Dia Mundial da Poesia

3
Semana da Leitura: Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova - BE/PAEP 2010/2011 Equinócio de Primavera 20 de Março de 2011 Dia Mundial da Poesia Dia Mundial da Árvore e da Floresta (21 de Março de 2011) Dia Mundial da Poesia 21 de Março Ser Poeta Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e cetim… É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente… É seres alma e sangue e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela Espanca (1894/12/08 1930/12/08) «Charneca em Flor», in «Poesia Completa» Ser Poeta - música http://www.youtube.com/watch?v=ShUdXlHaW2w&feature=related Biografia de Florbela Espanca A pintura é poesia muda, a poesia pintura que fala. Simónides de Ceos - Poeta grego

description

Florbela Espanca

Transcript of Dia Mundial da Poesia

Semana da Leitura: Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova - BE/PAEP – 2010/2011

Equinócio de Primavera – 20 de Março de 2011

Dia Mundial da Poesia – Dia Mundial da Árvore e da Floresta (21 de Março de 2011)

Dia Mundial da Poesia – 21 de Março

Ser Poeta Ser poeta é ser mais alto, é ser maior

Do que os homens! Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor

E não saber sequer que se deseja!

É ter cá dentro um astro que flameja,

É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!

Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…

É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…

É seres alma e sangue e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca (1894/12/08 – 1930/12/08)

«Charneca em Flor», in «Poesia Completa»

Ser Poeta - música

http://www.youtube.com/watch?v=ShUdXlHaW2w&feature=related

Biografia de Florbela Espanca

A pintura é poesia muda, a poesia pintura que fala.

Simónides de Ceos - Poeta grego

Semana da Leitura: Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova - BE/PAEP – 2010/2011

Equinócio de Primavera – 20 de Março de 2011

Dia Mundial da Poesia – Dia Mundial da Árvore e da Floresta (21 de Março de 2011)

Sei um ninho

Sei um ninho.

E o ninho tem um ovo.

E o ovo, redondinho,

Tem lá dentro um passarinho

Novo.

Mas escusam de me atentar:

Nem o tiro, nem o ensino.

Quero ser um bom menino

E guardar

Este segredo comigo.

E ter depois um amigo

Que faça o pino

A voar...

Miguel Torga (1907 - 1995)

S. Martinho de Anta (Sabrosa) Portugal

Verdes são os campos

Verdes são os campos,

De cor de limão:

Assim são os olhos

Do meu coração.

Campo, que te estendes

Com verdura bela;

Ovelhas, que nela

Vosso pasto tendes,

De ervas vos mantendes

Que traz o Verão,

E eu das lembranças

Do meu coração.

Gados que pasceis

Com contentamento,

Vosso mantimento

Não no entendereis;

Isso que comeis

Não são ervas, não:

São graças dos olhos

Do meu coração.

http://www.youtube.com/watch?v=szHx-kuPuXs

Semana da Leitura: Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova - BE/PAEP – 2010/2011

Equinócio de Primavera – 20 de Março de 2011

Dia Mundial da Poesia – Dia Mundial da Árvore e da Floresta (21 de Março de 2011)

Luís de Camões (c.1524/ 10 de Junho de 1580)

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=64622

Biografia

Frutos

Pêssegos, peras, laranjas,

morangos, cerejas, figos,

maçãs, melão, melancia,

ó música de meus sentidos,

pura delícia da língua;

deixai-me agora falar

do fruto que me fascina,

pelo sabor, pela cor,

pelo aroma das sílabas:

tangerina, tangerina.

Eugénio de Andrade (1923/2005)

Actividades de leitura e escrita:

http://www.ecolenet.nl/tellme/poesia/eugenio.htm