Dialetica Pos-graduacao 2015 - Curso Completo

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Curso ministrado no Primeiro Semestre de 2015 Pós-graduação Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo Dialética hegeliana, dialética marxista, dialética adorniana 12 aulas Prof. Vladimir Safatle

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Curso ministrado no Primeiro Semestre de 2015Ps-graduaoDepartamento de Filosofia da Universidade deSo PauloDialti!a "egeliana# dialti!a mar$ista# dialti!aadorniana12 aulasProf% &ladimir SafatleDialti!a "egeliana# dialti!a mar$ista# dialti!a adorniana'ula 1Todo leitor de Thomas Mann conhece esta passagem. Ela est no captulo XXV deDoutorFaustoenarraomomentoemqueodiaboprocuraocompositorAdrianLeverkuhn para irmar com ele um pacto! mostrar"lhe o caminho da nova linguagemmusical. #onversatensa! queemdadomomento$suspensapelacontempla%&odeuma impressionante metamorose. 'ela! o diabo apresenta uma de suasespecialidades! a arte de mudar de igura. '&o! agora ele n&o se parecia mais com umrui&o ouum marginal. 'a verdade( )usava colarinho branco! gravata! e no nari* adunco! um par de +culos comaros de chire! atrs dos quais brilhavam olhos ,midos!sombrios!um tantoavermelhados. A isionomia aparentava uma mescla de dure*a e suavidade( onari* duro! os lbios duros! por$m suave o quei-o! no qual havia uma covinha!e a esta correspondia outra na ace. lvida e arqueada a testa! e acima dela oscabelos! com entradas bem deinidas! por$m densos! negros! lanosos! ao lado.Em suma um intelectual! que escreve para os /ornais comuns artigos sobre artee m,sica! te+ricoe crtico! que! ele mesmo! a* tentativas nocampodacomposi%&o musical! na medida das suas capacidades01.Em suma um intelectual! mas um intelectual bem especico! desses que temnome conhecido. 2m intelectual com quem a segunda metade do s$culo XX conviveude maneira dicil devido 3 sua consci4ncia crtica! seus livros! artigos em /ornais eentrevistas nordioque/ogavamumasombrainc5modanaeetividade( TheodorAdorno. Adorno come diavolo,como disse um dia 6ean"7ran%ois L8otard.2m diaboque n&o levar Leverkuhn ao deserto para tent"lo com poder e pra*er. 9s argumentosdiab+licos mudaram depois de certo tempo. Agora! sua tenta%&o passa por discuss:essobreo)nvel geral dat$cnicade;eethoven0! aun%&oe-pressivadoacordedes$tima diminuta no come%o do opus 111 e de como )cada som tra* em si o todo etamb$mtodaahist+ria0. est> prese1te em 9em t>%eres possABe+s, Ber FA8&T7, "uC; %ar&' logi(ue et politi(ue, op 9+t., AD7"N7, Theodor; )ial#tica negativa, op. 9+t., p. 252melhor dos casos re*ar assim( )Feconhe%a o racional na realidade01T. Ao que parece! acrticadeMar-e*escolamesmoentreautoresquediicilmentechamaramosdemar-istas.Eiscutiracorre%&ooun&odetal leituranose-igirentrarmosdemaneirasistemtica em quest&o como a perormatividade do conceito! a rela%&o da dial$tica 3conting4nciaeasrela%:esdenega%&odeterminadaentreconceitoeob/eto! oquearemos em outras aulas. Cor enquanto! h de se insistir como! mesmo a*endo talcrtica! Mar- se v4 obrigado a reconhecer uma rela%&o prounda de ilia%&o etransmiss&o. Ele dir( devemos virar a dial$tica hegeliana de cabe%a para bai-o! mash de se reconhecer que as ormas gerais do movimento responsveis pelacompreens&o correta da processualidade do e-istente / est&o todas coniguradas em?egel. Croposi%&o aparentemente surpreendente pois como $ possvel separar aestrutura l+gica de um pensamento do movimento e da transorma%&o! sua maneira deapreender a g4nese processual das ormas e das normatividades que se queremontologicamenteasseguradas! esuaimpot4nciaemuncionardeorma)crticaerevolucionria0D#omoretirar ocerneracional deseuinv+lucromstico! ouse/a!liberaradial$ticadanature*aapressadadesuassnteses! comosetal pressan&oestivesse! de certa orma! inscrita no interior da estrutura l+gico"ormal da dial$ticaDCois! se n&o se trata de critic"lo no plano l+gico! nem! por consequ4ncia! de critic"lono plano ontol+gico! ent&o como seria possvel organi*ar uma auto"crtica dadial$ticaD Aparentemente! melhor seria criticar a dial$tica em sua integralidade! comseus modelos de sntese! comsua maneira de pensar omovimentoa partir decontradi%:es! comsuaormadeencaminhar as dieren%as aestruturas gerais deoposi%&o! tal qual vrias correntes hegem5nicas do pensamento ilos+ico do s$culoXX ar&o.*ntologia em situao#oloquemos uma hip+tese undamental de trabalho que orientar nosso curso.zeneB sobre a qual o ente deve a partir de agora seapresentar Avor:stellen, prFsetierenB0NN. Ea porque?eidegger podeairmar queocogito tra* uma nova maneira da ess4ncia da verdade.'ada disto $ estranho a ?egel quando este insistir que a rele-&o! enquantodisposi%&oposicional dos entes diantedeumsu/eito! n&opodedei-ar deoperardicotomias e divis:es no interior do que se oerece como ob/eto da e-peri4ncia entreaquiloque $ para"mime aquiloque seria em"si! entre oque se d atrav$s dareceptividade da intui%&o e aquilo que $ ordenado pela espontaneidade doentendimento com suas estruturas rele-ivas de representa%&o! entre o que $ da ordemdo esprito e o que $ da ordem da nature*a! entre o que $ acessvel 3 rele-&o e o que $Absoluto. 'o entanto! ?eidegger acredita que ?egel n&o $ capa* de dar uma respostaadequada que possa superar tais divis:es. Antes! ele seria apenas a culmina%&o de umlongopro/etode determina%&opela representa%&oe de airma%&oda destina%&o-2 i*idem, p. 11--3 HEIDEGGE", :ietzsc-e II-! +dem-5 +dem -- HEIDEGGE", Holzwege, p. 11,t$cnica das coisas impulsionado pelo su/eito cartesiano. 'o interior deste modo dedetermina%&o! a verdade seria sempre deinida como ade,uatio intellectus rei, ou se/a!como adequa%&o entre representa%:es mentais e estados de coisa dotados deacessibilidade epist4mica e autonomia metasica. 9 su/eito seria! assim! oundamentodeummododedetermina%&oporrepresenta%&o! modonointeriordoqual )ob/eto0 seria apenas aquilo que ocorre 3s coisas quando elas se dei-amrepresentarpelosu/eito. Eentrodestaimagemdopensamento! oquen&osedei-arepresentarn&opodeserpensado. Cresonointeriordarepresenta%&o! osu/eitos+pode relacionar"se 3 e-terioridade do campo do representvel atrav$s da)negatividade0. Anegatividade seria assima ,ltima ast,cia de umpensamentoincapa* de escapar da representa%&o como ,nico modo de determina%&o. ?egel admiteaquilo que ?eidegger chama de )dieren%a ontol+gica0 entre ser e ente! mas apenaspara redu*ir o ser 3 imediaticidade indeterminada do nada.Tudose passa assimcomose houvesse uma antropologia insidiosa a seconundir coma modernidade! limitando as possibilidades do que h a sere-perimentado devido ao hori*onte estabelecido por nossos processos deracionali*a%&o. A possibilidade da ilosoia abandonar uma $poca hist+rica marcadapelametasicaesuas estruturas reiicadoras A$pocaqueseriaundamentalmente)metasicadosu/eito0B estariavinculada3suacapacidadedeacordar destesonoantropol+gico! abandonando um pro/eto que culmina com o imp$rio da ilosoia daconsci4ncia. A reiica%&o produ*ida pelas categorias metasicas de nosso pensamentoe-igiria uma crtica radical das estruturas que constituram o que entendemos pura esimplesmentepor )pensamentoracional0! istoparaqueumsentidooriginriodologospossa ser recuperado. 9 que e-plica proposi%:es como( )EL!1QPNb!p.ONB.Cois estarem movimentopareceserocupar potencialmente o outroagora! o outro aqui. logo! por me pro/etar em dire%&o ao outro aqui! / o conteria emmim mesmo. 'o entanto! volto a insistir! se assim osse! n&o haveria ra*&o algumapara alar emcontradi%&o! no m-imo deveramos alar de contrariedades. 'averdade! estaremosmaispr+-imode?egelseaceitarmosqueacontradi%&on&o$entreesteagoraeoagoraposterior!masentreacompreens&orepresentacional dapresen%a e a compreens&o dial$tica da presen%a. A compreens&o representacional dapresen%aadeineapartir deoposi%:es! identidadespr+prias3disponibilidadedesucess:es vinculadas 3s determina%:es doespa%o. 6acompreens&odial$ticadapresen%a tem uma prounda rela%&o de contradi%&o com o pensar representativo! /que implicar pensar a presen%a a partir da simultaneidade espectral do tempo.#ompreender que! agora! estou e n&o estou aqui! implica transormar essencialmenteo que entendemos por presen%a! como pensamos a presen%a. Cor isto! podemos di*er que o movimento dial9tico no 9 mera modifica!o,mas9adestrui!o da identidadeinicialmenteposta.Ea porque()a dieren%a emgeral $ a contradi!oem si01OG. Cara ?egel! a contradi%&o $ a determina%&o do ser apartir do primado da dieren%a. Cois contradi%&o n&o $ mera oposi%&o! mas nega%&o datotalidade da identidade inicial atrav$s do movimento da identidade reali*ar"se comoe-ce%&o de si! da totalidade encarnar"se em um termo que a nega. 9 que n&o poderiaser dierenteparaalgu$mquedeineomovimentodaess4nciacomoumaauto"nega%&o. Eeinir tal auto"nega%&o como atuali*a%&o do movimento da ess4nciasigniica que esta destrui%&o da identidade posta n&o $ ruto de um acidente! mas areali*a%&o da ess4ncia! ou mesmo a integra%&o do acidente no interior da ess4ncia. EL! 1QPNb! p. OPB. 'o entanto! o problema hegeliano consiste em saber como apresentar o ,ue 9inicialmente vazio de conceito em uma determinidade conceitual, e n&o como anular on&o"conceitual atrav$s do imp$rio total do conceito. @ possvel compreender o n&o"conceitual comooimpulsoemdire%&oaumaconcep%&on&o"representacional deconceito! a uma concep%&o processual de conceitoD Eis uma problemtica hegelianapor e-cel4ncia. #omo bem sublinhou Mabille! h!no interior mesmo da ontologiahegeliana,umriscodeindetermina%&oquesempredevemosinicialmenteassumirpara poder ap+s con4urar. Carece"me que! para ?egel! esta tarea ilos+ica maior s+ pode ser reali*adaquandotentamos responder 3quest&odas condi%:es dos modos de)apreens&oeenuncia%&oAAuffassen und AussprechenB da contradi%&oh. 9u se/a! de uma165 Y 1este se1t+do =ue 9ompree1demos a a:rma;'o de Lo10ue1esse) Jo =ue resta, se0u1do He0e%, uma des9o2erta +1est+m>Be%, ? a te1s'o e1tre au1+dade do Eu pe1so e a mu%t+p%+9+dade do 1'o pe1sado, ou 1'o 9omp%etame1te u1+:9ado pe%o pe1same1to. Todo o2@eto Npe1sadoO porta em s+ ta% te1s'o, ? por +sto =ue todo o2@eto porta em s+ a 9o1trad+;'og NL7NG8ENE&&E, 1,81, p. 51O. 8ma 9o1trad+;'o) h e1tre sua +1s9r+;'o em uma u1+dade ra9+o1a% e sua +rredut+2+%+dade Z u1+dadeQ Ni*idem, p. 52O. enuncia!o,uepossaapresentaracontradi!o, ,uepossalevaracontradi!o?dimenso das opera!"es pr3prias do conceito, da coisa e do su4eito, / que( )A coisa!o su/eito! o conceito s&o apenas esta pr+pria unidade negativa01ON.'este sentido! oconceito$dependentedacompreens&odeque( )on&o"ser doinito$oser doabsoluto01OO.' !r,ti!a deleu-eana2madascrticamaiscontundenteaestaormadepensaradieren%aapartirdacontradi%&o vem de Eeleu*e. Eeleu*e tende a compreender que a posi%&o de ?egeln&o$essencialmentedierentedamaneiraqueArist+telesdeineadieren%aeadetermina%&o. Esta articula%&o $ undamental para Eeleu*e poder airmar que o quetemos em ?egel ainda $ uma orma de pensamento da representa%&o. #omo n&o hpossibilidadedepensar adieren%anointerior darepresenta%&o! an&oser comodieren%a opositiva que se acomoda a um quadro estruturado de representa%:es! esta $a orma de Eeleu*e airmar que a dial$tica hegeliana $ um pensamento da identidade!incapa* de pensar a produtividade da dieren%a. Eeleu*e inicia airmando que a tend4ncia hegem5nica! desde Arist+teles!consisteempensar adetermina%&oapartirdequatroprincpios( aidentidadeemrela%&o ao conceito! a analogia entre /ulgamentos! a oposi!o entre os predicados deummesmosu/eitoouentre su/eitos e-teriores e asemelhan!aentre os ob/etospercebidos. Estes quatro princpios ser&o a base do que compreendemos porrepresenta%&o. Fepresentar algo$determin"loapartir deprincpiosdeoposi%&o!identidade! semelhan%a e analogia. 'o interior deste modo de disposi%&o que undaaquilo que Eeleu*e chama de )representa%&o orgHnica0! a dieren%a distingue"se dadiversidade e da alteridade! aparecendosubmetida 3 oposi%&o! que $ elevada 3condi%&o de dieren%a undamental. Arist+teles airma que $ dierente aquilo que diere do outro a partir de umelementoparticular! sendonecessrioa e-ist4ncia de umelementoid4nticoqueconstrua um campo de equival4ncia possvel. Este elemento comum pode ser o g4neroou a esp$cie. Euas coisas s&o distintas em g4nero quando n&o h mat$ria comum ougera%&o recproca! como $ o caso de coisas de categorias dierentes. Elas s&o distintasem esp$cie quando s&o id4nticas segundo o g4nero.ein dieBedeutungdas >einenhatB1PO! eletememvistaoatodequeser ob/etoparaaconsci4ncia signiica estruturar"se a partir de umprincpiointernode liga%&oeunidadeque$mododaconsci4nciaapropriar"sedomundo! constituiromundoapartir desuaimagem! oquepermitea?egel ignorar arelevHnciadasdistin%:eskantianas entre receptividade e espontaneidade.A dial$tica precisa pois aceder a umundamenton&omaisdependentedaormaauto"id4nticadoEu! oque$possvelatrav$s da supera%&o dos modos naturali*ados de determina%&o! atrav$s a ragili*a%&odas imagens de mundoque orientame constituemnossocampoestruturadodee-peri4ncias1PP.* pro3lema do infinito185 7 =ue Derr+da 9ompree1deu 2em ao a:rmar) Ja Fenomenologia do Esprito 1'o se +1teressa por =ua%=uer 9o+sa a =ue possamos 9hamar s+mp%esme1te o homem. G+W19+a da e4per+W19+a da 9o1s9+W19+a, 9+W19+a das estruturas da He1ome1a%+dade do espAr+to re%a9+o1a1doKse 9om e%e mesmo, e%a d+st+10ueKse r+0orosame1te da a1tropo%o0+a. Na Enciclop#dia, a se;'o +1t+tu%ada Fenomenologia do Esprito Bem depo+s da 1ntropologia e e49ede mu+to e4p%+9+tame1te os %+m+tes destaQ NDE""IDA, .a9=ues; %argens da flosofa, Gamp+1as) (ap+rus,1,8-, p. 15-O.18- DELE8TE, G+%%es; )iI#rence et r#p#tition, p. 65186 HEGEL, G..F.; Fenomenologia do Esprito, op. 9+t., p. 15,188 Esta ? 1ossa ma1e+ra de adotar a tese de "uC Fausto, para =uem, se 4undamenta85o ?, 1e9essar+ame1te, clarifca85o ) JApe1as os d+s9ursos 9u@os Hu1dame1tos pr+me+ros s'o de a%0uma ma1e+ra Lo2s9urosM Nou se@a, mar9ados pe%a 1e0a;'oO s'o d+s9ursos eHet+Bame1te 9%aros N1o se1t+do d+a%?t+9oOQ NFA8&T7, "uC; %ar&' logi(ue et politi(ue, (ar+s ) (u2%+sud, 1,8-,p. 35O'averdade! entreEeleu*ee?egel passaaomenosumpontoemcomum(todas as duas s&o ilosoias para as quais o problema ilos+ico undamental consisteem como pensar o ininito atual. Ineli*mente! n&o h espa%o aqui para alar sobre amaneira comque Eeleu*e pensa o ininito! mas podemos levantar algumascaractersticas do pensamento dial$tico sobre o ininito. Codemos come%ar lembrandocomo! para?egel! oininiton&oestligadoadetermina%:esquantitativas! masadetermina%:es qualitativas. '&o se trata de pensar o ininitamente grande ou pequeno!mas o ininitamente outro. Cois ininito $ aquilo que porta em si mesmo sua pr+prianega%&o e que! ao inv$s de se auto"destruir! conserva"se em uma determinidade.Eaporque ?egel pode airmar! em uma rase chave( )A ininitude! ou essa inquieta%&oabsolutadopuromover"se"a"si"mesmo! a*comquetudooque$determinadodequalquer modo M por e-emplo! como ser M se/a antes o contrrio dessadeterminidade01PQ. 9u se/a! a ininitude $ construda a partir da e-peri4ncia dacontradi%&o. 'o entanto! enquanto a contradi%&o $ compreendida pelo entendimentocomo impossibilidade de constituir um ob/eto! a ininitude permite a constitui%&o deum ob/eto da e-peri4ncia que move"se a si mesmo! que tem em si mesmo a pr+priacausadesuatransorma%&o! opr+prioprincpiodoquedestrurasuaidentidadesuposta. Mais uma ve* poderamos di*er que isto parece a*er com que o ininito se/a oato contnuo de ultrapassagem do inito! de um inito que permanece! que se conservapor precisar ser continuamente ultrapassado.Cor isto! Eeleu*e podia di*er que ! em?egel! a representa%&o ininita n&o se livra do princpio de identidade! mesmo queeste princpio da identidade agora se/a mobili*ado preerencialmente atrav$s daquiloque indicaseulimite! comoas no%:es deoposi%&o! antagonismo! contradi%&oeconlito.'oentanto! lembremos comotal leituras+seriapossvel seredu*ssemostodas as iguras dial$ticas da nega%&o 3 oposi%&o! o que est longe de ser o caso em?egel. Aoposi%&o pode admitir que s+ $ possvel p5r umtermo atrav$s dapressuposi%&o da realidade do seu oposto! que aparece aqui como limite designiica%&o. Masaoposi%&on&opodeadmitir! eaqui come%aumacompreens&odial$tica da ininitude! que a identidade de um termo 9 a passagem no seu oposto! queolimitedeumtermo! porseuseu"limite! a*partedae-tens&odopr+priotermo.Admitir isto signiicaria desarticular a pr+pria no%&o de identidade em sua or%a dedistin%&oentreelementos! oquedesarticulariaano%&ode)inito0. Coisperdidaacapacidade de distin%&o entre elementos! o que resta da identidadeD #ertamente! nadareerenteaseusigniicadohabitual. Eladei-adeter aun%&oorgani*adoraquenormalmente esperamos da representa%&o. Cor isto! para ?egel! a identidade doconceito nada tem a ver com a identidade da representa%&o. Censar o conceito Ae istoEeleu*e parecer ter diiculdade em compreender! diiculdade que