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    Desnaturalizando prticas de ensino em biologia

    Leandro Belinaso Guimares

    Algumas palavras iniciais...

    Como neste momento est em discusso a Reforma Curricular do Curso atravs

    dos trabalhos de uma Comisso constituda no Centro de Cincias Biolgicas da UFSC

    (a Jornada um evento inserido nos trabalhos da Comisso), espero no decepcionar

    com este texto as expectativas de todos que esto interessados nas discusses que tais

    circunstncias exigem. Acredito que a maior ansiedade de todos ns envolvidos na

    Reforma Curricular dos Cursos de Licenciatura e Bacharelado em Cincias Biolgicas

    da UFSC deriva-se em saber quais as "modalidades" que sero oferecidas, ou seja, se

    manteremos o Bacharelado e/ou a Licenciatura. Caso decidamos pelos dois (o que me

    parece bastante interessante e importante no mbito de uma universidade pblica que, a

    meu ver, deve estar interessada em ampliar com qualidade as possibilidades de

    formao profissional dos seus alunos) caberia, ento, uma pergunta: qual grau de

    relao e, tambm, de independncia ou, ainda, de interdependncia entre tais

    "modalidades"? Considero importante destacar, em sintonia com as Diretrizes

    recentemente aprovadas, que a Licenciatura necessita ser vista no mais como, apenas,

    uma "modalidade" (como tem sido nos ltimos anos aqui na UFSC e em muitas outras

    universidades) e, sim, como, efetivamente, um Curso de Graduao. No vou propor,

    agora, quaisquer respostas a esta possvel ansiedade. Isso simplesmente por consider-la

    pouco importante neste momento. Sei que tal ansiedade pode ser grande, mas vou fazer

    minha fala a partir de um pressuposto: tanto a Licenciatura como o Bacharelado,

    podero ser vistos nos trabalhos da Reforma com a mesma importncia e interesse, sem

    qualquer hegemonia. Assim, no quero colaborar, aqui, com a dualidade entre o

    Bacharelado e a Licenciatura (a dicotomia, sempre, pressupe hierarquia), mas, sim,pens-los como intrinsecamente necessrios para a formao dos futuros bilogos nas

    sociedades contemporneas. Espero poder explicar melhor isso ainda nesta parte inicial

    do texto.

    Quero j neste momento deixar claro que sou professor de Instrumentao,

    Metodologia e Prtica de Ensino em Biologia para os estudantes que optam por fazer as

    disciplinas pedaggicas e, portanto, serem tambm licenciados (j que todos so

    obrigados, hoje, a formar-se, apenas, como bacharis na UFSC). Em razo desta minhalocalizao irei fazer uma fala em defesa da Licenciatura (dificilmente poderia assumir

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    outra posio). Esta Jornada , de certa forma, um ato poltico em defesa do Curso de

    Licenciatura em Cincias Biolgicas da UFSC. Assim, tarde sero apresentados

    inmeros trabalhos desenvolvidos pelos acadmicos do Curso no mbito das disciplinas

    pedaggicas. No sero apresentadas pesquisas em educao e meio ambiente ou

    educao e biologia que deram origem a Trabalhos de Concluso de Curso (TCC) , j

    muito visveis aqui na UFSC, marcando, portanto, o campo da educao (em suas

    diferentes extenses e associaes) como, tambm, uma possibilidade de pesquisa para

    os futuros bilogos (bacharis).

    Quero explicitar minha posio de defesa de uma formao conjunta e articulada

    entre o Bacharelado e a Licenciatura. As disciplinas pedaggicas no so suficientes

    para formar educadores. As disciplinas especficas no formam apenas bilogos

    munidos dos conhecimentos necessrios a sua atuao profissional. Elas esto

    envolvidas, tambm, na formao docente, pois, entre outras coisas, os modos como

    operam os processos de ensino e de aprendizagem constituem, produzem, aquilo que

    pode e at deve ser entendido como formas de atuao docente. Todos os professores;

    sejam aqueles que vem a si prprios como apenas formadores de bacharis, como

    aqueles que se enxergam apenas como formadores de professores; precisam ter clareza

    que esto envolvidos nesse processo, mesmo que no queiram deliberadamente. E mais,

    precisamos ver que o espao da docncia, hoje, no , apenas, a escola (, tambm, a

    escola). Nossos alunos (bacharis em biologia) esto ocupando inmeros espaos de

    trabalho que exigem inseres no campo da docncia seja em Institutos de Proteo

    Ambiental, Empresas de Consultoria Ambiental, Museus, Parques, Organizaes

    Governamentais e No-Governamentais e Universidades. Com isso quero dizer que

    tanto os Bacharis em Cincias Biolgicas necessitam mergulhar no campo educativo,

    como os Licenciados em Cincias Biolgicas necessitam mergulhar intensamente no

    campo das especificidades relativas aos conhecimentos biolgicos. Seria timo, a meuver, que pudssemos enxergar nas novas Diretrizes para os Cursos possibilidades de

    conjugar e estender a todos os nossos alunos uma tima formao, ao mesmo tempo, de

    Bacharel e Licenciado em Cincias Biolgicas.

    Aps este quase desabafo inicial passo, agora, a tecer consideraes sobre aquilo

    que esta Mesa-Redonda destinou-me: apresentar as "prticas de ensino" que esto sendo

    operadas na UFSC. Vou iniciar tecendo uma breve incurso sobre o que tem sido

    entendido, talvez, de forma hegemnica, a respeito das prticas de ensino. Depois, faoalgumas consideraes a respeito de alguns conceitos que me so bastante caros, pois

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    conformam as perguntas que me movem pela pesquisa e pelo ensino no campo da

    educao, como os de cultura e de pedagogia cultural. Ainda nesta sesso inicial

    pretendo mostrar a relao de tais conceitos com aquilo que estou desenvolvendo como

    prticas de ensino. Finalizo socializando um pouco aquilo que vem sendo feito na

    UFSC (embora vocs podero tomar conhecimento, de forma mais pormenorizada,

    atravs dos trabalhos que sero apresentados tarde).

    Prticas de ensino: ampliando fronteiras...

    Gostaria, agora, de falar um pouco sobre aquilo que tem sido entendido como o

    campo de possibilidade para as chamadas prticas de ensino. Em outras palavras, quero

    perguntar sobre tudo aquilo que tem sido considerado como possvel quando pensamos

    em propor atividades de prtica de ensino. Isso exigiria, sem dvida, maior mergulho de

    pesquisa (talvez algum possa sentir-se mobilizado para esta tarefa). Porm, posso

    sugerir, aqui, algumas reflexes. Para exp-las so necessrias algumas perguntas.

    Passo a tec-las. Que significaes so tomadas como "naturais" a respeito da noo de

    "prtica de ensino?" Por que comumente associamos a noo de "prtica" a uma

    interveno, uma ao educativa? Ela refere-se, nessa acepo, a uma oposio noo

    de teoria (dicotomia esta que acaba produzindo entendimentos dualidade que emerge

    entre o Bacharelado o lugar onde aprendemos as teorias da biologia e a Licenciatura

    o lugar onde aprendemos a praticar, ou seja, a ensinar biologia). Por que associamos a

    noo de "prtica de ensino" s atividades desenvolvidas nas escolas?

    Visando melhor situa-los na compreenso dessas questes, quero mostrar que elas

    emergem da minha vinculao terica e poltica com os estudos culturais. Muitas

    pesquisas circunscritas nesse campo esto interessadas, conforme argumenta Tomaz

    Tadeu da Silva (1999), em desconstruir, em expor um "processo de naturalizao"

    (p.134). Neste sentido, quero argumentar que a disciplina "Prtica de Ensino" (tomadarecentemente pelas Diretrizes para os Cursos de Licenciatura no mais, apenas, como

    uma disciplina, mas, sim, como um conjunto de atividades que devero permear todo o

    Curso) no pode ser vista como algo simplesmente "natural" (como se apresentasse uma

    determinada significao hegemnica entendida quase que como fixa e, portanto,

    imvel) e, sim, como um artefato construdo como resultado de um processo de

    produo cultural. Em outras palavras, quero dizer que no h uma forma,

    simplesmente, "natural" de compor uma disciplina ou um conjunto de atividades deprtica de ensino. Os modos pelos quais elas so orquestradas so produtos de um

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    processo de construo social. Dizem respeito, por exemplo, quilo que os currculos

    oficiais, as pesquisas acadmicas, os saberes docentes, as legislaes tm historicamente

    permitido afirmar e constituir como um campo de possibilidade para as chamadas

    prticas de ensino. Gostaria de poder aguar nossa capacidade de criar prticas de

    ensino, exatamente, para alm daquilo que temos comumente entendido como o seu

    campo de possibilidade.

    Nesta direo possvel argumentar que as prticas de ensino em biologia

    referem-se, comumente, s aes pedaggicas desenvolvidas nas escolas. Dizem

    respeito, quase que exclusivamente, aos trabalhos com os conhecimentos biolgicos nas

    escolas e, portanto, aos processos relativos ao ensino e aprendizagem desses

    conhecimentos. Gostaria, ento, de propor um certo alargamento neste entendimento

    possibilitando, com isso, que as chamadas atividades de prtica de ensino que devero

    permear todo o Curso de Licenciatura possam ser construdas de forma ampla e criativa,

    ou seja, no apenas nas escolas e no apenas, tambm, relativas aos processos de ensino

    e de aprendizagem dos conhecimentos biolgicos "escolares".

    Gostaria de dizer, ainda, que considero importante estender a formao inicial

    docente em biologia para alm das fronteiras que ela vem sendo comumente conduzida

    nas disciplinas pedaggicas (fortemente concentrada nos mbitos da didtica, da

    epistemologia e da psicologia). Quero dizer com isso, que o campo da educao mais

    amplo e no pode ser circunscrito, apenas, a tais reas (todas bastante importantes sem

    dvidas). Sendo assim, gostaria de defender desde j a incorporao na formao inicial

    docente em biologia de uma maior ateno cultura, s polticas culturais e s cenas

    contemporneas (cujosprodutos; sejam eles televisivos, cinematogrficos, fotogrficos

    ou escritos; esto produzindo significaes a respeito de inmeros temas ligados

    biologia).

    Questionamentos...Conceitos em operao...Vibraes...

    Acredito ser importante, agora, mostrar de forma sucinta alguns conceitos como

    o de cultura e de pedagogia cultural com os quais venho trabalhando e organizando

    minhas pesquisas como as atividades de prtica de ensino que tenho desenvolvido tanto

    na disciplina chamada "Instrumentao do Ensino de Biologia" como, tambm, na

    prpria "Prtica de Ensino em Biologia".

    A cultura tem sido vista pelos estudos culturais como algo central nas nossasvidas. Estudiosos contemporneos como Stuart Hall (1997) tm chamado nossa ateno

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    para o carter constitutivo da cultura, ou seja, seu papel central na definio dos nossos

    modos de ser e estar no mundo. A cultura entendida, ento, como o conjunto das

    prticas produtoras de significaes sobre as coisas do mundo e sobre ns mesmos.

    Assim, nessa acepo, podemos enxergar, em operao nas sociedades, lugares

    diferentes (movimentos sociais, cinemas, escolas, laboratrios cientficos, jornais, etc)

    imprimindo determinadas significaes sobre as coisas do mundo (objetos, conceitos,

    disciplinas, prticas, modos de ser e viver). Nesse sentido, a cultura, entendida como

    prtica de produo de significados sempre mveis e contingentes, est intimamente

    conectada s relaes de poder em jogo nas sociedades.

    A partir dessas compreenses podemos atentar para as significaes que esto

    sendo operadas na e atravs da cultura sobre as inmeras temticas comumente

    associadas biologia como corpo, natureza, DNA, gene, evoluo, ecologia, vida, entre

    outras. Diferentes lugares imprimem diferentes significaes no homogneas muitas

    vezes sobre tais temticas. Significaes que so disputadas na e atravs da cultura, pois

    se relacionam com os jogos do poder e do saber que se deslocam pelas sociedades (um

    cientista que pesquisa o melhoramento gentico de plantas, um militante do Movimento

    dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, um grande produtor de soja e um educador

    ambiental imprimem, possivelmente, significaes diferenciadas sobre os transgnicos).

    Se levarmos a srio tais compreenses ns veremos que inmeras prticas culturais

    esto nos ensinando significaes sobre as diferentes temticas associadas biologia.

    Quero dizer com isso que as pessoas (incluindo ns mesmos) no esto

    aprendendo sobre as temticas biolgicas apenas na universidade ou na escola, mas,

    tambm, nas telenovelas, nos jornais, nas revistas, nas campanhas publicitrias, nos

    gibis, entre outros lugares. A esse processo Henry Giroux [1995 e 1996] nomeia como

    pedagogia cultural. Tais prticas de ensino operadas no mbito das pedagogias

    culturais precisam, a meu ver, ser levadas em questo tanto na formao inicial docentequanto na formao continuada de professores e de professoras. Conectar as prticas

    docentes s prticas culturais (na acepo aqui destacada) talvez faa parte de uma

    importante estratgia poltica.

    Passo agora a mostrar como tais compreenses podem articular-se conformando

    atividades de prtica de ensino na formao docente em biologia.

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    Prticas de ensino em biologia na UFSC

    Gostaria de iniciar esta sesso destacando as atividades de prtica de ensino

    orquestradas no mbito da disciplina de "Instrumentao do Ensino de Biologia", na

    Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a partir do ano de 2000. Em outro

    texto, Guimares (2002), fiz algumas consideraes a respeito desta disciplina. Acredito

    ser interessante iniciar, exatamente, por tais argumentaes, pois elas justificam a

    incorporao na disciplina de "Instrumentao" das atividades deprtica de ensino que

    pretendo comentar logo adiante.

    O ensino de biologia foi, historicamente (principalmente nos anos sessenta e

    setenta do sculo XX), bastante impregnado por modos de pensamento (empirismo-

    lgico) que acreditavam no conhecimento cientfico como o nico capaz de afirmar as

    verdades do mundo. Um conhecimento no permeado pela cultura e no mediado seja

    pela tcnica, seja pela linguagem humana. Um conhecimento cientfico que se queria

    neutro. Hoje sabemos que difcil defender tal neutralidade. E mais, como argumenta

    Latour (1997), tornou-se difcil tambm, apenas, tecer crticas neutralidade, ou seja,

    dizer somente que a cincia sofre influncias do mundo externo. Hoje, podemos dizer

    que tanto as coisas do mundo esto permeadas, impregnadas, de cincia, como a prtica

    cientfica est tambm permeada, completamente hibridizada com as coisas do mundo

    (Santos, 2000). Isso daria, contudo, uma extensa discusso. Importante, agora, para este

    texto, termos convico que a emergncia da "Instrumentao" nos currculos de

    formao docente na rea cientfica tributria do iderio proposto pelo empirismo-

    lgico. Assim, melhor ensinaria biologia quele que tivesse habilidades e destrezas no

    manuseio dos instrumentais de laboratrio (local considerado privilegiado para mostrar

    ou reproduzir os caminhos da cincia). E mais, melhor ensinaria biologia quem

    desenvolvesse nos estudantes tais habilidades. Ser redundante dizer sobre o impacto

    dessas compreenses nas disciplinas de "Prtica de Ensino".A partir de meados dos anos oitenta do sculo passado, as disciplinas de

    "Instrumentao", "Metodologia" e "Prtica" comeam a sofrer influncias das vertentes

    psicolgicas (cognitivistas) e, tambm, epistemolgicas, cada vez mais freqentes nas

    pesquisas sobre o ensino de cincias e biologia no Brasil, que acabam conduzindo a

    construo de seus Programas e Planos de Ensino. Passa a ser importante, ento, alm

    de desenvolver habilidades e competncias cognitivas para a prtica cientfica, fazer

    emergir as chamadas concepes alternativas (para isso a mente do aluno torna-se olocus privilegiado de ateno nas pesquisas e na conduo das disciplinas de formao

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    docente como pensam, o que j sabem, como aprendem os estudantes). O esforo

    central poder levar em considerao no ensino de biologia tais concepes para que os

    professores e as professoras possam obter mais sucesso em relao aprendizagem dos

    conhecimentos cientficos (nessa conformao h pouco espao para as pedagogias

    culturais no sentido aqui exposto j que o foco central desvendar as concepes

    mentais dos estudantes visando o ensino dos conhecimentos biolgicos). Tambm se

    tornou necessrio mostrar a "verdadeira" natureza do conhecimento cientfico (mostrar

    uma cincia dinmica, cujas "verdades" so histricas, por exemplo).

    Hoje, a disciplina de Instrumentao do Ensino de Biologia (Guimares 2001)

    aqui na UFSC, por exemplo, incorpora, centralmente, discusses sobre as "pedagogias

    culturais" incluindo exerccios de pesquisas (conduzidas pelos estudantes sob minha

    orientao) que buscam analisar prticas e artefatos culturais (programas de televiso,

    filmes, revistas, gibis, propagandas, poesias, msicas, sites, apostilas, jornais, entre

    outros) no que tange s temticas comumente associadas biologia (corpo, sexualidade,

    biotecnologia, alimentao, natureza, evoluo, ecologia, gentica, sade, entre outras).

    Como exemplares das pesquisas desenvolvidas no mbito da disciplina de

    "Instrumentao" esto os trabalhos: de Mariana Brasil & Edwin Campbell (2002) sobre

    as histrias em quadrinhos da turma da Mnica, de Madalena Heinen (2002) sobre as

    capas da revista "Veja" e, ainda, de Liz Cristina Camargo Ribas (2002) a respeito das

    msicas do grupo de pop-rock brasileiro "Tits" e do compositor Arnaldo Antunes.

    Destaco que temos enxergado e configurado tais pesquisas como atividades de prtica

    de ensino. tarde as monitoras da disciplina neste semestre (Mariana Mascarenhas e

    Madalena Heinen) apresentaro maiores detalhes.

    Por outro lado, na disciplina de Prtica de Ensino em Biologia tenho buscado

    incorporar espaos para o estgio docente que vo alm da escola. Isso, no por

    considerar que a escola no seja mais importante, mas, sim, por consider-la, apenas,mais um (entre inmeros outros) espao "pedaggico" de produo de significados a

    respeito de temticas comumente associadas biologia. Entre as mltiplas instncias

    culturais de produo de significados como a televiso, o cinema e o jornalismo a

    escola, talvez, seja um dos nicos espaos que deliberadamente est conformado para

    ensinar um corpo "escolar" de conhecimentos biolgicos. Alm disso, a escola pode ser

    vista apenas como mais um espao para a atuao docente dos egressos dos Cursos de

    Licenciatura em Cincias Biolgicas (como j referi anteriormente). Essa compreenso,alm de imprimir os encaminhamentos acima descritos para a Instrumentao

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    GIROUX, Henry A. O filme Kids e a poltica de demonizao da juventude. Educao

    e Realidade, Porto Alegre, v.21, n.1, jan/jul, 1996.

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    Florianpolis: Laboratrio de Ensino Distncia/UFSC, 2001.

    GUIMARES, Leandro Belinaso. O lugar da "Instrumentao do Ensino de Biologia"

    na formao docente: notas a partir dos estudos culturais. In: Coletnea do VIII

    Encontro Perspectivas do Ensino de Biologia (CD-ROM). So Paulo, USP, 2002.

    LATOUR, Bruno & WOOLGAR, Steve. A vida de laboratrio: a produo dos fatos

    cientficos. Rio do janeiro: Relume Dumar, 1997.

    HEINEN, Madalena. Lendo biologia nas capas da Veja. 2002. (texto indito).

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    RIBAS, Liz Cristina Camargo. Cantando o mundo vivo no pop-rock brasileiro. 2002

    (texto indito).

    SANTOS, Luis Henrique S. dos. A Biologia tem uma histria que no natural. In:

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    Universidade/UFRGS, 2000.

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