DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE · Digitalização das classes de ocupação...

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FAURGS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Av. Bento Gonçalves, 9500 Prédio 43609 CEP 91.501-970 Porto Alegre RS DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE RELATÓRIO 6 Porto Alegre, outubro de 2004.

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FAURGS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULAv. Bento Gonçalves, 9500 Prédio 43609 CEP 91.501-970 Porto Alegre RS

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO

MUNICÍPIO DE

PORTO ALEGRE

RELATÓRIO 6

Porto Alegre, outubro de 2004.

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FAURGS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULAv. Bento Gonçalves, 9500 Prédio 43609 CEP 91.501-970 Porto Alegre RS

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO

MUNICÍPIO DE

PORTO ALEGRE

RELATÓRIO 6

Porto Alegre, outubro de 2004.

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Equipe técnica

Geoprocessamento

Eliseu Weber (Engenheiro Agrônomo, Mestre em Sensoriamento Remoto)

Heinrich Hasenack (Geógrafo, Mestre em Ecologia)

André Cruvinel Resende (Cientista da computação)

Cristiano D’ávila Sumariva (Acadêmico de Ciência da Computação)

Vegetação e ocupação urbana

Heinrich Hasenack (Geógrafo, Mestre em Ecologia)

José Luís Passos Cordeiro (Biólogo, Mestre em Ecologia)

Ricardo Dobrovolski (Biólogo)

Camila Demo Medeiros (Acadêmica de Ciências Biológicas)

Danielle Crawshaw (Acadêmica de Medicina Veterinária)

Andreas Kindel (Biólogo, Doutor em Botânica)

Ilsi Iob Boldrini (Bióloga, Doutora em Zootecnia)

Paulo Luiz de Oliveira (Biólogo, Doutor em Ciências Agrárias)

Rafael Trevisan (Biólogo, Mestre em Botânica)

Geologia

Diego Nacci (Engenheiro Civil, Mestre em Engenharia Civil)

Nelson Augusto Flores Machado (Geólogo, Doutor em Ecologia)

Heinrich Hasenack (Geógrafo, Mestre em Ecologia)

Pedologia

Egon Klamt (Engenheiro Agrônomo, Doutor em Ciência do Solo)

Paulo Schneider (Engenheiro Agrônomo, Mestre em Ciência do Solo)

Nestor Kämpf (Engenheiro Agrônomo, Doutor em Ciência do Solo)

Elvio Giasson (Engenheiro Agrônomo, Doutor em Ciência do Solo)

Drenagem

Carlos Eduardo Morelli Tucci (Engenheiro Civil, Doutor em Recursos Hídricos)

Lawson Beltrame (Engenheiro Agrônomo, Mestre em Hidrologia Aplicada)

Marcos Imério Leão (Geólogo, Mestre em Recursos Hídricos)

Alfonso Risso (Engenheiro Civil, Mestre em Recursos Hídricos)

Situação fundiária

Manuel Luiz Leite Zurita (Engenheiro Químico e Bacharel em Direito, Mestre em Ecologia)

Márcia Colares de Matos (Acadêmica de Geografia)

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Índice1. Organização dos dados digitais básicos _________________________________________ 1

1.1. Imagens de alta resolução do satélite Quickbird ____________________________________ 1

1.2. Modelo Numérico do Terreno (MNT) ____________________________________________ 2

1.3. Rede hidrográfica _____________________________________________________________ 2

1.4. Eixos de ruas _________________________________________________________________ 3

1.5. Limites do município de Porto Alegre:____________________________________________ 4

2. Capacitação da equipe e trabalho de campo integrado _____________________________ 52.1. Instrução geral e preparação do trabalho de campo integrado ________________________ 5

2.2. Realização do trabalho de campo integrado _______________________________________ 5

2.3. Capacitação da equipe para os mapeamentos ______________________________________ 5

3. Mapeamento da vegetação ___________________________________________________ 83.1. Definição da legenda___________________________________________________________ 8

3.2. Digitalização das unidades vegetacionais sobre as imagens Quickbird_________________ 11

3.3. Trabalho de campo___________________________________________________________ 12

4. Geologia - mapeamento geológico/avaliação geotécnica___________________________ 164.1. Geologia____________________________________________________________________ 16

4.2. Geotecnia___________________________________________________________________ 18

5. Pedologia - mapeamento das unidades de solos__________________________________ 225.1. Introdução__________________________________________________________________ 22

5.2. Métodos ____________________________________________________________________ 22

5.3. Caracterização das unidades de mapeamento de solos______________________________ 23

5.4. Caracterização das unidades taxonômicas________________________________________ 27

6. Drenagem________________________________________________________________ 536.1. Drenagem superficial _________________________________________________________ 53

6.2. Drenagem subterrânea________________________________________________________ 56

7. Mapeamento da ocupação urbana ____________________________________________ 617.1. Definição da legenda__________________________________________________________ 61

7.2. Digitalização das classes de ocupação sobre as imagens Quickbird ___________________ 62

7.3. Trabalho de campo___________________________________________________________ 62

8. Situação fundiária _________________________________________________________ 648.1. Introdução__________________________________________________________________ 64

8.2. Área piloto para estudo _______________________________________________________ 64

8.3. Diagnóstico inicial____________________________________________________________ 64

8.4. Descrição de procedimentos para acessar informações disponíveis nos Banco de Dados doMunicípio __________________________________________________________________ 66

8.5. Metodologia proposta_________________________________________________________ 69

8.6. Recomendações______________________________________________________________ 69

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9. Disponibilização dos dados __________________________________________________ 709.1. Descrição dos arquivos digitais _________________________________________________ 70

9.2. Atributos associados aos arquivos ______________________________________________ 70

9.3. Aplicativo para visualização e consulta dos dados _________________________________ 73

10. Referências bibliográficas__________________________________________________ 77

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Relatório 6

IntroduçãoO sexto relatório do Diagnóstico Ambiental do município de Porto Alegre refere-se à apresentação finaldo trabalho. O texto descreve a metodologia utilizada na elaboração dos mapas temáticos e apresenta osprodutos obtidos através dos diversos mapeamentos, conforme especificado no termo de referência.

1. Organização dos dados digitais básicosA Prefeitura Municipal de Porto Alegre forneceu diversas informações analógicas e digitais para apoiar aexecução dos mapeamentos do Diagnóstico Ambiental do Município, as quais foram entregues ao grupode geoprocessamento.

− Imagens de alta resolução do satélite Quickbird do município de Porto Alegre, em formato JPEG eTIFF, recortadas em janelas correspondentes ao mapeamento sistemático do município, blocos de 25cartas

− Modelo digital de elevação em formato TIFF, com resolução espacial de 5 metros

− Rede hidrográfica em meio digital, na escala 1:25.000, em formato shape file

− Limites do município de Porto Alegre, na escala 1:15.000, em formato shape file

− Eixos de ruas, na escala 1:15.000, com diversos atributos (nome de rua, numeração, etc.) etopologicamente estruturado.

Também foram colocadas à disposição as fotografias aéreas analógicas em escala aproximada 1:8.000 de1982, mas somente para retirada de forma parcial diretamente junto à SMAM, conforme a demanda dosdiferentes grupos.

Alguns dados digitais tiveram de ser submetidos a vários processos a fim de conferir as característicasnecessárias para a execução dos mapeamentos e depois disponibilizados aos grupos responsáveis pelaexecução dos diferentes mapas temáticos. As características dos dados disponibilizados pela PrefeituraMunicipal de Porto Alegre e os processos executados estão relacionados a seguir.

1.1. Imagens de alta resolução do satélite QuickbirdA preparação das imagens Quickbird foi a etapa que mais demandou trabalho na organização dos dadosbásicos para o Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre, constituindo causa de atraso no início dosmapeamentos. Os problemas ocorridos tiveram como causa principal o fato de, na época do início dostrabalhos, o município ainda não dispor da versão final das imagens, pois transcorria uma fase de ajustespara aceitação do produto final com a empresa fornecedora.

Inicialmente a prefeitura, através do SIGPOA, forneceu dois conjuntos de aproximadamente 105 arquivosreferentes a janelas das imagens Quickbird recortadas na articulação das cartas 1:5.000 do município. Foifornecido um conjunto no sistema de coordenadas UTM e outro no sistema de coordenadas Gauss-Krüger, contendo a fusão das bandas multiespectrais com a banda pancromática, com resolução espacialde 60 cm, em formato JPEG. O maior problema com essas imagens foi a degradação da resolução emfunção da forma de compactação para a geração dos arquivos no formato JPEG, tornando difícil aexecução da interpretação da vegetação com o detalhamento necessário para os mapeamentos temáticos.Ao ampliar-se a imagem para fazer a interpretação, percebia-se que os pixels originais haviam sidocompactados em blocos de cerca de 4,8 a 5 m.

Constatado esse problema, efetuou-se nova solicitação à prefeitura para a disponibilização das imagensem um formato não compactado (TIFF, por exemplo). Entretanto, a disponibilização do materialdemoraria algum tempo pois o município estava aguardando a entrega de uma nova versão das imagenspela empresa fornecedora. Dessa forma, enquanto aguardava-se as novas imagens, procedeu-se àexecução de um mosaico reunindo todos os blocos de imagens JPEG recebidos no sistema decoordenadas UTM, para iniciar a preparação das visitas a campo.

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Nesse momento observou-se dois outros problemas com as janelas de imagens. Um era a existência degrandes diferenças de contraste entre imagens adjacentes, que alteravam a aparência dos tipos devegetação existentes nesses locais e, portanto, introduziam uma dificuldade adicional para a extração dasinformações de uso do solo e cobertura vegetal. Outro problema era a ocorrência de cobertura de nuvenssobre algumas áreas, o que comprometia o trabalho de identificação das diferentes formações vegetais sobesses locais.

Em virtude dessas constatações foi efetuado novo contato com a prefeitura, mas a versão final dasimagens ainda não havia sido entregue pela empresa fornecedora e não havia prazo definido. Dessaforma, procedeu-se à confecção do mosaico no sistema de coordenadas UTM, mesmo com todos osproblemas detectados, para que se pudesse utilizá-lo na programação e na execução do trabalho decampo.

O mosaico dos arquivos JPEG no sistema UTM foi concluído em dezembro de 2003, constituindo aprimeira visão contínua das imagens Quickbird do município de Porto Alegre (figura 1.1). Efetuou-se aimpressão e plastificação de quatro cópias do mosaico na escala 1:25.000, uma das quais foi doada aoSIGPOA.

No final de janeiro de 2004, já depois da realização da primeira saída de campo, a prefeituradisponibilizou novamente um conjunto atualizado de janelas das imagens Quickbird, agora em formatoTIFF (não compactado) e no sistema de coordenadas Gauss-Krüger. Esses arquivos foram concatenadospara constituir um novo mosaico contínuo do município, efetuando-se ajustes de histograma entre asdiversas janelas para reduzir os contrastes de cores. A versão final do mosaico foi reamostrada para aresolução espacial de 1 metro e disponibilizada para os grupos dos mapeamentos temáticos para serfinalmente utilizada como material básico de interpretação.

Convém ressaltar que a nova versão das imagens mantém problemas de contraste entre janelas deimagens adjacentes e cobertura de nuvens em algumas áreas do município. Isto pode ter provocadoeventuais erros de interpretação nos mapeamentos que, mesmo com um intenso trabalho de campo,podem ainda persistir. Essa observação é válida principalmente para os mapeamentos da vegetação e daocupação urbana, pois o mosaico de imagens Quickbird foi a base para a delimitação das classes devegetação e ocupação.

1.2. Modelo Numérico do Terreno (MNT)A prefeitura forneceu um MNT em formato TIFF, com resolução espacial de 5 metros e no sistema decoordenadas Gauss-Krüger, supostamente obtido por estereorrestituição digital das imagens Quickbird. Oúnico processamento realizado com esse modelo foi seu redimensionamento para ficar exatamente com amesma cobertura do mosaico de imagens Quickbird. Uma análise detalhada do MNT mostrou que se tratade um produto de baixa qualidade, com várias falhas e imperfeições nos valores das altitudes.

1.3. Rede hidrográficaO mapa da rede hidrográfica foi fornecido pela prefeitura em meio digital, na escala 1:25.000, em formatoshape file. Quando analisado, constatou-se que o mapa não estava no sistema de coordenadas Gauss-Krüger, havendo um deslocamento na coordenada Y de 1.000.000 m, que foi compensado para posicionarcorretamente seus elementos. O arquivo disponibilizado também não possui atributos e não estátopologicamente estruturado, mas serve aos propósitos do Diagnóstico Ambiental.

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Figura 1.1. Mosaico das imagens Quickbird do município de Porto Alegre no sistema de coordenadasUTM, preparado para auxiliar na capacitação da equipe e no trabalho de campo.

1.4. Eixos de ruasO mapa dos eixos de ruas foi fornecido pela prefeitura em meio digital, na escala 1:15.000, com diversosatributos (nome de rua, numeração, etc.) e topologicamente estruturado. Entretanto, da mesma forma que

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o mapa da rede hidrográfica, o mapa dos eixos de ruas não estava no sistema de coordenadas Gauss-Krüger. Havia um deslocamento na coordenada Y de 1.000.000 m, que foi compensado para posicionarcorretamente seus elementos.

1.5. Limites do município de Porto Alegre:Os limites do município de Porto Alegre são importantes para delimitar a extensão dos mapeamentostemáticos do Diagnóstico Ambiental. Os limites foram obtidos do mapa de bairros de Porto Alegre,fornecido pela Prefeitura em formato shape file, cujos polígonos foram unidos para gerar um único limitedo Município.

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2. Capacitação da equipe e trabalho de campo integrado2.1. Instrução geral e preparação do trabalho de campo integradoAntes do início dos trabalhos foram realizadas várias reuniões com membros de todos os grupos pararepassar instruções gerais sobre o trabalho e a responsabilidades de cada um, bem como sobre o produtoesperado de cada mapeamento e prazos estimados para sua execução.

Na segunda reunião realizou-se a preparação de um trabalho de campo integrado, cujo objetivo principalfoi permitir a todos os membros da equipe a troca de experiências e de impressões sobre os temas a seremlevantados, a discussão sobre as diversas paisagens existentes no município e a definição das categorias aserem mapeadas pelos diferentes grupos.

Com base em uma análise visual do mosaico impresso das imagens Quickbird, a equipe definiu umroteiro de campo para percorrer regiões em que fosse possível observar o maior número de diferentesmanchas do gradiente ambiental e de ocupação observado no município de Porto Alegre. A principalpreocupação do roteiro foi permitir o reconhecimento e comparação das principais fisionomias, tanto nocampo quanto nas imagens que servirão de base para os mapeamentos temáticos. O estabelecimento dadata para realização do trabalho de campo integrado procurou contemplar a presença do maior númeropossível de membros de cada grupo.

2.2. Realização do trabalho de campo integradoO trabalho de campo integrado foi realizado em 20 de janeiro de 2004, utilizando-se um microônibus doInstituto de Biociências da UFRGS para o transporte da equipe, de especialistas convidados e de técnicosda SMAM.

Seguindo-se o roteiro previamente estabelecido, foram visitados diversos locais para a observação eanálise dos diferentes temas in loco e sua comparação com o aspecto visual nas imagens Quickbird. Paraisso foi utilizado uma cópia impressa do mosaico de imagens Quickbird em coordenadas UTM. Naoportunidade, foi realizada também uma documentação fotográfica de manchas representativas e sualocalização foi registrada através de um receptor GPS (Global Positioning System) para facilitar oposterior reconhecimento das mesmas, em gabinete, sobre as imagens digitais.

As figuras de 2.1 a 2.3 mostram fotografias com exemplos da paisagem em alguns locais visitados notrabalho de campo integrado.

O trabalho de campo integrado não pretendeu esclarecer todas as dúvidas da equipe, mas fornecer umponto de partida para a elaboração dos mapas temáticos. Trabalhos de campo específicos para cada temaforam posteriormente realizados pelos grupos individuais ao longo da execução dos respectivosmapeamentos, conforme suas necessidades, para a identificação e delimitação dos elementos a mapear.

2.3. Capacitação da equipe para os mapeamentosApós a realização do trabalho de campo integrado e antes de iniciar os mapeamentos, foi realizado umnivelamento conceitual da equipe, repassando-se conceitos de SIG e de cartografia essenciais à obtençãode um produto final adequado em termos temáticos, geométricos e de atributos. Foram tambémespecificadas normas simplificadas estabelecendo critérios de qualidade (nível de detalhamento, escalaideal de visualização para a interpretação, topologia, etc.) e procedimentos a serem seguidos nadigitalização dos mapeamentos. Foi também realizado um treinamento no manuseio dos softwares aserem utilizados para essa finalidade.

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Figura 2.1. Equipe reunida durante o trabalho de campo integrado para discussão da legenda possível,através da comparação das observações de campo com o mosaico de imagens Quickbird impresso (Foto J.R. Meira, 2004).

Figura 2.2. Vista em primeiro plano mostrando campo úmido e área cultivada, com maricazal em segundoplano e mata de encosta ao fundo (Foto J. R. Meira, 2004).

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Figura 2.3. Vista em primeiro plano de campo manejado, em segundo plano área residencial de terrenosgrandes e ao fundo a cobertura vegetal natural dos morros (Foto J. R. Meira, 2004).

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3. Mapeamento da vegetaçãoO mapa de vegetação foi gerado em etapas, conforme detalhado a seguir.

3.1. Definição da legendaA legenda foi definida após trabalho de campo específico, através de reuniões e discussões com osresponsáveis pela interpretação, analisando-se tanto dados coletados em campo quanto o mosaico deimagens Quickbird do município. O objetivo foi obter uma legenda viável para o mapeamento em escala1:15.000, que permitisse abranger a heterogeneidade da cobertura vegetal do município e garantir amanutenção de homogeneidade entre os critérios de delimitação das manchas por diferentes pessoas dogrupo, durante a interpretação das imagens. Ao final das discussões e de alguns ensaios sobre as imagens,foram definidas as seguintes classes:

− Corpos d’água

− Vegetação arbórea

Mata nativa

A mata nativa é uma formação arbórea composta por espécies nativas, sem alteração significativa noestratos inferiores e em bom estado de conservação. Ocorre de maneira relictual na área mapeada,principalmente ao longo dos morros e áreas inundáveis da margem do lago Guaíba e seus tributários.Abrange as matas higrófilas, mesófilas, subxerófilas, psamófilas (restinga), ripárias, brejosas, osmaricazais e os sarandizais.

As matas higrófilas, matas altas, ocorrem nos fundos de vale e encostas sul dos morros, com forteinfluência da Floresta Pluvial Tropical Atlântica (Floresta Ombrófila Densa). Estas matas atingementre 12 e 20 m de altura, verificando-se a presença de três ou quatro estratos arbóreos. São elementostípicos do estrato superior, entre outras, o tanheiro (Alchornea triplinervia), a cangerana (Cabraleacangerana) e a canela-ferrugem (Nectandra oppsitifolia), no estrato arbóreo inferior são comunstambém arvoretas como a laranjeira-do-mato (Gymnanthes concolor), o cincho (Sorocea banplandii),o pau-de-arco (Guarea macrophylla) e o café-do-mato (Faramea marginata).

As matas mesófilas ou mesohigrófilas, são constituídas por uma comunidade florestal que ocupa aporção média ou baixa dos morros, ou mesmo em terrenos mais ou menos planos, onde as condiçõesdo ambiente não sejam extremas. A altura da mata é de 10 a15 m, sendo encontrados 2 a 3 estratosarbóreos. No estrato superior, podem ser citadas a maria-mole (Guapira opposita), o camboatá-vermelho (Cupania vernalis), o açoita-cavalo (Luehea divaricata) e o capororocão (Myrsineumbellata).

As matas subxerófilas, matas baixas ou capões, ocorrem nos topos ou encostas superiores dos morrose apresentam fatores ambientais fortemente opostos às condições encontradas nas matas altas dosfundos de vale. A altura média do dossel é de 6 a 12 m. A estratificação é mais simplificada do que namata higrófila, com a presença de 2 ou 3 estratos arbóreos. No estrato médio ou superior, , verifica-sea presença, entre outras, de aroeira-brava (Lithrea brasiliensis), branquilho (Sebastianacommersoniana) e chá-de-bugre (Casearia silvestris). No estrato arbóreo inferior o camboim(Myrciaria cuspidata) e a embira (Daphnopsis racemosa ), além de outras espécies de mirtáceas.

As matas psamófilas (restinga) são formadas por matas ou capões de 6 a 10 m de altura. O estratoarbóreo superior é constituido comumente por branquilho (Sebastiana commersoniana), aguaí-mirim(Chrysophyllum marginatum), ipê-amarelo (Tabebuia pulcherrima) e capororocão (Myrsineumbellata), entre outras. Podem ser observadas nesta matas de restinga algumas espécies emergentese de grande importância fisiônomico-paisagística, tais como a figueira-de-folha-miúda (Ficusorganensis), o jerivá (Siagrus romanzoffiana) e a timbaúva (Enterolobium cotortisiliquum).

As matas ripárias, chamadas comumente de matas ciliares ou matas em galeria, ocorrem junto aoscursos d´água e possuem altura entre 5 e 10 m. As matas ciliares em terrenos arenosos ouhidromórficos do lago Guaíba geralmente ocorrem internamente à vegetação de juncal (Scirpuscalifornicus). Na mata ripária propriamente dita ocorrem elementos arbóreos pioneiros de grande

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porte, tais como o salgueiro (Salix humboldtiana), a corticeira-do-banhado (Erythrina cristagalli) e oingá-banana (Inga uruguensis). A mata madura tem composição variável apresentando entretantoespécies típicas como o aguaí-mata-olho (Pouteria gardneriana), o sarandi-amarelo (Terminaliaaustralis), o tarumã-preto (Vitex megapotamica), o camboinzão (Myrciaria floribunda) e a figueira-de-folha-miúda (Ficus organensis).

As matas brejosas têm origem na Planície Costeira, sendo pouco comuns no Município de PortoAlegre e estando restritas a pequenos terrenos coluviais. O dossel é irregular, entre 8 e 15 m,apresentando como espécies típicas de maior porte o tarumã-branco (Citharexylum myrianthum), aembaúba (Cecropia catarinensis), a figueira-purgante (Ficus insipida), a corticeira-do-banhado(Erythrina cristagalli) e o jerivá (Syagrus romanzoffiana).

O maricazal é uma vegetação que ocorre em planícies úmidas, principalmente no norte (Bacia do rioGravataí) e sudoeste (próximo às margens do lago Guaíba) do Município. Apresenta dominância domaricá (Mimosa bimucronata), com altura entre 1,5 e 5 m.

O sarandizal é uma formação anfíbia, de 2 a 3 m de altura, encontrada muitas vezes nas margens dolago Guaíba e rios tributários. Localiza-se em uma faixa interna ao juncal e externa à mata ripária,predominando o sarandi-vermelho (Sebastiania schottiana), o sarandi-branco (Cephalanthusglabratus) e o sarandi (Phyllanthus sellowianus), além de arbustos típicos de banhado como ocambaí-vermelho (Sesbania punicea) e o maricá (Mimosa bimucronata).

Mata nativa com exóticas

A mata nativa com exóticas é uma formação arbórea composta predominantemente por espéciesnativas, mas com presença de espécies exóticas (Pinus, eucalipto, acácia, etc.). A presença deespécies exóticas indica interferência antrópica.

Bosque

Formação arbórea do tipo parque, a classe bosque é caracterizada por um dossel contínuo comestratos inferiores descaracterizados ou ausentes. Esta classe é típica de áreas submetidas a pastejo ouutilizadas para lazer em parques e praças.

Mata degradada

A classe mata degradada é uma formação arbórea composta predominantemente por espécies nativas,onde se verifica algum grau de degradação, como a presença de trilhas, vossorocas, desmatamentos,depósito de rejeitos e outros.

− Vegetação arbustiva

Transição mata

Esta classe é uma formação arbóreo-arbustiva, composta por mata em estágio intermediário desucessão, com predomínio do estrato arbustivo e presença de elementos arbóreos isolados.Vulgarmente conhecida como capoeira e vassoural. Ocorre em locais originalmente cobertos por mataque foram desmatados e posteriormente abandonados. Possui altura entre 2 e 6 metros. São espéciestípicas da capoeira o fumo-bravo (Solanum mauritianum), a canema (Solanum pseudoquina), agrindiúva (Trema micrantha), a vassoura-branca (Baccharis dracunculifolia), a camaradinha(Lantana camara), a vassoura-vermelha (Dodonaea viscosa) e as vassouras (Eupatorium inulifoliume Eupatorium spp.). O vassoural possui menor riqueza específica do que a capoeira, podendoapresentar certa homogeneidade fisionômica determinada pela presença marcante da vassoura-vermelha (Dodonaea viscosa).

Transição campo

Formação herbáceo-arbustiva, essa classe é composta por vegetação predominante campestre, compresença de elementos arbustivos característicos de estágio inicial de sucessão para mata.Vulgarmente conhecida como campo sujo, macega.

− Vegetação herbácea

Banhado

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A classe banhado constitui uma formação herbáceo-arbustiva, típica de áreas úmidas. Distribuem-senas zonas norte e sudoeste do município. As espécies arbustivas dos banhados são o sarandi-amarelo(Cephalantus glabratus), o cambaí (Sesbania punicea) e o hibisco-do-banhado (Hibiscus spp). Oestrato herbáceo, no qual os arbustos são encontrados, podem apresentar como elementos típicoscomo Hymenachne grumosa, Schoenoplectus californicus, as tiriricas (Cyperus spp., Rhynchosporaspp.), a cruz-de-malta (Ludwigia spp.), o aguapé-comprido (Pontederia cordata), a taboa (Typha sp.),o chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus), o caraguatá-do-banhado (Eryngium pandanifolium),as gramas-boiadeiras (Leersia hexandra e Luziola peruviana), entre outras.

Campo nativo

A classe campo nativo constitui uma formação herbácea, composta por espécies nativas e com baixapressão antrópica. Nas áreas bem drenadas destacam-se muitas espécies prostradas, que dão aspectode gramados, com a superfície de solo bem coberto. Dentre estas espécies encontramos a grama-forquilha (Paspalum notatum), Paspalum plicatulum, Paspalum pauciciliatum, Eragrostis lugens, ocapim-touceirinha (Sporobolus indicus), o pega-pega (Desmodium incanum), o alecrim-do-campo(Vernonia nudiflora), Kyllinga vaginata e Kyllinga brevifolia. Em campo mal drenado, encontramosmuitas gramíneas como a grama-tapete (Axonopus affinis), Paspalum pumilum e Ischaemum minus emuitas ciperáceas, dentre as quais pode-se destacar Eleocharis viridans, Eleocharis bonariensis,Carex sororia, Cyperus rigens, Pycreus polystachyos, Rhynchospora tenuis e Rhynchospora velutina.Estas espécies são responsáveis pela fisionomia destes campos.

Campo rupestre

A classe campo rupestre constitui uma formação herbácea, composta por espécies nativas e combaixa pressão antrópica, típica de ambientes com solos rasos, com presença de afloramento rochoso.São campos típicos de topos de morros e terrenos ondulados de Porto Alegre. Esta formação ésemelhante àquela da região do Escudo Sul-Riograndense, sendo que a cobertura herbácea é formadabasicamente por gramíneas, compostas e leguminosas. Na vegetação destacam-se como dominantesas gramíneas Trachypogon montufari, Schizachyrium tenerum, capim-caninha (Andropogonlateralis), capim-limão (Elyonurus candidus), Sorghatrum albescens, Agenium villosum, Axonopusargentinus e Axonopus siccus.; as umbelíferas que apresentam maior freqüência são o caraguatá(Eryngium horridum) e Eryngium pristis; as asteráceas Baccharis sessiliflora, Bacchariscaprariefolia, Calea uniflora, Eupatorium intermedium; as leguminosas Mimosa acerba,Macroptilium prostratum, Collaea stenophylla, pega-pega (Desmodium incanum) e Rhynchosiacorylifolia.

Campo manejado

A classe campo manejado constitui uma formação herbácea submetida a pastejo ou a cortesperiódicos, constituindo uma cobertura vegetal bastante homogênea. Típica de áreas de criação degado, lavouras de arroz em pousio, áreas de lazer e gramados urbanos.

Campo degradado

A classe campo degradado designa uma formação herbácea submetida a alta pressão antrópica, comredução do número de espécies e da densidade de cobertura, constituindo uma cobertura vegetaldescontínua e pouco densa.

Cultivo

Silvicultura: cultivo de espécies lenhosas exóticas (Pinus, eucalipto, acácia)

Lavoura perene: cultivo de espécies perenes, especialmente pomares.

Lavoura sazonal: cultivo de espécies anuais ou olerícolas.

Áreas sem vegetação

Afloramento rochoso: áreas com presença de rocha aflorante.

Solo exposto: solo sem cobertura vegetal.

Áreas edificadas

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3.2. Digitalização das unidades vegetacionais sobre as imagens QuickbirdApós a definição da legenda foi realizado o treinamento do grupo responsável pela delimitação eclassificação das manchas de vegetação. Foram realizadas várias simulações com os diferentescomponentes do grupo em diferentes partes do município, as quais foram posteriormente analisadas emconjunto, com base nos dados de campo e no conhecimento dos especialistas em vegetação. As áreasdiscordantes foram então apontadas e discutidas, com a finalidade de mostrar os equívocos que estavamsendo cometidos e uniformizar os critérios de mapeamento.

Simultaneamente ao treinamento, efetuou-se uma divisão do mosaico de imagens Quickbird em 22janelas menores, de aproximadamente 25 km2 cada (5km x 5km), como mostra a figura 3.1. Adigitalização do mapa de vegetação, com a delimitação e classificação de cada unidade vegetacional, foirealizada em tela sobre essas janelas.

Figura 3.1. Divisão do mosaico Quickbird em janelas de 25 km2 para o mapeamento da vegetação e daocupação urbana.

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3.3. Trabalho de campoO trabalho de campo foi realizado na forma de várias saídas durante todo o período do mapeamento davegetação. Os diversos percursos, desde a primeira saída conjunta com representantes de todas as áreastemáticas até as últimas aferições, serviram para definir as classes a serem mapeadas e para apoiar a suadelimitação sobre as imagens, bem como para resolver dúvidas de interpretação.

Uma das maiores dificuldades encontradas foi a distinção de classes de vegetação com característicassimilares sobre as imagens Quickbird, especialmente os maricazais em relação a outras formas devegetação arbustiva e arbórea.

Para auxiliar na delimitação desses tipos de vegetação, além dos percursos por terra, foi realizado tambémum vôo de reconhecimento com avião monomotor, no dia 18/03/2004. Para registrar melhor os locais deinteresse, utilizou-se um aparelho receptor GPS (Global Positioning System) e máquina fotográfica. Afigura 3.2 mostra o roteiro do vôo e as figuras 3.3 e 3.4 ilustram exemplos das fotos obtidas nesse vôo emáreas de interesse.

O resultado do mapeamento da vegetação, de acordo com a legenda inicialmente definida, está ilustradona figura 3.5, que mostra a distribuição espacial das diferentes classes no município de Porto Alegre.

O mapa final de vegetação acompanha este relatório na forma de arquivos em meio digital, gravados emCD-ROM no formato shape file. A descrição detalhada dos arquivos encontra-se ao final deste relatório,no capítulo 9.

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Figura 3.2. Roteiro do vôo de reconhecimento (os pontos situam as fotografias obtidas)

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Figura 3.3. Foto com maricazal, sarandizal e banhado no Delta do Jacuí (Foto G. V. Irgang, 2004).

Figura 3.4. Foto com maricazal, mata nativa, campo manejado, com ocupação urbana e estação detratamento de esgotos próximo ao morro da Ponta Grossa (Foto G. V. Irgang, 2004).

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Figura 3.5. Mapa de vegetação do município de Porto Alegre, ilustrando a distribuição espacial dasclasses mapeadas.

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4. Geologia - mapeamento geológico/avaliação geotécnica4.1. GeologiaO mapa geológico foi construído tendo-se por base o mapa geológico da Folha Porto Alegre (Schneider etal., 1974). O mapeamento também foi estendido para contemplar porções do município de Porto Alegrenão presentes nesta folha, utilizando-se para tal a mesma legenda. A figura 4.1 mostra o mapa dasunidades geológicas no município de Porto Alegre.

Figura 4.1. Unidades geológicas no município de Porto Alegre, adaptado de Schneider et al., 1974.

4.1.1. Quaternário

Os depósitos sedimentares da era cenozóica presentes no município de Porto Alegre pertencem aoperíodo quaternário, e estão associados ao grupo Patos.

Os depósitos holocênicos estão representados por sedimentos areno argilosos que ocorrem em banhadosnas proximidades do Lami, na forma de aluviões ao longo dos arroios e na forma de feixes de restinga ásmargens do Guaíba.

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Os depósitos pleistocênicos do mesmo grupo estão representados pela Formação Guaíba e pela FormaçãoGraxaim.

Os depósitos da Formação Guaíba são areias grossas, médias e finas, conglomerados ortoquartzíticosintercalados com lâminas areno-argilosas de tonalidade creme, castanho e cinza claro. Tais acumulaçõesse restringem às calhas aluvionares encaixadas em formações mais antigas. Localizadas no oeste da Pontada Serraria e ao longo do Arroio Dilúvio. Espessura média de 20 m.

Os depósitos da Formação Graxaim são sedimentos argilo-areno-conglomeráticos e conglomeráticos.Localmente são recobertos por mantos coluviais e aluviais de paleossolos ferralíticos. São depósitos defluxo de detritos.

4.1.2. Pré-Cambriano

Granito Santana – É um corpo granítico de forma alongada, lembrando uma ampulheta de direçãonordeste. É controlado tectonicamente por falhas. Constitui-se essencialmente de feldspatos róseos eesbranquiçados e quartzo. É um granito elasquítico alcalino e sub-alcalino albilizado.

Granito Independência – Unidade litológica de forma aproximadamente trapezoidal dividida em duasáreas de ocorrência. A maior ocupa o centro urbano da cidade de Porto Alegre. A outra, da parte baixa aoalto do bairro Petrópolis. As relações de contrato com os migmatitos heterogêneos são transicionais einterdigitadas. A cor varia de rósea clara e cinza-azulada. É constituído por quartzo, feldspato alcalino,plagioclásio, muscovita, biotita.

Granito Ponta Grossa – Ocorre a oeste do Município, em faixa de forma sinuosa. Suas relações de contatocom os migmatitos variam desde contornos nítidos até interdigitados e difusos, com passagensgradacionais. Possui granulação média a grosseira,.de tonalidade predominantemente róseo-avermelhada.Constitui-se de microclínio, quartzo, oligoclásio, biotita, apatita, zirconita, esfeno, alanita, muscovita,fluirita e molibdenita. É granito sub-alcalino e monzonítico, fortemente quartzítico. São comuns enclavesde composição quarzo-diorítica, de variados tamanhos.

Granito Cantagalo – Ocorre a sudeste do município. A ocorrência apresenta forma irregular.Petrograficamente é semelhante ao granito Ponta Grossa. É de granulação mais grosseira do que aquele eos feldspatos alcalinos apresentam-se às vezes , com fenocristrais disseminados os quais, às vezes,zonados.

Migmatitos – 85% da área ocupada por migmatitos correspondem à fácies embrechítica e,subordinadamente, tipos heterogêneos epibolíticos, diadisíticos e agmatíticos.

Os embrechitos são porfiroblásticos; os fenoblastos são de microclínio róseo e cinza, atingindo às vezesaté 13cm de comprimento. A matriz é de composição variada desde granitos subalcalinos até dioritosquártzicos, sempre com biotita mais ou menos concentrada. São encontradas variações estruturais defácies nebulíticas e arteríticas, tipicamente granitos anatexíticos. Associados aos embrechitos sãoencontrados migmatitos heterogêneos cujas relações de contato com os primeiros são sempregradacionais. As fácies estruturais mais comuns são as epibolíticas, epibolito-embrechíticas, diadisíticas eas agmatíticas. O paleossoma é essencialmente um biotita-xisto; o neossoma é constituido de quartzo,microclínio, oligoclásio e, localmente, schorlita, e constitui emaranhados concordantes e discordantes naforma de vênulas, diques e lentes de granulação variadíssima: aplitos, granitos e pegmatóides.

Granito granófiro – Rocha granítica porfiróide, com matriz granófira.

Rochas filonianas ácidas – O complexo granito-migmático é cortado por um grande número de diques derochas ácidas. São riolitos pórfiros com fenocristais de quartzo e feldspato alcalino e rara biotita; a matrizé micro a criptocristalina. Encontram-se também diques de microgranitos pórfiros granófiros. Asespessuras variam desde centímetros até vários metros. Esta unidade geológica está associada aos diquesde riolito, não possuindo dimensão espacial como as demais unidades.

Alterito Serra de Tapes – São paleossolos ferralitizados, eluvionares e coluvionares. Ocorrem na vertentemédia dos morros e colinas do Município, dispondo-se em cunhas recobrindo as litologias do Pré-Cambriano às formações do Pleistoceno. São areno-síltico-argilosos, os clastos estão muitas vezescimentados por óxido de ferro formando concreções e encouraçamentos originando, localmente, grande

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coesão. O ferros das crostas está na forma de goethita, lepidocrocita e rara limonita; no restante apresenta-se como limonita e pigmentante. A argila é a caulinita. A cor é ocre a vermelha e, quando lixiviados,castanha. As estruturas predominantes são as colunares e as maciças. Quando no contato com as rochasdo Pré-Cambriano, adquirem estruturas granitóides.

O mapa final de geologia acompanha este relatório na forma de arquivos em meio digital, gravados emCD-ROM no formato shape file. A descrição detalhada dos arquivos encontra-se ao final deste relatório,no capítulo 9.

4.2. GeotecniaO mapeamento geotécnico tem por objetivo identificar e delimitar as unidades geotécnicas e caracterizaros solos do Município de Porto Alegre para fins de engenharia. As unidades geotécncias foramestabelecidas procurando delimitar zonas com solos de característica físicas e morfológicas semelhantese, especialmente, zonas com comportamento geotécnico equivalente.

As unidades geotécnicas foram delimitadas considerando-se a geologia, a pedologia (avaliação em formaespecífica pelo estudo agronômico), a topografia e a hidrologia do terreno. Dados geotécnicosespecíficos, coligidos de diversas fontes (dados bibliográficos e gerados de obras de engenhariaexecutadas) subsidiaram a definição de perfis estratigráficos típicos de cada unidade, bem como dacomposição granulométrica provável das camadas constituintes.

Para os solos de Porto Alegre, pouco desenvolvidos pedologicamente, a geologia adquire maiorrelevância na identificação das unidades geotécnicas. Este aspecto relaciona-se em forma direta com ohorizonte C saprolítico, relativamente mais espesso e heterogêneo em solos pouco desenvolvidospedologicamente. A pedologia relaciona-se com o manto de solo mais superficial (horizontes A e B).

4.2.1. Mapeamento das unidades geotécnicas

As unidades geotécnicas inicialmente identificadas foram:

− Solos Litólicos – Residuais (Rg)

− Solos Podzólicos Vermelho-Amarelo (PV)

− Solos Hidromórficos (Hid)

A avaliação da topografia e dos dados disponíveis acusou a ocorrência de determinadas regiões ondesolos litólicos ocorrem alternadamente a solos podzólicos, não sendo possível segregá-los na escala desteestudo, conformando por esta razão uma quarta unidade geotécnica:

− Solos Litólicos / Podzólicos (Rg/PV)

Desta forma, quatro grandes unidades geotécncias foram identificadas, sendo possível ainda subdividi-lassegundo o substrato geológico correspondente, levantado da folha geológica de Porto Alegre (Schneideret al., 1974). Esta subdivisão das unidades geotécnicas permite inferir aspectos específicos relacionadosao horizonte saprolítico. A figura 4.2 mostra o mapa das unidades geotécnicas no município de PortoAlegre.

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Figura 4.2. mapa das unidades geotécnicas no município de Porto Alegre.

4.2.1.1. Unidade 01: Solos Litólicos – Residuais

Esta unidade é conformada por solos resultantes da intemperização de rochas graníticas e migmatitos, quepermanecem no local onde foram originariamente intemperizados (definição de solos residuais). Estessolos são predominantemente arenosos, bem drenados, pouco desenvolvidos pedogeneticamente.

A estratigrafia pode seguir uma seqüência de horizontes A-R, A-C-R ou mesmo A-B-C-R, sendo queneste último caso o horizonte B é de pequena espessura, não sendo relevante à prática de engenharia (defundações). O Horizonte C saprolítico, de preponderante importância à engenharia geotécnica, apresenta-se com espessuras pequenas a médias; excepcionalmente pode atingir maiores espessuras, especialmenteem solos originados de migmatitos e especificamente na formação “granito independência”. A ocorrênciade matacões é comum neste material.

A ocorrência destes solos se verifica em zonas de declividades elevadas, com relevo fortemente onduladoe montanhoso.

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4.2.1.2. Unidade 02: Solos Podzólicos Vermelho-Amarelo

São solos desenvolvidos de granitos, migmatitos e presentes sob a forma de paleossolo ferratilizado dealterito da Serra de Tapes. Têm como característica principal a presença de um horizonte B de espessurasignificativa, com textura argilo-arenosa, de coloração avermelhada e boa drenagem. O horizonte C temcaracterísticas equivalentes ao dos solos litólicos.

Ocorrem em áreas com relevo suave, pouco ondulado, conformando pequenas coxilhas e elevações depequena declividades em torno dos morros (solos coluvionares – transportados).

4.2.1.3. Unidade 03: Solos Litólicos / Podzólicos

Unidade na qual a topografia e os dados geotécnicos disponíveis apontam a ocorrência das duasformações em forma alternadas, tendo sido por esta razão agregadas em uma única unidade derivada,onde podem ocorrer solos litólicos ou podzólicos dependendo de condições localizadas da topografia(microrelevo).

4.2.1.4. Unidade 04: Solos Hidromórficos

Esta unidade geotécnica agrega solos sedimentares de diversas classes (solos em planícies com micro-relevo – planossolos; solos em depressões – gleiss; solos aluviais). Ocorre em áreas de cotas baixas, comrelevo plano, nível d’água superficial e más condições de drenagem.

A estratigrafia é composta de material de textura variada, de argilas a areias, que podem ocorrer em formacombinada ou intercalada, com coloração escura, cinza ou cinza-esverdeado. A ocorrência de espessascamadas de “argila mole” (ocorrência típica da zona norte de Porto Alegre, onde se apresenta superficial,com espessuras que variam entre 5 e 10 m) constitui-se em limitação à implantação de obras deengenharia. O alagamento freqüente destas áreas constitui-se em outra limitação à ocupação urbana.

4.2.2. Aptidão do terreno à ocupação urbana

A aptidão à ocupação urbana aponta para a “competência” ou “potencial’ das unidades geotécncias àocupação urbana. A inobservância desta aptidão, ou das características geotécnicas das unidades, podemlevar (e já levaram em muitos casos) à concepção inadequada de projetos geotécnico, o que pode setraduzir em soluções desnecessariamente onerosas, construções com patologias severas a curto e médioprazo ou, inclusive, acidentes e colapsos com elevados custos mateiras e até mesmo perda de vidashumanos.

A classificação das diversas áreas quanto à aptidão à ocupação urbana foi feita segunda as seguintescategorias: áreas APTAS, áreas APTAS COM RESTRIÇÕES e áreas com BAIXA APTIDÃO.Acompanhando a classificação das unidades, os aspectos restritivos específicos de cada área sãoapresentados e discutidos a seguir.

4.2.2.1. Classificação da Unidade 04 (Solos Hidromórficos): BAIXA APTIDÃO.

As áreas contidas nesta unidade apresentam uma série de características geotécncias que dificultam e/ouoneram a implantação de edificações. Nesta unidade verificam-se como limitações: nível d’água próximoà superfície ou aflorando – dificuldade executiva severa para execução de escavações e execução decertos tipos de fundações; ocorrência de alagamentos freqüentes – problemas de acesso à área enecessidade de aterro para elevação da cota da obra acima da cota de inundação do terreno; ocorrêncialocalizada de solos compressíveis e com baixa capacidade de suporte – necessidade de tratamento dacamada compressível quanto a recalques, possibilidade de ruptura de borda de aterro e necessidade defundações profundas para assentas edificações).

4.2.2.2. Classificação da Unidade 02 (Solos Podzólicos Vermelho-Amarelo): APTA.

Estes solos apresentam-se bem drenados, com relevo suave, em geral com lençol freático a maiorprofundidade e boa capacidade de suporte do solo. Todos estes aspectos são favoráveis à implementaçãode obras de engenharia, o que coloca esta formação como a mais apta à ocupação urbana.

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4.2.2.3. Classificação da Unidade 01 (Solos Litólicos): APTA com RESTRIÇÃO a BAIXAAPTIDÄO.

As áreas de relevo montanhoso, com declividades elevadas, apresentam pela própria declividade umalimitação à sua ocupação. Associado a estas declividades elevadas, solos litólicos de menos espessura (A-R) ou mesmo rocha aflorando representam outro aspecto negativo à geotecnia já que a ocupaçãoprovavelmente exija desmonte em rocha para nivelamento do terreno (complexo tecnicamente e oneroso).Ainda, a ocorrência de matacões é outro fator que dificulta a implantações de obras geotécncias, havendoem grande número de casos necessidade de remoção dos matacões ou mesmo risco de instabilização dematacões na face de cortes/escavações.

Ainda dentro desta unidade, solos existentes em zonas de menor declividade (aos acima descritos), commaiores espessuras de horizonte C, podem apresentar condições mais favoráveis à ocupação urbana,constituindo áreas classificadas como “aptas com restrições”.

O mapa final de geotecnia acompanha este relatório na forma de arquivos em meio digital, gravados emCD-ROM no formato shape file. A descrição detalhada dos arquivos encontra-se ao final deste relatório,no capítulo 9.

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5. Pedologia - mapeamento das unidades de solos5.1. IntroduçãoO levantamento de solos fornece informações básicas sobre as propriedades dos solos, a partir das quaispode-se gerar uma multiplicidade de informações aplicadas, como a determinação da aptidão agrícola dasterras ou a escolha de áreas preferenciais para a implementação de projetos de desenvolvimento agrícola,áreas preferenciais para o desenvolvimento urbano, áreas passíveis de serem usadas para descarte deresíduos industriais e domésticos e outros.

O objetivo deste trabalho foi identificar, descrever e mapear os tipos de solos existentes no Município dePorto Alegre, a fim de fornecer informações que permitam um planejamento racional e umdesenvolvimento equilibrado do uso das terras desse município.

Os resultados desse trabalho estão contidos no presente relatório descritivo das unidades de mapeamentoe no mapa de solos.

Este relatório descritivo está organizado da seguinte forma:

− Introdução, onde são abordados alguns aspectos relativos ao uso adequado desse levantamento desolos;

− Metodologia, onde são descritos e/ou referenciados os procedimentos, materiais e equipamentosusados na execução do levantamento;

− Caracterização das Unidades de Mapeamento, no qual discorre-se sobre cada tipo de unidade demapeamento de solos (conjunto de delineamentos com mesmos tipos de solos) encontrado no mapade solos, especificando-se sua composição, tipo, inclusões e caracterização da área de ocorrência;

− Caracterização das Unidades Taxonômicas, no qual discorre-se sobre características gerais eocorrência das diversas unidades taxonômicas, apresentando-se e fotografias de perfis representativosdestas unidades taxonômicas; e

− Anexos, nos quais são apresentados perfis representativos das unidades taxonômicas, especificando-se sua classificação taxonômica (Sistema Brasileiro de Classificação de Solos) e as descriçõesmorfológicas internas e externas dos perfis representativos das unidades de mapeamento e dados dasanálises de laboratório.

5.2. Métodosa) Mapeamento dos Solos

Foi realizado o levantamento de reconhecimento de média intensidade dos solos através defotointerpretação sobre fotos aéreas com escala de 1:40.000 e observações a campo. Para a transferênciados delineamentos das unidades de mapeamento de solos (UM) das fotografias para a produção do mapafinal de solos, as fotografias aéreas foram georreferenciadas com apoio das cartas 1:50.000 do ServiçoGeográfico do Exército e os delineamentos, correspondentes às UM, foram digitalizados na tela docomputador.

b) Caracterização dos Solos

A descrição morfológica e a coleta de amostras dos perfis modais das classes taxonômicas identificadasna área, foram realizadas de acordo com o Manual de Descrição e Coleta de Solo a Campo (LEMOS &SANTOS, 1996).

c) Análises de solo

Na fração terra fina seca ao ar, obtida após secagem e peneiragem das amostras, foram feitas as seguintesanálises físicas e químicas, seguindo a metodologia adotada por EMPRAPA (1997): granulometria(percentagem de areia grossa e fina, silte e argila), argila dispersa em água, Ca+2, Mg+2, Na+, K+, Al+3,H++Al+3, P assimilável e pH em água. Com os resultados obtidos foram calculados a soma de bases (S), acapacidade de troca de cátions (T), a saturação de bases (V) e a saturação com alumínio.

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d) Classificação taxonômica dos solos

Os solos foram classificados segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999)até o quarto nível categórico.

5.3. Caracterização das unidades de mapeamento de solosA representação gráfica da ocorrência e da distribuição geográfica das unidades taxonômicas no mapa desolos constitui as unidades de mapeamento. As unidades de mapeamento mostram no mapa a localização,a extensão, o arranjo e a disposição das unidades taxonômicas de solos no terreno. Na legenda do mapa, aunidade de mapeamento é identificada pelo nome da unidade taxonômica. Uma unidade taxonômicacorresponde a uma classe de solo de um determinado nível categórico do Sistema Brasileiro deClassificação de Solos (EMBRAPA, 1999)

As unidades de mapeamento podem ser formadas por uma ou mais unidades taxonômicas. Quandoformada por uma única unidade taxonômica dominante tem-se uma unidade de mapeamento simples, quepode apresentar, inclusões de outras unidades taxonômicas ou variações (de profundidade, textura, etc.)da unidade taxonômica dominante. Inclusões são áreas menores de outras unidades taxonômicas queocorrem dentro da unidade de mapeamento e que não mapeáveis na escala aplicada. Neste nível demapeamento podem ocorrer até 30% de inclusões dentro das unidades de mapeamento.

Quando a unidade de mapeamento é constituída por duas ou mais unidade taxonômicas, ela pode ser dotipo associação de solos ou grupo indiferenciado de solos .

A associação de solos é um grupamento de duas ou mais unidades taxonômicas distintas que ocorremassociadas geográfica e regularmente segundo um padrão bem definido, ocupando diferentes posições napaisagem. O mapeamento destas unidades taxonômicas na forma de unidades de mapeamento simples éviável em levantamentos de solos mais detalhados.

Os grupos indiferenciados de solos são constituídos pela combinação de duas ou mais unidadestaxonômicas com semelhanças morfogenéticas e, portanto, pouco diferenciadas, permitindo práticas deuso e manejo similares.

Em função da escala de trabalho e da complexidade da ocorrência dos solos na paisagem, nestelevantamento de solos realizado no Município de Porto Alegre, RS, as nove classes taxonômicas de solosmapeadas foram agrupadas em 12 diferentes unidades de mapeamento (UM). Destas, uma é uma unidadede mapeamento simples, uma é um grupo indiferenciado de solos, 9 são associações de solos e umaunidade de mapeamento consiste de “Tipos de Terreno” (TT), que constitui-se de superfícies alteradas poratividade antrópica (remoções, aterros, terraplanagens, etc).

As unidades de mapeamento delineadas no mapa deste levantamento de solos são a seguir caracterizadas.Descrições mais detalhadas das características de cada tipo de solo (classe taxonômica) são apresentadasna caracterização das unidades taxonômicas.

5.3.1. Unidade de Mapeamento PV1: Grupo Indiferenciado de ARGISSOLOSVERMELHOS e ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS

Esta unidade de mapeamento ocorre em topos e encostas de elevações, em relevo suavemente ondulado eondulado. É constituída por Argissolos Vermelhos (PV) e Argissolos Vermelho-Amarelos (PVA), quenão foram diferenciados no mapa por causa da dificuldade de separação e da semelhança entre as duasunidades taxonômicas, diferindo basicamente pela cor. Nas áreas mapeadas como pertencente a esta UMpodem ocorrer ainda inclusões (áreas menores não mapeáveis na escala aplicada) de CambissolosHáplicos (CX), Neossolos Litólicos (RL) e Neossolos Regolíticos (RR).

5.3.2. Unidade de Mapeamento PV2: Associação de ARGISSOLOS VERMELHOS ouARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS com CAMBISSOLOS HÁPLICOS

Esta unidade de mapeamento ocorre em topos e encostas de elevações, em relevo ondulado e fortementeondulado e nos terços inferiores de encostas de morros em relevo fortemente ondulado e montanhoso. É

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constituída por solos Argissolos Vermelhos (PV) ou Argissolos Vermelho-Amarelo (PVA) associadoscom Cambissolos Háplicos (CX), sendo que estes últimos estão locados nas zonas de relevo forteondulado, enquanto os Argissolos estão locados nas áreas de relevo ondulado.

Nas áreas mapeadas com estes solos podem ocorrer ainda inclusões (áreas menores não mapeáveis naescala aplicada) de Cambissolos Háplicos (CX), Neossolos Litólicos (RL) e Neossolos Regolíticos (RR).

5.3.3. Unidade de Mapeamento CX: Associação de CAMBISSOLOS HÁPLICOS comNEOSSOLOS LITÓLICOS ou NEOSSOLOS REGOLÍTICOS

Esta unidade de mapeamento ocorre em topos e encostas de morro, em relevo fortemente ondulado amontanhoso, constituindo-se na Associação de Cambissolos Háplicos (CX) com Neossolos Litólicos (RL)ou Neossolos Regolíticos (RR). Podem ocorrer inclusões (áreas menores não mapeáveis na escalaaplicada) de Argissolos (PV) e afloramentos de rochas (AR).

5.3.4. Unidade de Mapeamento SG1: Associação de PLANOSSOLOSHIDROMÓRFICOS, GLEISSOLOS HÁPLICOS e PLINTOSSOLOSARGILÚVICOS

Esta unidade de mapeamento, constituída na associação de Planossolos Hidromórficos, GleissolosHáplicos (GX) e Plintossolos Argilúvicos (FT), ocorre em planícies aluviais e lagunares commicrorrelevo. Como inclusões podem ocorrer solos Neossolos Quartzarênicos (RQ) e Neossolos Flúvicos(RU).

5.3.5. Unidade de Mapeamento SG2: Associação de PLANOSSOLOSHIDROMÓRFICOS, GLEISSOLOS HÁPLICOS e NEOSSOLOS FLÚVICOS

Esta unidade de mapeamento é constituída pela associação de Planossolos Hidromórficos (SG),Gleissolos Háplicos (GX) e Neossolos Flúvicos (RU), ocorrendo em áreas marginais ao longo de arroiosem relevo plano.

5.3.6. Unidade de Mapeamento GX: Associação de GLEISSOLOS HÁPLICOS EPLANOSSOLOS HIDROMÓRFICOS

Esta unidade de mapeamento ocorre em planícies aluviais e lagunares, constituindo-se na associação deGleissolos Háplicos (GX) e Planossolos Hidromórficos (SG), podendo apresentar como inclusõesmanchas de Gleissolos Melânicos (GM), que apresentam horizonte superficial mais escuro e mais rico emmatéria orgânica que os Gleissolos Háplicos (GX).

5.3.7. Unidade de Mapeamento G1: Associação de GLEISSOLOS e NEOSSOLOSFLÚVICOS

Esta unidade de mapeamento ocorre nas planícies aluviais situadas nas ilhas do Delta do Jacuí e écomposta de uma associação de Gleissolos (G) e Neossolos Flúvicos (RU), podendo apresentar inclusõesde Organossolos (O).

5.3.8. Unidade de Mapeamento G2: Associação de GLEISSOLOS, PLANOSSOLOS eTipos de Terreno

Unidade de mapeamento que ocorre em planícies aluviais e lagunares que tiveram parte de suas áreasalteradas pela ação humana, caracterizando os tipos de terreno (TT). Nas áreas não alteradas ocorremGleissolos (G), podendo também ocorrer inclusões de Plintossolos Argilúvicos (FT).

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5.3.9. Unidade de Mapeamento RQ: Associação de NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS eGLEISSOLOS

Esta unidade de mapeamento ocorre em feixes de restinga ocupando relevo plano e suavemente onduladono sul do Município de Porto Alegre, constituindo-se de associação de Neossolos Quartzarênicos (RQ) eGleissolos (G), podendo também ocorrerem inclusões de Gleissolos Melânicos (GM).

5.3.10. Unidade de Mapeamento RU1: NEOSSOLOS FLÚVICOS

Esta unidade de mapeamento simples constituída por Neossolos Flúvicos (RU) ocorre em planíciesaluviais situadas em ilhas do Delta do Jacuí. Nestas áreas também podem ocorrerem inclusões deGleissolos (G).

5.3.11. Unidade de Mapeamento RU2: Associação de NEOSSOLOS FLÚVICOS e Tipos deTerreno

Esta unidade de mapeamento ocorre em diques marginais e aterros ocupando relevo plano nas bordas dasilhas do Delta do Jacuí, apresentando-se como uma associação de Neossolos Flúvicos (RU) e tipos deterreno. Podem apresentar inclusão de Gleissolos (G).

5.3.12. Unidade de Mapeamento TT: Tipos de Terreno

Os Tipos de Terreno (TT) são áreas fortemente alteradas pela ação humana, na forma de áreas deempréstimo, decapagem, terraplenagem e aterros com materiais diversos (entulhos de construção, lixo,resíduos industriais e outros). Nestas situações o solo original foi removido parcial ou totalmente, ou foisoterrado pelo material depositado. Pela fato de não haver até o presente previsão para inclusão destessolos no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, eles são referidos por termos genéricos, tais comosolos construídos, solos urbanos, solos tecnogênicos, tipos de terreno e outros. No presente texto é usadoo termo “tipos de terreno” para designar esses solos. Como características gerais desses solos observa-se(1) uma grande variabilidade espacial; (2) a estrutura alterada pela compactação; (3) aeração e drenagemreduzidas; e (4) a presença de contaminantes. A grande variabilidade dessas áreas exige um estudoespecífico de cada situação.

Os TTs são encontrados em maior ou menor proporção em praticamente todas as unidades demapeamento, sendo destacados em uma unidade de mapeamento simples onde sua extensão é mapeável eocorrem associados em outras UM combinadas (Tabela 5.1). As áreas urbanizadas, apesar de constaremno mapa de solos como constituídas por diversas unidades de solos, constituem em grande parte “tipos deterreno”, devido a sua significativa alteração no processo de urbanização.

A tabela a seguir apresenta uma síntese das unidades de mapeamento descritas, indicando o símbolo daUM, o tipo de UM, as classes taxonômicas de solos, a descrição geral das áreas de ocorrência e aocorrência de solos pertencentes a outras classes taxonômicas (inclusões).

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TABELA 5.1 - Descrição geral da área de ocorrência, inclusões e classes taxonômicas que compõem as Unidades de Mapeamento(UM) de solos identificadas no Município de Porto Alegre.

Símbolo Descrição da unidade de mapeamento Inclusões Descrição geral da área de ocorrênciaPV1 Grupo indiferenciado de ARGISSOLOS VERMELHOS e

ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOSC, RL e RR Topo e encosta de elevações, em relevo

suavemente ondulado e onduladoPV2 Associação de ARGISSOLOS VERMELHOS ou ARGISSOLOS

VERMELHO-AMARELOS com CAMBISSOLOS HÁPLICOSC, RL, RR Topo e encosta de elevações, em relevo ondulado e

fortemente ondulado e nos terços inferiores deencostas de morros em relevo fortemente onduladoe montanhoso

CX Associação de CAMBISSOLOS HÁPLICOS com NEOSSOLOSLITÓLICOS ou NEOSSOLOS REGOLÍTICOS

PV, AR Topo e encosta de morro, em relevo fortementeondulado a montanhoso

SG1 Associação de PLANOSSOLOS HIDROMÓRFICO,GLEISSOLOS HÁPLICOS e PLINTOSSOLOS ARGILÚVICOS

RQ, RU Planícies aluviais e lagunares com microrrelevo

SG2 Associação de PLANOSSOLOS HIDROMÓRFICO,GLEISSOLOS HÁPLICOS e NEOSSOLOS FLÚVICOS

FT, RQ Áreas marginais ao longo de arroios em relevoplano

GX Associação de GLEISSOLOS HÁPLICOS E PLANOSSOLOSHIDROMÓRFICOS

GM Planícies aluviais e lagunares

G1 Associação de GLEISSOLOS e NEOSSOLOS FLÚVICOS O Planícies aluviais situadas nas ilhas do Delta doJacuí

G2 Associação de GLEISSOLOS, PLANOSSOLOS e Tipos deTerreno

FT Planícies aluviais e lagunares com áreas alteradaspela ação humana

RQ Associação de NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS eGLEISSOLOS

GM Feixes de restinga ocupando relevo plano esuavemente ondulado

RU1 NEOSSOLOS FLÚVICOS G Planícies aluviais situadas em ilhas do Delta doJacuí

RU2 Associação de NEOSSOLOS FLÚVICOS e Tipos de Terreno G Diques marginais e aterros ocupando relevo planonas bordas das ilhas do Delta do Jacuí

TT Tipos de Terreno Áreas com influência antrópica (aterros, pedreiras,etc)

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5.4. Caracterização das unidades taxonômicas

No levantamento, os solos foram classificados conforme o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos(EMBRAPA, 1999), pelo qual cada solo identificado e classificado constitui uma unidade taxonômica.Portanto, uma unidade taxonômica corresponde a uma classe de solo. A seguir são apresentados ascaracterísticas gerais e ocorrência das diversas unidades taxonômicas de solos que compõe as unidades demapeamento, que são:

1. ARGISSOLO VERMELHO (PV).2. ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO (PVA).3. CAMBISSOLO HÁPLICO (CX).4. NEOSSOLO LITÓLICO (RL).5. NEOSSOLO REGOLÍTICO (RR).6. NEOSSOLO QUARTZARÊNICO (RQ).7. NEOSSOLO FLÚVICO (RU)8. PLINTOSSOLO ARGILÚVICO (FT).9. PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO (SG).10. GLEISSOLO HÁPLICO (GX).

5.4.1. ARGISSOLOS VERMELHOS Distróficos (PVd) típicos

São solos profundos, alcançando espessuras de 1,50 m ou maior até a rocha alterada (saprólito degranito), apresentando um perfil com uma sequência de horizontes A-Bt-C (Figura 5.1). Estes solos sãoidentificados (em cortes de estrada ou trincheiras) pela coloração avermelhada do horizonte Bt associadaà sua textura mais argilosa em relação ao horizonte A de cor mais acinzentada. A cor avermelhada dohorizonte Bt é indicativa da condição de solo bem drenado, isto é, com ausência de encharcamentoprolongado após as chuvas. Dependendo da composição da rocha de origem (granitos), estes solos podemapresentar uma proporção significativa de fração grosseira (cascalho) constituída por quartzo. Quanto àsua fertilidade química, estes solos são qualificados como distróficos, isto é, são ácidos e apresentam umabaixa disponibilidade de nutrientes para as plantas; em consequência, quando utilizados para a produçãoagrícola, necessitam de aplicações regulares de corretivos (calcário, matéria orgânica) e fertilizantes. Umperfil representativo destes solos encontra-se no Anexo 5.1.

Os Argissolos Vermelhos ocupam áreas de relevo ondulado a suavemente ondulado, geralmenteocorrendo associados com Argissolos Vermelho-Amarelos ocupando uma posição topográfica inferior,ambos compondo uma unidade de mapeamento do tipo “grupo indiferenciado” (Tabela 5.1).

5.4.2. ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos (PVAd) típicos

São solos profundos, alcançando espessuras de 1,50 m ou maior até a rocha alterada (saprólito degranito), apresentando um perfil com uma sequência de horizontes A-Bt-C. Estes solos são identificados(em cortes de estrada ou trincheiras) pela coloração vermelho-amarelada do horizonte Bt associada à suatextura mais argilosa em relação ao horizonte A de cor mais acinzentada. A cor amarelada do horizonteBt é indicativa da condição de solo bem a moderadamente drenado, isto é, a lenta remoção da águapossibilita um encharcamento prolongado após as chuvas. Dependendo da composição da rocha deorigem (granitos), estes solos podem apresentar uma proporção significativa de fração grosseira(cascalho) constituída por quartzo. Quanto à sua fertilidade química, estes solos são qualificados comodistróficos, isto é, são ácidos e apresentam uma baixa disponibilidade de nutrientes para as plantas; emconseqüência, quando utilizados para a produção agrícola, necessitam de aplicações regulares decorretivos (calcário, matéria orgânica) e fertilizantes. Um perfil representativo destes solos encontra-se noAnexo 5.2.

Os Argissolos Vermelho-Amarelos ocupam áreas de relevo ondulado a suavemente ondulado, geralmenteocorrendo associados com Argissolos Vermelhos ocupando uma posição topográfica mais elevada, amboscompondo uma unidade de mapeamento do tipo “grupo indiferenciado” (Tabela 5.1).

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5.4.3. CAMBISSOLOS HÁPLICOS Ta Distróficos (CXvd) típicos

São solos rasos (profundidade inferior a 1 m) até profundos, apresentando no perfil uma sequência dehorizontes A-Bi-C (Figura 5.2). A coloração destes solos é acinzentada no horizonte A e maisavermelhada ou amarelada no horizonte B, enquanto que o horizonte C tem uma coloração variegada(vermelho, amarelo, cinzento, branco) comumente observada no saprólito de granito. As diferentesprofundidades (solos rasos a profundos) e colorações (avermelhados a amarelados) caracterizam asdiversas variações de Cambissolos Háplicos. A coloração avermelhada e amarelada do horizonte Bt é,respectivamente, indicativa da condição de solo bem a moderadamente drenado. Dependendo dacomposição da rocha de origem (granitos), estes solos podem apresentar uma proporção significativa defração grosseira (cascalho) constituída por quartzo. Quanto à sua fertilidade química, os solos sãoqualificados como distróficos, isto é, são ácidos e apresentam uma baixa disponibilidade de nutrientespara as plantas; em consequência, quando utilizados para a produção agrícola, necessitam de aplicaçõesregulares de corretivos (calcário, matéria orgânica) e fertilizantes. Um perfil representativo destes solosencontra-se no Anexo 5.3.

Os Cambissolos Háplicos ocupam um relevo ondulado a fortemente ondulado, isto é, mais acidentado doque as áreas ocupadas pelos Argissolos. Ocorrem associados com Neossolos Litólicos e NeossolosRegolíticos (Tabela 5.1).

Figura 5.1. Perfil de ARGISSOLOVERMELHO (PV).

Figura 5.2. Perfil de CAMBISSOLOHÁPLICO (CX).

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5.4.4. NEOSSOLOS LITÓLICOS Distróficos (RLd) típicos

São solos rasos, apresentando perfis com uma sequência de horizontes A-C-R ou A-R, onde a rocha(camada R) situa-se a partir de 50 cm da superfície (Figura 5.3). A coloração do solo é acinzentada nohorizonte A e geralmente variegada (vermelho, amarelo, cinzento) no horizonte C. Devido a suaocorrência em relevo forte ondulado a montanhoso, os Neossolos Litólicos são bem drenados; entretanto,quando situados em depressões do relevo acidentado podem apresentar períodos de encharcamentodevido a acumulação das águas de escorrimento das cotas mais elevadas. Dependendo da composição darocha de origem (granitos), estes solos podem apresentar uma proporção significativa de fração grosseira(cascalho) constituída por quartzo. Quanto à sua fertilidade química, os solos são qualificados comodistróficos, isto é, são ácidos e apresentam uma baixa disponibilidade de nutrientes para as plantas; suautilização para a produção agrícola é limitada pela pequena profundidade desses solos. Um perfilrepresentativo destes solos encontra-se no Anexo 5.4

Os Neossolos Litólicos geralmente ocorrem associados com Neossolos Regolíticos e CambissolosHáplicos, constituindo uma unidade combinada na forma de “associação” (Tabela 5.1).

5.4.5. NEOSSOLOS REGOLÍTICOS Distróficos (RRd) típicos

São solos rasos a medianamente profundos, apresentando perfis com uma sequência de horizontes A-C-R,onde a rocha (camada R) situa-se em profundidade maior do que 50 cm da superfície (Figura 5.4). Acoloração do solo é acinzentada no horizonte A e geralmente variegada (vermelho, amarelo, cinzento) nohorizonte C. Uma feição marcante desses solos é o fato da topografia da transição entre os horizontes A eC ser irregular ou ondulada, o que é visualizado no perfil na forma de “línguas” de material do horizonteA penetrando no horizonte C.

Devido a sua ocorrência em relevo forte ondulado a montanhoso, os Neossolos Regolíticos são bemdrenados; entretanto, quando situados em depressões do relevo acidentado podem apresentar períodos deencharcamento devido a acumulação das águas de escorrimento das cotas mais elevadas. Dependendo dacomposição da rocha de origem (granitos), estes solos podem apresentar uma proporção significativa defração grosseira (cascalho) constituída por quartzo. Quanto à sua fertilidade química, os solos sãoqualificados como distróficos, isto é, são ácidos e apresentam uma baixa disponibilidade de nutrientespara as plantas; sua utilização para a produção agrícola é limitada pela pequena profundidade dessessolos. Um perfil representativo destes solos encontra-se no Anexo 5.5.

Os Neossolos Regolíticos geralmente ocorrem associados com Neossolos Litólicos e CambissolosHáplicos, constituindo uma unidade combinada na forma de “associação” (Tabela 5.1).

5.4.6. NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos (RQo) típicos

São solos profundos, apresentando perfis com uma sequência de horizontes A-C (Figura 5.5), todos detextura muito arenosa constituída essencialmente por grãos de quartzo. Estes solos tem uma coloraçãoacinzentada a bruno-acinzentada e sua drenagem varia de bem drenados (posição convexa) a maldrenados (posição côncava) conforme a posição topográfica que ocupam nos feixes de restingas. Quanto àsua fertilidade química, os solos são moderadamente ácidos e apresentam uma baixa disponibilidade denutrientes para as plantas; sua utilização para a produção agrícola é limitada devido sua textura arenosa,sendo preferencialmente mantidos com cobertura de pastagens e com florestamento. Um perfilrepresentativo destes solos encontra-se no Anexo 5.6.

Os Neossolos Quartzarênicos são originados em sedimentos arenosos quaternários que constituem feixesde restingas nas margens do Lago Guaíba na parte sul do Município, ocupando um relevo plano asuavemente ondulado. Na áreas foram mapeados em associação com Gleissolos Háplicos (Tabela 5.1).

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Figura 5.3. Perfil de NEOSSOLOLITÓLICO (RL).

Figura 5.4. Perfil de NEOSSOLOREGOLÍTICO (RR).

5.4.7. NEOSSOLOS FLÚVICOS Tb Distróficos(RUbd) típicos

São solos originados de sedimentos fluviais compondo uma estratificação de sedimentos de granulometriavariável. Apresentam uma sequência de horizontes A-C, mostrando uma distribuição irregular de matériaorgânica e uma composição granulométrica variável com a profundidade do perfil de solo. Devido avariabilidade do material de origem (sedimentos fluviais) estes solos tem características físicas e químicastambém variáveis.

Ocorrem nas planícies e terraços de inundação do Lago Guaíba na forma de unidades de mapeamentosimples e combinadas com Gleissolos e tipos de terreno (Tabela 5.1). Um perfil representativo destessolos encontra-se no Anexo 5.7.

5.4.8. PLINTOSSOLOS ARGILÚVICOS (FT) Distróficos ou Eutróficos

São solos profundos, alcançando espessuras de 1,50 m ou maior, apresentando um perfil com umasequência de horizontes A-Bf-C (Figura 5.6), imperfeitamente drenado; a característica marcante destesolo é o horizonte Bf mais argiloso com predomínio de coloração acinzentada com mosqueadosavermelhados e amarelados, correspondendo respectivamente a zonas de depleção (matriz cinzenta) e deconcentração (mosqueados) de óxidos de ferro. Estas feições são típicas de ambientes onde a oscilação dolençol freático e a presença de matéria orgânica proporciona alternância de períodos com excesso deumidade (condição favorável para redução química) e de ambiente aerado (condição favorável paraoxidação química) no solo. Estes solos ocorrem nas zonas baixas da paisagem, situando-se em posição

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intermediária entre os terraços mais elevados e as várzeas mal drenadas, dentro do relevo geral plano asuavemente ondulado, formando uma unidade de mapeamento combinada com PlanossolosHidromórficos e Gleissolos Háplicos associados (Tabela 5.1). Um perfil representativo dos Plintossolosencontra-se no Anexo 5.8.

Figura 5.5. Perfil de NEOSSOLOQUARTZARÊNICO (RQ).

Figura 5.6. Perfil de PLINTOSSOLOARGILÚVICO (FT).

5.4.9. PLANOSSOLOS HIDROMÓRFICOS (SG) Distróficos ou Eutróficos,espessarênicos ou típicos

São solos imperfeitamente a mal drenados encontrados nas áreas de várzea, com relevo plano asuavemente ondulado. Apresentam uma sequência de horizontes A-E-Btg-C (Figura 5.7), com o horizonteA de coloração mais escura, o horizonte E de cor clara e mais arenoso, e uma mudança abrupta para ohorizonte Btg bem mais argiloso e de cor acinzentada. Esta mudança súbita no perfil do solo, de camadasmais arenosas (horizontes A e E) para uma camada mais argilosa (horizonte Btg), é responsável pelaretenção da água e o conseqüente encharcamento do solo. Devido a essas feições, os Planossolos sãoaptos para o cultivo de arroz irrigado; com sistemas de drenagem eficientes também podem ser usadospara outras culturas (milho, pastagens e outras), porém apresentam risco de inundação. Os Planossolosapresentam variações quanto: (1) a espessura dos horizontes A+E que pode alcançar até 1,7 m, o queidentifica os espessarênicos; (2) ao horizonte B que pode apresentar alta saturação por sódio em algumasáreas; (3) maior ou menor gradiente textural entre os horizontes A+E e Btg; e (4) a presença demosqueados de plintita no horizonte Btg.

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Os Planossolos Hidromórficos estão incluídos em diferentes unidades de mapeamento em combinaçãocom Gleissolos Háplicos, Plintossolos Argilúvicos e Neossolos Flúvicos (Tabela 5.1). Um perfilrepresentativo desses Planossolos encontra-se no Anexo 5.9.

5.4.10. GLEISSOLOS HÁPLICOS (GX) Distróficos ou Eutróficos típicos

São solos profundos, muito mal drenados, de coloração acinzentada ou preta, apresentando um perfil comsequência de horizontes A-Cg ou A-Bg-Cg (Figura 5.8), onde os horizontes Bg e Cg são do tipo glei.Estas feições dos Gleissolos identificam um ambiente onde predomina a deficiência de oxigênio,propiciando processos de acumulação de material orgânico e intensa redução química.

Os Gleissolos mostram uma grande variabilidade nas suas características, o que está relacionado a suaorigem de sedimentos diversos. Quanto a fertilidade química, são moderada a fortemente ácidos,apresentam uma disponibilidade de nutrientes baixa a moderada para as plantas; a espessura e o teor dematéria orgânica do horizonte A, bem como a textura dos horizontes A e Cg também são muito variáveis.

Esses solos ocorrem nas porções mais baixas das várzeas e a sua ocupação e utilização para a produçãoagrícola é limitada pelas condições naturais de má drenagem e pelo risco de inundação. Quando drenadospodem ser usados para horticultura, fruticultura e cultivo de culturas anuais. Os Gleissolos ocorrem emdiversas unidades de mapeamento combinadas com Planossolos, Plintossolos, Neossolos Flúvicos,Neossolos Quartzarênicos e tipos de terreno. Um perfil representativo dos Gleissolos encontra-se noAnexo 5.10.

Figura 5.1. Perfil de ARGISSOLOVERMELHO (PV).

Figura 5.2. Perfil de CAMBISSOLOHÁPLICO (CX).

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Figura 5.7. Perfil de PLANOSSOLOHIDROMÓRFICO (SG).

Figura 5.8. Perfil de GLEISSOLOHÁPLICO (GX).

O mapa de solos resultante dos levantamentos anteriormente descritos, mostrando a distribuição espacialdas diversas unidades de mapeamento no município de Porto Alegre, está ilustrado na figura 5.9

O mapa final de solos acompanha este relatório na forma de arquivos em meio digital, gravados em CD-ROM no formato shape file. A descrição detalhada dos arquivos encontra-se ao final deste relatório, nocapítulo 9.

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Figura 5.9. Mapa de solos do município de Porto Alegre.

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ANEXOS

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Anexo 5.1 - Perfil representativo de ARGISSOLO VERMELHO Distrófico típico

Descrição geral

− Classificação: ARGISSOLO VERMELHO Distrófico típico

− Localização: Porto Alegre – Lami, na subida da estrada do Espigão.

− Situação e declive: Encosta, terço médio com 6 % de declividade

− Litologia e formação geológica: Período Pré-Cambriano, Grupo Cambaí

− Material originário: Granito Cantagalo

− Relevo local: ondulado

− Relevo regional: Forte ondulado

− Erosão: Laminar

− Drenagem: Bem drenado

− Vegetação: Mata secundária arbustiva, vassoura branca e mirtáceas

− Uso atual: Capoeira

Características morfológicas

A1 0 - 25/30 cm; vermelho-escuro-acinzentado(2,5 YR 3/2, úmido), bruno (10YR 5/3, seco); francacascalhenta; fraca a moderada média blocos subangulares; poros pequenos médios comuns;ligeiramente duro, friável ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transição clara e ondulada.

AB 25/30- 32/48cm; vermelho-escuro-acinzentado a vermelho acinzentado(2,5YR 3,5/2, úmido),bruno-avermelhado(5YR 4/4, seco); franco-argilosa cascalhenta; fraca a média blocossubangulares; poros pequenos médios comuns; ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico eligeiramente pegajoso; transição gradual e ondulada;.

Bt1 32/48 - 65cm; bruno-avermelhado-escuro a bruno-avermelhado (2,5YR3, 5/4 úmido); vermelho-amarelado (5YR5/6, seco); franco-argilosa cascalhenta; moderado médio grandes blocossubangulares; cerosidade fraca pouca; poros pequenos médios comuns; duro, friável, ligeiramentepegajoso; transição gradual e ondulada.

Bt2 65 - 95/100cm; bruno-avermelhado-escuro a vermelho-escuro(2,5YR3/5, úmido), vermelho-amarelado (5YR 5/6, seco); argila cascalhenta; moderada média e grande blocos subangulares eangulares; cerosidade moderada pouca; poros pequenos médios comuns, duro, friável,ligeiramente plástica ligeiramente pegajosa; transição gradual e ondulada.

BC 95/100- 140+cm; variegado vermelho-escuro (2,5YR3/6, úmido) vermelho muito escuroavermelhado,(2,5YR 4/4, úmido), vermelho-amarelado (5YR 5/6, seco) bruno-claro-acinzentado,(10YR 6/3, seco); franco-argilosa cascalhenta; moderado a médio blocossubangulares e angulares; cerosidade fraca pouca; poros pequenos médios comuns; duro, friável afirme; ligeiramente pegajoso.

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Análises físicas e químicasHorizonte Frações da amostra

Total-%Composição granulométrica da

terra fina (dispersão com NaOH) %Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,10mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

A1 0 - 25/30 0 20 80 20 15 - 45 15 3,00AB 25/30 - 32/48 0 22 78 7 17 - 46 30 1,53Bt1 32/48 - 65 0 31 69 14 6 - 45 35 1,28Bt2 65 - 95/100 0 20 80 18 10 - 29 43 0,67BC 95/100 - 140+ 0 23 77 14 14 - 43 32 1,34

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivoCmol(c)/kg

Valor VP assi- Carbono

H2O SMP Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S Al3+ H+ Valor T (saturação 100 Al3+ milável orgânico(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ % %

A1 4,8 5,7 0,64 1,49 0,29 0,03 2,45 1,1 3,47 7,02 35 31 1 1,47AB 4,6 4,8 0,13 0,51 0,30 0,05 0,99 3,5 4,51 9,00 11 78 1 1,22Bt1 4,7 5,3 0,15 0,38 0,29 0,05 0,87 3,8 4,59 9,26 10 81 1 0,86Bt2 4,9 5,4 0,18 1,15 0,24 0,04 1,61 3,0 2,35 6,96 23 65 2 0,36BC 4,9 5,3 0,22 1,82 0,23 0,05 2,32 2,2 3,27 7,79 30 49 2 0,17

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Anexo 5.2 – Perfil representativo de ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distróficotípico

Descrição geral

− Classificação: ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELO Distrófico típico

− Localização: Porto Alegre – Lami, em barranco da estrada da Extrema.

− Situação e declive: terço superior de encosta de morro

− Litologia e formação geológica: Grupo Cambaí do período Pré-Cambriano

− Material originário: Granito Cantagalo

− Relevo local: Suave ondulado

− Relevo regional: Ondulado

− Erosão: Laminar, ligeira a moderada

− Drenagem: Bem drenado

− Vegetação: Floresta subtropical subcaducifólia

− Uso atual: Potreiro

Características morfológicas

A1 0-32cm - Bruno-escuro a bruno (7,5YR 4/2, úmido), cinzento-rosado (7,5YR 6/2, seco); franca;fraca, médios e grandes blocos angulares; poros comuns pequenos; ligeiramente duro; muitofriável; ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transição plana e brupta.

A 32-80/95cm - Bruno-avermelhado-escuro (5YR 3/2, úmido), cinzento-avermelhado (5YR 5/2,seco); franca; fraca, média e grandes blocos angulares; poros comuns e pequenos; ligeiramenteduro; muito friável; ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transição clara e ondulada.

BA 80/95-110/120 - Bruno-avermelhado-escuro (5YR 3/3, úmido), bruno-avermelhado (5YR5/4,seco); franco argilosa com cascalho; moderado, médio e grandes blocos angulares; cerosidadefraca e comum; poros comuns e pequenos; ligeiramente duro, muito friável, ligeiramentepegajoso; transição clara e ondulada.

Bt 110/120-145cm - Bruno-avermelhado-escuro (5YR 3/4, úmido), bruno-avermelhado (5YR 4/4,seco); argila cascalhenta; moderada médios e grandes blocos angulares; cerosidade fraca ecomum; poros comuns pequenos; muito duro, muito friável; ligeiramente plástico, ligeiramentepegajoso; transição gradual ondulada.

BC 145-170cm+ - Vermelho-amarelado (5YR 7/6, úmido), amarelo-avermelhado (5YR 7/6, seco);argiloa cascalhenta; fraca moderada blocos subangulares; poros comuns e pequenos; muito duro,muito friável; ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso.

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39

Análises físicas e químicas

Horizonte Frações da amostratotal-%

Composição granulométrica daterra fina (dispersão com NaOH) %

Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,10mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

A1 0 - 32 0 2 98 26 18 - 40 16 2,50A 32 - 80/95 0 4 96 28 18 - 34 20 1,70

BA 80/95 110/120 0 15 85 26 14 - 32 28 1,14Bt 110/120 - 145 0 16 84 16 12 - 29 43 0,67BC 145 - 170+ 0 18 82 14 14 - 29 43 0,67

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivocmol(c)/kg

Valor VP assi- Carbono

H2O SMP Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S Al3+ H+ Valor T (saturação 100 Al3+ milável orgânico(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ % %

A1 4,3 5,8 0,22 0,19 0,15 0,03 0,59 1,50 2,25 4,34 14 72 1 0,63A 4,4 5,6 0,31 0,37 0,17 0,04 0,89 1,60 4,.51 7,00 13 64 1 0,39

BA 4,3 5,6 0,29 0,52 0,23 0,04 1,08 1,20 3,95 7,03 15 63 1 0,45Bt 4,3 5,0 0,54 1,35 0,31 0,07 2,27 3,40 2,28 7,95 28 60 1 0,39BC 4,6 5,4 0,39 1,71 0,20 0,06 2,36 2,50 1,46 6,32 37 51 1 0,36

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40

Anexo 5.3 – Perfil representativo de CAMBISSOLO HÁPLICO Ta Distrófico típico

Descrição geral

− Classificação: CAMBISSOLO HÁPLICO Ta Distrófico típico

− Localização: Porto Alegre, Lami, em Barranco da estrada do Espigão, próximo aos templos.

− Situação e declive: Topo de morro

− Litologia e formação geológica: Grupo Cambaí - Pré-Cambriano

− Material originário: Granito

− Relevo local: Ondulado

− Relevo regional: Forte ondulado

− Erosão: Não visível

− Drenagem: Imperfeitamente drenado

− Vegetação: Floresta subtropical subcaducifólia

− Uso atual: Mata arbustiva e reflorestamento

Características morfológicas

A1 0-18/26cm; cinzento muito escuro a cinzento escuro (10YR 3,5/5, úmido); franca cascalhenta;fraca medias/grandes, blocos subangulares angulares e granular; poros pequenos e comuns;ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transição clara eirregular.

Bi 18/26-30/50cm; bruno-escuro a bruno (10YR 4/3, úmido), bruno (10YR5/3, seco), commosqueados comuns, médios e distintos bruno-avermelhado a vermelho-amarelado (5YR 5/5úmido), com mosqueados comuns pequenos distintos bruno-forte (7,5YR 5/6 seco); francoargilosa cascalhenta; fraca, média/grande blocos subangulares e angulares; poros comunspequenos; ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transição clarae irregular.

C 30/50-100cm+; coloração variegada, composta de vermelho (10R 4/8, úmido), bruno a bruno-amarelado (10YR 5/5, úmido), amarelo-brunado (10YR 6/6, úmido); coloração variegadacomposta de vermelho (2,5YR 5/8, seco) cinzento-claro (10YR 7/1, seco) branco (2,5Y 8/0,seco); franco siltosa, muito cascalhenta; maciça in situ desfaz em blocos subangulares; duro,firme, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; poros pequenos e comuns.

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Análises físicas e químicas

Horizonte Frações da amostratotal-%

Composição granulométrica daterra fina (dispersão com NaOH) %

Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,10mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

A 0 -18/26 0 39 61 14 18 - 47 21 2,24Bi 18/26 - 30/50 0 38 62 12 8 - 47 33 1,42C 30/50 - 100+ 0 51 49 6 19 - 51 24 2,12

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivocmol(c)/kg

Valor VP assi- Carbono

H2O SMP Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S Al3+ H+ Valor T (saturação 100 Al3+ milável orgânico(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ % %

A 4,9 5,7 0,83 2,07 0,37 0,12 3,39 1,30 5,77 10,46 32 28 1 1,73Bi 4,9 5,4 0,67 2,20 0,37 0,14 3,38 2,70 4,44 10,52 32 144 1 0,12C 5,1 5,9 0,57 2,42 0,34 0,12 3,45 1,60 3,87 8,92 39 32 0,34

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42

Anexo 5.4 – Perfil representativo de NEOSSOLOS LITÓLICOS

Descrição geral

− Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico

− Localização:

− Situação e declive: Perfil situado em meia encosta com 35% de declive.

− Litologia e formação geológica: Granito do Complexo Canguçu (Pré-Cambriano superior).

− Material originário: granito.

− Relevo local: Forte ondulado.

− Relevo regional: Forte ondulado.

− Pedregosidade: Muito pedregoso.

− Rochosidade: Rochoso.

− Erosão: Forte em sulcos.

− Drenagem: Fortemente drenado.

− Vegetação: Campo subtropical e mata nativa em capões.

− Uso atual: Sem utilização.

Características morfológicas

A 0 - 18 cm; bruno avermelhado escuro (5YR 3/2, úmido); franco argilo arenoso muito cascalhento;fraca pequena a média granular; firme, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transiçãoclara e ondulada.

R 18cm+ ; amarelo avermelhado (5YR 7/8, úmido).

Análises físicas e químicas:Horizonte Frações da amostra

total-%Composição granulométrica da

terra fina (dispersão com NaOH) %Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,5mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

A 0-18 0 68 32 32 42 - 24 21 1,18

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivocmol(c)/kg

Valor VP assi- Carbono

H2O SMP Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S Al3+ H+ Valor T (saturação 100 Al3+ milável orgânico(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ % %

A 5,2 3,7 0,74 0,73 0,42 0,16 2,05 1,50 4,03 7,58 27 42 5 1,41

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Anexo 5.5 – Perfil representativo de NEOSSOLO REGOLÍTICO Distrófico típico

Descrição geral

− Classificação: NEOSSOLO REGOLÍTICO Distrófico típico

− Localização: Porto Alegre, Lami, em barranco da estrada do Espigão.

− Situação e declive: Topo de morro

− Litologia e formação geológica: Grupo Cambaí - Pré-Cambriano

− Material originário: Granito Cantagalo

− Relevo local: Forte ondulado

− Relevo regional: Montanhoso

− Erosão: Não visível devido a cobertura vegetal

− Drenagem: bem drenado

− Vegetação: Floresta subtropical subcaducifólia

− Uso atual: Bosque secundário

Características morfológicas

A1 0-22cm - bruno-escuro a bruno (10YR 4/3, úmido), bruno (10YR 5/3, seco); franco-argilo-arenosa muito cascalhenta; fraca média grande blocos subangulares; poros médios comuns;ligeiramente duro, muito friável, não plástico, não pegajoso; transição clara e plana.

A2 22-40/50cm; bruno-escuro ( 10YR 3/3, úmido), bruno (10YR 5/3, seco); franco-argilo arenosamuito cascalhenta; fraca média blocos subangulares; poros médios, comuns; ligeiramente duro,muito friável, não plástico, não pegajoso; transição clara e irregular.

A/C 40/50-80cm+ - coloração variegada, bruno-escuro (7,5YR 3/2, úmido), bruno-forte (7,5YR 5/8,úmido), vermelho-escuro (2,5YR 3/6, úmido), vermelho (10R 4/6, seco) vermelho-amarelado(5YR 5/6, seco), branco-rosado (5YR 8/2, seco; franco-argilo arenosa cascalhenta; fracamoderada média grande, blocos subangulares; poros pequenos e comuns; duro; friável a firme;ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso.

Análises físicas e químicasHorizonte Frações da amostra

total-%Composição granulométrica da

terra fina (dispersão com NaOH) %Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,10mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

A1 0 - 22 0 55 45 56 12 - 10 22 0,45A2 22 - 50 0 55 45 48 14 - 13 25 0,52

A/C 50 - 80+ 0 35 65 45 16 - 19 20 0,95

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivocmol(c)/kg

Valor VP assi- Carbono

H2O SMP Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S Al3+ H+ Valor T (saturação 100 Al3+ milável orgânico(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ % %

A1 4,3 6,2 0,83 0,60 0,28 0,05 1,76 0,4 2,39 4,55 39 18 2 0,83A2 5,2 6,4 0,71 0,65 0,13 0,04 1,53 0,5 2,41 4,44 34 25 1 0,44

A/C 5,1 6,0 1,71 2,83 0,14 0,10 4,78 1,2 2,85 8,83 54 20 1 0,39

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Anexo 5.6 – Perfil representativo de NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órtico típico

Descrição geral

− Classificação: NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico típico

− Localização: Porto Alegre, no Balneário do Lami.

− Situação e declive: Margens da lagoa

− Relevo local: Plano

− Relevo regional: Plano a suave ondulado

− Erosão: Não aparente

− Drenagem: Bem drenado

− Material de origem: areias de dunas lagunares

− Uso atual: Pastagens

Características morfológicas

A 0-15 cm; bruno-escuro a bruno (7,5YR 4/2, úmido ), bruno (7,5 YR 5/2, seco); areia; grãossimples; solta, solta, não plástica e não pegajosa; transição clara e plana.

C1 15-115 cm; bruno( 10 YR 5/3, úmido), bruno-claro-acinzentado (10 YR 6/3, seco); areia; grãossimples; solta, solta, não plástica e não pegajosa; transição clara e plana.

C2 115-165; bruno-amarelado (10 YR, 5/5), areia; grãos simples; solta, solta, não plástica e nãopegajosa; transição clara e plana.

Análises físicas e químicasHorizonte Frações da amostra

total-%Composição granulométrica da

terra fina (dispersão com NaOH) %Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,10mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 - 0,002mm)

(<0,002mm)

A 0 -15 0 1 99 90 2 - 8 1 8C1 15 - 115+ 0 6 94 50 4 - 6 6 1

Sím-bolo PH (1:1)

Complexo sortivocmol(c)/kg

Valor VP assi- Carbono

H2O SMP Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S Al3+ H+ Valor T (saturação 100 Al3+ milável orgânico(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ % %

A 6,1 7,3 0,38 0,17 0,03 0,01 0,60 0,0 1,47 2,07 29 0 18 0,83C1 6,2 7,3 0,25 0,14 0,06 0,01 0,46 0,0 0,96 1,32 35 0 4 0,39

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Anexo 5.7 – Perfil representativo de NEOSSOLO FLÚVICO Distrófico típico

Descrição geral

− Classificação: NEOSSOLO FLÚVICO Tb Distrófico típico

− Localização: Porto Alegre, na Estrada Antônio Silveira cerca de 1200m da Vila Restinga, na EstradaChácara do Barco, à esquerda, a 1600m em estrada vicinal e a 20m desta.

− Situação e declive: trincheira situada na encosta inferior do Morro São Pedro, com 5% de declive

− Litologia e formação geológica: Granito

− Material originário: Granito

− Relevo local: suave ondulado

− Relevo regional: suave ondulado

− Erosão: laminar ligeira

− Drenagem: bem drenado

− Vegetação: Floresta subtropical subcaducifólia

− Uso atual: campo nativo e capoeira

Características morfológicas

A1 0-15cm - bruno-escuro (10YR 4/3, úmido); franco arenoso; franca pequena e média blocossubangulares que se desfazem em grãos simples; muitos poros grandes e médios; ligeiramenteduro; friável, não plástico, não pegajoso; transição gradual e plana.

A2 15-27/33cm; bruno-avermelhado-escuro (10YR 3/4 úmido), bruno (10YR 5/3, seco); franco-arenosa; fraca pequena e média blocos subangulares e angulares que se desfazem em grãossimples; muitos poros grandes e médios; ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico,ligeiramente pegajoso; transição clara e ondulada.

Ab 27/33-97/103 – cinzento muito escuro (10YR 3/1, úmido); franco-argilo arenosa; fraca grande emédia blocos subangulares e angulares que se desfazem em grãos simples; muitos poros médios epequenos; ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transiçãoondulada e clara.

C1 97/103-107/113cm – bruno muito escuro (10YR 2/2, úmido); franco-argilo arenosa; fracapequena e média blocos subangulares que se desfazem em grãos simples; muitos poros médios epequenos; ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transiçãoondulada e clara.

C2 107/113 – 173+cm – granito em intemperização.

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Análises físicas e químicasHorizonte Frações da amostra

total-%Composição granulométrica da

terra fina (dispersão com NaOH) %Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,10mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

A1 0-15 4 96 47 24 - 12 17 0,7A2 15-27/33 4 96 53 18 - 12 17 0,7Ab 27/33-97/107 4 96 43 20 - 12 25 0,5C1 97/107-113 20 80 47 21 - 13 19 0,7C2 107/113-173+ 13 87 45 20 - 10 25 0,4

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivomeq/100g

Valor VP dispo- Matéria

H2O KCl Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S H++Al3+ Valor T (saturação 100 Al3+ nível orgânica

(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ ppm %A1 5,5 5,1 2,0 0,6 0,2 0,05 2,8 0,9 3,7 43 3,4 8,6 2,5A2 5,0 4,4 1,2 0,5 0,1 0,05 1,8 2,2 4,0 45 14,2 2,4 0,2Ab 5,0 4,2 1,7 0,5 0,1 0,05 2,3 3,0 5,3 43 25,8 3,6 1,4C1 5,3 4,5 1,3 0,4 0,1 0,05 1,8 0,9 2,7 67 10,0 3,0 0,2C2 5,6 4,6 2,1 0,5 0,2 0,1 2,9 0,5 3,4 85 3,3 3,0 0,2

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Anexo 5.8 – Perfil representativo de PLINTOSSOLO ARGILÚVICO

Descrição geral

− Classificação: PLINTOSSOLO ARGILÚVICO

− Localização: Porto Alegre, Estrada do Espigão a 1km em direção do Lago Guaíba para a estrada doLami..

− Situação, declive e cobertura vegetal: trincheira aberta em antiga lavoura de arroz, declividade de 0%a 2%.

− Litologia e formação geológica: Graxaim

− Material originário: Depósitos sedimentares argilo-arenosos.

− Período: Cenozóico.

− Relevo local: plano.

− Relevo regional: plano

− Erosão: Nula.

− Drenagem: imperfeitamente drenado.

− Vegetação primária: Campo sujo

− Uso atual: Pastagem natural

Descrição morfológica

Ap 0-35cm, bruno a bruno escuro (10YR 4/3, úmido); franco arenoso; fraca grande e média blocossubangulares; macio, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição clara eplana.

Ex 35-45, bruno acinzentado a bruno acinzentado escuro (10YR 4,5/2, úmido), areia franca comcascalho; grãos simples; solto, friável, não plástico e não pegajoso; transição clara e plana.

Bf 45-80, cinzento escuro (10YR 4/1, úmido); mosqueado médio, comum, distinto bruno forte(7,5YR 5/8, úmido), mosqueado médio comum cinzento difuso bruno claro (10YR 6/2, úmido),mosqueado médio comum vermelho proeminente (2,5YR 4/8, úmido) e mosqueado brunoacinzentado difuso (10YR 5/2, úmido); muito argiloso com cascalho; forte grande blocossubangulares; cerosidade forte; extremamente duro, extremamente firme, muito plástico epegajoso; transição clara e plana.

C 80-100+, cinzento a cinzento claro (5Y 6/1, úmido); mosqueado médio e comum difuso cinzento(5Y 5/1, úmido) e mosqueado comum grande bruno oliváceo claro (2,5YR 5/6, úmido); areiafranca com cascalho.

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Análises físicas e químicasHorizonte Frações da amostra

total-%Composição granulométrica da

terra fina (dispersão com NaOH) %Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte Argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,05mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

Ap 0-35 0 2 98 35 36 - 21 15Ex 35-45 0 8 92 49 29 - 22 11Bf 45-80 0 10 90 42 22 - 26 28C 80-100+ 0 10 90 39 25 - 21 30

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivomeq/100g

Valor VP dispo- Matéria

H2O KCl Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S H++Al3+ Valor T (saturação 100 Al3+ nível orgânica

(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ ppm %Ap 4,8 - - - - - - - - - - 9,2 2,2Ex 5,3 - - - - - - - - - - 1,2 1,0Bf 5,4 - - - - - - - - - - 1,2 2,3C 5,7 - - - - - - - - - - 1,2 3,5

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Anexo 5.9 – Perfil representativo de PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO Distrófico típico

Descrição geral

− Classificação: PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO Eutrófico espessarênico

− Localização: Porto Alegre, Lami, próximo à Fazenda do Lami

− Situação e declive: 0-2 %

− Relevo local: Suave ondulado

− Relevo regional: Plano/suave ondulado

− Erosão: Não aparente

− Drenagem: Imperfeita

− Material de origem: Sedimentos argilo-arenosos

− Vegetação: Higrófila

− Uso atual: Pastagem com gramíneas

Características morfológicas

Ap 0-27cm.; bruno-muito- escuro (10 YR 2/2, úmido), cinzento-escuro (10 YR 4/1, seco); areia;fraca, pequena blocos subangulares; solta, não plástica, não pegajosa; transição gradual e plana.

A1 27-53cm.; preto (10 YR 2/1,úmido); bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2, seco); areia;fraca pequenos médios blocos subangulares; solto, solto, não plástico e não pegajoso; transiçãogradual e plana.

AE 53-80cm.; bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2, úmido ), bruno-acinzentado escuro ( 10YR 4/2, seco ); areia franca; grãos simples; solta, solta, não plástica e não pegajosa, transiçãoclara e plana.

E 80-175 cm.; bruno-claro a bruno-claro-acinzentado ( 2,5 YR 7/3, úmido ), bruno-claro ( 2,5 Y7/2, seco ); areia; grãos simples; solto, solto, não plástica e não pegajosa; transição abrupta.

Btg 175cm+; cinzento (2,5 Y 5/0, úmido); cinzento-brunado-claro (2,5 Y 6/2, seco); franco argilosa;maciço poroso; extremamente duro, extremamente firme, plástico, pegajoso.

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Análises físicas e químicasHorizonte Frações da amostra

total-%Composição granulométrica da

terra fina (dispersão com NaOH) %Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,10mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

Ap1 0 -27 0 1 99 85 7 - 4 4 1,00A1 27 - 53 0 1 99 68 19 - 9 4 2,25AE 53 - 80 0 5 95 58 18 - 16 8 2,00E 80 - 175 0 2 98 74 18 - 6 2 3,00

Btg 175+ 0 1 99 12 27 - 27 24 1,12

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivocmol(c)/kg

Valor VP assi- Carbono

H2O SMP Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S Al3+ H+ Valor T (saturação 100 Al3+ milável orgânico(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ % %

Ap1 4,1 5,4 0,11 0,12 0,04 0,01 0,28 1,5 3,12 4,30 6 84 48 0,83A1 4,3 5,4 0,09 0,05 0,02 0,01 0,17 1,8 4,17 6,15 3 91 14 0,75AE 4,2 5,4 0,13 0,13 0,05 0,02 0,33 1,8 3,00 5,13 6 85 2 0,71E 4,9 7,2 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,3 1,74 2,06 1 94 9 0,01

Btg 4,9 6,5 1,96 6,45 0,44 0,90 9,75 0,4 2,55 12,70 77 4 3 0,34

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Anexo 5.10 – Perfil representativo de GLEISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico típico

Descrição geral

− Classificação: GLEISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico típico

− Localização: Porto Alegre, Lami, Estrada da Extrema, próximo à estrada São Caetano

− Situação e declive: Plano

− Litologia e formação geológica: Formação Itapoã, sedimentos do Quaternário

− Material originário: Sedimentos do Pleistoceno, da Formação Graxaim

− Relevo local: Plano

− Relevo regional: Plano a suave ondulado

− Erosão: Não visível

− Drenagem: Muito mal drenado

− Vegetação: Floresta subtropical subcaducifólia

− Uso atual: Pastagens

Características morfológicas

Ap 0-17/24cm; bruno muito escuro (10YR 2/2, úmido), cinzento a cinzento-claro (10YR 6/1, seco);franco argilosa; maciça desfazendo-se em grandes blocos angulares e subangulares; friável,plástica, pegajosa; transição abrupta e ondulada;

A1 17/24 - 35/40cm; cinzento muito escuro (10YR 3/1, úmido) com mosqueados poucos pequenosdifusos bruno-amarelado (10YR 5/6, úmido), cinzento (10YR 5/1, seco); franco argilosa; maciçadesfazendo-se em grandes blocos ondulares e subangulares; muito friável, plástica pegajosa;transição gradual e ondulada.

Cg1 35/40-65cm; bruno-acinzentado-escuro (10YR 4/2, úmido), cinzento a cinzento-claro (10YR 6/1,seco); franco argilosa; maciça desfazendo-se em grandes blocos angulares e subangulares; friável;plástica, pegajoso.

Cg2 65-116cm; cinzento-escuro (10YR 4/1, úmido), cinzento a cinzento-claro (10YR 6/1, seco);franco argilosa; maciça desfazendo-se em grandes blocos angulares e subangulares; friável,pegajosa, plástica.

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Análises físicas e químicasHorizonte Frações da amostra

total-%Composição granulométrica da

terra fina (dispersão com NaOH) %Relação

Símbolo Profundidade Calhaus Cascalho Terra fina

areiagrossa

areiafina

areia muitofina

silte argila % Silte%Argila

(cm) (>20mm) (20-2mm) (<2mm) (2,00 - 0,20mm)

(0,20 - 0,10mm)

(0,10-0,05mm)

(0,05 -0,002mm)

(<0,002mm)

Ap 0 - 17/24 0 2 98 15 27 - 30 28 1,07A1 17/24 - 35/40 0 1 99 10 30 - 20 40 0,50Cg1 35/40 - 65 0 2 98 13 25 - 35 27 1,30Cg2 65 - 116 0 3 97 25 18 - 38 19 2,00

Sím-bolo pH (1:1)

Complexo sortivocmol(c)/kg

Valor VP assi- Carbono

H2O SMP Ca2+ Mg2 K+ Na Valor S Al3+ H+ Valor T (saturação 100 Al3+ Milável orgânico(soma) (soma) de bases) % S + Al3+ % %

Ap 5,4 6,0 5,70 2,68 0,36 0,10 8,84 0,4 5,25 14,49 61 4 44 1,07A1 5,4 5,7 6,50 3,70 0,42 0,17 10,79 0,8 5,26 16,85 64 7 13 0,83Cg1 5,3 6,1 3,00 2,23 0,10 0,10 5,43 0,6 2,31 8,34 64 10 3 0,20Cg2 5,0 6,0 2,48 2,38 0,09 0,34 5,29 1,4 2,86 9,55 70 21 2 0,39

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6. Drenagem6.1. Drenagem superficialPara obtenção da rede de drenagem, referente à área do município de Porto Alegre, foram utilizados osseguintes produtos:

− Cartografia da Rede de Drenagem Existente

− Imagens Orbitais Quickbird

− Modelo Numérico de Terreno

6.1.1. Rede de drenagem existente

Com o objetivo de identificar os principais domínios de drenagem da área do município, utilizou-se ahidrografia fornecida pela prefeitura municipal de Porto Alegre (escala 1:25.000) e a hidrografia doServiço de Cartografia do Exercito (escala 1:50.000). Observou-se algumas discrepâncias entre estesprodutos e as imagens orbitais, que em princípio acredita-se estar associadas ao grau de generalizaçãocartográfica e problemas de georeferenciamento da Imagem. Com relação ao MNT o grau deconcordância com a cartografia foi aceitável (figura 6.1).

Figura 6.1 – Hidrografia fornecida pela prefeitura (escala 1:25.000) e altimetria do MNT.

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6.1.2. Interpretação das imagens Quickbird

A análise e interpretação de produtos orbitais de alta resolução espacial permitiram a identificação eatualização dos trechos da hidrografia que não tinham sido representados nos levantamentos cartográficosprévios. No entanto, nas áreas com mata ciliar densa, não foi possível identificar o eixo da drenagem.Para isso, uma possível solução seria o uso de imagens Quickbird na faixa espectral do infravermelho,particularmente sensível à umidade.

6.1.3. Análise do MNT

Os resultados da análise do MNT disponibilizado mostraram que a sua qualidade é insuficiente paraextração de variáveis hidrológicas. Tendo em vista melhorar hidrologicamente o MNT, procedeu-se,através de técnicas de geoprocessamento, a sobreposição espacial da hidrografia existente de maneira areforçar os domínios principais de drenagem no modelo. Esse procedimento gerou um mapa de drenagemsintética de melhor qualidade (figura 6.2). No entanto recomenda-se uma futura adequação e interpolaçãoda base altimétrica vetorial digital, escala 1:1.000, disponível na prefeitura de Porto Alegre, para obter umMNT hidrologicamente adequado a estudos de drenagem urbana.

Figura 6.2 – Mapa da rede de drenagem superficial gerada a partir do MNT.

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6.1.4. Ordenamento da rede de drenagem

A rede de drenagem identificada nas etapas anteriores foi posteriormente hierarquizada conforme ocritério de Strahler. Neste critério são considerados de primeira ordem os segmentos formadores, ou seja,os pequenos canais que não tenham tributários; quando dois canais de primeira ordem se unem é formadoum segmento de segunda ordem; a junção de dois rios de segunda ordem dá lugar à formação de um riode terceira ordem e, assim por sucessivamente: dois rios de ordem n dão lugar a um rio de ordem n+1.

Assim, a ordem do rio principal mostra a extensão da ramificação na bacia. Especificamente neste estudo,foram ordenados os segmentos de drenagem inseridos no polígono correspondente ao município de PortoAlegre, mais as cabeceiras dos arroios Feijó, Dilúvio, Taquara e Varejão (figura 6.3), que situam-se forado município.

Figura 6.3. Mapa da rede de drenagem ordenada.

Neste contexto, foi possível identificar até a ordem 4. Entreanto, acredita-se que futuramente, com umMNT de melhor resolução (obtido a partir da cartografia 1:1.000 do município), seja possível discriminarmais segmentos formadores (1ª ordem), aumentando consequentemente a ordem final. A tabela 6.1apresenta a extensão linear da rede de drenagem hierarquizada.

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Tabela 6.1: Comprimento da hidrografia por ordem de drenagem.

Ordem do curso d’água Comprimento (km)

1ª 291

2ª 148

3ª 114

4ª 21

Total 574

O comprimento da rede de drenagem dentro do polígono do município de Porto Alegre (432 km²),corresponde a aproximadamente 574 km, indicando uma densidade de drenagem de aproximadamente1,33 km/km².

O mapa final da rede de drenagem superficial acompanha este relatório na forma de arquivos em meiodigital, gravados em CD-ROM no formato shape file. A descrição detalhada dos arquivos encontra-se aofinal deste relatório, no capítulo 9.

6.2. Drenagem subterrâneaO objetivo deste capítulo é fornecer um diagnóstico sobre as águas subterrâneas no município de PortoAlegre, levando em conta a quantidade de poços existentes nos diversos bairros.

O município de Porto Alegre possui 80 bairros que estão acentados sobre duas litologias, rochasgraníticognáissicas fissuradas e os depósitos argilo-arenosos a arenosos de origem fluvio-lacustre, lagunare aluvionar. As rochas granítica-gnáissicas constituem o aqüífero fraturado Pré-cambriano e os depósitoso aqüífero poroso Cenozóico.

As águas subterrâneas nas rochas cristalinas (granitos e gnaisses), ocorrem somente nas fraturas ou falhasgeológicas, que se constituem em caminhos preferenciais de deslocamento e armazenamento. Aintensidade e a abertura desses fraturamentos é comanda a maior ou menor quantidade de águasubterrânea. Os poços nas rochas fraturadas podem fornecer vazões da ordem dos 5 m³/h, podendo existirpoços com vazões da ordem de 15 m³/h, condicionados ao sistema de fraturamento.

Nos sedimentos quaternários a existência de água subterrânea é condicionada pela porosidade dosmesmos. Caso os sedimentos sejam argilosos há uma tendência de reduzir muito a quantidade de água e asua circulação. Caso os sedimentos sejam arenosos, eles podem se constituir em aqüíferos que fornecemvazões baixas, da ordem de 4 m³/h.

As águas do aqüífero fraturado são classificadas como bicarbonatadas cálcico-sódicas a sódicas ecloretada-bicarbonatada-cálcico-sódica, enquanto no aqüífero poroso Cenozóico predomina composiçõescloretadas sódicas e cloretadas cálcico-sódicas, com maior conteúdo de sólidos totais dissolvidos.

Estudo realizado por Roisenberg e Viero (2002) mostrou que as águas subterrâneas de Porto Alegreapresentam, em muitos locais, pelo menos um parâmetro acima dos limites máximos de potabilidadeestabelecidos pela Portaria n.º1469/2000 do Ministério da Saúde. Do ponto de vista da potabilidade oparâmetro mais restritivo é o fluoreto, que alcança concentrações da ordem de 6.0 mg/l nas águas doaqüífero fraturado, superando o valor máximo permitido de 1,5 mg/L.

Outro fator importante, do ponto de vista das condições de potabilidade das águas subterrâneas, é a parteconstrutiva de muitos poços. Poços sem o devido selo sanitário, são passíveis de contaminação de águasprovenientes da zona de alteração, podendo conter valores acima do permitido de nitrato, de origemorgânica.

6.2.1. Inventário dos poços

O inventário inicial dos poços dos poços de captação de água subterrânea existentes no município dePorto Alegre foi realizado de forma indireta, consultando-se informações fornecidas por órgãos públicos

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(DMAE, CORSAN, CPRM, etc.), por empresas privadas de perfuração de poços e trabalhos sobre oassunto estudado.

O trabalho de Roisenberg e Viero (2002) mostrou que existem no município de Porto Alegre cerca de 338poços tubulares. Provavelmente o número atual de poços já seja maior, mas no presente trabalho deu-sepreferência para os dados dos poços desse trabalho.

6.2.2. Espacialização dos poços

Os dados obtidos no inventário foram espacializados através do endereço, utilizando-se como base omapa dos eixos de ruas do município. Empregou-se um software de SIG para efetuar a geocodificaçãodos endereços, gerando-se um mapa com a localização dos poços por endereço. Os poços cujo endereçonão pôde ser localizado por geocodificação em SIG foram espacializados através de suas coordenadasUTM. Ao final deste processo, obteve-se um mapa com 242 poços que continham orientação de endereçoe/ou coordenadas UTM (Figura 6.4). Esse mapa, com a distribuição dos poços no município, serviu debase para o estudo do fluxo das águas subterrâneas.

Figura 6.4. Mapa com a localização dos 242 poços de captação de água subterrânea.

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É possível verificar que existe uma grande concentração de poços na área do Centro, Praia de Belas,Jardim Botânico, Petrópolis, Bela Vista, Vila Ipiranga, Boa Vista, Mont’Serrat, Moinhos de Vento,Independência, Floresta, São Geraldo, Cristo Redentor e Sarandí. A quantidade tende aumentar emdireção aos bairros da zona sul. Certamente, deve haver mais poços dentro do município e que não estãocadastrados.

Nos bairros situados na parte central e sul, como Cascata, Vila Nova, Cavalhada, Camaquã, Tristeza,Ipanema, Campo Novo, Lajeado, Hípica e Belém Novo, observa-se que existe uma boa quantidade depoços, mas a maior parte não possui informações suficientes para serem utilizadas no presente trabalho.Tem-se apenas as coordenadas ou endereço dos poços, faltando informação de nível estático.

Como grande parte dos bairros de Porto Alegre está impermeabilizada por edificações e pavimentação, arecarga de água subterrânea se dá nas áreas altas da cidade (Morro Santana, Morro da Policia, etc), ondeainda não chegou a urbanização. Existe um volume de água que recarrega o aqüífero, dentro da cidade,que é proveniente das perdas da rede de abastecimento do DMAE. Esta perda deve representar cerca de30% do volume distribuído, e representa uma recarga de água de ótima qualidade.

6.2.3. Seleção dos poços e estimativa da orientação do fluxo das águas subterrâneas

Após a espacialização, analisou-se os 242 poços buscando verificar o nível de informações que cada umpossuía, principalmente o nível estático (NE). Verificou-se que 90 poços possuem registro do nívelestático (profundidade desde a boca do poço até o nível de água). Esses 90 poços válidos constituíram abase para se compreender e estimar o sentido de fluxo regional das águas subterrâneas no município. Orestante dos poços não apresenta dados suficientes que permitam a sua utilização.

Após a seleção, para cada um dos 90 poços válidos, estimou-se a cota da boca do poço partir do MNTdisponibilizado pela prefeitura de Porto Alegre (5 x 5m). Subtraindo da boca de cada poço a profundidadedo nível estático, estimou-se a cota piezométrica (altura compreendida entre o nível de água do poço e onível do mar).

A nuvem de amostras tridimensionais constituída pela localização dos poços e sua respectiva cotapiezométrica foi interpolada espacialmente para gerar uma superfície piezométrica contínua da área deestudo. Empregou-se o método de Krigeagem com semivariograma linear, obtendo-se uma matriz querepresenta a tendência da superfície piezométrica na área de estudo, com resolução de 50 x 50 m. Paracada célula desta matriz, estimou-se a orientação do fluxo através de uma rotina de cálculo de exposição(aspecto), obtendo-se uma superfície de orientação de fluxo das águas subterrâneas.

A superfície de orientação de fluxo das águas subterrâneas foi sobreposta com os planos de informaçãoreferentes aos bairros e às sub-bacias de Porto Alegre, para extrair-se as orientações médias de fluxo emcada bairro e em cada sub-bacia. O valor final da orientação em cada bairro e em cada sub-bacia foiatribuído espacialmente à localização dos centróides dos respectivos polígonos. As figuras 6.5 e 6.6mostram respectivamente o sentido do fluxo regional das águas subterrâneas por bairro e por sub-bacia.

É possível verificar que o sentido predominante de fluxo é NE-SW, podendo ocorrer fluxos localizadoscom sentido S-N, dependendo da topografia do local. Comparando-se os dois mapas, verifica-se umacerta coerência dos fluxos de água subterrânea por bairro e por sub-bacia. Apenas em alguns bairrosocorre um conflito de sentido de fluxos comparado com o das sub-bacias, como pode ser observado nosbairros Menino Deus e Azenha.

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Figura 6.5. Sentido do fluxo regional das águas subterrâneas por bairro.

Provavelmente a origem destas diferenças sejam os problemas de inconsistência verificados no MNTfornecido pela prefeitura. Recomenda-se no futuro o uso de um MNT de melhor qualidade, obtido a partirda base cartográfica 1:1.000 do município, por exemplo.

É também de fundamental importância que no futuro o cadastro de poços existente seja revisto,especialmente para uma atualização das informações checando os poços existentes e acrescentando novospoços. Para essa atualização o principal órgão a ser consultado é o Departamento de Recursos Hídricos doEstado do Rio Grande do Sul (DRH-RS), onde estão cadastrados os poços que foram ou estão emprocesso de outorga. A perfuração de novos poços dentro da cidade deve ser precedida de um estudo queleve em conta os poços existentes, o volume explotado e as recargas de água subterrânea.

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Figura 6.6. Sentido do fluxo regional das águas subterrâneas por sub-bacia.

O mapa final do sentido dos fluxos de água subterrânea acompanha este relatório na forma de arquivosem meio digital, gravados em CD-ROM no formato shape file. A descrição detalhada dos arquivosencontra-se ao final deste relatório, no capítulo 9.

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7. Mapeamento da ocupação urbanaA ocupação urbana foi mapeada juntamente com a vegetação, a fim de permitir a perfeita justaposição ecomplementaridade dos dois temas em todo o território do município. O mapa de ocupação urbana foigerado em etapas, conforme detalhado a seguir.

7.1. Definição da legendaA legenda para a ocupação urbana foi definida após trabalho de campo específico, através de reuniões ediscussões com os responsáveis pela interpretação, analisando-se tanto dados coletados em campo quantoo mosaico de imagens Quickbird do município. O objetivo foi obter uma legenda de fácil aplicação naescala 1:15.000, mediante a análise visual da estrutura espacial das áreas ocupadas. Procurou-se definiruma legenda que permitisse um alto grau de consistência na delimitação das manchas por diferentespessoas do grupo durante a interpretação das imagens. Ao final das discussões e de alguns ensaios sobreas imagens, chegou-se às seguintes classes:

Comercial, Industrial e Serviços

Urbano: edificações de grande superfície construída, como pavilhões, galpões, depósitos, etc. Incluitambém os cemitérios.

Rural: instalações rurais em geral (pocilgas, aviários, estábulos, silos, galpões, etc.)

Residencial

Edifícios

Tradicional: áreas nas quais a ocupação é de edifícios individualizados nos terrenos. Áreaspreviamente ocupadas por casas as quais foram substituídas por edifícios.

Condomínio: três ou mais prédios com padrão de construção homogêneo ou grupo de prédiosformando um conjunto habitacional com edificações de quatro ou mais pavimentos.

Edifícios e casas

Áreas com uso predominante residencial, originalmente ocupadas apenas por casas as quais, aospoucos, vem sendo substituídas por edifícios. Estes edifícios são geralmente de pequeno porte.

Casas

Orgânico contínuo: geralmente área de ocupação irregular, sem padrão viário e com várias casaspor terreno. As ruas são sinuosas e nem todos os terrenos possuem frente para a rua. A densidadede casas de tamanho reduzido é elevada.

Orgânico esparso: residencial orgânico incipiente. Expansão de áreas já ocupadas com residencialorgânico ou novas ocupações irregulares.

Tradicional contínuo: locais onde houve um loteamento precedente à ocupação. O desenhourbano é variado mas o arruamento é regular, embora os terrenos possuam tamanho bastantevariável. Contém na quase totalidade residências unifamiliares.

Tradicional esparso: Ocupação regular a partir de loteamentos, cujos terrenos ocupados ainda sãoem número reduzido.

Terrenos grandes: Corresponde ao residencial tradicional, mas cujas casas possuem maiorafastamento entre si . São áreas com baixa densidade de ocupação e com grande área verde.

Condomínio: conjunto residencial de casas com até três pavimentos.

Rural: residências isoladas junto à área rural do município.

Vias

A classe vias inclui todas as vias com largura significativa em relação ao entorno pois, em função daescala do projeto, não foi possível individualizar todas as vias, apenas as artérias principais.

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7.2. Digitalização das classes de ocupação sobre as imagens QuickbirdApós a definição da legenda foi realizado o treinamento do grupo responsável pela delimitação eclassificação da ocupação urbana. Foram realizadas várias simulações com os diferentes componentes dogrupo e em diferentes partes do município, as quais foram posteriormente analisadas em conjunto, combase em dados de campo. As áreas discordantes foram apontadas e discutidas, com a finalidade demostrar os equívocos que estavam sendo cometidos e uniformizar os critérios de mapeamento..

O mapeamento da ocupação está sendo realizado sobre as mesmas janelas de 25 km2 do mosaico deimagens Quickbird que foram utilizadas para o mapeamento da vegetação (figura 3.1). Como material deapoio para a delimitação das diferentes classes de ocupação urbana foram utilizadas todas as informaçõescartográficas digitais disponibilizadas pela prefeitura, bem como as fotos aéreas obtidas durante o vôo dereconhecimento realizado para identificar os maricazais no mapeamento da vegetação.

7.3. Trabalho de campoO trabalho de campo foi realizado na forma de várias saídas durante todo o período do mapeamento daocupação urbana. Foram realizados diversos percursos, desde a primeira saída conjunta comrepresentantes de todas as áreas temáticas até as últimas aferições. Todos os percursos foram registradosatravés de GPS, e serviram para definir as classes a serem mapeadas e para apoiar a sua delimitação sobreas imagens, bem como para resolver dúvidas de interpretação localizadas.

O resultado do mapeamento da ocupação urbana, de acordo com a legenda inicialmente definida, estáilustrado na figura 7.1, que mostra a distribuição espacial das diferentes classes no município de PortoAlegre.

O mapa final de ocupação urbana acompanha este relatório na forma de arquivos em meio digital,gravados em CD-ROM no formato shape file. A descrição detalhada dos arquivos encontra-se ao finaldeste relatório, no capítulo 9.

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Figura 7.1. Mapa de ocupação urbana do município de Porto Alegre, ilustrando a distribuição espacial dasclasses mapeadas.

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8. Situação fundiária8.1. Introdução

Esta etapa do trabalho consiste na formulação de uma metodologia para a constituição de um sistema deinformação que possibilite aos gestores públicos do Município de Porto Alegre acessar informações queidentifiquem, em áreas de interesse ambiental, os limites das propriedades e seus proprietários.

O propósito inicial dessas informações é permitir que o Agente de Fiscalização Ambiental do Municípiopossa rapidamente identificar, comunicar e, quando for o caso, notificar o responsável pela área deinteresse ambiental que recebeu, esteja recebendo ou possa a vir a receber impactos ambientais além doslimites permitidos pela legislação.

Esperam-se ganhos adicionais, na medida que esta identificação poderá possibilitar aos demais órgãosmunicipais ações em suas áreas de competência, destacando-se, entre elas, a cobrança de impostos, afiscalização de edificações e o uso e ocupação do solo. A metodologia poderá possibilitar, também, aaplicação desta sistemática em outras áreas de interesse do Município, além das de interesse ambiental,contribuindo assim para a formação do cadastro imobiliário de todo o Município.

8.2. Área piloto para estudoNa fase de planejamento do estudo, em reuniões com os técnicos do Município, representados pelaSMAM, decidiu-se desenvolver a metodologia tendo por base uma Área Piloto para Estudo.

Esta Área deveria estar localizada em local de interesse ambiental e ter dimensão de modo a apresentar asdificuldades normalmente esperadas em trabalhos de levantamento fundiário. Desta forma a metodologiaa ser recomendada estaria adequadamente testada.

A escolha foi direcionada para a zona sul do Município, no Bairro Lami. Este bairro apresenta situaçãoambiental bastante relevante, pois nele estão localizadas a Reserva Biológica do Lami, a Estação deTratamento de Esgoto do Lami e, por ora, a única praia balneável do Lago Guaíba no município de PortoAlegre. O bairro também está muito próximo do Parque Estadual de Itapuã.

A área piloto escolhida ficou compreendida entre a Estrada do Lami, lado ímpar, entre os números 1791 e7855, e o Lago Guaíba (figura 8.1).

Esta área caracteriza-se por apresentar baixo índice de edificações, concentrando-se em sua maioria juntoà Estrada do Lami e nas primeiras centenas de metros das poucas ruas traçadas que partem da referidaEstrada. O restante da área é ocupado com atividades rurais. Parte desta área está sujeita a alagamentodurante alguns períodos no ano.

8.3. Diagnóstico inicialA realização do Diagnóstico Inicial para o desenvolvimento do trabalho concentrou-se em 3 aspectos:.

a) Reconhecimento da área em campo

Este reconhecimento serviu para confirmar as características de ocupação da área piloto em estudo eidentificar referências de logradouros públicos da área que pudessem vir a ser utilizados na pesquisacartorial. Houve muitas dificuldades na obtenção de endereços - logradouro e número dos imóveis, pelaforma irregular dos polígonos que formam a propriedade.

b) Levantamento em Cartórios de Registro de Imóveis

Os registros das propriedades existentes na área piloto estão arquivados no Cartório de Registro deImóveis da 3ª Zona de Porto Alegre, localizado na Rua João Alfredo, 299.

Este Cartório de Registro exigiu, para a realização de pesquisa sobre as propriedades existentes na área deestudo, correspondências visando oficializar a referida pesquisa. As mesmas, datadas de 4 e 18 de maio,identificaram as áreas a serem pesquisadas e, na segunda, estabeleceu que as propriedades a serempesquisadas deveriam ter área igual ou superior a 3 hectares.

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Figura 8.1 Poligonal considerada na delimitação da Área Piloto.

A resposta do Cartório de Imóveis ocorreu, em média, no prazo de 10 dias. O conjunto das informaçõesobtidas estão anexados neste relatório.

Na análise da documentação fornecida pelo Cartório de Imóveis, apresentando a matrícula dos imóveis, écomum observar-se propriedades desmembradas em função de inventários e vendas.

A grande dificuldade apresentada neste trabalho consistiu no fato dos Cartórios de Imóveis só estarempreparados para fornecer informações sobre um endereço específico.

c) Pesquisa em Banco de Dados pertencente ao Município

O Município dispõe de quantidade apreciável de informações cadastrais dispersas em diferentes órgãos naforma de bancos de dados ou em processos administrativos. Entre estes, destacam-se aqueles que temcompetência para a cobrança de impostos e taxas, como a Secretaria da Fazenda e o Departamento deÁguas e Esgoto.

A pesquisa, no caso deste trabalho, foi efetuada nos dados cadastrais disponibilizados pelo Arquivo dosSetores Fazendários CQs e do Banco de Dados do Cadastro de Imóveis da Secretaria da Fazenda,disponibilizados pela PROCEMPA.

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O desenvolvimento dessa pesquisa foi realizado em computadores instalados na Coordenação doAmbiente Natural da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

8.4. Descrição de procedimentos para acessar informações disponíveis nos Banco deDados do Município

Para a realização desta atividade foram executadas as tarefas a seguir apresentadas.

− Acesso ao Arquivo dos Setores Fazendários CQs

− Pesquisa no ambiente PROCEMPA 1/LOTESDWG/CQsSMF para localizar os arquivos dos setores(.dwg) da Área Piloto. Os setores de interesse estão identificados pelos números 27 e 46.

− Junção dos setores que representam a área de interesse, formando um único arquivo (.dwg).

− Acesso ao SIGPOA, base 1: 15000, dos eixos de ruas, para seleção da Área Piloto para Estudo. Aseguir, copiou-se essa área, referenciando-a a um ponto. Adicionou-se esta cópia ao arquivo geradono item anterior. Este arquivo constituiu a base cartográfica sobre a qual foram lançadas asinformações nas etapas seguintes.

Para a área Piloto do Estudo, este passo gerou o resultado ilustrado na figura 8.2.

Figura 8.2. Visualização do arquivo dos setores (.dwg) da área de interesse a partir do ambientePROCEMPA 1/LOTESDWG/CQsSMF.

− Localização dos terrenos que dispõem das informações desejadas e aqueles que não as possuem. Essaidentificação dos terrenos foi feita visualmente, em tela.

− Criação de um novo plano de informação no arquivo de trabalho, evidenciando os terrenos que nãoapresentam informações no nível desejado.

Para a área Piloto deste Estudo, este passo gerou o resultado ilustrado na figura 8.3.

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Figura 8.3. Terrenos que não apresentam informações no nível desejado.

− Pesquisa no Banco de Dados do Cadastro de Imóveis da Secretaria da Fazenda. Para acessar estebanco, foi necessário apoio da SMAM. O objetivo da pesquisa foi a obtenção de informações sobreterrenos adjacentes àqueles que não as possuem, visando facilitar a obtenção de informações destes.A pesquisa pode ser realizada pelo número de inscrição no Banco de Dados do Cadastro de Imóveis,pela localização (logradouro- completo ou partes do nome, ou radical ou código e complemento –prédio ou apto) ou ainda pelo registro de imóveis (zona e número de matricula). Optou-se por se fazera pesquisa pela localização, pois dispunha-se de tais dados (nome de rua e complemento). Nessapesquisa, foram focalizadas as informações disponíveis no tópico registros cadastrais, no qual sãoencontradas informações como: número de inscrição do imóvel no cadastro; nome e CPF doproprietário, medidas do imóvel entre outras.

− Geração de um novo plano de informação no arquivo de trabalho, onde as informações sobreproprietário e número de inscrição dos terrenos adjacentes àqueles de interesse estejam inseridas. Emalguns casos, os terrenos localizam-se em becos ou ruas que não constam no registro do cadastro deimóveis impossibilitando a pesquisa acima citada (Figuras 8.4 e 8.5).

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Figura 8.4. Inserção das informações sobre proprietário e número de inscrição dos terrenos adjacentesàqueles de interesse.

Figura 8.5. Área piloto com delimitação dos lotes com e sem identificação.

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8.5. Metodologia propostaA metodologia proposta tem como premissas:

− Definição prévia da área de interesse a ser pesquisada;

− Capacitação das pessoas para executar a pesquisa com o uso de programas de informática, emespecial com AutoCad, visando permitir acesso a informações cadastrais já disponíveis nos órgãosmunicipais;

− Aplicação dos procedimentos desenvolvidos na “Descrição de procedimentos para acessarinformações disponíveis nos Banco de Dados do Município”;

− Levantamento em Banco de Dados de outros órgãos do Município que dispõem de dados cadastraisorganizados, visando associar as propriedades aos proprietários;

− Levantamento de informações em Cartório de Registro de Imóveis visando a obtenção de dados paracomplementar as informações anteriormente levantadas;

− Levantamento de campo para obter informações sobre áreas ainda não identificadas nas etapasanteriores.

− Notificação dos proprietários identificados no item anterior para que apresentaram comprovante depropriedade.

− Levantamento em Cartórios de Registro de Imóveis daqueles terrenos identificados por endereço,cujos ocupantes notificados não apresentarem comprovante de propriedade.

− Inclusão das informações num Banco de Dados de Cadastro de Imóveis do Município.

− Comunicação à Procuradoria do Município dos logradouros sem identificação ainda existentes, paraaveriguar se os mesmos são áreas públicas.

Para facilitar o acesso às informações cadastrais nas áreas de interesse, organizou-se um mapa digital comos limites e alguns dados cadastrais. Na área piloto, esses lotes podem ser consultados através doprotótipo de Sistema de Informação Geográfica que também integra o Diagnóstico Ambiental doMunicípio de Porto Alegre, o qual é descrito no capítulo referente à disponibilização dos dados.

O mapa com a delimitação da área selecionada para o estudo acompanha este relatório na forma dearquivos em meio digital, gravados em CD-ROM no formato shape file. A descrição detalhada dosarquivos encontra-se ao final deste relatório, no capítulo 9.

8.6. RecomendaçõesPara o sucesso da sistemática proposta algumas condições devem ser atendidas pelo Município e pelaspessoas que aplicarem a metodologia. Dentre elas enfatizamos:

− Formação de equipe intersecretarias visando convergir os interesses globais do Município em relaçãoao levantamento fundiário de Porto Alegre, definindo e priorizando as áreas de interesse a serempesquisadas, centralizando as informações cadastrais já disponíveis nos órgãos do Município;

− Capacitação da equipe intersecretarias com o uso de programas de informática, em especial comAutoCad, visando permitir acesso a informações cadastrais já disponíveis nos órgãos municipais;

− Capacitação da equipe acima mencionada no processo de seleção das informações coletadas e busca,dentre as alternativas disponíveis, da melhor alternativa para completar as lacunas de informaçõescadastrais identificadas.

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9. Disponibilização dos dados9.1. Descrição dos arquivos digitaisOs produtos finais do Diagnóstico Ambiental do Município de Porto Alegre consistem em um conjuntode arquivos digitais em formato shape file contendo os diferentes temas mapeados. Todos os arquivosestão no sistema de coordenadas Gauss-Krüger e constituem os planos de informação especificados natabela 9.1.

Tabela 9.1. Planos de informação no formato shape file que compõem os mapeamentos do DiagnósticoAmbiental do Município de Porto AlegreTema Elemento geográfico Arquivo shape (.shp) Tipo

Vegetação Manchas dos diferentes tipos de vegetação nomunicípio de Porto Alegre

vegetacao Polígono

Geologia Unidades geológicas no município de PortoAlegre

geologia polígono

Lineamentos no município de Porto Alegre lineamentos linha

Unidades geotécnicas do município de PortoAlegre

geotecnia polígono

Pedologia Unidades de mapeamento de solos no municípiode Porto Alegre

pedologia polígono

Drenagem Cursos e corpos d`água da rede de drenagemsuperficial no município de Porto Alegre eentorno

drenagem_superficial linha

Localização dos 90 poços utilizados para estimaro sentido do fluxo das águas subterrâneas

pocos ponto

Isolinhas referentes ao nível piezométricoestimado, obtidas a partir dos 90 poços, comequidistância vertical de 20 metros.

iso_pot20 linha

Setas indicativas do sentido do fluxo das águassubterrâneas associado aos bairros do municípiode Porto Alegre

fluxo_bairros polígono

Setas indicativas do sentido do fluxo das águassubterrâneas associado às sub-bacias domunicípio de Porto Alegre

fluxo_sbacias polígono

Ocupaçãourbana

Manchas dos diferentes tipos de ocupaçãourbana no município de Porto Alegre

ocupacao polígono

Situaçãofundiária

Delimitação da área piloto definida para olevantamento da situação fundiária

fundiario polígono

Delimitação, na área piloto, dos lotes com e semcadastro junto à secretaria municipal da fazenda

lotes polígono

9.2. Atributos associados aos arquivosAs informações relativas aos elementos de cada tema estão armazenadas na tabela de atributos queacompanha os respectivos arquivos shape, com a especificação dos campos detalhada a seguir.

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9.2.1. Vegetação

− Area_m2: campo numérico contendo a superfície da mancha, em metros quadrados (m2)

− Perim_m: campo numérico contendo o perímetro da mancha, em metros (m)

− Id_dominio: campo numérico contendo o código referente ao primeiro nível de classificação davegetação

− Dominio: campo do tipo texto (string) contendo a nomenclatura do primeiro nível de classificação davegetação

− Id_classe: campo numérico contendo o código referente ao segundo nível de classificação davegetação

− Classe: campo do tipo texto (string) contendo a nomenclatura do segundo nível de classificação davegetação

− Id_subclasse: campo numérico contendo o código referente ao terceiro nível de classificação davegetação

− Subclasse: campo do tipo texto (string) contendo a nomenclatura do terceiro nível de classificação davegetação

9.2.2. Geologia

Shape file geologia.shp (unidades geológicas no município de Porto Alegre):

− Area_m2: campo numérico contendo a superfície da mancha, em metros quadrados (m2)

− Perim_m: campo numérico contendo o perímetro da mancha, em metros (m)

− Id_classe: campo numérico contendo um identificador para cada unidade geológica

− Classe: campo do tipo texto (string) contendo a simbologia de cada unidade geológica

− Descricao: campo do tipo texto (string) contendo a descrição de cada unidade geológica

Shape file lineamentos.shp (lineamentos no município de Porto Alegre):

− Descricao: campo do tipo texto (string) contendo a descrição dos elementos mapeados.

Shape file geotecnia.shp (Unidades geotécnicas do município de Porto Alegre):

− Area_m2: campo numérico contendo a superfície da mancha, em metros quadrados (m2)

− Perim_m: campo numérico contendo o perímetro da mancha, em metros (m)

− Id_geotc: campo numérico contendo o código das unidades geotécnicas

− Descricao: campo do tipo texto (string) contendo a descrição das unidades geotécnicas

9.2.3. Pedologia

− Area_m2: campo numérico contendo a superfície da mancha, em metros quadrados (m2)

− Perim_m: campo numérico contendo o perímetro da mancha, em metros (m)

− Id_solo: campo numérico contendo um código identificador de cada tipo de solo

− Classe: campo do tipo texto (string) contendo a simbologia de cada tipo de solo, de acordo com oSistema Brasileiro de Levantamento e Classificação de Solos

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− Descricao: campo do tipo texto (string) contendo o nome completo de cada tipo de solo, de acordocom o Sistema Brasileiro de Levantamento e Classificação de Solos

9.2.4. Drenagem

9.2.4.1. Drenagem superficial

Shape file drenagem_superficial.shp (Cursos e corpos d`água da rede de drenagem superficial nomunicípio de Porto Alegre e entorno):

− Compri_m: campo numérico contendo comprimento de cada segmento de curso d`água, em metros(m)

− Ordem: campo numérico contendo o valor da hierarquia de cada curso d`água (ordem)

− Descricao: campo do tipo texto (string) contendo a descrição do elemento mapeado

− Nome: : campo do tipo texto (string) contendo o nome do curso d’água

9.2.4.2. Drenagem subterrânea

Shape file pocos.shp (Localização dos 90 poços utilizados para estimar o sentido do fluxo das águassubterrâneas):

− Id: campo numérico contendo um código identificador para cada poço

− Endereco: endereço do poço

− Proprietar: nome do proprietário do poço

− Coord_x: coordenada X do poço, no sistema de coordenadas Gauss-Kruger oficial do município dePorto Alegre

− Coord_y: coordenada Y do poço, no sistema de coordenadas Gauss-Kruger oficial do município dePorto Alegre

− Cota_poa: cota da boca do poço, determinada a partir do MNT fornecido pela prefeitura

− Cota_srtm: cota da boca do poço, determinada a partir do MNT SRTM (SRTM – Shuttle RadarTopographic Mission, disponibilizado pela NASA gratuitamente na Internet)

− Ne: nível estático (profundidade)

− Cota_ne_poa: cota do nível estático determinado a partir do MNT fornecido pela prefeitura

− Cota_ne_srtm: cota do nível estático determinado a partir do MNT SRTM

Shape file iso_pot20.shp (Isolinhas referentes ao nível piezométrico estimado, obtidas a partir dos 90poços, com equidistância vertical de 20 metros)

− Cota_piezo: campo numérico contendo a cota piezométrica das isolinhas

Shape file fluxo_sbacias.shp (setas indicativas, na posição do centróide de cada sub-bacia, do azimutereferente ao sentido de orientação do fluxo subterrâneo):

− Azimut: valor do azimute referente ao sentido de orientação do fluxo subterrâneo

Shape file fluxo_bairros.shp (setas indicativas, na posição do centróide de cada bairro, do azimutereferente ao sentido de orientação do fluxo subterrâneo):

− Azimut: valor do azimute referente ao sentido de orientação do fluxo subterrâneo

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9.2.5. Ocupação urbana

− Area_m2: campo numérico contendo a superfície da mancha, em metros quadrados (m2)

− Perim_m: campo numérico contendo o perímetro da mancha, em metros (m)

− Id_dominio: campo numérico contendo o código referente ao primeiro nível de classificação daocupação urbana

− Dominio: campo do tipo texto (string) contendo a nomenclatura do primeiro nível de classificação daocupação urbana

− Id_classe: campo numérico contendo o código referente ao segundo nível de classificação daocupação urbana

− Classe: campo do tipo texto (string) contendo a nomenclatura do segundo nível de classificação daocupação urbana

− Id_subclasse: campo numérico contendo o código referente ao terceiro nível de classificação daocupação urbana

− Subclasse: campo do tipo texto (string) contendo a nomenclatura do terceiro nível de classificação daocupação urbana

9.2.6. Situação fundiária

Shape fundiario.shp (Delimitação, na área piloto, dos lotes com e sem cadastro junto à secretariamunicipal da fazenda):

− Area_m2: campo numérico contendo a superfície da área piloto, em metros quadrados (m2)

− Perim_m: campo numérico contendo o perímetro da área piloto, em metros (m)

Shape file lotes.shp (Delimitação, na área piloto, dos lotes com e sem cadastro junto à secretariamunicipal da fazenda):

− Prop: campo do tipo texto (string) contendo o nome do proprietário do imóvel

− Identific: campo numérico contendo o número que identifica o terreno no mapa da prefeitura

− Insc_imov: campo numérico contendo o número de inscrição do terreno no registro de imóveis

9.3. Aplicativo para visualização e consulta dos dados

9.3.1. Protótipo de Sistema de Informação Geográfica para apoio e suporte à decisão doDiagnóstico Ambiental do Município de Porto Alegre.

O produto final dos mapeamentos do Diagnóstico Ambiental do Município de Porto Alegre é uma sériede dados espaciais digitais no formato shape file, referentes aos diferentes temas, conforme odetalhamento anteriormente apresentado.

Para facilitar a visualização desses dados e permitir a realização de consultas básicas ao conjunto deinformações do projeto, foi desenvolvido um protótipo de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Esteprotótipo consistem em um servidor de mapas que oferece também ferramentas de consulta, as quaispodem ser de grande utilidade aos técnicos da SMAM nas suas atividades voltadas ao meio ambiente nomunicípio. O objetivo do aplicativo é facilitar o uso e a disseminação das informações geradas noDiagnóstico Ambiental do Município de Porto Alegre, sem custo e sem a necessidade de aquisição desoftwares comerciais para executar operações básicas.

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Além das informações geradas pelo projeto, foram introduzidas também informações cedidas peloMunicípio através do SIGPoa: limites do município de Porto Alegre, bairros, eixos de rua, hidrografia,bacias e sub-bacias hidrográficas além de um mosaico de imagens Quickbird.

O sistema possui características de um Servidor de Mapas e permite a visualização dos dados geográficosatravés de um sítio na Internet, através de qualquer navegador. Dessa forma, para a utilização dainformação gerada pelo projeto não é necessário conhecimento específico prévio na área degeoprocessamento e SIG. Também não se torna necessário treinamento específico em qualquer tipo desoftware comercial nessa área.

O protótipo de SIG foi desenvolvido utilizando-se exclusivamente software livre e com código fonteaberto. Isto permitiu sua implementação sem custos de licenciamento das ferramentas dedesenvolvimento nem de hospedagem do sistema. Caso necessário, existe ainda a possibilidade de ediçãodo código fonte do programa base e a customização (personalização) do mesmo, desde que sejamseguidas as leis de licenciamentos de cada uma das tecnologias utilizadas.

O sistema foi desenvolvido basicamente em duas versões. Uma permite a navegação pelos mapas,possibilitando ligar e omitir, aumentar, diminuir e mover cada plano de informação na tela. A outra, maisavançada, utiliza recursos de sistemas gerenciadores de banco de dados (SGBD), no caso o PostgreSQL.Esta segunda opção permite, além da visualização e navegação nos mapas, a importação de um polígonoque represente uma área de interesse de um técnico para consulta na base de dados do DiagnósticoAmbiental. Esta consulta se dá através do cruzamento deste polígono com qualquer um dos diversostemas gerados pelo Projeto Diagnóstico Ambiental do Município de Porto Alegre. O produto da consultaé a geração de estatísticas relativas a cada um dos temas dentro da área de interesse definida.

As principais características do sistema básico são as seguintes:

− Acesso via browser;

− Ferramentas de ampliação, redução e movimentação do mapa;

− Possibilidade de tranformação da máquina onde o sistema estiver instalado num servidor de internet,servidor de mapas e servidor de banco de dados para uma rede interna (intranet) e até mesmo para ainternet;

− Acesso multi-plataforma, ou seja, uma vez instalado o sistema num servidor de mapas, o usuáriopoderá acessá-lo sistema via browser a partir de qualquer sistema operacional;

A versão com SGBD, além de todas características da versão mais simples oferece::

− Importação de arquivos no formato shapefile contendo o polígono da área a ser analisada;

− Geração de consultas espaciais e realização de cruzamento de camadas (Versão com o PostgreSQL);

Para o desenvolvimento do sistema forma utilizadas, entre outras, as seguintes tecnologias:

− Pacote ms4w da DMSolutions;

− Servidor de Internet Apache;

− Servidor de Mapas UMN Mapserver;

− Linguagem de Programação PHP + PHP_Mapscritp;

− Sistema Gerenciador de Banco de Dados PostgreSQL + PostGIS;

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Figura 9.1. Visualização de mapas temáticos através do protótipo de SIG.

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Figura 9.2. Visualização de um mapa temático e do resultado de consulta em uma área definida através doprotótipo de SIG.

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10. Referências bibliográficasBastos, C. A. B .1991. Mapeamento e caracterização geomecânica das unidades geotécnicas de solos

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