Diagnostico ergonômico de um laboratório de desenvolvimento de sistemas em uma instituição...

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D.O.I: doi.org/xxxx.xxxx.xxx.xxxxx Diagnostico ergonômico de um laboratório de desenvolvimento de sistemasem uma instituição pública de ensino superior Taelen de JesusFerreira Sousa ([email protected] / UEPA) Antonio do Nascimento Branco ([email protected] / UEPA) Nayana Teixeira Dias ([email protected] / UEPA) Ney Teixeira de Lacerda Junior([email protected]/ UEPA) Jonas de Sousa Silva ([email protected] / UEPA) Resumo:Este artigo apresenta um diagnóstico ergonômico de um laboratório de análise e desenvolvimento de sistemas (TADS) em uma instituição pública de ensino superior localizada na cidade de Castanhal, Pará. Nesse trabalho, verificaram-se os principais problemas ergonômicos do ambiente que, neste caso, configura-se como os assentos e as mesas não ajustáveis aos estudantes que frequentam o laboratório, podendo levar a riscos para a saúde destes. A metodologia utilizada é do tipo quantitativo, mais especificante um estudo de caso. Foram feitas medições no local estudado objetivando identificar possíveis não conformidades ergonômicas e, paralelamente, foi aplicado um questionário aos usuários contendo questões objetivas com a finalidade de conhecer as principais queixas destes durante o exercício de suas funções no local. Com isso, foi possível concluir este diagnóstico e apresentar possíveis soluções para os problemas encontrados. Palavras-chave:TADS, Diagnóstico ergonômico; Estudo de caso; Soluções. 1. Introdução Os diversos períodos históricos vividos pela humanidade apresentaram evoluções importantes nas formas de trabalho. Desde o Egito antigo, passando pelo feudalismo e chegando a revolução industrial, observa-se uma constante necessidade de melhorar os equipamentos utilizados e com isso diminuir os esforços físicos e aumentar a produção. Percebe-se então a presença, embora não definida, da ergonomia, ao procurar adaptar as formas de trabalho ao seu executor. A ciência da ergonomia só surgiu oficialmente em 12 de julho de 1949. Nesse dia, reuniu-se, pela primeira vez, na Inglaterra, um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. Na segunda reunião desse mesmo grupo, ocorrida em 16 de fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo ergonomia, formado pelos termos gregos ergon que significa trabalho e nomos, que significa regras, leis naturais (Murrell, 1965 apud LIDA, 2005). Varias são as definições do campo de estudo da ergonomia. Lida (2005, p.19) define tal ciência como “o estudo da adaptação do trabalho ao homem”. Onde o trabalho não abrange somente aqueles executados com máquinas e equipamentos, mas também toda situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva. O autor ressalta também que com os investimentos em ergonomia consequentemente vem à eficiência do trabalho, uma vez que as condições do ambiente proporcionam aos trabalhadores alivio físico

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Este artigo apresenta um diagnóstico ergonômico de um laboratório de análise e desenvolvimento de sistemas (TADS) em uma instituição pública de ensino superior localizada na cidade de Castanhal, Pará. Nesse trabalho, verificaram-se os principais problemas ergonômicos do ambiente que, neste caso, configuram-se como os assentos e as mesas não ajustáveis aos estudantes que frequentam o laboratório, podendo ocasionar riscos para a saúde destes. A metodologia utilizada é do tipo quantitativa, mais especificamente um estudo de caso. Foram feitas medições no local estudado objetivando identificar possíveis não conformidades ergonômicas e, paralelamente, foi aplicado um questionário aos usuários contendo questões objetivas com a finalidade de conhecer suas principais queixas durante o exercício de suas funções no local. Com isso, foi possível concluir este diagnóstico e apresentar possíveis soluções para os problemas encontrados.

Transcript of Diagnostico ergonômico de um laboratório de desenvolvimento de sistemas em uma instituição...

  • D.O.I: doi.org/xxxx.xxxx.xxx.xxxxx

    Diagnostico ergonmico de um laboratrio de desenvolvimento de

    sistemasem uma instituio pblica de ensino superior

    Taelen de JesusFerreira Sousa ([email protected] / UEPA)

    Antonio do Nascimento Branco ([email protected] / UEPA)

    Nayana Teixeira Dias ([email protected] / UEPA)

    Ney Teixeira de Lacerda Junior([email protected]/ UEPA)

    Jonas de Sousa Silva ([email protected] / UEPA)

    Resumo:Este artigo apresenta um diagnstico ergonmico de um laboratrio de anlise e

    desenvolvimento de sistemas (TADS) em uma instituio pblica de ensino superior

    localizada na cidade de Castanhal, Par. Nesse trabalho, verificaram-se os principais

    problemas ergonmicos do ambiente que, neste caso, configura-se como os assentos e as

    mesas no ajustveis aos estudantes que frequentam o laboratrio, podendo levar a riscos

    para a sade destes. A metodologia utilizada do tipo quantitativo, mais especificante um

    estudo de caso. Foram feitas medies no local estudado objetivando identificar possveis

    no conformidades ergonmicas e, paralelamente, foi aplicado um questionrio aos usurios

    contendo questes objetivas com a finalidade de conhecer as principais queixas destes

    durante o exerccio de suas funes no local. Com isso, foi possvel concluir este diagnstico

    e apresentar possveis solues para os problemas encontrados.

    Palavras-chave:TADS, Diagnstico ergonmico; Estudo de caso; Solues.

    1. Introduo Os diversos perodos histricos vividos pela humanidade apresentaram evolues

    importantes nas formas de trabalho. Desde o Egito antigo, passando pelo feudalismo e

    chegando a revoluo industrial, observa-se uma constante necessidade de melhorar os

    equipamentos utilizados e com isso diminuir os esforos fsicos e aumentar a produo.

    Percebe-se ento a presena, embora no definida, da ergonomia, ao procurar adaptar as

    formas de trabalho ao seu executor.

    A cincia da ergonomia s surgiu oficialmente em 12 de julho de 1949. Nesse dia,

    reuniu-se, pela primeira vez, na Inglaterra, um grupo de cientistas e pesquisadores

    interessados em discutir e formalizar a existncia desse novo ramo de aplicao

    interdisciplinar da cincia. Na segunda reunio desse mesmo grupo, ocorrida em 16 de

    fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo ergonomia, formado pelos termos gregos ergon

    que significa trabalho e nomos, que significa regras, leis naturais (Murrell, 1965 apud LIDA,

    2005).

    Varias so as definies do campo de estudo da ergonomia. Lida (2005, p.19) define

    tal cincia como o estudo da adaptao do trabalho ao homem. Onde o trabalho no abrange somente aqueles executados com mquinas e equipamentos, mas tambm toda situao em

    que ocorre o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva. O autor ressalta

    tambm que com os investimentos em ergonomia consequentemente vem eficincia do

    trabalho, uma vez que as condies do ambiente proporcionam aos trabalhadores alivio fsico

  • e mental, fato que os deixa mais produtivos.

    O estudo da ergonomia no deve ser valorizado somente por empresas, mas em todos

    os ambientes voltados a receber usurios, como o caso de escolas e universidades. Neste

    sentido o presente estudo pretende fazer um diagnostico ergonmico de um dos laboratrios

    de desenvolvimento de sistemas em uma instituio pblica de ensino superior, atravs de um

    confronto entre as informaes levantadas com entrevistas e analise do local com o intuito de

    identificar os principais problemas ergonmicos do ambiente, bem como fazer sugestes de

    melhorias.

    2. Ergonomia As discusses envolvendo a maneira como o homem deve se adaptar ao trabalho h

    muito permeiam o ambiente acadmico. Segundo Lida (1998), este estudo, denominado de

    ergonomia, desde sua origem, vinculou-se ao estudo de atividades militares e de produo

    industrial. Para ele, este anlise vem crescendo de importncia e hoje possvel notar uma

    maior mobilizao voltada s questes da ergonomia nos meios industriais. A ABEPRO

    (2003) ratifica esta teoria, pois para ela a preocupao com as questes ergonmicas vem

    crescendo no decorrer dos anos tambm no Brasil. Nesse sentido, a ergonomia uma

    disciplina que busca modificar os sistemas de trabalho para adequar as atividades nele

    existentes s caractersticas, habilidades e limitaes das pessoas com vista a um desempenho

    eficiente, confortvel e seguro (ABERGO, 2000).

    Com esse objetivo, inmeros autores divergem sobre a importncia da ergonomia, seu

    objeto de estudo, assim como sua melhor aplicao. Para Grin (2001), a anlise ergonmica

    do trabalho permite conhecer e explicar melhor as relaes entre as condies de realizao

    do trabalho e a sade dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, possvel propor pistas de

    reflexes teis para a concepo de situaes de trabalho, assim como melhorar a gesto dos

    recursos humanos e, como consequncia, o desempenho da empresa como um todo. Pizo

    (2010) expande esse conceito, pois introduza relao entre o trabalho planejado e o trabalho

    realizado. Para ele, h um enigma envolvendo a relao entre a tarefa e a atividade, o trabalho

    prescrito e o trabalho real, os limites da adaptao humana, os modelos do homem e suas

    dimenses, assim como os modelos da sociedade e da mudana social. Para ele, descobertas

    nesses campos contriburam para reforar o objeto de pesquisa, ou seja, o trabalho, e

    progredir em sua compreenso. Segundo Pizo (2010), tal fato permitiu que, progressivamente,

    a anlise de uma atividade pudesse ser aplicada a quase a totalidade das atividades

    profissionais.

    Por outro lado, o avano no estudo da ergonomia no trabalho e a confrontao com

    outras disciplinas tornou, segundo Danellou (2004), enfraquecido o paradigma inicial criado

    sobre a ergonomia. Para ele, a anlise homem posto de trabalho incompleta, pois outros fatores devem ser analisados, tais como: a diferena entre o trabalho prescrito e o trabalho

    real, a complexidade do raciocnio humano em inmeras situaes, a complexidade dos

    fatores de natureza coletiva na produo dos trabalhadores como regras coletivas, dimenses

    ticas, ideologias coletivas de defesa etc. Ao mesmo tempo, ele tambm ressalta a

    complexidade dos mecanismos de dano sade e o papel positivo que tem o trabalho na

    construo da sade do funcionrio.

    Nesse sentido, de acordo com as anlises anteriores, a anlise ergonmica, apesar de

    abrangente, objetiva primordialmente melhorar a produtividade, bem como as condies de

    trabalho. Para isso, antecipar ou solucionar problemas ergonmicos fundamental. Moraes

  • (2005) ressalta quais etapas so fundamentais para analisar essa questo. Para ele,

    fundamental o mapeamento dos problemas ergonmicos em uma empresa. Segundo ele, a

    apreciao ergonmica consiste na sistematizao homem-tarefa-mquina e na delimitao

    dos problemas ergonmico-posturais, informacionais, acionais, cognitivos, comunicacionais,

    interacionais, de movimentao, operacionais, de espao ou fsico-ambientais. Tal anlise,

    segundo Moraes (2005) indispensvel para a hierarquizao dos problemas, priorizao dos

    postos a serem diagnosticados e modificados e sugestes preliminares de melhoria.

    2.1. Ergonomia corretiva

    Levando em considerao as alteraes ergonmicas no trabalho e seus benefcios, a

    ergonomia dependendo do momento em que utilizada, pode ser classificada em diversas

    dimenses.

    De acordo com Wisner (1987), classifica-se a Ergonomia em trs dimenses, de

    acordo com a ocasio: Ergonomia de Concepo, Ergonomia de Conscientizao e

    Ergonomia de Correo. Onde esta ltima dimenso contribui para resolver problemas em

    situaes j existentes, buscando realizar correes.

    Schruber (2000) discorre ainda que a Ergonomia de Correo corresponde diretamente

    s anomalias que se traduzem por problemas de segurana e no conforto do trabalhador ou na

    insuficincia da produo, em qualidade e em quantidade.

    Neste contexto, faz-se necessrio a aplicao da ergonomia corretiva a partir de um

    contexto exigido a adequao.

    A ergonomia de correo aplicada em situaes reais, j existentes, para resolver

    problemas que se refletem na segurana, fadiga excessiva, doenas do trabalhador ou

    quantidade e qualidade da produo. Muitas vezes, a soluo adotada no completamente

    satisfatria, pois ela pode exigir custo elevado de implantao. Por exemplo, a substituio de

    mquinas ou materiais inadequados pode tornar-se muito onerosa. Em alguns casos, certas

    melhorias, como mudanas de posturas, colocao de dispositivos de segurana e aumento da

    iluminao podem ser feitas com relativa facilidade enquanto, em outros casos, como a

    reduo da carga mental ou de rudos, tornam-se difceis.

    2.2A ergonomia no uso de computadores

    Ter um dimensionamento correto do posto de trabalho fundamental para o bom

    desempenho do usurio. Segundo Lida (2005) qualquer erro cometido no dimensionamento

    de um posto de trabalho pode submeter o usurio a sofrimentos por longos anos.

    Ambientes de trabalho que usam computadores merecem um estudo ergonmico

    minucioso, uma vez que expem os usurios a muitos danos. Lida (2005) ressalta que as

    inadaptaes ergonmicas destes postos de trabalho produzem consequncias bastante

    incomodas e severas, elas provocam fadiga visual, dores musculares do pescoo e ombro e

    dores nos tendes dos dedos. Estas ultimas, em casos mais graves transforma-se em doena

    ocupacional chamada de distrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).

    Para minimizar os efeitos negativos do uso frequente de computadores, deve-se

    investir em equipamentos (mesas, cadeiras) que melhor possam adaptar-se a diferentes

  • usurios. As cadeiras, por exemplo, devem ter um encosto com inclinao regulvel entre 90

    e 120, altura regulvel do assento, bordas do assento arredondadas, pouco estofamento, eixo

    giratrio, amortecimento vertical e cinco ps com rodas (LIDA, 2005).

    A figura a seguir mostra dimenses e observaes recomendadas a postos de trabalho

    com computadores.

    Figura 01: Dimenses recomendadas para um posto de trabalho com computadores. Fonte:LIDA (2005)

    Outro fator que deve ser observado a luminosidade. O computador um

    equipamento que oferece uma forte incidncia de luz, a qual causa fadiga visual. Por isso

    extremamente importante manter uma luminosidade adequada no posto de trabalho para evitar

    ofuscamento. O qual , causado pela presena de fonte com muito brilho, no campo visual ou

    reflexos na superfcie de vidro no monitor. O ofuscamento e os reflexos podem ser reduzidos,

    utilizando-se fontes de luz difusa ou indireta (LIDA, 2005).

    2.3.Beneficios de investir em ergonomia

    Por ser um assunto abrangente e histrico de relativa importncia para o ser humano e

    o trabalho, proporciona diversos benefcios, uma vez que, seu estudo auxilia para melhores

    condies no mbito social e empresarial.

    Assim, a contribuio da Ergonomia para a sociedade se faz na medida em que esta

    rea do conhecimento se prope a solucionar problemas sociais ligados sade, segurana,

    conforto e eficincia, dinamizando a interao entre o homem e a mquina, ou entre o homem

    e a sua atividade, tornando, por exemplo, os meios de transporte mais cmodos e seguros, a

  • moblia domstica mais confortvel e os aparelhos eletrodomsticos mais seguros (LIDA, 2005). Ao mesmo tempo, de acordo com Msculo (2003):

    A Ergonomia visa melhorar o trabalho humano. Ela estuda as diversas capacidades

    que o homem utiliza para realizar suas atividades e, a partir da, faz a adaptao das

    mquinas, das ferramentas, do ambiente e da organizao do trabalho, s

    caractersticas humanas.

    Contudo, dentro dos vrios benefcios que a ergonomia proporciona, podemos

    destacar:

    Reduo dos acidentes de trabalho;

    Reduo dos custos decorrentes de incapacidade dos trabalhadores;

    Aumento da produo;

    Melhoramento da qualidade do trabalho;

    Diminuio do absentesmo;

    Aplicao das normas existentes;

    Diminuio das perdas de matria-prima.

    Sendo assim, vale ressaltar que tais fatores tornam a ergonomia de fundamental importncia tanto para o operrio como para a empresa. Desta forma deve ser utilizada

    visando obter o maior proveito possvel de ambas as partes.

    3. Mtodo de Pesquisa Este trabalho caracterizado como estudo de caso, o qual segundo Arajo et al. (2008)

    uma abordagem metodolgica de investigao adequada quando procuramos compreender,

    explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos quais esto

    simultaneamente envolvidos diversos fatores. Para a realizao do estudo seguiu-se a seguinte

    sequencia: Primeiramente, houve a escolha do local a ser estudado. O local foi escolhido

    levando em considerao a importncia do estudo para o ambiente. Por se tratar de um

    laboratrio para o uso de computadores, onde normalmente alunos passam cerca de 4 horas,

    faz-se extremamente importante que tal local seja adequado para no gerar danos fsicos e

    mentais para os usurios. Posteriormente, houve a realizao de um levantamento

    bibliogrfico, em que as principais fontes de pesquisa foram artigos e livros relacionados ao

    tema.

    Paralelamente, um questionrio (ANEXO A) foi elaborado aps uma analise do

    ambiente e estudo do material bibliogrfico. Buscou-se elaborar perguntas que pudessem

    fazer uma analise profunda das condies do ambiente. Nesse sentido, tais perguntas foram

    feitas de forma objetiva para que posteriormente fosse possvel analisar os resultados de

    forma estatstica. Aps esta etapa, foi realizado um levantamento de todas as medidas do local

    inclusive dos espaos entre as mesas, assim como das dimenses do mobilirio utilizado no

    ambiente. Por fim, aps a aplicao dos questionrios com 18 (dezoito) usurios do ambiente

    em questo, os resultados foram computados e juntamente com as observaes do ambiente

  • foi possvel fazer um diagnostico ergonmico do local, apontando os principais problemas

    ergonmicos encontrados, assim como fazendo sugestes de melhorias.

    4. Resultados 4.1. Anlise dos postos de trabalho

    Como podem ser verificados na figura 2, os mobilirios utilizados no ambiente em

    questo e que formam os postos de trabalho dos estudantes so bancadas e cadeiras. A

    bancada a mesma para todos os usurios.

    Figura 02: Posto de trabalho com computadores. Fonte:Autores (2015)

    Ao mesmo tempo, a figura 3 destaca a cadeira utilizada pelos usurios. Esta imagem

    evidencia a vista frontal e lateral da cadeira.

    Figura 03: Cadeira usada pelos estudantes. Fonte:Autores (2015)

    Paralelamente, na tabela 1 esto inseridas as respectivas medidas realizadas durante a

    anlise desse mobilirio.

    TABELA 1 Medidas analisadas.

  • Variveis Dimenses analisadas (m) Observaes

    Altura do assento 0,41

    ngulo do assento 90

    ngulo do assento no

    ajustvel

    Altura do teclado 0,79

    Dependendo da altura do

    usurio, no fica na altura do

    cotovelo

    Altura da mesa 0,79

    Altura da cadeira 0,89

    Profundidade da cadeira 0,48

    Largura da cadeira 0,41 No permite a movimentao

    lateral das pernas

    Altura da tela 0,98

    Fonte: Autores (2015).

    4.2. Anlise das entrevistas

    Dando continuidade pesquisa, foram realizadas entrevistas com os usurios do

    ambiente em questo. Tal fato teve como principal finalidade obter informaes a respeito de

    suas condies fsicas, assim como, suas opinies acerca dos equipamentos e o ambiente de

    trabalho. Foi realizado um total de 18 (dezoito) entrevista com os usurios do local. Ao

    mesmo tempo, para o tratamento dos dados em informaes pertinentes ao projeto, o software

    Excel verso 2010 foi utilizado para a gerao de banco de dados, assim como para a

    posterior anlise atravs do recurso denominado Tabelas Dinmicas.

    Como resultados, foi verificada a idade mdia de aproximadamente 22 (vinte e dois)

    anos entre os entrevistados. Ao mesmo tempo, a altura mdia dos usurios foi estimada em

    1,73 (um e setenta e trs) metros, assim como um peso mdio de aproximadamente 72

    (setenta e dois) quilos. De acordo com o questionrio, para o tpico dificuldade de visualizao,61% dos entrevistados no apresentam dificuldade para visualizar o quadro magntico; 33% apresentam alguma dificuldade para realizar essa tarefa e somente 6% dos

    usurios relataram ter muita dificuldade nesse aspecto. Para o tpico conforto das cadeiras, 50% dos entrevistados consideram as cadeiras confortveis ou muito confortveis, 33%

    consideram os acentos como normais e 17% os consideram desconfortveis. O Tpico Dor Relacionada s atividades em sala apresentou resultados relevantes. Nele, 78% dos entrevistados relataram sofrem de dores na coluna ou costas relacionadas s atividades em

    sala. Nessa pesquisa, apenas 22% dos usurios no relataram a presena de dores. Para o tema

    qualidade da postura nas cadeiras, 33% dos entrevistados consideram que esto mal sentados em seus postos de trabalho. Por outro lado, 67% deles avaliaram de forma positiva a

    qualidade da postura em seus respectivos acentos.

    Paralelamente, as condies de trabalho e do ambiente da sala foram analisadas,

    obtendo os seguintes resultados: Para 55% dos entrevistados, a temperatura do local de estudo

    no interfere em suas respectivas produtividades. J para 45% deles, a temperatura interfere

    de algum modo em suas atividades. A Acstica do ambiente tambm foi analisada, porm no

    obteve resultados relevantes. Segundo os usurios, 94% dos entrevistados no considera a

  • acstica do local como empecilho s suas atividades dirias. J a Iluminao do ambiente apresentou resultados divergentes. Segundo a pesquisa, apenas 11% dos usurios consideram

    a luz ambiente ruim. O restante deles, os 89%, tem uma avaliao positiva da iluminao do

    local. Ao mesmo tempo, quando indagados pelo tpico Incomodo/Iluminao do computador, 78% dos usurios responderam que no tem dificuldades com a luz dos monitores;6% a consideraram suportvel, 11% relataram algum tipo de incomodo e 5%

    responderam estar bastante incomodados com a luz do computador.

    A Figura 4 a seguir rene os principais pontos negativos evidenciados durante a

    anlise dos dados:

    Figura 4: Problemas Ergonmicos Encontrados. Fonte: Autores (2015)

    5. Concluses Dada importncia da ergonomia tanto no mbito social quanto trabalhista, pois esta

    rea aborda a importncia da sade relacionada com a qualidade no posto de trabalho, se faz

    necessrio que o ambiente profissional esteja adequado s condies ergonmicas adequadas,

    pois fundamental garantir a sade dos funcionrios, assim como evitar potencias acidentes

    de trabalho. Todavia, o estabelecimento de um posto de trabalho com qualidade, assim como

    dentro dos padres determinados por lei, refletir diretamente no desempenho dos

    funcionrios, assim como reduzir eventuais riscos ergonmicos.

    Seguindo esta lgica de estudo, aps examinar o ambienteem questo, pde-se

    averiguar a presena de algumas no conformidades dentrodesta sala de aula.Nesse sentido,

    segundo constatado atravs das medies do mobilirio, assim como atravs da consulta

    bibliogrfica, tanto as cadeiras como as mesas do ambiente so imprprias para a atividade

    analisada, ou seja, o estudo em sala de aula. Segundo esta anlise, esses mveis apresentam

  • comprimentos incompatveis com os recomendados. Desse modo, aconselhvel adequar as

    bancadas segundo os conceitos indicados pela literatura para possibilitar melhor conforto aos

    usurios desse posto de trabalho. Ao mesmo tempo, recomendada a troca imediata das

    poltronas deste ambiente, pois elas no so adequadas a este tipo de atividade j que, alm de

    apresentarem medidas inferiores s exigidas, elas no so ajustveis ao usurio.

    Ao mesmo tempo, atravs da anlise dos questionrios respondidos, foi verificada a

    presena de potenciais riscos ergonmicos para os usurios desse local.Segundo foi

    constatado, o maior ndice de reclamaes quanto s condies de trabalho foram sobre dores

    relacionadas s atividades desenvolvidas diariamente. Tal dado ratifica a necessidade de

    readequao dos postos de trabalho e troca imediata s poltronas, pois a maioria dos

    entrevistados relatou apresentar dores na coluna e nas costas, ou seja, h uma relao direta

    entre a dor apresentada pelos usurios do ambiente e o tipo de mobilirio utilizado por eles.

    Portanto, ao final deste estudo, foi possvel constatar a real importncia da ergonomia

    em um posto de trabalho, assim comoa influencia de um ambiente no adequado

    ergonomicamente na sade dos usurios. Nesse sentido, foi possvel evidenciar a presena de

    riscos ergonmicos em um ambiente real, assim como tal estudo propiciou a criao de

    sugestes para reduzir esses riscos, assim como contribuir para a melhoria da sade dos

    usurios desse ambiente.

    Referncias

    ABERGO (Associao Brasileira de Ergonomia). . Acessado em 16 de novembro

    de 2003.

    ARAUJO, C et al. Estudo de caso: Mtodos de investigao em educao. Instituto de educao e psicologia,

    Universidade de Minho, 2008. Disponvel em . Acesso em 16 de

    mar, 2015.

    DANIELLOU, F. Apresentao edio brasileira. In: DANIELLOU, F. (Coord.). A ergonomia em busca de

    seus princpios: debates epistemolgicos. 2 edio rev. Ocupacional. UTP, 2000.

    GRIN, F. et al. Compreender o trabalho para transform-lo: a prtica da ergonomia. So Paulo: Edgard

    Blucher, 2001.

    LIDA, I. Ergonomia: projeto e produo. So Paulo: Edgard Blucher, 2004a. p. 8-10

    e ampl,. So Paulo: Edgard Blcher, 2005.

    SCHRUBER, J. Aula de ART II Mdulo de Ergonomia.Curso de Terapia.

    WISNER, A. Por dentro do trabalho. So Paulo: Obor/FTD, 1987.

    MSCULO, F.S. Ergonomia. Aula para o Curso de especializao em Engenharia de Produo.

    UFPB/CT/DEP. Joo Pessoa, 2003.

    MORAES, Ana de (Org.). Ergodesign de produto: agradabilidade, usabilidade, segurana e antropometria. Rio

    de Janeiro 2005.

    Pizo, C. A. et al. Anlise ergonmica do trabalho do conhecimento gerado. Prod. v. 20, n. 4, p. 657-668, 2010

  • ANEXO A Questionrio de Avaliao Ergonmica

    1. Como voc avalia as cadeiras em que voc senta diariamente em sua sala de aula?

    ( )Muito desconfortvel ( )Desconfortvel ( ) Normal ( )Confortvel

    ( )Muito confortvel

    2. Como voc avalia a qualidade da sua postura quando sentado nas cadeiras da sua sala?

    ( )Muito Mal sentado ( )Mal sentado ( )Sentado normalmente ( )Bem

    sentado ( )Muito bem sentado

    3. Voc j sentiu algum tipo de dor relacionada s suas atividades em sala de aula? (Dor nas

    costas, nas mos, nos ps, na coluna, etc.)

    ( )Sim ( )No

    3.1. (S responda se sua resposta questo anterior foi: SIM) Em qual do seu corpo h maior incidncia de dor relacionada com suas atividades em sala de aula?

    ( )Costas ( )Coluna ( )Mos ( )Ps ( )Outros :___________

    4. Em sua opinio, a temperatura da sua sala de aula interfere na sua produtividade diria?

    ( )Sim ( )No

    4.1. (S responda se sua resposta questo anterior foi: SIM) Como voc avalia a temperatura do ambiente em sua sala de aula?

    ( )Muito quente ( )Quente ( )Normal ( )Frio (

    )Muito frio

    5. Voc sente dificuldades em enxergar as anotaes no quadro magntico de sua sala?

    ( )Sim ( )No

    5.1. (S responda se sua resposta questo anterior foi: SIM) Como voc avalia a sua dificuldade em enxergar as anotaes no quadro magntico de sua sala?

    ( )No enxergo

    ( )Muita dificuldade para enxergar

    ( )Depende da fonte das anotaes

    ( )Um pouco de dificuldade

  • ( )Quase no tenho Dificuldade para enxergar

    6. Como voc avalia a iluminao do seu ambiente de estudo (sala de aula)?

    ( )Muito ruim ( )Ruim ( )Normal ( )Boa (

    )Muito Boa

    7. A luz da tela do seu computador lhe incomoda?

    ( )Sim ( )No

    7.1. (S responda se sua resposta questo anterior foi: SIM) Como voc avalia a iluminao da tela do seu computador?

    ( )Insuportvel

    ( )Me incomoda muito

    ( )Me incomoda, mas suportvel

    ( )Me incomoda um pouco

    ( )suportvel

    8. A Acstica de sua sala de aula lhe incomoda quando voc est estudando ou em aula?

    ( )Sim ( )No

    8.1. (S responda se sua resposta questo anterior foi: SIM) Como voc avalia esse incomodo?

    ( )Insuportvel

    ( )Me incomoda muito

    ( )Me incomoda, mas suportvel

    ( )Me incomoda um pouco

    ( )suportvel