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Secundo íh

AMftlClftAIBRA XM GMSB©A

1 mez 300 réis A»nu»cies, linha 20 réi

Smézes.. .. » Pnblieaçõesaoc#r®o io

Avulso 10 » jornal, por linha 6* réis

LISBOA

QUARTA-FEIRA 31 DE DEZEMBRO DE 1873

AMKItiUlTCRA UfA PROVIXI IA

1 mez 500 réis 3 mezes..... Ig5400 réis

A correspondência sobre administração a LO-

RENA QUEIROZ, calçada do Combro, 10 1.°. Num 494

P' Ih

EXPEDIENTE

Pedimos aos srs. assi-

gnantes das províncias se

sirvam renovar as suas

assignaturas até ao ulti-

mo dia do corrente mez,

afim de não soífrerem in-

terrupção no recebimento

da folha.

Cidade da Horta

Das tres cidades açorianas a Horta

é por sem duvida a que mais bel'o

panorama apresenta aos olhos do via-

jante que chega ao seu porto. Está

edificada na reintrancia fie uma espa-

çosa e magnifica bahia, tendo aos pes

uma bonita praia, e formando um per-

feito amphitheatro.

Às ca>as e campanarios destacando

se por entre jardins, pomares, e mas-

siços de arvoredo, completam o qua-

dro, que é realçado pela vista das

aizagens da ilha de S. Jorge, que

he fica a um lado, e pela luagestade

do enorme gigante do Pico, que de-

fronta com a Horta.

O interior da cidade é regular; mas

estreito e tortuoso; e não prima pe-

los seus edifícios.

Temcomtudo boas casas, apalaçadas

algumas, e regulares egrejas; um pas-

seio pnblico, um theatro. azylos, mi-

sericórdia, assembléas, e bom hotel

estrangeiro.

Conta a cidade da Horta cerca de

8:000 habitantes, e 1:700 foges.

A benefirencia publica tem uma mi-

sericórdia, um asyio d'infaoria desva-

lida. e um asylo dfc mendicidade# A

particular é exercida em larguíssima

escala.

O mesmo acontece com a instruc

çâo, que é derramada profusamente

por sociedades particulares.

A industria que ali ha é de borda-

dos brancose de palha e pita; relemos

de medula de figueira, chapéus de

alba, e objectos de vimes, colxas de

ã e linho, o que é exportado em larga

escala.

Avulta também a pesca da baleia;

havendo sociedades para esse fim, im-

portantes hoje.

Em 1641 a cidade da Horta contri-

buiu para se expulsar de castello d'An-

gra o domínio castelhano. Em 1821 se-

cundou o grito liberal do Porto. Foi a

rimeira terra açoriana que o sr. D.

edro IV pisou quando veiu collocar-se

á frente do exercito libertador. S. M.

o sr. D. Luiz também 3 visitou em

18o8.

A importancia da cidade da Hor-

ta está na exc&llencia do seu porto,

as<az seguro, e em posição geogra-

' phica que o torna preferível a to-

dos os outros. Na sua bahia vêem-se

constantemente navios de todas as na-

ções, mercantes ede guerra, das maio-

res dimensões, c ás vezes esqua-

dras.

Os habitantes são em extremo obse-

quiadores, e ofíerecem amiudadamente

bailes e soiréesà oflicialidade dos na-

vios que ali aportam.

O commercio d esta cidade é quasi

todo com a America do Norte; e os

costumes dos hortenses propendem para

costumes americanos.

Foram nomeados membros eflectivos

do conselho municipal para servirem

no biennio de 1873 a 1874 os srs. du-

5ue de Palmeíla, visconde de Carnide,

iartholomeu dos Martyres Dias e Sou-

sa, Bernardino José de Carvalho, con-

de doCazal Ribeiro, visconde de Ou-

guella, Francisco José Ferreira, mar-

uez de Pombal, João Paulo Cordeiro,

e

Rr

Pe

visconde de Porto Covo, Manuel Joa-

quim da Silva e Manuel Antonio de Sei-

xas.

Para vogaes supplentes os srs. An-

tonio de Carvalho Daun e Lorena, Joa-

quim José Marques Guimarães, viscon-

de dos Olivaes, conde do Bio Maior,

visconde de Valmor. João Pereira Bor-

ges, José Gregorio Teixeira Marques,

Antoiio da Silva Bego, marquez de

Castello Melhor, Domingos Antonio de

Abreu, Flamiano José Lopes Ferreira

dos Anjos, e Antonio de Oliveira Gui-

marães.

O sr. dr. Craveiro da Silva, vogal

da junta de saúde, e o sr. dr. João

Pereira, oflicial graduado da secretaria

do reino, vão em commissão á ilha da

Madeira com o fim de estudar a im-

portante questão do Lazaret) do Fun-

chal, e habilitar o governo para resol

ver sobre ella.

Foram entregues hontem á inspec-

ção dos incêndios as tres bombas a va-

por que se achavam na alfandega. São

do mesmo systema das que estavam

sendo^ adoptadas.

O carro de escadas n.* 14 lambem

foi hontem para a estação da rua Nova

da Alfandega.

No pateo do Regedor vae arranjar-

se uma nova estação para accommodar

o pessoal dos carros 12e8,e de uma

bomba a vapor.

Para a estação antiga passa o arma-

zém que estava n aqvella casa.

Foram para a freguezia de Juncaes

dois missionários que estavam em Ce-

lorico da Beira.

Foram nomeados substitutos do juiz

eleito da freguezia de Santa Izabel os

srs. João Baptista Teixeira e Caetano

Baptista Coelho.

Celebrou se em Villa Nova de Por-

timão,com solemnidade, na egreja ma-

triz, a missa do gallo a instrumental e

3 vozes.

Nos intervallos tocou algumas peças

do seu escolhido repertorioa excellen-

te philarmonica artística. O templo ape-

sar de vasto estava apinhado de fieis

que ali foram render homenagem á Vir-

gem Santíssima pelo nascimento do Be-

demptor do Mundo.

Esperam-se breve mente em Villa No-

va de Portimão alguns navios carrega-

dos de material e accessorios para a

importante ponte que ali se projecta

fazer. •

Estão concluídos os dois primeiros

lanços de estrada da torre de S. Ju-

lião a Oeiras, tendo já começado o

ultimo que é desde a ponte da Arria-

ga ao interior d'aquella villa.

JiMBâtMWá

CIDADE DA HORTA

Temos por muito acertada esta es-

colha não so pela intelligence dos no

meados, mas porque urn e outro teem

conhecimentos especiaes para desem-

penhar com acerto o encargo que lhes

foi commettido.

Consta que partem no proximo pa-

quete do Pacifico.

Um dia d estes publicaremos o de-

senho do edifício da fabrica que a com-

panhia de Fiação e Tecidos Lisbonen-

se possue em Santo Amaro.

Está sendo feita a gravura no ate-

lier do nosso gravador, o sr. Caetano

Alberto.

Acompanharão a estampa informa-

ções e importantes dados estatísticos

acerca dos estabelecimentos d'aquella

companhia.

Habilitou-no? para isso o incançavel

director delia, o sr. commendador Isi-

doro Thomaz de .Moura Carvalho, a

quem estamos muito agradecidos por

este obsequio.

Por portaria de 12 de dezembro fo-

ram reconhecidos proprietários legaes

dos descobrimentos da mina de chum-

bo de Toris, freguezia de S. Pedro do

Paraiso, concelho de Paiva, o sr. Da-

niel Mauricio Kamp, e da mina de man-

ganez do Cerro Grande, na courella da

Malhada do Judeu, freguezia e conce-

lho de Mértola, o sr. Abílio do* Santos

Bandeira.

Por sentença do tribunal do commer-

cio, de 18 de dezembro, foi declarado

em estado de quebra o commerciante

Abel Maria Coelho.

S. CARLOS

Realisou-se hontem a 20.* recita de

assignatura. A maior parte dos assignan-

tes deixou de comparecer. Venderara-

se uns 110 bilhetes de platéa geral e

umas 17 cadeiras.

A camara na sessão de hontem no-

meou para juizes eleitos das seguintes

freguezias os indivíduos abaixo indi-

cados:

Para a freguezia de Santa Izabel,

José Lucio Cazimiro; S. Paulo, José

Nunes da Silva; S. Sebastião, Manuel

Fernandes; Coração de Jesus, Fran-

cisco Xavier Barboza; Sacramento, An-

tonio Pimenta; Encarnação, João José

Vellozo; S. José, Manuel Coelho Torre-

zão; Martyres, Domingos Francisco

Lopes; Conceição Nova, Augusto Coim-

bra dos Santos Silva; Sé. Claudino José

Dias; S. Jorge, Antonio Pereira de Sou-

sa; Santo Estevão, André Joaquim

Monteiro; S. Thiage, Franciçco Cy-

priano da Bocha; Magdalena, Anto-

nio Emvgdio Duarte Pinheiro; Santo

André, Manuel Luiz Caetano.

Metade do bilhete da loteria de Hes-

panha, premiado com os seis milhões

de reales estava em poder do grémio

dos carreiros de Sevilha. Declararam-

se em greve no meio da sua alegria.

O resto do bilhete foi distribuído por

outras pessoas.

Dos décimos veiu um para Lisboa,

como já sabem todos.

Ainda hontem não vieram corres-

pondências de além dosPyrenéus.

O primeiro lanço, que vae da torre

á quinta do Arteiro, está muito bem

acabado.

O segundo, desde o Arieiro á ponte

da Arriaga, apresenta muitas-imper-

feições devidas, especialmente, ao em-

preiteiro, que é diverso dos do ou-

tros lanços. E' de presumir que pes-

so« competente as mande reformar.

O terceiro lanço olíerece muitas difi-

culdades, sobretudo quando para maior

largura da estrada se tenha de entrar

em expropriações dentro da villa.

Está em Lisboa o tenor Menezes, o

primeiro, o genuíno Fritz que tivemes

na opera de Offenbach a celebre Grã

dnqueza de Gerolstein.

Veiu do Porto, onde esteve muito

tempo escripturado no theatro Baquet,

e propõe-se agora a ficar em Lisboa,

n'um dos nossos theatros.

Recebemos e agradecemos o convite

que a mesa do Grémio Popular nos en-

viou para a sessão solemne que se ve-

rifica hoje ás 8 horas da noite, a fim

de se fazer a distribuição de prémios

aos alumnos distinctos em estudos es

colares do anno lectivo de 1872-1873,

e bem assim para se commemorar o

16.° anniversario d'aquelle grémio.

Chegou hontem da Italia o barítono

Paccini. Não vieram from elle os ar-

tistas Tiherines, porém trouxe os seus

retratos.

Tem estado ligeiramente doente o

sr. Luiz Soveral. Dezejamos as melho-

ras do illustre enfermo.

HIGH-LIFE

— Faz annos hoje o sr. marque; de

Souza Holstein.

Faz annos hoje o sr. marquez <ie

Ce zimbra.

—Faz annos hoje a exm.a sr.' D.

Maria Joíé de Vilhena, lilha do sr.

D. José de Vilhena.

—Faz hoje annos a exm.asr.a D. Ju-

lianna Botelho.

—Chegou a Lisboa o sr. conselheiro

Telles de Vasconcellos.

—E' hoje o anniversario natalício da

exm.a sr.' D.Maria Bosa de MeMo.

—Tem estado bastante incommoda-

da com uma bronrhite a exm.' sr.'D.

Carolina Besíone Ba?tos. Foi chamado

o sr. dr. Brilhante. Fazemos votos pa-

ra que o illustre homoeopata restabele-

ça completamente tão bondosa se-

nhora.

— Acham-se hospedados em casado

sr. ministro da fazenda seu irniào o

sr. barão de S. João d'Areias, juiz de

direito em Aveiro, seus sobrinhos a

exm/ sr.a D. Sofia de Serpa, e o sr.

Eduardo de Serpa, lilhos de outro ir-

mão de s. ex.a, o sr. conselheiro Eduar-

do de Serpa, juiz de direito em Oli-

veira de Azemeis.

—Partiu para o Porto, onde se deve

demorar algum tempo, o distincto es-

pecialista dr. Soares Franco.

—Te\e ante hontem legar a primei-

ra soiree semanal em casa do sr. J. T.

Lobo d'Avila. Tendo s. ex.a convidado

a jantar os nobres viscondes da «landa -

rinha, barã# de S. Pedro esua lilha, D.

Joanna Orta Ermes, e Rocha Vianni, a

noite concorreram o sr. J. Pires Junior,

mulher e filha, D. Christina Ennes, e

outras pessoas de quem nos não lem-

bram os nomes.

Toriiou-se notável pela distineção e

elegancia a loilellc da sr." viscondes .:

da Gandarinha.

— Está felizmente melhor os-r. vis-

conde de Orta.

Já estão impressas as contas da

gereucia do anno economico de 1872

a 1873, e do exercio de 1871 a 187 '

pertencente? ao ministério do reino

E' um trabalho dos mais perfeitos

Íue honram a repartição de contabilida-

e de que é director o sr. conselheiro

Torres Pereira.

No curto espaço de seis mezes con-

feriram-se todas as contas das dill -

rentes repartições importantes e estabe-

lecimentos dependentes do ministério

do reino, formulando-se a cada um

d'elles uma conta especial. Entre es-

tes documentos nota-seum mappa con-

tendo o desenvolvimento da despeza

liquidada, dos pagamentos efleciuados,

das deducções e da divida do auno

economico de 1872 a 1873, em 30 do

junho de 1873.

Sol todos os pontos de vista da

sciencia economica, as contas do b i-

nisterio do rci.io ofíerecem grande co-

pia de subsídios para o estudo da es-

tatística e apreciação dos elementos so-

bre que assenta o progresso de to-

dos os ramos da instrucção publica.

Aos digníssimos e intelligentes em-

pregados Joaquim Antujies da Silva e

Castro, Jeronymo Agnello Mora, Hen-

rique Cesar de Moraes e Souza, Joa o

Diogo Seromenho e Severiano Maria

Petra, encarregados de tão delicados

trabalhos, se deve a perfeição com que

souberam concluil-o.

Foram declarados inficionados de fe-

bre amarella os portos da Guiné, na

Africa occidental, compreendidos en-

tre o Cabo das Palmas e o golfo de

Benny inclusive.

No sabbado foram apprehendidas em

Madrid algumas proclamações subver-

sivas que tinham sido espalhadas pelos

quartéis, aconselhando os soldados a

que desobedecessem aos seus superio-

res.

i

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íMAftíO H;LF8TR\^0

Continuamos a clamar no deserto

com respeito ao preenchimento das

vacaturas de capitães que existeru no

batalhão de engenheria.

Esperámos que os Democratas nos

respondessem ás judiciosas reflexões

gue lizemos; mas até hoje nada se nos

disse.

O que é verdade e o que se torna im-

possível é a continuação de se não

cumprir o exarado no regulamento ge-

rai para o serviço dos corpos do exer-

cito, que mui expressamente determina

Íual o numero de officiaes que devem

omitandar as forças destacadas dos

corpos.

Não será uma illegalidade iso'ar

n uma serra um official com perto de

400 homen-? Poderá aquelle ser res-

ponsável pelas faltas dos seus subor-

dinados? Que meios tem o official no

meio <le tanta gente se não fôraforça

moral?

Ora é tempo de remediar esta alta

inconveniência, para credito mesmo

daquelle batalhão.

No beneficio do actor Trindade, que

se deu segunda feira notheitro da rua

dos Condes, um espectador das cadei-

ras, a sim que viu apparecerem scena

aquelle actor, para ir representar O

typo do homemzinho, levantou see gri-

tou: . .

—Já são demais os Jayraes Ribeiro

de Carvalho e os seus opusculos!

Em seguida saiu em consequência

da troça «jue a maior parte dos espe-

ctadoras lhe fez.

O funeral do sr. Luiz José Pereira

da Motta verificou-se. em Oeiras, no

meio do profundo sentimento,que sem-

pre inspira a morte de um homem es-

moler e estimado.

O caixão foi levado á mão pelos ir-

mãos de .Nossa Senhora da Conceiçãp

e de Santo Amaro, desde a ermida

d'esta invocação até ao cemiterio que

fica a muita distancia, la precedido

dos parochos e mais ecclesiasticos da

fieguezia de Oeiras e proximidades,

das irmandades d'esta villa, Liveiras

e Porto Salvo. Fechava o acompanha-

mento a raeza da irmandade da Con-

ceição, a cuja frente, na qualidade de

seu juiz.ia o sr. conselheiro Pereira For-

jaz de Sampaio.

Em um dos dias seguintes a mes-

ma irmandade suflragou a alma d'a-

quelle cavalheiro, armando a ermida,

levantando eça, resando missas e en-

toando os ofli ios respectivos. Estive-

ram todos os irmãos com tochase ves-

tidos de preto. Distribuiram-se muitas

esmolas por essa occasião.

A sopa aos indigentes e as esmolas

de pão na ermida e nos domicílios,

continuam a dar-se do mesmo modo

como se o benemerito Luiz Pereira da

Motta ainda existisse. Foi vontade que

deixou determinada no seu testamento.

Encarregou também os seus testamen-

teiros de organisar em differentes sí-

tios irmandades similhantes á de Nos-

sa Senhora da Coaceição e de Santo

Amaro, era Oeiras.

As irmandades de Nossa Senhora

das Dôres, em Laveiras, e de Nossa

Senhora da Conceição, em Porto Sal-

vo, sufl'ragaram egunlmente a alma d'a-

quelle prestante homem, que distribuiu

por ali grande numero de esmolas.

UM OVO POR UMREAL

Está em Lisboa, segundo refere o

Jornul do Commcrcio ura personagem

recentemente chegado do centro das

altas regiões tluocraticas dalém dos

Pyreneus. Trouxe comsigo uma das mais

importantes descobertas, ou para me-

lhor dizer, uma das maiores conquis-

tas que o génio inventivo da humani-

dade tem podido conseguir, equepoz

em grande alvoroço o «mundo catho-

licu» da nossa boa cidade de Lisboa.

E- nada mais, e nada menos, do que

«passaporte para o céu,» pela módica

quantia de vinte libras cada um!

O collega acrescenta que duas se-

nhoras se achavam já munidas d estes

diplomas para entrar immedialamente

no paraíso quando o enie supremo fos-

se servido chamal-as á sua divina pre-

sença.

[Sào seria máu que o sr. commissa-

rio de policia substituísse os taes pas-

saportes que dão «entrada para o céu,»

por outros que dão «entrada para a ca-

deia.» Pedimos ao sr. commissario que

se apresse nas respectivas providen-

cias, porque é voz geral que estão

prestes a cair na burla muitas pessoas.

O Times, de Londres, do dia 23,

faz um triste parallelo para os hespa-

nhoes, entre os fundos d esta nação e

os portuguezes. Emquanto aquelles des-

cem cada vez mais, estes sobem a

44 e um quarto.

Diz aquella folha que o governo lu-

sitano, cujos fundos vão sendo procu-

rados e estimados na Europa, fugindo

dos delírios democráticos e das loucu-

ras revolucionarias, melhora a olhos

vistos a administração do reino, con-

solidando a sua divida fluctuante para

o que contrahiu um emprestimo em

V rinta horas comcapitaes portuguezes.

j O commercio desenvolve-se, e com

elle cresce o rendimento das alfan-

degas; e os caminhos de ferro e as

muitas minas que principiara a explo-

rar-se augmentam a riqueza da nação,

que tem dobrado n'estes últimos an-

nos. -

Foram-nos enviados dois exempla-

res da scena cómica que tem por ti-

tulo O meu olleo... original do sr. An-

tonio José Alves.

Foi escripta expressamente para o

actor Antonio Pedro.

Tem a boa qnalidade de fazer rir.

Agradecemos os exemplares que nos

foram remettidos.

Os socios do Club Gvmnastico Por-

tuguez, no Rio de Janeiro, que assis-

tiram á sessão de posse da sua nova

directoria, concorreram com a quawtia

de 400&000 réis. divididos em partes

eguaes, para auxiliar as aulas gratuitas

do Lyceu Litterario Portuguez e as

victimas da innun iição da província do

Rio Grande do Sul.

Idéas de uns e de outros

Cida arratel de farinha devia pesar

um quintal.—Um padeiro.

Todo o annt devia ser inverno.—

Um carvoeiro

O inverno devia ser também verão.

—U*: agiuideiro.

Os homens não deviam pensar se-

não em se casarei».—Uma solteirona.

O boi solto lambe-se todo.—Um ca-

sado.

Digam o que disserem, o estado na-

tural do homem é o de casado.—Um

viuvo.

Quem seria o malvado que inventou

o ajuste de contas?—Uma criada.

Os amos não deviam saber ler nem

escrever numerts.—Um gallego.

Devia ser sempre tempo de Natal.

—Um rapaz de escola.

De nenhum dia da semana gosto

mais do que da segunda feira. — Um

• sapateiro remendão.

Como está tudo caro!—Um chefe de

família.

Que ambição de oiro teem todos os

homens, e eu não posso vél o! — Um

cego.

Houve no dia 1G em Scheflield (In-

glaterra) umimmenso furacão que cau-

sou grandes estragos.

Pereceram muitos operários entre as

reinas dos edifícios em que se haviam

refugiado durante a tempestade.

Produziu numerosas catastrophes.

Entrou em ensaios theatro lyrico

do Porto a opera do nosso maestro M.

Angelo, o Eurico.

A' Conti-Feroni, sympathies prima

dona e artista de coração, está confia-

do o papel de Ermengarda; á Belardí

o de Eurico; a Orai o de Pelagio e á

contralto Concha o de Abdallah, etc.

etc.

O que estes artistas farão, revestidos

com os hábitos de taes personagens,

tão bem desenhados pelo príncipe dos

historiadores o sr. A. Herculano não

podemos ainda criticar.

Ese a mu.-ica de .VI. Angelo é per-

fil dos vultos grandiosos de Pelagio,

Eurico, e Ermeogard.i não o podámos

alliauçar, senão em todo o papjl de

Pelagio que, em Lisboa, foi desempe-

nhado pelo grande barvtono Merly.

Vem a proposito uma poesia que o

infeliz poeta ja fallecido, Cesar de Vas-

concello'*. dedicou a M. Angelo em mar-

ço de 1872:

No alto da montanha campeia o monumento;

Na baze de granito, de bronze o ornamento,

E no remate a cruz,

l)e puro aço os vultos, o todo admiravçl,

A correcção e o mimo, conjuncto inimitável,

L)c sombras e de luz.

Medir-lhe perfeições - ninguém ousara tanto,

Fôra profanação; ensinamento e encanto

Era de todos "nós.

Faltavaa expressão p'ra descrever-lhe a ideia

A melodia mystica do hyrano dç Carteia

Nào encontrara voz.

Alrtm ávido olhar se ílta no gigante,

Mysterios e bellezas busca perseverante,

E tanto acha-las crò,

Que as tvpicas figuras gentis e grandiosas,

Us hymnos ineffaveis e tramas graciosas

Tacleia, sente e vê.

As variadas fórmas, a mystica poesia

Traduz, musa por musa, a vivida harmonia

Fiel a mais não ser.

E tudo ali se topa: inspiração, talento,

Calor, vigor e seiva, ao mestre acatamento,

Amor, arte e saber.

0 brado de Pelaio ao ver a patria oppressa,

A gritado agareno que ã lucta se arremessa

Crescente contra a cruz.

ha tímida Hermengarda o susto e a alegria,

Do infeliz Eurico a intima agonia,

A orchestra traduz.

Doishoraens, face a face,

Colloca * mesmo empenho,

Ambos cultores do bel lo,

Ambos de vasto engenho,

Um moço, outro jã velho,

Um occaso, e a alvorada

Um berço que se abriga

Na gloria ja fundada.

José Maria Gonçalves é dotado de

sentimentos ferozes, e a prova é que

deu uma faca la em João Ja Gracia la

só o fallecido tinha o poder de tirar o

brinco donde elle eslava, reconhecia-

se a impossibilidade de o obter. Po-

rém Ermenalda havia de saber dar uma

solução; pés ao caminho e foram

Vencidas as resistências com promet-

timentos a.vidente aflirmou empregar

toda a sciencia. O preso foi resmun-

gando sob pretextos mais ou menos

acreditáveis, porém vendo que a pobre

lavadeira mais não podia, deu a sua

palavra.

Não prescindiu de scenario. Era caso

para lhe grangear nomeada.

Em voz siuistra e rouca, fallou d'es-

ta arte:

—E' necessário arranjar terra de se-

te egrejas, agua benta de sete pias,

sangue de sete galinhas pretas. Faz uma

mas>a, mette-a numa saca, e poem-na

durante sete poitej> debuxo'do traves-

seiro de tua filha. Não abras a sacae

traze-me tudo no fim deste tempo. In-

vocarei para proteger Ermelinda a sete

poderes do inferno, e se no fim d'isto

o sapo apparecer no meio da terra

com o brinco na boca, a tua filha será

salva. *

* *

Foram servilmente executadas estas

ordens. A' meia noite de um sabbado,

foi o momento escolhido para se rea-

lisar o promettimento.

Ermenalda estava ferozmente diabó-

lica. Tinha os cabellos desgrenhados,

as proeminências pintadas de verme-

lho, um vestuário todo negro.

Parecia atroz e era iracunda! •

As duas assistentes estavam profun-

damente obcecadas. Quasi não sentiam,

nem ouviam, nem tinham olhos para

ver. A sala era ampla ea luz discreta.

Ermenalda obrigou as a que dessem

fé da sua potencia sobrenatural. Elias,

por si, nada desejavam ver.

No ponto mais escuro collocou ura

panello novo. Na bocca d'este uma te-

soura eum pente em H symbolico Em-

punhou a varinha do condão e fazen-

do esgares e tregeitos, que obrigaram

as assistentes a fechar os olhos, pro-

nunciou o seguinte:

—Da parle do demonio, com todos

os poderes, jisiveis e invisíveis, que

estando hontem cora elle ás 10 horas

da noite na rua da Mouraria. O cri-

minoso está preso.

MADRID, 30, a 1 h. da n.

Castelar e Salmeron tiveram esta ma-

nhã nova conferencia que durou mais

de tres horas. Reuniram-se novamente

á tarde com Figueras.

O conselho reuniu ás nove horas da

noite, e Castelar deu'lhe conta das suas

negociações com Salmeron. Continua

a incerteza sobre os resultados. Pre-

tendem uns que Castelar consentirá na

recomposição ministerial, sendo Mai-

sonnave, Carvajal e Sanchez Bregua

substituídos por deputados do centro.

Outros aflirmam que Castelar insiste

em sustentar o ministério actual, pe-

dindo novo encerramento das cortes

por oito mezes.

Moriones com o seu exercito deixou

esta manhã Santona, dirigindo-se a

Miranda.

A junta insurgents de Cartagena re-

fugiou se a bordo do Numincia. Os

partidários receiam que cila os aban-

done, fugiudo por mar.

MADRID, 29.-Interior 13,28. Ex-

terior 17,00. Bilhetes hypothecariqs

faltam. — Bonds do thesouro 49,00.

Cambio sobre Londres 50,70. Id. sobre

Paris 8,27. Fabra.

MADRID, 36, ás i h. da t.

Os carlistas assestaram tres canhões

em Sestos, com os quaes fazem fogo

sobre Porlugalete. As guerrilhas bis-

cainhas e na\ arras, era força de 15:000

homens, estão em Somorrosto. Aflir-

ma se que cortaram a ponte que dá

pa sagem obrigada entre Porlugalete

e Bilbau.

PARIS, 29'—A assembiéa votou o

orçamento geral, reatando a modifi-

cação sobre a renda franeeza.

Fabra.

SERVIÇO PELO CASO SUBMARINO DS

FALMOUTH

LONDRES, 29 ás 4 h. 30 m. da t.

Caleb Cushing vae substituir Sickles

como representante «los Esia los Uni-

dos em Madrid. 102 indivíduos da

equipagem do Virgxnius chegaram a

Nova York.

L >NDRES.29.—Consolidados ídsIa-

zes 92,00. — Respaniiol ext. 17 '<)[$.

Portuguezes 44 1|2 Reuter.

delle recebi, vos chamo espirito das

trevas para me restituirdes o uriuco da

enguiçada Ermelinia.

E neste momento ouviu-se uma con-

fusâp extraordinary como d'uma ci-

dade em terramoto! Abriu a saca e

tanto bastou para que um sapo, como

que impellido por mão occulta, saltas-

se bruscamente na sala.

Abriu lhe a boca e apre-entou trium-

phaute o brinco encantado!

Marianna e a sua companheira, nun-

ca tinham imaginado tão extraordiná-

rio poderio!

Receberam o brinco em troca da

paga.

Como checou porém o brinco ás mãos

do Cancella?

Namoricos que nada promettiam os

do Carradacora Ermelinda. Umas pa-

lavras de bem. querer, olhares tímidos

e furtivos, troca de flores e nada mais.

As inclinações do Cancella eram sa-

bidas de Ermelinda e o Carrada não

as ignorava.

D'aqui se olharam a mal os dois

rivaes.

Na tarde em que Ermelinda perdeu

o brinco, na ultima caminhada para a

fonte, encontrara-se casualmente com

aquelle que preferia. Palavra puxa

palavra e o rapazola teve tentações de

1'rular um beijo. Aventurou-se, sollren-

do resistências vigorosas e asperas re-

criminações da honesta pequena. Nes-

ta lucta singellamente amorosa, em que

Ermelinda teve que se defender he-

roicamente, uma silva agreste e mal-

faceja ensanguentou-lhe a orelha e rou-

bou-lhe o brinco. No ardor de pugnar

pela sua virtude, não teve sensibilida-

de que lhe accusasse o astuto silvedo.

O Cancella que, encoberto com o mi-

lho d'ura campo, assistira nervosamen-

te ao findar da lucta, viu que n'um

ramo ficava pendurado o brinco de

Ermelinda. O Carrada, causador deste

desastre, soube como mais alguém, que

o seu inimigo apanhara o brinco e que

com elle andava fazendo endrominas.

Daqui veiu a morte do Cancella.

Coimbra, outubro de 1873.

Bento Moreno.

FOLHETIM

0 brinco de Ermelinda

(Conclusão)

Chegaram á presença de Ermenalda.

Estava solernne e concentrada como vi-

dente. Grandes locubrações lhe tinham

perturbado o somno. Perccbia-se que

tinham sido intimas as suas confiden-

cias com o demonio.

Que mulher tão potente, que tudo re-

solvia, por caminhos estreitos! Como

estava causando admiração e assom-

bro!

Marianna niostrou-se pallida e terrifi-

cada, pois que se ia pronunciar uraa

sen.ecça que p.ira tila podia ser de

morte." Ermenalda com a habitual so-

lemnidade dirigiu-lhe estas secas pala-

vras:

—Conheces o Cancella teu visinho?

—Conheço—respondeu a velha ame-

drontada.

—Pois elle é que tem na sua mão a

vida de tua filha.

—Oh! meu Deus que desgraça! —

murmurou ocultando o rosto nas mãos.

—Não vejo modo de a salvar sem

casar com elle, que é o que o homem

deseja.

—Mas se Ermelinda não quizer?—

tornou a velha entre lagrimas.

Couve minutos de silencio abafado.

Ermenalda, com os seus hábitos de con-

centração e gravidade pouco vulgar,

dava a todos estes quadros de paixão e

interesse íntimos, uma cor escura pro-

nunciada.

—O brinco — diz ella solemnisando

as suas p lavras com um entono a fie -

ctado — aqui o trouxe pelas minhas ar-

tes. Vê o bem. Vae-se desgastando. A

modo que o íô/ a tua filha irá emagre-

cendo, e quando elle se desfizer ella

morerâ. Este brinco tem-no o Cancella

e ninguém Ih o pode tirar. Está no fun-

do d'um púcaro enterrado era logar sa-

grado. Esse púcaro tem dentro ura sa-

po . e na bocca do sapo esiá o brinco.

Aqui tomou uns modos de summa

impcrlcncia.

— Assim como o sapo for esmoendo

o brinco, assim Ermelinda irá morren-

do pouco e pouco. Elle ahi vae para o

seu logar, que me nào é pos-ivel tel-o

por mais tempo.

E arremessou o brinco para um bu-

raco, que devia ser a porta do inferno.

—Que desgraça Virgem Nossa Se-

nhora — disse por entre um soluçar af

flictivo a veiha Marianna.

—De duaS uma. ou casar ou mor-

rer — pronunciou Ermenalda com voz

grave e accentuada.

Desappareceu.

♦ * *

Este Cancella era um viuvo sem fi-

lhos. Uomem de tracto pouco niicio,

tinha por companheiro um criado com

quem trabalhava as terras. As pessoas

da aldeia não o viam com bons olhos.

Delle se contavam casos escuros, d'on-

de sobresaia o de ter levado, com má

vida, á sepultura a mulher, a quem to-

dos davam o doce epitheto de santa e

martyr. Tvpo pouco vulgar, não podia

enfileirar-se com os visinhos, os quaes

chamavam á casa era que elle morava,

o antro da fera. Não tinha um amigo

que lhe valesse n'uma alflição. Todos

se escusavam a tratal-o. Eram frequen-

tes as desavenças que lhe geravam an-

tipathias, e a historia da infeliz con-

sorte, miudamente relembrada, não era

das que menos o desabonavam no con-

ceito de todos. O seu aspecto não era

de serenar ânimos e puxar inclinações.

Testa pequena, olho fundo averi-

guando por baixo de sobrancelha cer-

dosa, cara rapada e sinistra, baixote,

modos bruscos e desengraçados... fi-

nalmente um porco montez, um D.

Pascual Cucala, guerrilheiro carlista.

Nestes termos comprehende se que

desagradasse a Ermelinda.

* *

Isto vacno tempo em que os milhos

mais carecem de rega. As sérias des-

avenças entre lavradores vem muitas

vezes na partilha das aguas. Um veio

dá rega para diversos campos. Aquelle

a quem pertence n'um dia fecha a poça

no precedente. N estas occasiõesse dão

graves conflictcs que terminam a mal.

Os visinhos nào concordavam sem

pre cora o Cancella. No tempo deque

estamos fallando, deu se com elle um

desaguisado que teve fim trágico e

desastrado.

Trazia-se de rixa, por motivos que

ainda explicaremos, com um tal Car-

rada — bello moço, bom fundo e filho

de lavrador nomeado. Vinha este, á

hora crepuscular, enlevado na inno-

cente distracção de um assobiar tris-

tonho, com a sua sachola ao hombro

para represar a agua que no dia se-

guinte lhe pertencia, quando o Can-

cella estava de sentinella á poça. Não

se cumprimentaram com as. boas tar-

des, como amigos; mediram-se ironi-

camente como luctadores de circo. Um

leve tremor, prenuncio de cholera, sa-

cudia irochronamente os robustos mem-

bros d'aquelles homens. O logar e a

hora vinham de molde para ura cum-

primento desagradavel.

O Carrada despresando com o silen-

cio o mau encontro dirigiu-se á poça.

—Olá amigo, ainla é cedo para ta-

par—disse o Cancella avinagrado.

—Qual cedo, nem meio cedo vou

tapar já —retorquiu o outro azeda-

mente.

—lias de tapar se te deixarem—

tornou-lhe de má cara.

—Quem éque não deixa?—interro-

gou o Canada de cara alta.

—Eu, porque a agua é minha.

—Ora vamos a ver.

O Cancella fez menção de impedir;

porém o Carrada não esperou a resis-

tência. Deu-lhe talsacholada na cabe-

ça que o homem sem poder pronun-

ciar um «ai Jesus» caiu redondamen-

te dentro da poça.

*

Morto ?

Sim morto como depois se averi-

guou.

O brinco ficãra na mão de Erme-

nalda. Confiara-lh'o o Cancella para

as adivinhações e feitiços.

Marianna e avisinha confidente ai-

teraram-se por um lado com este suc-

cesso inesperado; porém é certo que

os pulmões lhes respiravam mais á

vontade. Se, como aflirmava a bruxa,

Page 3: DIÁRIO ILLUSTR VT)0 - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1873-12-31/j-1244-g_1873-12-31_item2/j... · se possue em Santo Amaro. Está sendo feita a gravura no ate- ... bra dos Santos

DIÁRIO ILLUSTR VT)0

SEs/ISTA ESTRAMQEIRA

A guerra de Atchin.—A guerra dos Ashantis.

—Fogo no quarto da rainlia Isabel.—O pro-

cesso dos homen> de 4 de setembro.—A

mulher e os Ulliosde Baz line.—Deflnicões

curiosas.—Morte de Beauvallet.—Auecdota.

PAUIS, 23 de dezembro. — Duas

guerras colooiaes solicitam agora a

attençào do publico europeu, a dos

hollandezes em Sumatra, e dos ingle-

zes na Africa. Os hollandezes conti-

nuam a sua marcha victoriosa; os seus

inimigos abandonaram os entrincheira-

mentos a leste de Atchiu, e os hollan-

dezes occuparam a margem esquerda

do rio Chcsse e uma mesquita.

Em seguida occuparam a outra mar-

gem e todas as fortificações sempre

com poucas perdas. O sultão de Atchin

parecia disposto a submetier-se. Na da-

ta das ultimas noticias o general Van

Swicteu cercava a fortaleza de Kra-

tora e exigia que o sultão se rendes-

se sem condições.

Em Cape-Coart os inglezes também

estão victorious; os Ashautis retiram,

muitos indijenas fazem a sua submis-

são, e ajudam os inglezes na construc-

ção de estradas que os hão dc condu-

L zir a Coumarsie, capital dos Ashamis.

^Infelizmente a febre devora os solda-

Bjlos expedicionários.

Hi llouve um dia destes grande agita-

^çào na avenida do Rei de Koma em

casa da ex-rainha de Ile^panha. Pega-

ra fogo na alcova de D. Isabel. Apa-

gou-se com facilidade.

O processo do marechal Bazaine

inspirou aos jornaes reaccionários a

idéa de pedirem o processo dos homens

de 4 de setembro. O proprio governo

se mostra descontente com e^te pen-

samento, e o Francez, orgào oflicioso

do duque cta Broglie, dizia um dia

d'estes muito seu.-aUmente o seguinte:

«Se o sr. Gambetta for condemna-

do, o sr. duque de Grammont, e ma-

rechal Le Boeul, podiam com justiça

escapar a todo e qualquer processo?

Porque é que depois de i de setem-

bro, nâo se havia de metter em pro-

cesso o 2 de dezembro, e o 24 de

fevereiro? Que tribunal seria compe-

tente? Onde encontrar juizes que uáo

fossem suspeitos? Serão recusados os

que foram demittidos pelo governo de

Tours, ou os que foram nomeados

por elle? Tern-se a certeza emtim de

que o espectáculo destas accusações

publicas contra estes grande* culpados |

políticos não despertaria a recordação

dos processos revolucionários de 1792

e 1793?»

Agora que a attençào está attraida

ainda pela personalidade de Bazaine,

dir-lhe-hei alguma coisa âcerca daiLa-

rechala.

Tem vinte e cinca para vinte eseis

annos, c é bastante çcntil; mexicana

de familia nobre, posto que não opu-

lenta, corno .-e disse, casou aos dese-

sete asnos com Bjzaiue que então ex-

ercia no Mexico o.supremo commando

das tropis francezas.

Tem tido quatro lilhos; o primeiro,

Maxiuiiliano, afilhado do infeliz impe-

rador do Mexico, e da imperatriz Car-

lota, morreu aos (res aonos; o segun-

do, Achilles, tem acompanhado seu

^)ae no captiveiro desde os dezoito

mezes; Eugénio é afilhado de Napo

leão 111 e da imperatriz Eugenia ; Af"

fonso, o mais novo, é afilhado darai"

nha Isabel edo príncipe das Astúrias.

A marechala é uma senhora muito ins-

truída, eque tem. mostrado a seu ma-

rido uma tocante dedicação.

Colho na Vida parisiense algumas

definições graciosas, que lhe envio:

Ventoinha—Bandeira dos que a não

teem.

Policia—Ultima crença, ultima ins-

tituição, ultima litteratura e ultima ne-

cessidade das nações moribundas.

Politica — O garrotilho dos adul-

tos.

Successo—Afilhado da occasião.

Popularidade —Sermos applaudidos

por pessoas pelas quaes não desejaría-

mos ser cumprimentados na rua.

Morreu da edade de 72 annos Beau-

vallet, o grande actor do Theatro fran-

cez, que tanto se distinguiu nos papeis

do velho repertorio clássico, em algu-

mas peças de Victor Hugo, e no Luiz

XI de Casimiro Delavigne. Seu filho,

Leão Beauvallet, é auctor dramatico

apreciado.

Uma aneedota:

N'um jantar, tinham se disposto pra-

tos com uma dúzia d'ostras cada um,

mas devendo servir cada prato a dois

convivas. Tinha-se começado com el-

las, quando a dona da casa começa a

fallar com um sujeito, que perdera na

guerra um dos seus sete filhos, ediz-

Ihe com ar de pezaraes:

—Felizmente ainda lhe restam seis.

O sujeito, que estava um pouco dis-

trahido, imagina que se falia nas os-

tras, e responde com toda a amabili-

dade :

—Perdão, minha senhora, quatro são

do meu visinho ! —»■

Diz ura periódico hespanhol que os

carlistas andam pela maior parte des-

calços, e que muitos ficaram desgosto-

sos porque D. Carlos não lhes permit-

tira a entrada em urnaca^a de Salva-

tierra, na qual dava um baile.

E a etiqueta? Pergunta o Diário de

Cadiz.

Como haviam de entrar sem sapa-

tos ?

Subscripção a favor de um chefe de

família, morador na rua da Esperança

n.# 40, a S. José:

Do anonymo L 700

De um anouymo 200

900

Foi curar-se hontem ao hospital de

S. José o menino Jo é Thomaz, por

ter recebido um grave ferimento no

olho esquerdo, em consequência de

Antoniu Maria lhe ter batido com um

ferro.

E' até onde póie chegar a malva-

dez.

O aggressor foi capturado eremetti-

do a juiso.

As inscripções grandes da junta do

credito publico ficaram cotadas a 45,37

com o juro pago até ao fim do 1.* se-

mestre de 1873.

Às inscripções pequenas ficaram *

45,70.

Titulos hespanhegs de 10:000 escu-

dos, 13,50.

Ditos pequenos 13,40.

Cambio, 940.

Foram conduzidas homem ao hospi-

tal de S. Jo?é tres pessoas que adoe-

ceram repentinamente em divers :s

ruas da cidade.

UV1 MALVADO

Diz o Bejense que Alvaro Jo?é Bar-

rancos desertor da cavallaria 3, homem

odiado por todos pela sua malvadez pa-

ra com a mãe e irmãs, a quem espan-

cava, no Kedondo, terra da sua natu-

ralidade, era casado na villa de Mou-

rão, ignorando quasi todos que elle fos-

se desertor, o que se soube quando foi

preso por espancar barbaramente a mu-

lher a quem tirou um olho, e quebrou

o maxillar inferior,espancando também

a sogra e a cunhada.

Foi removido da cadeia do juizo or-

dinário, que o mandara pôr á disposi-

ção do sr. general de divisão.

Auxiliou a condurção nomeada uma

escolta de seis homens e um cabo do re-

gimento de infaotena 17, e um oflicial

de diligencias, também armado com

uma espingarda de dois canos.

Pela falta de algema foi ligado com

uma corda.

O malvado dizia abertamente que

não o levavam a Estremoz, e que havia

de voltar a Mourão para assassinar o ad-

ministrador, sogra, mulher e mais al-

gumas pessoas.

Durante o caminho por mais que lhe

dissessem que apressasse o passo, dizia

que não podia andar, até que anoite-

ceu a 2,5 kilometros do Alandroal, ter-

ra onde devia pernoitar, no sitio da Co-

va da Mina, terreno muito accidentado,

com grandes rochedos, mattos e tapa-

das. Aproveitando-se do escuro poude

livrar um braço, e pulando para o lado

ficou fora da escolta; correu para baixo

perseguido dos soldados que não co-

nhecendo o terreno, e indo menos li-

vres nos seus movimentos, por causa

do armamento e equipamento, tropeça-

vam e caiam, o que deu ao preso oc-

casião de tomar uma grande dianteira.

Quasi já occulto na escuridão, voitou-se

para traz e disse:

«O meus amigos, agora eu».

Um soldado que ia mais adiantado

disse-Ihe que se entregasse, ou que lhe

fazia fogo, e continuando elle a correr

desfechou com elle, varando o das cos-

tas ao peito, do que resultou cair ins-

tantaneamente morto.

Acaba de falleccr n'um dos quartos

particulares do hospital de S. José,

victima de uma apoplexia que o ac-

commetteu, estando nesta cidade, o

sr. Jaouario José Martins, proprietário

e director da fabrica de lanifícios á pon-

te da Arriaga, em Oeiras.

Tinha pouco mais de quarenta an-

nos.

Era um artista bem conceituado, que

se elevou unicamente pelo seu génio

emprehendedor e activo.

Os operários vestiram-se de luto, por-

2ue Januario Martins patrocinava a to-

os nas suas aíllicções e necessidades.

Ouvimos que elles vão mandar resar

uma missa por alma do seu protector'

na ermida da Conceição e de Santo

Amaro, onde também se lhe farãosuffra-

gios, como irmão que era da alludida

irmandade.

A fabrica continua, debaixo da di-

recção do filho do finado, que está

instruído nos misteres do fabrico e ao

facto da escripluraçào.

Na pastelaria franceza (rua do Poço

dos Negros, 120J trabalhara cora aílin-

co para que a exposição de bolos e pro-

ductos da arte culinaria, que ali se rea-

lisa em dia de Anno Bom, faça esquecer

pelo lusimento a do dia de Natal. O pro-

prietário promette que ha de ser des-

lumbrante, e nós costumados a vel-o

cumprir bizarramente os seus compro-

missos, tencionamos visitar n esse dia

o seu estabelecimento, e recommenda-

mol-o aos nossos leitores.

A philarmonica artistica de Villa No-

va de Portimão, em signal de agrade-

cimento para com os seus socios con-

tribuintes, foi tocar no dia de Natal por

todas as ruas e praças, em que elles

residem.

Consta-nos que o pasteleiro da rua

de S. Bento, 135, está activando os

seus trabalhos para no dia de Anno

Bom apresentar uma exposição supe-

rior á de dia de Natal.

Os bons créditos que gosam os pro-

ductos d'aquella casa, habilita-nos á

augurar-lhe bons resultados Lembra-

mos aos nossos leitores que quizerem

fazer suas encommendas que não de-

vem perder tempo para serem servidos

com pontualidade.

O espectáculo de hoje no iheatro da

Trindade é bonito e alegre Represen-

tam-se as zarzuellas Entre minha mu-

lher e o negro, fíoas noites, sr. D. Si-

mão, e a comedia Por culpa do por-

teiro.

A'manhã ha baile de mascaras no sa-

lão. ;

Pede nos o sr. Jacob Rodrigues para

agradecermos em seu nome ao sr. J.

P. de Moura a dedicatória das suas cha-

radas novíssimas, publicadas no nosso

numero de hontem.

O sr. Jacob Rodrigues decifrou to-

das.

ABRANTES, 29.—Sr. redactor —

Houve hontem aqui uma recita no thea-

tro, acontecimento notável na villa.

Foi era beneficio de um artista pobre

e desvalido e por isso poucas pessoas

além de artistas ali se viam. Dos no-

táveis ninguém!

Se fosse para dirigir qualquer mon-

te pio artístico onde houvesse dinheiro

e dependencias, se se tratasse de os

reunir em qualquer club republicano

onde lhe tirassem a pellecom a usura

então o caso mudava de Ggurajcomple-

tamente.

O espectáculo compoz-se do drama

«Os Templários» e uma scena cómica

•Ura Alho.»

O desempenho foi geralmente bom,

tornando-se notáveis pela naturalidade

bom pizo e exposição os srs. Isidro e

Joaquim Maria da Silva.

Foi aqui geralmente recebida cora

agrado a exiincção dos julgados de

Mação e Sardoal. O Mação ainda será

possível que de futuro* se reintegre

visto só por indolência d'ura individuo

não ter satisfeito as perscripções le-

gaes; emquanto porém ao Sardoal foi

mais que justa a extineção mesmo

para que não continue a passar em

annexim: justiça do Sardoal; como

quem diz: justiça á turca.

Foi devidamente apreciado o bri-

lhantíssimo relatorio doexm 0,ministro

da justiça, que precede o decreto da

extineção d'algunsjulgados.

Traz aquelle documento o cunho da

elevada intelligencia que o elabo-

rou.

O sr. Barjonade Freitas é incontes-

tavelmente um dos mais grandiosos

vultos dos nossos académicos pj

e parlamentares.

Está já fuaccionando n'esta comarca

como delegado do procurador régio o

exm.* doutor João Rodrigues de Aze-

vedo. E' um cavalheiro de fino trato,

e elevada educação que estou certo

dará segurança e garantia á boa ad-

ministração da justiça

Dizem-nos que hoje se tratou na

junta dos repartidores da contribuição

industrial de diversos requerimentos

para annullações.

Do que formos sabendo iremos dan-

do successivamente noticia para que

os numerosos leitores d) lllustrado

possam apreciar como em Abrantes se

procede nas difTerentes províncias de

administração publica.

Foi preso hontem Estevão José por

ter dado com um copo na cara de Ma-

nuel Caetano da Costa, ferrador, fa-

zendo-lhe alguns ferimentos. O caso

passou-se n um armazém de vinhos da

rua da Penha de França.

CHARADAS

Dedicndu ao mau compadre c amigo»

FrunciNco Maria Telle* «la Silveira

1

Évora

Posso ser preposição — I

Também posso ser artigo, i

Variçáo sou d'ura pronome ) <* Já por todos con .ecido. 1 í

Sempre o fui teu

E muito antigo.

Pódes tu crer

No que te digo!

IXPLICÀÇÕK3 DO NUMKRO AKT*CW>BW»*

Charada— 1/ AlljO.

Charadas noviMimnn — i.» Barcarolas

—2.a Joanna—3a Retalho—4.* Amoreira—5.*

Bolabola — 6.a Vieira — 7.> Brincadeira —8.*

clialemanta — 9 • Sineta— 10.4 Sorata— II.*

Pardal—12.' Miar—13.* Pomar—U.a Faisca-

is., Pecego— 16 a Moleque — 17.a Borracha—

18.a Redemoinho. CharadaM em quadros

Casa

Amo r

Sota

Arai

BOJR

THEATRO DE S. CARLOS—Os srs. assignan-

tes que desejarem ficar com os seus eamao-

tes e logares da platea para o espectáculo de quintafeira t de janeiro de l#74. terão a bon-

dade de o declarar no camaroteiro e bilhetei-

ro do mesmo theatro até ás 4 horas da tarde

de hoje 31 de dezembro de 1873.

Quinta feira l de janriro de 187'*— Recita

extraordinaria-Goncerio, _ As 8 horas.

THE ATUO DA TRINDADE—Um portador paar

o outro mundoBoas noites sr. D. Simão —En-

tre minha mulher e o negro.

As 8 horas.

THEATRO DO GYMSASIO —Beneficio -Feiti-

ço contra o feiticeiro—Cria-lo brioso—Recei- ta para casar-Pena de Talião—Fiel o mio-

losso—O typo do llomemsinho— Assim ó que

eu gosto d'ella.

As 7 e 3 quartos.

THEATRO DO PKINCIPK RK\L-BcnPÍIcio-

A destruição do Porto de Santa Maria — O bombeiro

As 7 e 3 quartos.

CaSINO I.ISBONENSE — Concerto compa-

nhia franceza CIACO DE PRICK

Grande espectáculo equestre, gymnastico e

comico.

As 8 horas^

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65, Rua da Atalaya, 67

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ifírresDoadencias • rssiimaturas para

t Blftrlo Joruai «ta p Correspondência dc S"or-

tu«ni e para os demais penodicos da

CnOiUí e também para á «uxría do

(Lagos (i*or.ci8»o {Vftiea-

C..1 C «5vn*al «le (i'onta-

J-çlííidi.

(f c: cr, r. to ri o está aberto tpdos os

iiao kntiílcados das $ hora:- da

'iWu vu

PHOTOGRAPH O

De suas majestades fidellissiuias

PHOTOGRAPHIAS desde miniatura até tamanho natural. O seu gabinete

acha-se aberto das 9 horas da manhã até ás 4 da tarde.

2, rua do Moinho de Vento, 2 4

DELLA

V - i ill I

CARIDADE

UMA infeliz familia residente na rua

de S. Bento, 252, t.°, lado direito,

esta sem ter um lençol nem um co-

bertor, porque tudo tem vendido ;pa-

■ ra accudir as necessidades da vida.

Compaueçam-se de tanto infortúnio as almas hcnelicas e caritativas com

uma esmola pelo amor de Deus. 2

rUMTCTíM » — Por Luiz Enault, l«nIuolllV\ t vol.— Preço 300

réis. — Vende-se na typographia de

Sousa .Neves, rua da Atalaya, 65.

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Os senhores que desejarem possuir esta importante obra, dirigir-se-hâo

a Miguel Mora.—Rua do Arsenal, 94. Lisboa. 5 _________

o p.mRoiiio i'ort! gi ez IVA ciiivt, á venda na livraria de A.

E. Barata, rua de S. Paulo. » esboço* e 1'Euí'is, colecção de romances, 1 vol., na mesma loja.

ah ALF.4XDEG.4S cuaxEzt* de .ii.4C.tr, na livraria de J. J. Bor-

dalo, rua Augusta. 6

DE

58.000:0001000

0 BANCO DE PORTUGAL por si e em nome dos mais con'ractadores do Em-

préstimo, annuncia aos srs Subseriptores, que não rcalisaram os paira,

mentos por antecipaçao, que no dia 31 do corrente mez se vence a 3.a pres-

taçao de 10 O/o- .

Que o pagamento deverá ser empreleriveimenlc feito n'aquelle dia das 10

noras da manliaa até as 4 horas da larde nos locaes onde a subescripçáo se'

r eausou.

Lisboa, 24 de dezembro de 1873.

Pelo Ruitro dc Portugal

Os directores

Visconde de Ribeiro da Silva

Henrique de Barros Gomes.

TABOADA UTIL E INTERESSANTE

DE LUIZ GONCALVES COUTINHO

o a ft* fi\ \ P í\ J^ffrocntada com o tCompendio de Systema Me- . * , tricô», em fórma de dialogo, esuh-divisões mais

a .^das de metros, kilogrammas e litros, em relação ao systema antigo e

uma tabelia comparativa dos seus preços.

4- z*LISBOA—Nas toias do costume, e na imprensa de J. G. ae ^ousa a oves, rua da Atalaya. 65 e 67, a miem devem ser reitas ouaesquer

reamsições, advertindo que maior parção de exemplares tem abatimento, em

teiaçao das quantidades que se exijam.

fREÇO 60 KBIS.—EM COIMBRA.—Na Livraria Académica. 8

ÁLUGA-Si um quarto cora janella e

porta completamente in lep^nden-

te, proprio para escriptorio.—Rua do

Cruciíixo, 31, 2.'andar. 9j

CARIDADE

TENDE compaixão pelo amor de Deus,

da infeliz Maria do Carmo do Nas-

cimento e Souza viuva e entrevada

com tres ill lios menores, moradora na'

rua de Santo Antonio á Estrella n.° 29

que nao pode ganhar a sua subsistên-

cia e por isso ropa ás almas bemfaze-

jas, que se condôam de tanta miséria

e lhe acudam com uma esmola.

• « M Ml «41 % «■ , _

j)0R Luiz Enault, 1 vol. — Preço 400 i réis.—Veu'le-se na typographia de

Sousa Neves, rua da Atalava. i>ò, e re-

mette-se franco de porte a quem ua- viar a sua iraportancia. 11

30SE de Sousa Freire Bandeira de Mel-

lo tendo mudado a sua residência

para o Porto, e não tendo podido des-

pedir-se de todas as pessoas, da sua

annsade, usa dô<te meio, e oílerece-

Ihes a sua casa n'aquella cidade. 12

jV A IIVP,l?7.ConlinuaçàodeChris- ri L/ijlJ u tina, por Luiz Enault.

traducçao de Pinheiro Chagas, 1 vol

—Preço 400 róis.—Vende-se na typo^

graphia da Sousa Neves, rua da Ata-

laya, 65, c remette-se franco de por-

te a quem enviar a sua importanoia.

BTO*:® 150 ALtãiff

líENDE SE uarua daAtalaia, 65

V 50 I»©o ra. j3

Page 4: DIÁRIO ILLUSTR VT)0 - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1873-12-31/j-1244-g_1873-12-31_item2/j... · se possue em Santo Amaro. Está sendo feita a gravura no ate- ... bra dos Santos

DIÁRIO ILLUSTRADO

ilcolau Tolentino

rpODAS as obras ?m um grosso volu-

1 me, iIlustrada 5 cem muitas gravu-

ras e vinhetas, p<*r Nogueira da Silva,

1£200 rs. Typographia Castro Irmão,

rua da Cruz de Mau, 31, 15

Revista Estrangeira

1]M grosso volume iu-foho, ornada

U de bellas gravuras e litliographias

3£600 rs. Tvnographia Castro Irmão,

rua da Cruz de l'au, 31. 16

Tarjas e rotulos

*)ARA pharmacias. drogarias e perfu-

1 marias. Vendem-se na Typogra-

Khia de Castro Irmão, rua da Cruz de

lu, 31. 17

Para vinhos e licores

TUUAS e rotulos a côres e a ouro,

para todas as qualidades de vinhos

e licores. Vende se na Typographia

Castro Irmão, rua da Cruz'de Pau, 31.

Tenham compaixão

0 INFELIZ carpinteiro, que ficou sem

casa e sem ferramenta em conse-

quência do incêndio, mora na rua do

Val de Santo Antonio, n.*58, loja, aon-

de espera lhe acuda01 as almas cari-

dosas, por occasiâo do .Natal de Nos o

Senhor Jesus Chrlsto. 19

Companhia real dos caminhos

de ferro porluguezes

Ceará

O

VIA E OBRAS

ESTA Companhia recebe propostas

para a venda da herva da linha,

existente nos taludes do Entroncamen-

to a Villa Nova de Gaia, e do Entron-

camento à Fronteira.

As propostas deverão ser feitas por

lotes de I 011 mais kilometros com-

pletos O corte d* herva estará termi-

nado no dia 30de Junho proximo. Nas

estações do Entroncamento, Pombal,

Coimbra. Aveiro, Gaia, Barquinha,

Abrantes, e Elvas podem ser examina-

das as condições para esta arremata-

ção.

Lisboa. 29 de dezembro de 1873. —

O director. M. A. E*i>re<junra '.l0

DOCTOR IN ASSENTIA

0 PROFESSOR em artes, letras e scien-

das, clero e magistrados; medico,

cirurgião, dentista e artista, que de-

sejem obter o titulo ediploma de dou-

torou bacharel honorário, podem diri-

Sir-se a MEDICUS. rua do Hei. 46, em

ersey (Inglaterra, o qual dará gra-

tuitamente todas as iniorinações so-

bre a universidade. 21

DE LISBOA

BANCO LUSITANO annuneia que no sorteio a que se procedeu na camara mu-

nicipal em 20 do corrente para reembolso das obrigações do emprestimo á cidade

de Lisboa sairam sorteadas as vinte e sete dos números:

31, 56, 85, 103, 150, 161, 184, 321, 374, 475, 691, 722, 930, 933, 1043,

1114, 1157, 1306, 1320, 1329, 1356, 1449, 1467, 1472, 1501, 1526 e 1580

podendo os possuidores receber a sua importancia no edifício do mesmo Banco todas

as terças e sextas feiras das 10 horas da manhã ás 2 da tarde.

Nos mesmos dias e horas estará aberto o pagamento do coupon de 2 janeiro de

1874 de todas as obrigações do dito emprestimo o qual deve ser cortado da obrigação

no acto do pagamento.

Para conhecimento dos interessados se declara que as obrigações sorteadas deixam

de vencer juro desde o dia 1." de janeiro proximo inclusive.

Lisboa, 30 de dezembro de 1873.

OS DIRECTORES

H. E. Macieira

Germano Scrr&o Arnaud.

MUDANÇA

WbcrtO mudou o seu atelier para a

Manlo Amuro S-3.* andar esquina da Uua de 8. 0 GHWADOR

Travo«•(»«« de

Bento defronte da sua antiga morada. 23

ALU MAS CONSIDERAÇÕES STs rSfvATE

-il'VERLATIVAS DA LÍNGUA PORTUGUEZA, para auxiliar o ensino da

mesma lingua.—Preço 80 réis.

*%endà na typographia de Sousa Neves, rua da Atitava 65. U

SAÚDE SE T ' i • # ít »''l . a ■ «• '//• K * 't '

EDlCINA

yPE» -1 m

'W ■ 1 ww mmm w mm 1 1 ■ • 1 ■ ■■ wmr ■ w ■ ■ ■ « ■

,1 1 * j n * 1 '• j 1 4, '

restabelecida, Pela deliciorik

REVALESCIÈRE ^

AOS NERVOS, ESTCiYlflGO, FÍGADO.

PEITO, RI1MHÕES, BEXIGA , 3íLIS. MUCOSA,

SANGUE E INTESTINOS V1AIS ENFERMOS,

•/'o,AN NOS DE SUCCESSG. 75000 CURACOES ANNUAES.

I BARRY DU RARRV E C;l- LONDRES,

CASA MOBILADA

PRECISA-SE de tamanho regular, por

tres mezes, na cidade 011 arrabal-

des, até Belem. Resposta a este jornal,

ou á calçada do Combro (Paul listas),

51 53 26

Esmola pelo amor de Deus

VÃO ver na rua do Val de Santo An-

tonio, 26, [ • andar, a grande des-

graça de que é victima o inieliz Cae-

tano Nóbrega. Alem de doente e sem

recursos, tem sua filha enferma com um pleuriz e a deitar sangue pela

bocca. Se quereis ter as vossas almas

consoladas por uma boa accão, ide

soccorrer estes desgraçados, e tereis

ali a certeza de que é justa e bem

applicada a vossa esmola. 27

ESTA farinha restitua a saúde e o vigor ao estomago, aos nervos, aos pulmões, Qgado, glandulas, bexiga rins, ce-

rebro, sangue e mucosas, assim como o appetite, boa digestão, e som no restaurador, combatendo com successo

as más digestões (dyspepsias), gastrites, gastro-enlérites, enfartamentos, vertigens, dores de cabeça, enxaquecas,

perdas, nauseas e vómitos depois da comida ou no mar, mesmo no estado de gravidez, dores, congestão, inflamma-

ções dos intestinos e da bexiga, caimbras e espasmos de estomago. insónias, opnressão asthma, bronchite. phtisica,

estado nervoso, rheumatismo, gota. febre, tosse convulsa, epilepsia, anemia, cfilorose, vicio e pobresa de sangue,

fraqueza, suores diurnos e nocturnos, hydropsia. diabetes, pedra, doenças de crenças e de senhoras, suppressives,

etc. Este alimento é geralmente preferível ao leite e ás sopas de p3t) para crear os meninos e fortificar as pessoas

fracas de qualquer edade. Fortalece as carnes das pessoas enfraquecidas, ou inchadas.

26 ANNOS DE SUCCESSO

75:000 curas por anno, incluindo a S. S, o papa Pio IX,

do duque de Pluskow da marqueza de Brénhan. etc. etc.

Seis vezes mais nutritiva do que a carne, sem esquen-

tar; econoinisa cincoenta vezes o seu preço em remedios.

Sm caixas de 250 grammas.

O grande explorador scientiflco o dr. Linvingstone,

do seu relatorio a sociedade geographiea de Londresácer-

c& da sua origem na Africa, diz o seguinte:

•Os habitantes da província de Angola parecem gozar

4e uma felicidade elysia; não precisam medicos nem dro

fias. O seu alimento principal sendo a fíevalesdère que

du Barry introduziu na Europa, elles estão inteiramente

livres de doenças; as phtisicas, escrófulas, cancaros fe-

bres, constipações, diarrheas, são-lhes completamente desconhecidas, assim como as bexigas, o sarampo, etc.»

Roma, 14 de julho de 1866.

k saúde do Santo Padre é excel lente; particularmente

desde que, abstendo-se dos remedios com que se preten-

dia cural-o dos achaques proprios da sua edade, faz uso da excel lente He* «leacière, a qual tem operado 11a sua

elogiar bastante esta deliciosa farinha de saúde.

(Ccrrspoodencia da 6azctte du Midi, de Marselha).

BARRY DU BARRY & C/SSÃ Paris; Regent-Street, Londres; Rua de Valverde, 1, Madrid.

—Preços fixos da venda por miúdo em toda a peninsula: Em caixas de folha de lata . < 500 réis; 1'2 Jril.

800 réis; 1 kil. 15400 réis; 2 1/2 kil. 3£200 réis; 6 kit. réis

6*400, e de 12 kil 12*000 réis.

Os biscoitos de Itevalescière, que se podem comer em

todo o tempo, vendem-se em caixas de 800 e 1*400 réis.

A fíevalescière chocolatada restitue o appetite, a digestão,

o somno, e fortalece as carnes aos adultos e ás creanças

as mais fracas, e nutre dez vezes mais do que a carne,

sem esquentar.

Em pó, em caixas de folha de lata de 12 chavenas 500

réis; de 24 chavenas 800 réis; de 48 chavenas, 1*400 réis;

de 120 chavenas. 3*200 réis, ou 25 réis cada chavena.

Os pharmaceutics, droguistas, mercieiros, etc. das

províncias devem dirigir os seus pedidos ao Deposito

Central: Srs. «er*edeiio & c.*, Largo do Corpo Santo,

16. Lisboa, (por grosso e miúdo.) Carlos Barreto, rua do

Loreto,28; Barrallrmão- rua Áurea, 128.—PORTO, Désiré

Rahir, rua de Cedofeita; J. de Sousa Ferreira & Irmãos;

de Sequeira; J. Pinto. 25 I

RAMALHETE

DO OHRIS^iO

^EMANARIO religioso dedleado áa

J família* eathollcam—director O

rev. padre prégador F. da S. Figuei-

ra, prior da freguezia d'Ajuda.

Publicou-se o n.# 7 do 3.° vol. con-

tendo os seguintes artigos: Bispo de

Havana (com retrato). — Saudação á

Virgem. — 0 Christianismo. — Conti-

dencias. — Bispos de Castello Branco, l.« bispo D. Kr. José de Jesus Maria.

—Uma historia verdadeira. — Quadro

chronologico dos Papas.—Extasi, poe- sia.—A pobre, poesia.—Noticiário.

O 1.* e 2.® vol. tem 104 bellas Bra- vura#*, Cópias de quadros dos melho-

res auciores e perto de 800 artigos

religiosos e moraes, romances, poe-

sias, etc.

0 Ramalhete do Chrlatâo, é

uma encyclopedia religiosa util a to-

das as famílias cathofícas, e muito

propria para dar de premio nas esco-

las.—Vende-se unicamente no escri-

ptorio da empresa—rua d'Atalaya, 65 —Prece s»ooo réis cada volume.

Remette-se, FRANCO DE PORTE, a

Suem enviar a importancia era vales

o correio, e na absoluta impossibi-

lidade d'estes, em estampilhas.—Re-

cebem-se assignaturas para o 3.° vol., sem dependencia do 1.° ou 2.°—Cada

3 mezes ou 13 números 500 réis. Cor-

respondência ao director do jornal, rua da Atalaia, 65.

Pede-se aos srs. assinantes a quem a empresa tem escripto ácerca do

atraso de pagamento, que mandem a

sua resposta para governo da admi-

nistração. 28

Para a Bahia

AIRA' no dia 2 de

janeiro o paque-

te inglez nonuci,

que se espera de

Liverpool em 1. 'ara carga ou passagens, trata-se

na rua do Alecrim, 10.

Os agentes — Garland Laldley

& c.® 29

Para LONDRES

O vapor Tagus

ESPERA-SE a 2 de

janeiro para sair depois da in-

dispensável de- mora.

Para carga trata-se no Cae« do 80-

dré,64.

Os agentes.

30 E. Pinto DmmIo & C.»

Para LONDRES

O vapor Graphic

PSPERA-SE de 31 L* de dezembro a

1 «e ianeiro para sair depois da in-

dispensável de- mora.

Para carga tr$ta-se no Caes do So-

urc, u4.

Os agentes

31 E. Pinto Ba*to & C.«

PARA so portos

acima sairá i:

dia 5 de janeiro o

paquete mgle; . Amliroac, qUf

espera de Liverpool em 4.

Para carga ou passagens, trate se

na rua «4o Alecrim, 10.

Os agentes — «arlund Laid! ey

& c.\ 3^

CARREIRA BÀFRICá-

Yapor portugiicx Zaire, capitão

Pedre de Almeida

Tito, sairá no dia

5 0e janeiro ás 3

íoras da tarde para a Madeira, S. Vi-

cente, S. Thiajço, Principe. S. Thomé,

Ambriz, Loanda, Benguella, e M«.ssa-

medes.

Para carga e passagens, trata-se no

escriptoria de Bailey & Leetham, pro-

prietários da empresa Lusitana,rua do

rerregial de Cima. n.# 4. 33

CHARGERS REUNIS

Pernanbuco, Bahia,

Rio de Janeiro, Mon-

tevideu, Beunos-Ay-j

res e Rozario.

Ê ESPERADO em Lisboa no dia 5

ou 6 de janeiro,

0 vapor paquete

francez Vllle de Bi»hiu. dê TT5ÕÕ toneladas, capitão

Robert, que saíra para os portos aci-

ma depois da mdespensavel demora

n'este porto.

Recebe carga e passageiros de Ca-

mara para os quaes tem excellent s

accommodações

Fornece-se vinho aos passageiros de 3.» classe.

Dào-se todos os mais esclarecimen-

tos no escriptorio dos agentes.

Pereiras La Roeque

120, rua dos Capellistas, 2.® 34

Rio de Janeiro, Mode-

video e Buenos-Ayres.

Recebendo também car^a pa-

ra o Rio Grande

Mui.

[>ARA os portos

1 acima .,atrr nr

dia 7 ou 8 . »

neiro e nnquC.

inglez ■.«*•»> que se espera de Liverpool >m 7.

Para carga ou passagens trat; .c, n»

rua do Alecrim, 10.

OS agentes — fcarlund l.p'

oo

Para íi/SARSELHA

O vapor Cambviaik

nSPERA-SF de !

a 2 de ja.»eir'

para sair depcu.

da indispensável

demora.

Para carga e passagens trata-se no

Caes do Sodró, 64.

36

Os Agentes

e. pinto n»Mt« y

THE PACIFIC S1EÂM HiliTH COMP

Rio de

Para a

Janeiro,

Valparaizo,

ilha da fôadeira^

Montevideu, Buenos

Arica, islay e Cailar

Ayres,

LIMHA SEMAJVII,

PAQUETES

(#) P0T08I, 23 de dezem

PAQUETES

■■■Jumaim, 30 de dezeL

Com escala por Pernambuco e Bal ia

DE EM lô DIAS

(•) -POTOtt 23 dedezembro.

Para Pernambuco, só recebe malas e passageiros;

A velocidade d'estes vapores ê já bem conhecida, costumam c- ■ a f*

Lisnoa ao Rio de Janeira 13 dias. 1

# fará carga e passagens trata-se no Caes do Sodré, 64.

0 agente no Porto Os agentes em Lisbo;

laaco l errclra Pinto Basto. E. Pinto flauto & f «