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DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO
PARA AUXILIAR NA ELABORAÇÃO DO
PLANEJAMENTO AGREGADO DA
PRODUÇÃO
Saulo Sampaio Medeiros (UESC )
Juliano Zaffalon Gerber (UESC )
O mercado de chocolate caracteriza-se por ser dinâmico, em expansão,
com forte atuação de empresas multinacionais e trata-se de um
mercado extremamente competitivo. Nesse contexto, ações para
maximizar a produtividade e reduzir os custos dee produção são
essenciais e o planejamento agregado da produção (PAP) tem esse
objetivo. Ele busca conciliar a capacidade produtiva, que é
relativamente constante, a demanda, que possui um perfil não linear.
Nesse contexto, o OEE e o Gerenciamento das Restrições (GR) podem
auxiliar na elaboração de um planejamento agregado. O OEE permite
aos gestores avaliarem a real utilização dos equipamentos referente à
disponibilidade, performance e qualidade. O Gerenciamento das
Restrições fornece um método para nortear as ações de melhoria no
processo produtivo, focalizando ações na restrição do sistema. O
objetivo desse trabalho é desenvolver um método para elaboração de
um planejamento agregado da produção considerando informações
obtidas pela análise do OEE para determinar a capacidade fabril a ser
considerada e o Gerenciamento das Restrições em particular a
focalização das 5 etapas para identificar o recurso que restringe o
processo. Para validação do método proposto foi realizado um estudo
de caso em uma empresa do ramo de alimentos.
Palavras-chaves: Planejamento Agregado da Produção; OEE;
Gerenciamento das Restrições
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. Introdução
Durante o período de 2001 a 2010 a indústria de alimentos apresentou um dos maiores
superávits com US$ 201,2 bilhões, atuando como um dos maiores contribuintes para
equilibrar a balança comercial, permitindo ao país ter maior controle sobre a flutuação do
câmbio, além de gerar 621 mil novos postos de trabalho e aumentar o poder de consumo do
mercado interno (ABIA, 2012).
Já o mercado de chocolate, caracteriza-se por um mercado dinâmico e em expansão,
em 2011 a produção de chocolate aumentou em 9,5% comparado a 2010, no mesmo período o
consumo aumentou em 10% (ABICAB, 2012). Trata-se de um mercado competitivo com
grande participação de multinacionais e investimentos em capacidade e eficiência produtiva
(ABIA, 2012; MARTINELLI, 2009).
Nesse cenário, é essencial administrar as atividades da produção a fim de utilizar da
melhor forma possível os recursos destinados à produção. A administração da produção
moderna passou a se preocupar com identificação e eliminação de qualquer tipo de
desperdício em função da maior competitividade em escala global (PEINADO e GRAEML,
2007; TUBINO, 2009).
Sendo assim, este estudo faz uso combinado de três ferramentas de gestão em prol de
melhores desempenhos produtivos, o Planejamento Agregado da Produção, que busca
conciliar a capacidade produtiva a demanda por intermédio de estratégias de produção; o OEE
(Overall Equipment Effectiveness) que visa identificar e atuar nas principais fontes de perda
de produtividade; e a Teoria das Restrições, que reconhece o papel importante que a restrição
ou o recurso gargalo determina no sistema produtivo como um todo. (PEINADO e GRAEML,
2007; MARTINS e LAUGENI, 2005; MARAN et al., 2012; VORNE, 2008 COX III e
SPENCER, 2002).
Como objetivo principal, esse trabalho pretende desenvolver um método a fim de
responder as seguintes questões: i) qual a capacidade da unidade fabril a ser considerada? ii) e
quais são os recursos gargalos no processo produtivo que necessitam de melhorias para atingir
as metas de produção estipuladas pela alta administração?
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Para atender a esses propósitos este estudo apresenta a seguinte estrutura: primeiro
apresenta os conceitos de planejamento agregado da produção, em seguida aborda o indicador
OEE e suas aplicações, depois expõe conceitos fundamentais do gerenciamento das restrições,
em seguida apresenta um método para auxiliar o planejamento agregado da produção, e sua
utilização em uma empresa do ramo de alimentos.
2. Planejamento agregado da produção
O Planejamento Agregado da Produção (PAP) é um demonstrativo dos níveis de
produção, da força de trabalho e dos estoques com base em estimativas das necessidades dos
clientes e das limitações de capacidade (RISTXMAN e KRAJEWSKI, 2004; SLACK et al.,
2009). Em outros termos, o PAP é um balanceamento da produção com a demanda, projetada
para horizontes de tempo em geral de 6 - 12 meses, procurando combinar os recursos
produtivos, de maneira tal que atenda a demanda a um custo mínimo, tendo como foco grupo
ou famílias de produtos similares (CORRÊA e CORRÊA, 2012; FERNANDES e GODINHO
FILHO, 2010; MOREIRA, 2008).
Ristxman e Krajewski (2004) salientam que o PAP é útil porque se concentra em uma
linha de ação geral, coerente com as metas e objetivos estratégicos da empresa, sem se ater
muito a detalhes. Dessa forma, os planos de produção e de pessoal são preparados agrupando,
ou agregando, produtos, serviços, unidades de mão-de-obra ou unidades de tempo similares.
2. Indicador OEE
O desempenho de uma organização deve ser acompanhado de medições. Isso porque,
um método de medição eficiente e eficaz mune os gestores de informações necessárias para a
tomada de decisão, bem como para avaliar o progresso em função das metas definidas e
objetivos de uma forma quantificável (BALUCH et al., 2012).
O OEE trata-se de um dos KPIs (Key Performance Indicator) mais utilizados no meio
industrial em todo o mundo. Os KPIs são métricas utilizadas estrategicamente pela
organização para medir seu desempenho (BALUCH et al., 2012; HEDGE et al., 2009).
Para Nakajima (1988) apud Jeong e Phillips (2001), as perdas mais comuns no
processo produtivo podem ser dividas em seis grupos (six big time losses), como descritas a
seguir:
Perdas por Quebras de Equipamentos (1);
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Perdas por Setup e Regulagens (2);
Perdas por Ociosidade e Pequenas Paradas (3);
Perdas por Redução de Velocidade (4);
Perdas por Não Qualidade (5);
Perdas por Queda de Rendimento ou startup (6).
A partir dessa categorização das perdas, as mesmas são então classificadas em três
índices por Nakajima (1988):
As perdas (1) e (2) causam redução na disponibilidade, pois o equipamento fica
indisponível por um período de tempo. O segundo índice engloba as perdas (3) e (4),
caracterizadas por perda de velocidade ou fluxo de produção, reduzem a performance do
equipamento. Por fim, têm-se as perdas (5) e (6) que afetam a qualidade, ou seja, elas estão
ligadas a geração de produtos não conformes e geram o índice da qualidade (CHIARADIA,
2004; NAKAJIMA (1988) apud JEONG e PHILLIPS, 2001).
2.1. Método de cálculo do OEE
Há uma concordância entre os autores consultados inerente ao método de calculo do
OEE. Hedge et al. (2009), Maran et al. (2012) bem como Jeong e Phillips (2001) e Vorne
(2008) apresentam a métrica do cálculo do OEE como a seguir:
OEE = D x P x Q (1)
Em que “D” é a disponibilidade, P é performance e “Q” o índice de qualidade. O
Produto desses índices resulta no valor do OEE do equipamento ou célula de produção
analisado. A figura 1 apresenta um fluxograma que relaciona as seis grandes perdas com os
índices que se calculam o OEE.
Figura 1 – Fluxo de Relação entre OEE, Índices e As Seis Grandes Perdas.
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OEE Performace
Disponibilidade
Qualidade
Quebras de
Equipamentos
Setup e Regulagens
Ociosidade e
Pequenas Paradas
Redução de
Velocidade
Não Qualidade
Queda de
Rendimento ou
startup
Seis Grandes
PerdasÍndices OEE
Fonte: Adaptado de Chiaradia, 2004.
O calculo do índice de disponibilidade se inicia com a mensuração do tempo
disponível total para operação de um equipamento ou célula de produção. Desse tempo
disponível total são subtraído as paradas programadas como: realização de manutenção
preventiva, paradas para almoço, reuniões entre outros. Dessa subtração obtém-se o tempo
planejado para produção (CHIARADIA, 2004; BALUCH et al., 2012; HEDGE et al., 2009;
MARAN et al., 2012; VORNE, 2008).
O índice de qualidade resulta da divisão das peças produzidas dentro dos padrões de
qualidade estabelecidos pela empresa pelo número total de peças produzidas no período de
análise (CHIARADIA, 2004; BALUCH et al., 2012; HEDGE et al., 2009; MARAN et al.,
2012; VORNE, 2008).
2.2. OEE como ferramenta de apoio a tomada de decisão
A análise do OEE permite identificar a real utilização dos equipamentos, bem como
das células de produção e da fábrica. É possível mensurar as perdas em função do tempo, ou
seja, do tempo disponível total para operação quanto é realmente utilizado para produção de
produtos que atendam as especificações de qualidade (CHIARADIA, 2004; VORNE, 2008).
A figura 2 apresenta um modelo desse tipo de análise.
Figura2 – Análise de Utilização em Função do Tempo.
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Tempo Disponível Total para Operação
Tempo Planejado para Produção Paradas
Programadas
Tempo DisponívelParadas Não
Programadas
Tempo Líquido de OperaçãoPerda de
Performace
Tempo Total ProdutivoPerda por
Qualidade
Gerada pela
perdas (1) e (2)
Gerada pela
perdas (3) e (4)
Gerada pela
perdas (5) e (6)
Fonte: Adaptado de Vorne, 2008.
3. Teoria das restrições
Para Goldratt (1993) a meta da empresa é ganhar dinheiro hoje e no futuro. Os estudos
desenvolvidos por Goldratt o permitiram desenvolver métodos de alcançar esse objetivo, ele
percebeu que a maioria dos recursos nas fábricas tinham a capacidade de gerar excessos, e
poucos podiam utilizar 100% da sua capacidade disponível sem causar inflação de estoques
(COX III; SPENCER, 2002).
Para atuar nessa instabilidade do sistema produtivo Goldratt apresentou a teoria das
restrições. Um das premissas da teoria das restrições é que seja qualquer sistema, sistema
biológico ou sistema de produção apresentam uma restrição que os impede de crescer
infinitamente. O gerenciamento das restrições por sua vez é vista por Goldratt como uma das
formas das empresas conseguirem alcançar sua meta de gerar lucro hoje e no futuro.
Para Cox III e Spencer (2002), o gerenciamento das restrições (GR) permite aos
gestores planejar o processo global de produção e focalizar seus esforços nos recursos que
implicam em maior impacto nos resultados da empresa. Os autores apresentam o processo de
focalização das cinco etapas, como método que busca nortear as ações dos gestores e
desenvolver uma visão da organização como um sistema. As etapas são:
Primeiro, identificar a restrição no sistema que limita o ganho. Em seguida decidir
como explorar a restrição do sistema. A terceira etapa é subordinar todo o sistema produtivo a
restrição contrariando algumas práticas e conceitos gerenciais tradicionais. A quarta etapa
objetiva elevar a capacidade da restrição para um nível mais alto com modificações ou
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melhorias nos equipamentos existentes, adição de novos equipamentos ou mudanças no
roteiro das etapas do processo. A quinta e última etapa, tem como função impedir que a
inércia interrompa o processo de melhoria contínua. A quebra da restrição dispara ações para
atuar na nova restrição retornado o procedimento para etapa 1.
A figura 3 apresenta o fluxo do método de focalização das cinco etapas.
Figura 3 – Fluxograma da focalização das cinco etapas
Fonte: Elaborado pelos autores.
4. Método proposto para elaboração de um planejamento agregado da produção
Este tópico tem por finalidade apresentar o Método de Elaboração do Planejamento
Agregado da Produção com Auxílio do OEE e do Gerenciamento das Restrições. As etapas
são descritas a seguir:
A primeira etapa do método é determinar a capacidade nominal da planta. Em seguida,
deve-se calcular o OEE Anual Médio dos setores produtivos, trata-se da média de todos os
meses no ano. O OEE permite de forma quantificável medir e avalizar a eficácia dos
equipamentos referente à disponibilidade, produtividade e qualidade. Para o planejamento da
produção é imprescindível saber qual capacidade de cada equipamento a ser considerada, ou
seja, quanto e em quanto tempo cada equipamento é capaz de produzir produtos de qualidade.
A métrica do OEE permite realizar essa avaliação, pois esse KPI considera esses fatores.
A próxima etapa é calcular a capacidade realizada. A capacidade realiza como descrito
por Peinado e Graeml (2007) considera também as paradas não programadas, trata-se da
produção realizada em um determinado período considerando todas as perdas inerentes do
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Identificar a restrição do sistema
Decidir como explorar a restrição
Subordinar o sistema à restrição
Elevar a restrição do sistema
Retornar a busca por novas restrições
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processo produtivo. O OEE considera perdas planejadas e não planejadas, ele reflete eficácia
do equipamento operando em condições normais. O intuito nessa etapa é utiliza-lo para
calcular capacidade realizada, ou seja, tentar prever o quanto um equipamento pode produzir
considerando todas as perdas naturais existentes no processo produtivo em estudo.
A quarta etapa é elaborar o planejamento agregado da produção considerando a
capacidade realizada. A execução da quinta etapa é condicionada a uma análise, deve-se
confrontar os números do planejamento agregado da produção realizado com as metas da alta
administração.
As metas refletem o planejamento a nível estratégico e o não atendimento implica em
ações para desenvolver um novo plano que atenda as metas. O caminho a ser utilizado é o
método de focalização das 5 etapas do gerenciamento das restrições.
A figura 4 ilustra as Etapas para Elaboração do Planejamento Agregado da Produção.
Figura 4 – Etapas para Elaboração do Planejamento Agregado da Produção
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Determinar a Capacidade Nominal da Planta
Calcular o OEE Anual Médio dos Setores
Produtivos
Determinar a Capacidade Realizada
Elaborar o Planejamento Agregado
Utilizar o Método de Focalização das 5
Etapas
Atende as Metas
Estabelecidas?Fim
Sim
Não
Fonte: Elaborado pelos Autores
No próximo tópico apresenta-se o estudo de caso onde o método é aplicado.
5. Estudo de caso
Neste tópico será apresentado uma caracterização da empresa e a descrição das etapas
do método contextualizado com o perfil da empresa. O intuito do estudo de caso é realizar a
aplicação do método proposto e sua validação.
5.1. Caracterização da empresa
A empresa pesquisada atua no setor de alimentos produzindo chocolate, cacau em pó
alcalino e natural, cacau em pó preto, manteiga de cacau e liquor de cacau (cacau em liquido
sem extração da manteiga). Possui 228 funcionários e atua tanto no mercado interno como no
externo. Seus principais clientes são a Kraft Foods, Cacau Show e Nestle.
No que se referente ao processo produtivo em si, a figura 5 apresenta o macro
fluxograma do processo de industrialização da empresa, em seguida são apresentados os
principais detalhes.
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Figura 5 – Macro Fluxograma do Processo
Limpeza
Amendoas
Torrefação
Descascamento
Moagem
Estoque
Estoque
Estoque
Estoque
Tratamento
de Massa
Estoque
PrensagemEstoque
Manteiga
EstoqueTorta
MoagemTorta
Estoque
(PA)
Desodorização
Moldagem
EstoqueEmbarque
Granel
Estoque
(PA)
Moldagem
Liquor
Refino de
Massa
Estoque
Área Sólida Área Líquida
Fonte: Elaborado pelos Autores
O processo se inicia com a limpeza das amêndoas, após esta etapa elas são estocadas
em silos. Na etapa seguinte as amêndoas são torradas e estocadas em pequenos silos que
alimentam os equipamentos que realizam o descascamento das amêndoas que geram os “nibs”
de cacau que são estocados em silos que alimentam os moinhos de pinos, a moagem dos nibs
gera a massa de cacau crua. A transformação das amêndoas de cacau até massa de cacau crua
acontece em uma área denominada “área sólida”, as demais atividades acontecem na “área
líquida”.
Na “área liquida” essa massa recebe um tratamento térmico e pode ser direcionada a
dois fluxos. Um fluxo é o de produção de pó de cacau, nesse fluxo a massa é prensada
extraindo-se a manteiga, o sólido de processo, chamada torta e que representa 56% da massa,
segue o processo sendo moída gerando o pó de cacau, enquanto a manteiga, que representa
44% da massa, pode ser moldada em caixas ou vendida em granel. No segundo fluxo a massa
é refinada podendo ser moldada (Liquor moldado) ou vendida em granel (Liquor a granel).
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Após a etapa de tratamento de massa como comentado acima há dos fluxos da massa
tratada, ou seja, esses dois fluxos é que determinam a demanda de massa a ser produzido
pelas etapas anteriores.
Até a etapa do tratamento de massa são processos que geram massa para o processo
produtivo e o fluxo de produção de pó/manteiga e o de liquor consomem essa massa
produzida nos processos anteriores, ou seja, a massa do tratamento é divida para essas etapas
posteriores e é necessário determinar quanto cada fluxo deve receber de massa para cumprir
suas metas de produção.
5.2. Aplicação do método proposto
Busca-se nesse tópico verificar a aplicabilidade do Método de Elaboração do
Planejamento Agregado da Produção com Auxílio do OEE e do Gerenciamento das
Restrições.
A primeira etapa consiste em determinar a capacidade nominal da planta que pode se
modificar com a melhoria nos equipamento, no modo como são operados ou então com a
aquisição de novos equipamentos. A empresa trabalha full time em três turnos de 8 horas
cada. Para os cálculos de capacidade o tempo é apresentado em minutos, assim, tem-se 1440
minutos que representa o total de minutos disponíveis para operação em um dia. A figura 6
apresenta a capacidade nominal da planta em função da produção ou consumo de massa, a fim
de analisar a capacidade do processo na mesma unidade.
Figura 6 – Capacidade Nominal em Função da Massa Setor Produção Diária de Massa (Ton)
Limpeza 272
Torrefação 186
Descascamento 194
Moagem (Nibs) 173
Tratamento de Massa 181
Prensagem 168
Moagem (torta) 117
Refino de Massa 52
Moldagem Liquor 32
De Smet 153
Moldagem Manteiga 110
Áre
a S
ólid
aÁ
rea
Líq
uid
a
Fonte: Elaborado pelos Autores
A segunda etapa foi calcular o OEE Anual Médio, durante o estudo o OEE estava em
fase de implementação, limitando o número de meses registrados. A figura 07 apresenta OEE
Anual Médio considerando os últimos cinco meses dos setores produtivos.
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Figura 07 – Média Anual do OEE da Planta
Setores Jun Jul Ago Set Out Média
Limpadoras 71,19% 81,50% 82,94% 99,13% 88,01% 84,56%
Torrefação 78,27% 84,90% 79,66% 82,13% 76,77% 80,35%
Descascamento 82,90% 89,59% 85,34% 88,29% 86,00% 86,42%
Moagem (nibs) 66,78% 71,98% 74,15% 77,70% 78,04% 73,73%
Tratamento 68,24% 72,83% 71,10% 70,48% 70,34% 70,60%
Prensagem 57,55% 58,72% 46,18% 49,50% 45,94% 51,58%
Moagem (torta) 78,03% 82,29% 81,94% 84,54% 85,95% 82,55%
Refino 60,54% 65,58% 66,48% 67,49% 66,12% 65,24%
Moldagem Liquor 87,91% 78,36% 74,98% 74,80% 73,38% 77,89%
De Smet N/A 78,22% 78,68% 72,27% 82,72% 77,97%
Moldagem Manteiga N/A 88,91% 88,36% 83,67% 81,87% 85,70%
Áre
a S
ólida
Áre
a L
íquid
a
Fonte: Elaborado pelos Autores.
A terceira etapa foi calcular a capacidade realizada. A figura 08 apresenta capacidade
realizada diária de cada setor produtivo, resultado da multiplicação do OEE Anual Médio de
cada setor produtivo pela respectiva capacidade nominal.
Figura 08 – Capacidade Realizada por Setor
Capacidade Realizada (Ton/dia)
Limpadoras 230
Torrefação 149
Descascamento 168
Moagem (nibs) 128
Tratamento 128
Prensagem 87
Moagem (torta) 97
Refino 34
Moldagem Liquor 25
De Smet 119
Moldagem Manteiga 94
Áre
a S
ólid
aÁ
rea L
íquid
a
Fonte: Elaborado pelos autores.
A próxima etapa foi a elaboração do planejamento agregado da produção que, para a
empresa pesquisada possui o horizonte de um ano, referente ao ano fiscal. Ao término desse
período é realizado um novo planejamento em função das novas metas. Para o planejamento
agregado do período em estudo, ano fiscal 2012-2013, as metas por família de produtos são de
60 toneladas/dia de Pó, 48 toneladas/dia de Manteiga e 30 toneladas/dia de Liquor.
A figura 09 apresenta o planejamento agregado considerando a capacidade realizada
calculada com o auxilio do OEE.
Figura 09 – Planejamento Agregado da Produção
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Produção Mensal Produção Diária
Liquor Moldado/Granel 750 25
Pó Alkalino/Natural 1.730 58
Manteiga Moldado/Granel 1.360 45
Total 3.840 128 Fonte: Elaborado pelos Autores
Pode-se observar que o planejamento realizado não atende as metas estabelecidas,
sendo assim, alta administração deve utilizar o método de focalização das 5 etapas para
identificar e atuar sobre a restrição do processo. Em função da capacidade realizada calculada
anteriormente, foi desenvolvido um fluxograma com capacidades dividindo a planta em duas
áreas: área geradora de massa e área consumidora de massa. A figura 10 ilustra o fluxograma
das capacidades.
Figura 10 – Fluxograma com Capacidade
Limpadoras
(230 Ton/dia)
Torrefação
(149 Ton/dia)
Descascamento
(168 Ton/dia)
Moagem Nibs
(128 Ton/dia)
Tratamento
(128 Ton/dia)
Prensagem
(87 Ton/dia)
Moagem(Torta)
(97 Ton/dia)
PA
Refino de Massa
(34 Kg/min)
Moldagem
(25 Kg/min)
Processo Gerador
de Massa
Processos Consumidores
de Massa
De Smet
(119 Ton/dia)
Moldagem
(94 Kg/min)
Granel
Fonte: Elaborado pelos Autores
A aplicação do método de focalização das cinco etapas do gerenciamento de restrições
identificou a restrição do processo na geração de massa, etapa de tratamento de massa. Sendo
o tratamento de massa produtor de massa para dois fluxos: pó/manteiga e liquor, a soma deles
determina a demanda de massa solicitada, à demanda de massa para o próximo ano fiscal
seria de 138 Ton./dia de massa. Atualmente, considerando a capacidade realizada, o setor
consegue produzir apenas 128 Ton./dia de massa. A capacidade nominal é 180 Ton./dia, mas
o setor não é capaz de produzir essa quantidade devido a perdas por paradas, performance e
não qualidade.
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Seguindo o método da focalização das 5 etapas, após a identificação da restrição do
sistema, a próxima etapa é decidir como melhor explorar a restrição. A empresa atualmente
utiliza os equipamentos da área da melhor forma possível. Todos os equipamentos da área
funcionam full time, a única parada programada é para manutenção preventiva.
A terceira etapa é subordinar todo o processo a restrição, essa etapa ocorre
naturalmente, sensores param o funcionamento dos equipamentos quando os estoques em
processo atingem seu limite.
A quarta etapa é elevar a restrição do sistema. A realização desta etapa foi por
intermédio de um estudo para identificar em que etapas do processo haviam perdas que
poderiam sinalizar oportunidades de melhoria. A figura 11 apresenta a média das perdas em
minutos nas etapas do tratamento de massa.
Constatou-se que em média os equipamentos perdem 43 minutos para realizar o
carregamento, também há oportunidades de melhoria no vácuo, etapa necessária para retirar
umidade da massa, que utiliza em média 31 minutos a mais do que o tempo padrão e a etapa
de aquecer a massa a temperatura 105º C que representa uma perda de em média 30 minutos.
Essas perdas representam quanto o setor perde em média por minutos em cada ciclo, ou seja,
para cada ciclo, cada equipamento perde em média 155 minutos.
Figura 11 – Estratificação das perdas por etapas em cada ciclo
Fonte – Elaborada pelos Autores
As ações realizadas para melhorar a eficiência dos equipamentos e consequentemente
elevar a produtividade foram:
Substituição das bombas de carregamento e descarga que apresentam baixo
rendimento;
Aumento da capacidade de água para o sistema de geração de vácuo;
Pré-aquecimento da solução adicionada aos equipamentos.
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Após as ações, houve nas duas semanas posteriores um aumento médio de
produtividade de 7%. A média do OEE para o tratamento de massa apresentou um valor de
77,6%. Considerando esse desempenho, o setor teve uma capacidade realizada de 140
Ton./dia. Como pode ser observado na figura 12 o novo planejamento atendeu as metas
estabelecidas para o ano fiscal 2012/2013 finalizando as etapas do método proposto.
Figura 12 – Novo Planejamento Agregado
Produção Mensal Produção Diária
Liquor Moldado/Granel 900 30
Pó Alkalino/Natural 1.800 60
Manteiga Moldado/Granel 1.440 48
Total 4.140 138 Fonte: Elaborado pelos Autores
Analisando a figura 13, pode-se observar que nos últimos quatros meses o nível de
produção esteve próximo com a quantidade planejada de produção mensal definida pelo
método proposto. Em especial os últimos dois meses que representam meses realizados do
ano fiscal das metas de 2012/2013 no qual o Método de Elaboração do Planejamento
Agregado da Produção com Auxílio do OEE e do Gerenciamento das Restrições foram
utilizados para definir o nível produção mensal.
Figura 13 – Produção Total Mensal
Fonte: Cedido Pela Empresa
6. Conclusões
O referencial bibliográfico abordado neste trabalho referente ao planejamento
agregado da produção, do OEE e do gerenciamento das restrições foi suficiente como bases
para a elaboração do método proposto. A utilização do estudo de caso permitiu a aplicação do
método proposto possibilitando observar todas as ações necessárias para a realização do
método proposto, bem como para a sua validação em um ambiente real, considerando todas às
particularidades do processo e do ramo em que a empresa atua proporcionado resultados
satisfatórios.
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O Método de Elaboração do Planejamento Agregado da Produção com Auxílio do
OEE e do Gerenciamento das Restrições mostrou-se aplicável. Pode-se validar o método pela
análise do nível de produção mensal dos últimos meses. Foi possível perceber que a empresa
apresentou um nível de produção muito próximo ao estipulado pelo método.
A utilização do OEE como ferramenta de auxílio no planejamento agregado da
produção possibilitou mensurar a real utilização dos equipamentos, das células de produção e
do processo produtivo. Também permitiu avaliar a eficiência dos equipamentos ou células de
produção referente à produção de produtos conformes. Foi possível também, avaliar quanto
da capacidade nominal é convertida em produtos conformes..
Outro ponto a ser ressaltado é a combinação do OEE com o gerenciamento de
restrições para identificar e atuar no aumento da capacidade produtiva dos recursos restritivos
do sistema, a priori, sem a necessidade de investimentos em novos equipamentos para o setor
de tratamento de massa.
A utilização do método de focalização das 5 etapas permitiu nortear as ações
necessárias para implementar a melhoria no processo pela atuação no recurso que o restringe.
O tratamento de massa foi identificado como a restrição do sistema e a aplicação do método
proposto pelo gerenciamento das restrições permitiu um incremento de produtividade em todo
processo não apenas no setor.
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