Determinismo Tecnológico
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HUMBERTO SOUZA (UFPR)
1. FUTURO/PRESENTE x PASSADO
2. DETERMINISMO TECNOLÓGICO
– POPULISTAS E CONSERVADORES (RÜDIGER, 2011)
3. PERSPECTIVA CRÍTICA
– PELA CULTURA (BAUMAN, 2013)
– “CONTROVÉRSIAS DA CIBERCULTURA” (PRIMO, 2013)
“Novos estudos mostram que e-mail, Twitter,
Facebook, Youtube, MSN e todas as
distrações do mundo digital estão nos
transformando em pessoas mais rasas e
colocam em risco a nossa capacidade de
aprender”
- GALILEU, Ed. 229
“Para Bauerlein, é preciso que os jovens
passem mais tempo com os pais e, assim,
fiquem mais inteligentes [...] Para
Weinberger, jovens lucram (e muito) com
comunidades virtuais e pesquisas na web”
- SUPER INTERESSANTE, ed. 256
“Viciados” em apps de chat trocam
ligações telefônicas por mensagens -
WhatsApp, Viber, Skype e ZapZap fazem
jovens abandonar o “alô”. Acreano chegou a
interromper missa por causa do aplicativo.
- G1, 30/03/2015
Consiste em “abstrair as mudanças técnicas e tecnológicas e
explicar de modo geral as mudanças sociais, econômicas e
culturais como determinadas por estas mudanças” (WILLIAMS,
1983, p. 84 apud MARQUIONI, 2013, p. 8).
“Uma vez em determinismo tecnológico, considera-se que as
novas tecnologias ‘estabelecem as condições para a mudança
social e o progresso [...] [e] são inventadas como se estivessem
em uma esfera independente, a partir da qual são criadas novas
sociedades ou novas condições humanas’ (WILLIAMS, 2005, p. 5-
6): a tecnologia ‘‘emerge’ de estudo técnico e experimentos [...]
[e, como consequência,] muda a sociedade ou o setor no qual ela
‘surgiu’. ‘Nós’ nos adaptamos a ela’ (WILLIAMS, 1983, p. 84 apud
MARQUIONI, 2013, p. 8).
RUDIGER (2011, P. 22-24).
1. POPULISTAS TECNOCRÁTICOS
2. CONSERVADORES MIDIÁTICOS
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
3. CIBERCRITICISTAS
1. ORIGINÁRIA MISSÃO PROSELITISTA
2. MODERNIDADE FERRAMENTA DO ESTADO-NAÇÃO
3. MODERNIDADE LÍQUIDA MISSÃO DE SEDUÇÃO
“O nome ‘cultura’ foi atribuído a uma missão proselitista,
planejada e empreendida sob a forma de tentativas de educar as
massas e refinar seus costumes, e assim melhorar a sociedade e
aproximar ‘o povo’, ou seja, os que estão na ‘base da sociedade’,
daqueles que estão no topo” (BAUMAN, 2013, p. 12).
“A ‘cultura’ compreendia um acordo planejado e esperado entre
os detentores do conhecimento [...] e os ignorantes [...]; com uma
única assinatura, unilateralmente endossado [...] em busca do
direito de moldar uma ‘nova e aperfeiçoada’ ordem a partir das
cinzas do ancien régime” (BAUMAN, 2013, p. 13).
“Em suma, a cultura da modernidade líquida não tem um
‘populacho’ a ser esclarecido e dignificado; tem, contudo, clientes
a seduzir. [...] A função da cultura não é satisfazer necessidades
existentes, mas criar outras” (BAUMAN, 2013, p. 12).
NÃO FOI JUSTAMENTE UMA VISÃO PROSELITISTA DE CULTURA
(AINDA MUITO PRESENTE) QUE DE CERTO MODO NOS
INFLUENCIOU A PENSAR A CIBERCULTURA DE MODO UTÓPICO?
“A grande indústria midiática de fato capitulou diante da cultura
participativa? O ativismo em rede conseguiu finalmente
destronar o grande capital? [...] Enfim, a histórica luta pela
democratização dos meios de comunicação finalmente
concretizou seus projetos?” (PRIMO, 2013, p. 13-14).
1. CONVERGÊNCIA DE INTERESSES
2. VULGARIZAÇÃO DOS MEIOS
3. RESISTÊNCIA E CAPITALISMO
4. A INDÚSTRIA CONVERGENTE
5. A MASSA PERDEU SENTIDO?
6. MIDIAS SOCIAIS SÃO SOCIAIS?
“O jornalismo participativo não matou os grandes jornais como
anunciavam os ativistas do movimento” (PRIMO, 2013, p. 16).
2003
+ lucro líquido + receita líquida + assinaturas digitais + receita de circulação + receita de circulação anual + publicidade digital - publicidade impressa
2014
+ lucro líquido + receita líquida + assinaturas digitais + receita de circulação + receita de circulação anual + publicidade digital + publicidade impressa
O JOGO NÃO FOI PERDIDO, OU GANHO
JORNAIS NÃO DEIXARAM DE CIRCULAR
JORNAIS NÃO DEIXARAM DE AUMENTAR SUAS RECEITAS
HOUVE MUDANÇAS NA ESTRUTURA MIDIÁTICA
“A democratização dos meios de comunicação, a conquista da
liberdade de expressão e a colaboração produtiva não se
concretizaram como o estopim que implodiria o capitalismo. Pelo
contrário, estão transformando o sistema capitalista com base
em seu próprio interior”(PRIMO, 2013, p. 18-19).
“Ao mesmo tempo que esse compartilhamento gratuito prejudica
o lucro da indústria, seus produtos culturais massivos
permanecem hegemônicos” (PRIMO, 2013, p. 19).
“Enquanto blogs, Twitter, podcasts e videoblogs (ou vlogs) servem
de exemplo indiscutível de formas de livre expressão, esses
mesmos serviços são fundamentais para a implementação de
estratégias mercadológicas de grandes veículos ainda mais
sofisticadas” (PRIMO, 2013, p. 19).
“Se tudo foi agora ‘democratizado’, todos querem lucrar com
propaganda, todos sonham com a fama, todos querem explorar
as mídias sociais como fonte de renda. Nesse contexto de
‘democratização’, todos querem seu quinhão” (PRIMO, 2013, p.
20).
1. O ATUAL CENÁRIO NÃO PERMITE ANÁLISES BASEADAS EM
POLARIZAÇÕES (A INTERNET É BOA X MÁ)
2. HOUVE MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NO ESTATUTO DA MÍDIA
CONTEMPORÂNEA
3. CUIDAR COM METÁFORAS DAS LEITURAS UTÓPICAS
BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Tradução de: MEDEIROS, Carlos Alberto. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
PRIMO, Alex. Interações mediadas e remediadas: controvérsias entre as utopias da cibercultura e a grande indústria midiática. In: PRIMO, Alex. (Org.) Interações em Rede. Porto Alegre: Sulina, 2013.
RÜDIGER, Francisco. As teorias da cibercultura: perspectivas, questões e autores. Porto Alegre: Sulina, 2011.
MARQUIONI, Carlos Eduardo. Quando a TV vai além da sala de estar: por uma análise cultural dos usos dos novos dispositivos tecnológicos. Revista Geminis, São Carlos, n. 1, 2013. Disponível em: <http://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/124>. Acesso em: 14/04/2014.