Determinação do rendimento e eficiência da madeireira Reck no ...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
CAMPUS SÃO GABRIEL
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Bruno Alves Garcia
Determinação do rendimento e eficiência da madeireira Reck no
município de São Gabriel - RS.
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRILAR OBRIGATÓRIO
São Gabriel
2012
Bruno Alves Garcia
Determinação do rendimento e eficiência da madeireira Reck no município de
São Gabriel - RS.
Relatório de estágio obrigatório
apresentado ao Curso de Engenharia
Florestal, da Universidade Federal do
Pampa (UNIPAMPA), RS, como
requisito parcial para obtenção do
grau de Engenheiro Florestal.
Orientadora: Profa. Msca. Daniela Silva Lilge
São Gabriel
2012
Bruno Alves Garcia
Determinação do rendimento e eficiência da madeireira Reck no município de
São Gabriel - RS.
Relatório de estágio obrigatório
apresentado ao Curso de Engenharia
Florestal, da Universidade Federal do
Pampa (UNIPAMPA), RS, como
requisito parcial para obtenção do
grau de Engenheiro Florestal.
Área de concentração: Tecnologia da Madeira
Relatório defendido e aprovado em: 12/11/2012.
Banca examinadora:
______________________________________________________
Profa. Msca. Daniela Silva Lilge
Orientadora
Engenheira Florestal – UNIPAMPA
______________________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Pagel Floriano
Engenheiro Florestal – UNIPAMPA
______________________________________________________
Profa. Dra. Nirlene Fernandes Cechin
Engenheira Florestal – UNIPAMPA
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que se fez presente nos momentos mais difíceis
dessa caminhada, guiando-me e ajudando-me para que tudo desse certo no final.
A Profa . Daniela Silva Lilge que aceitou me orientar aos 45 do segundo tempo
e, que mesmo assim, confiou em mim e ajudou-me com o seu conhecimento.
Aos meus pais não irei agradecer, pois faltaria espaço e palavras para
descrever o quanto sou grato por tudo, então somente dedico a eles este trabalho e
o resto de minhas conquistas enquanto viver.
Aos meus amigos e colegas de graduação, em especial ao Alex David Pereira
Machado, Rafael Machado da Silva e o Cássio de Oliveira pelo convívio, amizade,
compreensão e estudos.
A minha namorada Rayssa Garay Medina, pela paciência, confiança e pelo
amor em mim depositado.
E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram ou torceram pela
concretização deste trabalho. Muito Obrigado!
RESUMO
O Estágio Curricular Obrigatório foi realizado na madeireira Reck, uma empresa do
ramo de desdobro madeireiro, situada no município de São Gabriel-RS, que trabalha
com o processamento e a comercialização da madeira de Eucalyptus spp. e Pinus
spp. O Estágio teve início no dia 1 de abril de 2012 e término no dia 1 de junho de
2012, totalizando 240 horas de atividades. O presente trabalho teve por objetivo a
determinação do rendimento e da eficiência da madeireira. Para determinação do
rendimento foi feita a cubagem de 450 toras inteiras de Eucalyptus spp, com casca,
antes do desdobro principal e secundário e após, com as peças já com suas
dimensões finais. Para determinação da eficiência foi levada em consideração uma
média de desdobro, de 90 toras de Eucalyptus spp por dia e o número total de
funcionários envolvidos nas operações de desdobro, que são seis. Os resultados
obtidos foram de 40% para o rendimento e de 3 m³/op./dia para a eficiência dos
valores apresentados na bibliografia consultada. Esses resultados foram atribuídos
ao baixo padrão tecnológico da serraria. Portanto, recomenda-se que seja feita uma
substituição das serras simples por serras de maior nível de automação e que seja
feita também a substituição do carro porta toras, por um carro de sistema hidraulico.
Palavras-chave: madeireira; rendimento; eficiência; desdobro principal; desdobro
secundário.
ABSTRACT
The traineeship mandatory was made in Reck timber, a branch company of the
sawmill, located in the municipality of São Gabriel-RS, which works with the
processing and marketing of Eucalyptus spp and Pinus spp. The stage began on
April 1, 2012 and ending on June 1, 2012, totaling 240 hours of activities. This stage
was aimed at determining the performance and efficiency of timber. For yield
determination was made whole cubage of 450 logs of Eucalyptus spp, with shell,
before the sawing main and secondary and with the pieces already in their final
dimensions. To determine the efficiency was taken into account an average of
sawing logs of 90 Eucalyptus spp per day and the total number of employees
involved in the operations of sawing, who are six. The results obtained were 40% for
yield and 3 m³/worker/day, both below the literature cited. These low results were
attributed to the low technological standard of the sawmill. Therefore, it is
recommended that we make a simple replacement of saws saws higher level of
automation.
Keywords: timber, yield, efficiency.
Lista de Figuras
FIGURA 1 - Localização da área de estudo no município de São Gabriel-RS.... 20
FIGURA 2 - Serra fita simples e carro porta toras................................................. 21
FIGURA 3 - Serra circular simples......................................................................... 22
FIGURA 4 - Destopadeira...................................................................................... 23
FIGURA 5 - Plaina................................................................................................. 24
FIGURA 6 - Plaina moldureira............................................................................... 25
FIGURA 7 - Trituradeira........................................................................................ 26
8
Sumário
1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 09
2. OBJETIVOS................................................................................................ 09
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 09
3.1. Serraria.................................................................................................... 09
3.2. Desdobro da madeira.............................................................................. 12
3.3. Serras utilizadas em serrarias................................................................. 14
3.4. Rendimento e eficiência em serrarias..................................................... 17
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................... 19
5. RESULTADOS OBSERVADOS................................................................. 28
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..................................................... 29
7. AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO........................................................................ 29
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 31
ANEXO I.....................................................................................................
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9
1. Introdução
O estagio curricular obrigatório foi realizado na madeireira Reck, uma
empresa do ramo da serraria que trabalha a mais de oito anos com o
processamento e a comercialização da madeira de Eucalyptus spp e Pinus spp no
município de São Gabriel - RS.
O estagio teve inicio no dia 1 de abril de 2012 e termino no dia 1 de junho de
2012, totalizando 240 horas de atividades. Essas atividades consistiram em um
acompanhamento diário, pelo turno da tarde, do processo de desdobro da madeira
de Eucalyptus spp e Pinus spp, desde a sua chegada ao pátio da empresa, assim
como das demais atividades desenvolvidas na serraria.
As atividades de acompanhamento tiveram por objetivo determinar o
rendimento e a eficiência da madeireira e fornecer sugestões para incrementar os
mesmos.
2. Objetivo Geral
Acompanhar as atividades de uma serraria de pequeno porte no município de
São Gabriel - RS.
2.1. Objetivos específicos
Acompanhar as atividades de desdobro madeireiro na serraria;
Avaliar o rendimento da serraria;
Determinar a eficiência da serraria.
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3. Revisão bibliográfica
3.1. Serraria
Para uma serraria ter um bom desempenho econômico é importante que sua
localização seja a mais adequada possível e todo o seu planejamento posterior seja
a partir desta localização. O melhor local para se instalar uma serraria deve ser
estudado com antecedência sendo importante se realizar um planejamento
adequado objetivando diminuir o custo com mão-de-obra, com o transporte e com a
produção e, ao mesmo tempo obter um alto rendimento e produtos de alta qualidade
e competitivos no mercado (VITAL, 2008).
Rocha (2002) aponta que é necessário realizar uma série de estudos no local
onde a serraria será implantada, como o capital disponível para realizar o
empreendimento, um estudo sobre a matéria-prima que será utilizada (espécie,
quantidade disponível, dimensões das toras, entre outros), disponibilidade de
operários e seus conhecimentos técnicos, padrão de vida e salários. Além disso,
deve ser realizado um levantamento topográfico do local onde a serraria será
instalada e o nivelamento do terreno, buscando aproveitar toda inclinação que seja
favorável a alguma atividade que será desenvolvida. O autor relata que após todos
esses procedimentos é escolhido, através de uma avaliação, o melhor local dentro
da área para se instalar a serraria.
O mesmo autor afirma que a melhor maneira para que as dependências da
serraria fiquem é em linha reta, com isso haverá uma economia de trabalho.
Conforme o autor, uma serraria bem planejada conta com um pátio de toras, um
local destinado para o maquinário, um local onde a madeira serrada é classificada e
ocorre a secagem da mesma e um local para armazenamento da madeira serrada.
Conforme Vital (2008), um pátio de toras deve ter dimensões para suportar o
máximo de toras possíveis e não um valor médio, pois a serraria não pode correr o
risco de ficar sem matéria-prima devido a algum imprevisto. É necessário que esteja
previsto um estoque de toras caso as vias de transporte estejam inviabilizadas
durante uma parte do ano. O autor relata que é importante realizar um rodízio das
toras para evitar ataques de fungos e insetos. Além disso, o pátio deve ser
suficientemente afastado do galpão para diminuir o risco de incêndios e as pilhas de
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toras afastadas entre si. Para o autor, o pátio de toras não deve apresentar
declividade acima de 5%, deve ter uma boa drenagem, estar em nível um pouco
superior ao da serraria e ter uma boa ligação com rodovias. Além disso, as toras não
devem estar em contato direto com o solo para evitar a biodegradação por fungos,
insetos ou outros organismos.
As toras são transportadas para as serrarias principalmente por carregadores
frontais, vagonetas, empilhadeiras, pontes rolantes e guindastes. Caso as serrarias
possuam seu pátio de toras na água, o transporte poderá ser realizado por canais
(VITAL, 2008).
Para Rocha (2002) o local onde se encontrará o maquinário para o desdobro
não deve possuir colunas interiores e ser disposto no mesmo nível do pátio de toras
ou levemente mais baixo. O prédio do maquinário é composto por setor do
maquinário principal, setor do maquinário secundário, sala para afiação, casa de
força separada da indústria, escritório e uma sala para vestiário e uma para
refeitório.
Segundo Vital (2008) o pátio de madeira serrada é onde a madeira
permanece após o desdobro até ser comercializada. É onde esta é seca ao ar livre e
estocada. O local deve ter uma área para classificação da madeira serrada, outra
para empilhamento e secagem e um local para armazenagem de madeira seca e de
melhor qualidade. O local escolhido deve ter boa circulação de ar, deve estar em um
nível pouco maior que o restante da serraria, o eixo maior do depósito deve estar na
direção do vento, boa comunicação com rodovias, ser plano e seco.
Após a definição dos equipamentos para a produção, deve ser definida a
disposição de cada um na serraria, devendo os equipamentos estar dispostos em
linha reta. Devem ser definidas: a distância entre os equipamentos, que é
determinada pelo comprimento da tora a ser serrada e das peças serradas, sendo a
distância mínima o dobro do comprimento da tora; a distribuição dos equipamentos
facilitando o manuseio e o transporte das peças dentro de cada operação; a área
coberta após a definição da distância e da distribuição dos equipamentos; a seção
de manutenção das serras, de acordo com os equipamentos que serão utilizados
para o desdobro; o piso da serraria, se possível sendo um nível acima para que os
resíduos se acumulem no porão da serraria; e o pátio de toras deve ser colocado o
mais próximo possível da máquina de desdobro principal (ROCHA, 2002).
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3.2. Desdobro da madeira
Segundo Ponce (1993), desdobro é o processo no qual as toras são
convertidas em produtos úteis de madeira, mediante aplicação de um ou mais
processos mecânicos, que as transformam em peças menores, dando-lhes forma,
tamanho e superfície requeridos para cada um de seus usos.
Menezes (1998), afirma que o desdobro é um processo eficiente e proveitoso
que permite obter maior volume de material útil e valioso da tora através de
processos mecânicos, de forma a satisfazer especificações de qualidade, dimensões
e acabamento.
É muito importante que antes de se aplicar as técnicas de desdobro, seja feito
um preparo das toras. Este preparo envolve uma série de operações que são
realizadas no pátio de toras, como o traçamento, o descascamento e a classificação,
entre outras. Apesar deste preparo ser de fundamental importância para a correta
condução das operações de desdobro na serraria, trata-se de operações realizadas
exclusivamente no pátio de toras, considerando-se a operação de desdobro
somente o traçamento ou destopo das toras no pátio (ROCHA, 2002).
O método de desdobro utilizado é uma das variáveis de especial importância
no rendimento em madeira serrada. Na prática, vários fatores contribuem para a
escolha desse método: o tipo de serras, a qualidade e as dimensões das toras, a
demanda do mercado, a habilidade do operador/equipamento, a capacidade do
equipamento e a mão de obra disponível (FAGUNDES, 2003).
Para Rocha (2000), os métodos de desdobro são tão importantes que é
necessário fazer um planejamento e uma avaliação econômica, onde se deve levar
em conta o custo da mão de obra, da matéria-prima e dos equipamentos, a fim de se
atingir os melhores resultados econômicos.
Nas operações de desdobro de toras, na forma de madeira serrada, são
utilizadas determinadas técnicas. Essas técnicas são aplicadas, de acordo com as
características relacionadas à matéria prima, ao maquinário e as formas de
desdobro e podem ser classificadas em: técnicas convencionais ou técnicas
modernas. Para o autor, o processo convencional de desdobro de toras é um
processo muito lento, onde a trajetória da tora e das peças serradas, dentro da
serraria, é pouco automatizada, em função da variabilidade da matéria prima, o que
resulta em baixa produção e eficiência (ROCHA, 2002).
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O mesmo autor afirma que as técnicas convencionais de serraria são
utilizadas no desdobro de madeiras de custo elevado e com muita variabilidade, em
termos de espécies e diâmetros, normalmente se tratando de madeira nativa. Desta
forma, é justificado o uso destas técnicas, pois a baixa produção é compensada com
o alto custo do produto final.
Já o desdobro da madeira através de técnicas modernas, implica num
processo rápido. A trajetória da tora e das peças serradas dentro da serraria é
realizada com grande automatização e por isso, exige homogeneidade da matéria
prima, gerando alta produção com elevada eficiência. Tais técnicas são utilizadas
para o desdobro de madeiras de baixo custo e homogêneas, ou seja, madeira de
plantios florestais. Desta forma, o baixo custo também do produto final é
compensado pela elevada produção da indústria (ROCHA, 2002).
Além das técnicas de desdobro da madeira existem também sistemas de
desdobro da madeira que podem ser classificados em função de determinadas
características. Conforme Vital (2008), quanto aos anéis de crescimento e raios
lenhosos, o desdobro pode ser tangencial ou radial. Quanto ao eixo longitudinal da
tora pode ser paralelo ao eixo ou paralelo à casca. Já quanto à continuidade dos
cortes, estes podem ser sucessivos ou em sanduíche, simultâneos ou alternados em
relação ao eixo longitudinal.
De acordo com Rocha (2002), o desdobro principal é realizado com
equipamentos pesados e demandam uma grande quantidade de energia, onde sua
principal função é reduzir o tamanho das toras em peças de fácil trabalhabilidade as
quais serão serradas novamente em operações secundárias. Segundo o autor, no
desdobro principal, as toras podem ser transformadas em blocos, semi-blocos,
pranchões, pranchas, tábuas ou quando realizado o destopo ainda no pátio de toras,
toras de comprimento menor. Normalmente, neste desdobro as serras são
classificadas como serras alternativas ou de quadro, serras de fita, serras circulares
e serras destopadeiras.
O desdobro secundário é realizado logo após o desdobro principal. É nessa
etapa que as peças têm o seu tamanho reduzido ou até mesmo adquirem seu
tamanho final. As serras circulares são as mais utilizadas para o desdobro
secundário. Em algumas operações, é comum o uso de serras fitas de pequeno
porte. As operações de desdobro secundário são dividas em: resserragem, onde a
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espessura da peça que saiu do desdobro principal é diminuída, geralmente feita por
serras circulares duplas; refilo ou canteagem, que é realizado para diminuir a largura
das peças; destopo, onde as peças ganham seu comprimento final com a retirada de
defeitos das extremidades das peças; e o reaproveitamento, que é a operação de
desdobro de peças já consideradas resíduos (ROCHA, 2002).
3.3. Serras utilizadas em serrarias
As serras utilizadas em serrarias podem ser classificadas como serras
principais ou serras secundárias ou auxiliares.
As serras alternativas ou de quadro, são as que possuem as lâminas de corte
fixadas em um quadro de metal ou madeira, impossibilitado de realizar movimentos
alternativos, pelo qual passa a tora que será desdobrada. A velocidade da lâmina
varia de zero, nas extremidades do percurso, até o máximo na metade do percurso.
Isso faz com que a velocidade da máquina e do corte tenha um limite durante o
percurso (VITAL, 2008).
A serra colonial, conforme Rocha (2002) é composta por um quadro de
madeira onde se encontram as lâminas fixadas, e um carro que conduz a madeira
em direção as lâminas para o desdobro. As serras coloniais geralmente desdobram
a madeira apenas em pranchões, por isso são comuns em serrarias mais antigas.
A serra francesa é parecida com a serra colonial, porém é um modelo mais
aperfeiçoado (VITAL, 2008). As peças principais são as mesmas nas duas serras.
Esta serra é utilizada no desdobro de toras, cujo diâmetro é menor do que as
desdobradas em serras coloniais. As toras são fixadas no carro porta-toras, sendo
normalmente utilizados um carro na entrada da serra e outro na saída. As serras de
quadro apresentam a vantagem de produzirem cortes com maior exatidão que as
circulares e de fita, e com o custo de mão-de-obra mais baixo.
A serra alternativa horizontal diferencia-se das demais pelo fato de o
movimento do quadro ser no sentido horizontal. Esta serra possui uma única lâmina
e a tora é presa no carrinho que se movimenta horizontalmente em direção a esta
lâmina. A serra alternativa horizontal pode ser encontrada atualmente em serrarias
artesanais e centenárias, onde foi utilizada no desdobro de toras com diâmetro de
1,5 m (ROCHA, 2002). A serra alternativa Tissot é uma serra dotada de movimento
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alternativo vertical. Possui apenas uma lâmina e a peça para ser desdobrada
aproximando-se externamente ao quadro (ROCHA, 2002).
A serra fita é composta por uma lâmina contínua de aço dentada que se apoia
em duas polias, uma no nível superior ao do piso da serraria e outra abaixo ou no
mesmo nível horizontal, denominadas de volantes. Na serra fita vertical, a força
motriz é aplicada no volante inferior, à medida que a tora é impulsionada contra a
serra, pois este é mais pesado e move a lâmina da serra para baixo. A principal
vantagem em relação às serras circulares é que possuem uma menor espessura de
corte, com isso há uma menor perda de madeira na hora do corte em forma de
serragem (VITAL, 2008).
Nas pequenas serrarias, a serra fita simples é a mais utilizada no desdobro
principal. A serra fita simples consiste de uma serra e um carro porta toras,
realizando apenas um corte a cada avanço do carro, e realizando o recuo morto
(não realiza corte no retorno do carro porta toras). O carro porta toras geralmente
possui de três a quatro garras que fixam a tora e a levam de encontro a serra. As
serras fitas simples podem ser adaptadas para realização de diversos cortes, com
variação do ângulo de corte (ROCHA, 2002).
A serra fita de corte duplo realiza um corte no avanço do carro e outro no
recuo, dispondo de dentes nas duas bordas. Esta serra tem a vantagem de não
realizar o recuo morto do carro porta toras. Porém, tem como desvantagem a afiação
da serra, a qual é difícil de ser realizada por não ser encontrado com facilidade
dispositivos adaptados para este tipo de serra (ROCHA, 2002).
Conforme Rocha (2002), a serra fita geminada ou dupla possui duas serras,
de frente uma pra outra, permitindo a execução de dois cortes simultâneos. Esta
serra é mais utilizada em serrarias de grande porte.
Com duas serras fitas simples, dispostas uma atrás da outra, Vital (2008)
descreve a serra fita TANDEM, onde a primeira serra é fixa e a segunda, que se
encontra logo atrás, é móvel, deslocando-se para obter a bitola desejada do corte.
Esta serra é recomendada para a obtenção de pranchões, semiblocos ou até blocos.
A serra fita quádrupla consiste em dois pares de serras simples (ROCHA,
2002), sendo que um par é disposto com as duas serras, uma de frente para outra.
Esta serra possibilita um corte quádruplo, resultando em um semibloco com dois
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pranchões ou duas tabuas, e Em toras que o diâmetro é pequeno a peça final já em
tabuas ou peças mais finas.
Logo após o lançamento da serra fita vertical, foi lançada a serra fita
horizontal. Porém, a serra fita vertical na maioria das operações tem uma maior
versatilidade e possui uma maior capacidade de produção que a serra fita horizontal.
Atualmente, há uma grande fabricação de serra fita horizontal principalmente para
serem utilizadas em serrarias móveis ou para resserragem. Por este motivo, as
serrarias mais modernas contam com pelo menos uma serra fita horizontal (VITAL,
2008).
A serra fita de resserra ou reaproveitamento é muito utilizada no desdobro
secundário (ROCHA, 2002), sendo que a serra fita com braço radial e a serra fita
horizontal, são as mais utilizadas para o reaproveitamento de costaneiras.
Apresentando uma grande variedade de diâmetros, as serras circulares são
de grande importância dentro de uma serraria. Além disso, possuem uma variedade
de espessura de disco, número de dentes e formato dos dentes. Pode-se considerar
que quanto maior o diâmetro do disco da serra, maior sua espessura. São
fabricados ainda discos para uso especial no desdobro de toras com espessura
maior e discos de pequena espessura para serviços mais leves (GONÇALVES,
2000).
As serras circulares podem ser classificadas quanto ao seu tipo com dentes
fixos e dentes postiços. As serras de dentes fixos são confeccionadas com aço
carbono pelo processo de estampagem, que defini o formato do dente. Já as serras
de dentes postiços possuem vários modelos que são fabricados para aplicações
especiais, sendo as mais usuais as serras de dentes soldados (GONÇALVES,
2000).
Como as serras circulares podem atingir maiores velocidades, podem ser
utilizadas na configuração de dois eixos, permitindo a redução das dimensões dos
discos da serra e, por conseguinte, a diminuição na geração de serragem e perda de
madeira. As serras circulares atuam com grande eficiência na canteagem e destopo
das peças, onde a espessura dos discos pode ser menor provocando uma menor
geração de resíduos (ROCHA, 2002).
O mesmo autor relata que as serras circulares, quando utilizadas para o
desdobro principal, não apresentam grande influência no rendimento. Porém,
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quando utilizadas para realizar cortes múltiplos, implicam em uma maior geração de
serragem. Uma característica importante das serras circulares diz respeito a
velocidade periférica, a qual tem importância no rendimento, permitindo a
capacidade de corte do equipamento.
A serra circular simples consiste em apenas um disco de serra na mesa,
sendo esta bastante utilizada na operação de refilo. A serra circular dupla ou
geminada consiste em dois discos da mesa, onde uma das serras pode ser móvel,
permitindo a mudança de bitola, sendo utilizada, também, na operação de
canteagem. A serra circular múltipla possui mais de dois discos permitindo vários
cortes simultâneos (ROCHA, 2002).
Rocha (2002) ainda diz que os equipamentos de perfilagem, conhecidos
como perfiladores, são utilizados em operações de desdobro primário, tendo como
principal vantagem que a costaneira retirada da peça é transformada em cavaco
imediatamente.
3.4. Rendimento e eficiência em serrarias
De acordo com Rocha (2002), existem vários parâmetros que podem servir de
base para os gestores da serraria avaliarem o seu desempenho, dos quais,
nomeadamente o rendimento e a eficiência, revelam com relativa transparência se
as operações no empreendimento estão sendo executadas corretamente.
O rendimento de uma serraria é a relação entre o volume de toras
desdobradas e o volume de madeira serrada num período ou turno (ROCHA, 1999;
LATORRACA, 2004).
Gomide (1974) cita que em coníferas um rendimento de 55% a 65% é
considerado normal, enquanto que em folhosas esse mesmo rendimento varia entre
45% e 55%. A razão desta diferença deve-se ao fato das coníferas apresentarem
tronco menos tortuoso, com menos defeitos e terem o alburno sempre utilizável.
Segundo Tsoumis (1991), o rendimento de conversão da madeira roliça em
madeira serrada bruta está em torno de 30% a 70% e o resto resulta em serragem,
costaneiras, pequenas ripas, etc. Entretanto, de acordo com Rocha (2002), o
rendimento pode variar em termos gerais de 55% a 65% para coníferas e de 45% a
55% para folhosas.
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No trabalho de Scanavaca Jr. e Garcia (2003), foi observado um rendimento
médio de 42,53% com amplitude de 12,64% a 83,53% em toras de Eucalyptus
urophylla aos 19 anos de idade, processadas em serra de fita vertical simples.
Oliveira et al. (2003) encontraram rendimento médio de 49,28% com
amplitude de 34,78% a 90,43% em toras de quinze diferentes espécies nativas, em
três serrarias do município de Jaru no estado de Rondônia, utilizando serra de fita
vertical simples no desdobro principal e serras variadas no desdobro secundário das
toras.
Nascimento, Dutra e Nuwazawa (2006), objetivando quantificar os resíduos
de uma indústria madeireira no município de Moju, estado do Pará, observaram
rendimento médio de 36,50% com amplitude de 32,30% a 41,20%, em toras de
madeira de três espécies nativas.
Acosta (1999), cita rendimentos entre 45% e 60% nas serrarias argentinas,
processando madeira de Eucalyptus grandis em serra de fita vertical simples.
Para Tsoumis (1991), o rendimento de madeira serrada é influenciado por
vários fatores que envolvem a espécie (diâmetro da tora, comprimento, conicidade e
defeitos), máquinas de desdobro (linha de serragem, condição e manutenção dos
equipamentos, variação da serragem), modelos de corte (dimensões da madeira
serrada), habilidades e experiência dos operadores das máquinas, tornando assim
indispensável a determinação do rendimento em serrarias.
A eficiência expressa a relação entre o volume de toras serradas por período
ou turno e o número de operários envolvidos em todas as operações de desdobro
(ROCHA, 1999). Porém, os resultados obtidos após os cálculos de determinação do
rendimento e da eficiência demonstraram que o rendimento da serraria encontra-se
em 40% e a eficiência em 3 m³/op./dia, ambas abaixo da bibliografia consultada.
Segundo Latorraca (2004), a avaliação da eficiência está em desuso
atualmente, devido à automação, onde o processo é controlado por poucos ou
apenas um operador, através de comandos eletrônicos. Porém, o autor afirma que,
em serrarias de pequeno e médio porte, onde o grau de automação é baixo, tal
informação é importante para as tomadas de decisão do remanejamento do número
de operários utilizados em cada atividade, além de se saber a produtividade de cada
operário por ciclo de trabalho, o que possibilita uma avaliação custo/benefício de
cada operário.
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No cálculo da eficiência na serraria é usado o volume de toras para que o
diâmetro da tora e o rendimento não influenciem no resultado obtido (ROCHA,
2002). Porém, para o autor, a eficiência é afetada por alguns fatores como uso de
coníferas ou de folhosas (madeira mais leve ou mais pesada, com baixa ou alta
densidade, fuste mais retilíneo ou menos etc.); layout da serraria; uniformidade da
matéria-prima e produtos (padronização); características e condições do maquinário;
disponibilidade de energia; grau de mecanização e automatização da serraria.
Batista e Carvalho (2007) conduziram uma pesquisa com o objetivo de avaliar
o desempenho de uma serraria de pequeno porte estudando o tempo gasto na
produção, rendimento e eficiência no desdobro de Eucalyptus spp. Os autores
encontraram valores de rendimento e eficiência correspondentes a 44,86% e 4,96
m3/operário/turno, respectivamente.
Rocha (2002) cita alguns exemplos de eficiência em serrarias de diversas
partes do mundo: alta mecanização e automação na América do Norte:
22m³/operário/turno; serrarias comuns e portáteis na América do Norte:
4,8m³/operário/turno; Suécia: em média 2,8m³/ operário/turno.
4. Atividades Desenvolvidas
O estudo foi realizado na madeireira Reck, situada no município de São
Gabriel-RS que fica localizada na Rua Francisco Chagas, nº 551, Bairro Santo
Antônio. A madeireira está situada nas coordenadas geográficas de 30° 21' 02,36”
Sul e 54° 20' 00,53” Oeste e possui elevação de 126 metros acima do nível do mar
(FIGURA 1).
20
FIGURA 1- Localização da área de estudo no município de São Gabriel-RS
Fonte: Google earth, 2009.
A madeireira Reck é uma empresa do ramo da serraria que trabalha a mais
de oito anos com o processamento e a comercialização da madeira de Eucalyptus
spp e Pinus spp.
A empresa está na Avenida Francisco Chagas, número 551 no bairro Santo
Antônio e foi fundada no dia 13 de dezembro do ano de 2004, pelo seu presidente
José Dilamar Valcarenghi Reck.
É considerada uma das maiores e mais bem estruturada serraria do
município, apesar de ser classificada como indústria de pequeno porte devido a
quantidade de madeira desdobrada por turno/m³.
A madeireira funciona nos turnos da manhã e da tarde, de segunda a sexta e
apenas pelo turno da manhã no sábado, contando com 19 funcionários fixos de
carteira assinada.
Com este estudo procurou-se quantificar e avaliar o tempo gasto na produção
de madeira, o rendimento em madeira serrada e a eficiência dos operários de uma
serraria de pequeno porte, visando avaliar a eficiência operacional e o desempenho
da mesma.
21
Durante o período de estágio, foi feito um acompanhamento diário dos
processos de desdobro da madeira, por sessenta dias, no período da tarde, assim
como das demais atividades desenvolvidas na serraria a fim de fornecer sugestões
para o melhor rendimento e a eficiência das atividades desenvolvidas na empresa.
A matéria prima utilizada na madeireira é, basicamente, a madeira de
Eucalyptus spp que chega na serraria na forma de toras para que seja realizado os
desdobros primário e secundário, e a madeira de Pinus spp que chega na serraria
na forma de tabuas para a realização apenas do desdobro secundário.
Todos esses processos de desdobro da madeira são realizados por seis
funcionários e pelos mais variados tipos de máquinas que compõem a madeireira
Reck.
O desdobro primário é realizado por uma serra fita simples, auxiliada por um
carro porta toras (FIGURA 2), de forma a transformar as toras em peças de mais
fácil trabalhabilidade e determinar a espessura das mesmas.
FIGURA 2 - Serra fita simples e carro porta toras. Fonte: Autor.
22
Após o desdobro principal, a madeira serrada é levada para o desdobro
secundário, que é realizado pela serra circular simples (FIGURA 3), para que sejam
feitos os dois cortes mais externos que retiram as costaneiras e determinam a
largura das peças.
FIGURA 3 - Serra circular simples. Fonte: Autor.
Após o desdobro secundário da madeira na serra circular simples, as peças
são levadas para destopadeira (FIGURA 4), para que seja realizado o bitolamento
das peças em vários comprimentos.
23
FIGURA 4 - Destopadeira. Fonte: Autor.
Após a realização dos desdobros primário e secundário algumas peças, são
submetidas a processos de acabamento realizados pela plaina (FIGURA 5), para
retirada das imperfeições da superfície da madeira, deixando-as lisas.
24
FIGURA 5 - Plaina. Fonte: Autor.
Outro equipamento muito utilizado na serraria é a plaina moldureira (FIGURA
6), para dar molde a madeira de Pinus spp que chega na serraria na forma de
tábuas.
25
FIGURA 6 - Plaina moldureira. Fonte: Autor.
Por fim, os restos de madeiras não aproveitáveis na serraria são submetidos
a um processo de trituração na trituradeira (FIGURA 7), transformando a madeira em
cavacos, que posteriormente são vendidos para geração de energia juntamente com
os resíduos de madeira (serragem).
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FIGURA 7 - Trituradeira. Fonte: Autor.
O processo de determinação do rendimento e eficiência da madeireira Reck
foi feito a partir da metodologia adotada por Machado (2011), de forma que foi
realizada a cubagem de 450 toras inteiras de Eucalyptus spp, com casca, antes do
desdobro principal e secundário e após, com as peças já com suas dimensões
finais.
A cubagem das toras inteiras foi realizada medindo a circunferência das duas
extremidades da peça, com o auxílio de uma fita métrica, para o cálculo do diâmetro
médio, que foi calculado através da seguinte equação:
Onde:
d = diâmetro da tora (m);
C = Circunferência média (m).
27
Após foi medido o comprimento das toras para determinação do seu volume.
O cálculo de determinação do volume de cada uma das toras foi realizado, usando a
seguinte equação:
Onde:
V = Volume (m³);
C = Comprimento da tora (m).
Após o desdobro das toras, com as peças já com suas dimensões finais, foi
determinado o volume de madeira serrada, , pela seguinte equação:
Onde:
Vi = volume individual de cada peça (m³);
L = largura da peça (m);
E = espessura da peça (m);
C = comprimento da peça (m).
Após encontrar o volume individual de cada tora, foi encontrado o volume total
de madeira bruta através da soma dos volumes de todas as toras avaliadas. O
mesmo processo foi adotado para madeira serrada.
A medição do volume das toras inteiras, em relação ao volume de madeira
serrada, foi realizada para verificar o quanto de resíduo é perdido ao decorrer de
todo o processo de desdobro da madeira, de forma a influenciar no rendimento da
empresa.
O rendimento foi calculado pela relação do volume de madeira serrada
durante todo o dia de trabalho e o volume de toras utilizadas para obter essa
madeira, conforme a fórmula abaixo.
28
Onde:
R: Rendimento em %;
M: Volume de madeira serrada em m³;
T: Volume de toras utilizado para encontrar M em m³ (T=V).
A eficiência foi calculada pela relação do volume de toras que são
desdobradas em um dia de trabalho pela serraria e o número de funcionários
envolvidos em todas as operações de desdobro da madeira, conforme a fórmula:
Onde:
E: Eficiência em m³/op./dia;
T: Volume de toras desdobradas no turno em m³;
O: Número de operários que trabalham no processo de desdobro.
5. Resultados Observados
Com base no desdobro de 450 toras de Eucalyptus spp, ao longo de uma
semana, pode-se totalizar um volume de 91, 67 m³ de madeira bruta e um volume
de 36, 61 m³ de madeira serrada, obtendo-se assim um rendimento de 40%. O
rendimento obtido encontra-se abaixo do rendimento citado por Gomide (1974) e
Rocha (2002), cujo valor está entre 45% a 55% para folhosas em serrarias de
pequeno porte. Os valores estão abaixo dos rendimentos encontrados em estudos
realizados por Batista e Carvalho (2007), que compreendem valor de 44, 86%,
Scanavaca Jr. e Garcia (2003), que mencionam um valor de 42, 53% e Oliveira et al.
(2003), que citam o valor de 49,28%.
Com relação à eficiência, obteve-se um valor de 3 m³/op./dia, levando em
consideração uma média de desdobro de 90 toras de Eucalyptus spp por dia, que
totaliza um volume médio de 18, 3333 m³ e levando em consideração o número total
de funcionários envolvidos nas operações de desdobro, que são seis. Os resultados
em relação à eficiência da serraria ficaram abaixo do encontrado por Batista e
29
Carvalho (2007), que foi de 4,96 m³/op./dia, abaixo da eficiência encontrada por
Batista (2006), que também foi de 4, 96 m³/op./dia para serrarias de pequeno porte e
abaixo da encontrada por Rocha (1999), em serrarias norte-americanas de mesmo
nível de automação, que foi em média de 4,8 m³/op./dia.
6. Conclusões e Recomendações
Após o término do estágio pode-se concluir que a madeireira Reck é uma
serraria bem estruturada, contando com variados tipos de serras e equipamentos,
além de contar com funcionários capacitados a realizarem as atividades de
desdobro da madeira.
Os exemplos citados demonstram a fundamental importância de se avaliar a
eficiência para que a serraria tenha um melhor desempenho nas operações de
desdobro.
Com o acompanhamento de todo o processo de desdobro e com o
aprendizado em disciplinas ao longo da graduação, pode-se atribuir o baixo
rendimento e eficiência da serraria ao baixo padrão tecnológico da mesma. Portanto,
recomenda-se que seja feita uma substituição das serras simples por serras de
maior nível de automação e que seja feita a substituição do carro porta toras por um
carro com sistema hidráulico.
A forma de armazenagem do produto final é realizada da melhor forma
possível, através de empilhamento que proporciona uma secagem natural das peças
sem causar danos às mesmas.
7. Avaliação do Estágio
O estágio realizado foi de extrema importância para minha formação
acadêmica, pois tive a oportunidade de conhecer como funciona uma empresa do
ramo de desdobro madeireiro, além de acompanhar todo o processo de desdobro da
madeira, desde a chegada da matéria prima até a obtenção do produto final.
Foi possível também tomar conhecimento dos mais variados tipos de
equipamentos e máquinas utilizados em uma serraria de pequeno porte. Entretanto
30
após a realização do estágio e do conhecimento adquirido com o mesmo,
recomenda-se aos acadêmicos que se interessam por essa área de tecnologia da
madeira, a procurarem à madeireira Reck ou qualquer outra madeireira que trabalhe
com o processo desdobro da madeira, para realizarem um estágio, pois é a melhor
forma de se obter um conhecimento prático e colocar em prática o conhecimento
teórico aprendido em sala de aula.
31
8. Referências bibliográficas
ACOSTA, M. S. Experiencia argentina en la producción y utilización de la madera de eucalipto, panorama a 1999. In: WORKSHOP: TÉCNICAS DE ABATE, PROCESSAMENTO E UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE EUCALIPTO, 1999, Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, Departamento de Engenharia Florestal, SIF, IEF, 1999. p.1-27. BATISTA, D. e CARVALHO, A. M. Avaliação do desempenho operacional de uma serraria através do estudo do tempo, rendimento e eficiência. Scientia Florestalis. Piracicaba, n. 75, p 31-38, 2007. BATISTA, D. C. Avaliação do desempenho operacional de uma serraria através do estudo do tempo, rendimento e eficiência: Estudo de caso em Piraí - R. J. 2006. 64p. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2006. FAGUNDES, H. A. V. Produção de Madeira Serrada e Geração de Resíduos do Processamento de Madeira de Florestas Plantadas no Rio Grande do Sul. 2003. 173p. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.
GOMIDE, J. L. Serraria. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, Imprensa Universitária, 1974. 119p. GONÇALVES, M. T. T. Processamento da madeira. Bauru: SP, 2000. 242 p.
LATORRACA, J. V. F. Processamento mecânico da madeira. Seropédica: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2004. 116p. MENEZES, L. F.; Desdobro, Secagem e Beneficiamento da Madeira de Eucalipto- Experiencia da Flosul. In: Seminário Internacional sobre Produtos sólidos de madeira de alta tecnologia, 1998, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: SIF/UFV/DEF, 1998. p 261-265. NASCIMENTO, S.M.; DUTRA, R. I. J. P.; NUMAZAWA, S. Resíduos de indústria madeireira: caracterização, consequências sobre o meio ambiente e opções de uso. Holos Environment, Rio Claro, v.6, n.1, p. 08- 21, 2006. OLIVEIRA, A.D.; MARTINS, E. P.; SCOLFORO, J. R. S.; REZENDE, J. L. P.; SOUZA, A. N. Viabilidade econômica de serrarias que processam madeira de
32
florestas nativas: o caso do município de Jaru, estado de Rondônia. Cerne, Lavras, v.9, n.1, p.001-015, 2003. PONCE, R. H. Novas Tecnologias de Desdobro e Beneficiamento de Madeira: a busca da Caracterização de peças de madeira produzidas em serraria... Ciência Florestal, v.6., n.1,. Curitiba, 1993. p 310-314. ROCHA, M. P. Desdobro primário da madeira. Série Didática Fupef, Curitiba, n.02, p.1-61, 1999. ROCHA, M. P. Eucalyptus grandis Hill ex Maiden e Eucalyptus dunnii Maiden como fontes de matéria prima para serrarias. 2000. 185p. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade do Paraná, Curitiba, 2000. ROCHA, M. P. Técnicas de planejamento em serrarias. Série Didática FUPEF, Curitiba, n. 02/01, 121 p., 2002. SCANAVACA JR. L.; GARCIA, J. N. Rendimento em madeira serrada de Eucalyptus urophylla. Scientia Forestalis, Piracicaba, n.63, p.32-43, 2003. TSOUMIS, G. Science and technology of wood: structure, properties, utilization. New York: Chapman e Hall. 1991. 494 p. VITAL, Benedito. Rocha. Planejamento e operações de serrarias. Viçosa, MG, Ed. UFV, 2008, 211p.
33
ANEXO I - Diâmetro médio (cm), Volume de madeira bruta (m³) e Volume de
madeira serrada (m³) das 450 toras de Eucalyptus spp. utilizadas para
determinação do rendimento e da eficiência da madeireira Reck, no município de
São Gabriel – RS.
Tora Diâmetro Médio (cm) Volume (m³) Volume Madeira Serrada (m³)
1 19,37 0,0662 0,0251
2 25,37 0,0851 0,0444
3 24,51 0,0861 0,0349
4 24,86 0,0890 0,0344
5 23,08 0,0859 0,0347
6 23,55 0,0899 0,0343
7 21,80 0,0758 0,0345
8 24,35 0,0877 0,0350
9 21,80 0,0757 0,0346
10 20,85 0,0886 0,0342
11 19,58 0,0655 0,0340
12 24,19 0,0958 0,0339
13 24,67 0,0924 0,0341
14 21,17 0,0854 0,0348
15 22,44 0,0953 0,0337
16 20,85 0,0852 0,0336
17 25,15 0,0952 0,0333
18 21,96 0,0851 0,0327
19 24,83 0,0850 0,0330
20 23,40 0,0850 0,0332
21 23,24 0,0849 0,0331
22 19,10 0,0748 0,0333
23 20,05 0,0848 0,0329
24 24,83 0,0947 0,0334
25 22,60 0,0847 0,0328
26 19,73 0,0646 0,0326
27 22,92 0,0845 0,0325
28 21,49 0,0845 0,0372
29 24,51 0,0944 0,0323
30 24,19 0,0843 0,0322
31 24,35 0,0568 0,0242
32 25,15 0,0821 0,0224
33 23,87 0,0698 0,0301
34 24,83 0,0775 0,0459
35 23,24 0,1213 0,0853
34
36 23,24 0,0697 0,0055
37 25,15 0,0941 0,0221
38 20,85 0,0801 0,0217
39 23,24 0,0702 0,0173
40 23,50 0,0546 0,0158
41 23,54 0,0442 0,0172
42 23,57 0,0689 0,0235
43 23,61 0,0910 0,0222
44 23,64 0,0598 0,0172
45 23,67 0,0672 0,0154
46 23,71 0,0512 0,0270
47 23,74 0,0725 0,0308
48 23,78 0,1017 0,0235
49 23,81 0,0886 0,0231
50 23,84 0,0946 0,0196
51 23,88 0,0196 0,0247
52 23,91 0,0458 0,0172
53 23,94 0,0496 0,0172
54 23,98 0,1210 0,0352
55 24,01 0,0602 0,0098
56 24,05 0,0820 0,0185
57 24,08 0,0619 0,0193
58 24,11 0,0562 0,0270
59 24,15 0,0708 0,0153
60 24,18 0,1296 0,0534
61 24,22 0,0666 0,0154
62 24,25 0,0745 0,0193
63 24,28 0,1173 0,0309
64 24,32 0,0678 0,0411
65 24,35 0,0602 0,0270
66 24,39 0,0984 0,0360
67 24,42 0,1242 0,0590
68 24,45 0,1099 0,0411
69 24,49 0,0636 0,0270
70 24,52 0,0989 0,0401
71 24,55 0,1008 0,0413
72 24,59 0,1027 0,0425
73 24,62 0,1046 0,0437
74 24,66 0,1066 0,0448
75 24,69 0,1085 0,0460
76 24,72 0,1104 0,0472
77 24,76 0,1123 0,0484
35
78 24,79 0,1142 0,0496
79 24,83 0,1162 0,0508
80 24,86 0,1181 0,0519
81 24,89 0,1200 0,0531
82 24,93 0,1219 0,0543
83 24,96 0,1239 0,0555
84 25,00 0,1258 0,0567
85 25,03 0,1277 0,0578
86 25,06 0,1296 0,0590
87 25,10 0,1315 0,0602
88 25,13 0,1335 0,0614
89 25,17 0,1354 0,0626
90 25,20 0,1373 0,0638
91 25,23 0,1392 0,0649
92 25,27 0,1412 0,0661
93 25,30 0,1431 0,0673
94 25,33 0,1450 0,0685
95 25,37 0,1469 0,0697
96 25,40 0,1488 0,0709
97 25,44 0,1508 0,0720
98 25,47 0,1527 0,0732
99 25,50 0,1546 0,0744
100 25,54 0,1565 0,0756
101 25,57 0,1585 0,0768
102 25,61 0,1604 0,0779
103 25,64 0,1623 0,0791
104 25,67 0,1642 0,0803
105 25,71 0,1661 0,0815
106 25,74 0,1681 0,0827
107 25,78 0,1700 0,0839
108 25,81 0,1719 0,0850
109 25,84 0,1738 0,0862
110 25,88 0,1757 0,0874
111 25,91 0,1777 0,0886
112 25,95 0,1796 0,0898
113 25,98 0,1815 0,0910
114 26,01 0,1834 0,0921
115 26,05 0,1854 0,0933
116 26,08 0,1873 0,0945
117 26,11 0,1892 0,0957
118 26,15 0,1911 0,0969
119 26,18 0,1930 0,0980
36
120 26,22 0,1950 0,0992
121 26,25 0,1969 0,1004
122 26,28 0,1988 0,1016
123 26,32 0,2007 0,1028
124 26,35 0,2027 0,1040
125 26,39 0,2046 0,1051
126 26,42 0,2065 0,1063
127 26,45 0,2084 0,1075
128 26,49 0,2103 0,1087
129 26,52 0,2123 0,1099
130 26,56 0,2142 0,1110
131 26,59 0,2161 0,1122
132 26,62 0,2180 0,1134
133 26,66 0,2200 0,1146
134 26,69 0,2219 0,1158
135 26,73 0,2238 0,1170
136 26,76 0,2257 0,1181
137 26,79 0,2276 0,1193
138 26,83 0,2296 0,1205
139 26,86 0,2315 0,1217
140 26,89 0,2334 0,1229
141 26,93 0,2353 0,1241
142 26,96 0,2373 0,1252
143 18,14 0,0396 0,0134
144 22,44 0,0609 0,0272
145 24,51 0,0698 0,0301
146 24,86 0,0775 0,0459
147 23,08 0,1213 0,0853
148 23,55 0,0697 0,0055
149 21,80 0,0541 0,0221
150 24,35 0,0801 0,0217
151 21,80 0,0702 0,0173
152 20,85 0,0546 0,0158
153 19,58 0,0442 0,0172
154 24,19 0,0689 0,0235
155 24,67 0,1099 0,0222
156 21,17 0,0598 0,0172
157 22,67 0,0672 0,0154
158 22,69 0,0512 0,0270
159 22,71 0,0725 0,0308
160 22,74 0,1017 0,0235
161 22,76 0,0886 0,0231
37
162 22,78 0,0946 0,0196
163 22,80 0,0196 0,0247
164 22,83 0,0458 0,0172
165 22,85 0,0496 0,0172
166 22,87 0,1210 0,0352
167 22,89 0,0602 0,0098
168 22,92 0,0820 0,0185
169 22,94 0,0619 0,0193
170 22,96 0,0562 0,0270
171 22,98 0,0708 0,0153
172 23,01 0,1296 0,0534
173 23,03 0,0666 0,0154
174 23,05 0,0745 0,0193
175 23,07 0,1173 0,0309
176 23,10 0,0678 0,0411
177 23,12 0,0602 0,0270
178 23,14 0,0984 0,0360
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450 20,17 0,2781 0,0423
Total 91,6650 36,6123