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DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS
PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA
Jonierson de Araújo da Cruz
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Campus Araguaína da Universidade Federal do Tocantins no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física.
Orientador: Dr. Luis Juracy Rangel Lemos
Araguaína Março - 2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Tocantins
C957d Cruz, Jonierson de Araújo da.DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE UMA HISTÓRIA EM
QUADRINHOS PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA. / Jonierson deAraújo da Cruz. – Araguaína, TO, 2018.
135 f.
Dissertação (Mestrado Profissional) - Universidade Federal doTocantins – Câmpus Universitário de Araguaína - Curso de Pós-Graduação (Mestrado) Profissional Nacional em Ensino de Física,2018.
Orientador: Luis Juracy Rangel Lemos
1. Astronomia. 2. Física. 3. História em quadrinhos. 4. Ensino. I.Título
CDD 530
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, dequalquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desdeque citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crimeestabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.Elaborado pelo sistema de geração automatica de ficha catalográficada UFT com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
iii
Dedico esse trabalho a minha família e a
todos que assim como eu acreditam na
educação como o caminho para vencer
na vida.
iv
Agradecimentos
Inicialmente agradeço a Deus pela oportunidade de ingressar e concluir
mais esta etapa de minha vida.
A minha amada esposa Janaina, pela importância que tem em minha
vida. Seu companheirismo, amor, cumplicidade, paciência e incentivo foram
importantes em todos os momentos.
Ao meu amigo Orientador, Professor Dr. Luis Juracy Rangel Lemos, pelo
compartilhamento da sua sabedoria, humildade, paciência, ética e
compromisso.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ensino de
Física (MNPEF) do Campus Araguaína da Universidade Federal do Tocantins,
pela acolhida e ensinamentos proporcionados.
À CAPES pela bolsa de apoio à pesquisa, que me permitiu, entre outras
coisas, desenvolver meu produto educacional.
Às minhas filhas Ana Carolina e Marina, pelo amor, afeto, dedicação e
ternura.
Aos colegas de Mestrado que, apesar da breve convivência, deixaram
boas lembranças, gargalhadas e um grande aprendizado.
Aos colegas de trabalho do Campus Araguaína do Instituto Federal do
Tocantins, pelo apoio durante minhas ausências.
Finalmente, aos meus alunos com quem divirto e aprendo todos os dias,
em especial, aos que participaram efetivamente dessa pesquisa. Vocês foram
fundamentais, muito obrigado!
v
RESUMO DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS
PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA
Jonierson de Araújo da Cruz
Orientador: Prof. Dr. Luis Juracy Rangel Lemos
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação Campus Araguaína da Universidade Federal do Tocantins no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física
Este trabalho teve a pretensão de elaborar, produzir e avaliar um produto educacional, voltado à divulgação de conhecimentos de Astronomia e destinado a alunos da última etapa da educação básica. Optamos pela História em Quadrinhos (HQs), recurso que compõem o mundo dos alunos em todas as faixas etárias, e que, obviamente, lhe são bastante familiar, por acreditar que ao trazer as HQs para o ambiente escolar, além de estimular à prática da leitura, estamos criando entre o aluno e o conhecimento um ambiente de estudo mais dinâmico, interativo e divertido, possibilitando assim, que o aluno associe o aprendizado ao prazer. A HQs produzida, na forma de E-book e intitulada “A aventura de conhecer a imensidão que nos cerca”, foi avaliada por alunos do Ensino Médio de uma instituição pública do Estado do Tocantins. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário, contendo questões abertas e fechadas. Na análise das respostas constatamos o interesse e entusiasmo dos alunos pelo produto educacional desenvolvido. Estes elementos nos fazem acreditar no seu potencial pedagógico. Diante disso, esperamos que este trabalho, venha contribuir de forma significativa no ensino e disseminação de conhecimentos de Astronomia.
. Palavras-chave: Educação, Divulgação, Material didático.
Araguaína Março - 2018
vi
ABSTRACT
DEVELOPMENT AND EVALUATION OF A HISTORY IN QUADRINHOS FOR
THE TEACHING OF ASTRONOMY
Jonierson de Araújo da Cruz
Orientador: Prof. Dr. Luis Juracy Rangel Lemos
Abstract ofmaster’sthesissubmittedto Programa de Pós-Graduação do Campus Araguaína da Universidade Federal do Tocantins no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), in partialfulfillmentoftherequirements for thedegree Mestre em Ensino de Física.
This work had the intention of elaborating, producing and evaluating an educational product, aimed at the dissemination of astronomy knowledge and destined to students of the last stage of basic education. We chose Comic Comics, materials that make up the world of students in all age groups, and who, obviously, are quite familiar, believing that when bringing the comics to the school environment, besides encouraging the practice of reading, we are creating between the student and the knowledge a more dynamic, interactive and fun study environment, thus enabling the student to associate learning with pleasure. The comics produced in the form of an Ebook entitled "The adventure of knowing the immensity that surrounds us" was evaluated by high school students of a public institution in the State of Tocantins. Data were collected through a questionnaire, containing open and closed questions. In the analysis of the answers we verified the interest and enthusiasm of the students for the educational product produced. These elements make us believe in their pedagogical potential. In view of this, we hope that this work will contribute significantly to the teaching and dissemination of astronomy knowledge.
. Keywords: Physics education, keyword 2, keyword 3
Araguaína March - 2018
vii
Sumário Capítulo 1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 01 Capítulo 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................... 04
2.1 Astronomia através dos tempos ......................................................... 04 2.2 Educação em Astronomia .................................................................. 09 2.3 Historia em quadrinhos na educação ................................................. 16
Capítulo 3 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................. 20 3.1 Elaboração da HQs ............................................................................ 20 3.2 Produção da HQs ............................................................................... 21 3.3 Avaliação da HQs............................................................................... 25
Capítulo 4 RESULATADOS E DISCUSSÕES................................................ 26 Capítulo 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 36 Apêndice: Questionário .................................................................................... 38 Referências Bibliográficas ................................................................................ 41
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
O conhecimento astronômico é a ferramenta que nos permite conhecer o
Universo onde nos encontramos e do qual fazemos parte. É consenso entre os
estudiosos no assunto que a Astronomia é a mais antiga das ciências, visto
que seu conhecimento foi gradativamente construído a partir das primeiras
civilizações humanas. A vontade em desvendar os mistérios do Universo que
nos circunda, prosseguiu ao longo dos tempos impulsionando a mente de
gerações, ávidas por estudar sua origem, evolução e destino (OLIVEIRA
FILHO; SARAIVA, 2000).
Entretanto, apesar de estarmos vivendo em meio a inúmeras
descobertas científicas e tecnologia na área da Astronomia, sobretudo com
diversas implicações em nosso dia a dia, muito deste conhecimento continua
incompreensível e, o que é pior, fora do alcance da grande parte da sociedade.
Quando se trata de transmitir o saber astronômico, o que mais chama a
atenção é a sua relação com as instituições de ensino e as de formação
profissional docente, sejam elas de formação inicial ou continuada.
Observamos no campo educacional brasileiro um reduzido espaço e tempo
dedicado a essa importante área do conhecimento.
Uma vista nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e em seus
complementos para o Ensino Médio – (PCN+), documentos oficiais que
orientam os programas da educação básica do país é possível constatar que
os mesmos não preveem a Astronomia como disciplina curricular. Os temas
desta área do conhecimento aparecem fragmentados em outros componentes
curriculares. No ensino fundamental estão presentes principalmente nas
disciplinas de ciência (anos iniciais e finais) e geografia (anos finais), e em
física no caso do ensino médio (BARBOSA; VOELZKE, 2017, p.88).
Ainda segundo os autores, uma consequência direta dessa lacuna é a
não obrigatoriedade da oferta da Astronomia como disciplina obrigatória na
composição dos currículos da maioria dos cursos de formação profissional
docente que irão atuar tanto no ensino fundamental quanto no médio. Dentro
desse contexto, não é raro encontrar professores com pouco ou nenhum
2
domínio teórico e prático de Astronomia, que se veem na situação de
incorporar conteúdo desta área do conhecimento em sua prática pedagógica,
sem saber como e por que devem fazê-lo.
Nesse cenário, podemos considerar que o baixo desempenho dos
alunos em competições específicas da área, como é o caso da Olimpíada
Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), seja, possivelmente, um reflexo
negativo desse modelo.
Repousa nessas constatações a necessidade de refletirmos sobre o
tortuoso caminho que o ensino de Astronomia tem sido conduzido no país.
Enquanto não ocorrem mudanças significativas no sistema educacional do
Brasil, compete aos professores buscar novas situações de aprendizagem,
onde o aluno, além de aplicar seus conhecimentos, tenha a oportunidade de
compreender e, consequentemente, gostar do que está fazendo.
Para alcançar tal propósito, nada melhor do que partir de estratégias de
ensino que, ao mesmo tempo em que torna o ambiente escolar mais
descontraído e menos enfadonho, venha despertar nos aprendizes o interesse
e a motivação em aprender.
Atendendo a essa expectativa, dentre as diversas possibilidades que
existem, temos como opção a História em Quadrinhos (HQs) que, devido as
suas características lúdicas, cria condições que favorecem a aprendizagem
significativa (SANTOS; PEREIRA, 2013, p.55).
No que diz respeito à utilização de HQs na educação como recurso para
a prática educativa, Silva (2014, p.21) enfatiza que elas podem ser usadas
como ferramenta no processo de ensino e aprendizagem, visando a
compreensão de conteúdos de diversas áreas do conhecimento, tais como
história, português, biologia, geografia, física, entre outras.
Considerando a relevância da HQs no processo ensino e aprendizagem,
este trabalho teve por objetivo elaborar, produzir e avaliar uma história em
quadrinhos (HQs) voltada à divulgação de conhecimentos de Astronomia e
destinada a alunos do ensino médio.
Acreditamos que ao trazer as Histórias em Quadrinhos para o ambiente
escolar, além de estimular à prática da leitura, estamos criando entre o aluno e
o conhecimento um ambiente de estudo mais dinâmico, interativo e divertido,
possibilitando que o aluno associe o aprendizado ao prazer.
3
Obviamente as Histórias em Quadrinhos não são a única intervenção
pedagógica possível, talvez nem a mais importante, porém é inevitável não
reconhecê-la como uma possibilidade positiva e significativa no processo de
ensino e aprendizagem.
4
Capítulo 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Astronomia através dos tempos
A Astronomia é considerada a mais antiga das ciências. Documentos
históricos evidenciam que desde as primeiras civilizações o homem tem
acompanhado cuidadosamente os eventos nos céus, em busca de significado
e ordem para o Universo ao seu redor.
Diversos artefatos antigos refletem a fascinação das primeiras
civilizações humanas pelos corpos celestes e seus esforços em entendê-los.
Entre eles, destacamos Stonehenge, círculo de grandes pedras que existe até
hoje no sul da Inglaterra, erguido em etapas durante um longo período de
tempo, a partir de 2800 a.C. Esse complexo monumento megalítico foi
construído de tal forma que, no dia de solstício de verão, uma pessoa
posicionada em seu centro consegue observar o Sol nascer exatamente numa
pedra fora e distante do círculo, conhecida como “pedra do calcanhar” (SOLÉ,
2016, p. 17).
É certo que a construção de uma estrutura como Stonehenge exigiu
dos povos antigos um vasto conhecimento a respeito do céu, conhecimentos
este que devem ter sido acumulados durante longos anos de observação.
Uns dos registros astronômicos mais antigos datam de 700 a.C. e se
devem aos babilônios, civilização que se desenvolveu na antiga região da
Mesopotâmia, que compreende o atual Iraque no Oriente Médio. A descoberta
de pequenas tábuas de argila, contendo informações sobre os movimentos das
estrelas e dos planetas, atesta a realização de observações celeste por este
povo. As tabuas babilônicas ainda revelaram suas destrezas matemáticas. Esta
habilidade foi fundamental para a Astronomia, propiciando, entre outras coisas,
a divisão do círculo do céu em 360 graus, o que, consequentemente, facilitou a
distribuição dos espaços celestes e a medição do tempo (RIDPATH, 2007, p.
16).
Outros monumentos históricos que trazem marcados em sua
construção evidências de observações do céu são as pirâmides do Egito,
civilização que se desenvolveu simultaneamente com as mesopotâmicas.
5
Não há comprovação científica de que esses templos estão de fato
orientados astronomicamente, porém os egípcios deixaram vários legados à
Astronomia, dentre as quais destacamos: criação de um calendário solar, a
identificação de muitas constelações e a fixação de uma cronologia rigorosa
((SOLÉ, 2016, p. 21).
As conquistas no âmbito da Astronomia evoluíram significativamente
na Grécia. O grande diferencial desta civilização foi à incorporação da
mentalidade científica. Nesse novo modelo, os gregos procuravam
compreender os princípios físicos segundo os quais os fenômenos celestes
funcionavam, deixando-os de associar a crenças religiosas ou previsões
astrológicas, prática esta típica dos povos da mesopotâmia (RIDPATH, 2007, p.
16).
Outro diferencial na metodologia grega em relação a dos babilônios
tem a ver com a escolha das estratégias matemáticas. Enquanto os segundos
faziam uso da aritmética (números e operações) para compreender os
fenômenos celestes, os gregos preferiram a geometria (figuras) para
representar as posições e os movimentos planetários (SOLÉ, 2016, p. 28).
Entre os astrônomos gregos, os mais notáveis foram: Tales de Mileto
(~624 – 546 a.C.), primeiro grego a definir a duração do ano em 365 dias e a
calcular as dimensões do Sol e da Lua; Anaximandro (~610 – 545 a.C.),
desenhou o primeiro mapa do mundo conhecido e do céu e foi um dos
primeiros a propor modelos celestes baseados no movimento dos corpos
celestes e não em manifestações de deuses; Anaxímenes (~586 – 525 a.C.),
foi o primeiro a distinguir os planetas das estrelas pelos movimentos irregulares
dos primeiros; Pitágoras de Samos (~572 – 497 a.C.), acreditava na
esfericidade dos corpos celestes e acreditava que o Sol, a Lua e os planetas
orbitavam ao redor da Terra dentro de esferas cristalinas concêntricas; Eudóxio
de Cnidos (408 – 344 a.C.), explicou o movimento observável do Sol, da Lua e
dos Planetas através de complexos e engenhoso sistema de 27 esferas
concêntricas girando em diferentes eixos e velocidades ao redor de uma Terra
fixa e esférica; Aristóteles (384 – 322 a.C.), simplificou o modelo planetário de
Eudóxio mantendo a Terra esférica e imóvel no centro do Universo e afirmava
que o Cosmo encontrava-se dividido em dois espaços (sublunar e celeste);
Aristarco de Samos (310 – 230 a.C.), foi o primeiro a defender de modo
6
convincente que a Terra orbitava em torno do Sol (modelo heliocêntrico) e a
calcular as distâncias entre a Terra, a Lua e o Sol, Eratóstenes (276 – 194 a.C.)
pioneiro em medir o diâmetro da Terra; Hiparco (160 – 125 a.C.), considerado o
maior astrônomo da era pré-cristã e responsável por catalogar a posição no
céu e a magnitude de 850 estrelas e Ptolomeu (85 – 165 d.C.), reuniu todo os
conhecimento da Astronomia antiga e idealizou um modelo planetário
geocêntrico que permitia predizer o movimento dos planetas com considerável
precisão (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2000, p 2-5).
As contribuições da civilização Romana ao desenvolvimento da
Astronomia foram bastante modestas. Os romanos estavam mais interessados
em extrair dos corpos celestes previsões para suas batalhas e conflitos civis do
que desvendar seus mistérios. Durante a idade média o cenário também não
foi muito animador para a ciência astronômica. Neste período a Igreja Católica
moldou a educação de modo a atender e consolidar sua hegemonia,
reprimindo duramente os que atreviam a questioná-la. Como consequência
direta, o legado astronômico grego acabou sendo desprezado ou esquecido
(SOLÉ, 2016, p. 47-48).
O interesse pela Astronomia só foi revivido após catorze séculos,
graças ao povo islâmico, responsáveis pela tradução e reintrodução na Europa
dos textos gregos. Um dos maiores astrônomos islâmicos foi Mohamed al-Battani
(850 – 929), responsável por realizar cálculos detalhados das posições do Sol e da
Lua e descobriu que o apogeu, posição orbital que representa a maior distância
entre a Lua e a Terra, não é fixa, mas desloca-se. Outro astrônomo islâmico
importante no desenvolvimento da ciência foi Ibn al-Haytham (965 – 1040),
conhecido na época como Alhazen, realizou avanços importante em teorias da luz
(SOLÉ, 2016, p. 49-53).
O modelo geocêntrico reinou sozinho até o século XVI, época em que o
sacerdote e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473 - 1543) ressurgiu com
a ideia do Grego Aristarco para os movimentos dos corpos celestes. Segundo
Copérnico o Sol estava no centro do Universo e os planetas orbitando a sua
volta (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2000, p 734).
Em seguida, o nobre dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601), após
uma série detalhada de observações astronômica, concebeu um modelo
alternativo ao geocentrismo e heliocentrismo. A sua ideia era que os planetas
7
orbitavam em torno do Sol e este, como a Lua, girava em torno de uma Terra
imóvel e no centro (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2000, p 736-737).
Os registros das observações realizadas por Tycho permitiu que um
dos seus ajudantes, o matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630),
formulasse três leis para o movimento dos planetas. Em suas leis, Kepler
afirma que os planetas giram em torno do Sol, porém não em órbitas circulares
e com movimento uniforme, mas sim em órbitas elípticas com suas velocidades
variando conforme sua distância ao Sol. Ainda segundo Kepler, as distâncias
relativas dos planetas em relação ao Sol estão relacionadas aos seus períodos
de revolução (OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2000, p 739-743).
Seguindo o mesmo propósito, porém em caminho distinto ao de
Kepler, o italiano Galileu Galilei (1564-1642) realizou grandes descobertas
astronômicas utilizando telescópios. Entre elas, destacamos: descobriu que a
Via Láctea consistia numa quantidade imensa de estrelas pálidas; percebeu
que a Lua tinha crateras e montanhas, diferente da superfície perfeitamente
lisa e esférica que se imaginava na época; encontrou quatro luas orbitando
Júpiter; percebeu que Vênus tinha fases, como a Lua; vislumbrou os anéis de
Saturno e detectou manchas escuras e móveis no Sol. A publicação das
descobertas de Galileu reforçou e ampliou a crença no modelo heliocêntrico.
Em 1633, a Inquisição da Igreja Católica condenou Galileu a prisão domiciliar
pelo resto da sua vida e o obrigou a renunciar das suas ideias copernicanas
(OLIVEIRA FILHO; SARAIVA, 2000, p 744-748).
Meio século depois, as descobertas realizadas por Kepler e Galileu
foram fundamentais para que o cientista inglês Isaac Newton (1642-1727)
concluísse que existia uma força de atração mútua entre os corpos celestes,
sendo esta proporcional à suas massas e inversamente ao quadrado da
distância entre si. Essa lei foi publicada em 1687 e é conhecida como lei da
gravidade universal, visto que se aplica à mecânica terrestre e à celestial
(SOLÉ, 2016, p. 79-80).
O triunfo das ideias newtonianas para o movimento dos astros se deve
ao astrônomo inglês Edmond Halley (1656-1742). Depois de estudar registros
históricos, Halley levantou a hipótese de que os cometas que haviam sido
observados em 1531, 1607 e 1682 eram um só e previu sua próxima visão em
8
1758. Infelizmente Halley não viveu para vê-lo, mas o reaparecimento de seu
cometa ocorreu como havia previsto (RIDPATH, 2007, p. 16).
O aperfeiçoamento de instrumentos de observações telescópicas foi
decisivo na evolução do conhecimento astronômico. Em 1781, William
Herschel (1738-1822) detectou com seu telescópio um corpo muito maior do
que as estrelas. Após analisá-lo minuciosamente, Herschel percebeu que havia
descoberto um planeta, no caso Urano (SOLÉ, 2016, p. 86-87).
Após a descoberta de Urano, os cientistas perceberam inesperadas
mudanças em sua trajetória que não podia ser explicada levando em conta
apenas os planetas conhecidos na época. Esse fato levou a especulação da
existência de um novo planeta. Em 1846 o planeta Netuno foi descoberto,
confirmando as previsões matemáticas. Essa descoberta completou a
descrição planetária do nosso Sistema Solar (SOLÉ, 2016, p. 89-90).
Plutão, descoberto em 1930, após ser reclassificado como planeta
anão em 2006, perdeu seu lugar entre os planetas que compõem o Sistema
Solar.
No início do século XX, o foco de atenção dos astrônomos
gradualmente deixou os planetas e partiu em direção as estrelas e nebulosas.
Esse estudo foi impulsionado graça ao desenvolvimento do espectroscópio,
aparelho capaz de analisar comprimentos de onda emitidos por objetos, e do
registro permanente (fotografias) das observações astronômicas. Esses
dispositivos combinados ampliaram consideravelmente a tarefa de catalogação
de dados dos objetos celestes e, consequentemente, possibilitaram novas
descobertas. Entre elas, destacamos os diagramas de Russell e Hertzsprung,
por ter disponibilizado soluções para se compreender a física e a evolução das
estrelas (RIDPATH, 2007, p. 22-23).
Os avanços no entendimento da natureza dos corpos celestes
acabaram por revelar diversos fatos surpreendentes sobre o Universo. Em uma
destas descobertas, Edwin Hubble (1889-1953) revelou que o Universo era
composto de múltiplas galáxias. Atualmente sabe-se que existem mais de cem
bilhões delas, e cada uma composta por centenas de bilhões de estrelas
(SOLÉ, 2016, p. 117).
Hubble também descobriu e demonstrou que o Universo se encontra
em expansão, mostrando que quanto mais distantes está uma galáxia, mais
9
rápido é o seu afastamento. Outra consequência das suas descobertas é que o
Universo está se expandindo em todas as direções. As descobertas de Hubble
forneceram a base de sustentação da teoria do Big Bang, a qual sugere que o
Universo nasceu de uma grande explosão de um pequeno ponto infinitamente
denso (RIDPATH, 2007, p. 25).
Os últimos avanços no conhecimento astronômico estiveram e,
certamente, continuaram estreitamente ligados aos avanços tecnológicos. É
grande a probabilidade que o aperfeiçoamento e modernização de materiais e
equipamentos astronômicos permitirão que o olhar humano continue atingido
lugares cada vez mais distantes.
2.2 Educação em Astronomia
Os frutos que a Astronomia proporciona a sociedade são diversos e
significativos. A busca pela compreensão da origem e evolução do Universo
impulsionou o desenvolvimento científico e presenteou a humanidade com
várias tecnologias e produtos que são usadas no nosso dia a dia. Entre essas
conquistas destacamos os satélites de comunicação, Sistema de
Posicionamento Global (GPS), painéis solares, scanners de ressonância
magnética e muitas outras aplicações na medicina.
A respeito do que expusemos, Darroz et al. (2014, p.119), afirma que:
Acompanhando a nossa história e cultura, a Astronomia tem,
constantemente, revolucionado o nosso pensamento, ao presentear a
humanidade com pistas em direção ao futuro. Os resultados do seu
desenvolvimento científico e tecnológico, bem como de áreas afins,
estão se transformando, recorrentemente, em aplicações essenciais
para o nosso dia a dia. É o caso, por exemplo, dos computadores
pessoais, dos satélites de comunicação, telemóveis, do Sistema de
Posicionamento Global (GPS), dos painéis solares, scanners de
ressonância magnética, do microlaser e de muitas outras ferramentas
empregadas na medicina.
Diante de tal constatação, há que considerarmos que a Astronomia
deve fazer parte dos conteúdos escolares ministrados no ambiente escolar,
mais precisamente, no caso do ensino médio, na disciplina de Física, conforme
10
indica as Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais para Física (PCN+, 2002, p.56):
A Física deve apresentar-se, portanto, como um conjunto de
competências específicas que permitam perceber e lidar com os
fenômenos naturais e tecnológicos, presentes tanto no cotidiano mais
imediato quanto na compreensão do Universo distante, a partir de
princípios, leis e modelos por ela construídos.
Na perspectiva proposta pelo PCN+ (2002), o ensino de Física deve
estabelecer relações entre os conteúdos abordados em sala de aula e o
contexto social, de modo que os alunos possam relacionar o aprendido na
escola com o observado no seu dia-a-dia. Este procedimento amplia a
compreensão que os aprendizes têm do mundo em que vivem e possibilita os
mesmos a participar ativamente das discussões que ocorrem na sociedade.
Ainda sobre essa temática, Carvalho Junior (2011, p.16) afirma que:
O ensino de Física, em particular, deve permitir que os alunos,
através de atividades propostas durante as aulas, tenham acesso a
conceitos, leis, modelos e teorias que expliquem satisfatoriamente o
mundo em que vivem, permitindo-lhes entender questões
fundamentais como a disponibilidade de recursos naturais e os riscos
de se utilizar uma determinada tecnologia que poderia ser nociva a
algum ecossistema.
Nesse trecho, os autores apontam os objetivos a serem alcançados
pelo ensino de física no ambiente escolar. O grande desafio para os
educadores proporcione meios efetivos de transmissão e apropriação dos
conhecimentos de modo a estimular e despertar nos alunos o gosto e o
interesse em aprender. Em outras palavras, compete aos professores
promover o envolvimento do aluno com o conteúdo, para que ele se sinta
estimulado a buscar permanentemente o processo de conhecer. Essa conduta
capacita os alunos a entender com mais profundidade os fatos e fenômenos
que fazem parte da realidade que o cerca.
No Brasil, é comum os professores orientarem suas ações
pedagógicas apenas em livros didáticos ou, o que é pior, em cadernos
11
apostilados de sistemas de ensino. Essa atitude, de certa maneira, acaba
comprometendo o processo educacional, pois além do fato de organizar suas
ações sem levar em conta circunstância importante, tais como o perfil e os
interesses de seus alunos, o professor fica preso a uma curta lista de estratégia
de ensino (SASSERON, 2010, p. 3-4).
Segundo Rosa, C. e Rosa, A. (2005, p.2), a maior parte dos livros de
Física, que circulam nas escolas de ensino médio, prioriza atividades que
prepare os alunos para as concorridas provas de vestibular. O aluno, muitas
vezes, não compreende o que está fazendo e, muito menos, por que terá que
fazer, preocupa-se demais em adivinhar as respostas.
Não se pode negar que tais propostas pedagógicas são fundamentais
para os processos de ensino e aprendizagem. A questão que se coloca, no
entanto, é em relação ao uso indiscriminado e exclusivo desta prática nas salas
de aulas que, efetivamente, não possibilita ao estudante a correta interpretação
dos fatos, fenômenos e processos naturais, bem como estabelecer relações
com situações do seu cotidiano.
Como era de se esperar, com a Astronomia o cenário não é diferente.
Estudos realizados por Darroz et al. (2014), Machado e Santos (2011) e
Barbosa e Voelzke (2017) evidenciam que o modelo de educação que vem
sendo praticado nas escolas não possibilita os alunos compreender os
conceitos e princípios elementares que fazem parte dessa área do
conhecimento.
Esse fato se torna evidente quando analisamos os resultados dos
desempenhos dos alunos em competições específicas da área, como é o caso
da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
A competição é realizada anualmente pela Sociedade Astronômica
Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e é
voltada a alunos de todos os anos do ensino fundamental e médio do território
nacional.
Entre os seus objetivos destacamos a promoção e difusão dos
conhecimentos de Astronomia, astronáutica e ciências afins, visando despertar
nos jovens o interesse em seguir carreira profissional nestas áreas.
Criada em 1998, as escolas interessadas em participar da disputa
devem fazer a sua inscrição no site da competição. A inscrição é gratuita,
12
bastando apenas que haja no estabelecimento de ensino responsável pela
aplicação e correção da prova.
As provas da OBA são divididas em níveis de acordo com as
respectivas etapas de escolarização. A primeira é destinada aos alunos
regularmente matriculados do 1° ao 3° ano do ensino fundamental; o nível
seguinte contempla alunos regularmente matriculados do 4° ao 5° ano do
ensino fundamental; o nível três abrange alunos regularmente matriculados
entre o 6° ao 9° ano do ensino fundamental e o último nível é destinada aos
alunos regularmente matriculados em qualquer série/ano do ensino médio.
A prova possui 10 questões, sendo 7 de Astronomia e 3 de
Astronáutica. A duração da prova é de duas horas nos níveis 1 a 3 e de quatro
horas no caso do nível 4.
A todos os alunos, professores colaboradores e escolas são entregues
certificados de participação. Dependendo da pontuação obtida, os
competidores da OBA podem ser agraciados com medalhas. Além disso, os
estudantes que obtêm as melhores notas são convidados a participar do
processo de seleção de estudantes brasileiros que irão representar o país na
Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) e na Olimpíada
Latino Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA).
A Figura 1 apresenta dados relacionados à participação dos alunos do
ensino fundamental e médio na OBA, colhidos entre 1999 e 2016.
Figura 1. Alunos participantes da OBA entre 1999 a 2016. (Fonte: http://www.oba.org.br/sisglob/sisglob_arquivos/Relatorio%20da%20XIX%20OBA%20-
%202016.pdf)
13
Especificamente no ano de 2016, 744.107 alunos (redução de 11,22%
em relação a 2015), de 7.895 Escolas (redução de 17,34% em relação a 2015),
realizaram a prova da OBA em todo o Brasil.
Tomando como referência o quantitativo de presentes nessa edição e
os dados da Figura 2, pertinente ao censo escolar da educação básica de
2016, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP), constatou que o número de participantes na OBA de
2016 é aproximadamente 2% do total de alunos matriculado no ensino
fundamental e médio em todo país.
Figura 2. Sumário da matrícula na educação básica - Brasil 2016. (Fonte: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/notas_estatisticas/2017/notas_
estatisticas_censo_escolar_da_educacao_basica_2016.pdf)
O que mais chama a atenção nos dados da OBA não é o baixo
percentual de participação dos alunos, uma vez que o desejo de participar da
competição está condicionado ao interesse e disponibilidade do professor ou
da gestão escolar. As condições de trabalho e desvalorização profissional,
realidade de muitas escolas públicas, aliada à preocupação excessiva em
preparar os alunos para os concorridos exames de vestibulares, podem
constituir fatores que não estimulem os profissionais da educação a participar
da competição.
Chamamos a atenção para o desempenho que os alunos,
principalmente, os do último ano do ensino fundamental e do ensino médio,
tiveram nas provas entre os anos de 2014 a 2016 (Figura 3).
14
Figura 3. Nota dos alunos na OBA de 2016. (Fonte: http://www.oba.org.br/sisglob/sisglob_arquivos/Relatorio%20da%20XIX%20OBA%20-
%202016.pdf)
Percebemos pelos dados expostos que no nível 3 os picos de notas
estão concentrados entre 3 e 5. A situação piora no nível 4, ou seja, grandes
partes dos alunos do ensino médio obtiveram notas entre 1 e 2. Com efeito,
considerando que a escala de nota vai até 10, está claro a necessidade de
refletirmos criticamente sobre os motivos para um desempenho tão baixo.
Em tal reflexão advém uma questão, entre outras, que é primordial a
ser investigada: Como a Astronomia tem sido apresentada nos cursos de
formação inicial de professores, seja na pedagogia ou nas licenciaturas?
Bretones (2006, p.15) tecem considerações importantes sobre o
processo formativo dos educadores que tem a missão de transmitir
conhecimentos de Astronomia aos alunos no ensino regular. Para este
pesquisador um dos maiores problemas do ensino de Astronomia está na
formação desses profissionais, uma vez que, no Brasil são pouquíssimas as
oportunidades para que os educadores tenham uma formação inicial para
lecionar conteúdos de Astronomia.
Segundo o mesmo autor, essa lacuna é consequência de não termos
no país uma legislação específica que determine a inclusão da Astronomia
como disciplina obrigatória nos cursos de formação docente.
15
Em convergência a esta constatação, Roberto Júnior, Reis e
Germinaro (2014, p.91) revela que há uma desconexão entre os cursos de
formação docente e as diretrizes da educação básica:
De um lado estão os cursos de Licenciatura em Física que não têm
regulamentada uma orientação para que ofereçam uma formação
básica mínima em Astronomia para os futuros professores. Do outro
lado está o professor de Física do ensino médio, que orientado pelos
PCN+ deve inserir conteúdos de Astronomia na disciplina de Física.
Langhi e Nardi (2009, p.84) criticam esse modelo de formação de
professores nos cursos de licenciatura em Física. Para eles,
O docente não preparado para o ensino de Astronomia durante a sua
formação promove o seu trabalho educacional com as crianças sobre
um suporte instável, onde essa base pode vir das mais variadas
fontes, desde a mídia sensacionalista até livros didáticos com erros
conceituais, proporcionando uma propagação destas concepções
alternativas.
Percebemos pelo exposto que ensinar Astronomia, assim como é nas
outras áreas do conhecimento, é muito mais abrangente do que simplesmente
repassar informações. Não basta apenas inseri-la nos livros didáticos e esperar
que o professor, muitas vezes, sem a formação e a qualificação necessária,
possa promover integralmente a aprendizagem dos alunos.
A delicada tarefa de intermediar a relação entre o aluno e o saber
requer que o professor saiba articular sua metodologia aos conteúdos que
deverão ser transmitidos aos alunos. Pois, segundo Romanowski (2008, p.41)
para o exercício do ofício de professor, é imprescindível a instrumentalização
de conhecimentos e técnicas que possibilite o domínio das teorias pedagógicas
e da ciência específica, objeto do ensino e da prática docente, assim como
valores éticos e normas que regem a função docente.
Sendo assim, é necessário, portanto, repensarmos a formação dos
profissionais que irão atuar no ensino de Astronomia, no sentido de introduzir
alterações significativas na sua rotina pedagógica.
16
Enfim, baseando-se nessa premissa, acreditamos que somente nesta
perspectiva pedagógica seja possível contribuir na melhoria da qualidade do
ensino de Astronomia e, consequentemente, desenvolver nos alunos
competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar sobre ele de
forma ativa e crítica.
2.3 História em Quadrinhos na educação
Nas últimas décadas a relação entre as Histórias em Quadrinhos e a
educação tem se estreitado consideravelmente, motivado principalmente pelos
inúmeros estudos que têm apontado seu potencial educativo, como destacam
Santos e Pereira (2013, p.52).
Entretanto, de acordo com Santos e Vergueiro (2012, p. 82) essa
relação nem sempre foi amigável. Por várias décadas surgiram diversas
críticas formais contrarias as HQs no ambiente escolar. Ainda segundo os
autores, com o passar do tempo, a publicação de trabalhos sobre essa
temática acabou amenizando os conflitos entre as Histórias em Quadrinhos e a
educação.
Rodrigues e Melo (2012, p.131) define a História em Quadrinhos como
sendo:
[...] uma forma de narrativa que emprega recursos linguísticos e
imagéticos para narrar uma história. Como outras formas de narrativa,
elas veiculam ideias, informações, saberes, hábitos, costumes,
normas, valores culturais e representações sociais de uma
determinada cultura.
Dentro da educação escolar, o uso de História em Quadrinhos (HQs)
tem se destacado como uma possibilidade altamente significativa para o
professor na sua prática educativa, podendo ser incorporado ao espaço da
escola nas mais variadas disciplinas, tais como história, português, biologia,
geografia, entre outras (LONDERO, 2014, p.21).
É exatamente esse caráter multidisciplinar das Histórias em
Quadrinhos que tem contribuído na sua inserção como instrumento
17
metodológico nas diversas áreas do conhecimento e em todos os níveis de
ensino.
Outro elemento que corrobora na inclusão das HQs no ambiente
escolar está no fato delas pertencer ao mundo dos alunos em todas suas faixas
etárias, e que por isto, obviamente, lhe são bastante familiares.
Cabe ressaltar ainda que as Histórias em Quadrinhos, na grande
maioria, são por natureza materiais instigante, despertando naturalmente o
interesse dos leitores.
No Brasil, a relação entre quadrinhos e educação nem sempre foi
amigável. Mesmo fazendo parte do dia a dia dos estudantes há bastante
tempo, somente no final da década de noventa é que houve aceitação das HQs
como ferramenta pedagógica nas instituições escolares, impulsionado,
principalmente, pela promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da educação
Nacional (LDB) em 1996 (Santos; Vergueiro, 2012, p.82).
Vergueiro (2014), citado por Chicóra e Camargo (2017, p.3), defende a
utilização das HQs no ensino e aponta inúmeras vantagens acerca da sua
incorporação na sala de aula. São elas:
Promovem uma participação mais ativa dos estudantes durante as
aulas, visto que os estudantes se identificam com a linguagem
utilizada; a interligação do texto à imagem amplia a compreensão de
conceitos; o alto nível de informação e conteúdos abordados nas HQ
permite ao professor utilizá-las em diversas situações; favorecem a
comunicação entre professor e aluno; promovem o hábito da leitura,
enriquecem o vocabulário dos estudantes e potencializam o
desenvolvimento do pensamento crítico e imaginação.
É interessante observar que os benefícios apontados pelo autor estão
intimamente voltados à descoberta do conhecimento de maneira descontraída,
uma vez que a mesma se encontra nesse momento vinculado a alegria, o
desafio e a sedução.
Nessa perspectiva, a inserção das HQs no contexto educativo tem
muito a contribuir com o amplo e complexo processo educacional. Porém, é
preciso previamente ter objetivos de ensino e aprendizagem claros para que
18
essa incorporação ocorra efetivamente, evitando assim, que as HQs se tornem
uma mera atividade de descanso ou apenas um passatempo.
Tais constatações permitem concluir que a HQs além de proporcionar
momentos de descontração e divertimento, deve representar um meio para se
alcançar determinados objetivos educacionais, como, por exemplo, criar uma
relação positiva entre o prazer e o conhecimento.
Embora a dimensão lúdica faça parte da natureza dos HQs, como
prevê Testoni e Abib (2003, p.2) e Santos e Pereira (2013, p.55), sua utilização
sem a devida preparação ou seleção criteriosa poderá dificultar a
aprendizagem ou, o que é pior, introduzir erros conceituais.
Os autores ainda argumentam que para um bom aproveitamento das
HQs em sala de aula é preciso que o professor defina sua finalidade
educacional, estabeleça uma estratégia adequada à faixa etária e nível de
conhecimento dos alunos e, por fim, faça uma seleção criteriosa do material.
Para esses pesquisadores, todos esses elementos são relevantes e
não podem ser suprimidas, evitando assim, o risco de se causar algum prejuízo
no processo de aquisição de saberes por parte do estudante.
Sobre a escolha da HQs, Testoni e Abib (2003) alerta que:
Em um primeiro momento, é necessário que seja elaborada uma
categorização prévia dos Quadrinhos. Com esta classificação,
verificaremos a função pedagógica predominante de determinados
Quadrinhos, podendo assim, planejar de forma mais otimizada uma
estratégia didática que busque sua utilização.
Nesse momento, o professor deve valer-se, principalmente, de sua
experiência profissional e do bom senso, sempre atento aos objetivos
educacionais a serem atingidos.
Essa forma de tratar as HQs no processo educacional permite, como
atesta Chicóra e Camargo (2017, p.8), discussões e reflexões que possibilita
estabelecer relações com o mundo vivenciado pelos alunos.
Além disto, segundo os autores, suas características lúdicas
proporcionam um ambiente de estudo prazeroso, onde o aprendiz se sente
motivado a realizar as atividades propostas.
19
Sob essa perspectiva, acreditamos que o uso das HQs pode tornar o
ensino mais atrativo e interessante, além do que, pode ser um poderoso
instrumento de auxílio no processo de ensino e aprendizagem das diversas
áreas do conhecimento.
Devemos destacar, ainda, que a possibilidade de aprendizagem por
meio de HQs aqui exposta não visa resolver integralmente os problemas do
binômio ensino-aprendizagem. As Histórias em Quadrinhos são apenas mais
uma alternativa metodológica entre muitas outras existentes que o professor
deve ter em seu repertório de instrumentos de ensino.
Podemos concluir a partir do foi apresentado nos parágrafos anteriores
que a utilização de Histórias em Quadrinhos no ensino se configura como uma
estratégia diferenciada no desenvolvimento de conteúdos de forma
significativa, porém, desde que seja cuidadosamente selecionada e planejada.
20
Capítulo 3
MATERIAL E MÉTODOS
O desenvolvimento deste estudo seguiu os procedimentos
metodológicos da pesquisa qualitativa, sendo subsidiado por tratamento
estatístico, na análise dos documentos.
O processo de desenvolvimento da História em Quadrinhos envolveu
três etapas: elaboração, produção e avaliação.
3.1 Elaboração da HQs
O primeiro passo nesta etapa consistiu na seleção de conceitos e
conteúdo. Para tanto, analisamos os principais assuntos cobrados nas provas
de níveis 4 da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Deste
estudo, optamos em selecionar os seguintes temas: Terra: rotação, pontos
cardeais, coordenadas geográficas, estações do ano, marés, solstício,
equinócio; Sistema Solar: descrição, origem, Terra como planeta; corpos
celestes: planetas, satélites, asteroides, cometas, estrelas, galáxias; conquista
do espaço; origem do Universo; gravitação: força gravitacional e peso; unidade
astronômica; constelações e reconhecimento do céu; lei da Gravitação
universal, leis de Kepler, lei de Hubble; evolução estelar, estágios finais da
evolução estelar (buracos negros, pulsares, anãs brancas), origem do sistema
solar e do Universo.
O passo seguinte correspondeu em consultas bibliográficas no intuito
extrair de diferentes textos as considerações mais relevantes sobre as
temáticas selecionadas.
O terceiro passo foi dedicado a elaboração do roteiro. A história,
intitulada de “A aventura de conhecer a imensidão que nos cerca”, é constituída
de duas partes e tem como personagens centrais três estudantes (Carol,
Marina e Vinicius), um professor (Rodrigo), um astrônomo (Miguel) e uma
astrofísica (Lívia).
A história se inicia e encerra fazendo referência a Olimpíada Brasileira
de Astronomia e Astronáutica (OBA). O desejo de se preparar para essa
21
competição faz os estudantes saírem em busca de conhecimento com
profissionais ligadas à área da Astronomia e astronáutica.
Os cenários da primeira parte da HQs são uma sala de aula, residência
da personagem Carol e um observatório astronômico, local de trabalho do
personagem Miguel. É neste último ambiente que o astrônomo dialoga com os
estudantes sobre os planetas do sistema solar e suas luas e apresenta várias
curiosidades sobre as primeiras missões espaciais.
Antes de prosseguir para a segunda parte, é oferecida ao leitor a leitura
de dois textos: um referente à Estação Espacial Internacional, popularmente
conhecida por ISS devido sua tradução em inglês: International Space Station,
e o outro referente ao Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a participar
de uma missão espacial. Após a leitura de cada um dos textos é disponibilizado
passatempos, que tem o objetivo de distrair o leitor.
A segunda parte da HQs tem como plano de fundo uma área afastada
das luzes das cidades e com poucas nuvens no céu. Este lugar foi escolhido
pela astrofísica para dialogar com os estudantes sobre as estrelas; Sol; buraco
negro; buraco de minhoca; Big Bang; matéria e energia escura, objetos
celestes e constelações.
3.2 Produção da HQS
O primeiro passo nesta etapa coube a criação dos personagens e
ambientes, inclusão dos balões de diálogo e distribuições das imagens nos
espaços das páginas da HQs. Nessa tarefa fizemos uso dos softwares:
Crazytalk Animator 2 e Adobe Photoshop.
Vale destacar que durante a criação dos ambientes fizemos uso de
diversas imagens, sendo as mesmas de uso público e obtido, na sua maioria,
na plataforma livre Wikimedia Commons, repositório de mídia da enciclopédia
Wikipédia.
A respeito do Crazytalk Animator 2, por ter uma interface muito simples
e fácil de utilizar, ele permite que o usuário, sem qualquer experiência em
programação, possa gerar conteúdos animados em 2D.
22
Em nosso trabalho o software foi empregado na criação dos
personagens e ambientes, sendo os mesmos salvo no formato JPG após sua
produção. Na Figura 4 temos uma visão do software.
Figura 4. Criação dos personagens e ambientes utilizando o software Crazytalk Animator 2. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de captura de tela (Print Screen) (2017).
A tarefa de inserir os balões de diálogos e organizar as imagens nos
espaços das páginas foi executada no Adobe Photoshop, software que
disponibiliza aos usuários uma variedade grande de ferramentas para edição
de imagens. Os materiais produzidos através dos programas foram salvos no
formato PDF. Na figura 5 temos uma visão do Adobe Photoshop.
Figura 5: Criação dos balões de diálogos e organização das imagens utilizando software Adobe Photoshop. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de captura de tela (Print Screen) (2017).
23
No segundo passo, no processo de produção realizamos a revisão do
material. O arquivo PDF foi impresso e em seguida executamos uma leitura
crítica e minuciosa, com o objetivo de corrigir erros de português e digitação,
substituir palavras repetidas, trocar alguns termos por sinônimos mais
adequados e, principalmente, averiguar se você está cumprindo a proposta
inicial.
O terceiro passo foi dedicado a conversão dos arquivos em PDF num
E-book, livro em formato digital. Para tanto, utilizamos o Flip PDF, software que
realiza essa tarefa de maneira simples e rápida, possibilitando a exportação do
livro em diversos formatos, como HTML (para publicação na web), HTML5
(para dispositivos móveis), EXE (executável apropriado para ser gravado em
mídias físicas), APP (para Mac OS). No nosso caso, optamos pelo modelo
EXE, obtendo como resultado um arquivo de 31,1 MB.
Figura 6. Criação do E-book utilizando software Flip PDF. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de captura de tela (Print Screen) (2017).
O quarto e último passo consistiram na transferência do arquivo EXE
para uma mídia óptica, no caso um CD-R de 780 MB de capacidade. Nas
Figuras 7, 8 e 9 temos, respectivamente, uma visão da capa, contracapa e
encarte da HQs.
24
Figura 7. Capa do CD ROM. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de captura de tela (Print Screen) (2017).
Figura 8. Contracapa do CD ROM. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de captura de tela (Print Screen) (2017).
25
Figura 9. Encarte do CR ROM. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de captura de tela (Print Screen) (2017).
3.3 Avaliação da HQS
Para a avaliação da versão preliminar, terceira etapa do trabalho, foi
produzida 100 cópias do produto. A avaliação foi realizada por 100 estudantes
do 1° ao 3° ano do Ensino Médio dos cursos técnicos de Informática e
Biotecnologia do Campus Araguaína do Instituto Federal do Tocantins (IFTO).
A participação ocorreu de forma voluntária, onde inicialmente foi
apresentada a todos os alunos uma síntese do material produzido e
posteriormente o convite para realizar sua leitura e avaliação.
A avaliação da HQs procedeu através de um questionário contendo 17
questões abertas e fechadas. As questões tiveram como objetivo traçar o perfil
dos participantes, assim como, suas opiniões sobre o produto. O APÊNDICE
traz o questionário submetido aos sujeitos da pesquisa.
Os participantes que aceitaram participar do estudo receberam uma
cópia da HQs e outra do questionário. Foi acordado com eles que teriam o
prazo de 15 dias para realizar a devolução dos mesmos.
Durante a análise dos dados procurou-se manter em anonimato a
identidade dos alunos, os quais foram identificados como: A1, A2, A3, ... A100.
26
Capítulo 4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No momento da realização do estudo, o Campus Araguaína do Instituto
Federal do Tocantins (IFTO) contava com 275 estudantes matriculados no
ensino médio, sendo que, desde quantitativo tinham 122 no 1° ano, 97 no 2°
ano e 56 no 3° ano.
A descrição dos participantes quanto ao sexo, faixa etária e série que
estão cursando encontra-se descrito na Tabela 1.
Característica n %
Sexo
Masculino 52 52
Feminino 48 48
Idade (anos)
13 1 1
14 11 11
15 29 29
16 36 36
17 18 18
18 3 3
19 2 2
Série que está cursando?
1o 45 45
2o 26 26
3o 29 29
Fonte: Dados da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
Tabela 1. Caracterização dos Participantes.
Ao analisar os dados, verificamos que pouco mais da metade (52%)
eram do sexo masculino. A faixa etária dos 15 e 16 anos concentrou a maior
proporção dos participantes (65%). Quanto à série escolar, os dados revelam
que quase a metade dos participantes pertencia ao 1° ano (45%). Em relação
ao quantitativo de alunos matriculado na instituição, este percentual representa
aproximadamente 37% do total. Para esse mesmo comparativo, no caso do 2°
e 3° ano, os percentuais são aproximadamente de 27% e 52%,
respectivamente.
A Figura 10 mostra o resultado da opinião dos participantes sobre a
relevância dos conteúdos abordados na HQs.
27
Figura 10. Opinião dos participantes sobre os conteúdos da HQs. Fonte: Dados da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
Pelo somatório dos itens RELEVANTE e MUITO RELEVANTE, pode-
se constatar que 100% dos participantes reconhecem a importância dos
conteúdos presente no material. Os dados chamam a atenção para os itens
IRRELEVANTE e POUCO RELEVANTE, uma vez que, ambos não receberam
nenhum voto. Os resultados indicam o reconhecimento por parte dos
participantes da importância da inserção de temáticas relacionadas à
Astronomia no ambiente escolar. Esta constatação vai de encontro ao estudo
realizado por Langhi e Nardi (2009), ao qual apuraram haver nos últimos anos
um sensível aumento no estudo da Astronomia em diversas instituições de
divulgação e ensino desta área do conhecimento.
A avaliação dos alunos sobre a qualidade geral da HQs pode ser
visualizada na Figura 11.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
IRRELEVANTE POUCORELEVANTE
RELEVANTE MUITORELEVANTE
n (
part
icip
ante
s)
28
Figura 11. Opinião sobre a qualidade geral da HQs. Fonte: Dados da pesquisa (realizado na
planilha EXCEL).
Observamos com esses dados que o material produzido teve grande
aceitação entre os participantes. A avaliação oscilou entre ÓTIMA e BOA, com
predomínio do conceito ÓTIMA (58%). Chamamos a atenção aos itens RUIM e
PÉSSIMA, visto que ambas não receberam nenhum voto. Atribuímos este
resultado a escolha da HQs como forma de difundir os conteúdos relacionados
à Astronomia. Pois, de acordo com Testoni e Abib (2003), por se tratar de um
instrumento que faz parte do dia a dia dos participantes desde a sua infância e
utilizar uma escrita fácil e acessível (caráter popular), os leitores acabam sendo
envolvidos por suas narrativas.
A Figura 12 apresenta os dados acerca da possibilidade dos
participantes em recomendar a HQs a um (a) amigo (a).
0
10
20
30
40
50
60
70
PÉSSIMA RUIM BOA ÓTIMA
n (
par
tici
pan
tes)
29
Figura 12. Recomendação da HQs a um (a) amigo (a). Fonte: Dados da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
O resultado revela que 100% dos participantes são favoráveis ao
repasse da HQs a um (a) amigo (a). No feedback, os alunos se mostraram
entusiasmados com o material e ressaltaram sua relevância educacional, como
se pode perceber em seus comentários:
Sim, porque em minha opinião é de grande importância para saber de
onde surgiu os planetas, como tudo começou, tenha outras
curiosidades. (A11)
Eu recomendaria pois é uma forma legal e interessante de aprender
mais sobre Astronomia e astronáutica. (A31)
Recomendaria pois assim como eu, ele iria aprender e conhecer mais
o Universo. (A45)
Eu recomendaria esta HQs a um amigo pois além dela ser um
material educacional e didático, pode fazer com que as pessoas se
interessem por Astronomia. (A55)
É interessante os informes que ele traz sobre a Astronomia, e é bom
passá-la adiante. (A81)
0
20
40
60
80
100
120
SIM NÃO
n (
par
tici
pan
tes)
30
Sim, para adquirir muitos conhecimentos, fazer novas descobertas,
até eu mesmo aprendi muitas coisas que eu não sabia. (A87)
Percebeu-se ainda nas justificativas que os alunos reconhecem a
presença de aspectos lúdicos na HQs, conforme descrito a seguir:
É um jeito descontraído de conhecer mais assuntos sobre a
Astronomia. (A24)
Pois o conteúdo abordado na HQs se dá de forma lúdica para as
pessoas da minha faixa etária. (A27)
Pois tem conteúdos interessantes e é algo agradável de se ler.” (A28)
Muito interessante e divertida, repassaria. (A39)
O conteúdo desperta interesse, além de ser bem informativo. (A61)
Essa HQs ensina muito de um jeito dinâmico, por isso recomendaria.
(A78)
Tomando como referência Chicóra e Camargo (2017, p.8), que
colocam as HQs como uma estratégica didática que pode ser utilizada em
diversas áreas do conhecimento, acreditamos, diante dos comentários dos
participantes, que o material produzido se configura como um valioso
instrumento para divulgação e o ensino da Astronomia.
Prosseguimos apresentando os resultados das respostas dos
participantes quando perguntados sobre que assuntos da HQS mais e menos
lhes agradaram, dentre doze itens listados. Vale destacar que alguns
participantes assinalaram mais de uma alternativa, variando de uma a doze
respostas assinaladas.
A tabela 2, a seguir, mostra o resultado referente aos assuntos da HQS
que mais agradaram os participantes.
Podemos observar que as três opções mais citadas foram: 1° - Buraco
negro e buraco de minhoca, 2° - Constelações e 3° - Estrela. Por outro lado, os
três que obtiveram menos votos são: 1° - Geocentrismo e heliocentrismo, 2° -
História das missões espaciais e 3° - Terra.
31
Assunto n %
Terra 15 3,68
Lua 21 5,15
Estrela 50 12,25
Buraco negro e buraco minhoca 74 18,14
Matéria e energia escura 36 8,82
História das missões espaciais 14 3,43
Planetas 48 11,76
Sol 23 5,64
Constelações 58 14,22
Big Bang 40 9,80
Meteoroides, asteroides e cometas 26 6,37
Geocentrismo e heliocentrismo 3 0,74
Total 100 100,00
Fonte: Dados da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
Tabela 2. Assuntos que mais agradaram os participantes.
Quanto aos assuntos da HQs que menos agradaram os participantes,
temos a seguinte configuração (Tabela 3):
Assunto n %
Terra 36 13,48
Lua 34 12,73
Estrela 8 3,00
Buraco negro e buraco minhoca 2 0,75
Matéria e energia escura 17 6,37
História das missões espaciais 41 15,36
Planetas 5 1,87
Sol 14 5,24
Constelações 9 3,37
Big Bang 24 8,99
Meteoroides, asteroides e cometas 16 5,99
Geocentrismo e heliocentrismo 61 22,85
Total 100 100,00
Fonte: Dados da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
Tabela 3. Assuntos que menos agradaram os participantes
Os três assuntos que mais desagradaram os participantes foram: 1° -
Geocentrismo e heliocentrismo, 2° - História das missões espaciais e 3° -
Terra. Entretanto, os três que obtiveram menos votos são: 1° - Buraco negro e
buraco de minhoca, 2° - Planetas e 3° - Estrelas.
32
É curioso os resultados das Tabelas 2 e 3, pois ao realizarmos o
cruzamento dos seus dados, constatamos que a ordem de preferência por
parte dos alunos pelos assuntos que mais e menos agradaram é praticamente
a mesma.
Em seguida, procuramos verificar entre os participantes se havia algum
assunto de Astronomia não contemplado na HQs que eles gostariam que
tivesse sido contemplado. As respostas estão organizadas na Figura 13.
Figura 13. Necessidade de incluir algum conteúdo não contemplado na HQs. Dados
da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
Em relação aos dados apresentados, apenas 10% (n = 10) dos
participantes consideram necessária a presença de mais assuntos na HQs.
Entre suas sugestões destacamos as seguintes: Possibilidade de vida em
outros planetas, Multiverso e Teoria das cordas.
Na questão seguinte solicitamos aos participantes que apontassem as
falhas existentes na HQs. Neste item os participantes assinalaram mais de uma
alternativa, variando de uma a duas respostas assinaladas. O resultado é
exibido na Tabela 4 a seguir.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
SIM NÃO
n (
part
icip
ante
s)
33
Itens n %
Na redação 14 13,86
Ilustrações (fotos e desenhos) 8 7,92
No aspecto gráfico 11 10,89
Na escolha dos conteúdos 0 0,00
Não existem falhas 68 67,33
Total 101 100,00
Fonte: Dados da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
Tabela 4. Falhas existentes na HQs.
A maioria dos participantes (67,33%) assinalou não haver falhas na
HQs. Porém, 13,86 (n = 14) indicam a necessidade da realização de uma
revisão no texto.
Em outra questão foi perguntado aos participantes que apontasse
melhorias para a HQs. Os dados estão organizados na Tabela 5.
Itens n %
Páginas
Mais página 25 25
Menos página 6 6
Nenhuma alteração 69 69
Passatempos
Mais passatempos 53 53
Menos passatempos 3 3
Nenhuma alteração 44 44
Ilustrações (Fotos e desenhos)
Mais ilustrações 35 35
Menos ilustrações 0 0
Nenhuma alteração 65 65
Tamanho da fonte
Aumentar tamanho 29 29
Diminuir tamanho 0 0
Nenhuma alteração 71 71
Estilo da Fonte (facilitar leitura)
Mudar 9 9
Nenhuma alteração 91 91
Fonte: Dados da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
Tabela 5. Recomendações de melhoria na HQS
Pode-se observar que os participantes, em sua maioria, estão
satisfeitos com o Número de páginas (69%), Ilustrações (65%), Tamanho da
fonte (71%) e Estilo da fonte (91%). Apenas no item Passatempos os
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participantes mostraram interessados por um número maior deste tipo de
entretenimento.
A questão seguinte do questionário indagava se os participantes
tinham outra recomendação de melhoria para a HQs. O resultado encontrado
foi de que apenas 4% (n = 4) responderam o item Sim, como podemos
observar na Figura 14.
Figura 14. Outras recomendações de melhoria na HQs. Dados da pesquisa (realizado na planilha EXCEL).
Os participantes que assinalaram a opção SIM citaram as seguintes
recomendações: aprofundamento na explicação de alguns conteúdos e
disponibilidade da HQs em outros formatos de arquivos.
Vale destacar que os dados coletados por meio do questionário
servirão com referência na elaboração da nova versão do produto.
Alguns aproveitaram o espaço reservado destinado a sugestões,
comentários e observações, para deixar suas impressões da HQs:
Adorei a HQs visto que ela aborda assuntos bem interessantes sobre
o espaço e suas maravilhas, inclusive é importante você ter
conhecimento a respeito destes assuntos como Big Bang, Terra, Sol,
Lua, conhecendo mais sobre como tudo surgiu, como os planetas
surgiram, como funciona as constelações, meteoros e etc. (A11)
0
20
40
60
80
100
120
SIM NÃO
n (
part
icip
ante
s)
35
O e-book é muito útil, especialmente para quem gosta ou tem
curiosidade sobre Astronomia e espaço, mas não tem conhecimento.
Pois tudo está explicado de forma clara e compreensível. Têm fatos
que muitos não sabem. (A20)
A maioria dos conteúdos abordados eu não fazia ideia que seria
possível ou que sequer existisse. Estou encantada com a Astronomia
graças à historinha. Parabéns pelo trabalho. (A24)
Falar sobre esse assunto, por muitas vezes se torna complexo. Mas
foi surpreendente a explicação relatada, os exemplos, as imagens
originais, o desenho, a forma de conversa que estruturada de uma
forma natural. Esse assunto foi abordado de uma forma inteligente,
facilitando tanto o aprendizado quanto a compreensão. Parabéns pela
iniciativa! (A25)
Parabéns pelo trabalho, uma ótima iniciativa pois é uma maneira
muito boa de ensinar os alunos. (A47)
Gostei muito, facilitou a compreensão de muitos conteúdos que não
entendia e passei a entender. Muito interessante e criativo. (A77)
Evidencia-se nos discursos acima, o interesse e o entusiasmo dos
participantes pela HQs produzida. Estes elementos nos fazem acreditar no seu
potencial pedagógico.
Analisando criticamente as respostas dos questionários, o que se
observou como um todo, é que alcançamos nosso principal objetivo que era o
desenvolvimento de um produto educacional voltado à divulgação de
conhecimentos de Astronomia e destinado a alunos do ensino médio.
36
Capítulo 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenrolar deste trabalho verificamos que o ensino e a divulgação
de conhecimento de Astronomia na educação básica são permeados de
inúmeras dificuldades. O que percebemos ao analisar os estudos que tratam
dessa temática (BRETONES, 2016; ROBERTO JÚNIOR, REIS e
GERMINARO, 2014; LANGHI e NARDI, 2009), é que essa lacuna é oriunda,
principalmente, pela falta de preparo dos docentes para trabalhar com
conteúdo de Astronomia.
Há de reconhecermos, assim como indica os autores citados, que a
não obrigatoriedade da oferta curricular da disciplina de Astronomia nos cursos
de formação de professores, que irão atuar no ensino fundamental e médio,
certamente é um dos empecilhos que dificultam a abordagem de conteúdo
dessa área do conhecimento no ambiente escolar.
O grande desafio que se impõe aos docentes, incumbidos de revelar
aos estudantes os conhecimentos de Astronomia, é buscar recursos que lhe
permita superar este obstáculo, uma vez que não se tratam de uma barreira
intransponível. Acreditamos, pois, que seja necessária apenas força de
vontade para superá-las.
A pesquisa também demonstrou a importância da utilização de História
em Quadrinhos (HQs) como recurso didático. As investigações realizadas
sobre as HQs na educação (CHICÓRA e CAMARGO, 2017; LONDERO, 2014;
SILVA, 2014; SANTOS e VERGUEIRO, 2012; TESTONI e ABIB, 2003) de
maneira geral têm apontado que elas são capazes de promover, entre outras
coisas, um ambiente atraente e prazeroso entre o aprendiz e o conteúdo.
Acreditamos que este cenário seja relevante para o processo de construção de
conhecimento por parte do aluno.
Os pesquisadores ainda acrescentam que as HQs constituem um
valioso instrumento metodológico, com possibilidades de serem incorporado
nas diversas áreas do conhecimento e níveis de ensino.
Baseado nessas premissas, decidimos elaborar, produzir e avaliar um
produto educacional, voltado à divulgação de conhecimentos de Astronomia e
destinado a alunos da última etapa da educação básica.
37
Assim sendo, esperamos que este trabalho venha contribuir de forma
positiva e significativa no ensino e disseminação de conhecimentos da
Astronomia no ensino médio.
Além disso, por compreendermos a importância da HQs na mediação
do ensino e da aprendizagem, nas diversas áreas do conhecimento e etapas
da escolarização, almejamos também que este trabalho possa contribuir para
que elas passem a compor o repertório de estratégias de ensino dos docentes.
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Apêndice
Questionário
Caro(a) aluno(a),
Disponibilizamos este questionário de avaliação visando coletar sua opinião
sobre a HQs produzida. As suas respostas serão muito importantes para o seu
aprimoramento. O tempo estimado para responder o questionário é de 15 (quinze)
minutos.
Uma vez que esta pesquisa é para fins acadêmicos, as informações contidas
no questionário permanecerão anônimas. Por isso, não é obrigatório fornecer seus
dados pessoais, ou seja, nome ou qualquer outro contato relevante.
Para qualquer dúvida sobre este questionário, sinta-se à vontade para entrar
em contato através do e-mail: [email protected]
Obrigado pela sua valiosa colaboração,
Atenciosamente,
Jonierson de Araújo da Cruz
01. Qual o seu sexo?
( ) Masculino ( ) Feminino
02. Qual sua idade?
____________________
03. Qual série está cursando?
( ) 1º ano ( ) 2º ano ( ) 3º
ano
04. Em sua opinião, os conteúdos abordados na HQs são:
( ) Irrelevantes ( ) Relevantes
( ) Pouco relevantes ( ) Muito relevantes
05. Qual sua opinião em relação a qualidade geral da HQs?
( ) Péssima ( ) Boa
( ) Ruim ( ) Ótima
06. Você recomendaria esta HQs a um amigo?
( ) Sim. Justifique sua resposta: _____________________________________
_______________________________________________________________
( ) Não. Justifique sua resposta: ____________________________________
_______________________________________________________________
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07. Que assuntos MAIS lhe agradaram na HQs? (Indique pelo menos três)
( ) Terra ( ) Planetas
( ) Lua ( ) Sol
( ) Estrelas ( ) Constelações
( ) Buraco negro e buraco de minhoca ( ) Big bang
( ) Matéria e energia escura ( ) Meteoróides, asteróides e cometas
( ) História das missões espaciais ( ) Geocentrismo e heliocentrismo
08. Que assuntos MENOS lhe agradaram na HQs? (Indique pelo menos três)
( ) Terra ( ) Planetas
( ) Lua ( ) Sol
( ) Estrelas ( ) Constelações
( ) Buraco negro e buraco de minhoca ( ) Big bang
( ) Matéria e energia escura ( ) Meteoróides, asteróides e cometas
( ) História das missões espaciais ( ) Geocentrismo e heliocentrismo
09. Há algum(ns) assunto(s) de Astronomia que não foi abordados na HQs que
você queria que tivesse sido contemplado?
( ) Não
( ) Sim. Qual(is)?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
10. Na sua opinião, há falhas na HQs: (Pode marcar mais de uma alternativa)
( ) Na redação
( ) Ilustrações (fotos e desenhos)
( ) No aspecto gráfico
( ) Na escolha dos conteúdos
( ) Não existem falhas
11. O que você recomenda para melhorar a HQs?
11.1 Número de páginas:
( ) Mais páginas ( ) Menos página ( ) Nenhuma alteração
11.2 Número de Passatempos (cruzadinha, palavra-chave...)
( ) Mais passatempos ( ) Menos passatempos ( ) Nenhuma alteração
11.3 Ilustrações (fotos e desenhos)
( ) Mais ilustrações ( ) Menos ilustrações ( ) Nenhuma alteração
11.4 Tamanho da fonte (facilitar a leitura);
( ) Aumentar tamanho ( ) Diminuir tamanho ( ) Nenhuma alteração
40
11.5 Estilo da fonte (facilitar a leitura)
( ) Mudar ( ) Nenhuma alteração
12. Há alguma outra recomendação não contemplada no item anterior que
você gostaria de citar?
( ) Não
( ) Sim. Qual(is)?
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
13. Espaço reservado para sugestões, comentários e observações:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
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Referências Bibliográficas
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