DIAGNÓSTICO DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE MATEMÁTICA DA...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO BIB03206 - FUNDAMENTOS DA PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS PROFESSORA JENIFFER ALVES CUTY Caroline Vargas Corrêa, Vinicius da Rosa Nunes DIAGNÓSTICO DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULFACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃOBIB03206 - FUNDAMENTOS DA PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS

PROFESSORA JENIFFER ALVES CUTY

Caroline Vargas Corrêa, Vinicius da Rosa Nunes

DIAGNÓSTICO DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE MATEMÁTICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

PORTO ALEGRE2012

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Resumo

Apresenta um diagnóstico sobre a prática da conservação e restauração de documentos na Biblioteca do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Verifica todos os fatores que influenciam na conservação do acervo, tanto internos quando externos. A metodologia foi realizada através de inspeções realizadas na biblioteca guiadas pela bibliotecária responsável.

Palavras-chave: Biblioteca do Instituto de Matemática. Conservação. Restauração.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................32 INSTITUIÇÃO......................................................................................................................32.1 Equipe de trabalho ............................................................................................................32.2 Acervo ..............................................................................................................................32.3 Serviços oferecidos pela biblioteca ..................................................................................43 MACRO AMBIENTE ........................................................................................................53.1 Localização .......................................................................................................................53.2 Entorno do prédio .............................................................................................................74 MEDIO AMBIENTE .........................................................................................................84.1 Rachaduras, vazamentos e infiltração................................................................................84.2 Cupins ..............................................................................................................................94.3 Climatização ....................................................................................................................94.4 Iluminação ......................................................................................................................104.5 Limpeza ..........................................................................................................................115 MICRO AMBIENTE.........................................................................................................115.1 Acondicionamento do acervo .........................................................................................115.2 Conservação e restauração .............................................................................................125.3 Usuário ...........................................................................................................................146 INCÊNDIO .......................................................................................................................147 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................158 REFERENCIAL TEÓRICO ...........................................................................................169 REFERÊNCIAS.................................................................................................................17

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1 INTRODUÇÃO

      O presente trabalho tem como objetivo apresentar os dados coletados nas visitas a Biblioteca da Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no intuito de fazer um diagnóstico de sobre as condições e as rotinas de preservação da Instituição. Na primeira parte do trabalho é realizado um relato sobre o histórico da Instituição, equipe da biblioteca,  apresentação do acervo e os serviços que a Biblioteca possui. Na segunda parte, é feita a classificação em macro ambiente, médio ambiente e micro ambiente, dos dados coletados na visitas. Por fim colocamos as nossas considerações sobre perigo, risco e conservação preventiva.

2 INSTITUIÇÃO

      A Biblioteca do Instituto de Matemática da UFRGS foi fundada em 9 de março de 1959. No início da década de 70, a Biblioteca passa a integrar o Sistema de Bibliotecas da Universidade (SBU), e, em 10 de maio de 2004, passa a denominar-se Biblioteca Professor Antônio Rodrigues. Está vinculada administrativamente ao Instituto de Matemática e tecnicamente à Biblioteca Central.    

2.1 Equipe de trabalho       

      A equipe da Biblioteca possui uma Bibliotecária-Chefe, responsável pelos livros e gestão da biblioteca, chamada Sibila Binotto Yamasaki que nos conduziu na visita guiada; a Bibliotecária concursada Andréia Postal, responsável pelos periódicos e COMUT, o Bibliotecário concursado Juliano Camargo, responsável pela produção intelectual docente e discente; cinco bolsistas de diversos cursos; o Técnico-Administrativo João Maciel, responsável pelo atendimento aos usuários e o   Técnico-Administrativo Luis Nunes, responsável pela encadernação e restauração de livros.

2.2 Acervo

      O acervo é especializado na área de Matemática Pura e Aplicada e na área de Estatística. A consulta ao acervo pode ser feita pela internet através do catálogo online SABi - Sistema de Automação de Bibliotecas. A produção científica docente e discente do Instituto também se encontra disponível para consulta neste Sistema. As teses, as dissertações e os trabalhos de conclusão de curso, entre outros, estão disponíveis no Lume - Repositório Digital da Universidade.       A Biblioteca coopera com o Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Periódicas e Seriadas - CCN/IBICT e participa de redes cooperativas em nível nacional, que permitem a obtenção de documentos não disponíveis no acervo local, atuando como Biblioteca–base no sistema de COMUT/IBICT.              A Biblioteca não possui uma verba específica para a compra de materiais, esta solicitação deve ser feita ao Diretor do Instituto de Matemática. Porém, a melhor epoca de aquisição de materiais é no final do ano devido a sobra de verbas no Instituto.   A aquisição de livros é feita pela UFRGS através da Biblioteca Central, a bibliotecária relatou que existe um projeto de unificar as bibliotecas setoriais do Campus do Vale formando, dessa forma, uma única biblioteca que será um órgão

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novo vinculado a Reitoria e não mais ao Instituto de Matemática. A previsão de implantação desse projeto que construirá a Biblioteca Campus do Vale é de aproximadamente quatro anos.

2.3 Serviços oferecidos pela Biblioteca  

A biblioteca possui diversos serviços, para melhor atender seus usuários, são eles:  

Atendimento ao usuário: Auxílio dado pelos bibliotecários para a busca, pesquisa e localização da informação procurada pelo usuário.

Empréstimo domiciliar: O material bibliográfico pode ser retirado por empréstimo por todos os usuários com vínculo ativo com a UFRGS – professores, alunos e servidores técnico-administrativos.

Empréstimo de material com status de consulta local: Empréstimo com prazo de 3h (três horas), mas poderá ser reduzido quando estiver próximo ao horário de fechamento da Biblioteca.

Consulta local: A Biblioteca oferece à comunidade o serviço de consulta local de todos os materiais do acervo para leitura e estudo na sede. O material consultado não deve ser recolocado nas estantes, mas deixado sobre as mesas para ser guardado pela equipe da Biblioteca.

Visita orientada: Consiste em guiar o usuário no ambiente da biblioteca. Necessita agendamento prévio por e-mail.

Acesso rápido ao Portal de Periódicos CAPES e ao Repositório Digital LUME por meio do site da biblioteca;

Solicitação de cópias: Os usuários podem obter cópias de artigos de periódicos ou teses que estão em outra biblioteca do Brasil. As solicitações podem ser realizadas por e-mail e caso o periódico não seja encontrado este pedido pode ser encaminhado à Biblioteca Central para fazer a solicitação ao exterior.

Treinamentos: Capacitam o usuário no uso do catálogo SABi bem como no uso das bases de dados assinadas pela UFRGS e Portal de Periódico CAPES. Necessita agendamento prévio por e-mail.

A penalidade é consequência do atraso na devolução de livros emprestados.

Penalidade: De acordo com o Regulamento de Circulação de Coleções do Sistema de Bibliotecas da UFRGS, ocorre a cobrança de taxa por atraso na devolução ou pela perda de documento pertencente ao SBU. Todo valor recolhido é depositado na conta única da União. Para consulta local o valor é de R$ 1,00 por hora já os demais documentos a taxa é de R$ 1,00 por dia de atraso.

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3 MACROAMBIENTE

3.1 Localização

   A biblioteca está localizada no Campus do Vale da UFRGS na Avenida Bento Gonçalves, 9500, Prédio 43124 no Bairro Agronomia em Porto Alegre, ocupa uma parte do Morro Santana e faz divisa com o município de Viamão.

Foto 1. Localização da Biblioteca do Instituto de Matemática no Campus do Vale

Fonte: wikimapia.org, 2012·.  

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O entorno do Campus se caracteriza por ser bastante arborizado, o excesso de vegetação torna o ar úmido e protege a área contra os ventos, como o Campus é mais afastado da área de maior habitação da cidade não existem grandes fontes de poluição ou de ruídos significativas. Os carros e os ônibus transitam relativamente longe do prédio. No entanto, perto do Prédio onde está localizada a Biblioteca, existe um arroio chamado Arroio Mãe d’Água, ilustrado abaixo pela Foto 2:

Foto 2: Ponte do IPH no Campus do Vale acima do Arroio Mãe d'ÁguaFonte: panoramio.com, 2012.

           Este Arroio recebe, diariamente, esgoto e diversos outros resíduos oriundos da Vila Santa Isabel, município de Viamão, o que gera um forte odor nas imediações e gera uma grande umidade.

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3.2 Entorno do Prédio

     Apesar do Campus do Vale ocupar uma parte do Morro Santana o terreno onde está localizado o prédio é plano. É feito de concreto pré-moldado e tijolos com árvores em seu entorno protegendo o prédio contra a radiação solar. O ambiente, segundo a bibliotecária, não parece muito úmido, a biblioteca possuía medidores de umidade, mas acabaram estragando e não houve interesse em trocá-los.        Como mostra a figura 1, os prédios ficam bem próximos um do outro no Campus, em geral, foram construídos com o mesmo material, por este motivo, a construção não foi projetada para abrigar especificamente o acervo.       A entrada da Biblioteca fica voltada para o Sul, e o prédio acaba recebendo maior luz durante a parte da manhã e no final da tarde a luz incide no lado leste.

         

Foto 3: Parte lateral da biblioteca ( Leste )

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4 MEDIOAMBIENTE

Relação da divisão dos espaços da biblioteca.

4.1 Rachaduras, vazamentos e infiltração

Em um dos pilares da biblioteca, há uma rachadura eminente de um vazamento da parte superior do prédio, onde se encontra um laboratório de química. Houveram alguns vazamentos devido ao mal uso do laboratório, em alguns casos deixaram a torneira ligada, causando vazamentos e molhando alguns periódicos da biblioteca. Além desta rachadura, há uma torneira praticamente no meio da biblioteca, já houveram alguns casos de vazamento, não prejudicando diretamente os livros, mas molhando parte do chão. Ao lado desta torneira encontra-se um ralo, para onde parte da água escorre. A bibliotecária nos informou que esta torneira fazia parte de uma pia que havia ali e que auxiliava as funcionárias responsáveis pela limpeza. Após a reforma pela qual o prédio passou, esta torneira foi lacrada.

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Foto 4: Rachadura localizada próxima ao centro da biblioteca.

4.2 Cupins

   Na biblioteca encontramos ainda o problema em relação aos cupins. Pelo fato das estantes não serem de madeira, ela não atinge diretamente o acervo, mas encontramos muitos cupins no concreto do prédio. Devido a este problema, parte do teto teve que ser revestido pois estava caindo muito farelo nas mesas e no próprio acervo devido a ação dos cupins. Os cupins não se alimentam do concreto em si, mas de alguns microrganismos que se encontram na areia usada no concreto.

4.3 Climatização

   Segundo a bibliotecária, a ventilação que passa pela biblioteca é boa, sem excesso nem escassez. Parte das janelas ficam abertas, excluindo as janelas da sala administrativa, onde ficam os computadores, e onde antigamente ficava o dinheiro recorrente das multas por atraso na devolução dos livros. Foi solicitada a compra de quatro ar-condicionados, um será colocado na sala da bibliotecária, dois serão colocados no lado leste da biblioteca, e um no lado oeste. Não há mofos nas paredes, e os livros não chegam a empenar.

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4.4 Iluminação

   Não há uma incidência muito grande de luz solar na biblioteca e nem no acervo. Por localizar-se no térreo, e estar cercada de outros prédios bem próximos a ela, a luz solar atinge muito pouco a biblioteca, necessitando assim de um maior número de lâmpadas para uma melhor iluminação do ambiente. Todos os livros que ficam na parte superior das estantes foram retirados, devido à sua proximidade das lâmpadas fluorescentes.  A leste da biblioteca há uma pequena incidência de luz solar, que atinge parte dos periódicos, para diminuir futuros danos, foram colocados alguns pedaços de papel pardo nas janelas com a intenção de diminuir o efeito da luz solar nos periódicos.

Foto 5: A última prateleira da estante sem livros devido à proximidade com as lâmpadas.

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Foto 6: Papel pardo nas janelas para diminuir a incidência dos raios solares.

4.5 Limpeza

   Uma empresa terceirizada é responsável pela limpeza da biblioteca. Diariamente o lixo é retirado das cestas e semanalmente é passado um pano umedecido pelo chão da biblioteca. No período de férias passa-se uma máquina com cera no chão de toda biblioteca. Antes da atual bibliotecária assumir como responsável da biblioteca, a biblioteca era varrida diariamente.

5. Microambiente

   5.1 Acondicionamento do Acervo      O acervo da biblioteca é constituído basicamente de livros, periódicos, teses, dissertações, CDs e DVDs. Na entrada da biblioteca, em um armário de ferro, ficam guardados os CDs e DVDs, cada um em uma caixinha de plástico. No lado esquerdo da biblioteca ficam todos os periódicos, em estantes de ferro, sendo que estes estão passando por uma reorganização e recondicionamento, onde passarão a ser guardados em caixas que estão sendo confeccionadas pela Andreia (bibliotecária concursada), com o auxílio da Carol (bolsista graduanda em biblioteconomia).

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5.2 Conservação e Restauração      A biblioteca não realiza nenhum tipo de conservação preventiva diretamente nos livros, mas sim de restauração quando estes se encontram num estado onde não mais podem ser manuseados de forma adequada pelo usuário. Esta função cabe ao funcionário Luis (técnico administrativo), que realizou um curso de restauração no laboratório da FABICO, e após ter gostado do curso interessou-se por esta área de restauração. Vendo o interesse do funcionário, o instituto lhe pagou um curso de restauro (O Luiz não soube nos informar onde foi o curso) e ele acabou assumindo a responsabilidade pelas restaurações dos livros do acervo. Os livros que possuem uma procura maior por parte dos usuários recebem prioridade para serem restaurados. Segundo o Luiz, a cola que usam em alguns livros assemelha-se a uma cola quente, que acaba por se quebrar com o decorrer do tempo. No processo de restauração, ele retira esta cola, retira a capa, coloca um reforço de pano, cola novamente com uma cola produzida por ele, coloca uma contracapa e também faz a costura do livro. Em alguns livros onde alguma das páginas iniciais são arrancadas, ou caem devido ao estado do livro, é feito uma cópia desta página e colocada no livro, no seu lugar de origem, para que o conteúdo original do livro não se perca. Em média são realizadas quinze restaurações por mês.

Foto 7: Livro que irá passar pelo processo de restauro.    A prensa que era utilizada no processo de restauração era muito antiga, causava um trabalho braçal muito desgastante, constantemente os funcionários apertavam os dedos ao utilizarem, e o resultado não era o esperado, pois os livros frequentemente entortavam, além da dificuldade que havia em relação a livros grandes. Devido a estes problemas, a biblioteca adquiriu uma prensa hidráulica, que facilitou muito neste processo, tornando-o mais rápido e fácil.

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Foto 8: antiga prensa utilizada no processo de restauração dos livros.

Foto 9: Prensa hidráulica utilizada na restauração dos livros 13

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5.3 Usuário

   A bibliotecária nos relatou que os usuários da biblioteca, principalmente alunos, não possuem muitos cuidados com o manuseio dos livros que retiram. Muitas vezes os livros voltam rabiscados e com “olheiras”. Um dos motivos apontados para este problema é o fato dos alunos fazerem muitas cópias dos livros, neste processo o livro acaba sendo avariado pelo mal manuseio nos locais onde se fazem as cópias. Devido a este fato, será adquirida uma máquina de scanner para a biblioteca, para que as cópias dos documentos possam ser realizadas na própria biblioteca, evitando assim maiores avarias pelo manuseio de terceiros.

6. Incêndio

   Alguns anos atrás (a bibliotecária não soube nos informar a data exata) ocorreu um incêndio dentro da biblioteca. Segundo alguns relatos de funcionários que trabalhavam na biblioteca na época, o incêndio fora causado por um curto-circuito em um dos ar-condionados que deixaram ligado no dia anterior. Devido a este incêndio, algumas precauções foram tomadas. O piso que antes era de carpete, agora é de sinteco. Há extintores de água pressurizada, para materiais como papel, madeira, tecidos e extintores com gás carbônico, para materiais elétricos. Além disso, todos os equipamentos elétricos são retirados da tomada ao fim do expediente.

Foto 10: Extintor de incêndio tipo C (para materiais elétricos)

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7. Considerações Finais

Tendo já um conhecimento básico sobre teorias e práticas de conservação e restauração de documentos, avaliamos como mediano o nível da estrutura da Biblioteca do Instituto de Matemática em relação aos cuidados com seu acervo. Os funcionários possuem conhecimento e sabem das necessidades do acervo para que ele se mantenha em um bom estado, o principal problema que encontramos é o financeiro. Eles encontram muitas dificuldades para adquirir equipamentos e melhorar a estrutura da biblioteca para um melhor acondicionamento do acervo. Apesar disso, eles encontram algumas soluções que diminuem os efeitos danosos que os documentos sofrem com o manuseio dos usuários com o passar do tempo. Após este diagnóstico, apontamos alguns aspectos mais emergencias em que a biblioteca deveria tomar alguma providência:

Os funcionários deveriam receber treinamento em caso de incêndio

Poderia ser disponibilizado para o usuário, através do site, manuais de conduta para o manuseio correto dos documentos retirados.

Os funcionários responsáveis pela limpeza devem receber dicas para que a limpeza da biblioteca não prejudique o acervo.

Devem ser instalados ar-condicionados para se obter um maior controle da temperatura da biblioteca.

As lâmpadas fluorescentes que ficam nos corredores de livros devem ser trocadas por lâmpadas com sensores de presença, diminuindo o tempo que os documentos ficam expostos aos seus efeitos.

Deve haver um controle maior da umidade da biblioteca, por localizar-se em uma área repleta de vegetação.

Contratar uma empresa para eliminar o problema em relação aos cupins.

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8. Referencial Teórico

Este capítulo apresenta uma explicação adicional sobre alguns dos conceitos e definições utilizados no trabalho. Segundo Silva (2005) a conservação é uma intervenção no suporte para aumentar sua durabilidade e permitir que a informação contida neste seja acessado futuramente.”É uma intervenção direta que deverá aumentar a esperança de vida do bem patrimonial, esteja ele em bom ou mau estado.”. Silva (2005) p. 180.

A restauração, ainda segundo Silva (2005), intervém no suporte para recuperar o máximo possível as suas condições originais. “É também uma ação direta que deverá valorizar o sentido, o significado, a mensagem do bem patrimonial em mau estado.”. Silva (2005), p. 180.

A conservação preventiva, como o próprio nome diz, é uma ação preventiva no documento para evitar restauração. A conservação preventiva visa evitar que o suporte sofra a intervenção da restauração que nem sempre preserva a estrutura original do suporte. É uma ação interdisciplinar, pois precisa de profissionais de diversas áreas do conhecimento para que possa ser efetivamente implementada. Segundo Silva (2005) “A conservação preventiva implica melhorias e controle do meio-ambiente na área de guarda dos acervos, no acondicionamento, na armazenagem e no uso dos documentos com o objetivo de retardar o início do processo de degradação dos suportes. É uma intervenção indireta, preventiva, que considera a totalidade do acervo e dos agentes humanos (técnicos e usuários), sendo, pois, um tratamento realizado no e em função do conjunto do acervo.”.

A preservação abrange os conceitos citados acima, ou seja, engloba a restauração, a conservação e a conservação preventiva, e inclui algumas ações e escolhas da instituição. Segundo Silva (2005) “... a preservação é toda e qualquer ação que, recorrendo à plataforma tecnológica disponível, aos conhecimentos técnico-científicos existentes e às políticas institucionais, visa garantir a estabilidade química e resistência mecânica aos materiais que compõem os suportes onde está registrada a informação.”.

O Gerenciamento ambiental é a relação entre o Macroambiente, Medioambiente e Microambiente. O Macroambiente é o local onde esta situada a Unidade de Informação, rua/avenida, fluxo de veículos, microclimas, topografia, paisagem, instalações físicas, edificação reciclada ou o construída para este uso;O Medioambiente é as salas onde se localizam o acervo, ou seja, reservas técnicas, áreas de exposição, laboratórios.O Microambiente é o local e a forma de acondicionamento do suporte e seu mobiliário.

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9. Referências

Silva. C. A. A Preservação da Informação. In: <http://www.ufrgs.br/sga/biblioteca-sga/textos-

cga/links/Questoes_Ambientais.pdf>

CRUZ E SOUZA, Luiz Antônio e FRONER, Yacy-Ara (org.). Roteiro de avaliação e diagnóstico de conservação preventiva. Tópicos em conservação preventiva 1. Projeto: Conservação preventiva: avaliação e diagnóstico de coleções. Programa de Cooperação Técnica: IPHAN e UFMG. Belo Horizonte: LACICOR − EBA − UFMG, 2008. p. 43.

SILVA, Sérgio Conde de Albite. A preservação da informação. Cadernos do CEOM, ano 18, n.22. Arquivo: pesquisa, acervo e comunicação. Chapecó: Argos, 2005. p. 177 a 190.

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