Desenvolvimento, construção e calibração de uma célula de ...
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©Revista Ciência e Tecnologia, v. 19, n. 35, p. 25-36, jul./dez. 2016 - ISSN: 2236-6733
Desenvolvimento, construção e calibração de uma célula de carga extensométrica, utilizando o
Método de Elementos Finitos
Matheus de Oliveira Vieira1, Sérgio Luís Zarpellon2
1Engenheiro Mecânico, [email protected],
2Me. Engenharia Mecânica, Professor do UNISAL, Campinas, São José, [email protected]
Resumo – Este trabalho consiste no desenvolvimento de
uma célula de carga extensométrica tipo coluna,
empregada em sistemas de pesagem. O objetivo é que o
transdutor de força seja capaz de medir o valor real da
compressão, independente de outras solicitações.
Através do método de elementos finitos (FEM) foi
selecionada a melhor geometria para tal aplicação. O
projeto foi construído e calibrado.
Palavras-chave: Célula de carga, elementos finitos,
extensometria.
Abstract – This work concerns the development of an
extensometric load cell column type, used in weighing
systems. Goal is that the force transducer is able to
measure the actual compression, regardless of other
forces. Through the finite element method (FEM) the best
geometry for such an application was selected. The
project has been built, and then calibrated.
Keywords: Load cell, finite element, extensometry.
I. INTRODUÇÃO
A célula de carga extensométrica é utilizada como
transdutor de força. Transdutores de força medem forças
e convertem em outro tipo de sinal. Existem diferentes
tipos de transdutores de força; eles são divididos pela
característica do esforço que medem (peso, torção,
flexão, pressão, etc.), e são divididos também pelo sinal
de saída que emitem (eletrônico, pneumático, hidráulico,
etc.). A célula de carga é um transdutor de força de
compressão, e extensométrica significa que utiliza de
extensômetros para converter a deformação do material
em sinal de saída elétrico.
Neste projeto estudou-se uma célula de carga tipo
coluna, utilizada para medir forças de compressão, com
a principal aplicação em balanças. O objetivo foi projetar,
construir e calibrar uma célula de carga que seja capaz de
suportar um carregamento máximo de 50000 N, e que
possa ser utilizada em ambiente aberto.
No projeto foi utilizada análise computacional via
método de elementos finitos. Foi possível fazer o
modelamento matemático 3D e determinar as tensões e
deslocamentos máximos na geometria escolhida. O
desafio foi encontrar a geometria ideal, de forma a
atender o carregamento máximo, que fosse rígida a
outros esforços, como torção e flexão, e que tenha uma
deformação máxima e homogênea na região de colagem
dos extensômetros.
Na construção foi utilizado o processo de usinagem
para a fabricação da célula de carga. Os extensômetros,
cola, terminais e condutores estão disponíveis
comercialmente. Considerando-se a gama de
equipamentos apropriados para extensometria, o desafio
foi selecionar o equipamento adequado para esta
aplicação.
Na calibração, foi utilizada uma máquina universal de
ensaio para realizar testes de compressão. Foram
aplicados ciclos de carregamento progressivo e, com
auxílio de um condicionador/amplificador de sinal e um
multímetro, foi possível verificar o sinal de saída em mV.
O objetivo foi analisar a linearidade da célula de carga na
relação tensão versus deformação.
II. REFERENCIAL TEÓRICO
A. Lei de Hooke
O material quando submetido a uma força F sofre uma
tensão. Esta tensão é uma força interna por unidade de
área que o material faz para resistir a força F. Existem
diferentes tipos de tensões; devido a configuração
geométrica escolhida neste projeto, foram analisadas as
tensões normais, aquelas que são originadas por forças
axiais, ou seja, no sentido longitudinal, como mostra a
Figura 1. Estas forças podem ser tração ou compressão
[5].
Figura 1 – Eixo submetido a força axial.
Fonte: [5].
A tensão é definida pela Equação 1, e tem como
unidade N/m² ou Pa.
𝜎 =𝐹
𝐴 (1)
σ = tensão normal [Pa]
F = força normal ou axial [N]
A = área da secção transversal da peça [m²]
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A Lei de Hooke mostra que materiais submetidos a
uma força F sofrem variações dimensionais. A diferença
entre as dimensões iniciais e finais é chamada de
alongamento, Equação 2.
𝛥𝑙 = 𝜎.𝑙
𝐸 (2)
Δl = alongamento [m]
σ = tensão normal [Pa]
l = comprimento inicial [m]
E = módulo de elasticidade do material [Pa]
Sob força de compressão o material tem seu
comprimento inicial l reduzido e sua área da secção
transversal expandida. A Figura 2 mostra a variação
dimensional do material submetido a força de tração. A
razão entre o alongamento e a dimensão inicial é
chamada de deformação ε.
Figura 2 – Deformações em eixo submetido a força axial.
Fonte: [5].
A Equação 3 define a deformação longitudinal do
material e a Equação 4 define a deformação transversal.
𝜀 = 𝛥𝑙
𝑙=
𝜎
𝐸 (3)
𝜀𝑡 = −𝜈𝜀 (4)
ε = deformação longitudinal adimensional
εt = deformação transversal adimensional
Δl = alongamento [m]
l = comprimento inicial [m]
σ = tensão normal [Pa]
E = módulo de elasticidade do material [Pa]
ν = coeficiente de Poisson adimensional
Estas deformações sofridas pelo material podem ser
resilientes ou definitivas, e no caso de atingir o limite de
ruptura do material, podem provocar o rompimento.
Cada material tem um comportamento exclusivo na
relação tensão versus deformação. O limite de trabalho
para que não haja deformações permanentes no material
é a tensão de escoamento σe, porém é usual em projetos
adotar um fator de segurança k, a fim de garantir a
integridade do produto no caso de sobrecarga.
O objetivo é evitar que o material atinja a fase plástica
como mostrado no diagrama da Figura 3; isso acarretaria
em recalibração ou, dependendo da sobrecarga, em
substituição da célula de carga. Esta região do gráfico
denominada como região elástica, apresenta uma
linearidade, o que a torna ideal para este estudo.
Figura 3 – Exemplo diagrama tensão versus deformação.
Fonte: [5].
Ponto 0 - Início de ensaio carga nula
Ponto A - Limite de proporcionalidade
Ponto B - Limite superior de escoamento
Ponto C - Limite inferior de escoamento
Ponto D - Final de escoamento início da recuperação
do material
Ponto E - Limite máximo de resistência
Ponto F - Limite de ruptura do material
Há uma constante de proporcionalidade no regime
elástico chamado módulo de elasticidade ou módulo
Young, que é especifico de cada material. É definido pela
razão de tensão e deformação, conforme mostrado na
Equação 5.
𝐸 = 𝜎
𝜀 (5)
E = módulo de elasticidade do material [Pa]
σ = tensão normal [Pa]
ε = deformação adimensional
Outra propriedade dos materiais no regime elástico é o
coeficiente de Poisson, definido pela razão da
deformação transversal pela deformação longitudinal,
Equação 6.
𝜈 =𝜀𝑡
𝜀 (6)
ν = coeficiente de Poisson adimensional
𝜀𝑡= deformação transversal adimensional
ε = deformação longitudinal adimensional
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B. Flambagem e carregamento excêntrico
A célula de carga deve ser projetada para suportar a
carga estabelecida como máxima. Além disso, deve
proporcionar o maior alongamento na região dos
extensômetros, sem que haja deflexão ou flambagem. Se
o projeto atender estas condições ele é considerado
rígido.
Por isso alguns cuidados foram tomados no projeto
CAD. A relação diâmetro e comprimento deve garantir
que a coluna não seja longa demais, permitindo a
flambagem. Uma barra curta com carregamento central
encurtará de acordo com a lei de Hooke. O projeto deve
prever que perturbações podem causar cargas
excêntricas, e estas podem causar deflexão no produto.
Quando há excentricidade no carregamento, o limite de
escoamento é atingido a valores menores de carga [6].
Existem diferentes estudos para membros submetidos
a compressão, cada estudo em particular com seu caso.
Este projeto foi tratado como um caso de membros com
uma extremidade fixa e outra articulada, conforme
mostra a Figura 4.
Figura 4 – Compressão em barra com uma extremidade livre e outra
fixa.
Fonte: [6].
Nestas condições, para saber a força crítica de
flambagem utiliza-se a Equação 7.
𝐹𝑐 =𝜋2𝐸𝐼
4𝑙2 (7)
Fc = força crítica de flambagem [N]
E = módulo de elasticidade do material [Pa]
I = momento de inércia de área [m4]
l = comprimento [m]
Após verificar-se a força crítica de flambagem, deve-
se dimensionar a tensão crítica de compressão devido a
excentricidade da carga. Considerando-se a célula como
um membro curto ou pilarete, utilizou-se a Equação 8.
𝜎𝐶 = 𝐹
𝐴(1 +
𝑒.𝑐
𝑘2) (8)
𝑘² = 𝐼
𝐴 (9)
σc = tensão de compressão [Pa]
F = força normal ou axial [N]
A = área da secção transversal da peça [m²]
k = raio de giração [m]
I = momento de inércia [m4]
e = excentricidade do carregamento [m]
c = distância radial [m]
A Figura 5 mostra um pilarete carregado pela força 𝑃
de compressão excentricamente, onde a maior região de
tensão é no ponto B.
Figura 5 – Pilarete carregado excentricamente.
Fonte: [6].
Para verificar se o projeto é considerado um membro
curto de compressão, ou seja, se a Equação 8 pode ser
utilizada, é necessário comparar a razão de esbelteza real
da peça, (𝑙
𝑘)com a razão de esbelteza limite para pilarete,
(𝑙
𝑘)
2, detalhada na Equação 10 [6].
(𝑙
𝑘)
2= 0,282 (
𝐴. 𝐸
𝐹)
1 2⁄
(10)
E = módulo de elasticidade do material [Pa]
F = força normal ou axial [N]
A = área da secção transversal da peça [m²]
l = comprimento [m]
k = raio de giração [m]
Se (𝑙
𝑘) for maior que (
𝑙
𝑘)
2 não pode ser utilizada a
Equação 8 para cálculo de tensão crítica submetida a
carregamento excêntrico, logo esta coluna não é
considerada como pilarete.
C. Falha por fadiga
Com frequência membros submetidos a diferentes
carregamentos como alternado, repetido e flutuante,
sofrem falhas por fadiga. A falha por fadiga deve-se a
formação e propagação de trincas em regiões de
concentração de tensão (furos, entalhe, etc.), em defeitos
visuais (riscos, rebarbas, etc.) e em falhas de composição
do material (forjamento, laminação, etc.) [6].
O diagrama de Wholer ou curva S-N apresenta o
resultado de um ensaio de fadiga de um material, como
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mostra a Figura 6. O diagrama indica o comportamento
da tensão em função do número de ciclos, até a ruptura
ou falha por fadiga.
O número de ciclos de 10³ é considerado baixo ciclo,
até 106, alto ciclo, e acima de 107, vida infinita. Para que
o projeto atinja condição de vida infinita sua tensão não
pode exceder a tensão limite de resistência à fadiga [6].
Figura 6 – Exemplo diagrama S-N para aço.
Fonte: [6].
Para aços a tensão limite de resistência a fadiga é cerca
de 35 % a 65 % do limite de resistência à tração. Na
prática, admite-se como boa aproximação que a razão do
limite de resistência à fadiga e o limite de resistência à
tração vale aproximadamente 0,5 [4].
Capellato em [7] realizou ensaios para fadiga axial no
aço inoxidável 15-5PH, com 106 ciclos, em 4 diferentes
condições do material, incluindo na sua condição natural,
o qual é o material de estudo neste projeto. A Figura 7
mostra o diagrama de Wholer obtido para este material
em diferentes condições.
Figura 7 – Diagrama S-N para aço inoxidável 15-5PH.
Fonte: [7].
Segundo Capellato [7], foi encontrado que o limite de
resistência a fadiga para o aço inoxidável na condição
natural é de 618,27 MPa em 106 ciclos.
D. Extensometria básica
O princípio básico dos extensômetros elétricos é que
todo metal sob deformação muda sua resistência elétrica
[1].
A Figura 8 representa o comportamento de um
condutor submetido à tração. Seu diâmetro d e seu
comprimento l sofrem alterações
Figura 8 – Deformação de um condutor sob tração.
Fonte: [1].
A resistência do condutor é calculada pela Equação 11.
𝑅 = 𝜌.𝑙
𝐴 (11)
R = Resistência [Ω]
l = Comprimento do condutor [m]
A = Área da secção transversal do condutor[m²]
ρ = Resistividade do material [Ωm]
A mudança de resistência do condutor é proporcional a
deformação que ele sofre. Pode-se expressar esta
proporcionalidade através da Equação 12;
𝛥𝑅
𝑅= 𝑘. 𝜀 (12)
ΔR = variação de resistência [Ω]
R = resistência inicial [Ω]
k = fator do extensômetro, adimensional
ε = deformação, adimensional
O fator k corresponde a sensibilidade do condutor, que
relaciona sua deformação com a mudança de resistência;
seu valor é aproximadamente 2.
Utiliza-se um circuito de medição para transformar a
variação de resistência ocorrida no extensômetro, em
deformação. A variação ôhmica do extensômetro é muito
pequena, e não pode ser medida diretamente por um
osciloscópio ou multímetro [2].
Os extensômetros são ligados formando um circuito
elétrico chamado ponte de Wheatstone. A ponte é
alimentada por uma fonte de energia. A variação da
resistência elétrica do extensômetro provoca um
desequilíbrio na ponte, fazendo com que a tensão de saída
da ponte sofra variação, devido ao seu reequilíbrio. Seu
sinal de saída passa pelo condicionador/amplificador de
sinal. Este sinal em mV é processado e transformado em
grandeza de força (peso) em um indicador de pesagem
digital ou analógico. O diagrama completo do sistema de
medição é ilustrado na Figura 9.
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Figura 9 – Diagrama do sistema de medição.
Fonte: [2].
A Figura 10 ilustra a composição da ponte de
Wheatstone, em que ressalta os resistores R1, R2, R3 e
R4 alimentados por uma fonte elétrica. Cada resistor
representa um extensômetro.
Figura 10 – Ponte de Wheatstone.
Fonte: [3].
O sinal de saída para ponte completa, ou seja, com 4
extensômetros ativos, é definido pela Equação 13.
𝛥𝑉 =𝑉
4. 𝑘. (𝜀1 − 𝜀2 + 𝜀3 − 𝜀4) (13)
ΔV = tensão de saída [V]
V = tensão de alimentação [V]
k = fator do extensômetro, adimensional
ε = deformação [µm/m], adimensional
E. Seleção do extensômetro
Para a seleção do tipo de extensômetro devem ser
observadas as seguintes características do projeto:
a) Tipo de aplicação: Análise experimental,
transdutor de força, sistema de segurança, etc.;
b) Tipo de tensão: Uniaxial, biaxial, flexão, torção,
pressão, etc.;
c) Condição da região de tensão: Homogênea e
não homogênea;
d) Material da peça: Aço ou alumínio;
e) Alongamento máximo: Observar os limites
detalhado pelo fabricante, em média é 2 a 5 %;
f) Temperatura de operação: Observar os limites
detalhados pelo fabricante;
g) Condições do Ambiente: Umidade,
radioatividade, etc.;
h) Tensão de alimentação máxima: Observar os
limites detalhado pelo fabricante, em média é 10
ou 20 V;
i) Durabilidade: Observar os limites detalhados
pelo fabricante, em média é 107 ciclos.
Com os dados determinados pelo projeto, deve se
procurar o extensômetro ideal pelos catálogos
disponíveis pelos fabricantes.
F. Arranjo dos Extensômetros.
De acordo com [3], o arranjo da Figura 11 é o mais
indicado para medição de compressão. São quatro
extensômetros, sendo dois com sensibilidade transversal
e dois com sensibilidade longitudinal, formando uma
ponte completa.
Figura 11 – Arranjo dos extensômetros para medição de compressão.
Fonte: [3].
G. Procedimento de colagem
A colagem dos extensômetros na célula de carga é um
processo muito importante, que se mal realizado pode
interferir diretamente na aferição.
Antes de iniciar o procedimento de colagem é preciso
selecionar a cola para tal aplicação. Para a seleção devem
ser observadas as seguintes características do projeto:
a) Tipo de aplicação: Análise experimental,
transdutor de força, sistema de segurança, etc.;
b) Material da peça: Aço ou alumínio;
c) Temperatura de operação: Observar os limites
detalhados pelo fabricante;
d) Condições do Ambiente: Umidade,
radioatividade, etc.;
Alguns passos devem ser tomados para o
procedimento de colagem. Este procedimento pode
variar de acordo com o tipo de cola utilizado. Os
fabricantes de cola informam os detalhes do processo.
A seguir estão descritos os passos para colagem com a
cola instantânea utilizada, conforme orientações de [1],
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complementadas pelas informações do fabricante da
cola.
a) Limpeza, com uma lixa, da superfície de
colagem do extensômetro, removendo rebarbas,
oxidações, tintas, etc;
b) Escarificação – lixar com lixa 320 nas direções
ortogonais entre si, formando um ângulo de 45°;
c) Limpeza com algodão e solvente adequado
removendo gorduras, graxas, óleos, etc.;
d) Marcação da região do extensômetro;
e) Posicionamento do extensômetro com fita
adesiva;
f) Limpeza com algodão e solvente adequado
removendo marcações, gorduras, graxas, óleos,
etc.;
g) Aplicação da cola;
h) Colocação de um filme antiaderente sobre a área
colada;
i) Com auxílio de homogeneizadores, realizar
pressão com os dedos sob a região colada,
durante o tempo estipulado pelo fabricante;
j) Procedimento de cura conforme fabricante;
k) Inspeção e verificação do isolamento.
Após o processo de colagem, a região dos
extensômetros deve passar por uma proteção e
impermeabilização. Os impermeabilizantes que podem
ser utilizados são: cera de abelha filtrada, borrachas de
silicone, resinas de poliéster ou epoxídica, dentre outros
[1].
III. MATERIAIS E MÉTODOS
A. Seleção do Material
Para o projeto ter sua maior eficiência, o material, além
de atender o carregamento máximo de 50000 N e as
propriedades térmicas e corrosivas, deve combinar um
alto alongamento antes da ruptura e boa capacidade de
voltar a sua condição inicial após o carregamento.
Foram analisados modelos de células de carga de
diferentes fabricantes. Observou-se que em sua grande
maioria é utilizado o aço inoxidável para transdutores de
força utilizados em condições ambientais severas, pois
este material tem altas propriedades mecânicas, boa
resistência a corrosão e ao calor. Portanto a célula deve
ser de aço inoxidável.
Entre os diferentes tipos de aço inoxidável foi
escolhida a família dos aços endurecíveis por
precipitação (PH), pois estes apresentam uma alta
resistência mecânica, combinados com boa ductilidade e
tenacidade. Esta combinação permite aplicação de cargas
maiores, com grandes alongamentos sem atingir o limite
plástico ou até mesmo a ruptura.
O aço inoxidável 15-5PH foi selecionado para este
projeto, pois apresentou melhor custo benefício entre
todos os outros endurecíveis por precipitação (PH).
A Tabela 1 mostra as propriedades mecânicas do aço
inoxidável 15-5PH endurecido por precipitação na
condição H1025, conforme SAE-AMS-H-6875 (SAE,
1999). Este foi o material selecionado para o projeto.
Tabela 1 – Propriedades do material inox 15-5PH.
Densidade (d) 7,8 g/cm3
Coeficiente de Poisson (𝜈) 0,3
Módulo de Young (E) 200 GPa
Resistência ao escoamento (Min) (σe) 1000 MPa
Resistência a ruptura (Min) (σr) 1070 MPa
Fonte: [8]
B. Dimensionamento com auxílio de FEM
Existem diferentes modelos de transdutores de força
para compressão. A célula de carga tipo coluna foi
escolhida para este estudo. Este modelo é utilizado em
sua grande maioria em sistemas de pesagem de tanques,
plataformas e balanças de caminhão. É um modelo
robusto, utilizado para aplicação de grandes
carregamentos e ambientes abertos.
A Figura 12 indica a configuração de carregamentos
utilizada: a base inferior de apoio e a face superior onde
é aplicada a força de compressão.
Figura 12 – Modelo estrutural de uma célula de carga tipo coluna.
Fonte: Acervo do autor.
A região A é a região de colagem dos extensômetros,
pois esta região, juntamente com região B, são áreas
críticas de tensão e deformação. A área da secção
transversal nesta região é a menor, portanto variações
dimensionais nesta região afetam diretamente na
sensibilidade da célula de carga.
O projeto inicial parte do princípio que o carregamento
máximo é uma força de compressão de 50000 N. Por
convenção, inicialmente a tensão limite será de 1/3 da
tensão do escoamento do material, ou seja, 300 MPa.
Para dimensionar a célula de carga utilizou-se o
software PTC Creo Parametric versão 2.0. Através dele
foi possível fazer o modelamento matemático
tridimensional, e com auxílio do método de elementos
finitos contido no software PTC Creo Simulate versão
2.0, realizou-se uma análise estática no modelo
matemático 3D verificando as tensões e os
deslocamentos máximos.
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O primeiro modelo matemático foi dimensionado a
partir de referências de modelos de célula de carga para
este tipo de carregamento. Em sua primeira análise a
tensão máxima ficou bem abaixo da tensão crítica inicial
e com um pequeno deslocamento.
Este modelo foi otimizado várias vezes. O objetivo foi
reduzir as dimensões, aumentando a tensão limite na
região crítica, e permitindo um maior deslocamento nesta
área. Ao mesmo tempo, foram inseridos raios maiores na
região dos extensômetros, pois estes garantiam uma
melhor homogeneidade de deformação nesta região.
Porém cuidados foram tomados para que a célula de
carga não ficasse frágil suficiente, de modo que sofresse
com outras forças como flexão e torção, isso impactaria
diretamente na medição dos extensômetros. A Figura 13
ilustra o comparativo entre o estado inicial e o projeto
otimizado.
Figura 13 – Comparativo da otimização.
Fonte: Acervo do autor.
Na Figura 14 são detalhadas todas as dimensões para
fabricação da célula de carga otimizada.
Figura 14 – Dimensões da célula de carga otimizada.
Fonte: Acervo do autor.
Para definir a melhor geometria foi utilizado o auxílio
do software PTC Creo Simulate versão 2.0. Na realização
da análise de forças computacional foi necessário inserir
também a região de aplicação, o valor e o sentido do
carregamento, assim como a região restrição. A Figura
15 ilustra estas definições.
Figura 15 – Demonstração das forças e restrições.
Fonte: Acervo do autor.
A partir dos dados inseridos, utilizando o método de
elementos finitos, o sistema computacional realizou a
análise. O resultado obtido no projeto otimizado foi um
deslocamento máximo na região dos extensômetros de
0,02052 mm em um trecho homogêneo, como mostra
Figura 17, e uma tensão máxima de 283 MPa, como
mostra a Figura 16, ou seja, bem próxima da tensão limite
inicial de 300 MPa (1/3 da tensão de escoamento).
Figura 16 – Análise de tensões von Mises [Mpa].
Fonte: Acervo do autor.
Estado Final - Otimizado
Estado InicialForça
Restrição
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Figura 17 – Análise de deslocamento magnitude [mm].
Fonte: Acervo do autor.
C. Verificação de flambagem e carregamento excêntrico
O dimensionamento, realizado no software PTC Creo
Parametric, suporta o carregamento máximo e permite
um bom alongamento na região dos extensômetros.
Porém há uma relação diâmetro e comprimento,
associado com o carregamento, que garantem que a
coluna não sofrerá flambagem.
Pela Equação 7 foi possível calcular esta força crítica
de flambagem, resultando em 462,63×106 N.
O carregamento máximo deste projeto é de 50000 N,
portanto é menor 9252 vezes que a força crítica de
flambagem, logo a coluna não sofrerá esta deflexão.
Outra deflexão indesejável pode ser gerada por um
carregamento excêntrico, originado normalmente por
perturbações no sistema de medição.
Antes de iniciar o cálculo do limite de forças
excêntricas, foi preciso calcular a razão de esbelteza real
(𝑙
𝑘) da célula de carga, dividindo o comprimento l da
célula de carga pelo seu raio de giração k, onde obteve-
se o valor de 5,594. Resolvida a Equação 10 obteve-se o
valor de 330,5, o qual representa a razão de esbelteza
limite para pilarete (𝑙
𝑘)
2. Comparando os dois valores,
(𝑙
𝑘) é menor que(
𝑙
𝑘)
2, portanto, esta célula de carga pode
ser considerada um pilarete.
Com a certeza que a célula de carga é um pilarete,
pode-se utilizar a Equação 8 para dimensionar a tensão
crítica de compressão submetida a carga excêntrica,
resultando em 382,91 MPa em uma excentricidade de 15
mm (aproximadamente 90 %).
D. Fadiga
Segundo ensaios realizados por Capellato [7],
mostrado na Figura 7, o limite de resistência a fadiga para
o aço inoxidável 15-5PH na sua condição natural é de
618,27 MPa. Como o aço inoxidável utilizado está
endurecido na condição H1025 ainda há um ganho sobre
este valor limite de fadiga, pois a tensão de escoamento e
ruptura na condição H1025 é superior aos valores de sua
condição natural. Contudo a tensão máxima encontrada
no projeto é de 382,91 MPa quando submetido a
carregamento excêntrico. Portanto pode se concluir que
a célula de carga terá ciclo de vida útil acima 107.
E. Usinagem
Após dimensionamento e verificação dos cálculos, o
projeto foi aprovado para fabricação. A transformação da
matéria-prima na forma dimensionada foi realizada pelo
processo de usinagem. As etapas do processo foram:
a) Corte da matéria-prima: Partindo de uma barra
circular com bitola 140 mm, foi utilizada serra
de fita horizontal para cortar o comprimento
com 90 +5 mm;
b) Torneamento de desbaste: Como a bitola da
matéria-prima é muito grande em relação ao
diâmetro final de 80 mm, foi realizada uma
operação de torneamento desbastando o
diâmetro externo com 82 mm;
c) Torneamento de acabamento: Os perfis externo
e interno foram torneados conforme desenho,
deixando um bom acabamento superficial;
d) Furação e rosqueamento: Foram realizados
furos e roscas de fixação;
e) Ajustagem: Foram removidas as rebarbas e
cantos vivos;
f) Inspeção: Realizada inspeção dimensional.
A Figura 18 ilustra a peça após o processo de usinagem
e inspeção dimensional.
Figura 18 – Célula de carga após usinagem.
Fonte: Acervo do autor.
F. Aquisição dos extensômetros
O primeiro passo foi listar as características deste
projeto, que são:
- Transdutor de força;
- Força uniaxial;
- Região homogênea;
- Material em aço inox;
- Alongamento máximo do projeto é de 0,025 %;
- Submetido a temperatura ambiente;
- Submetido a humidade;
- Tensão de alimentação do condicionador de 5 V;
- Durabilidade acima de 107 ciclos.
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O segundo passo foi encontrar um extensômetro que
atendesse as características do projeto. Foi selecionado o
modelo SGD-7/350-LY11 do fabricante Omega.
G. Colagem dos extensômetros
Para este procedimento foi necessária uma bancada
adequada, com boa iluminação e com boa higienização,
pois quaisquer impurezas nos equipamentos, podem
afetar diretamente na medição.
O primeiro processo realizado foi a limpeza com lixa,
removendo rebarbas e oxidações. Em seguida, realizado
o processo de escarificação, utilizando uma lixa 320 foi
lixado nas direções ortogonais entre si, formando um
ângulo de 45°, como mostra a Figura 19. O objetivo deste
processo é tornar a superfície de colagem dos
extensômetros menos lisa e com mais aderência a cola,
porém, sem ocorrência de riscos profundos, o que
causaria interferência na medição.
Figura 19 – Célula de carga após escarificação.
Fonte: Acervo do autor.
Após o processo de escarificação, foi realizada uma
limpeza com algodão e acetona para remover as
impurezas do processo de lixamento. Em seguida, com
auxílio de um prisma e um dispositivo de traçagem,
foram realizadas marcações do posicionamento dos
extensômetros. Garantir o alinhamento dos
extensômetros nos dois sentidos é muito importante, pois
o desalinhamento causaria variações na medição. A
Figura 20 ilustra o processo de marcação.
Figura 20 – Processo de marcação.
Fonte: Acervo do autor.
Através da marcação realizada, foi feito o
posicionamento, utilizando uma fita adesiva. Colando o
extensômetro seguido de um terminal, como mostra a
Figura 21. Terminais são utilizados para conectar o
extensômetro ao cabo; eles servem como proteção.
Foram utilizados terminais T-F8 do fabricante Kyowa.
Figura 21 – Posicionamento dos extensômetros.
Fonte: Acervo do Autor.
Feito o posicionamento, foi realizada uma nova
limpeza com algodão e acetona removendo as marcações
e impurezas.
A cola selecionada para este projeto foi do tipo
cianoacrilato, SG-401 do fabricante Omega. É uma cola
instantânea de uso geral, portanto, pode ser utilizada para
aço inoxidável. Permite uma temperatura de trabalho de
-54º a 82º C, atendendo os requisitos do projeto.
A aplicação foi realizada e depois foi colocado um
filme antiaderente sobre a área. Com auxílio de um
homogeneizador de plástico, foi realizada pressão com os
dedos sob a região colada, durante 2 minutos. A Figura
22 mostra o processo de aplicação de cola completo.
Figura 22 – Extensômetro após aplicação da cola.
Fonte: Acervo do autor.
O processo de cura está completo após 24 horas a
temperatura ambiente.
Após a cura os fios e cabos devem ser soldados
formando o arranjo de ponte completa, com dois
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extensômetros de sensibilidade transversal e dois com
sensibilidade longitudinal, como mostra a Figura 23.
Figura 23 – Célula de carga com fios soldados.
Fonte: Acervo do autor.
Depois deste processo, soldaram-se os cabos de
alimentação e de saída. Estes cabos são ligados
diretamente ao condicionador de sinal elétrico; este por
sua vez alimenta a ponte de Wheatstone e amplifica o
sinal de saída. A unidade de indicação do próprio
condicionador permite que se faça a leitura.
Após o processo de colagem e solda, é recomendado
que se faça uma proteção e impermeabilização. Este
processo foi realizado após a calibração e testes.
H. Ensaios de compressão
Ensaios de compressão com diferentes carregamentos
foram realizados para validar a célula de carga. Foram
necessários os seguintes equipamentos:
- Máquina Universal de Ensaios Tinius Olsen H5K-S
nº de série 195050, com capacidade de 5000 N de
carregamento máximo;
- Condicionador/Amplificador de sinais HBM KWS
3073 nº de série 79655;
- Multímetro Minipa ET-2042 D.
O objetivo foi aplicar ciclos de carregamento gradativo
na máquina universal de ensaios sobre a célula de carga.
Extensômetros sob deformação, ligados em ponte
completa, foram alimentados com tensão de 5 V pelo
condicionador. O condicionador amplificou o sinal de
saída da ponte. O sinal amplificado pelo condicionador
foi lido através do multímetro, em mV. O circuito de
medição montado é detalhado na Figura 24.
Figura 24 – Sistema de calibração.
Fonte: Acervo do autor.
Os parâmetros de calibração ajustados no
condicionador/amplificador de sinal foram:
- Ligação em ponte completa;
- Tensão de alimentação de 5 V;
- Sinal de calibração de 10 V;
- Escala de calibração 0,5 mV/V.
IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram realizados 3 ciclos de carregamento gradativo,
com incrementos de 500 N aproximadamente, até se
atingir o limite de 5000 N da máquina universal de
ensaios. Os resultados estão apresentados por ciclo na
Tabela 2.
Tabela 2 – Ciclos de carregamento.
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Como a máquina universal de ensaio utilizada tem
como força máxima de 5000 N, não foi possível chegar
ao fundo de escala de 50000 N. Por isso, foi construído o
gráfico da Figura 25, para o qual foram mensuradas as
equações de tendências de cada ciclo.
Figura 25 – Gráfico de dispersão dos 3 ciclos.
Fonte: Acervo dos Autores.
A partir destas equações foi possível simular o
carregamento de fundo de escala em cada equação, e
observar os sinais de saída, mostrados na Tabela 3. Com
estes sinais foram calculados a média, o desvio padrão e
o coeficiente de variação.
Tabela 3 – Análise dos Resultados I.
Analisando que foi possível simular o carregamento de
apenas 10 % do seu valor nominal, o coeficiente de
variação de 0,29 % mostrou um projeto eficaz.
Outro dado importante foi excluir o 1º ciclo da análise,
mostrando um novo coeficiente de variação de 0,026 %,
mostrado na Tabela 4. O primeiro carregamento fez o
material normalizar sua estrutura molecular às condições
de trabalho. Portanto um coeficiente de variação entre os
ciclos 2 e 3 mostra que há uma tendência a melhorar a
precisão.
Tabela 4 – Análise dos Resultados – II.
V. CONCLUSÕES
Desenvolveu-se uma célula de carga que suporta o
carregamento de 50000 N. Sua força máxima está com
sobrecarga de 350 % para tensão de escoamento, em
funcionamento natural, e com sobrecarga de 260 % para
a tensão de escoamento, sob carregamento excêntrico.
Seu ciclo de vida está acima de 107. Seu coeficiente de
variação no fundo de escala é 0,29 %. Todos estes dados
estão muito competitivos com os valores de células de
cargas projetadas por diferentes fabricantes. Além do
mais, o custo de fabricação dessa célula foi de 30 % do
valor praticado de venda de células de carga desta
capacidade.
Da análise dos dados obtidos na calibração, é possível
afirmar que o projeto atingiu seu objetivo inicial, pois
apresentou boa precisão. Tanto que foi utilizada em
sistemas de pesagem em outros projetos universitários.
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Para futuros trabalhos, os ensaios de compressão
devem ser repetidos em uma máquina universal de
ensaios com capacidade de carregamento maior,
permitindo atingir-se o limite da célula de carga. Mais
ciclos de calibração também devem ser realizados. Desta
forma é possível atingir a força máxima prevista no
projeto e ter um coeficiente de variação no fundo de
escala mais preciso. Também deve ser feita a
determinação da incerteza de calibração de acordo com
as normas técnicas pertinentes.
Novas técnicas de engenharia para medição de
deformação podem ser estudadas, como fotogrametria e
análise por imagens. Estes processos são meios auxiliares
à técnica tradicional de extensometria.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a professora Elisabete Maria
Saraiva Sanchez que cedeu o laboratório da Faculdade de
Engenharia Mecânica da Unicamp para realizar a
calibração e testes. Os agradecimentos estendem-se ao
professor Roderlei Camargo pela ajuda nas simulações
computacionais.
REFERÊNCIAS
[1] ANDOLFATO, R.; CAMACHO, J.; BRITO, G.
Extensometria básica. Ilha Solteira: UNESP, 2004.
[2] GRANTE. Apostila de extensometria. Florianópolis:
UFSC, 2004.
[3] HOFFMANN, K. An introduction to measurements
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[4] GARCIA, A.; SPIM, J.A.; SANTOS, C.A. Ensaios
dos Materiais. 1. ed. Cap. 8, Rio de Janeiro: LTC,
2000.
[5] MELCONIAN, S. Mecânica Técnica e Resistencia
dos Materiais. 19. ed. São Paulo: Erica, 2012.
[6] SHIGLEY, J. E.; MISCHKE, C. R.; BUDYNAS, R.
G. Projeto de Engenharia Mecânica. 7. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2005.
[7] CAPELLATO, C. M. Fadiga axial do aço
inoxidável 15-5 PH tratado pela implantação iônica
por imersão em plasma. Trabalho de graduação
(Graduação em Engenharia de Materiais).
Guaratinguetá: UNESP, 2014.
[8] SOCIETY OF AUTOMOTIVE ENGINEERS
(SAE). SAE-AMS-H-6875: Heat treatment of steel
raw materials. Lakehurst, 1999.
[9] POPOV, E. P. Introdução a mecânica dos sólidos.
ed. Porto Alegre: Edgard Blucher, 2001.