. A melhoria no Setor Consular, com viés humanístico, eu sou a primeira a defender isso. Já foi estabelecida a OUVIDORIA CONSULAR – que funciona MUITO BEM. O diplomata é chamado para se explicar. TODOS os emails para a ouvidoria consular são lidos e processados. Está mudando. Eu defendo mudar mais. Em assuntos consulares, creia-me, há bandidos e mocinhos tanto do lado do MRE quanto do lado do cidadão. Ele teve experiências ruins, mas outros tiveram experiências boas. Tratar o caso particular pelo todo não pode. Mas reconheço que a área consular tem muito espaço para melhorar, mas melhoramos dando soluções.

A falácia desse senhor confunde-se com a calúnia. 

Coitado, é digno de pena. Observe que é a mesma linha de falácias que vem usando já há pelo menos treze anos – veja o artigo dele publicado em 2000:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0910200004.htmMesmo blablabla.

Se ele soubesse o que nós, diplomatas, em nossas redes internas de Facebook, estamos comentando sobre essa pessoa, acho que a respeitada Folha de S.Paulo – grande jornal que, infelizmente, permite “analistas” irresponsáveis usar o nome do nobre jornal – iria rever sua forma de contratação. Criticar é uma coisa; blasfemar, outra.

Pena que a Casa de Rio Branco não tenha política de comunicação capaz de exigir o exerceício de seu direito de resposta!

Mais abaixo transcrevo, sem dar nomes, pois não pedi autorização, a alguns comentários de colegas diplomatas, educados não só na superfície, mas no modo de escrever, sobre esse blogueiro da Folha. Nào precisamos xingar para defender nosso ponto de vista. Aqui fica mais uma dica seja para a prova do CACD seja para o trato com seus entes quridos e amigos: não precisa xingar ou brigar para explicar seu ponto de vista – busque ARGUMENTOS, e os transmita com serenidade, só isso – é o que meus colegas, educados TAMBÉM na superfície – pois nossa superfície reflete nossa alma, nosso corpo reflete nossa mente – fizeram e divido aqui com vocês, mais abaixo, depois de minha assinatura.

Boa quarta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br* * * Comentários de diplomatas acerca do artigo de Fernando Rodrigues, “A incompetência do Itamaraty e do Governo”, publicado ontem, 27/8, pela Folha de S.Paulo onlline, disponível emhttp://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2013/08/26/opiniao-a-incompetencia-do-itamaraty-e-do-governo/#comentarios 

- “O total desconhecimento da imprensa "especializada" sobre o que seja o

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Itamaraty e o trabalho diplomático; a absoluta ignorância dos detalhes do caso do Senador boliviano, aliada à pressa leviana em julgar a atuação do Brasil, de boca cheia e peito estufado, como quem sabe do que está falando; enfim, o fato de que a imprensa "sofisticada" e os auto-proclamados "analistas políticos" demonstram ter a profundidade analítica de uma gilete e a imparcialidade de um juiz de futebol brasileiro.”

- “O mínimo que se espera de um jornalista de renome como o autor do artigo é um pouco mais de responsabilidade ao escrever e respeito aos alvos de seus comentários - os quais só faltou chamar, em português menos depurado, de "desocupados" ou "vagabundos" (pois não consigo entender a "laborfobia" ou o "pegue no batente" de outra forma). Que se informe mais, que evite as generalizações, que não use duas ou três experiências pessoais para sustentar uma "tese" de tamanha latitude. Em suma, que se preocupe a conhecer mais o objeto de seus textos - no caso, o Itamaraty e, principalmente, quem é e o que faz um diplomata - antes de disparar sua metralhadora giratória com tantas ofensas desnecessárias.

Somos servidores públicos como os demais. Não vivemos de luxo, pulando de festa em festa, como pensam os menos informados. Não usamos punho de renda. Somos burocratas que cumprem as mesmas regras às quais estão submetidos todos os servidores federais. Não temos privilégios. Não somos uma ilha de ineptos, distantes do público, como o jornalista parece acreditar. As ofensas baratas ultrajam os grandes nomes que este Ministério já produziu, que qualquer pessoa minimamente bem informada conhece. Mais do que isso, desqualificam a todos nós, servidores, que acreditamos no trabalho que fazemos, frequentemente com grandes sacrifícios pessoais e familiares (porque só alguém muito ingênuo acredita que os diplomatas só conhecem a rota Paris-Nova York e que viver no exterior é sempre uma maravilha), que amamos o nosso labor, que abraçamos a diplomacia como vocação, e não como empreguismo.

O Ministério se desdobra com pouco mais de 1.000 diplomatas, aqui e no exterior, para fazer valer a presença do Brasil em mais de 150 países e para atender a imensa comunidade brasileira que se espalha mundo afora. Esquece o jornalista, ademais, que o desempenho da Pasta não se mede com tanta facilidade como, por exemplo, o da Fazenda ou da Justiça. Parece desconhecer os princípios básicos da diplomacia. Se tanta estrada tem, como afirmou no texto, deveria saber um pouco mais sobre a execução de política externa e a avaliação de seus resultados. Agora, o mais absurdo, que cala fundo numa classe de servidores - nos quais me incluo -, são as desqualificações de que fomos alvo. "Serpentário", "fofoqueiros", "laborfóbicos" (sic), "superficialmente educados" - o que é isso?! Eu não sei com que tipo de diplomata o autor se relacionou ao longo de sua "estrada", mas certamente não foi com os colegas com quem trabalho todos os dias.

A irresponsabilidade do jornalista ao escrever o artigo é inqualificável. As generalizações que deixam entrever um certo recalque do jornalista invalidam seus argumentos de cara. As desinformações, por fim, são inúmeras e facilmente rebatíveis. O Itamaraty tem o menor orçamento da Esplanada, à frente apenas do Ministério da Pesca e Aquicultura. Os salários aqui nem de longe são os melhores. Há pessoal de nível médio em outros Ministérios ou nos demais Poderes com vencimentos muito maiores. Os diplomatas recebem salários quando estão no Instituto Rio Branco porque já trabalham depois dos primeiros seis meses, embora continuem mantendo seus estudos por mais um ano, em média. Os recursos no Ministério são contados à mão - quem aqui vem não se depara com prédios luxuosos, computadores de última geração, garçons, ascensoristas nem nada que se encontra fartamente nas sedes das demais Pastas”. 

- “Os diplomatas recebem desde o Rio Branco porque trabalham, e é precisamente o fato de terem salário que permite que os diplomatas sejam um grupo cada vez mais diverso e distante da diplomacia de punhos de renda que habita seu

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imaginário. A diplomacia que eu conheço é a das noites sem dormir, da falta de pessoal de apoio, de recursos escassos. Mas o senhor também fala da falta de apoio de diplomatas quando no exercício de sua profissão. Pergunto cá aos meus botões: será que o senhor não anda tempo demais dentro do escritório, sentado em frente a uma tela? O bom jornalista não recebe informações, ele as garimpa. Mas e a falta de apoio como estudante, como fica? Basta entrar no portal do Itamaraty para descobrir tudo o que o Ministério faz em prol dos brasileiros no exterior. E, veja só, o senhor nem vai ter que sair da cadeira que tanto aprecia. E, em tempo, o que seria ser “quase desprezado”? Vejamos.‘Essa deve ser a pasta na qual a relação custo-benefício talvez seja a pior de todas para os contribuintes brasileiros.’ De onde saiu essa informação, cara-pálida? O Itamaraty faz muito, com muito pouco. Inúmeras vezes o país não pode estar presentes em conferências, reuniões e negociações por simples falta de recursos. Nossos diplomatas invejam delegações que chegam municiadas de especialistas, juristas, cientistas (e até Jornalistas!), ao passo que nosso diplomata chuta, cabeceia e faz o gol – sozinho. Mas sua crítica seguinte é mais interessante. Salários melhores, regras de boas maneiras, talheres, contêineres com sua mudança. Os fatos: o salário do Itamaraty é um dos menores do serviço público federal na sua classe. Creio que o senhor já tentou o concurso, não? Isso explicaria muito."

Dica de hoje, 29/8 (dia Nacional do Combate ao Fumo): a dica de hoje é para quem já está focando o CACD-2014, mais precisamente o TPS-2014, mais especificamente ainda as questões de interpretação de texto – o que já abordamos aqui naquela dica que sumiu, de 24/8, que disponibilizarei de novo mais abaixo, após a minha assinatura (aproveito para agradecer a todos os internauts que me enviaram o texto daquele dia).

Revisito o tema porque muitas são as mensagens que me chegaram nos últimos dias perguntando que bibliografia seguir para vencer essa barreira da compreensão e da interpretação, em especial a interpretação das poesias que vem fazendo parte do TPS nos últimos anos. 

A realidade é que não existe um livro mágico que ofereça a luz no fim do tunel para você. É certo que há os livros que mostram os principais erros que cometemos durante a compreensão e a interpretação textial – extrapolação, redução e contradição, mas só. Eu lia aquele livro do Ernani Pimentel, “Intelecção e Interpretação de Textos”, que também vem com questões de concurso. Se por um lado ele nos oferece as ferramentas elementares necessárias para interpretar, por outro não é capaz de carimbar nosso passaporte para o mundo em que dominaremos a arte de bem compreender e interpretar, por exemplo, uma poesia de Carlos Drumond de Andrade, João Cabral de Melo Neto ou Manuel Bandeira.

Como eu não sou especialista em compreensão e interpretação de poesias, e, no meu TPS ela ainda não era cobrada como é hoje, eu não poderia estar escrevendo a respeito disso neste espaço, certo? Errado!

Errado porque temos algo em comum: um dia eu tive de aprender a compreender e interpretar poesias e superei a barreira do enigmático, do impossível – sim, achava impossível entender poesia -, de modo que você poderá fazer o mesmo. Veja como fiz…

Antes de cogitar ir para a Síria, tentei estudar árabe no Brasil mesmo, na esperança de pegar a fluência sonhada. Diante dos preços astronômicos cobrados por professores particulares, busquei alternativas. Uma delas foi, já formada em Matemática na UFRJ, entrar com um processo, naquela Universidade, solicitando reingresso com isenção de vestibular, para a Faculdade de Letras habilitação Português-Árabe. Processo deferido, iniciei o curso de Letras, conseguindo ir até o

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quinto período. Entre as matérias que cursei estava Literatura Brasileira II (Litbras-II).

Lembro-me bem, como se fosse hoje, do processo de matrícula daquele semestre que puxei Litbras-II, ainda no período do obscurantismo, pré-internet: filas imensas. Quando chegava minha vez, uma das turmas estava já lotada e, a outra, vazia. Perguntei para uma aluna da fila se era por causa do horário do curso, ao que ela me respondeu que era a preferência pelo professor. Perguntei, em seguida, se o professor da turma lotada era realmente muito bom, mas ela logo deixou claro para mim o real motivo: é que o professor da turma ainda vazia tinha a fama de cobrar muito, ensinar pouco e reprovar, sem dó nem piedade.

Bem, como nunca tive medo de professor com fama de reprovador, afinal sempre acreditei que somos nós mesmos, alunos, que merecemos ser aprovados ou reprovados; ademais, adorava professor que “cobrava muito”, o que me desafiava, ou seja, nem liguei para o comentário daquela aluna e me inscrevi sem medo na turma vazia. Outras alunas amigas preferiram nem puxar a matéria e cursá-la no semestre seguinte. Achei aquela atitude um tanto exagerada, o que só pude entender plenamente no primeiro dia de aula com o tal professor.

Primeiro dia de aula com ele, sala “vazia”: eu e mais outros sete corajosos ou desinformados. Pontualmente entra aquele senhor distinto, creio que já próximo a seus sessenta anos de idade, óculos de moldura grossa, e cujo nome, infelizmente, não me recordo. Entrou na sala de aula mudo, colocou uma pilha de livros velhos e amarelados sobre a mesa, silêncio absoluto. Em seguida, começou a conversar conosco sobre a vida acadêmica dele. Imagine você isso: ele era especialista em Manuel Bandeira, nome de que, naquela ocasião, não sabia nada, eu apenas achava que já havia ouvido falar quando estudava no Segundo Grau (atual Ensino Médio), cinco anos antes.

Pensei assim: meu Deus, um professor já experiente, que dedicou a vida acadêmica pesquisando um único autor, Manuel Bandeira, de quem eu não sei absolutamente nada, e, de bônus, tem fama de reprovador. Ali, tive a certeza: conhecerei, pela primeira vez na minha vida, o sentimento de ser reprovada. 

Ele analisava os poemas fazendo uma viagem fenomenal, digo, que eu jamais seria capaz de fazer…Comentava causos da vida de Bandeira, como ele era etc.

Para a primeira prova eu mal sabia o que ou como estudar, pois o tema era enigmático demais, eu diria, impossível, com a cabeça que eu tinha então. As aulas de árabe eram muuuuito, mas muuuito mais fáceis e palatáveis do que aquela. Foi um desastre. Tirei 3 de 10. A média na UFRJ, para passar, era 5. E olha que tirei uma das melhores notas, meio ao festival de zeros. Pior: a galera da outra turma havia tirado entre 8 e 10, numa prova medíocre de fácil. Pensei: por que a vida não é justa???

Na prova seguinte eu deveria tirar pelo menos o notão de 7 para passar. A essa altura éramos apenas quatro alunos. Os demais trancaram.

Ao mesmo tempo em que eu estava perdida, pensava também naquela situação nova em que me encontrava: nunca havia sido reprovada na vida, sempre estudei com afinco mesmo as matérias as mais cabeludas, e passava, mas o que, então, estava me faltando? Sentia que a solução estava fora de mim, não dependeria de meu esforço, porque era enigmático demais entender aquilo tudo. 

É esse mesmo sentimento que viria a se repetir quando viria a tentar o TPS. 

**************A minha dica de hoje para você que quer superar o obstáculo da compreensão e interpretação de texto em um TPS que cada vez mais cobra do candidato

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compreensão einterretação de poemas – desafio que, para vencermos, parece não depender de nós, não sei explicar : faça o que eu fiz para ser aprovada em Literatura Brasileira II com aquele professor, e que narro a seguir.**************

Decidi que conseguiria tirar a nota 7, mesmo sem saber como. Pelo menos tentaria. Não admitiria ser reprovada. Nunca! 

Meu plano foi o seguinte: fui à biblioteca de Letras da UFRJ, que, confesso, nem sabia onde ficava. Perguntei para o guardinha que diariamente me cumprimentava. Até a cena daquele homem me mostrando por onde seguir para encontrar a biblioteca entrou nas minhas preces depois!

Chegando à bibioteca, que ficava meio escondida, apresentei minha carteirinha de estudante, olhei nos olhos do bibliotecário e, com os olhos quase mareados, disse: amigo, me ajuda pelamordedeus. Quero pegar TODOS os livros que você me recomendar a respeito de MANUEL BANDEIRA. Disse para ele que não queria livro com as obras dele, seria como árabe, aliás, grego, mas queria livros de autores que EXPLICASSEM as obras e o autor. Queria saber TUDO de Manuel Bandeira, à luz da academia.

O bilbiotecário retornou com mais de dez livros, velhíssimos, iguaizinhos ao do professor! Tive de pedir a ele que aguardasse para eu poder pegar uma sacola plástica na cantina. Comecei a me animar porque aquela cena do bibliotecário trazendo aquela pilha de livros me remeteu imediatamente à entrada do professor cujo nome não me recordo na sala no primeiro dia de aula. 

Pensei: acho que estou o caminho certo. Depois de algumas recomendações do bibliotecário sobre por qual livro começar, fui para casa. Eu teria um mês e meio pela frente. 

Conclusão: fiquei apaixonada por Manuel Bandeira e assim eu fui para a prova, apaixonada por Manuel Bandeira! 

De bônus, aprendia também geografia, que Pasárgada, antes um palavrão aos meus ouvidos, era simplesmente o nome de uma cidade iraniana. Lendo os autores que explicavam Manuel Bandeira, entendi também a metáfora que ele usara: Bandeira não queria ir ao Irã, na verdade, Pasárgada representava o onírico, o ambiente dos sonhos, onde ninguém o perturbaria, onde ele se sentiria bem à vontade e tranquilo para realizar seus desejos, até mesmo eróticos.

Vale aqui assinalar o fator sorte, aquele a que já me referi em uma dessas dicas, quando falei de Alexandre de Gusmão. 

**********É a sorte de você ter estudado o que a prova pedir. **********

É que durante aquele mês e meio de imersão em Manuel Bandeira, os livros explicavam o estilo de Bandeira por meio da própria obra de Bandeira. A uma certa altura, eu já havia estudado a análise de mais de vinte poemas de Bandeira, para não mencionar o autor em si, o homem Bandeira e o poeta Bandeira; entretanto, uma análise me chamou muito a atenção pelo fato de eu JAMAIS na vida, sozinha, ser capaz de analisar aquilo tal como foi analisado em um daqueles livros amarelados.

Era o poema intitulado “POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL”. 

A obra tinha apenas sete linhas. Eu sempre tive PAVOR de textos muuuito pequenos, como esses do TPS, porque, na minha cabeça, quanto menor, mais

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desafiante sua compreensão e interpretação. É igual cobra: quanto menorzinha, mais venenosa. 

O “Poema tirado de uma notícia de jornal”, de sete versos apenas, contava a história de João Gostoso, um carregador de feira livre que morava numa favela do Rio e como se deu sua morte. Tudo isso em sete linhas. 

É que um dia o João Gostoso encheu a cara num bar do morro, onde se divertiu bebendo, cantando dançando etc. Depois da noite de farra, foi nadar na Lagoa Rodrigo de Freitas, que fica ali embaixo, ao nível do asfalto. Embriagado, obviamente, João Gostoso morreu afogado. Até aí tudo bem. 

O problema é que o autor, além da profunda análise daquele poema, contextualizando a vida naquela época, as mazelas daquele momento, a preocupação de Bandeira com o cotidiano, etc., fez também a análise da FORMA daquele poema: Bandeira organizou aqueles versos de modo que o verso seguinte era um pouco maior que o anterior, até que o último verso, a linha que fechava o poema, era superlonga. 

E o que isso significava? 

****************Significava, segundo o autor que analisava o poema, a representação de João Gostoso descendo o morro e chegando, finalmente, na Lagoa Rodrigo de Freitas. ****************

Meu Deus!!!! Por Allah! Eu NUNCA seria capaz de ver aquele efeito, não fosse a minha imersão no estudo de Manuel Bandeira e suas obras. 

Reproduzirei abaixo o referido poema, mas creio que este editor do Facebook vai quebrar o verso ao meio. Diante disso, combinemos assim: colocarei uma barrinha ao final de cada verso, ok? Observe o efeito do João Gostoso descendo o morro (ideia de descida vertical) a partir do verso “Bebeu”, indo parar na enorme Lagoa Rodrigo de Freitas (lagoa, que, espacialmente, nos remete à ideia de horizontal), situada no bairro nobre do Rio chamado Lagoa.

*********************************Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número/Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro/Bebeu/Cantou/Dançou/Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado./

(BANDEIRA, Manuel. "Libertinagem". Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1966.)*********************************

Dia da prova. Minha missão impossível: tirar 7. A essa altura eu sabia até a preferência de cor das roupas íntimas de Bandeira. Se eu fosse reprovada, pelo menos eu seria reprovada com dignidade, pois havia dado mais que o melhor de mim por um mês e meio. Professor distribuiuma folhinha com apenas duas questões. 

A primeira questão, valendo apenas 3 pontos, era moleza: explicar o período literário em que Manuel Bandeira e seus contemporâneos se inseriam. 

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A segunda questão, valendo SETE pontos: analise o poema abaixo, de Manuel Bandeira, intitulado “Poema tirado de uma notícia de jornal”. 

Escrevi duas páginas analisando todos os aspectos daquele poema.

Vou poupar você de ter de ler o que se passou na minha cabeça naqueles segundos em que li a questã, e vou direto ao que você está querendo saber: tirei dez naquela prova, com direito ao professor cujo nome não me recordo aind escrever “Excelente!”. 

Infelizmente, eu havia viajado e tive de faltar a aula de entrega das notas. Quado retornei, fui ao mural da faculdade ver se eu conseguira tirar os 7 de que tanto necessitava. Corredores já vazios, todos já de férias…Eu, sozinha naquele corredor da Faculdade de Letras da UFRJ, olho no mural cheio de pautas de classes com notas, centenas de nome de alunos, eis que eu acho a lista da minha minúscula turma de apenas quatro alunos e, ao lado do meu nome, um “10”. Eu olhava para os lados, queria comentar com alguém, mas não havia ninguém, eu olhava de novo para acreditar, fiquei de queixo caído por uns cinco a dez minutos diante daquele mural. Minha lágrima caiu. Rezei pela alma dos Joões Gostosos que existem aos montes em nosso país. 

Dali fui diretamente ao Departamento de Literatura procurar o Mestre, e o professor estava lá. Pedi para falar com ele, me recebeu com todo carinho e nos abraçamos longamente. 

Ele disse que não se recordava quando havia sido a última vez que havia dado nota dez a um aluno. Acrescentou que, a julgar pela resposta da questão dois de minha prova, tinha absoluta certeza de que eu havia passado dias e dias estudando Bandeira por longas horas. Por fim, do alto de sua sabedoria literária, vinda de dedicação por anos a fio à pesquisa e ao estudo focado, que nada alcançamos na vida sem sacrifícios. 

Simplesmente agradeci e parti, anestesiada por ter VIVIDO e PLENAMENTE ENTENDIDO aquela sabedoria que o professor cujo nome não me recordo e que não sei se ainda vive acabara de me transmitir. Isso era 1992, eu tinha 21 anos de idade. Também tinha a certeza de que os colegas da turma lotada não haviam aprendido nada de João Gostoso, tampouco daquela sabedoria que me foi transmitida em momento tão importante na minha vida, aos 21 anos de idade.

A dica de hoje, em resposta para os que vêm me perguntando que livro estudar para conseguir marcar corretamente as questões de compreensão e interpretação dos poemas que vem caindo no TPS nos últimos anos é fazer o que eu fiz em 1992 com Manuel Bandeira. Só que, no seu caso, você fará o mesmo com todos os poetas que tradicionalmete o Cespe cobra. João Cabral de Melo Neto que o diga! 

Comece desde o livreto “A Folha Explica”, que já publicou vários desses poetas (exemplo:http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u320288.shtml) chegando até os livros disponíveis na biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade pública mais próxima de sua casa. Se for proibido retirar o livro, estude lá mesmo. Planeje-se: dois meses para cada poeta, que tal? Depois tente responder às questões passadas. Ali você entenderá o que estou falando.

É por isso que o projeto de ser aprovado no CACD é de longo prazo. Ser educado só na superfície dá trabalho em profundidade, senhor Fernando Rodrigues!

Para os curiosos na análise do poema sobre João Gostoso, vale a pena ler a análise mais abaixo, mais ou menos na linha da resposta que dei naquela questão em 1992.

É isso! Boa quinta-feira a todos e até a próxima dica!

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Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br

* * * 

Fonte: http://valiteratura.blogspot.com/2012/03/poema-tirado-de-uma-noticia-de-jornal.html

“Poema tirado de uma notícia de jornal” é um poema narrativo, onde o eu lírico se transforma em uma informação jornalística e rotineira de suicídio.

A narração em 3ª pessoa é neutra, imparcial e objetiva confrontando a linguagem poética (versos, ritmos poéticos e musicalidade) com o tom prosaico - uma paródia da linguagem jornalística, denunciando o destino violento de pessoas simples.João Gostoso não possui características precisas: sem nome próprio (representa uma alegoria de muitos brasileiros que vivem na marginalidade das grandes cidades brasileiras. “Gostoso” é provavelmente, uma alcunha); sem moradia fixa (“morava no morro da Babilônia num barraco sem número”) e sem emprego definido (“carregador de feira livre”) cumpre seu destino para a morte e transforma-se num anonimato de ocorrência policial, virada do avesso pela indeterminação.

Aos versos longos iniciais e de ritmo aliterante (“eRa caRRegadoR de feiRa livRe e moRava no moRRo da Babilônia num baRRaco sem númeRo”); segue a expressão “uma noite” fugindo da precisão objetiva da notícia midiática; para em seguida, apresentarem versos dissílabos, que culminam num único verso horizontal (a superfície da lagoa), representando visualmente a trajetória de João Gostoso do princípio (vida) para o fim (morte).Essa sequência imita, na expressão, o movimento de descida inevitável para o fim da vida enfatizado até visualmente pela oposição entre a verticalidade rápida dos versos curtos e a horizontalidade espraiada dos versos longos.

A espacialização do poema inicialmente se dá com indeterminação: barraco sem número, no entanto, no morro da Babilônia que pode referir-se ao substantivo, “babilônia” (baderna, a falta de organização) ou ao alto espaço da miséria anônima e até, ironicamente ao famoso Jardim Suspenso.

A aproximação da personagem à rua (exterior) se dá, na tranquilidade, através da experiência do ser solitário que olha ou escuta de onde descortina o mundo lá fora, assim ressalta a importância de um espaço físico em detrimento de uma individualidade humana.

O bar, por sua vez, é identificado por “Vinte de Novembro”, assim, João Gostoso sai do espaço indiferenciado e entra num espaço público, denominado e oposto a sua vida – um lugar de prazer.A dança de morte de João Gostoso se imprime nas angulosidades do ritmo do poema. Com um ritmo acelerado próprio para retratar a rápida alegria dionisíaca, a necessidade física e o caos da vaidade, antecipa o seu declínio de morro abaixo, após momentos de êxtase.

É importante ressaltar que o Morro da Babilônia (lugar alto e pobre) contrasta com a Lagoa Rodrigo de Freitas (lugar baixo e de riqueza no Rio de Janeiro).

* * * Dica de hoje, 24/8 (sem efeméride): a dica de hoje é para os que têm dificuldade em compreender e interpretar textos, como aqueles cobrados na prova do TPS-2013, de domingo último. Em vez de se lamentar e continuar repetindo para si que nunca conseguirá entender aquele tipo de texto ou avaliar as afirmativas do Cespe a respeito deles, busque alternativas a isso, estudando técnica para bem

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compreender e interpretar. A dica de hoje apresentará a você os três erros clássicos no momento de compreender e interpretar um texto:

***************extrapolação, redução e contradição***************Conhecer bem o que significa cada um desses erros que tradicionalmente ocorrem no momento de interpretar o texto poderá ajudá-lo a marcar “C” ou “E”, ou escolher a opção correta nas questões objetivas do concurso.

O erro de extrapolação ocorre quando aquele que interpreta viaja, indo além das ideias apresentadas no texto; redução, ao contrário, ocorre quando nos prendemos a um único aspecto do texto, de menor importância, insuficiente para explicar o conjunto do texto; e contradição é quando interpretamos o sentido do texto de maneira contrária a seu conteúdo.

Para ficar craque e não mais temer esta parte do TPS estude profundamente e em diferentes livros INTELECÇÃO (=compreensão) E INTERPRETAÇÃO. Com o passar do tempo, você poderá dominar essa parte e agariar mais pontos no seu TPS.

Tenha clara na sua mente a diferença que existe entre COMPREENDER e INTERPRETAR. Compreender é limitar-se ao que ESTÁ NO TEXTO (=intelecção), são as palavras que estão no texto, ao passo que interpretar é ir além do que está expresso no texto.

Como saber se o Examinador está cobrando COMPREENSÃO ou INTERPRETAÇÃO?

- COMPREENDER, isto é, limitar-se ao que está no texto. Dessa forma, você irá deparar com comando da questão como “De acordo com o texto”, “Segundo o texto”, “O autor afirma que”, “Ao afirmarm que xxx, o autor diz que …”;

- INTERPRETAR será cobrado de você em enunciados como “Depreende-se do texto que…”, “No trecho tal o auto quer…”, “Conclui-se que”, “Subentende-se que…”, “Ao afirmar que xxx, a INTENÇÃO do autor foi de ….”.

Cabe aqui uma ressalva: interpretar é ir além do texto, mas sem cometer o erro de EXTRAPOLAÇÃO! Com os elementos presentes no texto, o candidato será capaz de inferir, deduzir, concluir algo, ao passo que EXTRAPOLAR você concluirá algo que não é possível concluir a partir dos elementos fornecidos pelo texto.

Essa parte nunca foi meu forte, admito. Só fui capaz de superar este desafio depois que passei a estudar intelecção e interpretação de textos por meio de diferentes livros e praticar muuuuitas provas passadas, além de estudar os autores mais cobrados e suas obras. Há bons livros na praça dedicados exclusivamente à intelecção e interpretação textual. Decisivo, também, foi conhecer bem os autores mais cobrados, o período histórico em que viveram, características de suas obras. Facilita bastante. 

É isso! Bom sábado a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 30/8 (sem efeméride): a dica de hoje abordará um tema bem simples, mas capaz de confundi-lo no TPS. Tenho medo de matérias simples, porque o Cespe, que parece querer medir o nível de esperteza, não de conhecimento, do candidato, cria pegadinhas sem graça que nada medem. As duas únicas armas que

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nos restam são: (a) conhecer bem o tema tratado na questão; e (b) ser esperto, o que, admito, levei muito tempo para acertar pegadinhas e, mesmo assim, até hoje elas me pegam.

Vamos tratar hoje de 

**********APOSTO**********

Não é meu objetivo aqui esgotar o tema, passo o bastão para você fazer isso, mas queria apenas chamar sua atenção para o fato de que existe algo chamado APOSTO, vários tipos dele, uns vêm entre vírgulas, outros não. Podem, até mesmo, vir após os “dois pontos”. 

No post de hoje irei basicamente dividir o APOSTO em dois tipos apenas:

- explicativo, sempre entre vírgulas;- especificativo, sem vírgulas.

Se você pensou na semelhança com as orações subordinadas adjetivas explicativas ou restritivas, não é mera coincidência. É o mesmíssimo pensamento.

Como bem se recorda, as orações subordinadas adjetivas explicativas vêm sempre entre vírgulas, ao passo que as orações subordinadas adjetivas restritivas vêm sem vírgulas (veja os posts anteriores neste tema e estude essas orações na sua gramática preferida).

Vamos às definições: “aposto é termo de caráter NOMINAL que se junta a um substantivo, a um pronome, ou a um equivalente destes, a título de explicação ou de apreciação”. (Celso Cunha/Lindley Cintra, “Nova Gramática 

*******************Aposto explicativo: *******************

“A presidente do Brasil, Sra. Dilma Vana Rousseff, abrirá os debates da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas daqui a três semanas”. 

Observe que o termo “A presidente do Brasil” necessariamente faz referência à atual presidente. Dessa forma, o aposto “Sra. Dilma Vana Rousseff” veio entre vírgulas porque simplesmente tem papel explicativo, poderia ser retirado que não prejudicaria o entendimento da mensagem.

O aposto expicativo poderia ser uma oração subordinada adjetiva explicativa, caso usássemos um pronome relativo, assim:

“A presidente do Brasil, que é a Sra. Dilma Vana Rousseff, abrirá os debates da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas daqui a três semanas”. 

Oração principal:- A presidente do Brasil abrirá os debates da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas daqui a três semanas.

Oração subordinada adjetiva explicativa:- que é a Sra. Dilma Vana Rousseff

*******************Aposto especificativo *******************

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O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva discursou durante o Sexto Fórum Anual da Al-Jazeera, realizado em Doha em 2011.

Observe que o termo “O ex-presidente do Brasil” não deixa claro quem é essa pessoa, haja vista existir mais do que um ex-presidente do Brasil. Neste caso, deveremos ESPECIFICAR (restringir) de que ex-presidente estamos falando.

Como o Cespe poderá cobrar APOSTO?

Segue exemplo cobrado na prova do Programa de Ação Afirmativa de 2009 do Instituto Rio Branco (http://www.cespe.unb.br/concursos/irbrbolsa2009/arquivos/IRBR09BOLSA_001_1.pdf)

EXCERTO DO TEXTO:*******************No começo da modernidade, Torquato Accetto defendeu a ideia de uma “dissimulação honesta” como a necessidade, própria do caráter precário da condição humana, de adiamento da verdade na esfera pública. Não seria necessariamente a sustentação da mentira, mas um jeito de sobreviver em um mundo de paixões. Um mundo que deseja a honestidade, mas ao mesmo tempo a teme e, portanto, se especializa em contatos indiretos com ela. Enquanto simular é mostrar o que não está presente, dissimular é não deixar aparecer aquilo que está presente.*******************O ITEM AFIRMAVA ASSIM:*******************O caráter explicativo do aposto nas linhas 3 e 4 permite que sejam inseridos os termos QUE É antes de “própria”, transformando-o em oração subordinada, sem se prejudicar a correção gramatical nem a coerência do texto.*******************

Você marcaria C ou E?Vamos isolar o período a que se refere o item:“No começo da modernidade, Torquato Accetto defendeu a ideia de uma ‘dissimulação honesta’ como a necessidade, própria do caráter precário da condição humana, de adiamento da verdade na esfera pública”.Observe que o aposto “própria do caráter precário da condição humana” faz referência não somente à palavra NECESSIDADE, mas, na verdade, ao termo completo “necessidade de adiamento da verdade na esfera pública”. É essa necessidade que o autor critica como sendo “própria do caráter precário do ser humano”, sempre, na visão deste autor. O aposto é EXPLICATIVO. Mesmo que o qualificador daquela necessidade venha só depois, o aposto é explicativo. Isso não é problema. Muitas vezes um aposto virá antes do substantivo a que se refere, veja:“Um dos maiores arquitetos brasileiros, Oscar Niemeyer faleceu recentemente”.

Observe que o aposto “Um dos maiores arquitetos brasileiros” veio antes do substantivo (Oscar Niemeyer) a que se refere.Voltando ao item, a substituição do aposto explicativo “própria do caráter precário da condição humana” poderá, sim, ser transformado em uma oração subordinada (adjetiva explicativa), bastando, para isso, usarmos o pronome relativo e o verbo (QUE É), sem se prejudicar a correção gramatical nem a coerência do texto. Ficaria assim:

“No começo da modernidade, Torquato Accetto defendeu a ideia de uma ‘dissimulação honesta’ como a necessidade, QUE É própria do caráter precário da condição humana, de adiamento da verdade na esfera pública”.

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A propósito, queria dizer que eu ainda servia na Embaixada em Doha por ocasião da participação, a convite da rede de TV Al-Jazeera, do ex-presidente Lula no VI Fórum da Al-Jazeera (Sixth Annual Al Jazeera Forum), em março de 2011. O tema do fórum era “Mundo árabe em transição”. O que o depoimento de uma autoridade brasileira poderia contribuir para um fórum sob aquele tema??? Muito. É que quando estouraram as manifestações por diversos países árabes, os analistas locais passaram a usar o modelo de transição democrática ocorrida no Brasil na década de 1980 como modelo a ser seguido. Havia até mesas redondas a respeito do tema, e os apartes brasileiros eram sempre muito bem-vindos. Lembro-me de ter participado ativamente das mesas redondas por ocasião do 11º Doha Forum (temas debatidos disponíveis em http://www.qatar-conferences.org/democracy2011/dohaforum.qatar-conferences.org/2011/EN/Pages/Agenda.html). É que a transição democrática é também um período turbulento até que se caminhe rumo à estabilidade eleitoral etc. 

A presença do ex-presidente Lula ao Sexto Fórum da TV Al-Jazeera, em 2011, encaixou-se nesse contexto. Seu discurso pode ser visto na altura 20'22" do video disponível emhttp://www.aljazeera.com/indepth/opinion/2011/03/2011313842452274.html. Eu estava naquele auditório.

Por oportuno, já que estamos falando em APOSTO, aproveito para comentar um aposto que me fez rir. Claro, feito pela mídia que ataca gratuitamente. A Folha de S.Paulo, recentemente, falou das viagens do ex-presidente Lula e os gastos ao erário (http://www1.folha.uol.com.br/poder/1251242-governo-teve-gastos-com-viagens-privadas-de-lula.shtml). 

Antes, ressalvo que não defendo este ou aquele partido, mesmo porque sirvo ao Estado, não a políticos. Igualmente, não estou levantando aqui o que seja certo ou o que seja errado em termos de gastos ao erário, pois não é o espaço. 

Meu ponto é SOMENTE mostrar como a mídia aumenta. Ela pode até não inventar, mas que aumenta, isso ela aumenta. Veja só…

Ao listar as viagens de Lula para palestrar aqui e ali, a mídia fez levantamento do dinheiro de cerimonial que as Embaixadas vinham gastando para recepcionar o Lula, visto, pela mídia parcial como Lula, um inimigo político, não como um ex-presidente da República. Se a viagem dele está certa ou errada, isso não cabe a uma embaixada julgar. Imagine-se você, diplomata, lá do outro lado do mundo, diante de um ex-presidente do seu Estado. Iremos mal-tratá-lo? Iremos ignorá-lo? Não iremos oferecer algum tratamento especial, afinal um ex-presidente é ex-presidente. Creio que não seja por aí…Mesmo que ele tenha ido por convite da rede de TV Al-Jazeera que alcança milhões de residências em todo o mundo, divulgar positivamente o Brasil, aplaudido demoradamente pelos presentes. Mas isso é um detalhe. 

Qualquer criatura, de que partido for, ser convidado por um meio de comunicação com poder de influência mundial para falar bem do Brasil deveria ser tratado a pão-de-ló pelo Brasil. Dentro de casa até podemos lavra a roupa suja, mas uma autoridade brasileira com esse poder deveria aproveitar este diferencial. Não para gastar o erário, mas dar-lhe a atenção mínima. Os EUA fazem isso muito bem. Fazemos isso com os parlamentares que visitam Doha de todos os partidos. Mas lei é lei, e deve ser respeitada. 

Aí, a Folha, ao mencionar um almoço que a comitiva teve, o Lula queria o restaurante mais simples da cidade, porém com aquela comida típica árabe. De fato, no mundo árabe, quanto mais “pé sujo” o restaurante for, mais deliciosa e fresquinha é a comida, ao passo que nos buffets dos luxuosos hoteis a comida

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chega até mesmo a não ter gosto em muitos casos. Ah! E custa uma fortuna, não queiram saber. Lá fomos nós para o Nobles, um restaurantezinho de rua, honesto, com uma decoração damasquina interessante, longe da área nobre da cidade, pouco conhecido, levar o ex-presidente da República e comitiva. Chama-se “Noble’s”. Se um dia você for passear em Doha ou, quando já na carreira, for servir em Doha, não deixe de ir ao “Noble’s”. 

O aposto que o jornalista usou para classificar o Nobles foi assim:

“(…)um almoço no Nobles Restaurante, um dos mais badalados do país, para Lula e acompanhantes.”

hahaha!!!!! um dos mais badalados do país é de rir!!!!

Aproveito para mencionar que, no parágrafo anterior dizia que a Embaixada havia solicitado verba para instalar equipamentos no quarto do Lula. Não sei se acreditam em mim, mas digo de cadeira: claro que isso não aconteceu! Essa prática de colocar equipamentos em quarto da assessoria de presidente se dá em visitas de Estado, de presidente ainda no poder. Na verdade, numa visita de Estado, o time chamado ESCALÃO AVANÇADO chega ao país umas duas semanas antes, com os seguranças, cerimonial etc., para interagir com seus homólogos no país a ser visitado, todos assessorados por nós, da embaixada e preparar esses arranjos. Como assim instalamos equipamentos no quarto de Lula, já ex-presidente???? 

Mesmo se fosse presidente, não se instala equipamentos no quarto de presidente.

E aí eu volto à crítica de ontem, sobre argumentar na sua redação. Seus argumentos devem ser irrefutáveis. Nós, que conhecemos o bastidor da notícia em questão, devemos rir para não chorar, porquanto sabemos o que, de fato, aconteceu.

Então, ao escrever seu aposto explicativo ou especificatvo, certifique-se de que se trata realmete de um aposto que explique, não que exponha falácias! (ler o clássico livro de Othon Moacyr Garcia, capítulo “eficácia e falácias da comunicação").

É isso! Busque questões passadas do Cespe sobre aposto e treine!

É isso! Boa sexta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 31/8 (dia Nacional do Nutricionista): a dica de hoje é de inglês, porque muitos vêm me perguntando como eu estudava inglês para o CACD. 

É o tipo da matéria que você precisa de um professor para corrigir sua composition. Ademais, o inglês cobrado no TPS também é chatinho, umas palavras que nunca vimos antes.

Mesmo assim, eu desenvolvi algumas técnicas que me eram sagradas e muito me ajudaram. Embora não tenha tirado uma nota brilhante na prova discursiva, pois, no ano em que eu passei, ainda não me sentia preparada em inglês como gostaria, essas técnicas me ajudaram tanto no TPS quanto na prova escrita de inglês. 

Agora, dividirei com vocês a minha tecnica predileta, que até hoje eu pratico:

************************

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Caçar vocabulários BRABOS e usá-los.*************************Por vocabulário “brabo” quero dizer aquelas palavras em inglês cujo sentido é IMPOSSÍVEL de se deduzir, conseguiu captar minha ideia?*************************

Como caçar vocabulários brabos e colocá-los de uma vez por todas na sua mente, para que eles se tornem tão suaves e plenamente entendidos tal como entendemos a frase “the book is on the table”? 

Fácil!

Criando um caderno ESPECIAL de vocabulários brabos!

Para alimentar esse caderno, veja o passo-a-passo:

a. Uma vez a cada quize dias, eu copiava, nesse caderno, a ÍNTEGRA de um artigo de algum jornal ou revista de importante circulação (The Independent, The Herald Tribune, revista Foreign Affairs, The Economist, TIME, The Financial Times, NYT etc.). A cópia na íntegra ajuda a desenferrujar a mão na escrita em inglês, você passa a ter contato com bons textos de forma lenta, ao copiar. Tudo aquilo vai sendo internalizado.

b. Ao longo da cópia, eu marcava com o marca-texto amarelo as palavras que não conhecia. Marcava em outra cor as palavras que eu já havia levantado anteriormente (o que me fazia muito feliz porque eu entendia por já ter estudado!). Você observará que esses vocabulários brabos tendem a se repetir em artigos futuros.

c. Abaixo do texto, eu levantava vocabulário das novas palavras marcadas: procurava no dicionário inglês-inglês (Oxford Advanced Learner’s) e copiava a definição daquela palavra.

d. Em seguida, criava um parágrafo qualquer, da minha cabeça, em que eu necessariamente usaria todas as palavras novas daquele texto e levava para meu professor de inglês corrigir. Poderia ser um parágrafo sem pé nem cabeça, contando uma historinha louca, mas o importante era que todos os vocabulários levantados deveriam constar do parágrafo criado por mim. Era importante que um professor, preferencialmente nativo, lesse o parágrafo, pois, muitas vezes, mesmo que faça sentido na nossa cabeça, para o nativo poderá ficar esquisito aquele uso da forma que usamos. Há excelentes professores não nativos, não me entendam mal, mas no caso desses vocabulários brabos, às vezes usamos apenas seguindo seu significado, mas, quando o nativo lê, ele torce o nariz e diz que soou mal…Atualmente, você poderá jogar sua frase no google e vê se retorna algum texto parecido, também seria válido na falta do professor nativo.

e. Por fim, nas suas “compositions” seguintes, eu FORÇAVA a mim mesma o uso dos vocabulários levantados no meu caderno, a fim de fixá-los na memória. 

Com essa técnica, aprendi várias palavras, até mesmo uma palavra cobrada em um dos exercícios da minha prova discursiva de inglês do ano em que passei (2006): LUKEWARM. 

Nem acreditei!!!

Lembro-me também – e muito bem - como se fosse hoje de uma questão de inglês do TPS de 2004, dois anos antes de minha aprovação, que eu acertei graças a essa técnica. 

Era agosto de 2003, o texto daquela semana que eu havia escolhido para alimentar

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meu caderno de vocabulários brabos era da “The Economist”. Não sei quanto ela custa hoje, mas naquela ocasião custava R$ 16,00!!!!!! Não tinha acesso online. 

É que uma das edições da revista The Economist de agosto de 2003 trazia na capa uma foto do então Primeiro Ministro britânico, Tony Blair, com a seguinte chamada: 

***************IN THE DOCK**************Eu nem ia comprar a The Economist naquela semana, porque a edição da semana anterior ainda estava novinha em casa para ser explorada, BUT….fiquei intrigada com aquela capa: Blair, olhando para o fundo, um olhar perdido, evasivo, e a chamada da revista apenas assim: IN THE DOCK. Continuei andando, mas o IN THE DOCK não me saía da cabeça, eu tentando descobrir o que significava.

Voltei e comprei a revista!

É que dava raiva olhar para aquela capa e não entender o que o editor queria transmitir. Pensei assim: vai ser o artigo do meu estudo de inglês desta semana!

O artigo, hoje, está disponível online em http://www.economist.com/node/2021227Copiei tudinho. Levantei o vocabulário, obviamente, começando por aquele título que estava me intrigando e descobri que “in the docks” é algo como “no banco dos réus”, é o local onde o réu se senta durante a audiência no Tribunal. Claro, o editor usou de metáfora para dizer que o Blair era o acusado naquela história todo, não poderia haver outro culpado (em inglês fica até bonito usar termos conotativos, ao contrário de nossa redaçào em Português).

Ufa, que alívio entender aquela capa!

Lá fui eu tentar o CACD-2004, quase um ano depois da matéria IN THE DOCK. Claro, ainda estava super crua, não passaria naquele ano, mas saí muito feliz do TPS-2004 porque vi que estava no caminho certo. 

Copio a seguir o iniciozinho de um dos textos que caíram no TPS-2004: 

“Israel is in the dock again. The International Court of Justice (ICJ) is investigating (…)”Vocês não estão entendendo!!! Ao ler aquilo, eu, iniciante no projeto em passar no CACD, ainda achando um pouco impossível para o meu bico, ao ler aquela frase, pensei: “vai que é sua Tafarel!!!”

O item afirmava assim:

“In line 1, the phrase “ in the dock” means accused in court, and, in line 1 6, “underpins”can be correctly replaced by supports”. 

Quando eu li isso, nem acreditei. Pensei: meu Deus, foi exatamente a expressão da The Economist do Blair na capa que me intrigara e que já estudei no meu caderno de inglês de vocabulários brabos. Fiquei tão feliz, mas tão feliz que, mesmo sem ter certeza do resto da afirmativa, marquei C, porque entendi que aquilo não era coincidência, era uma recompensa do universo pelo estudo que vinha fazendo em inglês, já com calos nas mãos de tanto copiar artigos em inglês no meu caderno de vocabulários brabos. Claro, IN THE DOCK significa, sim, o indivíduo na posição de ACUSADO NO TRIBUNAL. O resto tem de estar certo…Como não sabia o que queria dizer o resto (to underpin, que

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hoje eu uso demais aqui na ONU), fui ao texto para ter uma ideia se era mais ou menos aquilo mesmo no caso de underpin, e, obviamente, marquei C, e, obviamente, acertei!

Era o item 47 da prova do TPS-2004, disponível emhttp://www.cespe.unb.br/concursos/_antigos/2004/IRBRTPS2004/Arquivos/OBJETIVA.PDF 

Eu poderia dizer aqui mais uma vez que é o fator sorte, mas, pensando bem, não é não. Fosse isso, eu jogaria na loteria! Então não é sorte. Repensando, penso que sorte, às vezes, é a palavra que se dá para RECOMPENSA, recompensa para os que investem pesado seu tempo focado para um objetivo. Claro que, para acertar um itenzinho do TPS eu tive de levantar MUUUUITOS vocabulários no caderno de vocabulários brabos! É por isso que o preparatório do CACD é de médio e longo prazo, percebeu? Não que seja difícil a prova, mas ela cobra detalhes que só quem focou no estudo poderá ter mais chance de acertar.

Tenho algumas outras dicas de inglês…mas fica para outro dia caso manifestem estar interressados.

É isso! Bom sábado a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 1º/9 (início da Semana da Pátria e dia do Profissional de Educação Física): dado o interesse de muitos no inglês, a julgar pelos “curtis”, “comentários” e cliques de acesso (este visível apenas para mim, administradora da página), podemos tentar abordar curiosidades que me chamaram a atenção por ocasião de minha fase preparatória ao CACD.

Aqui vai mais uma dica acerca de meus estudos de inglês. A dica é uma excelente notícia a todos: poderemos escrever inglês bem parecido com um nativo da língua ou até mesmo tal como um nativo sem precisar viajar ou gastar rios de dinheiro. Para isso, você deverá estar SEMPRE atento para algo denominado…

*************COLLOCATION**************

Este tema será de fundamental importância para sua composition bem como para a tradução português-inglês.

Como, nós, brasileiros, que achamos que falamos bem o inglês, traduziria a frase abaixo para o inglês:

“Ele fez um discurso grande de despedida para os convidados”

Tente traduzir…

Certamente, você e eu, a Claudia da fase reparatória, traduziríamos algo como:

“He did a big speech of good-bye for the guests”. 

Embora você teria tido a capacidade de transmitir ao interlocutor a mensagem, fato é que esta tradução está um lixo!

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Por quê? Porque o collocation da palavrinha SPEECH foi totalmente ignorado. Em outros termos, qualquer nativo que ler essa frase terá a certeza absoluta que foi escrita por um não nativo.

É como se fosse um casamento. Um casamento com boa collocation será harmônico, mas um casamento sem collocation passará por sérios problemas (people, please, apesar de o binômio COLLOCATION/CASAMENTO poder remeter seu pensamento a outras coisas de nossas mentes poluídas, não há qq intenção de minha parte nesse sentido, juro, é que, realmente, parece um casamento no sentido inocente da palavra, do bom e do mau convívio, da existência de afinidade e identidade entre o casal, sentimentos que só poderão se apresentar no convívio 24/7 (24horas por dia, 7 dias por semana, como os americanos falam, “twenty-four seven”), não na época da paixonite e do namoro).

Outra metáfora…

É como se fosse assim: imagine um gringo, que se diz fluente em português, decide escrever um conto em nossa língua e, lá pelas tantas, escreve assim: 

“Zeca, muito triste, foi à padaria ter uma manteiga com pão com um leite e café”.

Obviamente, deu para entender que o tal Zeca foi à padaria COMER um PÃO COM MANTEIGA e BEBER um CAFÉ COM LEITE, porém, nós, cuja língua mãe é o Português, temos a certeza absoluta que não foi um brasileiro que escreveu aquela frase!

Veja o verbo TER: em inglês, de fato, a gente fala TO HAVE A COFFEE…daí TER um café…

Estou, atualmente, com esta situação dentro de casa com o meu filho mais velho, o Amin, de sete anos. Quando chegamos a Doha, em março de 2008, ele tinha um ano e sete meses, mal sabia falar uma e outra palavra. 

Sempre estudou e conviveu com amiguinhos falando o inglês. Em casa, obviamente, falo português com ele, além de que ele faz aulinhas de português – sim, em qualquer cidade do mundo, tenha a certeza que haverá uma santa alma da comunidade brasileira dando aula de forma lúdica de português para esses brasileirinhos!

O Amin, por exemplo, costumava falar a própria idade com o verbo ser, tipo, eu sou cinco anos, eu sou seis anos…até agora, ele se confunde e vive dizendo, orgulhoso pela casa, “mamãe, eu já sou sete”…ao que eu, muito sem que ele perceba, repito de volta “verdade, meu amor, você já TEM sete anos!”, fazendo uma ênfase horrorosa no TEM. Por que ele fala assim? Porque em inglês ele diz “I am seven”, e, não, “I have seven”…

Como este, haveria dezenas de outros exemplos do Amin, mas venho lendo em textos especializados que não podemos corrigir o tempo todo, ensina-se, em vez disso, pelo exemplo, daí a ênfase no verbo TER a que me referi…e olha que essa ênfase eu já faço há anos, mas o menino vive falando as idades com o verbo SER…

Isso também acontece do português para o inglês em pessoas como nós, nativas naquela e aprendizes desta. É que somos aprendizes de inglês como SEGUNDA LÍNGUA, isto é, diferentemente de uma criança que tem contato repetido com a língua entre seus zero e cinco anos, conforme explica o também linguista Naom Chomsky.

Collocation é conhecer muito bem quais verbos, preposições e adjetivos “casam” com o substantivo que você quer usar em seu texto.

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ALÉM DA LEITURA CONSTANTE DE BONS TEXTOS ORIGINAIS EM INGLÊS, QUEM PODERÁ NOS SALVAR, PRAGMATICAMENTE FALANDO, E MOSTRAR QUAIS VERBOS, PREPOSIÇÕES E ADJETIVOS DEVEREMOS USAR E PERMITIR QUE NOSSO TEXTO FIQUE IGUALZINHO AO DE UM NATIVO????

RESPOSTA:**************************************OXFORD COLLOCATIONS DICTIONARY FOR STUDENTS OF ENGLISH**************************************

Quando uma das professoras que me prepararam para a prova de inglês, hoje já falecida, um dia, corrigindo minha composition, disse-me que ter este dicionário seria um MUST para passar no concurso. Segui a recomendação, comprando o livro, mas sem levar, de início, muita fé. Cheguei a pensar: meu Deus, mais um tijolo que custa uma fortuna e nem sei se vou usar. 

De fato, ela estava errada! O referido dicionário tornou-se não só um MUST para passar no concurso, mas também mais MUST ainda depois de passar no concurso! Eu não sou nada sem o meu dicionário de collocation da Oxford na minha rotina de trabalho. É que precisamos produzir muitos documentos em inglês quando estamos no exterior, como Notas Verbais, Cartas etc. 

Comprar o dicionário de collocation da Oxford foi um dos melhores investimentos da época do meu preparatório.

Aqui, nos EUA, ele custa, com o imposto, cerca de $30 (veja no site do Amazon, por exemplo, em http://www.amazon.com/Oxford-Collocations-Dictionary-Colin-McIntosh/dp/0194325385). 

Ele vem com um CD para você instalá-lo inteirinho no seu computador. 

Não sei se existe disponível gratuitamente online. Se existir, creio que seja apenas um trial, por tempo limitado a contar da data que você baixá-lo.

COMO O COLLOCATION DICTIONARY FUNCIONA NA PRÁTICA?

Voltando àquela péssima tradução do início do post de hoje:

**************“Ontem, ele fez um discurso grande de despedida para os convidados”**************“He did a big speech of good-bye for the guests yesterday”. **************

Vamos tentar reescrever essa frase utilizando o Oxford Collocation Dictionary… O substantivo em questão é SPEECH. Vou abrir na página…encontrei duas acepções para speech, mas a segunda é a que me interessa: “formal talk”, (veja o ábum que criei com duas fotos).

> adjetivos que “casam” com “speech” (não vou escrever todos…): brief, little, short/interminable, long, major/eloquent, excelent/acceptance, inaugural, farewell (…)

***Observe que BIG não “casa” com speech!!!!***(vou escolher LONG + FAREWELL)

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(farewell=despedida)

> verbos que “casam” com speech: deliver, give, make/broadcast/write

***Observe que DID (verbo TO DO) não “casa” com SPEECH!!!!***(vou escolher DELIVER)

> preposições que “casam” com SPEECH: in, about, on, toExemplos dados pelo dicionário: “In her speech to the White House (…)”;“She made a speech on improving (…)”.

No nosso caso, deveremos escolher, obviamente, a preposição TO.

Finalmente, vamos brincar de ANTES e DEPOIS, o que pretendo fazer em breve com a minha redução de peso, hahahahaha!!!!

**************ANTES da consulta ao Oxford Collocation Dictionary:**************“He did a big speech of good-bye for the guests yesterday”. **************

DEPOIS da consulta ao Oxford Collocation Dictionary:**************“He delivered a long farewell speech to the guests yesterday”. **************

Compare ambas as traduções e conclua você mesmo qual delas um nativo na língua ou a Banca de Inglês do CACD preferiria!

Bom domingo a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 2/9 (sem efeméride): na dica de hoje iremos falar dos falsos amigos….

Antes, queria informar que hoje é a primeira segunda-feira de setembro, o que, aqui nos EUA, significa feriado nacional, dia do trabalho, Labor Day. 

Simboliza, na cabeça da população local, eu temporariamente incluída neste grupo, o final e o início de várias coisas. 

Por exemplo, termina hoje o verão e inicia o outono, em um país onde as estações do ano marcam todo o calendário das atividades por serem precisamente definidas pela paisagem e temperatura. Casacos leves meus e da minha minitropa já estão na máquina de lavar para serem usados daqui a alguns poucos dias. É o fim das férias escolares e início de novo ano letivo, em 9/9. Como corolário, época também de comprar material escolar, no meu caso, referente a duas listas: Amin e Karim; a Yasmin ainda aguarda para entrar na cre$he em janeiro, quando terminar minha licença maternidade e eu retornar ao trabalho – God save our pockets!). 

O quanto gastei nas duas listas escolares vocês não vão querer saber, é desanimador, e vocês estão se preparando para o CACD...mas faz parte, né TCU - corte mesmo nossos fatores de correção e puxe ainda um pouquinho mais a corda no meu pescoço. Sorry pelo desabafo, sei que o internauta desta Fanpage está aqui

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por outros motivos, não para ouvir esse lenga-lenga do aperto pelo qual nós, diplomatas-com-família-em-Posto-A, passamos, mas não poderia perder esta oportunidade. Estou pensando alto, só isso.

Pensando um pouco melhor, talvez o problema esteja no próprio MRE, Pasta com o menor orçamento da Esplanada, que poderia explicar melhor as coisas para os que controlam o erário. Repensando, o TCU apenas está fazendo o seu papel...

É que, na minha cabeça, penso que poderia ser um pouquinho diferente. Por exemplo, penso não ser justo com os diplomatas com filhos em idade para serem matriculados nos Ensinos Básico, Fundamental e Médio terem o mesmíssimo salário do colega sem filhos. Em valor absoluto, meu salário, drenado nessa estrutura (babá, escola regular, escolinha de português etc.) de manter e educar brasileirinhos no exterior, onde me encontro a serviço do Estado, é IDÊNTICO ao de meu(minha) coleguinha do mesmo nível que eu na carreira, solteiríssimo(a) ou casado(a), mas sem filhos; em termos relativos, entretanto, meu coleguinha ganha mil vezes mais que eu, certo? Aliás, refraseando, já que meu ponto aqui não é baixar o salário deles e, sim, ter benefícios para cada filho, eu ganho mil vezes menos que meu coleguinha. Pergunto, é justo? Nem precisava de acréscimo em termos de recursos, bastaria convênios em escolas no exterior, pelo menos uma escola de língua inglesa e outra em língua francesa em cada local com representação brasileira. Nem que fosse convênios do tipo 80%(MRE)-20%(Servidor) ou algo assim...já ajudaria MUUUUUUUUUUUUITO!

Sei tambem que, se formos esperar o mundo ser justo, iríamos mofar sentados…quem sabe faz a hora, enfrentemos as injustiças com cabeça erguida, vendo somente o lado positivo da coisa. É o que sempre faço na minha vida. Apenas estava constatando esse lado perni$$Ioso da carreira para os que pensam aumentar a família e seguir esta carreira...uma empresa privada trata diferentemente seus funcionários com filhos. 

Doía muito no meu coração (e no meu bolso!) quando eu servia na Embaixada no Catar e atendia no setor consular as dezenas de pilotos brasileiros entre comandantes e co-pilotos da Qatar Airways que tinham 100% da escola paga para cada filho. Que sonho! A Vale, em Omã, idem. 

Se bem que a maioria dos pilotos em Doha era ex-Varig com aquele problema da Aerus - fundo de pensão para o qual contribuíram a vida toda para chegar na época de sua aposentadoria sem nenhum centavo, coitados. Um absurdo. Comandantes acima de cinquenta anos, uns já com bem mais de 60 anos, que iria curtir a aposentadoria após decadas voando na Varig, eis que estão no Golfo sustentando suas famílias. Uma vez, conversando com um alto executivo da Qatar Airways, ele me disse que os pilotos brasileiros na Qatar Airways eram excelentes, alguns eram até instrutores para os novos pilotos que a empresa contratava mundo afora. A grande felicidade da empresa, porém, era exatamente pelo fato de o piloto brasileiro ex-Varig, experientes que eram, chegarem prontinhos para trabalhar, sem que a empresa precisasse investir um centavo em seu treinamento. Que custo x benefício sensacional, né? Tragi-comédia...Ou seja, cada um com seus problemas e sensos de injustiças...eu com o meu, os pilotos ex-Varig em Doha com os deles...

O que me convence em continuar no Serviço Público, além de meu patriotismo, é a certeza da felicidade que sinto em estar trabalhando no que amo. Sei de colegas que tiveram a coragem de retornar para o setor privado ou pretar outro concurso, abandonando a carreira diplomática e iniciando outra no Judi$$iário ou no Legi$lativo. Como também amo a maternidade e cuidar bem dos meus filhos, este é o preço para a realidade do Serviço Exterior Brasileiro. Poderia custar-me o dobro que ainda não me faria mudar ou escolher outra coisa, o que não invalida minha constatação de que é injusto não vermos refletidos no salário de pais e mães diplomatas, oficiais de chancelaria e assistentes de chancelaria o fator EDUCAR-

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FILHO, além de uma ajuda que não chega a cinquenta reais por filho! A mudança deveria partir de nós, mas não encontro pessoas para liderar uma luta nesse sentido. Uma vez perguntei na ADB por que era assim, e a resposta que obtive é que os demais ministérios iriam pedir o mesmo para seus funcionários, que tivessem também escolas pagas para seus filhos mesmo no Brasil etc. E não estão errados! O ensino público no nosso país infelizmente ainda carece de qualidade que permita ao estudante de escola pública ingressarem nas faculdades públicas. 

Bem, voltando ao feriado, o feriado em nada me atinge, estou de licença e as crianças de férias. 

Depois deste início de dica/desabafo meio nada a ver neste dia de hoje, dia do trabalho nos EUA, vamos ao que interessa…

Observei que o interesse dos internautas desta Fanpage por dicas na área de idiomas é muito grande entre os candidatos ao CACD. Não creio que eu possa ajudar muito mais que isso, com dicas do que funcionou para mim, afinal não cresci no exterior em contato direto com a língua, não domino como um nativo o idioma. Ter fluência eu tenho, isso é uma coisa; dominar um idioma como um nativo, isso é outra. A linha que divide um e outro pode ser tênue, fininha, mas ela é muito bem marcada.

Se estiverem interessados no que eu fiz para melhorar o nível de meu inglês focando na discursiva do CACD, aí sim, terei o prazer de continuar este exercício de dicas em idioma estrageiro. 

Hoje dividirei com vocês mais uma dica que deu muito certo para mim, embora esta dica de hoje vocês já devem obviamente conhecer: Manual do Candidato de inglês, publicado pela Funag, de autoria da querida professora Sara Walker, que também me preparou em seu curso em Brasília e, posteriormente, me deu aula no Instituto Rio Branco. É uma professora muito querida. O nome correto do manual da Sara é “The Candidates Handbook English”. 

O manual, agora revisado pelo também querido professor que tive no IRBr Paulo Kol, está disponível para download gratuito, juntamente com os demais manuais do candidato da Funag de outros assuntos, no link http://www.funag.gov.br/biblioteca/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=47&Itemid=41

(O Manual de Inglês é o último, lá no final da página)

Finalmente cheguei ao que eu queria dizer hoje para você sobre as falsas amizades (risos!), além da dica para baixar e devorar este manual: 

(a) vá até a página 217 do referido manual e INTERNALIZE na sua alma os falsos cognatos daquela lista, também chamados FALSOS AMIGOS, e anote em seu caderno de inglês (sim, escreva, manuscrito, não é digitar no computador e ipads) aqueles falsos amigos; e (b) busque UTILIZAR (corretamente, ok???) os falsos amigos na sua composition e nos seus exercícios de tradução e resumo, pois fica superbacana e mostra para a Banca que você está por dentro!

Um exemplo antes de encerrar…

A palavra bem legal para usar em composition é “Ultimately”, que muitos pensam significar “Ultimamente”, mas não é.

"Ultimately" significa “em última análise”, o que pode ser interessante usar para unir ideias durante sua argumentação.

Para dizer “ultimamente”, ou seja, “recentemente”, use “recently”.

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E por aí vai!

Então fica aí a superdica do manual da querida professora Sara Walker, revisado pelo também querido professor Paulo Kol. Tudo que eles disserem ali vocês aproveitem bem! É ouro aquele manual para complementar seus estudos de inglês.

Boa segunda-feira laboral a todos aí no Brasil e bom feriado laboral aos internautas que estão aqui nos EUA – que não são poucos!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 3/9 (dia das Organizações Populares, dia Nacional do Biólogo e dia do Guarda Civil): a ideia da dica de hoje surgiu depois de trocar e-mails com uma amiga de longa data que vem se preparando para o CACD. Ela confidenciou-me que ouviu alguém que não me conhece, tampouco sabia que ela me conhecia, comentar que eu havia sido infeliz ao afirmar, em entrevista que concedi ao O Globo em agosto de 2009, que não sabia o que era keynesianismo ou quem era Kant ou Diego Velasquez antes de decidir me preparar para o CACD.

A matéria, focada nas mudanças ocorridas no concurso com vistas a torná-lo um pouco mais democrático, está ainda disponível em http://www.politicaexterna.com/4450/reportagem-do-jornal-o-globo-sobre-o-cacd

O episódio fez que eu decidisse abordar na dica de hoje dois aspectos: (a) o imaginário onírico e equivocado de que só os que nasceram com determinados dons sobrenaturais conseguem passar no CACD e; (b) a busca pela realização do sonho.

Quanto ao primeiro, esse imaginário existe entre candidatos ainda descrentes em si, também entre os que nem têm coragem em decidir por dar início ao projeto “passar no CACD” e, pior ainda, infelizmente existe também entre alguns diplomatas, algo facilmente perceptível pelo Ministério. Ainda bem que, na minha percepção, trata-se de minoria.

Sim, repito aqui, não tenho qualquer problema com isso ou vergonha, o fato de que, até 2002, ano em que decidi operacionalizar o projeto “passar no CACD”, com 31 anos de idade, não sabia o que era keynesianismo, ou quem era Immanuel Kant ou Diego Velasquez. Conhecia Euler, Fermat, Galois, Gauss, Leibniz etc. e seus teoremas porque minha formação era Matemática e, confesso, não lia temas afetos à Filosofia ou à Teoria Política. Mesmo assim, só conheci aqueles matemáticos e seus teoremas por causa da faculdade. Antes disso também não conhecia nenhum desses nomes bonitos.

Em outros termos, para alguns, é temeroso e vergonhoso um diplomata afirmar que não conhecia isso ou aquilo, o que, após nos prepararmos para o CACD passa a ser assuntos elementares. 

Certamente quem se incomoda com isso é porque se vê afetado caso os integrantes de seu círculo de convívio leiam uma matéria como aquela, pois a máscara de sabichão(ona) poderá cair, a carruagem virar abóbora de novo e os seus amigos verem que ele(a) não tem o gen de gênio, como que se para ser gênio precisa de algum gen especial. Irá desmascará-lo(a) pois não mais será visto como sabichão, mas tão somente alguém que vem estudando e tentando passar. Mas só passa o gênio - gênio tal como eu descrevo a seguir.

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Para ser gênio - e todos nós temos uma genialidade adormecida em nós, apenas aguardando ser estimulada - precisamos de três elementos: 

1. arregaçar as mangas e ir à luta (=sacrifícios, estudar, acordar cedo);2. acreditar genuinamente em si e no sonho, encarando cada derrota das batalha como combustível para a vitória final; e3. ser humilde, guiando-se pela máxima socrática “tudo que sei é que nada sei”. 

Quanto a “1”, não comentarei nada, apenas transcreverei, a seguir, o que o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães afirmou ao final de sua entrevista à mais recente edição da Revista Sapientia:

“Sapientia: Alguma última palavra para quem está prestando o concurso para a carreira diplomática?

Samuel Pinheiro Guimarães – Estude. Estude muito. Se estudar muito, passa. Se não estudar, não passa. Simples. Não há dificuldade alguma.”(Revista Sapientia, 11ª Edição, versão PDF, p.9, disponível em http://www.cursosapientia.com.br/images/revista/RevistaSapientiaED11.pdf)

Quanto a “2”, é o que a gente já vem conversando aqui neste espaço. Acredite em si. Compare-se consigo mesmo, compare a evolução de seu conhecimento com o passar do tempo, como estava antes e como estará um mês, um ano depois. Ninguém nasce sabendo nada. Veja a Yasmin: só mama-dorme-mama-dorme…Por que ter vergonha de esconder que não sabemos algo? 

Sinceramente, não vejo problema nisso. Sim, sou neta de imigrantes e meu avô, falecido em 1976, era mascate, vendedor de porta em porta nos idos das décadas de 1930 e 1940, catava papéis na rua na carrocinha que tinha para revender já àquela época, e, assim, conseguiu educar os filhos, incluindo aí minha mãe, que também nos educou e assim sucessivamente. 

É a beleza da vida. Meu Deus, o comentário que a minha amiga me confidenciou, de tão mesquinho por parte de quem o proferiu que chego a ficar com pena da criatura, esta, sim, infeliz. A vida é tão curta, tão bonita e essa criatura preocupada que eu, uma diplomata, falei que não sabia o que era keynesianismo quando decidi me preparar para o concurso. Vamos rir para não chorar. 

Essa história me faz pensar também em um autor que muito contribuiu na parte psicológica e organizacional do meu preparatório. Vocês já devem ter ouvido falar em William Douglas, autor do livro “Como passar em provas e concursos”. Dei o meu exemplar para uma prima que vem tentando passar em concurso da magistratura. Na página 49 da mesma Revista Sapientia acima citada, Douglas, que já foi aprovado e reprovado em inúmeros concursos, concede entrevista cuja leitura recomendo fortemente. 

Ele ensina que “Vitória e derrota são ‘fotos’ de como alguém está em um determinado momento. A mesma pessoa pode ser aprovada e reprovada diversas vezes dependendo do quanto ela estiver preparada. Quem for reprovado pode se preparar melhor e no futuro realizar seus sonhos”. 

Em outros termos, ele apenas escreveu com outras palavras o que o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães afirmou, reproduzido mais acima.

Quanto a 3, bem, isso vai de cada um. Humildade, na segunda acepção fornecida pelo dicionário Houass – “virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações”. É a esta acepção a que me refiro e é bem explicada pela wikipedia: “Humildade vem do latim “humus” que significa "filhos da terra". Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem

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mostrar ser superior a elas. A Humildade é considerada pela maioria das pessoas como a virtude que dá o sentimento exato do nosso bom senso ao nos avaliarmos em relação às outras pessoas. Características como cordialidade, respeito, simplicidade e honestidade, embora sejam frequentemente associadas à humildade, são independentes. Portanto, quem as possui não precisa necessariamente ser humilde.(…) Muito confundida com Modéstia, pode ser exatamente o contrário, o modesto tem falta de ambição, a humildade pode estar no ato de reconhecer que em determinado momento estamos sendo ambiciosos ao invés de gananciosos. Diz-se que a humildade é uma virtude de quem é humilde; quem se vangloria mostra simplesmente que humildade lhe falta. É nessa posição que talvez se situe a humilde confissão de Albert Einstein quando reconhece que ‘por detrás da matéria há algo de inexplicável’ ”.

Observe que qualquer "gênio" que conhecemos em qualquer área, se pudermos ter acesso a um raio-x de sua vida, veremos que ele não é gênio, apenas arregaçou as mangas por longuíssimo tempo e ainda continua, acreditou no que é capaz e foi humilde no sentido de que era sempre e ainda e um aprendiz, na certeza de que estaria pronto quando a oportunidade lhe aparecer, poderá ter seu lugar ao sol. Na verdade as oportunidades estão sempre a nossa volta, mas o despreparo não nos deixa aproveitá-las. Preparar-se requer o primeiro passo - decidir lutar -, o resultado aparecerá só depois de muito tempo uma vez dado o primeiro passo.

A oportunidade não surge para o despreparado ou para o descrente. Da mesma forma, poderemos acreditar em nós mesmos, sermos humildes, mas não estudar ou arregaçar as mangas, também não chegaremos a lugar nenhum. 

Resumindo o post de hoje, para você ser aprovado no CACD ou realizar qualquer sonho compatível com suas habilidades (claro, eu não vou sonhar em ser a melhor jogadora de vôlei que o Brasil já teve porque transcende minha capacidade física), os três elementos devem existir SIMULTANEAMENTE, pois um depende do outro:

1.Envidar esforço hercúleo e diário por médio a longo prazo+2.Acreditar em si+3.SER HUMILDE

(1) + (2) + (3) = realização do sonho

Um vídeo que sempre vejo, por mais "nada a ver" que possa parecer com o que abordei hoje, por mais nada a ver com CACD, mas queria que soubessem que este link abaixo é um dos vídeos mais inspiradores que já vi em termos de realização de um sonho aparentemente impossível, mas que a pessoa em tela reuniu os três elementos acima e realizou o sonho. Demorou quase uma vida inteira, mas aconteceu. Se a pessoa que me achou infeliz mencionar que não sabia o que era keynesianismo ler este post, vai me achar ainda mais infeliz com essa recomendação final, nada a ver, mas que eu adoro, pois, metaforicamente falando, é um tapa na cara de todos aqueles que se acham superiores a tudo e a todos e não acreditam que aquele que é esforçado, sonhador e humilde um dia realizará o sonho.

https://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo

Boa terça-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

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Dica de hoje, 4/9 (sem efeméride): na dica de hoje dividirei com vocês uma técnica de ouro que parece óbvia, mas, se colocada seriamente em prática, muito irá ajudá-lo(a) não só no estudo do inglês escrito mas também no aprendizado de temas substantivos para o concurso.

*************Leia livros de história mundial e de política internacional em seus originais em inglês. *************

O aumento de produtividade é fenomenal. É o que no popular falamos matar dois coelhos com uma cajadada só. A impressão é que eu matava uma coelhada com uma cajadada só, que me desculpem os defensores dos animais!

Falamos de coelho, agora vamos falar de gato. O pulo do gato é o seguinte: essa técnica será tanto mais produtiva quanto mais você já estiver familiarizado com o tema.

Por exemplo, se eu for ler agora um livro de medicina ortomolecular, por exemplo, além de não entender nada, não absorverei as palavras novas, as estruturas, creio que mal conseguirei acabar uma página completa.

A produtividade será máxima se você ler um livro ORIGINAL EM INGLÊS acerca de algum tema já de seu conhecimento. Não só você irá consolidar aquele conhecimento, mas também aprenderá um mundo de vocabulários e estruturas. Anote tudo e passe a USAR EM SUAS COMPOSITIONS!

Por exemplo, considere ler Teoria das Relações Internacionais (TRI) por algum livro em inglês depois de já ter contato com as Escolas de TRI (Idealismo, Realismo etc.)

Por oportuno, desviando um pouquinho da dica de hoje, já que mencionei TRI, não posso deixar de lembrar aqui meu professor de Relações Internacionais. Foram dois, um melhor que o outro, ambos muito queridos: professor Williams Gonçalves e o professor Maurício Santoro, este hoje assessor especial na Anistia Internacional.

Recomendo leitura de textos desses professores. Por exemplo, dê uma lidinha neste material do professor Williams Gonçalves, que é também também professor de História Mundial:http://www.cedep.ifch.ufrgs.br/Textos_Elet/pdf/WilliamsRR.II.pdfVoltando ao ganho de produtividade...

Observe que nas notas de roda pé do arquivo sugerido acima há algumas bibliografias interessantes em inglês, mas não necessariamente você precisa ler aquilo tudo para o propósito desta técnica. Aliás, eu prefiro até mesmo textos mais simples, mas o fundamental é que, ao ler o tema em inglês, você deverá, antes, conhecê-lo minimamete para que esta técnica funcione bem.

Um livro nesta temática, que além de contribuir para TRI, ajudou-me também em História Mundial, e Geografia foi “The Globalization of World Politics – an Introduction to Intrenational Relations”, de autoria de John Baylis e Steve Smith, publicação da Oxford. Claro que devemos estar sempre atentos para a história contada por esses livros de autoria de pessoas com visão de mundo construída no mundo desenvolvido, mas são visões importantes para conhecermos.

O dicionário conciso de termos políticos da Oxford também muito ajudou no ganho de produtividade Inglês/História.

Agora o livro mais primoroso neste ganho de produtividade não poderia deixar de

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ser o “Diplomacy”, de Henry Kissinger.

Na foto anexa que acabo de tirar aqui em casa vocês veem os três.

O livro do Kissinger, embora seja um “tijolo”, aqueles que jamais imaginamos sermos capazes de ler na íntegra, mas você conseguirá sim, é o clássico DIPLOMACY. Observe na segunda foto do post de hoje uma amostra de minhas anotações de estudo de inglês lá no final do próprio livro…

Depois que entedemos bem como funcionou o século XIX, Napoleão, Congresso de Viena etc., até estourar a Grande Guerra, em 1914, ler o livro de Kissinger não só Consolida (com “c” maiúsculo) nosso entendimento daquele século, mas também nos permite conhecer uma forma leve e fácil de escrever em inglês, ao mesmo tempo elegante, com um mundo de vocabulário novo facilmente internalizáveis em nossa cabeça porque o Kissinger repete seu repertório de vocabulário ao longo de todo o livro. Que primor!

Por exemplo, termos repetidos diversas vezes pelo livro todo, como os verbos “to forestall”, “to thwart”, “to usher”, “to dodge”, as palavras “entangled”, “ruthless”, “stern”, “rein”, “decrepit”, “poignant”, “apogee”, “lest”, “mischievous”, as expressões “devoid of”, “stand aloof”, ou, ainda, as grafias que nós, falantes nativos do Português, tenderíamos a escrever aportuguesando, mas que em inglês se escreve “fanatiCISM” para fanatismo, “belligerEnt” para beligerAnte, “centeNNial” para centenário etc., ufa, enfim, imagine você dominar este tipo de vocabulário sem fazer força? E, de bônus, ficar craque naquele período de História Mundial?

O meu exemplar em inglês, naquela época, eu comprei na famosa e maravilhosa Leonardo Da Vinci, na Avenida Rio Branco 185 loja 2, nem sei se ainda existe, mas, agora, com o advento das compras pela internet fica mais fácil. Também existe a versão e-book para baixar no Kindle ou outro e-reader…

Foi naquele livro de Kissinger que eu aprendi, entre várias outras coisas, uma estrutura bem estranha, mas que, em seguida, pude observar que era largamente utilizada em revistas, jornais e bons textos: para escrever “uma tarefa difícil demais”, por exemplo, em vez de usar “a too difficult task”, Kissinger escreveria “too difficult a task”. 

Sei que se formos ler todos os tijolos que nos indicam iremos passar vinte anos nos preparando para o CACD, e esta não é a ideia, entretanto o Diplomacy, para mim, fez toda a diferença, por dois motivos: História muito bem narrada e inglês fácil, porém elegantíssimo e riquíssimo em vocabulários e expressões para usarmos na composition da prova de terceira fase e angariar possivelmente uns pontinhos no TPS. 

Repito: PARA OS QUE JÁ ESTUDARAM o século XIX em história mundial e entenderam de que se trata, não vai conseguir desgrudar do livro Diplomacy de Henry Kissinger, mas, please, esse livro deve ser lido no original em inglês, que me desculpem os que já investiram na compra do livro em português. Ler um tijolão daquele podendo cumprir duas tarefas fundamentais ao mesmo tempo – consolidar história mundial e dar um salto qualitativo sem precedentes em inglês – é um ganho de produtividade que o candidato focado em passar no CACD não poderá se dar ao luxo de desperdiçar.

E não me venha com o argumento de que História Mundial só é cobrada nas questões objetivas de Primeira Fase, não sendo, portanto, importante (eu já ouvi isso!). Não dá para entender a fundo a História do Brasil sem contextualizar cada momento de nossa história com o que se passava no mundo. Não dá para realizar uma boa prova de Política Internacional discursiva sem conhecer muito bem na história a gênese de algum tema contemporâneo, seja ele qual for. Além de que,

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angariar pontos no TPS de História Mundial poderá representar a continuação do concurso para você nas fases subsequentes.

É isso! Crie estratégias de estudo que funcionem para você!

Boa quarta-feira e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 5/9 (dia da Amazônia): ainda falando de idiomas e produtividade nos estudos, a dica de hoje ajudará, simultaneamente, nas provas de inglês, francês, espanhol e política inteernacional. E o melhor: de graça!

É que alguns vêm me perguntando, por meio de mensagem privada, a mesma pergunta que a internauta Wanda Ramos faz em seu comentário no post de 1º/9, que reproduzo parcialmente a seguir: “(…) Gostaria de pedir que você desse algumas dicas sobre francês/espanhol, se for possível, é claro…”. Optei transformar a resposta para a internauta Wanda e os demais internautas que vêm me perguntando a respeito de dicas de francês e espanhol em dica do dia nesta Fanpage. Além de poupar o tempo desta que vos fala, democratiza a coisa, certo?

Wanda pergunta-me se é possível…se analisarmos pelo lado de que tenho o conhecimento básico daquelas duas línguas, não seria prudente dar dicas de que eu não domino, certo? 

Errado! Errado porque, obviamente, não vou dar um passo maior que minhas pernas podem dar; ademais, sempre fui sincera com vocês e não seria agora que iria inventar que sei francês ou espanhol porque não sei. Não como gostaria, não como meu inglês, não como meu árabe, jamais como meu português por ser esta minha língua-mãe, a língua com que calculo mentalmente o troco que receberei na loja (para mim essa é a definição de língua-mãe: por mais que você domine um idioma, a sua melhor língua será aquela com que calculará mentalmente seu troco na loja!).

O que farei aqui hoje são dicas do que deu certo para mim no preparatório de espanhol para a quarta fase do CACD. Quando fiz a prova, a gente escolhia entre espanhol OU francês, mas, hoje, vi que ambas são cobradas.

Ao afirmar que não sei espanhol nem francês explico: não sei fluentemente como as demais, porém domino o basicão, a conjugação do verbo ser e ter, principais verbos auxiliares, os pronomes interrogativos, alguns elementos coesivos, enfim, o mínimo para poder escrever as respostas de uma prova instrumental. Confesso que minhas opções de vida que narrei na dica de 14/8 não me permitiram a dedicação a esses dois idiomas como gostaria. É que eu sou do tipo de pessoa que não gosta muito de investir muito tempo em algo que não alcançarei aquele nível de excelência. Sou da teoria de que, para falar um idioma fluentemente, a gente deve estar imerso no ambiente discursivo daquele idioma, quando nos vemos obrigados a falar desde a hora em que acorda até a hora que vai dormir. Como não me planejei para isso, o pouco que aprendi desses dois idiomas foi com aqueles livretos “Teach Yourself French”ou “Teach Yourself Spanish”. Deu supercerto porque o basicão a gente aprende bem.

Prova instrumental é aquela que requer do aluno a compreensão do texto. E, admitamos, não é tão difícil para nós, nativos em português, compreendermos essas duas línguas neolatinas em sua modalidade escrita, é? Não é. 

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Minha dica para essas provas, se eu estivesse me preparando hoje, seriam duas somente:

1) estude o basicão, porque você deve ser capaz de reconhecer muito bem pelo menos o tempo verbal em que se passa o texto, se a análise feita no texto refere-se ao passado ou se é uma projeção, pronomes em geral, conjugação dos verbos ser, estar, ter, haver, alguns advérbios de tempo, de lugar, de intensidade, as conjunções coordenativas e subordinativas para facilitar a compreensão no caso de conclusões, adversidades, adições, concessões, condições etc.

2) leia naquela língua, leia naquela língua e leia naquela língua.

Como aprender tudo isso de graça e como ganhar na produtividade?

Calma, vamos por parte…

***********************1 – Estudo do basicão***********************

Comecemos com “1”, estudar o basicão.⇒Aqui, obviamente, a internet será sua parceira. Há muitos sites ensinando o basicão, entre aulas escritas ou pelo you tube. Por exemplo, em francês, eu adoro as aulas disponibilizadas pelo renomado canal de TV francesa “TV5” (fala-se /têvêssank/). Não que eles sejam bonzinhos, mas a divulgação da língua é uma forma de divulgaro país…Temos tantas políticas de divulgação da língua portuguesa, mas não acho por exemplo na EBC um link ensinando o português para estrangeiros…mas isso é outro debate, voltemos ao francês instrumental…

No link http://www.tv5.org/, clique na guia “Langue Française” e observe que abrirá um outro menu. Neste novo menu, há uma guia chamada “Apprendre Français”, que, por sua vez, possui subopções, entre elas “Premiere Classe”, referente à primeira aula. Clique aí e escolha o tema para essa sua primeira aula, por exemplo, “Les salutations”, ou seja, as saudações. Abrirá novo submenu, onde haverá, por exemplo, “Se présenter” (Apresentar-se). Observe a nova página – maravilhosa - que abrirá diante de você: você terá diante de si, em relação àquela aula, explicação de gramática, vocabulário, pronúncia e cultura. Cada um desses com vários subitens. Um verdadeiro espetáculo. Sugiro dedicar-se a essa página, por exemplo, por 60 (sessenta) minutos toda semana. Uma semana 10.080 (dez mil e oitenta) minutos. Não venha dizer que não tem tempo! Se acorda às 5h para ir trabalhar, passe a acordar às 4h uma vez por semana, ok? (lembre-se do item “1” do post de ontem…). Ou, quem sabe, todo domingo, depois de seu café da manhã, que também deverá ser bem cedinho? 

Faça o mesmo com o espanhol…tente as aulas gratuitas da BBC-Línguas emhttp://www.bbc.co.uk.pt.iv.gd/go/homepage/i/int/br/languages/spanish/t/-/languages/spanish/Por falar em BBC, o site da BBC de ensino de francês também é interessantíssimo, disponível emhttp://www.bbc.co.uk/languages/french/index.shtmlAinda, por falar em BBC, veja isto:http://www.bbc.co.uk/worldservice/learningenglish/index.shtml(aqui, no site da BBC que ensina inglês, meu link predileto é, no menu, clique em “Grammar, vocabulary & pronunciation”, e, no novo menu que se abrir, clique em

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“Grammar challenge”, onde um monte de tópicos interessantíssimos são explicados por professores. Na verdade, trata-se de dica de professor para professor, com ideias a serem trabalhads em sala de aula. Vale a pena dar uma pesquisada lá!

Chega de basicão, um estudo que você não poderá negligenciar, ao mesmo tempo em que não poderá “roubar” muto tempo de seus estudos, pois a prova será apenas instrumental. Cuidado porque você vai se animar tanto que vai querer passar horas estudando essas línguas e navegando nos sites, mas CONCENTRE-SE, planeje exatamente que ponto irá estudar, senão você passará umas três horas admirando essas páginas e se prejudicará, o que, definitivamente, não é a ideia. Foque, planeje o que irá ler naqueles 60 minutos semanais e CUMPRA.

***********************2 – Leitura em francês e espanhol***********************

Entendido como melhorar seu basicão e de graça, vamos agora falar das leituras no idioma, leitura INSTRUMENTAL, não queira entender absolutamente todas as palavras. Lembre-se, este estudo não é para você ficar fluente, dominar tudo desses idiomas, deixe isso para depois. Não perca o foco de que o esforço aqui é focado na prova de quarta fase do CACD, que, repito, é instrumental.

Regras para essas leituras, a serem cumpridas SIMULTANEAMENTE:2.1 - Leia somente textos a respeito algo que você já conheça bem.2.2 - Leia somente textos que ajudará a consolidar temas de outras matérias (GANHO DE PRODUTIVIDADE).2.3 – Tente, sempre que possível, ler textos que tenha versões em outra língua que você já domine, pois, dessa forma, poderá conhecer com certeza absoluta como os conectores, os tempos verbais etc. são usados no idioma alvo de estudo.

Vamos comentar cada item…

Quanto ao item 2.1, pense comigo: você vai ler um texto em uma língua que você conhece muito pouco ou nada. Se você ler algo que já domina, por exemplo, uma notícia de interesse mundial que deu em todos os jornais, vá antes ler a matéria na Folha, no O Globo, ou em outro jornal qualquer cujo idioma você domine. Preferencialmente uma matéria não muito longa. Já pensando em 2.3, escolha uma matéria de temas de política internacional. Uma vez lida a matéria, aí sim, leia a referida matéria no Le Monde, na TV5, no El País, no Clarín etc. Pegue um caderno e vá anotando o que encontrar de interessante para usar nas respostas de sua rova instrumental (conectivos, expressões idiomáticas etc.). Você ficará surpreso como, mesmo sem dominar o idioma, você vai ter entendido plenamente o que terá lido e, sem que nenhum professor a seu lado te explique nada, você sera capaz de DEDUZIR o significado de muitos conectivos e breques da língua. Isso é bom pois permitirá que fixe na mente (e no caderno!).

Com relação ao item 2.2, pegue um tema que você tenha estudado naquela semana e, no google, pesquise o tema na língua alvo. Por exemplo, que tal ler um ponto de História, do Brasil ou Mundial, pelo site http://www.histoire-pour-tous.fr/histoire-par-pays/3027-histoire-du-bresil.html?Por fim, no que diz respeito ao item 2.3, recomendo ainda que sua leitura, de vez em quando, seja de texto que exista, de forma idêntica, em diferentes línguas, para que, dessa forma, você fosse capaz de um estudo um pouco mais direcionado e detalhado. Não precisa ser sempre assim, apenas de vez em quando. Claro, também sem perder de vista os itens 2.1 e 2.2 acima: sempre sobre algo que já conheça e que agregue no seu preparatório, pois Tempo é ouro, eu diria, trate seu Tempo como algo sagrado, coloque seu Tempo no pedestal, não deixe que nada

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nem ninguém que não valha a pena drene seu sagrado Tempo, maximizar a produtividade é a palavra de ordem. 

Neste caso não poderia haver melhor material do que os documentos da ONU, minha ferramenta de trabalho, hahaha!!! 

Como há milhares de documentos, de distintas naturezasa, todos disponíveis no site da ONU, vou indicar que vocês foquem a leitura tão somente nos 

********************************relatórios do Secretário-Geral das Nações Unidas (SGNU), ...********************************

... que também são muitos!

Vamos entender o que são esses relatórios do SGNU...

É que a ONU funciona assim, “grosso modo”: vocês sabem bem que todo mês de setembro tem início um novo cilco de trabalho na ONU, mais especificamente na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) – único órgão permanente da ONU de que TODOS os Estados partcipam ao mesmo tempo, sem que seja necessário votação de escolha para o ingresso. Estamos na 67ª AGNU e em alguns dias terá início a 68ªAGNU. Os discursos de alto nível iniciam-se, como devem saber, a partir da terceira terça-feira de setembro, com o Brasil abrindo os debates desde a criação da ONU. 

A AGNU funciona por meio de seis comissões temáticas: primeira, segunda,…sexta comissão. Por exemplo, a terceira comissão cuida de direitos humanos, a segunda comissão (meu tema!) cuida de questões econômicas e financeiras para o desenvolvimento etc.

Cada comissão tem quinhentos mil temas específicos a tratar em sua agenda. Os Estados reúnem-se frequentemente para negociar resolução referente a cada tema da agenda e ser adotada naquela AGNU.

Para subsidiar os trabalhos dos Estados durante as infinitas reuniões de negociação em cada um dos infinitos temas que você possa imaginar em cada uma das comissões, o SGNU divulga um relatório por tema já em julho/agosto de cada ano. 

São muuuuuuuitos relatórios temáticos que o SGNU divulga.

Os relatórios do SGNU que subsidiarão as negociações das comissões nesta 69ª AGNU, a se iniciar nos próximos dias, já forma divulgados em julho/agosto último e estão disponíveis no site da ONU.

Agora vem a parte que nos interessa: o MESMÍSSIMO RELATÓRIO está disponível nas seis línguas oficiais da ONU, quais sejam, árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo.

Aqui você otimizaria o estudo de INGLÊS, ESPANHOL, FRANCÊS E POLÍTICA INTERNACIONAL – de graça. Poderá ajudar, ademais, em Geografia e, até mesmo, em Redação, segunda fase, pois poderá trazer à sua mente argumentos interessantes na defesa de sua tese de redação.

Este post já ficou grande demais. Amanhã mostrarei, para os que ainda não tem familiaridade com o acesso a documentos no site da ONU, EXATAMENTE como garimpar esses relatórios por lá, combinado? É uma das primeiras coisas que aprendemos quando estamos servindo aqui em Nova York, na Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, chamada oficialmente, por nós, do Itamaraty, de

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Delegação Permanente do Brasil junto às Nações Unidas (Delbrasonu, http://www.un.int/brazil/) É isso! Boa quinta-feira e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=717802324902721&set=a.717802291569391.1073741830.633871383295816&type=1&theater

__________________________________________________________Dica de hoje, 6/9 (dia do Alfaiate): em seguimento ao post de ontem, 5/9, prometi que hoje mostraria como acessar os relatórios do Secretário Geral das Nações Unidas (SGNU), documento explicado também no meu post de ontem, com o objetivo de contribuir no seu estudo de espanhol e francês para a prova de quarta fase do CACD. Isso porque o mesmíssimo texto estará disponível nos seis idiomas oficiais das Nações Unidas.

Há diversas maneiras de acessar os documentos da ONU. A maneira mais tradicional, pela qual você terá acesso a todos eles, resoluções, relatórios, notas etc., votação (quantos a favor, contra e abstenções de TODAS as resoluções da ONU) etc. será pelo UNBISNET, plataforma administrada pela biblioteca da ONU, “Dag Hammarskjöld Library”, em http://www.un.org/Depts/dhl/Este site é fenomenal, mas, para bem usá-lo e aprender as diversas ferramentas à nossa disposição, como o “Official Document System” (ODS) há cursos que fazemos quando aqui chegamos na própria ONU. Há os diplomatas que preferem estudar sozinhos em vez de ir a esses cursos presenciais, o que você poderá tambem fazer acessandohttp://research.un.org/en/docs e ler as guias que aparecem no menu vertical à esquerda do seu vídeo.

Não creio que seja o caso de você, neste momento, “perder tempo” em aprender como acessar a documentação da ONU e qual a nomeclatura a ONU utiliza para registrar seus documentos, nossa ferramenta de trabalho. Ensinarei uma forma bem facil para acessar os relatórios do SGNU.

Lembremo-nos de que nosso foco é, com base no que sugeri ontem, operacionalizar o seu estudo de espanhol e francês para a quarta fase, com ganho de produtividade, e minha recomendação foi no sentido de você acessar apenas um tipo de documento: os relatórios do SGNU. Também expliquei no post de ontem o que são esses relatórios nas mais diversas temáticas de Política Internacional (PI) e para que servem.

Lendo pelo menos a primeira parte desses relatórios, em inglês, você complementará seu estudo de PI naquele tema, saberá o que há de mais recente na matéria, qual a base de negociação dos Estados naquela determinada temática ao longo da Assembleia Geral (AGNU) em curso (entraremos daqui a alguns dias na 68ªAGNU), e, de bônus, afiará seu inglês escrito com termos que tenderão a se repetir ao longo das leituras dos relatórios do SGNU. Ao final de cada um há uma conclusão e as recomendações do SGNU diante do que divulgou em seu relatório. Uma leitura filtrada (introdução, conclusão e recomendações) não exigiria muito de seu tempo ao mesmo tempo em que você ficaria atualizado no que tem de absolutamente recente no tema.

Feto isso, é hora de acessar o mesmíssimo texto em espanhol e em francês. Veja, na foto do post de hoje, na linha em azul, como é fácil acessar as diferentes versões do mesmo relatório.

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Antes, veja a curiosidade no comentário de ontem de um dos internautas. O internauta Hatiro pergunta como se dá esse processo de tradução. 

O serviço de tradução pertence ao Secretariado da ONU. Se você olhar o organograma do Secretariado, verá que existe o “Department for General Assembly and Conference Management” (DGACM), que, por sua vez possui uma Divisão denominada “Documentation Division”, composta por 600 (seiscentos) funcionários da ONU. Essa Divisão possui diferentes unidades, entre as quais está a unidade denominada “Translation Services”, responsável pelas traduções simultâneas e de documentos nas seis línguas oficial mais alemão.

Há um time muito grande de tradutores afiadíssimos. Há os especialistas em tradução simultânea, que estão sempre naquelas cabines nas salas de conferências onde que negociamos e há aqueles especializados na tradução de documentos. Uma condição que a ONU faz é a de que a língua alvo – aquela para a qual o tradutor está traduzindo – deve ser a língua-mãe do tradutor. Eles têm plano de carreira e gostam muito do trabalho que fazem.

É por isso que, nas cabines da sala de negociação, vemos dois tradutores por língua. Por exemplo, quando um delegado fala em chinês, o tradutor chinês-inglês, nativo em inglês, fará a tradução para o inglês. Se um delegado estiver falando em inglês, o tradutor inglês-chinês, nativo em chinês, fará a tradução para o chinês e assim sucessivamente. Idem para os demais idiomas. 

É por isso que a qualidade dos documentos nas seis línguas são de extrema qualidade, porque há um time de nativos e revisores ativos para cada uma. Quem se interessa por sses assuntos vai gostar de assistir ao filme “A intérprete”, de que muito gostei.

Voltando aos relatórios do Secretário Geral da ONU…

Apresento, a seguir, a forma mais fácil de você acessar os relatórios do SGNU e estudá-los de forma estratégica para o ganho de produtividade.

Na página eletrônica do SGNU, em http://www.un.org/sg/, clique na guia “speeches/reports”, e, no submenu que se abrirá, clique em “Reports to the General Assembly”. 

Todos os relatórios do SGNU estarão disposníveis. 

Para exemplificar como você poderá estudar, consideremos o relatório citado no item 8 desta listagem, sobre os Objetivos de Desenvovimento do Milênio (ODM), preparado para subsidiar o tão esperado “Eveto Especial de Alto Nível” (“High Level Special Event”) de revisão dos ODM, a ocorrer à margem da semana de alto nível da 68ªAssembleia Geral, ao final deste mês de setembro. Trata-se de revisão sobre o que foi alcançado e o que poderá ser feito para acelerar o processo para cumprir o que falta até 2015. Também haverá discussão de parâmetros a guiar a discussão acerca da elaboração da nova agenda de desenvolvimento pós-2015. Será um encontro muito importante, de cujo processo preparatório o Brasil está participando ativamente em coordenação com Brasília.

Vamos considerar apenas um trechinho deste relatório, parágrafos 20 e 21, idênticos em teor em todas as versões. Vamos considerar apenas as versões inglês, francês e espanhol, reproduzidas lá embaixo, após minha assinatura. Observe o “HOWEVER” iniciando o parágrafo 21. Fica claro que, em francês, o tradutor usou a palavra “TOUTEFOIS” (fala-se /tutfuá/), e, em espanhol, “SIN EMBARGO”.

Nas leituras subsequentes de relatórios do SGNU, ou até mesmo no proprio

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relatório, você irá esbarrar mil vezes com esses termos, de modo que, ao final de uns três meses neste leve estudo semanal você dominará essa e muuuitas outras expressões que permitirão mais facilmente entender o espanhol e o francês da prova instrumental. Imagine depararmos na prova de francês com um tutfuá sem saber o que tutfuá quer dizer??? Dificulta ainda mais, ao passo que se soubermos naturalmente em nossa mente que o tal tutfuá está introduzindo uma ideia adversativa, o entendimento das perguntas e a compreensão do texto como um todo ficará anos-luz mais fácil.

Ler esses relatórios o ajudarão em PI, inglês, espanhol e francês!

Ufa, o post de hoje foi a elaboração mais detalhada do item 2.3 de ontem!

Deixe-me ir, porque hoje, com o início do outono, começa também a estação da gripe forte – período em que tomamos a vacina contra a gripe, crianças incluídas. É hoje, na pediatra. Dia de choradeira!!!

É isso! Boa sexta-feira e até a próxima dica!

Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br*************************Relatório do SGNU sobre o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (de 26 de julho de 2013; Documento A/68/202; parágrafos 20 e 21). *************************

******INGLÊS ******

Título do relatório: “A life of dignity for all: accelerating progress towards the Millennium Development Goals and advancing the United Nations development agenda beyond 2015

Report of the Secretary-General

20. We have made remarkable progress. Many countries — including some of the poorest — have aligned their policies and resources with the Goals to make unparalleled gains. Several critical targets have already been met or will be met by the end of 2015, both at the aggregate level and in individual countries. Sizable gains have occurred in even the poorest countries.

21. However, progress has been insufficient and highly uneven. Rural areas and marginalized groups continue to lag behind on virtually all goals and targets. Countries in or emerging from conflict, disaster or instability face significant challenges. In addition, the economic and financial crisis has complicated efforts, including by putting pressure on official development assistance.

******FRANCÊS ******

Título do relatório: Une vie de dignité pour tous : accélérer les progrès dans la réalisation des objectifs du Millénairepour le développement et dans la définitiondu programme de développement des Nations Unies pour l’après-2015

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Rapport du Secrétaire général

20. Des progrès remarquables ont été enregistrés. Nombre de pays, dont certains parmi les plus pauvres, ont aligné leurs politiques et leurs ressources sur les objectifs pour réaliser des gains sans précédent. Plusieurs cibles critiques ont déjà été atteintes ou le seront d’ici à la fin de 2015, aussi bien au niveau global que dans des pays donnés. Des gains notables ont été constatés même dans les pays les plus pauvres.

21. Toutefois, les progrès ont été insuffisants et extrêmement inégaux. Les zones rurales et les groupes marginalisés restent à la traîne, s’agissant de pratiquement tous les objectifs et cibles. Les pays en situation de conflit ou sortant d’un conflit, victimes d’une catastrophe ou souffrant d’instabilité doivent relever des défis redoutables. En outre, la crise économique et financière a compliqué les efforts, notamment par les pressions qu’elle exerce sur l’aide publique au développement.

******ESPANHOL ******

Título do relatório: Una vida digna para todos: acelerar el logro de los Objetivos de Desarrollo del Milenio y promover la agenda de las Naciones Unidas para el desarrollo después de 2015”

Informe del Secretario General

20. Hemos logrado avances notables. Muchos países, incluidos algunos de los más pobres, han adecuado sus políticas y recursos a los Objetivos para conseguir avances sin parangón. Ya se han cumplido varias metas esenciales o se alcanzarán antes de finales de 2015, tanto a nivel global como en países concretos. Incluso en los países más pobres se han alcanzado logros considerables.

21. Sin embargo, los progresos han sido insuficientes y muy desiguales. Las zonas rurales y los grupos marginados siguen rezagados en prácticamente todos los objetivos y metas. Los países afectados por conflictos o desastres o que padecen inestabilidad o salen de alguna de estas situaciones afrontan dificultades considerables. Además, la crisis económica y financiera ha complicado la labor, especialmente por la presión que ejerce sobre la asistencia oficial para el desarrollo

Dica de hoje, 7/9 (dia da Pátria e Independência do Brasil (191º ano) e dia do Grito dos Excluídos): ultimamente, internautas me perguntam qual livro devem ler para se preparar para o CACD essas coisas.

Minha resposta é sempre baseada em dois pilares:

(a) ler o mesmo tema por diferentes fontes, mesmo fontes as mais simples. A depender do seu nível de conhecimento daquele assunto, comece até mesmo por ler o assunto em um livro de Ensino Médio em diante, até chegar em teses específicas de José Murilo de Carvalho, por exemplo. Não tenha vergonha de ler o ponto por um livro de Ensino Médio, caso esteja “cru” naquele tema. Há muitos livros excelentes de nível médio, e bem carinhos, por sinal. Não adianta começar estudando a respeito do Império do Brasil lendo a tese de Murilo de Carvalho em “A Construção da Ordem /Teatro de sombras”, se você mal se lembra quem era D.Pedro II. Só para dizer que leu??? Ou leu e não entendeu como deveria, se desanimando ainda mais??? Lembre-se do que sempre digo: compare-se consigo mesmo, jamais com o colega de cursinho. Seja humilde no sentido de conhecer sua limitação e envide esforços para superá-la, nem que seja, para começar, seja

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batendo um papo com o sobrinho ou o priminho nerd que vai prestar vestibular este ano e saca tudo de história, seja matriculando-se em cursinho pré-vestibular e puxar matérias como história e geografia. Eu fiz isso no início, não tenho vergonha de admitir publicamente, antes que alguém me chame de novo de infeliz, hahaha! Uma das fotos deste post de hoje, por exemplo, mostra dois livros de Ensino Médio de História Mundial e do Brasil que muito me ajudaram. Ninguém me indicou não! Eu entrei na livraria e perguntei para o vendedor quais livros de História eram os mais demandados pelas escolas para 3º ano do Ensino Médio. Em um deles, ao final de cada capítulo, havia dicas de leitura e filmografia que abordava o tema. Eu assistia a quase todos. Ajuda a fixar na memória e a entender mais; e

(b) uma vez dominado minimamente o ponto, é momento de ver, sim, o que existe sobre ele na bibliografia recomendada e LER pelo menos aqueles do grupo que “não podem deixar de serem lidos” e fichar o que ler. Sim, esses devem ser FICHADOS. Seus jargões anotados. Ler o Formação Econômica do Celso Furtado não só é um must, mas acaba ajudando demais. Termos que ele usou no livro, como “socialização das perdas” ao explicar as sucessivas queimas de café na primeira metade do século XX explica muita coisa, se usado em momento pertinente de sua dissertação na prova, sem que, para isso, você precise se explicar muito, poupando-lhe tempo de prova. Idem para Milton Santos, outro exemplo. Os jargões de Milton Santos como “rugosidade”, “meio técnico-científico-informacional” entre muitos outros eram um MUST na minha época, não sei agora, para não mencionar que são fáceis de entender, se estudado como deveria…Cada qual no momento certo de seu nível de conhecimento ou, ao menos, simultaneamente a um estudo mais simples, que vá à base, à raiz, trabalhe as definições mais simples etc. É o que eu falo, um golzinho por dia, planeje-se…Daqui a algum tempo tudo estará automático na sua cabeça. Aí vai ser momento de os outros lharem para você a falar assim: "nossa, ele(a) saca prá caramba", ou outras besteiras do tipo, achando que você é um ser do outro mundo, quando, na verdade, foram muuuuuuitas horas, muuuuuuuuuitos dias de estudo.

Para dar conta deste item (b), acima, eu chegava ao ponto de ler uma ou duas ou mais páginas em voz alta gravando na fita cassete e depois ficava ouvindo sempre que estivesse caminhando ou no carro, de um lado para outro, por dias seguidos, repetidas vezes. Osmose.

Alguns podem até me entender mal se ler dicas desta Fanpage isoladamente, descontextualizando a sequência. Quando eu aconselho ler livro de Ensino Médio é realismo. Quando falo de osmose, é técnica estratégica de estudo que funcionou para mim.

Não adianta ler livros e mais livros e não ficar nada na cabeça. Teremos perdido tempo!

Não adianta, igualmente, ler a "História da Política Exterior do Brasil" de Amado Cervo e Clodoaldo se você estiver cru. Fala sério, dá ou não dá? Claro que não dá! Pelo menos não como deveria, entendendo as entrelinhas daquele importante livro. 

Mesmo muitos livros de Ensino Médio podem, ainda, estar no nível acima do seu conhecimento naquele momento, a depender do livro. Há livros de Ensino Médio muito profundos! Realismo e humildade – ter clareza de sua limitação – é o primeiro passo para organizar e planejar seu estudo de ataque a determinado ponto.

Quando recomendo a "Folha Explica" para temas diversos, não significa que aquele livreto preparará o candidato etc., mas, apenas, que se trata de ferramenta muito bem feita sobre temas diversos, de bolso, que, na espera de uma fila ou na hora de dormir, poderão preencher aquele tempinho que você não estará estudando, por meio de uma leitura inteligente e leve ao mesmo tempo, consolidando a essência

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de algo que você vinha estudando ou, até mesmo, ensinando algo de forma brilhante. Se mesmo assim os críticos de plantão ou os que me acharem infeliz por ter lido Folha Explica para o CACD, simplesmente respondo: funcionou para mim como material às vezes complementar, às vezes consolidador e, até mesmo, às vezes essencial!

São vários os livros da bibliografia que devem ser lidos, ao menos parcialmente, determinados capítulos-chave. Nem conheço mais a bibliografia atual, depois posso ver lá, mas, no meu concurso, havia o livro já acima citado, de História da Política Exterior do Brasil. Tinha de ser lido. O autor era da Banca (não sei se ainda é). Veja…Observe a questão 14 do TPS do segundo CACD-2003, dez anos atrás (em 2003 houve dois concursos). 

A prova está disponível em http://www.questoesdeconcursos.com.br/prova/arquivo_prova/283/CESPE-2003-IRBR-Diplomata.pdfO comando da questão 14, reproduzido abaixo de minha assinatura, começava com um cujos créditos apresentados na própria prova era como tendo sido extraído de uma revista, a Revista Brasileira de Política Internacional.Só que, se você ler com atenção o comando da questão 14, na verdade, aquele texto está, "verbo ad verbum", na página 457 da segunda edição do referido livro. No livro, os autores explicam mais detalhadamente aquele raciocínio, de modo que, o candidato que o tenha fichado acertaria aqueles cinco itens da questão 14 – questão difícil para quem não estudou.

Eu estava supercrua naquele ano, errei quase todos os itens, mas me chamou muita a atenção o fato de um texto idêntico ao do livro da bibliografia ter sido cobrado no TPS. Eram sinais assim, vindos não sei de onde, que me indicavam para eu não desistir, que o caminho era aquele mesmo, item 2.1 do meu post de anteontem (arregaçar as mangas e estudar).Até hoje o recorte original da minha prova TPS-2003 está grampeado à página 457 do meu História da Política Exterior do Brasil, foto anexa…

É isso! Bom feriado para todos e até a próxima dica!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br***************************Questão 14/Segundo TPS 2003

O Estado desenvolvimentista, de características tradicionais, reforça o aspecto nacional e autônomo da política exterior. Trata-se do Estado empresário que arrasta a sociedade no caminho do desenvolvimento nacional mediante a superação de dependências econômicas estruturais e a autonomia de segurança. O Estado normal, invenção latino-americana dos anos noventa, foi assim denominado pelo expoente da comunidade epistêmica argentina, Domingo Cavallo, em 1991, quando era ministro das Relações Exteriores do governo de Menem. Aspiram a ser normais os governos latino-americanos que se instalaram em 1989-90 na Argentina, Brasil, Peru, Venezuela, México e outros países menores. O terceiro é o paradigma do Estado logístico, que fortalece o núcleo nacional, transferindo à sociedade responsabilidades empreendedoras e ajudando-a a operar no exterior, de modo a equilibrar os benefícios da interdependência mediante um tipo de inserção madura no mundo globalizado.

Amado Luiz Cervo. Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso. In: Revista Brasileira de Política Internacional, ano 45, n.o. 1, 2002, p. 6-7 (com

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adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a abrangência do tema nele focalizado, julgue os itens seguintes.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=719333048082982&set=a.660602847289336.1073741826.633871383295816&type=1&theater

Dica de hoje, 8/9 (dia Mundial da Alfabetização e dia Nacional de Luta por Medicamentos): já que esta Fanpage entrou na fase “técnicas que usei durante minha preparação ao CACD”, continuemos. Na dica de hoje vou abordar um tema que, por muito tempo, obstaculizou a minha decisão de encarar o projeto “passar no CACD”. Quando me convnci, espiritualmente falando, que nada seria barreira para eu ser aprovada, nem isso de que iremos falar hoje, aí sim, a decisão pôde ser tomada, lá do fundo da alma, decisão em operacionalizar o projeto “passar no CACD”.

O obstáculo a que me refiro e que adiou por algum tempo a decisão em encarar o CACD chamava-se…

************ECONOMIA************

Se o(a) infeliz que mencionei no post de 3/9 que havia me achado infeliz por ter mencionado, em entrevista ao O Globo, que eu não sabia o que era keynesianismo antes de decidir pelo projeto “passar no CACD”, o que esta criatura vai pensar de mim se ler o post de hoje, em que revelo que não sabia não só keynesianismo mas absolutamente nada de toda disciplina Economia??? Hahahahaha!!! Muitos risos!!!! A pessoa vai me xingar de tudo que é nome!!!

Pois é, essa palavrinha “Economia” sempre me desanimou. Quando eu estava naquela fase meio sem dormir, pensando se encararia a mudança de vida, as privações, para tentar o CACD, e, naqueles dias em que estava o mais otimista possível, tipo falando comigo mesma, a Claudia otimista de um lado falava bem alto “vá em frente, Caudia, você consegue”; entretanto aquela voz interna, da outra Claudia, a Claudia realista, perguntava assim: “tudo bem, posso até encarar, ler muito, estudar etc., mas, Claudia, e Economia, esse monstro de sete cabeças que, mesmo tendo investigado aqui e ali, não entendia NADA??? Impossível, esqueça!”. A Claudia otimista e a Claudia realista sempre se degladiando. 

Aqui também saber árabe me ajudou bastante.

Houve um dia, meio a este dilema de indecisão, encaro ou não encaro o projeto, já quase decidida, a não ser pelo medo da tal Economia, tive o belíssimo insight que resolveu a minha indecisão de uma vez por todas: lembrei-me do sonho de falar árabe, algo, à época, considerado pela Claudia realista impossível. Como assim falar árabe fluentemente, já com mais de 20 anos de idade? Decidi encarar e consegui.

Quando tive este insight, que contando aqui parece óbvio e fácil, mas na hora da indecisão, da dúvida, não acontece assim tão naturalmente. Como eu superei a barreira “fluência em árabe”, algo, antes, considerado pela Claudia realista absolutamente impossível, mandei a Claudia realista ir catar coquinhos na esquina e tomei a decisão: “vou encarar o projeto ‘passar no CACD’ e enfrentar esse bicho chamado Economia”.

Era 2002.

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Naquele momento não existiam, ainda, cursinhos especializados em CACD. Havia, no Rio, uma espécie de “circuito” de professores que preparavam. Usei minhas economias que havia juntado na aviação nesses professores e em alguns livros que achava fundamentais, todos ate hoje na minha estante. Claro que, na busca por professores, naquele momento, encontrei de todos os temas, menos da danada da Economia. Começava a ficar com medo. Pensei: meu Deus, estou inve$tindo tempo e dinheiro nesse projeto e de nada vai adiantar se não encontrar a fada mágica que colocará economia na minha cabeça…

Deixei prá lá, continuei lendo Economia sozinha, sem entender muita coisa, e tocando o barco nas outras disciplinas, iniciando nova graduação, desta vez em Relações Internacionais, pois, naquele momento, era a ementa de curso que, pensei, seria a mais abrangente (se eu tivesse 18 anos, vestibulanda, já pensando na carreira, eu esclheria outro curso, provavelmente História ou Letras, mas estava com pressa e com mais de 30 anos; por isso entendi que RI cumpriria minha necessidade daquele momento). 

Lia uns pontos de economia aqui e ali, em qualquer livro, depois pegava prova passada pubicada no Guia de Estudos, e nada fazia sentido…mas estava decidida, deixei rolar, afinal, o projeto era de longo prazo, um dia aquele meu carma chamado Economia se resolveria. As aulas de economia na Faculdade de RI era o basicãotr do basicão, algo que, tendo estudada sozinha, eu já estava sabendo um pouquinho. Não contribuía muito.

Minha formação em Matemática, por sua vez, em nada se relacionava com Economia. Hoje, passada a tempestade e entendendo alguma coisa de Economia, vejo que a Matemática me ajudou bastante a entender os gráficos – algo que muitos da área de humanas temem, mas que eu amo! Adoro gráficos. Representar as integrais duplas, triplas, etc., Cálculo I a IV etc., era minha praia. Só. Entender as curvas da demanda e da oferta, as elasticidades, os deslocamentos destas curvas etc., gráficos mostrando o excedente do consumidor quando estudamos Mercado e Bem-Estar etc. etc.etc., muito me ajudou na compreensão de microeconomia. Só saber analisar gráfico não bastaria se eu não estava entendendo a teoria.

Até que…

Estava na cantina da faculdade, num daqueles dias em que eu precisava ler um ponto antes de começar a aula seguinte pois o dia de trabalho não me permitira estudar antes, só queria comprar um cafezinho e sentar-me, mas a fila do caixa estava grande demais. Maior ainda estava minha vontade de tomar café, portanto, optei por encarar a fila.

Fila absolutamente parada, minha mochila já na mesa guardando o meu lugar, sem nada em mão para ler (produtividade!)…Aí, nessas horas, a gente começa a olhar para o teto, ver o acabamento de gesso do recinto, contar quantas lâmpadas estão queimadas e a ler aqueles anúncios que ficam no mural por séculos, tipo, festa da engenharia, falar com fulana, sobre uma festa que já havia aocntecido havia mais de seis meses etc. e por aí vai. 

Relendo todo o mural com aquelas coisas velhas, fila parada, observei num cantinho, num papelzinho minúsculo, escrito à tinta com uma letra nada convidativa, preso com um alfinete roubado do anúncio da folha ao lado, estava escrito: 

“Aula particular de Economia. Gregório. Telefone xxxx”.

Li aquele bilhetezinho sem graça, que você não dava nada por ele, e pensei: vai ser você mesmo, meu amigo! Anotei o número e fiquei pensando, ao longo de uns dez

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dias, se ligaria para o tal Gregório, se não seria um caça-níquel etc.

Como dou muito valor a esse tipo de “coincidências” e as entendo não como coincidências, mas sinais do além que cruzam meu caminho, a Claudia otimista conseguiu convencer a Claudia realista de que aquele bilhetezinho não estaria ali à toa, eu, que jamais fico ociosa numa fila, sem fazer nada, em momento de minha vida em que o maior obstáculo era resolver a questão “como superar o desafio da Economia”. Era muita coincidência junta para ignorar. Liguei.

Gregório era um “chicago-boy”, de 24 anos de idade, do Rio Grande do sul, gremista, cinéfilo e mestrando na FGV do Rio. Depois que expliquei a ele por que eu o procurava, ele não foi com muita sede ao pote. Foi prudente. Foi honesto ao afirmar que nunca antes havia preparado alguém para o CACD. Pediu uns dias para analisar o programa do concurso e provas passadas e que, uma vez feito isso, retornaria a ligação para informar se poderia dar conta do recado. Desligamos.

Confesso que eu esperava qualquer reação, menos aquela. Como assim esperar uns dias? Eu estava disposta a pagá-lo, bastaria marcar! Ao mesmo tempo alguma coisa me sinalizava que minhas buscas haviam acabado. A prudência e a honestidade do Gregório mostraram-me que, se ele me ligasse de volta aceitando me ensinar Economia, seria porque, de fato, eu iria aprender Economia.

Três dias depois o celular toca e era o Gregório. Disse que precisaria se reunir comigo para conversar. Quanta tensão, quanto mistério…Marcamos em Botafogo mesmo, na cantina da FGV. Com meia hora de antecedência, eu já estava lá na FGV. 

Quando eu já estava no terceiro café, na cabeça a Claudia otimista e a Claudia realista discutindo uma com a outra, eis que, pontualmente, chega o Gregório. Disse que me aceitaria como sua aluna, que eu iria pensar como uma Economista, sem ser uma. Só que ele tinha pressa, porque, em breve, finda a defesa do seu mestrado, seguiria para os Estados Unidos para iniciar o curso de doutorado, tudo já acertado, carro já com anúncio para ser vendido. Fiquei desesperada – minha luz no fim do túnel partiria em breve para os EUA…

Asseverou continuamente que o objetivo dele comigo seria o de fazer que eu pensasse tal qual um Economista, me ensinaria a pescar, não me daria o peixe! Para tanto, precisaria reunir-se comigo, em seu julgamento, e já contra o tempo que lhe restava no Brasil, três vezes por semana, duas horas por encontro e me deu o preço de cada aula – bastante razoável e bem aquém do que os demais professores do circuito CACD cobravam. Fiz uma contraproposta de pagamento à vista, ali, passando um cheque naquele momento, cobrindo todas as aulas previstas, tamanha a confiança que aquele menino me passava, ao que ele aceitou na hora. Agendamos os encontros e me fez apenas um pedido: que, se eu fosse investir na compra de algum livro, este deveria ser o de seu xará, Gregory Mankiew.

O primeiríssimo passo do nosso curso, que rendeu as três primeiras aulas, portanto seis horas, foi entender PERFEITAMENTE os dez princípios da Economia, capítulo 1 do livro do Mankiew. Ele foi tão enfático nisso, que eu tirei várias cópias do quadrinho-resumo dos dez princípios da Economia impresso ao final daquele capítulo do livro do Mankiew e colei por toda a casa, até no banheiro, até dentro do box de tomar banho! Ler aqueles princípios depois de ter tido as aulas do Gregório faziam tanto sentido quanto fazem hoje saber quanto é dois mais dois. 

Esse santo mestrando-gremista-cinéfilo-“chicago-boy” me salvou!!!! A Claudia realista se ferrou! O Gregório mostrou-me que conhecer Economia ajuda ate mesmo na nossa vida diária.

Ele era também tão bonzinho comigo que me emprestava os livros dele da época

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de faculdade e que não mais usava. Um deles eu indico aqui, foi o “Internationalism Pop”, do Krugman, segunda foto anexa a este post de hoje. O livro desmascarava esses analistas que falam um economês lindo, mas cuja análise é falaciosa para os ue entendem da coisa. Ler o “Internationalism Pop” depois do curso particular que fiz com o Gregório, depois de que eu passei a compreender um pouquinho de Economia e seus jargões, foi maravilhoso, não só pelo conteúdo em si, mas, em especial, por entender os termos e os raciocínios que Krugman usava. Gostei tanto do livro que comprei um para mim, mas em português mesmo, única versão que encontrei para comprar então no Brasil. Ajudou no sentido de consolidar os raciocínios aos quais o Gregório havia me exposto.

Como podem ver pela foto que tirei hoje para o post, acabei não devolvendo o livro do Krugman em inglês para o Gregório. O contato entre nós, desde 2003, dez anos portanto, acabou. Ele iria para os EUA, nem preocupei mais em contactá-lo; ele nem soube se eu havia passado um dia no CACD.

Voltando ao meu preparatório, posteriormente, findas nossas aulas, já prestes a passar no concurso, uns dois anos depois da fase “aulas particuares do Gregório”, cheguei a frequentar aulas com uma querida professora de Economia, até hoje minha amiga, que passei a conhecer já uns dois anos após o advento “Gregório”. Ela ajudou-me bastante a consolidar o conhecimento, recordar os temas. Adorava as aulas dela porque tudo o que ela falava fazia sentido na minha cabeça, eu entendia plenamente. A sensação de entender economia creio que só se equiparou com a minha sensação de entender pela primeira vez duas pessoas árabes conversando em árabe – uma emoção indescritível.

No ano passado, quando minha mudança vinda de Doha chegou aqui a Nova York e eu estava arrumando os livros na minha minibiblioteca já no apartamento que escolhemos para morar em Manhattan, de onde escrevo, deparei com o livro do Krugman, o do Gregório, o em inglês. Parei por uns instantes, abri o livro e li na primeira folha do livro, na letra dele, o seu próprio nome e o ano em que ele havia comprado o livro, junho de 1998 (uma das fotos deste post de hoje). Devia ser quando ele era aluno de graduação.

Naquele mesmo instante, larguei tudo, corri para a internet para procurar por ele e tentar restabelecer contato, dizer que havia conseguido passar no CACD, que havia tirado quase 70 na prova que a Claudia realista do passado achava que iria zerar, e mostrar minha gratidão para dizer como ele foi decisivo no sucesso do meu projeto “passar no CACD”. 

Procurando pelo nome dele, no sitehttp://www.econ.rochester.edu/people.html, encontrei o seguinte:

Gregório CaetanoUniversity of RochesterPh.D. UC Berkeley, 2009Assistant Professor of Economics Research 

Ali também estavam os contatos dele. Escrevi e-mail e foi muito legal. Com o mesmo carinho de sempre, o agora ex-mestrando da FGV-gremista-cinéfilo-“chicago-boy”-PhD-professor universitário e pesquisador nos Estados Unidos, agora contando uns 35 anos de idade, escreveu-me de volta com ótimas notícias de sua brilhante carreira. Ficamos de qualquer dia desses nos encontrarmos para que eu possa devolver o Krugman dele, que hoje ilustra este post para vocês.

É isso! Assim foi minha luta com Economia, o que parecia perdido tornou-se uma das matérias mais queridas, em especial porque, depois de entender como ela

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funcionava, vi que Economia não é difícil, não é um monstro, como nada do que encaramos de frente é. Trata-se de disciplina racional, coerente, e necessária para nossa vida privada e para nós, diplomatas, quando servindo no Exterior, sobretudo em Embaixada, que trata de temas bilaterais, precisamos analisar e relatar para Brasília, de forma simples, com linguajar simples, a realidade econômica complexa daquele país em que estamos acreditados. 

Bom domingo a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Ilustra o post de 8/9/2013. Livro de Paul Krugman, "Internacionalismo Pop", da década de 1990, que "desmascara" analistas metidos a escrever com um lindo economês, mas que ignoram princípios básicos da Economia e interpretam erroneamente os dados econômicos. Contribuiu no meu preparatório ao CACD porque me permitiu consolidar o que aprendi ao longo das aulas de Economia, em 2003.

Dica de hoje, 9/9 (dia do Administrador de Empresas e dia do Veterinário): hoje, apenas dividirei com vocês o texto que o ex-Presidente do Timor Leste e Nobel da Paz de 1996, José Ramos-Horta, publicou ontem, 8/9, em seu próprio blog, a respeito da atitude do colega de carreira Ministro Eduardo Saboia no episódio do Senador boliviano. As palavras do Presidente foram comentadas pelo próprio Saboia. 

Apenas retomando o meu post de 27/8, veja como uma decisão de um diplomata, a depender da causa que defende, neste caso direitos humanos, pode repercurtir a ponto de um dignitário como Ramos-Horta comentar…

http://ramoshorta.com/2013/09/no-itamaraty-um-diplomata-merecedor-do-honroso-legado-de-coragem-do-martir-sergio-vieira-de-mello/

Boa segunda-feira a todos nós e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=720788217937465&set=a.660602847289336.1073741826.633871383295816&type=1&theater

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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=720783257937961&set=a.660602847289336.1073741826.633871383295816&type=1&theater

Dica de hoje, 10/9 (dia do resultado do TPS-2013 e dia Mundial da prevenção do Suicídio): hoje é o dia do resultado do TPS. Os que avançarem à segunda fase,

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recomendo cautela e foco; aos que não conseguiram e achavam que daria, recomendo, primeiramente, aceitação e, em seguida, perseverança para reiniciar; e aos que já sabiam que não passariam, continuem no ritmo que já deviam estar para o CACD-2014.

Aqueles que se enquadrarem em qualquer dos três casos poderão beneficiar-se da dica de hoje. Um internauta perguntou-me como eu estudava um livro, como eram meus fichamentos, meus resumos.

A primeira pergunta que se deve fazer é: por que precisamos fichar ou resumir?

Fichamos ou resumimos uma leitura por um motivo muito simples: para ter sempre acesso rápido àquela importante informação sem que, para isso, precisemos ler novamente toda a obra. 

Se você ler um livro cujo conteúdo precisará utilizar em futuro breve ou distante, como é o caso das leituras que você faz ao longo do preparatório de médio e longo prazo para o CACD, não faz qualquer sentido você ler o livro novamente no futuro para lembrar-se do que havia lido; entretanto, se você ler um livro e não anotar as ideias principais, ou o número da página onde está uma ideia essencial daquele autor, ou, ainda, não resumir o que o autor pensa, em especial em se tratando de autor fundamental para a prova, um clássico, é quase a mesma coisa que se não tivesse lido. Nas semanas seguintes à leitura você estará craque, mas passados alguns meses, você não será capaz de recuperar detalhes importantes da obra. 

Como fichar ou resumir o que leu?Há diferentes técnicas, utilizando fichas, computador e, por que não, o caderno. Você poderá fichar usando técnica de fichamento acadêmico, com o nome da obra no cabeçalho e outros detalhes. Poderá fichar apenas fazendo citação de trechos, opinando, parafraseando o autor, fazendo esquemas gráficos com setas etc. Há excelentes sites pela internet explicando como fichar. Divirta-se. Aqui vou falar o que deu certo para mim… 

O FUNDAMENTAL é o seguinte: que seu fichamento ou seu resumo faça sentido para você recuperar a essência do tema lá no futuro. Você deverá ser capaz de ler o que anotou e, sem precisar recorrer ao livro, compreender toda obra e os raciocínos daquee autor em poucas horas. 

Claro que, às vezes, poderá ocorrer de um parágrafo inteiro ser importante para compreender determinado raciocínio. Neste caso, basta anotar no seu fichamentou ou resumo algo como: 

(!) Importante - Deterioração dos termos de troca: reler p. 108 na íntegra.

Esse exemplo eu retirei de minhas folhas de resumo, fente e verso, do meu Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado, um clássico que estava na bibliografia na época em que eu tentava o CACD. Creio que continua na lista, não tenho certeza. 

O livro e o resumo que fiz, que ainda está anexado ao livro, ilustram o post de hoje com as fotos que fiz para vocês verem como eu estudava.

O interessante desse livro é que seus capítulos são bem curtos, algo como de quatro a sete páginas. Neste resumo específico, eu dividi o papel ofício em três colunas e, em cada coluna, cabia um capítulo. O nome do capítulo eu escrevia à tinta vermelha.

Quanto ao arquivamento de fichas ou resumo de clássicos, eu anexava juntamente ao próprio livro. Claro que, na teoria, as fichas deveriam ser guardadas em

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caixinhas específicas, ordenadas por ordem alfabética, mas eu preferia meu resumo anexado ao próprio livro. Quando eu quisesse estudar novamente o autor, bastaria pegar o livro para ter acesso ao resumão.

Você poderá também ter caderno com dez matérias, por exemplo, sendo que cada matéria será referente ao fichamento ou ao seu resumo de determinada obra. 

Alternativamente, cada matéria poderá ser um tema e, nesta divisória, você fichar o que diferentes livros falam do tema, caso haja diferentes teses.

O essencial é que você encontre a fórmula que funcione para você. Eu preferia anotar à mão a digitar porque me passava segurança para o dia da prova, que é manuscrita.

Fiz o mesmo com o livro de Economia de Gregory Mankiew, objeto da dica de 8/9, em especial com os capítulos de microeconomia daquele livro. Por oportuno, aproveito para esclarecer que o livro do Mankiew é excelente para microeconomia, pois, com relação à macroeconomia, por ser ele um livro estrangeiro, de país desenvolvido, não cumpre o que devem conhecer em relação a alguns temas (por exemplo PIB x PNB). Eu estudei macro pelo Manual da USP de Economia.

É isso: resuma com suas palavras, anote raciocínios importantes, transcreva um parágrafo inteiro se for importante, remeta a que página você deverá ler novamente no futuro determinado ponto que é preferível reler pelo próprio livro etc. Encontre o que dá certo para você.

Divido, por fim, uma questão querida cobrada na minha prova discursiva de Economia. O tema cobrado já estava devidamente explicado no meu resumão do Celso Furtado. Fator sorte? Acho que não. Se você estudar focado, persistindo, determinado, chegará um dia em que você olhará para a prova e vai rir dela, de tão fácil; porém, a prova não estará fácil, ela sempre teve o mesmo nível de dificuldade. O que mudou foi sua cabeça: se antes não tinha determinado conhecimento, depois de meses ou anos estudando FOCADO, com resumos e fichamentos estratégicos, a prova, agora sim, passa a cobrar o que você sabe. As simple as that. Questão de referencial!

(Questão 5 – Prova de Economia de 3a. fase – CACD-2006)***************************************“Um exemplo de política realizada com a participação dos estados da Federação foi o acordo de Taubaté, de 1906. Em que consistia esse acordo e qual a sua conseqüência sobre a produção cafeeira nacional?”***************************************

Boa terça-feira a todos, boa sorte no resultado de hoje àqueles candidatos que estão vivendo o seu ano de tentar para valer o CACD com a possível vitória desta primeira batalha e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

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Dica de hoje, 11/9: hoje, no aniversário de doze anos dos ataques antes inimagináveis a este país de onde vos escrevo, este espaço vai sugerir que você

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estude, para a prova de Política Internacional, seja para o CACD-2013 para os que chegarem à terceira fase, seja para o CACD por vir, o tema.

***************TERRORISMO***************

Se você tivesse de escrever uma redação agora acerca do temaou dissertar na prova de Política Internacional, o que você falaria?

Os motoristas de táxi que me desculpem, tenho na minha família um motorista de táxi, gosto muito da categoria, mas o candidato ao CACD não poderá dissertar acerca do Terrorismo com base no bate-papo que tiver com o motorista de táxi, algo do tipo, “esses caras é tudo maluco”, “essa religião é isso ou é aquilo”. Definitivamente, não é por aí.

Falar frases bonitas e retóricas como “é necessário que haja tolerância interreligiosa e respeito às diferentes culturas” e blábláblá…isso igualmente não adiantará muito, sinceramente falando, sobretudo na prova de PI.

Você precisará estar muito bem subsidiado para falar do tema terrorismo na prova do CACD.

Já ouviu falar em REGIME INTERNACIONAL? 

Obviamente quem cursa Relações Internacionais ou os que vêm estudando há mais tempo para o CACD já deparou com o termo, mas aqueles que decidiram estudar há pouco tempo, em especial os que não têm acesso fácil à orientação presencial seja por que motivo for – público-alvo que me inspirou para a criação deste projeto DdD – poderão ainda não ter observado a existência daquela expressão.

Um regime internacional surge quando há a necessidade de se estabelecer um comportamento coordenado entre os países em torno de um tema sobre o qual ainda não existe um consenso. Traz previsibilidade no agir dos Estados. Consubstancia-se em um conjunto de princípios, normas, regras e procedimentos de tomada de decisões em relação a um tema específico. Seu propósito é entendido diferentemente a depender da Escola que o define, se a realista, a neorrealista etc. Relaciona-se com o termo governança global, mas não são sinônimos.

Falar de regime internacional, lembramo-nos do teórico Stephan Krasner. Pesquisem!

Há diversos regimes em vigor, como o regime internacional do meio ambiente, regime nuclear etc.

Quanto ao terrorismo, termo cuja definição oficial ainda inexiste por falta de consenso entre os Estados membros da ONU, temos um REGIME INTERNACIONAL ANTITERRORISMO.

Hoje, doze anos após o 11 de Setembro, o candidato ao CACD deve saber, por exemplo, da existência da Resolução 1373, adotada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em setembro de 2001, logo após os ataques, documento disponível em http://daccess-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/N01/557/43/PDF/N0155743.pdf?OpenElement. Deve igualmente saber que foi criado um Comitê Antiterrorismo naquela ocasião, cujo site é o http://www.un.org/en/sc/ctc/Deve saber, ainda, que, em 2006, a Assembleia Geral adotou por unanimidade a Estratégia Antiterrorista Global da ONU. Baseada na convicção fundamental de que

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o terrorismo, em todas as suas formas, é inaceitável e não pode nunca ser justificado, a Estratégia define uma série de medidas específicas para combater o terrorismo em todas suas vertentes, em nível nacional, regional e internacional; entretanto, não existe uma Resolução negociada entre os Estados no tema, dada a sensibilidade e as controvérsias que o tema suscita, o que não permitiu que se chegasse a um acordo.

O site da ONU-Brasil menciona o trecho que destaco a seguir: “Nos anos 90, o fim da Guerra Fria levou a um novo ambiente de segurança global, marcado pelo maior foco nas guerras internas do que nas guerras entre Estados. No início do século XXI surgiram novas ameaças globais. Os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos foram uma clara demonstração do desafio do terrorismo internacional, enquanto eventos posteriores aumentaram a preocupação com a proliferação de armas nucleares e os perigos de outras armas não convencionais.

As organizações do Sistema das Nações Unidas mobilizaram-se rapidamente em suas respectivas esferas para intensificar a luta contra o terrorismo. Em 28 de setembro o Conselho de Segurança adotou a Resolução 1373, nos termos de aplicação da Carta da ONU, para impedir o financiamento do terrorismo, criminalizar a coleta de fundos para este fim e congelar imediatamente os bens financeiros dos terroristas. Ele também estabeleceu um Comitê Antiterrorismo para supervisionar a implementação da resolução.

Por fim, embora escrita antes de 2006, recomendo a leitura da monografia de um colega de carreira, o Ciro Leal, que permitirá ao candidato ao CACD contextualizar a criação do regime internacional antiterrorismo e a posição do Brasil neste tema. O trabalho do colega está disponível em pdf em http://www.funag.gov.br/biblioteca/dmdocuments/Terrorismo_internacional.pdfPor oportuno, li uma matéria publicada hoje no USA Today a respeito do dilema segurança “versus” privacidade, ou, segurança “versus” liberdade, entre os norte-americanos. Já que o tema espionagem está na pauta do dia, doze anos após o 11 de Setembro a questão da perda de privacidade em nome de mais segurança é o tema da vez! Além de permitir uma reflexão interessante, trata-se, ainda, de boa oportunidade para levantar vcabulário em inglês. Leia em http://www.usatoday.com/story/news/nation/2013/09/10/us-debates-security-vs-privacy-12-years-after-911/2796399/É isso! Boa quarta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

Dica de hoje, 12/9 (sem efeméride): li um texto ontem na internet, cujo link transcrevo mais adiante, que me fez lembrar da redação da prova de segunda fase do CACD, no sentido de que não poderemos menosprezar seja qual tema for. Lido o tema proposto, o candidato deverá ter sua opinião (tese) e argumentar ao longo do texto no processo de convencimento da Banca a respeito de sua opinião. Seja que tema for. 

O imaginário do candidato é para os temas complexos, filosóficos etc.; entretanto, não menospreze nenhum tema! Muitas vezes achamos um tema simples demais para ser cobrado. Penso que, quanto mais simples o tema proposto, mais difícil dissertar. Por exemplo, o tema futebol…Imagine termos de dissertar sobre o futebol??? 

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Esporte que nem todos os brasileiros gostam, e, entre esses, muitos se acham no direito de não precisar saber nada de futebol, mas você, candidato ao CACD, não faz jus a esse direito. 

Isso porque podemos entender o futebol como um recurso de poder do Estado brasileiro, a potência do futebol, quer você goste quer não goste. O futebol, para o Brasil, pode ser entendido como um soft power ao menos, que já foi capaz de parar a guerra, trazer alegria momentânea para comunidade vítima de desastre natural etc.

Como um(a) aspirante a diplomata brasileiro pode se dar ao luxo de não saber dissertar acerca do futebol, suas origens, como chegou ao Brasil, o racismo característico de muitos times brasileiros no início do século XX? Não pode. 

Feita esta introdução, outro tema neste rol de tema falso-simples está o humorismo. É que, ontem, eu li um texto intitulado “Carta aberta aos humoristas do Brasil”, que, confesso, hesitei em clicar quando me chegou, afinal o tema "humor" em nada me acrescentaria, pensei. Não consigo rir de piadas. não que eu não as entenda! Eu entendo! É que sempre tive dificuldades para rir de piadas e, por isso, nunca me intererssei. Não sei porque, mas acabei clicando no link, que copio mais abaixo. 

Que sorte que eu cliquei!

Foi um dos textos mais inteligentes que li nos últimos anos. Ao final da Carta há outro link para um documentário chamado “O riso dos outros”.

O debate objeto do documentário foi ainda melhor! Taí um assunto controverso que daria um belíssimo tema de redação. 

Ser politicamente correto é careta? 

O politicamente correto pode ser algo careta e um saco para você cujo(a) melhor amigo(a)ou um ente amado não seja negro, deficiente físico, mulher, homossexual, feio(a), pobre, loura, anão, obeso(a), fanho, surdo, mudo, fiel dessa ou daquela religião, portador de determinada nacionalidade ou uma vítima de estupro etc.; porém, quando a pessoa que você mais ama se encaixa em um desses grupos, talvez você não achasse tanta graça assim da piada.

O humorista tem o direto à livre expressão, é fato; então que assuma o que diz e aceite também a livre expressão dos demais integrantes da sociedade que o critica. É a beleza da democracia.

As opiniões são distintas. O tema é prá lá de controverso. Ser politicamente correto ou incorreto? O humor, que coloca o estereotipado como alvo, ajuda a perpetuar a discriminação e o estereótipo ou, não, seria, ao contrário, uma forma de denunciá-la? Eis a questão! Tema que daria belíssimas redações!

Não deixem de ler o texto inteiro do link abaixo bem como assistir ao vídeo ao final do link. Must!

**************************http://papodehomem.com.br/carta-aberta-aos-humoristas-do-brasil/**************************

É isso! Boa reflexão, boa quinta-feira a todos e até a próxima dica!

--

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Claudia Assaf__________________________________________________________________________

Dica de hoje, 13/9 (sem efeméride): a dica de hoje é para você que não é da área de direito, mais especificamente para aquele internauta que decidiu apenas há pouco tempo investir seu tempo no preparatório do CACD, tipo, há menos de um ano, e ainda está um pouco perdido se está priorizando as matérias certas, ao mesmo tempo em que tem dúvida se não deveria estar estudando mais de outra coisa e poraí vai. A dica de hoje é para que você não negligencie as 

************************NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL************************

Eu me vi neste problema assim que comecei a estudar seriamente para o CACD, mesmo porque, aquela palavrinha que eles colocam antes do programa, NOÇÕES de Direito é cruel. A gente lê aquilo, NOÇÕES, e pensa: depois eu vejo isso, tranquilo, só umas noções, coisa boba, coisa fácil…

Meu Deus!!! Pode ser noções para quem estudou Direito, cara pálida!!! Não para quem estudou Matemática! Desculpe-me se foi algum colega de carreira que inventou de colocar aquela palavrinha “NOÇÕES” antes do Direito e da Economia, mas quem decidiu isso é uma pessoa totalmente sem NOÇÃO!!!

Por mais que meus estudos estivessem rendendo nas demais matérias, digamos, aquelas que mais tomam nosso tempo, como história, geografia, português etc., uma voz baixinha lá no fundo da minha mente vivia me dizendo assim: e as noções de Direito, Claudia? Eu ignorava, afinal, eram noções, depois eu leria a Constituiçào Federal e ficaria tudo bem, pensava…e continuava a estudar o resto.

Aí o candidato inocente, euzinha no início, cheio de amor para dar, toda animada, decidi encarar aquelas noçõezinhas, algo básico, afinal, eram apenas noções…Eu, sinceramente, pensei assim: se são só noções, vou estudar constitucional lendo a Constituição, as simple as that!

Aí, obviamente, a tonta aqui percebeu que não dava. Não era por aí. Embora seja fundamental termos a Constituição atualizada ao nosso lado durante o estudo, somente ler a constituição não dá. Isso porque, posteriormente, aprendi que a Constituição não é um arquipélago com artigos estanques e isolados um do outro, mas um texto uno e harmônico, todos alicerçados em princípios constitucionais claros, comuns ao todo, por exemplo.

Aí comprei um livro - na minha época era o Alexandre de Morais o livro must da vez, não sei hoje. O meu, da foto, era atualizado até a EC 44, de 2004! Eu lia o Alexandre, decorava tudo aquilo, fazia resumos, mas eu não conseguia explicar aquilo que eu vinha estudando se eu estivesse longe dos meus resuminhos. Tampouco entendia bem aqueles princípios todos. Mesmo que eu decorasse, obviamente eu iria esquecer, como toda decoreba. Árabe estava fluente na minha cabeça; Direito constitucional não. 

Somente ler a Constituição e ter o livro must do momento também não resolveu meu problema. Não resolveu porque não me permitiu entrar naquela área da excelência. É que, para nós que não somos juristas e não estamos acostumados a pensar como um jurista, é muito desafiante o autodidatismo. Ajuda, mas a gente sente que não depende só de nós, fica faltando aguma coisa, não sei explicar.

Tentei então professor particular. Como sabem, na minha época, não havia cursinhos especializados no CACD ou eles apenas surgiam aos poucos. Claro que, já perto do ano em que fui aprovada, fui abençoada por ter conhecido um professor de Direito Internacional maravilhoso de cursinho, o Guilherme Bystronski, extremamente didático e competentíssimo. Sabe tudo de DIP. Não sei se ele oferece aulas por meio de vídeos ou se ainda está vinculado a cursinho, não quero entrar nesta seara, apenas digo que, caso ele esteja ainda envolvido com o ensino de DIP preparatório para o CACD e forneça aula por EAD, taí um investimento que valeria super a pena…

Voltando ao Direito Constitucional…

Momento da virada do jogo…

Percebi que Direito Constitucional era matéria cobrada em todos os concursos públicos da área de Direito, e, por isso mesmo, todos aqueles cursinhos, um em cada esquina no Centro do Rio, que preparavam para esses concursos ofereciam Direito Constitucional. Não são caros, por serem muitos espalhados pela cidade. Pensei assim: vou estudar Direito Constitucional com os juristas. Terei trocentos professores ao meu redor…a qualquer dúvida, no intervalo, perguntarei para o coleguinha ao lado, que, com certeza será alguém que já se formou em Direito e estará ali

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estudando para passar em algum concurso da magistratura. Pago um preço razoável para ter a aula e, de bônus, ganho colegas juristas, que tal?

Assim foi feito.

São módulos curtos. O curso que eu fiz havia dois módulos: o básico e outro somente dedicado aos Direitos Humanos, quando aprendi à exaustão todos os artigos que lidam direta ou indiretamente com Direitos Humanos, a cláusula pétrea, o artigo quarto, dos princípios que regem as relações internacionais como a promoção dos DH, o próprio artigo quinto. De tanto ouvir o professor aqueles termos entram na sua cabeça. Você aprende a escrever como um jurista, o que é importante sobretudo para a prova de terceira frase. 

Por exemplo, em vez de escrever uma frase como “Para que uma lei seja válida ela deve ser compatível com a Constituição Federal”, você passa a escrever algo como “A Constituição Federal é o pressuposto de todas as leis”. Fala a verdade, super chique isso, né? Imagine você escrevendo isso na sua prova de NOÇÕES de Direito??? Show de bola! 

Os que fizeram Direito devem estar neste momento rindo de mim, mas por favor, acreditem, nós que não somos da área de Direito isso tudo é muito complexo!

É isso, você redige como se fosse um juristinha, entende cada aspecto na sua essência, enfim, ingressa na excelência. 

Alguém vai dizer: mas não precisa saber tanto Constitucional assim…

Tudo bem, até concordo, mas aí você será medíocre no sentido de ser mediano em algo, você dominará mais ou menos, ao passo que, se souber a essência poderá usar o Direito Constitucional para te salvar, raciocinar diversos temas e questões, o que poderá lhe ajudar até mesmo no processo argumentativo de sua redação. Por fim, conhecer bem Direito Constitucional, em especial o tratamento que o Estado brasileiro dedica aos Direitos Humanos em sua Lei Maior pode ser uma linha da saída encontrada para solucionar uma questão de Direito na prova de terceira fase.

Para os que não tiverem acesso a um curso presencial de Direito Constitucional, considere acompanhar algum pelo you tube, mas acompanhe de verdade, escute, grave, anote. Siga as aulas, Aula 1, Aula 2, Aula 3 etc. Mesmo que o professor esteja falando algo aparentemente banal, anote porque poderá ser a essência de raciocínio futuro em outro ponto da matéria.

Conhecere bem direito constitucional me ajudou tanto, que até hoje, no trabalho, eu utilizo esse conhecimento. Por exemplo, quando estou produzindo uma minuta de discurso a ser proferido na ONU pelo meu Embaixador, digamos, na reunião da Junta Executiva do Unicef, poderei produzir um parágrafo que mostre o tratamento constitucional que o Estado brasileiro dá à criança, em seu artigo 227. Poderei ir além, em relação ao tratamento à criança adotiva, em que a nossa Constituição equipara os direitos dos filhos adotivos aos dos filhos biológicos, e por aí vai. 

Saber bem Direito Constitucional, ou no jargão do Edital, ter boas NOÇÕES de Constitucional o ajudará não só para o CACD mas para conscientizá-lo ainda mais acerca de sua própria cidadania, ao que você, como cidadão, faz jus, seus direitos e, claro, seus deveres também.

É isso! Boa sexta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf_____________________________________________________________________________

Dica de hoje, 14/9 (sem efeméride): como falei em Direito na dica de ontem, e, coincidentemente um colega de trabalho especialista em Direito Internacional me ligou ontem, e, por isso, hoje, acordei inspiada para falar desse colega de trabalho.

Colega de trabalho é aquela figura que a gente só vê no trabalho. Muitas vezes nos encontraos com a pessoa somente no ambiente de trabalho ou algum almoço, de trabalho, ou, ainda, na festinha na copa em comemoração aos aniversariantes do mês etc. Só.

Quando cheguei aqui a Nova York, conheci um colega de trabalho muito especial, o Secretário Leandro Vieira Silva, especialista em Direito Internacional, assessor do nosso Embaixador para temas de Sexta Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas (http://www.un.org/en/ga/sixth/).

Page 296: Dicas Da Diplomata

Mesmo atarefadíssimo, sempre que eu entrava em sua sala para perguntar alguma dúvida de Direito, ele parava tudo para me explicar, ou, alternativamente, me passaria uma mensagem de email em seguida esclarecendo o que eu havia perguntado. Extremamente atencioso, como se fôssemos velhos amigos. Sempre achei que esse menino era mais que um mero diplomata culto e inteligente, mas tinha um coração muito humilde no trato com todos. 

O Leandro já concedeu algumas entrevistas interessantes, como as que destaco a seguir, para a TV Justiça, em 2009, em que fala a respeito do CACD. Vale a pena dar uma clicada e ouvir ao menos as partes 2 e 3, abaixo:

Parte 2/3http://www.youtube.com/watch?v=5mXbKlD5Tps

Parte 3/3http://www.youtube.com/watch?v=BbLJUCQKaIY

Leandro também foi escolhido pela sua turma do Rio Branco, a Turma 2007-2009, para ser o orador no discurso de formatura, proferido perante o Presidente da República e outros dignitários. O discurso de formatura do Leandro, que se inicia agradecendo aos entes queridos que com muita paciência apoiaram os respectivos formandos ao longo do processo preparatório do concurso, está disponível emhttp://www.politicaexterna.com/10130/discurso-do-terceiro-secretrio-orador-de-sua-turma-no-irbr-leandro-silva-no-dia-do-diplomata

Quando a Yasmin nasceu, o Leandro estava em curso na Corte Internacional de Justiça, na Haia, aprofundando ainda mais o conhecimento em que é especialista dentro do Itamaraty, Direito Internacional.

Ontem, o Leandro me contactou perguntando se poderia vir me visitar para conhecer a Yasmin aqui em casa. Quanta honra!

São essas pequenas mostras de carinho por quem a gente menos espera o que fica marcado na carreira. É isso que eu mais valorizo. Um jovem, culto, condecorado, inteligente, que poderia estar visitando o MoMA ou o Metropolitan, ou passeando no Central Park, ou lendo um livro, mas, em vez disso, decidiu usar seu fim de tarde de sábado para vir nos visitar. Sinceramente eu não esperava, afinal, colegas de trabalho a gente só vê no trabalho.

Se o Itamaraty tem um “ouro” em termos de Direito Internacional, eu acho que tenho um colega de trabalho de ouro, daqueles que, mesmo depois que deixarmos Nova York, saberemos com quem contar.

Vamos caprichar no lanche do fim de tarde para recebermos o querido e agora mais-que-simples-colega-de-tabalho Leandro! Vou daqui a pouco comprar os ingredientes para fazermos um bolo e tudo de bom para recebê-lo! 

Pensando sempre em vocês, vou perguntar se o Leandro poderia escrever um texto curto de dicas para a prova de Direito do CACD e publicar aqui nesta Fan Page, a ver…

É isso! Boa sexta-feira a todos e até a próxima dica!

Dica de hoje, 15/9 (dia da Musicoterapia e do Musicoterapeuta; ontem, 14/9, foi o dia do Frevo): inicio a dica de hoje desejando boa sorte aos candidatos que farão a prova de segunda fase do CACD-2013. Para o candidato que ler esta dica de hoje somente quando retornar da prova, espero que tenha feito boa prova. 

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Em seguimento ao último post, recebi em minha residência, ao final da tarde de ontem, o querido colega de trabalho e amigo Leandro Vieira Silva, que veio conhecer a Yasmin, hoje com um mês e meio. Como já disse, o diplomata Leandro Vieira Silva estava na Haia em curso patrocinado pelas Nações Unidas, realizado na Corte Internacional de Justiça (CIJ), por ocasião do nascimento da minha filha.

Recordando, o diplomata Leandro Vieira Silva, mineiro, natural de Belo Horizonte, ingressou no Itamaraty em 2007. É especialista em Direito Internacional e, aqui em Nova York, na Missão do Permanente do Brasil junto às Nações Unidas, o Secretário Leandro é o especialista em temas de Sexta Comissão da Assembleia Geral, comissão essa que lida com os temas jurídicos multilaterais. 

Durante a visita, expliquei a ele o projeto Dicas da Diplomata. Perguntei se ele aceitaria me conceder entrevista exclusiva esta Fan Page, só para vocês, ao que ele aceitou prontamente.

Na entrevista, perguntei ao Leandro: 

- como ele se preparou para o CACD;- qual a orientação dele para o candidato responder as questões da prova de Direito de terceira fase; - em que consiste a Sexta Comissão das Nações Unidas; e- qual a mensagem final que ele daria para você que está aí na luta se preparando para o CACD.

Perdoem-me a baixa qualidade técnica de áudio e vídeo, mas tentei o melhor que pude, editando até umas 2h da manhã. Como sabem, eu mesma filmei e editei, um dos meus hobbies, mas, durante a filmagem, segurava com uma mão a Yasmin e, com a outra, o iphone. Em outros termos: imagem ultratremida, fora de enquadramento, cenário amador ou nem isso. Além disso, o Facebook só aceita vídeos de até 100 MB, então gerei na pior resolução possível. A versão de alta qualidade tem mais de três gigabytes, não deu para carregar. Uma dica é assistir ao vídeo sem ampliar a tela, para uma melhor imagem.

Quanto ao áudio então, nem se fala: em alguns momentos gritos de crianças pela casa! Enfim, mesmo assim, não poderia perder a oportunidade da presença do Leandro na minha residência para passar uma mensagem interessante e de ânimo para vocês, queridos internautas que acompanham esta Fan Page. O perfeito é inimigo do ótimo e creio genuinamente que o recado do Leandro é prá lá de ótimo! Confira! 

Espero que o que conversei com o Leandro neste vídeo do post de hoje, de cerca de quinze minutos, seja de alguma forma útil a você. Saiba que foi feito com muito carinho, com a intenção de ajudá-lo(a). 

É isso! Bom domingo a todos e até a próxima dica!

https://www.facebook.com/photo.php?v=723655870984033&set=vb.633871383295816&type=2&theater

Dica de hoje, 16/9 (dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio): a dica de hoje vai provocar o internauta a pensar elementos motivados deum vídeo.

Assisti a um vídeo ontem que traz excelente temática para seu treinamento de redação no quesito que diz respeito a sua capacidade de análise e reflexão. Poderá também motivá-lo a escrever uma redação em inglês - composition no tema. 

Infelizmente não encontrei o vídeo legendado, portanto você, para entender tudo o que a apresentadora inglesa diz, você deverá já ter seu inglês afiado – o que acaba sendo um bom estudo de inglês também!

O link do vídeo segue ao final deste post. 

Uma inglesa viciada em assistir a programas de TV, tem a tese de que “a TV é a janela para conhecer a alma de uma nação”. Para conhecer a alma de diferentes nações, ela viaja o mundo para mostrar o que cada país transmite em seus programas de TV e, dessa forma, ela passaria a conhecer a alma daquele país visitado. O link mostra o que ela encontrou no Brasil.

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Há aqui diversas reflexões a fazer depois que você assistir ao video.

1. O brasileiro – eu incluída, porque sou brasileira – tem mesmo a alma reduzida aos pensamentos veiculados por aqueles poucos programas, a julgar pela tese dela, mesmo que eu não assista aos programas em que ela baseou seus argumentos para definir Brasil? 

2. A qualidade da TV aberta brasileira é aquilo mesmo que ela mostra: milhões de brasileiros assistindo diariamente àquelas cenas que a inglesa destacou em seu documentário. Parece ser sim. E agora???

3. Pode-se alegar, por um lado, que ela não poderia interferir na nossa cultura, pois só nós, brasileiros e brasileiras, podemos entender como tradição algo que ela transmite como supérfluo e banalização desse ser tão sublime que é a mulher, reduzida a uma coisa, a uma bunda? 

4. Como explicar para o estrangeiro que somos um país sério, com mulheres sofridas sim, mas também com mulheres que cada vez mais se incluem nessa sociedade machista em que vivemos, e não apenas mulheres com bundas esculturais?

5. Mas como vão acreditar na gente se milhões de brasileiros assistem, sim, a programas que, por exemplo, jovens dançam seminuas no mesmo palco que um padre canta e abençoa a todos, a plateia chora de emoção por isso, tudo isso ao mesmo tempo, bem como anões são ridicularizados fazendo o papel de bobos da corte???

6. Por outro lado, o circo, aliás, o cenário acima descrito é televisionado por empresa de comunicação cuja dono tem uma filha que, do camarim, em entrevista à inglesa, afirma que esse é o nível de maturidade dos que assistem àqueles programas, “da classe baixa e média”, e continua, dizendo “mas que são pessoas que estão evoluindo e aí o programa evoluirá também à mesma proporção que as pessoas começarem a evluir”. Ou seja, a própria dona do veículo admite ser um programa de baixo nível, nivelando com a classe que o assiste???? Será que ela teria coragem de falar isso em português para os telespectadores do programa??????????

7. Isso me leva a pensar: tais programas existem porque as pessoas gostam, ou as pessoas gostam porque eles existem??? Dilema tostines! É gostoso porque vende mais ou vende mais porque é gostoso? 

8. Ou tudo isso é uma besteira, deveríamos relaxar e crer que é apenas um entretenimento como outro qualquer e parar com esse papo chatézimo?

9. E os programas sensacionalistas que mostram a violência nua e crua em plena hora do almoço ou à tarde quando as crianças estão em casa? Funciona como crítica para as autoridades verem que estamos fartos da violência? Ou de tanto ver aqueles corpos diariamente pela TV, a morte boba e banalizada passa a ser fomentada na nossa sociedade, vira moda matar, em qualquer briguinha de trânsito, de vizinho, de família, a moda é então matar, fomentando uma sociedade cada vez mais violenta???

10. Só cá entre nós brasileiros, sem que a inlgesa nos escute, sem entrar no mérito que existam programas maravilhosos como aos que eu assistia na TV Cultura quando morava no Brasil, como os debates do Observatório de Imprensa, das entrevistas do Roda Viva, dos bate-papos de Roberto d’Ávila, dos documentários da nossa História etc., pergunto-me se é saudável que nossas meninas cresçam achando que ter uma bunda bonita lhe bastará para garantir o futuro, quando sabemos que a bunda, se lhe garantir algo, será somente um futuro efêmero e

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ilusório, senão perigoso? 

11. Será que esse papo já perturbou o suficiente nossa sociedde, já ficou velho, afinal bunda bonita é parte do imaginário de nossa cultura?

12. Ou será que ter um corpo saudável e bonito não está em questão aqui, é até legal a pessoa querer ter um corpo bonito e saudável, e a questão aqui seria outra, a condenação da supervalorização de algo que banaliza a vida, banaliza a essência do ser humano?

13. E o BBB, Fazendas etc., o que é isso? Pior: este estilo de programa veio da Europa, eu acho, da Holanda…Mas isso ela não abordou…claro, a origem desses programas drenadores do precioso tempo daqueles atraídos por esses cantos de sereias que só poderá levar para o insucesso, enquanto quem está dentro da telinha está ganhando seu bom dinheiro, rindo de nós, à custa de nossa idolatria burra àqueles programas de baixo nível que a própria dona da TV admite ser de baixo nível?

14. É fato que o documentário é prá lá de parcial. Essas porcarias existem na nossa TV brasileira, mas existem outros programas, ourtas realidades. O Brasil, sabemos bem, não se resume a bundas e à violência sangrenta. Estes existem, mas não sozinhos. Há muito, mas muito mais que isso o Brasil. Aqueles programas não me representam.

* * * A dica de hoje provoca o internauta a refletir acerca das duas perguntinhas a seguir, o que poderiam gerar duas belas redações, a primeira em português, a segunda uma composition, em inglês, ambas com base no “vídeo-motivador” do link mais abaixo:********************************a. Como você, brasileiro, contra-argumentaria a tese desta jornalista para um público brasileiros, por exemplo, um texto para ser lido em alguma revista nacional?

b. Como você, diplomata ou futuro diplomata, contra-argumentaria a tese desta jornalista para convencer o público estrangeiro, que, após assistir ao vídeo, terá ainda mais solidamente consolidado em sua mente a imagem estereotipada da sociedade brasileira que já tinha?********************************

Penso que tanto as imagens estereotipadas do indivíduo estrangeiro a nosso respeito bem como os sensacionalismos dos programas nacionais em torno das mazelas de nossa sociedade, seja na vida real, seja nas cenas de novela, ou em torno de objetos que dão ibope, como as bundas femininas, acabam tendo o efeito oposto à crítica que alegadamente se pretendia. Tanto o estrangeiro obtém imagem absolutamente parcial e equivocada do que seja o Brasil, bem como o(a) brasileiro(a) aprofunda a discriminação para com o próximo, supervaloriza o efêmero e banaliza a vida. 

O link é:http://xpock.com.br/a-tv-brasileira-vista-pelos-estrangeiros/Boa segunda-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf_____________________________________________________________________________

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Dica de hoje, 17/9 (dia do Transportador Rodoviário de Carga): ir para a prova de Direito do CACD sempre pareceu-me uma das missões mais desafiantes, juntamente com Economia, no projeto “passar no CACD”. Ao longo do meu preparatório, sinceramente, não conseguia me visualizar dissertando questões de Direito sem que fosse graduada nesse curso. Estudava, mas, admito, um pouco cética do que eu escreveria numa prova. Como nunca passava no TPS, o dia de encarar a prova de Direito para valer sempre ia se adiando…

Creio que esse sentimento deve ser comum em você que já teve de encarar várias coisas na vida, menos um papel em branco para escrever sobre pontos específicos de Direito. Era desesperador, ao mesmo tempo que era algo distante, porque sabia que demoraria alguns anos para superar a nota de corte do TPS, meu maior obstáculo.

Então apenas estudava, lia os livros, assistia a umas aulas no tema, dava uma atenção muito especial aos princípios – aliás, adoro princípios.

Saber bem os princípios é bom porque, na pior das hipóteses, não sabendo o que responder, a gente explica um princípio que tem a ver com o tema, elabora um pouco daqui e dali, e acaba ficando um texto honesto, convincente.

Digo mais, não só princípios que embasam a matéria, mas até mesmo princípios de vida em que acreditamos.

Pois bem, em 2006, ano de minha aprovação no CACD, foi o primeiro em que eu passei no TPS. Estava dentro. Agora dependeria só de mim. O fantasma do Direito ainda existia na minha mente e pensava comigo mesma como vou escrever uma prova inteirinha de Direito sem ser jurista, aquelas coisas.

Como vocês já sabem, eu estava bem relaxada – grávida de meu primogênito, nem prestar o concurso naquele ano eu ia, tema que já expliquei num post passado. Ao ler a prova de direito comecei a responder as questões com base no que eu havia estudado e foi dando certo. Nada brilhante, mas eu fui dando conta do recado. Até que eu li a questão número 4, que me intrigou:

************************************Questão 4 - CACD 2006 - Direito

Concorda o candidato com a afirmação de que o “pacta sunt servanda” é uma regra moral e não consuetudinária? Fundamente sua resposta.************************************

Obviamente para quem começou a estudar agora ainda não ouviu falar do termo, é apavorante a questão, mas peço que retorne a esta dica quando tiver estudado.

Falo especificamente com você que já leu acerca do “pacta sunt servanda”. Basicamente, traduzindo, significa “os pactos devem ser cumpridos”, muito usado no direito privado. Quando assinamos um contrato com alguém, existe obviamente o que chamamos de BOA FÉ, princípio aceito e respeitado seja em que cultura for. É só isso. É a garantia mínima da vida em sociedade, ainda que não haja uma lei específica afirmando isso. 

Surgiu da prática em se fazer algo moralmente necessário, virando costume de um agrupamento humano, daí advém o direito consuetudinário, sistema de normas cuja fonte é comportamento adotado e respeitado por todos de determinado grupameto humano por bom tempo, não necessitando haver uma processo legal para formular uma lei para regulamentar aquele comportamento. Existe a ideia de obrigatoriedade em se agir daquela forma, ainda que não haja lei ou uma sanção para seus violadores, a não ser a sanção moral etc. Isso tudo é fácil, aprendemos na leitura ou no cursinho.

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Enfim, estudando o costume, o direito consuetudinário, para mim isso nada mais era que regras abtratas, não escritas, que, se violadas, haveria a sanção moral, porque, antes de tudo, ela existia por ser moralmente aceita, tornando-se, com o tempo, obrigatória, porque sempre seguida pelas pessoas. Ser moral ou ser consuetudinária eram, para mim, sinônimos até. 

É como se fosse a materialização daquela regra que norteia minha vida, a de “fazer aos outros o que eu gostaria que fizessem para mim”. Se uma atitude se enquadrasse nessa máxima, pronto, seria moralmente correto fazer.

Ora, a boa fé se encaixa perfeitamente nesta ideia de costumes. É o mínimo necessário para uma coisa chamada CONTRATO fazer qualquer sentido, aqui a boa fé sendo traduzida pela garantia de que, se eu assinar, o contato será cumprido, o que no Direito Internacional, essa simples ideia é uma de suas fontes. 

Quando eu li a questão perguntando se eu concordava ser o “pacta sunt servanda” uma regra moral e não consuetudinária eu discordei, com base no entendimento explicado até aqui; entretanto, como a regra já está codificada, já é escrita, poderia induzir o candidato a dizer que tal regra não era mais consuetudinária, o que talvez também seria resposta válida, afinal, uma regra ser consuetudinária é não necessariamente estar escrita e mesmo assim ser cumprida.

Simplesmete narrei isso na resposta, que um implica o outro, incluindo a máxima que norteia minha vida, e, pasmem, tirei nota máxima, 20 de 20, inacreditável.

Digitalizei minha resposta e segue anexa para quem quiser ler. Tenho ainda comigo porque, na ocasião, quando abriu para recursos, eu tive acesso a ela e gravei. 

Por oportuno, a prova de Direito foi a que eu obtive minha maior nota, 80 de 100. Não esperava. As demais, em que eu achava estar mais bem preparada, obtive notas menores. Isso mostra que, como o meu amigo Leandro explicou no vídeo do post de 15/9, não existe uma única resposta certa, você deve analisar a pergunta e oferecer uma resposta, uma análise juridicamente convincente.

Faça seus resumos, entenda cada ponto e, uma vez entendido, resuma com suas palavras o que entendeu, para, só então, partir para o ponto seguinte e assim sucessivamente. Há de funcionar.

Boa terça-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=724836147532672&set=a.660602847289336.1073741826.633871383295816&type=1&theater

Dica de hoje, 18/9 (dia dos Símbolos Nacionais, dia da TV Brasileira, dia do Perdão e início da Semana Nacional de Trânsito): na dica de hoje apresentarei o nome de um professor que eu tive no Instituto Rio Branco que, obviamente quem está se preparando há algum tempo ou foi aluno dele na UnB já o conhece bem. Só que este espaço da Fanpage prioriza os que ainda iniciam ou não têm acesso aos bastidores do preparatório do CACD, portanto desculpem-me a obviedde do nome MUST para estudar e ler, que é o professor, jurista, doutor, juiz etc. etc. etc. e muito mais etc. Ele é tudo de bom!

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*******************ANTÔNIO AUGUSTO CANÇADO TRINDADE*******************

Nem sei o que escrever. É tanta coisa, que mal sei por onde começar. Aliás, prefiro resumir: leiam seus textos, EM ESPECIAL NO QUE SE REFERIR A DIREITOS HUMANOS. 

Se você ainda não teve contato com o pensamento dele ou nem ouviu falar no Cançado Trindade, é momento de preparar um planejamento de estudo para ler os textos dele, ok? 

O site a seguir seria um excelente começo: coleção de textos curtos do professor, disponível emhttp://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/cancadotrindade/textos.htmAgora, um livro que me ajudou muuuuuuito a entender bem o Direito Internacional Público, associando cada ponto da matéria a casos concretos foram os ensaios que ele publicou intitulado “O Direito Internacional em um mundo em transformação”. O meu exemplar, foto anexa a este post, cobriu o período de 1976 a 2011. 

***************************O mais interessante do livro é que, no início de cada ensaio, o professor Cançado Trindade explica o ponto da matéria para, em seguida, analisar o caso concreto e seus impasses com base na experiência própria que acumulou quando era Juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos, a qual também presidiu por muitos anos.

VALE A PENA PELO MENOS LER A PARTE INICIAL DE CADA CAPÍTULO, MAS SE PUDER COMPLEMENTAR LENDO O CASO CONCRETO TANTO MELHOR.

Observação: o livro está prefaciado por ninguém menos que o Dr. Celso de Albuquerque Mello (estudei DIP pelos dois famosos volumes do livro dele, papo para outro post)***************************

Como sabem, e se não sabem saibam agora, Cançado Trindade é atualmente Juiz da Corte Internacional de Justiça (CIJ), da ONU, com sede na Haia, que substituiu a Corte Permanente de Justiça da Liga das Nações. Estudem também mais a respeito da CIJ emhttp://www.icj-cij.org/homepage/index.php?lang=enOutros juristas brasileiros já fizeram parte da CIJ (ou da Corte Permanente, antes da ONU) como Rui Barbosa, Epitácio Pessoa e, mais recentemente, na CIJ, o professor Francisco Rezek.

É isso! Principalmente para quem estiver estudando sozinho, tente encontrar este livro na biblioteca ou quem sabe investir num exemplar. Para mim, fez toda a diferença. Idealmente o livro deve ser lido depois que você ler e estudar o básico dos principais pontos de DIP, incluindo aí as noções básicas do Direito Humano, seus princípios etc., para, só então, ler o “DI em um mundo em transformação”. Não que o livro seja difícil, é fácil, maravilhoso, mas é para ter certeza absoluta que você vai digerir cada linha. Afinal, é um tijolão, ler por ler, sem acompanhar o raciocínio do autor será mesmo desperdício de tempo. Programe-se para quando puder encarar. Quem sabe poderá fazer parte do seu “new year’s resolution” para 2014? Bem devagarzinho, talvez um capítulo por mês, quebrado em minimetas semanais. VALE A PENA, principalmente para os autodidatas.

Page 303: Dicas Da Diplomata

Para você que vem estudando DIP e não é jurista, ler "O Direito Internacional em um mundo em transformação" vai ser a cereja do sundae, ou a azeitona da empada! Vai te deixar sabendo a matéria como um especialista!

Que bom que ele decidiu dividir tanto conhecimento conosco publicando esse livro! Aproveitem!

Boa quarta-feira a todos nós e até a próxima dica! 

--Claudia Assafhttps://www.facebook.com/photo.php?fbid=725467460802874&set=a.660602847289336.1073741826.633871383295816&type=1&theater

ica de hoje, 19/9 (dia do Ortopedista): como podem perceber, esta Fanpage, nestes cinco meses de vida, já somando mais de quatro mil seguidores – algo absolutamente fora de qualquer estimativa minha quando decidi criar a página, quando esperava não mais que cem seguidores, o que já seria muito – ainda não tem uma missão definida. Começou com dicas de português, porque era realmente o que mais drenou minhas energias quando estava me preparando indo até dicas de Direito, pelamordedeus, logo eu que também tive de estudar muuuuito para entrar no mundo do juridiquês, passando por mensagens de incentivo que realmente funcionaram para mim, bem como aspectos de minha vida pessoal – algo que, de início, estava totalmete descartado. Penso que, nesses últimos dias, vivemos o momento “indicação de leitura” hahaha! Enquanto a fonte de minha imaginação não secar estarei aqui com vocês. Uma coisa é certa: não falo do que não sei. Falo apenas do que funcionou comigo, que não necessariamente irá funcionar para você, de alguma orientação dos profe$$ores que tive e por aí vai.... Leia, filtre, aproveite o que der, jogue fora o que não der e assim vamos…Cada um terá sua história para narrar no capítulo de vida “Quando me preparei para o CACD”. Se uma pessoa se beneficiar do que eu tenho para dividir, terá valido a pena! 

Já que a Fanpage está atualmente em fase de indicação de leitura, para a felicidade da internauta Luana Abreu, que ontem comentou “(…) a lista de livros só aumenta!!!”, aqui vai mais uma indicação. Na verdade não é uma indicação de livro, mas de um texto que você não poderá deixar de ler, seja para História do Brasil, seja para Economia, seja para Geografia regional, digamos assim. 

O texto chama-se …

*******************************“Auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil”. 

Autora: Maria da Conceição Tavares*******************************

MUST! MUST!MUST!

Obviamente quem já está estudando há algum tempo já sabe disso, mas falo com aqueles que nunca ouviram falar da Maria da Conceição, ou, se já ouviram, não conheciamo “Auge e declínio..”. Você que iniciou seus estudos agora e está “perdido(a)” meio a tantas leituras, anote esta de hoje, precisava saber disso, ok? Texto curto, porém importante lê-lo com atenção, fazendo as anotações devidas dos raciocínios da professora Conceição Tavares.

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Idealmente leia quando já tiver avançado um pouco tanto em História do Brasil quanto em Economia, para aproveitar ao máximo o raciocínio dela. Idealmente leia 

O texto é bem famoso e já se tornou uma leitura obrigatória nas graduações e não seria diferente para o CACD. Está disponível em vários livros à venda na praça. 

O meu “Auge e declínio” eu o li em uma coleção de dois volumes intitulada “Cinquenta anos de pensamento na Cepal”, organizada por Ricardo Bielshowsky, foto anexa. O texto “Auge e declínio” está no volume número um dessa coleção.

A propósito, decidi comprar os dois volumes da coleção do Ricardo Bielshowsky por indicação de uma professora de Economia que eu tive já quase perto de minha aprovação. A coleção reúne textos que se tornaram clássicos para pensamento econômico latino-americano, produzidos no âmbito da Cepal – único centro intelectual à época de sua criação a pensar a América Latina por meio de pensadores da própria América Latina, não da Europa ou dos EUA. 

Admito que não li todos os textos da coleção por falta de tempo, mas os que li em ambos os volumes, já na fase final do meu preparatório, foram leituras excelentes para consolidar o conhecimento que eu vinha adquirindo. 

Eu particularmente gosto muito de livros no tipo “Organizado por fulano”, porque, em um único livro, temos acessos a distintos pensamentos acerca do mesmo tema, o que amplifica nossa percepção naquela matéria. Faz-me lembrar daquelas propagandas de supermercado pague um e leve três, sabe? 

Falando sério…nesta coleção específica, só a introdução escrita por Bielshowsky – idêntica em ambos os volumes – por si só já compensa a compra do livro. Trata-se de uma resenha que ocupa as primeiras 68 páginas do livro em que o Organizador observa quatro traços comuns ao longo dos estudos cepalinos nas cinco primeiras décadas, a saber: (a) enfoque histórico-estrutural, aquele baseado no argumento de nossa “condição periférica”; (b) análise da inserção internacional da região; (c) análise dos condicionantes estruturais internos; e (d) análise das necessidades e possibilidades de ação estatal.

A resenha está dividida em anos 1950, 1960, 1970 e 1980. Aborda os anos 1990 a título de conclusão. Em cada década, antes de abordar o pensamento cepalino respectivo, ele passa em revista o contexto histórico. Enfim, a resenha inicial do livro é por si uma excelente leitura.

Voltando à dica…

Recodando…A dica de hoje era do texto da professora e economista Maria da Conceição Tavares, “Auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil”. Must!

Após minha assinatura, segue uma biografia da autora, respeitado nome na academia. Aliás, quem não sabe quem é, precisa conhecer a professora Conceição Tavares, que também é Matemática! Veja a mensagem que ela passa aos estudantes de Economia ao final desta entrevista disponível emhttp://www.youtube.com/watch?v=FebPPRNtBAUAh! Não deixem também de assistir a esta entrevista disponível em http://www.youtube.com/watch?v=K_qunKjZf4U . Nessa entrevista ela comenta o texto "Auge e declínio".

Mesmo que você discorde do pensamento da professora, servirá ao menos para estudar os temas que ela cita.

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É isso! Boa quinta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assafwww.dicas-da-diplomata.com.br

Maria da Conceição Tavares

A professora universitária e economista Maria da Conceição Tavares, nasceu em Anadia, Portugal em 24 de Abril de 1930. Veio para o Brasil em 1954, após formar-se em matemática pela Universidade de Lisboa. Cidadã brasileira desde 1957. Cursou economia pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, de 1957 a 1960 e ingressou como pesquisadora no corpo técnico da CEPAL em 1962 onde produziu o seu estudo clássico sobre “Auge e declínio da substituição de importações no Brasil”. 

Doutorou-se em economia da indústria e da tecnologia pela UFRJ em 1975. Foi fundadora do programa de Pós-graduação e do Instituto de Economia Industrial da UFRJ, do qual foi diretora de 1986 a 1989. É Doutora Honoris Causa da Universidad de Buenos Aires desde 2001 e Professora Emérita da UFRJ desde 1993.

Destacou-se pela crítica aos modelos econômicos impostos ao Brasil durante o regime militar, sendo uma das responsáveis pelo modo contemporâneo de pensar a economia política, com suas teses "Acumulação de capital e industrialização no Brasil" e "Ciclo e crise: o movimento recente da economia brasileira", da década de 1970. A partir da década de 1980 iniciou suas pesquisas sobre Economia Política Internacional, Hegemonia Americana e Capitalismo Globalizado, que continuou até a atual Crise Internacional.Como intelectual militante lutou pela formação da Associação Nacional de Pós-graduação em Economia, para promover os cursos de pós-graduação e as pesquisas na área. No Rio de Janeiro, com um grupo de economistas, promoveu o movimento de renovação dos economistas na luta por uma sociedade democrática e desenvolvida.

Na luta político-partidária, Conceição fez parte do grupo político de Ulisses Guimarães que levou à reforma democrática do Estado de 1988. Durante o período das reformas neoliberais, de 1994 a 1998, como deputada federal pelo PT/RJ defendeu as empresas estatais de energia, a exemplo da Petrobras e da Eletrobras, como instrumento de manutenção da autonomia econômica brasileira.Em 2005, junto com um grupo importante de intelectuais brasileiros, fundou o Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento - CICEF.

Recebeu o Prêmio Almirante Álvaro Alberto 2011. Atualmente é professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Economia Política Internacional, do Instituto de Economia da UFRJ.

http://www.youtube.com/watch?v=FebPPRNtBAU

Ilustra o post de 19/9. Indicação de leitura aos candidatos do CACD: a resenha do Organizador da coleção "Cinquenta anos de pensamento na Cepal", de dois volumes, reproduzida no início de ambos os livros; e o clássico “Auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil”, de Maria da Conceição Tavares, no volume 1, mas também reproduzido em diversos outros livros.

Page 306: Dicas Da Diplomata

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=725978407418446&set=a.660602847289336.1073741826.633871383295816&type=1&theater

Dica de hoje, 20/9 (dia do Engenheiro Químico e dia da Revolução Farroupilha): sabe aqueles temas atuais de política internacional que nem mais lemos de tão complexos? Um exemplo é o Oriente Médio. Eita região complexa de se entender, certo? Cada um tem uma opinião. Talvez você tenha até medo de abordar o tema, tamanha a complexidade. Repetir o que o vizinho comenta também não ajudará muito. É achismo. Não caberá achismos na sua prova do CACD, ok?

Você como candidato ao CACD e futuro diplomata deverá ser capaz de uma análise mínima do que acontece no mundo, mesmo porque poderá ser até questão da discursiva de Política Internacional, certo?

Minha dica para compreender esses temas, por mais complexos que possam lhe parecer, é, antes de tudo, conscientizar de que precisa entender pelo menos o mínimo. 

Não se preocupe por agora em ter uma opinião formada sobre tudo…prefira metamorfosear-se de um analista baseado em achismos para um analista baseado em fatos históricos. Aí sim, estará liberto para ter sua opinião.

O momento é digerir os fatos, aqueles lá do passado. Fazer um recuo histórico e entender a origem, evoluindo até o contexto atual. É um processo demorado, mas possível. Eleja um tema qualquer e, por um mês, paralelamente a seus estudos, busque incluir no seu planejamento de estudos uma hora semanal para entender as principas variáveis nele envolvidas, desde sua origem até o impasse atual. Faça isso com a Chechênia, já que periodicamente um checheno explode uma bomba suicida aqui e ali, com as duas coreias e o papo da reunificação, obviamente com o Oriente Médio (OM) etc.

Vamos focar no OM…

Claro, o OM precisará ser dividido em subtemas…Se eu estivesse me preparando hoje para o CACD eu priorizaria os seguintes temas logo de início: conflito israelo-palestino, Síria, Iraque e “Primavera Árabe”. 

Pergunte-se: eu sei escrever algo sobre algum deles? Saberia, em uma ou duas laudas, resumir da origem chegando até o impasse atual reproduzido nas capas dos principais jornais quase diariamente?

Se não souber, é mometo de pôr em prática um plano de ação. Ler jornal por ler não adianta.

Não tenha medo de enfrentar o tema. Aproveite para, ao longo do processo, estudar inglês, espanhol e francês, com tantos colunistas especialistas no tema no Le Monde, The Independent, El País, Clarís, Haaretz (Israel), Daily Star (Líbano) etc. Comece devagarzinho.

É impossível entender esses temas sem conhecer a história da região. Em algum momento dessa história você dialogará com temas que vem estudando em História Geral, colonização etc. A produtividade nunca será abandonada. 

Claro que em algum momento um subtema dialogará também com outro subtema dentro do tema maior OM, mas tente digerir separadamente cada um por meio dos livros. Paralelamente leia os colunistas especialistas em OM, não só os norte-americanos ou europeus como Robert Fisk, que escreve no “The Independent”, ou Con Coughlin no “The Telegraph”, entre muitos outros, mas também – e principalmente – DA PRÓPRIA REGIÃO, como aqueles do periódico israelense Haaretz (http://www.haaretz.com/opinion), com excelentes análises, e, claro, as análises lúcidas de Rami G. Khouri (http://www.dailystar.com.lb/Rami-G-Khouri.ashx#axzz2fR60gHnG), que fazia muitas palestras em Doha e eu as assistia sempre.

Interessante DEMAIS conhecer também um pouco da FALSAFA, isto é, da filosofia árabe, seus filósofos, Avicena (Ibn Sina, na medicina), Averrois, Ibn Khaldun e seu clássico famoso e que, embora escrito há séculos, não poderia ser tão atual, o Muqadimah (Introdução), já traduzido para o inglês, enfim, pensadores que muito, mas muitos séculos antes de Émile Durkheim, por exemplo, já pensavam a sociologia, e outras ciências sociais etc. (leia um comentário feito por Paul Krugman há poucos dias no seu blog do NYT em http://krugman.blogs.nytimes.com/2013/08/25/ibn-khaldun-psychohistorian/) etc. Imagine uma citação do Muqadimah na sua prova de PI pedindo para você analisar algo??? Impossível não é! Fique atento!

Quem se interessar em filosofia árabe – que poderá ajudá-lo na argumentação de muitos temas

Page 307: Dicas Da Diplomata

contemporâneos, pense nisso – leia o que este professor da USP tem a dizer em http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESFI/Edicoes/66/artigo244834-1.asp

Um colunista do Estadão que mantém um blog espcializado em OM é o Gustavo Chacra. Para quem não ouviu falar no Guga Chacra, é momento de colocar o blog dele em sua lista de favoritos. 

Com análise lúcida, em linguagem simples, mais imparcial do que parcial, Guga Chacra é capaz de nos fazer pensar acerca da questão. Não menos importante é o debate que segue sempre abaixo do post dele, com os internautas com certo conhecimento no assunto debatendo, à exceção de um ou outro comentário que não deve ser levado em consideração, baseado em achismos – casos em que o próprio Guga rebate. O link para o Blog do Guga Chacra é o http://blogs.estadao.com.br/gustavo-chacra/

Quanto à leitura básica sobre OM, os livros de Edward Said, que já comentei, mas também de Bernard Lewis, embora da percepção “Ocidental”, é sempre um bom começo, além do que você vai treinando o inglês. Na foto anexa ao post de hoje você vê um de meus Bernard Lewis, “The Multiple Identities of the Middle East”, que quebra essa percepção ignorante de que o OM é formado por agrupamentos humanos idênticos, o que não é.

Também li o “O mundo muçulmano", do professor da USP Peter Demant”, que o(a) ajudará a compreender um pouco mais do Islã religioso e político.

Meu carinho especial é para o livro do professor da PUC/RJ, Márcio Scalercio, também na foto, intitulado “Oriente Médio – uma análise reveladora sobre dois povos condenados a conviver” porque nos explica a origem. 

Como o livro é de 2002, não há nada sobre a última década, mas, pela história em linguagem simples de de fácil entendimento, vale a pena ler fazendo suas anotações e pesquisando o que ele mencionar e você não conhecer. Quem sabe poderá ser seu livro de cabeceira por umas duas semanas? Com um lápis, na contracapa, vai anotando os termos novos ou fatos que não conhecer para, no dia seguinte, pesquisar por uns vinte minutos. Por exemplo, você sabe explicar o que exatamente é o movimento sionista? Quando começou? Por que palestinos e israelenses estão juntos naquele pedaço mínimo de terra? Será que alguma vez no passado a convivência era pacífica e harmônica? O que mudou? Por que mudou? Qual o papel da ONU nisso tudo? E Jerusalém?

Fazendo dessa forma, devagarzinho, dia após dia, quando menos esperar, quando seu dia chegar e tiver de dissertar acerca de um tema dessa natureza, saiba que o resultado dessas leituras “sem compromisso” valerá ouro. Primeiro conheça o básico, a história, a origem. Em um segundo momento inicie periodicamente a leitura dos colunistas especialistas no tema em que estiver estudando, como aqueles que mencionei acima no caso do OM, em especial o Guga Chacra.

É isso! Boa sexta-feira a todos e até a próxima dica!

--Claudia Assaf_______________________________________________________________

Dica de hoje, 22/9 (dia do Técnico Agropecuário, dia da Banana e dia Mundial sem Carro): a dica de hoje encerra uma fase do projeto Dicas das da Diplomata (DdD), que fará uma pausa. Pausa para reforma. Se essa é a notícia ruim, a notícia boa é que não se trata de um adeus, e, sim, de um até breve.

O projeto DdD – materializado na consultoria gratuita em redação, como explicado no meu site dicas-da-diplomata.com.br bem como esta Fan Page – nasceu com meta clara: dividir conhecimento.

Especificamente, focava em objetivo e público-alvo precisos: mostrar para os que tentam o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD), em especial para os que não têm acesso aos cursos presenciais preparatórios, seja por que motivo for, financeiro ou de localidade, o que funcionou na minha experiência preparatória para aquele concurso.

O que me inspirou para criar o DdD?

Page 308: Dicas Da Diplomata

Depois da aprovação, encantados com nossa nova fase de vida e ocupados para dar nosso melhor dentro dos novos desafios que se apresentam no Itamaraty, o período preparatório transforma-se em uma página virada de nossa vida. É momento de seguir adiante, movido por boa dose de superação – um sentimento que só quem passa pelo processo árduo de alcance de uma meta onírica consegue sentir. É indescritível a sensação quando lemos o resultado final do concurso de nossa aprovação. Até hoje, escrevendo essas linhas, meus olhos se enchem de água só de lembrar. 

É realmente indescritível, anos e anos de luta materializados naqueles poucos segundos que temos a notícia de nosso nome na lista dos aprovados no resultado final, quando as lágrimas de felicidade escorrem do seu rosto e você fala para si mesmo(a): C-O-N-S-E-G-U-I !!! Até hoje, só de lembrar desse momento agora escrevendo este parágrafo ja fico emocionada. Só quem está vivendo o preparatório para o CACD alcança por inteiro o que descrevo.

Uma vez aprovado e caída a ficha na nossa cabeça, é hora de viramos a página, afinal novos desafios surgem para aprendermos tudo da carreira com os mais experientes a nossa volta. Aprender, na vida real, que nada do que a imprensa fala a respeito do diplomata se verifica. “Punhos de renda” transformam-se em “mão na massa”, vida mansa no exterior e condições salariais estratosféricas transformam-se em muito trabalho e salário de sobrevivência, com base no custo de vida em cada capital. Não precisa ser muito intelgente para saber que não podemos comparar valores absolutos, afinal mil dólares em Luanda e mil dólares no Brasil são valores totalmente distintos. Enquanto, no Brasil, mil dólares podem representar um valor per cápita familiar alto, em Luanda mal dá para chamar o encanador para consertar uma goteira do chuveiro quebrado! Mas a mídia mainstream não quer saber, alugar um apartamento então nem se fala. A mídia insiste apenas em ver o valor absoluto das práticas (pesquise o valor do aluguel de um quarto e sala em Luanda, Nova York ou Tóquio, por exemplo, para entender o que digo). 

Não fosse pelo amor ao nosso ofício, poderíamos dizer, sem medo de errar, que a carruagem vira abóbora se comparamos o que é propagado pela mídia ao que de fato acontece para opracionalizar a Política Externa do Estado, levada a cabo pelo MRE, que detém o menor orçamento da Esplanada.

Voltando à minha inspiração para criar o DdD...

Ciente de que esse contingente de candidatos cresce a cada ano, em vez de virar a página do capítulo de minha vida como candidata ao CACD, pensei fórmulas sobre como contribuir para ajudar, de forma voluntária, aos interessados em receber alguma orinetação com base tão somente na minha experiência como candidata e os ensinamentos que recebi dos professores que tive. É conhecimento obtido a um preço alto, que me organizei financeiramente à época para pagar e que está, hoje, guardado desperdiçado na minha mente, no sentido de que já foi usado para um determinado fim – a prova do CACD. Lembro-me bem que sentia falta de saber com alguém que já fosse da carreira algo mais sobre a profissão e sobre o próprio concurso, mas não conhecia ninguém do Itamaraty. Essa foi a fonte da minha inspiração ao criar o DdD.

Gosto do voluntariado. Quando morava no Rio de Janeiro, era ledora no Instituto Benjamin Constant e participava de projetos como livro falado, para gravar fitas lendo livros para os cegos usarem – muitos livros não existem em braile.

A Fan Page, confesso, era a parte assessória do DdD. O principal eram – e continuam sendo - as consultorias de redacão gratuitas, que hoje contam com uma fila de espera de quase trinta candidatos, mas está andando!

Ocorre que a Fan Page cresceu acima de qualquer expectativa. A modesta previsão

Page 309: Dicas Da Diplomata

de cem a duzentos seguidores somente hoje contam com mais de quatro mil – algo absolutamente fora de qualquer previsão realisata. Novas ideias surgiam ao longo do caminho, com base no carinho e na curiosidade de vocês, o que permitiu a mudança de formatos por diversas vezes, desde o compartilhamento de temas pessoais - como o nascimento de minha caçula – à produção do vídeo publicado ontem – criado com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.

Passados cinco meses desde a criação desta Fan Page, é momento de saber parar a fim de renová-la, sem perder de vista o objetivo maior: dividir conhecimento. Eu preciso deste momento para arejar as ideias, o que permitirá renovar. Sei que entenderão.

Esta primeira fase, na minha avaliação, cumpriu com louvor a transmissão da mensagem essencial que eu queria passar em relação ao processo de aprovação no CACD, e reafirmo aqui a essência de tudo que conversamos, o que você deverá ter para sempre guardado:

***************************************Nenhum objetivo grandioso, nenhum sucesso acontece da noite para o dia. Absolutamente nenhum. Por trás de QUALQUER sucesso, desde os primeiros passos independentes de uma criança de um ano de idade até a aprovação no CACD, incluindo também o brilho do Neymar no Barcelona, o fenômeno Apple, a obra de Madre Tereza de Calcutá, os Rolling Stones até hoje firmes e fortes, enfim, qualquer sucesso, tenha a mais absoluta certeza que, por trás de todos eles, houve esforço hercúleo, diário e por anos a fio, feito por essas pessoas que bem administram algo chamado TEMPO – elemento tratado no campo do sagrado pelos que alcançam suas metas.***************************************

Qualquer postagem desta Fan page gira precisamente em torno desta mensagem, dita por outras palavras. Nada mais. 

Entro agora no meu “Recesso criativo da Fan Page” para pensar no que poderei dividir com vocês na fase 2, provavelmente a iniciar-se em janeiro. E já estou com várias ideias! Para não mencionar livros, palestras etc. Devagar, cada coisa em seu momento, os recessos são fundmentais para arejar a mente e criar ideias. Isso também é válido para os estudos: considere alocar tempo para fazer outras atividades não necessariamente estudar, exatamente para melhorar o seu desempenho no estudo.

A sinergia que criamos cooperando – como ensina a Teoria dos Jogos – é verdadeira também para o que fazemos aqui. Quantos comentários embaixo do meu post de internautas sugerindo livros, sites, obras que certamente ajudaram a outros internautas? Isso é importante! Dividam entre vocês conhecimento - a sinergia beneficiará a todos.

Então aqui nos despedimos hoje, não com um adeus, mas com um até breve. 

Deixo um presente: um colega diplomata que, com o mesmo espírito, aceitou escrever para vocês, a meu pedido, um depoimento a respeito do período em que se preparou. Leiam com carinho, está publicado na página, e sempre tenham em mente que o que eu ou os meus colegas que já falaram aqui na Fan Page sobre as suas estratégias no CACD não necessariamente funcionará com você. Cada um estabelecerá sua própria estratégia, mas penso ser a troca de experiências elemento essencial nessa construção de estratégias.

É isso! Obrigada pelo carinho que sempre me dedicaram, fiquem atentos para a fase II desta Fan Page.

Bom domingo a todos e, claro, até a próxima dica!

Page 310: Dicas Da Diplomata

--Claudia Assaf

Refere-se ao post de 22/9.

Transcrevo, a seguir, o que meu amigo também diplomata Fábio Alves escreveu só para vocês, a meu pedido. Trata-se de mais um depoimento, que rafirma o que vimos conversando aqui: não há fórmula mágica para passar no CACD; o que há, sim, é muita disciplina e estudo. Claro, cada um encontrará sua própria fórmula e estratégia para isso, mas o que é comum a todos é a disciplina e o estudo.

Boa leitura!

“Atendendo a gentil convite por parte da Claudia, pretendo compartilhar com todos vocês um pouco do que aprendi durante minha longa preparação ao CACD. Política Internacional será o tema da maior parte dos meus comentários, por ser não apenas a disciplina em que tive o melhor desempenho no Concurso (95/100), mas, também, uma de minhas maiores paixões, que me levaram a abraçar a diplomacia como escolha de vida há 10 anos, quando entrei na universidade, concretizada em 2007, com a admissão no Itamaraty.

Durante toda minha infância e adolescência sonhava em ser desenhista, ou arquiteto. Cheguei a fazer os estudos de ensino médio juntamente com um curso técnico em desenho de construção civil por três anos. Mas, às vésperas da inscrição para a universidade, soube que a USP - nasci e cresci em Guarulhos, Grande São Paulo - havia aberto naquele ano um curso de relações internacionais. Foi a deixa para despertar-me a ideia de que poderia aliar uma antiga paixão com a possibilidade de uma carreira. Mas, exatamente o que faz um especialista em relações internacionais? Foi em busca dessa resposta que, valendo-me de um guia de estudantes, descobri que um bacharel em Relações Internacionais poderia se tornar Diplomata. Foi um pulo para entrar no (antigo) site do Instituto Rio Branco e descobrir que, sim, diplomacia é uma profissão em que se ingressa por concurso público aberto a todos, longe, portanto, da ideia vaga que todos que não tínhamos conhecimento do assunto nutríamos, de que diplomatas eram membros de uma "casta" de escolhidos, aristocráticos, inacessíveis, portanto, ao cidadão comum.

Prestei o vestibular para REL, portanto, e, para minha felicidade, passei na primeira tentativa. Sabia, no entanto, que o caminho para o concurso de admissão à carreira diplomática seria bem mais árduo do que eu imaginava. Sem condições de vir para Brasília ou de fazer um cursinho preparatório, reconheci que o único caminho seria estudar por conta própria. Decidi, assim, que faria do bacharelado meu próprio cursinho.

E assim faz. Ao cabo de quatro anos, formado, mas ainda sem o diplomata, prestei o CACD pela primeira vez, em 2007. E passei, num espantoso 3.º lugar no TPS e 4.º lugar na classificação geral.

Minha estratégia de estudos era simples. Devorar os livros mais importantes da bibliografia sugerida pelo IRBr. Nunca tive paciência para fichamentos, resumos, resenhas, nada. Preferia apenas ler o livro e discutir comigo mesmo as principais mensagens de cada capítulo. Se fiz algo de incomum, foi não ter lido os livros como se lesse um romance - tentava, em vez disso, tornar a leitura como se fosse uma aula. Prestava atenção, mas me permitia parar, "levantar a mão" e questionar. Debatia comigo mesmo (insano, não?!) os principais pontos. Se tinha dúvidas, procurava saná-las na internet ou numa outra fonte à disposição.

No último ano (2006), tive coragem de encarar as provas. Imprimi todas os exames

Page 311: Dicas Da Diplomata

disponíveis, até 2003. Com a ajuda dos manuais da FUNAG (excelentes e, hoje, gratuitos para download, algo que não havia na minha época), já tinha uma noção vaga do padrão, por assim dizer, de questões que poderia enfrentar. Buscava responder a todas as provas, como se estivesse no exame mesmo - sem consultas. E, no final, corrigia-as para ter uma ideia, ainda que imprecisa, de minhas chances de aprovação.

Quando fui aprovado na primeira fase, investi fundo em redação. Escrevia, escrevia, escrevia. E não apenas em modelos da prova de Português - procurei responder a todas as questões discursivas de exames anteriores. Confesso que foi uma parte muito chata dos estudos, não só pelo esforço de escrever 5, 6, 7 textos ao dia, mas, principalmente, por não haver qualquer possibilidade de "correção" que me permitisse, como anteriormente, avaliar meu desempenho.

Depois disso, as coisas aconteceram de forma meio natural. Insisti mentalmente na ideia de que, àquela altura, não me restava nada a não ser tentar manter-me calmo e dar o melhor que havia aprendido desde 2003. Desculpem-me se frustro alguns de vocês ao não dar dicas do tipo "alimente-se bem", "coma durante a prova", "faça ioga no dia anterior", "não faça sexo no dia da prova", "tome banho gelado antes da prova" (sim, eu já ouvi isso de candidatos...). O fato é que sou um tanto cético quanto à validade dessas dicas. Óbvio, você tem de estar física e mentalmente bem disposto para enfrentar um exame de 5 horas, duas vezes por semana, durante um mês. Mas as "estratégias para se dar bem" que se propagam por aí têm um efeito, quando muito, marginal. O que importa é preparar-se, manter a calma e dar o melhor de si. Não passou naquele ano? Certamente não foi por causa do banho morno em vez de gelado...

A prova de PI assusta já pelo conteúdo cobrado: a bibliografia é vastíssima, e contempla uma variedade de temas: política internacional, política externa brasileira, teoria das relações internacionais, questões internacionais contemporâneas etc. Em que se concentrar?

Acredito, para começar, que política externa brasileira deva ser o norte dos estudos para PI. Das cinco questões do concurso em 2007, quatro versavam sobre política externa do País. Em segundo lugar, creio que um enfoque analítico é fundamental; é preciso saber trabalhar com os conceitos e temas de PI, porque o tipo de questão pode induzir o candidato a privilegiar um enfoque descritivo, histórico, quase narrativo, e isso não é o que se pede no Concurso. O avaliador está mais interessado em sua capacidade crítica do que em sua habilidade em memorizar dados. Respostas bem fundamentadas, mas com poucos dados, tendem a ser mais bem aceitas do que um texto enciclopédico, porém débil em seus argumentos.

Ah, mas isso significa que devo negligenciar os dados? Evidentemente que não! Você será mais bem avaliado quanto mais bem souber fundamentar seus argumentos e ilustrá-los com fatos históricos, cifras, nomes, ocasiões, estatísticas etc. Mas não faça deles o ponto central de sua resposta (a menos, claro, que o comando da pergunta o exija - p. ex., "Discorra sobre a evolução da cooperação nuclear Brasil-Argentina" certamente pede uma abordagem cronológica e descritiva...), e sim um apêndice de seu texto, algo que o torne mais convincente.

Alguns livros são dispensáveis para preparar-se para o CACD. "História da Política Exterior do Brasil", de Amado Cervo & Clodoaldo Bueno, "Política Externa Brasileira", de Henrique Altemani, foram dois dos quais me utilizei como leituras de cabeceira. Há, no entanto, outras obras igualmente recomendáveis, como "The Challenge of Global Capitalism", de Robert Gilpin; "História das Relações Internacionais Contemporâneas", de Flávio Sombra Saraiva; "Presença dos Estados Unidos no Brasil" e "Brasil, Argentina e Estados Unidos: conflito e integração da América do Sul", ambos de Moniz Bandeira; " Relações Internacionais Contemporâneas: a ordem mundial depois da Guerra Fria", de José Guilhon Albuquerque; e "A Política Externa do Regime Militar Brasileiro" e "Relações

Page 312: Dicas Da Diplomata

Internacionais do Brasil: de Vargas a Lula", ambos de Paulo Vizentini.

Os livros são essenciais, mas não suficientes. Manter-se a par da política internacional na atualidade, no dia-a-dia mesmo, é importantíssimo. Considero leituras obrigatórias revistas especializadas (Política Externa, Contexto Internacional, Foreign Affairs...), artigos publicados por Diplomatas e s mídia internacional (The Economist é altamente recomendável, embora com uma linha ideológica bastante rígida, e, de quebra, dá uma grande ajuda em Inglês). Esse tipo de leitura não apenas mantém o candidato atualizado quanto à política internacional - cuja dinâmica, felizmente para os diplomatas, mas infelizmente para os estudantes, é diária, e escapa, quase sempre, mesmo às obras mais recentes encontradas nas livrarias -, mas também ajuda-lhe a desenvolver o senso crítico e a capacidade de analisar temas internacionais contemporâneos.

Bom, para um primeiro contato, creio ter atingido o objetivo, que era fornecer dicas mais gerais sobre a prova de PI. Evidentemente, as dicas nunca se esgotam em algumas poucas linhas; ademais, cada candidato desenvolve, ao longo de sua preparação, uma rotina e um método de estudos próprios, com o que descobre, por fim, suas próprias dicas.

Uma última sugestão (e me desculpem a obviedade): não esperem descobrir segredos ou truques para passar no CACD. A maior dica que eu posso dar - e nesta insistirei sempre - é: estudem. Muito.

Abraços e até uma próxima oportunidade!

Fábio Simão Alves”

--Claudia Assaf_______________________________________________________________

Houve sim, transcrevo abaixo. O vídeo foi uma caminhada minha pelas

ruas de nova york semana passada especialmente para a fanpage até entrar

na onu, onde seria a abertura da 68a Assembleia Geral, que ocorreu ontem,

quando a Dilma discursou. Não tenho como encaminhar o video e por

enquanto por motivos pessoais não disponibilizarei. Abraço forte, Erick,

obrigada pelo apoio de sempre!

"Dica de hoje, 21/9 (dia da Árvore, dia do Fazendeiro,dia Nacional de

Luta dos Portadores de Deficiência, dia Mundial do Mal de Alzheimer e dia

Internacional da Paz das Nações Unidas): hoje é dia de sessão pipoca! Gravei

um vídeo para vocês na tarde de ontem para entrarmos no clima da abertura

da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas (68ªAGNU).

Page 313: Dicas Da Diplomata

Como sabem, toda terceira terça-feira de setembro têm início os debates

gerais de uma nova AGNU. Como também é do conhecimento dos senhores e

das senhoras, o Brasil é o primeiro a proferir o discurso desde que a ONU foi

criada.

A ONU está sendo reformada. É sério, digo, fisicamente reformada, obra

mesmo…(pensaram na outra reforma, do CSNU? Aquela ainda vai demorar

muuuito!)

Essa será a primeira vez que a ONU terá a semana de alto nível de

abertura de uma Assembleia Geral for a daquele recinto tradicional da

Assembleia Geral. A abertura se dará nas dependências provisórias.

Tenho hoje duas dicas para vocês em torno deste tema:

1. não há melhor forma de conhecer e estudar o traço da política externa

de determinado governo do que por meio do discurso do Brasil de abertura da

AGNU. Pegue, num mesmo presidente, os discursos de cada ano de seu

governo e veja o traço da política externa; e

2. este ano de 2013 faz cinquenta ano do famoso discurso dos 3Ds,

proferido em 1963 pelo Embaixador Araújo Castro. Importante estudar este

texto de discurso! Must! Veja trecho do discurso em

http://www.youtube.com/watch?v=IrNQeAdaseE

Mais uma vez deixo aqui o “disclaimer” de ser meu vídeo prá lá de

amador, segurando a Yasmin no “canguru” e com uma mão apenas tentando

filmar. Mesmo assim, espero que curtam o vídeo, foi feito com carinho

especialmente para vocês e desde já desculpem-me as falhas!

É isso! Bom sábado a todos e até a próxima dica!

--

Claudia Assaf

Dica de hoje, 22/9 (dia do Técnico Agropecuário, dia da Banana e dia Mundial sem Carro): a dica de hoje encerra uma fase do projeto Dicas das da Diplomata (DdD), que fará uma pausa. Pausa para reforma. Se essa é a notícia ruim, a notícia boa é que não se trata de um adeus, e, sim, de um até breve.

Page 314: Dicas Da Diplomata

O projeto DdD – materializado na consultoria gratuita em redação, como explicado no meu site dicas-da-diplomata.com.br bem como esta Fan Page – nasceu com meta clara: dividir conhecimento.

Especificamente, focava em objetivo e público-alvo precisos: mostrar para os que tentam o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD), em especial para os que não têm acesso aos cursos presenciais preparatórios, seja por que motivo for, financeiro ou de localidade, o que funcionou na minha experiência preparatória para aquele concurso.

O que me inspirou para criar o DdD?

Depois da aprovação, encantados com nossa nova fase de vida e ocupados para dar nosso melhor dentro dos novos desafios que se apresentam no Itamaraty, o período preparatório transforma-se em uma página virada de nossa vida. É momento de seguir adiante, movido por boa dose de superação – um sentimento que só quem passa pelo processo árduo de alcance de uma meta onírica consegue sentir. É indescritível a sensação quando lemos o resultado final do concurso de nossa aprovação. Até hoje, escrevendo essas linhas, meus olhos se enchem de água só de lembrar. 

É realmente indescritível, anos e anos de luta materializados naqueles poucos segundos que temos a notícia de nosso nome na lista dos aprovados no resultado final, quando as lágrimas de felicidade escorrem do seu rosto e você fala para si mesmo(a): C-O-N-S-E-G-U-I !!! Até hoje, só de lembrar desse momento agora escrevendo este parágrafo ja fico emocionada. Só quem está vivendo o preparatório para o CACD alcança por inteiro o que descrevo.

Uma vez aprovado e caída a ficha na nossa cabeça, é hora de viramos a página, afinal novos desafios surgem para aprendermos tudo da carreira com os mais experientes a nossa volta. Aprender, na vida real, que nada do que a imprensa fala a respeito do diplomata se verifica. “Punhos de renda” transformam-se em “mão na massa”, vida mansa no exterior e condições salariais estratosféricas transformam-se em muito trabalho e salário de sobrevivência, com base no custo de vida em cada capital. Não precisa ser muito intelgente para saber que não podemos comparar valores absolutos, afinal mil dólares em Luanda e mil dólares no Brasil são valores totalmente distintos. Enquanto, no Brasil, mil dólares podem representar um valor per cápita familiar alto, em Luanda mal dá para chamar o encanador para consertar uma goteira do chuveiro quebrado! Mas a mídia mainstream não quer saber, alugar um apartamento então nem se fala. A mídia

Page 315: Dicas Da Diplomata

insiste apenas em ver o valor absoluto das práticas (pesquise o valor do aluguel de um quarto e sala em Luanda, Nova York ou Tóquio, por exemplo, para entender o que digo). 

Não fosse pelo amor ao nosso ofício, poderíamos dizer, sem medo de errar, que a carruagem vira abóbora se comparamos o que é propagado pela mídia ao que de fato acontece para opracionalizar a Política Externa do Estado, levada a cabo pelo MRE, que detém o menor orçamento da Esplanada.

Voltando à minha inspiração para criar o DdD...

Ciente de que esse contingente de candidatos cresce a cada ano, em vez de virar a página do capítulo de minha vida como candidata ao CACD, pensei fórmulas sobre como contribuir para ajudar, de forma voluntária, aos interessados em receber alguma orinetação com base tão somente na minha experiência como candidata e os ensinamentos que recebi dos professores que tive. É conhecimento obtido a um preço alto, que me organizei financeiramente à época para pagar e que está, hoje, guardado desperdiçado na minha mente, no sentido de que já foi usado para um determinado fim – a prova do CACD. Lembro-me bem que sentia falta de saber com alguém que já fosse da carreira algo mais sobre a profissão e sobre o próprio concurso, mas não conhecia ninguém do Itamaraty. Essa foi a fonte da minha inspiração ao criar o DdD.

Gosto do voluntariado. Quando morava no Rio de Janeiro, era ledora no Instituto Benjamin Constant e participava de projetos como livro falado, para gravar fitas lendo livros para os cegos usarem – muitos livros não existem em braile.

A Fan Page, confesso, era a parte assessória do DdD. O principal eram – e continuam sendo - as consultorias de redacão gratuitas, que hoje contam com uma fila de espera de quase trinta candidatos, mas está andando!

Ocorre que a Fan Page cresceu acima de qualquer expectativa. A modesta previsão de cem a duzentos seguidores somente hoje contam com mais de quatro mil – algo absolutamente fora de qualquer previsão realisata. Novas ideias surgiam ao longo do caminho, com base no carinho e na curiosidade de vocês, o que permitiu a mudança de formatos por diversas vezes, desde o compartilhamento de temas pessoais - como o nascimento de minha caçula – à produção do vídeo publicado ontem – criado com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.

Passados cinco meses desde a criação desta Fan Page, é momento de saber parar a

Page 316: Dicas Da Diplomata

fim de renová-la, sem perder de vista o objetivo maior: dividir conhecimento. Eu preciso deste momento para arejar as ideias, o que permitirá renovar. Sei que entenderão.

Esta primeira fase, na minha avaliação, cumpriu com louvor a transmissão da mensagem essencial que eu queria passar em relação ao processo de aprovação no CACD, e reafirmo aqui a essência de tudo que conversamos, o que você deverá ter para sempre guardado:

***************************************Nenhum objetivo grandioso, nenhum sucesso acontece da noite para o dia. Absolutamente nenhum. Por trás de QUALQUER sucesso, desde os primeiros passos independentes de uma criança de um ano de idade até a aprovação no CACD, incluindo também o brilho do Neymar no Barcelona, o fenômeno Apple, a obra de Madre Tereza de Calcutá, os Rolling Stones até hoje firmes e fortes, enfim, qualquer sucesso, tenha a mais absoluta certeza que, por trás de todos eles, houve esforço hercúleo, diário e por anos a fio, feito por essas pessoas que bem administram algo chamado TEMPO – elemento tratado no campo do sagrado pelos que alcançam suas metas.***************************************

Qualquer postagem desta Fan page gira precisamente em torno desta mensagem, dita por outras palavras. Nada mais. 

Entro agora no meu “Recesso criativo da Fan Page” para pensar no que poderei dividir com vocês na fase 2, provavelmente a iniciar-se em janeiro. E já estou com várias ideias! Para não mencionar livros, palestras etc. Devagar, cada coisa em seu momento, os recessos são fundmentais para arejar a mente e criar ideias. Isso também é válido para os estudos: considere alocar tempo para fazer outras atividades não necessariamente estudar, exatamente para melhorar o seu desempenho no estudo.

A sinergia que criamos cooperando – como ensina a Teoria dos Jogos – é verdadeira também para o que fazemos aqui. Quantos comentários embaixo do meu post de internautas sugerindo livros, sites, obras que certamente ajudaram a outros internautas? Isso é importante! Dividam entre vocês conhecimento - a sinergia beneficiará a todos.

Então aqui nos despedimos hoje, não com um adeus, mas com um até breve. 

Page 317: Dicas Da Diplomata

Deixo um presente: um colega diplomata que, com o mesmo espírito, aceitou escrever para vocês, a meu pedido, um depoimento a respeito do período em que se preparou. Leiam com carinho, está publicado na página, e sempre tenham em mente que o que eu ou os meus colegas que já falaram aqui na Fan Page sobre as suas estratégias no CACD não necessariamente funcionará com você. Cada um estabelecerá sua própria estratégia, mas penso ser a troca de experiências elemento essencial nessa construção de estratégias.

É isso! Obrigada pelo carinho que sempre me dedicaram, fiquem atentos para a fase II desta Fan Page.

Bom domingo a todos e, claro, até a próxima dica!

--Claudia Assaf

29/10/2013 - Que surpresa boa o retorno de vocês no meu pit stop por aqui ontem! Também tenho saudades e em breve retornaremos nosso contato com mais frequência. Tento agora concluir um livro, estou contra o tempo. Muito do que venho escrevendo é pensando em vocês e nas dúvidas que me perguntam acerca de como se preparar para o concurso. Oportunamente, se der certo, informarei aqui detalhes de lançamento, essas coisas.

Aproveito minha passagem hoje por aqui, além de agradecer a todos pelas palavras de carinho e os "curtis" de ontem, para informar, aos que ainda não souberem, a respeito de um evento interessantíssimo a ocorrer em Brasília de 11 a 15 de novembro: 

******************49ª Sessão Extraordinária da Corte Interamericana de Direitos Humanos no STF. ******************

Entendo que aberta ao público, mas é necessária inscrição. Na verdade será uma sessão da CorteIDH conjunta com o STF, inédito, creio eu!!!. Imperdível! 

É que o Ministro Joaquim Barbosa tenciona "aproximar a CorteIDH do povo brasileiro, um dos destinatários de suas decisões", conforme afirmou em coletiva à imprensa que concedeu recentemente.

Seria uma oportunidade de ver ao vivo e a cores os trabalhos da Corte tão

Page 318: Dicas Da Diplomata

importante para a polítca externa do Estado brasileiro. Recordo que o Brasil ratificou a Convenção Americana de Direitos Humanos, também denominada Pacto de San José da Costa Rica, em 1992 e lhe dá grande valor.

O professor Antonio Augusto Cançado Trindade já foi um dos juizes da CorteIDH, como informei na dica de 18/9, habilitada mais abaixo. Os que não puderem ir, pesquise no site do STF se a TV Justiça transmitirá ao vivo.

Maiores informações da no linkhttp://www2.stf.jus.br/portalStfInternacional/cms/destaquesNewsletter.php?sigla=newsletterPortalInternacionalDestaques&idConteudo=251892

Abraço cordial,

2/12/2013 - Queridos internautas! É com muita satisfação que divido com os

senhores a notícia de que consegui concluir o livro a respeito de meu

preparatório para o concurso de admissão à carreira diplomática (CACD).

Está no prelo, seguiu hoje para gráfica. Produção independente, eu mesma

banquei. Por isso, meu limite foi uma tiragem de apenas 200 (duzentos)

exemplares. Estará disponível a partir da segunda quinzena deste mês de

dezembro.

Vocês são os primeiros a ter acesso à capa do livro, anexa a este post.

Admito que uma parcela significativa da inspiração para eu escrever o texto

veio do interesse genuíno demonstrado por você que curte e comenta esta

fanpage.

Quando eu me preparava para o CACD, eu queria ter tido contato mais direto

com algum diplomata para explicar-me por que decidiu pela carreira, o que fez

para estudar, e em que consistia a profissão, mas não conhecia nenhum. Se eu

Page 319: Dicas Da Diplomata

conseguisse me tornar diplomata, prometi a mim mesma que iniciaria algum

projeto para motivar quem estivesse desistindo e informar o que eu passei para

ser aprovada. Nasceu este Dicas da Diplomata. Com base no carinho que

recebi de todos vocês com os curtis, os comentários, os debates, além de

qualquer expectativa inicial de minha parte, pensei ter chegado a hora de fazer

nascer o livro, para tentar contribuir especialmente com o internauta ainda

descrente em si.

Percebi que fatos e recordações adormecidas na minha mente interessavam a

você, que pensa em tentar o CACD ou até mesmo a internautas que nem

mesmo querem o CACD.

Fato é que escrevi com muito carinho e espero que tenha algum proveito para

vocês.

Transcrevo, a seguir, um excerto do texto de agradecimento, que será

publicado ao final do livro:

************************

"Meus agradecimentos vão também para os mais de quatro mil internautas

que, diariamente, clicam em curtir, enviam mensagens e fazem comentários na

minha fanpage Dicas da Diplomata, no Facebook. As confidências, as críticas,

os desabafos, os elogios, as perguntas, as sugestões, enfim, a confiança deles

em mim, ao querer conhecer minha opinião nos múltiplos aspectos do processo

preparatório para o concurso de admissão à carreira diplomática (CACD) e da

carreira em si foram a fonte inspiradora inicial para a decisão do relato feito

neste livro".

************************

NOITES DE AUTÓGRAFO

Page 320: Dicas Da Diplomata

Por ser produção independente e final de ano, é bem desafiante conseguir

espaços para lançar o livro em diferentes capitais por ser eu autora

desconhecida no mercado editorial. Seja como for, o interessado poderá

encomendar seu exemplar diretamente com a editora quando estiver

disponível, seja a versão física, seja a versão eletrônica e-book.

Por enquanto, só consegui confirmar lançamento em Brasília. Os queridos

internautas, brasilienses ou não, estão convidados ao coquetel de lançamento

que irei oferecer em Brasília, no restaurante Carpe Diem, na 104 Sul, dia

20/12/2013, sexta-feira, às 19h.

Espero confirmar brevemente outras localidades. Avisarei sempre aqui

primeiro, para vocês, que me motivaram.

Até breve e mais uma vez obrigadíssima pelo carinho de cada um de vocês.

--

Claudia Assaf

19/1/2014

Queridos Internautas,

Há momentos de nossa vida que precisamos dar um passo atrás para dar dois

a frente. Hoje me vejo nesta situação. Por motivo de agenda, com severa carga

de leitura que subsidiam meu trabalho, conjugada com a nova rotina de mais

filhos em casa, precisarei me ausentar desta Fanpage por completo para

concentrar nas minhas tarefas diárias, mesmo que a dedicação ao trabalho

voluntário a esta página fosse nas horas de folga, sobretudo domingos, como

hoje.

Page 321: Dicas Da Diplomata

Isso porque, o diplomata está sempre estudando e lendo fora do horário de

trabalho, com vistas a entender o tema de que trata de forma lúcida e integral,

com responsabilidade sempre na defesa da posição brasileira. Engana-se

aquele que pensa que, após passar no CACD, acabaram os estudos. Ao

contrário. Forte carga de estudo recomeça, mais focada em temas dentro da

área que estiver tratando.

Interrompo temporariamente este serviço voluntário de forma consciente e

tranquila nesta nova fase que entro, segura de que a mensagem nuclear já foi

transmitida aos senhores, sobretudo para você que não tem acesso aos cursos

"mainstream" preparatórios para a realização de seu sonho de ser diplomata,

de que estudar é o único caminho para alcançar o objetivo, depois de analisar

se é realmente esta profissão que quer para si. Obviamente, para realizar a

tarefa ESTUDAR, um conjunto de variáveis deverá estar em seu lugar, como

rotina ajustada, planejamento de curto, médio e longo prazos e disciplina,

extrema disciplina. Há muitos fóruns, sites gratuitos, debates na rede para

buscar se informar e, claro, não deixar de, diariamente, cumprir seu

planejameto, um golzinho por dia.

Por fim, deixo vocês na companhia de um autor de autoajuda, nada obstante

este ramo, o da autoajuda, não ser tão bem visto por estudiosos ou

intelectuais, mas eu não tenho nada contra. Falo de Robin Sharma. Já li alguns

de seus livros, e muito me identifico com o que ele diz. O primeiro livro que li de

Robin Sharma, quando ainda não o conhecia, foi “The leader who had no title”,

que, em português, foi traduzido para “Líder sem status”. Li em inglês e foi

identificação instantânea com meu modo de ser e trabalhar.

Ele colocou em palavras o que eu sempre acreditei como um profissional

deveria agir, fosse de que ramo fosse, tivesse ele o “rank” que tivesse, mas

não sabia se era certo, apenas fazia intuitivamente. Ao ler “Líder sem status”,

Page 322: Dicas Da Diplomata

nunca mais me preocupei com meu modo de trabalhar, dando sempre o

máximo, sem perder de vista a solidariedade.

É também Robin Sharma que me ensinou: para realizar seu sonho, vá além,

saia de sua zona de conforto, entre na excelência em tudo que fizer, não se

contente com o bom, seja excelente, não se contente com menos que isso. O

longo prazo, trabalhando pelo seu sonho, o resultado só poderá ser a

realização.

Divido, abaixo, os 51 pontos que Sharma entende que levarão a pessoa que

talvez esteja acomodada com seu “status quo” ao nível de excelência (“world

class”) naquilo que desejar. Um bom exercício de tradução seria passar os 51

pontos para o português, usando, talvez, dicas da internauta e tradutora Ana

Escaleira, cuja mensagem deixo registrada abaixo da minha assinatura.

Agradeço pelo espírito solidário da internauta. Feita a sua tradução, distribua

para seus melhores amigos! O meu ponto predileto? É o 43!

**********

51 Ways Ordinary People Reached World-Class

By Robin SharmaAuthor of the #1 International Bestseller “The Leader Who

Had No Title"

1. Know what you want. Clarity is power. And vague goals promote vague

results.

2. Remember that every problem has a solution. Maybe you just can’t see it.

Yet.

3. In this Age of Dramatic Distraction, the performer who focuses the best wins

the most.

4. Before someone will help you, you need to help them.

5. Become the most passionate person you know. It’ll be contagious.

Page 323: Dicas Da Diplomata

6. Know more about your craft/the work you do than anyone who has ever done

the work you do…in the history of the world.

7. Join The 5 am Club. Your most valuable hours are 5am-8am. They have the

least interruptions.

8. Devote yourself to learning something new about your field of mastery every

day. Success belongs to the relentless learners. Because as you know more,

you can achieve more.

9. Remember that when you transform your fitness, you’ll transform your

business.

10. Don’t check your mobile when you’re meeting with another person. It’s rude.

And rude people don’t reach world-class.

11. Every time you do what scares you, you take back the power that you gave

to the thing that scared you. And so you become more powerful.

12. A problem is only a problem if you make the choice to see it as a problem.

13. Stop being a victim. Your business and personal life was made by you. No

one else is responsible. To make it better, make better choices. And new

decisions.

14. You can lead without a title. Don’t wait to get a position to stand for

excellence, peak quality and overdelivery on every expectation.

15. Find your own style. Be an original. Every superstar differentiated

themselves from The Herd. And marched to their own drumbeat.

16. Understand that when you play small with your success, you betray your

potential. And the birthright you were born under.

17. Eat less food and you’ll get more done.

18. As you become more successful, stay really really hungry. Nothing fails like

success. Because when you’re successful, it’s easy to stop

outlearning+outOverDelivering+outthinking and outexecuting everyone around

you. (Success is Beautiful. And dangerous).

19. If you’re not overprepared, you’re underprepared.

Page 324: Dicas Da Diplomata

20. The only level of great manners to play at is “Exceedingly Polite”. In our

world, this alone will make you a standout. And differentiate you in your

marketplace.

21. Remember that the moment you think you’re a Master, you lose your

Mastery. And the minute you think you know everything, you know nothing.

22. To double your results, double your level of execution.

23. Invest in your personal and pro development. All superstars do.

24. Get this year’s best Targets of Opportunity down onto a 1 Page Plan. Then

review it every morning while the rest of the world sleeps.

25. You don’t get lucky. You create lucky.

26. When you push through a difficult project, you don’t get to the other side.

You reach The Next Level.

27. Smile. And remember to inform your face.

28. Spend time in solitude every day. Your best ideas live there.

29. Debrief on how you lived out your day every night in a journal. This will not

only record your personal history, it will make you uber-clear on what you’re

doing right and what needs to be improved.

30. If your not being criticized a lot, you’re not doing very much. Ridicule is the

price of ambition.

31. Develop a monomaniacal focus on just a few things. The secret to

productivity is simplicity.

32. To get the results very few people have, be strong enough to do what very

few people are willing to do.

33. Rest. Recover. It’ll make you stronger.

34. Buy a smaller TV and build a larger library.

35. Remember that the bigger the goal, the stronger a person you must become

to achieve that goal. So goal-achieving is a superb practice for character-

building.

36. Food fuels your body. Learning feeds your mind.

Page 325: Dicas Da Diplomata

37. Don’t ask for respect. Earn it.

38. Finish what you start. And always end strong.

39. Breathe.

40. In business, don’t play to survive. Play to win.

41. Protect your good name. It’s your best asset.

42. Remember that words have power. Use the language of leadership versus

the vocabulary of a victim.

43. Give more than you take. The marketplace rewards generosity.

44. Know that if it’s not messy, you’re not making progress.

45. Be a hero to a kid.

46. In business, aim for iconic. Go for legendary. Make history by how awesome

you are at what you do.

47. Please don’t confuse activity with productivity. Many many people are

simply busy being busy.

48. Your doubts are liars. Your fears are traitors. Stop buying the goods they

are attempting to sell you.

49. The best anti-aging remedy in the world is working really hard.

50. World-Class performers have no plan B. Failure just isn’t an option.

51. You have the power to change the world—one brave act and one person at

a time. Please use it.

******************

Até a próxima oportunidade, queridos, e bons estudos, sempre! Voltarei tão

logo possa. Obrigada por entenderem.

--

Claudia Assaf

**************

Page 326: Dicas Da Diplomata

MENSAGEM DA INTERNAUTA ANA ESCALEIRA

***************

“Olá, leitores da Fanpage da estimada Primeira-Secretária Claudia Assaf!

Esta é a minha contribuição para a "produção das pautas" no Dicas da

Diplomata.

Trabalhei dois anos como assistente de diplomata e fui tradutora juramentada

na África do Sul por quatro anos. A partir de 2014 me dedico integralmente aos

estudos visando ao CACD. Gostaria de compartilhar algumas reflexões sobre a

parte de tradução de inglês para português (quase tudo se aplica à tradução de

português para inglês) na terceira fase.

PROVAS ANTIGAS:

O volume de estudo é bem grande. Portanto, busque nas provas antigas fonte

de treinamento gratuito. Divida 10 provas (2004-2013) de terceira fase de

inglês para cada mês (fevereiro a novembro de 2014). Essa meta é razoável e

não atrapalha o estudo das outras disciplinas.

TRADUÇÃO DE INGLÊS PARA PORTUGUÊS:

Eis algumas dicas para você utilizar durante sua preparação e ser bem-

sucedido (a) no dia da prova, inshallah, principalmente se for tradutor (a) de

primeira viagem.

Leia o texto e sublinhe as palavras que você não conhece ou tem dúvida.

Procure a palavra em http://www.macmillandictionary.com/, por exemplo.

Se ainda não entendeu, busque a tradução em

Page 327: Dicas Da Diplomata

http://pt.bab.la/dicionario/ingles-portugues/, por exemplo.

Ou use outros dicionários impressos ou online.

Escreva seu primeiro rascunho. Deixe de lado por um dia. Leia para você

mesmo(a), em voz alta, para verificar se há algo estranho. Faça seu segundo

rascunho, prestando atenção em clareza, precisão e naturalidade. Escreva sua

versão final, com calma, para que fique visualmente Limpa.

Compare com a tradução que obteve maior pontuação (vide Guia de Estudos)

ou faça dupla com um(a) colega e vocês corrigem a tradução um(a) do

outro(a).

Esse treinamento durante 2014 deixará você mais confiante no dia da prova,

pois, nesse momento, não haverá um dicionário para agarrar-se. É preciso

manter a calma quando deparar com palavras desconhecidas. Após traduzir,

revise ortografia, pontuação, tempo verbal e artigos. Leia para você - bem

baixinho - a tradução para verificar se está boa. O que o examinador espera

de você:

Tradução CPNL = Clara, Precisa, Natural e Limpa

Oxalá, sua excelente pontuação em tradução faça a diferença na pontuação

geral na prova de inglês e possa auxiliá-lo(a) a alcançar a quarta fase.

Ana Cristina Escaleira

01\01\2014”

***************