Diabetes e Colesterol Medicação
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![Page 1: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/1.jpg)
Antidiabéticos Orais
Existem cinco tipos principais de tratamento com fármacos para as pessoas com
diabetes tipo 2:
1. Sulfunilureias
2. Biguanidas
3. Acarbose
4. Tiazolidinedionas
5. Glinida
Todos se incluem na denominação generalista de antidiabéticos orais (ADO)
e qualquer um deles pode ser tomado sozinho ou em combinação. A maior parte
dos médicos dos diabéticos tipo 2 são de opinião que estes medicamentos, em
conjunto com um padrão alimentar saudável, mantêm esta diabetes sob controlo,
embora possa levar algum tempo a descobrir-se qual a combinação ou a dose
adequada. No entanto, com o passar do tempo, os utentes perdem gradualmente
a sua capacidade de resposta aos fármacos e os níveis de glicemia sobem até ao
ponto de serem necessárias injeções de insulina.
![Page 2: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/2.jpg)
Sulfunilureias (SU)
Estes fármacos estimulam o pâncreas a libertar insulina armazenada.
Pode-se dizer que aumentam o nível de insulina "por procuração", ajudando,
assim, a manter o nível de glicemia em baixo. Deve lembrar-se que mesmo não
tomando insulina, estes fármacos exercem um efeito semelhante, de aumento da
quantidade de insulina na corrente sanguínea, sendo possível que a aumentem
demasiado. Se isto acontecer, os níveis de glicémia cairão vertiginosamente,
pelo que poderá, por vezes, ocorrer hipoglicemia. Para evitar que isto aconteça,
deve certificar-se de que o utente come regularmente e toma os seus
comprimidos com a refeição ou imediatamente antes.
Denominação Química
Duração do Efeito
Clorpropamida ProlongadaGlibenclamida MédiaGlicazida MédiaGlimepirida MédiaGlipizida MédiaGliquidona MédiaTolazamida MédiaTlbutamida Rápida
Tal como no caso da insulina, as SU podem ter uma ação rápida, mais lenta
ou prolongada, devendo ser tomadas uma, duas ou três vezes por dia, em função
da rapidez da sua atuação. As versões de ação prolongada em sempre se
adequam a pessoas mais velhas ou àquelas a quem o estilo de vida não permita
ter refeições regulares, devido ao risco de hipoglicemia.
EFEITOS SECUNDÁRIOS
Além de terem que estar atentas ao risco de baixos níveis de glicemia, a
maior parte das pessoas que toma SU não sofre ou sofre poucos efeitos
secundários graves. Provavelmente, o mais aborrecido é que alguns utentes
podem ficar com a cara muito congestionada e quente quando bebem álcool.
Desconhecem-se as causas exatas deste efeito secundário.
![Page 3: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/3.jpg)
Pouco depois de começar a tomar SUs, como estas baixam o nível de
glicemia farão com que o utente sinta fome, pelo que poderá aumentar de peso
se não tiver cuidado.
Há uma minoria de pessoas que não pode tomar SU devido a alergia. Se
estiver a tomar o antibiótico sulfametoxazol+trimetropim (Septrin) é possível
que também faça uma reação às SUs.
Biguanidas
Este tipo de fármaco é usado há mais de 50 anos, sendo a única variedade
disponível no nosso país a metformina. Ninguém sabe ao certo como funciona,
mas parece abrandar a absorção da glicose pelos intestinos e pode também
ter um efeito mais complexo no fígado. Consequentemente, não poderá tomar-
se metformina se se sofrer de algum tipo de doença hepática, devendo também
evitar-se em caso de complicações renais. Não tem de preocupar-se com o risco
do nível de glicemia diminuir demasiado com a toma de metformina, já que esta
não estimula a libertação de insulina. É frequentemente prescrito para pessoas
que têm excesso de peso porque não causa fome nem o consequente aumento de
peso. Geralmente, começa-se por uma pequena dose, uma ou duas vezes por dia,
aumentando-se gradualmente a quantidade à medida que o utente se vai
habituando.
EFEITOS SECUNDÁRIOS
Os principais efeitos secundários são distúrbios gastrointestinais (náuseas e
diarreia), o que origina, nalgumas pessoas, a necessidade de parar o tratamento
devido a estes problemas.
Acarbose
Funciona de forma diferente dos outros ADO. Ao interferir com a
transformação dos hidratos de carbono em açúcar, impede o organismo de
absorver a glicose dos alimentos, atuando apenas no intestino.
![Page 4: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/4.jpg)
Infelizmente, isto significa que há mais açúcares que ficam por absorver e
chegam até ao intestino grosso, onde se encontram muitos microrganismos em
estado de equilíbrio com o hospedeiro. Estes proliferam ao alimentarem-se do
açúcar em abundância, o que pode implicar que o utente venha a sofrer de
diarreia e flatulência. Ainda assim, poderá ser a opção certa, se for difícil
seguir um plano alimentar saudável ou tiver tendência para excesso de peso.
Tiazolidinedionas
As tiazolidenedionas aumentam a sensibilidade das células aos efeitos da
insulina. A rosiglitazona e a pioglitazona são tiazolidinedionas que só podem
ser administradas com uma sulfunilureia ou com metformina e, embora não
provoquem diretamente hipoglicemia, podem produzi-la em com sulfonilureias.
Os efeitos secundários mais comuns são aumento de peso e retenção de
líquidos. Estão em curso testes clínicos.
Foi recentemente autorizada a administração isolada destes fármacos e a
rosiglitazona encontra-se disponível em combinação com metformina num
comprimido.
Glinidas
Foi recentemente desenvolvida uma nova classe de fármacos que derivaram
das sulfonilureias. Tomados imediatamente antes das refeições, baixam a
glicose, pela estimulação da libertação da insulina. No entanto, devido à sua
ação rápida, pensa-se que é menos provável que provoquem hipoglicemia do que
as sulfonilureias convencionais.
![Page 5: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/5.jpg)
Antidislipidémicos
Colesterol total < 190 mg/dl para a maioria da população e < 170 mg/dl para
grupos de risco (doença cardiovascular ou diabetes);
Colesterol LDL < 115 mg/dl para a maioria populacional e < 100 mg/dl para
grupos de risco (doença cardiovascular ou diabetes); menor que 70 mg(dL nos
doentes com risco cardiovascular muito alto).
Colesterol HDL > 40 mg/dL nos homens e > 50 mg/dL nas mulheres.
O tratamento farmacológico da hipercolesterolemia é ponderado quando já se
experimentaram as alterações de estilo de vida e na alimentação e estas não
conseguiram reduzir suficientemente o risco absoluto de DC.
Há dois principais grupos de fármacos que baixam os níveis de lípidos no
sangue: as estatinas e os fibratos. Mais raramente, são utilizados outros
fármacos, incluindo as resinas e o ácido nicotínico.
Estatinas
As estatinas reduzem eficazmente os níveis de colesterol no sangue, muitas
vezes em 40% ou mais, mas atuam menos contra os triglicerídeos. Funcionam
reduzindo a quantidade de colesterol produzido a quantidade de colesterol
produzido dentro das células do organismo, especialmente no fígado o que, por
sua vez, aumenta a sua produção de recetores de LDL, já que têm de obter da
circulação sanguínea uma maior proporção das suas necessidades de colesterol.
(A célula produz menos colesterol, tendo de absorver mais colesterol).
Consequentemente, são absorvidas mas partículas de LDL pelas paredes
![Page 6: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/6.jpg)
celulares, eliminando do sangue uma maior quantidade de partículas de LDL
ricas em colesterol, o que reduz os níveis no sangue.
As estatinas não são muito eficazes na redução dos níveis de triglicerídeos ou
no aumento das concentrações de colesterol HDL. É possível que as estatinas
tenham outros efeitos benéficos, incluindo o melhoramento do estado das
paredes arteriais.
As estatinas são, normalmente, administradas sob a forma de comprimidos ou
cápsulas, à noite, já que o nosso organismo produz ligeiramente mais colesterol
à noite do que durante o dia. O tratamento é ajustado para trazer o nível de
colesterol total abaixo dos 150 mg/dl e o colesterol LDL abaixo dos 75 mg/dl.
EFEITOS SECUNDÁRIOS
As estatinas são geralmente bem toleradas, produzindo poucos efeitos
secundários. Um pequeno número de pessoas desenvolve dores musculares,
como resultado de uma inflamação. Muito ocasionalmente, esta reação pode ser
aguda, devendo o tratamento ser alterado. Em princípio, a administração de uma
estatina alternativa resolverá este problema.
Quando se inicia o tratamento, pode ainda surgir um tipo moderado de
inflamação no fígado (hepatite), que costuma desaparecer por si.
Ocasionalmente, a hepatite pode ser mais grave, o que requer uma alteração do
tratamento.
Alguns utentes sofrem de indigestão. Um outro efeito secundário muito raro
é a impotência. Algumas pessoas sofrem de distúrbios de sono, o que pode ser
resolvido substituindo a administração noturna dos comprimidos por uma
matinal.
Inibidores da absorção do colesterol
![Page 7: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/7.jpg)
Foi recentemente apresentada uma nova categoria de fármacos redutores do
colesterol que inibem a sua absorção. O primeiro fármaco desta categoria, a
ezetimiba, baixa os níveis de colesterol LDL 10% a 20% em monoterapia, mas
também pode ser prescrito juntamente com estatinas. O efeito do ezetimiba
adiciona-se ao das estatinas, registado-se reduções de colesterol LDS na ordem
dos 60% com esta combinação. De acordo com estudos publicados, a ezetimiba
parece ser segura. No que diz respeito ao seu efeito redutor do colesterol, não é
claro quanto é o resultado de uma redução na absorção do colesterol proveniente
da alimentação e quanto resulta do bloqueio da reciclagem de colesterol entre o
fígado e o intestino.
Fibratos
Os fibratos baixam os níveis de colesterol menos do que as estatinas, mas são
mais eficazes na redução das concentrações de triglicerídeos. Funcionam
diminuindo o ritmo a que são produzidas as partículas ricas em
lipoproteína que se encontram no sangue e aumentando o ritmo a que são
eliminadas. Também aumentam os níveis do "bom" colesterol HDL em
circulação.
Os fibratos são administrados sob a forma de comprimidos ou cápsulas. Nas
pessoas com hiperlipidemia muito grave, são administrados ocasionalmente com
estatinas embora isto aumente o risco de efeitos secundários. Podem reduzir os
níveis de colesterol LDL até 18%.
EFEITOS SECUNDÁRIOS
Os fibratos são geralmente bem tolerados, embora possam eventualmente
provocar indigestão e náuseas. Erupções cutâneas e impotência são efeitos
secundários raros. O risco de inflamação muscular do tratamento com estatinas é
um pouco maior, se forem administrados também fibratos.
![Page 8: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/8.jpg)
Outros fármacos
As estatinas e os fibratos são os principais fármacos usados no tratamento da
hipercolestrolemia, embora ocasionalmente sejam usados outros. As resinas são
administradas em pó ou grânulos dissolvidos em água. Permanecer no
intestino, ligando os ácidos biliares, de modo que já não podem ser
reabsorvidos. Como resultado, mais colesterol é convertido em ácidos
biliares no fígado sendo eliminados do organismo.
Antes das estatinas estarem disponíveis, as resinas eram o principal
tratamento farmacológico da hipercolestrolémia e administravam-se doses
elevadas. Em geral, eram mal toleradas, causando distúrbios abdominais, como
indigestão e diarreia. Apesar disto ainda ocupam um lugar no tratamento da
hipercolestrolemia muito grave, mas, habitualmente, como tratamento
complementar das estatinas, em doses reduzidas. Elas complementam o efeito
redutor do colesterol das estatinas e as doses mais baixas produzem menos
efeitos secundários. Todavia, os efeitos secundários ainda estão presentes e a
utilização das resinas tem sido largamente suplantada pelo uso da ezetmiba.
O ácido nicotínico tem uma utilização menos alargada. É um tipo de
vitamina B, necessário em pequenas quantidades. Reduz tanto os níveis de
colesterol como os de trglicerídeos quando usado em doses extremamente
elevadas, aumentando também os níveis do colesterol HDL. Não é muito
utilizado, porque pode produzir frequentes efeitos secundários desagradáveis,
particularmente congestionamento facial e indigestão. Está disponível uma
forma de libertação lenta, o acipimox, assim com uma forma de libertação
extensa. Estes produzem menos efeitos secundários, embora ainda surjam
alguns.
Está a ser desenvolvido algum interesse em fármacos que aumentam os níveis
de HDL e foi recentemente revelado que está em curso uma experiência clínica
com um agente denominado torcetrapibe. Utilizado com uma estatina, subiu os
níveis de colesterol HDL onde eles eram baixos. Se este efeito é acompanhado
![Page 9: Diabetes e Colesterol Medicação](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022082421/563db904550346aa9a9933d3/html5/thumbnails/9.jpg)
de uma redução da doença cardíaca, está por saber, mas as perspetivas são
positivas.
Categoria do Fármaco Nome Genérico
Estatinas
SinvastatinaAtorvastatinaPravastatinaFluvastatinaRosuvastatina
Fibratos
BezafibratoCiprofibratoGemfibrozilFenofibrato
ResinasColestiraminaColestipol
Inibidores de absorção do colesterol
Ezetimiba
OutrosÁcido nicotínicoAcipimox