DESENHO ARQUITETÔNICO

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DESENHO ARQUITETÔNICO

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APRESENTAÇÃO

Esta nova apostila de Desenho ArquitetOnico, que surge em substituiçao a

Apostila de Desenho 11, vem como uma necessidade natural de atualizacao da

prática de ensino deste conhecimento especifico para os alunos de Engenharia

Civil da EESC.

A partir das nossas anotações de aula e da consulta à bibliografia citada,

inclusive da própria Apostila de Desenho 11, pudemos elaborar este trabalho de

cunho prático e objetivo para melhor atender a atual disciplina Desenho- SAP.400.

A maioria das ilustraçOes foram, inclusive, retiradas desta bibliografia. É preciso

ressaltar a relevante colaboracao prestada petos funcionários Donizetti A. Becaro,

nas ilustrações, e José Eduardo Zanardi, na digitação e diagramação.

S.Carlos, julho 1994.

Maria AngelaP.C.S. Bortolucci

Myrian V. P. Cortesi

Page 3: DESENHO ARQUITETÔNICO

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................... 01

1. FINALIDADE E TIPOS DE DESENHO ... ....... .. . .. . . .. . . . . .. . . 02

2. MATERIAL, TÉCNICAS E TRAÇO .................................. 04

3. SÍMBOLOS E CONVENÇÕES GRÁFICAS .................... 08

4. BIBLIOGRAFIA . . .. .. . . . . . .. .. ... .. . . . . .. . . . . . .. . . . . .. .. ... .. .. . . ... . .. . .. . .. . . . . 29

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INTRODUÇÃO

O desenho está ligado à necessidade fundamental do esplrito humano de

conhecimento e transformação do mundo. O homem, desde a pré-história,

aprendeu a realizar representações da realidade que o cercava através da

linguagem Gráfica. As primeiras formas de escrita da humanidade foram

desenvolvidas com fortes vinculos às imagens visuais, ou seja, influenciadas pelas

formas como o homem percebia sua realidade e a representava através do desenho

para se comunicar.

"Desenho, por definiç~. é a arte de reproduzir, sobre uma superlfcie bidimensional e por meio de linhas, objetos, idéias ou emoçt:Jes .. (1). É

considerado uma •arte básica'' pois precede nao s6 as linguagens verbais, mas

também a pintura, a escultura e a arquitetura. É básico em todas as ciências.

Existem diversos tipos de desenho, de acordo com a finalidade a que se

destinam. Esta variaçêo é encontrada nas diversas áreas de conhecimento a que a

linguagem gráfica se aplica, tanto nas artes como nas disciplinas técnicas. Assim,

encontramos na pintura, na escultura, no desenho industrial, nos projetos de

engenharia, etc. as mesmas fases que vao do simples esboço ou croqui usado para

fixar idéias ou impressões iniciais (a serem mais tarde aproveitadas) até o produto

final, a obra acabada, ou o projeto completo e detalhado.

Isto porque o desenho, enquanto linguagem, faz parte de um processo

complexo de racioclnio. Cada um dos tipos de desenhos presta-se, em momentos

diferentes do desenvoMmento de uma idéia, a auxiliar a visualização daquilo que

imaginamos; permite selecionar, eliminar e sintetizar produtos de nossa imaginação

criadora. É ele que, aliado a conhecimentos técnico-cientfficos, dá suporte à

capacidade de inventar, transformar o mundo. Por isto é uma forma de

conhecimento, é uma linguagem universal, no espaço e no tempo.

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FINALIDADES E TIPOS DE DESENHO

Para se iniciar um projeto arquitetônico são necessárias algumas

informações básicas que irão orientar e direcionar a proposta de projeto a ser

elaborada, pelo arquiteto ou engenheiro civil, em função de determinado cliente. É

o momento de se constatar quais são as necessidades do cliente, a função do

ediflcio, o tipo de terreno, as condições climáticas, o tipo de meio urbano onde o

terreno se insere, as condições financeiras, as exigências legais, as técnicas e

materiais construtivos, etc.

A partir disto, naturalmente, as idéias vão tomando forma, o partido

arquitetõnico vai se definindo, através de Esboços ou Croquis. Estas são as

primeiras tentativas de expressão e de slntese do pensamento e, por isto mesmo,

são executadas com bastante liberdade gráfica. Em geral, usa-se lápis de grafite

bastante macio e espesso em papel transparente (papel manteiga), para permitir a

sobreposição de esboços. Nestâ~fase, não são usados os instrumentos de desenho

e não existem maiores preocupações com escalas: é o pensamento criativo aliado

ao traço à mão livre. Progressivamente as idéias vão se estruturando melhor até se

chegar a uma proposta que "mereça" ser submetida a uma apresentação mais '

elaborada, o que chamamos de Estudo Preliminar. Este tipo de desenho ainda

está muito próximo dos esboços iniciais, quanto ao nívet de elaboração, mas já são

exigidos maiores cuidados na organização das pranchas e no uso de escala, para

permitir a sua apresentação ao cliente e a outros profissionais envolvidos,

proporcionando as discussões iniciais.

A partir desta etapa, as definições de projeto vão se aprofundando na

mesma medida que o nlvel de desenho, chegando-se aos Anteprojeto e Projeto

de Apresentação, que são compostos de desenhos bem mais elaborados.

O Anteprojeto é a fase em que o projetista procura observar mais

precisamente as dimensões e proporções do ediflcio a ser construido, as possiveis

soluções estruturais e viabilidades executivas. Para isto o desenho do anteprojeto e

do projeto de apresentação já devem ser executados com os instrumentos e em

escala, porém ainda reduzida (normalmente 1:200 ou 1 :100). Os objetivos destes

projetos são: esclarecer as posslveis dificuldades construtivas das proposm'i

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iniciais, antecipando decis6es para problemas de composição formal, instalações

em geral, projetos complementares, etc.; permitir a quantificação de áreas parciais

e totais e a elaboração de estimativas de custo e prazos de execução dos serviços

de obra, para uma proposta de viabilidade financeira; possibilitar ao cliente a

perfeita compreensão da obra a ser executada, sendo que para isto muitas vezes,

além de desenhar uma planta, com todo o mobiliário e propostas de uso dos

ambientes, pode ser necessária a apresentação de perspectivas internas ou

externas para facilitar a visualização dos espaços propostos.

O Projeto de Prefeitura compreende a fase de produção de desenhos

(normalmente em escala 1 :100) e memoriais técnicos (exigidos por lei) relativos aos

diversos orgâos públicos nos quais o projeto, conforme sua natureza, deve ser

submetido para análise e aprovação: Prefeitura, Engenharia Sanitária, Corpo de

Bombeiros, Cetesb, etc.

O Projeto Executivo consiste da solução definitiva do anteprojeto aprovado

pelo cliente, representado em escalas ampliadas (1 :50, 1:40, etc.) com todos os

pormenores de que se constitui a obra a ser executada. Nesta fase, o autor do

projeto deve coordenar e orientar os projetos e cálculos comptementares (projeto de

estruturas, instalações hidráulicas, elétricas, etc.). O projeto ainda deve ser

detalhado tanto quanto as técnicas e materiais construtivos escolhidos o exigirem.

Os desenhos desta fase são os Detalhes Construtivos que podem ser realizados

desde a escala de 1 :25 até 1 :1 , conforme a complexidade do elemento tratado.

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MATERIAL, TÉCNICAS E TRAÇO

Papéis

O nfvel de qualidade de um desenho está diretamente

ligado ao material e instrumentos utilizados e à forma como

estes sáo manuseados. Para se obter um bom desenho e

um bom traço sáo exigidos cel'to$ cuidedos indispensáveis.

A escolha da técnica adequada ao suporte utilizado (no caso, o papel) é

fundamental para se chegar a um bom resultado. É muito grande a variedade de

papéis existentes no mercado: papéis opacos e transparentes, brancos e coloridos,

texturizados, espessos, finos, etc.

Os papéis opacos são os mais utilizados em anteprojetos e projetos de

apresentaçao por permitirem, de maneira geral, a aplicaçao de técnicas mais

diversificadas, como guache, aquarela, ecoline, giz pastel, etc. Dentre estes, os

mais comuns são: Fabriano, Canson, fngres, Vergé, Schoeller, Madeira e Sufflte.

É importante escolher a técnica adequada à textura e à granulação de cada tipo de

papel. Em geral, os papéis mais lisos suportam melhor a tinta nanquim e a

hidrográfica. Os papéis mais texturizados permitem explorar um número maior de

opções: lápis de cor, lápis de cera, giz pastel seco e oleoso, grafites, crayon, etc.

Algumas técnicas, como guache e aquarela, necessitam de maior cuidado (devido

a maior quantidade de água exigida para a sua aplicaçao) a fim de evitar que o

papel utilizado enrugue ou deforme. Nos papéis de pouca espessura, aconselha-se

esticá-los previamente, o que se faz da seguinte maneira: molha-se o papel,

secando-o em seguida entre um pano macio; depois, coloca-se o papel sobre uma

prancha ou mesa, prendendo suas bordas com fita crepe; espera-se secar,

aplicam-se as técnicas desejadas, e, só quando terminar retira-se a fita crepe.

Os papéis transparentes, como vegetal e poliéster, são muito utilizados para

a elaboração de originais de projetos de prefeitura e executivo. Aceitam bem a tinta

nanquim, o hidrocor, a ecoline, a graxa e o grafite. Em geral, as técnicas de colorir

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Page 8: DESENHO ARQUITETÔNICO

são apticadas no verso da folha, usando a fita crepe para assegurar os limites. As

diferentes espessuras encontradas no mercado permitem a escolha daquela que

suporte bem as correções e raspagens (com iaminas, borrachas especiais, etc.).

Outro papel transparente de grande uso em desenho é o papel manteiga, também

chamado de papel arroz. Não confundir este papel manteiga com aquele papel

brilhante usado na culinária ou para fazer pacotes. O papel manteiga é muito fino,

por isto é ideal para o uso de grafites na fase de esboços preliminares, tanto do

projeto em si, como dos detalhes construtivos. Uma caracteristica importante destes

papéis transparentes é que eles não podem ser dobrados, devendo ser arquivados

em mapotecas ou em rolos.

O papel heliográfico é um papel opaco usado na reprodução de projetos

executados em papéis transparentes. Devido ao processo quimico envolvido na

execução deste papel e na forma de reproduzir, é possivel a obtenção de cópias

nas cores preto, vermetho ou azul. É também possível, posteriormente à realização

da cópia, trabalhar na aplicação de técnicas como grafite, hidrocor, lápis de cor

etc., para valorizar ainda mais a apresentação do desenho.

Outra forma de reprodução de originais é através de fotocópias (tipo xerox).

A vantagem desta opção é permitir a reprodução de originais executados em papel

opaco. Entretanto, no caso de uso de cores nestes originais, é preciso considerar a

possibilidade de alteração de tonalidades nas fotocópias comuns (não coloridas).

A forma mais comum de arquivamento de projetos reproduzidos em papel

opaco é através de pastas suspensas para arquivos de gavetas, onde todas as

pranchas são devidamente dobradas de acordo com a respectiva norma brasileira.

Traço

Como já foi dito no inicio deste capitulo, um bom desenho depende do uso

correto dos materiais e instrumentos (lápis ou lapiseira, grafites, réguas T ou

paralela, compasso, esquadros, escaHmetro, borracha, etc.). A preocupação com o traço é fundamental para um bom resultado gráfico. O traço depende

principalmente do manuseio adequado de lápis, lapiseiras, etc. Considera-se um

bom traço aquele que possui uma legibilidade clara, continuidade e uniformidade.

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Page 9: DESENHO ARQUITETÔNICO

Para isto, é importante, ainda, a forma de segurar o lápis e de apontá-lo, e também

a escolha do grafite, quanto à dureza e espessura. Os traços diferem de acordo

com os tipos de desenhos: esboços a mao livre, onde sao usados grafites mais

macios e espessos; desenhos a instrumento, executados com grafites mais duros e

menos espessos, etc. É preciso salientar que o bom traço depende também do

maior controle no manuseio do lápis, saber quando exercer maior ou menor

pressão; ter mais firmeza e segurança no desenvolvimento da linha. Isto só é obtido

através da experiência.

Esta forma de segurar o lápis permite

pouco movimento do pulso. É

recomendada apenas para traços curtos

(pequenos detalhes, texturas, etc.)

Esta posição é adequada para o

desenvolvimento de traços médios

Esta forma de pegar o lápis é adequada

para a realização de traços longos.

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Page 10: DESENHO ARQUITETÔNICO

As diferenças de espessuras de linha permitem separar o que está na frente

do que está no fundo, acentuando a sensaçao de profundidade.

MESMA ESPESSURA DE UNHAS

Plano monótono, sem diferença

de profundidade.

ESPESSURAS DIFERENCIADAS.

Realça e reforça a profundidade do

perfil.

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Page 11: DESENHO ARQUITETÔNICO

SÍMBOLOS E CONVENÇÕES GRÁFICAS

A sequência de trabalho e as técnicas de desenho são

elementos importantes na obtenç§o de eficiência e

qualidade. Para isto, é preciso dispor de bons instrumentos e

materiais, e aplicar corretamente os mesmos. Desta forma, é

possfvel organizar o processo de produç~ gráfica,

resultando num desenho limpo e bem apresentado.

Planta Baixa

As plantas baixas informam sobre o interior da edificação através de uma

vista superior. São cortes horizontais que permitem remover a parte superior,

deixando a parte inferior, ou planta baixa,

visiveL O que fica acima da linha de corte

deve ser representado por linhas

tracejadas. A mobilia é usada para dar a

sensação de escala e auxiliar na

definição das diferentes áreas de uso,

nas fases iniciais do projeto (anteprojeto,

projeto de apresentação). A colocação do

mobiliário não é usada em projetos

executivos. Em geral, as plantas baixas

são feitas em 1 :1 00 ou 1 :50.

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Page 12: DESENHO ARQUITETÔNICO

. Etapas de Montagem do Desenho

18 Etaoa: Traços finos e a lápis

A. Marcar o contorno externo do projeto

8. Desenhar a espessura das paredes externas

C. Desenhar as principais divisões internas.

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Page 13: DESENHO ARQUITETÔNICO

~Etapa: TfBÇO$ finos e a lápis

A. Desenhar portas e janelas. As portas são desenhadas abertas nas plantas

e fechadas nos cortes e fachadas

8. Desenhar equipamentos: balcão, bidê, bacia, etc.

C. Apagar os excessos das linhas traçadas

O. Desenhar a projeçao da cobertura.

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Page 14: DESENHO ARQUITETÔNICO

J8 Etapa: Traços definitivos

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A. Desenhar as linhas tracejadas (projeção do beiral, etc.)

8. Diferenciar os traços através da espessura (paredes, janelas, etc.)

C. Planejar a cotagem (externa e interna) - Colocar linhas finas para as cotas - Evitar muito cruzamento de linhas de cota para nao carregar muito o desenho -Prever a possibilidade de colocar cotas internas (parciais) e externas (totais) - Colocar as cotas internas sem conflitar com as demais indicações (nomes dos ambientes, nivel de piso, áreas, etc.)

- Explorar a possibilidade de cotar as esquadrias através da forma L x H (ver exemplo pág. 21) , P

- Usar a cotagem sem linhas de cota quando for necessário (em proJetos de prefeitura é muito comum).

D. Colocar nlveis de piso.

E. Escrever os nomes dos ambientes e suas respectivas áreas.

F. Indicar a posição dos cortes, a entrada e o norte.

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NORTE

11

Page 15: DESENHO ARQUITETÔNICO

. Corte

Os cortes são obtidos através de planos verticais que interceptam a

edificação, permitindo a caracterização de paredes, portas, janelas, lajes, escadas,

etc. Na visão do edificio secionado por um plano vertical, pode-se obter um

desenho que apresenta as diferentes alturas de peitoris de janelas e portas, as

espessuras de lajes de piso e de forro, etc., com o objetivo de facilitar a

compreensão e, conseqüentemente, a execução da obra. Em geral, são

necessários no mínimo dois cortes para esclarecer melhor o projeto, um

longitudinal e um transversal. Deve-se dar preferência a passar os cortes em

ambientes que proporcionem o máximo de informações sobre o ediflcio. Os cortes

são indicados nas plantas por traços grossos interrompidos por pontos (ou

pequenos traços) e terminados por setas e letras maiúsculas, que indicam a

posição do observador em relação ao plano de corte. É comum usar o corte com

desvio, ou seja, desviar a direção do plano de corte para mostrar um maior número

de informações e detalhes do edifício, eliminando a necessidade de mais cortes.

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Page 16: DESENHO ARQUITETÔNICO

. Etapas de Montagem do Desenho

A. Colocar papel manteiga sobre a planta

B. Desenhar a linha do terreno

C. Marcar o nlvel do piso e traçar

D. Desenhar as paredes externas e marcar suas alturas

E. Desenhar a laje ou o forro, quando houver

F. Desenhar a cobertura ou telhado

G. Desenhar as paredes internas cortadas (linhas grossas)

H. Marcar as portas e janelas secionadas (linhas finas)

I. Desenhar os elementos que sêo vistos após o plano do corte - recortes de

parede, portas e janelas (linhas finas)

J. Colocar linhas de cota e cotar

K. Colocar os niveis de piso

L. Diferenciar traços: grossos, médios e finos.

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Page 17: DESENHO ARQUITETÔNICO

Em qualquer desenho a tinta, devem ser feitos inicialmente todos os traços a

lápis, sem exceção. Ao utilizar a tinta, primeiro devem ser feitas as linhas curvas,

depois as obHquas, em seguida as linhas verticais (da esquerda para a direita e de

baixo para cima), e finalmente, as linhas horizontais (de cima para baixo e da

esquerda para a direita. Este procedimento tem por objetivo garantir a concordância

das linhas e evitar borrar o desenho com os instrumentos.

Nos desenhos feitos com tinta nanquim sobre papel vegetal, deve-se limpar

a prancha com algodão embebido em benzina, para retirar o excesso de grafite. Por

melhor que seja o nanquim, sempre existe o risco de estragar o desenho quando se

usa borracha, no mlnimo perdendo-se o brilho do traço.

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14

Page 18: DESENHO ARQUITETÔNICO

fachada

As fachadas mostram o aspecto exterior de uma edificação, como altura,

volume, composição, material de acabamento, dimensão e localização de portas e

janelas e, em geral, são desenhadas nas escalas 1 :100 e 1 :50. Numa fachada, a

edificação é representada em relação ao seu plano de terra, ou seja, ao nível do

terreno, abaixo ou acima dele. A linha de terra, que indica o nivel do terreno, é uma

linha de referência importante a ser traçada em cada elevação da edificação.

Nas fachadas, a sensação de profundidade pode ser obtida através de

variações na espessura do traço, como também do uso de tonalidades e sombras.

além . As linhas grossas são usadas nos planos mais próximos e as linhas finas

nos planos mais recuados.

As fachadas podem ser classificadas de acordo com os Pontos

Cardeais. A elevação norte de uma edificação, por exemplo, está voltada para o

norte, ou seja, um observador, olhando para esta elevação, teria o norte às suas

costas. É muito comum adotar a forma vinda da Projeção Ortogonal: fachadas

frontal (ou principal), lateral esquerda, lateral direita e posterior.

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FACHADA POSTERIOR/ OESTE

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FACHADA FRONTAL. I LESTE

DISPOSIÇÃO DAS FACHADAS CONFORIIIE A GEOMETRIA DESCRITIVA

15

Page 19: DESENHO ARQUITETÔNICO

Pessoas, vegetação e automóveis podem ser representados nas elevações

para enfatizar o sentido de escala .

. Etapas de Montagem do Desenho

Deve se desenhada depois da planta_ baixa e dos cortes

B. Desenhar a linha do terreno e marcar as medidas horizontais

C. Todas as medidas relativas às alturas serão transportadas dos cortes para as

fachadas.

O. As fachadas não devem ser cotadas

E Repassar todas as linhas (a lápis ou a tinta) em traços finos transformando-os,

onde for o caso, em médios ou grossos, atendendo à eonvençâo, ou seja,

reduzindo sua espessura na medida em que eles estão mais distantes do plano

mais próximo do observador.

FACHADA FRONTAL

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õU FACH ADA LATERAL

16

Page 20: DESENHO ARQUITETÔNICO

Planta de Locação e Cobertura

A planta de locação mostra a disposição da construção no lote, não se

!imitando apenas ao desenho da construção. Deve indicar todos os elementos

existentes no terreno: muros, portões, vegetação (existente ou a plantar}, calçada, etc. e, o caso, as construções adjacentes.

Nesta o observador tem em primeiro plano a cobertura e, para a sua

definição, devem ser usados os traços mais grossos do desenho. O contorno das

paredes, encoberto pela projeção do telhado, deve ser feito através de linha

tracejada. A escala usual é a de 1 :100 e 1 :200. Em situações especiais, podem ser

usadas as escalas 1:50 (ampliando mais) e 1:500 (reduzindo mais).

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Page 21: DESENHO ARQUITETÔNICO

Planta de Situação

A planta de situação deve mostrar a forma e as dimensões do terreno, os

lotes e as quadras vizinhas, a orientação (norte), o relevo do terreno, as ruas

adjacentes, pontos de referência que interessem ao serviço, etc. Em geral, são

usadas as escalas de 1 :500, 1 :1000 ou 1 :2000.

As curvas de nlvel são colocadas nas plantas de situação para indicar a

inclinação natural do terreno. Cada curva de nivel é representada a partir de planos

de corte feitos a intervalos regulares em altura, e indicada por valores em metros a

partir do nível do mar. Quanto mais próximas estiverem umas das outras, em

planta, mais lngreme será a inclinação do terreno.

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NORTE

QUADRA B

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18

Page 22: DESENHO ARQUITETÔNICO

Convenções Gráficas

As convenções e os simbolos gráficos são fundamentais no desenho

arquitetônico. A necessidade de utilização das escalas de redução, por causa das

grandes dimensões dos objetos envolvidos (residências, hotéis, hospitais, praças,

parques industriais, etc.), exige, consequentemente, o uso intensivo dos símbolos e convenções, levando à elaboração de desenhos densos em significado e

informação. Por esta razão, estes elementos são, em geral, simples e

esquemáticos, assegurando clareza e objetividade, para proporcionar uma

comunicação rápida e direta. É importante que o desenhista conheça estas

convenções para aplicá-las corretamente, evitando a criação de novos padrões,

tendo em vista que estes simbolos gráficos são fundamentados em normas

nacionais e internacionais e que as alterações podem dificultar o entendimento da

linguagem gráfica por seus diversos interlocutores (pedreiros, técnicos, clientes,

etc.).

Existe no mercado uma grande variedade de gabaritos, com diversos tipos

de símbolos gráficos (peças sanitárias, coberturas, etc.) e em diferentes escalas

(1 :20, 1:25, 1:50, 1:100 etc.), garantindo maior facilidade e uniformidade no

trabalho do desenhista .

• PAREDES

DE Uli'l TIJOLO- PAREDES EXTERNAS- 25 em.

DE 1/2 TIJOLO- PAREDES INTERNAS- 15 em.

ESPELHO - DIVISÓRIAS - 10 c:m.

5

REPRESENTAÇÃO NA ESCALA

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1:100

1:50

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1: 25

19

Page 23: DESENHO ARQUITETÔNICO

.PORTAS

DE CORRER

PLANTAS

PLANTA

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APARENTE

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. PORTAS BASCULANTES

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.PORTAS

PANTOGRÁFICAS

QUANDO FECHA

OCUPA 1/3 DO

VÃO.

PLANTA

PLANTA

CORTE

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Page 24: DESENHO ARQUITETÔNICO

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JANELAS

. PORTAS PIVOTANTES

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SÃO VISTOS OS

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A PARTE

INFERIOR

DA JANELA.

PLANTAS

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a.IOVIWENTO

DA

JANELA

.BASCULANTE

21

Page 25: DESENHO ARQUITETÔNICO

. COZINHA

NESTA ESCALA NAO SE

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CORTE

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Page 26: DESENHO ARQUITETÔNICO

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. PEÇAS SANITÁRIAS

. BACIA

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A BACIA E O BIDE

COM 0.40" 0.60

AFASTAMENTOS MÍNIMOS

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DA PAREDE À PEÇA ---} 5 em

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CORTE

PLANTA PLA1'4TA

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Page 27: DESENHO ARQUITETÔNICO

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Page 28: DESENHO ARQUITETÔNICO

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Page 29: DESENHO ARQUITETÔNICO

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Page 30: DESENHO ARQUITETÔNICO

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GAVETAS/ ROUPAS- CALÇADOS

ARMÁRIO/ LENÇOIS-TOALHAS- ETC ...

ARMÁRIO/ LOUÇAS-BUFFET

AIIIMÂRIO / CRISTAIS

AI'UIÁRIO/ GARRAFAS DEITADAS

ARMÁRIO/ PANELAS ESTANTES/ LIVROS ESTANTES/ PAPÉIS- FOLHETOS ESTANTES/ EQUIPAII>IENTOS DE SOII>i

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Page 31: DESENHO ARQUITETÔNICO

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1 ANO

28

Page 32: DESENHO ARQUITETÔNICO

(1)

1 BARSA. Encyclopedía Britanica Editores, Rio de Janeiro,

122

E. Desenho Técnico. Globo. Porto Alegre, 1967.

(3) MONTENEGRO, Desenho Arquitetônico. Edgard BIOcher. São Paulo, 1978. 1

Desenho Arquitetônico. Ao Livro Técnico. Rio de Janeiro, 1976. 218 . 154

Apostila de Desenho 11. EESC-USP. São Carlos, 1987 (Publicação 20/91).

; FRANCO, V.; MARTINS, P. Desarg: Desenho Arquitetônico. GG !""a1co"~s Técnicas. Porto Alegre, s.d.

Pencil Sketching. Van Nostrand Reinhold Company. New York, 1

29