DERMATITE IDIOPATICA a
Transcript of DERMATITE IDIOPATICA a
DERMATITE IDIOPÁTICA: RELATO DE CASO
Espaço pra colocar meu nome e o nome da professora
RESUMO
A dermatite idiopática é uma doença dermatológica, de caráter hereditário, que
envolve vários fatores como alergias, defeitos da barreira cutânea, infecções cutâneas,
infecções microbianas e outros fatores predisponente. A idiopática é uma reação de
hipersensibilidade a alérgenos e se da principalmente por inalação, mas a ingestão ou
contato pode gerar reações alérgicas que intensificam os sintomas da doença.
Descrevemos nesse relato um caso de dermatite idiopática num canino, fêmea, de 11
meses de idade, sem raça definida. E como toda doença alérgica, a idiopática não
possui cura, mas sim o controle adequando a mesma.
Palavra chave: dermatológica, hereditário, cutâneas
Tema central: Medicina Veterinária
ABSTRACT
Idiopathic dermatitis is a skin disease, hereditary, which involves several factors such
as allergies, skin barrier defects, skin infections, microbial infections and other
predisposing factors. The idiopathic is a hypersensitivity reaction to the allergens and
mainly by inhalation, ingestion or contact but can cause allergic reactions that intensify
the symptoms of the disease. Describe in this report a case of idiopathic dermatitis in a
dog, female, 11-month-old mongrel. And like any allergic disease, idiopathic has no
cure but control adjusting the same.
Key word: dermatology, hereditary skin
Central Theme: Veterinary Medicine
INTRODUÇÃO
A dermatite idiopática é uma doença que envolve vários fatores como
alergias, defeitos da barreira cutânea, infecções cutâneas, infecções microbianas e
outros fatores predisponentes (NUTTAL,2008).
A idiopática é uma reação de hipersensibilidade do tipo I, o que significa
que vários alérgenos são capazes de promover anticorpos alérgeno- específicos (IgE
e IgGd). A reação destes anticorpos, fixados às superfícies dos mastócitos, com os
alérgenos específicos induzem a liberação de mediadores responsáveis pela reação
inflamatória e pelo prurido. Enzimas proteolíticas, histamina e leucotrienos são os
mediadores mais comuns(WILLEMSE, 1998).
Existem três possibilidades terapêuticas. A primeira consiste na retirada dos
agentes causadores da alergia do ambiente em que o animal vive, porém em muitos
casos isto não é possível, mas deve ser considerado (NUTTAL, 2008;
FARIAS,2007; MEDLEAU; RAKICH, 1996).
A segunda possibilidade é a hipossensibilização, esta consiste em uma série
de injeções de alérgenos diluídos que são aplicados no animal para torná-lo
menos sensível à sua alergia, porém é apenas apropriada em animais com
sensibilidades identificadas (NUTTAL, 2008; FARIAS, 2007; MEDLEAU;
RAKICH,1996). Porém, em gatos, esta terapêutica, embora baixa, é similar, quando
baseada em testes intradérmicos e in vitro (WOLBERG; BLANCO, 2008).
A terceira envolve ações combinadas que controlam o prurido e
consequente- mente as lesões, mas que dependem da colaboração do proprietário,
esta possibilidade envolve a retirada do máximo possível dos locais colonizados por
ácaros; controle de ectoparasitas (pulgas), com produto (s) de eficácia excelente;
controle de infecções bacterianas, podendo ser necessário o uso crônico ou
“pulsoterapia” de antibióticos; controle de Malassezia pachydermatis, sempre que
necessário; uso inicial de anti-his- tamínico ou corticoide; diminuição da frequência e
tempo de banhos e uso diário de hidratantes; e uso de ácidos graxos essenciais
(NUTTAL, 2008; FARIAS,2007; WILLEMSE, 1998; MEDLEAU; RAKICH, 1996).
Porém, em idiopática felina coexiste frequentemente com outras alergias, é
necessário excluir todas as alergias antes de estabelecer um diagnóstico definitivo
(WOLBERG; BLANCO, 2008).
O controle de infecção bacteriana deve ser feito com antibiótico de amplo
espectro como, por exemplo, a cefalexina, que tem como característica distribuir em
todos os tecidos e atingem boas concentrações, principalmente em pele e tecido
subcutâneo, com isso favorecendo o controle (ANDRADE; GIUFFRI- DA; RIBEIRO,
2002).
O tratamento da Malassezia pachydermatis pode ser feito com produto
contendo Miconazol, quando necessário. O corticoide é a droga mais utilizada na
dermatologia veterinária por ser econômica, fácil de administrar e de elevada
eficácia. Em doses farmacológicas, inibe a expressão de genes que codificam uma
variedade de moléculas envolvidas na imunidade e na inflamação, resultando numa
rápida e profunda imunossupressão e diminuição da inflamação (NUTTAL, 2008;
FARIAS, 2007; MEDLE- AU; RAKICH, 1996).
Corticosteroides orais de curta ação, como a prednisolona na dose de 0,5 a 1
mg /kg, podem ser indicados no controle da exacerbação aguda da inflamação e do
prurido relacionados à dermatite idiopática, até a diminuição dos sinais clínicos. Em
casos crônicos e que não respondem a terapias alternativas e dependem dos
corticoides para controlar o prurido, o uso a longo prazo deve ser restrito. Nesses
casos, após a instituição da dose de0,5 mg /kg /24h, seu uso deve ser espaçado para
cada 48 horas e posterior- mente a cada 72 horas, sua dose então deve ser
reduzida e espaçada até se encontrar um equilíbrio entre ausência de sinais clínicos
e de efeitos colaterais da corticoideterapia (NUTTAL, 2008; FA- RIAS, 2007).
Já o uso concomitante de ácidos graxos essenciais é importante devido a
estes serem responsáveis pela manutenção de uma pele elástica e para eficácia das
defesas contra as agressões externas (DE-THIOUX, 2008). Estes produtos podem
ser eficientes na redução do prurido pelo bloqueio do metabolismo do ácido
araquidônico, diminuindo a liberação de mediadores inflamatórios; mesmo que a
suplementação com ácidos graxos não seja completamente eficiente sozinha, seu
uso com os glicocorticoides pode permitir acentuada redução na dosagem do
glicocorticoide (MEDLEAU; RAKICH,1996). Muitos animais adenopáticos melhoram
de modo inespecífico após os ensaios alimentares, provavelmente devi- do às
dietas utilizadas que apresentam elevada qualidade e são enriquecida sem ácidos
graxos essenciais (NUTTAL,2008).
O tratamento sintomático usando anti-histamínicos, suplementação com
ácidos graxos ou doses anti-inflamatórias de glicocorticoides não interfere na
imunoterapia e pode ser usado concomitantemente (MEDLEAU; RAKICH, 1996).
CONTEUDO
No dia 18/01/2011 , foi atendido no Hospital Veterinário, localizado na
Universidade Estadual do Maranhão , uma cadela sem raça definida, pelagem preta ,
de 11 meses pesando 13,5Kg. A queixa principal se resumia em queda brusca de
pêlo ,vômito, inapetência e presença de pulga isso vinha ocorrendo há duas semanas.
Durante esse período a cadela usou sabonete (tiuran) e neomicina apresentando
melhoras. O proprietário disse ainda que a mesma tomou duas doses se vacina
polivalente e foi vermifugada a 20 dias. O exame físico constatou que o animal não
apresentava alteração nas mucosas oculares e sua temperatura corporal era de 40° C.
relatou hipomotilidade do rúmen e aumento da frequência cardíaca. Foram pedidos
ainda hemograma completo e microscopia, dando positivo para babesia erlichiosa e
fungos. O animal foi tratado com cetoconazol oral e com o uso de shampoo especifico.
CONCLUSÃO
A partir do relato de caso acima descrito, podemos observar a relevância da
Dermatite Idiopática como uma dermatopatia frequente na clínica médica
veterinária. Dessa forma, faz-se imprescindível que haja o diagnóstico preciso
desta afecção, dispondo então o devido tratamento de suporte e seu controle,
promovendo qualidade de vida ao animal acometido; uma vez que a idiopática é
incurável, mas apresenta um prognóstico favorável se há a correta intervenção do
médico veterinário, bem como do proprietário do animal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, S.F.; GIUFFRIDA, R.; RIBEIRO, M.G.; Quimioterápicos, antimicrobianos e
antibióticos. In: ANDRADE, S.F.; Manual de terapêutica veterinária. 2.ed. São Paulo:
Roca, 2002, p. 33-35.
WILLEMSE, T.; Dermatologia clínica de cães e gatos. 2.ed. São Paulo: Manole,
1998. p. 44-48.
MEDLEAU, L.; RAKICH, P.; Doenças dermatológicas. In: LORENZ, M. D.;
CORNELIUS, L.M.; FERGUSON; Terapêutica clínica em pequenos animais. 1. ed.
Rio de Janeiro: Interlivros, 1996. Cap. 3, p. 23-29.
NUTTAL, T. Abordagem da dermatite idiopática. Veterinary Focus. v. 18, 2008.
Disponível em www.ivis.com
DETHIOUX, F. Nutrição, saúde da pele e qualidade da pelagem. Veterinary Focus. v.
18, 2008. Disponível em www.ivis.com
WILKINSON, G. T.; HARVEY, R. G. Hipersensibilidades.Dermatologia dos
pequenos animais – Guia para o diagnóstico. 2 Ed. São Paulo: Manole, 1996.
Cap. 8, p. 144-148.
MEDLEAU, L.; HNILICA, K. Reações de Hipersensibilidade.Dermatologia de
pequenos animais. 2. Ed. São Paulo: Roca,2009. Cap. 7, p. 160-164.