Dica 21: Sensor de Detonação – KS

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Dica 21: Sensor de detonação – KS 04/2001 Dando continuidade às matérias sobre componentes dos sistemas de injeção eletrônica, nesta edição falaremos sobre o sensor de detonação ou sensor das batidas KS (knock sensor), suas características básicas e como testar esse importante sensor. Durante os diversos regimes de funcionamento dos motores, podem ocorrer combustões aleatórias popularmente denominadas "batidas de pinos" ou detonações. Essas detonações, dão origem a vibrações mecânicas dentro da câmara de combustão as quais são prejudiciais ao rendimento e a vida útil do motor. O sensor de detonação - KS está normalmente parafusado no bloco do motor e tem como elemento sensor um cristal piezo-elétrico. Esse material quando é submetido a deformações mecânicas, gera tensões elétricas (volts-VAC) em sua superfície. Dessa forma, o sensor é capaz de captar ("ouvir") as vibrações provocadas pelo fenômeno da detonação, transformando-as em sinal elétrico o qual é enviado a unidade de comando eletrônico do sistema –UCE. Quando a UCE detecta sinal de detonação do sensor, atrasa o ponto de ignição (obedecendo uma estratégia específica que varia de sistema para sistema de injeção) objetivando solucionar o problema. Uma vez desaparecida a detonação a UCE volta, em pequenos passos, ao ângulo de avanço inicial. Testando um Sensor de Detonação - KS Na realização do teste de um sensor de detonação observe os seguintes detalhes: - Verificar maus contatos de fios interrompidos entre os conectores do sensor e da UCE. - Verificar a integridade do cabo do sensor bem como de sua malha de blindagem. A malha deve estar aterrada. - Verificar oxidações entre a face do sensor e o bloco do motor. - Não interpor arruelas ou calços entre às superfícies de contato do sensor e o bloco do motor. - Verificar o aperto do sensor no bloco. O mesmo deve estar entre 15N.m a 25N.m (aproximadamente1.5 Kgf.m a 2.5Kgf.m). - Vibrações no motor provocadas por suportes, soltos (como do ar condicionado, alternador etc) podem gerar sinal com a mesma freqüência de detonação, confundindo a UCE. - Para a avaliação do sinal do sensor, é requerido o uso de um osciloscópio, embora se tenha bons resultados utilizando-se um multímetro automotivo na escala volts- VAC. document.doc 1

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Dica 21: Sensor de detonação – KS 04/2001

Dando continuidade às matérias sobre componentes dos sistemas de injeção eletrônica, nesta edição falaremos sobre o sensor de detonação ou sensor das batidas KS (knock sensor), suas características básicas e como testar esse importante sensor.

Durante os diversos regimes de funcionamento dos motores, podem ocorrer combustões aleatórias popularmente denominadas "batidas de pinos" ou detonações. Essas detonações, dão origem a vibrações mecânicas dentro da câmara de combustão as quais são prejudiciais ao rendimento e a vida útil do motor.

O sensor de detonação - KS está normalmente parafusado no bloco do motor e tem como elemento sensor um cristal piezo-elétrico. Esse material quando é submetido a deformações mecânicas, gera tensões elétricas (volts-VAC) em sua superfície.

Dessa forma, o sensor é capaz de captar ("ouvir") as vibrações provocadas pelo fenômeno da detonação, transformando-as em sinal elétrico o qual é enviado a unidade de comando eletrônico do sistema –UCE. Quando a UCE detecta sinal de detonação do sensor, atrasa o ponto de ignição (obedecendo uma estratégia específica que varia de sistema para sistema de injeção) objetivando solucionar o problema. Uma vez desaparecida a detonação a UCE volta, em pequenos passos, ao ângulo de avanço inicial.

Testando um Sensor de Detonação - KS

Na realização do teste de um sensor de detonação observe os seguintes detalhes:- Verificar maus contatos de fios interrompidos entre os conectores do sensor e da UCE.- Verificar a integridade do cabo do sensor bem como de sua malha de blindagem. A malha deve estar aterrada.- Verificar oxidações entre a face do sensor e o bloco do motor.- Não interpor arruelas ou calços entre às superfícies de contato do sensor e o bloco do motor.- Verificar o aperto do sensor no bloco. O mesmo deve estar entre 15N.m a 25N.m (aproximadamente1.5 Kgf.m a 2.5Kgf.m).- Vibrações no motor provocadas por suportes, soltos (como do ar condicionado, alternador etc) podem gerar sinal com a mesma freqüência de detonação, confundindo a UCE.- Para a avaliação do sinal do sensor, é requerido o uso de um osciloscópio, embora se tenha bons resultados utilizando-se um multímetro automotivo na escala volts-VAC.

O teste consiste em avaliar a capacidade do KS de captar vibrações provocadas pela detonação no motor. O osciloscópio deve ser ligado, em paralelo, ao fio de sinal do sensor de detonação.

Com um objeto metálico, bata moderadamente nas proximidades do ponto de fixação do sensor no bloco do motor

A cada batida deve ser observado um sinal similar ao indicado na figura onde os picos de tensão devem ultrapassar 0,6 volts.

Se a mesma medição for efetuada com um multímetro automotivo na escala volts-VAC, observa-se que quanto maior for a freqüência das batidas, maior será a tensão medida pelo equipamento.

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Dica 1

Você sabia que na grande maioria dos veículos das famílias Pálio/Siena 8V MPI (sistema IAW 1G7) os fios ligados aos terminais 1 e 2 do sensor de detonação estão invertidos? A ligação correta é:Fio branco* (terminal 1 do KS) ao 33 da UCE.Fio vermelho* (terminal 2 do KS) ao 16 da UCE.Fio preto* (terminal 3 do KS) terra da malha de blindagem.

Essa inversão (sensor desligado) faz com que o veículo apresente falhas em acelerações rápidas e provoca estouros no coletor de admissão - com o motor aquecido.Portanto é importante em toda a revisão nos referidos veículos, observar se os endereços de ligação do KS estão corretos.

* As cores dos fios podem variar.

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Dica 2

Além da referida inversão nos fios do sensor de detonação outros fatores podem provocar estouros no coletor de admissão da família Pálio/Siena MPI (com sistema IAW 1G7), como:- Carbonização excessiva na câmara de combustão e mau assentamento nas válvulas de admissão do motor;- Mistura ar/combustível excessivamente pobre (injetores obstruídos, pressão baixa na linha de combustível), entradas falsas de ar, etc.- Correia dentada fora do ponto;- Sensor de rotação fora de fase (sensor montado fora de posição);- Velas de ignição com aplicação incorreta;- Combustível de má qualidade;- Falha na UCE.

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