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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA UFRA SILVIA MARCELA FERREIRA MONTEIRO DESEMPENHO DE VARIEDADES DE JAMBU CULTIVADAS SOB DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO CAPANEMA 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA

SILVIA MARCELA FERREIRA MONTEIRO

DESEMPENHO DE VARIEDADES DE JAMBU CULTIVADAS

SOB DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO

CAPANEMA

2019

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SILVIA MARCELA FERREIRA MONTEIRO

DESEMPENHO DE VARIEDADES DE JAMBU CULTIVADAS

SOB DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Universidade Federal Rural da Amazônia, como

parte das exigências do Curso de Agronomia,

para obtenção do grau de Bacharel em

Agronomia.

Área de concentração: Olericultura

Orientadora: Profa. Dra. Rafaelle Fazzi Gomes

CAPANEMA

2019

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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DE CAPANEMA

Monteiro, Silvia Marcela Ferreira

Desempenho de variedades de jambu cultivadas sob diferentes níveis de sombreamento / Silvia Marcela Ferreira Monteiro. – Capanema (PA), 2018.

50 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia) – Universidade Federal Rural da Amazônia,

2019.

Orientadora: Gomes, Rafaelle Fazzi

1. Acmella oleracea (L.) R. K. Jansen 2. Hortaliça não convencional 3. Produtividade-tela de sombreamento

I. Gomes, Rafaelle Fazzi (Orient.) II. Título

CDD: 581.098115

Cristiana Guerra Matos

Bibliotecária

CRB2: 1143

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Aos meus pais (Mauro Sidney e Mara Núbia) e minhas irmãs (Michelle Suany e

Maura Núbia), que são os bens mais preciosos da minha vida e que foram minha

força e estímulo para que fosse possível a concretização de mais esse sonho.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ser amor, refúgio, fortaleza e meu socorro bem presente na

hora da angústia. A Ele, que cuidou tão bem de mim durante todos esses anos, gerando fé em

meu coração para que eu acreditasse que seria possível. À Ele toda honra e toda glória, agora

e para sempre.

Aos meus pais - Mauro Monteiro e Núbia Monteiro - que desde sempre não mediram

esforços para que eu pudesse ir adiante. Pelo incentivo emocional e financeiro, preocupação e

carinho, por nunca terem me deixado faltar nada, tendo que, por várias vezes, suportar meses

de saudades. Peço a Deus que lhes conceda ainda muitos anos de vida ao meu lado. Vocês são

tudo para mim!

Às minhas irmãs - Michelle Suany e Maura Núbia - por serem parte de mim, por

compartilharem sorrisos e me proporcionarem os momentos mais alegres que já vivi. Em

especial à Michelle (minha irmã mais velha), por todo investimento na minha educação, por

ser meu exemplo pela pessoa inteligente que é. Obrigada!

Aos meus avós paternos - Deusarina Monteiro e Waldomiro Monteiro (in memoriam)

e maternos Claudomir Ferreira e Izabel Ferreira (in memoriam). Em especial minha querida

avó Izabel, a “Paula”, pela mulher guerreira que foi em vida, pelo exemplo de dedicação e

trabalho, saudades eternas.

À minha querida Caroline Santana, pelos dois anos e meio de amor, cuidado,

companheirismo e amizade. Obrigada por não ter medido esforços para me ajudar em todos os

momentos em que precisei de você, sua presença tornou tudo mais leve.

À Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Capanema, que apesar das

limitações tornou possível a realização desta graduação. Na pessoa do atual diretor do

Campus, Ebson Pereira e, do atual coordenador de curso de Agronomia, Pedro Oliveira, os

quais me ajudaram em vários momentos.

À minha orientadora, Profa. Dra. Rafaelle Gomes, por ter depositado em mim

confiança, pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional através de seus

ensinamentos, desde o Grupo de Estudo em Olericultura da Amazônia (GEOA), Iniciação

Científica, até o trabalho de conclusão de curso, sendo uma das responsáveis por minha

experiência e paixão pela área da Olericultura.

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Ao admirável Prof. Dr. Lucas Santos, que em inúmeros momentos dedicou seu tempo

compartilhando seus brilhantes conhecimentos na área, por ter prestado auxílio tanto na

condução do experimento, quanto na escrita, somando de forma substancial para a

concretização e finalização desse trabalho. Obrigada, professor!

Às minhas amigas, Nalva Vieira, Darli Leal, Natalia Nery, Hannah Nogueira e Suzane

Botelho, que mesmo de longe e um tanto distantes, estão em meus pensamentos e

contribuíram de forma especial para essa vitória. Obrigada, meninas.

Aos meus colegas da UFRA – Jaciara Firmino, Eduardo Kenneth, Helyson Sales,

Fernando Oliveira e Deiviane Barral, pela parceria em momentos importantes durante os

cinco anos de curso em Capanema.

Um agradecimento especial ao meu grande amigo, Laurimar Andrade, o “Lau”, que

foi uma peça fundamental na reta final do curso, principalmente na execução do TCC,

ajudando, encorajando e lutando junto comigo. Meus dias na FEIGA foram melhores e mais

divertidos, pois estávamos juntos. Espero que essa amizade permaneça para a vida.

Aos servidores da FEIGA - Léo, Braz, Fernando e Jander, por todo auxílio prestado

durante a condução do meu experimento. Ao Sr. Nara, funcionário da horta, pela experiência

e conhecimento compartilhados, por cada conversa “jogada fora” na FEIGA, por sua

humildade em ajudar e por essa amizade que guardarei com muito apreço.

À todas aquelas pessoas, que contribuíram, direta ou indiretamente, para a

concretização desse trabalho, mesmo não tendo seus nomes citados, deixo aqui registrados

meus sinceros agradecimentos.

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“Lutar quando é fácil ceder, vencer o inimigo invencível, negar quando a regra é

vender, sofrer a tortura implacável, romper a incabível prisão, voar num limite

improvável, tocar o inacessível chão... É minha lei, é minha questão”.

(Chico Buarque)

“Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos

amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem

demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem

profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do

amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

(Romanos 8 : 37-39)

“Você é do tamanho dos seus sonhos”.

(Roberto Shinyashiki)

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RESUMO

A espécie Acmella oleracea (L.) R.K Jansen, conhecida como “jambu”, é uma hortaliça de

origem Amazônica, utilizada na culinária e na indústria de fármacos e cosméticos. É

considerada hortaliça não convencional, por isso há escassez de estudos fitotécnicos visando

aumento da eficiência produtiva desta espécie. Tradicionalmente, o olericultor emprega

técnicas no cultivo de hortaliças, para aumento da produção e qualidade. Nesse contexto, o

sombreamento artificial por meio da utilização de telas, é realizado para proporcionar

condições favoráveis ao desenvolvimento de determinadas espécies. Com isso, este trabalho

teve o objetivo de avaliar o efeito do nível de sombreamento no desempenho agronômico das

variedades de jambu. Para isso, foi conduzido um experimento em campo, em blocos

casualizados, em esquema fatorial 4 x 2, com quatro repetições. Os fatores avaliados foram:

níveis de sombreamento (sem tela de sombreamento; tela de 30% de sombreamento; tela de

50% de sombreamento e tela de 70% de sombreamento) e duas variedades de jambu (flor roxa

e flor amarela). As plantas foram submetidas à avaliações morfofisiológicas e de

produtividade. Houve interação significativa entre sombreamento e variedades, apenas para

área foliar específica, na qual houve melhor desempenho para os tratamentos constituídos de

tela de 70% com a variedade flor amarela. O sombreamento mais elevado promoveu plantas

com maior altura, principalmente da variedade flor roxa. A tela de 50% de sombreamento

permitiu obter maior massa fresca da parte aérea, para as duas variedades de jambu, diferindo-

se dos demais níveis de sombreamento. O sombreamento em 50% proporcionou ganhos em

rendimento e produtividade, com incremento de 46% comparado ao cultivo sem tela de

sombreamento. Logo, o manejo dos níveis de sombreamento promoveu efeito sobre o

desempenho agronômico das variedades de jambu flor roxa e flor amarela, sendo que, houve

um incremento significativo na produtividade e rendimento das variedades, com a tela de 50%

de sombreamento, tornando-se sua utilização viável ao olericultor.

Palavras-chave: Acmella oleracea (L.) R.K Jansen. Hortaliça não convencional.

Produtividade. Tela de sombreamento.

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ABSTRACT

The species Acmella oleracea (L.) R.K Jansen, known as "jambu", is a vegetable of

Amazonian origin, used in cooking and in the pharmaceutical and cosmetic industry. It is

considered unconventional vegetable, so there is a shortage of phytotechnical studies aimed at

increasing the productive efficiency of this species. Traditionally, the olericultor uses

techniques in the cultivation of vegetables, to increase production and quality. In this context,

artificial shading through the use of screens is performed to provide favorable conditions for

the development of certain species. The objective of this work was to evaluate the effect of

the level of shading on the agronomic performance of jambu varieties. For this, a field

experiment was carried out in a randomized block, in a 4 x 2 factorial scheme, with four

replications. The factors evaluated were: shading levels (without shade screen, 30% shading

screen, 50% shading screen and 70% shading screen) and two varieties of jambu (purple

flower and yellow flower). The plants were submitted to morphophysiological and

productivity evaluations. There was a significant interaction between shading and varieties,

only for specific leaf area, in which there was a better performance for the treatments

constituted of 70% screen with the yellow flower variety. The higher shading promoted plants

with higher height, mainly of the purple flower variety. The 50% shading screen allowed to

obtain greater fresh matter of the aerial part, for the two varieties of jambu, differing from the

other levels of shading. Shading by 50% provided gains in yield and productivity, with a 46%

increase compared to the crop without shade screen. Therefore, the management of shading

levels promoted an effect on the agronomic performance of the purple flower and yellow

flower jambu varieties, with a significant increase in yield and yield of the varieties, with a

50% shading screen, its viable use to the olericultor.

Keywords: Acmella oleracea (L.) R.K Jansen. Shading screen. Unconventional vegetable.

Productivity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Localização da área onde o experimento foi conduzido. UFRA, Capanema-PA,

2019. .................................................................................................................................... 19

Figura 2- Demonstração da obtenção de sementes de jambu, por meio da “debulha” dos

aquênios aderidos à inflorescência. UFRA, Capanema-PA, 2019. ........................................ 21

Figura 3- Semeadura (A) e crescimento de plântulas (B) de jambu em bandejas de

poliestireno, contendo 200 células. UFRA, Capanema-PA, 2019. ......................................... 22

Figura 4- Croqui experimental esquematizando a disposição dos tratamentos na área, bem

como as medidas adotadas. UFRA, Capanema-PA, 2019. .................................................... 23

Figura 5- Área experimental antes da diferenciação dos tratamentos. UFRA, Capanema-PA,

2019. .................................................................................................................................... 24

Figura 6- Vista frontal (A) e lateral (B) da cobertura com tela de sombreamento. UFRA,

Capanema-PA, 2019. ........................................................................................................... 25

Figura 7- Área experimental na fase inicial (A) e final (B) do ciclo da cultura, após a

diferenciação dos tratamentos. UFRA, Capanema-PA, 2019. ............................................... 25

Figura 8- Utilização do sensor LM35 para a aferição da temperatura do solo. UFRA,

Capanema-PA, 2019. ........................................................................................................... 26

Figura 9- Realização das leituras foliares utilizando clorofilômetro SPAD - 502 Plus, em

plantas de jambu. UFRA, Capanema-PA, 2019. ................................................................... 30

Figura 10- Temperatura média do solo na profundidade de 5,0 cm, observadas nos

tratamentos do bloco controle. UFRA, Capanema-PA, 2019. ............................................... 32

Figura 11- Área foliar específica (AFE) de variedades de jambu submetidas a diferentes

níveis de sombreamento. *Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e letras

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maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). UFRA, Capanema-PA,

2019. .................................................................................................................................... 37

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................. 6

ABSTRACT ......................................................................................................................... 7

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 13

2.1 A cultura do jambu .................................................................................................. 13

2.2 Influência dos fatores agroclimáticos na produção de hortaliças .......................... 15

2.3 Uso de telas de sombreamento ................................................................................ 16

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 19

3.1 Localização da área experimental ........................................................................... 19

3.2 Análise de solo .......................................................................................................... 19

3.3 Delineamento experimental e tratamentos ............................................................. 20

3.4 Obtenção do material vegetal .................................................................................. 21

3.5 Produção de mudas e transplantio .......................................................................... 22

3.6 Preparo da área e condução do experimento .......................................................... 22

3.7 Instalação das telas de sombreamento .................................................................... 24

3.8 Monitoramento da temperatura do solo ................................................................. 25

3.9 Tratos culturais e colheita ....................................................................................... 27

3.10 Características avaliadas ....................................................................................... 27

3.11 Análises estatísticas ................................................................................................ 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 32

5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 44

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 45

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1 INTRODUÇÃO

O jambu, Acmella oleracea (L.) R.K Jansen, também conhecido como botão-de-ouro,

agrião-do-Pará, agrião-do-Norte, erva-maluca ou abecedária, é uma hortaliça considerada não

convencional (BRASIL, 2010), muito consumida no norte do Brasil. Tem origem Amazônica

e pertence à família Asteraceae. Trata-se de uma espécie herbácea, autógama, anual,

ramificada, semicarnosa, medindo de 20 a 50 cm de altura e de crescimento

predominantemente rasteiro (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013).

Nas áreas produtoras de hortaliças que abastecem Belém e região metropolitana, as

variedades de jambu mais encontradas, segundo Gusmão e Gusmão (2013), são „flor roxa‟ e

„flor amarela‟. A variedade „flor amarela‟ ou „jamburana‟, possui inflorescências amarelas,

folhas vigorosas de coloração verde claro, inflorescências tipo capítulo, possuindo acima de

300 floretes. A variedade „flor roxa‟ ou „Nazaré‟, possui halo de cor arroxeada no ápice da

inflorescência, folhas de coloração verde intenso, podendo haver pigmentação roxa na

folhagem e nos ramos.

Com sabor marcante e característico, o consumo desta hortaliça causa sensação de

“formigamento” nos lábios, devido à presença do espilantol (composto ativo da planta) o que

desperta bastante curiosidade dos consumidores, sendo o jambu empregado para fins diversos.

A utilização desta hortaliça é principalmente na culinária, por constituir pratos típicos

amazônicos, como tacacá, pato no tucupi, arroz paraense, bem como na fitoterapia e

cosmética (BORGES; GOTO; LIMA, 2013). Nas feiras e centrais de abastecimento, o jambu

é comercializado em “maços” contendo suas folhas, hastes e inflorescências.

Por ser uma espécie do gênero Acmella e ser uma planta C3 (GUSMÃO; GUSMÃO,

2013), o jambu desenvolve-se bem em locais parcialmente sombreados, com reduzida

disponibilidade de radiação solar direta (SAMPAIO, 2017). No entanto, a espécie adaptou-se

bem a pleno sol, o que demonstra a necessidade de pesquisas sobre as condições de cultivo.

Não há estudos em números significativos que avaliem as técnicas de produção do jambu,

sendo este um fato que pode limitar o desenvolvimento da atividade produtora na região.

Nesse contexto, técnicas são aprimoradas visando obter maior produção e

fornecimento de hortaliças de qualidade ao longo do ano. E no cultivo de hortaliças,

sobretudo as folhosas, as telas de sombreamento são uma opção para amenizar os efeitos

causados pelas condições ambientais adversas, principalmente em regiões tropicais, uma vez

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que a temperatura e luminosidade elevadas são fatores que podem limitar o desenvolvimento

de determinadas espécies (QUEIROGA et al., 2001).

As telas de sombreamento vêm sendo utilizadas a fim de proporcionar microclima

mais favorável ao desenvolvimento das culturas, pois evitam radiação direta e diminuem a

temperatura no ambiente de cultivo, com efeito na fisiologia da planta, produtividade e

qualidade das hortaliças (FILGUEIRA, 2008). De acordo com Gondim et al. (2018), a

luminosidade pode influenciar na anatomia foliar, estrutura de cloroplastos e na distribuição

de fotoassimilados na planta.

Existem diferentes tipos de telas no mercado, disponíveis ao produtor. Essas telas são

fabricadas com diferentes materiais, cores, porcentagem de sombreamento, dentre outras

características que são determinantes na qualidade e preço do produto (HIRATA; HIRATA,

2015).

Pesquisas no âmbito da fitotecnia, avaliando o emprego de telas de sombreamento já

foram desenvolvidas para alface (QUEIROGA et al., 2001), rúcula (COSTA et al., 2011),

cebolinha (HIRATA; HIRATA; MONQUERO, 2017), tomate (CALLEJÓN-FERRE et al.,

2009), morango (COSTA et al., 2011), etc. No entanto, para hortaliças não convencionais,

que possuem consumo mais localizado, como o jambu, praticamente não existem estudos

concretos.

Então, apesar da crescente utilização do jambu, os produtores enfrentam entraves em

relação ao seu cultivo, sobretudo ao que se refere à disponibilidade de estudos fitotécnicos,

que tornem a produção desta hortaliça mais eficiente e rentável (SAMPAIO et al., 2018).

Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo, avaliar o efeito dos níveis de

sombreamento sobre o desempenho agronômico de duas variedades de jambu, „flor roxa‟ e

„flor amarela‟.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A cultura do jambu

O jambu, Acmella oleracea (L.) R.K Jansen, é uma espécie pertencente ao gênero

Acmella, tribo Heliantheae e família Asteraceae, podendo haver citações sinônimas como

Spilanthes oleracea L. (1767) e Spilanthes acmella var. oleracea (L.) C. B. Clarke ex Hook

(1881), que tratam-se de classificações anteriores (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013).

São conhecidas cerca de 30 espécies do gênero Acmella, que de forma geral, são

plantas herbáceas, eretas ou decumbentes, anuais ou perenes, adaptadas à climas tropicais e

subtropicais. O gênero é considerado pantropical, com espécies ocorrentes em diversos

continentes, como América do Norte, América Central e do Sul, África, Ásia e Oceania

(SILVA; SANTOS, 2011).

Segundo Silva e Santos (2011), dentro do gênero Acmella, já foram descritas algumas

espécies como A. bellidioides (Smith in Rees) R. K Jansen, A. brachyglossa Cass., A.ciliata

(Kunth) Cass., A. decumbens R.K Jansen, A.pusilla (Hooker e Arnott) R.K Jasen, A.

marajoensis G.A.R Silva e J.U.M Santos, dentre outras distribuídas por todo Brasil,

principalmente na Amazônia. Dentre estas, a espécie A. ciliata é uma das espécies

popularmente conhecidas como jambu, por possuir as mesmas características organolépticas

de A. oleracea, havendo diversos registros de uso pelos produtores (SILVEIRA, 2017).

A provável origem do jambu é a América Tropical, principalmente a Amazônia

Brasileira, também sendo encontrado na África e na Ásia, havendo registro de uso na China,

Indonésia, Malásia e Índia (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013). Sua distribuição ocorre em regiões

tropicais como Peru, Equador e em países do Sul da Ásia.

No Brasil, a produção de jambu concentra-se principalmente no Estado do Pará, onde

o consumo é mais expressivo. É produzido por olericultores juntamente com outras hortaliças

folhosas e condimentares em sistema convencional, orgânico ou hidropônico. A

comercialização é realizada em feiras populares, supermercados e centrais de abastecimento,

incrementando a renda do produtor da região. Além do Pará, já são realizados cultivos no

Amazonas, Acre, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (SOUTO, 2016).

Segundo Malosso, Barbosa e Nagao (2008), no norte do Brasil, o consumo do jambu é

tradicionalmente na forma de saladas, massas e em pratos regionais, principalmente nas

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épocas festivas do ano. É uma hortaliça rica em vitaminas, minerais e de baixo valor

energético. Possui sabor bastante característico dando sensação de dormência quando

mastigado. É também conhecido por agrião-do-Pará, agrião-do-Brasil, agrião-do-Norte,

jambuaçú, erva maluca, botão-de-ouro, entre outros.

Além do uso na culinária, o jambu também é empregado como erva medicinal no

tratamento de febres, resfriados, dores e inflamações (LORENZI; MATOS, 2008). A presença

da amida “Espilantol” e outras substâncias como flavonoides e aminoácidos, tornou o jambu

alvo de intensas pesquisas, despertando interesse por parte de empresas farmacêuticas e

cosméticas no mundo todo (BORGES et al., 2013).

A planta de jambu atinge de 20 a 50 cm dependendo das condições de cultivo, possui

ciclo anual, podendo ser cultivada como perene. É herbácea, com hastes rastejantes e

ramificadas em dicásio. A raiz é axial, apresentando grande enraizamento secundário. As

folhas são opostas, pecioladas, ovais, triangulares ou alongadas, que podem ser verde intenso

ou claro (COSTA, 2010).

As flores do jambu são hermafroditas e reunidas em capítulo globoso, longo

pedunculado, terminal ou axilar, de coloração amarelo intenso, amarelo claro ou com

pigmentação roxa, dependo da variedade. A propagação pode ser por meio de sementes

(sexuada) ou por hastes enraizadas (assexuada) (GUSMÃO, GUSMÃO, 2013; RIBEIRO,

2013).

Com relação às características de clima e solo, o jambu apresenta bom

desenvolvimento em regiões de clima quente e úmido, com temperatura média acima de 25

°C, precipitação anual de 2.761 mm e com umidade relativa do ar em torno de 80%. Solos

leves, bem drenados e com bom teor de matéria orgânica são os mais adequados para o

cultivo da espécie (BRASIL, 2010). Entretanto, já se tem observado produção satisfatória em

outras regiões de clima mais ameno (BORGES et al. 2013; SILVA, 2015; VIEIRA, 2017).

De acordo com pesquisas realizadas por Gusmão et al. (2005), nas áreas produtoras

que abastecem a Capital do Pará, em sistema convencional, o rendimento do jambu varia de

seis a dez maços por m² de canteiro, em que cada maço possui de 300 a 500 g. Contudo, a

produtividade e rendimento da cultura variam em função das condições climáticas, sistema de

cultivo e tipo de adubação (BORGES et al., 2013).

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2.2 Influência dos fatores agroclimáticos na produção de hortaliças

Os fatores agroclimáticos são fatores externos às plantas, que interferem no

crescimento e produção das mesmas. Para Filgueira (2008), as condições do ambiente

influenciam diretamente no desenvolvimento dos vegetais, sobretudo, na produção de culturas

olerícolas. Dessa forma, o entendimento dos elementos envolvidos, principalmente os

agroclimáticos, é essencial para aqueles que objetivam realizar estudos e práticas voltadas à

produção de hortaliças com bases técnico-científicas.

Dentre os fatores climáticos, a luz e a temperatura são os que mais limitam o

crescimento das hortaliças. Além da questão genética e nutricional, determinantes para o

sucesso dos cultivos, a umidade, fotoperíodo, temperatura e intensidade luminosa, podem

afetar o crescimento da planta, diminuindo a taxa fotossintética, transpiração, reprodução e

sua morfologia, além de criarem condições favoráveis ao aparecimento de doenças (GOTO;

TIVELLI, 1998).

A temperatura pode afetar consideravelmente a germinação e vigor de sementes,

duração do ciclo das espécies, fitossanidade, rendimento e produtividade das culturas. A

temperatura também influencia a umidade do ar e do solo, transpiração e demais processos na

planta (SILVA et al., 2000). Nesse contexto, vale ressaltar que as diversas culturas olerícolas

apresentam diferentes adaptações termoclimáticas, sendo classificadas como de clima quente,

ameno ou frio (FILGUEIRA, 2008).

É sabido que, o excesso de insolação, acompanhado por altas temperaturas, pode

causar dano, não só às flores e à polinização, como baixa produção, mas também às folhas

como queda prematura, queimaduras e deformações. O crescimento e desenvolvimento de

uma planta dependem da intensidade, qualidade e duração da radiação solar (ANDRIOLO,

1999).

Outro fator importante é a umidade relativa do ar, que por sua vez, exerce influência

na transpiração da planta, uma vez que interfere na condutância estomática. Afeta também,

indiretamente, a turgescência dos tecidos alterando os processos metabólicos na planta, como

a absorção de nutrientes (ANDRIOLO, 2000).

Segundo Taiz et al. (2017) o fotoperíodo, assim como a intensidade luminosa são

fatores importantes no desenvolvimento vegetal, podendo prejudicar a produção de

determinadas espécies de hortaliças. Segundo o mesmo autor citado, espécies da família

Aliaceae, por exemplo, possuem fotoperíodo crítico para formação dos bulbos. Cultivares de

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alface pendoam precocemente quando são cultivadas em dias longos no verão. Dessa forma,

fotoperíodo apresenta grande importância no crescimento, floração, produção e transporte de

fotoassimilados.

No mesmo contexto, a luz é um dos fatores ambientais mais importantes na produção

agrícola, não apenas para a “força motriz” da fotossíntese, que é a base para o crescimento

vegetal, mas também afeta a estrutura e função do aparelho fotossintético, induz maior

produção de matéria seca e evita estiolamento em hortaliças. O excesso de sombreamento

pode apresentar efeitos negativos na morfologia, fisiologia e produtividade das culturas

(JIANG et al., 2011).

Em geral, plantas que se desenvolvem melhor em condições de sombra apresentam

taxas fotossintéticas mais baixas sob pleno sol, porém a resposta ao sombreamento pode

variar entre espécies da mesma família, entre variedades de plantas da mesma espécie, assim

como em função das demais condições edafoclimáticas do local de cultivo (LI et al., 2010).

O produtor de hortaliças vem aprimorando técnicas para diminuir o efeito prejudicial

das condições climáticas na produção das culturas, sobretudo em condições tropicais. Os

telados, telas de sombreamento ou popularmente “sombrites” são empregados basicamente

para reduzir a radiação solar/luminosidade e indiretamente temperatura e chuva sobre as

plantas, seu uso varia em função da região, da época de cultivo e da espécie a ser conduzida.

2.3 Uso de telas de sombreamento

Segundo Caliman et al. (2005), o cultivo de hortaliças em ambiente protegido é uma

forma de contornar adversidades climáticas e manter a produção durante o ano todo. Torna-se

possível contornar os efeitos de ventos fortes, umidade relativa do ar e do solo, temperatura,

radiação solar, chuvas, aeração do solo, lixiviação de nutrientes, granizo, geadas, entre outros.

Dentre os tipos mais comuns de ambiente protegidos estão os telados, os quais podem

ser produzidos com diferentes materiais e níveis ou porcentagem de sombreamento, cuja

aquisição pode ser bastante viável economicamente (HIRATA; HIRATA, 2015). A utilização

de telas de sombreamento nos cultivos em locais de temperatura e luminosidade elevadas

conduz as hortaliças dentro de uma oscilação desejável de luminosidade, reduzindo a

intensidade da energia radiante com melhora na sua distribuição.

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O cultivo de hortaliças sob diferentes níveis de sombreamento e qualidade espectral é

uma técnica utilizada para manipular a intensidade e a qualidade da radiação que incide na

superfície dos vegetais. Além das telas pretas convencionais, também são utilizadas telas com

malhas fotoconversoras azuis, vermelhas, verdes, as quais modificam a qualidade espectral,

aumentando a eficiência fotossintética da cultura pela modificação do espectro de luz solar

(GINEGAR POLYSACK, 2018).

O espectro da malha azul apresenta um pico principal de transmitância na região do

azul-verde (400-540 nm), enquanto a malha vermelha possui maior transmitância para

comprimentos de ondas superiores a 590 nm (vermelho). Dessa forma, o cultivo de plantas

utilizando malhas fotoconversoras objetiva combinar a proteção física com a filtragem

diferencial da radiação solar, para promover respostas fisiológicas desejáveis, melhorando o

rendimento dos cultivos (OREN-SHAMIR et al., 2001).

Santos, Seabra Jr. e Nunes (2010), avaliando as variações de luminosidade,

temperatura do ar e do solo, em diferentes ambientes de cultivo, no período de inverno em

Cáceres-MT, encontrando uma redução de 6% na temperatura média do ar com utilização de

tela de sombreamento 40% e 7% de redução na temperatura média do solo com tela de

sombreamento em níveis de 40% e 50%.

Há algum tempo, as telas de sombreamento são utilizadas no cultivo de espécies que

necessitam menor fluxo de energia radiante. Em alface, por exemplo, Ramos (1995) verificou

que o sombreamento proporcionou maior altura de plantas e produção de massa seca, tanto na

fase de formação de mudas quanto em campo, resultando em mudas vigorosas para

transplante, aumento na produtividade e na qualidade das folhas para consumo.

Estudos feitos por Costa et al. (2011), concluíram que o cultivo de rúcula sob tela

preta 50% pode incrementar a produção em cerca de 43%, além de reduzir o risco de danos

pelo impacto da gota de chuva, apresentando folhas com maior área foliar desfrutando de

ambiente favorável ao seu desenvolvimento e obtendo maior acúmulo de biomassa vegetal.

No cultivo de cebolinha no verão, a utilização de telas de sombreamento não afetou

diretamente as variáveis analisadas, porém houve efeito indireto na manutenção da umidade

do solo, especialmente na superfície, resultando em maior retenção de água, favorecendo o

desempenho da espécie (HIRATA; HIRATA; MONQUERO, 2017).

Com jambu, é possível encontrar na literatura, estudos realizados por Neves et al.

(2013), onde avaliaram a produção de plantas de jambu propagadas vegetativamente, em

função do cultivo em campo aberto, sob telas de sombreamento e telas termo-refletoras, nas

condições edafoclimáticas de Cáceres – Mato Grosso. No referido estudo, verificou-se melhor

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desempenho das plantas de jambu cultivadas sob ambiente protegido com tela de

sombreamento e termo refletora, ambas 30%.

Contudo, os efeitos do manejo do sombreamento são variáveis, podendo diferir entre

variedades e/ou cultivares da mesma espécie (STAMPS, 2009). Os genótipos podem

apresentar diferentes mecanismos de adaptação quanto ao acúmulo e uso de pigmentos

fotossintéticos, no que diz respeito à eficiência na captação de luz, naqueles ambientes de

menor luminosidade e proteção à danos fotoquímicos em ambientes de maior luminosidade

(GONÇALVES; MARENCO; VIEIRA, 2001).

Diante disso, as telas de sombreamento são utilizadas a fim de proporcionar melhor

rendimento e qualidade das hortaliças, sobretudo no cultivo de espécies adaptadas a condições

de luminosidade e radiação reduzida, bem como elevada umidade do ar e do solo. Assim, é

iminente a necessidade de desenvolver pesquisas que possam atestar qual nível de

sombreamento é o mais adequado à produção das diferentes espécies de hortaliças.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização da área experimental

O presente trabalho foi conduzido em campo, nos meses de setembro a outubro de

2018, na Fazenda Escola de Igarapé-Açu (FEIGA), pertencente a Universidade Federal Rural

da Amazônia (UFRA), que está situada no município de Igarapé-Açu, mesorregião do

Nordeste Paraense (Figura 1).

Figura 1- Localização da área onde o experimento foi conduzido. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: Google (2018)

As coordenadas geográficas do local onde o experimento foi conduzido são de 01° 07‟

48,47‟‟ S e 47° 36‟ 45,31‟‟ W, com altitude de 54 m. Na região, predomina o tipo climático

Ami e o tipo B2rAa‟, segundo a classificação de Köppen e Thornthwaite, respectivamente

(BASTOS; PACHECO, 1999).

3.2 Análise de solo

Na Tabela 1 estão apresentados os resultados da análise química do solo, obtidos a

partir da coleta de amostras de solo na área experimental, na profundidade de 0 – 20 cm, antes

da implantação do referido experimento.

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Tabela 1- Resultados da análise química de solo na profundidade de 0-20 cm. UFRA, Capanema-PA,

2019.

Prof.

Amostra

Ph M.O P K Ca Mg CTC SB V

Cm CaCl2 g dm-3

mg dm-3

mmolc dm-3

%

0 – 20 4,8 16,0 8,0 0,7 15,0 4,0 47,7 19,7 41,0

Fonte: A autora.

3.3 Delineamento experimental e tratamentos

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, em esquema

fatorial 4 x 2, com quatro repetições. Os fatores avaliados foram compostos por quatro níveis

de sombreamento (sem tela de sombreamento; tela de 30% de sombreamento; tela de 50% de

sombreamento e tela de 70% de sombreamento) e duas variedades de jambu (flor roxa e flor

amarela).

A Tabela 2 apresenta o resultado da combinação dos fatores avaliados no referido

experimento, totalizando oito tratamentos.

Tabela 2- Descrição dos tratamentos testados no experimento com jambu, Acmella oleracea (L.) R. K.

Jansen. UFRA, Capanema-PA, 2019. .

Fonte: A autora.

Tratamento Nível de sombreamento x variedade de jambu

T 1 Sem tela x variedade flor roxa T 2 Sem tela x variedade flor amarela

T 3 Tela de 30% x variedade flor roxa

T 4 Tela de 30% x variedade flor amarela

T 5 Tela de 50% x variedade flor roxa T 6 Tela de 50% x variedade flor amarela

T 7 Tela de 70% x variedade flor roxa

T 8 Tela de 70% x variedade flor amarela

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3.4 Obtenção do material vegetal

As sementes da variedade flor roxa foram oriundas da horta didática da UFRA,

Campus de Belém. Já as sementes da variedade flor amarela provieram da horta da FEIGA,

em Igarapé-Açu.

Posteriormente, foi realizada a propagação, por meio de semeadura em canteiros, para

produção de sementes das duas variedades. A semeadura das duas variedades foi realizada em

campo aberto, em canteiros separados (um para cada material). Os canteiros tinham dimensões

de 1,0 m de largura x 5,0 m de comprimento, na horta didática da UFRA, Campus de

Capanema.

As inflorescências maduras foram colhidas e levadas para secagem em local ventilado e

sombreado. Após a secagem, procedeu-se a retirada dos aquênios aderidos ao capítulo (Figura

2) para a obtenção das sementes, armazenando-as em sacos de papel até o momento da

semeadura.

Figura 2- Demonstração da obtenção de sementes de jambu, por meio da “debulha” dos aquênios

aderidos à inflorescência. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: A autora.

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3.5 Produção de mudas e transplantio

A produção das mudas foi realizada em bandejas de poliestireno, com 200 células,

preenchidas com substrato comercial, contendo casca de arroz carbonizada, fibra de coco,

cama de aviário e material vegetal decomposto. O substrato utilizado foi adquirido em viveiro

credenciado, localizado no Município de Castanhal – Pará.

A semeadura foi realizada utilizando cinco sementes por célula. As bandejas foram

colocadas sobre bancada em ambiente coberto com sombrite de 50%, e receberam irrigação

três vezes ao dia (Figura 3).

Figura 3- Semeadura (A) e crescimento de plântulas (B) de jambu em bandejas de poliestireno,

contendo 200 células. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: A autora.

Aos 12 dias após semeadura (DAS), foi realizada a repicagem de mudas, com a

finalidade de preencher as células onde não houve emergência de plântulas, assim como o

desbaste de mudas, objetivando deixar apenas uma planta por célula. O transplantio para o

canteiro definitivo, foi realizado com 25 dias após emergência das plântulas, quando as

mesmas apresentavam quatro folhas definitivas.

3.6 Preparo da área e condução do experimento

Para o cultivo do jambu, procedeu-se limpeza e nivelamento prévio da área, bem como

demarcação da área das parcelas. Em seguida, foram construídos 32 canteiros espaçados entre

A B

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si por 1,0 m de distância, nas dimensões de 1,0 m de comprimento x 1,0 m de largura x 0,20

m de altura, correspondendo cada canteiro a uma unidade experimental.

Adotou-se o espaçamento de 0,20 m entre linhas e 0,20 m entre plantas, totalizando

assim, 25 plantas (cinco fileiras, contendo cinco plantas em cada) em cada parcela, sendo

considerada como área útil as plantas centrais (Figura 4).

Figura 4- Croqui experimental esquematizando a disposição dos tratamentos na área, bem como as

medidas adotadas. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: A autora.

A calagem e a adubação do solo foram efetuadas com base na análise química do solo,

de acordo com recomendação feita por Cravo, Viégas e Brasil (2007) para hortaliças folhosas,

sendo que a adubação orgânica foi realizada com esterco de caprino e a mineral com

superfosfato simples, cloreto de potássio e ureia.

Utilizou-se irrigação por microaspersão, tendo sido instalado sistema de irrigação

contendo oito microaspersores distribuídos na área, de modo que fosse possível irrigar todos

os canteiros suficientemente. O acionamento do sistema foi efetuado todos os dias, de forma

manual.

Após o transplantio, todas as plantas permaneceram sete dias a pleno sol para a fase de

adaptação ao campo, antes da diferenciação dos tratamentos (Figura 5).

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Figura 5- Área experimental antes da diferenciação dos tratamentos. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: A autora.

3.7 Instalação das telas de sombreamento

As telas foram recortadas nas medidas adequadas para uso. Para a instalação das

respectivas telas, foram construídas sobre a área da parcela (1 m ²), coberturas em túnel baixo.

As coberturas foram construídas com arcos de bambu presos ao solo e sustentados por esteios

de madeira, a uma altura de 1,0 m da base do canteiro. Essa estrutura foi projetada de modo

que fosse possível cobrir toda a parcela.

Posteriormente, as telas foram dispostas (esticadas) sobre os arcos e realizado o

amarrio das mesmas (de um lado e de outro), deixando uma abertura de aproximadamente 50

cm na lateral, para que não houvesse influência das telas na irrigação dos canteiros, como

demonstrado na Figura 6.

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Figura 6- Vista frontal (A) e lateral (B) da cobertura com tela de sombreamento. UFRA, Capanema-

PA, 2019.

Fonte: A autora.

A utilização das telas em diferentes níveis de sombreamento (30%, 50% e 70%)

seguiu a disposição dos tratamentos na área, conforme o croqui experimental. Parcelas cujo

tratamento consistia em cultivo sem sombreamento, não recebeu nenhuma estrutura de

cobertura. É valido ressaltar que, os tratamentos foram dispostos no campo com distância

adequada para evitar sombreamento entre as parcelas. Na Figura 7, observa-se a área

experimental após a diferenciação dos tratamentos.

Figura 7- Área experimental na fase inicial (A) e final (B) do ciclo da cultura, após a diferenciação

dos tratamentos. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: A autora.

3.8 Monitoramento da temperatura do solo

Durante o ciclo vegetativo da cultura, realizou-se o monitoramento da temperatura do

solo em um dos blocos, tomado como controle o bloco 2, utilizando o sensor de temperatura

A B

A B

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LM35, através de programação arduino. O sensor LM35 é um circuito integrado capaz de

medir a temperatura em graus centígrados, podendo ser útil como um termômetro preciso e

sensível, além do baixo custo de obtenção e facilidade de manuseio (LUNARDELLI, 2014).

A aferição da temperatura do solo foi realizada às 10:00 horas e às 15:00 horas, em

todos os tratamentos do bloco controle, afim de verificar a influência das telas utilizadas

(Figura 8). As aferições diárias da temperatura do solo nas parcelas experimentais, seguiram

os seguintes procedimentos:

Conexão da placa de arduino ao Software Arduino 1.8.7, previamente instalado em

computador pessoal;

Instalação do sensor na área útil da parcela, a uma profundidade de

aproximadamente 5,0 cm;

Leitura dos valores de temperatura do solo em monitor serial no computador;

Registro dos valores obtidos.

Figura 8- Utilização do sensor LM35 para a aferição da temperatura do solo. UFRA, Capanema-PA,

2019.

Fonte: A autora.

Todos os dados da temperatura do solo registrados durante o período de experimento,

foram organizados em planilhas do Excel©

para demonstração dos resultados.

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3.9 Tratos culturais e colheita

Na área foram realizadas capinas periódicas entre os canteiros, e monda na área dos

canteiros, a fim de controlar o crescimento de plantas invasoras. Utilizou-se também,

serragem em cima dos canteiros com a mesma finalidade. Não foi realizada nenhuma

aplicação de produtos fitossanitários, pois não se observou ocorrência significativa de pragas

durante o ciclo da cultura.

A colheita foi realizada aos 40 dias após transplantio (DAT), período após a entrada

das plantas na fase reprodutiva, segundo recomendação de Gusmão e Gusmão (2013). As

plantas selecionadas foram colhidas, para então serem submetidas às devidas avaliações.

3.10 Características avaliadas

A fim de analisar o efeito dos níveis de sombreamento no desempenho agronômico

das variedades de jambu, foram avaliadas as seguintes características:

a) Comprimento do ramo principal: A determinação dos valores médios de altura de

planta, foi realizada por meio de mensuração com fita métrica, do colo ao ápice do

ramo principal, após a colheita, para amostra de seis plantas da área útil da parcela,

expresso em centímetros;

b) Número de ramificações secundárias: Obtido, após a colheita, pela contagem total de

ramos secundários produzidos por planta, para amostra de seis plantas da área útil da

parcela;

c) Número de inflorescências: Obtido após a colheita, a partir da contagem total de

inflorescências por planta, para amostra de seis plantas da área útil da parcela;

d) Massa seca de inflorescência: Obtida por meio de secagem das inflorescências

produzidas por planta, em estufa a 65 °C por período de 48 horas, para amostra de seis

plantas da área útil da parcela, expresso em gramas;

e) Massa fresca da parte aérea: Obtido por meio da pesagem da parte aérea (hastes,

folhas e inflorescências), para amostra de seis plantas da área útil da parcela, expresso

em gramas;

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f) Massa seca da parte aérea: Obtida por meio de secagem da parte aérea da planta, em

estufa a 65 °C por período de 48 horas, para amostra de seis plantas da área útil da

parcela, expresso em gramas;

g) Massa seca das folhas: Obtida por meio de secagem das folhas das plantas da área útil

da parcela, em estufa a 65 °C por período de 48 horas, para amostra de seis plantas da

área útil da parcela, expresso em gramas;

h) Quantidade de água na parte aérea: Obtida pela diferença entre as médias da massa

fresca e a massa seca da parte aérea das plantas avaliadas, sendo:

Onde:

QAPA = quantidade de água na parte aérea;

MFPA = massa fresca da parte aérea;

MSPA = massa seca da parte aérea;

i) Área foliar: Expresso em cm² planta-1

, os valores de área foliar foram estimados

mediante método destrutivo para amostra de duas plantas por parcela, pelo método da

massa seca dos discos foliares, adaptado de Souza et al. (2012). Em cada uma das

folhas da planta foram retirados discos em toda extensão da folha, utilizando um

vazador de 1,0 cm² de diâmetro, evitando-se atingir a nervura principal.

Posteriormente, as folhas e os discos foram acondicionados, separadamente, em sacos

de papel e levados à estufa a 65º C por 48 horas, para obtenção da massa seca das

folhas e dos discos. A partir dos valores de massa seca das folhas e dos discos, assim

como da área conhecida dos discos retirados da folha, estimou-se a área foliar, a partir

da seguinte fórmula:

( )

Onde:

AF = área foliar;

MSF = massa seca das folhas de onde retiraram-se os discos;

MSD = massa seca dos discos;

AD = área do disco

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j) Área foliar específica: Foi calculada por meio da razão entre a área foliar e a massa

seca das folhas, para amostra de duas plantas da área útil da parcela, expresso em cm2

g-1

sendo:

Onde:

AFE = área foliar específica;

AF = área foliar;

MSF = massa seca total das folhas;

k) Índice de área foliar: Os valores do índice de área foliar (IAF) foram obtidos pela

razão entre a área foliar (AF) e a área destinada a cada planta no solo, de acordo com o

espaçamento adotado, sendo:

Onde:

IAF = índice de área foliar;

AF = área foliar;

AP = área ocupada pela planta;

l) Teor relativo de clorofila: O teor relativo de clorofila, o Índice SPAD, foi obtido por

método não destrutivo, com a utilização de um medidor portátil de clorofila modelo

SPAD - 502 Plus (Konica Minolta©) em três plantas centrais da área útil da parcela.

As leituras com o aparelho foram realizadas com 35 dias após o plantio, entre 6:30 e

8:30 da manhã, em cinco folhas representativas da planta, registrando-se uma leitura

em cada folha, em sua face adaxial (Figura 9).

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Figura 9- Realização das leituras foliares utilizando clorofilômetro SPAD - 502 Plus, em plantas de

jambu. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: A autora.

m) Produtividade: Os valores de produtividade foram dados em kg m-2

, estimados pela

relação da média da massa fresca da parte aérea na área ocupada por planta.

n) Rendimento: Os valores de rendimento de jambu por área, em maços m-2

, foram

calculados para amostra de seis plantas da área útil da parcela, obtido pela razão da

produtividade e peso médio de um maço comercial de jambu, para o sistema

convencional de produção do jambu, sendo:

( )

( )

3.11 Análises estatísticas

Após a obtenção dos dados, os mesmos foram submetidos a verificação das

pressuposições da análise de variância (ANOVA). Atendidas as pressuposições, foi realizada

a ANOVA e aplicado o teste de Tukey, a 5% de significância, para a comparação das médias

dos tratamentos. Estas análises foram realizadas com o auxílio do programa estatístico

AGROESTAT (BARBOSA; MALDONADO JR., 2015).

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Para analisar o efeito individual de plantas dentro da parcela, procedeu-se análise de

variância dentro da parcela, com auxílio do software GENES (CRUZ, 2013). Esta

metodologia permite avaliação de parâmetros genéticos e ambientais, levando em

consideração dados de indivíduos (CRUZ et al., 2004).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios da temperatura do solo, obtidos a partir das leituras realizadas

durante a fase vegetativa da cultura, estão apresentados na Figura 10. De acordo com a figura,

observa-se que não ocorreu variação acentuada entre as médias da temperatura. Entretanto, os

tratamentos referentes ao cultivo sem tela, apresentaram temperaturas mais elevadas, já nos

canteiros correspondentes aos tratamentos constituídos da tela de 70%, observaram-se valores

mais baixos.

Figura 10- Temperatura média do solo na profundidade de 5,0 cm, observadas nos tratamentos do

bloco controle. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: A autora.

Possivelmente, as variações supracitadas, contribuíram com os resultados obtidos

neste estudo, uma vez que, a dinâmica da temperatura do solo influencia no desenvolvimento

radicular, absorção de água e nutrientes e atividade microbiana do solo, fatores estes,

essenciais ao bom desenvolvimento vegetal (SILVA; REICHERT; REINERT, 2006).

Na Tabela 3, encontra-se o resumo da análise de variância, onde estão apresentadas as

médias de todas as características para as variedades de jambu e níveis de sombreamento.

Houve interação significativa entre sombreamento e variedades de jambu, somente para a

0

15

30

45

T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8

Tem

per

atu

ra m

édia

do s

olo

(°C

)

Tratamentos

Manhã Tarde

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característica área foliar específica (AFE). Assim, para as demais características avaliadas, os

fatores foram analisados separadamente.

Para os valores de altura de planta, verificou-se diferença significativa tanto para o

fator sombreamento, quanto para o fator variedades. Entre os níveis de sombreamento, as

telas de 50% e 70% de sombreamento proporcionaram maior altura de plantas em relação às

demais. Enquanto que, para o fator variedade, a flor roxa obteve maiores médias para esta

característica, diferindo-se estatisticamente em relação à flor amarela (Tabela 3).

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Tabela 3- Valores médios de altura de planta (AP), número de inflorescências (NI), massa seca de inflorescência (MSI), número de ramificações secundárias (NRS), massa

fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca das folhas (MSF), quantidade de água na parte aérea (QAPA), área foliar (AF), área foliar

específica (AFE), índice de área foliar (IAF), teor relativo de clorofila (TRC), produtividade (PROD) e rendimento (R) de variedades de jambu, em função do nível de sombreamento. UFRA, Capanema-PA, 2019.

Sombreamento AP

(cm) NI

MSI

(g) NRS

MFPA

(g)

MSPA

(g)

MSF

(g)

QAPA

(g planta-1)

AF

(cm² planta-1)

AFE

(cm² g-1) IAF

TRC

(SPAD)

PROD

(kg m-²)

R

(maços

m-²)

Sem tela 24,80 b 5,12 a 0,49 a 10,20 a 82,94 b 11,01a 5,46 a 71,92 b 1220,73 a 227,37 b 3,05 a 40,98 a 2,07 b 6,87 b

Tela 30% 25,05 b 6,00 a 0,56 a 10,12 a 84,65 b 8,99 a 6,09 a 75,65 b 1259,65 a 209,49 b 3,14 a 32,94 b 2,11 b 6,87 b

Tela 50% 32,54 a 7,87 a 0,45 a 10,12 a 154,06 a 8,02 a 5,98 a 146,05 a 1400,22 a 235,15 ab 3,50 a 39,49 a 3,85 a 12,87 a

Tela 70% 31,94 a 5,12 a 0,43 a 11,50 a 96,61 b 9,56 a 4,90 a 87,05 a 1388,03 a 292,22 a 3,47 a 37,02 ab 2,41 b 8,00 b

Teste F 6,39 ** 1,90 ns 0,50 ns 3,24 * 14,67 ** 1,34 ns 2,77ns 19,13 ** 1,17 ns 5,54 ** 1,17ns 9,94 ** 14,61 ** 14,97 **

DMS 6,59 3,70 0,31 1,42 34,53 4,26 1,29 31,11 329,66 59,87 0,82 4,39 0,86 2,91

Variedade

Flor roxa 30,50 a 5,00 b 0,33 b 10,93 a 103,80 a 9,35 a 5,50 a 94,45 a 1099,19 b 202,35 b 2,74 b 37,14 a 2,59 a 8,50 a

Flor amarela 26,66 b 7,06 a 0,63 a 10,18 a 105,33 a 9,44 a 5,71 a 95,89 a 1535,13 a 279,77 a 3,83 a 38,08 a 2,63 a 8,81 a

Teste F 5,26 * 4,81 * 14,15 ** 4,32 ns 0,03 ns 0,01 ns 0,40 ns 0,03 ns 27,17 ** 25,98 ** 27,29 ** 0,71 ns 0,03 ns 0,18 ns

DMS 3,48 1,95 0,16 0,75 18,21 2,25 0,68 16,42 173,92 31,58 0,43 2,31 0,45 1,53

Interação 2,47 ns 0,91 ns 0,63 ns 1,20 ns 0,91 ns 0,76 ns 1,68 ns 0,93 ns 0,78 ns 5,19 ** 0,80 ns 2,21 ns 0,91 ns 0,88 ns

CV (%) 16,56 44,11 47,29 9,66 23,69 32,56 16,61 23,45 17,95 17,82 17,92 8,37 23,72 24,16

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de p < 0,05 (*) e p < 0,01(**); ns: não significativo; DMS: diferença mínima significativa; CV:

coeficiente de variação (%).

Fonte: A autora.

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Ao estudar o efeito dos níveis de sombreamento, torna-se importante analisar a altura

de plantas, pois o fato de estarem submetidas a condição de sombreamento elevado, as plantas

desenvolveram mecanismos de resposta a esta condição, apresentando crescimento elevado

em altura, afim de alcançar ponto de captação de luz em quantidade ideal para o seu

desenvolvimento. Além disso, o crescimento é resultante de interações envolvendo produção

de hormônios, carboidratos, água e minerais (PAIVA; GUIMARÃES; SOUZA, 2003).

Semelhante ao que ocorreu neste estudo, onde para a variável supracitada verificou-se

que os níveis de sombreamento elevado proporcionaram plantas mais altas, os resultados

encontrados por Queiroga et al. (2001), demonstraram que as médias superiores de altura de

plantas de alface, ocorreram com a utilização do tipo de tela que permitia menor incidência de

radiação, favorecendo o crescimento das plantas em altura.

Sampaio et al. (2018), avaliando a influência do espaçamento e densidade de plantas

por cova no crescimento e produção do jambu, constataram que, plantas crescidas em maiores

densidades de cultivo, obtiveram maior comprimento da parte aérea, podendo isto estar

relacionado à competição de luz. O aumento do sombreamento pode ter estimulado esta

resposta de crescimento, onde os autores cogitam possível estiolamento de plantas.

Com relação ao número de inflorescências (Tabela 3), observou-se que não houve

diferença significativa entre os níveis de sombreamento. Entre as variedades de jambu, a flor

amarela apresentou maior número de inflorescências em relação à flor roxa.

No que diz respeito ao número de inflorescências produzidas por planta, em estudo

semelhante, Neves et al. (2013), verificaram diferença significativa entre tipos de telas de

sombreamento, no qual, os tratamentos compostos pelas telas de 30%, proporcionaram maior

produção de capítulos florais em plantas de jambu, comparado ao cultivo sem tela, tela de

50% de sombreamento e tela termo refletora 50%.

Para a massa seca de inflorescências (Tabela 3), observou-se diferença estatística

somente entre as variedades. A variedade flor amarela apresentou melhor desempenho para

número e massa seca de inflorescências, sendo a mais indicada quando o objetivo for

obtenção de inflorescências de jambu.

É importante ressaltar que, as variáveis relacionadas à produção de inflorescência de

jambu, são de grande relevância nos estudos realizados com a cultura, pois há grande

demanda por parte das indústrias de fabricação de cosméticos, fármacos, etc., uma vez que os

compostos majoritários são encontrados em maior teor, nas inflorescências (BORGES, 2012).

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Segundo Homma et al. (2015), as inflorescências apresentam maior concentração do

espilantol, sendo a sua exploração como fonte de matéria-prima para uso medicinal e

cosmético, potencialmente, mais importante que ramos e folhas. Além do mais, indústrias

locais que fabricam bebidas de jambu como licores, cachaças, cervejas, demostram cada vez

mais interesse na obtenção das inflorescências da planta.

Já para o número de ramificações secundárias (Tabela 3) não houve diferença entre

sombreamento, nem variedades. Sabe-se que as características morfológicas da planta,

envolve, sobretudo, fatores genéticos como a herança do material. Porém, acredita-se que o

ambiente em que as plantas crescem, pode induzir diferentes respostas morfológicas, entre

elas maior ramificação (POORTER, 1999; FERRER, DILLENBURG, 2000; JURADO et al.,

2006).

Outra importante característica vegetativa avaliada, foi a massa fresca da parte aérea

(Tabela 3). Para esta variável, houve diferença significativa apenas para o nível de

sombreamento. O sombreamento de 50% permitiu obter plantas com maior acúmulo de

matéria fresca na parte aérea, pois houve diferença estatística significativa em relação aos

demais. A condição de sombreamento parcial no ambiente de desenvolvimento das plantas de

jambu, favoreceu maior síntese e distribuição de fotoassimilados, com ganho em matéria

fresca.

Neste contexto, Pezzopane et al. (2004), ressaltam que, o balanço de radiação

determina a energia disponível para fotossíntese e para processos como evaporação,

aquecimento ou resfriamento do ar e do solo. A incidência da radiação direta também acarreta

pouca manutenção da umidade do solo, o que pode ter influenciado significativamente no

desenvolvimento da espécie, em relação à produção de matéria fresca, uma vez que, a espécie

é altamente adaptada à elevada umidade no solo (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013).

Estudos realizados por Hirata e Hirata (2015), com agrião d‟água, Rorippa

nasturtium-aquaticum (L.) Hayek, que possui características relativamente semelhantes ao

jambu, verificou-se, com base na produtividade e nos componentes de produção do primeiro

ciclo de desenvolvimento, que o sombreamento promoveu impacto positivo na massa fresca

da parte aérea, especialmente do talo, com incremento de até 59% de produtividade em

relação ao tratamento controle (cultivo a pleno sol).

Para o jambu, a maior média de matéria fresca encontrada neste estudo, se mostrou

superior aos valores encontrados por Neves et al. (2013), com a utilização do mesmo tipo de

tela (tela de 50% de sombreamento), nas condições de Cáceres – MT.

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Tais resultados devem relacionar-se ao ponto de saturação de luz do aparelho

fotossintético, ou seja, para haver crescimento efetivo a radiação necessária ao processo

fotossintético da planta, deve estar em torno de 50% da radiação plena, possibilitando maior

eficiência quântica e química do processo fotossintético, proporcionando maior acúmulo de

matéria fresca (COELHO et al., 2014).

Para a massa seca da parte aérea e das folhas, verificou-se que não houve diferença

significativa para nenhum dos fatores avaliados (Tabela 3). Contudo, Dousseau et al. (2007)

ressaltam que, a capacidade de acúmulo de matéria seca em diferentes órgãos do vegetal,

varia em função da espécie, fruto de adaptação às condições de cultivo semelhante ao seu

ambiente de origem.

Costa et al. (2011), avaliando o desempenho de rúcula, cultivada sob diferentes telados

de sombreamento e a campo aberto, constataram que, os ambientes com tela de

sombreamento promoveram aumento da matéria seca, assim como Guerra et al. (2017), em

estudos para avaliar o efeito de telas de sombreamento sobre capacidade fotossintética e

produtividade de alface crespa, observaram incremento de 39,95% com uso de tela verde com

50% de sombreamento e de, 38,4% com tela plástica, com relação à massa seca total das

plantas.

Neves et al. (2013), avaliando a produção de jambu sob cultivo em campo aberto, sob

telas de sombreamento e telas termo refletoras, observaram as maiores médias de massa seca

das folhas, oriundas dos tratamentos constituídos de tela termo refletora de 30% e tela de

sombreamento de 30%. Sabe-se então, que ao conduzir a planta dentro de uma variação ideal

de luminosidade com outros aspectos favoráveis, como umidade do ar e do solo, a

fotossíntese é elevada, e o acúmulo de massa seca e fresca tende a ser mais elevado

(BEZERRA NETO et al., 2005).

Para a quantidade de água na parte aérea das plantas, foi possível constatar diferença

significativa apenas entre os níveis de sombreamento. Com base na análise estatística, plantas

crescidas sob sombreamento de 50%, apresentaram maior quantidade de água na parte aérea,

independe da variedade.

De acordo com Borges et al. (2013), o ambiente coberto é fator significativamente

determinante na quantidade de água em plantas de jambu. Segundo esses autores, o cultivo de

jambu sob cobertura proporciona melhores condições para o bom desenvolvimento das

plantas. Nesse caso, o sombreamento de 50% influenciou de forma mais satisfatória na

absorção de nutrientes, assim como na taxa de transpiração das plantas, promovendo maior

acúmulo de água.

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De modo geral, a maioria das hortaliças folhosas apresenta elevado teor de água

(HIRATA; HIRATA, 2015), como é claramente observado em plantas de jambu, o que

confere sabor suculento característico desta hortaliça. Como não houve diferença entre os

sombreamentos quanto à massa seca da parte aérea, evidencia-se que, o efeito das telas na

massa fresca da parte aérea foi resultante da maior quantidade de água, principalmente nas

plantas cultivadas sob as telas de 50%.

Para a área foliar (Tabela 3), foi possível verificar-se que houve diferença significativa

apenas para o fator variedades. A variedade „flor amarela‟ apresentou melhor resultado,

diferindo estatisticamente da „flor roxa‟. A determinação dos valores de área foliar é de suma

importância em estudos agronômicos e fisiológicos, por fornecer informações sobre o

metabolismo vegetal, produção de biomassa, rendimento, etc. É um importante parâmetro

para avaliar o desempenho do vegetal sob diferentes condições de cultivo, no crescimento e

tolerância das plantas (BORGES; GOTO; LIMA, 2014).

Borges, Guerrero e Fernandes (2010), obtiveram médias de área foliar de 1527,64 cm²

em plantas de jambu, também a „flor amarela‟ ou “Jamburana”, cultivadas com silício, sendo

este valor inferior ao encontrado neste trabalho, com relação à mesma variedade. A

importância da área foliar de uma cultura é conhecida por ser um parâmetro indicativo de

produtividade, pois o processo fotossintético depende da interceptação da energia luminosa e

a sua conversão em energia química (FAVARIN et al., 2002).

Para área foliar específica (Tabela 3), verificou-se que houve interação significativa

entre os níveis de sombreamento e variedades de jambu. De acordo com o desdobramento

(Figura 11), pode-se observar melhor desempenho para os tratamentos constituídos de tela de

70% com a variedade flor amarela.

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Figura 11- Área foliar específica (AFE) de variedades de jambu submetidas a diferentes níveis de

sombreamento. *Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e letras maiúscula na linha, não diferem

entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). UFRA, Capanema-PA, 2019.

Fonte: A autora.

Nesse contexto, sabe-se que, o aumento nos valores de AFE em condições de

sombreamento elevado, está intimamente relacionado com as alterações anatômicas que

podem ocorrer nas plantas, cutículas e epiderme mais delgadas, menor espessura de mesofilo

e menor proporção de tecidos condutores e de sustentação, maior proporção de espaços

intercelulares e menor densidade estomática (BERLYN; CHO, 2000). Até certo limite, o

aumento da AFE é interessante sob o ponto de vista de se obter folhas de jambu mais tenras.

O jambu „flor amarela‟ mostrou maior tolerância a maior porcentagem de

sombreamento. Pesquisas com cultivo de hortaliças em diferentes ambientes, indicam que,

plantas sob maior sombreamento, tendem a aumentar a AFE, a fim de aumentar a distribuição

de assimilados à custa de crescimento, otimizando a captação da energia luminosa (VIEIRA,

2017). As plantas investem relativamente maior proporção de fotoassimilados e outros

recursos no aumento da área foliar, apresentando maior AFE e folhas com menor densidade

de massa. Tais adaptações ocorrem para aumentar a área útil para o processo de fotossíntese,

melhorando a captação da luz incidente.

Diante do exposto, por ter apresentado alto desempenho no que diz respeito ao

aumento da área foliar específica, o jambu „flor amarela‟ é indicado quando pretende-se obter

plantas com tais adaptações.

229,17 aA

174,62 aB 196,12 aB

209,49 aB 225,59 bA

244,36 bA

274,19 bA

374,96 aA

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Sem tela Tela 30% Tela 50% Tela 70%

AF

E (

cm2 g

-1)

Níveis de sombreamento (%)

Flor roxa Flor amarela

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Para o índice de área foliar (Tabela 3) constatou-se que houve diferença significativa

apenas entre as variedades de jambu. A variedade flor amarela apresentou maior IAF,

diferindo-se estatisticamente da variedade flor roxa. Os resultados das duas variedades foram

superiores ao apresentado por Borges, Goto e Lima (2012), onde a „flor amarela‟, obteve 3,60

e „flor roxa‟ 2,36 para o índice de área foliar (IAF), produzidas com adubação orgânica,

cultivado sob cobertura plástica. De modo geral, o IAF é importante no estudo de produção

das culturas, pois, com o aumento da área foliar, há melhor aproveitamento da energia solar

direcionada a produção de assimilado pela planta, incrementando maior produção de jambu

por área, visto que é feita a relação para unidade de área.

Com base nos valores do teor relativo de clorofila, dado pelo índice SPAD, houve

diferença entre as telas de sombreamento. Entretanto, conforme os resultados, observou-se

que o aumento do sombreamento não promoveu efeito acentuado para esta variável (Tabela

3).

O medidor SPAD-502 avalia, de forma quantitativa, a intensidade do verde da folha,

medindo as transmissões de luz a 650 nm, onde ocorre absorção de luz pela molécula de

clorofila e a 940 nm, onde não ocorre absorção, ou seja, os valores são calculados com base

na quantidade de luz transmitida pela folha, em dois comprimentos de ondas, com diferentes

absorbâncias da clorofila (SILVA et al., 2014). Por sua vez, as clorofilas estão diretamente

associadas ao processo de fotossíntese, no qual a alta eficiência conduz a planta ao incremento

de produtividade. Essa relação se dá, sobretudo, pelo aproveitamento da radiação disponível

por esses pigmentos.

Os pigmentos atuantes na fotossíntese, são as clorofilas a e b, os carotenoides e outros

pigmentos acessórios, sendo que a clorofila a é utilizada na primeira etapa (fotoquímica),

intimamente associada a outros pigmentos, os quais realizam a transferência de energia

luminosa (TAIZ et al., 2017). Desse modo, a adaptação da planta e seu crescimento em

resposta a diferentes ambientes, também diz respeito aos teores de clorofila, promotores de

eficiência fotossintética (ALMEIDA et al., 2004), o que torna a avaliação do índice SPAD,

uma importante ferramenta para avaliação do vigor, sanidade e integridade dos aparatos da

célula, durante o processo da fotossíntese (SILVA et al., 2014).

Ainda, Guimarães et al. (1999) ressaltam que, teores de clorofila nas folhas são

utilizados para estimar o potencial fotossintético das plantas, pela sua ligação direta com a

absorção e transferência de energia luminosa e ao crescimento e à adaptação a diversos

ambientes. Contudo, no presente estudo, verificou-se que o sombreamento não promoveu

influência acentuada sobre os valores do índice SPAD, mesmo se tratando de um importante

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parâmetro para atestar atividade fotossintética das folhas, tendo ocorrido pouca variação entre

os tratamentos.

Para a produtividade da cultura (Tabela 3), observa-se que houve diferença

significativa somente entre os níveis de sombreamento. O cultivo de jambu com tela de 50%

de sombreamento, promoveu o melhor desempenho produtivo, diferindo-se estatisticamente

dos demais níveis de sombreamento.

Com base nos resultados obtidos, verificou-se que houve incremento de 46,23% na

produtividade do jambu com a utilização da tela de 50%, quando comparado ao cultivo sem

tela, aumentando também, o rendimento por área. Incrementos na produtividade com o cultivo

sob telas de sombreamento, em comparação ao tratamento a pleno sol, também foram

descritos para outras espécies (BRANT et al., 2009; ESPINDOLA JUNIOR et al., 2009;

OTONI et al., 2012; SILVA et al., 2015).

Borges (2012) encontrou valores médios de produtividade de 2,98 kg m-2

e 2,96 kg m-2

no cultivo de variedades de jambu sob adubação mineral. Em outro estudo de Borges et al.

(2013), foram encontradas médias de 3,37 kg m-2

em adubação mineral e 2,40 kg m-2

em

adubação orgânica, todos estes valores sendo inferiores ao encontrado neste trabalho,

mostrando que o emprego de tela de sombreamento no cultivo do jambu traz ganhos ao

produtor e exerce influência positiva na produção da espécie.

Bezerra Neto et al. (2005) constataram que o uso de telas de sombreamento (tela

branca de 25,45%; verde de 17,50% e preta de 9,07%,) proporcionaram resultados superiores

de produtividade para a cultura da alface, quando comparado à testemunha (cultivo sem tela),

assim como os resultados obtidos por Queiroga (2001) com utilização de tela branca e verde,

com malha de 2 x 2 mm e preta com malha irregular para a mesma cultura.

Um parâmetro econômico-produtivo avaliado nesse estudo, foi o rendimento (Tabela

3), dado em maços de jambu por metro quadrado. Semelhante à característica de

produtividade, o rendimento mais elevado, foi obtido a partir da utilização da tela de 50% de

sombreamento. Vale ressaltar que para a característica, Gusmão et al. (2005) relata que nas

áreas produtoras que abastecem a capital (Belém), o rendimento de jambu varia de 6 a 10

maços m-2

.

No presente estudo, observou-se que a tela de 50% de sombreamento proporcionou

melhor resultado, com um rendimento de aproximadamente 12 maços m-2

. Esta variável

possui grande importância econômica, pois a partir do rendimento por área, o produtor de

jambu tem a possibilidade de obter maior retorno financeiro com a atividade, assim como

otimizar sua produção por unidade de área.

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A partir do rendimento obtido com o cultivo do jambu sob 50% de sombreamento e

com base no preço médio do maço, produzido em sistema convencional, segundo Gusmão e

Gusmão (2013), de R$ 1,00 cada, o produtor tem a possibilidade de suprir, no primeiro ano, o

investimento na aquisição das telas de sombreamento, cujo metro custa em média R$ 10,00

(CANAL AGRÍCOLA, 2018). Desse modo, o emprego da tela de 50% sombreamento

permite aumentar, consideravelmente, a eficiência produtiva do jambu.

De acordo com o resumo da análise de variância com informação dentro da parcela

(Tabela 4), observou-se diferença significativa entre os tratamentos (variedades de jambu)

cultivadas sob os diferentes níveis de sombreamento, para as características de altura de

planta, número de inflorescências, número de ramificações secundárias e massa fresca e seca

da parte aérea.

Tabela 4- Resumo da análise de variância para as características de altura de planta (AP), número de

inflorescências (NI), número de ramificações secundárias (NRS), massa fresca da parte aérea (MFPA)

e massa seca da parte aérea (MSPA), obtidas do jambu „flor roxa‟ e „flor amarela‟, cultivados em diferentes níveis de sombreamento. UFRA, Capanema-PA, 2019.

FV GL QM das variáveis

AP NI NR MFPA MSPA

Blocos 3 423,71 28,71 21,04 1167,65 134,56

Tratamentos 7 598,29**

71,28ns

21,29* 24897,17

** 50,95

ns

Erro 21 135,00 44,52 6,39 3253,77 56,18 Dentro 160 69,05 12,11 5,63 1329,27 14,58

Média 28,58 6,01 10,48 104,48 9,39

CVe1 16,59 45,28 9,84 22,28 32,55

CVe2 11,59 38,63 3,38 17,14 28,01

CVge 15,36 17,55 7,51 28,74 -

CVgd 26,61 30,40 13,01 49,78 -

CVge/CVe2 1,32 0,45 2,21 1,67 -

CVgd/CVe2 2,29 0,78 3,84 2,90 -

Significativo ao nível de p < 0,05 (*) e p < 0,01(**) pelo teste F; ns: não significativo; CVe1 e 2: Coeficiente de

variação experimental; CVge: Coeficiente de variação genético entre; CVgd: Coeficiente de variação genético

dentro.

Fonte: A autora.

Os altos valores do coeficiente de variação genético dentro da parcela (CVgd),

demonstraram não homogeneidade entre indivíduos da mesma variedade. Para as variáveis de

comprimento da parte aérea, número de ramificações secundárias e massa fresca da parte

aérea, com base na razão CVgd/CVe, observou-se que a variação dentro da parcela foi 2,3,

3,43 e 2,90 vezes maiores que o erro, ou seja, tal variação entre os indivíduos se deu por

efeito genético e não experimental.

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Com isso, foi possível atestar que as variedades flor roxa e flor apresentam variação

genética. No entanto, a existência de variância é importante, por ser premissa básica para o

melhoramento genético de plantas e subsidiar o progresso genético com a prática da seleção

(CRUZ et al., 2004). Sendo o jambu considerado um material instável geneticamente, essas

informações configuram-se substancial para os estudos posteriores realizados com a espécie.

Nesse contexto, ao considerarmos que ainda não há um programa de melhoramento

genético estabelecido para a cultura do jambu, é de fundamental importância verificar a

existência de variabilidade dos materiais em estudo, para que seja possível a utilização dos

métodos de melhoramento e obtenção de ganhos genéticos, realizando estudos com a espécie

sob uma nova perspectiva (FREITAS et al., 2009).

O manejo dos níveis de sombreamento no cultivo de jambu, promoveu desempenho

diferenciado entre as variedades e tais modificações, condicionaram mecanismos de respostas

fisiológicas em suas características vegetativas e produtivas, apresentando resultados

pertinentes sobre as vantagens da utilização de telas de sombreamento.

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5 CONCLUSÃO

Logo, o manejo dos níveis de sombreamento promoveu efeito sobre o desempenho

agronômico das variedades de jambu flor roxa e flor amarela, onde houve elevado incremento

na produtividade e rendimento das variedades, com a tela de 50% de sombreamento, sendo

uma alternativa viável ao olericultor.

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