Diabetes Mellitus tipo 2 como fator de risco para a doença de Alzheimer
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Leonardo da Cunha Guimarães¹; Camilla Lazzaretti²
¹ Discente do Curso de Graduação em Psicologia. Faculdade Cenecista de Osório (FACOS). Osório. Rio
Grande do Sul. Brasil.
² Professora Assistente do Curso de Graduação em Biomedicina. Faculdade Cenecista de Osório
(FACOS). Osório. Rio Grande do Sul. Brasil.
Implicações metabólicas sobre mecanismos
neuronais: seria a Diabetes MellitusTipo 2
um fator desencadeante para a doença de
Alzheimer?
Introdução
Doença de Alzheimer (DA) = Doença neurodegenerativa
crônica
Sintomas:
Desaparecimento progressivo da memória e função
cognitiva;
Prejuízos em habilidades visuoespaciais;
Comprometimento da linguagem;
Perda do controle voluntário dos esfíncteres.
(BEAR, CONNORS & PARADISO, 2008; FUENTES, MALLOY-DINIZ & CAMARGO,
2014; KANDEL et al., 2014).
Figura 1. Alterações patológicas evidentes no encéfalo de indivíduos com doença de Alzheimer.
Fonte: Adaptado de Princípios de Neurociências (KANDEL et al., p. 1165, 2014)
Etiologia ainda desconhecida;
Estudos recentes sugerem que
implicações fisiológicas características do
Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) poderiam
favorecer o desenvolvimento da DA.
(MITAL & KATARI, 2016; UMEGAKI, 2014)
Introdução
Objetivo
Identificar fatores biológicos
compartilhados entre DA e DM2, visando
averiguar a existência de uma relação de
causa e efeito entre ambos os transtornos.
Método
Foi realizada uma revisão narrativa de
literatura nas bases de dados PubMed e
SciELO, onde se considerou
preferencialmente artigos empíricos e
experimentais publicados nos últimos cinco
anos.
Resultados
Há indícios na literatura de que o Diabetes
Mellitus seja um fator de risco para a DA.
O risco tende a ser maior em indivíduos que não
fazem um bom manejo do diagnóstico de
diabetes, sugerindo que a resistência à insulina
e hiperglicemia sanguínea possam ser dois
fatores desencadeantes.
(HUANG et al., 2014; UMEGAKI, 2014)
Figura 2. A tendência da incidência da doença de Alzheimer (DA) de acordo com a duração da diabetes
mellitus (DM).
Fonte: Reproduzida de: “Diabetes Mellitus and the Risk of Alzheimer’s Disease: a nationwide population-based
study”, de HUANG et al., 2014, Plos ONE, vol. 9 n. 1.
Resultados
Alteração do metabolismo do glicogênio, provocando a
migração de moléculas de fosfato para fosforilação da
proteína TAU em células nervosas.
(HUANG et al., 2014; MITAL & KATARI, 2016; UMEGAKI, 2014)
1) Resistência à insulina nos tecidos DM2
Resultados
Depósito de placas β-amilóides entre os
neurônios. O acúmulo destas placas prejudica
as sinapses e a morfologia neuronal, e consiste
em um marcador forte para o diagnóstico de DA.
(HUANG et al., 2014; MITAL & KATARI, 2016; UMEGAKI, 2014)
2) Resistência à insulina nos tecidos DM2
Resultados
Elevação da glicose estimula enzimas glicolíticas;
Em curto período, os astrócitos utilizam a glicose degradada por tais enzimas para nutrir os neurônios;
A longo prazo, a estimulação das enzimas glicolíticas desencadeia um processo de estresse oxidativo, ocasionando morte neuronal.
Figura 3. Envolvimento dos astrócitos no processo de
manutenção neuronal.
Fonte: Adaptado de Princípios de Neurociências
(KANDEL et al., p. 84, 2014)
Resultados
Figura 4. Proteína TAU hiperfosforilada e formação de emaranhados neurofibrilares.
Fonte: Adaptado de Princípios de Neurociências (KANDEL et al., p. 1169, 2014).
• Hiperglicemia Sanguínea
• Resistência à Insulina
DM2
• Alterações da Consolidação neuronal
• Depósito de placas B-Amilóides
Hiperfosforilação da Proteína TAU • Formação de
emaranhados neurofibrilares
• Morte neuronal progressiva
Doença de Alzheimer
Figura 5: Alterações fisiológicas do Diabetes Mellitus que contribuem para o surgimento da Doença
de Alzheimer.
Fonte: Autoria própria.
Resultados
Considerações Finais
A DA é um transtorno demasiado complexo, de modo que é pertinente
analisar os dados encontrados com o cuidado técnico de não reduzir todas
suas ocorrências ao Diabetes Mellitus.
Os meios de prevenção e manejo clínico de DM2 (e.g. baixo consumo de
carboidratos, prática regular de atividades físicas) auxiliam na prevenção
da DA.
É importante que as relações entre ambos os transtornos continuem
sendo estudadas, para que a comunidade científica consiga viabilizar
estratégias de prevenção e promoção de saúde pública.
Referências
BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. (Orgs.) ... [et al.]. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso. 2 ed. Artmed: Porto Alegre, 2008.
ELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica de Lehninger. Porto Alegre: Artmed, 2011. 6.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
FUENTES, Daniel.; MALLOY-DINIZ, Leandro F.; CAMARGO, Candida H. P.; COSENZA, Ramon M. (Orgs).
Neuropsicologia: teoria e prática. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
KANDEL, Eric R. et al. Princípios de Neurociências. 5 ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
MITTAL, Khyati.; KATARE, Deepshikha P. (2016). Shared links between type 2 diabetes mellitus and
Alzheimer’s disease: A review. Diab Met Syndr: Clin Res Rev. http://dx.doi.org/10.1016/j.dsx.2016.01.021
RIEGEL, Romeo E. Bioquímica. 5.ed. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2011.
UMEGAKI, H. Type 2 diabetes as a risk factor for cognitive impairment: current insights. Clinical
Interventions in Aging, v. 9, p. 1011–1019, 2014. http://doi.org/10.2147/CIA.S48926
HUANG, C. C. et al. Diabetes Mellitus and the Risk of Alzheimer’s Disease: A Nationwide Population-Based
Study. PLoS ONE, v.9, n.1, e87095, 2014. http://doi.org/10.1371/journal.pone.0087095
Van DIJK et al. Integrative neurobiology of metabolic diseases, neuroinflammation, and
neurodegeneration. Frontiers in Neuroscience, V.9, n. 173, 2015. doi:
http://doi.org/10.3389/fnins.2015.00173