Dia de Santa Catarina - versão digital

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Conheça Santa Catarina! Este documento apresenta informações sobre história, geografia, cultura, economia, infraestrutura, regiões turísticas e qualidade de vida. Recheada de fotos das paisagens catarinenses e das pessoas que aqui vivem, esta publicação convida a todos a explorar e desfrutar das riquezas do Estado.

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Créditos

editorNelson Rolim de Moura

criação, produção e supervisão editorialCarlos Paulo

textosMaurício Oliveira

ColaboraçãoMário Speranza

fotosCréditos na página 156

direção de arteOscar Rivas Beasley

projeto gráfico, mapas e arte finalAlexandre Oliveira

revisãoJaqueline Tartari, Julia Amorim

impressãoGráfica Coan

ISBN 978-85-66500-03-5

© 2013. Todos os direitos reservados à Propaulo. Reprodução proibida

Governador do EstadoJoão Raimundo Colombo Vice-Governador do EstadoEduardo Pinho Moreira

Secretário de EstadoNelson Santiago

Secretário AdjuntoCássio de Quadros Diretora de DivulgaçãoThamy Soligo Diretor de ImprensaClaudio Thomas Diretor de Novas Mídias e InovaçãoJoão Evaristo Debiasi

Page 3: Dia de Santa Catarina - versão digital

Índice

Santa Terra Catarina

Todo dia é Dia de Santa Catarina

O Estado em síntese

Por que investir em Santa Catarina?

História e gente

O início da ocupação

A homenagem a Santa Catarina

A Capitania de Santa Catarina

Imigração açoriana

Caminho das tropas

A disputa pelo território

Colonização alemã

Colonização italiana

Babel catarinense

Revolução Farroupilha

A Guerra do Contestado

Santa Catarina na Era Republicana

As regiões catarinenses

Grande Florianópolis

Vale do Itajaí

Oeste

Norte

Sul

Serra

Infraestrutura

Rodovias

Ferrovias

Aeroportos

Portos

Telecomunicações

Energia

Economia

Indústria

Alimentos e bebidas

Têxteis, vestuário e calçados

Metalomecânica

Plásticos

Minerais não metálicos

Madeireira, celulose e papel

Naval

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10

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70727374757677

788082848586878889

Construção civil

Comércio e serviços

Comércio exterior

Geografia

Clima

Cuidado por inteiro

Os caprichos do relevo

Santa Catarina, planeta água

Qualidade de vida

Educação

A cultura vive em Santa Catarina

Festas e eventos

Música

Dança

Literatura

Artes plásticas

Museus e patrimônio histórico

Cinema

Teatro

Esportes

Regiões Turísticas

Caminho dos Príncipes

Costa Verde e Mar

Grande Florianópolis

Vale Europeu

Encantos do Sul

Caminho dos Cânions

Vale do Contestado

Grande Oeste

Caminhos da Fronteira

Serra Catarinense

No rumo do futuro

Bibliografia

Créditos de fotos

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Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, que avalia e compara uma série de refe-rências de qualidade de vida. Estaria à frente até mesmo de diversos países europeus.

Soma-se a tudo isso uma natureza privilegiada, que deu ao nosso Estado algumas das mais belas praias e baías do mundo, além de dunas, lagoas, cânions, florestas e até a rara condição da ocorrência de neve em um país tropical. E essa mesma natureza nos pro-porciona água em fartura, em diferentes tipos de solo, propí-

Santa Terra Catarina

Entre os Estados brasileiros, Santa Catarina é primeira, segunda ou terceira melhor co-locada em praticamente todas as medições que avaliam os po-tenciais e o nível de desenvol-vimento: escolaridade média, alfabetização, longevidade, mortalidade infantil, renda per capita, matrículas nas universidades, acesso à inter-net, produtividade.

Se fosse avaliada em sepa-rado, como um país, Santa Catarina seria o 31º mais de-senvolvido do mundo, segundo os inquestionáveis critérios do

P.A.

Page 5: Dia de Santa Catarina - versão digital

São Paulo é o polo industrial do país e o Rio de Janeiro, sabe-mos, o destino turístico do Bra-sil mais conhecido no mundo por suas belezas naturais. Nosso Estado consegue ter as duas ca-racterísticas ao mesmo tempo, sem ficar atrás de nenhum dos dois. Soma o empreendedoris-mo e a capacidade de trabalho de seu povo às belezas naturais das praias, das serras e dos ou-tros presentes dados aos catari-nenses pelo Criador.

Sempre de braços e cora-ção abertos a quem continua chegando ainda hoje às nossas

cidades, Santa Catarina certa-mente não seria a mesma não fosse a gente que aqui nasceu. Hospitaleira, aceitou e cresceu em parceria com quem daqui fez seu lugar para viver.

É esta Santa Catarina –trabalhadora, diversificada, múltipla, determinada, feliz em seu modo de viver e firme em sua forma de enfrentar os obstáculos, orgulhosa dos pro-gressos conquistados e conscien-te das metas que almeja –, é esta Santa Catarina que apre-sentamos aqui.

Uma terra cheia de opor-

tunidades, com muito já rea-lizado e muito espaço ainda para realizações.

Sejam bem-vindos a Santa Catarina. Homens, mulheres, crianças, brasileiros, estran-geiros, trabalhadores, empre-sários, investidores. Para nós, que aqui nascemos ou que para cá viemos há mais tem-po, e para você, que está vindo agora, esta é uma terra santa.

Santa Terra Catarina!

João Raimundo ColomboGovernador do Estado de Santa Catarina

cios aos mais diversos plantios agrícolas e a criações pecuárias.

Todas essas felizes coinci-dências, que fizeram convergir para um mesmo pequeno peda-ço do Brasil algumas das mais desejáveis riquezas que uma so-ciedade pode almejar, fizeram ainda muito mais por Santa Catarina: fizeram se juntar aqui, ao longo dos anos, por meio de diversas levas de imi-grantes chegados em diferen-tes momentos históricos, uma grande diversidade de povos que formaram uma incrível e inédita miscigenação humana.

Dunas entre a Lagoa da Conceição e a Praia da Joaquina, em Florianópolis

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Todo diaé Dia de Santa Catarina O nome escolhido para o Estado se originou da Ilha de Santa Catarina – sede de sua capital, Florianópolis. Em 1526, o navegador italiano Sebastião Caboto, que esteve no litoral Sul do Brasil a serviço da coroa espanhola, batizou a ilha com a homenagem a Santa Catarina de Alexandria. O tempo demonstraria que a escolha foi apropriada, já que a história de determinação e fé da santa tem tudo a ver com a trajetória do povo catarinense, sempre pronto para enfrentar as dificuldades.

Além de celebrar o Dia de

Santa Catarina, 25 de Novem-

bro, esta publicação tem o ob-

jetivo de lembrar que todo dia é

dia de Santa Catarina, este lugar

único e fascinante. Um Estado

que se desenvolveu sob o prin-

cípio da descentralização, sem

uma metrópole predominante

sobre as demais. Diversas ci-

dades catarinenses cumprem o

papel de polos regionais, fazen-

do com que cada região tenha

identidade própria e contribua

fortemente para a economia ca-

tarinense. Um “jeito de ser” que

se valorizou ainda mais com o

modelo de gestão adotado pelo

governo do Estado, em que se-

cretarias regionais cuidam de

perto dos temas locais.

É com base nesse princípio,

que estimula a participação de

todos, que o Estado consegue

produzir 4% das riquezas do

Brasil, tendo apenas 3,3% da

população e 1,1% do território

nacional. São resultados obtidos

graças ao seu povo preparado e

dedicado ao trabalho, à infra-

estrutura completa – tanto no

que diz respeito ao transporte,

quanto à energia e às telecomu-

nicações –, à força da economia,

à modernidade da indústria,

à sintonia com as tendências

globais, à qualidade de vida e –

por que não? – às suas belezas

naturais, que têm deslumbrado

os visitantes através dos tempos

e atraem um número cada vez

maior de turistas ao Estado.

Santa Catarina é, acima de

tudo, uma terra construída pelo

trabalho dos diversos povos que

o destino fez se encontrarem

aqui – indígenas, europeus de

várias procedências, africanos,

asiáticos, os vizinhos da Améri-

ca, brasileiros de todos os can-

tos. Nossas origens são reveren-

ciadas pelas festas típicas, pelas

manifestações folclóricas e pela

rica herança cultural. Ao mes-

mo tempo em que valorizam o

passado, no entanto, os catari-

nenses jamais deixam de olhar

em frente, com a certeza de que

estamos cada vez mais prepara-

dos para o futuro.

Page 7: Dia de Santa Catarina - versão digital

Um passeio por Santa Catarina (de cima para baixo, da esquerda para a direita): pórtico de entrada de Joinville; monumento O Desbravador, em Chapecó; neve no Morro da Igreja, em Urubici; Blumenau à noite; serrano contemplando a paisagem; vista panorâmica de Florianópolis; e Farol de Santa Marta, em Laguna.

Z.P.

P.A.

A.F.

Th.E.

Z.P.

S.V.

Z.P.

Page 8: Dia de Santa Catarina - versão digital

S

N

LO

Rio Grande do Sul

Oceano AtlânticoARGE

NTIN

A

Paraná

Base cartográfica: Mapa Político do Estado de Santa Catarina 1997, do site sc.gov.br (Governo do Estado de SC).

Municípios mais populosos

África

BrasilOceanoPacífico

OceanoAtlântico

OceanoÍndico

Américado Norte

América Central

Américado Sul

Antártida

Europa

ARGENTINA

URUGUAI

PARAGUAI

BOLÍVIA

CHILE

PERU

EQUADOR

COLÔMBIA

VENEZUELA GUIANA

GUIANA FRANCESA

Santa Catarina

SURINAME

Brasília

6

8

5

10

24

3 7

9

1

Municípios mais populososPosição Município População

1 Joinville 515.288

2 Florianópolis 421.240

3 Blumenau 309.011

4 São José 209.804

5 Criciúma 192.308

6 Chapecó 183.530

7 Itajaí 183.373

8 Lages 156.727

9 Jaraguá do Sul 143.123

10 Palhoça 137.334

Fonte: Censo 2010, IBGE

Localizado na região Sul do Brasil, o Estado de Santa Catarina faz divisa com o Paraná, ao norte; com o Rio Grande do Sul, ao sul; e fronteira com a Argentina a oeste. O contato com o Oceano Atlântico, a leste, totaliza 561 km, extensão que corresponde a 7% da costa brasileira.

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O Estado em síntese

População 6.248.436 habitantes3,3% do total brasileiro84% urbana, 16% rural11º Estado mais populoso entre as 27 Unidades da Federação50,4% mulheres, 49,6% homens

Área95.736,8 km²1,1% do total brasileiro20º Estado mais extenso entre as 27 Unidades da Federação

Densidade demográfica: 65,3 habitantes por km²Configuração familiar: 3,1 moradores por domicílio ocupadoIdade média da população: 32,9 anos

Símbolos deSanta Catarina

Tanto as Armas quanto a

Bandeira e o Hino de Santa Ca-

tarina foram criados no mesmo

ano, 1895. A bandeira tem três

faixas horizontais – a do centro

é branca, cercada por duas fai-

xas vermelhas –, simbolizando

as três comarcas que existiam

no Estado à época. Dentro do

losango central estão as Armas,

desenhadas por Lucas Boiteux,

em que a águia representa a ca-

pacidade de trabalho e os ramos

de trigo e café simbolizam as

riquezas naturais do território

catarinense.

Hino de Santa CatarinaLetra: Horácio Nunes Pires

Melodia: José Brasilício de Souza

Sagremos num hino de estrelas e floresNum canto sublime de glórias e luzAs festas que os livres frementes de ardoresCelebram nas terras gigantes da cruz.Quebram-se férreas cadeiasRojam algemas no chãoDo povo nas epopeiasFulge a luz da redenção.

No céu peregrino da Pátria giganteQue é berço de glórias e berço de heróisLevanta-se em ondas de luz deslumbranteO sol, liberdade cercada de sóis.Pela força do DireitoPela força da razãoCai por terra o preconceitoLevanta-se uma Nação.

Não mais diferenças de sangues e raçasNão mais regalias sem termos fataisA força está toda do povo nas massasIrmãos somos todos e todos iguais.Da liberdade adoradaNo deslumbrante clarãoBanha o povo a fronte ousadaE avigora o coração.

O povo que é grande mas não vingativoQue nunca a Justiça e o Direito calcouCom flores e festas deu vida ao cativoCom festas e flores o trono esmagou.Quebrou-se a algema do escravoE nesta grande NaçãoÉ cada homem um bravoCada bravo um cidadão.

Page 10: Dia de Santa Catarina - versão digital

Por que investir em Santa Catarina?

Desenvolvimento equilibradoEm Santa Catarina há diversos polos de

desenvolvimento. As regiões catarinenses têm

importância equivalente e não há metrópoles

no Estado, um dos poucos do país em que a

capital não é a cidade mais populosa.

Infraestrutura completaTransporte, energia, telecomunicações: tudo o

que é necessário para o conforto e a segurança

dos cidadãos e o desenvolvimento das empre-

sas funciona muito bem em Santa Catarina.

Economia robustaCom grande diversificação de setores, a

economia de Santa Catarina é uma das que

mais crescem no Brasil. A indústria tem

significativa e crescente participação no

Produto Interno Bruto (PIB) catarinense.

40

70

78

P.A. Z.P.

WEG

/Divulgação

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Valorização da culturaEm Santa Catarina, as tradições herdadas

dos antepassados são a base para uma

produção cultural diversificada e rica.

A melhor qualidadede vida do BrasilO Estado tem alguns dos melhores índices

do país em aspectos como nível de educação,

expectativa de vida e renda, fundamentais

para mensurar a qualidade de vida

da população.

Paisagens encantadorasDos recantos frios e nevados da Serra ao

mar límpido do litoral, os cenários de

Santa Catarina unem os Alpes ao Caribe.

Os catarinenses costumam dizer, brincando

– mas com um inegável fundo de verdade –,

que têm o privilégio de morar onde os outros

passam férias.

106

102 122

T.E. E.L. Z.P.

Page 12: Dia de Santa Catarina - versão digital

História e gente

Muitas aventuras, emoções,

surpresas, conquistas, belezas.

Tudo é superlativo nesta terra.

Santa Catarina é um mosai-

co de influências que resultou

em um Estado único, de alma

europeia, pela capacidade de

trabalho e força, e ao mesmo

tempo tão brasileira, pela perse-

verança e inventividade.

Ao ler as próximas pági-

nas, será impossível não se

colocar no lugar dos primei-

ros navegadores e imaginar

a fascinação que sentiram ao

ver esta terra pela primeira

vez, ou então lembrar com

admiração dos colonizadores

e pensar na esperança que os

trouxe a Santa Catarina.

Cavaleiros na Serra “Castelinho” de Blumenau

Pesca artesanal: tradição no litoral catarinense

Z.P. Z.P.

E.L.

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Page 13: Dia de Santa Catarina - versão digital

Festas típicas de outubro: a alegria toma conta do Estado

Templo de Santa Paulina, em Nova TrentoE.L.

E.L.13

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Z.P.

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Page 15: Dia de Santa Catarina - versão digital

Ponte Hercílio Luz, Florianópolis

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Page 16: Dia de Santa Catarina - versão digital

O início da ocupaçãoNas primeiras décadas após a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, o território que viria a ser Santa Catarina se resumia à condição de local de passagem, uma base de apoio para os interesses dos portugueses e dos espanhóis na região do rio do Prata.

As exceções eram alguns

integrantes das expedições pio-

neiras, que, encantados com

a beleza da paisagem e com a

perspectiva de viver livremente

em meio à natureza, decidiam

ficar para sempre no litoral ca-

tarinense. O mesmo aconteceu

com náufragos, como os 11 so-

breviventes do afundamento da

embarcação comandada pelo

espanhol Juan Días de Solís,

em 1512, nas proximidades da

Ilha de Santa Catarina, que ain-

da nem tinha esse nome. Desse

grupo fazia parte Aleixo Garcia,

futuro protagonista de uma his-

tória fantástica: foi levado pelos

índios a percorrer o Caminho

de Peabiru, trilha que ligava o

litoral catarinense à civilização

Inca, nos Andes.

Além dos portugueses e

dos espanhóis, aventureiros de

outras procedências passaram

pelo litoral catarinense naquele

Z.P.

16

Page 17: Dia de Santa Catarina - versão digital

período. Em 1504, o francês

Binot Paulmier de Gonneville

chegou à Baía da Babitonga a

bordo da embarcação L’Espoir

(“Esperança”), avariada por

uma tempestade. Após perma-

necer seis meses na ilha que

mais tarde viria a sediar São

Francisco do Sul, Gonneville

voltou à Europa levando um

jovem índio, Essemeric, filho

do cacique local. Moldado ao

estilo de vida do homem bran-

co, o índio viria a se casar com

a filha do navegador francês,

Susana. O povoado de Nossa

Senhora das Graças do Rio

de São Francisco seria oficial-

mente fundado por bandei-

rantes em 1658, tornando-se

o primeiro núcleo populacio-

nal catarinense.

Os guaranis que viviam no

litoral catarinense – chamados

pelos europeus de carijós –

eram amigáveis e se habituaram

rapidamente a esses contatos,

que se tornaram mais frequen-

tes com a chegada de catequiza-

dores jesuítas, a partir de 1549.

Já os dois outros grupos indíge-

nas catarinenses – os kaingangs,

que ocupavam os campos de

cima da Serra, e os xoklengs,

na região entre o litoral e o pla-

nalto – só viveriam experiências

semelhantes quase 200 anos de-

pois da chegada dos europeus

ao litoral.

Esses índios descendiam de

povos que já circulavam pela

região pelo menos 10.000 anos

antes, de acordo com registros

arqueológicos e inscrições ru-

pestres encontradas em vários

pontos do Estado. Hoje há

cerca de 10.000 remanescentes

das tribos originais vivendo em

Santa Catarina, a maior parte

em reservas criadas para asse-

gurar a permanência da cultura

dos primeiros catarinenses.

Centro Histórico de São Francisco do Sul

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Page 18: Dia de Santa Catarina - versão digital

A homenagema Santa Catarina Diz a História que o nome Ilha de Santa Catarina foi ideia do navegador italiano Sebastião Caboto – que, a serviço do reino espanhol, passou pelo litoral catarinen-se em 1526. A ilha havia sido chamada de diferentes formas até então. Para os índios carijós que a ocupavam antes da chegada dos europeus, o nome era Meiembipe – “lugar acima do rio”. Em 1514, os navegadores portu-gueses Nuno Manoel e Cristóvão de Haro a batizaram de Ilha dos Patos. Em 1516, depois do naufrágio do barco de Juan Días de Solís, houve quem tenha chama-do a região de Baía dos Perdidos, em referência aos 11 tripulantes que se salvaram e passaram a viver na ilha, junto com os índios.

Mas o nome que se conso-

lidou e se tornou o definitivo

foi mesmo o escolhido por Ca-

boto, registrado pela primeira

vez em um mapa desenhado

por Diego Ribeiro em 1529.

Especula-se que Caboto pode

ter aproveitado a oportunidade

para fazer um agrado à esposa,

Catarina Medrano. O fato ine-

gável é que, de qualquer forma,

a homenageada é mesmo a san-

ta, cuja memória é celebrada

em 25 de novembro.

Nascida em Alexandria, no

Egito, no final do terceiro sé-

culo depois de Cristo, Catarina

cresceu pagã e se converteu ao

Cristianismo aos 18 anos, após

ter uma visão em que ascendeu

aos céus e encontrou-se com a

Virgem Maria e o Menino Je-

sus. Oriunda de família rica e

influente, até então preocupa-

da exclusivamente com a fas-

cinante beleza que ostentava e

com os aspectos mais fúteis da

vida, Catarina iniciou, a partir

daí, um incansável trabalho de

combate às perseguições que o

Império Romano impunha aos

cristãos, considerando que era

essa a sua missão.

Catarina se voltou então às

atividades intelectuais, aprovei-

tando os conhecimentos adqui-

ridos em sua sólida formação.

Um dia, teve a oportunidade de

conversar com o imperador ro-

mano Maximino, que se sentiu

contrariado pelos argumentos

da jovem e mandou prendê-la.

Ela demonstrava tanta convic-

ção que o imperador decidiu

promover uma espécie de jogo:

chamou os sábios mais reco-

nhecidos da época para tentar

convencê-la de que Deus não

existia e de que Jesus Cristo não

havia sido nada além de um ho-

mem comum. Prometeu belas

recompensas para quem conse-

guisse cumprir o objetivo. Ne-

nhum dos sábios conseguiu – e

alguns até foram convertidos ao

Cristianismo por Catarina.

Maximino determinou que a

jovem fosse levada à masmorra,

e ainda assim ela conseguiu con-

verter os soldados que a vigiavam

e até mesmo a própria esposa do

imperador, Augusta. Transtorna-

do, ele mandou matar todos que

haviam se convertido, incluindo

a própria mulher. Catarina foi

decapitada e, dizem, em vez de

sangue jorrou leite de seu corpo

– por isso muitas mulheres que

têm bebês evocam a proteção

da santa. O corpo desapareceu

misteriosamente, como se tivesse

sido carregado por anjos. Diz a

lenda que foi encontrado intac-

to, três séculos depois, em uma

região isolada, ocasião em que foi

transferido para o Mosteiro da

Transfiguração, aos pés do Monte

Sinai – que passou a ser chamado

de Mosteiro de Santa Catarina e

hoje é Patrimônio Histórico da

Humanidade. A influência dessa

história de fé atravessou gerações.

Mais de 1.000 anos após a morte

de Catarina, Joana d’Arc relatou

que visões da santa a impeliram a

lutar pela liberdade da França.

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Page 19: Dia de Santa Catarina - versão digital

E.M. Santa Catarina, por Vera Sabino

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Page 20: Dia de Santa Catarina - versão digital

A capitania deSanta Catarina Em 1534, o território brasileiro foi dividido em 12 capitanias hereditárias, entregues à administração de homens de confiança da coroa portuguesa. Os principais objetivos eram incentivar a ocupação das terras e fomentar atividades econômicas, que pudes-sem se desenvolver sem a interferência direta de um governo central.

A Capitania de São Vicente,

abrangendo partes dos atuais

territórios do Paraná e de São

Paulo, foi entregue a Martim

Afonso de Sousa. As Terras de

Sant’Anna, mais ao sul – se es-

tendiam de Laguna até a Baía

de Paranaguá, no atual Estado

do Paraná – ficaram com seu

irmão, Pero Lopes de Sou-

sa. Com a morte de Pero, seis

anos depois, em um naufrágio

em Madagascar, iniciou-se um

período de marasmo para a ca-

pitania e também uma disputa

entre os herdeiros da família. A

pendenga se arrastou por quase

dois séculos e só foi resolvida

com a recompra da área pelo

império, em 1711.

A decisão de retomar a ad-

ministração do território era

uma consequência do aumento

das tensões entre Portugal e Es-

panha desde o rompimento da

União Ibérica, em 1640, mo-

mento em que os aliados se tor-

naram inimigos. Portugal acre-

ditava que precisava estruturar

melhor o povoamento de Santa

Catarina, ponto crítico de uma

região sob disputa.

Fez parte dessa mesma es-

tratégia a fundação do povoado

de Nossa Senhora do Desterro

(atual cidade de Florianópolis),

em 1672, por Francisco Dias

Velho. Tratava-se do segundo

núcleo populacional do Estado

– São Francisco havia sido fun-

dado 15 anos antes. Dias Velho

chegou à Ilha de Santa Catarina

acompanhado da mulher, duas

filhas, três filhos, uma família de

empregados, dois padres e 500

índios domesticados. Numa co-

lina em frente ao mar, ergueu

uma capela consagrada a Nossa

Senhora do Desterro – referên-

cia à fuga de Maria para o Egito,

com o pequeno Jesus, para esca-

par da perseguição de Herodes.

O local é hoje ocupado pela Ca-

tedral Metropolitana.

Em 1689, a vila foi invadida

por piratas, que dominaram seus

habitantes e cometeram uma sé-

rie de atrocidades. Dias Velho

buscou refúgio dentro da capela,

mas foi descoberto e morto. O

povoado só não foi extinto pela

perseverança de alguns integran-

tes do grupo, que se recusaram

a abandonar o local. Nesse meio

tempo, surgiu o terceiro núcleo

habitacional do litoral catari-

nense – a vila de Santo Antônio

dos Anjos de Laguna, mais tarde

conhecida apenas como Laguna,

fundada em 1676, com a chega-

da do bandeirante Domingos de

Brito Peixoto.

Em 1738, Santa Catarina

foi desmembrada de São Pau-

lo, tornando-se capitania au-

tônoma. O império português

nomeou para o cargo de go-

vernador o brigadeiro José da

Silva Paes. Ele recebeu a missão

de planejar um sistema de for-

talezas que protegesse a Ilha de

Santa Catarina de possíveis in-

vasões. O brigadeiro providen-

ciou os projetos o mais rápido

possível e iniciou a construção

de quatro fortalezas, posiciona-

das para estabelecer um sistema

de fogo cruzado.

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Page 21: Dia de Santa Catarina - versão digital

Catedral Metropolitana, FlorianópolisZ.P.

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Page 22: Dia de Santa Catarina - versão digital

Imigração açorianaOutro ponto importante da estratégia de ocupação do litoral catarinense traçada pelo reino português viria a ser a imigração de açorianos. Como o Arquipélago dos Açores enfrentava uma série de dificuldades – excesso po-pulacional, escassez de alimentos e ocorrência de terre-motos –, enviar parte dos habitantes ao Brasil seria uma forma de amenizar dois problemas ao mesmo tempo.

O alistamento foi aberto em

1746 e, ao longo da década se-

guinte, Santa Catarina recebeu

5.500 açorianos e também mo-

radores da Ilha de Madeira, o

que fez triplicar sua população.

Os imigrantes se instalaram nos

núcleos populacionais já exis-

tentes e fundaram outros, tanto

na Ilha de Santa Catarina quan-

to na área continental.

Uma das primeiras ativida-

des econômicas exercidas pelos

açorianos em Santa Catarina foi

a pesca da baleia – o óleo extraí-

do do animal era usado como

combustível de iluminação, en-

tre outras aplicações. Algumas

“armações”, complexos cons-

truídos para viabilizar a pesca

de baleia e a transformação de

sua carne em óleo, foram ins-

taladas em diferentes partes do

litoral catarinense.

Outras heranças dos aço-

rianos são a renda de bilro, a

produção de cerâmica utilitá-

ria e a fabricação de farinha de

mandioca em engenhos. No

campo da religião e do folclo-

re, há as benzedeiras, a devo-

ção ao Divino Espírito Santo e

ao Senhor dos Passos, o terno

de reis e as lendas de bruxas.

Na culinária, peixe com pirão

é um clássico prato açoriano.

Assim como o sotaque típico

dos descendentes, marcado

pelo jeito “apressado” de falar

e pela sonoridade que remete

à forma como o idioma é pra-

ticado em Portugal.

A arquitetura é uma das heranças trazidas dos AçoresZ.P.

22

Page 23: Dia de Santa Catarina - versão digital

Festas folclóricas: preservação do patrimônio culturalE.L.

23

Page 24: Dia de Santa Catarina - versão digital

Caminho das tropasPor volta de 1720, Portugal determinou a abertura de um caminho para o transporte de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Seria uma forma de ocu-par e desenvolver o interior da região Sul, motivo de disputas com a Espanha, e também de levar os animais até Minas Gerais, que vivia uma fase de franco desen-volvimento decorrente da exploração do ouro.

Dos povoados à beira desse

caminho se originaram cida-

des como Lages, oficialmente

fundada em 1766. Antônio

Correa Pinto foi quem orga-

nizou a povoação, pertencente

no início a São Paulo – só em

1820 seria incorporada a San-

ta Catarina. Para estabelecer

uma ligação entre o planalto e

o litoral, criou-se um caminho

até Laguna – essa é a origem

da estrada da Serra do Rio do

Rastro, repleta de curvas e belas

paisagens, hoje um dos pontos

turísticos mais conhecidos e ad-

mirados do Estado.

O Tropeirismo foi um ciclo

importante, também, para via-

bilizar a ocupação do Oeste ca-

tarinense – realizada em grande

parte por gaúchos e paranaenses

descendentes de imigrantes eu-

ropeus. Quando outras regiões

do país começaram a explorar

a pecuária, já no início do sé-

culo 20, a utilização do antigo

caminho das tropas perdeu for-

ça. Mas a cultura dos tropeiros

permanece viva.

Na Serra, o estilo de vida dos tropeiros

E.M.

24

Page 25: Dia de Santa Catarina - versão digital

A imponência da araucária, árvore-símbolo da regiãoZ.P.

25

Page 26: Dia de Santa Catarina - versão digital

A disputapelo território Demorou um bom tempo até que Portugal e Espanha se entendessem sobre as fronteiras do “Novo Mundo”. De certa forma, a disputa começou ainda em 1494, antes mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil, quando o Tratado de Tordesilhas estabeleceu previamente, com base em referenciais já conhecidos, uma regra para a divisão das terras que viessem a ser descobertas por am-bas as potências.

A aplicação dessa regra ao

território brasileiro resultou no

traçado de uma linha imaginária

que cortava o país desde Belém,

no Pará, até Laguna, em Santa

Catarina. A faixa litorânea per-

tenceria a Portugal e o interior

do continente à Espanha.

O problema é que o extre-

mo sul do território destinado

a Portugal era uma faixa muito

estreita de terra, corresponden-

te ao atual litoral catarinense.

A Espanha passou a cobiçar

aquele território, que poderia

aumentar consideravelmente

seu acesso ao mar, e traçou uma

estratégia de ocupação. Sebas-

tião Caboto, italiano a serviço

da Espanha, permaneceu na

costa catarinense por cinco me-

ses entre 1526 e 1527, com o

objetivo de conhecer melhor o

terreno – foi nesse período que

ele batizou a Ilha de Santa Ca-

tarina. Em 1541, Dom Alvar

Nuñez Cabeza de Vaca chegou

à ilha, junto com 400 homens,

representando o rei da Espanha,

com a missão de tomar posse

das terras.

A disputa ficou adormecida

no período entre 1580 e 1640,

em que vigorou a União Ibéri-

ca, aliança entre as duas monar-

quias. Voltou à tona, porém,

após o rompimento. Em 1750,

num ato de boa vontade das

partes, foi assinado o Tratado

de Madri, que estabelecia com

26

Page 27: Dia de Santa Catarina - versão digital

precisão a linha da fronteira.

Pelo acordo, Portugal abria

mão da Colônia de Sacramen-

to (atual Uruguai), que vinha

cobiçando, e ficava com os Sete

Povos das Missões (atual Rio

Grande do Sul). Para que o

acordo fosse concretizado, con-

tudo, as populações das áreas

envolvidas teriam que se tornar

súditas da realeza rival, condi-

ção que gerou muita revolta e

fez com que o acordo fosse anu-

lado. As duas potências se lan-

çaram então à Guerra dos Sete

Anos na Europa, com Portugal

aliado à Inglaterra e a Espanha

sendo apoiada pela França.

A Espanha passou a pre-

parar em segredo uma grande

esquadra para invadir a Ilha de

Santa Catarina. Em novembro

de 1776, nada menos que 116

embarcações, com 920 canhões

no total e quase 16.000 solda-

dos e marinheiros, partiu rumo

ao Brasil, sob o comando de

Dom Pedro de Cevallos – que

já havia visitado a Ilha de Santa

Catarina e conhecia bem o sis-

tema local de defesa.

Quando a esquadra espanho-

la chegou à Ilha, em fevereiro de

1777, as fortalezas se demonstra-

ram incapazes de conter os avan-

ços de invasores tão numerosos

e potentes. Alguns disparos até

foram realizados pela fortaleza

de São José da Ponta Grossa, no

Norte da Ilha, mas sem qualquer

efeito prático. Os espanhóis de-

sembarcaram tranquilamente na

praia de Canasvieiras, e as au-

toridades locais assinaram sem

resistência o termo de rendição.

A Ilha de Santa Catarina passava

naquele momento ao comando

da Espanha.

Com a morte do rei de Por-

tugal, Dom José I, e a conse-

quente queda do Marquês de

Pombal, em março de 1777,

as negociações evoluíram até

chegarem ao Tratado de Santo

Ildefonso, assinado em outubro

daquele mesmo ano. Por esse

novo acordo, Portugal receberia

de volta a Ilha de Santa Cata-

rina, comprometendo-se a não

utilizá-la como base de navios

de guerra ou porto de comércio

com outros países. Era o início

de uma nova fase para Santa

Catarina. Em 1800, sua popu-

lação chegou a 21.000 pessoas,

com divisão mais ou menos

proporcional entre os três prin-

cipais núcleos – Desterro, São

Francisco e Laguna –, cada um

com cerca de 4.000 habitantes.

Surgia o embrião do modelo

catarinense de desenvolvimen-

to, predominante até hoje, ca-

racterizado pela inexistência de

metrópoles, com a população

distribuída por vários municí-

pios de porte semelhante.

Fortaleza da Ilha de Anhatomirim

Z.P.

27

Page 28: Dia de Santa Catarina - versão digital

Colonização alemãCom a Independência do Brasil, em 1822, inten-sificaram-se os projetos de colonização do país por europeus, que enfrentavam escassez de empregos em decorrência da Revolução Industrial. A primeira co-lônia alemã em Santa Catarina foi instalada em São Pedro de Alcântara, em 1829. Esse grupo pioneiro, de 523 pessoas, vindas de Bremen, enfrentou todo tipo de problema, desde a falta de pagamento na íntegra das diárias combinadas até as dificuldades de adaptação ao clima tropical. Como se não bastasse, temporais destruíram suas primeiras plantações. Muitos persis-tiram, enquanto outros decidiram tentar a sorte em outra região, o Vale do Itajaí.

O farmacêutico alemão

Hermann Bruno Otto Blume-

nau, que veio ao Brasil em 1846

contratado pela Sociedade de

Proteção aos Emigrantes Ale-

mães para desenvolver um pro-

jeto de colonização, também

escolheu o Vale do Itajaí. En-

quanto os trâmites burocráticos

eram encaminhados, Blumenau

recebeu a notícia de que a insti-

tuição que ele representava fe-

chara as portas. Mesmo assim,

decidiu tocar adiante o projeto

por conta própria. Associou-

se ao comerciante Fernando

Hackradt e voltou à Alemanha

para recrutar colonos – os pri-

meiros 17 chegaram em agosto

de 1850. Eram quase todos ar-

tesãos – carpinteiros, marcenei-

ros, funileiros, ferreiros –, con-

tra apenas dois lavradores. Essa

seria uma tendência dos grupos

seguintes de colonos alemães,

origem da industrialização que

viria a caracterizar a economia

do Norte catarinense. Diversas

novas levas de imigrantes che-

gariam nos anos seguintes. No

final dessa década, a população

já estava próxima de 1.000 pes-

soas – e a cidade foi natural-

mente batizada de Blumenau.

Já Joinville surgiu de um

processo oficial de colonização.

Em 1829, a Sociedade Coloni-

zadora de Hamburgo comprou

81 léguas de terras em Santa Ca-

tarina, pertencentes ao príncipe

francês François Ferdinand Phi-

lippe. Ele havia recebido as ter-

ras como dote ao se casar com

Francisca, irmã de Dom Pedro

II. A colônia foi batizada de

Dona Francisca, mas, quando

virou cidade, ganhou o nome

de Joinville em homenagem a

François, que ostentava o título

nobre de Príncipe de Joinville,

um vilarejo medieval francês.

Em 1851, chegou o primeiro

grupo de 192 imigrantes ale-

mães, suíços e noruegueses. Nas

levas seguintes, predominaram

os alemães.

Entre as influências mais

marcantes da colonização alemã

estão a arquitetura enxaimel –

construções cuja estrutura com-

bina harmoniosamente madeira

e tijolos aparentes – e a delicio-

sa culinária, com pratos como

chucrute e eisbein, o joelho de

porco. Nas colônias alemãs, a

cerveja é até hoje fabricada com

os requintes ensinados pelos

pioneiros – visitar as cervejarias

artesanais é um roteiro fasci-

nante para os fãs da bebida. A

cultura deixada pelos antepas-

sados é celebrada anualmente

com a realização de diversas

festas típicas no território cata-

rinense, das quais a mais famosa

é a Oktoberfest de Blumenau.

28

Page 29: Dia de Santa Catarina - versão digital

Pórtico de entrada em Joinville

Dança típica em Pomerode

Z.P.

E.M.

29

Page 30: Dia de Santa Catarina - versão digital

30

Colonização italianaDois europeus que viviam em Desterro – o italia-no Carlo Demaria e o suíço Henrique Schutel – se uniram para fundar uma empresa de colonização, Demaria & Schutel. Em 1835, pediram à província uma série de benefícios para instalar grupos de lavra-dores a serem trazidos da Itália. Assim, em março de 1836, chegaram ao porto de Desterro 186 colonos, quase todos oriundos da Ilha da Sardenha. O governo de Santa Catarina cedeu uma área no município de São Miguel e a colônia foi denominada “Nova Itália”, atual São João Batista.

Novas colônias italianas só

viriam a ser criadas em San-

ta Catarina bem mais tarde,

em consequência do contrato

estabelecido em 1874 entre

o Império brasileiro e o em-

preendedor Joaquim Caetano

Pinto Jr.. Eram instaladas em

áreas periféricas das colônias

alemãs, a exemplo de Rio dos

Cedros, Rodeio, Ascurra, Bo-

tuverá e Nova Trento, organi-

zadas em torno de Blumenau

e Brusque. O Sul do Estado

também se tornou destino a

partir de 1877, com o desem-

barque de 291 colonos vênetos

em Laguna, para ocupar o Nú-

cleo de Azambuja e o Núcleo

Urussanga. A região se tornaria

destino preferencial dos italia-

nos, com novas levas de imi-

grantes instalando-se em Cri-

ciúma, Pedras Grandes, Treze

de Maio, Acioli de Vasconce-

los (atual Cocal), Grão-Pará

(atuais municípios de Orleans,

Grão-Pará, São Ludgero e Bra-

ço do Norte) e Nova Veneza

(municípios de Nova Veneza e

Siderópolis). Essas colônias se

especializaram desde o início

na produção agrícola, com o

uso de técnicas trazidas da ter-

ra natal para o cultivo de uva,

milho e arroz.

Os italianos se espalharam

por boa parte dos municípios

catarinenses – cerca de 220,

bem mais do que qualquer

outro grupo de imigrantes.

Estima-se que quatro em cada

dez catarinenses tenham as-

cendência italiana. Essa tradi-

ção se manifesta na culinária

– polenta e vinho são presen-

ças constantes na mesa dos

descendentes –, nas vocações

econômicas desenvolvidas no

Sul de Santa Catarina, como

a produção cerâmica, e até em

atividades de lazer, a exemplo

do jogo de bocha.

Page 31: Dia de Santa Catarina - versão digital

31Casa de pedra em Nova Veneza, Sul catarinense

Vinho e queijo: a base da culinária colonial italiana

T.E.

Z.P.

Page 32: Dia de Santa Catarina - versão digital

babel catarinenseDos poloneses aos gregos, dos africanos aos japoneses, des-cendentes dos mais diversos povos se fazem presentes em Santa Catarina.

no Sul do Brasil. Mas os pro-

blemas logo começaram a aflo-

rar, como a inexperiência dos

franceses com a agricultura e

os desentendimentos causados

no processo de distribuição das

tarefas. A colônia se desfez e

apenas algumas famílias per-

maneceram na região.

Marcante também é a pre-

sença austríaca em Santa Ca-

tarina. Imigrantes oriundos da

região do Tirol fundaram, em

1933, a cidade de Treze Tílias,

numa região cuidadosamen-

te escolhida pelo governo da

Áustria pela semelhança com

as paisagens originais. O país

havia perdido território após

a derrota na Primeira Guerra

Mundial e já não havia lugar

para todos. Hoje a encantadora

Treze Tílias mantém muitas das

tradições trazidas pelos coloni-

zadores, como as casas em estilo

alpino e a prática de esculturas

em madeira.

Santa Catarina tem também

influência árabe. Sírios e libane-

ses chegaram a partir de 1885

a cidades como Florianópolis,

Biguaçu, Caçador, Canoinhas,

Criciúma e Lages, dedicando-

se, sobretudo, ao comércio. Já

os japoneses vieram em peque-

nos grupos, na primeira metade

do século 20, e se instalaram

especialmente no atual municí-

pio de Frei Rogério, no Meio-

-Oeste, e em São Joaquim, na

Serra, onde contribuíram para

o aprimoramento da produção

de maçãs com a introdução de

novas variedades.

Não se pode deixar de ci-

tar, por fim, a presença e a

influência marcante dos afri-

canos, que, na maior parte

dos casos, chegaram a Santa

Catarina como escravos. Em

1810, dos 30.000 habitantes

de Santa Catarina, 7.000 eram

escravos negros, quase sempre

descendentes de bantos e suda-

neses que desembarcavam nas

regiões Nordeste e Sudeste do

país e desciam por terra rumo

ao Sul. Em 1872, a propor-

ção havia caído para 10% dos

158.000 habitantes, mas ainda

assim sua cultura permaneceu

presente, como se pode cons-

tatar pelas práticas religiosas

– a umbanda e o candomblé –

e culturais, a exemplo do car-

naval e do samba. O Estado

mantém várias áreas quilom-

bolas, originalmente ocupadas

por ex-escravos, como o Sertão

do Valongo, em Porto Belo, e a

Lagoa de Acaraí, em São Fran-

cisco do Sul. Se há ainda qual-

quer dúvida sobre a impor-

tância da herança africana em

Santa Catarina, basta dizer que

o maior nome da nossa litera-

tura era negro: o poeta João da

Cruz e Sousa.

A imigração polonesa é

possivelmente a mais rele-

vante depois da açoriana, da

alemã e da italiana. Em 1871,

o primeiro grupo chegou a

Brusque. Em 1882, foi a vez

de Jacinto Machado, no Sul

do Estado. Em 1889, o en-

tusiasmo com a perspectiva

de uma nova vida no Sul do

Brasil tomou conta de muitos

poloneses. No ano seguinte,

nada menos que 29.200 vie-

ram ao país, contra não mais

que 4.500 ao longo dos 15

anos anteriores. A maior parte

eram agricultores. Em Santa

Catarina, os poloneses se alo-

jaram especialmente no Sul,

nos vales dos rios Urussanga,

Tubarão e Araranguá, com

maior concentração na cidade

de Criciúma, e também nos

vales do Itajaí e do Itapocu, ao

norte, em cidades como Ma-

fra, Itaiópolis, Canoinhas, São

Bento do Sul e Brusque. Após

a Segunda Guerra Mundial,

novas levas chegaram a Mon-

daí e Pouso Redondo.

Os franceses, além de terem

sido uns dos primeiros euro-

peus a conhecer Santa Cata-

rina, em 1504, quando Binot

Paulmier de Gonneville chegou

à futura cidade de São Francis-

co do Sul, viveram outra expe-

riência marcante por aqui, na

mesma região. Foi a instalação,

em 1841, de um experimento

socialista, a Colônia Industrial

da Barra do Saí. Idealizado por

um médico homeopata, Benoit

Joseph Mure, o projeto contou

com o apoio e a simpatia da

monarquia brasileira. Mais de

400 franceses se estabeleceram

na colônia, que tinha como

princípio a inexistência da pro-

priedade privada – tudo era co-

mum e o resultado do trabalho

seria desfrutado igualmente

por todos. A colônia alcançou

rápido desenvolvimento, com

uma olaria e uma forja que ga-

nharam muitos clientes na re-

gião. Essas notícias chegavam

à França e em 1844 havia mi-

lhares de pessoas interessadas

em integrar a célebre colônia

32

Page 33: Dia de Santa Catarina - versão digital

No sentido horário: dança polonesa em Itaiópolis, tambores

japoneses em Frei Rogério, comunidade

quilombola no Sul do Estado e

indígenas na Grande Florianópolis

Z.P.

E.L.

C.F. T.E.

33

Page 34: Dia de Santa Catarina - versão digital

34

Revolução FarroupilhaO período regencial, entre 1831 e 1840 – desde a re-núncia de Dom Pedro I até a ascensão ao trono de seu filho Dom Pedro II –, viu surgir uma série de revoltas no país. A mais significativa foi a Revolução Farrou-pilha, que eclodiu em 1835 no Rio Grande do Sul e se prolongou por dez anos.

Foi um movimento impul-

sionado por ideais republicanos

e pela insatisfação com os altos

impostos cobrados pela Mo-

narquia sobre produtos típicos

do Sul, a exemplo do charque

e da erva-mate. Essa ideologia

encontrou muitos apoiadores

no território catarinense, que

também seria palco do conflito.

Depois de tomarem Porto

Alegre em 1835 e terem sido

repelidos pelas forças do gover-

no, os revoltosos, conhecidos

como “farrapos”, dirigiram-se

a outros pontos de interesse,

como Bagé, no território gaú-

cho, Lages, na Serra catarinen-

se, e Laguna, no litoral Sul de

Santa Catarina. Laguna foi to-

mada em 1839, num esforço

conjunto das forças de terra,

lideradas por Davi Canabarro,

e de mar, sob comando do ita-

liano Giuseppe Garibaldi. Na

pacata cidade catarinense foi

proclamada a República Julia-

na, em 29 de julho de 1839

– nome que fazia referência ao

mês em que ocorria aquele epi-

sódio histórico.

A presença dos farrapos em

Laguna se prolongou por seis

meses, até que o governo se

reorganizou para retomar a ci-

dade, obrigando os revoltosos

a escapar de volta para o Rio

Grande do Sul. O movimento

continuaria até 1845, quando

chegou ao fim por meio de

um acordo em que o governo

concordava em reduzir subs-

tancialmente os impostos co-

brados sobre o charque. Mas

a permanência em Laguna foi

suficiente para que Garibaldi

se apaixonasse pela catarinense

Ana Maria de Jesus Ribeiro e

se unisse à jovem – que dali em

diante ficaria conhecida como

Anita Garibaldi.

Depois de lutar no Brasil, o

casal partiu para o Uruguai e,

de lá, para a Itália, onde Gari-

baldi foi o grande líder do pro-

cesso de Unificação do país, que

se encontrava esfacelado e sub-

metido ao controle de diversos

governos estrangeiros. Anita foi

companheira inseparável, in-

clusive nos campos de batalha,

do chamado Herói dos Dois

Mundos – até morrer em 1849,

aos 28 anos, quando adoeceu

em meio à perseguição pelos

austríacos. Tornou-se sinônimo

de mulher destemida e é uma

figura adorada tanto na Itália

quanto no Brasil.

Page 35: Dia de Santa Catarina - versão digital

Farol de Santa Marta (acima)

e casa de Anita Garibaldi (ao lado):

símbolos de Laguna

E.L.

Z.P.

35

Page 36: Dia de Santa Catarina - versão digital

36

A Guerra doContestado Ao mesmo tempo em que a Primeira Guerra Mundial agitava o mundo, o conflito do Contestado abalava a paz em território catarinense. Ocorrido numa zona de disputa por terras entre Paraná e Santa Catarina – 48.000 km² no Meio-Oeste e Oeste catarinenses –, durou de 1912 a 1916 e vitimou, estima-se, pelo me-nos 20.000 pessoas. Foi provocado por uma conjun-ção de fatores que se somaram às incertezas causadas pela longa disputa judicial entre os dois Estados.

Um desses fatores foi a

construção da Estrada de Ferro

São Paulo-Rio Grande, entre

1907 e 1910, pela Brazil Rail-

way Company. Os objetivos

da obra eram dar saída à pro-

dução de madeira e iniciar ao

redor da ferrovia um processo

consistente de ocupação – para

isso, a empresa receberia 6.000

km² de terras como parte do

pagamento, com a possibilida-

de de explorar toda a madeira

existente ali e a obrigação de

assentar imigrantes estrangei-

ros. O problema é que as famí-

lias que ocupavam esse territó-

rio – uma faixa de 15 km em

cada lado da ferrovia – foram

simplesmente expulsas e não

tinham para onde ir. Para tor-

nar a situação ainda mais com-

plexa, cerca de 8.000 operários

trazidos para a obra ficaram

sem o ganha-pão assim que a

ferrovia ficou pronta.

Essa multidão de pessoas

desesperançosas e revoltadas

encontrou nos diversos líde-

res religiosos que apareceram

na região as palavras de fé que

precisavam para seguir adiante.

Em 1912, o monge-curandei-

ro José Maria arrebanhou mi-

lhares de seguidores fanáticos,

multidão que assustava os po-

deres constituídos. Os gover-

nos de Santa Catarina e Paraná

deram uma trégua na disputa

que travavam entre si para en-

frentar juntos o movimento,

contando ainda com a ajuda

do Governo Federal.

O conflito foi desigual. De

um lado, metralhadoras, ca-

nhões e até aviões. De outro,

Page 37: Dia de Santa Catarina - versão digital

paus e facões. Mesmo assim,

foi preciso mobilizar grande

parte do exército brasileiro ao

longo de quatro anos para aba-

far de vez o Contestado. Do

ponto de vista social, a guer-

ra não trouxe solução alguma

– só agravou o sentimento de

revolta da população e os pro-

blemas da região. Mas serviu,

ao menos, para pôr fim à dis-

puta entre os dois Estados, que

firmaram um acordo em 1916,

estabelecendo os limites que

permanecem até hoje. Com

isso, surgiram municípios

como Mafra (nome dado em

homenagem ao Conselheiro

Mafra, defensor de Santa Cata-

rina na disputa judicial), Porto

União, Joaçaba e Chapecó.

Em 1943, Santa Catarina

sofreu uma modificação geo-

gráfica, que se mostrou tem-

porária, com a criação do Ter-

ritório do Iguaçu pelo governo

Getúlio Vargas, abrangendo

a região Oeste dos Estados do

Paraná e de Santa Catarina. No

lado de Santa Catarina, o novo

território incluía cidades como

Chapecó, Concórdia, Caçador,

Joaçaba, Xanxerê e São Miguel

d’Oeste. Os objetivos eram for-

talecer a ocupação da fronteira

depois da entrada do Brasil na

Segunda Guerra e ao mesmo

tempo dar autonomia a uma

região que se sentia distanciada

do poder estabelecido no Lito-

ral. A mudança durou apenas

três anos, sendo revogada pela

Constituição de 1946.

Painel Contestado – Terra Contestada, de Hassis

Fundação Hassis/D

ivulgação

37

Page 38: Dia de Santa Catarina - versão digital

38

Santa Catarinana Era RepublicanaA proclamação da República e o consequente fim da Monarquia, em 15 de novembro de 1889, marcariam um novo período para o Brasil e para todas as suas províncias, que passaram a ser chamadas de Estados. O presidente de Santa Catarina, Luís Alves Leite de Oliveira Bello, foi pacificamente destituído e muitos deputados monarquistas aderiram espontaneamente ao novo regime. Lauro Müller tornou-se o primeiro gover-nador de Santa Catarina na era republicana. A Cons-tituição Federal de 1891 estabeleceu eleições diretas e Gustavo Richard foi o escolhido.

lis (“cidade de Floriano”), uma

forma de marcar a vitória obti-

da ali pelo Marechal de Ferro.

Em 1900, Santa Catarina

somava 320.300 habitantes.

Florianópolis e Blumenau eram

as maiores cidades, com cerca

de 31.000 habitantes cada. O

Estado consolidava o modelo

de ocupação por pequenas pro-

priedades agrícolas, de adminis-

tração familiar, sem latifúndios

e sem uma metrópole predo-

minante. Com o passar das dé-

cadas, esse se tornaria um dos

principais diferenciais de Santa

Catarina em relação à maioria

dos Estados brasileiros.

As limitações econômicas

do início do século foram sen-

do gradualmente superadas. A

pauta de exportações, antes li-

mitada às madeiras, à erva-ma-

te e à farinha de mandioca, foi

reforçada pelo gado e o arroz.

Com o advento da industria-

lização do Estado, processo

iniciado ainda na década de

1880, com a fundação de uma

fábrica de camisetas em Blu-

menau pelos irmãos Hermann

e Bruno Hering, Santa Cata-

rina passou a ter produção re-

levante também de tecidos e

fios, camisas, bordados e meias

de algodão. Impulsionado pelo

desenvolvimento da indústria

têxtil, Blumenau logo se tor-

naria o maior município ca-

tarinense – em 1920, a cida-

de somava 68.000 habitantes,

enquanto nenhuma outra do

Estado chegava a 40.000.

Florianópolis, a capital, vi-

via isolada pela inexistência de

uma ligação da Ilha de Santa

Catarina com o continente. O

governador Hercílio Luz resol-

veu enfrentar esse problema ao

providenciar a construção, en-

tre 1922 e 1926, da ponte que

seria batizada com o seu nome.

O desenvolvimento trazido pela

obra foi inegável, assim como o

endividamento do Estado, que

precisou fazer um emprésti-

mo de 20.000 contos (quantia

equivalente a 5 milhões de dó-

lares) para executar essa e outras

obras de infraestrutura. O valor

correspondia a quase quatro

anos de receita.

Em 1955, o lageano Nereu

Ramos, que havia sido gover-

nador de Santa Catarina entre

1935 e 1945 (e era filho do

também ex-governador Vidal

Ramos), tornou-se o político

mais importante da história

catarinense ao assumir a Pre-

sidência da República por um

período de três meses, após

o suicídio de Getúlio Vargas.

Ramos era o primeiro vice-

-presidente do Senado Federal

e foi alçado ao cargo após o

impedimento do vice de Ge-

túlio, Café Filho, e do presi-

dente da Câmara dos Deputa-

dos, Carlos Luz. Conduziu o

governo até a posse de Jusceli-

no Kubitschek, tornando-se a

partir daí ministro da Justiça.

Nereu Ramos morreria num

acidente aéreo, em 1958, que

vitimou também o então go-

vernador de Santa Catarina,

Jorge Lacerda, e outro impor-

tante político do Estado, Leo-

berto Leal.

As turbulências ainda es-

tavam longe de terminar em

Santa Catarina, contudo. O

Estado se viu involuntariamen-

te envolvido na Revolta da Ar-

mada, que eclodiu no Rio de

Janeiro em 1893. A Marinha,

em parte por ter resquícios mo-

narquistas em seus quadros, e

também insatisfeita pelo fato de

que apenas representantes do

Exército estavam assumindo o

governo do país após a procla-

mação da República, revoltou-

se sob a liderança do almirante

Custódio de Melo. Os navios

rebeldes bombardearam o Rio

de Janeiro e, atacados pelas for-

ças governamentais, escaparam

rumo ao Sul do país, onde se

juntaram aos revoltosos da Re-

volução Federalista e invadiram

a pacata e indefesa capital cata-

rinense, Desterro.

Floriano Peixoto adquiriu

novos navios e retomou a ci-

dade, com forte repressão – in-

cluindo quase duas centenas de

fuzilamentos e enforcamentos

realizados na Ilha de Anhato-

mirim, sob comando do te-

mido coronel Moreira Cesar.

As vítimas foram não apenas

membros comprovados do mo-

vimento original, mas também

simples moradores de Desterro

que teriam, na avaliação do go-

verno, colaborado de alguma

forma com os revoltosos. Santa

Catarina entraria no século 20

com muitos traumas a superar

e uma nova identidade para a

capital, cujo nome foi trocado

de Desterro para Florianópo-

Page 39: Dia de Santa Catarina - versão digital

O golpe militar de 1964 im-

pôs um período de duas décadas

de ditadura no Brasil. Santa Ca-

tarina teve um papel destacado

no processo de redemocratiza-

ção do país ao desencadear um

movimento popular que entrou

para a história como Novem-

brada, referência ao mês de

1979 em que o episódio ocor-

reu em Florianópolis. Durante

visita do presidente João Figuei-

redo à cidade, estava prevista a

inauguração de uma placa em

homenagem a Floriano Peixoto

– contestada por boa parte da

população em decorrência da

memória dos acontecimentos

que haviam culminado com a

troca do nome da cidade para

Florianópolis, em 1894. Os

protestos se transformaram em

tumulto e a população arrancou

à força a placa recém-instalada

na Praça 15 de Novembro, ma-

nifestação que foi interpretada

como sinal do enfraquecimento

do governo militar e contribuiu

para o advento do processo de

abertura política que se daria

dali em diante.

Em 1983, o voto voltou a

ser direto para a escolha de go-

vernadores. Em Santa Catarina,

foram eleitos sucessivamente

Esperidião Amin (1983-1987),

Pedro Ivo Campos (para o man-

dato entre 1987 e 1990, com

o vice Casildo Maldaner assu-

mindo por pouco mais de um

ano após a morte do governa-

dor), Vilson Kleinübing (para

o período entre 1991 e 1995,

com seu vice Antônio Carlos

Konder Reis também assumin-

do por quase um ano em decor-

rência do titular ter concorrido

ao Senado), Paulo Afonso Vieira

(1995-1999), novamente Espe-

ridião Amin (1999-2003), Luiz

Henrique da Silveira (que cum-

priu dois mandatos, entre 2003

e 2010, com o vice Leonel Pa-

van assumindo por quase um

ano, ao final do período, para

que o governador se candida-

tasse ao Senado) e Raimundo

Colombo, a partir de 2011.

Palácio Cruz e Sousa, Florianópolis

S.V.

39

Page 40: Dia de Santa Catarina - versão digital

S

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LO

Rio Grande do Sul

ARG

ENTI

NA

Paraná

OceanoAtlântico

Oeste

Serra

Norte

Vale do Itajaí

GrandeFlorianópolis

Sul

Principais municípiosPosição Município População

Vale do Itajaí1 Blumenau 309.011

2 Itajaí 183.373

3 Balneário Camboriú 108.089

Norte1 Joinville 515.288

2 Jaraguá do Sul 143.123

3 São Bento do Sul 74.801

Oeste1 Chapecó 183.530

2 Caçador 70.762

3 Concórdia 68.621

Grande Florianópolis1 Florianópolis 421.240

2 São José 209.804

3 Palhoça 137.334

Sul1 Criciúma 192.308

2 Tubarão 97.235

3 Araranguá 61.310

Serra1 Lages 156.727

2 Curitibanos 37.748

3 Campos Novos 32.824

As regiões catarinenses

O território catarinense é dividido em seis regiões geográficas, cada uma delas com configuração física, formação étnica e vocações econômicas específicas. São o retrato da grande diversidade, em todos os sentidos, que se encontra em Santa Catarina. O Vale do Itajaí concentra a maior população, o Oeste tem a maior área e o maior número de municípios, enquanto a Grande Florianópolis apresenta a maior densidade demográfica.

População e área por região

Região Municípios População Área (km²)Densidade

demográfica (habitantes/km²)

Vale do Itajaí 54 1.508.980 13.098,4 115,2

Norte 26 1.212.843 15.928,9 76,1

Oeste 118 1.200.712 27.310,8 44

Grande Florianópolis

21 994.095 7.355,5 135,1

Sul 44 925.065 9.719,2 95,2

Serra 30 406.741 22.324,0 18,2

Total 293 6.248.436 95.736,8 65,3

40

Page 41: Dia de Santa Catarina - versão digital

S

N

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Rio Grande do Sul

ARG

ENTI

NA

Paraná

OceanoAtlântico

Oeste

Serra

Norte

Vale do Itajaí

GrandeFlorianópolis

Sul

41

Page 42: Dia de Santa Catarina - versão digital

42

Grande FlorianópolisPara brasileiros de todas as regiões e para os nossos vizinhos argentinos, não é de hoje que a simples menção a Florianópolis remete à ideia de belas paisagens e invejável qualidade de vida. Nos últimos anos, a fama de “paraíso” ganhou o mundo. Publicações internacionais de grande repercussão passaram a citar a capital de Santa Catarina como um dos destinos turísticos mais encantadores do planeta e conhecê-la entrou para os planos de viajantes de todas as partes do globo.

Com isso, os “manezinhos”

– como são chamados os nati-

vos da cidade – estão se habi-

tuando a ouvir não mais apenas

os sotaques brasileiros e o caste-

lhano dos hermanos, mas tam-

bém o inglês e diversos idiomas

europeus. A cidade se tornou

cosmopolita e o turismo, antes

limitado à temporada de verão,

transformou-se em uma ativi-

dade desenvolvida ao longo de

todo o ano. Para receber esse

público exigente, surgiram ho-

téis, pousadas e restaurantes de

alto nível.

Além do turismo de praia, a

Grande Florianópolis tem de-

senvolvido o turismo rural em

cidades como Santo Amaro da

Imperatriz, Alfredo Wagner,

Angelina e Rancho Queimado,

que oferecem opções acolhe-

doras de hospedagem. Já Nova

Trento, conhecida como a ter-

ra de Madre Paulina, primeira

santa brasileira, é um dos prin-

cipais destinos de turismo reli-

gioso no país.

Florianópolis também tem

se destacado como importante

polo de Tecnologia da Informa-

ção – uma indústria limpa, que

combina perfeitamente com

sua natureza exuberante e pre-

servada. Já existem na cidade

mais de 500 empresas de au-

tomação, desenvolvimento de

programas e jogos, com geração

de 12.000 empregos diretos.

Setores tradicionais da indús-

tria encontram espaço na vizi-

nha São José – quarto municí-

pio mais populoso do Estado,

sede de um parque empresarial

em franco desenvolvimento. A

indústria de calçados é uma im-

portante atividade em São João

Batista e Canelinha.

Embora a ocupação de Flo-

rianópolis e da maior parte dos

municípios da região tenha

sido feita predominantemente

por açorianos, há também ci-

dades colonizadas por alemães,

como é o caso de São Pedro de

Alcântara – primeiro núcleo

catarinense a receber imigran-

tes daquele país, em 1829 –,

e por italianos, a exemplo de

Nova Trento. A própria Madre

Paulina foi uma imigrante, que

chegou ainda criança à cidade

em que desenvolveria, na vira-

da do século 19 para o século

20, seu trabalho de assistência

a enfermos.

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Page 43: Dia de Santa Catarina - versão digital

43

Grande FlorianópolisPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica

(habitantes/km²)Gentílico

1 Florianópolis 421.240 675,4 623,7 Florianopolitano

2 São José 209.804 152,4 1.376,7 Josefense

3 Palhoça 137.334 395,1 347,6 Palhocense

4 Biguaçu 58.206 370,9 156,9 Biguaçuense

5 Tijucas 30.960 279,6 110,7 Tijucano

6 São João Batista 26.260 221,1 118,8 Batistense

7 Santo Amaro da Imperatriz 19.823 344,0 57,6 Santo-amarense

8 Governador Celso Ramos 12.999 117,2 110,9 Gancheiro

9 Nova Trento 12.190 402,9 30,3 Nova-trentino

10 Canelinha 10.603 152,6 69,5 Canelense

11 Alfredo Wagner 9.410 732,8 12,8 Alfredense

12 Antônio Carlos 7.458 228,7 32,6 Antônio-carlense

13 Paulo Lopes 6.692 449,7 14,9 Paulo-lopense

14 Águas Mornas 5.548 327,4 16,9 Águas-mornense

15 Angelina 5.250 500,0 10,5 Angelinense

16 São Pedro de Alcântara 4.704 140,0 33,6 Alcantarense

17 Leoberto Leal 3.365 291,2 11,6 Leobertense

18 Major Gercino 3.279 285,7 11,5 Majorense

19 Anitápolis 3.214 542,1 5,9 Anitapolitano

20 São Bonifácio 3.008 460,4 6,5 São-bonifacense

21 Rancho Queimado 2.748 286,3 9,6 Rancho-queimadense

Total 994.095 7.355,5 135,1Fonte: IBGE, Censo 2010

Pontes de Florianópolis que

ligam a Ilha de Santa Catarina ao continente P.A.

Page 44: Dia de Santa Catarina - versão digital

44

Acima: casario açoriano em São José. Abaixo: casa de campo do governador Hercílio Luz, em Rancho Queimado

Z.P.

Z.P.

Page 45: Dia de Santa Catarina - versão digital

45

Acima: figueira centenária da Praça

15 de Novembro, em Florianópolis.Ao lado: Praia do Sonho, Ponta do

Papagaio e Praia da Pinheira, em Palhoça

Z.P.

T.E.

Page 46: Dia de Santa Catarina - versão digital

46

P.A.

Page 47: Dia de Santa Catarina - versão digital

47

Reserva Marinha do Pirajubaé, em Florianópolis

Page 48: Dia de Santa Catarina - versão digital

48

Vale do Itajaí A história do Vale do Itajaí é marcada pelo empreen-dedorismo e a obstinação dos imigrantes alemães em construir uma nova vida longe da terra natal. Essa in-fluência continua mais viva do que nunca em cidades como Blumenau, Brusque e Gaspar, polos têxteis que são o berço de várias empresas reconhecidas internacio-nalmente, e Pomerode, onde a maior parte da popula-ção é fluente no idioma dos antepassados.

O orgulho pelas origens

é simbolizado pela realização

anual da Oktoberfest, em Blu-

menau, embalada por cerveja,

comida e danças típicas. Trata-

se do carro-chefe de uma série

de festas organizadas pelos cata-

rinenses no mês de outubro. A

primeira edição da Oktoberfest

ocorreu em 1984, para ajudar a

cidade a recuperar o ânimo e as

finanças depois das grandes en-

chentes que haviam ocorrido no

Vale do Itajaí. Desde então, 20

milhões de pessoas já participa-

ram do evento, que se estende

por quase três semanas e atrai

visitantes de todos os cantos do

Brasil e também do exterior.

Já em Itajaí, colonizada

principalmente por açorianos,

as atividades econômicas es-

tão diretamente relacionadas

ao mar. Com um dos índices

de desenvolvimento mais al-

tos do país ao longo da últi-

ma década, a cidade explora a

pesca (73.300 toneladas por

ano, cerca de 60% da produção

catarinense) e sedia um porto

estratégico para as exportações

brasileiras – em decorrência

disso, muitas empresas especia-

lizadas em logística estão se ins-

talando na região. A excelente

infraestrutura de transportes do

Vale é reforçada pelo aeroporto

de Navegantes, que vem se con-

solidando como um dos mais

importantes do Sul do Brasil.

Balneário Camboriú é outra

cidade litorânea da região, co-

nhecida em todo o país como

um dos destinos turísticos mais

agitados do verão. Com suas

belas praias e ar cosmopolita,

simbolizado pelos arranha-céus

da Avenida Atlântica e a profu-

são de restaurantes e casas no-

turnas, o município tem estru-

tura para receber um milhão de

pessoas simultaneamente. Essa

marca, que corresponde a quase

dez vezes sua população regular,

é alcançada especialmente nos

meses de dezembro e janeiro.

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Page 49: Dia de Santa Catarina - versão digital

49

Vale do ItajaíPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica

(habitantes/km²)Gentílico

1 Blumenau 309.011 518,5 596,0 Blumenauense

2 Itajaí 183.373 288,3 636,0 Itajaiense

3 Balneário Camboriú 108.089 46,2 2.339,6 Praiano

4 Brusque 105.503 283,2 372,5 Brusquense

5 Camboriú 62.361 212,3 293,7 Camboriuense

6 Rio do Sul 61.198 260,4 235,0 Rio-sulense

7 Navegantes 60.556 112,0 540,7 Navegantino

8 Gaspar 57.981 386,8 149,9 Gasparense

9 Indaial 54.854 430,8 127,3 Indaialense

10 Itapema 45.797 57,8 792,3 Itapemense

11 Timbó 36.774 127,4 288,6 Timboense

12 Pomerode 27.759 214,7 129,3 Pomerodense

13 Penha 25.141 58,8 427,6 Penhense

14 Barra Velha 22.386 140,1 159,8 Barra-velhense

15 Ituporanga 22.250 336,9 66,0 Ituporanguense

16 Guabiruba 18.430 174,7 105,5 Guabirubense

17 Ibirama 17.330 247,3 70,1 Ibiramense

18 Taió 17.260 692,9 24,9 Taioense

19 Balneário Piçarras 17.078 99,4 171,8 Piçarrense

20 Porto Belo 16.083 93,6 171,8 Porto-belense

21 Presidente Getúlio 14.887 294,3 50,6 Getulense

22 Pouso Redondo 14.810 359,4 41,2 Pouso-redondense

23 Bombinhas 14.293 35,9 398,1 Bombinense

24 Ilhota 12.355 252,9 48,9 Ilhotense

25 Rodeio 10.922 129,9 84,1 Rodeiense

26 Luiz Alves 10.438 259,9 40,2 Luiz-alvense

27 Benedito Novo 10.336 388,8 26,6 Benedito-novense

28 Rio dos Cedros 10.284 554,1 18,6 Rio-cedrense

29 Lontras 10.244 197,1 52,0 Lontrense

30 Apiúna 9.600 493,3 19,5 Apiunense

31 Agrolândia 9.323 207,6 44,9 Agrolandense

32 Ascurra 7.412 110,9 66,8 Ascurrense

33 Salete 7.370 179,3 41,1 Saletense

34 Rio do Oeste 7.090 247,8 28,6 Riense-do-oeste

35 Trombudo Central 6.553 108,6 60,3 Trombudense

36 Vidal Ramos 6.290 342,9 18,3 Vidal-ramense

37 Rio do Campo 6.192 506,2 12,2 Rio-campense

38 Petrolândia 6.131 305,9 20,0 Petrolandense

39 Laurentino 6.004 79,6 75,4 Laurentinense

40 Imbuia 5.707 123,0 46,4 Imbuiense

41 Aurora 5.549 206,6 26,9 Aurorense

42 Vitor Meireles 5.207 370,5 14,1 Vitor-meirelense

43 Agronômica 4.904 130,5 37,6 Agronomense

44 José Boiteux 4.721 405,2 11,7 José-boatense

45 Botuverá 4.468 296,2 15,1 Botuveraense

46 Dona Emma 3.721 181,2 20,5 Donemense

47 Doutor Pedrinho 3.604 374,6 9,6 Pedrinhense

48 Witmarsum 3.600 152,0 23,7 Witmarsumense

49 Braço do Trombudo 3.457 90,3 38,3 Braço-trombudense

50 São João do Itaperiú 3.435 151,4 22,7 Itaperiuense

51 Atalanta 3.300 94,2 35,0 Atalantense

52 Chapadão do Lageado 2.762 124,8 22,1 Lageadense

53 Mirim Doce 2.513 335,7 7,5 Mirindocense

54 Presidente Nereu 2.284 225,7 10,1 Nereusense

Total 1.508.980 13.098,4 115,2 Fonte: IBGE, Censo 2010

Page 50: Dia de Santa Catarina - versão digital

50

Anoitecer em Blumenau

Beto Carrero World, maior parque temático da América Latina, na cidade de Penha

T.E.

Beto

Car

rero

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ld/D

ivul

gaçã

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Page 51: Dia de Santa Catarina - versão digital

Acima: vista panorâmica de Balneário Camboriú. Ao lado: Brusque, importante polo têxtil do Estado.Abaixo: Porto de Itajaí

Z.P.

N.E.P.A.

51

Page 52: Dia de Santa Catarina - versão digital

52

Oeste A agroindústria é a principal atividade econômica do Oeste catarinense, berço de importantes empresas brasileiras do setor de alimentos. Trata-se de um dos mais relevantes polos de avicultura, produção de leite e criação de suínos do país. A agricultura se baseia no modelo familiar e é concentrada na produção de grãos, especialmente milho, soja e feijão – uma das exceções fica por conta da cidade de Fraiburgo, maior produtora brasileira de maçãs.

Com crescimento acelerado

nas últimas décadas, Chapecó

– sexto município catarinense

mais populoso –, é o principal

centro do Oeste catarinense.

Outras cidades importantes da

região, como Caçador, Concór-

dia, Videira e Xanxerê, seguem

modelo semelhante de desen-

volvimento, com progressiva ur-

banização e investimentos cons-

tantes em infraestrutura.

A ligação do aeroporto de

Chapecó a Florianópolis e dali

às principais cidades do país,

por meio de voos diários, con-

tribuiu decisivamente para re-

duzir a sensação de isolamen-

to dos habitantes do Oeste. O

êxodo ao qual muitos jovens

da região eram obrigados a se

lançar para continuar os estu-

dos em outras partes de Santa

Catarina ou em outros Esta-

dos foi reduzido pela instala-

ção de diversas instituições de

ensino superior.

Colonizado em grande parte

por gaúchos de origem italiana

e alemã, o Oeste catarinense

tem 118 cidades, número que

equivale a 40% do total catari-

nense. A maior parte delas não

chegou ainda à marca de 10.000

habitantes, dado que sintetiza o

grande potencial de desenvolvi-

mento projetado para a região

nas próximas décadas.

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Page 53: Dia de Santa Catarina - versão digital

OestePosição Município População Área (km²) Densidade demográfica

(habitantes/km²)Gentílico

1 Chapecó 183.530 626,1 293,1 Chapecoense

2 Caçador 70.762 984,3 71,9 Caçadorense

3 Concórdia 68.621 799,9 85,8 Concordense

4 Videira 47.188 380,3 124,1 Videirense

5 Xanxerê 44.128 377,8 116,8 Xanxerense

6 São Miguel do Oeste 36.306 234,1 155,1 Miguel-oestino

7 Fraiburgo 34.553 547,9 63,1 Fraiburgense

8 Joaçaba 27.020 232,2 116,4 Joaçabense

9 Xaxim 25.713 293,3 87,7 Xaxiense

10 Maravilha 22.101 171,3 129,0 Maravilhense

11 São Lourenço do Oeste 21.792 360,5 60,4 Lourencense/Lourenciano

12 Herval d’Oeste 21.239 217,3 97,7 Hervalense

13 Capinzal 20.769 244,2 85,0 Capinzalense

14 Abelardo Luz 17.100 953,1 17,9 Abelardo-lusense

15 Seara 16.936 311,4 54,4 Searaense

16 Pinhalzinho 16.332 128,2 127,4 Pinhalense

17 Palmitos 16.020 352,5 45,4 Palmitense

18 Itapiranga 15.409 282,7 54,5 Itapiranguense

19 Dionísio Cerqueira 14.811 379,2 39,1 Cerqueirense

20 São José do Cedro 13.684 281,0 48,7 Cedrense

21 Lebon Régis 11.838 941,5 12,6 Lebon-regense

22 Ponte Serrada 11.031 564,5 19,5 Ponte-serradense

23 Faxinal dos Guedes 10.661 339,7 31,4 Faxinalense

24 Cunha Porã 10.613 217,9 48,7 Cunha-porense

25 Guaraciaba 10.498 330,4 31,8 Guaraciabense

26 São Carlos 10.291 161,3 63,8 São-carlense

27 Quilombo 10.248 280,3 36,6 Quilombense

28 Mondaí 10.231 202,1 50,6 Mondaiense

29 Coronel Freitas 10.213 234,0 43,6 Freitense/Freitano

30 Catanduvas 9.555 197,3 48,4 Catanduvense

31 Irani 9.531 325,7 29,3 Iraniense

32 São Domingos 9.491 384,6 24,7 Dominguense

33 Campo Erê 9.370 479,1 19,6 Campo-erense

34 Saudades 9.016 206,6 43,6 Saudadense

35 Tangará 8.674 388,2 22,3 Tangaraense

36 Descanso 8.634 286,1 30,2 Descansense

37 Iporã do Oeste 8.409 199,7 42,1 Iporã-oestino

38 Palma Sola 7.765 330,1 23,5 Palma-solense

39 Ouro 7.372 213,7 34,5 Ourense

40 Ipumirim 7.220 247,4 29,2 Ipumiriense

41 Água Doce 6.961 1.314,3 5,3 Água-docense

42 Ipuaçu 6.798 260,9 26,1 Ipuaçuense

43 Itá 6.426 165,8 38,8 Itaense

44 Anchieta 6.380 228,3 27,9 Anchietense

45 Treze Tílias 6.341 186,6 34,0 Treze-tiliense

46 Caibi 6.219 174,8 35,6 Caibiense

47 Rio das Antas 6.143 318,0 19,3 Rio-antense

48 Águas de Chapecó 6.110 139,8 43,7 Chapecoense-das-águas

49 São João do Oeste 6.036 163,3 37,0 São-joanense

50 Luzerna 5.600 118,4 47,3 Luzernense

51 Romelândia 5.551 225,9 24,6 Romelandino

52 Guarujá do Sul 4.908 100,2 49,0 Guarujaense

53 Riqueza 4.838 192,0 25,2 Riquezense

54 Vargem Bonita 4.793 298,5 16,1 Vargembonitense

55 Piratuba 4.786 146,0 32,8 Piratubense

56 Ipira 4.752 154,6 30,7 Ipirense

57 Guatambu 4.679 205,9 22,7 Guatambuense

58 Lindóia do Sul 4.642 188,6 24,6 Lindoiense

59 Tunápolis 4.633 133,2 34,8 Tunapolitano

53

Page 54: Dia de Santa Catarina - versão digital

54

Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²)

Gentílico

60 Passos Maia 4.425 619,2 7,1 Passosmaiense

61 Caxambu do Sul 4.411 140,7 31,4 Caxambuense

62 Erval Velho 4.352 207,4 21,0 Ervalense

63 Salto Veloso 4.301 105,1 40,9 Velosoense

64 Nova Erechim 4.275 64,9 65,9 Nova Erechinense

65 Nova Itaberaba 4.267 137,5 31,0 Nova Itaberabense

66 Iraceminha 4.253 163,2 26,1 Iraceminhense

67 Arabutã 4.193 132,8 31,6 Arabutanense

68 Xavantina 4.142 216,7 19,1 Xavantinense

69 Paraíso 4.080 181,2 22,5 Paraisense

70 Modelo 4.045 91,1 44,4 Modelense

71 Jaborá 4.041 191,9 21,1 Jaboraense

72 Saltinho 3.961 156,5 25,3 Saltinhense

73 Cordilheira Alta 3.767 82,9 45,4 Cordilheiraltense

74 Vargeão 3.532 166,6 21,2 Vargeonense

75 Arroio Trinta 3.502 94,3 37,1 Arroio-trintense

76 Galvão 3.472 122,0 28,5 Galvãoense

77 Calmon 3.387 638,2 5,3 Calmonense

78 Ibicaré 3.373 155,8 21,6 Ibicareense

79 Serra Alta 3.285 92,3 35,6 Serra-altense

80 Pinheiro Preto 3.147 65,9 47,8 Pinheirense

81 Entre Rios 3.018 104,5 28,9 Entrerriense

82 Peritiba 2.988 95,8 31,2 Peritibense

83 União do Oeste 2.910 92,6 31,4 União-oestense

84 Bandeirante 2.906 147,4 19,7 Bandeirantense

85 Santa Terezinha do Progresso 2.896 118,8 24,4 Terezinhano

86 Matos Costa 2.839 433,1 6,6 Matos-costense

87 Sul Brasil 2.766 112,9 24,5 Sul brasilense

88 Princesa 2.758 86,2 32,0 Princesense

89 Novo Horizonte 2.750 151,9 18,1 Novo-horizontino

90 Iomerê 2.739 113,8 24,1 Iomerense

91 São Bernardino 2.677 144,9 18,5 Bernardinense

92 Planalto Alegre 2.654 62,5 42,5 Planaltoalegrense

93 Belmonte 2.635 92,4 28,5 Belmontense

94 Formosa do Sul 2.601 100,1 26,0 Formoense do sul

95 Bom Jesus 2.526 63,5 39,8 Bonjesuense

96 Coronel Martins 2.458 107,3 22,9 Coronel martiense

97 Águas Frias 2.424 76,1 31,9 Aguasfriense

98 Santa Helena 2.382 81,7 29,2 Santaelenense

99 Ouro Verde 2.271 189,2 12,0 Ouro-verdense

100 Arvoredo 2.260 90,8 24,9 Arvoredense

101 Marema 2.203 104,1 21,2 Maremense

102 Lacerdópolis 2.199 68,9 31,9 Lacerdopolitano

103 Jupiá 2.148 92,1 23,3 Jupiaense

104 Bom Jesus do Oeste 2.132 67,1 31,8 Bonjesuense

105 Irati 2.096 78,3 26,8 Iratiense

106 Alto Bela Vista 2.005 104,0 19,3 Bela-vistense

107 Ibiam 1.945 146,7 13,3 Ibianense

108 São Miguel da Boa Vista 1.904 71,4 26,7 Boa-vistense

109 Cunhataí 1.882 55,8 33,7 Cunhataiense

110 Barra Bonita 1.878 93,5 20,1 Barrabonitense

111 Macieira 1.826 259,6 7,0 Macieirense

112 Jardinópolis 1.766 67,7 26,1 Jardinopolense

113 Paial 1.763 85,8 20,5 Paialense

114 Tigrinhos 1.757 57,9 30,3 Tigrinhense

115 Presidente Castello Branco 1.725 65,6 26,3 Castelinense

116 Flor do Sertão 1.588 58,9 27,0 Flor-sertanense

117 Lajeado Grande 1.490 65,3 22,8 Lageado grandense

118 Santiago do Sul 1.465 73,8 19,9 Santiaguense

Total 1.200.712 27.310,8 44,0Fonte: IBGE, Censo 2010

Page 55: Dia de Santa Catarina - versão digital

55Igreja Matriz e monumento O Desbravador, em Chapecó

Agroindústria, base da economia da região

E.L.

S.V.

Page 56: Dia de Santa Catarina - versão digital

56

Norte Na região Norte estão o maior município catarinense – Joinville, o único do Estado a ter superado a marca de 500.000 habitantes, colonizado principalmente por alemães a partir de meados do século 19 – e também a cidade mais antiga de Santa Catarina e uma das mais antigas do país, a litorânea São Francisco do Sul, visi-tada pelos europeus desde o início do século 16 e coloni-zada ao longo de sua história por açorianos, espanhóis e franceses. Esses dois municípios sintetizam a grande diversidade cultural da região, característica que se es-tende também à economia.

Joinville e sua vizinha Jara-

guá do Sul formam o principal

polo industrial de Santa Catari-

na e um dos mais importantes

do Brasil, com destaque para

o setor metalomecânico. Em-

presas nascidas na região torna-

ram-se conhecidas em todo o

país e expandiram sua presença

e suas vendas para o mercado

global. O estilo de gestão das

empresas do Norte catarinense

é reconhecido pela combinação

bem-sucedida entre atualização

tecnológica, visão de mercado e

simplicidade nas relações – ter-

no e gravata não fazem parte do

dia a dia corporativo e há incen-

tivo ao contato direto e infor-

mal entre operários e diretores.

Outro setor econômico re-

levante do Norte catarinense é

o moveleiro, concentrado es-

pecialmente nos municípios de

São Bento do Sul e Rio Negri-

nho – as duas cidades, juntas,

reúnem mais de 200 fabrican-

tes e revendedores de móveis.

O agronegócio se faz presente

como base da economia de ci-

dades como Canoinhas e Ma-

fra. Já a histórica São Francisco

do Sul vive em torno de seu

porto, um dos mais movimen-

tados do Brasil.

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Page 57: Dia de Santa Catarina - versão digital

57

NORTEPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica

(habitantes/km²) Gentílico

1 Joinville 515.288 1.126,1 457,6 Joinvilense

2 Jaraguá do Sul 143.123 529,5 270,3 Jaraguaense

3 São Bento do Sul 74.801 501,6 149,1 São-bentense

4 Mafra 52.912 1.404,0 37,7 Mafrense

5 Canoinhas 52.765 1.140,4 46,3 Canoinhense

6 São Francisco do Sul 42.520 498,6 85,3 Francisquense

7 Rio Negrinho 39.846 907,3 43,9 Rio-negrinhense

8 Guaramirim 35.172 268,5 131,0 Guaramirense

9 Porto União 33.493 845,3 39,6 Porto-unionense

10 Araquari 24.810 384,0 64,6 Araquariense

11 Itaiópolis 20.301 1.295,4 15,7 Itaiopolense

12 Três Barras 18.129 437,6 41,4 Três-barrense

13 Papanduva 17.928 747,9 24,0 Papanduvense

14 Schroeder 15.316 164,4 93,2 Cheredense

15 Itapoá 14.763 248,4 59,4 Itapoaense

16 Garuva 14.761 502,0 29,4 Garuvense

17 Massaranduba 14.674 374,1 39,2 Massarandubense

18 Corupá 13.852 402,8 34,4 Corupaense

19 Campo Alegre 11.748 499,1 23,5 Campo-alegrense

20 Irineópolis 10.448 589,6 17,7 Irineopolitense

21 Santa Terezinha 8.767 715,3 12,3 Terezinhense

22 Balneário Barra do Sul 8.430 111,3 75,7 Barrassulense

23 Monte Castelo 8.346 573,6 14,6 Monte-castelense

24 Major Vieira 7.479 525,5 14,2 Major-vieirense

25 Timbó Grande 7.167 598,5 12,0 Timbó-grandense

26 Bela Vista do Toldo 6.004 538,1 11,2 Bela vistense

Total 1.212.843 15.928,9 76,1Fonte: IBGE, Censo 2010

Polo metalomecânico é destaque da

economia no Norte catarinense

Z.P.T.E.

Page 58: Dia de Santa Catarina - versão digital

58 Palácio dos Príncipes, Joinville

Igreja Matriz de São Bento do SulZ.P. Z.P.

Z.P.

Page 59: Dia de Santa Catarina - versão digital

Cachoeira Rio dos Pardos, Porto UniãoZ.P.

59

Page 60: Dia de Santa Catarina - versão digital

60

Sul O Sul catarinense tem economia bastante diversificada. No que diz respeito a setores industriais, os destaques são o cerâmico e o de vestuário, ambos liderados por Cri-ciúma, seu maior município. Imbituba tem o único porto público do Brasil administrado por uma empresa privada, estrutura que ganha força como uma das me-lhores opções do Sul do país para a movimentação de cargas. Na maior parte dos demais municípios da região, a principal sustentação econômica é a agricultura, com cultivo principalmente de milho, feijão e arroz.

Contemplado por uma série

de belezas naturais, o Sul tem

parte considerável de sua renda

durante os meses de verão pro-

veniente do turismo. Redutos

como Balneário Rincão, em

Içara, Morro dos Conventos,

em Araranguá, e Praia do Rosa,

entre Imbituba e Garopaba, são

frequentados no período de ca-

lor por um grande número de

visitantes, vindos sobretudo do

Estado vizinho, o Rio Grande

do Sul. A cidade de Laguna,

terra de Anita Garibaldi, encan-

ta pelo centro histórico preser-

vado, pelas lindas praias e por

monumentos como o Farol de

Santa Marta, erguido no final

do século 19.

A região Sul de Santa Catari-

na foi colonizada predominan-

temente por italianos, cultura

que se faz presente até hoje na

arquitetura, música e gastrono-

mia em cidades como Urussan-

ga, Nova Veneza e Orleans. O

vinho, uma das heranças mais

celebradas, continua sendo pro-

duzido artesanalmente em di-

versas localidades, como símbo-

lo permanente do valor que os

habitantes do Sul dão às origens

e à memória dos pioneiros.

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Page 61: Dia de Santa Catarina - versão digital

61

SulPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica

(habitantes/km²)Gentílico

1 Criciúma 192.308 235,7 815,9 Criciumense

2 Tubarão 97.235 301,8 322,2 Tubaronense

3 Araranguá 61.310 303,3 202,1 Araranguaense

4 Içara 58.833 293,6 200,4 Içarense

5 Laguna 51.562 441,6 116,8 Lagunense

6 Imbituba 40.170 182,9 219,6 Imbitubense

7 Braço do Norte 29.018 211,9 136,9 Braço-nortense

8 Sombrio 26.613 143,3 185,7 Sombriense

9 Forquilhinha 22.548 183,1 123,1 Forquilhense

10 Capivari de Baixo 21.674 53,3 406,6 Capivariense

11 Orleans 21.393 548,8 39,0 Orleanense

12 Urussanga 20.223 254,9 79,3 Urussanguense

13 Garopaba 18.138 115,4 157,2 Garopabense

14 Jaguaruna 17.290 328,3 52,7 Jaguarunense

15 Morro da Fumaça 16.126 83,1 194,1 Fumacense

16 Cocal do Sul 15.159 71,1 213,2 Cocalense

17 Lauro Müller 14.367 270,8 53,1 Lauro-milense

18 Nova Veneza 13.309 295,0 45,1 Veneziano

19 Siderópolis 12.998 261,7 49,7 Sideropolitano

20 Turvo 11.854 235,5 50,3 Turvense

21 Imaruí 11.672 542,6 21,5 Imaruense

22 São Ludgero 10.993 107,7 102,1 São-ludgerense

23 Gravatal 10.635 164,8 64,5 Gravatalense

24 Jacinto Machado 10.609 431,4 24,6 Jacinto-machadense

25 Sangão 10.400 82,9 125,5 Sangãoense

26 Balneário Arroio do Silva 9.586 95,3 100,6 Arroio-silvense

27 Balneário Gaivota 8.234 145,8 56,5 Gaivotense

28 Santa Rosa do Sul 8.054 151,0 53,3 Santa-rosense

29 Armazém 7.753 173,6 44,7 Armazenense

30 Praia Grande 7.267 284,1 25,6 Praia-grandense

31 São João do Sul 7.002 183,4 38,2 João-sulense

32 Meleiro 7.000 187,1 37,4 Meleirense

33 Treze de Maio 6.876 161,7 42,5 Treze-maioense

34 Passo de Torres 6.627 95,1 69,7 Passotorrense

35 Maracajá 6.404 62,5 102,5 Maracajaense

36 Grão-Pará 6.223 338,2 18,4 Grão-paraense

37 Timbé do Sul 5.308 330,1 16,1 Timbeense

38 Rio Fortuna 4.446 302,9 14,7 Rio-fortunense

39 Pedras Grandes 4.107 159,3 25,8 Pedras-grandense

40 Treviso 3.527 157,1 22,5 Trevisano

41 São Martinho 3.209 223,9 14,3 São-martinhense

42 Morro Grande 2.890 258,2 11,2 Morrograndense

43 Santa Rosa de Lima 2.065 202,0 10,2 Rosa-limense

44 Ermo 2.050 63,4 32,3 Ermense

Total 925.065 9.719,2 95,2Fonte: IBGE, Censo 2010

Page 62: Dia de Santa Catarina - versão digital

62Dunas em Jaguaruna

E.M.

E.L.

Carro de boi em Orleans

Page 63: Dia de Santa Catarina - versão digital

A singeleza de GaropabaZ.P.

63

Page 64: Dia de Santa Catarina - versão digital

64

Z.P.

Page 65: Dia de Santa Catarina - versão digital

Praia do Rosa, em Imbituba

65

Page 66: Dia de Santa Catarina - versão digital

66

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7

SerraOs vastos campos da Serra catarinense contrastam com os cenários litorâneos, a menos de 100 km de distân-cia. A possibilidade de viajar de um lugar ao outro em apenas duas horas de estrada demonstra a incrível diversidade de paisagens encontradas em Santa Ca-tarina. Enquanto o litoral é associado a sol e calor, a Serra é sempre lembrada pelas paisagens de inverno – trata-se da única região do país onde neva pratica-mente todos os anos.

São Joaquim, conhecida

como a cidade mais fria do

Brasil, com temperatura média

anual de apenas 13 graus centí-

grados e registros frequentes de

quedas abaixo de zero, recebe

muitos visitantes entre junho e

agosto. Esses turistas aguardam

a oportunidade de testemunhar

um fenômeno inusitado para a

maioria dos habitantes de um

país predominantemente tro-

pical e brincam nas ruas feito

crianças quando surgem os pri-

meiros flocos de neve.

Lages, principal cidade da

região, foi fundada no final do

século 18 para marcar a ocupa-

ção da região pelos portugueses

e evitar que fosse tomada pelos

espanhóis. Hoje, visitantes são

muito bem-vindos, tanto que

Lages é considerada a capital

brasileira do turismo rural, com

diversas opções de hospedagem

em hotéis-fazenda e pousadas

charmosas. Nesses estabeleci-

mentos, o hóspede vive o coti-

diano da vida na Serra, pratican-

do atividades como ordenhar

vacas e percorrer trilhas a cavalo.

A vizinha Urubici tornou-se co-

nhecida como palco de esportes

radicais – praticados na água,

como canoagem; na terra, como

rapel e mountain bike; ou no

céu, a exemplo de voo livre.

A atividade madeireira e de

celulose sempre foi uma das ba-

ses econômicas da região serrana

e continua sendo relevante, devi-

damente adaptada às exigências

atuais de sustentabilidade. A bai-

xa ocupação demográfica facilita

também a pecuária, que depende

de áreas amplas para a criação de

gado. Campos Novos, com vas-

to território apto à agricultura,

é conhecida como o “celeiro”

de Santa Catarina pela grande

produtividade de grãos, especial-

mente milho, soja e trigo. Nos

últimos anos, a região tornou-se

produtora de vinhos finos, cuja

qualidade tem sido muito elogia-

da pelos especialistas.

Page 67: Dia de Santa Catarina - versão digital

67

SerraPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica

(habitantes/km²)Gentílico

1 Lages 156.727 2.631,5 59,6 Lageano

2 Curitibanos 37.748 948,7 39,8 Curitibanense

3 Campos Novos 32.824 1.719,4 19,1 Campos-novense

4 São Joaquim 24.812 1.892,3 13,1 Joaquinense

5 Otacílio Costa 16.337 845,0 19,3 Otaciliense

6 Santa Cecília 15.757 1.145,8 13,8 Ceciliense

7 Correia Pinto 14.785 651,1 22,7 Correia-pintense

8 Urubici 10.699 1.017,6 10,5 Urubiciense

9 Monte Carlo 9.312 193,5 48,1 Montecarlense

10 São José do Cerrito 9.273 944,9 9,8 Cerritense

11 Bom Retiro 8.942 1.055,6 8,5 Bom-retirense

12 Anita Garibaldi 8.623 587,8 14,7 Anita-garibaldense

13 Campo Belo do Sul 7.483 1.027,7 7,3 Campo-belense

14 São Cristóvão do Sul 5.012 351,1 14,3 São-cristovense

15 Ponte Alta 4.894 569,0 8,6 Ponte-altense

16 Bom Jardim da Serra 4.395 935,9 4,7 Bom-jardinense

17 Cerro Negro 3.581 417,3 8,6 Cerronegrense

18 Ponte Alta do Norte 3.303 399,2 8,3 Norte pontealtense

19 Bocaina do Sul 3.290 512,8 6,4 Bocainense

20 Zortéa 2.991 189,7 15,8 Zorteense

21 Brunópolis 2.850 337,0 8,5 Brunopolitense

22 Vargem 2.808 350,1 8,0 Vargense

23 Celso Ramos 2.771 208,3 13,3 Celso-ramense

24 Capão Alto 2.753 1.335,8 2,1 Capão altense

25 Abdon Batista 2.653 235,8 11,3 Abdonense

26 Urupema 2.482 350,0 7,1 Urupemense

27 Frei Rogério 2.474 159,2 15,5 Frei rogeriense

28 Rio Rufino 2.436 282,5 8,6 Rio rufinense

29 Palmeira 2.373 289,3 8,2 Palmeirense

30 Painel 2.353 740,1 3,2 Painelense

Total 406.741 22.324,0 18,2Fonte: IBGE, Censo 2010

Neve e maçãs: elementos da

identidade serrana

A.F. C.F.

Page 68: Dia de Santa Catarina - versão digital

68

Z.P.

Page 69: Dia de Santa Catarina - versão digital

69

Pedra Furada, em Urubici

Page 70: Dia de Santa Catarina - versão digital

70

Infraestrutura

Com localização privilegia-

da entre os dois principais cen-

tros econômicos da América do

Sul – São Paulo e Buenos Aires

–, o Estado de Santa Catarina

está inteiramente conectado

com o Brasil e com o mundo.

Seus aeroportos têm linhas

diárias com países da América

do Sul e com as maiores cida-

des brasileiras – e destas com

os principais destinos ao redor

do planeta. Suas rodovias inter-

ligam o território catarinense e

conduzem, de forma eficiente e

segura, aos Estados e países vi-

zinhos. Seus portos são muito

importantes para o transporte

de cargas e para as exportações

brasileiras, enquanto as ferrovias

estão ganhando novo impulso

com os projetos anunciados pelo

Governo Federal.

A infraestrutura de energia

e telecomunicações assegura

todas as condições necessárias

à população e às empresas que

decidem investir em Santa Ca-

tarina. Estatais como as Cen-

trais Elétricas de Santa Cata-

rina (Celesc) e a Companhia

Catarinense de Águas e Sanea-

mento (Casan) estão entre as

mais eficientes do país.

A infraestrutura de Santa Catarina é uma

das melhores do Brasil

Z.P.

Page 71: Dia de Santa Catarina - versão digital

71J.T.

Acima: Rodovia SC-473, em Lindóia do Sul.

Ao lado: Usina Hidrelétrica Palmeiras,

em Rio dos Cedros

Secom/Divulgação

Celesc/D

ivulgação

Page 72: Dia de Santa Catarina - versão digital

72

Rodovias

O sistema rodoviário de San-

ta Catarina totaliza quase 62.800

km, dos quais 6.800 km são

pavimentados – extensão que

permite a interligação eficiente

e segura entre as regiões do Esta-

do, além da conexão com os vi-

zinhos Paraná e Rio Grande do

Sul e o acesso à Argentina, pela

região Oeste. A frota catarinen-

se é composta ao todo por 3,9

milhões de veículos, incluindo

280.000 veículos de carga.

As estradas catarinenses es-

tão em melhores condições ge-

rais do que a média brasileira.

Uma detalhada pesquisa divul-

gada pela Confederação Na-

cional dos Transportes (CNT)

mostrou que 53,6% dos trechos

pavimentados em Santa Catari-

na estão em bom ou ótimo esta-

do, contra 42,6% do país como

um todo. As principais rodovias

catarinenses receberam avalia-

ção geral positiva.

Asfaltada em 2013, a Rodovia SC-112, entre Urupema e Rio Rufino,

é a mais alta do Estado e contribui para o turismo na região Serrana

J.T.

Secom/D

ivulgação

Page 73: Dia de Santa Catarina - versão digital

73

Ferrovias

Santa Catarina tem 1.365

km de trilhos dedicados ao

transporte de cargas, operados

por duas concessionárias. A

América Latina Logística (ALL)

detém 1.201 km no Estado,

em duas ferrovias que cortam o

território no sentido norte-sul,

passando ambas pela cidade de

Mafra – tradicional entronca-

mento logístico catarinense – e

dali seguindo em direção aos

portos de São Francisco do Sul

(SC) e Paranaguá (PR). Essas

ferrovias transportam princi-

palmente combustíveis, soja e

outros produtos agrícolas. Já a

Ferrovia Tereza Cristina, com

164 km de extensão, liga mu-

nicípios do Sul catarinense ao

porto de Imbituba (SC), tendo

como carga principalmente car-

vão e coque.

O Governo Federal anun-

ciou recentemente a constru-

ção de duas novas ferrovias em

território catarinense, dentro

do Programa de Investimentos

em Logística, a ser executado

em parceria com a iniciativa

privada – que ficará respon-

sável pela construção e terá

garantia de compra da capaci-

dade de transporte pela estatal

Valec. Uma das novas ferrovias

ligará Mafra à cidade de Ma-

racaju (MS), cruzando toda a

porção Oeste do território pa-

ranaense. Mafra estará também

no caminho da outra ferrovia

projetada, que ligará São Paulo

(SP) a Rio Grande (RS), cor-

tando o território catarinense

no sentido norte-sul.

Transporte ferroviário: projetos

de expansão

E.M.

Page 74: Dia de Santa Catarina - versão digital

Aeroportos

Quatro dos 67 aeroportos

administrados pela Empre-

sa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuária (Infraero) estão

em Santa Catarina. Juntos, os

aeroportos de Florianópolis,

Navegantes, Joinville e Criciú-

ma/Forquilhinha transportam

anualmente mais de 5 milhões

de passageiros, em quase 95.000

voos. O Estado conta ainda com

outros 17 aeródromos públicos e

oito privados. Entre esses, desta-

ca-se o Aeroporto Municipal de

Chapecó, que tem linhas regu-

lares operadas por grandes com-

panhias aéreas e é de grande im-

portância para as regiões Oeste

de Santa Catarina, Sudoeste do

Paraná e Noroeste do Rio Gran-

de do Sul.

O Aeroporto Internacional

Hercílio Luz, em Florianópo-

lis, é o 14º mais movimentado

do país e o 7º em tráfego inter-

nacional – 6,4% dos quase 3,4

milhões de passageiros que pas-

saram por ele em 2012 estavam

indo ou chegando do exterior.

O aeroporto da capital catari-

nense está sendo ampliado e

passará da capacidade anual de

4,1 milhões para 10,8 milhões

de passageiros. A principal obra

prevista é a construção de um

novo terminal de passageiros,

que aumentará a área dessa es-

trutura dos atuais 8.800 m²

para 33.800 m².

Aeroportos de Santa CatarinaAeroporto Passageiros/ano Voos/ano Carga aérea (kg/ano) Mala postal (kg/ano)

Florianópolis 3.395.256 56.086 1.436.903 4.920.943

Navegantes 1.277.486 24.485 1.731.886 0

Joinville 423.122 10.106 1.176.865 0

Criciúma/Forquilhinha 36.391 3.711 0 0

Fonte: Infraero (Anuário Estatístico-Operacional de 2012)

Aeroporto de Florianópolis: mais de 3 milhões de passageiros por ano

P.A.

74

Page 75: Dia de Santa Catarina - versão digital

Portos

Santa Catarina conta com

três importantes portos que,

juntos, movimentam mais de 24

milhões de toneladas de cargas

por ano. Cada um desses portos

tem um modelo específico de

gestão. O de São Francisco do

Sul é uma autarquia estadual,

enquanto o de Itajaí teve a au-

toridade portuária concedida

ao município e o de Imbituba é

administrado pela Companhia

Docas de Imbituba, uma empre-

sa de capital aberto – sendo, des-

sa forma, o único porto público

do país sob responsabilidade de

uma organização privada.

Portos de Santa CatarinaPorto Movimento anual (toneladas)

São Francisco do Sul 11.233.182

Itajaí 11.225.526

Imbituba 2.311.731

Fontes: Respectivas autoridades portuárias (2012)

O Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (Ipea),

vinculado ao Governo Federal,

comparou 34 portos brasilei-

ros, analisando uma série de

aspectos que iam além do mo-

vimento de cargas – incluíam a

área de influência (local, regio-

nal ou nacional), a proporção

de exportações e o valor agre-

gado dos produtos movimen-

tados. Concluiu que o porto

de Itajaí é o quarto mais im-

portante do país, enquanto o

de São Francisco do Sul ocupa

a sétima posição e o de Imbitu-

ba está em 21º.

Porto de São Francisco do Sul, um dos mais importantes do Brasil

Z.P.

75

Page 76: Dia de Santa Catarina - versão digital

76

Telecomunicações

A presença de equipamentos

de telecomunicação nos domi-

cílios catarinenses está acima

da média nacional. Em Santa

Catarina, 98,4% das residên-

cias têm aparelho de televisão

(contra 96,9% no Brasil como

um todo), 94,6% contam com

telefone fixo (89,9% no país) e

55,8% dispõem de microcom-

putador (índice nacional de

42,9%), de acordo com núme-

ros da Pesquisa Nacional por

Amostragem por Domicílios

(Pnad), realizada pelo IBGE.

Santa Catarina tem 1,2 mi-

lhão de telefones fixos em fun-

cionamento – um para cada

cinco habitantes. Há também

8,1 milhões de celulares. Isso

significa que os catarinenses

dispõem de 13 aparelhos celula-

res para cada grupo de dez habi-

tantes. Apesar do amplo acesso

à telefonia móvel, existem ainda

33.800 telefones públicos, co-

nhecidos como “orelhões”, em

funcionamento no Estado.

Em julho de 2012, o Ibope

estimou em 2,7 milhões a quan-

tidade de usuários regulares de

internet em Santa Catarina,

número equivalente a 43% da

população. Estão contempla-

dos nessa conta todos os locais

de acesso, incluindo institui-

ções de ensino, bibliotecas e lan

houses. Se for considerado ape-

nas quem acessa a rede em casa

ou no ambiente de trabalho, a

estimativa é de 2,4 milhões de

usuários regulares, equivalente

a 37% da população. As ope-

radoras que atuam no Estado

têm ampliado a abrangência

dos serviços de terceira geração

(3G), que incluem internet de

alta velocidade sem fio.

Com relação à TV por assi-

natura, o serviço está disponível

em 34 municípios catarinenses

– que juntos abrigam 54,8%

da população do Estado. Há

503.700 assinaturas do serviço

vigentes em Santa Catarina. De

acordo com a Associação Cata-

rinense de Emissoras de Rádio

e Televisão (Acaert), o Estado

tem 18 emissoras de TV – al-

gumas delas já oferecendo tec-

nologia HD, de alta definição

–, 114 emissoras de rádio FM e

108 emissoras AM.Santa CatarinaBrasil

Telecomunicações em SC*

Televisão

98,4%94,6%

55,8%

96,9%89,9%

42,9%

Telefone Fixo

(*) Índice de presença nos domicíliosMicrocomputador

Z.P.

Page 77: Dia de Santa Catarina - versão digital

77Capacidade instalada de geração elétrica (MW)Tipo Brasil SC Participação

catarinense (%)

Hidro 82.459 3.621 4,4

Termal 31.243 1.070 3,4

Eólica 1.425 206 14,5

Nuclear 2.007 - -

Total 117.134 4.899 4,2Fonte: EPE (Balanço Energético Nacional 2012)

Energia

Santa Catarina 41Resto do Brasil 59

41% 59%

Produção de Carvão Mineral Santa Catarina Resto do Brasil

Santa Catarina produz 2,3

milhões de toneladas de carvão

mineral por ano, volume equi-

valente a 41% do total nacional.

A distribuição de gás natural

no Estado tem sido ampliada ano

a ano com a atuação da SCGás.

Em 2011, a rede catarinense ga-

nhou 75 km adicionais, chegan-

do a 958 km, e a 57 municípios

– é o terceiro Estado do país com

maior rede. As vendas médias no

ano alcançaram 1,8 milhão de m³

por dia, acréscimo de 5% em re-

lação ao ano anterior.

No que diz respeito à geração

elétrica, Santa Catarina tem ca-

pacidade instalada de 4.899 me-

gawatts (MW), potência equiva-

lente a 4,2% do total nacional.

Trata-se de uma contribuição

proporcional à utilização de ele-

tricidade pelos catarinenses.

A capacidade instalada de

geração hidrelétrica em Santa

Catarina é de 3.621 MW – e

o potencial estimado é o dobro

disso, 7.232 MW. O Estado

tem se destacado como um dos

que mais investem em novas

modalidades de energia reno-

vável, com 14,5% da produção

nacional de energia eólica.

Abaixo: Usina Pery, em Curitibanos, que teve a potência ampliada de 4,4 MW para 30 MW em 2013.

Ao lado: Usina Bracinho, em Schroeder, com potência de 15 MW

Celesc/D

ivulgação

Celesc/Divulgação

Page 78: Dia de Santa Catarina - versão digital

78

Economia

O Produto Interno Bruto

(PIB) de Santa Catarina do-

brou em seis anos, chegando a

R$ 152,5 bilhões em 2010, úl-

timo ano contabilizado oficial-

mente até o fechamento desta

publicação. É o sétimo maior

PIB entre as 27 Unidades da

Federação do Brasil, correspon-

dente a 4% de todas as riquezas

produzidas no país. Já o PIB per

capita, R$ 24.398, é o quarto

Um indício do dinamismo

e da modernidade da economia

catarinense é a grande fatia do

PIB ocupada pelo setor terciá-

rio: 59,2% das riquezas catari-

nenses vêm do comércio e da

melhor do país – bem acima da

média nacional, R$ 19.766.

Os domicílios catarinenses

têm o terceiro melhor rendimen-

to entre as Unidades da Federa-

ção, segundo o último Censo –

cada domicílio de Santa Catarina

obtém, em média, R$ 2.636 por

mês, contra a média nacional de

R$ 2.222. Só Distrito Federal e

São Paulo têm desempenho su-

perior nesse aspecto.

prestação de serviços. Já o setor

secundário, representado pela

indústria, responde por uma

fatia também significativa, de

34,1%. A agropecuária, setor

primário, contribui com 6,7%.

Evolução do PIB catarinenseAno PIB (R$ bilhões) PIB per capita2002 55,7 9.969

2003 66,8 11.764

2004 77,4 13.403

2005 85,3 14.543

2006 93,1 15.633

2007 104,6 17.834

2008 123,3 20.369

2009 129,8 21.214

2010 152,5 24.398

Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)

Agropecuária 6,7Indústria 34,1Comércio e serviços 59,2

6,7%

34,1%

59,2%

Composição do PIB Catarinense (em %)

Agropecuária   Indústria   Comércio  e  serviços  

Page 79: Dia de Santa Catarina - versão digital

79Porte das empresas

Tipo Trabalhadores (em milhares)

Estabelecimentos (em milhares)

Micro (até 19 empregados) 641,0 179,1

Pequeno (20 a 99 empregados) 454,6 11,8

Médio (100 a 499 empregados) 381,6 1,9

Grande (500 empregados ou mais) 492,4 0,3

Total 1.969,6 193,1Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)

A Agência de Fomento do Estado de Santa Cata-

rina (Badesc) é importante financiadora das empresas

e do setor público catarinenses, oferecendo emprésti-

mos de longo prazo e com taxas de juros competitivas.

Em 2011, emprestou R$ 407,7 milhões, aumento de

21% em relação ao ano anterior.

Micro e pequenas empresas também exercem um

papel importante na economia catarinense – são res-

ponsáveis por 55% dos empregos no Estado. De cada

100 empresas catarinenses, apenas uma tem 100 em-

pregados ou mais.

Número de empresas por setorSetor Empresas

(em milhares)Serviços 68

Indústria 31,9

Comércio 74,3

Construção civil 10,4

Agropecuária, extrativismo vegetal e pesca 8,5

Total 193,1Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)

Mão de obra empregada por setorSetor Trabalhadores

(em milhares)Serviços 796,5

Indústria 641,4

Comércio 392,0

Construção civil 94,5

Agropecuária, extrativismo vegetal e pesca 45,2

Total 1.969,6Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)

Page 80: Dia de Santa Catarina - versão digital

80

Indústria

Qualquer brasileiro que

olhe para os lados dentro de

casa ou no ambiente de traba-

lho provavelmente encontrará

produtos de Santa Catarina.

Com um amplo leque de ativi-

dades, a produção catarinense

vai dos itens mais complexos,

como compressores de ar e

motores elétricos, àqueles que

fazem parte do cotidiano de

todos nós – carne de frango,

suínos e pescados, leite, maçã,

cebola, mel, geladeiras, móveis,

portas de madeira, cerâmicas

para revestimento, descartáveis

de plástico, embalagens de pa-

pel, camisetas, toalhas, tubos

de PVC, brinquedos, entre

muitos outros.

Participação dos principais setores na indústria catarinensePosição Produto % da indústria

catarinense

1 Alimentícios 16

2 Artigos de vestuário e acessórios 13,1

3 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 9,3

4 Produtos têxteis 8,3

5 Máquinas e equipamentos 6,7

6 Produtos de borracha e material plástico 6,2

7 Metalurgia básica 5,7

8 Produtos de minerais não metálicos 4,7

9 Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 4,4

10 Celulose, papel e produtos de papel 4,2

Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)

Participação da indústria no PIB estadualPosição Estado Participação (%)

1 Amazonas 43,9

2 Pará 41,4

3 Espírito Santo 36

4 Santa Catarina 34,1

5 Minas Gerais 33,6

Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)

Participação dos segmentos industriais no PIB catarinenseSegmento %

Indústria da transformação 22,6

Construção civil 5,7

Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza pública 5,3

Extrativa 0,5

Total 34,1Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)

Page 81: Dia de Santa Catarina - versão digital

81

A indústria contribui com

34,1% do PIB catarinense,

quarta maior participação entre

todas as Unidades da Federação.

O parque industrial do Estado

é o quarto do país em quanti-

dade de empresas e o quinto

em número de trabalhadores. À

frente do setor está a Federação

das Indústrias de Santa Cata-

rina (Fiesc), criada no início

da década de 1950 para defen-

der os interesses da indústria e

trabalhar por melhorias na in-

fraestrutura e na qualificação da

mão de obra.

A atividade industrial está

bem distribuída pelo território

catarinense. No Norte, há em-

presas de metalurgia, máquinas

e equipamentos, material elétri-

co, autopeças, plástico, confec-

ções e mobiliário. No Vale do

Itajaí, destaque para os setores

têxtil e naval. No Oeste, a ên-

fase está na indústria alimen-

tar e na fabricação de móveis.

No Sul, os principais setores

são o cerâmico, o carbonífero,

de vestuário e de descartáveis

plásticos. Na região serrana,

há concentração das atividades

madeireira e de celulose e pa-

pel. Na Grande Florianópolis, a

Tecnologia da Informação vem

ocupando um espaço cada vez

mais relevante.

Um terço do PIB catarinense vem

da indústria

WEG

/Divulgação

Page 82: Dia de Santa Catarina - versão digital

82

Alimentos e bebidas

Participação na indústria catarinense: 17,9%

Santa Catarina é o maior

produtor brasileiro de carne

suína (responsável por 23% da

produção nacional) e o segun-

do maior de carne de frango

(17,9% do total brasileiro).

Esses setores empregam, jun-

tos, 57.500 pessoas no Estado.

Muitas empresas de alimentos

que se tornaram conhecidas

em todo o país e até mesmo in-

ternacionalmente nasceram em

solo catarinense – origem que

corresponde a uma espécie de

“selo de qualidade” aos olhos

do mercado e dos consumido-

res. O Estado está também na

liderança do ranking de pesca

e aquicultura, com 14,5% da

produção nacional. O cultivo

de moluscos – mexilhões, os-

tras e vieiras – é o maior do

país. Santa Catarina é ainda o

principal produtor brasileiro

de maçã e cebola e está entre os

três primeiros em arroz, fumo,

banana e trigo.

Produção anual de pescados e aquicultura (em toneladas)Posição Estado Pesca Aquicultura Total % do total nacional

1 Santa Catarina 125.586 58.184 183.770 14,5

2 Pará 138.534 4.544 143.078 11,3

3 Bahia 91.713 22.817 114.530 9,1

4 Ceará 32.890 59.311 92.201 7,3

5 Rio Grande do Sul 31.219 55.086 86.305 6,8

Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)

Produção anual de carne suínaPosição Estado Produção

(mil toneladas)% do total nacional

1 Santa Catarina 782 23

2Rio Grande

do Sul602 17,7

3 Paraná 530 15,6

4 Minas Gerais 428 12,6

5 Mato Grosso 187 5,5

Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)

Produção anual de carne de frangoPosição Estado Cabeças abatidas

(milhões)% do total nacional

1 Paraná 1.384,5 26,2

2 Santa Catarina 946,8 17,9

3 Rio Grande do Sul 765,0 14,5

4 São Paulo 762,2 14,4

5 Minas Gerais 380,8 7,2

Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)

Efetivo animal em Santa CatarinaTipo Cabeças % do total

nacionalGalos, frango(a)s e pintos 158.285.213 15,1

Galinhas 16.977.756 7,9

Suínos 7.968.116 20,3

Bovinos 4.039.217 1,9

Codornas 1.762.452 11,3

Fonte: IBGE (Produção da Pecuária Municipal, 2011)

Derivados animaisTipo Produção % do total nacional

Leite (bilhões de litros) 2,5 7,9

Ovos de galinha (milhões de dúzias) 222 6,5

Ovos de codorna (milhões de dúzias) 8 3,1

Mel de abelha (toneladas) 3.990 9,6

Lã (toneladas) 268 2,3

Fonte: IBGE (Produção da Pecuária Municipal, 2011)

Produção agrícola catarinenseProduto Área plantada

(em hectares)Produção

(em toneladas)Milho 537.185 2.986.900

Soja 452.007 1.125.452

Arroz 150.369 1.020.282

Fumo 118.963 237.673

Feijão 84.349 120.023

Trigo 76.042 235.730

Banana 30.600 676.260

Mandioca 27.500 510.000

Cebola 20.219 442.325

Maçã 18.563 653.337

Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012, safra 2011/2012)

Page 83: Dia de Santa Catarina - versão digital

83

Agricultura e pecuária: vocações que Santa Catarina

explora com alta produtividade

E.L.

Z.P.

Page 84: Dia de Santa Catarina - versão digital

84

Têxteis, vestuário e calçados

Participação na indústria catarinense: 22,2%

A fabricação de roupas e

outros produtos têxteis – espe-

cialmente camisetas de malha e

artigos de cama, mesa e banho

– é uma tradição catarinense

que remonta às primeiras ativi-

dades exercidas pelos imigran-

tes alemães, ainda no século

19. Grandes empresas do setor

nasceram no Norte catarinen-

se e no Vale do Itajaí. Nos úl-

timos anos, essa indústria tem

ganhado força também no Sul

do Estado. Ao todo, emprega

cerca de 170.000 catarinenses,

em quase 10.000 empresas. Já

as 350 indústrias do setor calça-

dista empregam 7.200 trabalha-

dores. Em 2011, os fabricantes

catarinenses de calçados expor-

taram US$ 26,1 milhões, espe-

cialmente para a Alemanha.

Indústria têxtil no Vale do Itajaí

E.M.

Page 85: Dia de Santa Catarina - versão digital

85

Indústriametalomecânica

Participação na indústria catarinense: 27,5%

Santa Catarina tem 5.100

empresas de metalurgia, pro-

dutos de metal e fabricação de

máquinas e equipamentos. A

maior parte está concentrada

na região Norte, mas há tam-

bém atividades desse setor no

Vale do Itajaí e no Sul. Jun-

tas, essas empresas empregam

97.300 trabalhadores. O Esta-

do se destaca na fabricação de

compressores, motores elétri-

cos, produção de geladeiras e

de elementos de fixação (por-

cas, parafusos etc.), além de

sediar a maior fundição inde-

pendente do país, especializa-

da em fornecer produtos para

a indústria automotiva.

Fábrica de motores em Jaraguá do Sul

WEG

/Divulgação

Page 86: Dia de Santa Catarina - versão digital

86

Plásticos

Participação na indústria catarinense: 6,2%

Esse setor industrial está

bem distribuído pelo território

catarinense. O Norte se desta-

ca pela produção de tubos e

conexões de PVC, autopeças

e utensílios para construção

civil, enquanto o Sul fabri-

ca descartáveis e embalagens

plásticas, o Vale do Itajaí tem

empresas especializadas em

utilidades domésticas e brin-

quedos, e o Oeste está mais

voltado a embalagens e com-

ponentes para móveis.

Fábrica de tubos e conexões no Norte

catarinense

E.M.

Page 87: Dia de Santa Catarina - versão digital

87

Minerais não metálicos

Participação na indústria catarinense: 4,7%

Dentro do grupo dos mine-

rais não metálicos, o grande des-

taque da indústria catarinense é

o setor cerâmico, responsável

por 15% da produção nacional.

A fabricação de pisos e azulejos

concentra-se no Sul do Estado,

com presença significativa tam-

bém na Grande Florianópolis.

Algumas das empresas de reves-

timentos mais conhecidas do

país nasceram em Santa Catari-

na. Elas se destacam não apenas

pelo volume de produção, mas

também pela utilização de tec-

nologia de ponta, alto nível de

capacitação da mão de obra e

modernidade da gestão.

Produção de cerâmica no

Sul do Estado

T.E.

Page 88: Dia de Santa Catarina - versão digital

88

Indústria madeireira, celulose e papel

Participação na indústria catarinense: 9,5%

O Estado tem quase 400

empresas do setor de celulose

e papel, incluindo unidades do

maior grupo produtor, expor-

tador e reciclador de papéis do

Brasil. No que diz respeito à

produção madeireira, respon-

de por 15,5% do setor no país.

O destaque são as portas e seus

complementos, como caixilhos

e soleiras – grande parte da pro-

dução é exportada para os Es-

tados Unidos e o Reino Unido.

Santa Catarina se destaca

pela fabricação de móveis de

madeira, concentrada nas cida-

des de São Bento do Sul e Rio

Negrinho, na região Norte, com

um polo relevante também no

Oeste. O Estado é o maior ex-

portador do país nesse setor. A

indústria catarinense do mobi-

liário emprega 26.700 pessoas

em 2.300 estabelecimentos.

Ao lado: fábrica de portas de madeira.

Abaixo: plantação de pínus para indústria de

papel e celulose, no Oeste catarinense T.E.

T.E.

Page 89: Dia de Santa Catarina - versão digital

89

Indústria naval

Participação na indústria catarinense: 1,2%

A indústria naval cresceu

consideravelmente em Santa

Catarina nos últimos anos – e

suas perspectivas são as melho-

res possíveis. Concentrado nas

cidades de Itajaí e Navegantes,

o setor reúne mais de 50 empre-

sas, nas quais trabalham 4.100

pessoas. O Estado é o terceiro

maior produtor de embarcações

do país, mas está ampliando sua

produção também para compo-

nentes de plataformas petrolí-

feras, negócio que deve crescer

nos próximos anos com a ex-

ploração da camada pré-sal. Ita-

jaí projeta a construção de uma

das maiores marinas do Sul do

país, com 780 vagas molhadas e

200 secas.

Indústria naval: mercado em expansão

Schaefer Yachts/Divulgação

Page 90: Dia de Santa Catarina - versão digital

90

Construção civil As atividades envolvidas na

construção de residências, pré-

dios e obras de infraestrutura

são responsáveis por 5,7% do

PIB catarinense e empregam

94.500 pessoas, em 10.400 em-

presas que atuam no setor. A ex-

pectativa é de crescimento desse

mercado nos próximos anos,

com a execução de muitas obras

de infraestrutura, anunciadas

pelo Governo Federal.

Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú (ao lado), e Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis (abaixo)

P.A.

P.A.

Page 91: Dia de Santa Catarina - versão digital

91

Comércio e serviçosO setor terciário tem se tornado cada vez mais significativo para a economia catarinense. Entre 2004 e 2010, sua participação no PIB do Estado passou de 54,4% para 59,2%.

Um dos destaques é o setor

de Tecnologia da Informação

(TI). Com sua mão de obra pre-

parada e excelentes instituições

educacionais na área das ciências

exatas, Santa Catarina ganhou

importância no mercado nacio-

nal e internacional de TI.

Principais atividades de comércio e serviçosAtividade % do PIB catarinense

Comércio 15,8

Administração, saúde e educação públicas 11,5

Atividades imobiliárias e aluguéis 8,6

Intermediação financeira, seguros e previdência 4,7

Transportes, armazenagem, correio 4,6

Outros 14

Total 59,2Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil, 2010)

Com projetos arrojados

como o Sapiens Parque, um

centro de inovação e desenvol-

vimento econômico em Floria-

nópolis, o Estado vem sendo

chamado de “Vale do Silício”

brasileiro. Hoje, o setor está

presente com destaque não ape-

nas na capital, mas também em

Blumenau, Chapecó, Criciúma

e Joinville. Nesses polos, esti-

ma-se a existência de 1.600 em-

presas de TI, que geram mais de

60.000 empregos diretos e fatu-

ram em torno de R$ 2,5 bilhões

ao ano. É um setor que cresce

rapidamente no Estado, a taxas

anuais superiores a 20%.

Santa Catarina inovadora: Network Operation Center (NOC) e Sapiens Parque, em Florianópolis

J.T.

Dígitro/Divulgação

Secom/D

ivulgação

Page 92: Dia de Santa Catarina - versão digital

92

Comércio Exterior

Santa Catarina é um Estado

cada vez mais aberto ao comér-

cio com outros países. Nos úl-

timos dez anos, o movimento

da balança comercial foi mul-

tiplicado por seis, saltando de

US$ 4 bilhões para US$ 23,5

bilhões. Os principais parceiros

são, por ordem, China, Argen-

tina, Estados Unidos e Chile.

As exportações catarinen-

ses cresceram 19,4% em 2011,

chegando a US$ 9 bilhões, va-

lor correspondente a 3,5% do

total das exportações brasileiras

– o Estado está em décimo lu-

gar no ranking nacional. O des-

taque da pauta são as carnes de

frango – responsáveis, sozinhas,

por um quarto do total das ven-

das catarinenses para o exterior.

Já as importações vêm

crescendo num ritmo ainda

mais acelerado, comprovação

de que Santa Catarina é um

parceiro atraente para estabe-

lecer ou ampliar laços comer-

ciais. Os principais produtos

comprados pelo Estado são

matérias-primas utilizadas na

indústria, com liderança dos

cátodos de cobre, componen-

tes da produção de vergalhões,

barras, fios e tubos.

Comércio exterior de Santa Catarina se multiplicou por seis em dez anosZ.P.

Page 93: Dia de Santa Catarina - versão digital

93

Produtos mais exportados por Santa CatarinaPosição Produto US$ milhões % do total

exportado por SC

1 Carnes de frango 1.963,5 21,2

2 Fumo 885,4 9,8

3 Motores,

transformadores e

geradores elétricos

676,7 7,4

4 Carnes de suínos 478,4 5,3

5 Motocompressores 470,7 5,2

6 Blocos de cilindros,

cabeçotes

436,1 4,8

7 Preparados de

alimentos e conservas

de frango

255,4 2,8

8 Grãos de soja 215,3 2,4

9 Móveis de madeira 174 1,9

10 Resíduos de extração

do óleo de soja

147,5 1,6

Fonte: MDIC, 2011/Fiesc

Principais destinos das exportações catarinensesPosição País US$ milhões % do total

exportado por SC1 Estados Unidos 992,4 11

2 Japão 684,4 7,6

3 Argentina 678,5 7,5

4 Países Baixos 640,7 7,1

5 China 410,3 4,5

6 Reino Unido 368,9 4,1

7 Alemanha 367,1 4,1

8 Rússia 287,3 3,2

9 Hong Kong 280,6 3,1

10 México 280,4 3,1

Fonte: MDIC (Balança Comercial 2011)

Principais empresas exportadoras catarinensesPosição Empresa Valor (milhões US$ FOB/ano)

1 Seara Alimentos 798,7

2 WEG Equipamentos Elétricos 760,8

3 Whirlpool 594,6

4 Sadia 573

5 BRF – Brasil Foods 568,6

Fonte: MDIC (Balança Comercial 2011)

Produtos mais importados por Santa CatarinaPosição Produto US$ milhões % do total

importado por SC1 Cátodos de cobre 1.577,6 10,6

2 Laminados de

ferro e aço

533,8 3,7

3 Polietilenos 486,3 3,3

4 Fios de fibras de

poliésteres

301,4 2

5 Pneus 286,9 1,9

6 Polímeros de etileno 199,5 1,3

7 Fios texturizados

(poliésteres e nylon)

186,5 1,3

8 Policloreto de vinila 176,6 1,2

9 Polipropileno 176,5 1,2

10 Alumínio 133,6 0,9

Fonte: MDIC (Balança Comercial 2011)

Principais fornecedoresdas importações catarinenses

Posição País US$ milhões % do total importado por SC

1 China 3.977,7 26,8

2 Chile 1.547,8 10,4

3 Argentina 1.258,1 8,5

4 Estados Unidos 987,4 6,6

5 Alemanha 686,1 4,6

6 Peru 546,4 3,7

7 Coreia do Sul 446,6 3

8 Índia 407,7 2,7

9 Itália 387,5 2,6

10 México 288,3 1,9

Fonte: MDIC (Balança Comercial 2011)

Page 94: Dia de Santa Catarina - versão digital

94

Geografia

Com as quatro estações

bem definidas, Santa Catarina

é um dos raros Estados brasilei-

ros que têm a possibilidade de

explorar tanto o frio quanto o

calor como atrações turísticas.

Imagens das cidades serranas

cobertas de neve são tão sim-

bólicas do Estado quanto as

praias repletas de banhistas no

verão. Além da beleza de suas

paisagens, Santa Catarina apre-

senta grande diversidade em

seu relevo e em sua vegetação.

Há riqueza também no subso-

lo: o Estado possui algumas das

maiores reservas brasileiras de

argila, carvão mineral, quartzo

e fluorita.

O litoral catarinense se ca-

racteriza por ser extremamente

recortado e diversificado, com

muitas formações rochosas,

ilhas, baías, lagoas e dunas.

A hora oficial de Santa Ca-

tarina é a mesma da capital

brasileira, Brasília: menos três

horas em relação a Greenwich.

Estrada da Serra do Corvo Branco: ligação entre a Serra e a região Sul do Estado

Z.P.

Page 95: Dia de Santa Catarina - versão digital

95

Clima

A sensação de frio ou calor

intensos são exceções em Santa

Catarina. Na maior parte do

ano, e na maior parte das cida-

des, a temperatura se mantém

agradável, na faixa entre 10 e

30 graus. Temperaturas abaixo

disso ocorrem eventualmente

na região serrana entre junho e

agosto e acima disso nos perío-

dos mais quentes dos meses de

verão, entre dezembro e feverei-

ro. Ambas as situações alegram

os turistas – tanto aqueles que

vêm ao Estado para aprovei-

tar as belas praias catarinenses

quanto os que sobem a Serra

com a expectativa de ver neve.

O Sul do Brasil se diferencia

do restante do país pela ocor-

rência do clima subtropical –

com temperatura média anual

abaixo de 18 graus –, enquanto

as demais regiões localizam-se

em área de influência do clima

tropical, com média anual aci-

ma de 18 graus. Outra diferen-

ça do Sul é a distribuição das

chuvas ao longo de todo o ano,

sem estação seca.

A classificação oficial do

clima predominante em Santa

Catarina é subtropical úmido

mesotérmico. A subclassificação

Cfa, caracterizada por verões

quentes e invernos brandos,

ocorre no litoral e na planície

do rio Uruguai, enquanto a

Cfb, com verões brandos e in-

vernos rigorosos, é verificada no

Planalto Serrano e no norte da

região Oeste catarinense.

Morro da Igreja, em Urubici, onde ocorreu a menor temperatura já registrada no Brasil: 17,8 graus negativos, em 1996

A.F.

Page 96: Dia de Santa Catarina - versão digital

96

Cuidado por inteiroSanta Catarina é um Estado reconhecido pela beleza e pela diversidade de seus atributos naturais. O litoral recortado abriga praias de todos os tipos, ilhas, baías e enseadas – com direito a espetáculos “extras”, como a presença de baleias-francas no Sul, durante o inverno, ou de golfinhos na região de Florianópolis. As paisagens bucólicas do interior apresentam desde longas extensões de campos até montanhas e vales.

A fauna catarinense inclui

cerca de 170 espécies de mamí-

feros – lobo-guará, jaguatirica e

veado-campeiro entre elas – e

mais de 600 espécies de aves,

incluindo martim-pescador, ga-

vião-real e a gralha-azul, típica

da região serrana.

A vegetação catarinense é di-

versificada, com mais de 20.000

espécies de plantas, que vão dos

arbustos rasteiros dos mangues

e dunas a árvores gigantescas,

com mais de 30 metros de altu-

ra. Uma das espécies que com-

põem essa grande diversidade

é a orquídea Laelia purpurata,

flor-símbolo do Estado.

A cobertura vegetal original

de Santa Catarina se mantém

intacta em muitos pontos. O

Estado se destaca pelo maior

índice de preservação da Mata

Atlântica – 23%, contra a mé-

dia nacional de 7%. Outros

tipos de vegetação nativa do

Estado são a Litorânea, na faixa

bem próxima ao litoral, com-

posta por restingas, mangues e

dunas; a Floresta de Araucária,

no Planalto Serrano e no Oeste;

a Floresta Subtropical, na pla-

nície do rio Uruguai, com ve-

getação de pequeno porte; e os

Campos, ocupados pela Flores-

ta Nebular, assim chamada por

estar frequentemente coberta

de neblina.

Preocupado em preservar

seu patrimônio natural, o Es-

tado tem dezenas de áreas de

conservação, entre as federais,

estaduais e as Reservas Parti-

culares do Patrimônio Natural

(RPPN), além de muitas ini-

ciativas municipais e privadas.

A coordenação das políticas

ambientais e a fiscalização fi-

cam por conta da Fundação do

Meio Ambiente (Fatma), órgão

de esfera estadual, sediado em

Florianópolis, com 14 coorde-

nadorias regionais distribuídas

pelo território catarinense.

A riqueza natural de Santa

Catarina tem despertado o in-

teresse de cientistas ao longo

da história – o mais conhecido

deles foi Fritz Müller, natura-

lista alemão que se estabeleceu

em Blumenau no século 19 e

se dedicou a estudar espécies

da fauna e flora catarinenses.

Müller foi correspondente do

inglês Charles Darwin, com

quem trocou ideias sobre a

teoria evolucionista e chegou

a colaborar efetivamente ao

apresentar conclusões de um

estudo sobre crustáceos na

Ilha de Santa Catarina. Já no

século 20, o também alemão

Fritz Plaumann instalou-se em

Seara, no Oeste catarinense,

onde iniciou um extenso pro-

cesso de catalogação de insetos

e orquídeas – mais de 80.000

exemplares de 17.000 espécies,

das quais 1.500 eram até então

desconhecidas da ciência. Foi

um trabalho que se estendeu

por sete décadas – até sua mor-

te, em 1994, aos 92 anos.

Page 97: Dia de Santa Catarina - versão digital

97

Biodiversidade catarinense: manguezal na Baía da Babitonga, bugio-ruivo, gralha-azul, orquídea Laelia purpurata e baleia-franca

Z.P.

Z.P.Z.P.Z.P.

P.A.

Page 98: Dia de Santa Catarina - versão digital

98

Os caprichos do relevo Dois tipos básicos de formação compõem o território catarinense: o planalto, que ocupa dois terços do Es-tado, e as planícies, encontradas na faixa litorânea e na porção sudoeste do Estado, junto ao rio Uruguai. A porção litorânea é formada por vales que correspon-dem às bacias hidrográficas dos rios que desembocam no Oceano Atlântico.

Destacam-se no relevo

de Santa Catarina dois gran-

des conjuntos de serras – a do

Mar e a Geral. A Serra do Mar

acompanha o litoral das regiões

Sul e Sudeste do país, por cer-

ca de 1.000 km. Acredita-se

que seu surgimento, há 100

milhões de anos, esteja relacio-

nado ao evento geológico que

causou a separação dos conti-

nentes americano e africano. Já

a Serra Geral é uma formação

que surge no Paraguai e atraves-

sa diagonalmente os três Esta-

dos do Sul brasileiro até chegar

ao Uruguai e à Argentina. Em

Santa Catarina, estabelece uma

separação natural entre o litoral

e o interior.

O ponto culminante de

Santa Catarina é o Morro da

Boa Vista, entre os municípios

de Bom Retiro e Urubici, na

Serra Geral, com 1.827 me-

tros de altitude. Próximo dele

está o Morro da Igreja, mais

conhecido dos turistas. Ali foi

registrada, no dia 29 de junho

de 1996, a temperatura oficial

mais baixa do país: 17,8 graus

negativos. Outros pontos tu-

rísticos do Estado estão direta-

mente relacionados ao relevo.

É o caso da estrada da Serra do

Rio do Rastro, que oferece pai-

sagens de tirar o fôlego ao ligar

o litoral à região serrana, e dos

cânions dos Aparados da Serra,

no extremo Sul do Estado.

Page 99: Dia de Santa Catarina - versão digital

99

A encantadora Serra do Rio do RastroE.M.

Page 100: Dia de Santa Catarina - versão digital

100

Santa Catarina,planeta água

Santa Catarina é um Esta-

do muito bem abastecido por

recursos hídricos. Os rios da

porção litorânea de seu territó-

rio correm em direção ao mar

– integram a chamada Vertente

do Atlântico. Do outro lado da

Serra do Mar e da Serra Geral

estão os rios da Vertente do In-

terior, que correm em direção

à região Oeste do Estado. Do

total da população catarinen-

se, cerca de 65% são abasteci-

dos pelos rios da Vertente do

Atlântico e 35% pela Vertente

do Interior.

Metade do território cata-

rinense, em sua porção Oeste,

está na área de abrangência do

Aquífero Guarani, uma das

maiores reservas subterrâneas

do mundo, que se estende por

cerca de 1,2 milhão de km²

em quatro países – Brasil, Ar-

gentina, Paraguai e Uruguai.

Especialistas consideram que a

existência dessa reserva é fun-

damental para assegurar o abas-

tecimento de Santa Catarina

num cenário de maior ocupa-

ção populacional.

Cachoeiras em São Bonifácio (nesta página) e em Joinville (página ao lado)Z.P.

Page 101: Dia de Santa Catarina - versão digital

101

Z.P.

Page 102: Dia de Santa Catarina - versão digital

102

Qualidade de vida

Há vários indicadores que

demonstram o quanto os mo-

radores de Santa Catarina são

privilegiados por desfrutar de

condições de vida acima da mé-

dia nacional. De acordo com

o Índice de Desenvolvimento

Humano (IDH), metodologia

da Organização das Nações

Unidas (ONU) internacional-

mente aceita, Santa Catarina é a

segunda Unidade da Federação

com melhor qualidade de vida

no país, atrás apenas do Distrito

Federal. O índice catarinense,

0,840, seria suficiente para co-

locá-lo na 31ª posição do ran-

king de países, dentro do seleto

grupo cujo nível de desenvol-

vimento humano é considera-

do “muito alto”. Florianópolis

é a quarta cidade do país com

melhor qualidade de vida – a

melhor capital – e outros cinco

municípios catarinenses apare-

cem entre os 20 primeiros do

ranking do IDH municipal:

Balneário Camboriú, Joaçaba,

Joinville, Blumenau e Luzerna.

No que diz respeito à dis-

tribuição de renda – elemento

importante para avaliar a qua-

lidade de vida do conjunto de

uma população –, Santa Cata-

rina também se destaca. O Es-

tado tem o melhor Índice de

Gini do país. Esse índice vai

de zero (situação hipotética em

que todos os membros da socie-

dade têm exatamente o mesmo

rendimento) a um (quando um

elemento da sociedade acumula

todo o rendimento). A marca

de Santa Catarina é 0,448, con-

tra a média nacional de 0,536.

Santa Catarina apresen-

ta o segundo menor índice de

analfabetismo do país – 4,1%

da população com 15 anos ou

mais – e acesso mais amplo a

bens duráveis que os demais

brasileiros. De cada 1.000 resi-

dências catarinenses, apenas 4

não têm fogão, 6 não têm ge-

ladeira e 16 não têm aparelho

de TV. Microcomputadores são

encontrados em 55,8% dos

domicílios do Estado, contra a

média nacional de 42,9%.

O Estado oferece a mais alta

expectativa de vida do país, ao

lado do Distrito Federal – 76

anos. Os catarinenses vivem,

em média, dois anos e meio a

mais que a média dos brasilei-

ros, graças, em grande parte,

à melhor qualidade do aten-

dimento prestado pela rede

de saúde do Estado. Também

contribuem para isso o menor

índice de homicídios do Brasil

– 12,9 por 100.000 habitan-

tes, contra a média nacional de

26,2 – e a menor taxa de mor-

talidade infantil do país.

Existência de bens nos domicíliosBem SC (%) Brasil (%)

Fogão 99,6 98,6

Geladeira 99,4 95,8

TV 98,4 96,9

Telefone 94,6 89,9

Máquina de lavar roupa 80,5 51

Carro 68,5 40,9

Microcomputador 55,8 42,9

Moto 24,1 19,1

Fonte: IBGE (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios, 2011)

Expectativa de vidaUF Idade

Santa Catarina 76

Distrito Federal 76

Rio Grande do Sul 75,7

Minas Gerais 75,4

São Paulo 75

BRASIL 73,5

Fonte: IBGE, 2011

Menores taxas de analfabetismo*UF % de analfabetismo

Distrito Federal 3,5

Santa Catarina 4,1

Rio de Janeiro 4,3

São Paulo 4,3

Rio Grande do Sul 4,5

BRASIL 9,6

* Entre a população com 15 anos ou mais Fonte: IBGE (Censo 2010)

Page 103: Dia de Santa Catarina - versão digital

103Santa Catarina proporciona qualidade de vida de Primeiro Mundo

T.E.

Z.P.

Page 104: Dia de Santa Catarina - versão digital

104

EducaçãoSanta Catarina sempre deu muito valor à educação. O Censo de 2010 revelou que a taxa de analfabetismo no Estado caiu de 5,2% para 4,1% em apenas quatro anos, consolidando-se como a segunda menor entre as Unida-des da Federação. Nesse mesmo período, subiu de 16 para 58 o número de municípios catarinenses considerados “livres de analfabetismo”, de acordo com o Ministério da Educação – que inclui nessa classificação os municí-pios com índice abaixo de 4%. As principais cidades do Estado têm excelentes taxas, como é o caso de Blumenau (1,8%), Florianópolis (2,1%) e Joinville (2,3%).

Somando-se todos os níveis

de ensino, da pré-escola à pós-

graduação, Santa Catarina tem

cerca de 2 milhões de estudan-

tes frequentando algum tipo de

aula, quase um terço da popu-

lação. Na educação básica, são

6.200 estabelecimentos espa-

lhados pelo Estado, 85% deles

públicos, especialmente muni-

cipais e estaduais. No ensino

superior, há quase 270.000

alunos frequentando cursos em

93 instituições, das quais 82

são privadas.

A trajetória que conduziu

a esses números impressio-

nantes começou em 1750,

quando os jesuítas fundaram

o primeiro colégio do Des-

terro. Depois disso, o gran-

de marco seria a contratação

do professor paulista Orestes

Guimarães para reformular o

ensino de Joinville, em 1906.

Ele reproduziu experiências

que havia aplicado em cidades

do seu Estado de origem. Deu

tão certo que o governador

Vidal Ramos decidiu chamar

Guimarães para reformular o

ensino público em todo o Es-

tado de Santa Catarina.

Foram implantadas mudan-

ças significativas na pedagogia.

Atividades lúdicas, a exemplo

de cantos e exercícios físicos,

passaram a ser reconhecidas

como contribuições efetivas ao

aprendizado, reduzindo a im-

portância da antiga decoreba.

Guimarães trouxe, também, o

conceito de grupo escolar, em

que os alunos eram divididos

em diversas classes por idade,

com um professor responsá-

vel, em substituição ao modelo

em que crianças de diferentes

idades se misturavam em uma

mesma turma. O primeiro

Grupo Escolar de Santa Catari-

na foi inaugurado em 1911 – o

Conselheiro Mafra, em Joinvil-

le –, seguido por outros seis ao

longo dos dois anos seguintes:

Lauro Müller (Florianópolis),

Jerônimo Coelho (Laguna),

Silveira de Souza (Florianópo-

lis), Luiz Delfino (Blumenau),

Vidal Ramos (Lages) e Victor

Meirelles (Itajaí).

Em 1917, o ensino em San-

ta Catarina daria novo salto

com a inauguração da primeira

Escola de São Bento do Sul reconhecida pela excelência do ensino: os catarinenses sempre valorizaram a educação

Secom/Divulgação

Page 105: Dia de Santa Catarina - versão digital

instituição de nível superior

do Estado, idealizada por José

Boiteux: o Instituto Politécni-

co, com cursos de engenharia,

odontologia, farmácia e co-

mércio. Foi o início de uma

trajetória que culminou, na

década de 1960, com a insta-

lação da Universidade Federal

de Santa Catarina (UFSC) e

da Universidade do Estado de

Santa Catarina (Udesc), insti-

tuições que hoje estão entre as

mais produtivas do Brasil. San-

ta Catarina se destaca também

no ensino técnico, sob lideran-

ça do Instituto Federal de San-

ta Catarina (IFSC), uma das

mais conceituadas escolas do

gênero no país.

A evolução do ensino em

Santa Catarina fez surgir figu-

ras ímpares como Antonieta de

Barros, que viveu na primeira

metade do século 20. Negra e

de origem simples, ela dedi-

cou-se com afinco aos estudos,

desde cedo, para realizar o so-

nho de se tornar professora.

Conseguiu – e com brilho,

a ponto de alcançar o posto

de diretora do Instituto Esta-

dual de Educação. A militância

como educadora a conduziu à

prática política – foi a primei-

ra mulher eleita deputada em

Santa Catarina. Sua morte, em

1952, aos 51 anos, causou gran-

de comoção em Florianópolis.

Instituto Estadual de Educação,

em Florianópolis

T.E.

105

Page 106: Dia de Santa Catarina - versão digital

106

A cultura viveem Santa Catarina

Santa Catarina é o Estado da

diversidade, em todos os aspec-

tos – das paisagens naturais às

atividades econômicas. Com a

cultura não poderia ser diferen-

te: há um rico mosaico resultante

das práticas artísticas e culturais.

Os catarinenses se orgulham do

seu teatro, da sua dança, música,

artes plásticas, cinema, literatu-

ra e esportes. Orgulham-se das

formas mais sofisticadas de pro-

dução cultural, mas também das

mais autênticas: o folclore, o ar-

tesanato, as lendas, as tradições,

os linguajares.

Embora remetam à sensibili-

dade humana, as manifestações

culturais não conduzem apenas

à contemplação, mas também

à reflexão e à ação: são agentes

e ao mesmo tempo reflexo de

transformações na sociedade.

Têm, nesse sentido, um poder

extremamente revolucionário.

Existem para iluminar novos

caminhos e consolidar os cami-

nhos já trilhados. Por reconhe-

cer essa função vital da arte, o

governo do Estado incentiva a

produção cultural por meio de

editais na área de cinema, lite-

ratura e artes plásticas.

Olhar para a frente sem es-

quecer a trajetória já percorrida

é uma das grandes marcas cata-

rinenses. As festas típicas, orga-

nizadas para celebrar a memória

dos antepassados, são a melhor

síntese de como Santa Catarina

valoriza sua História, aprendi-

zado fundamental para cons-

truir um presente cada vez me-

lhor e trabalhar por um futuro

em que o progresso, a justiça e

a liberdade sejam percebidos e

desfrutados por todos os habi-

tantes do Estado.

Z.P.Z.P.

Page 107: Dia de Santa Catarina - versão digital

O folclore representado pelo boi de mamão,

a habilidade artesanal e a música: riqueza cultural

E.L.

D.S.Z.P.

107

Page 108: Dia de Santa Catarina - versão digital

108

Festas e eventosOutubro é o mês oficial da diversão em Santa Catarina. É quando o Estado organiza uma série de festas típicas, embaladas por muita música e culinária deliciosa que lembram as tradições trazidas pelos imigrantes europeus e reverenciam a memória dos antepassados.

A maior parte desses gran-

des eventos foi criada na déca-

da de 1980. É o caso da Ok-

toberfest de Blumenau, a mais

famosa e movimentada de to-

das. Há, contudo, outra Okto-

berfest, ainda mais antiga, que

começou a ser organizada em

Itapiranga cinco anos antes.

A cultura alemã é reverencia-

da também na Oberlandfest,

em Rio Negrinho; na Festa

do Imigrante, em Timbó; na

Schützenfest, em Jaraguá do

Sul – a “festa do tiro”, que ho-

menageia as antigas sociedades

de atiradores –; e na Fenarreco,

em Brusque, criada em torno

de um prato típico alemão, o

marreco com repolho-roxo.

Em Treze Tílias, a Tiroler-

fest lembra as tradições trazi-

das pelos fundadores tiroleses,

enquanto a cultura açoriana é

celebrada em Florianópolis pela

Fenaostra e em Itajaí pela Ma-

rejada. Já as festas inspiradas na

colonização italiana – como o

Carnevale di Venezia, em Nova

Veneza; o Incanto Trentino, em

Nova Trento; a Ritorno Alle

Origini, em Urussanga; e a Fes-

ta da Etnia Italiana de Xanxerê

– são realizadas em outros me-

ses do ano. O mesmo acontece

com a Festa das Flores, de Join-

ville – que se realiza em novem-

bro por conta da floração das

orquídeas –, com a Festa Nacio-

nal da Maçã, em São Joaquim,

e a Festa Nacional do Pinhão,

em Lages, organizadas durante

o inverno.

Milhares de turistas chegam

ao litoral catarinense para as fes-

tas de virada de ano, com des-

taque para as queimas de fogos

em Balneário Camboriú e Flo-

rianópolis. O verão é também o

auge da temporada de baladas,

que atraem os mais diversos ti-

pos de público – do sertanejo à

música eletrônica. O carnaval é

outro momento de grande cele-

bração em Santa Catarina, com

desfiles de escolas de samba e de

blocos em diversas cidades. No

que diz respeito a convenções,

congressos e feiras, o Estado

conta com uma ampla estru-

tura, em todas as suas regiões,

para sediar grandes eventos cor-

porativos e empresariais.

Culto às raízes: tradição austríaca em Treze Tílias (acima) e desfile de rua na Oktoberfest, em Blumenau (ao lado)Z.P.

E.M.

Page 109: Dia de Santa Catarina - versão digital

109

T.V.S.S.

Acima: espetáculo de fogos no Réveillon de Florianópolis. Ao lado: Centro de Eventos de Fraiburgo, inaugurado no final de 2012. Abaixo: música e gastronomia, as duas grandes atrações da Festa do Pinhão, em Lages, que atraiu 350 mil pessoas na sua 25ª edição, em 2013

Prefeitura Municipal de Lages/DivulgaçãoPrefeitura Municipal de Lages/Divulgação

Secom/Divulgação

Vision Show/Divulgação

Page 110: Dia de Santa Catarina - versão digital

110

Música

A música está na alma dos

catarinenses – sendo, em mui-

tos casos, uma paixão trazida

pelos antepassados e transferi-

da às novas gerações. Dessa tra-

dição, surgiram músicos que,

embora sejam desconhecidos

do grande público, construí-

ram bem-sucedidas carreiras

internacionais. Exemplo é o

instrumentista Airto Moreira,

natural de Itaiópolis, que to-

cou ao lado de ícones como

Miles Davis, Paul Simon e

Chick Corea e participou da

trilha sonora de filmes que se

tornaram grande sucesso de bi-

lheteria, como O Exorcista e O

Último Tango em Paris.

No campo da música clás-

sica, Aldo Baldin, nascido em

Urussanga e radicado na Alema-

nha desde a década de 1970, é

um tenor reconhecido como um

dos melhores intérpretes de Bach

e Schubert. O maestro Edino

Krieger, natural de Brusque, é um

compositor erudito que deu im-

portante contribuição à gestão da

música no país, tendo sido diretor

da Fundação Nacional de Arte

(Funarte) na década de 1990. Ins-

tituições como a Orquestra Sinfô-

nica de Santa Catarina (OSSCA),

a Camerata Florianópolis e a Cia.

de Ópera de Santa Catarina repre-

sentam muito bem a arte da músi-

ca no Estado.

Santa Catarina tem tam-

bém seus ícones da música po-

pular, gente que dedicou versos

e melodias a cantar as coisas da

terra. Trata-se de um leque am-

plo que, apenas para exemplifi-

car a diversidade, vai da Banda

Cavalinho, alegria dos foliões

da Oktoberfest, até Luís Hen-

rique Rosa, nascido em Tuba-

rão e radicado em Florianópo-

lis – precocemente morto em

um acidente de trânsito, em

1985 –, músico e compositor

ligado ao movimento da Bossa

Nova, com carreira internacio-

nal e uma célebre amizade com

a atriz e cantora norte-america-

na Liza Minelli.

Concerto da Camerata Florianópolis, sob a regência do maestro Jeferson Della Rocca

T.N.

Cam

erata Florianópolis/Divulgação

Page 111: Dia de Santa Catarina - versão digital

111

Dança

Em 2000, Joinville se con-

solidou como a capital brasi-

leira da dança ao ser escolhida

para sediar a primeira escola do

célebre Teatro Bolshoi fora da

Rússia. Nada mais justo para

a cidade que promove anual-

mente, desde 1982, o Festival

de Dança mais encantador e

grandioso do Brasil, com qua-

se 200 horas de espetáculos,

somando-se a mostra compe-

titiva e as apresentações em lo-

cais públicos ao longo de qua-

se duas semanas. Há também

diversos cursos e oficinas para

os bailarinos que vêm de todos

os cantos do país e do exterior

para participar do evento.

A escola do Teatro Bolshoi é

também um grande projeto de

inclusão social para crianças e

jovens. Vários de seus ex-alunos

integram companhias de desta-

que ao redor do mundo, reafir-

mando o nome de Santa Cata-

rina como um centro formador

de talentos. Esse papel também

tem sido cumprido por outros

festivais e encontros de cará-

ter interestadual, a exemplo

do organizado anualmente em

Chapecó, e por grupos como o

Cena 11, de Florianópolis, de-

dicado à formação e à pesquisa

em dança.

Santa Catarina se destaca

também pela importância que

dá às danças folclóricas e ét-

nicas, tradição preservada por

grupos como o Ítalo-Brasileiro

de Nova Trento e o de Danças

Alemãs da Furb, em Blumenau,

para citar exemplos de organiza-

ções premiadas na edição mais

recente do Festival de Dança

de Joinville. A cultura açoriana

também conta com um grande

número de instituições que tra-

balham por sua preservação em

todo o litoral catarinense. Só

em Florianópolis há quase 40

grupos folclóricos que mantêm

vivas as danças trazidas pelos

colonizadores, como o boi de

mamão, o pau de fitas e o terno

de reis.

Escola do Teatro Bolshoi no Brasil: a excelência do Ballet Giselle

N.B.

Escola do Teatro Bolshoi/Divulgação

Page 112: Dia de Santa Catarina - versão digital

112

LiteraturaPode-se dizer que a certidão de nascimento da literatura catarinense foi a publicação do primeiro livro de um autor da terra – Assembleia das Aves, de Marcelino Dutra, conhecido pela alcunha “Poeta do Brejo”, lançado no Rio de Janeiro em 1847. Logo o hábito da leitura seria incentivado com a fundação da Biblioteca Pública de Santa Catarina, em 1855 – a instituição existe até hoje no Centro de Florianópolis. No ano seguinte, Manoel Joaquim de Almeida Coelho publicaria o primeiro trabalho catarinense de cunho historiográfico, Memória Histórica da Província de Santa Catarina.

Naquela época, os jornais

eram parte importante do pro-

cesso de divulgação da literatura

– o primeiro do Estado, O Ca-

tharinense, havia sido lançado

em 1831, em Desterro, por Je-

rônimo Coelho. Surgiriam tam-

bém publicações voltadas aos

imigrantes, a exemplo do Kolo-

nie-Zeitung, escrito em alemão e

lançado em 1862, em Joinville.

Foi exclusivamente pelos jornais

que o poeta Luiz Delfino, que

viveu no século 19, apresentou

seus versos – somente alguns

anos depois da sua morte seu

primeiro livro seria lançado.

A geração seguinte seria

profícua, com nomes como o

do poeta João da Cruz e Sousa,

filho de negros alforriados que

é considerado o maior expoente

do Simbolismo no país, e Vir-

gílio Várzea, cronista e poeta

cuja temática principal era a

vida marinha. Em 1896, a fun-

dação do Instituto Histórico e

Geográfico de Santa Catarina,

em Florianópolis, congregou

a intelectualidade e preparou

terreno para o trabalho de auto-

res dedicados à historiografia, a

exemplo de Oswaldo Rodrigues

Cabral, em Florianópolis, Car-

los Ficker, em Joinville, e José

Ferreira da Silva, em Blumenau.

A literatura catarinense tam-

bém teve nomes femininos rele-

vantes. No século 19, Ana Luísa

de Azevedo Castro, natural de

São Francisco do Sul, adotava o

pseudônimo “Indígena do Ipi-

ranga” e era uma defensora fer-

renha dos direitos de igualdade

das mulheres. Na virada do sé-

culo 19 para o século 20, Del-

minda Silveira, escritora e poe-

tisa, publicou muitas de suas

obras nos jornais, quase sempre

usando o pseudônimo “Brasília

Silva”. Já no século 20, Maura

da Sena Pereira, professora, jor-

nalista e escritora com intensa

atividade intelectual, tornou-se

conhecida nacionalmente com

a publicação da coletânea de

poesias A Dríade e os Dardos,

em 1978.

Talvez não haja momento

mais marcante para a identida-

de da literatura catarinense do

que a criação do Grupo Sul,

em 1948. A trupe, de inspira-

ção modernista, reunia nomes

como Aníbal Nunes Pires, Sa-

lim Miguel, Eglê Malheiros,

Hugo Mund Jr. e Guido Wil-

mar Sassi. Publicou durante dez

anos a Revista Sul e interagiu

com outros campos da cultura,

tendo participado diretamente

da fundação do Museu de Arte

Moderna e produzido o primei-

ro longa-metragem do cinema

catarinense, O Preço da Ilusão.

Desde então a produção lite-

rária catarinense se expandiu e

tornou-se significativa em todas

as regiões do Estado e nos mais

diferentes estilos.

Page 113: Dia de Santa Catarina - versão digital

113

Artes plásticas Qualquer lista sobre os grandes artistas plásticos ca-tarinenses começará sempre por Victor Meirelles, au-tor no século 19 de quadros que reproduzem cenas históricas, como Primeira Missa no Brasil, Batalha dos Guararapes e Combate Naval do Riachuelo.

Santa Catarina revelou desde

então vários outros pintores de

excelente nível, como Eduardo

Dias, muralista e também restau-

rador; Martinho de Haro, ino-

vador na pintura de paisagens;

Hassis, desenhista que buscava

inspiração em cenas do cotidia-

no; Willy Zumblick, que ganhou

projeção sem deixar sua cidade

natal, Tubarão; Ernesto Meyer

Filho, notabilizado pelos seus ga-

los coloridos; e o lageano Agos-

tinho Malinverni Filho, que teve

muitas de suas obras compradas

por colecionadores estrangeiros.

No campo da escultura,

Santa Catarina também pro-

duziu, ao longo do século 20,

nomes de relevância nacional,

a exemplo de Fritz Alt e Elke

Hering. Franklin Cascaes dedi-

cou-se a registrar, com desenhos

e esculturas, as tradições da co-

lonização açoriana em Floria-

nópolis, com ênfase especial às

lendas de bruxas. Já o joinvilen-

se Luiz Henrique Schwanke foi

plural e intenso em suas obras

– passeou pela pintura, escultu-

ra e instalações, colecionando

premiações nacionais.

A fundação do Museu de

Arte de Santa Catarina (Masc),

em 1949, viria a ser um dos mar-

cos fundamentais das artes plás-

ticas catarinenses. Foi uma con-

sequência do trabalho do Grupo

Sul, que trouxe a Florianópolis a

Exposição de Arte Contemporâ-

nea, organizada pelo escritor ca-

rioca Marques Rebelo, que esteve

na capital catarinense e motivou

os jovens do grupo a unir for-

ças para a criação de um museu

– que, inicialmente, chamou-se

Museu de Arte Moderna de Flo-

rianópolis. Hoje, o Masc reúne

quase 2.000 obras e realiza um

intenso trabalho de formação e

informação sobre arte, com ofici-

nas, cursos e exposições.

Da geração de artistas plás-

ticos catarinenses em atividade,

alguns dos destaques são, entre

vários outros, Eli Heil, com

seu Mundo Ovo povoado por

criaturas fantásticas; Rodrigo

de Haro, filho de Martinho de

Haro e expoente do chamado

“realismo mágico”; Juarez Ma-

chado, que mantém um ateliê

em Paris e é reconhecido pelo

uso do humor e de cores fortes;

Vera Sabino, que se inspira no

folclore e na religiosidade cata-

rinenses; e Rubens Oestroem,

pesquisador de novas possibili-

dades para a pintura.

Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles

Divulgação

Page 114: Dia de Santa Catarina - versão digital

114

Obras do acervo do Masc. Nesta página: Paisagem de São José (Martinho de Haro, 1954), Sem Título (Schwanke, 1987) e Figura Sentada (Elke Hering, 1985). Na página ao lado: A Comungante (Rodrigo de Haro, 1965), Dor Contida (Malinverni Filho, 1937), Bichos (Eli Heil, 1989), Farol de Santa Marta (Willy Zumblick, 1984) e Galo Cósmico com Lua Branca (Meyer Filho, 1972).Fotos: Masc/Divulgação

Page 115: Dia de Santa Catarina - versão digital

115

Page 116: Dia de Santa Catarina - versão digital

116

Museus epatrimônio histórico

Santa Catarina tem 277

bens arquitetônicos tombados

pelo Estado. Desses, 113 estão

nas três maiores cidades catari-

nenses. Em Florianópolis, são

tombados monumentos como

o Palácio Cruz e Sousa, o Tea-

tro Álvaro de Carvalho, a Ponte

Hercílio Luz e a Catedral Metro-

politana, além de várias outras

igrejas. Em Joinville, a Socieda-

de Harmonia Lyra e a ponte co-

berta sobre o rio Cubatão, além

de diversos casarões da Rua do

Príncipe e adjacências. Em Blu-

menau, a Praça Hercílio Luz, a

Igreja do Espírito Santo, o Cas-

telinho e várias construções da

Rua 15 de Novembro. Entre as

outras cidades que contribuem

com um grande número de pa-

trimônio arquitetônico estão

São Bento do Sul, Lages, Urus-

sanga, Timbó, Pomerode, Itajaí

e Jaraguá do Sul – juntas, essas

cidades somam 130 bens tom-

bados. Os demais 34 imóveis de

importância histórica estão espa-

lhados por 27 municípios.

Muitas das tradições e da

cultura de Santa Catarina estão

preservadas graças à existência

de museus em todo o território

do Estado. Há 161 instituições

do gênero em funcionamento.

A maioria é administrada pelas

prefeituras, com uma parcela de

empreendimentos privados e

alguns casos de instituições sob

a responsabilidade do Governo

Federal, como as fortalezas da

região de Florianópolis, além

do Museu Victor Meirelles e do

Núcleo de Estudos Museológi-

cos da Universidade Federal de

Santa Catarina (UFSC), ambos

na capital. Sob a gestão do go-

verno do Estado estão alguns

dos museus mais importantes,

como o Museu de Arte de Santa

Catarina (Masc), o Museu His-

tórico de Santa Catarina/Palá-

cio Cruz e Sousa e o Museu da

Escola Catarinense, em Floria-

nópolis; o Museu Nacional do

Mar, em São Francisco do Sul;

a Casa de Campo Governador

Hercílio Luz, em Rancho Quei-

mado; e o Museu Etnográfico/

Casa dos Açores, em Biguaçu.

Ao lado: Museu Fritz Plaumann, em Seara.Abaixo: Fortaleza de São José da Ponta Grossa, em Florianópolis

T.E.

Z.P.

Page 117: Dia de Santa Catarina - versão digital

Acima: Museu do Mar, em São

Francisco do Sul.Ao lado: interior do

Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis

T.E.

Z.P.

117

Page 118: Dia de Santa Catarina - versão digital

118

CinemaNo início do século 20, Santa Catarina apenas repro-duzia, em suas salas de cinema, filmes feitos em outros países e eventualmente em outros Estados brasileiros. Aos poucos, no entanto, começaram a surgir as primei-ras experiências cinematográficas catarinenses, quase sempre documentários com temas históricos ou reporta-gens sobre atualidades que precediam os filmes de lon-ga-metragem nas salas de exibição – o blumenauense Alfred Baumgarten se especializou nesse tipo de trabalho na década de 1930.

Em 1957, Santa Catarina

ganharia seu primeiro longa,

O Preço da Ilusão, graças ao

espírito aventureiro e inquie-

to dos jovens que integravam

o Grupo Sul. Para financiar o

projeto, foram vendidas cotas

a amigos, a pessoas influentes

da sociedade de Florianópolis e

até mesmo no varejo, em uma

barraca montada na Praça 15

de Novembro. Os catarinenses

convidaram para a direção o

gaúcho Nilton Nascimento –

que, ao contrário de todos ali,

acumulava algumas experiên-

cias cinematográficas.

Os testes para elenco, rea-

lizados no escritório de conta-

bilidade do produtor Armando

Carreirão, atraíram uma peque-

na multidão de gente interessa-

da em virar estrela de cinema

da noite para o dia. O princi-

pal papel feminino, Maria da

Graça, uma funcionária públi-

ca que decide participar de um

concurso de beleza, ficou com

uma estudante de Direito, Li-

lian Bassanesi. O roteiro incluía

muitas externas, mostrando

pontos turísticos de Florianó-

polis, como a ponte Hercílio

Luz e o Mercado Público. O

filme deu prejuízo, mas valeu

como uma grande experiência

para todos os envolvidos.

Depois disso, o cinema

passou por uma fase difícil em

Santa Catarina, com poucas

produções. Cineastas nascidos

no Estado, como Silvio Back e

Rogério Sganzerla, tiveram que

sair para realizar seus projetos,

que alcançaram grande reper-

cussão. Trajetória semelhante

foi percorrida por atores como

Mozarte Régis, o “Pituca”, fale-

cido em 1995, comediante que

ganhou fama nacional com o

trabalho no rádio, no teatro, na

televisão e no cinema; e a blu-

menauense Vera Fischer, que

desenvolveu carreira de atriz

depois do título de Miss Brasil

que a projetou, em 1969.

Na década de 1990, Eduar-

do Paredes se destacou ao diri-

gir dois filmes sobre temas his-

tóricos, Desterro e Novembrada,

ambos premiados no Festival

de Gramado, o mais importan-

te do país. Mais recentemente,

o cinema ganhou novo impul-

so em Santa Catarina graças ao

edital de incentivo do governo

do Estado, o prêmio Cinema-

teca Catarinense, que financia

a produção de longas e curtas

e também a elaboração de pes-

quisas e roteiros. Um dos resul-

tados dessa política foi o longa

A Antropóloga, do diretor Zeca

Pires, que integrou a lista dos

filmes brasileiros pré-candida-

tos ao Oscar de 2012.

Page 119: Dia de Santa Catarina - versão digital

119

TeatroSanta Catarina sedia importantes festivais de teatro, a exemplo do Floripa Teatro/Festival Isnard de Azeve-do, em Florianópolis, Festival de Teatro de Joinville e Festival Nacional de Teatro Infantil, em Blumenau. Realizados anualmente, esses eventos aproximam os grupos e profissionais das diferentes regiões catarinenses e fomentam o intercâmbio com outros Estados do país.

A atividade teatral começou

a se desenvolver com mais for-

ça em Santa Catarina na segun-

da metade do século 19, com

a inauguração de casas como o

Teatro Santa Isabel (que teve o

nome posteriormente trocado

para Álvaro de Carvalho), em

Desterro; o Adolpho Mello, em

São José; e a Sociedade Teatral

Froshinn (rebatizado de Car-

los Gomes durante a Segunda

Guerra Mundial), em Blume-

nau. Além de serem locais ade-

quados para a apresentação de

companhias de outros Estados e

mesmo do exterior, o surgimen-

to desses teatros deu impulso às

produções locais. Na capital, no-

mes como Horácio Nunes Pires,

autor da letra do Hino de Santa

Catarina, e Álvaro de Carvalho

– que viria a ser homenageado

com o nome do teatro – passa-

ram a escrever e montar peças

para contribuir com a progra-

mação da casa de espetáculos

que a cidade acabara de ganhar.

Em 1947, foi inaugurado

em Lages o Teatro Marajoara,

em estilo art déco. No início

dos anos 1980, Criciúma ga-

nhou o maior teatro do Sul de

Santa Catarina, o Elias Ange-

loni, enquanto o Teatro Ade-

mir Rosa, no Centro Integra-

do de Cultura (CIC), abria as

cortinas em Florianópolis. Esse

complexo, administrado pelo

Governo do Estado, sedia tam-

bém o Museu de Arte de San-

ta Catarina (Masc) e passou

recentemente por uma grande

reforma. Em 1998, foi a vez de

Joinville apresentar um novo e

moderno espaço, o Teatro Jua-

rez Machado, anexo ao Centre-

ventos Cau Hansen. Em 2008,

Florianópolis passou a desfru-

tar do Teatro Governador Pe-

dro Ivo, construído junto ao

Centro Administrativo do Go-

verno, à beira da SC-401, em

Florianópolis. Com capacida-

de para 706 lugares, palco de

450 m², um moderno sistema

de iluminação e camarins que

proporcionam todo o conforto

aos artistas, a nova casa logo

se tornou peça importante da

vida cultural catarinense.

Teatro Ademir Rosa, Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis (acima), e Teatro Carlos Gomes, em Blumenau (ao lado)E.L.

N.D.Seco

m/D

ivul

gaçã

o

Page 120: Dia de Santa Catarina - versão digital

120

Esportes

Talvez não haja melhor

símbolo da paixão catarinense

pelos esportes do que os Jo-

gos Abertos de Santa Catarina

(Jasc), disputados anualmente

desde 1960. Centenas de atletas

de todos os cantos do Estado

reúnem-se no município-sede

para disputar 25 modalidades.

Cada um deles tenta conquis-

tar bons resultados para somar

pontos à equipe da cidade de

origem. Das 50 edições realiza-

das até 2011, apenas três mu-

nicípios conseguiram chegar ao

título geral: Blumenau (39 ve-

zes), Florianópolis (sete vezes) e

Joinville (quatro vezes).

Um dos méritos do Jasc

é revelar atletas para esportes

olímpicos. Dois bons exemplos

de catarinenses que fizeram bri-

lhantes carreiras em suas res-

pectivas modalidades estão em

Ana Moser, do vôlei feminino,

que ganhou projeção depois de

ter sido eleita a melhor atleta

do Mundial Juvenil de 1987, e

Fernando Scherer, da natação,

medalhista de bronze nas Olim-

píadas de Atlanta, em 1996.

Nos esportes náuticos, uma

tradição de Santa Catarina –

que tinha o remo como espor-

te mais popular no início do

século 20 –, há nomes como o

surfista Teco Padaratz, que na

década de 1990 integrou a elite

mundial do esporte, e Fabiana

Beltrame, remadora que já par-

ticipou de duas Olimpíadas.

Vale registrar também as aven-

turas da Família Schürmann,

que ganhou fama ao retornar

de uma viagem ao redor do

mundo que se estendeu por dez

anos, entre 1984 e 1994, a bor-

do de um veleiro.

No futebol, o modelo ca-

tarinense sempre foi de equilí-

brio de forças entre as equipes,

especialmente Avaí, Figueirense

(ambos de Florianópolis), Join-

ville, Criciúma e Chapecoense.

Nos últimos anos, essas equipes

têm desempenhado bom pa-

pel no campeonato nacional.

Entre os jogadores de futebol

catarinenses mais destacados

na história estão Paulo Rober-

to Falcão, nascido em Abelardo

Luz, que se tornou conhecido

como “Rei de Roma” ao ser de-

cisivo para a conquista do título

italiano pela Roma; o lagunen-

se Mengálvio, do inesquecível

Santos de Pelé; e o imbitubense

Lico, do também marcante Fla-

mengo de Zico.

Mas, certamente, não hou-

ve atleta catarinense que tenha

ganhado dimensão semelhante

à do carismático tenista Gusta-

vo Kuerten, o Guga, “manezi-

nho” de Florianópolis, três ve-

zes vencedor do célebre torneio

de Roland Garros, na França

(1997, 2000 e 2001), e líder do

ranking mundial por 44 sema-

nas. Com seu talento e simpli-

cidade, Guga arrebanhou uma

legião de fãs em todo o Brasil e

também no exterior – na Fran-

ça, por exemplo, é cultuado

como um dos grandes ídolos do

tênis de todos os tempos.

Ironman Brasil: uma das maiores competições mundiais de triatlo (natação, ciclismo e corrida) é realizada anualmente em Florianópolis

P.A.

Page 121: Dia de Santa Catarina - versão digital

121No mar ou nos rios, esportes aquáticos são uma tradição em Santa Catarina

T.E.

Z.P.

Page 122: Dia de Santa Catarina - versão digital

S

N

LO

Caminhosda

Fronteira Grande Oeste

Vale doContestado

Serra Catarinense

Vale Europeu

GrandeFlorianópolis

Caminho dos Príncipes

CostaVerdee Mar

Encantosdo Sul

Caminhodos

Cânions

RegiõesTurísticas

Para aprimorar a prática e a gestão das atividades

turísticas em território catarinense, a Santa Catarina

Turismo (Santur) dividiu o Estado em dez roteiros,

cada um deles composto por municípios agrupados

por alguma afinidade, como o histórico de colonização

ou o tipo de atrativos.

Surfe na praia da Joaquina, em Florianópolis, arquitetura colonial em Jaraguá do Sul e imagem de Santa Paulina, em Nova Trento

E.M.D.S.E.L.

122

Page 123: Dia de Santa Catarina - versão digital

S

N

LO

Caminhosda

Fronteira Grande Oeste

Vale doContestado

Serra Catarinense

Vale Europeu

GrandeFlorianópolis

Caminho dos Príncipes

CostaVerdee Mar

Encantosdo Sul

Caminhodos

Cânions

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Page 124: Dia de Santa Catarina - versão digital

Oceano Atlântico

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BomJesus

OuroVerde

PassosMaia

PonteSerradaFaxinal

dos Guedes

Cordilheira Alta

Arvoredo

Lajeado Grande

Erê

São Bernardino

Novo Horizonte

Jupiá

Galvão

CoronelMartins

Formosa do Sul

Santiago do SulJardinópolis

Quilombo

Marema

do Sul

Modelo

SerraAlta

SaltinhoIratiBom Jesus

do Oeste

Sul Brasil União

do Oeste

Águas Frias

CoronelFreitas

Campo

Cunhataí

CunhaPorã

Romelândia Tigrinhos

Flor doSertão

Descanso Iraceminha Pinhalzinho

NovaErechim

NovaItaberaba

PlanaltoAlegre

Caxambu

Helena

Belmonte

Bandeirante

Paraíso

Princesa

Guarujádo Sul

Palma Sola

Anchieta

Santa Terezinhado ProgressoBarra

Bonita

Iporã do Oeste

Riqueza

Caibi

Maracajá

AnitaGaribaldi

OtacílioCosta

Capão AltoCampo Belo

do Sul

PalmeiraSão José do Cerrito

CerroNegro

Painel

Ermo

Tunápolis

Santa

Morro daFumaça

Sangão

Treze de Maio

Timbédo Sul

MorroGrande

Meleiro

Passo de Torres

São Joãodo Sul

Santa Rosado Sul

Forquilhinha

Turvo

Siderópolis

LauroMüller

Cocal do Sul

Braço doNorte

Armazém

Grão-Pará

Rio Fortuna

PauloLopes

São Ludgero

Capivari de Baixo

PedrasGrandes

São JoãoBatista

Pouso Redondo Aurora

Vidal Ramos

Imbuia

Chapadãodo Lageado

Petrolândia

Atalanta

Braço doTrombudo

Agronômica

Alfredo Wagner

Treviso

Terezinha

Salete

Taió

Rio doOeste

Laurentino Lontras

Tijucas

Mirim Doce

Rio doCampo

TrombudoCentral

Leoberto Leal

MajorGercino

MajorVieira

Bela Vistado Toldo

Irineópolis

PresidenteNereu

Canelinha

Guabiruba

Ascurra

José Boiteux

Dona Emma

Witmarsum

Santa

Ibicaré

Herval d'Oeste

Zortéa

PresidenteCastello Branco

Lacerdópolis

Peritiba

Alto BelaVista

Ipira

PonteAlta

São Cristóvão do Sul

Três Barras

Cecília

TimbóGrande

Macieira

SaltoVeloso

IomerêArroioTrinta

Catanduvas

AbdonBatista

Luzerna

Vargem

VargemBonita

Jaborá

CelsoRamos

Ouro

Água Doce

Ibiam

Calmon

MatosCosta

Brunópolis

MonteCarlo

Lebon Régis

PonteAlta doNorte

Santa

Domingos

IpuaçuAbelardo Luz

Xanxerê

Xaxim

Vargeão

Maravilha

Saudades

São Miguelda Boa V is ta

Paial

Lindóiado Sul

Arabutã

IpumirimXavantina

ErvalVelho

PalmitosSão

Carlos

Águas deChapecó

Guatambu

ChapecóItapiranga

São Migueldo Oeste

Guaraciaba

São Josédo Cedro

DionísioCerqueira

São Lourenço do Oeste

São

São Pedro deAlcântaraAngelina

Santo Amaro da Imperatriz

ÁguasMornas

RanchoQueimado

Biguaçu

Palhoça

São José

Governador Celso Ramos

MondaíSão João do Oeste

TimbóBenedito

Novo

ApiúnaIbiramaPresidente

Getúlio

VitorMeireles

Rio do Sul

Ituporanga

Agrolândia

Rodeio

Anitápolis São Bonifácio

AntônioCarlos

Rio dasAntas

Frei Rogério

PinheiroPreto

Capinzal

DoutorPedrinho

Pomerode

Rio dosCedros

Nova Trento

Botuverá

Brusque

GasparIndaial Blumenau

Itá

Joaçaba

Tangará

Caçador

FraiburgoVideira

Curitibanos

TrezeTílias

CamposNovos

Irani

Piratuba

Concórdia

PortoUnião

Canoinhas

Seara

Itaperiú

BalneárioBarra do Sul

São Francisco do Sul

Barra Velha

Bom Jardimda Serra

CorreiaPinto

Bocainado Sul

Rio Rufino

Urubici

São Joaquim

Bom Retiro

Urupema

Lages

Garuva

SchroederGuaramirim

Corupá

CampoAlegre

São Bento do Sul Rio

Negrinho

Itaiópolis

Mafra

Monte Castelo

Papanduva

Jaraguá do Sul

SãoJoão do

Balneário Gaivota

Luís Alves

Navegantes

BalneárioPiçarras

Penha

Camboriú

Itapema

Balneário Camboriú

ItajaíIlhota

Porto BeloBombinhas

Massaranduba

Araquari

Joinville

Itapoá

Imaruí

Garopaba

Imbituba

Urussanga

Criciúma

NovaVeneza

Jaguaruna

Içara

Orleans

Araranguá

BalneárioArroio do Silva

JacintoMachado

Sombrio

PraiaGrande

LagunaTubarão

Gravatal

Santa Rosade Lima

São Martinho

(Serra Gaúcha)

PORTO ALEGRE

CURITIBA

Rio Negro l CURITIBA

União da Vitória l CURITIBA

Palmas

Pato BrancoFrancisco Beltrão

Bernardo deIrigoyen

Rio Grande do Sul

Três Passos(Missões)

FredericoWestphalen(Missões)

NonoaiErechim l Passo Fundo

Lagoa Vermelha(Serra Gaúcha)

Vacaria

ARG

ENTI

NA

Paraná

FLORIANÓPOLIS

MAPA TURÍSTICO RODOVIÁRIO

TurismoO maior movimento turísti-

co em Santa Catarina ocorre no

período de janeiro a março, que

corresponde à temporada de ve-

rão. São cerca de 7 milhões de

visitantes brasileiros e 500.000

estrangeiros ao longo desses três

meses. De acordo com pesquisa

da Santur, a permanência mé-

dia por turista é de sete dias em

janeiro e fevereiro, e de quatro

dias em março.

Dos turistas nacionais, 36%

são os próprios catarinenses em

viagem para conhecer outras

partes do Estado. Depois vêm

os paranaenses (30%), gaúchos

(15%) e paulistas (11%). Entre

os estrangeiros, o maior contin-

gente é de argentinos (76%),

seguidos pelos chilenos (16%).

Outros países da América do

Sul respondem por 5% e os eu-

ropeus são 3%.

Santa Catarina se destaca

pela grande variedade de atra-

ções. Há muito o que ver e

fazer durante o dia e também

durante a noite, já que muni-

cípios como Florianópolis e

Balneário Camboriú são co-

nhecidos nacionalmente não

só pela beleza das praias, mas

também pela qualidade da vida

noturna. As maiores cidades

do Estado dispõem também de

excelente infraestrutura para

eventos e convenções.

124

Page 125: Dia de Santa Catarina - versão digital

Oceano Atlântico

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101483

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S

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EntreRios

BomJesus

OuroVerde

PassosMaia

PonteSerradaFaxinal

dos Guedes

Cordilheira Alta

Arvoredo

Lajeado Grande

Erê

São Bernardino

Novo Horizonte

Jupiá

Galvão

CoronelMartins

Formosa do Sul

Santiago do SulJardinópolis

Quilombo

Marema

do Sul

Modelo

SerraAlta

SaltinhoIratiBom Jesus

do Oeste

Sul Brasil União

do Oeste

Águas Frias

CoronelFreitas

Campo

Cunhataí

CunhaPorã

Romelândia Tigrinhos

Flor doSertão

Descanso Iraceminha Pinhalzinho

NovaErechim

NovaItaberaba

PlanaltoAlegre

Caxambu

Helena

Belmonte

Bandeirante

Paraíso

Princesa

Guarujádo Sul

Palma Sola

Anchieta

Santa Terezinhado ProgressoBarra

Bonita

Iporã do Oeste

Riqueza

Caibi

Maracajá

AnitaGaribaldi

OtacílioCosta

Capão AltoCampo Belo

do Sul

PalmeiraSão José do Cerrito

CerroNegro

Painel

Ermo

Tunápolis

Santa

Morro daFumaça

Sangão

Treze de Maio

Timbédo Sul

MorroGrande

Meleiro

Passo de Torres

São Joãodo Sul

Santa Rosado Sul

Forquilhinha

Turvo

Siderópolis

LauroMüller

Cocal do Sul

Braço doNorte

Armazém

Grão-Pará

Rio Fortuna

PauloLopes

São Ludgero

Capivari de Baixo

PedrasGrandes

São JoãoBatista

Pouso Redondo Aurora

Vidal Ramos

Imbuia

Chapadãodo Lageado

Petrolândia

Atalanta

Braço doTrombudo

Agronômica

Alfredo Wagner

Treviso

Terezinha

Salete

Taió

Rio doOeste

Laurentino Lontras

Tijucas

Mirim Doce

Rio doCampo

TrombudoCentral

Leoberto Leal

MajorGercino

MajorVieira

Bela Vistado Toldo

Irineópolis

PresidenteNereu

Canelinha

Guabiruba

Ascurra

José Boiteux

Dona Emma

Witmarsum

Santa

Ibicaré

Herval d'Oeste

Zortéa

PresidenteCastello Branco

Lacerdópolis

Peritiba

Alto BelaVista

Ipira

PonteAlta

São Cristóvão do Sul

Três Barras

Cecília

TimbóGrande

Macieira

SaltoVeloso

IomerêArroioTrinta

Catanduvas

AbdonBatista

Luzerna

Vargem

VargemBonita

Jaborá

CelsoRamos

Ouro

Água Doce

Ibiam

Calmon

MatosCosta

Brunópolis

MonteCarlo

Lebon Régis

PonteAlta doNorte

Santa

Domingos

IpuaçuAbelardo Luz

Xanxerê

Xaxim

Vargeão

Maravilha

Saudades

São Miguelda Boa V is ta

Paial

Lindóiado Sul

Arabutã

IpumirimXavantina

ErvalVelho

PalmitosSão

Carlos

Águas deChapecó

Guatambu

ChapecóItapiranga

São Migueldo Oeste

Guaraciaba

São Josédo Cedro

DionísioCerqueira

São Lourenço do Oeste

São

São Pedro deAlcântaraAngelina

Santo Amaro da Imperatriz

ÁguasMornas

RanchoQueimado

Biguaçu

Palhoça

São José

Governador Celso Ramos

MondaíSão João do Oeste

TimbóBenedito

Novo

ApiúnaIbiramaPresidente

Getúlio

VitorMeireles

Rio do Sul

Ituporanga

Agrolândia

Rodeio

Anitápolis São Bonifácio

AntônioCarlos

Rio dasAntas

Frei Rogério

PinheiroPreto

Capinzal

DoutorPedrinho

Pomerode

Rio dosCedros

Nova Trento

Botuverá

Brusque

GasparIndaial Blumenau

Itá

Joaçaba

Tangará

Caçador

FraiburgoVideira

Curitibanos

TrezeTílias

CamposNovos

Irani

Piratuba

Concórdia

PortoUnião

Canoinhas

Seara

Itaperiú

BalneárioBarra do Sul

São Francisco do Sul

Barra Velha

Bom Jardimda Serra

CorreiaPinto

Bocainado Sul

Rio Rufino

Urubici

São Joaquim

Bom Retiro

Urupema

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Garuva

SchroederGuaramirim

Corupá

CampoAlegre

São Bento do Sul Rio

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Monte Castelo

Papanduva

Jaraguá do Sul

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Balneário Gaivota

Luís Alves

Navegantes

BalneárioPiçarras

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Camboriú

Itapema

Balneário Camboriú

ItajaíIlhota

Porto BeloBombinhas

Massaranduba

Araquari

Joinville

Itapoá

Imaruí

Garopaba

Imbituba

Urussanga

Criciúma

NovaVeneza

Jaguaruna

Içara

Orleans

Araranguá

BalneárioArroio do Silva

JacintoMachado

Sombrio

PraiaGrande

LagunaTubarão

Gravatal

Santa Rosade Lima

São Martinho

(Serra Gaúcha)

PORTO ALEGRE

CURITIBA

Rio Negro l CURITIBA

União da Vitória l CURITIBA

Palmas

Pato BrancoFrancisco Beltrão

Bernardo deIrigoyen

Rio Grande do Sul

Três Passos(Missões)

FredericoWestphalen(Missões)

NonoaiErechim l Passo Fundo

Lagoa Vermelha(Serra Gaúcha)

Vacaria

ARG

ENTI

NA

Paraná

FLORIANÓPOLIS

MAPA TURÍSTICO RODOVIÁRIO

125

Page 126: Dia de Santa Catarina - versão digital

126

Caminho dos Príncipes

O nome Caminho dos Prín-

cipes faz referência às origens

de Joinville, cidade que flores-

ceu em terras dadas como dote

pelo francês François Ferdi-

nand, príncipe de Joinville, ao

se casar com dona Francisca

Carolina, filha de Dom Pedro

I, em 1843. Esta região turística

oferece ao visitante a oportu-

nidade de conciliar diferentes

experiências, a começar pelos

ares europeus e cosmopolitas de

Joinville e Jaraguá do Sul, cen-

tros urbanos que preservam a

cultura trazida pelos imigrantes

alemães que ali desembarcaram

a partir de 1851. As belezas

naturais da Serra do Mar e da

Mata Atlântica proporcionam

contato com a natureza – com

destaque para a cidade de Co-

rupá, que abriga em seu terri-

tório dezenas de cachoeiras e se

tornou conhecida como cenário

de esportes ao ar livre. Há ainda

lindas paisagens nos municípios

litorâneos, a exemplo de São

Francisco do Sul, com seu casa-

rio histórico, Itapoá, Balneário

Barra do Sul e Barra Velha.

301

495

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301

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116

Itaperiú

BalneárioBarra do Sul

São Francisco do Sul

Barra Velha

Garuva

SchroederGuaramirim

Corupá

CampoAlegre

São Bento do Sul Rio

Negrinho

Itaiópolis

Mafra

Monte Castelo

Papanduva

Jaraguá do Sul

SãoJoão do

Massaranduba

Araquari

Joinville

Itapoá

P/ CURITIBA

P/ FLORIANÓPOLIS

P/ CURITIBA

Page 127: Dia de Santa Catarina - versão digital

127Museu Felippe Wolff, em São Bento do Sul

Rua das Palmeiras, em Joinville Mercado Público de São Francisco do SulTh.E. Z.P.

Z.P.

Page 128: Dia de Santa Catarina - versão digital

128

Costa Verde e Mar

Visitar esta região significa

ter a oportunidade de conhe-

cer um dos trechos mais belos e

diversificados do litoral brasilei-

ro, com praias em mar aberto e

outras protegidas por enseadas

e baías caprichosamente dese-

nhadas pela natureza. Dentro

de uma mesma cidade, como

Balneário Camboriú ou Itajaí,

é possível encontrar pontos de

grande agitação e recantos ain-

da selvagens. Bombinhas, Por-

to Belo, Navegantes e Balneá-

rio Piçarras também guardam

paisagens encantadoras, tendo

como elementos em comum as

areias brancas e o mar em dife-

rentes tons de verde. Para “des-

cansar” um pouco de tanto sol

e sal, pode-se dar um pulo com

as crianças no parque Beto Car-

rero World, em Penha, visitar as

fábricas e lojas de moda praia

em Ilhota ou experimentar as

famosas cachaças artesanais de

Luís Alves.

413

470

411

414470

101

101

486

Luís Alves

Navegantes

BalneárioPiçarras

Penha

Camboriú

Itapema

Balneário Camboriú

ItajaíIlhota

Porto BeloBombinhas

Ilha das Galés

Ilha do Arvoredo

Itapema, um dos cenários magníficos da região

Z.P.

Page 129: Dia de Santa Catarina - versão digital

129Acima: Balneário

Camboriú.Ao lado: Igreja Matriz de Itajaí

Z.P.

E.M.

Page 130: Dia de Santa Catarina - versão digital

130

Z.P.

Page 131: Dia de Santa Catarina - versão digital

131

Bombinhas

Page 132: Dia de Santa Catarina - versão digital

132

Grande Florianópolis

“Um pedacinho de terra

perdido no mar/ Num pedaci-

nho de terra beleza sem par.”

Os versos iniciais do Rancho do

Amor à Ilha, do Poeta Zininho,

hino oficial de Florianópolis,

sintetizam o encantamento que

toma conta dos visitantes. En-

tre os cenários inesquecíveis

estão a Lagoa da Conceição e

dezenas de praias com as mais

diferentes personalidades, des-

de a badalada Jurerê Interna-

cional até a selvagem Lagoinha

do Leste, passando por tantas

outras – Mole, Joaquina, Barra

da Lagoa, Ingleses, Canasviei-

ras, Campeche. Há também os

prédios históricos – destaque

para a Catedral Metropolita-

na e o Mercado Público – e a

deliciosa gastronomia baseada

em frutos do mar. A cidade

vizinha de Governador Celso

Ramos, até recentemente uma

pacata colônia de pescadores,

também vem se tornando um

importante destino turístico

com a instalação de estabele-

cimentos de hospedagem de

alto nível. A região da Grande

Florianópolis conta ainda com

as belas paisagens rurais encon-

tradas em municípios como

Santo Amaro da Imperatriz,

Angelina e Rancho Queimado.

407

407

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São JoãoBatista

MajorGercino

São Pedro deAlcântaraAngelina

Santo Amaro da Imperatriz

ÁguasMornas

RanchoQueimado

Biguaçu

Palhoça

São José

Governador Celso Ramos

Anitápolis São Bonifácio

AntônioCarlos

Santa Rosade Lima

FLORIANÓPOLIS

Page 133: Dia de Santa Catarina - versão digital

133

Tesouros de Florianópolis:

Santo Antônio de Lisboa (ao lado) e

Praia Mole (abaixo) E.L.

Z.P.

Page 134: Dia de Santa Catarina - versão digital

134

P.A.

Page 135: Dia de Santa Catarina - versão digital

135

Ilha do Campeche, em Florianópolis

Page 136: Dia de Santa Catarina - versão digital

136

Vale Europeu

No entorno do rio Itajaí-Açu,

muitos imigrantes europeus en-

contraram, no exótico Brasil do

século 19, cenários naturais que

se aproximavam daqueles dei-

xados para trás em suas terras

de origem. Localizado na área

central de Santa Catarina, em

um território que serve como

conexão entre as mais diversas

regiões do Estado, este roteiro

turístico tem como uma de suas

marcas a preservação da me-

mória e dos costumes trazidos

pelos antepassados. O melhor

exemplo disso está em Blume-

nau, que mantém viva no coti-

diano a cultura alemã e a celebra

anualmente com a realização

da Oktoberfest. Outro grande

atrativo para os visitantes são

os caprichos da natureza, que

incluem desde as impressionan-

tes cavernas de Botuverá até a

profusão de rios e cachoeiras

que fazem de Ibirama um dos

palcos mais apreciados pelos

praticantes de esportes radicais.

Nova Trento, a terra de Madre

Paulina, é um dos destinos reli-

giosos mais procurados do país.

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São JoãoBatista

Pouso Redondo Aurora

Vidal Ramos

Imbuia

Chapadãodo Lageado

Petrolândia

Atalanta

Braço doTrombudo

Agronômica

Alfredo Wagner

Terezinha

Salete

Taió

Rio doOeste

Laurentino Lontras

Tijucas

Mirim Doce

Rio doCampo

TrombudoCentral

Leoberto Leal

MajorGercino

PresidenteNereu

Canelinha

Guabiruba

Ascurra

José Boiteux

Dona Emma

Witmarsum

Santa

TimbóBenedito

Novo

ApiúnaIbiramaPresidente

Getúlio

VitorMeireles

Rio do Sul

Ituporanga

Agrolândia

Rodeio

DoutorPedrinho

Pomerode

Rio dosCedros

Nova Trento

Botuverá

Brusque

GasparIndaial Blumenau

Page 137: Dia de Santa Catarina - versão digital

Ao lado: cavernas de Botuverá e culinária típica alemã.Acima: Igreja Matriz de Gaspar. Abaixo: vista noturna de Blumenau

Z.P.

Th.E.

T.E.

Th.E.

137

Page 138: Dia de Santa Catarina - versão digital

138

Encantos do Sul

Neste roteiro turístico, as

belas praias de Garopaba e Im-

bituba – com destaque para a

famosa Praia do Rosa – se unem

à riqueza histórica de Laguna e

à preservação da cultura dos

imigrantes italianos, observada

em cidades como Urussanga e

Nova Veneza, para oferecer um

cardápio irresistível aos visitan-

tes. As atrações não param por

aí, contudo. Em Grão-Pará,

percorrer a estrada da Serra do

Corvo Branco, repleta de cur-

vas fechadas, é uma experiên-

cia de tirar o fôlego. Criciúma,

maior cidade da região, conso-

lida-se como um dos principais

centros de turismo de negócios

do Estado, enquanto Tubarão

se destaca pelas estâncias hi-

drominerais e por preservar sua

história ferroviária, intimamen-

te ligada ao desenvolvimento

do município. Uma atividade

turística que vem ganhando

força e atraindo cada vez mais

adeptos é a observação de ba-

leias-francas, que buscam refú-

gio no litoral Sul catarinense no

período entre julho e setembro.446448

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Maracajá

Morro daFumaça

Sangão

Treze de Maio

Forquilhinha

Siderópolis

LauroMüller

Cocal do Sul

Braço doNorte

Armazém

Grão-Pará

Rio Fortuna

PauloLopes

São Ludgero

Capivari de Baixo

PedrasGrandes

Treviso

Imaruí

Garopaba

Imbituba

Urussanga

Criciúma

NovaVeneza

Jaguaruna

Içara

Orleans

LagunaTubarão

Gravatal

Santa Rosade Lima

São Martinho

Criciúma, a maior cidade do Sul

Z.P.

Page 139: Dia de Santa Catarina - versão digital

139Surfe na Praia do Rosa, em Imbituba

Antiga locomotiva em Tubarão

Z.P.

Z.P.

Page 140: Dia de Santa Catarina - versão digital

140

Caminho dos Cânions

O turismo no extremo Sul

de Santa Catarina é marcado

pelos imponentes cânions da

Fortaleza e do Itaimbezinho, lo-

calizados nos parques nacionais

da Serra Geral e de Aparados da

Serra, respectivamente, entre

os municípios de Praia Grande

(SC) e Cambará do Sul (RS).

Só recentemente a região come-

çou a ganhar estrutura turística,

com a instalação de pousadas

charmosas que tornam ainda

mais agradável a experiência

de visitar esses impressionantes

monumentos naturais. O rotei-

ro inclui também belas praias,

muito frequentadas por turistas

gaúchos, a exemplo de Balneá-

rio Arroio do Silva, Balneário

Gaivota e Morro dos Conven-

tos, em Araranguá.

450

485

449448

448

487285

101483

483

Maracajá

Ermo

Timbédo Sul

MorroGrande

Meleiro

Passo de Torres

São Joãodo Sul

Santa Rosado Sul

Turvo

Balneário Gaivota

Araranguá

BalneárioArroio do Silva

JacintoMachado

Sombrio

PraiaGrande

PORTO ALEGRE

Trilha do Rio do Boi, cânion ItaimbezinhoZ.P.

Page 141: Dia de Santa Catarina - versão digital

141

Aparados da SerraZ.P.

Page 142: Dia de Santa Catarina - versão digital

142

Vale do Contestado

A história desta região é

marcada pela Guerra do Con-

testado (1912-1916), disputa

de terras entre Santa Catarina e

Paraná que teve como elemento

adicional a revolta da popula-

ção cabocla. Caçador, a cida-

de mais populosa do Vale do

Contestado, reúne o principal

acervo relacionado ao conflito

– era na estação ferroviária local

que as tropas governamentais

desembarcavam para combater

a população revoltosa. Entre as

diversificadas atrações turísti-

cas da região estão os pomares

de maçã em Fraiburgo – maior

produtora brasileira da fruta –,

a colônia japonesa de Frei Ro-

gério (estabelecida na década de

1960, com a chegada de oito

famílias), a herança austría-

ca presente em Treze Tílias e a

inusitada história de Itá, cidade

construída na década de 1990

para substituir a antiga Itá,

inundada por uma hidrelétrica.

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302

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Arvoredo

OtacílioCosta

MajorVieira

Bela Vistado Toldo

Irineópolis

Ibicaré

Herval d'Oeste

Zortéa

PresidenteCastello Branco

Lacerdópolis

Peritiba

Alto BelaVista

Ipira

PonteAlta

São Cristóvão do Sul

Três Barras

Cecília

TimbóGrande

Macieira

SaltoVeloso

Iomerê

ArroioTrinta

Catanduvas

AbdonBatista

Luzerna

Vargem

VargemBonita

Jaborá

CelsoRamos

Ouro

Água Doce

Ibiam

Calmon

MatosCosta

Brunópolis

MonteCarlo

Lebon Régis

PonteAlta doNorte

Santa

Paial

Lindóiado Sul

Arabutã

IpumirimXavantina

ErvalVelho

Rio dasAntas

Frei Rogério

PinheiroPreto

Capinzal

Itá

Joaçaba

Tangará

Caçador

FraiburgoVideira

Curitibanos

TrezeTílias

CamposNovos

Irani

Piratuba

Concórdia

PortoUnião

Canoinhas

Seara

P/ União da Vitória l CURITIBA

P/ Lagoa Vermelha(Serra Gaúcha)

Page 143: Dia de Santa Catarina - versão digital

143

Igreja submersa, em ItáZ.P.

Page 144: Dia de Santa Catarina - versão digital

144

Grande Oeste

Este roteiro turístico é per-

feito para quem gosta de des-

cobrir lugares pouco badalados

e quase desconhecidos. São 58

municípios, a maior parte de

pequeno porte, que ainda não

desfrutam de infraestrutura

profissional de turismo, condi-

ção compensada pela recepção

calorosa dada aos visitantes.

Entre as atrações estão as estân-

cias de águas termais em cidades

como Águas de Chapecó, Pal-

mitos e Quilombo – esta conta

até com uma série de piscinas

públicas em sua região cen-

tral. Campings e pesque-pague

são outras tradições do Oeste.

Também vale a pena conferir o

calendário de festas regionais,

que inclui desde celebrações em

homenagem aos antepassados

italianos e alemães até festivais

gastronômicos, com temas es-

pecíficos e variados, que vão da

melancia ao leitão. Chapecó, a

maior cidade da região, é um

centro de eventos e negócios,

com boa infraestrutura voltada

a congressos e convenções.

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466468

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480

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386

480

282

EntreRios

BomJesus

OuroVerde

PassosMaia

PonteSerradaFaxinal

dos Guedes

Cordilheira Alta

Lajeado Grande

Erê

São Bernardino

Novo Horizonte

Jupiá

Galvão

CoronelMartins

Formosa do Sul

Santiago do SulJardinópolis

Quilombo

Marema

do Sul

Modelo

SerraAlta

SaltinhoIratiBom Jesus

do Oeste

Sul Brasil União

do Oeste

Águas Frias

CoronelFreitas

Campo

Cunhataí

CunhaPorã

Romelândia Tigrinhos

Flor doSertão

Iraceminha Pinhalzinho

NovaErechim

NovaItaberaba

PlanaltoAlegre

Caxambu

Santa Terezinhado Progresso

Riqueza

Caibi

Domingos

IpuaçuAbelardo Luz

Xanxerê

Xaxim

Vargeão

Maravilha

Saudades

São Miguelda Boa V is ta

PalmitosSão

Carlos

Águas deChapecó

Guatambu

Chapecó

São Lourenço do Oeste

São

Mondaí

P/ Palmas

P/ Pato BrancoP/ Francisco Beltrão

P/ FredericoWestphalen(Missões)

P/ Nonoai

Page 145: Dia de Santa Catarina - versão digital

145

Sequência de quedas-d’água em Abelardo Luz

Vista noturna de ChapecóR.C.

T.E.

Page 146: Dia de Santa Catarina - versão digital

146

Caminhos da Fronteira

As fronteiras são regiões atí-

picas, marcadas pela dinâmica

nascida do relacionamento en-

tre populações que, apesar da

proximidade geográfica, vivem

separadas por diferentes cultu-

ras, idiomas e realidades eco-

nômicas. Este roteiro turístico

contempla as cidades catarinen-

ses mais próximas da Argenti-

na. São 18 municípios que, em

decorrência do “afunilamento”

do território catarinense em sua

porção Oeste, têm também a

peculiaridade de estarem simul-

taneamente próximos dos Esta-

dos vizinhos do Rio Grande do

Sul e do Paraná. A síntese dessas

múltiplas influências é o Marco

das Três Fronteiras, em Dioní-

sio Cerqueira – onde, esticando

os braços, é possível estar ao

mesmo tempo em território pa-

ranaense e argentino, sem sair

de Santa Catarina. Além da ri-

queza cultural, a região oferece

uma série de belezas naturais –

rios, cachoeiras e grutas – e se

esmera em celebrar a memória

dos colonizadores, a exemplo

dos alemães que fundaram Ita-

piranga e dos poloneses que co-

lonizaram Descanso.

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471

472

471

283

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163

163

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282

Descanso

Helena

Belmonte

Bandeirante

Paraíso

Princesa

Guarujádo Sul

Palma Sola

Anchieta

BarraBonita

Iporã do OesteTunápolis

Santa

Itapiranga

São Migueldo Oeste

Guaraciaba

São Josédo Cedro

DionísioCerqueira

São João do Oeste

P/ Bernardode Irigoyen

P/ Três Passos(Missões)

ARG

ENTI

NA

Page 147: Dia de Santa Catarina - versão digital

147

Acima: plantação de soja em Dionísio Cerqueira.

Ao lado: Igreja Matriz de Guaraciaba

E.M.

E.M.

Page 148: Dia de Santa Catarina - versão digital

148

Serra Catarinense

O frio é a principal carac-

terística da Serra Catarinense,

região que se encontra a aproxi-

madamente 2.000 metros acima

do nível do mar. Mas os mora-

dores da região tiveram o méri-

to de transformar esse atributo

natural, considerado desconfor-

tável por muitos, em uma expe-

riência extremamente agradável

para os visitantes. Certamente

contribuem para isso as boas op-

ções de hospedagem.

A região foi pioneira no país

em turismo rural, com a trans-

formação de fazendas centená-

rias em hotéis. Nesses estabe-

lecimentos, os hóspedes têm a

oportunidade de realizar ativi-

dades típicas da vida rural e des-

frutam de culinária farta e de-

liciosa. A típica cultura serrana

é celebrada a cada inverno pela

realização da Festa do Pinhão,

em Lages. O fluxo de turistas

tem aumentado também fora

do período mais frio, impulsio-

nado pelo interesse despertado

por paisagens deslumbrantes

como a estrada da Serra do Rio

do Rastro, em Bom Jardim da

Serra, ou a Pedra Furada vista

do Morro da Igreja, em Uru-

bici, conhecida também como

reduto de praticantes de espor-

tes radicais. Uma atividade que

vem ganhando força na Serra

Catarinense é a produção de

vinhos finos. Várias vinícolas na

região de São Joaquim perma-

necem abertas à visitação.

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425

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116

282

430

AnitaGaribaldi

OtacílioCosta

Capão AltoCampo Belo

do Sul

PalmeiraSão José do Cerrito

CerroNegro

Painel

AbdonBatista

Bom Jardimda Serra

CorreiaPinto

Bocainado Sul

Rio Rufino

Urubici

São Joaquim

Bom Retiro

Urupema

Lages

(Serra Gaúcha)P/ Vacaria

Page 149: Dia de Santa Catarina - versão digital

149Da gastronomia às paisagens:

atrativos serranos

Z.P.Z.P.

S.F.

P.A.

Page 150: Dia de Santa Catarina - versão digital

150

Z.P.

Page 151: Dia de Santa Catarina - versão digital

151

Rio Canoas, em Urubici, sob o luar

Page 152: Dia de Santa Catarina - versão digital

152

No rumo do futuroOs catarinenses sempre olharam com otimismo para o futuro, mas não permanecem apenas contemplando o horizonte. Arregaçam as mangas e trabalham duro, de sol a sol, para realizar seus projetos e sonhos.

Neste momento de sua his-

tória, o Estado mais uma vez

vislumbra um período de de-

senvolvimento e de grandes

realizações. Boas notícias têm

surgido em todas as áreas – eco-

nomia, infraestrutura, seguran-

ça, saúde, turismo.

A BMW, célebre marca

alemã de veículos, anunciou a

construção de uma fábrica de

carros de luxo em Araquari, no

Norte catarinense. O processo

de escolha do local se estendeu

por quase dois anos e envolveu

várias outras cidades candidatas

no Brasil e em outros países do

continente americano. A em-

presa optou por Araquari em

decorrência de uma soma de

fatores, especialmente as facili-

dades logísticas (com destaque

para a proximidade com os por-

tos de São Francisco do Sul, Ita-

jaí e Navegantes) e o preparo da

mão de obra da região, já muito

industrializada e com experiên-

cia na área metalomecânica.

Os investimentos iniciais

da BMW serão de R$ 530 mi-

lhões, com geração de mais de

1.000 empregos diretos. A esti-

mativa é de que cada um desses

empregos fará nascer outros sete

indiretos, pois a indústria auto-

mobilística é tradicionalmente

aglutinadora – a região deverá

receber uma série de empresas

“satélites”, fornecedoras de pe-

ças e serviços para a montadora.

Grandes corporações que

já atuam no Estado também

estão reforçando seus inves-

timentos. A BrasilFoods am-

pliará a unidade de Videira,

resultando na criação de 1.200

novos empregos e movimen-

tando toda a cadeia produtiva

do agronegócio catarinense. Já

o grupo Whirlpool comunicou

a abertura de 850 novas va-

gas de trabalho para a fábrica

de refrigeradores em Joinville,

a maior do mundo em equi-

pamentos de alta capacidade,

com produção anual de 4 mi-

lhões de unidades e perspectiva

de aumento de 10% com os

novos investimentos.

São iniciativas que tornam

ainda mais dinâmica e diversi-

ficada a economia catarinense,

que sempre se diferenciou por

essas características. Outra mar-

ca do Estado, o desenvolvimen-

to descentralizado, ganha força

ano após ano com a adoção ofi-

cial desse modelo de gestão pelo

governo catarinense, por meio

das Secretarias Regionais.

Para continuarem desfru-

tando da melhor qualidade de

vida do país, os catarinenses

contam com importantes inves-

timentos na área social. O Pacto

por Santa Catarina, um amplo

programa do Governo Esta-

dual, prevê a aplicação de R$ 5

bilhões. Já foram contempladas

as áreas de Segurança Pública,

Justiça e Cidadania, com verbas

destinadas a melhoramentos

nos serviços prestados pelas po-

lícias Civil e Militar, Corpo de

Bombeiros e Instituto Geral de

Perícias, além da construção de

unidades prisionais e socioedu-

cativas. Também a área de Saú-

de, em busca da meta de que

todos os catarinenses possam

Page 153: Dia de Santa Catarina - versão digital

ter atendimento em qualquer

especialidade dentro de um raio

de 100 km da cidade em que

moram. Para cumprir esse obje-

tivo, o programa prevê a cons-

trução de policlínicas em todas

as regiões do Estado.

Santa Catarina trabalha

também para renovar e ampliar

sua infraestrutura. Seus aero-

portos e portos ganham impor-

tância no cenário nacional, ao

mesmo tempo em que as fer-

rovias surgem como alternativa

para o transporte de cargas e o

de passageiros. A rede de teleco-

municações é ampla e moderna.

O saneamento ganhou um im-

portante reforço com a parceria

entre o Governo do Estado e a

Agência Francesa de Desenvol-

vimento, que assegurou investi-

mentos em 12 municípios. As

obras previstas incluem a cons-

trução de dez estações de trata-

mento e 80 estações elevatórias,

além da ampliação em 500 km

das redes de coleta no Estado.

Cerca de 110.000 catarinenses

serão diretamente beneficiados

por esses projetos.

Na área de Turismo, o Es-

tado de Santa Catarina foi

escolhido pelo sexto ano con-

secutivo como o melhor para

se visitar do Brasil, de acordo

com votação dos leitores da

revista Viagem & Turismo, a

principal do segmento no país.

Para desenvolver também o

chamado “turismo do conheci-

mento”, Florianópolis avançou

mais alguns passos no projeto

do Sapiens Parque, um grande

complexo de desenvolvimento

econômico, esportes, cultura e

lazer. Numa área de 4,5 milhões

de m² no bairro de Canasviei-

ras, serão implantados parques

urbanos, áreas de passeio, ciclo-

vias, centros de eventos, teatros,

arenas multiúso e empresas de

serviços e de setores ligados a

vocações da cidade, como tec-

nologia e meio ambiente. O Sa-

piens Parque foi idealizado pela

Fundação Centros de Referên-

cia em Tecnologias Inovadoras

(Certi) e é apoiado pelo Gover-

no do Estado.

É com base nessas e em mui-

tas outras perspectivas que Santa

Catarina vislumbra um futu-

ro feliz e próspero. Um futuro

que se constrói a cada dia, com

muita dedicação e esforço, como

bem sabem os catarinenses.

Z.P.

153

Page 154: Dia de Santa Catarina - versão digital

154

Bibliografia ARAÚJO, Sandra M.; DEPIZ-ZOLATTI, Norberto Verani; PIRES, José Henrique Nu-nes. O cinema em Santa Cata-rina. Florianópolis: Editora da UFSC, 1987.

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trutura Aeroportuária (Infrae-

ro) – www.infraero.gov.br

Federação das Indústrias do Es-

tado de Santa Catarina (Fiesc)

– www.fiesc.com.br

Fundação Catarinense de Cul-

tura (FCC) – www.fcc.sc.gov.br

Governo de Santa Catarina –

www.sc.gov.br

Instituto Brasileiro de Geogra-

fia e Estatística (IBGE) – www.

ibge.gov.br

Instituto de Pesquisa Econômi-

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Ministério das Comunicações –

www.comunicacoes.gov.br

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to, Indústria e Comércio Exte-

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gov.br

Ministério dos Transportes –

www.transportes.gov.br

Programa das Nações Uni-

das para o Desenvolvimento

(Pnud) – www.pnud.org.br

Santa Catarina Turismo (San-

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Secretaria de Portos – www.

portosdobrasil.gov.br

Outras fontes de consulta

Page 156: Dia de Santa Catarina - versão digital

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Créditos de fotos André Freyesleben (A.F.)

Cristiane Fontinha (C.F.)

Danisio Silva/Tempo Editorial (D.S.)

Edu Lyra (E.L.)

Eduardo Marques/Tempo Editorial (E.M.)

James Tavares/Secom Divulgação (J.T.)

Neiva Daltrozo/Secom Divulgação (N.D.)

Nico Esteves/Tempo Editorial (N.E.)

Nilson Bastian/Escola do Teatro Bolshoi Divulgação (N.B.)

Philippe Arruda (P.A.)

Robson Covatti (R.C.)

Sabiá Filmes (S.F.)

Sandro Scheuermann/Prefeitura Municipal de Lages Divulgação (S.S.)

Sergio Vignes/Tempo Editorial (S.V.)

Telli Narcizo/Camerata Florianópolis Divulgação (T.N.)

Tempo Editorial (T.E.)

Thiago Eriksson (Th.E.)

Toninho Vieira/Prefeitura Municipal de Lages Divulgação (T.V.)

Zé Paiva (Z.P.)

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