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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA
SILVIA MARCELA FERREIRA MONTEIRO
DESEMPENHO DE VARIEDADES DE JAMBU CULTIVADAS
SOB DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO
CAPANEMA
2019
SILVIA MARCELA FERREIRA MONTEIRO
DESEMPENHO DE VARIEDADES DE JAMBU CULTIVADAS
SOB DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Universidade Federal Rural da Amazônia, como
parte das exigências do Curso de Agronomia,
para obtenção do grau de Bacharel em
Agronomia.
Área de concentração: Olericultura
Orientadora: Profa. Dra. Rafaelle Fazzi Gomes
CAPANEMA
2019
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DE CAPANEMA
Monteiro, Silvia Marcela Ferreira
Desempenho de variedades de jambu cultivadas sob diferentes níveis de sombreamento / Silvia Marcela Ferreira Monteiro. – Capanema (PA), 2018.
50 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia) – Universidade Federal Rural da Amazônia,
2019.
Orientadora: Gomes, Rafaelle Fazzi
1. Acmella oleracea (L.) R. K. Jansen 2. Hortaliça não convencional 3. Produtividade-tela de sombreamento
I. Gomes, Rafaelle Fazzi (Orient.) II. Título
CDD: 581.098115
Cristiana Guerra Matos
Bibliotecária
CRB2: 1143
Aos meus pais (Mauro Sidney e Mara Núbia) e minhas irmãs (Michelle Suany e
Maura Núbia), que são os bens mais preciosos da minha vida e que foram minha
força e estímulo para que fosse possível a concretização de mais esse sonho.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ser amor, refúgio, fortaleza e meu socorro bem presente na
hora da angústia. A Ele, que cuidou tão bem de mim durante todos esses anos, gerando fé em
meu coração para que eu acreditasse que seria possível. À Ele toda honra e toda glória, agora
e para sempre.
Aos meus pais - Mauro Monteiro e Núbia Monteiro - que desde sempre não mediram
esforços para que eu pudesse ir adiante. Pelo incentivo emocional e financeiro, preocupação e
carinho, por nunca terem me deixado faltar nada, tendo que, por várias vezes, suportar meses
de saudades. Peço a Deus que lhes conceda ainda muitos anos de vida ao meu lado. Vocês são
tudo para mim!
Às minhas irmãs - Michelle Suany e Maura Núbia - por serem parte de mim, por
compartilharem sorrisos e me proporcionarem os momentos mais alegres que já vivi. Em
especial à Michelle (minha irmã mais velha), por todo investimento na minha educação, por
ser meu exemplo pela pessoa inteligente que é. Obrigada!
Aos meus avós paternos - Deusarina Monteiro e Waldomiro Monteiro (in memoriam)
e maternos Claudomir Ferreira e Izabel Ferreira (in memoriam). Em especial minha querida
avó Izabel, a “Paula”, pela mulher guerreira que foi em vida, pelo exemplo de dedicação e
trabalho, saudades eternas.
À minha querida Caroline Santana, pelos dois anos e meio de amor, cuidado,
companheirismo e amizade. Obrigada por não ter medido esforços para me ajudar em todos os
momentos em que precisei de você, sua presença tornou tudo mais leve.
À Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Capanema, que apesar das
limitações tornou possível a realização desta graduação. Na pessoa do atual diretor do
Campus, Ebson Pereira e, do atual coordenador de curso de Agronomia, Pedro Oliveira, os
quais me ajudaram em vários momentos.
À minha orientadora, Profa. Dra. Rafaelle Gomes, por ter depositado em mim
confiança, pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional através de seus
ensinamentos, desde o Grupo de Estudo em Olericultura da Amazônia (GEOA), Iniciação
Científica, até o trabalho de conclusão de curso, sendo uma das responsáveis por minha
experiência e paixão pela área da Olericultura.
Ao admirável Prof. Dr. Lucas Santos, que em inúmeros momentos dedicou seu tempo
compartilhando seus brilhantes conhecimentos na área, por ter prestado auxílio tanto na
condução do experimento, quanto na escrita, somando de forma substancial para a
concretização e finalização desse trabalho. Obrigada, professor!
Às minhas amigas, Nalva Vieira, Darli Leal, Natalia Nery, Hannah Nogueira e Suzane
Botelho, que mesmo de longe e um tanto distantes, estão em meus pensamentos e
contribuíram de forma especial para essa vitória. Obrigada, meninas.
Aos meus colegas da UFRA – Jaciara Firmino, Eduardo Kenneth, Helyson Sales,
Fernando Oliveira e Deiviane Barral, pela parceria em momentos importantes durante os
cinco anos de curso em Capanema.
Um agradecimento especial ao meu grande amigo, Laurimar Andrade, o “Lau”, que
foi uma peça fundamental na reta final do curso, principalmente na execução do TCC,
ajudando, encorajando e lutando junto comigo. Meus dias na FEIGA foram melhores e mais
divertidos, pois estávamos juntos. Espero que essa amizade permaneça para a vida.
Aos servidores da FEIGA - Léo, Braz, Fernando e Jander, por todo auxílio prestado
durante a condução do meu experimento. Ao Sr. Nara, funcionário da horta, pela experiência
e conhecimento compartilhados, por cada conversa “jogada fora” na FEIGA, por sua
humildade em ajudar e por essa amizade que guardarei com muito apreço.
À todas aquelas pessoas, que contribuíram, direta ou indiretamente, para a
concretização desse trabalho, mesmo não tendo seus nomes citados, deixo aqui registrados
meus sinceros agradecimentos.
“Lutar quando é fácil ceder, vencer o inimigo invencível, negar quando a regra é
vender, sofrer a tortura implacável, romper a incabível prisão, voar num limite
improvável, tocar o inacessível chão... É minha lei, é minha questão”.
(Chico Buarque)
“Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos
amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem
demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem
profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
(Romanos 8 : 37-39)
“Você é do tamanho dos seus sonhos”.
(Roberto Shinyashiki)
RESUMO
A espécie Acmella oleracea (L.) R.K Jansen, conhecida como “jambu”, é uma hortaliça de
origem Amazônica, utilizada na culinária e na indústria de fármacos e cosméticos. É
considerada hortaliça não convencional, por isso há escassez de estudos fitotécnicos visando
aumento da eficiência produtiva desta espécie. Tradicionalmente, o olericultor emprega
técnicas no cultivo de hortaliças, para aumento da produção e qualidade. Nesse contexto, o
sombreamento artificial por meio da utilização de telas, é realizado para proporcionar
condições favoráveis ao desenvolvimento de determinadas espécies. Com isso, este trabalho
teve o objetivo de avaliar o efeito do nível de sombreamento no desempenho agronômico das
variedades de jambu. Para isso, foi conduzido um experimento em campo, em blocos
casualizados, em esquema fatorial 4 x 2, com quatro repetições. Os fatores avaliados foram:
níveis de sombreamento (sem tela de sombreamento; tela de 30% de sombreamento; tela de
50% de sombreamento e tela de 70% de sombreamento) e duas variedades de jambu (flor roxa
e flor amarela). As plantas foram submetidas à avaliações morfofisiológicas e de
produtividade. Houve interação significativa entre sombreamento e variedades, apenas para
área foliar específica, na qual houve melhor desempenho para os tratamentos constituídos de
tela de 70% com a variedade flor amarela. O sombreamento mais elevado promoveu plantas
com maior altura, principalmente da variedade flor roxa. A tela de 50% de sombreamento
permitiu obter maior massa fresca da parte aérea, para as duas variedades de jambu, diferindo-
se dos demais níveis de sombreamento. O sombreamento em 50% proporcionou ganhos em
rendimento e produtividade, com incremento de 46% comparado ao cultivo sem tela de
sombreamento. Logo, o manejo dos níveis de sombreamento promoveu efeito sobre o
desempenho agronômico das variedades de jambu flor roxa e flor amarela, sendo que, houve
um incremento significativo na produtividade e rendimento das variedades, com a tela de 50%
de sombreamento, tornando-se sua utilização viável ao olericultor.
Palavras-chave: Acmella oleracea (L.) R.K Jansen. Hortaliça não convencional.
Produtividade. Tela de sombreamento.
ABSTRACT
The species Acmella oleracea (L.) R.K Jansen, known as "jambu", is a vegetable of
Amazonian origin, used in cooking and in the pharmaceutical and cosmetic industry. It is
considered unconventional vegetable, so there is a shortage of phytotechnical studies aimed at
increasing the productive efficiency of this species. Traditionally, the olericultor uses
techniques in the cultivation of vegetables, to increase production and quality. In this context,
artificial shading through the use of screens is performed to provide favorable conditions for
the development of certain species. The objective of this work was to evaluate the effect of
the level of shading on the agronomic performance of jambu varieties. For this, a field
experiment was carried out in a randomized block, in a 4 x 2 factorial scheme, with four
replications. The factors evaluated were: shading levels (without shade screen, 30% shading
screen, 50% shading screen and 70% shading screen) and two varieties of jambu (purple
flower and yellow flower). The plants were submitted to morphophysiological and
productivity evaluations. There was a significant interaction between shading and varieties,
only for specific leaf area, in which there was a better performance for the treatments
constituted of 70% screen with the yellow flower variety. The higher shading promoted plants
with higher height, mainly of the purple flower variety. The 50% shading screen allowed to
obtain greater fresh matter of the aerial part, for the two varieties of jambu, differing from the
other levels of shading. Shading by 50% provided gains in yield and productivity, with a 46%
increase compared to the crop without shade screen. Therefore, the management of shading
levels promoted an effect on the agronomic performance of the purple flower and yellow
flower jambu varieties, with a significant increase in yield and yield of the varieties, with a
50% shading screen, its viable use to the olericultor.
Keywords: Acmella oleracea (L.) R.K Jansen. Shading screen. Unconventional vegetable.
Productivity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Localização da área onde o experimento foi conduzido. UFRA, Capanema-PA,
2019. .................................................................................................................................... 19
Figura 2- Demonstração da obtenção de sementes de jambu, por meio da “debulha” dos
aquênios aderidos à inflorescência. UFRA, Capanema-PA, 2019. ........................................ 21
Figura 3- Semeadura (A) e crescimento de plântulas (B) de jambu em bandejas de
poliestireno, contendo 200 células. UFRA, Capanema-PA, 2019. ......................................... 22
Figura 4- Croqui experimental esquematizando a disposição dos tratamentos na área, bem
como as medidas adotadas. UFRA, Capanema-PA, 2019. .................................................... 23
Figura 5- Área experimental antes da diferenciação dos tratamentos. UFRA, Capanema-PA,
2019. .................................................................................................................................... 24
Figura 6- Vista frontal (A) e lateral (B) da cobertura com tela de sombreamento. UFRA,
Capanema-PA, 2019. ........................................................................................................... 25
Figura 7- Área experimental na fase inicial (A) e final (B) do ciclo da cultura, após a
diferenciação dos tratamentos. UFRA, Capanema-PA, 2019. ............................................... 25
Figura 8- Utilização do sensor LM35 para a aferição da temperatura do solo. UFRA,
Capanema-PA, 2019. ........................................................................................................... 26
Figura 9- Realização das leituras foliares utilizando clorofilômetro SPAD - 502 Plus, em
plantas de jambu. UFRA, Capanema-PA, 2019. ................................................................... 30
Figura 10- Temperatura média do solo na profundidade de 5,0 cm, observadas nos
tratamentos do bloco controle. UFRA, Capanema-PA, 2019. ............................................... 32
Figura 11- Área foliar específica (AFE) de variedades de jambu submetidas a diferentes
níveis de sombreamento. *Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e letras
maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). UFRA, Capanema-PA,
2019. .................................................................................................................................... 37
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. 6
ABSTRACT ......................................................................................................................... 7
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11
2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 13
2.1 A cultura do jambu .................................................................................................. 13
2.2 Influência dos fatores agroclimáticos na produção de hortaliças .......................... 15
2.3 Uso de telas de sombreamento ................................................................................ 16
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 19
3.1 Localização da área experimental ........................................................................... 19
3.2 Análise de solo .......................................................................................................... 19
3.3 Delineamento experimental e tratamentos ............................................................. 20
3.4 Obtenção do material vegetal .................................................................................. 21
3.5 Produção de mudas e transplantio .......................................................................... 22
3.6 Preparo da área e condução do experimento .......................................................... 22
3.7 Instalação das telas de sombreamento .................................................................... 24
3.8 Monitoramento da temperatura do solo ................................................................. 25
3.9 Tratos culturais e colheita ....................................................................................... 27
3.10 Características avaliadas ....................................................................................... 27
3.11 Análises estatísticas ................................................................................................ 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 32
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 44
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 45
11
1 INTRODUÇÃO
O jambu, Acmella oleracea (L.) R.K Jansen, também conhecido como botão-de-ouro,
agrião-do-Pará, agrião-do-Norte, erva-maluca ou abecedária, é uma hortaliça considerada não
convencional (BRASIL, 2010), muito consumida no norte do Brasil. Tem origem Amazônica
e pertence à família Asteraceae. Trata-se de uma espécie herbácea, autógama, anual,
ramificada, semicarnosa, medindo de 20 a 50 cm de altura e de crescimento
predominantemente rasteiro (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013).
Nas áreas produtoras de hortaliças que abastecem Belém e região metropolitana, as
variedades de jambu mais encontradas, segundo Gusmão e Gusmão (2013), são „flor roxa‟ e
„flor amarela‟. A variedade „flor amarela‟ ou „jamburana‟, possui inflorescências amarelas,
folhas vigorosas de coloração verde claro, inflorescências tipo capítulo, possuindo acima de
300 floretes. A variedade „flor roxa‟ ou „Nazaré‟, possui halo de cor arroxeada no ápice da
inflorescência, folhas de coloração verde intenso, podendo haver pigmentação roxa na
folhagem e nos ramos.
Com sabor marcante e característico, o consumo desta hortaliça causa sensação de
“formigamento” nos lábios, devido à presença do espilantol (composto ativo da planta) o que
desperta bastante curiosidade dos consumidores, sendo o jambu empregado para fins diversos.
A utilização desta hortaliça é principalmente na culinária, por constituir pratos típicos
amazônicos, como tacacá, pato no tucupi, arroz paraense, bem como na fitoterapia e
cosmética (BORGES; GOTO; LIMA, 2013). Nas feiras e centrais de abastecimento, o jambu
é comercializado em “maços” contendo suas folhas, hastes e inflorescências.
Por ser uma espécie do gênero Acmella e ser uma planta C3 (GUSMÃO; GUSMÃO,
2013), o jambu desenvolve-se bem em locais parcialmente sombreados, com reduzida
disponibilidade de radiação solar direta (SAMPAIO, 2017). No entanto, a espécie adaptou-se
bem a pleno sol, o que demonstra a necessidade de pesquisas sobre as condições de cultivo.
Não há estudos em números significativos que avaliem as técnicas de produção do jambu,
sendo este um fato que pode limitar o desenvolvimento da atividade produtora na região.
Nesse contexto, técnicas são aprimoradas visando obter maior produção e
fornecimento de hortaliças de qualidade ao longo do ano. E no cultivo de hortaliças,
sobretudo as folhosas, as telas de sombreamento são uma opção para amenizar os efeitos
causados pelas condições ambientais adversas, principalmente em regiões tropicais, uma vez
12
que a temperatura e luminosidade elevadas são fatores que podem limitar o desenvolvimento
de determinadas espécies (QUEIROGA et al., 2001).
As telas de sombreamento vêm sendo utilizadas a fim de proporcionar microclima
mais favorável ao desenvolvimento das culturas, pois evitam radiação direta e diminuem a
temperatura no ambiente de cultivo, com efeito na fisiologia da planta, produtividade e
qualidade das hortaliças (FILGUEIRA, 2008). De acordo com Gondim et al. (2018), a
luminosidade pode influenciar na anatomia foliar, estrutura de cloroplastos e na distribuição
de fotoassimilados na planta.
Existem diferentes tipos de telas no mercado, disponíveis ao produtor. Essas telas são
fabricadas com diferentes materiais, cores, porcentagem de sombreamento, dentre outras
características que são determinantes na qualidade e preço do produto (HIRATA; HIRATA,
2015).
Pesquisas no âmbito da fitotecnia, avaliando o emprego de telas de sombreamento já
foram desenvolvidas para alface (QUEIROGA et al., 2001), rúcula (COSTA et al., 2011),
cebolinha (HIRATA; HIRATA; MONQUERO, 2017), tomate (CALLEJÓN-FERRE et al.,
2009), morango (COSTA et al., 2011), etc. No entanto, para hortaliças não convencionais,
que possuem consumo mais localizado, como o jambu, praticamente não existem estudos
concretos.
Então, apesar da crescente utilização do jambu, os produtores enfrentam entraves em
relação ao seu cultivo, sobretudo ao que se refere à disponibilidade de estudos fitotécnicos,
que tornem a produção desta hortaliça mais eficiente e rentável (SAMPAIO et al., 2018).
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo, avaliar o efeito dos níveis de
sombreamento sobre o desempenho agronômico de duas variedades de jambu, „flor roxa‟ e
„flor amarela‟.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A cultura do jambu
O jambu, Acmella oleracea (L.) R.K Jansen, é uma espécie pertencente ao gênero
Acmella, tribo Heliantheae e família Asteraceae, podendo haver citações sinônimas como
Spilanthes oleracea L. (1767) e Spilanthes acmella var. oleracea (L.) C. B. Clarke ex Hook
(1881), que tratam-se de classificações anteriores (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013).
São conhecidas cerca de 30 espécies do gênero Acmella, que de forma geral, são
plantas herbáceas, eretas ou decumbentes, anuais ou perenes, adaptadas à climas tropicais e
subtropicais. O gênero é considerado pantropical, com espécies ocorrentes em diversos
continentes, como América do Norte, América Central e do Sul, África, Ásia e Oceania
(SILVA; SANTOS, 2011).
Segundo Silva e Santos (2011), dentro do gênero Acmella, já foram descritas algumas
espécies como A. bellidioides (Smith in Rees) R. K Jansen, A. brachyglossa Cass., A.ciliata
(Kunth) Cass., A. decumbens R.K Jansen, A.pusilla (Hooker e Arnott) R.K Jasen, A.
marajoensis G.A.R Silva e J.U.M Santos, dentre outras distribuídas por todo Brasil,
principalmente na Amazônia. Dentre estas, a espécie A. ciliata é uma das espécies
popularmente conhecidas como jambu, por possuir as mesmas características organolépticas
de A. oleracea, havendo diversos registros de uso pelos produtores (SILVEIRA, 2017).
A provável origem do jambu é a América Tropical, principalmente a Amazônia
Brasileira, também sendo encontrado na África e na Ásia, havendo registro de uso na China,
Indonésia, Malásia e Índia (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013). Sua distribuição ocorre em regiões
tropicais como Peru, Equador e em países do Sul da Ásia.
No Brasil, a produção de jambu concentra-se principalmente no Estado do Pará, onde
o consumo é mais expressivo. É produzido por olericultores juntamente com outras hortaliças
folhosas e condimentares em sistema convencional, orgânico ou hidropônico. A
comercialização é realizada em feiras populares, supermercados e centrais de abastecimento,
incrementando a renda do produtor da região. Além do Pará, já são realizados cultivos no
Amazonas, Acre, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (SOUTO, 2016).
Segundo Malosso, Barbosa e Nagao (2008), no norte do Brasil, o consumo do jambu é
tradicionalmente na forma de saladas, massas e em pratos regionais, principalmente nas
14
épocas festivas do ano. É uma hortaliça rica em vitaminas, minerais e de baixo valor
energético. Possui sabor bastante característico dando sensação de dormência quando
mastigado. É também conhecido por agrião-do-Pará, agrião-do-Brasil, agrião-do-Norte,
jambuaçú, erva maluca, botão-de-ouro, entre outros.
Além do uso na culinária, o jambu também é empregado como erva medicinal no
tratamento de febres, resfriados, dores e inflamações (LORENZI; MATOS, 2008). A presença
da amida “Espilantol” e outras substâncias como flavonoides e aminoácidos, tornou o jambu
alvo de intensas pesquisas, despertando interesse por parte de empresas farmacêuticas e
cosméticas no mundo todo (BORGES et al., 2013).
A planta de jambu atinge de 20 a 50 cm dependendo das condições de cultivo, possui
ciclo anual, podendo ser cultivada como perene. É herbácea, com hastes rastejantes e
ramificadas em dicásio. A raiz é axial, apresentando grande enraizamento secundário. As
folhas são opostas, pecioladas, ovais, triangulares ou alongadas, que podem ser verde intenso
ou claro (COSTA, 2010).
As flores do jambu são hermafroditas e reunidas em capítulo globoso, longo
pedunculado, terminal ou axilar, de coloração amarelo intenso, amarelo claro ou com
pigmentação roxa, dependo da variedade. A propagação pode ser por meio de sementes
(sexuada) ou por hastes enraizadas (assexuada) (GUSMÃO, GUSMÃO, 2013; RIBEIRO,
2013).
Com relação às características de clima e solo, o jambu apresenta bom
desenvolvimento em regiões de clima quente e úmido, com temperatura média acima de 25
°C, precipitação anual de 2.761 mm e com umidade relativa do ar em torno de 80%. Solos
leves, bem drenados e com bom teor de matéria orgânica são os mais adequados para o
cultivo da espécie (BRASIL, 2010). Entretanto, já se tem observado produção satisfatória em
outras regiões de clima mais ameno (BORGES et al. 2013; SILVA, 2015; VIEIRA, 2017).
De acordo com pesquisas realizadas por Gusmão et al. (2005), nas áreas produtoras
que abastecem a Capital do Pará, em sistema convencional, o rendimento do jambu varia de
seis a dez maços por m² de canteiro, em que cada maço possui de 300 a 500 g. Contudo, a
produtividade e rendimento da cultura variam em função das condições climáticas, sistema de
cultivo e tipo de adubação (BORGES et al., 2013).
15
2.2 Influência dos fatores agroclimáticos na produção de hortaliças
Os fatores agroclimáticos são fatores externos às plantas, que interferem no
crescimento e produção das mesmas. Para Filgueira (2008), as condições do ambiente
influenciam diretamente no desenvolvimento dos vegetais, sobretudo, na produção de culturas
olerícolas. Dessa forma, o entendimento dos elementos envolvidos, principalmente os
agroclimáticos, é essencial para aqueles que objetivam realizar estudos e práticas voltadas à
produção de hortaliças com bases técnico-científicas.
Dentre os fatores climáticos, a luz e a temperatura são os que mais limitam o
crescimento das hortaliças. Além da questão genética e nutricional, determinantes para o
sucesso dos cultivos, a umidade, fotoperíodo, temperatura e intensidade luminosa, podem
afetar o crescimento da planta, diminuindo a taxa fotossintética, transpiração, reprodução e
sua morfologia, além de criarem condições favoráveis ao aparecimento de doenças (GOTO;
TIVELLI, 1998).
A temperatura pode afetar consideravelmente a germinação e vigor de sementes,
duração do ciclo das espécies, fitossanidade, rendimento e produtividade das culturas. A
temperatura também influencia a umidade do ar e do solo, transpiração e demais processos na
planta (SILVA et al., 2000). Nesse contexto, vale ressaltar que as diversas culturas olerícolas
apresentam diferentes adaptações termoclimáticas, sendo classificadas como de clima quente,
ameno ou frio (FILGUEIRA, 2008).
É sabido que, o excesso de insolação, acompanhado por altas temperaturas, pode
causar dano, não só às flores e à polinização, como baixa produção, mas também às folhas
como queda prematura, queimaduras e deformações. O crescimento e desenvolvimento de
uma planta dependem da intensidade, qualidade e duração da radiação solar (ANDRIOLO,
1999).
Outro fator importante é a umidade relativa do ar, que por sua vez, exerce influência
na transpiração da planta, uma vez que interfere na condutância estomática. Afeta também,
indiretamente, a turgescência dos tecidos alterando os processos metabólicos na planta, como
a absorção de nutrientes (ANDRIOLO, 2000).
Segundo Taiz et al. (2017) o fotoperíodo, assim como a intensidade luminosa são
fatores importantes no desenvolvimento vegetal, podendo prejudicar a produção de
determinadas espécies de hortaliças. Segundo o mesmo autor citado, espécies da família
Aliaceae, por exemplo, possuem fotoperíodo crítico para formação dos bulbos. Cultivares de
16
alface pendoam precocemente quando são cultivadas em dias longos no verão. Dessa forma,
fotoperíodo apresenta grande importância no crescimento, floração, produção e transporte de
fotoassimilados.
No mesmo contexto, a luz é um dos fatores ambientais mais importantes na produção
agrícola, não apenas para a “força motriz” da fotossíntese, que é a base para o crescimento
vegetal, mas também afeta a estrutura e função do aparelho fotossintético, induz maior
produção de matéria seca e evita estiolamento em hortaliças. O excesso de sombreamento
pode apresentar efeitos negativos na morfologia, fisiologia e produtividade das culturas
(JIANG et al., 2011).
Em geral, plantas que se desenvolvem melhor em condições de sombra apresentam
taxas fotossintéticas mais baixas sob pleno sol, porém a resposta ao sombreamento pode
variar entre espécies da mesma família, entre variedades de plantas da mesma espécie, assim
como em função das demais condições edafoclimáticas do local de cultivo (LI et al., 2010).
O produtor de hortaliças vem aprimorando técnicas para diminuir o efeito prejudicial
das condições climáticas na produção das culturas, sobretudo em condições tropicais. Os
telados, telas de sombreamento ou popularmente “sombrites” são empregados basicamente
para reduzir a radiação solar/luminosidade e indiretamente temperatura e chuva sobre as
plantas, seu uso varia em função da região, da época de cultivo e da espécie a ser conduzida.
2.3 Uso de telas de sombreamento
Segundo Caliman et al. (2005), o cultivo de hortaliças em ambiente protegido é uma
forma de contornar adversidades climáticas e manter a produção durante o ano todo. Torna-se
possível contornar os efeitos de ventos fortes, umidade relativa do ar e do solo, temperatura,
radiação solar, chuvas, aeração do solo, lixiviação de nutrientes, granizo, geadas, entre outros.
Dentre os tipos mais comuns de ambiente protegidos estão os telados, os quais podem
ser produzidos com diferentes materiais e níveis ou porcentagem de sombreamento, cuja
aquisição pode ser bastante viável economicamente (HIRATA; HIRATA, 2015). A utilização
de telas de sombreamento nos cultivos em locais de temperatura e luminosidade elevadas
conduz as hortaliças dentro de uma oscilação desejável de luminosidade, reduzindo a
intensidade da energia radiante com melhora na sua distribuição.
17
O cultivo de hortaliças sob diferentes níveis de sombreamento e qualidade espectral é
uma técnica utilizada para manipular a intensidade e a qualidade da radiação que incide na
superfície dos vegetais. Além das telas pretas convencionais, também são utilizadas telas com
malhas fotoconversoras azuis, vermelhas, verdes, as quais modificam a qualidade espectral,
aumentando a eficiência fotossintética da cultura pela modificação do espectro de luz solar
(GINEGAR POLYSACK, 2018).
O espectro da malha azul apresenta um pico principal de transmitância na região do
azul-verde (400-540 nm), enquanto a malha vermelha possui maior transmitância para
comprimentos de ondas superiores a 590 nm (vermelho). Dessa forma, o cultivo de plantas
utilizando malhas fotoconversoras objetiva combinar a proteção física com a filtragem
diferencial da radiação solar, para promover respostas fisiológicas desejáveis, melhorando o
rendimento dos cultivos (OREN-SHAMIR et al., 2001).
Santos, Seabra Jr. e Nunes (2010), avaliando as variações de luminosidade,
temperatura do ar e do solo, em diferentes ambientes de cultivo, no período de inverno em
Cáceres-MT, encontrando uma redução de 6% na temperatura média do ar com utilização de
tela de sombreamento 40% e 7% de redução na temperatura média do solo com tela de
sombreamento em níveis de 40% e 50%.
Há algum tempo, as telas de sombreamento são utilizadas no cultivo de espécies que
necessitam menor fluxo de energia radiante. Em alface, por exemplo, Ramos (1995) verificou
que o sombreamento proporcionou maior altura de plantas e produção de massa seca, tanto na
fase de formação de mudas quanto em campo, resultando em mudas vigorosas para
transplante, aumento na produtividade e na qualidade das folhas para consumo.
Estudos feitos por Costa et al. (2011), concluíram que o cultivo de rúcula sob tela
preta 50% pode incrementar a produção em cerca de 43%, além de reduzir o risco de danos
pelo impacto da gota de chuva, apresentando folhas com maior área foliar desfrutando de
ambiente favorável ao seu desenvolvimento e obtendo maior acúmulo de biomassa vegetal.
No cultivo de cebolinha no verão, a utilização de telas de sombreamento não afetou
diretamente as variáveis analisadas, porém houve efeito indireto na manutenção da umidade
do solo, especialmente na superfície, resultando em maior retenção de água, favorecendo o
desempenho da espécie (HIRATA; HIRATA; MONQUERO, 2017).
Com jambu, é possível encontrar na literatura, estudos realizados por Neves et al.
(2013), onde avaliaram a produção de plantas de jambu propagadas vegetativamente, em
função do cultivo em campo aberto, sob telas de sombreamento e telas termo-refletoras, nas
condições edafoclimáticas de Cáceres – Mato Grosso. No referido estudo, verificou-se melhor
18
desempenho das plantas de jambu cultivadas sob ambiente protegido com tela de
sombreamento e termo refletora, ambas 30%.
Contudo, os efeitos do manejo do sombreamento são variáveis, podendo diferir entre
variedades e/ou cultivares da mesma espécie (STAMPS, 2009). Os genótipos podem
apresentar diferentes mecanismos de adaptação quanto ao acúmulo e uso de pigmentos
fotossintéticos, no que diz respeito à eficiência na captação de luz, naqueles ambientes de
menor luminosidade e proteção à danos fotoquímicos em ambientes de maior luminosidade
(GONÇALVES; MARENCO; VIEIRA, 2001).
Diante disso, as telas de sombreamento são utilizadas a fim de proporcionar melhor
rendimento e qualidade das hortaliças, sobretudo no cultivo de espécies adaptadas a condições
de luminosidade e radiação reduzida, bem como elevada umidade do ar e do solo. Assim, é
iminente a necessidade de desenvolver pesquisas que possam atestar qual nível de
sombreamento é o mais adequado à produção das diferentes espécies de hortaliças.
19
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização da área experimental
O presente trabalho foi conduzido em campo, nos meses de setembro a outubro de
2018, na Fazenda Escola de Igarapé-Açu (FEIGA), pertencente a Universidade Federal Rural
da Amazônia (UFRA), que está situada no município de Igarapé-Açu, mesorregião do
Nordeste Paraense (Figura 1).
Figura 1- Localização da área onde o experimento foi conduzido. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: Google (2018)
As coordenadas geográficas do local onde o experimento foi conduzido são de 01° 07‟
48,47‟‟ S e 47° 36‟ 45,31‟‟ W, com altitude de 54 m. Na região, predomina o tipo climático
Ami e o tipo B2rAa‟, segundo a classificação de Köppen e Thornthwaite, respectivamente
(BASTOS; PACHECO, 1999).
3.2 Análise de solo
Na Tabela 1 estão apresentados os resultados da análise química do solo, obtidos a
partir da coleta de amostras de solo na área experimental, na profundidade de 0 – 20 cm, antes
da implantação do referido experimento.
20
Tabela 1- Resultados da análise química de solo na profundidade de 0-20 cm. UFRA, Capanema-PA,
2019.
Prof.
Amostra
Ph M.O P K Ca Mg CTC SB V
Cm CaCl2 g dm-3
mg dm-3
mmolc dm-3
%
0 – 20 4,8 16,0 8,0 0,7 15,0 4,0 47,7 19,7 41,0
Fonte: A autora.
3.3 Delineamento experimental e tratamentos
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, em esquema
fatorial 4 x 2, com quatro repetições. Os fatores avaliados foram compostos por quatro níveis
de sombreamento (sem tela de sombreamento; tela de 30% de sombreamento; tela de 50% de
sombreamento e tela de 70% de sombreamento) e duas variedades de jambu (flor roxa e flor
amarela).
A Tabela 2 apresenta o resultado da combinação dos fatores avaliados no referido
experimento, totalizando oito tratamentos.
Tabela 2- Descrição dos tratamentos testados no experimento com jambu, Acmella oleracea (L.) R. K.
Jansen. UFRA, Capanema-PA, 2019. .
Fonte: A autora.
Tratamento Nível de sombreamento x variedade de jambu
T 1 Sem tela x variedade flor roxa T 2 Sem tela x variedade flor amarela
T 3 Tela de 30% x variedade flor roxa
T 4 Tela de 30% x variedade flor amarela
T 5 Tela de 50% x variedade flor roxa T 6 Tela de 50% x variedade flor amarela
T 7 Tela de 70% x variedade flor roxa
T 8 Tela de 70% x variedade flor amarela
21
3.4 Obtenção do material vegetal
As sementes da variedade flor roxa foram oriundas da horta didática da UFRA,
Campus de Belém. Já as sementes da variedade flor amarela provieram da horta da FEIGA,
em Igarapé-Açu.
Posteriormente, foi realizada a propagação, por meio de semeadura em canteiros, para
produção de sementes das duas variedades. A semeadura das duas variedades foi realizada em
campo aberto, em canteiros separados (um para cada material). Os canteiros tinham dimensões
de 1,0 m de largura x 5,0 m de comprimento, na horta didática da UFRA, Campus de
Capanema.
As inflorescências maduras foram colhidas e levadas para secagem em local ventilado e
sombreado. Após a secagem, procedeu-se a retirada dos aquênios aderidos ao capítulo (Figura
2) para a obtenção das sementes, armazenando-as em sacos de papel até o momento da
semeadura.
Figura 2- Demonstração da obtenção de sementes de jambu, por meio da “debulha” dos aquênios
aderidos à inflorescência. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: A autora.
22
3.5 Produção de mudas e transplantio
A produção das mudas foi realizada em bandejas de poliestireno, com 200 células,
preenchidas com substrato comercial, contendo casca de arroz carbonizada, fibra de coco,
cama de aviário e material vegetal decomposto. O substrato utilizado foi adquirido em viveiro
credenciado, localizado no Município de Castanhal – Pará.
A semeadura foi realizada utilizando cinco sementes por célula. As bandejas foram
colocadas sobre bancada em ambiente coberto com sombrite de 50%, e receberam irrigação
três vezes ao dia (Figura 3).
Figura 3- Semeadura (A) e crescimento de plântulas (B) de jambu em bandejas de poliestireno,
contendo 200 células. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: A autora.
Aos 12 dias após semeadura (DAS), foi realizada a repicagem de mudas, com a
finalidade de preencher as células onde não houve emergência de plântulas, assim como o
desbaste de mudas, objetivando deixar apenas uma planta por célula. O transplantio para o
canteiro definitivo, foi realizado com 25 dias após emergência das plântulas, quando as
mesmas apresentavam quatro folhas definitivas.
3.6 Preparo da área e condução do experimento
Para o cultivo do jambu, procedeu-se limpeza e nivelamento prévio da área, bem como
demarcação da área das parcelas. Em seguida, foram construídos 32 canteiros espaçados entre
A B
23
si por 1,0 m de distância, nas dimensões de 1,0 m de comprimento x 1,0 m de largura x 0,20
m de altura, correspondendo cada canteiro a uma unidade experimental.
Adotou-se o espaçamento de 0,20 m entre linhas e 0,20 m entre plantas, totalizando
assim, 25 plantas (cinco fileiras, contendo cinco plantas em cada) em cada parcela, sendo
considerada como área útil as plantas centrais (Figura 4).
Figura 4- Croqui experimental esquematizando a disposição dos tratamentos na área, bem como as
medidas adotadas. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: A autora.
A calagem e a adubação do solo foram efetuadas com base na análise química do solo,
de acordo com recomendação feita por Cravo, Viégas e Brasil (2007) para hortaliças folhosas,
sendo que a adubação orgânica foi realizada com esterco de caprino e a mineral com
superfosfato simples, cloreto de potássio e ureia.
Utilizou-se irrigação por microaspersão, tendo sido instalado sistema de irrigação
contendo oito microaspersores distribuídos na área, de modo que fosse possível irrigar todos
os canteiros suficientemente. O acionamento do sistema foi efetuado todos os dias, de forma
manual.
Após o transplantio, todas as plantas permaneceram sete dias a pleno sol para a fase de
adaptação ao campo, antes da diferenciação dos tratamentos (Figura 5).
24
Figura 5- Área experimental antes da diferenciação dos tratamentos. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: A autora.
3.7 Instalação das telas de sombreamento
As telas foram recortadas nas medidas adequadas para uso. Para a instalação das
respectivas telas, foram construídas sobre a área da parcela (1 m ²), coberturas em túnel baixo.
As coberturas foram construídas com arcos de bambu presos ao solo e sustentados por esteios
de madeira, a uma altura de 1,0 m da base do canteiro. Essa estrutura foi projetada de modo
que fosse possível cobrir toda a parcela.
Posteriormente, as telas foram dispostas (esticadas) sobre os arcos e realizado o
amarrio das mesmas (de um lado e de outro), deixando uma abertura de aproximadamente 50
cm na lateral, para que não houvesse influência das telas na irrigação dos canteiros, como
demonstrado na Figura 6.
25
Figura 6- Vista frontal (A) e lateral (B) da cobertura com tela de sombreamento. UFRA, Capanema-
PA, 2019.
Fonte: A autora.
A utilização das telas em diferentes níveis de sombreamento (30%, 50% e 70%)
seguiu a disposição dos tratamentos na área, conforme o croqui experimental. Parcelas cujo
tratamento consistia em cultivo sem sombreamento, não recebeu nenhuma estrutura de
cobertura. É valido ressaltar que, os tratamentos foram dispostos no campo com distância
adequada para evitar sombreamento entre as parcelas. Na Figura 7, observa-se a área
experimental após a diferenciação dos tratamentos.
Figura 7- Área experimental na fase inicial (A) e final (B) do ciclo da cultura, após a diferenciação
dos tratamentos. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: A autora.
3.8 Monitoramento da temperatura do solo
Durante o ciclo vegetativo da cultura, realizou-se o monitoramento da temperatura do
solo em um dos blocos, tomado como controle o bloco 2, utilizando o sensor de temperatura
A B
A B
26
LM35, através de programação arduino. O sensor LM35 é um circuito integrado capaz de
medir a temperatura em graus centígrados, podendo ser útil como um termômetro preciso e
sensível, além do baixo custo de obtenção e facilidade de manuseio (LUNARDELLI, 2014).
A aferição da temperatura do solo foi realizada às 10:00 horas e às 15:00 horas, em
todos os tratamentos do bloco controle, afim de verificar a influência das telas utilizadas
(Figura 8). As aferições diárias da temperatura do solo nas parcelas experimentais, seguiram
os seguintes procedimentos:
Conexão da placa de arduino ao Software Arduino 1.8.7, previamente instalado em
computador pessoal;
Instalação do sensor na área útil da parcela, a uma profundidade de
aproximadamente 5,0 cm;
Leitura dos valores de temperatura do solo em monitor serial no computador;
Registro dos valores obtidos.
Figura 8- Utilização do sensor LM35 para a aferição da temperatura do solo. UFRA, Capanema-PA,
2019.
Fonte: A autora.
Todos os dados da temperatura do solo registrados durante o período de experimento,
foram organizados em planilhas do Excel©
para demonstração dos resultados.
27
3.9 Tratos culturais e colheita
Na área foram realizadas capinas periódicas entre os canteiros, e monda na área dos
canteiros, a fim de controlar o crescimento de plantas invasoras. Utilizou-se também,
serragem em cima dos canteiros com a mesma finalidade. Não foi realizada nenhuma
aplicação de produtos fitossanitários, pois não se observou ocorrência significativa de pragas
durante o ciclo da cultura.
A colheita foi realizada aos 40 dias após transplantio (DAT), período após a entrada
das plantas na fase reprodutiva, segundo recomendação de Gusmão e Gusmão (2013). As
plantas selecionadas foram colhidas, para então serem submetidas às devidas avaliações.
3.10 Características avaliadas
A fim de analisar o efeito dos níveis de sombreamento no desempenho agronômico
das variedades de jambu, foram avaliadas as seguintes características:
a) Comprimento do ramo principal: A determinação dos valores médios de altura de
planta, foi realizada por meio de mensuração com fita métrica, do colo ao ápice do
ramo principal, após a colheita, para amostra de seis plantas da área útil da parcela,
expresso em centímetros;
b) Número de ramificações secundárias: Obtido, após a colheita, pela contagem total de
ramos secundários produzidos por planta, para amostra de seis plantas da área útil da
parcela;
c) Número de inflorescências: Obtido após a colheita, a partir da contagem total de
inflorescências por planta, para amostra de seis plantas da área útil da parcela;
d) Massa seca de inflorescência: Obtida por meio de secagem das inflorescências
produzidas por planta, em estufa a 65 °C por período de 48 horas, para amostra de seis
plantas da área útil da parcela, expresso em gramas;
e) Massa fresca da parte aérea: Obtido por meio da pesagem da parte aérea (hastes,
folhas e inflorescências), para amostra de seis plantas da área útil da parcela, expresso
em gramas;
28
f) Massa seca da parte aérea: Obtida por meio de secagem da parte aérea da planta, em
estufa a 65 °C por período de 48 horas, para amostra de seis plantas da área útil da
parcela, expresso em gramas;
g) Massa seca das folhas: Obtida por meio de secagem das folhas das plantas da área útil
da parcela, em estufa a 65 °C por período de 48 horas, para amostra de seis plantas da
área útil da parcela, expresso em gramas;
h) Quantidade de água na parte aérea: Obtida pela diferença entre as médias da massa
fresca e a massa seca da parte aérea das plantas avaliadas, sendo:
Onde:
QAPA = quantidade de água na parte aérea;
MFPA = massa fresca da parte aérea;
MSPA = massa seca da parte aérea;
i) Área foliar: Expresso em cm² planta-1
, os valores de área foliar foram estimados
mediante método destrutivo para amostra de duas plantas por parcela, pelo método da
massa seca dos discos foliares, adaptado de Souza et al. (2012). Em cada uma das
folhas da planta foram retirados discos em toda extensão da folha, utilizando um
vazador de 1,0 cm² de diâmetro, evitando-se atingir a nervura principal.
Posteriormente, as folhas e os discos foram acondicionados, separadamente, em sacos
de papel e levados à estufa a 65º C por 48 horas, para obtenção da massa seca das
folhas e dos discos. A partir dos valores de massa seca das folhas e dos discos, assim
como da área conhecida dos discos retirados da folha, estimou-se a área foliar, a partir
da seguinte fórmula:
( )
Onde:
AF = área foliar;
MSF = massa seca das folhas de onde retiraram-se os discos;
MSD = massa seca dos discos;
AD = área do disco
29
j) Área foliar específica: Foi calculada por meio da razão entre a área foliar e a massa
seca das folhas, para amostra de duas plantas da área útil da parcela, expresso em cm2
g-1
sendo:
Onde:
AFE = área foliar específica;
AF = área foliar;
MSF = massa seca total das folhas;
k) Índice de área foliar: Os valores do índice de área foliar (IAF) foram obtidos pela
razão entre a área foliar (AF) e a área destinada a cada planta no solo, de acordo com o
espaçamento adotado, sendo:
Onde:
IAF = índice de área foliar;
AF = área foliar;
AP = área ocupada pela planta;
l) Teor relativo de clorofila: O teor relativo de clorofila, o Índice SPAD, foi obtido por
método não destrutivo, com a utilização de um medidor portátil de clorofila modelo
SPAD - 502 Plus (Konica Minolta©) em três plantas centrais da área útil da parcela.
As leituras com o aparelho foram realizadas com 35 dias após o plantio, entre 6:30 e
8:30 da manhã, em cinco folhas representativas da planta, registrando-se uma leitura
em cada folha, em sua face adaxial (Figura 9).
30
Figura 9- Realização das leituras foliares utilizando clorofilômetro SPAD - 502 Plus, em plantas de
jambu. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: A autora.
m) Produtividade: Os valores de produtividade foram dados em kg m-2
, estimados pela
relação da média da massa fresca da parte aérea na área ocupada por planta.
n) Rendimento: Os valores de rendimento de jambu por área, em maços m-2
, foram
calculados para amostra de seis plantas da área útil da parcela, obtido pela razão da
produtividade e peso médio de um maço comercial de jambu, para o sistema
convencional de produção do jambu, sendo:
( )
( )
3.11 Análises estatísticas
Após a obtenção dos dados, os mesmos foram submetidos a verificação das
pressuposições da análise de variância (ANOVA). Atendidas as pressuposições, foi realizada
a ANOVA e aplicado o teste de Tukey, a 5% de significância, para a comparação das médias
dos tratamentos. Estas análises foram realizadas com o auxílio do programa estatístico
AGROESTAT (BARBOSA; MALDONADO JR., 2015).
31
Para analisar o efeito individual de plantas dentro da parcela, procedeu-se análise de
variância dentro da parcela, com auxílio do software GENES (CRUZ, 2013). Esta
metodologia permite avaliação de parâmetros genéticos e ambientais, levando em
consideração dados de indivíduos (CRUZ et al., 2004).
32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores médios da temperatura do solo, obtidos a partir das leituras realizadas
durante a fase vegetativa da cultura, estão apresentados na Figura 10. De acordo com a figura,
observa-se que não ocorreu variação acentuada entre as médias da temperatura. Entretanto, os
tratamentos referentes ao cultivo sem tela, apresentaram temperaturas mais elevadas, já nos
canteiros correspondentes aos tratamentos constituídos da tela de 70%, observaram-se valores
mais baixos.
Figura 10- Temperatura média do solo na profundidade de 5,0 cm, observadas nos tratamentos do
bloco controle. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: A autora.
Possivelmente, as variações supracitadas, contribuíram com os resultados obtidos
neste estudo, uma vez que, a dinâmica da temperatura do solo influencia no desenvolvimento
radicular, absorção de água e nutrientes e atividade microbiana do solo, fatores estes,
essenciais ao bom desenvolvimento vegetal (SILVA; REICHERT; REINERT, 2006).
Na Tabela 3, encontra-se o resumo da análise de variância, onde estão apresentadas as
médias de todas as características para as variedades de jambu e níveis de sombreamento.
Houve interação significativa entre sombreamento e variedades de jambu, somente para a
0
15
30
45
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8
Tem
per
atu
ra m
édia
do s
olo
(°C
)
Tratamentos
Manhã Tarde
33
característica área foliar específica (AFE). Assim, para as demais características avaliadas, os
fatores foram analisados separadamente.
Para os valores de altura de planta, verificou-se diferença significativa tanto para o
fator sombreamento, quanto para o fator variedades. Entre os níveis de sombreamento, as
telas de 50% e 70% de sombreamento proporcionaram maior altura de plantas em relação às
demais. Enquanto que, para o fator variedade, a flor roxa obteve maiores médias para esta
característica, diferindo-se estatisticamente em relação à flor amarela (Tabela 3).
34
Tabela 3- Valores médios de altura de planta (AP), número de inflorescências (NI), massa seca de inflorescência (MSI), número de ramificações secundárias (NRS), massa
fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca das folhas (MSF), quantidade de água na parte aérea (QAPA), área foliar (AF), área foliar
específica (AFE), índice de área foliar (IAF), teor relativo de clorofila (TRC), produtividade (PROD) e rendimento (R) de variedades de jambu, em função do nível de sombreamento. UFRA, Capanema-PA, 2019.
Sombreamento AP
(cm) NI
MSI
(g) NRS
MFPA
(g)
MSPA
(g)
MSF
(g)
QAPA
(g planta-1)
AF
(cm² planta-1)
AFE
(cm² g-1) IAF
TRC
(SPAD)
PROD
(kg m-²)
R
(maços
m-²)
Sem tela 24,80 b 5,12 a 0,49 a 10,20 a 82,94 b 11,01a 5,46 a 71,92 b 1220,73 a 227,37 b 3,05 a 40,98 a 2,07 b 6,87 b
Tela 30% 25,05 b 6,00 a 0,56 a 10,12 a 84,65 b 8,99 a 6,09 a 75,65 b 1259,65 a 209,49 b 3,14 a 32,94 b 2,11 b 6,87 b
Tela 50% 32,54 a 7,87 a 0,45 a 10,12 a 154,06 a 8,02 a 5,98 a 146,05 a 1400,22 a 235,15 ab 3,50 a 39,49 a 3,85 a 12,87 a
Tela 70% 31,94 a 5,12 a 0,43 a 11,50 a 96,61 b 9,56 a 4,90 a 87,05 a 1388,03 a 292,22 a 3,47 a 37,02 ab 2,41 b 8,00 b
Teste F 6,39 ** 1,90 ns 0,50 ns 3,24 * 14,67 ** 1,34 ns 2,77ns 19,13 ** 1,17 ns 5,54 ** 1,17ns 9,94 ** 14,61 ** 14,97 **
DMS 6,59 3,70 0,31 1,42 34,53 4,26 1,29 31,11 329,66 59,87 0,82 4,39 0,86 2,91
Variedade
Flor roxa 30,50 a 5,00 b 0,33 b 10,93 a 103,80 a 9,35 a 5,50 a 94,45 a 1099,19 b 202,35 b 2,74 b 37,14 a 2,59 a 8,50 a
Flor amarela 26,66 b 7,06 a 0,63 a 10,18 a 105,33 a 9,44 a 5,71 a 95,89 a 1535,13 a 279,77 a 3,83 a 38,08 a 2,63 a 8,81 a
Teste F 5,26 * 4,81 * 14,15 ** 4,32 ns 0,03 ns 0,01 ns 0,40 ns 0,03 ns 27,17 ** 25,98 ** 27,29 ** 0,71 ns 0,03 ns 0,18 ns
DMS 3,48 1,95 0,16 0,75 18,21 2,25 0,68 16,42 173,92 31,58 0,43 2,31 0,45 1,53
Interação 2,47 ns 0,91 ns 0,63 ns 1,20 ns 0,91 ns 0,76 ns 1,68 ns 0,93 ns 0,78 ns 5,19 ** 0,80 ns 2,21 ns 0,91 ns 0,88 ns
CV (%) 16,56 44,11 47,29 9,66 23,69 32,56 16,61 23,45 17,95 17,82 17,92 8,37 23,72 24,16
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de p < 0,05 (*) e p < 0,01(**); ns: não significativo; DMS: diferença mínima significativa; CV:
coeficiente de variação (%).
Fonte: A autora.
35
Ao estudar o efeito dos níveis de sombreamento, torna-se importante analisar a altura
de plantas, pois o fato de estarem submetidas a condição de sombreamento elevado, as plantas
desenvolveram mecanismos de resposta a esta condição, apresentando crescimento elevado
em altura, afim de alcançar ponto de captação de luz em quantidade ideal para o seu
desenvolvimento. Além disso, o crescimento é resultante de interações envolvendo produção
de hormônios, carboidratos, água e minerais (PAIVA; GUIMARÃES; SOUZA, 2003).
Semelhante ao que ocorreu neste estudo, onde para a variável supracitada verificou-se
que os níveis de sombreamento elevado proporcionaram plantas mais altas, os resultados
encontrados por Queiroga et al. (2001), demonstraram que as médias superiores de altura de
plantas de alface, ocorreram com a utilização do tipo de tela que permitia menor incidência de
radiação, favorecendo o crescimento das plantas em altura.
Sampaio et al. (2018), avaliando a influência do espaçamento e densidade de plantas
por cova no crescimento e produção do jambu, constataram que, plantas crescidas em maiores
densidades de cultivo, obtiveram maior comprimento da parte aérea, podendo isto estar
relacionado à competição de luz. O aumento do sombreamento pode ter estimulado esta
resposta de crescimento, onde os autores cogitam possível estiolamento de plantas.
Com relação ao número de inflorescências (Tabela 3), observou-se que não houve
diferença significativa entre os níveis de sombreamento. Entre as variedades de jambu, a flor
amarela apresentou maior número de inflorescências em relação à flor roxa.
No que diz respeito ao número de inflorescências produzidas por planta, em estudo
semelhante, Neves et al. (2013), verificaram diferença significativa entre tipos de telas de
sombreamento, no qual, os tratamentos compostos pelas telas de 30%, proporcionaram maior
produção de capítulos florais em plantas de jambu, comparado ao cultivo sem tela, tela de
50% de sombreamento e tela termo refletora 50%.
Para a massa seca de inflorescências (Tabela 3), observou-se diferença estatística
somente entre as variedades. A variedade flor amarela apresentou melhor desempenho para
número e massa seca de inflorescências, sendo a mais indicada quando o objetivo for
obtenção de inflorescências de jambu.
É importante ressaltar que, as variáveis relacionadas à produção de inflorescência de
jambu, são de grande relevância nos estudos realizados com a cultura, pois há grande
demanda por parte das indústrias de fabricação de cosméticos, fármacos, etc., uma vez que os
compostos majoritários são encontrados em maior teor, nas inflorescências (BORGES, 2012).
36
Segundo Homma et al. (2015), as inflorescências apresentam maior concentração do
espilantol, sendo a sua exploração como fonte de matéria-prima para uso medicinal e
cosmético, potencialmente, mais importante que ramos e folhas. Além do mais, indústrias
locais que fabricam bebidas de jambu como licores, cachaças, cervejas, demostram cada vez
mais interesse na obtenção das inflorescências da planta.
Já para o número de ramificações secundárias (Tabela 3) não houve diferença entre
sombreamento, nem variedades. Sabe-se que as características morfológicas da planta,
envolve, sobretudo, fatores genéticos como a herança do material. Porém, acredita-se que o
ambiente em que as plantas crescem, pode induzir diferentes respostas morfológicas, entre
elas maior ramificação (POORTER, 1999; FERRER, DILLENBURG, 2000; JURADO et al.,
2006).
Outra importante característica vegetativa avaliada, foi a massa fresca da parte aérea
(Tabela 3). Para esta variável, houve diferença significativa apenas para o nível de
sombreamento. O sombreamento de 50% permitiu obter plantas com maior acúmulo de
matéria fresca na parte aérea, pois houve diferença estatística significativa em relação aos
demais. A condição de sombreamento parcial no ambiente de desenvolvimento das plantas de
jambu, favoreceu maior síntese e distribuição de fotoassimilados, com ganho em matéria
fresca.
Neste contexto, Pezzopane et al. (2004), ressaltam que, o balanço de radiação
determina a energia disponível para fotossíntese e para processos como evaporação,
aquecimento ou resfriamento do ar e do solo. A incidência da radiação direta também acarreta
pouca manutenção da umidade do solo, o que pode ter influenciado significativamente no
desenvolvimento da espécie, em relação à produção de matéria fresca, uma vez que, a espécie
é altamente adaptada à elevada umidade no solo (GUSMÃO; GUSMÃO, 2013).
Estudos realizados por Hirata e Hirata (2015), com agrião d‟água, Rorippa
nasturtium-aquaticum (L.) Hayek, que possui características relativamente semelhantes ao
jambu, verificou-se, com base na produtividade e nos componentes de produção do primeiro
ciclo de desenvolvimento, que o sombreamento promoveu impacto positivo na massa fresca
da parte aérea, especialmente do talo, com incremento de até 59% de produtividade em
relação ao tratamento controle (cultivo a pleno sol).
Para o jambu, a maior média de matéria fresca encontrada neste estudo, se mostrou
superior aos valores encontrados por Neves et al. (2013), com a utilização do mesmo tipo de
tela (tela de 50% de sombreamento), nas condições de Cáceres – MT.
37
Tais resultados devem relacionar-se ao ponto de saturação de luz do aparelho
fotossintético, ou seja, para haver crescimento efetivo a radiação necessária ao processo
fotossintético da planta, deve estar em torno de 50% da radiação plena, possibilitando maior
eficiência quântica e química do processo fotossintético, proporcionando maior acúmulo de
matéria fresca (COELHO et al., 2014).
Para a massa seca da parte aérea e das folhas, verificou-se que não houve diferença
significativa para nenhum dos fatores avaliados (Tabela 3). Contudo, Dousseau et al. (2007)
ressaltam que, a capacidade de acúmulo de matéria seca em diferentes órgãos do vegetal,
varia em função da espécie, fruto de adaptação às condições de cultivo semelhante ao seu
ambiente de origem.
Costa et al. (2011), avaliando o desempenho de rúcula, cultivada sob diferentes telados
de sombreamento e a campo aberto, constataram que, os ambientes com tela de
sombreamento promoveram aumento da matéria seca, assim como Guerra et al. (2017), em
estudos para avaliar o efeito de telas de sombreamento sobre capacidade fotossintética e
produtividade de alface crespa, observaram incremento de 39,95% com uso de tela verde com
50% de sombreamento e de, 38,4% com tela plástica, com relação à massa seca total das
plantas.
Neves et al. (2013), avaliando a produção de jambu sob cultivo em campo aberto, sob
telas de sombreamento e telas termo refletoras, observaram as maiores médias de massa seca
das folhas, oriundas dos tratamentos constituídos de tela termo refletora de 30% e tela de
sombreamento de 30%. Sabe-se então, que ao conduzir a planta dentro de uma variação ideal
de luminosidade com outros aspectos favoráveis, como umidade do ar e do solo, a
fotossíntese é elevada, e o acúmulo de massa seca e fresca tende a ser mais elevado
(BEZERRA NETO et al., 2005).
Para a quantidade de água na parte aérea das plantas, foi possível constatar diferença
significativa apenas entre os níveis de sombreamento. Com base na análise estatística, plantas
crescidas sob sombreamento de 50%, apresentaram maior quantidade de água na parte aérea,
independe da variedade.
De acordo com Borges et al. (2013), o ambiente coberto é fator significativamente
determinante na quantidade de água em plantas de jambu. Segundo esses autores, o cultivo de
jambu sob cobertura proporciona melhores condições para o bom desenvolvimento das
plantas. Nesse caso, o sombreamento de 50% influenciou de forma mais satisfatória na
absorção de nutrientes, assim como na taxa de transpiração das plantas, promovendo maior
acúmulo de água.
38
De modo geral, a maioria das hortaliças folhosas apresenta elevado teor de água
(HIRATA; HIRATA, 2015), como é claramente observado em plantas de jambu, o que
confere sabor suculento característico desta hortaliça. Como não houve diferença entre os
sombreamentos quanto à massa seca da parte aérea, evidencia-se que, o efeito das telas na
massa fresca da parte aérea foi resultante da maior quantidade de água, principalmente nas
plantas cultivadas sob as telas de 50%.
Para a área foliar (Tabela 3), foi possível verificar-se que houve diferença significativa
apenas para o fator variedades. A variedade „flor amarela‟ apresentou melhor resultado,
diferindo estatisticamente da „flor roxa‟. A determinação dos valores de área foliar é de suma
importância em estudos agronômicos e fisiológicos, por fornecer informações sobre o
metabolismo vegetal, produção de biomassa, rendimento, etc. É um importante parâmetro
para avaliar o desempenho do vegetal sob diferentes condições de cultivo, no crescimento e
tolerância das plantas (BORGES; GOTO; LIMA, 2014).
Borges, Guerrero e Fernandes (2010), obtiveram médias de área foliar de 1527,64 cm²
em plantas de jambu, também a „flor amarela‟ ou “Jamburana”, cultivadas com silício, sendo
este valor inferior ao encontrado neste trabalho, com relação à mesma variedade. A
importância da área foliar de uma cultura é conhecida por ser um parâmetro indicativo de
produtividade, pois o processo fotossintético depende da interceptação da energia luminosa e
a sua conversão em energia química (FAVARIN et al., 2002).
Para área foliar específica (Tabela 3), verificou-se que houve interação significativa
entre os níveis de sombreamento e variedades de jambu. De acordo com o desdobramento
(Figura 11), pode-se observar melhor desempenho para os tratamentos constituídos de tela de
70% com a variedade flor amarela.
39
Figura 11- Área foliar específica (AFE) de variedades de jambu submetidas a diferentes níveis de
sombreamento. *Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e letras maiúscula na linha, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (p>0,05). UFRA, Capanema-PA, 2019.
Fonte: A autora.
Nesse contexto, sabe-se que, o aumento nos valores de AFE em condições de
sombreamento elevado, está intimamente relacionado com as alterações anatômicas que
podem ocorrer nas plantas, cutículas e epiderme mais delgadas, menor espessura de mesofilo
e menor proporção de tecidos condutores e de sustentação, maior proporção de espaços
intercelulares e menor densidade estomática (BERLYN; CHO, 2000). Até certo limite, o
aumento da AFE é interessante sob o ponto de vista de se obter folhas de jambu mais tenras.
O jambu „flor amarela‟ mostrou maior tolerância a maior porcentagem de
sombreamento. Pesquisas com cultivo de hortaliças em diferentes ambientes, indicam que,
plantas sob maior sombreamento, tendem a aumentar a AFE, a fim de aumentar a distribuição
de assimilados à custa de crescimento, otimizando a captação da energia luminosa (VIEIRA,
2017). As plantas investem relativamente maior proporção de fotoassimilados e outros
recursos no aumento da área foliar, apresentando maior AFE e folhas com menor densidade
de massa. Tais adaptações ocorrem para aumentar a área útil para o processo de fotossíntese,
melhorando a captação da luz incidente.
Diante do exposto, por ter apresentado alto desempenho no que diz respeito ao
aumento da área foliar específica, o jambu „flor amarela‟ é indicado quando pretende-se obter
plantas com tais adaptações.
229,17 aA
174,62 aB 196,12 aB
209,49 aB 225,59 bA
244,36 bA
274,19 bA
374,96 aA
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Sem tela Tela 30% Tela 50% Tela 70%
AF
E (
cm2 g
-1)
Níveis de sombreamento (%)
Flor roxa Flor amarela
40
Para o índice de área foliar (Tabela 3) constatou-se que houve diferença significativa
apenas entre as variedades de jambu. A variedade flor amarela apresentou maior IAF,
diferindo-se estatisticamente da variedade flor roxa. Os resultados das duas variedades foram
superiores ao apresentado por Borges, Goto e Lima (2012), onde a „flor amarela‟, obteve 3,60
e „flor roxa‟ 2,36 para o índice de área foliar (IAF), produzidas com adubação orgânica,
cultivado sob cobertura plástica. De modo geral, o IAF é importante no estudo de produção
das culturas, pois, com o aumento da área foliar, há melhor aproveitamento da energia solar
direcionada a produção de assimilado pela planta, incrementando maior produção de jambu
por área, visto que é feita a relação para unidade de área.
Com base nos valores do teor relativo de clorofila, dado pelo índice SPAD, houve
diferença entre as telas de sombreamento. Entretanto, conforme os resultados, observou-se
que o aumento do sombreamento não promoveu efeito acentuado para esta variável (Tabela
3).
O medidor SPAD-502 avalia, de forma quantitativa, a intensidade do verde da folha,
medindo as transmissões de luz a 650 nm, onde ocorre absorção de luz pela molécula de
clorofila e a 940 nm, onde não ocorre absorção, ou seja, os valores são calculados com base
na quantidade de luz transmitida pela folha, em dois comprimentos de ondas, com diferentes
absorbâncias da clorofila (SILVA et al., 2014). Por sua vez, as clorofilas estão diretamente
associadas ao processo de fotossíntese, no qual a alta eficiência conduz a planta ao incremento
de produtividade. Essa relação se dá, sobretudo, pelo aproveitamento da radiação disponível
por esses pigmentos.
Os pigmentos atuantes na fotossíntese, são as clorofilas a e b, os carotenoides e outros
pigmentos acessórios, sendo que a clorofila a é utilizada na primeira etapa (fotoquímica),
intimamente associada a outros pigmentos, os quais realizam a transferência de energia
luminosa (TAIZ et al., 2017). Desse modo, a adaptação da planta e seu crescimento em
resposta a diferentes ambientes, também diz respeito aos teores de clorofila, promotores de
eficiência fotossintética (ALMEIDA et al., 2004), o que torna a avaliação do índice SPAD,
uma importante ferramenta para avaliação do vigor, sanidade e integridade dos aparatos da
célula, durante o processo da fotossíntese (SILVA et al., 2014).
Ainda, Guimarães et al. (1999) ressaltam que, teores de clorofila nas folhas são
utilizados para estimar o potencial fotossintético das plantas, pela sua ligação direta com a
absorção e transferência de energia luminosa e ao crescimento e à adaptação a diversos
ambientes. Contudo, no presente estudo, verificou-se que o sombreamento não promoveu
influência acentuada sobre os valores do índice SPAD, mesmo se tratando de um importante
41
parâmetro para atestar atividade fotossintética das folhas, tendo ocorrido pouca variação entre
os tratamentos.
Para a produtividade da cultura (Tabela 3), observa-se que houve diferença
significativa somente entre os níveis de sombreamento. O cultivo de jambu com tela de 50%
de sombreamento, promoveu o melhor desempenho produtivo, diferindo-se estatisticamente
dos demais níveis de sombreamento.
Com base nos resultados obtidos, verificou-se que houve incremento de 46,23% na
produtividade do jambu com a utilização da tela de 50%, quando comparado ao cultivo sem
tela, aumentando também, o rendimento por área. Incrementos na produtividade com o cultivo
sob telas de sombreamento, em comparação ao tratamento a pleno sol, também foram
descritos para outras espécies (BRANT et al., 2009; ESPINDOLA JUNIOR et al., 2009;
OTONI et al., 2012; SILVA et al., 2015).
Borges (2012) encontrou valores médios de produtividade de 2,98 kg m-2
e 2,96 kg m-2
no cultivo de variedades de jambu sob adubação mineral. Em outro estudo de Borges et al.
(2013), foram encontradas médias de 3,37 kg m-2
em adubação mineral e 2,40 kg m-2
em
adubação orgânica, todos estes valores sendo inferiores ao encontrado neste trabalho,
mostrando que o emprego de tela de sombreamento no cultivo do jambu traz ganhos ao
produtor e exerce influência positiva na produção da espécie.
Bezerra Neto et al. (2005) constataram que o uso de telas de sombreamento (tela
branca de 25,45%; verde de 17,50% e preta de 9,07%,) proporcionaram resultados superiores
de produtividade para a cultura da alface, quando comparado à testemunha (cultivo sem tela),
assim como os resultados obtidos por Queiroga (2001) com utilização de tela branca e verde,
com malha de 2 x 2 mm e preta com malha irregular para a mesma cultura.
Um parâmetro econômico-produtivo avaliado nesse estudo, foi o rendimento (Tabela
3), dado em maços de jambu por metro quadrado. Semelhante à característica de
produtividade, o rendimento mais elevado, foi obtido a partir da utilização da tela de 50% de
sombreamento. Vale ressaltar que para a característica, Gusmão et al. (2005) relata que nas
áreas produtoras que abastecem a capital (Belém), o rendimento de jambu varia de 6 a 10
maços m-2
.
No presente estudo, observou-se que a tela de 50% de sombreamento proporcionou
melhor resultado, com um rendimento de aproximadamente 12 maços m-2
. Esta variável
possui grande importância econômica, pois a partir do rendimento por área, o produtor de
jambu tem a possibilidade de obter maior retorno financeiro com a atividade, assim como
otimizar sua produção por unidade de área.
42
A partir do rendimento obtido com o cultivo do jambu sob 50% de sombreamento e
com base no preço médio do maço, produzido em sistema convencional, segundo Gusmão e
Gusmão (2013), de R$ 1,00 cada, o produtor tem a possibilidade de suprir, no primeiro ano, o
investimento na aquisição das telas de sombreamento, cujo metro custa em média R$ 10,00
(CANAL AGRÍCOLA, 2018). Desse modo, o emprego da tela de 50% sombreamento
permite aumentar, consideravelmente, a eficiência produtiva do jambu.
De acordo com o resumo da análise de variância com informação dentro da parcela
(Tabela 4), observou-se diferença significativa entre os tratamentos (variedades de jambu)
cultivadas sob os diferentes níveis de sombreamento, para as características de altura de
planta, número de inflorescências, número de ramificações secundárias e massa fresca e seca
da parte aérea.
Tabela 4- Resumo da análise de variância para as características de altura de planta (AP), número de
inflorescências (NI), número de ramificações secundárias (NRS), massa fresca da parte aérea (MFPA)
e massa seca da parte aérea (MSPA), obtidas do jambu „flor roxa‟ e „flor amarela‟, cultivados em diferentes níveis de sombreamento. UFRA, Capanema-PA, 2019.
FV GL QM das variáveis
AP NI NR MFPA MSPA
Blocos 3 423,71 28,71 21,04 1167,65 134,56
Tratamentos 7 598,29**
71,28ns
21,29* 24897,17
** 50,95
ns
Erro 21 135,00 44,52 6,39 3253,77 56,18 Dentro 160 69,05 12,11 5,63 1329,27 14,58
Média 28,58 6,01 10,48 104,48 9,39
CVe1 16,59 45,28 9,84 22,28 32,55
CVe2 11,59 38,63 3,38 17,14 28,01
CVge 15,36 17,55 7,51 28,74 -
CVgd 26,61 30,40 13,01 49,78 -
CVge/CVe2 1,32 0,45 2,21 1,67 -
CVgd/CVe2 2,29 0,78 3,84 2,90 -
Significativo ao nível de p < 0,05 (*) e p < 0,01(**) pelo teste F; ns: não significativo; CVe1 e 2: Coeficiente de
variação experimental; CVge: Coeficiente de variação genético entre; CVgd: Coeficiente de variação genético
dentro.
Fonte: A autora.
Os altos valores do coeficiente de variação genético dentro da parcela (CVgd),
demonstraram não homogeneidade entre indivíduos da mesma variedade. Para as variáveis de
comprimento da parte aérea, número de ramificações secundárias e massa fresca da parte
aérea, com base na razão CVgd/CVe, observou-se que a variação dentro da parcela foi 2,3,
3,43 e 2,90 vezes maiores que o erro, ou seja, tal variação entre os indivíduos se deu por
efeito genético e não experimental.
43
Com isso, foi possível atestar que as variedades flor roxa e flor apresentam variação
genética. No entanto, a existência de variância é importante, por ser premissa básica para o
melhoramento genético de plantas e subsidiar o progresso genético com a prática da seleção
(CRUZ et al., 2004). Sendo o jambu considerado um material instável geneticamente, essas
informações configuram-se substancial para os estudos posteriores realizados com a espécie.
Nesse contexto, ao considerarmos que ainda não há um programa de melhoramento
genético estabelecido para a cultura do jambu, é de fundamental importância verificar a
existência de variabilidade dos materiais em estudo, para que seja possível a utilização dos
métodos de melhoramento e obtenção de ganhos genéticos, realizando estudos com a espécie
sob uma nova perspectiva (FREITAS et al., 2009).
O manejo dos níveis de sombreamento no cultivo de jambu, promoveu desempenho
diferenciado entre as variedades e tais modificações, condicionaram mecanismos de respostas
fisiológicas em suas características vegetativas e produtivas, apresentando resultados
pertinentes sobre as vantagens da utilização de telas de sombreamento.
44
5 CONCLUSÃO
Logo, o manejo dos níveis de sombreamento promoveu efeito sobre o desempenho
agronômico das variedades de jambu flor roxa e flor amarela, onde houve elevado incremento
na produtividade e rendimento das variedades, com a tela de 50% de sombreamento, sendo
uma alternativa viável ao olericultor.
45
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