DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA...

101
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS PARA DETERMINAÇÃO DE DIFERENTES GUANILHIDRAZONAS AUTOR DISCENTE: Wanessa Azevedo de Brito ORIENTADOR: Profa. Dra. Ana Paula Barreto Gomes COORIENTADOR: Prof. Dr. Cícero Flávio Soares Aragão NATAL-RN 2014

Transcript of DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA...

Page 1: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS

PARA DETERMINAÇÃO DE DIFERENTES GUANILHIDRAZONAS

AUTOR DISCENTE: Wanessa Azevedo de Brito

ORIENTADOR: Profa. Dra. Ana Paula Barreto Gomes

COORIENTADOR: Prof. Dr. Cícero Flávio Soares Aragão

NATAL-RN

2014

Page 2: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

WANESSA AZEVEDO DE BRITO

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS

PARA DETERMINAÇÃO DE DIFERENTES GUANILHIDRAZONAS

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós- graduação em Ciências Farmacêuticas, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

NATAL-RN

2014

Page 3: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

3

AGRADECIMENTOS

A Deus, fonte de vida, onde me sustento e ponho à frente nas minhas

batalhas e conquistas. Ele que me permitiu vir ao mundo com saúde, e coragem

para lutar pelos meus objetivos. Ele que me presenteou com uma família que

sempre priorizou o investimento na minha educação e me deu todo o suporte para

alcançar vôos mais altos. Ele que me abençoou com uma profissão, na qual hoje

sou realizada. Ele que me orientou à pesquisa e colocou em meu caminho

professores que investiram e acreditaram no meu potencial. Ele que me impulsionou

a querer e acreditar nesse sonho que se realiza e que me aconselha a não parar por

aqui. A Ele toda honra e toda glória e o maior agradecimento.

A minha família pelo apoio incessante, em especial a minha mãe Eliane por

todas as batalhas ganhas e pelo amor incondicional e a minha avó Eunice por ter

acreditado e investido na minha educação mesmo não tendo conhecido as letras.

Ao professor Cícero por ter me dado a primeira oportunidade na pesquisa e

por até hoje estar presente em meus projetos. A professora Ana Paula, por me

acolher como sua orientanda, confiar no meu êxito e me acalmar com suas sábias

palavras.

A todos que fazem o laboratório de controle de qualidade de medicamentos,

pelo companheirismo. A Nilma por sempre nos fazer acreditar que tudo vai acabar

bem, a Lílian por compartilhar conhecimento e experiências valiosas, a Thereza pelo

carinho, abraço de conforto e amizade para a vida, a Cândida minha amiga que

sempre me dá força e caminhamos juntas também nessa etapa da vida, a Thiago e

Dayanne pelo incentivo mútuo que motivaram nossos projetos. A Monique, uma

amiga que Deus colocou no meu caminho para ser a ajuda decisiva para a

conclusão desse projeto, que se disponibilizou e me acompanhou em todos os

momentos com dedicação e comprometimento.

Aos meus colegas de trabalho que me deram força, e aos que não foram

citados, mas que contribuíram ao menos com uma palavra de otimismo.

Page 4: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

4

RESUMO

As guanilhidrazonas sintéticas WE010 (3,5-di-tert-butil-4-hidroxibenzaldeÍdo-

guanilhidrazona), WE014 (4-bifenilcarboxialdeídoguanilhidrazona) e WE017 (3,4-

diclorobenzaldeídoguanilhidrazona) apresentaram alta atividade citotóxica em

relação a inibição do crescimento de células cancerígenas. Contudo, o avanço no

desenvolvimento desses candidatos a fármacos necessitam de métodos precisos

para suas adequadas análises quantitativas e qualitativas. O objetivo desse estudo

foi desenvolver e validar métodos por Cromatografia Líquida de Alta Eficiêcia com

Detector de Arranjo Diodo (CLAE-DAD) e Cromatografia Líquida de Ultra Eficiêcia

com Detector de Arranjo Diodo (CLUE-DAD) adequados para a determinação

simultânea, bem como isolada das guanilhidrazonas em estudo, baseado na

otimização de parâmetros cromatográficos e obtenção de tempos reduzidos de

detecção. As análises cromatográficas por CLAE foram realizadas numa coluna

analítica C18 ACE (150 mm x 4,6 mm), com tamanho de partícula de 5,0 µm. Dentre

as condições analisadas, os melhores resultados de separação foram obtidos com

uma fase móvel composta por metanol:água (60:40), em um fluxo de 1,5 mL/min. e

um pH de 3,5 ajustado com ácido acético. O método por CLUE foi desenvolvido a

partir de técnicas de planejamento fatorial, com o objetivo de se encontrar as

melhores condições analíticas, que foram obtidas a partir de análise em uma coluna

XR-ODS (50 mm x 3,0 mm), com tamanho de partícula de 2,2 µm, mantida a 25 ºC. A

fase móvel foi constituída por metanol:água (65:35) com 0,1% de Trietilamina (TEA)

e pH de 3,5 ajustado com ácido acético. Os procedimentos foram validados a partir

da avaliação de parâmetros de especificidade, linearidade, limites de detecção (LD)

e quantificação (LQ), precisão exatidão e robustez, obtendo-se resultados dentro do

intervalo aceitável. Embora o método por CLUE tenha mostrado melhor sensibilidade

(menores valores de LD e LQ), robustez (menores índices de desvio padrão relativo)

e minimizado gastos de tempo e solvente, ambos os métodos desenvolvidos foram

adequadamente aptos para as análises das moléculas de guanilhidrazonas,

podendo ser utilizados na rotina de laboratórios de controle de qualidade

Palavras-chave: guanilhidrazonas, CLAE/DAD, CLUE/DAD, validação de

método analítico.

Page 5: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

5

ABSTRACT

The synthetic guanylhydrazones WE010 (3,5-di-tert-butil-4-hidroxibenzaldehyde-

guanylhydrazone), WE014 (4-bifenilcarboxialdehydeguanylhydrazone) and WE017

(3,4-diclorobenzaldehydeguanylhydrazone) showed high cytotoxic activity in terms of

percentage inhibition of cancer cells growth. However, further progress in the

development of these drug candidates requires precise and convenient methods for

their qualitative and quantitative analyses. The aim of this study was to develop and

validate High Performance Liquid Chromatography with diode-array detection (HPLC-

DAD) and Ultra Fast Liquid Chromatography with diode-array detection (UFLC-DAD)

methods suitable for as simultaneous as isolated determination of studied

guanylhydrazones, based on the optimization of chromatographic parameters and

obtaining reduced detection times. The chromatographic analyses of analytes by

HPLC were performed on C18 ACE analytical column (150 mm x 4.6 mm), with a

particle size of 5.0 µm. Among all the conditions assayed, the best results of

separation were obtained with a mixture of methanol:water (60:40, v/v) as the mobile

phase at a flow rate 1.5mL/min and pH of 3.5 adjusted at acetic acid. The UFLC

method was developed by experimetal desing techniques in order to find optimal

chromatographic analytical conditions, which were achieved on XR-ODS analytical

column (50 mm x 3.0 mm), with a particle size of 2,2 µm, maintained at 25 ºC. The

mobile phase was consisted of methanol:water (65:35, v/v) with 0.1% triethylamine

(TEA) and pH of 3.5 adjusted at acetic acid, at a flow rate 0.5 mL/min. The procedure

were validated following evaluating parameters such as specificity, linearity, limits of

detection (LD) and quantification (LQ), precision, accuracy and robustness, giving

results within the acceptable range. Although the UFLC method shows better

sensitivity (lower values of LD and LQ), robustness (lower rates of relative standard

deviation) and minimize spending time and solvent, both developed methods were

adequately applied to the analysis of guanylhydrazones molecules, may be used in

routine of quality control laboratories.

Keywords: guanylhydrazones, HPLC/DAD, UFLC/DAD, validation of analitical

method.

Page 6: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura química, peso molecular (PM), fórmula molecular (FM) e

coeficiente de partição (logP) das guanilhidrazonas WE010 (A), WE014

(B) e WE017 (C)...........................................................................................

21

Figura 2 - Estrutura química e fórmula molecular (FM) do fármaco guanabenz e da

guanilhidrazona WE017................................................................................

22

Figura 3 - Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

ACN:H2O (60:40) pH5,0; 0,6 mL/min; (200 µg/mL).......................................

44

Figura 4 - Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

ACN:H2O (60:40) pH 5,0; 0,8 mL/min; (200 µg/mL)......................................

45

Figura 5 - Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

ACN:H2O (60:40) pH 5,0; 1,0 mL/min; (200 µg/mL)......................................

45

Figura 6 - Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

ACN:H2O (50:50) pH 3,5; 1,2 mL/min; (200 µg/mL)......................................

46

Figura 7 - Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

MeOH:H2O (60:40) pH 5,0; 0,8 mL/min; (200 µg/mL)...................................

47

Figura 8 - Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

MeOH:H2O (60:40) pH 5,0; 1,0 mL/min; (100 µg/mL)...................................

47

Figura 9- Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

MeOH:H2O (60:40) pH 5,0; 1,0 mL/min; (20 µg/mL).....................................

48

Figura 10- Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

MeOH:H2O (60:40) pH 3,5; 1,0 mL/min; 10 µg/mL; 290 nm.........................

49

Figura 11 - (A) Cromatograma obtido por CLAE de WE017 (1), WE014 (2) e WE017

(3). FM* – MeOH:H2O (60:40) pH 3,5; 1,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm; (B)

Visão 3D dos espectros de absorção das substâncias.......................

50

Figura 12 - (A) Cromatograma obtido por CLAE de WE017 (10 µg/mL); (B) Visão 2D

do espectro de absorção de WE017.............................................................

51

Figura 13 - (A) Cromatograma obtido por CLAE de WE014 (10 µg/mL); (B) Visão 2D

do espectro de absorção de WE014..............................................................

52

Figura 14 - (A) Cromatograma obtido por CLAE de WE010 (10 µg/mL); (B) Visão 2D

do espectro de absorção de WE010.............................................................

53

Figura 15 - Visão 2D dos espectros de absorção de WE017, WE014 e WE010 obtido

por CLAE......................................................................................................

54

Figura 16 - Cromatogramas obtidos por CLUE nas analises na coluna de 30 mm, com

fatores e níveis estabelecidos pelo planejamento fatorial..............................

55

Page 7: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

7

Figura 17 - Gráficos de superfície de resposta no efeito do (A) comprimento da

coluna e fluxo; (B) comprimento da coluna e composição de fase móvel e

(C) composição de fase móvel e fluxo no tempo de retenção do sistema

56

Figura 18 - Estimativa dos efeitos das variáveis comprimento da coluna, composição

de fase móvel e fluxo no tempo de retenção do sistema..........................

57

Figura 19 - Cromatogramas obtidos por CLUE nas analises na coluna de 75 mm, FM:

MeOH : H2O (60:40), nos fluxos estabelecidos pelo planejamento fatorial

58

Figura 20 - Gráficos de superfície de resposta no efeito do (A) comprimento da

coluna e fluxo; (B) comprimento da coluna e composição de fase móvel e

(C) composição de fase móvel e fluxo no número de pratos teóricos do

sistema..........................................................................................................

59

Figura 21 - Estimativa dos efeitos das variáveis comprimento da coluna, composição

de fase móvel e fluxo no número de pratos teóricos do sistema..................

60

Figura 22 - Cromatogramas obtidos por CLUE nas analises na coluna de 50 mm,

com fatores e níveis estabelecidos pelo planejamento fatorial.....................

61

Figura 23 - Cromatograma obtido por CLUE de WE010, WE014 e WE017. Coluna –

50 mm; FM* – MeOH:H2O (60:40) pH 3,5; 0,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm

e tabela de descrição do teste de adequabilidade do sistema.....................

62

Figura 24 - Gráficos de superfície de resposta no efeito de (A) comprimento da

coluna e fluxo; (B) comprimento da coluna e composição de fase móvel e

(C) composição de fase móvel e fluxo no fator de cauda do sistema..........

63

Figura 25 - Estimativa dos efeitos das variáveis comprimento da coluna, composição

de fase móvel e fluxo no fator de cauda do sistema.....................................

64

Figura 26 - Cromatograma obtido por CLUE de WE010, WE014 e WE017. Coluna –

50 mm; FM* – MeOH:H2O (60:40) + 0,1% de TEA; pH 3,5; 0,5 mL/min.;

10 µg/mL; 290 nm e tabela de descrição do teste de adequabilidade do

sistema..........................................................................................................

65

Figura 27 - Cromatograma obtido por CLUE de WE010, WE014 e WE017. Coluna –

50 mm; FM* – MeOH:H2O (65:35) + 0,1% de TEA; pH 3,5; 0,5 mL/min.;

10 µg/mL; 290 nm e tabela de descrição do teste de adequabilidade do

sistema..........................................................................................................

66

Figura 28 - Visão 3D obtido por CLUE dos espectros de absorção da solução de

WE017, WE014 e WE010 por CLUE............................................................

67

Figura 29 - Espectro UV das guanilhidrazonas WE017, WE014 e WE010.................... 69

Figura 30 - Gráficos representativos da pureza dos picos das guanilhidrazonas

Page 8: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

8

WE017, WE014 e WE010, determinada pelo DAD...................................... 70

Figura 31 - Cromatogramas da especificidade obtidos por CLAE. FM* – MeOH:H2O

(60:40) pH 3,5; 1,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm, representando soluções

de guanilhidrazonas, onde: (a) WE017, WE014 e WE010; (b) WE017 e

WE014; (c) WE017 e WE010; (d) WE014 e WE010; (e) WE017; (f)

WE014; (g) WE010.......................................................................................

71

Figura 32 - Cromatogramas da especificidade obtidos por CLUE. FM* – MeOH:H2O

(65:35) + 0,1% de TEA; pH 3,5; 0,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm,

representando soluções de guanilhidrazonas, onde: (a) WE017, WE014 e

WE010; (b) WE017 e WE014; (c) WE017 e WE010; (d) WE014 e WE010;

(e) WE017; (f) WE014; (g) WE010; (h) FM*.................................................

72

Figura 33 - Cromatogramas resultantes dos métodods desenvolvidos por CLAE-DAD

(A) e CLUE-DAD (B), onde os picos de 1 a 3 referm-se às

guanilhidrazonas WE017, WE014 e WE010, respectivamente....................

84

Page 9: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Descrição dos fatores e níveis estudados no planejamento fatorial para o

desenvolvimento do método por CLUE-DAD...................................................

37

Tabela 2- Matriz do planejamento fatorial33 no desenvolvimento do método por

CLUE-DAD......................................................................................................

38

Tabela 3- Níveis de parâmetros cromatográficos avaliados na robustez do método por

CLAE-DAD........................................................................................................

41

Tabela 4- Níveis de parâmetros cromatográficos avaliados na robustez do método

por CLUE-DAD...............................................................................................

42

Tabela 5- Parâmetros cromatográficos avaliados na determinação simultânea de

WE017, WE014 e WE010................................................................................

50

Tabela 6 - Condições cromatográficas para execução do método de determinação

simultânea das guanilhidrazonas por CLAE...................................................

54

Tabela 7 - Condições cromatográficas para execução do método de determinação

simultânea das guanilhidrazonas por CLUE.....................................................

67

Tabela 8 - Pureza dos picos das guanilhidrazonas WE017, WE014 e WE010,

determinada pelo DAD....................................................................................

73

Tabela 9 - Estudo da linearidade, limite de detecção (LD) e limite de quantificação

(LQ) das soluções das amostras de WE017, WE014 e WE010 para

detecção isolada e simultânea por CLAE-DAD..............................................

73

Tabela 10 - Estudo da linearidade, limite de detecção (LD) e limite de quantificação

(LQ) das soluções das amostras de WE017, WE014 e WE010 para

detecção simultânea por CLUE-DAD.............................................................

74

Tabela 11 - Estudo da repetibilidade da solução das amostras a 10 µg/mL, de WE17,

WE014 e WE010 para detecção isolada e simultânea por CLAE..................

75

Tabela 12 - Estudo da repetibilidade da solução das amostras a 10 µg/mL, de WE17,

WE014 e WE010 para detecção isolada e simultânea por CLUE..................

75

Tabela 13 - Estudo da precisão intermediária nos dias 01 e 02 das soluções de

WE017, WE014 WE010 para detecção isolada e simultânea por CLAE-

DAD................................................................................................................

76

Tabela 14 - Estudo da precisão intermediária nos dias 01 e 02 das soluções de

WE017, WE014 WE010 para detecção isolada e simultânea por CLUE-

DAD................................................................................................................

76

Tabela 15 - Medida da exatidão do método por CLAE-DAD para as amostra de

guanilhidrazonas (WE017, WE014 e WE010)................................................

78

Page 10: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

10

Tabela 16 - Medida da exatidão do método por CLUE-DAD para as amostra de

guanilhidrazonas (WE017, WE014 e WE010)................................................

79

Tabela 17 - Estudo da robustez do método desenvolvido por CLAE-DAD à

variações de pH e fluxo da FM...................................................................

80

Tabela 18 - Estudo da robustez do método desenvolvido por CLUE-DAD à

variações de pH e fluxo da FM....................................,,,,...........................

81

Tabela 19 - Estudo da validação do método analítico desenvolvido por CLAE-DAD e

CLUE-DAD para a análise simultânea das guanilhidrazonas WE017,

WE014 e WE010............................................................................................

82

Tabela 20 - Estudo da validação do método analítico desenvolvido por CLAE-DAD e

CLUE-DAD para a análise isolada das guanilhidrazonas WE017, WE014 e

WE010...........................................................................................................

82

Tabela 21 - Estudo comparativo entre o volume de amostra e fase móvel gasto

em uma análise por CLAE-DAD e CLUE-DAD..........................................

83

Page 11: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

11

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ACN Acetonitrila

CL Cromatografia Líquida

Cl50 Concentração Inibitória Média

CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

CLAE-FR Cromatografia Líquida de Alta Eficiência de Fase Reversa

CLUE Cromatografia Líquida de Ultra Eficiência

CMD Concentração Média Determinada

CV Coeficiente de Variação

DAD Detector de Arranjo de Fotodiodos

DPR Desvio Padrão Relativo

FM

FM*

Fórmula Molecular

Fase Móvel

H2O Água

ICH International Conference Harmonization

IV Infra-vermelho

LD Limite de Detecção

logP Coeficiente de Partição óleo/água

LQ Limite de Quantificação

MeOH Metanol

mg Miligrama

min Minuto

mL Mililitro

mm Milímetro

mM Milimolar

N Número de Pratos Teóricos

nm Nanômetro

pH Potencial Hidrogeniônico

PM Peso Molecular

R Resolução

r2 Coeficiente de correlação

RMN Ressonância Magnética Nuclear

Page 12: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

12

T Fator de Cauda

TEA Trietilamina

USP United States Pharmacopeia

UV Ultravioleta

v/v Volume/volume

WE010 3,5-di-tert-butil-4-hidroxibenzaldeídoguanilhidrazona

WE014 4-bifenilcarboxialdeídoguanilhidrazona

WE017 3,4-diclorobenzaldeídoguanilhidrazona

ºC Grau Celsius

Λmáx Lâmbda máximo

µg Micrograma

µL Microlitro

µm Micrômetro

Page 13: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

13

SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO............................................................................................ 16

2.0 REVISÃO DA LITERATURA...................................................................... 19

2.1 Guanilhidrazonas....................................................................................... 19

2.2 Cromatografia Líquida .............................................................................. 23

2.3 Adequabilidade do sistema...................................................................... 26

2.4 Validação de Métodos Analíticos.............................................................. 28

3.0 OBJETIVOS................................................................................................ 33

3.1 Objetivo Geral............................................................................................ 33

3.2 Objetivos Específicos................................................................................ 33

4.0 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 35

4.1 Material...................................................................................................... 35

4.1.1 CLAE-DAD............................................................................................. 35

4.1.2 CLUE-DAD............................................................................................. 35

4.2 Métodos..................................................................................................... 36

4.2.1 Preparo das amostras............................................................................ 36

4.2.2 Desenvolvimento de método por CLAE/DAD......................................... 36

4.2.3 Desenvolvimento de método por CLUE/DAD......................................... 37

4.2.4. Validação de métodos......................................................................... 38

4.2.4.1 Especificidade/Seletividade................................................................. 39

4.2.4.2 Linearidade.......................................................................................... 39

4.2.4.3 Limites de detecção (LD) e quantificação (LQ).................................. 40

4.2.4.3.1 Limite de detecção.......................................................................... 40

4.2.4.3.2 Limite de quantificação................................................................... 40

4.2.4.4 Precisão............................................................................................... 40

4.2.4.4.1 Repetibilidade................................................................................... 40

4.2.4.4.2 Precisão intermediária...................................................................... 41

4.2.4.5 Exatidão............................................................................................. 41

4.2.4.6 Robustez............................................................................................ 41

5.0 RESULTADOS............................................................................................ 44

5.1 Desenvolvimento de método analítico por CLAE/DAD............................ 44

5.2 Desenvolvimento de método analítico por CLUE/DAD............................ 54

Page 14: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

14

5.3 Validação dos métodos analíticos por CLAE/DAD e CLUE/DAD............ 68

5.3.1 Especificidade/Seletividade.................................................................... 68

5.3.2 Linearidade............................................................................................. 72

5.3.3 Limites de Detecção (LD) e Quantificação (LQ)..................................... 73

5.3.4 Precisão................................................................................................ 74

5.3.5 Exatidão................................................................................................ 77

5.3.6 Robustez............................................................................................... 80

5.4 Resumo da validação por CLAE e CLUE................................................ 81

5.5 Compararativo entre os métodos desenvolvidos por CLAE e CLUE....... 83

6.0 CONCLUSÕES........................................................................................... 87

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 90

APÊNDICE........................................................................................................ 101

Page 15: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

15

INTRODUÇÃO

Page 16: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

16

1.0 INTRODUÇÃO

As guanilhidrazonas representam uma classe de substâncias amplamente

estudadas e de grande interesse científico, devido as suas importantes

propriedades químicas e biológicas. Entre o potencial farmacológico destas

moléculas, destacam-se as ações: depressora do sistema nervoso central,

antihipertensiva, inibidora da agregação plaquetária, antitumoral, antileucêmica,

antiviral, antibacteriana, antimalárica, tripanocida, entre outras (MARTINS et al.,

2003; 2004).

O planejamento adequado de variações na estrutura de um composto

bioativo pode resultar em derivados com maior interesse terapêutico, seja por

apresentar maior atividade, menor toxicidade ou ainda, por adquirir características

farmacotecnicamente mais adequadas (TAVARES, 2004).

No âmbito da química medicinal há uma grande variedade de estratégias a

serem empregadas tanto no planejamento molecular de novos protótipos de

fármacos bem como nas etapas de adequação estrutural, com o objetivo da

otimização da eficácia terapêutica dessas moléculas (BARREIRO, 2009). Estas

estratégias são altamente empregadas na indústria farmacêutica que pesquisa

novos fármacos (BARREIRO & FRAGA, 2008).

O grande avanço na área de síntese de novas substâncias com potencial

terapêutico torna cada vez mais necessário o desenvolvimento e validação de

técnicas analíticas que permitam a identificação e quantificação desses

compostos em formulações farmacêuticas, sendo de grande valia para o controle

de qualidade.

Dentre os métodos analíticos, a Cromatografia Líquida (CL) constitui-se em

um procedimento bastante utilizado em razão da sua versatilidade. A

possibilidade de variação dos mecanismos de separação pela adequada escolha

da coluna, fase móvel e método de detecção, permite a utilização desta técnica,

nas mais diversas fases de estudo de produtos farmacêuticos (COLLINS et al,

2006; SHABIR et al, 2007), sendo assim, é o método mais preconizado pelas

farmacopeias e códigos oficiais, além de ser o método de escolha da indústria

farmacêutica para a realização do controle de qualidade de seus produtos

(WATSON, 2005).

Page 17: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

17

As metodologias analíticas necessitam ser validadas com o objetivo de

demonstrar que estas sejam adequadas para as análises realizadas (GREEN,

1996). O processo de validação deve garantir, através de estudos experimentais,

que a metodologia proposta atenda às exigências de suas aplicações,

assegurando a confiabilidade e reprodutibilidade dos resultados obtidos, além de

possibilitar o conhecimento das limitações das análises (ICH, 2005).

Nesse intuito o presente trabalho visa desenvolver e validar métodos por

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) e Cromatografia Líquida de Ultra

Eficiência (CLUE) que viabilize a determinação simultânea das guanilhidrazonas

sintéticas WE010, (3,5-di-tert-butil-4-hidroxibenzaldeído-guanilhidrazona) WE014

(4-bifenilcarboxialdeídoguanilhidrazona) e WE017 (3,4-

diclorobenzaldeídoguanilhidrazona), obtidas por técnicas de bioisosterismo, que

apresentaram potencial farmacológico elucidado de ação antitumoral (EPIFÂNIO,

2011). O desenvolvimento e validação desses métodos contribuirão na rotina do

controle de qualidade da síntese dessas substâncias, bem como servir de

subsídio, para a avaliação de possíveis futuras formulações que as veiculem.

Page 18: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

18

REVISÃO DA LITERATURA

Page 19: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

19

2.0 REVISÃO DA LITERATURA

Devido à terapia empregada para algumas importantes patologias ainda ser

inadequada ou não totalmente efetiva existe a grande necessidade de pesquisa e

desenvolvimento de novos fármacos que atendam a tal deficiência de maneira a

substituí-los ou adequá-los a condições de maior eficácia terapêutica, bem como

menores efeitos colaterais e menores custos, impulsionando assim a comunidade

científica a novas e incessantes pesquisas nesta área (COLOMBO & PERRETO

et al., 2008). Nesta direção, compostos químicos derivados de guanilhidrazonas

têm demonstrado promissores efeitos biológicos que possuem interesse

farmacológico.

2.1 Guanilhidrazonas

As guanilhidrazonas são compostos identificados por conter em sua

estrutura química grupos amidina (guanil) ligados ao grupo hidrazona (WALZER et

al.,1994; MITCHELL et al.,1998). Desde a década passada, centenas de

derivados de guanilhidrazonas foram sintetizados e a sua relação

estrutura­atividade foi bastante estudada (ULRICH & CERAMI,1984; SUNDBERG

et al., 1990; WALZER et al.,1994; PAPANASTASIOU et al., 2008).

A obtenção de tais substâncias se dá pela reação de condensação

quimiosseletiva da aminoguanidina com aldeídos e/ou cetonas em meio alcoólico

sob refluxo e quantidades catalíticas de ácido, e recebem a denominação da

classe guanilhidrazona após o nome do respectivo aldeído ou cetona condensado

(ULRICH, 1984). Na química são utilizadas como intermediários na construção de

compostos heterocíclicos polifuncionais contendo átomos de nitrogênio

(GOSSNITZE, 2002).

Entre o potencial farmacológico dessas moléculas, destacam-se as ações

como agentes antihipertensivos (FOYE, 1990), antidiabéticos (LARSEN, 2001;

EDMONT, 2000), antineoplásicos (ANDREANI, 2000; FOYE, 1990;

BRZOZOWSKI, 2007), antibacterianos (WALZER, 1994; GADAD, 2000;

BORGES, 2001), antimaláricos (RUIZ, 1970) e tripanocida (SUNDBERG, 1990;

MESSEDER, 1995; SANTOS-FILHO, 1997).

Page 20: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

20

Os fármacos contendo o grupo guanidino têm sido alvo de intensa avaliação

pré-clínica e clínica para o tratamento de tumores (LOESBERG et al.,1991;

TRONCONE & RUFINI 1997; EKELUND et al., 2001a; ANDREANI et al., 2004;

2006). Acredita-se que em relação à estrutura­atividade, o grupo guanidino é

essencial para a ação citotóxica em células leucêmicas (SMETSetal.,1988).

Šekutor et al. (2012) sintetizou guanilhidrazonas adamantano-substituídas

com o objetivo de obter moléculas inibidoras seletivas de butirilcolinesterase, que

auxiliassem no tratamento da doença de Alzheimer e verificou forte interação

entre o grupo guanidino e o sítio ativo da enzima. Também através de

substituições utilizando guanilhidrazonas, Andreani et al. (2011) sintetizou

moléculas citotóxicas capazes de inibir linhagens de células relacionadas a

tumores de mama, e em publicações anteriores já vem aplicando modificações

moleculares para avaliar a atividade antitumoral dessa classe de substâncias

(ANDREANI et al., 2005; 2008).

Considerando o amplo espectro de atividades biológicas dos derivados de

guanilhidrazonas e o baixo custo de produção, Martins (2004) sintetizou uma série

de derivados de guanilhidrazonas. Dentre estes, o cloridrato de (E)­2­[(2,

3dimetoxifenil) metileno] hidrazinocarboxi­midamida (2,3­DMeB), e o cloridrato de

(E) ­2 ­ [(3,4­ dimetoxifenil) metileno] hidrazinocarboxi­midamida (3,4­DMeB),

demostraram efeitos antibacteriano sem Staphyloccocus aureus e Escherichia coli

e efeitos antifúngico sem Candida albicans (MARTINS, 2004).

As amostras utilizadas nesse estudo são guanilhidrazonas aromáticas

denominadas WE010, WE014 e WE017 (Figuras 1). Estes compostos foram

racionalmente planejados através de técnicas de bioisosterismo, objetivando a

obtenção de novos protótipos de fármacos antineoplásicos mais eficazes e/ou

menos tóxicos (EPIFÂNIO, 2011).

As três moléculas selecionadas se destacaram dentre vinte

guanilhidrazones inicialmente sintetizadas por apresentarem potenciais

terapêuticos em células tumorais humanas, com intensa atividade em relação à

inibição do crescimento das seguintes linhagens de células neoplásicas avaliadas:

cólon humano (HCT-8), melanoma (MDA-MB435), glioblastoma (SF-295) e

leucemia promielocítica (HL-60), resultando em percentuais de inibição entre 97 e

100%, além de Cl50 abaixo de 4 μg/mL (EPIFÂNIO, 2011).

Page 21: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

21

Figura 1 - Estrutura química, peso molecular (PM), fórmula molecular (FM) e

coeficiente de partição (logP) das guanilhidrazonas WE010 (A), WE014 (B) e

WE017 (C)

As substâncias foram preparadas pela reação direta de quantidades

equimolares de aldeídos aromáticos com cloridrato de aminoguanidina em refluxo

de etanol 95% utilizando-se uma adaptação da metodologia descrita por Ulrich e

Cerami (1984) por meio da condensação equimolar de um derivado carbonilado,

do tipo aldeído ou cetona, com aminoguanidinas em meio alcoólico sob refluxo e

quantidades catalíticas de ácido (ULRICH, 1984).

Os produtos obtidos tiveram suas estruturas eluciadas por ressonância

magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H), ressonância magnética nuclear de

carbono RMN 13C, e infra-vermelho (IV). A variação foi feita nas substituições do

anel aromático, tendo em vista que a região guanidínica representa o grupamento

farmacofórico mais importante, obtendo-se assim, uma série diversificada de

guanilhidrazonas com rendimentos compreendidos entre 71 e 95% (EPIFÂNIO,

2011).

Page 22: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

22

Um representante das guanilhidrazonas com interessante ação

farmacológica é o Guanabenz (Wytensin®), um agonista do α­adrenoceptor usado

como agente antihipertensivo, que apresenta características estruturais

semelhantes a uma das amostras em análise (WE017). Na figura 2, onde

encontram-se as estruturas do guanabenz e da WE017 pode-se perceber a

relação de isomeria existente entre as moléculas, pois estas apresentam mesma

fórmula molecular divergindo na disposição do arranjo dos átomos na estrutura.

Figura 2 - Estrutura química e fórmula molecular (FM) do fármaco guanabenz e da

guanilhidrazona WE017

Na farmacopeia americana (USP 32) o método de análise do Guanabenz é

preconizado por cromatografia em camada delgada preparando uma solução de

Guanabenz em ácido fórmico metanólico com um sistema eluente constituído por

clorofórmio:metanol:hidróxido de amônio (60:40:1).

Clement et al., 1996 desenvolveram uma metodologia de análise do

Guanabenz por CLAE-UV utilizando como fase móvel, gradiente de

metanol/tampão acetato (50 mM), pH 4,0 (30:70), com fluxo de 1,0 mL/min com

detector fixado a 272 nm. Hu et al., 2011 desenvolveram uma metodologia de

detecção simultânea do Guanabenz dentre outros fármacos através de uma

análise em gradiente com uma fase móvel constituída por água (contendo 1% de

álcool isopropílico e 0,01% de ácido heptafluorobutirico) e acetonitrila (contendo

Page 23: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

23

1% de álcool isopropílico e 0,01% de ácido heptafluorobutírico) em um fluxo de

2,0 mL/min, com detector fixado a 280 nm.

Embora a importância farmacológica das guanilhidrazonas seja

estabelecida em vários estudos, ainda existem poucas publicações que abordem

o desenvolvimento de metodologias analíticas instrumentais para a determinação

e controle de qualidade dessas moléculas.

Em relação ao desenvolvimento de metodologias para a determinação

simultânea de guanilhidrazonas sintéticas, até o momento, há relatos na literatura

de autores que obtiveram resultados satisfatórios utilizando técnicas de

cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) na análise de moléculas com

potencial terapêutico elucidado antiinflamatório (CERAMI, 1996) e antileucêmico

(KOSKINEN, 1996).

2.2 Cromatografia Líquida

A cromatografia líquida (CL) é uma técnica física de separação através de

uma fase líquida, fundamentada na distribuição dos componentes de uma mistura

entre duas fases imiscíveis, a fase estacionária, sólida, contida em uma coluna e

a fase móvel, líquida, eluída pela fase estacionária sob pressão (DONG, 2006).

As separações são alcançadas por partição, adsorção, troca iônica, exclusão por

tamanho ou interações estereoquímicas, dependendo do tipo de fase estacionária

utilizada (BRASIL, 2010).

A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) é uma evolução da CL

que utiliza como fase estacionária colunas com partículas de pequeno diâmetro

através das quais a fase móvel é bombeada sob altas pressões (DONG, 2006).

Para a garantia de resultados precisos e reprodutíveis os solventes

utilizados como fase móvel em cromatografia líquida devem apresentar

basicamente: alta pureza, baixa absorção UV, baixa toxicidade, baixa acidez ou

alcalinidade, baixa viscosidade, não ser corrosivo ao sistema e apresentar alta

solubilidade na amostra analisada (DONG, 2006; MERCK, 2012)

A amostra deve ser solúvel na fase móvel e não sofrer decomposição, para

que possa ser transportada através da coluna sem que seus componentes se

modifiquem. Quando possível, o solvente da amostra deve ser a própria fase

Page 24: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

24

móvel ou um dos seus componentes para que não haja precipitação no injetor ou

na coluna, o que pode provocar queda de resolução na separação (COLLINS et

al., 2007).

Dessa maneira pode-se deduzir a grande influência da fase móvel na

retenção e separação dos solutos analisados, pois esta interage tanto com o

analito quanto com a fase estacionária e dependendo da sua composição pode

contribuir decisivamente para o desenvolvimento do método (AHUJA, 2005).

Dois tipos de cromatografia por partição podem sem distinguidos a partir

das respectivas polaridades da fase estacionária e móvel. A cromatografia líquida

de fase normal, onde a fase estacionária apresenta caráter polar, enquanto que a

fase móvel é apolar e a chamada de fase reversa (FR), onde a polaridade das

fases é invertida (SKOOG, 2006).

A força cromatográfica do solvente, também denominada força eluotrópica,

é atribuída em função da polaridade da fase estacionária. O solvente é

considerado forte quando possui grau de polaridade semelhante ao da fase

estacionária. Em cromatografia líquida de fase reversa, na qual a fase

estacionária é mais apolar, os solventes fortes são os mais apolares. Logo, fases

móveis que possuem maior proporção de solvente orgânico são consideradas

fases móveis fortes em CLAE-FR. Aumentando-se a proporção de água na fase

móvel, diminui-se a força da mesma e aumenta-se a retenção (COLLINS, 2006).

Os solventes orgânicos acetonitrila (ACN) ou metanol (MeOH) em mistura

com água ultrapura são os modelos de fase móvel mais incidentes em

cromatografia líquida de fase reversa (DONG, 2006, KROMIDAS, 2005). A

acetonitrila apresenta vantagens por apresentar menor viscosidade, podendo

reduzir a pressão do sistema, bem como prolongar a vida útil das colunas, além

de apresentar um comprimento de onda de detecção no UV inferior ao do metanol

(KROMIDAS, 2005). Já o metanol apresenta um menor custo e é menos

prejudicial para a saúde humana, além disso, é menos propenso à contaminação

e por ser mais polar, quando se utiliza tampões, o risco de precipitação de sais no

sistema é reduzido (JONES, 2011; KROMIDAS, 2005).

Foi estimado que mais de três quartos de todas as separações feitas por

CLAE são atualmente realizadas em fase reversa, onde as colunas são

geralmente recheadas com fase ligada contendo octil (C8) ou octadecil siloxano

Page 25: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

25

(C18), com partículas de diâmetro entre 3 e 10 μm (SKOOG, 2006). Dessa

maneira, é necessário um sistema de bombeamento capaz de operar a altas

pressões para permitir a eluição da amostra juntamente com a fase móvel, a uma

vazão contínua.

Após eluída pela fase estacionária a amostra é detectada na forma de

sinais (picos) através de detectores que variam conforme a natureza da amostra.

Detectores de UV são rotineiramente usados sendo uma técnica de detecção

robusta, barata e versátil, uma vez que a maioria dos compostos absorve a luz UV

(SKOOG, 2006; MERCK, 2012).

É possível a utilização de um detector de comprimento de onda múltiplo,

denominado de detector de arranjo de diodos (DAD), que opera transmitindo a

radiação ultravioleta através da célula de fluxo. Esta é absorvida pela amostra e

então separada em seus componentes originais, que são detectados,

individualmente, pelo detector de fotodiodos, registrando dados de absorbância

em toda a faixa do espectro do ultravioleta e visível e, adicionalmente, os

espectros de cada pico registrado no cromatograma, fornecendo assim, espectros

UV dos picos eluídos, enquanto monitora vários comprimentos de onda

simultaneamente, obtendo-se assim espectros tridimensionais, onde se pode

observar absorbância, comprimento de onda e tempo de retenção. Esse tipo de

detector facilita a identificação do pico e é o detector preferido para o

desenvolvimento de métodos (COLLINS, 2006; DONG, 2006; BRASIL, 2010).

A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) é uma técnica analítica

versátil comumente usada para análises de rotina das indústrias farmacêuticas,

bioquímicas, biológicas, ambiental, análise de alimentos dentre outros compostos

orgânicos e inorgânicos (DONG, 2006; BRAGA et al., 2007).

Nas análises farmacêuticas as técnicas de CLAE são dominantes sendo

usadas na pesquisa, desenvolvimento e controle de qualidade (MAZZARESE,

2005), sendo classificada pelo ICH como ¨teste universal¨ nas análises de

especificação e critérios de aceitação para novas drogas. Porém ainda existe a

necessidade de melhora de rendimento e redução de custos das análises

principalmente nas áreas da farmácia, toxicologia e análises clínicas onde se

objetiva o aumento da velocidade e eficiência dos métodos (NOVÁKOVÁ et. al.,

2006).

Page 26: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

26

A expansão da CLAE tem sido direcionada ao desenvolvimento de análises

mais rápidas, sem o comprometimento do desempenho cromatográfico. Assim

com a redução do tamanho das partículas da fase estacionária (menores que 2

μm) e do comprimento das colunas, surgiu a cromatografia líquida de ultra

eficiência (CLUE), que baseia-se nos mesmo princípios da CLAE, sendo esta uma

das mais recentes evoluções da técnica cromatográfica (MALDANER & JARDIM,

2009).

Nos dias atuais, a CLUE vem ganhando espaço em todas as áreas de

aplicação da CLAE, em decorrência de suas principais vantagens: diminuição

considerável no tempo de análise, melhor resolução e detectabilidade, economia

de fase estacionária e fase móvel, pequeno volume de amostra, facilidade de

transferência de um método desenvolvido por CLAE para CLUE, grande

variedade de colunas e equipamentos disponíveis e menor geração de resíduos

atendendo, desta forma, à Química Verde, (MALDANER & JARDIM, 2012). O

fator limitante ainda se deve ao alto custo e o aumento significativo da pressão do

sistema, que exige o uso de bombas capazes de operar a pressões acima de

1000 bar.

2.3 Adequabilidade do sistema

Segundo o ICH 2005 os ensaios de teste de adequabilidade do sistema

são uma parte integrante de muitos procedimentos analíticos e baseiam-se no

conceito de que todos os fatores envolvidos em uma análise constituem um

sistema integral que pode ser avaliado como tal. Os parâmetros desses testes

são estabelecidos dependendo do procedimento que está sendo validado.

Em análises de cromatografia líquida os testes de adequabilidade do

sistema representam a garantia de que tanto o equipamento quanto o método

validado estão de acordo com seus requisitos (LANÇAS, 2004) sendo aplicado

com a finalidade de verificar se a resolução e a reprodutibilidade do sistema

cromatográfico estão adequadas para as análises a serem realizadas (BRASIL,

2010). Nesses casos, são avaliados os parâmetros cromatográficos de resolução,

repetibilidade do sistema, eficiência da coluna e fator de cauda (ICH, 2005,

DONG, 2006; BRITISH 2010).

Page 27: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

27

A resolução, R, é o parâmetro cromatográfico indicador do grau de

separação de dois analíticos adjacentes (BRASIL, 2010), sendo calculado a partir

da seguinte fórmula:

Onde:

t1 e t2 = tempo de retenção das duas substâncias adjacentes;

W1 e W2 = larguras dos picos na linha de base;

W1,h/2 e W2,h/2 = larguras dos picos à meia altura.

Para análise quantitativa, as substâncias devem estar totalmente

separadas de qualquer substância interferente (BRASIL, 2010), resultando em

valores de resolução superiores a 2,0.

O número de pratos teóricos, N, é uma medida da eficiência da coluna

(BRASIL, 2010). Seu cálculo está diretamente relacionado ao quadrado do tempo

de retenção e inversamente ao quadrado da largura do pico, segundo a fórmula:

Onde:

t = tempo de retenção do pico;

W = largura do pico;

Wh/2 = largura à meia altura do pico.

Seu valor ideal encontra-se acima de 2.000 e é dependente da substância

a ser analisada, bem como das condições analíticas de fase móvel, temperatura e

fase estacionária (BRASIL, 2010).

Sob condições ideais os picos cromatográficos devem apresentar simetria

perfeita, porém muitas vezes os picos apresentam-se caudados, o que não é

aceitável por prejudicar a precisa integração do pico, comprometendo a

reprodutibilidade do sistema (DONG, 2006). Para mensurar a existência e/ou

intensidade dessa cauda, calcula-se o fator de cauda, T, a partir da fórmula:

Page 28: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

28

Onde:

W0,05 = largura do pico a 5% da altura;

f = valor da porção anterior do pico, em relação à largura a 5% da altura.

Os valores ideais compreendem o intervalo entre 0,5 e 2,0, e à medida que

a assimetria do pico se torna mais pronunciada mais alto se torna esse valor.

Os sistemas analíticos (instrumentos + metodologias analíticas) devem ser

avaliados quanto à adequação do sistema antes e durante o uso de rotina, de

preferência diariamente (LANÇAS, 2004).

2.4 Validação de métodos analíticos

O objetivo da validação de um método analítico é demonstrar que este é

adequado para a sua finalidade, seja ela uma determinação qualitativa,

semiquantitativa e/ou quantitativa de fármacos e outras substâncias em produtos

farmacêuticos (BRASIL, 2003; ICH, 2005).

Faz-se necessária a validação de um método analítico quando este não

tiver descrito em farmacopeias ou formulários oficiais, devidamente reconhecidos

pelo órgão sanitário vigente (BRASIL, 2003). Os parâmetros fundamentais

avaliados na validação de um método são: especificidade, linearidade, precisão,

exatidão, robustez, limite de detecção e limite de quantificação (THOMPSON,

ELLISON & WOOD, 2002; BRASIL, 2003; SHABIR, 2003; LANÇAS, 2004; ICH,

2005).

O parâmetro de especificidade define a capacidade do método em detectar

o analito de interesse, assim, se um método obtém resposta para uma única

substância este é denominado específico.

A seletividade de um método instrumental se dá pela medida seletiva de

um composto na presença de outros que possam interferir na sua determinação

em uma amostra complexa, tais como impurezas, produtos de degradação e

componentes da matriz. Em métodos cromatográficos, deve-se atentar para a

Page 29: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

29

garantia da pureza dos picos cromatográficos, utilizando-se para isso do auxílio

de detectores de arranjo de fotodiodos ou espectrometria de massa, para garantir

que o pico cromatográfico é atribuído a um só componente (BRASIL, 2003;

RIBANI, 2004; ICH, 2005). Atualmente, poucos métodos respondem a apenas um

analito, dessa maneira o termo seletividade é mais aplicável (KARNES, 1991).

A linearidade de um método analítico entende-se pela sua capacidade

(dentro de um determinado intervalo) de demonstrar que os resultados obtidos

são diretamente proporcionais à concentração (quantidade) do analito na

amostra, que é expresso em intervalo superior e inferior à concentração deste

analito, demonstrando que o procedimento tem um nível adequado de precisão,

exatidão e linearidade (BRASIL, 2003; ICH, 2005; LANÇAS, 2004).

Os erros de uma medida analítica são determinados pelos parâmetros

precisão e exatidão. Um método preciso é aquele que apresenta concordância

entre os resultados de uma série de medidas de uma mesma amostra. Sendo

estas analisadas no mesmo dia, pelo mesmo analista e no mesmo laboratório

(repetibilidade); em dias diferentes, com analistas diferentes (precisão

intermediaria); ou até em laboratórios diferentes (reprodutibilidade). A precisão é

expressa em termos de desvio padrão relativo (DPR) ou coeficiente de variação

(CV%), como mostra a fórmula,

𝑫𝑷𝑹 =𝑫𝑷

𝑪𝑴𝑫𝒙 𝟏𝟎𝟎

onde, DP é o desvio padrão e CMD, a concentração média determinada.

A exatidão de um método analítico é o grau de concordância entre o valor

que é aceito como verdadeiro/convencional ou um valor de referência e os

resultados obtidos pelo método. Esse parâmetro é expresso pela relação entre a

concentração média determinada experimentalmente e a concentração teórica

correspondente, segundo a fórmula:

𝑬𝒙𝒂𝒕𝒊𝒅ã𝒐 =𝑪𝒐𝒏𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂çã𝒐 𝒎é𝒅𝒊𝒂 𝒆𝒙𝒑𝒆𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒂𝒍

𝑪𝒐𝒏𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂çã𝒐 𝒕𝒆ó𝒓𝒊𝒄𝒂𝒙 𝟏𝟎𝟎

Page 30: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

30

A confiabilidade do método durante seu uso é indicada pela robustez, que

é a medida da capacidade do método em resistir a pequenas e deliberadas

variações dos parâmetros analíticos (BRASIL, 2003; ICH, 2005, LEITE, 2008),

fornecendo informações significativas sobre os efeitos desses parâmetros para a

estimativa da incerteza (EURACHEM/CITAC, 2000).

Os limites de detecção e quantificação de um método são determinados

pela menor quantidade do analito capaz de ser identificada, porém não

necessariamente quantificada, e a menor quantidade deste analito capaz de ser

determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais

estabelecidas, respectivamente (BRASIL, 2003).

Nos casos de métodos instrumentais, como a cromatografia líquida, a

estimativa desses limites se dá pela relação sinal ruído, através das seguintes

equações:

𝑳𝑫 = 𝑫𝑷𝒂 × 𝟑

𝑰𝑪 𝑳𝑸 =

𝑫𝑷𝒂 × 𝟏𝟎

𝑰𝑪

Onde DPa é o desvio padrão do intercepto com o eixo Y de, no mínimo,

três curvas de calibração e IC representa a média da inclinação das curvas de

calibração utilizadas (BRASIL, 2003).

Em alguns casos em que ocorre alguma alteração na síntese do composto,

mudança na composição do produto acabado ou ainda em casos de mudanças

no procedimento analítico faz-se necessário, dependendo da natureza das

modificações, que ocorra a revalidação da metodologia (ICH, 2005).

A resolução brasileira (BRASIL, 2003), bem como o ICH (2005) e a

Farmacopeia Americana (USP 32, 2009), reconhecem que não há necessidade

de serem avaliados todos os parâmetros de validação. Sendo assim, fica sob

responsabilidade do analista definir quais os parâmetros que serão avaliados,

visto que, o tipo de método e o seu propósito é que irão determinar o

desenvolvimento do processo.

Dessa forma, as farmacopeias e compêndios oficiais tendem a se atualizar

no processo de preconização de metodologias de análises que utilizem métodos

mais específicos e com reduzido tempo de análise, adotando assim ensaios que

utilizem as variações da cromatografia líquida como método de escolha.

Page 31: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

31

Page 32: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

32

OBJETIVOS

Page 33: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

33

3.0 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Desenvolver e validar métodos analíticos para determinação simultânea e

isolada dos compostos sintéticos WE010, WE014 e WE017.

3.2 Objetivos Específicos

Desenvolver e validar método analítico por CLAE/DAD para determinação

qualitativa e quantitativa dos compostos WE010, WE014 e WE017;

Aplicação do modelo de planejamento fatorial na otimização do

desenvolvimento do método por CLUE/DAD;

Desenvolver e validar método analítico para determinação qualitativa e

quantitativa dos compostos WE010, WE014 e WE017 por CLUE/DAD;

Correlacionar os métodos desenvolvidos por ambas as técnicas.

Page 34: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

34

MATERIAL E MÉTODOS

Page 35: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

35

4.0 MATERIAL E MÉTODOS

Esta pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Controle de Qualidade de

Medicamentos (LCQM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

4.1 Material

As amostras de guanilhidrazonas utilizadas nesse estudo foram doadas

pelo Prof. Doutor João Xavier de Araújo Júnior da Universidade Federal de

Alagoas (UFAL), previamente sintetizadas e caracterizadas por RMN 1H, RMN

13C, e IV.

Os reagentes grau-CLAE: acetonitrila e metanol, bem como o ácido acético

utilizados foram da marca Vetec e J.T.BAKER. A trietilamina P.A. foi adquirida da

Êxodo. Para todas as análises utilizou-se água ultra pura (Direct-Q).

4.1.1CLAE/DAD

As análises foram realizadas em um aparelho de CLAE SYKAM, equipado

com uma bomba (S7131), um detector de arranjo diodos (DAD) modelo S3240

obtendo espectros no intervalo de 200-400 nm. As áreas dos picos foram

integradas e os parâmetros cromatográficos calculados, através do software

Clarity. A metodologia foi validada utilizando coluna de fase reversa C18 ACE

(150 mm x 4.6 mm, com tamanho de partícula de 5,0 µm).

4.1.2CLUE/DAD

O cromatógrafo utilizado foi o UFLC XR SHIMADZU equipado com

degaseificador DGU-20A3, sistema de bombas binário LC-20AD XR, auto

amostrador SIL-20AC XR, forno da coluna CTO-20AC, sistema de detecção DAD

SPD-M20A e módulo de comunicação com o computador CBM-20A. As áreas dos

picos foram integradas e os parâmetros cromatográficos calculados, através do

software LC solutions. Foram utilizadas colunas Shim-pack com grupos

Page 36: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

36

octadecilsilano, modelo XR-ODS: 30 mm x 2,0 mm; 50 mm x 3,0 mm e 75 mm x

4,6 mm, ambas com tamanho de partícula de 2,2 µm.

Antes de introduzidos no sistema os solventes, em ambos os métodos,

foram filtrados em membrana de 0,22 µm (Millipore) e degaseificados por

ultrassom (QUIMIS-Q3350).

O DAD viabilizou, em ambos os equipamentos, a avaliação dos parâmetros

de pureza de pico, bem como a seleção do comprimento de onda adequado para

obter a melhor sensibilidade para todos os compostos estudados.

4.2 Métodos

4.2.1 Preparo das amostras

As soluções estoque foram preparadas pesando-se 5 mg de cada amostra

(WE010, WE014 e WE017), transferidas para balões volumétricos de 10 mL.

Após adição de 5 mL de fase móvel, os balões forma sonicados por 15 minutos

em banho de ultrassom (QUIMIS-Q3350) e completado volume com a fase móvel

utilizada obtendo soluções a 500 µg/mL. No momento das análises as soluções

foram filtradas em membrana de nylon de 0,22 µm (Allcrom) e diluídas com a fase

móvel obtendo-se as concentrações de trabalho.

As soluções contendo as três guanilhidrazonas foram preparadas

objetivando a obtenção de concentrações equivalentes de cada componente para

as análises de detecção simultânea.

4.2.2. Desenvolvimento de método por CLAE-DAD

O processo de desenvolvimento das condições cromatográficas ideais foi

realizado selecionando-se um conjunto de condições arbitrárias e padrões que

segundo a literatura, afetam a separação por cromatografia líquida, objetivando a

completa separação dos três analitos independentemente (CIOLA,1998).

Primeiramente realizou-se injeções onde se variou a fase estacionária (C8 e

C18), bem como os solventes que constituíram a fase móvel (ACN:H2O e

Page 37: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

37

MeOH:H2O) modificando suas proporções. Em paralelo trabalhou-se para se

estabelecer as melhores condições de fluxo (0,8 a 1,8) e pH (5,0 e 3,5).

As amostras de guanilhidrazonas foram inicialmente injetadas

individualmente, observando-se o tempo de retenção e o espectro de absorção no

ultra-violeta de cada composto, obtido pelo DAD. Dessa maneira pode-se obter a

ordem de eluição e identificação dos compostos quando estes foram injetados em

mistura.

4.2.3. Desenvolvimento de método por CLUE-DAD

A partir do método desenvolvido por CLAE realizou-se um planejamento

fatorial como uma ferramenta de auxílio na transposição do método de uma

maneira simples e esquematizada em que se necessita de uma quantidade

mínima necessária de experimentos, economizando tempo, amostra e solventes

(BARROS NETO, 2003). Tal planejamento foi composto por três fatores:

comprimento da coluna analítica, fluxo da fase móvel e composição da fase

móvel, avaliados em três diferentes níveis, como exposto na tabela 1. Dessa

forma permaneceu constante o volume de amostra injetado (1,0 µL), bem como

sua concentração de trabalho (10 µg/mL), o pH da fase móvel (3,5; ajustado com

ácido acético) e a temperatura das diferentes colunas utilizadas (25 ºC).

Tabela 1 – Descrição dos fatores e níveis estudados no planejamento fatorial para o

desenvolvimento do método por CLUE-DAD

NÍVEIS

FATORES -1 0 +1

Coluna 30 50 75

Fluxo (mL/min.) 0,3 0,4 0,5

Composição de FM

(MeOH:H2O)

60:40 65:35 70:30

Assim, obteve-se um planejamento 33 e um total de 27 condições

experimentais (Tabela 2) com o objetivo de se avaliar a influência nas mudanças

de tais fatores nos parâmetros de adequabilidade do sistema, contribuindo para o

desenvolvimento do método.

Page 38: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

38

Tabela 2 – Matriz do planejamento fatorial 33 no desenvolvimento do método por CLUE-

DAD

EXPERIMENTO FLUXO (mL/min.) COMPOSIÇÃO DE FM (MeOH:H2O) COLUNA

1 -1 -1 -1

2 0 -1 -1

3 +1 -1 -1

4 -1 0 -1

5 0 0 -1

6 +1 0 -1

7 -1 +1 -1

8 0 +1 -1

9 +1 +1 -1

10 -1 -1 0

11 0 -1 0

12 +1 -1 0

13 -1 0 0

14 0 0 0

15 +1 0 0

16 -1 +1 0

17 0 +1 0

18 +1 +1 0

19 -1 -1 +1

20 0 -1 +1

21 +1 -1 +1

22 -1 0 +1

23 0 0 +1

24 +1 0 +1

25 -1 +1 +1

26 0 +1 +1

27 +1 +1 +1

4.2.4. Validação de métodos

A partir do desenvolvimento dos métodos, estes foram submetidos à

avaliação dos seguintes parâmetros de validação: especificidade/seletividade,

linearidade, limites de detecção e quantificação, precisão (repetibilidade e

precisão intermediária), bem como exatidão e robustez.

Nessa perspectiva, cada parâmetro foi avaliado quanto a sua

adequabilidade para as análises das amostras isoladas, realizando-se testes nos

Page 39: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

39

comprimentos de onda específicos de detecção de cada guanilhidrazona, assim

como para as análises de detecção simultânea, onde os experimentos

procederam no comprimento de onda adequado para avaliação das três

substâncias em conjunto.

4.2.4.1 Especificidade/Seletividade

A especificidade e seletividade dos métodos foram avaliadas através

da comparação dos cromatogramas das três guanilhidrazonas isoladas e em

conjunto para garantir a especificidade na detecção das amostras isoladas, bem

como a seletividade dos métodos ao investigar a presença de interferência entre

os picos das guanilhidrazonas quando injetadas simultaneamente, e o grau de

pureza desses picos.

A especificidade de detecção de cada composto também foi

assegurada pela determinação do tempo de retenção e aquisição do espectro de

absorção UV de cada guanilhidrazona.

4.2.4.2 Linearidade

A linearidade foi determinada a partir da obtenção de curvas analíticas

das amostras isoladas, cada uma em sete concentrações, no intervalo de 1-25

µg/mL (1; 2; 5; 10; 15; 20; 25 µg/mL), diluídas com fase móvel de trabalho e

injetadas em triplicata.

Os ensaios foram realizados de acordo com as condições

experimentais previamente estabelecidos nos comprimentos de onda específicos

para cada substância (WE017 - 280 nm, WE014 - 304 nm, WE010 - 300 nm) e no

comprimento de onda ótimo para análise simultânea (290 nm) resultando em seis

curvas. As médias das áreas dos picos dos cromatogramas foram plotados em

função das respectivas concentrações de trabalho para obtenção das curvas

analíticas. A linearidade foi confirmada através de regressão linear pelo método

dos mínimos quadrados.

Page 40: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

40

4.2.4.3 Limites de detecção (LD) e quantificação (LQ)

4.2.4.3.1 Limite de detecção

O limite de detecção das amostras de guanilhidrazonas foi

determinado, por meio das três curvas analíticas dos ensaios de linearidade

correspondentes, calculando-se a razão entre três vezes o desvio padrão de ―b‖

(intercepto com o eixo y) e a média de ―a‖ (inclinação da curva de calibração)

(RDC 899, 2003; ICH, 2005).

4.2.4.3.2 Limite de quantificação

A menor quantidade das amostras de guanilhidrazonas capaz de ser

determinada com precisão e exatidão aceitáveis foi determinada utilizando as três

curvas analíticas dos ensaios de linearidade correspondentes, calculando-se a

razão entre dez vezes o desvio padrão de ―b‖ (intercepto com o eixo y) e a média

de ―a‖ (inclinação da curva de calibração) (899, 2003; ICH, 2005).

4.2.4.4 Precisão

Para avaliação da precisão dos métodos determinou-se a repetibilidade

e a precisão intermediária (interdia) calculando-se o coeficiente de variação entre

as áreas dos picos de uma sequência de amostras preparadas sob as mesmas

condições experimentais.

4.2.4.4.1 Repetibilidade

A repetibilidade foi examinada a partir de seis análises das amostras

preparadas nas mesmas concentrações (10 μg/mL), no mesmo dia, por um único

analista.

Page 41: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

41

4.2.4.4.2 Precisão intermediária

A precisão intermediária foi avaliada em sextuplicata, a partir das

análises das amostras nas mesmas concentrações (10 μg/mL) em dias diferentes

e por diferentes analistas.

4.2.4.5 Exatidão

A exatidão dos métodos foi avaliada a partir do preparo de soluções,

em triplicata, das guanilhidrazonas em três diferentes níveis de concentração de

cada amostra, equivalentes a 80, 100 e 120% da concentração analítica. As

soluções foram preparadas variando-se a quantidade da amostra de interesse

enquanto as demais permaneceram na concentração de trabalho. A exatidão do

método foi calculada a partir do percentual das amostras recuperado nas

soluções.

4.2.4.6 Robustez

Para avaliar-se a robustez dos métodos as amostras, em sextuplicada,

foram submetidas a injeções onde se variou, discretamente, parâmetros

cromatográficos de fluxo e pH de fase móvel no sistema estabelecendo um nível

inferior (-) e outro superior (+) à condição de trabalho, assim como mostram as

tabelas 3 e 4.

Tabela 3 – Níveis de parâmetros cromatográficos avaliados na robustez do método por

CLAE-DAD

Parâmetro

cromatográfico

- Condição de trabalho +

pH 3,45 3,50 3,55

Fluxo (mL/min.) 1,45 1,50 1,55

Page 42: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

42

Tabela 4 – Níveis de parâmetros cromatográficos avaliados na robustez do método por

CLUE-DAD

Parâmetro

cromatográfico

- Condição de trabalho +

pH 3,45 3,50 3,55

Fluxo (mL/min.) 0,45 0,50 0,55

Para avaliar a influência desses fatores sobre os métodos foi

determinado o DPR entre os valores de área do pico obtidos com o método

desenvolvido e com as propostas variações.

Page 43: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

43

RESULTADOS

Page 44: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

44

5.0 RESULTADOS

5.1 Desenvolvimento de método analítico por CLAE-DAD

Objetivando a obtenção de cromatogramas de detecção simultânea, onde

as três substâncias fossem adequadamente identificadas por característicos

tempos de retenção e na forma de picos gaussianos, foram realizadas injeções

variando-se parâmetros analíticos que contribuíram para a obtenção de um

método otimizado. Nesse intuito, as primeiras injeções foram realizadas utilizando

como fase móvel ACN:H2O em diferentes condições de fluxo (Figuras 3 a 5),

Figura 3 – Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

ACN:H2O (60:40) pH5,0; 0,6 mL/min; (200 µg/mL)

Page 45: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

45

Figura 4 – Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

ACN:H2O (60:40) pH 5,0; 0,8 mL/min; (200 µg/mL)

Figura 5 – Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

ACN:H2O (60:40) pH 5,0; 1,0 mL/min; (200 µg/mL)

Nas condições analisadas nas figuras 3, 4 e 5 as sustâncias apresentaram-

se coeluídas em um único pico, onde observou-se que o aumento do fluxo agia

diminuindo o tempo de análise porém, acentuando a coeluição entre os picos a

medida em que se aumentava a vazão.

Os analitos só conseguiram ser separadamente identificados na forma de

três picos nessa fase móvel, quando se aumentou a proporção de fase aquosa

Page 46: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

46

(50:50) e a sua acidez (Figura 6). Porém a análise teve o tempo elevado, pela

diminuição da força eluotrópica do sistema e os picos não apresentaram

adequada simetria.

Figura 6 – Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

ACN:H2O (50:50) pH 3,5; 1,2 mL/min; (200 µg/mL)

As análises utilizando o MeOH:H2O como fase móvel também direcionaram

para a grande influência de fatores como proporção de fase móvel na separação

das substâncias, obtendo uma melhor separação na proporção de 60:40, porém

os picos ainda apresentavam-se inadequadamente simétricos e com baixa

resolução (Figura 7).

Page 47: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

47

Figura 7 – Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

MeOH:H2O (60:40) pH 5,0; 0,8 mL/min; (200 µg/mL)

Nessa composição de fase móvel também foi observada a grande

interferência da concentração das substâncias em solução na capacidade de

resolução destas no sistema, pois por apresentarem-se na forma de picos largos

e caudados (Figura 8), revelaram o excesso de amostra utilizada (CIOLA, 1998).

Figura 8 – Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

MeOH:H2O (60:40) pH5,0; 1,0 mL/min; (100 µg/mL)

Page 48: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

48

Tal limitação foi superada quando se trabalhou com menores concentrações

das amostras na solução viabilizando uma nítida separação entre as duas

primeiras substâncias quando a concentração foi reduzida até 20 µg/mL (Figura 9)

de cada substância em solução, porém os picos ainda apresentaram-se largos e

caudados e à medida que a eficiência de separação das substâncias foi otimizada

o tempo de retenção destas foi aumentado, de maneira que a terceira

guanilhidrazona, por apresentar maior valor de logP em relação as demais (Figura

1), não foi detectada no tempo de análise programado para a corrida.

Figura 9 – Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

MeOH:H2O (60:40) pH 5,0; 1,0 mL/min; (20 µg/mL)

Tais valores de logP também podem indicar a ordem de eluição das

amostras, pois por se trabalhar em fase reversa, quanto menor a hidrofilicidade da

amostra em análise (menor a polaridade), maior será seu tempo de retenção no

sistema, pois esta terá mais dificuldade de eluir pela fase estacionária (apolar).

Nesse raciocínio, a ordem de eluição das três guanilhidrazonas baseado no logP

será na sequência em que a WE017 apresenta o menor tempo de retenção,

seguida da WE014 e por último a WE010, que permanece mais tempo sendo

eluída através da coluna devido sua maior afinidade pelas cadeias de octadecil

siloxano (C18).

Devido à polaridade da fase estacionária em CLAE-FR ser normalmente

mais apolar que a móvel, quanto mais hidrofóbico for o analito analisado, mais

Page 49: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

49

tempo ele permanecerá retido na coluna. Ao acidificar a fase móvel, o analito se

torna menos hidrofóbico e diminui a sua retenção na fase estacionária (KURZ,

2007).

Portanto, Para se alcançar um cromatograma com condições ótimas de

simetria de pico, a concentração das amostras foi reduzida até 10 μg/mL e para

viabilizar uma maior solubilidade dos compostos na fase móvel reduzindo o tempo

de retenção das amostras o pH foi acidificado até 3,5, onde na figura 10, pode-se

observar um cromatograma constituído de picos com adequada resolução, porém

o WE010, ainda foi detectado na forma de um pico caudado.

Figura 10 – Cromatograma obtido por CLAE de WE010, WE014 e WE017. FM* –

MeOH:H2O (60:40) pH 3,5; 1,0 mL/min; 10 µg/mL; 290 nm

O aumento gradativo do fluxo até 1,5 ml/min (Figura 11) viabilizou picos

com baixos tempos de retenção, adequados valores de resolução e simetria

gaussiana, atendendo também aos parâmetros de pureza de pico, além de uma

favorável eficiência da coluna representada pelo alto número de pratos teóricos

(Tabela 5).

Page 50: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

50

Figura 11 – (A) Cromatograma obtido por CLAE de WE017 (1), WE014 (2) e WE017 (3).

FM* – MeOH:H2O (60:40) pH 3,5; 1,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm; (B) Visão 3D dos

espectros de absorção das substâncias

Tabela 5 - Parâmetros cromatográficos avaliados na determinação simultânea de WE017,

WE014 e WE010

Amostras TR Area R N

WE017 2,18 796,058 - 2026

WE014 2,64 1025,922 2,232 1776

WE010 5,08 550,559 7,981 2681

Page 51: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

51

Os compostos foram identificados a partir dos seus bem definidos

espectros de absorção obtidos através do detector DAD (Figura 11B) programado

para realizar a varredura do cromatograma no intervalo de 200 a 400 nm onde,

observa-se para a WE017 λmáx de 280 nm; a molécula WE014 apresenta λmáx de

304 nm e a WE010 teve λmáx em 300nm.

As figuras 12, 13 e 14 representam os cromatogramas das

guanilhidrazonas WE017, WE014 e WE010 injetadas isoladamente, a 290 nm,

bem como uma visão 2D desses cromatogramas.

Figura 12 - (A) Cromatograma obtido por CLAE de WE017 (10 µg/mL); (B) Visão 2D do

espectro de absorção de WE017

Page 52: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

52

Figura 13 - (A) Cromatograma obtido por CLAE de WE014 (10 µg/mL); (B) Visão 2D do

espectro de absorção de WE014

Page 53: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

53

Figura 14 – (A) Cromatograma obtido por CLAE de WE010 (10 µg/mL); (B) Visão 2D do

espectro de absorção de WE010

Através da análise do cromatograma obtido pela injeção dos três

compostos simultaneamente pode-se avaliar qual seria o comprimento de onda

que mais se adequava para esse tipo de análise. Foi observado a partir da figura

15 que a 290 nm foi possível uma boa detecção das três substâncias quando

analisadas numa mesma amostra.

Page 54: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

54

Figura 15 - Visão 2D dos espectros de absorção de WE017, WE014 e WE010 obtido por

CLAE

As condições otimizadas para o método por CLAE, apresentadas na Tabela

6 permitiram a obtenção de um cromatograma que possibilita a identificação

simultânea em um curto intervalo de tempo das três guanilhidrazonas em análise.

Tabela 6 - Condições cromatográficas para execução do método de determinação

simultânea das guanilhidrazonas por CLAE

Parâmetros Condições selecionadas

Fase estacionária C18

Fase móvel MeOH:H2O (60:40)

Fluxo (mL/min.) 1,5

pH do sistema 3,5

Volume de injeção (µL) 20

Comprimento de onda (nm) 290

5.2 Desenvolvimento de método analítico por CLUE/DAD

A partir dos cromatogramas obtidos nos ensaios do planejamento fatorial

proposto foi possível a análise da interferência dos fatores avaliados no

desempenho dos cromatogramas resultantes, permitindo a visualização dos

níveis das variáveis que, em conjunto viabilizariam o método mais adequado.

Page 55: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

55

Nessa perspectiva, analisando-se a figura 16, constata-se a inviabilidade

do uso da coluna de 30 mm para a separação das guanilhidrazonas em estudo.

Provavelmente pelo motivo de se tratar de uma coluna de menor comprimento, e

as substâncias apresentarem tempos de retenção próximos. Nessa variável a

eficiência de separação dos compostos foi bastante comprometida inviabilizando

a resolução entre os picos independente da condição avaliada, resultando na

coeluição entre os dois primeiros picos na maioria das análises e, na condição de

maior composição de fase orgânica, os três picos coeluíram.

Figura 16 – Cromatogramas obtidos por CLUE nas analises na coluna de 30 mm, com

fatores e níveis estabelecidos pelo planejamento fatorial

Observando-se a figura 17, onde estão representados os gráficos de

superfície de reposta das variáveis envolvidas no planejamento em relação ao

tempo de retenção das análises, nota-se a grande interferência do comprimento

Page 56: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

56

da coluna no tempo de retenção, sendo que o aumento do comprimento da

coluna é diretamente proporcional ao aumento do tempo de retenção no sistema,

pelo fato do aumento do número de pratos teóricos. Portanto as regiões dos

gráficos onde estão representadas as análises na coluna de 30 mm são as que

resultaram em reduzidos tempos de análise, independente do fluxo e da

composição de fase móvel utilizada.

Figura 17 – Gráficos de superfície de resposta no efeito do (A) comprimento da coluna e

fluxo; (B) comprimento da coluna e composição de fase móvel e (C) composição de fase

móvel e fluxo no tempo de retenção do sistema

Tal fato também pode ser visualizado no gráfico de Pareto, onde

observam-se efeitos tanto lineares quanto quadráticos do comprimento da coluna

Page 57: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

57

no tempo de retenção, seguido da composição de fase móvel e um discreto efeito

linear da diminuição do fluxo no aumento do tempo de retenção.

Figura 18 – Estimativa dos efeitos das variáveis comprimento da coluna, composição de

fase móvel e fluxo no tempo de retenção do sistema

À medida que se aumentou o comprimento da coluna também pode-se

observar uma melhora na resolução entre os picos, apresentando valores ótimos

quando se utilizou a coluna de 75 mm, submetendo o sistema a fase móvel de

menor força eluotrópica (60:40). Nessas condições (Figura 19), independente do

fluxo, pode-se obter uma nítida separação entre os picos. Porém houve um

comprometimento no tempo de análise, sendo que mesmo no maior fluxo (0,5

mL/min.), permaneceu superior ao obtido no método desenvolvido por CLAE.

Page 58: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

58

Figura 19 - Cromatogramas obtidos por CLUE nas analises na coluna de 75 mm, FM:

MeOH : H2O (60:40), nos fluxos estabelecidos pelo planejamento fatorial

A partir desses resultados confirmou-se que o fator comprimento da coluna

é determinante na eficiência de separação e tempo de retenção dos analitos, pois

é sabido que as colunas mais longas apresentam um maior número de pratos

teóricos produzindo melhores valores de resolução, porém, em um tempo maior

de análise (DONG, 2006).

A interferência dos fatores no número de pratos teóricos pode ser

visualizada na figura 20, onde observa-se que as análises que apresentaram

valores ideais desse parâmetro (>200) foram as realizadas nas colunas de 50 mm

sendo ainda mais otimizados nas análises na coluna de 75 mm, comprovando a

ineficiência da coluna de 30 mm independente do fluxo e composição de fase

móvel utilizadas (Figuras 20 A e B). Nota-se também valores inadequados de

número de pratos teóricos nas análises realizadas na maior composição de fase

orgânica, nas regiões de maiores fluxos na figura 20 C, pois quanto maior a força

eluotrópica do sistema e maiores os fluxos menor será a interação do analito com

a fase estacionária, reduzindo-se sua eficiência.

Page 59: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

59

Figura 20 – Gráficos de superfície de resposta no efeito do (A) comprimento da coluna e

fluxo; (B) comprimento da coluna e composição de fase móvel e (C) composição de fase

móvel e fluxo no número de pratos teóricos do sistema

Esse efeito mais intenso do comprimento da coluna no aumento do número

de pratos teóricos, também é elucidado no gráfico de Pareto (Figura 21), onde

essa variável apresenta intenso efeito linear e quadrático na resposta avaliada,

seguida do efeito da redução da força eluotrópica do sistema no aumento do

número de pratos teóricos, representado pelo efeito linear negativo da

composição de fase móvel no p valor estabelecido, comprovando também que

não há interferência estatisticamente relevante da variação proposta do fluxo na

resposta.

Page 60: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

60

Figura 21 – Estimativa dos efeitos das variáveis comprimento da coluna, composição de

fase móvel e fluxo no número de pratos teóricos do sistema

Como esperado, os cromatogramas obtidos das análises na coluna de 50

mm transcorreram-se em menores tempos em relação à coluna de 75 mm, porém

só foi possível a detecção dos três picos separadamente quando se trabalhou

com a fase móvel de menor força eluotrópica (60:40), independentemente do

fluxo empregado (Figura 22). Pois quanto maior a proporção de fase orgânica do

sistema menor a interação dos analitos com a coluna, e menor sua eficiência de

separação, apesar da redução do tempo de análise.

Page 61: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

61

Figura 22 - Cromatogramas obtidos por CLUE nas analises na coluna de 50 mm, com

fatores e níveis estabelecidos pelo planejamento fatorial

Nessa perspectiva o método que apresentou melhor cromatograma foi

utilizando-se a coluna de 50 mm, na composição de fase móvel de 60:40, num

fluxo de 0,5 mL/min (Figura 23). Porém, apesar da otimização do tempo de

análise os picos apresentaram-se caudados, obtendo valores de fator de cauda

superior a 2,0, o que também comprometeu a resolução entre os dois primeiros

picos (<2,0), prejudicando assim a precisa integração destes e,

conseqüentemente, a reprodutibilidade do sistema (DONG, 2006). Além disso, o

número de pratos teóricos também se apresentava inadequado para WE017 e

WE014.

Page 62: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

62

Figura 23 – Cromatograma obtido por CLUE de WE010, WE014 e WE017. Coluna – 50

mm; FM* – MeOH:H2O (60:40) pH 3,5; 0,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm e tabela de

descrição do teste de adequabilidade do sistema

Ao avaliar a influencia dos fatores no parâmetro fator de cauda observado

nas análises dos gráficos de superfície de resposta (Figura 24) percebe-se que os

resultados inadequados (>2,0) são uma constante em todas as condições

analisadas, sendo que a variável comprimento da coluna é a única

estatisticamente relevante (Figura 25) na variação dessa resposta, influenciando

as demais ao resultar em um elevado efeito quadrático no aumento do fator de

cauda.

Page 63: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

63

Figura 24 – Gráficos de superfície de resposta no efeito de (A) comprimento da coluna e

fluxo; (B) comprimento da coluna e composição de fase móvel e (C) composição de fase

móvel e fluxo no fator de cauda do sistema

Page 64: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

64

Figura 25 – Estimativa dos efeitos das variáveis comprimento da coluna, composição de

fase móvel e fluxo no fator de cauda do sistema

Picos caudados são geralmente causados por interações secundárias do

analito com a fase estacionária (DONG, 2006), também denominada de caudas

químicas quando a interação ocorre entre um analito básico e um grupo silanol

residual da fase estacionária (KROMIDAS, 2005). Para a solução desse problema

recomenda-se aumentar o pH da fase aquosa, adicionar um modificador de

amina, como a trietilamina 0,1 %, ou substituir a coluna por outra de menor

atividade silanofílica (KROMIDAS, 2005; DONG, 2006)

Assim, a trietilamina (TEA) foi adicionada a fase aquosa do sistema para

atuar como uma base competitiva e diminuir a exposição dos grupos silanol da

coluna (Figura 26). Porém, apesar da adequação do fator de cauda, as

substâncias eluíram mais lentamente pela coluna, pelo fato de que a adição de

TEA ao sistema auxiliar também no aumento no número de pratos teóricos na

análise (ROOS, 1986), tendo como conseqüência uma melhor eficiência de

separação, mas com aumento no tempo de retenção dos analitos.

Page 65: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

65

Figura 26 – Cromatograma obtido por CLUE de WE010, WE014 e WE017. Coluna – 50

mm; FM* – MeOH:H2O (60:40) + 0,1% de TEA; pH 3,5; 0,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm e

tabela de descrição do teste de adequabilidade do sistema

Dessa maneira, com o objetivo de diminuir o tempo de análise sem o

comprometimento dos valores de resolução, aumentou-se então a força

eluotrópica do sistema ao nível intermediário do planejamento experimental

(65:35) e manteve-se o fluxo (0,5 mL/min.), obtendo assim um método (Tabela 7)

que gerou um cromatograma (Figura 27) com boa resolução entre os picos, baixo

tempo de retenção e adequado fator de cauda, podendo ser submetido à

avaliação dos parâmetros de validação.

Page 66: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

66

Figura 27 – Cromatograma obtido por CLUE de WE010, WE014 e WE017. Coluna – 50

mm; FM* – MeOH:H2O (65:35) + 0,1% de TEA; pH 3,5; 0,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm e

tabela de descrição do teste de adequabilidade do sistema

Page 67: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

67

Figura 28 – Visão 3D obtido por CLUE dos espectros de absorção da solução de WE017,

WE014 e WE010 por CLUE

Tabela 7 - Condições cromatográficas para execução do método de determinação

simultânea das guanilhidrazonas por CLUE

Parâmetros Condições selecionadas

Fase estacionária C18

Fase móvel MeOH:H2O (65:35) + 0,1% TEA

Fluxo (mL/min.) 0,5

pH do sistema 3,5

Volume de injeção (µL) 1,0

Comprimento de onda (nm) 290

A partir dos métodos desenvolvidos as análises procederam, em ambos os

aparelhos, com o detector DAD ajustado a 280, 290, 300 e 304 nm possibilitando

Page 68: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

68

detecção ótima de cada substância bem como das análises destas

simultaneamente.

5.3 Validação dos métodos analíticos por CLAE/DAD e CLUE/DAD

A validação do método analítico constitui de um procedimento o qual prova

que o método desenvolvido fornece os resultados esperados com credibilidade,

precisão e exatidão adequados (LANÇAS, 2004). Nesse intuito foram avaliados

parâmetros de especificidade/seletividade, linearidade, limites de detecção e

quantificação, precisão (repetibilidade e interdia), exatidão e robustez, para

verificar a eficácia dos métodos desenvolvidos.

5.3.1 Especificidade/Seletividade

A partir da análise dos bem definidos espectros de absorção das

substâncias construído a partir do detector DAD foi possível comprovar a

capacidade dos métodos desenvolvidos em detectar cada substância

independentemente, destacando-se seus respectivos picos de absorção na figura

29.

A pureza dos picos também foi garantida, como o auxílio do DAD, através

da comparação dos espectros de cada amostra em diversos pontos dos picos.

Obtendo-se a sobreposição desses espectros (Figura 30) que indicaram a não

existência de interferentes eluindo no mesmo tempo de retenção dos analitos. Os

valores representativos da pureza dos picos em cada método são demonstrados

na tabela 8.

Page 69: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

69

Figura 29 – Espectro UV das guanilhidrazonas WE017, WE014 e WE010

Tabela 8 – Pureza dos picos das guanilhidrazonas WE017, WE014 e WE010,

determinada pelo DAD

AMOSTRAS CLAE CLUE

WE017 979 999

WE014 973 999

WE010 959 100

Page 70: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

70

Figura 30 – Gráficos representativos da pureza dos picos das guanilhidrazonas WE017,

WE014 e WE010, determinada pelo detector DAD

Segundo a RE 899 (2003) a capacidade de seleção do método também

pode ser demonstrada a partir da análise da amostra juntamente com compostos

de estruturas relacionadas. Portanto a partir dos cromatogramas obtidos nas

análises simultâneas (Figuras 31 e 32), pode-se comprovar a seletividade dos

Page 71: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

71

métodos para ambas as substâncias analisadas, pois as guanilhidrazonas

estudadas apresentam estruturas semelhantes e não se observa interferência na

separação e/ou tempo de retenção destas.

Figura 31 – Cromatogramas da especificidade obtidos por CLAE. FM* – MeOH:H2O

(60:40) pH 3,5; 1,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm, representando soluções de

guanilhidrazonas, onde: (a) WE017, WE014 e WE010; (b) WE017 e WE014; (c) WE017 e

WE010; (d) WE014 e WE010; (e) WE017; (f) WE014; (g) WE010

Assim, apresentou cromatogramas de picos bem definidos e puros, sem

coeluição detectável, e pode-se atestar que cada pico relaciona-se a uma única

substância em ambos os métodos.

Page 72: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

72

Figura 32 - Cromatogramas da especificidade obtidos por CLUE. FM* – MeOH:H2O

(65:35) + 0,1% de TEA; pH 3,5; 0,5 mL/min.; 10 µg/mL; 290 nm, representando soluções

de guanilhidrazonas, onde: (a) WE017, WE014 e WE010; (b) WE017 e WE014; (c)

WE017 e WE010; (d) WE014 e WE010; (e) WE017; (f) WE014; (g) WE010; (h) FM*

Dessa forma, a partir da análise dos resultados obtidos pode-se constatar

alta especificidade dos métodos, quando aplicados às análises das substâncias

isoladamente bem como suas seletividades para a determinação simultânea de

WE017, WE014 e WE010.

5.3.2 Linearidade

A linearidade dos métodos para análise das substâncias isoladas, bem

como para determinação simultânea foi determinado através da construção de

duas curvas analíticas para cada substância, contemplando seu comprimento de

onda específico de análise, bem como o comprimento de onda ótimo para análise

das substâncias em conjunto.

Os resultados das curvas analíticas estão apresentados nas tabelas 9 e 10,

onde se observa a equação da reta e os valores de coeficiente de correlação (r2)

para cada condição analisada.

Page 73: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

73

O estudo da linearidade/curva analítica para WE017, WE014 e WE010 por

CLAE, apresentou resultados bastante satisfatórios, pois as curvas obtidas

apresentaram valores de coeficiente de correlação (r2) maiores que 0,99 (BRASIL,

2003). Nas curvas obtidas por CLUE pode-se observar valores de r2 superiores

aos do método desenvolvido por CLAE para as curvas de WE017, já para as

curvas das demais guanilhidrazonas os valores de coeficiente de correlação

foram inferiores aos das análises por CLAE. Porém não compromete a

capacidade de ambos os métodos de demonstrar, dentro do intervalo

especificado, que os resultados obtidos são diretamente proporcionais à

concentração do analito nas amostras, pois todos os valores se encontram acima

do limite preconizado, indicando assim adequada correlação entre concentração

de análise e a área do pico independente do método utilizado.

5.3.3 Limites de Detecção (LoD) e Quantificação (LoQ)

Os respectivos limites de detecção e quantificação para cada

guanilhidrazona estudada, em cada método desenvolvido, estão dispostos nas

Tabelas 9 e 10.

Tabela 9 - Estudo da linearidade, limite de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ)

das soluções das amostras de WE017, WE014 e WE010 para detecção isolada e

simultânea por CLAE

Amostra Comprimento

de onda (nm)

Equação da reta (n = 3) r2

LD

(μg/mL)

LQ

(μg/mL)

WE017

280 y = 65,8127x + 2,35788 0,9995 0,11

0,38

290 y = 62,60385x + 0,43507 0,9994 0,12 0,39

WE014

304 y = 91,12302x – 8,40961 0,9993 0,07 0,22

290 y = 74,20108x + 0,66868 0,9999 0,08 0,27

WE010

300 y = 45,26534x + 6,41611 0,9989 0,19 0,63

290 y = 42,04453x + 6,54327 0,9995 0,15 0,51

n – número de amostras analisadas; y = área do pico; x = concentração (µg/mL).

Page 74: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

74

Tabela 10 - Estudo da linearidade, limite de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ)

das soluções das amostras de WE017, WE014 e WE010 para detecção simultânea por

CLUE

Amostra Comprimento

de onda (nm)

Equação da reta (n = 3) r2

LD

(μg/mL)

LQ

(μg/mL)

WE017

280 y = 8660,09x – 470,03 0,9999 0,07 0,24

290 y= 8215,21x – 522,16 0,9997 0,08 0,28

WE014

304 y = 10419,85x – 411,15 0,9980 0,08 0,27

290 y = 8464,98x – 533,43 0,9997 0,04 0,15

WE010

300 y = 5860,74x – 316,84 0,9983 0,07 0,25

290 Y = 5092,94X – 180,59 0,9994 0,02 0,06

n – número de amostras analisadas; y = área do pico; x = concentração (µg/mL).

Nota-se, a partir dos resultados tabelados, uma maior sensibilidade do

aparelho de CLUE tanto para a detecção quanto para a quantificação das três

amostras em estudo, pois, com exceção do valor de limite de detecção de WE014

a 304 nm, que se apresentou em 0,07 para CLAE e 0,08 para CLUE, todas as

outras condições apresentam valores inferiores para CLUE, evidenciando a alta

capacidade do método desenvolvido por CLUE em detectar as amostras, mesmo

se essas encontrarem-se em quantidades mínimas na solução, o que poderia

gerar um pico adicional, caso houvesse contaminação no preparo das amostras

isoladas. Tal fato também permite trabalhar com quantidades limitadas de

amostras sob aceitáveis condições de precisão e exatidão.

5.3.4 Precisão

A precisão dos métodos foi demonstrada através da repetibilidade

(intradia), onde se analisou em curto intervalo de tempo amostras de mesma

concentração, preparadas sob as mesmas condições e pelo mesmo analista, e da

precisão intermediária em que as amostras de trabalho, contendo as substâncias

Page 75: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

75

isoladas e em conjunto foram analisadas em dias diferentes e por diferentes

analistas.

Os valores experimentais obtidos para a determinação da repetibilidade

dos métodos desenvolvidos por CLAE e CLUE estão dispostos nas tabelas 11 e

12, respectivamente.

Tabela 11- Estudo da repetibilidade da solução das amostras a 10 µg/mL, de WE17,

WE014 e WE010 para detecção isolada e simultânea por CLAE

WE017

(280 nm) WE017

(290 nm) WE014

(304 nm) WE014

(290 nm) WE010

(300 nm) WE010

(290 nm)

Área

1 844,11 804,34 1229,26 1019,13 647,26 579,77

2 824,72 799,87 1203,08 1016,30 619,95 578,91

3 825,25 776,86 1229,28 1044,92 643,71 595,17

4 836,56 789,36 1196,50 993,47 617,93 573,43

5 856,07 794,82 1210,36 1004,75 622,24 584,28

6 853,22 799,48 1190,56 989,46 631,99 571,18

Média 839,99 794,12 1209,84 1011,34 630,51 580,46

Desvio padrão

13,51 9,87 16,44 20,27 12,61 8,60

CV, % 1,61 1,24 1,36 2,00 2,00 1,48

Tabela 12 - Estudo da repetibilidade da solução das amostras a 10 µg/mL, de WE17,

WE014 e WE010 para detecção isolada e simultânea por CLUE

WE017

(280 nm) WE017

(290 nm) WE014

(304 nm) WE014

(290 nm) WE010

(300 nm) WE010

(290 nm)

Área

1 84056 80064 100834 80812 55265 50398

2 85814 81272 99167 80028 54134 49995

3 85487 82273 100302 79913 55521 50525

4 82664 79293 103928 80861 55196 50286

5 83040 81002 103973 81755 55406 50537

6 84367 80547 102304 80381 55497 49922

Média 84238 80742 101751 80625 55170 50277

Desvio padrão

1265 1029 1980 677 523 264

CV, % 1,50 1,27 1,95 0,84 0,95 0,53

Page 76: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

76

A partir dos valores de coeficiente de variação (CV) obtidos na análise da

repetibilidade dos dois métodos desenvolvidos pode-se assegurar que não há

variabilidade importante nos resultados no decorrer da rotina de um dia de

análise, por estes apresentarem-se relativamente próximos, com variações

inferiores a 5% (BRASIL, 2003), o que comprova a repetibilidade dos métodos

tanto para a análise das guanilhidrazonas isoladas quanto para a determinação

simultânea em ambos os métodos.

Os valores experimentais obtidos para a determinação da precisão

intermediária dos métodos desenvolvidos por CLAE e CLUE estão dispostos nas

tabelas 13 e 14, respectivamente.

Tabela 13 - Estudo da precisão intermediária nos dias 01 e 02 das soluções de WE017,

WE014 WE010 para detecção isolada e simultânea por CLAE

PRECISÃO INTERMEDIÁRIA POR CLAE

Dia 01 Dia 02

Área Média

1

Área Média

1

CV

2%

WE017 (280 nm) 812,93

839,99

2,32

WE017 (290 nm) 769,92

794,12

2,20

WE014 (304 nm) 1223,20

1209,84

1,01

WE014 (290 nm) 1017,84

1011,34

1,56

WE010 (300 nm) 601,72

630,51

3,29

WE010 (290 nm) 559,05

580,46

2,81 1n=6;

2n=12

Tabela 14 - Estudo da precisão intermediária nos dias 01 e 02 das soluções de WE017,

WE014 WE010 para detecção isolada e simultânea por CLUE

PRECISÃO INTERMEDIÁRIA POR CLUE

Dia 01 Dia 02

Área Média

1

Área Média

1

CV

2%

WE017 (280 nm) 84238

83920

1,33

WE017 (290 nm) 80742

81046

0,63

WE014 (304 nm) 101751

100542

1,11

WE014 (290 nm) 80625

80017

0,68

WE010 (300 nm) 55170

54589

1,17

WE010 (290 nm) 50277

49991

0,43 1n=6;

2n=12

Com base na média dos resultados obtidos em diferentes dias de análise e

por diferentes analistas, os métodos também podem ser considerados

Page 77: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

77

reprodutíveis, assegurando que o procedimento seja realizado nas mesmas

condições analíticas.

5.3.5 Exatidão

A exatidão do método expressa em termos de percentagem de

recuperação é definida como a quantidade de substância de interesse presente

ou adicionada na amostra, que é passível de extração e quantificação. A

informação da recuperação pode ser obtida tanto com a adição de substância

padrão de referência ou de composto puro (RIBANI et. al., 2004; ERMER &

MILLER, 2005).

Dessa maneira a partir do método da adição de padrão, onde se adicionou

quantidades conhecidas das amostras às soluções, o percentual de recuperação

dos métodos desenvolvidos foi calculado por meio da concentração média

encontrada nas análises, aplicando as áreas dos picos de cada condição na

equação da reta, encontrada no estudo de linearidade nas mesmas condições. Os

resultados estão dispostos nas tabelas 15 e 16.

Page 78: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

78

Tabela 15 – Medida da exatidão do método por CLAE-DAD para as amostra de

guanilhidrazonas (WE017, WE014 e WE010)

AMOSTRA COMPRIMENTO

DE ONDA (nm)

CONCENTRAÇÃO

(μg/mL)

CONCENTRAÇÃO

MÉDIA

ENCONTRADA

DPR (%) RECUPERAÇÃO

(%)

8 8,08 2,50 100,97

280 10 9,80 2,26 98,02

WE017 12 12,02 0,82 100,16

8 8,02 1,86 100,22

290 10 9,97 1,36 99,71

12 12,02 1,25 100,15

8 7,99 0,15 99,99

304 10 10,21 0,15 102,01

WE014 12 11,88 1,01 99,00

8 7,89 1,85 98,69

290 10 10,14 0,24 101,47

12 11,84 1,50 98,71

8 7,98 1,81 99,77

300 10 10,01 0,72 100,09

WE010 12 11,97 1,42 99,79

8 7,98 1,67 99,71

290 10 10,05 1,34 100,46

12 11,94 1,79 99,49

O percentual de recuperação encontrado nas análises apresentou-se para

o método desenvolvido por CLAE, entre 98,02 e 100,97% para WE017; 98,69 e

102,01% para a WE014 e 99,49 e 100,46% para WE010. Para o método por

CLUE houve uma variação no percentual de recuperação entre 98,83 e 100,48 %

para WE017; 98,50 e 100,30% para a WE014 e 99,32 e 101,85% para WE010.

Os valores obtidos comprovam a exatidão dos métodos propostos, pois

estes apresentaram níveis de recuperação aceitáveis quando o método foi

executado nos diferentes comprimentos de onda propostos para ambas às

substâncias, havendo apenas uma leve flutuação nos resultados quando se

expressou os valores da amostra WE014, em seu comprimento de onda de

Page 79: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

79

detecção isolada (304 nm), apresentando níveis de recuperação de 102,01 em

média na concentração analítica de 10 µg/mL, porém os resultados de precisão e

linearidade nessa condição forma aceitáveis, o que auxilia no não

comprometimento da validade desse parâmetro.

Tabela 16 - Medida da exatidão do método por CLUE-DAD para as amostra de

guanilhidrazonas (WE017, WE014 e WE010)

AMOSTRA COMPRIMENTO

DE ONDA (nm)

CONCENTRAÇÃO

(μg/mL)

CONCENTRAÇÃO

MÉDIA

ENCONTRADA

DPR (%) RECUPERAÇÃO

(%)

8 8,01 2,00 100,16

280 10 9,88 1,09 98,83

WE017 12 11,92 0,16 99,32

8 8,04 1,42 100,48

290 10 9,94 1,34 99,48

12 12,04 1,33 100,33

8 7,88 0,97 98,50

304 10 9,90 1,98 98,99

WE014 12 12,02 1,75 100,18

8 7,93 1,35 99,12

290 10 9,91 0,97 99,07

12 12,16 0,76 100,30

8 8,15 1,97 101,85

300 10 10,12 1,25 101,16

WE010 12 12,04 0,72 100,34

8 8,13 1,92 101,62

290 10 9,93 0,24 99,32

12 12,03 1,45 100,23

Page 80: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

80

5.3.6 Robustez

Após as injeções em triplicata das condições estabelecidas para a

avaliação da robustez dos métodos e integração dos picos dos cromatogramas

resultantes das variações de pH e fluxo, pode-se inferir, através dos dados

tabelados (Tabelas 17 e 18), que os métodos propostos obtiveram valores de

variação adequados para serem considerados robustos aos parâmetros

avaliados.

De forma geral, o método desenvolvido por CLAE apresentou menores

valores de desvio padrão relativo entre as condições avaliadas, e a variação do

pH da fase móvel foi o parâmetro que menos desestabilizou o sistema,

apresentando valores de DPR menores dos que os obtidos quando da variação

do fluxo da fase móvel, em ambos os métodos.

Tabela 17 – Estudo da robustez do método desenvolvido por CLAE à variações de pH e

fluxo da FM

AMOSTRA COMPRIMENTO

DE ONDA (nm)

- Condição de

trabalho

+ Média DPR (%)

pH 3,45 3,50 3,55

WE017 280 817,49 812,93 836,80 822,40 1,91

WE017 290 768,31 769,92 785,06 772,81 1,61

WE014 304 1229,78 1223,20 1256,47 1236,48 1,66

WE014 290 1022,85 1017,84 1041,82 1027,50 1,64

WE010 300 593,38 601,72 611,35 602,15 1,97

WE010 290 554,90 559,05 569,16 561,04 1,76

Fluxo 1,45 1,50 1,55

WE017 280 829,29 812,93 794,97 812,40 2,5

WE017 290 777,82 769,92 745,90 765,33 2,54

WE014 304 1234,84 1223,20 1198,51 1218,85 1,70

WE014 290 1040,93 1017,84 999,21 1019,33 2,34

WE010 300 602,45 601,72 586,63 596,94 2,06

WE010 290 564,25 559,05 546,29 556,53 2,07

Page 81: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

81

Tabela 18 – Estudo da robustez do método desenvolvido por CLUE à variações de pH e

fluxo da FM

AMOSTRA COMPRIMENTO

DE ONDA (nm)

- Condição

de trabalho

+ Média DPR

pH 3,45 3,50 3,55

WE017 280 76724,17 77587,50 77534,00 77281,89 0,63

WE017 290 75595,67 75212,50 75820,00 75542,72 1,53

WE014 304 99317,83 100541,70 99413,17 99757,56 0,98

WE014 290 76392,33 76350,00 77764,67 76835,67 1,05

WE010 300 52978,17 52669,83 52436,67 52694,89 0,51

WE010 290 45727,83 46990,83 47410,83 46709,83 1,93

Fluxo 0,45 0,50 0,55

WE017 280 79102,5 77587,50 77669,17 78119,72 1,84

WE017 290 77235,83 75212,50 75387,33 75945,22 1,63

WE014 304 98943,17 100541,70 97901,83 99128,89 1,61

WE014 290 77037,67 76350,00 76412,33 76600,00 1,29

WE010 300 52369,50 52669,83 50879,83 51973,06 1,88

WE010 290 47643,00 46990,83 46119,00 46917,61 1,66

Tais resultados demonstram que os métodos apresentam eficácia

adequada para possíveis variações de uma rotina de análises, indicando o não

comprometimento da sua confiabilidade.

5.4 Resumo da validação por CLAE e CLUE

Nas Tabelas 19 e 20 encontram-se dispostos todos os valores encontrados

no estudo de validação dos métodos por CLAE e CLUE, para a análise

simultânea e isoldada das guanilhidrazonas em estudo.

Page 82: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

82

Tabela 19 - Estudo da validação do método analítico desenvolvido por CLAE e CLUE

para a análise simultânea das guanilhidrazonas WE017, WE014 e WE010.

Equação r2 LD

(µg/mL)

LQ

(µg/mL)

Concentração teórica (µg/mL)

Recuperação

(%)

Dia 1 Dia 2 Interdia

CV

(%)

CV

(%)

CV (%)

CL

AE

WE017 y = 62,60385x +

0,43507 0,9994

0,12 0,39 8,00 100,22 ± 1,86

1,24 2,40 2,20 10,00 99,71 ± 1,36

12,00 100,15 ± 1,25

WE014 y = 74,20108x +

0,66868 0,9999

0,08 0,27 8,00 98,69 ± 1,85

2,00 1,52 1,56 10,00 101,47 ± 0,24

12,00 98,71 ± 1,50

WE010 y = 42,04453x +

6,54327 0,9995

0,15 0,51 8,00 99,71 ± 1,67

1,48 1,90 2,81 10,00 100,46 ± 1,34

12,00 99,49 ± 1,79

CL

UE

WE017 y= 8215,21x –

522,16 0,9997

0,08 0,28 8,00 100,48 ± 1,42

1,27 0,33 0,63 10,00 99,48 ± 1,34

12,00 100,33 ± 1,33

WE014 y = 8464,98x –

533,43 0,9997

0,04 0,15 8,00 99,12 ± 1,35

0,84 0,90 0,68 10,00 99,07 ± 0,97

12,00 100,30 ± 0,76

WE010 Y = 5092,94X –

180,59 0,9994

0,02 0,06 8,00 101,62 ± 1,92

0,53 0,58 0,43 10,00 99,32 ± 0,24

12,00 100,23 ± 1,45

Tabela 20 - Estudo da validação do método analítico desenvolvido por CLAE e CLUE

para a análise isolada das guanilhidrazonas WE017, WE014 e WE010.

Equação r2 LD

(µg/mL)

LQ

(µg/mL)

Concentração teórica (µg/mL)

Recuperação

(%)

Dia 1 Dia 2 Interdia

CV

(%)

CV

(%)

CV (%)

CL

AE

WE017 y = 65,8127x +

2,35788 0,9995 0,11 0,38

8,00 100,97 ± 2,50

1,61 1,75 2,32 10,00 98,02 ± 2,26

12,00 100,16 ± 0,82

WE014 y = 91,12302x –

8,40961 0,9993 0,07 0,22

8,00 99,99 ± 0,15

1,36 1,37 1,01 10,00 102,01 ± 0,15

12,00 99,00 ± 1,01

WE010 y = 45,26534x +

6,41611 0,9989 0,19 0,63

8,00 99,77 ± 1,81

2,00 1,50 3,29 10,00 100,09 ± 0,72

12,00 99,79 ± 1,42

CL

UE

WE017 y = 8660,09x –

470,03 0,9999 0,07 0,24

8,00 100,16 ± 2,00

1,50 1,61 1,33 10,00 99,83 ± 1,09

12,00 99,32 ± 0,16

WE014 y = 10419,85x –

411,15 0,9980 0,08 0,27

8,00 98,50 ± 0,97

1,95 1,14 1,11 10,00 98,99 ± 1,98

12,00 100,18 ± 1,75

WE010 y = 5860,74x –

316,84 0,9983 0,07 0,25

8,00 101,85 ± 1,97

0,95 1,53 1,17 10,00 101,16 ± 1,25

12,00 100,34 ± 0,72

Page 83: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

83

5.5 Compararativo entre os métodos desenvolvidos por CLAE e CLUE

A partir dos métodos desenvolvidos e devidamente validados nesse

estudo, nota-se uma importante discrepância entre os valores de volume de

amostra injetada e de fase móvel gastos entre eles (Tabela 21).

Apesar do semelhante tempo de retenção apresentados pelos métodos

(Figura 33), onde houve um decréscimo de apenas dois minutos no método

desenvolvido por CLUE em relação ao por CLAE, a redução do fluxo em 3 vezes,

pôde juntamente com o menor tempo, reduzir em 4 vezes o volume de fase móvel

gasto durante a análise.

Em tal comparação, voltando-se para o gasto específico de metanol por

análise, encontra-se que, mesmo levando em consideração a necessidade do

aumento da proporção de metanol no método desenvolvido por CLUE, ainda há

uma redução de aproximadamente 3,7 vezes por análise se comparado ao gasto

desse solvente no método desenvolvido por CLAE.

Tabela 21 – Estudo comparativo entre o volume de amostra e fase móvel gasto em uma

análise por CLAE e CLUE

Parâmetro CLAE CLUE

Composição de FM (MeOH:H2O) 60:40 65:35

Tempo de Análise 8 minutos 6 minutos

Fluxo de fase móvel 1,5 mL/min 0,5 mL/min

Volume de injeção 20 µL 1 µL

Volume de fase móvel gasto em uma análise 12 mL 3 mL

Volume de metanol gasto em uma análise 7,2 mL 1,95 mL

A figura 33 expõe um comparativo entre os cromatogramas resultantes dos

métodos desenvolvidos por CLAE e CLUE, onde é possível notar a redução do

tempo de análise e a melhor aparência dos picos no método desenvolvido por

CLUE, onde as substâncias apresentam-se em forma de picos menos largos,

principalmente quando observa-se o pico da WE010 nos dois cromatogramas,

fato que pode ser explicado pela redução do volume de injeção que ocorre no

método por CLUE (KROMIDAS, 2005), em que foi reduzido em 20 vezes, não

havendo assim sobrecarga da coluna que resultaria em picos alargados.

Page 84: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

84

Figura 33 – Cromatogramas resultantes dos métodods desenvolvidos por CLAE (A) e

CLUE (B), onde os picos de 1 a 3 referem-se às guanilhidrazonas WE017, WE014 e

WE010, respectivamente.

Esta redução no volume de injeção só foi possível, pois no aparelho de

CLUE há a possibilidade de trabalhar com mínimas quantidades de amostra por

se dispor de um auto-injetor, enquanto no CLAE a injeção foi realizada

manualmente.

Outra vantagem atribuída ao reduzido volume de injeção apresentado pelo

CLUE se dá quando da realização de estudos com matrizes complexas, os quais

na maioria das vezes se obtêm um baixo volume de recuperação. Impulsionando

o crescimento do interesse da utilização de análises por CLUE em estudos com

matrizes biológicas (PAGLIA et. al., 2012; BOELAERT et. al., 2013; ALWIS et. al.,

2012; LIU et. al., 2012; PROENÇA et. al., 2012).

O fato do equipamento utilizado no desenvolvimento do método por CLUE,

apresentar uma maior versatiliadade em termos de módulos e facilidade

operacional, atribui vantagens na expressão dos resultados quando comparados

aos oferecidos pelo equipamento de CLAE por este ser mais limitado, porém tais

vantagens não invalidam os resultados e o método desenvolvido por este

Page 85: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

85

aparelho também se apresentou adequado às exigencias da legislação e serviu

de base para o desenvolvimento do método por CLUE. Portanto, para as análises

em estudo, ambos os aparelhos apresentaram métodos que se mostraram

eficazes e confiáveis para o uso de rotina.

Page 86: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

86

CONCLUSÕES

Page 87: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

87

6.0 CONCLUSÕES

Um método de análise das guanilhidrazonas WE010, WE014 e WE017 por

CLAE foi desenvolvido a partir da seleção de condições cromatográficas ideais de

análise. A partir desse método se realizou um planejamento fatorial para se

encontrar o método mais adequado para a mesma análise por CLUE;

A fase móvel que se mostrou mais adequada para as análises por CLAE foi

composta por metanol:água 60:40 com pH 3,5 ajustado com ácido acético a um

fluxo de 1,5 mL/min., onde o tempo de análise foi de 8 minutos. O método

desenvolvido por CLUE apresentou fase móvel composta por metanol:água 65:35

com 0,1% de TEA a um pH de 3,5 ajustado com ácido acético, e em um fluxo de

0,5 mL/min. o tempo de análise foi reduzido para 6 minutos;

Os métodos apresentaram adequadas especificidade e seletividade

viabilizando análises das três substâncias isoladas e simultaneamente sem

interferência encontrada entre as amostras e os tempos de retenção

característicos;

A linearidade foi comprovada para ambos os métodos tanto para as

análises em comprimento de onda específico para cada substância quanto para a

determinação simultânea apresentando valores de coeficiente de correlação, em

todas as condições estudadas, superiores a 0,99;

Os valores dos limites de detecção e quantificação comprovaram uma

maior sensibilidade do CLUE em relação às amostras;

Os métodos demonstraram precisão e exatidão adequadas, sendo

reprodutíveis tanto quando analisados em dias diferentes como por analistas

diferentes, tendo resultados comprovados pelos valores de coeficiente de

variação e índices de recuperação adequados para todas as condições de análise

apresentando-se abaixo do limite preconizado pela legislação vigente;

Page 88: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

88

A robustez dos métodos frente às alterações no pH e fluxo mostrou-se

satisfatória, comprovando a confiabilidade dos métodos desenvolvidos.

Houve uma considerável economia de fase móvel no método desenvolvido

por CLUE viabilizando um gasto 4 vezes menor por análise, quando comparado

ao CLAE, bem como em relação ao volume de injeção que pôde ser reduzido em

20 vezes contribuindo também para o melhor desempenho da coluna nas análises

por CLUE.

Os métodos desenvolvidos podem ser considerados custo e tempo-efetivo,

por se tratarem de métodos isocráticos, nos quais utizou-se uma simples

composição de fase móvel, as amostras necessitam de simples etapas de

preparação e o tempo de análise mostrou-se curto em ambos os métodos.

Resultando assim, em métodos que podem servir de subsídio para análise,

avaliação e controle de qualidade da síntese, bem como de possíveis formulações

contendo tais substâncias.

Page 89: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

89

REFERÊNCIAS

Page 90: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

90

REFERÊNCIAS

ALWIS, K. U., BLOUNT, B. C., BRITT, A. S., PATEL, D., ASHLEY, D. L.

Simultaneous analysis of 28 urinary VOC metabolites using ultra high performance

liquid chromatography couples with electrospray ionization tandem mass

spectrometry (UPLC-ESI/MSMS). Analytica Chimica Acta. v. 750, p. 152-160,

2012.

AHUJA, S.; DONG, M. Handbook of Pharmaceutical Analysis by

HPLC.Elsevier/Academic Press, Amsterdam, 2005.

ANDREANI, A.; LEONE, A.; LOCATELLI, A.; MORIGI, R.; RAMBALDI, M.;

RECANATINI, M.; GARALIENE, V. Potential antitumor agents. Part 29: Synthesis

and potential coanthracyclinic activity of imidazo [2,1-b] thiazoleguanylhydrazones.

Bioorganic & Medicinal Chemistry, v.8, n.9, p.2359–2366, 2000.

ANDREANI, A.; GRANAIOLA, M.; LEONE, A.; LOCATELLI, A.; MORIGI, R.;

RAMBALDI, M.; LENAZ, G.; FATO, R.; BERGAMINI, C.; FARRUGGIA, G.

Potential Antitumor Agents. 37.1 Synthesis and Antitumor Activity of

Guanylhydrazones from Imidazo[2,1-b]thiazoles and from the New

HeterocyclicSystem Thiazolo[2’,3’:2,3]imidazo[4,5-c]quinoline. Journal of

Medicinal Chemistry, v.48, p. 3085-3089, 2005.

ANDREANI, A.; BURNELLI, S.; GRANAIOLA, M.; LEONE, A.; LOCATELLI, A.;

MORIGI, R.; RAMBALDI, M.; VAROLI, M.; CALONGHI, N.; CAPPADONE, C.;

FARRUGIA, G.; ZINI, M.; STEFANELLI, C.; MASOTTI, L.; RADIN, N. S.,

SHOEMAKER, R, H. New Antitumor Imidazo[2,1-b]thiazole Guanylhydrazones

and Analogues1. Journal of Medicinal Chemistry, v.51, p. 809–816, 2008.

ANDREANI, A.; GRANAIOLA, M.; LEONE, A.; LOCATELLI, A.; MORIGI, R.;

RAMBALDI, M.; VAROLI, L.; LANNIGAN, D.; SMITH, J.; SCUDIERO, D.;

KONDAPAKA, S.; SHOEMAKER, R, H. Imidazo[2,1-b]thiazole guanylhydrazones

Page 91: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

91

as RSK2 inhibitors. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 46, p. 4311-

4323, 2011.

BARREIRO, E. J.; FRAGA, C.A.M. Química Medicinal: As Bases Moleculares da

Ação dos Fármacos. ArtMed, Porto Alegre, 2008.

BARREIRO, E. J.; A Química Medicinal e o paradigma do composto-protótipo

Revista Virtual de Química, v.1, n., p.26-34, 2009.

BARROS NETO, B.; SCARMINIO, I. S.; BRUNS, R. E.; Como Fazer

Experimentos, Editora da Unicamp: Campinas, 2003.

BOELAERT, J.; LYNEN, F.; GLORIEUX, G.; ELOOT, S.; LANDSHOOT, M. V.;

WATERLOOS, M-A.; SANDRA, P.; VANHOLDER, R. A novel UPLC-MS-MS

method for simultaneous determination of seven uremic retention toxins with

cardiovascular revelance in chronic kidney disease patients. Analytical and

Bioanalytical Chemistry v. 405, p. 1937-1947, 2013.

BORGES, M. N.; FIGUEROA-VILLAR, J. D. NMR interaction studies of aromatic

guanylhydrazones with micelles: model for mechanism of action of cationic

antibiotics. Biopolymers, v. 62, n.1, p. 9–14, 2001.

BRAGA, J. W. B.; BOTTOLI C. B.; JARDIM, I. C.; GOICOECHEA, H. C.;

OLIVIERI, A. C.; POPPI, R. J. Determination of pesticides and metabolites in wine

by high performance liquid chromatography and second-order calibration methods.

Journal of Chromatography A, v. 1148, p. 200-210, 2007.

BRASIL, Farmacopeia Brasileira, volume 1, 5ª Edição.Agência Nacional de

Vigilância Sanitária. Brasília: ANVISA, 2010.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução - RE

nº 899, de 29 de maio de 2003. Guia para validação de métodos analíticos e

bioanalíticos.

Page 92: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

92

BRITISH PHARMACOPOEIA. Volume IV. United Kingdom, 2010.

BRZOZOWSKI, Z.; SACZEWSKI, F.; SLAWINSKI, J. Synthesis of novel 3-amino-

2-(4-chloro-2-mercaptobenzenesulfonyl)-guanidine derivatives as potential

antitumor agents.European Journal of Medicinal Chemistry, v. 42, p. 1218-

1225, 2007.

CERAMI, C.; ZHANG, X.; ULRICH, P.; BIANCHI, M.; TRACEY, K. J.; BERGER, B.

J. High-performance liquid chromatographic method for guanylhydrazone

compounds. Journal of Chromatography B., v. 675, p. 71-75, 1996.

CIOLA, R. Fundamentos da Cromatografia a líquido de alto desempenho.1ª

edição, Edgard Blucher, 1998.

CLEMENT, B.; DEMESMAEKER, M.; LINNE, S. Microsomal Catalyzed

NHydroxylation of Guanabenzand Reduction of the N-Hydroxylated Metabolite:

Characterization of the Two Reactions and GenotoxicPotential of Guanoxabenz1.

Chemical Research in Toxicology, v. 9, p. 682-688, 1996.

COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. Fundamentos de Cromatografia.

Editora da UNICAMP, Campinas, 2006.

COLLINS, C.H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. Fundamentos de

cromatografia.Campinas: Unicamp. 2ª Ed. 451 p. 2007.

COLOMBO, M.; PERETTO, I. Chemistry strategies in early drug Discovery:

overview of recen trends. Drug Discovery Today, v.13, p.15-16, 2008.

DONG, M. W. Modern HPLC for practicing scientists. Wiley Intercience,

Massachusetts,2006)

Page 93: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

93

International Conference on Harmonization (ICH). Guidance on Q6A

Specifications; Test Procedures and Acceptance Criteria for New Drug

Substances and New Drug Products: Chemical Substances. ICH, v. 65, n. 251, p.

83045, 2000.

EDMONT, D.; ROCHER, R.; PLISSON, C.; CHENAULT, J. Synthesis and

evaluation of quinoline carboxyguanidines as antidiabetic agents. Bioorganic &

Medicinal Chemistry Letters, v. 10, n.16, p.1831-1834, 2000.

EKELUND, S.; NYGREN, P.; LARSSON R. Guanidino­containing drugs in

cancer chemotherapy: biochemical and clinical pharmacology.

BiochemPharmacology, v.61, p. 1183­1193, 2001.

EPIFÂNIO, W. A. N. Síntese e avaliação citotóxica de derivados

aminoguanidínicos como protótipos de fármacos antineoplásicos. Dissertação de

mestrado, Universidade Federal do Alagoas, Maceió, 2011.

ERMER, J. Validation in Pharmaceutical analysis. Part 1: An integrated approach.

Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. v.24, p.755-767, 2001.

ERMER, J.; MILLER, J. H. M. Method Validation in Pharmaceutical Analysis. A

guide to Best Practice. Weinheum: Wiley-VCH, p. 101-119, 2005.

EURACHEM/CITAC. Quantifying uncertainty in analytical measurements.

Teddington: LGC, p. 120, 2000.

FOYE, W.O.; ALMASSIAN, B.; EISENBERG, M.S.; MAHER, T.J. Synthesis and

biological activity of guanylhydrazones of 2-pyridine and 4-pyridine and 4-quinoline

carboxaldehydes. Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 79, n. 6, p. 527–530,

1990.

Page 94: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

94

FRIEDRICH, R. B.; RAVANELLO, A.; CICHOTA, L. C.; ROLIM, C. M.; BECK, R.

C. Validation of a simple and rapid UV espectrophotometric method for

dexamethasone assay in tablets. Química Nova, v. 32, n.4, p. 1052-1054, 2009.

GADAD, A.K.; MAHAJANSHETTI, C.S.; NIMBALKAR, S.; RAICHURKAR, A.

Synthesis and antibacterial activity of some 5-guanylhydrazone/thiocyanato-6-

arylimidazo[2,1-b]-1,3,4-thiadiazole-2-sulfonamide derivatives. European Journal

of Medicinal Chemistry, v.35, n.9, p.853–857, 2000.

GOSSNITZER. E.; FEIERL, G.; WAGNER, U.Synthesis, structure investigations,

and antimicrobial activity of selected s­trans­6­aryl­4­isopropyl­2­

[2­[(E)­1­phenylalkylidene]­ (E)­hydrazino]­1,4­ dihydropyrimidinehydrochlorides.

European Journal of Pharmaceutical Sciences, v.15, p. 49­61, 2002.

GREEN, J.M. A pratical guide to analytical method validation. Analytical

Chemistry, v. 68, p. 305A-309A, 1996.

HU, L.; LIU, Y.;CHENG, S. Simultaneous Determination of Six Analytes by HPLC-

UVfor High Throughput Analysis in Permeability Assessment. Journal of

Chromatographic Science, v. 49, p. 124-128, 2011.

ICH - International Conference on Harmonization (ICH) of Technical Requirements

for the Registration of Pharmaceutical for Human Use. Validation of Analytical

Procedures: Text and Methodology Q2(R1). Geneva, 2005.

JONES, S. HPLC in a World Without Acetonitrile, Laserchrom Chromatography.

UK, 2011.

KARNES, H.T.; SHIU, G.; SHAH, V. P. Validation of bioanalitical methods,

Pharmaceutical Research, n.8, p. 421-426, 1991.

KROMIDAS, S. More Pratical Problem Solving in HPLC. WILEY-VCH Verlag

GmbH & Co. KGaA. Weinheim, 2005

Page 95: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

95

KOSKINEN, M. Determination of the antileukemic drug mitoguazone and seven

other closely related bis(amidinohydrazones) in human blood serum by high-

performance liquid chromatography. Journal of Chromatography B, v.685, p.

141-149, 1996.

KURZ, M. H. S. Estudo de métodos empregando extração em fase sólida e

análise por HPLC-DAD e GC-ECD para a determinação de resíduos de pesticidas

em águas e da degradação a campo. 161 f. Tese (Doutorado) - Programa de

Pós-graduação em Química, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,

2007.

LANÇAS, F. M.Validação de métodos cromatográficos de análise. Rima, São

Carlos-SP, 2004.

LARSEN, S. D.; CONNELL, M. A.; CUDAHY, M. M.; EVANS, B. R.; MAY, P. D.;

MEGLASSON, M. D.; O’SULLIVAN, T. J.; SCHOSTAREZ, H. J.; SIH, J. C.;

STEVENS, F. C.Synthesis and Biological Activity of Analogues of the

Antidiabetic/Antiobesity Agent 3-Guanidinopropionic Acid: Discovery of a Novel

Aminoguanidinoacetic Acid Antidiabetic Agent. Journal of Medicinal Chemistry,

v.44, n.8, p.1217–1230, 2001.

LEITE, F. Validação em análise química. Átomo, Campinas-SP, 2008.

LEMKE, T. L.; WILLIAMS, D. A.; ROCHE, V. F.; ZITO, S. W. Foye´s principles of

Medicinal Chemistry, 6ª Ed. Baltimore: Wolter Kluer, Lippincott Williams &

Wilkins, p. 728-785, 2008.

LIU, Z.; ZHANG, B.; LIU, Z.; LI, S.; LI, G.; GENG, L.; ZHAO, X.; BI, K.; TANG, X.;

CHEN, X. Development of a UPLC-ESI-MS/MS method for the determination of

larotaxel in beagle dog plasma: application to the pharmacokinetic study.

Analytical Bioanalyticak Chemistry, v. 403, p. 323-330, 2012.

Page 96: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

96

LOESBERGC.; VANROOJIH.; ROMIJNJ. C.; SMETSL. A. Mitochondrial effects of

the guanidino group­containing cytostatic drugs, m­iodobenzyl

guanidineandmethylglyoxal bis (guanylhydrazone). Biochemical Pharmacology,

v.42, p. 793­798, 1991.

MALDANER, L.; JARDIM, I. C. S. F.; O estado da arte da cromatografia líquida de

ultra-eficiência. Química Nova, v. 32, n. 1, p. 214-222, 2009.

MALDANER, L.; JARDIM, I. C. S. F. UHPLC – Uma abordagem atual:

desenvolvimentos e desafios recentes. Scientia Chromatographica, v. 4, p. 197-

207, 2012.

MARTINS, T. L. C. Síntese de guanilhidrazonas, atividade antibiótica e estudos de

interaçãocomDNAporRMN.Tese dedoutorado, Instituto Militar de Engenharia, Rio

de Janeiro, 2004.

MAZZARESE, R.; AHUJA, I. N. S.; DONG, M. W.Handbook of Pharmaceutical

Analysis by HPLC, Chapter 20, Elsevier, Amsterdam, 2005.

MERCK MILLIPORE, ChromBook – Your guide to a fascinating world of

chromatography, Germany, 2012.

MITCHELL B.A.; BROWN M.H.; SKURRAYR, A. QacA Multidrug Efflux Pump

from Staphylococcus aureus: Comparative Analysis of Resistance to Diamidines,

Biguanidines, and Guanylhydrazones. Antimicrobial Agents and Chemotherapy,

v. 42, p.475–477, 1997.

MESSEDER, J.C.; TINOCO, L.W.; FIGUEROA-VILLAR, J.D.; SOUZA, E.M.;

SANTA RITA, R.; DE CASTRO, S.L. Aromatic guanyl hydrazones: Synthesis,

structural studies and in vitro activity against Trypanosoma cruzi. Bioorganic &

Medicinal Chemistry Letters, v.5, n.24, p. 3079–3084, 1995.

Page 97: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

97

NOVÁKOVÁ, L.; MATYSOVÁ, L.; SOLICH, P. Advantages of ultra performance

liquid cromatography over high-performance liquid chromatography: Comparison

of different analytical approaches during analysis of diclofenac gel. Journal of

Separation Science. v.29, p.2433 – 2443, 2006.

PAGLIA, G.; HRAFNSDÓTTIR, S.; MAGNÚSDÓTTIR, M.; FLEMING, R. M. T.;

THORLACIUS, S.; PALSSON, B. O.; THIELE, I. Monitoring metabolites

consumption and secretion in cultured cells using ultra-performance liquid

chromatography quadrupole-time of flight mass spectrometry (UPLC-Q-ToF-MS).

Analytical and Bioanalytical Chemistry, v. 402. p. 1183-1198, 2012.

PAPANASTASIOUI; TSOTINISA; KOLOCOURIS, N.; PRATHALINGAM, S. R.;

KELLY, J. M. Design, Synthesis, and Trypanocidal Activity of New

Aminoadamantane Derivatives. Journal of Medicinal Chemistry, v. 51; p. 1496–

1500, 2008.

PROENÇA, P.; FRANCO, J. M.; MUSTRA, C.; MONTEIRO, C.; COSTA, J.;

CORTE-REAL, F.; VIEIRA, D. N. UPLC-MS/MS determination in blood of a mixed-

drug fatal intoxication: A case report. Forensic Science International.2012.

Disponível online: http://dx.doi.org/10.1016/j.forsciint.2012.10.038. Acessado em

15/11/2012.

RIBANI, M.; BOTTOLI, C. B. G.; COLLINS, C. H. JARDIM, I. C. S. F.; MELO, L. F.

C.Validação em métodos cromatográficos e eletroforéticos. Química Nova, v. 27,

n. 5, p.771-780, 2004.

ROOS, R. W; LAU-CAM, C. A. general reversed-phase high-performance liquid

chromatographic method for the separation of drugs using triethylamine as a

competing base. Journal of Chromatography, p. 403-418, 1986.

RUIZ, R.; AVIADO, M. Pharmacology of new antimalarial drugs - 3

guanylhydrazones. Pharmacology, v.4, n.1, p.45, 1970.

Page 98: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

98

ŠEKUTOR, M.; MLINARI´C- MAJERSKI, K.; HRENAR, T.; TOMI´C, S.;

PRIMOZIC, I. Adamantane-substituted guanylhydrazones: Novel inhibitors of

Butyrylcholinesterase. Bioorganic Chemistry, v. 41-42, p. 28–34, 2012.

SANTOS-FILHO, O. A.; FIGUEROA-VILLAR, J.D.; ARAÚJO, M.T. Molecular

modelingof the interaction of trypanocideguanylhydrazones with B-DNA.

Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, v. 7, n. 13, p. 1797–1802, 1997.

SANGOI, M. W. Desenvolvimento e Validação de Metodologia Analítica para

Avaliação do Alisquireno em Formulação Farmacêutica. Dissertação de Mestrado,

2010.

SHABIR, G. A. Validation of high-performance liquid chromatography methods for

the pharmaceutical analysis. Understanding the differences and similarities

between validation requeriments of the US Food and Drug Administration, the US

Pharmacopeia and the International Conference on Harmonization. Journal of

Chromatography, v. 987, p. 57-66, 2003.

SHABIR, G. A.; LOUGH, W. J.; ARAIN, S. A.; BRADSHAW, T. K. Evaluation and

application of best practice in analytical method validation. Journal of Liquid

Chromatography & Related Technologiees, v. 30, p. 311-333, 2007.

SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH. Fundamentos deQuímica Analítica,

Tradução da 8ª Edição norte-americana. Thomson, São Paulo, 2006.

SUNDBERG, R. J.; DAHLHAUSEN, D. J.; MANIKUMAR, G.; MAVUNKEL, B.;

BISWAS, A.; SRINIVASAN, V.; MUSALLAM, H. A.; REID, W. A.; AGER, A. L.

Cationic antiprotozoal drugs—trypanocidal activity of 2-(40-formylphenyl)

imidazo[1,2-A]pyridinium guanylhydrazones and related derivatives of quaternary

heteroaromatic-compounds. Journal of Medicinal Chemistry, v.33, n.1, p.298–

307, 1990.

Page 99: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

99

SWARTZ, M. E.; KRULL, I. S. Validação de Métodos Cromatográficos.

Pharmaceutical Technology, v. 2, n.3, p. 12-20, 1998.

TAVARES, L.C. QSAR: A abordagem de Hansch. Química Nova, v.27, p.631-

639, 2004.

THOMPSON, M.; ELLISON, S. L. R.; WOOD, R. Harmonized guidelines for

singlelaboratory validation of methods of analysis. Pure and Applied Chemistry,

v. 74, p.835-855, 2002.

TRONCONE, L.; RUFINI, V. 131I­MIBG therapy of neural crest tumours (review).

Anticancer Research, v.17, p. 1823­1831, 1997.

UNITED STATES PHARMACOPEIA, THE (USP) 32.ed. Rockville, United States

Convention, 2009.

ULRICH, P.; CERAMI, A. Trypanocid 1,3-arylene diketone bis (guanylhydrazone).

Structure-activity relationships among substituted and heterocyclic analogues.

Journal of Medicinal Chemistry, v. 27, p. 35-40, 1984.

WALZER, P. D.; FOY, J.; RUNCK, J.; STEELE, P.; WHITE, M.; KLEIN, R. S.;

OTTER, B. A.; SUNDBERG, R. J. Guanylhydrazones in therapy of Pneumocystis

carinii pneumonia in immunosuppressed rats. Antimicrob Agents Chemother,

v.38, p. 2572­2576, 1994.

WATSON, D. G. Pharmaceutical Analysis. A Text book for Pharmacy Students

and Pharmaceutical Chemists.2th ed. Elsevier Churchill Livingstone, p. 221-233,

Edinburgh, 2005.

Page 100: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

100

APÊNDICE

Page 101: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS … · CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

101