Diagnóstico das pricipais lesões sob aparelhos protéticos

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Diagnóstico das principais lesões bucais sob aparelhos protéticos. Condutas.

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Como diagnosticas lesões bucais sob aparelhos protéticos

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Diagnóstico das principais lesões bucais sob aparelhos

protéticos.

Condutas.

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� define-se estomatite como qualquer processo inflamatório que acometa a cavidade oral e orofaringe;

� as lesões inflamatórias podem ter diversas etiologias, como infecciosas, auto-imunes, traumáticas, neoplásicas, reações medicamentosas, porém, em nossa clínica, classificamos tais lesões de acordo com o aspecto macroscópico, conforme será descrito adiante;

� caracterizam-se pela apresentação variável de eritema, algumas vezes acompanhado por petéquias hemorrágicas, espalhadas ou concentradas em áreas da mucosa oral;

� os traumatismos crônicos, a má adaptação da prótese e relações oclusais insatisfatórias, são alguns fatores predisponentes ao aparecimento das lesões;

� além disso deve-se considerar a possibilidade de alergia à base da dentadura, ou uma polimerização inadequada da dentadura;

� apesar de ser surpreendente a aparência clínica, o processo é raramente sintomático.

� Nota: estomatite protética, nicotínica, herpética, aftosa, etc.

OBS: ESTOMATITES / PRÓTESES

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OBS: ESTOMATITES

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DADOS ATUAIS

As lesões mais frequentemente encontradas e associadas ao uso de próteses removíveis dento suportadas, dento muco-suportadas e muco- suportadas são:

� candidíase crônica atrófica; � candidíase crônica hiperplásica; � hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI)relacionada à margem

de prótese;� hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI)relacionada à câmara

de sucção; � queilite angular;� ulceração traumática;� neoplasias.

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CANDIDÍASE

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CANDIDÍASE

� A candidíase oral é a infecção fúngica mais comum da boca.

� É provocada pelo fungo Candida albicans (embora haja relatos do aumento da incidência de espécies não-albicans), que faz parte da flora bucal de aproximadamente 50% da população.

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CANDIDÍASE (Cont.)� A doença é mais comum em mulheres que em homens e ocorre principalmente

nos meses de verão;

� A candidíase pode se manifestar em pessoas com anemia que têm uma grande incidência de candidíase oral pela falta de ferro.

� O risco de contaminação aumenta:- quem está com o sistema imunológico baixo, seja pelo

aspecto congênito, seja por infecção, como por exemplo do HIV;

- por tratamento prolongado com corticosteróides ;- pode estar relacionada ao estresse, à doenças como

diabetes melito e lúpus eritemtoso sistêmico;- transplantados; - submetidos à quimioterapia;

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CANDIDÍASE (Cont.)- pessoas obesas;- diabéticas;- portadores de distúrbios hormonais;- portadores de Xerostomia;- uso de drogas psicotrópicas que causam

diminuição do fluxo salivar;- fumar aumenta a incidência;- terapia com tetraciclina e antibióticos de

maneira geral, devido ao desequilíbrio da flora microbiana.

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CANDIDÍASE (Cont.)� Candidiase Oral - três formas clínicas principais:

- pseudomembranosa;- eritematosa;- hiperplásica.

OBS: a forma mais comum da candidíase oral é a pseudomembranosa (sapinho), que se caracteriza pela formação de uma membrana inflamatória superficial branca acinzentada, em que estão presentes microorganismos em meio a um exudadto fibrinossupurativo.Se essa membrana for raspada, será revelada a base inflamatória eritematosa imediatamente mais profunda.

Pacientes com candidíase oral pode ser totalmente assintomática, por isso é importante para inspecionar a boca também.

� As lesões podem aparecer em qualquer lugar no disco rígido ou suave na boca, embaixo da língua, gengiva ou mucosa da boca e faringe.

� Quando a doença progride pode invadir o esôfago, causando disfagia ou odinofagia.

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CANDIDÍASE ORAL- tratamentos

� Nos casos de infecções superficiais:- aplicação de antimicóticos tópicos como nistatina, clotrimazol, miconazol, entre outros;

- higiene;- tratamento da resistência orcargânica.

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CANDIDÍASE ORAL- tratamentos

� Nos casos de infecções sistêmicas moderadas ou graves: pode ser realizado com medicações endovenosas ou orais com antifúngico como anfotericina B, caspofungina ou com derivados de azol, como fluconazol e itraconazol:

1. Fluconazol 200, depois 100 mg por dia x 14 dias; note que o azóis não são recomendados durante a gravidez.

2. Em casos graves que possam interferir com a nutrição e hidratação adequada, o paciente pode necessitar de internação para hidratação e suporte nutricional.

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CANDIDÍASE ORAL- tratamentos3. Em pacientes com o uso de próteses, elas devem ser imersas em solução de clorexidina (como o Periogard), em seguida, aplique uma fina camada de creme Nizoral (cetoconazol) sobre a parte da prótese acrílica que estará em contato com a mucosa oral. Isto irá evitar a reinfecção do dispositivo.

4. A terapia de manutenção para suprimir reinfecção futura: pílulas de Mycelex TID em dias alternados.

� Fluconazol terapia supressiva, geralmente não é recomendado, exceto para aqueles pacientes com candidíase esofágica com resistência aos azólicos, devido ao uso potencial duração.

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1- Candidíase crônica atrófica• Também conhecida por Estomatite

protética;

• caracteriza-se por presença de petéquias ou áreas avermelhadas (eritema difuso);

• Em casos mais severos, apresenta hiperplasia da mucosa do palato (de forma granular) e localizadas na área das bordas de dentaduras de uma prótese superior removível;

• Entre as maneiras preconizadas para se evitar a Candidose por Prótese estão a manutenção e quando necessário à troca das próteses (média de 5 anos), o cuidado com a higiene bucal (mucosa e dentes) e a limpeza das próteses.

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2- CANDIDÍASE CRÔNICA HIPERPLÁSICA (PSEUDOMEMBRANOSA)

• É a forma clínica apresentada por alguns pacientes com uma forma de candidose bucal caracterizada por presença de placas brancas que não podem ser removidas pela raspagem;

• Essa forma é menos comum e bastante discutível;

• Tais lesões estão usualmente localizadas na região anterior da mucosa jugal, não podendo ser clinicamente distinguida da leucoplasia comum;

• Normalmente, as lesões são brancas mescladas com áreas avermelhadas, resultando em uma leucoplasiasalpicada.

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Hiperplasias

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� também conhecida como hiperplasia traumática, é semelhante a um tumor do tecido conjuntivo fibroso;

� apresenta-se como uma única ou múltiplas pregas de tecido hiperplásico no vestíbulo alveolar;

� usualmente, a massa tecidual é firme e fibrosa, embora algumas lesões sejam eritematosas e ulceradas;

� a etiopatogenia da HFI pode estar associada à inserção de novas próteses mal adaptadas, com bordas cortantes, que exercem pressão excessiva no sulco vestibular ou próximo a este;

� também podem ser ocasionadas por próteses totais imediatas, em que a área de alívio na região cirúrgica aumenta rapidamente devido à cicatrização do alvéolo e a reabsorção óssea da crista alveolar, provocando a desadaptação da prótese.

Hiperplasia Fibrosa Inflamatória (HFI)

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1- Hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI) relacionada à margem de prótese.

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1- Hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI) relacionada à margem de prótese.

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1-Hiperplasia fibrosa inflamatória(HFI)relacionada à margem de prótese: Lábio duplo.

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Hiperplasia Papilar Inflamatória (HPI)

� é outro exemplo de lesão que, embora possua patogênese incerta, parece estar relacionada com maior frequência à prótese desadaptada, má higienização e utilização da prótese continuamente;

� também conhecida como papilomatose por dentadura, ela é definida como um crescimento tecidual reacional, que usualmente desenvolve-se por baixo da dentadura, no palato duro, e menos frequentemente no rebordo alveolar mandibular do edêntulo;

� em geral, a hiperplasia papilar inflamatória é assintomática com a mucosa apresentando-se eritomatosa e pedregosa.

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2- Hiperplasia Papilar inflamatória(HPI)relacionada à câmara de vácuo.

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QUEILITE ANGULAR

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Queilite Angular� Quelite angular ou ainda Queilite angular é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans e localizada na área da comissura bucal (ângulo da boca).

� Esta infecção está frequentemente relacionada com a perda da dimensão vertical (Ex: Próteses desgastadas), e em paciente imuno-suprimidos (Ex:AIDS).

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Queilite angular Queilite biangular

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ULCERAÇÕES TRAUMÁTICAS

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� as ulcerações traumáticas caracterizam-se por áreas de eritema que circundam uma membrana removível, central, amarela e fibrinopurulenta;

� os traumatismos crônicos, a má adaptação da prótese e relações oclusais insatisfatórias, são alguns fatores predisponentes ao aparecimento da lesão.

Úlcera Traumática Protética

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Úlcera Traumática Protética

Úlcera Traumática Crateiriforme

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NEOPLASIAS

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Neoplasias bucais� A cavidade oral (boca) é sede de inúmeras doenças

locais e sistêmicas, especialmente digestivas;

� São diagnosticadas pela inspeção, palpação; investigação da história do paciente e exames laboratoriais;

� As patologias localizam-se em qualquer das estruturas bucais, chamando atenção pelo grau maior ou menor de alteração física ou funcional;

� Os tumores malignos (neoplasias ou câncer) são pleomórficos (várias formas) nas suas manifestações clínicas;

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Neoplasias bucais (Cont.)

� A presença de linfonodo satélite (gânglio linfático nas adjacências da cavidade oral) é elemento muito importante, como tradutora de metástase (disseminação do câncer para outras partes do organismo);

� A dor nem sempre constitui o principal sintoma, ocorrendo principalmente em tumores ósseos (que acometem a maxila ou mandíbula);

� A boca pode ser, também, sede de tumores metastáticos de diversas origens (tumores que iniciaram em outras regiões e disseminaram-se para a boca).

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Câncer Bucal

Carcinoma de rebordoCarcinoma de rebordo e orofaringe

Carcinoma de rebordo e soalho bucal

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LEUCOPLASIAS BUCAIS

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Leucoplasias Bucais� A leucoplasia é uma das lesões cancerizáveis mais

frequentes da cavidade bucal, desenvolvendo-se em qualquer região sendo, a mucosa jugal, o lábio inferior e rebordo lateral de língua as áreas mais afetadas;

� A etiologia de uma lesão leucoplásica normalmente está relacionada, em muitos casos, a hábitos como tabagismo, quando associada à etilismo, aumenta a probabilidade de tornar-se cancerizável, existindo casos de lesões leucoplásicas que são consideradas idiopáticas “ sem origem aparente”;

� Sua ocorrência se dá principalmente em pacientes de meia idade, do sexo masculino.

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Leucoplasias Bucais (Cont.)

� Podem ser divididas clinicamente conforme Classificação de AXÉLL et al. (1996):

- Leucoplasia homogênea: lesão predominantemente branca, de superfície plana, fina, que pode exibir fendas superficiais com aspecto liso, enrugado, ou corrugado, e textura consistente;

- Leucoplasia não-homogênea: lesão predominantemente branca ou branco-avermelhada, que pode ter superfície irregular, nodular, ou exofítica.

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Leucoplasia de mucosa bucal

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OVERDENTURE

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Conclusões� A presença de próteses mal adaptadas e a ineficiência na

orientação do paciente pelo profissional são determinantes como os fatores predisponentes ao desenvolvimento de uma variedade de lesões que acometem a cavidade oral, sendo as mais citadas pela literatura, as estomatites, as úlceras traumáticas e as hiperplasias;

� Dessa maneira, torna-se claro que para alcançar o sucesso em um tratamento reabilitador protético é necessário estabelecer um plano de tratamento eficiente seguindo corretamente os passos de confecção e instalação das próteses;

� Realizar ajustes adequados, orientar e acompanhar o paciente são fatores essenciais no restabelecimento do;

� É de suma importância que o cirurgião dentista oriente o seu paciente quanto ao uso e higienização das próteses instaladas e que, marque sempre que necessários retornos para controle.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ROBBINS & COTRAN. Patologia - Bases Patológicas dasDoenças. 8ª ed. Rio de Janeiro. Ed. Elsevier. 2010.