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  • DIAGNOSTICO DE LEPTOSPIROSE EM UM EQUINO COM UVETE

    DIAGNOSIS OF LEPTOSPIROSIS IN A HORSE WITH UVEITIS

    Mauricio Deschk1*; Guilherme Gonalves Fabretti Santos1; Celso Antonio Rodrigues3; Juliana Regina Peir2; Francisco Leydson F. Feitosa2; Daniela B. Rozza2; Luiz Cludio

    Nogueira Mendes2. Resumo A uvete recorrente eqina (URE) a causa mais comum de cegueira nos equinos. A doena se caracteriza por processos inflamatrios intraoculares repetidos seguidos por perodo de queiscncia clnica. A fase aguda predominantemente envolve a ris, corpo ciliar e coride. Os sinais clnicos da URE so similares aqueles apresentados por outras causas de uvete. Relata-se um caso de um eqino com URE que apresentava opacidade bilateral e intensa dor ocular que evoluiu para cegueira bilateral. A soroaglutinao microscpica e a microscopia em campo escuro foram utilizadas no diagnstico. Houve isolamento sorolgico para Leptospira interrogans sorovar icterohaemorrhagiae com um titulo de 1:200. Termos de indexao: Uvete, leptospirose, eqino, oftalmologia Abstract Equine recurrent uveitis (ERU) is the most common cause of blindness in horses. The diasease is characterized by episodes of intraocular inflammation followed by variable periods of lack of inflammation or quiescence. The acute phase predominantly involves inflammation of the iris, ciliary body and choroid. The clinical signs of ERU are similar to those of other causes of uveitis. A case of a horse with ERU was report. The animal showed opacity and intense pain in both eyes, leading to bilateral blindness. The microscopic agglutination test and dark field microscopy were used for the diagnosis of leptospirosis infection. The horse had a positive title of 1:200 to Leptospira interrogans sorovar icterohaemorrhagiae. Index Terms: Uveitis, leptospirosis, equine, ophtalmology.

    O olho dos animais domsticos consiste do bulbo do olho e de vrias estruturas

    acessrias como os msculos oculares que movem o bulbo, as plpebras que o protegem e o aparelho lacrimal, que mantm midas suas partes expostas (DYCE et al 2004).

    A tnica mdia tambm conhecida como vea. A inflamao das estruturas que a compe chamada de uvete (DEARO, 2000).

    A URE uma sndrome imunomediada no especifica que resulta em episdios de inflamao persistente ou recorrente do olho (GILGER, 2009; GLAZE, 2009). considerada a principal causa de cegueira em eqinos e estima-se que afete de 1,4% a 25% de populaes de eqinos (GILGER, 2009; SCHWINK, 1992).

    O objetivo desse trabalho foi relatar um caso de um eqino soropositivo para Leptospira interrogans sorovar icterohaemorrhagiae na cidade de Araatuba, no estado de So Paulo que apresentava URE. 1 Mdico Veterinrio Ps-graduando do Departamento de Clnica, Cirurgia e Reproduo Animal Curso de Medicina Veterinria da Universidade Estadual Paulista(UNESP) Campus de Araatuba. 2Docente do Departamento de Clnica, Cirurgia e Reproduo Animal do Curso de Medicina Veterinria da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Araatuba. 3Docente do Departamento de Anestesiologia e Cirrgia Veterinria da Faculdade de Medicina Veterinria e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista(UNESP)-Campus Botucatu 1*; Autor para correspondncia: Rua Clvis Pestana 780, Jardim Dona Amlia, CEP 16050-680 Araatuba SP,Brasil e-mail: [email protected]

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    Um eqino, macho, sem raa definida (SRD), com 10 anos de idade pesando 360Kg, foi atendido no hospital veterinrio Luiz Quintiliano de Oliveira da Unesp - campus Araatuba apresentando histrico de cegueira bilateral.

    O animal chegou ao hospital com fotofobia, blefaroespasmo, mas sem epfora. Havia relutncia em permitir a manipulao do globo ocular, pois sentia muita dor local, o exame fsico do globo ocular do animal se procedeu em uma sala escura, com o auxlio de uma lanterna. Foram examinados a crnea, a cmara anterior e a ris. Durante o exame foi observado na cmara anterior do olho direito, a presena de sangue (hifema) e o globo ocular esquerdo apresentava uma opacidade de crnea. Percebeu-se, durante o exame fsico, que o animal tinha uma cegueira bilateral, pois quando era conduzido esbarrava nos obstculos. Outro teste realizado para a confirmao da cegueira era o de empurrar a cabea do animal contra a parede na esperana de que este evitasse o choque, fato que no ocorria.

    Foi administrado topicamente fluorescena em soluo aquosa 0,25% em papis esterilizados para a averiguao de falhas no epitlio ocular. Para exame laboratorial foi colhido sangue total para a realizao do hemograma e soro para o exame de leptospirose

    O tratamento foi instituido com flunixim meglumine um antiinflamatrio no esteroidal (AINES) uma vez ao dia durante sete dias. Colrios tpicos de AINES e midriticos-cicloplgicos como o diclofenaco sdico e atropina 1% foram tambm usados.

    O diagnstico feito fundamentalmente atravs dos achados do exame clnico, pela histria de episdios recorrentes crnicos de doena ocular (GLAZE, 2009).

    O soro sangneo foi submetido pesquisa de aglutininas contra 16 sorovares do complexo Leptospira interrogans, atravs da prova de aglutinao microscpica, em diluies crescentes de 1:100 at 1:3200, considerando-se como resultado positivo as aglutinaes iguais ou superiores a1:100 (SANTA ROSA, 1970). A amostra foi positiva para Leptospira interrogans sorovar icterohaemorrhagiae com um titulo de 1/200. Acredita-se que a imunidade desenvolvida pelo hospedeiro aps a infeco natural seja humoral. Por isso os teste sorolgicos so utilizados para o diagnstico da doena por meio de titulao das imunoglobulinas das classes IgG e IgM (MARINHO, 2008).

    A URE uma das principais causas de cegueira nos eqinos. Uma minuciosa investigao clnico-epidemiolgica associada a exames sorolgicos podem conferir dados relevantes acerca de sua etiologia. Um exame oftlmico bem realizado pode definir as diretrizes do tratamento. Muitas vezes, os animais so encaminhados ao clnico j em uma fase avanada da doena ou foram submetidos a vrias terapias sem sucesso. Cabe ao mdico veterinrio esclarecer ao proprietrio sobre a real chance de cura do animal e precav-lo a respeito das outras categorias animais da propriedade que possam estar infectados com a leptospirose, a fim de diminuir o seu prejuzo.

    Referncias DEARO, A. C. O. ; SOUZA, M. S. B. Uvete recorrente eqina (cegueira da lua). Cincia Rural. v. 30, p. 373-380, 2000. DYCE, K. M.; SACCK, W. O. ; WENSING, C. J. G. Tratado de anatomia veterinria. 3 ed. So Paulo: Roca, p. 258-276.2004 MARINHO, M. Leptospirose: Fatores Epidemiolgicos, Fisiopatolgicos e Imunopatogenicos. Vet e Zootec. v.15, p.428-434, 2008. GILGER, B.C. 2009. Equine recurrent uveitis. In: ROBISON, N. E.; SPRAYBERRY, K.A. Current therapy in equine medicine. 6rd ed. Philadelphia : Saunders, 2009. p.635-638. GLAZE, M. B. Equine recurrent uveitis (ERU, Periodicophthalmia, Moon blindness). In: SMITH, B. P. Large animal internal medicine. 4ed. St.Louis : Mosby, 2009. p. 1290-1296. SCHWINK, K. L. Equine Uveitis. Veterinary Clinics of North America Equine Practice.

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    v.8, p.557-574, 1992. SANTA ROSA, C.A. Diagnstico laboratorial das leptospiroses. Revista Microbiolgica, So Paulo, v. 1, p. 97-109, 1970