Deuses e mitos

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AFRODITE

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AFRODITE

Deusa da beleza e do amor Antes que Zeus se tornasse o pai dos deuses, Cronos lutou contra Urano, o antigo deus do Céu. Na luta, caíram ao mar duas gotas de sangue de Urano e formou-se uma espuma à sua volta (que em grego se diz «afros»), de onde nasceu Afrodite, a deusa mais bela, protetora dos apaixonados e responsável por muitas infidelidades, pois do que ela mais gostava era de fazer cair nas redes do amor os deuses e os homens. Ela mesma foi infiel várias vezes, mas houve um episódio especialmente divertido contado pelo grande poeta Homero. Afrodite era esposa de Hefesto, o deus coxo do fogo, mas admirava a valentia e a musculatura de Ares, o cruel deus da guerra. Amava-o tanto que às escondidas e em segredo se reunia com ele nos seus aposentos. Mas o seu esposo, Hefesto era muito inteligente e descobriu os amantes. Assim, teceu uma rede mágica que caiu sobre o casal deixando-os presos. Todos os deuses do Olimpo se aproximaram para se rirem deles, que tiveram de suportar a pior das vergonhas como castigo.

Afrodite corresponde na mitologia romana à deusa Vénus. A sua imagem é conhecida através das estátuas romanas de Afrodite de Cnido e de Afrodite de Arlès, assim como da estátua de Vénus de Milo.

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ARES

Deus da guerra Ares nunca gozou de simpatias nem entre os deuses nem entre os homens porque era o deus da guerra e tinha prazer com o sangue e com a destruição. Geralmente estava acompanhado de deuses menores tão odiosos como ele, como por exemplo o Medo ou a Discórdia. No entanto, os romanos prestaram-lhe um grande culto por ser um deus militar, capaz de inflamar o ânimo dos legionários com a sua valentia. Ares sempre se confrontou com Atena porque ambos eram deuses guerreiros, mas defendiam causas diferentes. A deusa era partidária da justiça, enquanto Ares só pensava no combate e nada mais. Durante a guerra de Troia, Ares defendeu a cidade de Troia, enquanto Atena lutou a favor dos gregos, que venceram, o que significou otriunfo da razão sobre a violência. Ares era filho de Zeus e de Hera. A este deus foi atribuída a utilização do ferro nas armas, o que nesse tempo foi uma revolução para o exército. Os romanos identificaram-no com Marte.

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APOLO

Deus do Sol, da música e da adivinhação Apolo nasceu, juntamente com a sua irmã Ártemis, de uma das infidelidades de Zeus. Era o deus mais luminoso, o que personificava a luz do sol. Era-lhe atribuído o poder da profecia e a ele estava consagrado, o famoso oráculo de Delfos, onde os gregos iam consultar o seu futuro e pedir conselho. Apolo era luminoso em todos os sentidos: era um jovem atlético e formoso, para além de ter grande capacidade artística, pois tocava lira e era também um grande poeta., Contudo, os seus encantos não apaixonaram a ninfa Dafne, que fugia desesperada do deus enquanto este a perseguia, louco de amor. Quando Apolo estava quase a alcançá-la, Dafne pediu ajuda aos deuses. Compadecidos, os deuses transformaram-na num loureiro e Apoio, desconsolado, arrancou algumas folhas da que tinha sido a sua amada e com elas fez uma coroa que a partir daí é o símbolo dos que triunfam na poesia e na arte... Os romanos, por sua vez puseram essa coroa de loureiro na cabeça dos seus imperadores para lhes dar tanto brilho como o deus solar. Os oráculos de Apolo eram transmitidos por uma sacerdotisa, a Pítia. Os romanos tinham como deus correspondente Febo.

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ÁRTEMIS

Deusa da caça Ártemis era a deusa grega dos nascimentos e da fecundidade masculina, quer para os homens quer para os animais. Ártemis era irmã de Apolo. Mas não se parecia nada com ele. Oposta ao deus solar, Ártemis preferia a luz ténue da lua e a solidão dos bosques. Desde muito jovem esta deusa decidiu permanecer virgem e proteger as criaturas do bosque e os caçadores percorrendo os caminhos armada com um arco e flechas. Era também a protetora das Amazonas, uma tribo de mulheres guerreiras. Mas esta deusa da pureza e da solidão podia tornar-se terrível se alguém desrespeitasse as suas normas mesmo que involuntariamente. Foi o que aconteceu a Acteón, quando entrou num vale consagrado à deusa onde, nesse preciso momento, Ártemis tomava banho juntamente com o seu séquito de ninfas. Ao ver a incrível beleza da deusa nua, Acteón ficou a olhar fascinado e Ártemis, ofendida e envergonhada, castigou-o transformando-o num veado que veio a ser caçado pelos seus próprios cães. Os romanos identificaram Ártemis com a deusa Diana.

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SÍSIFO

Sísifo, rei da Tessália e de Enarete, era o filho de Éolo. Tinha a reputação de ser o mais habilidoso e esperto dos homens e por esta razão dizia-se que era pai de Ulisses. Sísifo despertou a ira de Zeus quando contou ao deus dos rios, Asopo, que Zeus tinha sequestrado a sua filha Egina. Zeus mandou o deus da morte, Tanatos, perseguir Sísifo, mas este conseguiu enganá-lo e prender Tanatos. A prisão de Tanatos impedia que os mortos pudessem alcançar o Reino das Trevas, tendo sido necessário que fosse libertado por Ares. Foi então que Sísifo, não podendo escapar ao seu destino de morte, instruiu a sua mulher a não lhe prestar exéquias fúnebres. Quando chegou ao mundo dos mortos, queixou-se a Hades, soberano do reino das sombras, da negligência da sua mulher e pediu-lhe para voltar ao mundo dos vivos apenas por um curto período, para a castigar. Hades deu-lhe permissão para regressar, mas quando Sísifo voltou ao mundo dos vivos, não quis mais voltar ao mundo dos mortos.Por fim, Zeus conseguiu capturá-lo e, por ter enganado e despertado a ira dos deuses, foi condenado a passar a eternidade empurrando uma pedra até o cume de uma montanha. No entanto, sempre que a pedra estava prestes a chegar ao seu objetivo, rolava montanha abaixo e Sísifo tinha que voltar a executar o trabalho todo novamente. A partir deste episódio, atualmente, quando alguém diz que tem um "trabalho de Sísifo" é porque possui uma tarefa impossível ou interminável para cumprir.

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ÍCARO

O jovem Ícaro é filho de Dédalo, famoso inventor grego, responsável pela criação do labirinto de Creta, que abrigava o temível Minotauro. Dédalo ajudou Ariadne a tirar Teseu de dentro do labirinto de Creta, logo após este derrotar o Minotauro. Ao saber de sua traição, o rei Minos tornou-o prisioneiro, junto com seu filho Ícaro. Dédalo pensava num modo de escapar da prisão, junto com seu filho. Percebeu que não teria como fugir nem por terra nem pelo mar, pois ambos eram dominados pelo rei Minos. Começou então a reunir as penas que caíam dos pássaros que sobrevoavam a prisão e com elas pretendia construir asas, pois apenas os céus não estavam sob o domínio do rei. Laboriosamente fez dois pares de asas, unindo as penas com cera de abelha. E quando estavam prontas, entregou um par ao seu filho Ícaro, com a instrução precisa de que, em seu voo, tinha que ter cuidado em não voar muito alto, pois o calor do sol derreteria a cera, nem muito baixo, pois a humidade do oceano faria com que as penas pesassem demasiadamente, a tal ponto de não conseguirem manter-se no ar. Dédalo voou conforme suas próprias recomendações e conseguiu escapar da prisão. Ícaro, no entanto, fascinado com a possibilidade de voar, foi subindo até um ponto em que a cera de abelha derreteu e as asas desfizeram-se, o que culminou na sua morte no oceano.

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AQUILES

Como relatou Homero na Odisseia, Aquiles era o mais valoroso de todos os guerreiros gregos e distinguiu-se pela sua coragem na Guerra de Troia. Filho de Tétis, deusa do mar, e de Peleu, rei dos Mirmídones, na Tessália, Aquiles foi criado pelo centauro Quíron. Ainda em criança, sua mãe Tétis mergulhou-o nas águas do rio Estige para lhe dar imortalidade mas, como o segurou pelo calcanhar, esta parte do seu corpo ficou vulnerável. Este jovem herói participou em muitas batalhas durante a Guerra de Troia, conquistando doze cidades, mas quando o rei Agamémnon de Micenas raptou a sua amada, a virgem Briseida, Aquiles retirou os Mirmidónes da batalha e recolheu-se, desgostoso, na sua tenda. Os Troianos, animados pela sua ausência, atacaram os Gregos, fazendo-os retirar. Foi então que o seu amigo Pátrocles implorou a Aquiles que lhe emprestasse a armadura e que o deixasse conduzir os Mirmidónes, no que Aquiles consentiu. Pátrocles foi morto pelo príncipe troiano Heitor, e Aquiles voltou à batalha para vingar o amigo, matando Heitor. Depois liderou os Gregos para mais um ataque às muralhas de Troia, sendo atingido mortalmente por Páris, irmão de Heitor, com uma seta, que, guiada por Apolo, atingiu o calcanhar de Aquiles.

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ATENA

Deusa da sabedoria O nascimento de Atena é um dos mais extraordinários do Olimpo: um dia, doía a cabeça ao rei dos deuses e este pediu a Hefesto que lhe desse com um machado na cabeça. Da ferida que fez na cabeça saiu a deusa Atena, completamente armada com a sua couraça, o seu escudo, a sua lança e o seu capacete. Mas embora fosse uma deusa guerreira, no seu coração puro não havia lugar nem para a ira nem para o ódio. Pelo contrário, Atena era uma deusa sábia, justa e muito inteligente. Foi por exemplo, capaz de vencer o grande Poseidon, com o qual disputou a cidade de Cécrops. Na sua competição, cada qual fez uma oferta à cidade: Poseidon deu uma pancada numa rocha e dela começou a brotar água, mas Atena bateu com o pé no solo e ali nasceu uma oliveira que a partir de então é a árvore da paz. A cidade passou a chamar-se Atenas e por ser consagrada a Atena, e o Partenon foi construído em sua honra. Atena era filha de Zeus. Era a deusa mais benéfica para os homens, pois inventou a escrita, a pintura e a arte do bordado, para além de intervir nas guerras sempre com a justiça e prudência. Nos romanos corresponde a Minerva.

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HEFESTO

Deus do fogo e da metalurgia Hefesto era filho de Zeus e de Hera, por isso devia ser um sucessor digno dos dois deuses tão importantes, mas ao nascer aperceberam-se de que ele tinha uma deformidade nas pernas, muito débeis e torcidas. Zangados, os pais atiraram-no para fora do Olimpo e Hefesto caiu na ilha de Lemnos, onde cresceu. É verdade que as suas pernas eram frágeis e feias, mas os seus braços eram muito fortes porque este deus passava os dias a trabalhar numa forja, onde, ajudado pelo fogo, dobrava o ferro ou qualquer outro metal e o transformava numa obra de arte. O deus Hefesto tinha um grande desgosto por os seus pais o terem rejeitado, por isso vingou-se, oferecendo à sua mãe um trono de ouro com um especto maravilhoso, mas que prendia quem nele se sentasse. Por fim, vendo a admiração e o arrependimento sincero dos pais, Hefesto libertou a mãe e Zeus concedeu-lhe Afrodite como esposa, de maneira que o deus mais feio do Olimpo acabou por se casar com a deusa da beleza.

Hefesto era na mitologia romana Vulcano.

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HERA

Esposa de Zeus Hera foi resgatada por Zeus do interior de Cronos. Talvez fiquem surpreendidos por uma irmã e um irmão se poderem casar. Mas naqueles tempos tão longínquos, em que ainda se estava a formar o mundo e tratando-se além disso de deuses, era um costume permitido. Hera foi sempre uma esposa exemplar e fiel ao seu marido (embora não possamos dizer que ele fizesse o mesmo). Na verdade, ela ficava muito zangada com as constantes traições de Zeus. Para que possam compreender como ela era perigosa quando ficava ciumenta, vou contar-vos o mito de lo. Um certo dia, Zeus apaixonou-se por uma lindíssima ninfa chamada lo. A pobre rapariga fugia do deus e, para evitar que ela fugisse, Zeus transformou-a numa vaca. Hera ficou a saber que o seu marido galanteava lo e decidiu vingar-se: pediu ao rei dos deuses que lhe desse aquela vaca tão bela. Como Zeus não se podia denunciar, teve de lha dar e assim lo foi castigada pela deusa, que enviou atrás dela um moscardo para que a picasse constantemente. lo percorreu terras e mares para fugir do inseto, até que por fim, completamente exausta, Zeus teve pena dela e voltou a transformá-la numa mulher. Hera, irmã e esposa de Zeus, era rainha dos deuses e dos homens, protetora da família e das mulheres casadas. Os romanos identificaram-na como Juno.

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HERMES

Mensageiro dos deuses Hermes era outro filho ilegítimo de Zeus. Desde muito pequeno demonstrou ter um carácter brincalhão, travesso e ardiloso, roubando a espada a Ares, o tridente a Poseidon e o ceptro ao próprio Zeus... Era o verdadeiro deus dos ladrões. Tanto atrevimento fez com que os deuses se aborrecessem com ele por algum tempo e o mandassem para fora do Olimp., Hermes foi cair na Tessália, de onde roubou um rebanho de bois ao deus Apolo, e escondeu-o com tanta subtileza que o próprio deus da adivinhação não conseguia dar com ele. Por cuidar de bois, foi chamado deus dos pastores. Apolo perdoou ao pequeno Hermes e, agradecido, este ofereceu-lhe uma lira. Apolo correspondeu oferecendo-lhe um ramo que tinha o poder de reconciliar os que eram inimigos. Para o demonstrar Hermes utilizou o ramo com duas serpentes, que ficaram enlaçadas para sempre e são o símbolo deste deus. Hermes tinha tantas capacidades que passou também a ser o deus dos atletas, o deus dos oradores e o do comércio, pois inventou as medidas e os pesos. Por ser tão rápido, Zeus nomeou-o mensageiro dos deuses e ofereceu-lhe umas sandálias com asas para fazer com rapidez todas as coisas de que se encarregava. Para os romanos era o deus Mercúrio.

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MIDAS

Rei da Frígia Midas era o rei da Frígia, um homem vaidoso e cheio de cobiça, apesar das muitas riquezas. Além disso, gostava muito de vinho e das festas e por isso era muito amigo do deus Dionísio. Um dia, o deus prometeu dar-lhe o dom que Midas mais desejasse neste mundo. O rei avarento pediu então o dom de transformar tudo o que tocasse em ouro e o deus concedeu-lho. Então Midas tocou na porta e imediatamente a porta se transformou em ouro puro. Louco de contentamento, mal roçou nas cortinas e estas transformaram-se em ouro maciço e assim cada objeto em que pusesse a mão acabava transformado em ouro. Mas quando Midasfoi comer apercebeu-se da sua insensatez: não podia levar nenhum alimento à boca, porque a comida em que tocava passava a ser de ouro. Midas pôs-se então a suplicar a Dionísio que o ajudasse e o deus, ao ver que o rei tinha aprendido a lição, recomendou-lhe que se lavasse no rio Pactolo, que a partir daí arrastava na sua torrente pepitas de ouro. De acordo com outra lenda, Midas foi eleito juiz num concurso musical entre Mársias e Apolo. Ao escolher a flauta do sátiro em vez da lira do deus, este fez com que lhe crescessem umas orelhas de burro.

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MINOTAURO

O monstro de Creta O rei de Creta, Minos, colonizou muitas ilhas do mar Egeu criando uma civilização próspera. Mas a desgraça ameaçou irremediavelmente a sua família.Poseidon enviou-lhe um touro branco para que fosse sacrificado em seu nome, mas Minos recusou a fazer tal sacrifício. Poseidon, encolerizado, fez com que a mulher de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo touro, e dessa união monstruosa nascesse o Minotauro, um ser metade humano e metade touro. Era além disso extraordinariamente violento e vivia num labirinto especialmente construído para ele. Naquele tempo, Atenas tinha de pagar um tributo cruel ao rei Minos: todos os anos devia enviar sete rapazes e sete donzelas que servissem de alimento ao terrível Minotauro, pois ninguém era capaz de entrar no labirinto e matar o monstro e era ainda muito mais difícil encontrar rapidamente a saída. Mas, numa certa ocasião, chegou a Creta o herói Teseu, por quem Ariadne, a filha do rei de Minos, estava apaixonada, e porisso ajudou-o dando-lhe um novelo de lã para que fosse soltando o fio e assim pudesse marcar o caminho. Graças à sua ajuda, Teseu encontrou o Minotauro e matou-o, podendo sair depois do labirinto seguindo o rasto da lã.

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NARCISO

O castigo da arrogância Narciso era um homem belíssimo, mas era também um jovem egoísta e cruel com os outros. Quem mais sofreu o desprezo de Narciso foi a ninfa Eco. Esta rapariga não tinha a faculdade da fala e apenas podia repetir as últimas palavras que ouvia, por isso, quando viu Narciso, seguiu-o em silêncio, mas ele apercebeu-se e ao ver que ela se escondia, perguntou-lhe: - És uma mulher? - … Mulher - foi a única coisa que Eco conseguiu responder. Narciso gostava de atrair os outros e depois desprezá-los, por isso falou carinhosamente com ela e quando esta ficou apaixonada, afastou-se rindo dela. A pobre ninfa ficou triste, mas Narciso foi castigado: alguns passos depois chegou ao rio e inclinou-se para beber. Viu pela primeira vez a sua própria imagem refletida nas águas e apaixonou-se por si próprio de tal maneira que não se quis mover dali e assim, morreu de fome enquanto contemplava um amor inatingível. Outra lenda afirma que o adivinho Tirésias tinha predito à mãe de Narciso o fim do seu filho na altura do nascimento, pois previu que Narciso morreria no momento em que visse a sua imagem refletida. No lugar onde o seu corpo caiu cresceu uma linda flor branca que honrou o seu nome e a sua beleza.

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POSEIDON

Deus dos mares Apesar da beleza que o rodeava, Poseidon não era um deus muito belo: tinha urnas barbas e uns cabelos que o faziam parecer mais velho e a sua pele fazia lembrar a dos peixes pela cor e pela viscosidade. Por este motivo, quando o deus dos mares se apaixonou pela ninfa Anfitrite, a bela rapariga recusou casar com ele. Cheio de pena, Poseidon enviou um dos seus encantadores golfinhos, que acabou por convencer a jovem a ser sua esposa e também a rainha dos mares. Apesar do seu grande amor por Anfitrite, Poseidon teve romances com outras mulheres sobretudo com ninfas das nascentes e das fontes. Além disso, teve sempre filhos estranhos como o ciclope com um só olho chamado Polifemo ou o famoso cavalo com asas chamado Pégaso. Poseidon era outro irmão de Zeus, o que governava com o seu tridente as águas do mar e costumava percorrer os seus domínios num carro faustoso rodeado de golfinhos, que davam saltos para agradar ao deus. Poseidón é correspondente ao deus Neptuno dos romanos.

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PROMETEU

O ladrão do fogo Prometeu era um Titã, isto é, descendente das primitivas e mais remotas divindades que se confrontaram com os deuses do Olimpo. Mas Prometeu era especial e queria muito ajudar os homens, por isso roubou o fogo ao deus Zeus para o entregar aos homens e assim ajudar na sua civilização. Zeus ficou muitíssimo zangado e vingou-se enviando Pandora, uma mulher muito bonita que trazia uma caixa no interior da qual estavam todas as desgraças que a partir daí afligem os homens: a guerra, o ódio, a morte, o medo... Foi esse o castigo dos homens pela sua soberba, mas também castigou Prometeu pelo seu atrevimento: mandou que o prendessem a uma rocha, onde e todos os dias uma águia lhe comia as entranhas, que lhe voltavam a crescer durante a noite para serem devoradas no dia seguinte. Felizmente Héracles libertou-o daquele tormento. A Eva grega foi criada pelo deus Hefesto por ordem de Zeus como castigo para os homens. Hefesto moldou--a com barro e lágrimas (símbolo da dor que haveria de causar aos homens). Cada deus do Olimpo ofereceu-lhe um dom, de onde nasceu o seu nome: Pandora, que significa «Todos os dons».

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ZEUS

Rei dos deuses Zeus considerava-se o rei dos deuses e dos homens e o seu símbolo era o raio, que podia lançar contra os seus inimigos. A verdade é que teve uma infância difícil, pois o seu pai, Cronos, tinha tanto medo de ser destronado por um filho que quando algum nascia devorava-o. Mas Zeus teve muita sorte: a sua mãe, Rea, enganou Cronos e deu-lhe uma pedra envolta em fraldas dizendo que era o seu filho. Cronos comeu a pedra sem se aperceber e Rea conseguiu deixar o menino ao cuidado de umas ninfas. Quando Zeus cresceu, lutou contra o pai numa terrível batalha da qual saiu vencedor e assim pôde libertar os outros irmãos (exatamente os que Cronos tinha devorado, porque os deuses são imortais). Então Zeus dividiu o reino com os seus irmãos. Mas falaremos deles mais tarde. De Zeus conta-se que era um sedutor inveterado e que teve muitíssimas histórias de amor com outras deusas e até com mulheres mortais. A sua esposa, que era sua irmã, Hera, ficava desesperada de cada vez que Zeus tinha um filho com outra mulher, mas o rei dos deuses protegia sempre cada um dos seus filhos. Deus do céu e senhor dos deuses, Zeus fazia com que reinasse na terra a ordem e ajustiça. Os romanos adotaram-no com o nome de Júpiter.

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DEMÉTER

Deusa da agricultura Divindade da terra fecunda, os mistérios de Deméter celebravam-se no seu santuário de Elêusis. Os romanos identificaram-na com a deusa Ceres. Deméter era irmã de Zeus e, tal como outros deuses, foi libertada do estômago de Cronos. Esta deusa é sempre representada com uma coroa de espigas e com uma papoila na mão, pois é a protetora das colheitas de cereais e ensinou aos homens a cultura do trigo. Deméter só tinha urna filha, chamada Perséfone, por quem tinha um grande carinho. Um dia, Hades, o rei dos infernos, viu a rapariga e esta pareceu-lhe tão bonita que ficou de tal modo apaixonado por ela que abriu a terra e levou-a consigo. Deméter agiu então como uma mãe desesperada e procurou a sua filha durante muitos dias e noites. Quando descobriu onde ela estava, desceu aos infernos descuidando os seus deveres de deusa, e por isso, a terra ficouseca e estéril, sem flores nem frutos. Zeus viu que os homens precisavam de colheitas e pediu a Hades que devolvesse Perséfone. A partir desse momento, a rapariga passa oito meses do ano com a mãe e a terra floresce com a sua alegria, mas tem de estar quatro meses com Hades, seu marido, e nessa altura a terra fica deserta e sem vida, momento a que os mortais chamam inverno.

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HÉSTIA

Deusa do lar Héstia era a irmã mais velha de Zeus, outra das deusas libertadas do estômago de Cronos. O carácter desta deusa defensora do fogo do lar era muito tranquilo e uma vez que o seu mundo estava entre as quatro paredes das casas protegendo os seus habitantes e fazendo com que reinasse a harmonia no lar, quase não aparece em mitos ou em lendas. Por isso também esta deusa era representada com uma humilde túnica que lhe cobria a cabeça. Héstia é a personificação da Mãe Terra, que, com o seu calor, mantém a vida e dá origem aos frutos. O seu carácter de pureza, raro nos mitos gregos, pode representar a santidade da terra, que, apesar das imundícies que recebe, é fonte de purificação para o mundo. Os romanos por sua vez deram muita importância a Héstia, à qual chamavam Vesta, e havia uma grande quantidade de templos a ela consagrados e guardados por sacerdotisas chamadas vestais. Era muito difícil chegar a ser vestal: deviam ser raparigas sem qualquer defeito físico, muito belas, e além disso tinham de fazer voto de castidade permanente. Em contrapartida, eram respeitadas até pelos magistrados, que se afastavam e se inclinavam para as deixarem passar. Eram encarregadas de manter sempre aceso o fogo sagrado que representava a perpetuidade do império Romano.

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DIONISO

Deus do vinho Quando Zeus se apaixonou por Sémele, Hera aproximou-se da mulher e disse-lhe que o grande deus só lhe provaria o seu amor se se apresentasse perante ela com todo o seu esplendor. A pobre jovem acreditou no que Hera lhe disse e pediu a Zeusque aparecesse com toda a sua majestade. Assim, o rei apresentou-se tão brilhante com os seus raios que fulminou Sémele, mas Zeus conseguiu salvar o filho que ela trazia nas entranhas metendo-o entre a pele de uma coxa até passarem os nove meses de gestação. O pequeno Deus era Dioniso e foi criado pelos faunos. Este deus era alegre e boémio, deus da vegetação, da videira e do vinho, e gostava de dançar e das festas. Dionísio era um deus complacente, mas numa certa ocasião aborreceu-se com algumas mulheres que não queriam prestar-lhe culto e celebrar a sua festa. Para se vingar, enlouqueceu essas mulheres, chamadas Bacantes, que acabaram por vaguear pelas florestas, despenteadas e desorientadas, dançando uma dança sem fim em honra de Dionísio. O culto a Dioniso contribuiu para o desenvolvimento da tragédia e da arte lírica. Também chamado Bakkhos pelos gregos, os romanos transformaram-no no deus Baco.

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HADES

Deus do inferno Hades era o irmão mais novo de Zeus, por isso, quando o mundo foi dividido, calhou-lhe a parte mais escura e triste: o mundo subterrâneo dos infernos, lugar escuro e funesto habitado por sombras. Aquele deus tinha um carácter cruel e feroz, tal como o vigilante das portas do inferno: um cão de três cabeças e cauda de dragão chamado Cérbero, que impedia os vivos de entrar e não deixava sair os mortos. No entanto, esta regra teve algumas exceções: Perséfone, por exemplo, passava quatro meses no inferno s e oito na terra. Alguns heróis, como Héracles e Odisseu, desceram aos infernos e conseguiram sair dali. Orfeu, um poeta e músico casado com a bela ninfa Eurídice, também o fez. Para desgosto de Orfeu, um dia Eurídice morreu, mas ele desceu aos infernos para pedir que ela regressasse viva. As suas poesias e canções eram tão belas que até Hades se comoveu e deixou que Eurídice fosse levada por Orfeu na condição de que ele não voltasse a cabeça para olhar uma única vez até ter saído do inferno. Orfeu não conseguiu resistir à curiosidade e voltou-se, perdendo assim a sua amada Eurídice, desta vez para sempre. Embora não houvesse prece que o aplacasse, Hades não era um deus maligno. A sua versão romana, Plutão («o rico»), era mais suave porque se considerava que era ele que proporcionava as riquezas do mundo. Nos infernos julgava-se a vida dos que tinham morrido e em função da vida decidia-se o seu destino: o Eliseu para as almas boas ou o Tártaro para as almas más.

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EROS Deus do amor Inicialmente dizia-se que era filho de Caos e que incarnava a harmonia e a criatividade, mas logo se considerou que era filho de Afrodite e passou a ser visto como um jovem apaixonado que andava sempre acompanhado por Hímero (o desejo). Eros tinha um irmão gémeo, Anteros, deus do amor correspondido, representado como um jovem que cresce quando estava ao lado de Eros e que se a transforma num menino pequeno quando não está com ele. Quando nasceu, Zeus, conhecedor das suas artes de sedução e das suas mentiras, ordenou a Afrodite que o fizesse desaparecer. A deusa escondeu-o nas florestas, onde foi amamentado por leões e tigres. Quando cresceu, construiu um arco e algumas fechas de madeira para si próprio e treinou-se disparando contra os animais. Eros tinha asas para dar a entender que a paixão amorosa não dura muito e é volátil.Além disso, tinha os olhos vendados, pois diz-se que o amor é cego e que os apaixonados nunca veem defeitos naquele que é objeto do seu amor. Eros andava armado com um arco e algumas flechas mágicas de ouro e todo aquele que fosse ferido por elas ficava profundamente apaixonado, mas também possuía flechas de chumbo, que eram portadoras do ódio. Entretinha-se a disparar as suas flechas contra os deuses ou contra os mortais, fazendo-os sofrer de mal de amores em muitas ocasiões - como aconteceu a Apolo com a formosa Dafne -, embora também simbolizasse a paixão pura que concede a felicidade. Este deus é mais conhecido com o seu nome romano, Cupido. Os romanos representaram--no como um menino travesso, brincalhão e mentiroso.

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HÉRACLES

O poder da força Héracles era filho de Zeus com uma mortal e, portanto, era considerado um semideus. Este herói tinha uma força sobre-humana, de tal modo que se adornava com a pele de um leão que tinha matado com as próprias mãos. Media quatro côvados, isto é, dois metros bem medidos. Não existia nenhuma façanha ou proeza que Héracles não conseguisse ultrapassar, entre elas os famosos doze trabalhos, dos quais contaremos um episódio. Em certa ocasião, Héracles foi encarregue de conseguir o cinturão da rainha das Amazonas, chamada Hipólita. As Amazonas eram uma tribo de mulheres guerreiras filhas de Ares, o deus da guerra. Sobressaíam pela sua coragem e pela sua força, pelo seu bom manuseamento do arco e por serem cavaleiras experientes. Além disso, caracterizavam-se pelo seu ódio aos homens, de modo que matavam os seus filhos varões e só educavam na luta as meninas. Héracles entrou em guerra contra as hostis Amazonas matando muitas delas e conseguiu prender Hipólita tirando-lhe à força o cinturão, que era o símbolo do seu poder. Os doze trabalhos de Hércules (nome latino de Héracles) proporcionaram-lhe uma enorme fama no mundo grego, mas participou em muitas outras aventuras arriscadas, a maior parte delas iniciadas com o desejo de acabar com a tirania e os crimes do mundo.

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ODISSEU

O guerreiro astuto A guerra entre Troia e a Grécia já durava há dez anos e parecia nunca mais ter fim, quando o grande herói Odisseu teve urna ideia: fariam com que os troianos acreditassem que se rendiam e deixar-lhes-iam, como se fosse urna oferta à deusa Atena, um enorme cavalo de madeira. Mas o cavalo era urna armadilha, porque Odisseu mandou construir esse cavalo de madeira oca por dentro e com uma portinhola camuflada para que no seu interior se pudessem esconder os melhores soldados do seu exército. Assim o fizeram e os troianos, pensando que tinham ganho a guerra e que os gregos se tinham retirado, meteram o cavalo na cidade e fizeram uma magnífica festa onde comeram e beberam mais do que a conta. A meio da noite, quando os troianos dormiam, os soldados gregos saíram do interior do cavalo e tomaram a cidade. Assim terminou esta longa guerra, demonstrando que o engenho é mais útil do que a força. Odisseu é o protagonista do poema épico A Odisseia, de Homero, que narra as aventuras e desventuras de Ulisses desde a guerra de Troia até ao seu regresso, anos depois, a sua casa em Ítaca, para junto de sua mulher Penélope e de seu filho Telémaco. O nome latino de Odisseu é Ulisses.

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ARACNE

O castigo da vaidade Aracne era uma jovem bordadeira da cidade de Colofón. Tinha muita habilidade para a costura e era considerada das melhores, mas era também demasiado soberba e orgulhosa: tanto que um dia, diante de todos achou que era melhor tecelã do que a própria deusa Atena. Então a deusa apresentou-se diante dos mortais e Aracne desafiou-a para uma competição para ver qual delas bordava melhor. O bordado de Atena representava os deuses do Olimpo em todo o seu esplendor, mas Aracne, embora o tivesse feito com mestria, apresentou um quadro onde os deuses eram ridicularizados, o que provocou a ira da deusa, que, nesse instante, transformou a jovem orgulhosa numa aranha, que, desde essa data, borda sem descanso a sua teia. Esta fábula inspirou o pintor Velázquez para o seu famoso quadro «As Fiandeiras».

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ORFEU

Na mitologia Grega, Orfeu, além de poeta, era músico e cantor. Cantava e tocava tão bem que até mesmo os animais, as rochas e as árvores dançavam suas músicas. Era filho de Calíope, musa da poesia épica, e do deus Apolo. Foi Apolo quem deu a Orfeu a sua primeira lira, o instrumento musical que ele sempre levava consigo. Perdidamente apaixonados, Orfeu e Eurídice resolveram casar-se, no entanto, pouco antes do casamento, Eurídice foi mordida por uma cobra, ao tentar fugir de um admirador e morreu. Profundamente triste, Orfeu resolveu descer ao mundo de mortos e pedir a Hades, deus dos mortos, e sua esposa Perséfone, o regresso da sua amada. Comovidos com a história e extasiados com sua música de sua lira, ambos resolveram devolvê-la com uma condição: que não olhasse para ela até chegarem ao mundo superior. Ao sair do mundo dos mortos, e desconfiado do acordo com o deus do mundo inferior, resolveu olhar para trás e conferir se a sua amada o seguia. Ao desobedecer a Hades e Perséfone, Eurídice foi levada ao mundo dos mortos, sem previsão de volta. Com uma tristeza profunda, Orfeu ficou deaambulando durante dias sem comer e beber. Depressivo, resolveu nunca mais amar nenhuma mulher, o que levou a fúria das ménades (bacantes) que tentavam conquistá-lo. Reza a lenda que Orfeu foi sepultado junto do monte Olimpo e ali, onde jaziam os seus restos mortais, os rouxinóis entoaram belas canções.

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PANDORA

Zeus estava muito zangado com as pessoas, que viviam tão felizes com o fogo que Prometeu lhes dera. E decidiu castigá-las. Pediu aos outros deuses que o ajudassem a fazer uma mulher especial. Quando terminaram, ela era muito bonita: era inteligente e sabia tocar música maravilhosamente. Zeus deu-lhe o nome de Pandora. Pandora casou com Epimeteu e Zeus deu-lhes uma caixa fechada à chave e bem amarrada. – Levem esta caixa e mantenham-na num local seguro. Devo avisar-vos – disse Zeus – de que nunca a devem abrir. Pandora era muito feliz com o seu novo marido. O mundo era maravilhoso. Mas Pandora sentia curiosidade em relação à caixa fechada e, quanto mais pensava nisso, mais queria saber o que ela continha e um dia, depois decidiu abri-la. Quebrou o cadeado com uma ferramenta. Em seguida, mal ousando respirar, levantou a tampa devagarinho. Antes que pudesse olhar lá para dentro, ouviu-se um barulho horrível de pranto. Pandora deu um salto para trás, aterrorizada. Da caixa saía, em torrente, todo o tipo de coisas horríveis. Havia ódio e inveja, crueldade e raiva, fome e pobreza, dor e doença, velhice e morte. Pandora tentou fechar a tampa, mas era tarde de mais. Depois, uma última coisa, muito pequena e bonita, saiu da caixa. Era a esperança. Agora as pessoas sofreriam todos os tipos de coisas horríveis, mas, porque tinham esperança, nunca desesperariam.

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CRONOS

Deus dos Titãs e Rei do Tempo

Cronos na mitologia grega, é o mais jovem dos titãs, filho de Urano, o céu estrelado, e Gaia, a terra. Cronos era o rei dos titãs e o grande deus do tempo. A pedido de sua mãe tornou-se o senhor do céu, castrando o pai com um golpe de foice. Cronos casou com a sua irmã Reia, que lhe deu seis filhos: três mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três homens, Hades, Posídon e Zeus. Como tinha medo de ser destronado por causa de uma maldição de um oráculo, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos, exceto Zeus, que Reia conseguiu salvar enganando Cronos ao enrolar uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca. Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse feito o apoio de Métis - a Prudência. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado. Então Zeus tornou-se senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da mitologia grega, ao banir os titãs para o Tártaroe afastar o pai do trono. Zeus prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.

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POLIFEMO

Os ciclopes são gigantes imortais com um só olho no meio da testa. Um dos ciclopes importantes na mitologia grega foi Polifemo. A vida pacata de Polifemo foi interrompida quando Odisseu (Ulisses, na mitologia romana) e seus homens desembarcam na terra dos ciclopes procurando comida durante a viagem de Troia de volta para casa. Odisseu e os seus companheiros entraram no antro de Polifemo procurando comida e bebidas, não sabendo que se tratava do local onde o ciclope dormia e guardava as suas ovelhas. Quando Polifemo regressa, fecha a caverna com uma rocha enorme, aprisionando os marinheiros. Ofegantes, frente à figura do gigante de um olho só no meio da testa, eles revelam a sua presença. O ciclope agarra dois homens e devora-os, continuando a devorar dois homens de cada vez. Odisseu, então, arranja um plano para todos escaparem e oferece vinho a Polifemo, que pergunta quem lhe oferece a bebida, ao que Odisseu responde: "Foi Ninguém". Quando Polifemo adormece devido à bebida, Odisseu e seus homens afiam uma vara e espetam-na no olho do ciclope, cegando-o. No dia seguinte, Polifemo abre a caverna para deixar sair as ovelhas, verificando com o tato se são realmente ovelhas ou os prisioneiros. Porém, estes escondem-se, segurando-se por baixo das ovelhas, conseguindo escapar. Polifemo, ao aperceber-se da fuga, grita que "Ninguém o tinha cegado" aos seus companheiros ciclopes, mas estes ignoram-no. O ciclope furioso pede a seu pai Poseidon que se vingue de Odisseu, amaldiçoando os gregos. Poseidon atende, atormentando Odisseu durante o resto da viagem até casa.

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PIGMALIÃO E GALATEIA

Pigmalião era rei do Chipre e um hábil escultor. Os seus namoros com as mulheres cipriotas levantaram vários problemas, pois escolhia sempre as mulheres erradas. Via tantos defeitos e indecências nessas mulheres que começou a abominá-las. Sentindo-se muito deprimido decidiu que nunca se iria casar e optou por viver isolado e imerso no seu trabalho de escultor. Passou a dedicar todo o seu tempo livre a talhar e, como não era insensível à beleza feminina, usando habilidades requintadas, esculpiu uma figura feminina em marfim, a mulher ideal, para lhe fazer companhia. A figura esculpida era de uma beleza tão grande e parecia tão viva, que Pigmalião se apaixonou pela sua criação – Galateia. Pigmalião estava totalmente envolvido pela estátua, dando-lhes presentes, colocando anéis nos seus dedos, colares, joias, belas roupas, assim, como também cercava de carinhos, beijos, carícias aquela que era agora sua esposa, embora não se conformasse que aquela beleza fosse apenas de marfim e o facto de ser uma imagem sem vida entristecia cada vez mais o artista. Depois de passar dias admirando a obra, sem comer, dormir ou beber, ele implorou a sua morte, mas tal não aconteceu. A deusa Afrodite teve muita pena dele e comovida com o amor de Pigmalião, não encontrando na terra mulher semelhante à Galateia, concedeu vida à estátua. Um dia, quando toca a estátua e a beija, Pigmalião percebe que agora ela tem vida, seus dedos tocavam uma pele macia e quente, e seus lábios beijavam lábios vivos. Quando a estátua, agora uma mulher de verdade, sente os beijos do amado, fica ruborizada, abre os olhos e vê diante de si um homem que a ama e imediatamente lhe corresponde. Com a bênção de Afrodite, Pigmalião e Galateia casaram-se e viveram felizes para sempre.