Desenvolvimento Crianca Piaget Resumo
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O desenvolvimento mental da criana
em Jean Piaget
O desenvolvimento psquico, que comea quando nascemos e termina
na idade adulta, comparvel ao crescimento orgnico: como este, orienta-
se, essencialmente, para o equilbrio. Caracterizado pela concluso do
crescimento e pela maturidade dos rgos, tambm a vida mental pode ser
concebida como evoluindo na direo de uma forma de equilbrio final,
representada pelo esprito adulto. O desenvolvimento, portanto, uma
equilibrao progressiva, uma passagem contnua de um estado de menorequilbrio para um estado de equilbrio superior. Assim, do ponto de vista da
inteligncia, fcil se opor a instabilidade e incoerncia relativas das idias
infantis sistematizao de raciocnio do adulto.
Comparando-se a criana ao adulto, ora se surpreendido pela
identidade de reaes fala-se ento de uma pequena personalidade
para designar a criana que sabe bem o que quer e age, como ns, em
funo de um interesse definido ora se descobre um mundo de diferenas
nas brincadeiras, por exemplo, ou no modo de raciocinar, dizendo-se
ento que a criana no um pequeno adulto. As duas impresses so
verdadeiras. Do ponto de vista funcional, isto , considerando as motivaes
gerais da conduta e do pensamento, existem funes constantes em
comuns a todas as idades.
As estruturas variveis sero, ento, as formas de organizao da
atividade mental, sob um duplo aspecto: motor ou intelectual, de uma parte
e afetivo, de outra, com suas duas dimenses individual e social
(interindividual). Distinguiremos, para maior clareza, seis estgios ou
perodos do desenvolvimento, que marcam o aparecimento dessas
estruturas sucessivamente construdas: 1. O estgio dos reflexos, ou
mecanismos hereditrios; 2. O estgio dos primeiros hbitos motores e das
primeiras percepes organizadas; 3. O estgio da inteligncia senso-
motora ou prtica (anterior linguagem); 4. O estgio da inteligncia
intuitiva, dos sentimentos interindividuais espontneos e das relaes
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sociais de submisso ao adulto; 5. O estgio das operaes intelectuais
concretas (comeo da lgica); 6. O estgio das operaes intelectuais
abstratas, da formao da personalidade e da insero afetiva e intelectual
na sociedade dos adultos. Cada estgio caracterizado pela apario de
estruturas originais, cuja construo o distingue dos estgios anteriores.
Podemos agora compreender o que so os mecanismos funcionais
comuns a todos os estgios. Pode-se dizer de maneira geral (no
comparando somente cada estgio ao seguinte, mas cada conduta, no
interior de qualquer estgio conduta seguinte) que toda ao isto , todo
movimento, pensamento ou sentimento corresponde a uma necessidade.
A criana, como o adulto, s executa alguma ao exterior ou mesmo
inteiramente interior quando impulsionada por um motivo e este se traduz
sempre sob a forma de uma necessidade (uma necessidade elementar ou
um interesse, uma pergunta, etc.).
Comer ou dormir, brincar ou conseguir suas finalidade, responder a
perguntas ou resolver problemas, ser bem sucedido na imitao,
estabelecer um lao afetivo, sustentar seu ponto de vista, so outras
satisfaes que, nos exemplos precedentes, daro fim conduta especfica
suscitada pela necessidade. A ao humana consiste neste movimento
contnuo e perptuo de reajustamento ou de equilibrao. Antes de
examinarmos o desenvolvimento em detalhes, devemos precisar a forma
geral das necessidades e interesses comuns a todas as idades. Pode-se
dizer que toda necessidade tende: 1, a incorporar as coisas e pessoas
atividade prpria do sujeito, isto , assinalar o mundo exterior s estruturas
j construdas, e 2, a reajustar estas ltimas em funo das transformaes
ocorridas, ou seja, acomod-las aos objetos externos.
I. O recm-nascido e o lactente O perodo que vai do nascimento at
a aquisio da linguagem marcado por extraordinrio desenvolvimento
mental. Mas, na verdade, decisivo para todo o curso da evoluo psquica:
representa a conquista, atravs da percepo e dos movimentos, de todo o
universo prtico que cerca a criana. Ora, esta assimilao senso-motora
do mundo exterior imediato realiza, em dezoito meses ou dois anos, toda
uma revoluo coprnica em miniatura. No recm-nascido, a vida mental sereduz ao exerccio de aparelhos reflexos, isto , s coordenaes sensoriais
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e motoras de fundo hereditrio, que correspondem a tendncias instintivas,
como a nutrio. Mas estes diversos exerccios, reflexos que so a
prenncia da assimilao mental, vo rapidamente se tornar mais
complexos por integrao nos hbitos e percepes organizados,
constituindo o ponto de partida de novas condutas, adquiridas com ajuda da
experincia.
Os conjuntos motores (hbitos) novos e os conjuntos perceptivos, no
incio, foram apenas um sistema; a esse respeito, pode-se falar de
esquemas senso-motores. Mas comose constroem estes conjuntos? Um
ciclo reflexo sempre, no ponto de partida, mais um ciclo cujo exerccio, em
ligar de se repetir, incorpora novos elementos, constituindo com eles
totalidades organizadas mais amplas, por diferenciaes progressivas.
Terceiro estgio, que mais importante ainda para o curso do
desenvolvimento: o da inteligncia prtica ou senso-motora. A inteligncia
aparece, com efeito, bem antes da linguagem, isto , bem antes do
pensamento interior que supe o emprego de signos verbais (da linguagem
interiorizada). Mas uma inteligncia totalmente prtica, que se refere
manipulao dos objetos e que s utiliza, em lugar de palavras e conceitos,
percepes e movimentos, organizados em esquemas de ao.
Investiguemos como se constroem estes atos de inteligncia. Pode-se falar
de dois tipos de fatores. Primeiramente, as condutas precedentes se
multiplicam e se diferenciam cada vez mais, at alcanar uma maleabilidade
suficiente para registrar os resultados da experincia. assim que nas
reaes circulares o beb no se contenta mais apenas em reproduzir os
movimentos e gestos que conduziram a um efeito interessante, mas os varia
intencionalmente para estudar os resultados destas variaes, entregando-se a verdadeiras exploraes ou experincias para ver. De outro lado, os
esquemas de ao, construdos desde o nvel do estgio precedente e
multiplicados graas a essas novas condutas experimentais, tornam-se
suscetveis de se coordenarem entre si, por assimilao recproca, tal como
faro mais tarde as noes ou conceitos do pensamento.
A objetivao das sries temporais paralela causalidade. Em suma,
em todos os domnios encontramos esta espcie de revoluo coprnica.Esta permite inteligncia senso-motora sair do seu egocentrismo
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inconsciente radical para se situar em um universo, no importando quo
prtico e pouco reflexivo este seja.
II. A primeira infncia: de dois a sete anos Com o aparecimento da
linguagem, as condutas so profundamente modificadas no aspecto afetivo
e no intelectual. Alm de todas as aes reais ou materiais que capaz de
efetuar, como no curso do perodo precedente, a criana torna-se, graas
linguagem, capaz de reconstituir suas aes passadas sob forma de
narrativas, e de antecipar suas aes passadas sob forma de narrativas, e
de antecipar suas aes futuras pela representao verbal. Da resultam
trs conseqncias essenciais para o desenvolvimento mental: uma
possvel troca entre os indivduos, ou seja, o incio da socializao da ao:
uma interiorizao da palavra, isto , a apario do pensamento
propriamente dito, que tem como base a linguagem interior e o sistema de
signos, e, finalmente, uma interiorizao da ao como tal, que, puramente
perceptiva e motora que era at ento, pode da em diante se reconstituir no
plano intuitivo das imagens e das experincias mentais. No momento da
apario da linguagem, a criana se acha s voltas, no apenas com o
universo fsico como antes, mas com dois mundos novos e intimamente
solidrios: o mundo social e o das representaes interiores. Da mesma
maneira, a criana reagir primeiramente s relaes sociais e ao
pensamento em formao com um egocentrismo inconsciente que prolonga
o do beb. Ela s se adaptar, progressivamente, obedecendo s leis do
equilbrio anlogas s do beb, mas transpostas em funo destas novas
realidades. por este motivo que se observa, durante toda a primeira
infncia, uma repetio parcial, em planos novos, da evoluo j realizada
pelo lactente no plano elementar das adaptaes prticas. A. A socializao da ao: A troca e a comunicao entre indivduos so
conseqncia mais evidente do aparecimento da linguagem. Sem dvida,
estas relaes interindividuais existem em germe desde a segunda metade
do primeiro ano, graas limitao, cujos progressos esto em ntima
conexo com o desenvolvimento senso-motor.
B. A gnese do pensamento: durante a primeira infncia, uma
transformao da inteligncia que, de apenas senso-motora ou prtica que no incio, se prolonga doravante como pensamento propriamente dito sob
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a dupla influncia da linguagem e da socializao. A linguagem, permitindo
ao sujeito contar suas aes, fornece de uma s vez a capacidade de
reconstituir o passado, portanto, de evoc-lo na ausncia de objetos sobre
os quais se referiram as condutas anteriores, de antecipar as aes futuras,
ainda no executadas, e at substitu-las, s vezes, pela palavra isolada.
Este o ponto de partida do pensamento. A linguagem conduz
socializao das aes; estas do lugar, graas a ela, a atos de
pensamento que no pertencem exclusivamente ao eu que os concebe,
mas, sim, a um plano de comunicao que lhes multiplica a importncia.
Mas acontece com o pensamento o que acontece com a conduta global. Em
vez de se adaptar logo s realidades novas que descobre e que constri
pouco a pouco, o sujeito deve comear por uma incorporao laboriosa dos
dados ao seu eu e sua atividade; esta assimilao egocntrica caracteriza
tanto o incio do pensamento da criana como o da socializao. Para ser
mais exato, preciso dizer que durante as idades de dois a sete anos,
encontram-se todas as transies entre duas formas extremas de
pensamento. A primeira destas formas a do pensamento por incorporao
ou assimilao puras, cujo egocentrismo exclui, por conseqncia, toda
objetividade. A segunda destas formas a do pensamento adaptado aos
outros e ao real, que prepara, assim, o pensamento lgico.
C. A intuio: O sujeito afirma todo o tempo, sem nunca demonstrar.
Esta carncia de provas decorre das caractersticas sociais da conduta
nesta idade, isto , do egocentrismo concebido como indiferenciao entre
o ponto de vista prprio e o dos outros. Voltando ao pensamento prprio
deste perodo de desenvolvimento, procuraremos analis-lo sob perspectiva
no mais verbal, mas sim experimental. Como se vai comportar a crianaem presena de experincias precisas. Em que consistem tais intuies?
Dois outros exemplos nos faro compreend-las. 1. Tomam-se trs bolas
de cores diferentes A, B e C, que circulam em um tubo. Vendo-as partir na
ordem ABC, as crianas esperam encontr-las no outro extremo do tubo na
mesma ordem ABC. A intuio , portanto, exata. Mas se se inclina o tubo
no sentido de volta? Os mais jovens no prevem a ordem CBA e ficam
surpresos ao constatarem-na. E que falta a estas instituies para setornarem operatrias e se transformarem, assim, em sistema lgico?
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Simplesmente, prolongar a ao j conhecida do sujeito nos dois sentidos,
de maneira a tornar estas intuies mveis e reversveis. A intuio
articulada avana nesta direo. Enquanto que a intuio primria apenas
uma ao global, a intuio articulada a ultrapassa na dupla direo de uma
antecipao das conseqncias desta ao e de uma reconstituio dos
estados anteriores. O incio destas antecipaes e reconstituio prepara a
reversibilidade, constituindo uma regulao das instituies iniciais; esta
regulao prenuncia as operaes.
D. A vida afetiva: As transformaes da ao provenientes do incio da
socializao no tem importncia apenas para a inteligncia e para o
pensamento, mas repercutem tambm profundamente na vida afetiva.
Desde o perodo pr-verbal, existe um estreito paralelismo entre o
desenvolvimento da afetividade e o das funes intelectuais, j que estes
so dois aspectos indissociveis de cada ao. Nunca h ao puramente
intelectual (sentimento mltiplos intervm, por exemplo; na soluo de um
problema matemtico, interesses, valores, impresso de harmonia,
etc.).tambm no h atos que sejam puramente afetivos (o amor supes a
compreenso). O interesse apresenta-se, como se sabe, sob dois aspectos
complementares. De um lado, regulador de energia, como mostrou
Claparde. Sua interveno mobiliza as reservas internas de fora,
bastando que um trabalho interesse para parecer fcil e para que a fadiga
diminua. por isto que, por exemplo, os escolares alcanam um rendimento
infinitamente melhor quando se apela para seus interesses e quando os
conhecimentos propostos correspondem s suas necessidades.
III. A infncia de sete a doze anos A idade mdia de sete anos, que
coincide com o comeo da escolaridade da criana, propriamente dita,marca uma modificao decisiva no desenvolvimento mental. Observa-se o
aparecimento de formas de organizaes novas, que completam as
construes esboadas no decorrer do perodo precedente, assegurando-
lhes um equilbrio mais estvel e que tambm inauguram uma srie
ininterrupta de novas construes.
A. Os progressos da conduta e da socializao: Quando se visitam as
diversas classes em um colgio ativo, onde dada s crianas a liberdade
de trabalhar tanto em grupos como isoladamente e de falar durante o
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trabalho, fica-se surpreso com a diferena entre os meios escolares
superiores a sete anos e as classes inferiores. Nos pequenos, no se
consegue distinguir com nitidez a atividade privada da feita em colaborao.
As crianas falam, mas no podemos saber se se escutam. Acontece que
vrios se dediquem ao mesmo trabalho, mas no sabemos se realmente
existe ajuda mtua.
B. Os progressos do pensamento: Quando as formas egocntricas de
causalidade e de representao do mundo, ou seja, aquelas moldadas na
prpria atividade, comeam a declinar sob a influncia dos fatores que
acabamos de ver, aparecem novas formas de explicao,procedentes, em
certo sentido, das anteriores, embora corrigindo-as. Uma das formas mais
simples destas relaes racionais de causa a efeito a explicao por
identificao. A experincia mais simples a esse respeito consiste em
apresentar criana dois copos de gua de forma semelhantes e
dimenses iguais, cheios at uns trs quartos.
C. As operaes racionais: As operaes do pensamento, depois dos
sete anos, correspondem intuio, que a forma superior de equilbrio
que o pensamento atinge na primeira infncia. por este motivo que o
ncleo operatrio da inteligncia merece um exame detalhado, j que seu
estudo fornece a chave de uma parte essencial do desenvolvimento mental.
Por volta de sete anos, se constitui, precisamente, toda uma srie destes
sistemas de conjunto. O pensamento infantil s se torna lgico por meio da
organizao de sistemas de operaes, que obedecem s leis de conjuntos
comuns.
D. A afetividade, a vontade e os sentimentos morais: A afetividade, entre
os sete e os doze anos, caracteriza-se pela apario de novos sentimentos
morais e, sobretudo, por uma organizao da vontade, que leva a uma
melhor integrao do eu e a uma regulao da vida afetiva. Os primeiros
sentimentos morais se originaram do respeito unilateral da criana em
relao a seus pais, ou ao adulto, e tambm como este respeito estabelece
a formao de uma moral de obedincia ou heteronomia. O respeito mtuo
conduz a formas novas de sentimentos morais, distintas da obedincia
exterior inicial. Primeiro lugar, as transformaes referentes ao sentimentoda regra, tanto a que liga as crianas entre si, como aquela que as une ao
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adulto. Respeito unilateral que sentem pelos mais velhos, - se bem que, na
prtica, brinquem sem se importar muito em obedecer s regras
estabelecidas. As regras de verdade, que so eternas, portanto, no
provm de crianas, mas, sim, dos pais, dos homens da poltica, das
pessoas importantes, ou do prprio Deus, que impuseram as regras
(vendo-se at que ponto pode chegar o respeito pelas regras transmitidas
pelos Mais Velhos!).
IV. A adolescncia A maturao do instinto sexual marcada por
desequilbrios momentneos, que do um colorido afetivo muito
caracterstico a todo este ltimo perodo da evoluo psquica. De outro
lado, se h um desequilbrio provisrio, no se deve esquecer que todas as
passagens de um estgio a outro so suscetveis de provocar tais
oscilaes temporrias. Na verdade, apesar das aparncias, as conquistas
prprias da adolescncia asseguram ao pensamento e afetividade um
equilbrio superior ao que existia na segunda infncia. Os adolescentes,
inicialmente, perturbam a afetividade e o pensamento, mas, depois, os
fortalecem.
A. O pensamento e suas operaes: O adolescente u indivduo que
constri sistemas e teorias. O que surpreende no adolescente o seu
interesse por problemas inatuais, sem relao com as realidades vividas no
dia-a-dia, ou por aqueles que antecipam, com uma ingenuidade
desconcertante, as situaes futuras do mundo, muitas vezes quimricas.
Nova forma de pensamento, por idias gerais e construes abstratas,
efetua-se, na verdade, de modo bastante contnuo e menos brusco do que
parece, a partir do pensamento concreto prprio segunda infncia. Onze a
doze anos efetua-se uma transformao fundamental no pensamento dacriana, que marca o trmino das operaes construdas durante a segunda
infncia; a passagem do pensamento concreto para o formal, ou como se
diz em termo brbaro, mas claro, hipottico-dedutivo. At esta idade, as
operaes da inteligncia infantil so, unicamente, concretas, isto , s se
referem prpria realidade e em particular aos objetos tangveis,
suscetveis de serem manipulados e submetidos a experincias efetivas.
Ora, aps os 11 ou 12 anos, o pensamento formal torna-se possvel, isto ,as operaes lgicas comeam a ser transpostas do plano da manipulao
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concreta para o das idias, expressas em linguagem qualquer. O
pensamento formal , portanto, hipottico-dedutivo, isto , capaz de
deduzir as concluses de puras hipteses e no somente atravs de uma
observao real.
B. A afetividade da personalidade no mundo social dos adultos: Em
paralelo exato com a elaborao das operaes formais e com o trmino
das construes do pensamento, a vida afetiva do adolescente afirma-se
atravs da dupla conquista da personalidade e de sua insero na
sociedade adulta. O eu um dado, se no imediato, ao menos,
relativamente primitivo. E como se fosse o centro da atividade prpria,
caracterizando-se, precisamente, por seu egocentrismo, inconsciente ou
consciente. A personalidade comea no fim da infncia (8 a 12 anos) com a
organizao autnoma das regas, dos valores e a afirmao da vontade,
com a regularizao e hierarquizao moral das tendncias. Existe
personalidade, pode-se dizer, a partir do momento em que se forma um
programa de vida (lebensplan), funcionando este, ao mesmo tempo, como
fonte de disciplina para a vontade e como instrumento de cooperao. O
adolescente, ao contrrio, graas sua personalidade em formao, coloca-
se em igualdade com seus mais velhos, mas sentindo-se outro, diferente
deles, pela vida nova que o agita. Quanto vida social do adolescente,
pode-se encontrar a como nos outros campos uma fase inicial de
interiorizao e uma fase positiva. Durante a primeira, o adolescente
parece, muitas vezes, completamente anti-social. No entanto, pois ele
medita continuamente sobre a sociedade, mas a sociedade que lhe
interessa aquela que quer reformar.
Assim o desenvolvimento mental. Pode-se constatar a unidadeprofunda dos processos que, da construo do universo prtico, devido
inteligncia senso-motora do lactente, passando pelo conhecimento do
universo concreto devido ao sistema de operaes da segunda infncia.
sempre a afetividade que constitui a mola das aes das quais resulta, a
cada nova etapa, esta ascenso progressiva.