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DOSSI TCNICODetergente domstico Lcia do Amaral Allan George A. Jaigobind Sammay Jaisingh Instituto de Tecnologia do Paran

Dezembro 2007

DOSSI TCNICO

Sumrio 1 INTRODUO..................................................................................................................2 2 HISTRIA DOS DETERGENTES.....................................................................................3 3 PANORAMA DO SEGMENTO BRASILEIRO...................................................................6 4 CARACTERSTICAS DOS TENSOATIVOS .....................................................................9 5 CONSTITUIO DOS TENSOATIVOS............................................................................9 6 CLASSIFICAO E NOMENCLATURA DOS TENSOATIVOS........................................9 6.1 Agente tensoativo........................................................................................................9 6.2 Tensoativo anftero.....................................................................................................9 6.3 Tensoativo aninico ....................................................................................................10 6.4 Tensoativo catinico ...................................................................................................10 6.5 Tensoativo no-inico.................................................................................................11 7 COMPOSIO BSICA DOS DETERGENTES...............................................................11 8 PRINCIPAIS ADITIVOS NAS FORMULAES DE DETERGENTES..............................12 8.1 Quelantes/seqestrantes/precipitantes .....................................................................12 8.1.1 Precipitantes ...............................................................................................................12 8.1.2 Seqestrantes/quelantes ............................................................................................12 8.2 Branqueador ptico e enzima.....................................................................................13 8.3 Espessantes.................................................................................................................14 8.4 Substncias alcalinas..................................................................................................14 8.5 Agente anti-redeposio .............................................................................................14 8.6 Corantes .......................................................................................................................14 8.7 Essncias odorficas ...................................................................................................14 8.8 Alvejantes e eliminadores de odores .........................................................................15 8.9 Estabilizantes de espuma ...........................................................................................15 9 CLASSIFICAO DOS DETERGENTES QUANTO AO PH ............................................15 10 FORMULAES DE DETERGENTES...........................................................................15 11 CONTROLE DE QUALIDADE DE DETERGENTES.......................................................17 11.1 Medida de pH .............................................................................................................17 11.2 Viscosidade................................................................................................................17 11.3 Densidade...................................................................................................................18 11.4 ndice de espuma.......................................................................................................18 11.5 Outros ndices analticos ..........................................................................................18 12 BALANO HIDROFLICO LIPOFLICO HBL ...........................................................19 13 NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL NCM ...................................................19 14 NORMAS TCNICAS .....................................................................................................20 15 EQUIPAMENTOS...........................................................................................................21 16 LEGISLAO ................................................................................................................23 17 PRINCIPAIS INSTITUIES DE INTERESSE PARA PESQUISA.................................25 Concluses e recomendaes .........................................................................................26 Referncias ........................................................................................................................27 Anexo Detergentes, o ser humano e o meio ambiente ................................................29

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DOSSI TCNICOTtulo Detergente domstico Assunto Fabricao de sabes e detergentes sintticos Resumo Este dossi aborda a produo de detergentes de uso domstico: definio, equipamentos, matrias-primas, formulao, especificaes, cuidados especiais na fabricao, fluxograma de produo. Palavras-chave Detergente; produto de limpeza; saneante domissanitrio; tensoativo Contedo 1 INTRODUO Produtos saneantes so aqueles usados na limpeza e conservao de ambientes (casas, escritrios, lojas, hospitais, etc.). Exemplos de saneantes: - detergente lquido; - detergente em p e sabo em p; - cera; - gua sanitria ou gua de lavadeira; - inseticida, repelente de insetos e raticida; e - desinfetante. Estes produtos para serem vendidos ao consumidor, devem ser seguros e apresentarem resultados de aplicao conforme indicao de uso. Todos os fabricantes so obrigados a seguir normas legais e tcnicas, e obter autorizao do Ministrio da Sade para cada produto saneante colocado venda. As trs grandes classes de detergentes domsticos so: p, lquido para lavanderia e lquido para cozinha. Das trs classes citadas aqui, os detergentes lquidos para a cozinha e os do tipo em p para lavanderia so os mais comercializados no Brasil. No rtulo dos saneantes, conforme a cartilha de Saneantes da ANVISA, devem estar disponveis as seguintes informaes: - o nome do fabricante ou importador, com endereo completo, telefone e tambm o nome do tcnico responsvel pelo produto; - a frase Produto notificado na Anvisa/MS ou nmero do registro no Ministrio da Sade; - a frase Antes de usar leia as instrues do rtulo, para que o consumidor saiba como us-lo; - avisos sobre os perigos e informaes de primeiros socorros; - o nmero de telefone do Servio de Atendimento ao Consumidor (SAC); - caso esteja escrito no rtulo PROIBIDA A VENDA DIRETA AO PBLICO ou USO PROFISSIONAL este produto somente poder ser utilizado por profissional habilitado.2 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Na mesma cartilha encontram-se ainda os seguintes alertas: - Guarde produtos saneantes bem longe de bebidas, alimentos, medicamentos e cosmticos. - Mantenha produtos saneantes fora do alcance de crianas e animais, pois podem atrair a ateno principalmente de crianas pequenas, entre 1 e 5 anos de idade, e causar acidentes graves. - Inutilize as embalagens vazias dos produtos saneantes, pois elas sempre ficam com resduos (restos) do produto. Jogue fora as embalagens vazias, de preferncia em sistema de coleta seletiva. - Somente misture um produto saneante com outro produto qualquer se esta indicao constar no rtulo, pois a mistura indevida pode causar reaes explosivas ou vapores txicos. - No perfure nem jogue no fogo embalagens de AEROSSIS. Nunca vire o jato de um AEROSSOL ou SPRAY em direo ao rosto. - Utenslios domsticos (copos, xcaras, colheres) s podem ser utilizados como medida para produtos saneantes se forem reservados apenas para esse fim ou muito bem lavados aps o uso. - Mantenha os produtos saneantes protegidos do sol, chuva e umidade. - Mantenha os produtos saneantes longe do calor e do fogo, pois alguns produtos so inflamveis. E ainda no caso de acidentes com produtos saneantes deve-se: 1. Sempre tratar primeiro da(s) pessoa(s) acidentada(s); 2. Seguir as orientaes de socorro que esto no rtulo do produto; 3. Adotar as seguintes medidas gerais de primeiros-socorros de acordo com a situao: - Se a pessoa bebeu ou comeu o produto: no provoque vmito, procure imediatamente o servio de sade mais prximo. Nunca d nada para a pessoa beber ou comer, se ela estiver inconsciente. - Se o produto entrou em contato com os olhos (caiu ou respingou): lave-os imediatamente com muita gua limpa, mantendo os olhos bem abertos. Em caso de dor, irritao, ardncia ou lacrimejamento, procure imediatamente ajuda mdica. - Se o produto entrou em contato com a pele (caiu ou respingou): lave imediatamente a parte do corpo atingida, com muita gua limpa. Tire as roupas contaminadas pelo produto. Em caso de irritao, dor ou queimadura procure ajuda mdica. - Se a pessoa inalou (cheirou) em excesso o produto: leve-a para um local aberto. Se houver sinais de intoxicao (mal-estar, tontura, dificuldades para respirar, tosse), procure ajuda mdica. ATENO: Sempre que possvel, importante levar o rtulo do produto ao mdico, porque isto orienta e melhora o atendimento ao paciente. Abaixo esto listadas as siglas de tensoativos mais utilizadas neste dossi: ABS ou DDB Dodecilbenzeno ou Alquilbenzeno Ramificado LAB - Linear alquilbenzeno LAS Na - linear alquilbenzeno sulfonato de sdio LAS ou ASL cido linear alquilbenzeno sulfnico 2 HISTRIA DOS DETERGENTES Segundo uma antiga lenda romana, o nome sabo ("sapo" em latim, "sapone" em italiano, "soap" em ingls) deriva do monte Sapo, onde eram sacrificados animais. As guas das chuvas arrastavam as gorduras dos animais e as cinzas de madeira das fogueiras pelas encostas do monte at o solo argiloso do rio Tibre. As mulheres que lavavam suas3 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

vestimentas na beira do rio perceberam que essa argila facilitava o seu trabalho, proporcionando maior eficincia de limpeza com menor esforo. Os sabes so conhecidos h muito tempo, porm, o seu uso amplo para limpeza e banho mais recente. Foi a partir do sculo XVIII, quando se reconheceu a existncia de microorganismos patognicos, que a necessidade de hbitos de higiene e limpeza tornaram-se ento fator determinante no combate proliferao desses microorganismos. A partir de ento, a utilizao dos sabes cresceu. Diferentes tipos de sabes podem ser obtidos variando o tamanho e a procedncia da cadeia graxa e o tipo de sal obtido, a exemplo disso tem-se: - os derivados de sais de sdio de cidos graxos, conhecidos como sabes duros ou sabo em pedra de uso domstico; - os derivados de sais de potssio de cidos graxos, conhecidos como sabes moles, os quais so normalmente utilizados nas formulaes de sabonetes, cremes de barbear e sabes lquidos; - os derivados de sais de amnio de cidos graxos, que so normalmente utilizados na formulao de sabes lquidos; - os derivados de sais de ltio de cidos graxos so adicionados a leos minerais em formulaes de lubrificantes, para torn-los mais espessos (formando os chamados "leos detergentes") e tambm poderem se aplicar na fabricao de graxas para motores. Eles impedem o acmulo de resduos de carvo e de produtos polimerizados. Porm os sabes apresentavam como grande inconveniente, a queda de sua eficincia de limpeza quando em processo de limpeza com guas duras e guas cidas, pois formavam substncias insolveis (FIG. 1 e 2).

Figura 1 - Reao que ocorre entre o sabo quando em guas cidas Fonte: ZAGO NETO; DEL PINO.

Figura 2 - Reao que ocorre entre o sabo e o clcio presente em guas duras Fonte: ZAGO NETO; DEL PINO.

Surgiram ento, durante a primeira guerra mundial, os alquilsulfatos neutralizados tipo o laurilsulfato de sdio, obtidos a partir do lcool graxo proveniente de gorduras animais e vegetais (FIG. 3). Estes tipos de detergentes, diferentemente dos sabes, quando em guas duras e cidas no formavam compostos insolveis.

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Figura 3 - Reao entre um detergente tipo lauril sulfonato de sdio e o clcio presente em guas duras Fonte: ZAGO NETO; DEL PINO.

Figura 4 - Reao entre um detergente tipo lauril sulfonato de sdio quando em guas cidas Fonte: ZAGO NETO; DEL PINO.

Porm devido escassez de leos e gorduras e pela disponibilidade de insumos petroqumicos, surgiram por volta de 1939-1945 nos Estados Unidos da Amrica, os detergentes sintticos derivados do petrleo, os alquilbenzenossulfonatos ou detergentes ABS ou DDB Dodecilbenzeno ou Alquilbenzeno Ramificado, produto da alquilao do benzeno com o tetrmero do propileno. Por serem mais baratos, foram produzidos e consumidos em grande escala, fato este, que se estendeu por duas dcadas (1940/1960), quando ento se denotou o problema de poluio de guas, isto , a utilizao deste tipo de tensoativo passou a produzir densas camadas de espuma, gerando um novo problema de poluio. Houve ento, a necessidade de se buscar o desenvolvimento de um tensoativo substituto que fosse degradvel. Ento ficou estabelecido a partir da dcada de 60, que os detergentes de usos domstico e industrial lanados nos esgotos, deveriam ser modificados, para que pudessem ser decompostos biologicamente. Tentando solucionar o problema, descobriu-se que a cadeia alqulica ramificada dos detergentes ABS ou DDB Dodecilbenzeno ou Alquilbenzeno Ramificado, no era degradada por microorganismos. Em 1964, os produtores de detergentes nos EUA concordaram voluntariamente em modificar as suas formulaes, ocorrendo fato semelhante na Europa Ocidental. A partir deste momento, entram no mercado os detergentes biodegradveis utilizados atualmente, que apresentam uma cadeia alqulica linear, os alquilsulfonatos lineares ou detergentes ASL ou LAS. Os estudos demonstram que linearidade da cadeia parafnica ligada ao benzeno a caracterstica responsvel pela alta taxa de biodegradao dos produtos LAB/LAS. A partir de outubro de 1982, todos os detergentes brasileiros passaram a utilizar os alquilbenzenossulfonatos lineares, biodegradveis. Em 1977 foi criada no Brasil a empresa DETEn, fabricante nica no Brasil at os dias atuais do LAB - Linear Alquilbenzeno, que a matria-prima para o LAS cido Linear Alquilbenzeno Sulfnico que utilizado na fabricao do LAS Na - Linear Alquilbenzeno Sulfonato de Sdio, que o tensoativo atualmente mais utilizado nas formulaes de detergentes lquidos e em p. A capacidade instalada no Brasil da DETEN de 220.000 t/ano de LAB e de 80.000 t/ano de LAS (DETEN).

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Figura 5 - Fluxograma descritivo de fabricao do LAB, ALP e LAS Fonte: DETEN

Com a automao dos processos de lavagem de loua, seja domiciliar ou industrial, houve a exigncia de detergentes com baixo poder de espumante. Os tensoativos no inicos destacam-se para utilizao em formulaes de detergente com baixa formao de espuma. 3 PANORAMA DO SEGMENTO BRASILEIRO Nos ltimos anos, o setor de produtos de limpeza institucional tem apresentado bom crescimento. Em 2005, o setor movimentou US$ 4 bilhes e empregou mais de 600 mil pessoas. Em pesquisa realizada pela Associao Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza (Abralimp), em 2006, aponta-se estimativa de crescimento contnuo de 2 a 4% ao ano, at 2010. Alm da maior conscientizao em relao limpeza institucional, cresceu tambm a preocupao e o consumo de produtos de limpeza domsticos. O detergente est presente em ambos os setores de limpeza, institucional e domstico. O detergente em p, usado para lavar roupas, representa grande parte das vendas do segmento, que no Brasil em 2004, representou 51,4% dos gastos em limpeza domstica. Porm alm do detergente em p, o detergente lquido, usado para lavar louas, tambm se mostra importante, j que o cuidado com as louas representou em 2004, 10,3% dos gastos com a limpeza. O detergente lquido um produto prtico e de baixo custo, que se mostra bastante presente nas pias das casas brasileiras. Em 2005, em funo da economia estvel, os detergentes lquidos ganharam maior espao no mercado nacional. Alm disso, marcas regionais conseguiram obter um maior espao na concorrncia com as grandes marcas (FIG. 6). Os consumidores de detergente lquidos normalmente escolhem o produto pelo preo, deixando questes relativas a rendimento e a proteo da pele para um segundo plano.6 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Questes relativas cor, fragrncia e embalagem influenciam tambm o consumidor em sua deciso de compra.

Figura 6 Desempenho do setor no Brasil - detergente lquido Fonte: ABIPLA

Figura 7 - Desempenho do setor no Brasil - detergente lquido Fonte: ABIPLA

Lder em vendas do setor de produtos de limpeza, o detergente em p tambm lidera nos quesitos de inovaes tecnolgicas e lanamento de produtos. Um bom exemplo disso est nos produtos hbridos, que alm de detergentes tambm so amaciantes e at alvejantes (FIG. 8). Mas, alm de modificaes no produto, propriamente dito, os fabricantes ainda inovam e investem em novas embalagens, mais prticas e atrativas ao consumidor, embora tenha crescido significativamente de 2002 a 2005, o consumo de detergentes em p no Brasil ainda muito menor do que o europeu. Mesmo sendo o detergente em p o produto de limpeza com maior demanda de consumo por tonelada, por ano, um brasileiro consome em mdia de 3,5 a 4 kg de detergente em p por ano. J na Europa, este nmero cresce para 14 kg anuais.

Figura 8 - Desempenho do setor no Brasil - detergente em p Fonte: ABIPLA7 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Figura 9 - Desempenho do setor no Brasil - detergente em p Fonte: ABIPLA

Mesmo apresentando crescimento, a indstria de detergentes e de todos os outros os produtos de limpeza sofre com o mercado informal e seus produtos clandestinos. Tendo como maiores consumidores a populao de baixa escolaridade e renda, os produtos de limpeza clandestinos apresentam srios ricos sade. O produto de limpeza mais produzido clandestinamente a gua sanitria, que em 2001, de acordo com um estudo realizado pela FIPE - Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas, 42,1% da gua sanitria consumida no Brasil clandestina. No caso dos detergentes em p e lquido, os nmeros so bem menores, porm no deixam de atingir uma parcela desinformada da populao e prejudicar o mercado. O detergente em p apresenta apenas 0,20% de informalidade no consumo nacional, sendo a clandestinidade pouco significativa, se comparada com o detergente lquido que apresenta 7,7% de informalidade (QUADRO 1).

Quadro 1 - Produtos clandestinosPARTICIPAO DO MERCADO INFORMAL (%) Detergente em p Informalidade Brasil Informalidade So Paulo Consumo per capita (BR) Consumo per capita (SP) Demanda em toneladas/ano (BR) Detergente lquido gua sanitria

Multiuso

Amaciante

Desinfetante

0,20

3,10

7,70

15,2

42,1

30,6

0,20

3,10

4,80

9,20

37,4

29,2

3,97

1,34

2,58

3,21

3,03

2,37

4,39

2,41

4,62

6,01

5,52

4,23

673.033

125.116

458.627

552.526

555.595

399.319

Fonte: ABIPLA

Mesmo com alguns problemas, o mercado nacional de detergentes e produtos de limpeza em geral ainda se mostra promissor e se mantidos os investimentos a estabilidade econmica tende a crescer e se desenvolver.8 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

4 CARACTERSTICAS DOS TENSOATIVOS Os tipos de detergentes esto em correspondncia direta com o tipo do tensoativo utilizado como princpio ativo. A maioria dos agentes tensoativos tem molcula com um grupo hidrfilo numa das extremidades e um grupo hidrfobo na outra. A parte hidrfoba uma cadeia de hidrocarbonetos, com 8 a 18 carbonos, linear ou ligeiramente ramificada; em alguns casos um anel benznico substitui alguns tomos da cadeia. A extremidade hidrfila, ou seja, solvel em gua a parte polar da molcula e pode ser aninica, catinica e noinica, em funo do grupo associado: carboxlico, sulfato, hidroxlico, ou sulfonato, sempre usados como sais de sdio ou de potssio. O principal componente dos detergentes o tensoativo, sendo que um bom tensoativo deve apresentar as seguintes caractersticas: - baixa toxicidade tanto para o usurio como para o meio ambiente; - boa umectao e poder detergente; - volume adequado de espuma. 5 CONSTITUIO DOS TENSOATIVOS Os tensoativos so constitudos por (FIG. 10): - grupo lipoflico grupo qumico solvel em leo/gorduras: so cadeias de hidrocarbonetos mais ou menos longas ou estruturas derivadas; - grupo hidroflico grupo qumico solvel em gua: grupos funcionais de carter inico.

Figura 10 Constituio dos tensoativos Fonte: BEZERRA

6 CLASSIFICAO E NOMENCLATURA DOS TENSOATIVOS Segundo a resoluo da ANVISA RDC n. 13, de 28 de fevereiro de 2007, tem-se as seguintes definies: 6.1 Agente tensoativo Qualquer substncia ou composto que seja capaz de reduzir a tenso superficial ao estar dissolvido em gua, ou que reduz a tenso interfacial por adsoro preferencial de uma interfase lquido-vapor e outra interfase. 6.2 Tensoativo anftero aquele que tem dois ou mais grupos funcionais que, dependendo das condies do meio, podem ser ionizados em soluo aquosa e do as caractersticas de surfactante aninico ou catinico. Sua estrutura possui, geralmente, um nion carboxilato ligado a uma amina ou ction quaternrio de amnio (FIG. 11).

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Figura 11 - Exemplo de tensoativo anftero Fonte: ZAGO NETO; DEL PINO.

6.3 Tensoativo aninico aquele que em soluo aquosa se ioniza produzindo ons orgnicos negativos, os quais so responsveis pela atividade superficial (FIG. 12).

Figura 12 - Exemplo de tensoativos aninicos Fonte: SILVA; PONZETTO; ROSA.

6.4 Tensoativo catinico aquele que em soluo aquosa se ioniza produzindo ons orgnicos positivos, os quais so responsveis pela atividade superficial (FIG. 13). Os tensoativos catinicos possuem como parte hidrofilada da cadeia um radical com carga positiva, ou seja, nestes tensoativos quem interage com a gua uma parte da molcula que possui carter positivo, ao contrrio dos tensoativos aninicos. No so compatveis com os tensoativos aninicos, formando com estes precipitado insolvel. Em geral, tm um poder detergente fraco e formam pouca espuma, por isso no so usados como detergentes clssicos de uso domsticos. Estes tensoativos tm propriedades germicidas e so muito utilizados como desinfetantes. So produzidos a partir de derivados alquil ou aril do cloreto, brometo ou sulfato de amnio. Tambm podem ser obtidos a partir da piridina, do imidazol e da isoquinolina. Os produtos obtidos so chamados de quaternrios de amnio. So dotados de poder bactericida elevado contra germens gram-negativos, sendo muito empregados em desinfetantes hospitalares para lavagem de fraldas, ou outro qualquer material que contenha urina; hoje j so encontrados em amaciantes para roupas. Utilizados ainda como anti-spticos da pele, como saneantes em laticnios e estabelecimentos de alimentos. So tambm fungicidas, atuando sobre certos protozorios patognicos. So de toxicidade relativamente baixa, com ausncia de poder corrosivo.10 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Figura 13 - Exemplo de tensoativo catinico Fonte: ZAGO NETO; DEL PINO.

6.5 Tensoativo no-inico aquele que no produz ons em soluo aquosa. A solubilidade em gua desses tensoativos devida presena nas molculas de grupos funcionais que tm uma forte afinidade com gua (FIG. 14). Uma das principais caractersticas dos tensoativos no-inicos sua elevada resistncia a eletrlitos e guas duras, alm disso, tem bom desempenho numa larga faixa de pH, isto , podem ser utilizados tanto em meio cido ou alcalino. Devido a grande possibilidade de variao do contedo de xido de etileno e ou propileno na molcula, pode-se obter uma grande variedade de produtos.

Figura 14 - Exemplo esquemtico de tensoativos no-inico Fonte: SILVA; PONZETTO; ROSA.

7 COMPOSIO BSICA DOS DETERGENTES Os detergentes so preparaes que promovem ou favorecem o processo de remoo de sujidades de uma superfcie e evitam a re-deposio destas sujidades. Em sua maioria so compostos pelas seguintes substncias (ECOLAB): Tensoativo primrio o ativo qumico principal. Ele tem a funo de reduzir a tenso superficial da sujidade (normalmente apolar, sem carga) tornando-a mais suscetvel ao da gua (polar, com carga) e demais componentes de limpeza. Exemplo de tensoativos primrios: lcoois graxos etoxilados sulfatados, lcoois graxos sulfatados, alquilbenzeno sulfonato, etc.11 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Tensoativo secundrio potencializa a performance do tensoativo primrio. Exemplo de tensoativos secundrios: lcoois graxo etoxilados, aminas graxas etoxiladas, alquil poliglucosdeos, etc. Coadjuvantes as funes dos coadjuvantes so do tipo: alcalinizantes, acidificantes e neutralizantes. Exemplo: soda custica, aminas, carbonatos, etc. H ainda aqueles cuja funo atuar como agentes de branqueamento qumico e tico e ainda os solubilizantes/solventes. Exemplo: gua, lcoois, poliglicis, etc. Estabilizantes a funo como o prprio nome indica estabilizar o sistema pela utilizao de: - espessantes sal (cloreto de sdio), carboximetil celulose, goma xantnica, etc; - seqestrantes - fosfonatos, EDTA, cido ctrico, etc; - conservantes - lcoois, aldedos, cetona, etc. Atributos estticos perfume, corante, opacificante e perolizante. Veculos e auxiliares de processo pode ser o tensoativo que faz o produto espumar ou no espumar. Podem ser solventes ou conservantes ou acidificantes ou alcalinizantes que conferem estabilidade ao produto ou a sua soluo de uso. 8 PRINCIPAIS ADITIVOS NAS FORMULAES DE DETERGENTES A maioria dos produtos de limpeza utiliza aditivos que melhoram sua eficcia ou reduzem seu custo. 8.1 Quelantes/seqestrantes/precipitantes Agentes quelantes ou seqestrantes aparecem praticamente em todas as frmulas de produtos de limpeza. Estes compostos retiram ons que esto presentes na gua e que podem reduzir a ao do detergente como os ons clcio e magnsio, componentes que tornam a gua dura e prejudicam a ao dos tensoativos aninicos (sabes e detergentes). Existem outras substncias que auxiliam na eliminao da dureza das guas. Pode-se classificar estes eliminadores em dois grupos: quelantes e precipitantes. 8.1.1 Precipitantes Carbonatos, silicatos e metassilicatos. O carbonato de sdio (Na2CO3) e o bicarbonato de sdio (NaHCO3) podem ser utilizados para corrigir o pH dos detergentes neutralizando sua acidez natural. 8.1.2 Seqestrantes/quelantes Inicialmente utilizou-se como quelante nas formulaes de detergentes o pirofosfato de sdio (Na4P2O7) e, posteriormente, o tripolifosfato de sdio (Na5P3O10). Eles atuam formando complexos estveis e solveis com os ctions causadores de dureza da gua, alm de proporcionarem alcalinidade soluo, facilitando a limpeza. Durante muitos anos os fosfatos pareceram ser os aditivos perfeitos. O preo era relativamente baixo, a toxicidade praticamente nula, o fato de no serem corrosivos para metais e a ausncia de efeitos nocivos sobre fibras e tecidos, tornaram o seu uso bastante difundido. O problema que os fosfatos atuam nos mananciais como um verdadeiro adubo para plantas aquticas e algas, que os utilizam para seu desenvolvimento, sendo que a12 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

excessiva reproduo destas plantas causa a eutrofizao das guas. A partir da dcada de setenta, surgiram nos EUA e em outros pases leis restringindo seu uso devido o problema da eutrofizao. No Brasil, o tripolifosfato de sdio ainda bastante utilizado em detergentes em p. Outra alternativa para substituir os fosfatos o uso de sais sdicos dos cidos nitrilotriactico e etilenodiaminotetractico, que atuam como complexantes de ons. Como desvantagem estes aditivos apresentam preo mais elevado e complexam ons txicos como o mercrio e o chumbo, mantendo-os nas guas de lavagem caso haja a presena destes. Atualmente, utiliza-se muito o EDTA (cido etilenodiaminotetractico) como seqestrante nas formulaes de detergente lquido. Os substitutos mais promissores para os fosfatos em formulaes de detergentes em p so as zelita e aluminossilicatos cristalinos, que substituem os ctions causadores da dureza por ctions de sdio. Ca2+(aq) + 2 Na-zelita(s) 2 Na+(aq) + Ca-zelita(s)

A composio qumica da zelita na forma sdica, pode ser representada pela frmula genrica.

Nax {(AlO2)x(SiO2) y} z H2O importante explicar que as zelitas so materiais insolveis, portanto, no servem para formulaes de detergentes lquidos. Segundo Osrio e Oliveira (2005), o uso das zelitas amplamente difundido nos Estados Unidos, sendo que no Japo, j em 1984, as zelitas constituam o nico aditivo em mais de 90% dos detergentes consumidos, enquanto que na Unio Europia, 75% dos detergentes contm zelita e 25% fosfato. Nos Estados Unidos, os produtos para lavadoras de prato automticas apresentam-se sob trs formas distintas: 60% como ps, 33% como gis e 7% como tabletes (OSRIO; OLIVEIRA, 2005). 8.2 Branqueador ptico e enzima Em detergentes em p para mquinas de lavar roupa, normalmente adicionado nas formulaes branqueadores pticos, que se pode dizer que so corantes que absorvem luz ultravioleta, emitindo luz fluorescente azul. Estes corantes depositados sobre o material txtil permitiro que o olho humano deixe de ver a cor amarelada dos tecidos e passe a enxergar o somatrio de luzes azuis fluorescentes refletidas, aumentando desta forma, o brilho e a alvura do tecido e mascarando o tom amarelado que pode se desenvolver em tecidos brancos. Outra matria-prima, tambm utilizada principalmente em detergentes em p para mquinas de lavar roupa, so as enzimas (normalmente as amilases, lpases e proteases). As enzimas so protenas que catalisam reaes especficas, auxiliando assim, a eliminao de substncias indesejveis que causam as manchas especficas provocadas por sujidades derivadas de amidos, gorduras e protenas.

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8.3 Espessantes Se o detergente for aninico ou catinico, e no havendo preocupao com ferrugem, podese utilizar eletrlitos do tipo sais como cloreto de sdio, sulfato de magnsio ou sdio e uria. Deve-se somente tomar o cuidado de introduzi-los na mistura quando o pH desta estiver em torno de 6,5 a 7,5 (neutro), pois caso contrrio, pode ocorrer a turvao do detergente com possvel separao de fases. Se o tensoativo utilizado for no-inico ou se houver problema de ferrugem em sua utilizao, sugere-se utilizar alcanolamidas, carboidratos ou polieletrlitos. 8.4 Substncias alcalinas Substncias alcalinas normalmente utilizadas em detergente em p, como carbonato de sdio e silicato de sdio, tm na formulao a funo de auxiliar na remoo das sujidades oleosas e cidas. 8.5 Agente anti-redeposio Muito usado em detergente em p, este tipo de aditivo tem a funo de evitar a redeposio das sujeiras nos tecidos. Um exemplo de agente anti-redeposio o CMC carboximetilcelulose. 8.6 Corantes Os corantes utilizados em formulaes, como por exemplo, os de detergentes lquidos, servem mais como um apelo de marketing e normalmente esto vinculados ao odor. Devese sempre verificar se o corante tem seu uso permitido por lei e se o mesmo no interfere nas aplicaes finais do produto (QUADRO 2).Quadro 2 - Corantes proibidos para uso em saneantes domissanitriosCORANTE p-Dimetilaminoazobenzeno Sudan I Oil Orange SS Orange I Ponceau MX Ponceau 3R Auramina Guinea Green B Lissamine Green 2,4 diaminotolueno SINONMIA Sudan Yellow GG INSCRIO 11.020 NO "COLOUR INDEX" solvent yellow 2

Sudan Orange R Oil orange XQ D & C Orange 3 Scarlet 2R D & C Red 15 Auramine Yellow Guinea Green BA Light Green FS Developer B

12.055 12.100 14.600 16.150 16.155 41.000 42.085 42.095 76.035

solvent yellow solvent orange acid orange acid red food red basic yellow acid green acid green oxidation base

14 2 20 26 6 2 3 5 20

Fonte: MINISTRIO DA SADE, 1987.

8.7 Essncias odorficas So utilizadas para caracterizar o produto e tornar o seu uso mais agradvel, encobrindo o cheiro forte dos tensoativos e da sujeira na gua de lavagem.14 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

8.8 Alvejantes e eliminadores de odores Produtos muito utilizados como aditivos para eliminar odores desagradveis e como antispticos so o brax (tetraborato de sdio hidratado -Na2B4O7.H2O) e o xido de zinco (ZnO). Outros boratos como o perborato de sdio so utilizados como alvejantes. A ao alvejante causada pela formao do oxignio ativo, que o perborato libera em solues alcalinas ou em presena de ativadores. 8.9 Estabilizantes de espuma Espuma o conjunto de bolhas que se formam na superfcie de um lquido quando ele agitado, fermentado ou fervido. As bolhas so formadas por gases (ar) que ficam presos dentro de uma cpsula (bolha) cuja parede uma camada de lquido. Normalmente so utilizados derivados de silicone ou tensoativos no-inicos para auxiliar na estabilizao de espuma. 9 CLASSIFICAO DOS DETERGENTES QUANTO AO PH Os detergentes podem ser classificados quanto ao seu pH em: alcalinos, cidos ou neutros, sendo que a aplicabilidade destes basicamente: Detergentes alcalinos - remoo de sujidades orgnicas como gorduras, protenas, acares, etc. Detergentes cidos - remoo de sujidades inorgnicas. Detergentes neutros - limpeza manual e de superfcies menos resistentes a corroso; - limpeza geral (pisos, paredes e superfcies de equipamentos). 10 FORMULAES DE DETERGENTES A produo de saneantes regulamentada, devendo os mesmos serem produzidos e disponibilizados ao mercado consumidor dentro de padres pr-estabelecidos, estando eles listados no item legislao deste dossi. A ttulo ilustrativo, apresenta-se a seguir, algumas formulaes encontradas na bibliografia estudada. Ateno: as formulaes listadas so s orientativas e dependem de testes e de registro no Ministrio da Sade por conta do produtor. Sugere-se que a empresa e ou empreendedor iniciante procure um fornecedor de matriaprima que lhe auxiliar na formulao, bem como um tcnico qumico da rea. Formulao para lava loua Substncia Acidosulfonico 96% Lauril ter Sulfato de Sdio Nonilfenol 9,5 EO Amida 80% (Dietanolamida de cido graxo de coco) EDTA Lquido Hidrxido de Sdio (sol. 50%) Uria Soluo de amonaco a 25 Be Sulfato de Sdio Cloreto de sdio Formaldedo (sol. 37%) Porcentagem das substncias 1 2 3 4 5 7-9 8,68 8,5 10 10 4 4 1 1 1 2 0,3 ~2,4 2 1,40 qsp 0,315 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

6 11

2

0,3

qsp

0,5 qsp 3

~2

~1,5 2 5

qsp

qsp

~2

gua Essncia Corante Descritivo do processo de preparao

qsp 100 0,2 a 0,5 qsp

qsp 100 qsp qsp

qsp 100

qsp 100 qsp qsp

qsp 100 qsp qsp

qsp 100

1 - Colocar no misturador em torno de 50 % da gua total. 2 - Adicionar o tensoativo aninico (cido sulfnico 96%) e homogeneizar. 3 - Adicionar vagarosamente e sob homogeneizao a soda custica j previamente diluda em gua e ir controlando o pH at 6,5 a 7,5. Se o pH subir acima da faixa indicada, abaixar com o prprio cido sulfnico ou cido muritico (cido clordrico). 4 - Adicionar mistura os outros componentes, exceto a essncia, corante e o espessante (cloreto de sdio ou sulfato de sdio) e formol. Deve-se tomar o cuidado de diluir previamente em um pouco de gua, as matrias-primas de difcil incorporao ao meio, evitando a formao exagerada de espuma. Esta medida de colocar a essncia e o formol com temperaturas abaixo de 35 C, serve para evitar perda de qualidade da essncia e do formol. Pode-se ainda, acrescentar nas formulaes de detergente 2% de Nipagin, que agir como bactericida, assegurando desta forma a qualidade e a durabilidade do detergente. Limpa vidros Tensoativo no-inico (tipo nonilfenol + 9,5 EO) lcool Dietanolamida Corante Essncia gua Xampu para automveis Tensoativo no-inico (tipo nonilfenol + 9,5 EO) Poliamidas Corante Essncia gua Detergente em p 1 - cido sulfnico 2 - Sulfato de sdio 3 - Tripolifosfato de sdio 4 - Silicato de sdio 5 - Carboximetilcelulose 6 - Alvejante ptico 7 - Aromatizante 8 - Formol em lentilhas 22% 20 Kg 12 Kg 13,5 Kg 2 Kg 100 g 200 g 100 g 8% 2% qsp qsp qsp 100 8% 3% 2% 0,5 % qsp qsp 100

Proceder a uma simples mistura, obedecendo a ordem dos constituintes, homogeneizando bem. Detergente alcalino forte Indicado para limpeza de pisos, paredes e outras superfcies em geral, onde h a necessidade de utilizar vassouras e escovas para frico.

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1 - cido sulfnico 2 - Carbonato de sdio alcalino 3 - Silicato de sdio alcalino 4 - Poliamida 5 - gua 6 - Corante

4 kg 2 kg 8 Kg 2 Kg 84 Kg qsp

1 - Colocar 50% da gua a ser utilizada no misturador. 2 - Adicionar o cido sulfnico homogeneizando bem. 3 - Acrescentar o carbonato e o silicato vagarosamente e homogeneizando bem. 4 - Acrescentar os demais componentes sempre com homogeneizao. 5 - O pH do produto final deve ficar entre 11 e 12. 11 CONTROLE DE QUALIDADE DE DETERGENTES Grandes empresas normalmente possuem laboratrios com cromatgrafos, polarimetros espectotofotmetro, medidor de gua Karl Fisher, estufa para slidos, viscosmetros, dentre outros que lhes permitem realizar desenvolvimento de novos produtos, controle de matriasprimas, bem como controle analtico em processo e de produto final. Por outro lado, as pequenas empresas no disponibilizam equipamentos como os acima citados e usualmente analisam as caractersticas mais comuns. Usualmente, controlam parmetros como pH, viscosidade, cor visual, odor, densidade, ndice de refrao e ndice de espuma. 11.1 Medida de pH O pH adequado dos detergentes varia de acordo com a aplicao, por exemplo: detergentes com finalidades de decapantes so comercializados em pH cido, os detergentes desengraxantes em pH alcalino e os domsticos em pH neutro. Os detergentes domsticos s vezes so encontrados no mercado com um pH levemente cido, a fim de evitar o ataque de leveduras. O pH pode ser medido com o auxlio de pHmetros (FIG. 15) ou papel tornasol, sendo este ltimo no muito preciso.

Figura 15 - pHmetro de bancada Fonte: CALLMEX

11.2 Viscosidade A viscosidade em detergentes um parmetro importante de controle, pois o consumidor, por vezes, acredita que a viscosidade est correlacionada com o teor de ativos. H diversos viscosmetros no mercado, o de bola, Brookfield e copo Ford (FIG. 16). Os viscosmetros mais utilizados so os de bola (FIG. 17) e o copo Ford, que medem respectivamente o tempo que uma pequena bola demora a atravessar uma determinada distncia e o tempo para escoar uma dada quantidade de detergente em um copo com um orifcio prdeterminado em sua base.

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Figura 16 - Viscosmetro tipo copo Ford Fonte: LF EQUIPAMENTOS

Figura 17 - Viscosmetro de queda de bola Fonte: QUANTOTEC

11.3 Densidade A densidade pode variar pelo acrscimo de matria ativa, eletrlitos, presena de lcool e ter em detergentes. Pode ser medida por um densmetro ou atravs da obteno do valor da massa em balana analtica ou semi-analtica e o volume. Utiliza-se a frmula d= m/V. 11.4 ndice de espuma A espuma como a viscosidade no tem influncia no poder de limpeza, porm, comercialmente importante e dependendo da aplicao do detergente pode tornar-se fator decisivo. Detergentes para mquinas de lavar loua e roupa, normalmente no devem fazer muita espuma. O ndice de espuma pode ser medido atravs de mtodos que faam o meio contendo uma determinada quantidade de detergente ser submetido a uma determinada e controlada agitao num determinado tempo, sendo medido na seqncia, o volume de espuma formada. A altura de espuma pode tambm ser medida em condio dinmica, como por exemplo, em SANCTIS, onde foi determinada a espuma, utilizando-se um equipamento onde uma soluo aquosa de 0,2 g/l, na temperatura de 25 C, foi recirculada de um recipiente e forada a passar atravs de um tubo de pequeno dimetro (0,6 cm) para gerar um jato que cai sobre a superfcie da soluo formando a espuma. A altura da coluna de espuma medida at atingir o topo do recipiente (100 mm). So medidas as alturas de espuma inicial (tempo 0) e nos tempos de 15, 30, 60, 120 e 300 segundos. 11.5 Outros ndices analticos SANCTIS ainda descreve outros ndices analticos utilizados em seus estudos, tais como: detergncia - avaliada em tergotmetro utilizando-se o mtodo ASTM D 3050 - 75, que compreende a lavagem de tecidos sujos padres EMPA 101 (tecido de algodo impregnado com sujeira de leo de oliva e negro de fumo) em soluo de concentrao de 0,2 g/l e temperatura de 25 C, com determinao da quantidad e de sujeira removida atravs de18 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

medidas de refletncia feitas antes e depois da lavagem dos tecidos utilizando-se um refratmetro. O ponto de turvao dos tensoativos, determinado, por exemplo, pela temperatura de turvao de uma soluo aquosa a 1% e de uma soluo a 20% em soluo de Butildiglicol (EBDG) a 25%. Tenso superficial dos tensoativos - avaliada em diferentes concentraes da soluo aquosa a 25 C. Foi utilizado no estudo de SANCTIS, o mtodo do anel (DU NOY), ASTM D 1331 56 e equipamento Dynometer, o qual proporciona a medida da fora necessria para desprender o anel da superfcie do lquido. 12 BALANO HIDROFLICO LIPOFLICO HLB Os tensoativos tambm podem ser classificados conforme seu HLB (Balano hidroflicolipoflico), numa escala de 0 (totalmente lipoflico) a 20 (totalmente hidroflico). O HLB calculado a partir da estrutura da molcula, sendo este, um nmero que expressa a relao entre os grupos polares e apolares existentes na molcula do tensoativo. A funo do HLB auxiliar a selecionar o tensoativo conforme a aplicao requerida (QUADRO 3).Quadro 3 - Valor HLB x Aplicabilidade

Fonte: BEZERRA Quadro 4 - Exemplos de grupos lipoflicos hidroflicos

Fonte: BEZERRA

13 NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL - NCM Para que as empresas brasileiras do setor atuem na rea de comrcio exterior importante terem as devidas informaes relativas ao NCM de seus produtos. A correta classificao de uma mercadoria tem papel relevante, pois a posiciona para todos os efeitos relativos ao comrcio exterior, como por exemplo: tratamento administrativo, contingenciamento, incidncia de tributos, tratamento preferencial previsto em acordos internacionais, alm do que, facilita a comercializao, a anlise e a comparao das estatsticas de comrcio19 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

exterior dos diversos pases. Obtm-se a classificao da mercadoria a partir de sua descrio, analisando-se desde as caractersticas genricas at os detalhes mais especficos. A essa descrio corresponde um cdigo genrico. O cdigo baseado no Sistema Harmonizado de Designao e Codificao de Mercadorias SH, utilizado na exportao no Mercosul denominado, Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM. O NCM composto de 8 dgitos, que substituiu a NBM/SH a partir de 1995 e utilizada em conjunto pelos quatro pases que formam o Mercosul, a fim de obter uniformidade na classificao das mercadorias, para facilitao das relaes comerciais. O NCM dos produtos pode ser encontrado nos sites do Sistema de Anlise das Informaes de Comrcio Exterior via Internet, denominado ALICE-Web (disponvel em: ) e Brazil Trade Net (disponvel em: ). Segue abaixo o NCM de detergentes, matrias-primas e produtos correlatos. Recomendase sempre a realizao de busca nos sites acima apresentados. NCM 34022000 34011900 34021300 34012090 34021190 38099190 34021290 34029029 38089029 34029039 38084010 34039900 34052000 34049019 34021900 Descrio 1. Preparaes tensoativas, para lavagem e limpeza. 2. Outros sabes/produtos/preparaes, em barras, pedaos. 3. Agentes orgnicos de superfcies, no-inicos. 4. Outros sabes. 5. Outros agentes orgnicos de superfcie, aninicos. 6. Outros. 7. Outros agentes orgnicos de superfcie, catinicos. 8. Outras. 9. Outros rodenticidas/produtos semelhantes apresentados de outro modo. 10. Outras preparaes para lavagem (detergentes). 11. Desinfetantes para uso domissanitrio direto. 12. Outras preparaes lubrificantes/antiaderentes/antiferrugem, etc. 13. Encusticas preparaes para conservao de mveis, etc. de madeira. 14. Outras ceras artificiais. 15. Outros agentes orgnicos de superfcie.

14 NORMAS TCNICAS As normas tcnicas descritas a seguir so elaboradas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT. Para consultar os endereos dos Postos de Intermediao e adquirir os produtos da ABNT consulte o site: . Norma: EB 5620 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Ttulo: Sabo comum Resumo: fixa caractersticas exigveis no recebimento de sabo comum. Norma: MB 94 Ttulo: Anlise qumica de sabo comum Resumo: fixa modo pelo qual deve ser feita a anlise qumica do sabo comum. Norma: NBR 13063 Ttulo: Tensoativos - Determinao da tenso superficial Resumo: prescreve mtodo de determinao da tenso superficial de um tensoativo. Norma: NBR 13064 Ttulo: Tensoativos - Determinao do poder espumante Resumo: prescreve mtodo de determinao do poder espumante de uma soluo de tensoativo a 1g/L. Norma: NBR 13065 Ttulo: Tensoativos - Determinao do poder emulsionante Resumo: prescreve mtodo de determinao do poder emulsionante de um tensoativo. Norma: NBR 13150 Ttulo: Tensoativos - Determinao do carter inico Resumo: prescreve mtodo de determinao do carter inico de um tensoativo, atravs de ensaios sucessivos. Norma: NBR 13903 Ttulo: Sabo e sabonete em barras - Determinao de umidade e volteis - Mtodo do forno de microondas Resumo: especifica mtodo para a determinao de umidade e volteis em sabo e sabonete em barras, utilizando forno de microondas. Norma: NBR 14450 Ttulo: Insumos para couro - Tensoativos - Determinao do teor de gua Resumo: prescreve o mtodo para determinao do teor de gua em tensoativos por arraste azeotrpico, utilizados em couros. Norma: NBR 15168 Ttulo: Insumos - Tensoativos - Determinao do ponto de turvao a frio Resumo: estabelece o mtodo para determinao do ponto de turvao a frio em tensoativos. 15 EQUIPAMENTOS Quando se pretende fabricar produtos lquidos podem-se utilizar os seguintes misturadores (FIG. 18 e 19):

21 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Figura 18 - Reator misturador em polietileno motorizado Fonte: FENOQUMICA

Figura 19 - Reator misturador em ao inox Fonte: FENOQUMICA

Quando h a necessidade de aquecimento devido s caractersticas das matrias-primas, sugere-se a utilizao de reatores com camisa de aquecimento. Aps a mistura, o envasamento do produto em frascos feito por mquinas do tipo envasadora, usualmente, estas so do tipo semi-automticas ou automticas (FIG. 20 e 21).

Figura 20 - Mquina automtica rotativa com 20 bicos Fonte: EDWARD

Figura 21 - Mquina dosadora semi-automtica gravidade com 6 bicos Fonte: EDWARD

Figura 22 - Mquina batocadeira de tampa em flaconate Fonte: EDWARD22 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Para misturar componentes e fabricar sabo em p a empresa Fenoqumica apresenta um processador que mistura componentes na forma de p. O equipamento constitudo de recipiente em inox de 50 kg de capacidade/vez e ps em inox, que possibilitam movimentos circulares de 360 graus na horizontal, contendo motor de 1 de CV trifsico, 50 HZ. Tudo adaptado em estrutura metlica mvel (FIG. 23 e 24).

Figura 23 - Processador para sabo em p Fonte: FENOQUMICA

Figura 24 - Sistema de ps interna Fonte: FENOQUMICA

16 LEGISLAO A Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - Anvisa estabelece que as empresas de produtos saneantes os fabriquem de tal forma que estes sejam seguros aos seus utilizadores e manipuladores e que dem bons resultados de utilizao. Todos os fabricantes so obrigados a seguir normas legais e tcnicas e obter autorizao do Ministrio da Sade para cada produto saneante colocado venda. A Vigilncia Sanitria a responsvel pela fiscalizao desses produtos. Saneantes substncias ou preparaes destinadas a higienizao, desinfeco ou desinfestao domiciliar, em ambientes coletivos e/ou pblicos, em lugares de uso comum e no tratamento de gua, sendo que detergentes so considerados saneantes. Detergentes e seus congneres - so as substncias que apresentam como finalidade a limpeza e conservao de superfcies inanimadas, como por exemplo: detergentes; alvejantes; amaciante de tecidos; antiferruginosos; ceras; desincrustantes cidos e alcalinos; limpa mveis, plsticos, pneus, vidros; polidores de sapato, superfcies metlicas; removedores; sabes; saponceos e outros. A legislao sobre detergentes e congneres pode ser consultada no site da Anvisa (): Resoluo n 13, de 28 de fevereiro de 2007 Revoga a Resoluo n. 01, de 25 de outubro de 1978 e aprova o regulamento tcnico para produtos de limpeza e afins harmonizado no mbito do Mercosul. Portaria n 393, de 15 de maio 1998 Revoga a Portaria SVS n. 120, de 24 de novembro de 1995 e estabelece o "Mtodo para determinao da biodegradabilidade de tensoativos aninicos", com validade em todo territrio nacional. Portaria SNVS n 61, de 23 de junho 1981 Determina que o nmero do registro dos produtos submetidos legislao de vigilncia sanitria seja precedido da sigla MS. Resoluo n 01, de 25 de outubro de 1978 Aprova as normas a serem obedecidas pelos detergentes e seus congneres.23 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Resoluo n 913, de 25 de junho de 2001 Dispe sobre a obrigatoriedade de notificao dos saneantes domissanitrios de risco I. Boas Prticas de Fabricao (BFP) Resoluo - RDC n 225, de 25 de agosto de 2003 Institui o modelo do certificado de boas prticas de fabricao para saneantes domissanitrios e modelo de formulrio de petio. Portaria n 327, de 30 de julho de 1997 Determina que todos os estabelecimentos produtores de saneantes domissanitrios cumpram as diretrizes estabelecidas pelos regulamentos tcnicos - boas prticas de fabricao e controle e que institui como norma de inspeo para os rgos de vigilncia sanitria do SUS o roteiro de inspeo em indstrias de saneantes domissanitrios. Embalagem Portaria DISAD n 10, de 15 de setembro 1980 Define a necessidade de padronizao para as embalagens e rotulagens dos saneantes domissanitrios. Portaria n 75, de 8 de junho 1987 Acondicionamento dos produtos domissanitrios, apresentados sob a forma de aerosol, dever ser feito nos seguintes valores para o contedo: 100 ml, 200 ml, 300 ml. Registro de produtos saneantes e domissanitrios Portaria n 874, de 5 de novembro de 1998 Biodegradabilidade dos tensoativos aninicos para produtos saneantes domissanitrios. Instruo Normativa n 01 de 30 de setembro de 1994 Estabelece os documentos necessrios para processos de peties, junto Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade. D.O.U de 4/10/94. Resoluo - RE n 1.879, de 20 de novembro de 2003 Determina que a partir de 1 de dezembro de 2003, todas as empresas que queiram protocolar qualquer assunto em petio referente a produtos saneantes junto a Anvisa, o faam, obrigatoriamente, por meio de peticionamento eletrnico, conforme estabelecido na RDC 23/03. Resoluo - RDC n 349, de 3 de dezembro de 2003 Estabelece regulamentao para os procedimento das peties submetidas anlise pelos setores tcnicos da Anvisa nos processos de registro. Resoluo - RDC n 184, de 22 de outubro de 2001 O registro de produtos saneantes domissanitrios e afins, de uso domiciliar, institucional e profissional efetuado levando-se em conta a avaliao e o gerenciamento do risco. Resoluo - RDC n 221, de 6 de dezembro de 2001 Dispe sobre a regulamentao do registro de produtos sujeitos vigilncia sanitria em razo da alterao da titulariedade da empresa. Outras legislaes a serem consideradas Portaria n 13/MS/SNVS, de 20 de junho de 1988 Altera o item 3 da Port. 08 de 10/4/88. Os produtos alcalinos, assim compreendidos aqueles cuja medida pH exceda 11,5, tambm ficam abrangidos pelo disposto no art. 1. Portaria n 09/MS/SNVS, de 10 de abril de 1987 Proibi os corante relacionados no Anexo I presente para uso em saneantes24 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

domissanitrios. Portaria n 08/MS/SNVS, de 10 de abril de 1987 Proibir a fabricao e comercializao de saneantes domissanitrios fortemente alcalinos apresentados sob a forma de lquido premido (aerossol). Portaria n 02/SNVS, de 23 de novembro de 1984 Admiti o uso do nitrito de sdio, na concentrao mxima de 0,1%, como antioxidante, nas formulaes dos produtos saneantes domissanitrios. Portaria Interministerial n 03, de 28 de abril de 1982 Proibir em todo territrio nacional a fabricao de produtos que contenham benzeno. Resoluo - RDC n 252, de 16 de setembro de 2003 Proibi, em todo o territrio nacional, a fabricao, distribuio ou comercializao de produtos avaliados e registrados pela Anvisa que contenham o benzeno, em sua composio admitida, porm, a presena dessa substncia, como agente contaminante, em percentual no superior a 0,1% v/v. Produtos para exportao Resoluo - RDC n 38, de 28 de abril de 2000 Estabelece diretrizes e condies gerais para regulamentao de produtos saneantes domissanitrios, destinados exclusivamente para exportao. 17 PRINCIPAIS INSTITUIES DE INTERESSE PARA PESQUISA Nacionais Nome: Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Sigla: ANVISA Site: http://www.anvisa.gov.br Misso: a finalidade institucional da Agncia promover a proteo da sade da populao por intermdio do controle sanitrio da produo e da comercializao de produtos e servios submetidos vigilncia sanitria, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. Alm disso, a Agncia exerce o controle de portos, aeroportos e fronteiras e a interlocuo junto ao Ministrio das Relaes Exteriores e instituies estrangeiras para tratar de assuntos internacionais na rea de vigilncia sanitria. Nome: Associao Brasileira da Industria de Mquinas e Equipamentos Sigla: ABIMAQ Site: www.abimaq.org.br Misso: atuar de forma independente para promover o desenvolvimento sustentado do setor, por meio de produtos, servios e aes poltico-institucionais que contribuam para: a competitividade sistmica e empresarial; o financiamento produo e comercializao; e o fomento dos negcios nos mercados nacional e internacional. Nome: Associao Brasileira da Industria Qumica Sigla: Abiquim Site: www.abiquim.org.br Misso: promover o aumento da competitividade e o desenvolvimento sustentvel da industria qumica instalada no Brasil. Nome: Associao Brasileira das Indstrias de Produtos de Limpeza e Afins Sigla: Abipla25 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Site: www.abipla.org.br Misso: promover aes que incentivem o crescimento do setor como um todo, contribuindo para o desenvolvimento sustentvel do pas, alm de defender os interesses legtimos de seus associados, com coerncia, tica, transparncia e qualidade, incentivar o aprimoramento tcnicocientfico e respeitar o meio ambiente, a sade e segurana da sociedade. Nome: Associao Brasileira de Aerosois e Saneantes Domissanitrios Sigla: Abas Site: www.abas.org.br Misso: orientar e representar o setor, promovendo o desenvolvimento da indstria, tanto no campo tecnolgico, quanto na poltica setorial. Nome: Associao Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza Sigla: Abralimp Site: www.abralimp.org.br Misso: uma entidade civil de mbito nacional, sem fins lucrativos, que tem como objetivo desenvolver e fortalecer o mercado institucional de limpeza. Nome: Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial Sigla: Inmetro Site: www.inmetro.gov.br Misso: prover confiana sociedade brasileira nas medies e nos produtos, atravs da metrologia e da avaliao da conformidade, promovendo a harmonizao das relaes de consumo, a inovao e a competitividade do Pas. Internacionais Nome: Consumers Specialty Products Association Sigla: CSPA/USA Site: www.cspa.org Misso: o CSPA a primeira associao de comrcio exterior que representa o interesse das industrias fabricantes de especialidades e produtos de consumo saneantes. Nome: Food and Drug Administration Sigla: FDA Site: www.fda.org Misso: o FDA o responsvel por proteger a sade pblica, assegurando a eficcia e segurana de produtos tais como: remdios para seres humanos e animais, produtos biolgicos, equipamentos mdico hospitalares, cosmticos, alimentos, e todos os produtos emissores radiao. O FDA tambm responsvel pelos avanos na sade pblica, ajudando na busca e desenvolvimento de inovaes de remdios, e alimentos mais efetivos e seguros.

Nome: The Soap and Detergent Association Sigla: DAS Site: www.sdahq.org Misso: ser a voz das indstrias de produtos de limpeza e leo qumicos a representar estas indstrias na responsabilidade, proatividade e maneira progressiva e ser um local preferencial de pesquisa de informaes de produtos de26 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

limpeza e oleoqumicos.

Concluses e recomendaes A produo de saneantes no deve ser encarada como uma simples mistura de matriasprimas que possa ser realizada por qualquer pessoa. A produo de detergentes deve estar em conformidade com as boas prticas de fabricao e ser orientada e supervisionada por profissional qualificado, alm disso, sua rotulagem deve estar de acordo com as regulamentaes dos rgos competentes. A clandestinidade de produo e comercializao de detergentes so atos que prejudicam no apenas os produtores srios, mas tambm os consumidores e o meio ambiente. A necessidade dos devidos cuidados na produo de detergentes e outros qumicos se exemplifica na histria, que mostra quantos anos e pesquisas foram necessrias para a obteno de produtos benficos humanidade, portanto, que no podem ser feitos por qualquer um em qualquer lugar. Os detergentes se mostram muito importantes para a sociedade, pois garantem a limpeza, e, conseqentemente, auxiliam na preveno de doenas. No mercado nacional, tem-se vrios tipos de detergentes, direcionados as mais variadas especificidades, porm, como presente na definio da Anvisa, todos possuem o mesmo objetivo: eliminar sujidades - funo esta que vem sendo fundamental para a humanidade desde o seu surgimento, mas que com o advento dos detergentes se tornou muito mais rpida e eficaz. Existem diversas Respostas Tcnicas a respeito de detergentes no banco de dados do SBRT, sugere-se ao leitor interessado que as acesse por meio do site . Referncias AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA. Orientaes para os consumidores de saneantes. 2003. Disponvel em: . Acesso em: 15 ago. 2007. AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA. Resoluo RDC n. 13, de 28 de fevereiro de 2007. Aprova o Regulamento tcnico para Produtos de Limpeza e Afins harmonizado no mbito do Mercosul atravs da Resoluo GMC n 10/04, que consta em anexo presente Resoluo. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 05 mar. 2007. Disponvel em: . Acesso em: 19 dez. 2007. AMIGO, Nisete Augusta de. Propriedades das normas de lanamento de esgoto. 1998. Tese (Doutorado) Fundao Osvaldo Cruz. Rio de Janeiro, 1998. Disponvel em: . Acesso em: 18 abr. 2007. ASSOCIAO BRASILEIRA DAS INDSTRIAS DE PRODUTOS DE LIMPEZA E AFINS. Um mercado promissor. Disponvel em: . Acesso em: 19 dez. 2007. BEZERRA, Clvis. Tensoativos. Disponvel em: . Acesso em: 23 set. 2007. CALLMEX. Equipamentos para laboratrio. Disponvel em: . Acesso em: 19 dez. 2007. DETEN. Capacidade instalada. Disponvel em: . Acesso em: 19 dez. 2007.27 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

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. Acesso em: 18 set. 2007. ZAGO NETO, Odeone Gino; DEL PINO, Jos Claudio. Trabalhando a qumica dos sabes e detergentes. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponvel em: . Acesso em: 15 ago. 2007. Anexos Anexo - Detergentes, o ser humano e o meio ambiente A respeito de detergentes, de acordo com Amigo (1968) tem-se: A dose letal para o homem de 25 g/kg de peso corporal. Causam destruio da flora intestinal, provocando diarria permanente. Detergentes com enzimas provocam reaes alrgicas. So depressores da tenso superficial, sendo prejudiciais aos microorganismos, interferindo nos processos normais de diviso celular, crescimento e sobrevivncia. Detergentes catinicos so bactericidas e mais txicos do que detergentes aninicos. Podem favorecer a eutrofizao, por terem polifosfatos na sua composio; Alteram profundamente as condies de vida de animais aquticos, cuja locomoo depende fundamentalmente da tenso superficial. Diminuem a capacidade de oxigenao da gua. Dificultam o tratamento das guas residuais. Biodegradabilidade Ser um detergente biodegradvel indica que este pode ser decomposto por microorganismos do tipo bactrias aerbicas com facilidade num curto espao de tempo. A biodegradabilidade de um detergente depende da estrutura qumica do agente tensoativo. Se o tensoativo possui molculas de cadeia longa, este degrada melhor do que os de cadeia curta e ramificada; detergentes sintticos a base de ster ou amidas so hidrolisveis, formando cidos que servem como fonte de alimento para bactrias; os detergentes a base de xido de etileno, isto , do tipo no-inico so suscetveis decomposio biolgica. A biodegradabilidade de detergentes pode ser avaliada por meio da DBO (Demanda Bioqumica de Oxignio) e da DQO (Demanda Qumica de Oxignio), sendo que a medida to somente atravs da DBO um mtodo grosseiro, porm, utilizando-se a relao DBO/DQO, pode ser feita uma avaliao mais consistente. DBO/DQO 0,6 possvel degradao biolgica sem aclimatao; DBO/DQO 0,2 possvel degradao com aclimatao; DBO/DQO 0 no possvel degradao biolgica. Definies: - Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) a quantidade de oxignio necessria oxidao da matria orgnica biodegradvel sob condies aerbicas, ou seja, avalia a quantidade de oxignio dissolvido, em mg/L, que ser consumida pelos organismos aerbios ao degradarem a matria orgnica. Este processo de anlise realizado num perodo de tempo de cinco dias numa temperatura de incubao de 20 C. - Demanda Qumica de Oxignio (DQO) a quantidade de oxignio necessria para oxidar a matria orgnica atravs de um agente qumico. Os valores da DQO, geralmente, so maiores que os da DBO, sendo o teste realizado num prazo menor e em primeiro lugar, sendo ento, o DQO o orientador do teste da DBO. A anlise da DQO til para detectar a presena de substncias resistentes degradao biolgica. O aumento da concentrao da DQO nos efluentes aquosos deve-se principalmente a despejos de origem industrial.29 Copyright Servio Brasileiro de Respostas Tcnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

Hoje, j se busca fazer monitoramentos que no sejam fundamentados somente em anlises fsico-qumicas de DBO, mas tambm, em mtodos biolgicos. Mtodos estes, que permitam um monitoramento contnuo e mais rpido de DBO, empregando sensores microbianos, tais como: Bacillus subtilis, Trichosporon cutaneum, Escherichia coli e outros, bem como outros mtodos de ecotoxicidade, com organismos como peixes e microcrustceos. Vrios microorganismos alimentam-se de matria orgnica presente na formulao dos detergentes e sabes, se ocorrer um aumento na populao destes microorganismos devido abundncia destas matrias-primas presentes nos detergentes, os microorganismos iro crescer com maior facilidade. Como estes microorganismos necessitam tambm de oxignio para sobreviver, eles acabam retirando o oxignio dissolvido na gua e reduzindo a quantidade de microorganismos aerbicos morte. A partir deste momento as bactrias anaerbicas, ao invs de produzirem CO2 (dixido de carbono) e H2O (gua) como produtos finais, formaro CH4 (metano), H2S (cido sulfdrico) e NH3 (amnia), que so mais txicos e prejudiciais ao meio ambiente. Outra forma pelas quais os detergentes atuam para o aumento da poluio quando ocorre a formao em grande escala de espumas nas superfcie dos rios e lagos. A camada de espuma encobre a superfcie, impedindo a penetrao dos raios solares e a interao da atmosfera com a gua. Esta obstruo mais evidente em rios cuja vazo pequena e as guas agitadas. Nesses casos, plantas aquticas e peixes so levados morte. Este fato, alm de prejudicial natureza, torna mais difcil e dispendioso o tratamento da gua para consumo humano. Segundo a Portaria n. 874, de 05 de novembro de 1998, endereo de acesso http://elegis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=328; considera-se biodegradvel a substncia tensoativa susceptvel de decomposio e biodegradao por microorganismos; considera-se biodegradvel a substncia tensoativa aninica com grau de biodegradabilidade mnimo de 90%; fica definido como referncia de biodegradabilidade, para esta finalidade, especfica o n-dodecilbenzeno sulfonato de sdio; e a verificao da biodegradabilidade ser realizada pela analise da substncia tensoativa aninica utilizada na formulao do saneante ou no produto acabado. No endereo de acesso http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=298 , o leitor pode encontrar o "Mtodo para Determinao da Biodegradabilidade de Tensoativos Aninicos", com validade em todo Territrio Nacional. Nome do tcnico responsvel Allan George A. Jaigobind Lucia do Amaral Sammay Jaisingh Nome da Instituio do SBRT responsvel Instituto de Tecnologia do Paran TECPAR Data de finalizao 19 dez. 2007

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