Diabetes e Colesterol Medicação

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Antidiabéticos Orais Existem cinco tipos principais de tratamento com fármacos para as pessoas com diabetes tipo 2: 1. Sulfunilureias 2. Biguanidas 3. Acarbose 4. Tiazolidinedionas 5. Glinida Todos se incluem na denominação generalista de antidiabéticos orais (ADO) e qualquer um deles pode ser tomado sozinho ou em combinação. A maior parte dos médicos dos diabéticos tipo 2 são de opinião que estes medicamentos, em conjunto com um padrão alimentar saudável, mantêm esta diabetes sob controlo, embora

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Síntese de farmacologia sobre diabetes e colesterol

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Antidiabéticos Orais

Existem cinco tipos principais de tratamento com fármacos para as pessoas com

diabetes tipo 2:

1. Sulfunilureias

2. Biguanidas

3. Acarbose

4. Tiazolidinedionas

5. Glinida

Todos se incluem na denominação generalista de antidiabéticos orais (ADO)

e qualquer um deles pode ser tomado sozinho ou em combinação. A maior parte

dos médicos dos diabéticos tipo 2 são de opinião que estes medicamentos, em

conjunto com um padrão alimentar saudável, mantêm esta diabetes sob controlo,

embora possa levar algum tempo a descobrir-se qual a combinação ou a dose

adequada. No entanto, com o passar do tempo, os utentes perdem gradualmente

a sua capacidade de resposta aos fármacos e os níveis de glicemia sobem até ao

ponto de serem necessárias injeções de insulina.

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Sulfunilureias (SU)

Estes fármacos estimulam o pâncreas a libertar insulina armazenada.

Pode-se dizer que aumentam o nível de insulina "por procuração", ajudando,

assim, a manter o nível de glicemia em baixo. Deve lembrar-se que mesmo não

tomando insulina, estes fármacos exercem um efeito semelhante, de aumento da

quantidade de insulina na corrente sanguínea, sendo possível que a aumentem

demasiado. Se isto acontecer, os níveis de glicémia cairão vertiginosamente,

pelo que poderá, por vezes, ocorrer hipoglicemia. Para evitar que isto aconteça,

deve certificar-se de que o utente come regularmente e toma os seus

comprimidos com a refeição ou imediatamente antes.

Denominação Química

Duração do Efeito

Clorpropamida ProlongadaGlibenclamida MédiaGlicazida MédiaGlimepirida MédiaGlipizida MédiaGliquidona MédiaTolazamida MédiaTlbutamida Rápida

Tal como no caso da insulina, as SU podem ter uma ação rápida, mais lenta

ou prolongada, devendo ser tomadas uma, duas ou três vezes por dia, em função

da rapidez da sua atuação. As versões de ação prolongada em sempre se

adequam a pessoas mais velhas ou àquelas a quem o estilo de vida não permita

ter refeições regulares, devido ao risco de hipoglicemia.

EFEITOS SECUNDÁRIOS

Além de terem que estar atentas ao risco de baixos níveis de glicemia, a

maior parte das pessoas que toma SU não sofre ou sofre poucos efeitos

secundários graves. Provavelmente, o mais aborrecido é que alguns utentes

podem ficar com a cara muito congestionada e quente quando bebem álcool.

Desconhecem-se as causas exatas deste efeito secundário.

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Pouco depois de começar a tomar SUs, como estas baixam o nível de

glicemia farão com que o utente sinta fome, pelo que poderá aumentar de peso

se não tiver cuidado.

Há uma minoria de pessoas que não pode tomar SU devido a alergia. Se

estiver a tomar o antibiótico sulfametoxazol+trimetropim (Septrin) é possível

que também faça uma reação às SUs.

Biguanidas

Este tipo de fármaco é usado há mais de 50 anos, sendo a única variedade

disponível no nosso país a metformina. Ninguém sabe ao certo como funciona,

mas parece abrandar a absorção da glicose pelos intestinos e pode também

ter um efeito mais complexo no fígado. Consequentemente, não poderá tomar-

se metformina se se sofrer de algum tipo de doença hepática, devendo também

evitar-se em caso de complicações renais. Não tem de preocupar-se com o risco

do nível de glicemia diminuir demasiado com a toma de metformina, já que esta

não estimula a libertação de insulina. É frequentemente prescrito para pessoas

que têm excesso de peso porque não causa fome nem o consequente aumento de

peso. Geralmente, começa-se por uma pequena dose, uma ou duas vezes por dia,

aumentando-se gradualmente a quantidade à medida que o utente se vai

habituando.

EFEITOS SECUNDÁRIOS

Os principais efeitos secundários são distúrbios gastrointestinais (náuseas e

diarreia), o que origina, nalgumas pessoas, a necessidade de parar o tratamento

devido a estes problemas.

Acarbose

Funciona de forma diferente dos outros ADO. Ao interferir com a

transformação dos hidratos de carbono em açúcar, impede o organismo de

absorver a glicose dos alimentos, atuando apenas no intestino.

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Infelizmente, isto significa que há mais açúcares que ficam por absorver e

chegam até ao intestino grosso, onde se encontram muitos microrganismos em

estado de equilíbrio com o hospedeiro. Estes proliferam ao alimentarem-se do

açúcar em abundância, o que pode implicar que o utente venha a sofrer de

diarreia e flatulência. Ainda assim, poderá ser a opção certa, se for difícil

seguir um plano alimentar saudável ou tiver tendência para excesso de peso.

Tiazolidinedionas

As tiazolidenedionas aumentam a sensibilidade das células aos efeitos da

insulina. A rosiglitazona e a pioglitazona são tiazolidinedionas que só podem

ser administradas com uma sulfunilureia ou com metformina e, embora não

provoquem diretamente hipoglicemia, podem produzi-la em com sulfonilureias.

Os efeitos secundários mais comuns são aumento de peso e retenção de

líquidos. Estão em curso testes clínicos.

Foi recentemente autorizada a administração isolada destes fármacos e a

rosiglitazona encontra-se disponível em combinação com metformina num

comprimido.

Glinidas

Foi recentemente desenvolvida uma nova classe de fármacos que derivaram

das sulfonilureias. Tomados imediatamente antes das refeições, baixam a

glicose, pela estimulação da libertação da insulina. No entanto, devido à sua

ação rápida, pensa-se que é menos provável que provoquem hipoglicemia do que

as sulfonilureias convencionais.

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Antidislipidémicos

Colesterol total < 190 mg/dl para a maioria da população e < 170 mg/dl para

grupos de risco (doença cardiovascular ou diabetes);

Colesterol LDL < 115 mg/dl para a maioria populacional e < 100 mg/dl para

grupos de risco (doença cardiovascular ou diabetes); menor que 70 mg(dL nos

doentes com risco cardiovascular muito alto).

Colesterol HDL > 40 mg/dL nos homens e > 50 mg/dL nas mulheres.

O tratamento farmacológico da hipercolesterolemia é ponderado quando já se

experimentaram as alterações de estilo de vida e na alimentação e estas não

conseguiram reduzir suficientemente o risco absoluto de DC.

Há dois principais grupos de fármacos que baixam os níveis de lípidos no

sangue: as estatinas e os fibratos. Mais raramente, são utilizados outros

fármacos, incluindo as resinas e o ácido nicotínico.

Estatinas

As estatinas reduzem eficazmente os níveis de colesterol no sangue, muitas

vezes em 40% ou mais, mas atuam menos contra os triglicerídeos. Funcionam

reduzindo a quantidade de colesterol produzido a quantidade de colesterol

produzido dentro das células do organismo, especialmente no fígado o que, por

sua vez, aumenta a sua produção de recetores de LDL, já que têm de obter da

circulação sanguínea uma maior proporção das suas necessidades de colesterol.

(A célula produz menos colesterol, tendo de absorver mais colesterol).

Consequentemente, são absorvidas mas partículas de LDL pelas paredes

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celulares, eliminando do sangue uma maior quantidade de partículas de LDL

ricas em colesterol, o que reduz os níveis no sangue.

As estatinas não são muito eficazes na redução dos níveis de triglicerídeos ou

no aumento das concentrações de colesterol HDL. É possível que as estatinas

tenham outros efeitos benéficos, incluindo o melhoramento do estado das

paredes arteriais.

As estatinas são, normalmente, administradas sob a forma de comprimidos ou

cápsulas, à noite, já que o nosso organismo produz ligeiramente mais colesterol

à noite do que durante o dia. O tratamento é ajustado para trazer o nível de

colesterol total abaixo dos 150 mg/dl e o colesterol LDL abaixo dos 75 mg/dl.

EFEITOS SECUNDÁRIOS

As estatinas são geralmente bem toleradas, produzindo poucos efeitos

secundários. Um pequeno número de pessoas desenvolve dores musculares,

como resultado de uma inflamação. Muito ocasionalmente, esta reação pode ser

aguda, devendo o tratamento ser alterado. Em princípio, a administração de uma

estatina alternativa resolverá este problema.

Quando se inicia o tratamento, pode ainda surgir um tipo moderado de

inflamação no fígado (hepatite), que costuma desaparecer por si.

Ocasionalmente, a hepatite pode ser mais grave, o que requer uma alteração do

tratamento.

Alguns utentes sofrem de indigestão. Um outro efeito secundário muito raro

é a impotência. Algumas pessoas sofrem de distúrbios de sono, o que pode ser

resolvido substituindo a administração noturna dos comprimidos por uma

matinal.

Inibidores da absorção do colesterol

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Foi recentemente apresentada uma nova categoria de fármacos redutores do

colesterol que inibem a sua absorção. O primeiro fármaco desta categoria, a

ezetimiba, baixa os níveis de colesterol LDL 10% a 20% em monoterapia, mas

também pode ser prescrito juntamente com estatinas. O efeito do ezetimiba

adiciona-se ao das estatinas, registado-se reduções de colesterol LDS na ordem

dos 60% com esta combinação. De acordo com estudos publicados, a ezetimiba

parece ser segura. No que diz respeito ao seu efeito redutor do colesterol, não é

claro quanto é o resultado de uma redução na absorção do colesterol proveniente

da alimentação e quanto resulta do bloqueio da reciclagem de colesterol entre o

fígado e o intestino.

Fibratos

Os fibratos baixam os níveis de colesterol menos do que as estatinas, mas são

mais eficazes na redução das concentrações de triglicerídeos. Funcionam

diminuindo o ritmo a que são produzidas as partículas ricas em

lipoproteína que se encontram no sangue e aumentando o ritmo a que são

eliminadas. Também aumentam os níveis do "bom" colesterol HDL em

circulação.

Os fibratos são administrados sob a forma de comprimidos ou cápsulas. Nas

pessoas com hiperlipidemia muito grave, são administrados ocasionalmente com

estatinas embora isto aumente o risco de efeitos secundários. Podem reduzir os

níveis de colesterol LDL até 18%.

EFEITOS SECUNDÁRIOS

Os fibratos são geralmente bem tolerados, embora possam eventualmente

provocar indigestão e náuseas. Erupções cutâneas e impotência são efeitos

secundários raros. O risco de inflamação muscular do tratamento com estatinas é

um pouco maior, se forem administrados também fibratos.

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Outros fármacos

As estatinas e os fibratos são os principais fármacos usados no tratamento da

hipercolestrolemia, embora ocasionalmente sejam usados outros. As resinas são

administradas em pó ou grânulos dissolvidos em água. Permanecer no

intestino, ligando os ácidos biliares, de modo que já não podem ser

reabsorvidos. Como resultado, mais colesterol é convertido em ácidos

biliares no fígado sendo eliminados do organismo.

Antes das estatinas estarem disponíveis, as resinas eram o principal

tratamento farmacológico da hipercolestrolémia e administravam-se doses

elevadas. Em geral, eram mal toleradas, causando distúrbios abdominais, como

indigestão e diarreia. Apesar disto ainda ocupam um lugar no tratamento da

hipercolestrolemia muito grave, mas, habitualmente, como tratamento

complementar das estatinas, em doses reduzidas. Elas complementam o efeito

redutor do colesterol das estatinas e as doses mais baixas produzem menos

efeitos secundários. Todavia, os efeitos secundários ainda estão presentes e a

utilização das resinas tem sido largamente suplantada pelo uso da ezetmiba.

O ácido nicotínico tem uma utilização menos alargada. É um tipo de

vitamina B, necessário em pequenas quantidades. Reduz tanto os níveis de

colesterol como os de trglicerídeos quando usado em doses extremamente

elevadas, aumentando também os níveis do colesterol HDL. Não é muito

utilizado, porque pode produzir frequentes efeitos secundários desagradáveis,

particularmente congestionamento facial e indigestão. Está disponível uma

forma de libertação lenta, o acipimox, assim com uma forma de libertação

extensa. Estes produzem menos efeitos secundários, embora ainda surjam

alguns.

Está a ser desenvolvido algum interesse em fármacos que aumentam os níveis

de HDL e foi recentemente revelado que está em curso uma experiência clínica

com um agente denominado torcetrapibe. Utilizado com uma estatina, subiu os

níveis de colesterol HDL onde eles eram baixos. Se este efeito é acompanhado

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de uma redução da doença cardíaca, está por saber, mas as perspetivas são

positivas.

Categoria do Fármaco Nome Genérico

Estatinas

SinvastatinaAtorvastatinaPravastatinaFluvastatinaRosuvastatina

Fibratos

BezafibratoCiprofibratoGemfibrozilFenofibrato

ResinasColestiraminaColestipol

Inibidores de absorção do colesterol

Ezetimiba

OutrosÁcido nicotínicoAcipimox