Determinação organoclorado em alimento

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RELATÓRIO DE FUNDAMENTOS DE TOXICOLOGIA INSETICIDAS ORGANOCLORADOS EM ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA Discentes: Glaucia de Souza Silva Letícia Ramos de Menezes Mariana Cristina de Freitas Porto Curso: Ciências Biológicas(bacharelado) Período:Docente: Eduardo Costa 1

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RELATÓRIO DE FUNDAMENTOS DE TOXICOLOGIA

INSETICIDAS ORGANOCLORADOS EM ALIMENTOS DE ORIGEM

VEGETAL POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA

Discentes: Glaucia de Souza Silva

Letícia Ramos de Menezes

Mariana Cristina de Freitas Porto

Curso: Ciências Biológicas(bacharelado) Período:4º

Docente: Eduardo Costa

Alfenas

Março de 2013

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INTRODUÇÃO:

A utilização de pesticidas iniciou-se em meados da década de 30 do século XX com o

desenvolvimento de novos compostos químicos para o aumento da produção agrícola, tendo

como finalidade a satisfação das necessidades alimentares da população mundial. Porém, a sua

fraca degradabilidade e o modo de dispersão fizeram dos pesticidas um grande problema de

saúde pública e ambiental. Estes são responsáveis pela poluição do solo e da água e provocam

efeitos nefastos na saúde humana.

Os pesticidas organoclorados foram amplamente utilizados entre meados dos anos 40 até aos

anos 60. Como pesticidas pertencentes a este grupo destaca-se o DDT e o seu metabolito DDE,

a Dieldrina, a Aldrina, a Endrina, o Heptacloro, o Lindano, entre outros. O mais conhecido e

mais polémico é sem dúvida o DDT que foi até determinada altura considerado como o

pesticida perfeito por ser extremamente eficaz contra várias pragas, tendo sido inicialmente

considerado seguro. Os compostos pertencentes a esta classe apresentam como características

principais uma baixa volatilidade, elevada estabilidade química, lipossolubilidade, lentas taxas

de degradação e biotransformação o que faz com que sejam extremamente persistentes a nível

ambiental, conduzindo a uma bioconcentração e bioamplificação ao longo da cadeia alimentar.

Desta forma, estes compostos podem persistir nos solos vários meses ou até vários anos após a

sua aplicação, ao nível das plantas acumulam-se nas partes edíveis e no que diz respeito à sua

acumulação nos animais e humanos, esta é feita principalmente ao nível do seu tecido adiposo.

A sua elevada persistência ambiental conduziu a que a utilização de muitos compostos

pertencentes a esta classe fosse banida em alguns países.

OBJETIVO:

Realizar técnica de triagem para identificação de alguns inseticidas organoclorados em amostras

de feijão.

MATERIAIS:

Solução padrão a 0,1% em acetona p.a.

1. Aldrin

2. Lindano

3. DDT

4. DDE

5. Dieldrin

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6. Endrin

7. Heptacloro

Cromatoplaca de silicagel G-030 mm de espessura ativada a 110ºC durante 1 hora antes

do uso

Acetona ou hexano p.a.

Rodamina B, solução 0,25% em etanol

Solução de carbonato de sódio a 10%

Sistema solvente: Hexano (100mL de solvente)

MÉTODO:

Triturar, em liquidificador ou outro triturador, 500g da amostra.

Transferir 10g do triturado para um erlenmeyer de 125mL e acrescentar 50mL de

acetona ou hexano.

Agitar fortemente por cerca de 5 minutos. Aquecer à temperatura de 40ºC por 15

minutos, agitando de tempos em tempos (deixar aberto o erlenmeyer)

Filtrar sob sulfato de sódio anidro e recolher o filtrado em béquer de 50mL (Se a

amostra for muito gordurosa, é preciso remover a gordura através de coluna de florisil)

Concentrar o extrato em temperatura de 60-70ºC, em capela, até evaporação total do

solvente.

Ressuspender o resíduo com 1mL do solvente de extração (hexano)

Transferir cerca de 1cm de capilar do extrato para uma cromatoplaca previamente

ativada.

Desenvolver em cuba contendo n-hexano

Retirar a placa da cuba, e secá-la a temperatura ambiente.

Para a revelação dos inseticidas, nebulizar a cromatoplaca com solução de Robamina B

0,25% e a seguir com solução de Na2CO3 10%.

Medir os valores de hRf e compará-los com os obtidos para os padrões.

Técnica de Cromatografia por camada delgada

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A cromatografia em camada delgada é uma técnica de adsorção líquido-sólido, na qual a

separação se dá pela diferença de afinidade dos componentes de uma mistura pela fase

estacionária (DEGANI et al., 1998). A CCD está embasada na separação de substâncias por

meio das suas diferentes velocidades de migração em razão da afinidade relativa com solventes,

fixando-se numa fase sólida (XAVIER et al., 2007). A CCD é um método simples, rápido e

econômico, sendo a técnica predominantemente escolhida para o acompanhamento de reações

orgânicas (DEGANI et al., 1998).

Neste método a fase estacionária é uma camada fina formada por um sólido granulado (sílica,

alumina e poliamida) depositado sobre uma placa que deve atuar como suporte inerte. Na CCD

gotas da solução a ser separada são aplicadas em um ponto próximo ao extremo inferior da

placa. Após a secagem da placa, ela é colocada em um recipiente contendo a fase móvel, de

modo que somente sua base fique submersa. O solvente começa a molhar a fase estacionária e

sobe por capilaridade. Após o deslocamento da fase móvel deixase a placa secar, e

posteriormente é realizada a revelação da placa com reativos que dêem cor as substâncias de

interesse (PERES, 2002).

O parâmetro de maior importância na CCD é o fator de retenção, que é a razão entre a distância

percorrida pela substância e a distância percorrida pela fase móvel. Esse fator determinará se a

substância analisada confere com a substância padrão (DEGANI et al., 1998).

TOXICOCINÉTICA:

Os agentes organoclorados são altamente lipossolúveis, sendo distribuídos e depositados em

tecido adiposo. O DDT, na sua forma inalterada ou na forma de DDE, deposita-se em todos os

tecidos, como: medula óssea, fígado, rins, coração, sistema nervoso central e em maiores

proporções, no tecido adiposo. Alguns compostos podem permanecer acumulados no organismo

indefinidamente. Concentram-se no leite materno e no tecido fetal.

A maioria dos organoclorados são indutores das enzimas do sistema microssômico hepático,

interferindo em seu próprio metabolismo e no de outras substâncias químicas e medicamentos

que utilizam o mesmo sistema enzimático, acarretando efeitos às vezes deletérios para o

organismo.

A maioria dos organoclorados são declorinados, oxidados e posteriormente conjugados. A

principal via de eliminação é biliar, porém quase todos tem produtos de biotransformação

quantificáveis na urina. O DDT após a biotransformação para DDA, é eliminado na urina, e nos

casos de ingestão de grandes quantidades, é excretado sem alterações pelas fezes. Vale ressaltar

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que muitos dos compostos não biotransformados são reabsorvidos no intestino (circulação

enterohepática), retardando portanto sua excreção.

TOXICODINÂMICA:

Os inseticidas organoclorados atuam alterando as propriedade eltrofisiológicas da membrana

dos neurônios e das enzimas relacionadas como a Na+-ATPase e K+-ATPase, modificando a

cinética do fluxo dos íons de Na+ e K+. Além disso, promovem distúrbios no transporte do Ca

ou na atividade da Ca++MG++-ATPase. O DDT atua particularmente na membrana axonal,

prolongando a abertura dos canais de sódio. Os ciclodienos, o mirex e o lindano atuam nos

terminais pré-sinapticos. O lindano, o toxageno e os ciclodienos promovem inibição do fluxo

nos canais de cloro regulados pelo ácido ɣ-aminobutírico (GABA), presente no sistema nervoso

central.

RESULTADOS:

Rf=Fator de retenção=dist ância padr ã odist ância solvente

*Distância do solvente é sempre 10.

-Calcular para padrão e para a amostra.

-Comparar Rf com padrão.

*É impossível ter Rf maior que 1, pois quem o arrasta é o solvente.

HRF=Rf x 100

Rf Padrão 1 heptacloro : 8,410

= 0,84 =>HRf= 84%

Rf Padrão 2 DDT : 7,010

= 0,70 =>HRf= 70%

Rf Padrão 3 DDE : 8,810

= 0,88 =>HRf = 88%

Rf Padrão 4 Lindano: 3,710

= 0,37 =>HRf= 37%

Rf Padrão 5 Aldrin: 9,210

= 0,92 =>HRf= 92%

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Rf Padrão 6 Endrin: 2,010

= 0,20 =>HRf=20%

Rf da Amostra 1 :

Banda 1:7,910

= 0,79 =>HRf= 79%

Banda 2: 8,910

= 0,89 =>HRf= 89

A banda 2 da amostra 1 possui uma banda compatível com o Padrão 3 indicando a possível

presença de DDE

Rf da Amostra 2:

Banda 1:7,310

= 0,73 =>HRf=73%

Banda 2: 8,210

= 0,82 =>HRf= 82%

A banda 1 da amostra 2 é compatível com o Padrão 2 indicando a possível presença de DDT

Rf da Amostra 3:

Banda Única: 8,410

= 0,84 =>HRf= 84%

A amostra 3 está exatamente compatível com o padrão 1, isso indica a possível presença de

heptacloro

Rf da amostra 4:

Banda 1: 7,210

= 0,72 =>HRf= 72%

Banda 2: 8,210

= 0,82 =>HRf= 82%

A amostra 4 possui 2 bandas próximas às bandas do Padrão 1 e Padrão 2 o que possa indicar

uma possível presença de heptacloro e DDT

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Imagem da cromatoplaca ao final do experimento com as bandas circuladas:

CONCLUSÃO:

Foi possível concluir que em todas as amostras analisadas indicavam a presençade algum tipo

de inseticida organoclorado, porém não é possível afirmar com certeza en função desta técnica

ser de triagem, sendo então recomendado encaminhar estas amostras para uma análise mais

precisa de detecção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

OGA, S Fundamentos de toxicologia. 3° edição. São Paulo: ateneu Editora, 2008

Determinação de Resíduos de Pesticidas em Produtos de Origem Vegetal por GC-ECD. Sara

Cristina de Bessa Barbosa. Faculdade de ciências departamento de biologia animal.

Universidade de Lisboa. 2012

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