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DESENHO ARQUITETÔNICO PROFESSORES: ADRIANA DINIZ BALDISSERA, ALEX BEDIN, FABIANO CZARNOBAY Chapecó, 2015.

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DESENHO ARQUITETÔNICO

PROFESSORES: ADRIANA DINIZ BALDISSERA, ALEX BEDIN, FABIANO CZARNOBAY

Chapecó, 2015.

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Elaboração:

ADRIANA DINIZ BALDISSERA, ALEX BEDIN, FABIANO CZARNOBAY

Propriedade da Unidade Central de Educação FAEM Faculdades

UCEFF Faculdades

FICHA CATALOGRÁFICA

B177d Baldissera, Adriana Diniz

Desenho arquitetônico/ Adriana Diniz Baldissera; Alex Bedin;

Fabiano Czarnobay – Chapecó, SC: Unidade Central de Educação

Faem Faculdades/UCEFF, 2015.

33 p.

Conteúdo online

1. Arquiteto. 2. Desenho na prática. 3.Plantas.

I. Título.

CDD 720.284

Catalogação elaborada por Sara Weschenfelder CRB 14/1147

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Disciplina

Desenho Arquitetônico

PROFESSORES: ADRIANA DINIZ BALDISSERA, ALEX BEDIN, FABIANO

CZARNOBAY

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APRESENTAÇÃO

Esta apostila foi elaborada para orientação no componente curricular Desenho Arquitetônico

do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCEFF Faculdades, buscando auxiliar os acadêmicos a

representar graficamente projetos de arquitetura, sendo parte teórica auxiliar na disciplina, no

primeiro semestre do curso. Organizado de forma sintética e objetiva, esta apostila acompanha a aula

presencial do acadêmico onde é exposto em apresentações e exercícios práticos de forma gradativa,

todo conteúdo da disciplina, tendo como resultado final dois projetos principais, uma residência

unifamiliar térrea e outra de dois pavimentos.

OBJETIVOS

O objetivo da disciplina é passar para o acadêmico de arquitetura, uma noção de projeto

arquitetônico, princípios e práticas para o domínio da representação de uma ideia.

O Projeto é pensado para o futuro, é onde um arquiteto articula propostas e soluções para uma

obra. Se a construção for considerada o corpo de uma edificação, o projeto será sua alma. E por isso,

um BOM PROJETO é tão fundamental para que tudo corra bem até a entrega do edifício, o

domínio do DESENHO ARQUITETÔNICO se torna indispensável, não pode deixar margem para

interpretações ERRADAS, a REPRESENTAÇÃO GRÁFICA deve reproduzir exatamente a

execução dos produtos projetados.

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos os professores desta instituição, e em especial a professora e

coordenadora do curso Arquiteta Adriana Diniz Baldissera pelo comprometimento com o ensino,

bem como o professor Arquiteto Fabiano Czarnobay pela dedicação na elaboração das aulas e apoio

nas explicações práticas das aulas, ao professor Arquiteto Emerson Ribeiro pelo apoio e disposição

para a elaboração desta apostila.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO 6

2 O ARQUITETO 7

3 ENTENDA O DESENHO 8

4 INSTRUMENTOS 9

5 NORMAS TÉCNICAS PARA ÁREA GRÁFICA 13

6 O DESENHO NA PRÁTICA 30

6.1 PLANTAS 30

6.2 CORTES 30

6.3 FACHADAS 31

6.4 PLANTAS COMPLEMENTARES 31

6.5 DETALHES 31

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 32

8 REFERÊNCIAS 32

9 REFERÊNCIAS SUGERIDAS 33

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1 INTRODUÇÃO

Dentro do universo do desenho técnico e representação gráfica, o Desenho Arquitetônico

assume um papel muito importante para o profissional de Arquiteto e Urbanista, dependemos dessa

representação e da eficiência gráfica para transmitir uma ideia, um projeto.

A disciplina Desenho Arquitetônico acontece no primeiro semestre do curso de Arquitetura e

Urbanismo, é o primeiro contato do acadêmico com o projeto arquitetônico, com os materiais, os

instrumentos de trabalho, as formas de representação. Nesse momento é instigado o início do

raciocínio espacial, a visualização material e a transcrição para o desenho.

Trabalhamos a disciplina com o desenho a mão, por acreditarmos que esse processo integra o

aluno com mais eficiência ao desenho e ao entendimento das peças gráficas representadas. O

acadêmico passa a trabalhar o desenho arquitetônico no programa gráfico CAD a partir do terceiro

semestre. Sendo que o primeiro projeto desenvolvido, uma residência, é todo desenhado a mão.

A apostila proposta tem a intenção de ser um guia para aproximar o aluno do desenho

arquitetônico, com informações essenciais retiradas das NBR e ilustradas de forma a tornar mais fácil

o entendimento do processo.

Organizada da seguinte forma: em um primeiro momento apresenta os instrumentos de

trabalho e posteriormente seu uso, elenca os principais pontos de representação gráfica retirados da

NBR, finaliza com representação do projeto completo.

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2 O ARQUITETO

Arquiteto é o profissional que projeta e idealiza os espaços para os mais diversos usos humanos.

Pode ser um prédio, uma casa, uma praça, ou mesmo uma área verde. Ele quem planeja as

construções, organiza os espaços e encontra soluções criativas para resolver determinada demanda.

Com o domínio das relações espaciais e conhecimento técnicos em geral, a habilidade e criatividade

é que define o projeto.

É necessário que o jovem profissional de arquitetura tenha dominado habilidades em diversas

áreas, primordialmente as habilidades de desenho e de planejamento de projetos. As características

mais essenciais são:

Visualização em 3 dimensões

Capacidade de Abstração para compor os ambientes

Conhecimentos matemáticos, para cálculos de posicionamento

Habilidades Artísticas, para dar um toque diferenciado no projeto

Sensibilidade, para definir harmonia

Capacidade de trabalhar em grupo

As áreas de atuação na arquitetura podem seguir:

Urbanismo

História da Arquitetura

Arquitetura de Interiores

Arquitetura Hospitalar

Arquitetura Residencial, Comercial ou Industrial

Comunicação Visual

Paisagismo

Computação Gráfica aliada a Arquitetura

Entre muitas outras

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3 ENTENDA O DESENHO

DESENHO COMO FORMA DE

REPRESENTAÇÃO

O desenho arquitetônico estuda a arte de

representar graficamente o planejamento de uma

edificação por meio de uma linguagem gráfica, através

da aplicação norma específica e de convenções

gráficas, o profissional deve ter o domínio da técnica

de representação, independente da ferramenta utilizada,

temos duas opções principais, desenho a mão, abordado

no início do curso, e o desenho no computador, que

será abordado em outra etapa.

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4 INSTRUMENTOS

a) GRAFITES

Existem diferentes tipos de matérias destinados a cada desenho específico, para trabalhar com

o desenho artístico difere dos materiais para o desenho arquitetônico, que trata de representar

tecnicamente os objetos, no caso dos GRAFITES, temos dois critérios principais: A GRADUAÇÃO

E O DIÂMETRO.

GRADUAÇÃO: INDICA O GRAU DE DUREZA E INTENSIDADE DA COR PRETA DO

GRAFITE, VARIANDO DO TRAÇO MAIS FINO E CLARO ATÉ O TRAÇO MACIO E

ESCURO, NESTAS CONFIGURAÇÕES: (DO 6H ATÉ O 6B).

DIÂMETRO: É A ESPESSURA DO GRAFITE, PARA DESENHO TÉCNICO OS MAIS

UTILIZADOS SÃO: 0,5mm, 0,7mm E 0,9mm, SENDO APLICADOS PARA CADA

REPRESENTAÇÃO DO PROJETO.

Dica:

Os grafites da graduação “b”

proporcionam um traço mais

escuro e macio, não sendo

indicados para desenho

técnico, pois durante a

aplicação soltam pequenas

partículas que acumulam entre

os instrumentos e a folha de

desenho, e acabam borrando os

desenhos.

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c) MESA PARA DESENHO COM REGUA PARALELA (ou PRANCHETA)

Usada para permitir que os desenhos fiquem alinhados e permitem o apoio de outros

instrumentos que facilitam o desenvolvimento dos projetos. Utilizamos mais a prancheta para

formato A1.

b) LAPISEIRAS (0,5 – 0,7 –

0,9)

Para acompanhar a boa

graficação técnica ideal, além do

grafite ideal, onde indicamos a

gramatura do tipo “H”, devemos

trabalhar com uma lapiseira de

qualidade também, no comércio

existem várias marcas de

lapiseiras, indicamos a marca

PENTEL (ou similar), que

possuem a ponta em metal e não

retrátil, que facilitam a precisão

dos traços.

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d) ESQUADROS, COMPASSO, GABARITOS, ESCALÍMETROS

São instrumentos auxiliares que permitem fazer linhas em ângulos precisos, temos o esquadro

de 30º - 60º e o de 45º, ambos possuem um ângulo de 90º que geram uma linha ortogonal a régua

paralela da prancheta. Também é possível utilizar dos dois esquadros simultaneamente, somando os

ângulos para obter a linha na inclinação desejada.

e) BORRACHA MACIA E BIGODE

Utilizar uma lapiseira com grafite ideal garante boa parte da qualidade do desenho, mas

muitas vezes temos que corrigir linhas mal colocadas ou pequenas imperfeições do desenho,

indicamos a utilização de lapiseiras borrachas para desenho, encontradas na cor branca ou verde.

O compasso gera linhas curvas, podemos utilizar

um modelo intermediário, com regulador de

precisão que auxilia na exatidão das linhas.

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f) GABARITO E ESCALÍMETRO

GABARITOS: auxiliam na

complementação do desenho, através

de objetos desenhados em escala

específica. Mais utilizados são os

banheiros e o bolômetro.

ESCALÍMETRO: utilizado para

converter as medidas para o desenho. A

escala mais utilizada para desenho

arquitetônico é 1/50.

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5 NORMAS TÉCNICAS PARA ÁREA GRÁFICA

-NBR 6492/94 – REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA

-NBR 8196/99 – EMPREGO DE ESCALAS

-NBR 8402/94 – ESCRITA EM DESENHO TÉCNICO

-NBR 8403/84 – APLICAÇÕES DE LINHAS – TIPOS E ESPESSURAS

-NBR 10068/87 – FOLHA DE DESENHO – LAYOUT E DIMENSÕES

-NBR 10126/87 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO

-NBR 13142/99 – DOBRAMENTO E CÓPIA

a) FOLHAS DE DESENHO

Sempre partindo da folha A0, cada folha é igual a metade da folha anterior. Ex: a folha A4 é

metade da folha A3.

• Ref Altura (mm) Largura (mm)

• A0 841 X 1189

• A1 594 X 841

• A2 420 X 594

• A3 297 X 420

• A4 210 X 297

• A5 148 X 210

b) MARGENS

A demarcação específica para cada formato de prancha, tendo a margem esquerda um pouco

maior para permitir a encadernação e arquivamento, conforme a tabela:

Formato Margem esquerda(MM) Demais margens (MM)

A0 25 10

A1 25 10

A2 25 7

A3 25 7

A4 25 7

A0 A1

A2 A3

A4

a a

b

a/2 a/2

b/2

b/4

b/4

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c) DOBRAMENTO

A prancha deve ser dobrada com o objetivo de deixar em formato A4, permitindo que o selo

ou legenda apareça primeiro, conforme o desenho:

297

297

247

185185185185119,5210 119,5

105

185

SELO

ou legenda

A0

297

185105 185

A3

130

SELOou legenda

d ) SELO OU LEGENDA

Apresenta informações referentes ao

profissional responsável pela elaboração do

projeto, sobre o proprietário e a localização do

projeto, e também as informações contidas em

cada prancha específica. Deve ter 1/3 do

tamanho A4, sendo reservado o restante da área

para carimbos e assinaturas dos órgãos

fiscalizadores e regulamentadores.

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e ) ESCALAS

Os objetos podem ser representados em tamanho real, reduzido ou ampliado, para isso

utilizasse o escalímetro, que converte as medidas reais em relação à área gráfica usada, ou seja,

dependendo do tamanho do papel, aplica-se determinada escala de conversão para desenhar o objeto.

O desenho arquitetônico de maneira geral irá trabalhar em escalas reduzidas, por exemplo: 1/50

(escala um para cinquenta), onde o objeto de estudo será reduzido de tamanho em cinquenta vezes,

ou ainda, cada metro nesta escala, representa cinquenta metros do tamanho real. Desta forma, quanto

maior o objeto de estudo, maior será a redução da escala de representação para desenhar na folha de

apresentação.

EXEMPLO DE ESCALAS:

DICA:

No desenho arquitetônico, é recomendado o uso

de escalas mínimas conforme a representação:

PLANTAS BAIXAS, CORTES E FACHADAS

= 1/50

PLANTAS DE COBERTURA = 1/200

PLANTA DE SITUAÇÃO OU LOCALIZAÇÃO

= 1/500

Segundo a NBR 6492/1994

(norma brasileira de regulamentação)

São recomendadas as seguintes

escalas de redução:

1/2 1/5 1/10 1/20 1/25

1/50 1/75 1/100 1/125 1/200

1/250 1/500

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Outra escala bastante usual é a escala gráfica, que serve de referência para garantir a

representação do desenho, pois ela permite que se identifique alguma alteração ocorrida durante as

cópias (redução ou ampliação), ou ainda serve para demonstrar a proporção de um desenho sem

colocar informações de distâncias nos projetos.

0 1 3 6

1 metro 2 metros 3 metros

f) UTILIZAÇÃO DO ESCALÍMETRO

Este instrumento é utilizado para remeter a escala de representação, aumentado ou

diminuindo o objeto quantas vezes for necessário para ajustar na área de representação, devendo ser

usado restritamente para medir, não deve ser usado para traçar as linhas, pois com o tempo ele

desgasta e perde a precisão das medidas.

escalímetro

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18

0

18

g ) CALIGRAFIA

O desenho arquitetônico apresenta em forma de desenho os objetos a serem representados, e

acompanham uma série de informações que contribuem para o bom entendimento do projeto, sendo

extremamente importante que tais informações estejam bem posicionadas e sejam legíveis, para

evitar diferentes interpretações do projeto. Segundo a norma NBR 8402/1994, que apresenta a

padronização da caligrafia apresentada em projetos, às informações devem ser apresentadas em letras

de forma com tamanhos variados, de acordo com a tabela a seguir.

BANHOCERÂMICO4.56m2

QUANDO VOCÊ ESCREVERPODE UTILIZAR GUIAS FEITASCOM GRAFITE 0.3 BEM SUAVE

Exemplo:

Para escalonar uma pessoa que mede

1,80m (ou 180 cm), podemos usar uma

escala de 1/10, ou seja, queremos

diminuir uma pessoa 10 vezes, teremos

um desenho com 18 cm, conforme o

desenho ao lado.

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ABCDE

ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTOVXZ

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

01234567ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTOVXZ

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

h) TIPO DE LINHAS PARA REPRESENTAÇÃO

As espessuras das linhas utilizadas no desenho arquitetônico podem ser classificadas em

grossas, médias e finas. As espessuras variam conforme o uso (elemento representado) e a escala de

representação.

a) TRAÇO ESPESSURA TIPO DE LINHA PRINCIPAIS USOS

GROSSO: 0,5 mm a 1,0 mm - Principais/secundárias Linhas que estão sendo cortadas (perfil)

MÉDIO: 0,25 mm a 0,45 mm - Secundárias Linhas em vista/elevação

FINO: 0,05 mm a 2,0 mm - Terciárias Linhas auxiliares/cotas/hachuras/ pisos

Traço forte: As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas baixas e

cortes, as paredes e os elementos estruturais (pilares, vigas, lajes) interceptados pelo plano de corte.

Traço médio: as linhas de espessura médias, representam elementos em vista, ou seja, tudo

que esteja abaixo (planta baixa) ou a além (cortes) do plano de corte, como peitoris, soleiras,

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mobiliário, ressaltos no piso, vãos de aberturas, paredes em vista, etc. Também são utilizadas para

representar elementos seccionados de pequenas dimensões, tais como marcos e folhas de esquadrias.

Traço fino: as linhas finas são utilizadas principalmente para representar hachuras e texturas,

tais como as que representam os elementos de concreto e madeiras, e as que representam os pisos e

paredes revestidas, por exemplo, com pedras e cerâmicas. Também são utilizadas para representar as

linhas de cotas e de chamadas.

* Linhas nas representações das fachadas: nas representações das fachadas (elevações) de

uma edificação são utilizadas linhas de diversas espessuras, que, entre outros fatores, variam seu

traçado conforme: a distância relativa dos planos de fachadas ao observador; representarem

contornos de planos ou linhas internas; representarem vãos ou elementos internos e externos a esses,

etc.

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Linhas de contorno - ContínuasA espessura varia com a escala e a natureza do desenho, conforme exemplo:

Linhas internas - ContínuasFirmes, porém de menor valor que as linhas de contorno, conforme exemplo:

Linhas situadas além do plano do desenho - TracejadasMesmo valor que as linhas de eixo, conforme exemplo:

Grafite: (± 0,9 mm) - Nanquim (± 0,8 mm) - Cad (cor 6 ± 0,8 mm)

Grafite: (± 0,7 mm) - Nanquim (± 0,5 mm) - Cad (cor 4 ± 0,6 mm)

Grafite: (± 0,5 mm) - Nanquim (± 0,1 mm) - Cad (cor 2 ± 0,2 mm)

Linhas de projeção - Traço e dois pontosQuando se tratar de projeções importantes, devem ter o mesmo valor que as linhas de contorno. São indicadas para representar projeções de pavimentos superiores,marquises, balanços, etc., conforme exemplo:

Linhas de eixo ou coordenadas - Traço e pontoFirmes, definidas, com espessura inferior às linhas internas e com traços longos, conforme exemplo:

Linhas de cotas - ContínuasFirmes, definidas, com espessura igual ou inferior à linha de eixo ou coordenadas, conforme exemplo:

Linhas auxiliares - ContínuasPara construção de desenhos, guia de letras e números, com traço; o mais leve possível, conforme exemplo:

Grafite: (± 0,5 mm) - Nanquim (± 0,1 mm) - Cad (cor 2 ± 0,2 mm)

Grafite: (± 0,5 mm) - Nanquim (± 0,1 mm) - Cad (cor 2 ± 0,2 mm)

usual (tracejada)

norma

Grafite: (± 0,5 mm) - Nanquim (± 0,1 mm) - Cad (cor 2 ± 0,1 mm)

Grafite: (± 0,3 mm) - Nanquim (± 0,05 mm) - Cad (cor 1 ± 0,1 mm)

Grafite: (± 0,3 mm)

b) LINHAS (ESPESSURAS / TIPOS)

A diferenciação das linhas facilita

o entendimento do projeto e transcrevem

algum tipo de informação, normatizada

pela NBR 8403/84, para cada tipo de

representação, temos um tipo de linha

específica que traduz o seu significado,

conforme as características apresentadas ao

lado.

O uso correto dos tipos de linha,

auxiliam no entendimento do projeto e

deixam o projeto esteticamente mais

apresentável.

DICA: CUIDADO COM A POSIÇÃO DA

LAPISEIRA EM RELAÇÃO AO PAPEL,

QUALQUER INCLINAÇÃO

DIFERENTE, OU ESPESSURA

DIFERENTE DA LINHA FICA

EVIDENTE E PREJUDICA O

ACABAMENTO DO PROJETO.

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i) COTAS

Para dimensionar os objetos ou ambientes, utilizamos linhas de cotagem, conforme a NBR

10126/87, podemos optar por alguns formatos que facilitam a leitura das dimensões de projeto, e

devem ser aplicadas conforme as orientações a seguir.

LINHAS DE COTAS

COTAS ERRADAS

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NO

RTE

N

S

O

N

E

00

00

peitoril

A

acessoprincipal

nível em planta baixa corte em planta baixa

nível em planta em corte

Indicação de chamada

h:110

interrupção acessos

AA

peitorilh:110

caf100

rampas e escadas

rampa - sobei: 5%

inclinação de telhados

i: 35%

aces

soprinci

pal

acess

o

ace

sso

s

outros símbolos

j) SÍMBOLOS Temos alguns símbolos importantes para

representar algumas informações importantes, por

exemplo: para localizar a orientação solara, devemos

apresentar obrigatoriamente a indicação do NORTE

em uma planta de situação (ver símbolo). Para indicar

os níveis do pavimento, temos um símbolo específico

para nível, ele representa a diferença de nível, em

relação ao nível zero, geralmente adotado no nível

natural do terreno de estudo. Ainda temos outros

símbolos apresentado a seguir.

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k) HACHURAS

Conforme a representação de determinado material, temos uma padronização do desenho.

Segue as HACHURAS (nome dos desenhos) mais utilizadas em Desenho Arquitetônico conforme a

Norma.

Mármore/granito em corte

Borracha, vinil, neoprene, mastique, etc.

Aterro

Enchimento de piso

Talude em vista

Argamassa

Alvenaria em corte (dependendo da escala e do tipo deprojeto, pode ser utilizada hachura,pintura ou dois traços largos)

Isolamento térmico

Aço em corte

Compensado de madeira

Madeira em corte

Madeira em vista

Mármore/granito em vista

Concreto em corte

Concreto em vista

Vidro, espelho, acrílico, materiais refletivos . em vista

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l ) ESQUADRIAS

Todas as edificações possuem

aberturas com esquadrias específicas para

segurança, proteção solar ou para permitir a

entrada de luz nos cômodos, sendo exigido

pelo código de obras do município, devem sr

feitas aberturas para ventilação e iluminação

natural de acordo com o tipo e a área do

ambiente, pode-se projetar as aberturas de

forma a contribuir com a estética da

edificação, sendo de extrema importância que

sejam representadas de forma correta, segue

alguns modelos mais utilizados.

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ESQUADRIAS DETALHADAS

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6 O DESENHO NA PRÁTICA

6.1 PLANTAS

A Planta Baixa é um corte realizado no nível de 1,50m do nível do piso a ser representado.

Através de um plano horizontal que corta toda a área de estudo, representamos de forma ortogonal os

elementos que estamos cortando com uma linha mais grossa (paredes, por exemplo), outros

elementos em vistas são representados com linhas médias (bancadas, muretas) e há ainda as linhas

finas que estão mais distantes do ponto do observador (pisos).

6.2 CORTES

O Corte é onde realizamos uma seção vertical na área a representar. Deve ser posicionado

estrategicamente com o objetivo de detalhar algum elemento da edificação (aberturas, por exemplo).

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6.3 FACHADAS

As Fachadas ou elevações, devem representar as vistas verticais externas da edificação,

detalhando tipo de revestimento e elementos que compõem a estética. Por apresentar as informações

em caráter visual, as fachadas não são cotadas, mas podem ter texturização e até coloridas para

remeter o material aplicado.

6.4 PLANTAS COMPLEMENTARES

Ainda existem outros desenhos que complementam o projeto arquitetônico, que serão

abordados no decorrer da disciplina.

PLANTA DE COBERTURA

PLANTA DE LOCALIZAÇÃO

PLANTA DE SITUAÇÃO

6.5 DETALHES

DETALHES CONSTRUTIVOS

ESCADAS

TELHADOS

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esperamos que o conteúdo desenvolvido e organizado nessa apostila contribua efetivamente

para a compreensão e desenvolvimento do Desenho Arquitetônico. Sabemos da importância do

instrumento desenho para possibilitar a representação gráfica de um projeto, sem ele não existe

projeto.

Acreditamos que a apostila é um instrumento que colabora no processo de aprendizagem do

acadêmico, sendo um auxilio para estruturação do plano de aula e para acompanhamento do aluno

nas diferentes etapas do desenvolvimento do semestre. Essa apostila acaba acompanhando o

acadêmico durante o inicio do curso, sanando algumas dúvidas e trazendo esclarecimentos

necessários.

O processo de elaboração da apostila, as discussões e análises feitas em conjunto entre os

professores gerou um enriquecimento muito grande na qualidade da aula ministrada.

8 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 8196 Desenho

Técnico: emprego de escalas. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.

ABNT. NBR 13142 Desenho Técnico: dobramento de cópias. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.

ABNT. NBR 6492 Representação de Projetos de Arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.

ABNT. NBR 8402 Execução de Caractere para Escrita em Desenho Técnico. Rio de Janeiro: ABNT,

1994.

ABNT. NBR 10582 Apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1988.

ABNT. NBR 10068 Folha de desenho: leiaute e dimensões. Rio de Janeiro: ABNT, 1987.

ABNT. NBR 10126 Cotagem em Desenho Técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1987.

ABNT. NBR 8403 Aplicação de Linhas em Desenho - Tipos de Linhas - Larguras das linhas. Rio de

Janeiro: ABNT, 1984.

CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ.

CHING, Francis D. K. Representação gráfica em Arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2000. (5

exemplares - 729 C539r)

FRENCH, T. E., VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia gráfica. São Paulo: Globo, 2005. (10

exemplares - 604.2 F873d).

MONTENEGRO, Gildo. Desenho Arquitetônico. Edgard Blucher, 2001. (10 exemplares - 720.284

M777d)

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8 REFERÊNCIAS SUGERIDAS

CHING, F. Arquitectura: Forma, Espacio y Ordem. 6.ed. México, Ediciones Y. Gilli,1982

LIMA, João Figueiras. O que é Ser Arquiteto. Record, 2004

PAPAZOGLOU, Rosarita Steio; BUENO, Cláudia Pimentel. Desenho Técnico para Engenharias.

Curitiba: Jurua, 2008.

SILVA, Eurico de Oliveira; ALBIERO, Evandro. Desenho Técnico Fundamental. São Paulo: EPU,

2005.

WONG, Wucius. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

KANDINSKY, Wassily. Ponto e linha sobre plano. Lisboa: 12ª Edição. Edições 70. 1992.

PUTONOKI, José Carlos. Elementos de geometria e desenho geométrico. São Paulo: Scipione, 1989.