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Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Cláudio Giusti Del Cole Crippa DESENVOLVIMENTO DE UMA ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA PARA UM NOVO SISTEMA PRODUTO SERVIÇO PARA A GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA. Monografia apresentada como requisito para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista com habilitação em Engenharia de Produção, submetida ao departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, pertencente ao Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Prof. Dra. Myriam Eugênia Ramalho Prata Barbejat. Coorientador: Fernando Antônio Forcellini. Florianópolis 2017

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Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas –

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Cláudio Giusti Del Cole Crippa

DESENVOLVIMENTO DE UMA ANÁLISE DE

VIABILIDADE ECONÔMICA PARA UM NOVO

SISTEMA PRODUTO SERVIÇO PARA A GERAÇÃO

DE ENERGIA FOTOVOLTAICA.

Monografia apresentada como

requisito para obtenção do grau de

Engenheiro Eletricista com habilitação

em Engenharia de Produção, submetida

ao departamento de Engenharia de

Produção e Sistemas, pertencente ao

Centro Tecnológico da Universidade

Federal de Santa Catarina.

Orientador: Prof. Dra. Myriam Eugênia

Ramalho Prata Barbejat. Coorientador:

Fernando Antônio Forcellini.

Florianópolis

2017

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor

através do Programa de Geração Automática da

Biblioteca Universitária da UFSC.

A ficha de identificação é elaborada pelo próprio autor

Maiores informações em:

http://portalbu.ufsc.br/ficha

Cláudio Giusti Del Cole Crippa

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DESENVOLVIMENTO DE UMA ANÁLISE DE

VIABILIDADE ECONÔMICA PARA UM NOVO

SISTEMA PRODUTO SERVIÇO PARA A GERAÇÃO

DE ENERGIA FOTOVOLTAICA.

Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do

Título de Engenheiro Eletricista e aprovada em sua forma

final.

Florianópolis, x de maio de 2017.

________________________

Profa. Marina Bouzon

Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

________________________

Prof. Myriam Eugênia Ramalho Prata Barbejat, Dra.

Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Fernando Antônio Forcellini, Dr.

Coorientador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Ricardo Faria Giglio, Dr.

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Prof. Antonio Cezar Bornia Dr.

Universidade Federal de Santa Catarina

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Este trabalho é dedicado aos meus amados pais,

aos meus amigos e aos meus orientadores.

“Sonhos não dormem.” Manuca Almeida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Antônio e Magali pelo apoio

incondicional. Aos meus amigos Marina, Ricardo e Bartira

pela lealdade e companheirismo nos estudos e na jornada

universitária. Aos meus orientadores, Myriam Eugênia

Ramalho Prata Barbejat e Fernando Antônio Forcellini por

terem acreditado na minha proposta de pesquisa e me

incentivar sempre a fazer o melhor.

À UFSC e aos meus colegas de curso, por me proporcionarem

a oportunidade e o privilégio de me tornar engenheiro

eletricista.

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RESUMO

Desde 2012, o Brasil possui o Sistema de Compensação

de Energia Elétrica onde é possível injetar energia na rede e,

assim, criar créditos de energia junto à distribuidora onde a

mesma energia foi injetada. Os créditos podem ser transferidos a

outros consumidores dentro da mesma área de distribuição, com

validade para consumo de até 5 anos. Neste cenário real, este

trabalho busca fazer uma análise de viabilidade econômica para

uma empresa que atua neste mercado. Esta empresa irá construir

uma usina fotovoltaica de 5MWp na região da Grande

Florianópolis e injetar sua produção na rede local. A energia

injetada criará créditos que serão transferidos aos consumidores

e a empresa cobra por este serviço. A análise foi feita para um

período de 26 anos e buscou abordar todos os custos, impostos e

ganhos deste empreendimento a fim de se obter em indicadores

dados que auxiliam a verificar a viabilidade econômica desta

empresa. A partir desses estudo foi possível identificar que o

empreendimento não é totalmente viável na região da grande

Florianópolis, porém se mostra economicamente viável se feito

em outras regiões.

Palavras-chave: Viabilidade Econômica. Energia Fotovoltaica.

Geração Distribuída.

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ABSTRACT

Since 2012, Brazil has the Electric Energy

Compensation System where it is possible to inject energy into

the grid and, thus, create energy credits with the distributor where

the same energy was injected. The credits can be transferred to

other consumers within the same distribution area, with validity

for consumption of up to 5 years. In this real scenario, this work

seeks to make an economic feasibility analysis for a company

that operates in this market. This company will build a 5MWp

photovoltaic plant in the region of Florianópolis and inject its

production in the local network. The injected energy will create

credits that will be transferred to consumers and the company

charges for this service. The analysis was done for a period of 26

years and sought to address all costs, taxes and gains of this

enterprise in order to obtain data indicators that help verify the

economic viability of this company. From these studies it was

possible to identify that the project is not totally feasible in the

region of the great Florianópolis, but it is economically viable if

done in other regions.

Keywords: Economic Viability. Photovoltaics. Distributed

Generation.

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LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1 – Comparativo PCDA x Etapas do Estudo .........30.

Figura 2 – Atual Estrutura do Setor Elétrico Brasileiro ....35.

Figura 3 – Exemplificação da Empresa .............................53.

Figura 4 – Mapa de Atuação CELESC ..............................55.

Gráfico 1 – Produção Mensal no 1º Ano ...........................56.

Gráfico 2 – Projeção Inflação Energética ..........................63.

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LISTA DE QUADROS E EQUAÇÕES

Quadro 1– Etapas DRE .....................................................43.

Equação 1 – VPL ................................................................46.

Equação 2 – Payback Simples.............................................47.

Equação 3 – Payback Descontado.......................................47.

Equação 4 – TIR .................................................................48.

Equação 5 – Receita Líquida ..............................................64.

Equação 6 – EBITA ............................................................65.

Equação 7 – EBIT ...............................................................67.

Equação 8 – LAIR ...............................................................68.

Equação 9 – Lucro Líquido .................................................69.

Equação 10 – Fluxo de Caixa Operacional .........................70.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Perdas do Sistema .............................................56.

Tabela 2 – Colaboradores ...................................................57.

Tabela 3 – Investimento Usina ...........................................59.

Tabela 4 – Investimento Sede ............................................59.

Tabela 5 – Folha de Pagamento .........................................60.

Tabela 6 – Custos Fixos .....................................................61.

Tabela 7 – Receita Bruta ....................................................64.

Tabela 8 – Impostos sobre Venda ......................................65.

Tabela 9 – EBITDA ...........................................................66.

Tabela 10 – Financiamentos ...............................................68.

Tabela 11 – IRPJ e CSLL ...................................................69.

Tabela 12 – Lucro Líquido .................................................70.

Tabela 13 – Fluxo de Caixa Operacional ...........................71.

Tabela 14 – Fluxo de Caixa de Ativos ...............................71.

Tabela 15 – Sensibilidade VPL...........................................74.

Tabela 16 – Sensibilidade PayBack Simples......................75.

Tabela 17 – Sensibilidade PayBack Descontado................75.

Tabela 18 – Sensibilidade TIR............................................76.

Tabela 19 – Sensibilidade ICMS.........................................76.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

BEN – Balanço Energético Nacional

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social

BNEF – Bloomberg New Energy Finance

CAPEX – Capital Expenditure

CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

CELESC - Centrais Elétricas de Santa Catarina

CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

CNPE – Conselho Nacional de Política Energética

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade

Social

CONFAZ - Conselho Nacional da Política Fazendária –

Ministério da fazenda

CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido

CSU – Charles Sturt University

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

EBITDA – Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and

Amortization

EBIT – Earnings Before Interest and Taxes

FOB – Free on Board

FV–Fotovoltaico

FCO – Fundo Centro-Oeste

FCt - Fluxo de Caixa no Periodo

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS – Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e

Serviços

IDEF – Integrated Definition

II – Imposto de Importação

INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética

IR – Imposto de Renda

IRPJ – Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica

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IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados

ISO – International Organization for Standardization

ISS – Imposto Sobre Serviço

MME – Ministério de Minas e Energia

NEO – New Energy Finance

PIS – Programa de Integração Social

OIE – Oferta Interna de Energia

OPEX - Operational Expenditure

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico

SC - Santa Catarina

SIN – Sistema Interligado Nacional

TMA – Taxa Mínima de Atratividade

TI – Tecnologia da Informação

TIR – Taxa Interna de Retorno

TUST – Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão

TUSD – Tarifa do Uso do Sistema de Distribuição

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

USF – Usina Solar Fotovoltaica

VPL – Valor Presente Líquido

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LISTA DE SÍMBOLOS

USD - dólar dos Estados Unidos (em inglês: United States

dollar) é a moeda emitida pelos Estados Unidos.

R$ - Real é a moeda corrente oficial da República Federativa do

Brasil.

W - O termo técnico watt elétrico corresponde à produção de

potência elétrica.

Wh - Um watt-hora é a quantidade de energia utilizada para

alimentar uma carga com potência de um watt pelo período de

uma hora.

Wp – Watt-pico (Wp) é uma medida de potência energética,

normalmente associada com células fotovoltaicas.

kW - Quilowatt, equivalente a 103 W.

MW - Megawatt, equivalente a 106 W.

TW - Terawatt, equivalente a 1012 Wp.

kWp - Quilowatt, equivalente a 103 Wp.

MWp – Megawatt, equivalente a 106 Wp.

R$/kWh – Valor em Reais para cada kWh.

V - unidade de tensão elétrica (diferença de potencial elétrico).

kV – Quilovolt, equivalente a 103 V.

R$/m² - Valor gasto com o local onde o sistema é instalado por

m².

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................ 27

1.1 INTRODUÇÃO ....................................... Erro! Indicador não definido.

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................... 28

1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................... 28

1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA UTILIZADA .................................. 29

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................... 30

2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................... 32

2.1 SETOR ELÉTRICO ............................................................................... 32

2.2 ENERGIA FOTOVOLTAICA ............................................................... 35

2.3 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA .................................................................. 35

2.4 VIABILIDADE ECONÔMICA ............................................................. 39

2.5 CONSTRUÇÃO DA DRE ..................................................................... 41

2.6. CALCULO DO FLUXO DE CAIXA ................................................... 42

2.6.1. FLUXO DE CAIXA DE ATIVOS .............................................. 43

2.6.2. FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL ..................................... 43

2.7. INDICADORES FINANCEIROS ......................................................... 44

2.7.1. VPL (Valor Presente Líquido) .................................................... 44

2.7.2 PAYBACK .................................................................................... 44

2.7.3 TIR (Taxa Interna de Retorno) ................................................... 45

3. CONSIDERAÇÕES ..................................................................... 47

3.1 RESUMO DAS CONSIDERAÇÕES UTILIZADAS NA OBTENÇÃO

DE RESULTADOS ...................................................................................... 47

4. DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ...................................... 50

4.1 DESCRIÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO EMPREENDIMENTO ... 50

4.1.1 FUNCIONAMENTO DA USINA ................................................ 51

4.1.2 FUNCIONAMENTO DO ESCRITÓRIO .................................. 55

4.2 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS ...................................................... 56

4.2.1 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DE INVESTIMENTO

INICIAL DO EMPREENDIMENTO .................................................. 56

4.2.2 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DA ESTRUTURA

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ORGANIZACIONAL .......................................................................... 59

4.3 CONSTRUÇÃO DO DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO

EXERCÍCIO ................................................................................................ 61

4.3.1. RECEITA BRUTA ..................................................................... 61

4.3.2. RECEITA LÍQUIDA .................................................................. 63

4.3.3. EBITDA ....................................................................................... 64

4.3.4. EBIT ............................................................................................. 66

4.3.5. LAIR ............................................................................................ 66

4.3.6. LUCRO LÍQUIDO ..................................................................... 68

4.3.7. CÁLCULO DO FLUXO DE CAIXA ........................................ 69

4.4. AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO ................................................. 71

4.4.1. VPL .............................................................................................. 71

4.4.2. PAYBACK................................................................................... 72

4.4.3. TIR ............................................................................................... 72

5. CONCLUSÕES ACERCA DO ESTUDO .................................. 78

6. BIBLIOGRAFIA ......................................................................... 80

Anexos ............................................................................................... 84

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A empresa estudada produz energia através da geração

fotovoltaica que se apresenta como uma tendência mundial na

geração sustentável de energia. Observando o cenário energético

brasileiro, dados da EPE (2007) indicam que em 2030 esta forma

de geração estará na segunda posição do ranking de energia mais

consumida no Brasil com previsão de ter entre 22% a 24% do

total de consumo energético brasileiro.

A expectativa é que em 2030, o Brasil consumirá entre

950 e 1250 TWh/ano de energia elétrica, acarretando em um

possível esgotamento do potencial hidrelétrico no longo prazo,

tornando imprescindível o uso de outras fontes energéticas (EPE,

2007).

Segundo Ramos Martins, Pereira e Echer (2004), o

Brasil por estar localizado em sua maior parte na região

intertropical, possui enorme potencial para geração fotovoltaica.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),

através da Resolução Normativa nº 482/2012, criou o Sistema de

Compensação de Energia Elétrica. Com este avanço da

legislação, é possível atuar no mercado de energia de maneiras

diferentes e inovadoras.

Para Braun-Grabolle (2010), por questões ambientais e

com o avanço da legislação no mercado energético, os sistemas

tradicionais de energia vêm sendo reestruturados, fazendo com

que a geração distribuída ocupe um espaço fundamental neste

novo contexto.

O trabalho de Lippelt (2017) propôs um novo modelo de

serviço que atua neste cenário e, assim, este trabalho se propôs a

analisar a estrutura de funcionamento e propor um estudo de

viabilidade econômico-financeira da mesma. Neste contexto,

reconhecendo os potenciais e os desafios desse tipo de geração

energética, o estudo foi elaborado afim de ajudar no

desenvolvimento desse tipo de tecnologia que pode ser considerado um dos assuntos mais importantes para o

desenvolvimento e futuro da humanidade.

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Este trabalho aborda o desenvolvimento de uma análise

de viabilidade econômico-financeira de uma empresa que atua

no mercado de energia. A ABEPRO (2008) define que este

modelo de estudo está contemplado dentro da área de Engenharia

Econômica e, assim, será feita uma gestão financeira desta

empresa, afim de se obter a real viabilidade do empreendimento.

1.2 OBJETIVOS

Esse estudo tem como objetivo principal

desenvolver um estudo de viabilidade econômica, para um

novo sistema produto serviço que seja, ecologicamente

correto, financeiramente viável, e com o menor custo para os

envolvidos, em que será possível a utilização e geração de

energia fotovoltaica. Serviço este que atuará no mercado

brasileiro de produção e comercialização de energia elétrica,

portanto sujeito às normais regulatórias desse mercado.

1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar as variáveis que influenciam direta e

indiretamente no valor da energia elétrica nacional.

Estudar os métodos para a análise de viabilidade

econômico-financeira da produção de energia que

englobe essas novas vertentes do mercado.

Avaliar as implicações a partir dos resultados

gerados da análise dos meios de produção de

energia fotovoltaica.

Identificar as formas economicamente viáveis em

comparação com a energia convencional utilizada

das distribuidoras nacionais.

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1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA UTILIZADA

Os trabalhos científicos requerem uma abordagem sistêmica.

Dependendo do tipo de estudo, existem métodos específicos com

enfoque qualitativo ou quantitativo (BRYMAN, 2008). Tendo

como referências os objetivos e as perguntas que se quer

responder o método de pesquisa mais adequado a ser usado neste

trabalho é o quantitativo.

Para melhor análise do processo sistêmico do estudo

foram levantadas etapas para a construção do estudo e assim foi

feito um paralelo com o PDCA, com isso pode-se identificar em

qual etapa do estudo estará sendo cada fase do processo de

desenvolvimento, como exemplificado na figura 1 abaixo:

Figura: 1: Comparativo PDCA x Etapas do Estudo

Fonte: autoria própria.

Foram enumeradas etapas para o desenvolvimento do

estudo, a fim de acompanhar o processo sistêmico do mesmo e,

assim se ter um direcionamento para a obtenção dos resultados e

criar uma análise concisa a partir disso. As etapas criadas foram:

Etapa 1 - Estudo da irradiação solar na região

1) Levantamento dos dados de irradiação solar diária média de

cada mês na região;

2) Cálculo da irradiação solar média mensal a partir dos dados

anteriores.

Etapa 2 – Cálculo do investimento inicial

1) Cálculo da potência instalada da Usina Solar Fotovoltaica;

2) Cálculo do custo total da compra dos equipamentos do

sistema gerador;

3) Cálculo dos custos relativos ao projeto, execução, compra de

demais dispositivos e aquisição de terras.

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Etapa 3 - Simulação da Usina Solar Fotovoltaica ao

longo da vida útil

1) Cálculo da geração anual esperada e perda de

eficiência da USF;

2) Cálculo do valor de venda da energia gerada;

3) Cálculo da receita bruta anual.

Etapa 4 – Cálculo das despesas anuais operacionais e

administrativas ao longo da vida útil

1) Cálculo das taxas operacionais incidentes;

2) Cálculo dos custos operacionais e administrativos;

Etapa 5 – Análise de investimento

1) Cálculo do valor de depreciação anual da instalação;

2) determinando a taxa de juros anual, prazo máximo de

pagamento e carência;

3) Definição do regime tributário.

Etapa 6 – Projeção econômica

1) Definição da taxa mínima de atratividade;

2) Cálculo do lucro operacional bruto;

3) Cálculo do lucro líquido;

4) Cálculo do Fluxo de caixa.

Etapa 7 – Análise econômica do investimento dos

acionistas

1) Cálculo dos valores de payback simples e descontado;

2) Cálculo do VPL;

3) Cálculo de TIR; A viabilidade do projeto é aprovada caso:

i) Os tempos de payback simples e descontado sejam

menores que o tempo de vida útil da Usina Solar Fotovoltaica;

ii) VPLfinal > 0;

iii) TIR >TMA;

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

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Este trabalho se divide em capítulos, buscando no

primeiro capítulo expor o problema em estudo e quais objetivos

se pretende alcançar no decorrer e no final deste trabalho. Ainda

neste capitulo, se discute a relevância e contribuição que este

estudo traz.

A seguir, no segundo capitulo é apresentado o

referencial teórico, que através de uma revisão bibliográfica,

mostra os tópicos básicos para a total compreensão deste

trabalho. Neste capitulo é possível entender o setor e o mercado

energético brasileiro, os conceitos para se fazer uma análise de

uma viabilidade econômica assim como os indicadores que

mostram o resultado desta análise de viabilidade.

O terceiro capítulo traz uma explicação de todas as

considerações e premissas utilizadas durante a formulação deste

estudo trazendo principalmente, a explicação dos valores

utilizados como impostos, taxas e outras variáveis que foram

levadas em consideração durante a análise de viabilidade.

No quarto capítulo é feito o desenvolvimento do estudo

onde é exemplificado todo o funcionamento da empresa em

estudo e faz uma análise financeira durante um período de 26

anos de funcionamento para chegar em indicadores que servem

para uma análise de viabilidade econômica de se investir neste

negócio fictício.

O quinto capítulo expõe a conclusão do estudo feito

discutindo a metodologia utilizada e os resultados obtidos além

do posicionamento do autor sobre a possível realização deste

empreendimento nos parâmetros analisados.

O sexto e último capítulo, mostra todas as referências

que foram utilizadas na elaboração deste trabalho.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SETOR ELÉTRICO

A produção e o consumo de energia elétrica,

diferentemente de sistemas de saneamento e gás por exemplo,

não pode ser armazenada de maneira economicamente viável.

Portanto, há a necessidade de se equilibrar constantemente a

oferta e a demanda de energia. Quando a demanda de energia

a ser consumida não é produzida instantaneamente, ainda que

por frações de minuto, todo o sistema pode ser desligado

gerando assim os “apagões”.

O sistema elétrico está dividido em: geração,

transmissão, distribuição e consumo. A geração é o segmento

responsável por produzir energia elétrica e injetá-la no sistema

de transmissão. Segundo a Agência Nacional de Energia

Elétrica, no Brasil existem 3.152 empreendimentos geradores

(ANEEL, 2014).

Anteriormente a 2004, o Setor Elétrico Brasileiro

possuía como característica uma estrutura verticalmente

integrada e bastante centralizada. As etapas para o

fornecimento de energia elétrica, ou seja, geração,

transmissão, distribuição e comercialização de energia, eram

concentradas em um pequeno número de empresas públicas,

estatais e federais. Tal centralização do setor permitiu a

construção de usinas hidrelétricas e de grandes sistemas de

transmissão, melhorando o serviço e reduzindo os custos de

fornecimento de energia elétrica acarretando em um modelo

de expansão econômica guiado pelo Estado.

Segundo Schutze (2010) o setor passou por duas

importantes reestruturações que são hoje as bases do sistema

atual.

Em 1995, foi criado o modelo de Livre Mercado com

o objetivo de introduzir a concorrência na indústria de energia

elétrica e assim melhorar a eficiência. Na segunda

reestruturação, em 2004, foi criado e intitulado o Novo

Modelo, que promoveu mudanças institucionais para a volta

do papel do Estado como agente principal responsável pelo

planejamento do setor de energia elétrica, com o intuito de

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promover a modicidade tarifária, bem como garantir a

segurança do suprimento de energia elétrica, assegurando a

estabilidade do marco regulatório. Também tem como

objetivo a busca por investimentos na expansão do sistema e

promover a inserção social por meio do setor elétrico, em

particular dos programas de universalização de atendimento.

Hoje, o Ministério de Minas e Energia (MME) tem o

papel de Poder Concedente e o Operador Nacional do Sistema

Elétrico (ONS) é o responsável por coordenar a operação do

Sistema Interligado Nacional (SIN). Foram também criados

três novos agentes que desenvolvem papéis importantes. São

eles: Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que ficou

responsável pelo planejamento do setor elétrico; O Comitê de

Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que monitora

permanentemente a segurança de suprimento de energia

elétrica; e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

(CCEE), cuja função consiste na administração da contratação

de energia no mercado regulado.

Outro órgão nacional, indispensável na compreensão

do setor elétrico Brasileiro é o Conselho Nacional de Política

Energética (CNPE). Este conselho está vinculado à

Presidência da República e preocupa-se em elaborar a política

energética nacional, que inclui as diretrizes e medidas

necessárias para garantir o suprimento de energia em todo o

território, até nas áreas mais remotas e de baixa acessibilidade.

Também é da sua alçada revisar periodicamente as matrizes

energéticas aplicadas nas distintas regiões do país.

Ao Ministério de Minas e Energia, por sua vez,

compete a criação e implementação das políticas energéticas

do país, em acordo com as normas definidas pelo CNPE e

também elaborar o planejamento do setor elétrico nacional.

Vinculado ao MME, tem-se a Empresa de Pesquisa

Energética (EPE), que tem como função prestar serviços na

área de pesquisa e estudos destinados a subsidiar o

planejamento do setor elétrico e expansão da geração e da

transmissão de energia elétrica.

À Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

cabe a regulação da geração, da transmissão, da distribuição e

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da comercialização de energia elétrica e a fiscalização das

concessões, permissões e serviços de energia. Também é de

sua responsabilidade garantir a qualidade dos serviços, bem

como, a universalização do atendimento ao estabelecer tarifas

de energia elétrica.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

possui um papel indispensável na viabilização das operações

de compra e venda de energia elétrica, registrando os

contratos feitos e assegurando a comercialização de energia

elétrica do SIN nos Ambientes de Contratação Regulada e de

Contratação Livre.

Por fim, o Operador Nacional do Sistema Elétrico está

responsável pela coordenação e controle das geradoras e da

rede de transmissão de energia elétrica. Esse órgão é

fiscalizado e regulado pela ANEEL e suas atribuições

contemplam também o atendimento dos requisitos de carga, a

otimização dos custos e a garantia da confiabilidade do

sistema.

Na figura 2 está apresentada as relações da atual

estrutura do Setor Elétrico Brasileiro.

Figura 2: Atual estrutura do Setor Elétrico Brasileiro.

Fonte: site CCEE

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2.2 ENERGIA FOTOVOLTAICA

“A radiação solar constitui a principal

força motriz para processos térmicos, dinâmicos e

químicos em nosso planeta. A energia proveniente

do Sol chega até a superfície propagando-se como

energia radiante ou, simplesmente radiação.”

(RAMOS MARTINS ET ALL, 2004).

Segundo Nascimento (2004) a célula fotovoltaica não

tem a função de armazenar energia elétrica. Ela forma um

fluxo de elétrons que passa em um circuito elétrico enquanto

houver incidência de luz sobre ela. Este fenômeno é

denominado “Efeito fotovoltaico”. No sistema fotovoltaico a

célula é o elemento básico. A conversão da energia solar em

eletricidade acontece na célula, através do efeito fotovoltaico.

A primeira aparição da energia solar fotovoltaica foi

obtida através da conversão direta da luz em eletricidade

(Efeito Fotovoltaico). Edmond Becquerel relatou o fenômeno

em 1839.

Segundo Castro (2002), as células fotovoltaicas são

constituídas por material semicondutor dopadas de modo a

criar um meio que permita o efeito fotovoltaico, ou seja, a

conversão direta de radiação solar em potência elétrica.

“Sem produzir ruído ou qualquer tipo de poluição,

utilizando energia limpa, e inesgotável do Sol, as células

fotovoltaicas vem constituindo painéis fotovoltaicos

interligados à rede elétrica pública a fim de contribuir com a

economia na geração de energia de formas convencionais,

bem como diminuir os impactos ambientais com novas

construções.” (NASCIMENTO, 2004).

2.3 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Dias (2005) define geração distribuída como uma

fonte de geração que se conecta diretamente ao consumidor

ou a rede de distribuição, independente da potência instalada.

Geração Distribuída inclui: cogeradores, geradores de

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emergência, geradores para operação no horário de ponta,

módulos fotovoltaicos e Pequenas Centrais Hidrelétricas.

(RODRÍGUES, 2002, apud INSTITUTO NACIONAL DE

EFICIENCIA ENERGETICA – INEE, 2001, p. 26).

Com a crise hídrica dos últimos anos no Brasil e a

crescente demanda de energia no setor elétrico mundial, a

geração distribuída passou a ser uma opção em redes de

distribuição, subtransmissão ou mesmo de transmissão de

energia elétrica (BRAUN-GRABOLLE, 2010). A mesma

autora ainda afirma que a geração distribuída se difere da

centralizada pois está mais perto do consumidor final e está se

tornando cada vez mais comum. Segundo Rodrígues (2002),

a geração distribuída é um recurso flexível quando comparado

a sistemas centralizados, não tem a complexidade de

operações como a distribuição convencional e a geração

distribuída é conectada a distribuição local de baixa tensão.

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica

(ANEEL) com a Resolução Normativa nº 482/2012 criou o

Sistema de Compensação de Energia Elétrica, permitindo que

o consumidor instale pequenos geradores fotovoltaicos em

sua unidade consumidora e troque energia com a distribuidora

local com objetivo de reduzir o valor da sua fatura de energia

elétrica.

De acordo com o Manual de Procedimentos da CELESC

(2016), o sistema de compensação de energia elétrica

funciona de forma com que a energia ativa injetada por

unidade consumidora, com microgeracao ou minigeracao

distribuída, e cedida, por meio de empréstimo gratuito, a

distribuidora local e posteriormente compensada com o

consumo de energia elétrica ativa. A CELESC também define

geração compartilhada como sendo a reunião de

consumidores, dentro da mesma área de concessão ou

permissão, por meio de consórcio ou cooperativa, composta

por pessoa física ou jurídica, que possua unidade consumidora

com microgeracao ou minigeracao distribuída em local

diferente das unidades consumidoras nas quais a energia

excedente será compensada.

Desde março de 2016, é permitido o uso de qualquer

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fonte renovável, além da cogeração qualificada,

denominando-se microgeração distribuída a central geradora

com potência instalada até 75 kW quilowatts e minigeração

distribuída aquela com potência acima de 75 kW e menor ou

igual a 5 MW, sendo 3 MW para a fonte hídrica, conectadas

na rede de distribuição por meio de instalações de unidades

consumidoras.

Sempre que a energia produzida em determinado mês

for maior que a energia consumida naquele período, o

consumidor, ao injetar energia na rede elétrica, recebe créditos

que serão usados para diminuir a fatura dos meses seguintes.

O prazo de validade dos créditos é de 60 meses, e eles

também podem ser transferidos para outras unidades

consumidoras do mesmo titular em outras localidades, desde

que estejam dentro da concessão da mesma distribuidora de

energia. A esta modalidade, dá-se o nome de autoconsumo

remoto.

Há também a possibilidade de instalação de geração

distribuída em, empreendimentos de múltiplas unidades

consumidoras, como condomínios, por exemplo. Assim a

energia gerada pode ser rateada entre os condôminos em

porcentagens pré-definidas pelos consumidores.

Uma terceira modalidade criada pela ANEEL, é a geração

compartilhada. Isto possibilitou que pessoas interessadas em

instalar micro ou minigeração distribuída se unam em um

consórcio ou em uma cooperativa e produzam energia a fim

de reduzir as faturas dos consorciados ou cooperados.

A ANEEL também estabeleceu regras e padronizou

formulários para realização da solicitação de acesso pelo

consumidor que queira se conectar como micro ou

minigeração distribuída à rede da distribuidora. Também

instituiu um prazo total para a distribuidora conectar usinas de

até 75 kW, que antes era de 82 dias e agora precisa ser

efetuado no prazo máximo de 34 dias. Além disso, os

consumidores já podem solicitar e acompanhar o andamento

do pedido pela internet.

Outro fator que demonstra o atual cenário brasileiro

para a geração de energia solar fotovoltaica, são os incentivos

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que o pais está dando ao setor. Para melhor entendimento,

uma parte deles está citada abaixo, segundo o MME, 2016:

ProGD – O Ministério de Minas e Energia lançou, em

15/12/2015, o Programa de Desenvolvimento da Geração

Distribuída de Energia Elétrica, com o objetivo de aprofundar as

ações de estímulo à geração de energia pelos próprios

consumidores (residencial, comercial, indústria e agropecuária),

com base em fontes renováveis, em especial, a solar fotovoltaica.

Chamada Pública (CP) ANEEL – De 2014 a 2016 entraram em

operação as plantas FV da CP nº 013/2011 - Projetos

Estratégicos: “Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da

Geração Solar Fotovoltaica na Matriz Energética Brasileira”

(24,6 MW contratados, ao custo de R$ 396 milhões).

Isenção de IPI - De acordo com o Decreto nº 7.212, de

15/06/2010, são imunes à incidência do Imposto sobre Produtos

Industrializados, a energia elétrica, derivados de petróleo,

combustíveis e minerais. Isenção de ICMS - Pelo Convênio

ICMS 101/97, celebrado entre as secretarias de Fazenda de todos

os estados, há isenção do imposto Sobre Circulação de

Mercadorias (ICMS) para as operações com equipamentos e

componentes para o aproveitamento das energias solar e eólica,

válido até 31/12/2021.

Desconto na TUST/TUSD - A RN ANEEL 482/2012 ampliou

para 80% o desconto na tarifa de uso do sistema de

transmissão/distribuição (TUST/TUSD) para empreendimentos

com potência inferior a 30 MW. Isenção de ICMS, PIS e Cofins

na Geração Distribuída – Os convênios ICMS 16, 44 e 52, 130 e

157, de 2015, do Conselho Nacional de Política Fazendária

(CONFAZ), firmados por AC, TO, MA, CE, RN, PE, AL, BA,

MG, RJ, SP, RS, MS, MT, GO e DF, isentam o ICMS sobre a

energia que o consumidor gerar. O tributo se aplica apenas sobre

o excedente que ele consumir da rede, e para instalações

inferiores a 1 MW. O mesmo vale para o PIS e Cofins (Lei 13.169, de 6/10/2015). Redução do Imposto de Importação – A

Resolução CAMEX 64, de 22/08/2015, reduz de 14% para 2%,

a alíquota incidente sobre bens de capital destinados à produção

de equipamentos de geração solar fotovoltaica, vigente até

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31/12/2016.

Inclusão no programa “Mais Alimentos” - A partir de

novembro de 2015, os equipamentos para produção de energia

solar e eólica passaram a fazer parte do programa “Mais

Alimentos”, o que possibilita financiamentos a juros mais baixos.

Apoio BNDES: pela Lei 13.203, de 8/12/2015, o Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, foi

autorizado a financiar, com taxas diferenciadas, os projetos de

geração distribuída em hospitais e escolas públicas.

Plano Inova Energia – Fundo de R$ 3 bilhões, criado em 2013,

pelo BNDES, Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e

ANEEL, com foco na empresa privada e com o objetivo de

pesquisa e inovação tecnológica nas áreas de: redes inteligentes

de energia elétrica, linhas de transmissão de longa distância em

alta tensão; energias alternativas, como a solar; e eficiência de

veículos elétricos.

2.4 VIABILIDADE ECONÔMICA

Para a decisão de se aventurar ou não na abertura de um

novo empreendimento, é essencial se realizar um estudo de

viabilidade. Um bom negócio, segundo Dolabela (1999), nasce

na identificação de uma oportunidade e seu posterior estudo de

viabilidade. Maximiano (2006, p.26) exemplifica um projeto

como sendo “um empreendimento temporário ou uma sequência

de atividades com começo, meio e fim programados, que tem por

objetivo fornecer um produto singular, dentro das restrições

orçamentárias”.

A abertura de um novo empreendimento sempre carrega

consigo incertezas, ou seja, riscos que podem implicar no

funcionamento do negócio. O reconhecimento, a identificação, a

avaliação e a administração dos riscos são fatores indispensáveis

para que sejam minimizadas e, se presumível, eliminadas suas

consequências (VALERIANO, 2001). Ainda segundo o autor, os

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riscos existem quando ocorre a possibilidade de um risco

indesejável em consequência de uma situação qualquer. Com

execução do estudo o empreendedor adquire informações

relevantes para que seja possível tratar a alocação ou direcionar

tais recursos a outro investimento.

“(...) o estudo de viabilidade é de vital

importância para a decisão de investir. Isto ocorre

não só ao se analisar e selecionar as oportunidades

de investimento que sejam mais convenientes, como

também ao se evitar investimentos antieconômicos

e/ou mal dimensionados” (WOILER; MATHIAS,

1985, p.30).

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2.5 CONSTRUÇÃO DA DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem

a finalidade de mostrar se no exercício (mês) a empresa obteve

lucro ou prejuízo, além de detalhar as receitas e despesas

responsáveis por esse resultado de forma ordenada. Essa

ordenação é feita de forma dedutiva (vertical), portanto, das

receitas são subtraídas as despesas e em seguida indica-se o

resultado (lucro ou prejuízo), (IUDICIBUS, 1998).

Para a Legislação brasileira a elaboração da DRE deve

seguir a lei 6.404/76. Que define os seguintes parâmetros,

consolidado com as alterações:

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas,

os abatimentos e os impostos;

II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das

mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras,

deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e

outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras

despesas. (Redação dada pela Lei nº11. 941, de 2009)

V – o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a

provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados,

administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de

instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de

assistência ou previdência de empregados, que não se

caracterizem como despesa. (Redação dada pela Lei nº 11.941,

de 2009)

VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante

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por ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício, serão

computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período,

independentemente da sua realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou

incorridos, correspondentes a essas receitas e

rendimentos.

Portanto para a construção da DRE foram utilizadas as

seguintes etapas sistêmicas como mostrado na Quadro 1:

Quadro 1: Etapas DRE

(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L6404consol.htm)

2.6. CÁLCULO DO FLUXO DE CAIXA

O autor Degen (1989, p.146) alega que “o conhecimento

financeiro básico que todo futuro empreendedor deve ter é o da

elaboração e interpretação do fluxo de caixa”. Ainda segundo o

autor, a projeção futura, das variações das entradas e saídas de

caixa geradas pelas atividades do empreendimento, formam o

fluxo de caixa. Porém existem algumas dificuldades e incertezas

quando esta ferramenta é aplicada em um novo negócio devido:

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i) As entradas e saídas de algumas atividades que ainda

não estão sendo executadas em vias de fato, são de

difícil estimação e acabam gerando riscos;

ii) Existem incertezas em valores futuros estimados,

provenientes de dados que são muito variáveis quanto a

índices como a inflação;

iii) Há dificuldades em quantificar o impacto dos riscos do

novo empreendimento sobre as entradas e saídas;

Conforme Gitman (2003), o planejamento de caixa e

seus fluxos, podem ser considerados a “espinha dorsal da

empresa”, pois sem esses parâmetros, nem ao mesmo se existirá

caixa suficiente para suprir as operações da empresa. Ainda

segundo o autor, empresas que frequentemente apresentam

déficit de caixa precisaram de empréstimos “de última hora”, e

por isso terão dificuldades em encontrar credores. Portanto

percebe-se a real importância da projeção do fluxo de caixa para

esse trabalho, visto que sem ele seria dificultada a realização de

um adequado estudo de viabilidade econômico-financeira.

2.6.1. FLUXO DE CAIXA DE ATIVOS

Avalia a empresa como um todo. Segundo a definição de

Ross, Westerfield e Jordan (2002) é o fluxo de caixa dos ativos, ou seja,

o total do fluxo de caixa aos credores e acionistas. Isso resulta do fato

da empresa gerar caixa por meio de suas atividades, sendo utilizado para

pagar os credores e remunerar os próprios proprietários.

2.6.2. FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL

Ainda segundo Gitman (2003), o fluxo de caixa operacional é

decorrente das tarefas e atividades do funcionamento do

empreendimento, e assim ele é calculado pela diferença entre as receitas

e custos, que não incluem valores de outra função que não operacional,

tais como depreciação, que não verdadeiramente uma saída de caixa, nem os juros que são pagos, pois esses se enquadram como despesas

financeiras, ou seja é o valor real que a empresa possui para realizar as

suas operações no período.

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2.7. INDICADORES FINANCEIROS

2.7.1. VPL (Valor Presente Líquido)

Pelo fato do trabalho levar em consideração o valor do

dinheiro no tempo, o valor presente líquido (VPL) é considerado

um método sofisticado para a verdadeira análise econômica do

empreendimento.

Conforme Gitman (2003), o método VPL considera

explicitamente, o valor do dinheiro no tempo, sendo obtido

subtraindo-se o investimento inicial do valor presente de suas

entradas de caixa, realizadas as devidas correções relativas à taxa

de juros, conforme a Equação 1:

Equação 1: Equação VPL

Sendo: t, o período [em meses]; VPL, o valor presente líquido

no período 𝑛 [dado em R$]; FC0, o investimento inicial do

projeto [dado em R$]; FCt , o fluxo de caixa no período 𝑛 [dado

em R$]; 𝑖, a taxa de inflação [dado em %].

Samanez (2007, p. 20) cita que o método do valor

presente líquido (VPL) “tem como finalidade calcular, em

termos de valor presente, o impacto dos eventos futuros

associados a uma alternativa de investimento. Em outras

palavras, ele mede o valor presente dos fluxos de caixa gerados

pelo projeto ao longo de sua vida útil.”

2.7.2 PAYBACK

Para a análise de um investimento existem diversas técnicas que auxiliam as tomadas de decisão, e uma das mais

simples e que mostram um dado impactante é o payback, esse

que conforme Degen (1989), é o tempo necessário para que se

tenha o retorno sobre o investimento no empreendimento. Já

segundo Sanvicente (1983) o payback define o número de anos

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ou meses necessários para que o investimento inicial seja

recuperado.

Para este trabalho foi considerado não apenas o payback

simples, que é encontrado através da divisão do investimento

inicial pela entrada de caixa mensal, mas também o descontado

que leva em consideração o valor presente líquido no período da

entrada de caixa mensal, que fornece um indicador que leva em

consideração o valor do dinheiro variando com o tempo.

Assim, segundo Gitman (2003), o payback visa aferir o

número de períodos que o projeto requer para acumular o valor

de retorno igual ao investido inicialmente, o que é feito

relacionando o valor do investimento inicial e o valor do fluxo

de caixa periódico esperado. Isso pode ser realizado de duas

formas, conforme as Equações 2 (simples) e 3 (descontado):

Equações 2 e 3: Payback Simples e Payback Descontado

Sendo: I, o investimento de custeio do sistema [dado em R$];

FC, o fluxo de caixa anual [dado em R$]; k, a taxa mínima de

atratividade (TMA) [dado em %]; t, o payback descontado [dado

em número de períodos]. Conforme se observa, a versão simples

não considera o investimento variando no tempo, nem as

entradas de fluxo de caixa após a recuperação do investimento

(GITMAN, 2003).

2.7.3 TIR (Taxa Interna de Retorno)

A taxa interna de retorno (TIR) de qualquer

investimento representa o valor da taxa exigida, quando usada

como taxa mínima de atratividade que resulta em um valor

presente líquido igual a zero (ROSS; WESTERFIELD;

JORDAN, 2000; ABREU FILHO et al., 2003). Portanto quando

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tem-se um valor de VPL nulo, é encontrado o ponto de equilíbrio

econômico do projeto, e desta forma não haverá criação nem

destruição de valor (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2000).

A partir da TIR, define-se uma única taxa de retorno que

contempla todos as importâncias do empreendimento. Essa taxa

é dita interna, no mérito de depender apenas de fatores e fluxos

de caixa de certo investimento, e não é aferida segundo taxas

oferecidas em algum outro lugar (ABREU FILHO; SOUZA;

GONÇALVES; CURY, 2003).

Portanto, para a avaliação de investimentos propostos,

a partir da TIR, é preciso levar em consideração os montantes de

dispêndio de capital e dos fluxos de caixa líquidos gerados pelas

decisões internas, e assim a TIR irá representar a rentabilidade

do projeto expressa em termos de taxas de juros (ASSAF NETO,

2003).

Segundo Gitman (2003) para a obtenção da taxa interna

de retorno periódica (mensal ou anual) por um dado

investimento, caso sejam desempenhadas as previsões de entrada

de caixa, segue-se a Equação 4, descrita abaixo:

Equação 4: TIR

Sendo: t, o período [dado em anos ou meses]; FC0, o

investimento inicial do projeto [dado em R$]; FCt, o fluxo de

caixa no período 𝑛 [dado em R$]; TIR, a taxa interna de retorno

[dado em %]. Os critérios de avaliação são os seguintes:

i) TIR > TMA: indicador positivo de investimento;

ii) TIR < TMA: indicador negativo para o investimento.

TMA- taxa mínima de atratividade, ou custo de capital, que é a taxa de retorno a ser obtida para manter o valor

de mercado da ação [dado em %];

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3. CONSIDERAÇÕES

3.1 RESUMO DAS CONSIDERAÇÕES UTILIZADAS NA

OBTENÇÃO DE RESULTADOS

Como muitas são as variáveis para as simulações do

modelo econômico, algumas delas que foram adotadas para as

análises são destacadas a seguir:

Geração: A geração de energia em kWh/mês prevista da

usina foi calculada usando-se quatro variáveis que são:

índice HSP, potência pico da usina, número de dias por

mês e porcentagem da queda de eficiência dos painéis.

Índice HSP: Este valor depende da região onde a usina

é instalada. Na região de Florianópolis seu valor médio

é de 4,2425 kWh/m2.dia.

Potência Pico: 5,00 MWp.

Dias por mês: 30,4375 dias/mês

Queda de eficiência: O fabricante garante que a placa

tenha 80% de eficiência depois de 25 anos. Assim o

sistema perde 0,0744% de eficiência por mês para

chegar a 80% de eficiência depois de 25 anos.

Geração em kWh/mês inicial: 516.524,38 kWh/mês

Valor monetário de cada crédito: O valor do kWh na

concessionária local, a CELESC é de R$ 0,60. O valor

descontado na conta do cliente por cada credito é o valor

do kWh menos o ICMS, que neste estudo tem o valor de

18%. De R$ 0,60 o crédito terá seu desconto cobrado no

montante de R$ 0,49. Então a empresa cobra 90% deste

valor do cliente e assim, ela irá receber R$ 0,44 por crédito. Este valor cresce segundo a inflação

mensalmente de 0,53% a.m. ou 6.5% a.a.

Impostos sobre venda: Foi utilizado os impostos PIS,

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COFINS e ISS que incide sobre a recita bruta da

empresa com um valor total de 11,25%.

Custos e Despesas: A empresa tem um custo fixo de R$

29.588,69 ao mês com seu valor reajustado mensamente

segundo a inflação. Este valor leva em consideração

todos os itens mostrado da tabela em análise. Nesta

tabela pode ser visto o item OPEX que representa o

custo operacional da usina. Seu valor anual é 1% do

custo dos equipamentos da usina. Há também como um

gasto a Folha de pagamento que tem um valor mensal de

R$ 85.000,00 corrigidos mensalmente segundo a

inflação. A distribuição dos valores da Folha de

Pagamento pode ser vista na

TUSD e TUST: As taxas de uso do sistema de

distribuição e transmissão usadas foi de R$0,0103 e

R$0,0108 respectivamente por kWh injetado com os

valores reajustados mensalmente segundo a inflação.

Depreciação: A usina sofre uma depreciação durante o

tempo. Neste estudo sua depreciação foi considerada

linear com valor residual inexistente no final de 25 anos.

Assim a depreciação foi calculada em R$ 42.954,77 por

mês.

Impostos sobre Lucro Líquido: Foram aplicados dois

impostos sobre o lucro líquido mensal da empresa que

são os Imposto de renda com o valor de 15% e o CSLL

com o valor de 9%.

Retorno do dinheiro em caixa: Todo dinheiro em caixa

rende mensalmente segundo a TMA que é de 10% ao

ano.

Linhas de crédito: Foram usadas duas linhas de crédito

sendo um para o investimento inicial e um para o

dinheiro necessário para o Capital de Giro. O primeiro

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foi calculado com 144 meses de prazo para pagar, 36

meses de carência (pagando somente os juros nestes 36

meses) e uma taxa de 8,08% ao ano sendo que estes

valores foram obtidos de uma linha do Fundo Centro

Oeste. Já o Capital de Giro foi feito um modelo PRICE

com parcelas iguais calculadas com 1,5% de taxa ao mês

e pago em 144 parcelas.

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50

4. DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

4.1 DESCRIÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO

EMPREENDIMENTO

Para melhor entendimento deste trabalho, foi

apresentada uma descrição de como irá ocorrer o funcionamento

do empreendimento, que segundo Lippelt (2017) consiste em um

escritório que operacionaliza e vende créditos de energia,

gerados por uma usina solar fotovoltaica, aplicando desconto aos

mesmos afim de deixá-los mais baratos que a tarifa cobrada pela

concessionária local.

Ainda segundo o autor, o empreendimento em análise

baseia-se na implantação de um sistema fotovoltaico com

potência de 5MWp enquadrado como minigeração distribuída

perante a distribuidora. Esta usina, injetará a energia gerada na

rede elétrica sendo que cada kWh injetado na rede gera um

crédito de energia junto à distribuidora à qual a usina está

conectada. Estes créditos serão então transferidos aos clientes

que usem energia elétrica da mesma distribuidora onde a usina

está conectada. Estes créditos geram um desconto em suas

faturas de energia.

O cliente irá pagar para a empresa o valor referente a

90% do valor que já paga em sua fatura convencional de energia

deste desconto que foi gerado em sua fatura. Neste modelo de

negócio o cliente vai pagar sempre um valor abaixo do desconto

gerado pelo uso dos créditos. A empresa é responsável pela

captação de recursos para arquitetar a usina e por sua construção,

pela captação de clientes e por toda a gerência deste sistema

bastando ao cliente somente aderir ao serviço.

Na Figura 3 pode-se ver uma melhor exemplificação de

como esse serviço será fornecido:

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Figura 3: Exemplificação da Empresa

Fonte: Autor.

A partir da energia gerada pela usina solar fotovoltaica,

ela será transmitida pela própria distribuidora (CELESC), que

por sua vez repassa essa energia aos clientes da empresa em

forma de créditos de energia, esses créditos serão contabilizados

a partir da parte operacional da empresa, que efetivará a cobrança

dos consumidores, aplicando um desconto em sua tarifa e

gerando uma segunda fatura já mais em conta que a convencional

que o consumidor usualmente está incluso.

4.1.1 FUNCIONAMENTO DA USINA

A usina será instalada em um terreno alugado no estado

de Santa Catarina, na região da Grande Florianópolis, ainda não

definido. O local terá uma metragem de aproximadamente 5

hectares (50.000 m²). Para tornar a área adepta da instalação dos

equipamentos e reduzir perdas na geração será feita a

terraplanagem do terreno de modo a otimizar a disposição dos

painéis fotovoltaicos e então uma estrutura metálica é instalada

para acomodar os mesmos.

Com isso serão instalados 15.152 painéis, do modelo

Canadian Solar, com 72 células, poli cristalino, de potência pico

de 330Wp cada, em estruturas metálicas que formam grupos de

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painéis, denominados módulos. O restante dos equipamentos

serão agrupados e instalados em um galpão, alguns desses

equipamentos como: inversores, stringbox e cubículo de

proteção. Esse galpão será construído no terreno da usina sendo

necessário uma área de aproximadamente 100 m² para sua

alocação.

Com o pleno funcionamento da usina solar fotovoltaica,

os painéis irão gerar energia elétrica de corrente contínua quando

expostos à luminosidade essa, por sua vez, passa por inversores,

que a transformam em energia de corrente alternada, para se

adequar à rede elétrica que funciona com energia de corrente

alternada.

Para esse processo de inversão, serão utilizados 40

inversores da marca Sungrow Solar, com potência de 125kW

cada. Além destes elementos principais ainda existem

componentes de proteção, cabeamento e o transformador

elevador de tensão que eleva a tensão ao nível da rede onde a

usina está conectada com a rede elétrica.

Com a finalidade de criar um cenário que contemple a

depreciação de todos componentes, foi estipulada uma vida útil

da usina em 25 anos, pois segundo os fabricantes das placas, os

painéis chegam com 80% de sua produção inicial ao final deste

período, e assim pode-se ter um melhor panorama da questão

econômico-financeira do empreendimento.

A usina solar fotovoltaica pode estar localizada em

qualquer lugar que seja contemplado pela área de atuação

nacional da distribuidora na qual se deseja captar os clientes. No

caso da CELESC, é toda a região contemplada na Figura 04,

abaixo:

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53

Figura 4: Mapa de Atuação CELESC.

Fonte: url (http://www.celesc.com.br/portal/index.php/celesc-

distribuicao)

Para a manutenção de USF (usina solar fotovoltaica),

será utilizada uma taxa de 1% ao ano do investimento inicial, já

que sua manutenção se limita à limpeza dos módulos solares e

trocas esporádicas de equipamento, além da manutenção do

terreno.

A capacidade de geração da usina é altamente

influenciada por sua localização, pois em cada lugar a incidência

solar é especifica. Segundo CRESESB, para a região da Grande

Florianópolis essa incidência média é de 4,25 kWh/m².dia, que

foi o valor utilizado afim de análise no estudo.

Assim, para se calcular os dados de produção levou-se

em consideração o local de instalação e sua incidência solar, o

decaimento de produtividade linear em 25 anos de 20%. Além

das perdas intrínsecas, explicitadas na tabela 1 abaixo, que

somadas somam mais 20% de redução que acontecem entre a

geração e a energia realmente injetada ne rede.

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Tabela 1: Perdas do Sistema.

Descrição %

Perda por sombreamento totais 1,00%

Perda por aumento de temperatura 5,00%

Perdas por descasamento 5,00%

Perdas de corrente continua 1,50%

Outras perdas 5,00%

Perdas na conversão 2,50%

Perdas totais 20,00%

Fonte: OLIVEIRA, S.H. 2002.

Com os parâmetros, utilizados, foi aferida uma

produção média inicial de 516.524,38 kWh por mês, sendo que a

mesma decai linearmente durante o período de análise, atingindo

o valor de 413.526,97 kWh de produção mensal após os seus 25

anos de funcionamento.

Esse dado de produção inicial, foi calculado levando em

consideração a variação de insolação ao passar dos meses e

estações, além da potência e perda do sistema. A projeção dessa

produção pode ser vista segundo o gráfico 1, abaixo:

Gráfico1: Produção Mensal do 1º Ano

0,00

200.000,00

400.000,00

600.000,00

800.000,00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Produção 675.7 631.8 566.1 467.5 383.5 333.5 356.7 424.9 471.1 547.8 641.6 697.6

Produção mensal (kWh)

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Fonte: autoria própria.

Neste estudo considerou-se também, o período de 1 ano

para a construção da usina e alguns serviços como

terraplanagem, fundação para fixação das estruturas dos módulos

solares e do galpão que irá servir para armazenamento dos

equipamentos. Esses serviços serão operacionalizados por

empresas terceirizadas contratadas para a prestarão desse

serviço.

4.1.2 FUNCIONAMENTO DO ESCRITÓRIO

Segundo Lippelt (2017), para a operacionalização dos

processos internos da empresa será necessária a constituição de

um escritório, onde estarão alocados os setores de Vendas, TI,

Marketing e Financeiro. Para as operações desses setores será

necessária a contratação de mais nove empregados, além dos três

sócios que idealizaram o negócio, que serão alocados da seguinte

maneira:

Tabela 2: Colaboradores.

Cargo Nº de colaboradores

Sócios 3

Vendas 5

TI 1

Marketing 1

Gestor Financeiro 1

Fonte: autoria própria.

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4.2 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS

Para o correto estudo de viabilidade econômico-

financeira deste empreendimento, foram levados em

consideração todos os custos do empreendimento durante os 26

anos. Os valores serão apresentados a seguir e levaram em

consideração um estudo de empreendimentos do mesmo porte,

pesquisa de fornecedores, pesquisas em trabalhos acadêmicos,

além de outras fontes que fomentam o mercado.

Todos os dados serão explicados no decorrer do

trabalho e, através da ferramenta Microsoft Excel todos os custos

relativos a 26 anos de funcionamento do empreendimento foram

calculados e corrigidos para seus valores presentes.

4.2.1 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DE

INVESTIMENTO INICIAL DO EMPREENDIMENTO

Os custos referentes ao investimento inicial foram

divididos em 2 grupos, sendo um os custos referentes à sede e

outro referente à usina solar fotovoltaica. Para obtenção destes

custos foram realizadas pesquisas com fornecedores específicos

para cada item.

Para os itens referente à montagem da USF como

estrutura metálica, painéis, inversores, itens de proteção,

transformadores e cabeamento, foi solicitado um orçamento

junto à empresa SICES Brasil, uma das maiores importadoras

destes produtos no país. Dessa forma, não foi necessário o

acréscimo de taxas referentes a importação dos materias (FOB,

II, IPI e despaches aduaneiros), além de taxas referentes a

movimentação de mercadorias dentro do país (ICMS, PIS,

COFINS) pois esses já estão implícitos nos valores do

orçamento, explicitado na tabela 3 abaixo:

.

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Tabela 3: Investimento Usina

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Fonte: Adaptado de SICES Brasil. 2017.

Para o investimento na estrutura da sede foram

considerados os custos dos insumos que a mesma irá necessitar

para seu funcionamento pleno, que estão explicitados na tabela 4

abaixo:

Tabela 4: Investimento Sede

Fonte: autoria própria.

Reforma da sala comercial 1 25.000,00R$ 25.000,00

Abertura CNPJ 1 2.000,00R$ 2.000,00

Móveis 1 25.000,00R$ 25.000,00

Geladeira 1 1.000,00R$ 1.000,00

Pur. Água 1 300,00R$ 300,00

Cafeteira 1 120,00R$ 120,00

Camisa Polo 50 35,00R$ 1.750,00

Computador 11 2.000,00R$ 22.000,00

Impressora 2 1.900,00R$ 3.800,00

Telefone 11 90,00R$ 990,00

Material de copa/limpeza 1 700,00R$ 700,00

Mat. Escritorio inicial 1 1.000,00R$ 1.000,00

-

-

-

-

Site 1 10.000,00R$ 10.000,00

Identidade visual 1 6.000,00R$ 6.000,00

TOTAL 99.660,00R$

Valor Total

Investimentos Sede

Itens Quantidade

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4.2.2 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DA

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Para o levantamento dos custos das operações internas

do empreendimento, foram levadas em consideração duas

alocações para os custos fixos mensais que tiveram seus valores

calculados por pesquisa de mercado. Sendo uma a folha de

pagamento dos sócios e funcionários e a segunda alocação foram

os custos referentes ao funcionamento do empreendimento.

Nas Tabelas 5 e 6 a seguir pode ser visto quais custos

foram levados em consideração e seus respectivos valores

mensais, para melhor entendimento do empreendimento.

Tabela 5: Folha de Pagamento

Fonte: Dados fornecidos por empresa de contabilidade.

Os valores do salário foram apurados segundo pesquisa

de mercado feita na região de Florianópolis, para os cargos

estipulados. Para o custo mensal de cada funcionário, deve-se

levar em consideração encargos, férias e décimo terceiro, e

assim, foi dobrado o valor dos salários obtido na pesquisa de

mercado e este procedimento seguiu orientações obtidas por um

escritório de contabilidade consultado durante a elaboração deste

estudo.

Salário Mensal Custo Mensal Quantidade Total

6.000,00R$ 12.000,00R$ 3 36.000,00

2.500,00R$ 5.000,00R$ 5 25.000,00

4.000,00R$ 8.000,00R$ 1 8.000,00

4.000,00R$ 8.000,00R$ 1 8.000,00

4.000,00R$ 8.000,00R$ 1 8.000,00

-R$ Total 85.000,00

Folha de pagamento

TI

Marketing

gestor financeiro

Cargo

Socios

Vendas

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60

Tabela: 6: Custos Fixos.

Fonte: dados de pesquisa.

Na tabela 6 de custos fixos, o item OPEX é referente aos

custos de operação e manutenção da usina, esse valor inclui a

substituição de equipamentos e limpezas necessários durante a

vida útil do sistema, porém não inclui a depreciação dos mesmos.

O cálculo deste custo foi estipulado anualmente como 1% do

custo de equipamentos da usina.

Aluguel Sede 2.500,00R$

Aluguel Usina 10.000,00R$

Luz 350,00R$

Internet 300,00R$

Telefone 200,00R$

Impressos divulgação 500,00R$

Contabilidade 600,00R$

Limpeza 400,00R$

Comida/Café 500,00R$

Material de escritorio 500,00R$

Adwords 2.000,00R$

Plataforma de Clientes 1.000,00R$

OPEX 10.738,69R$

Total 29.588,69R$

Custos Fixos

Nome Valor

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4.3 CONSTRUÇÃO DO DEMONSTRATIVO DO

RESULTADO DO EXERCÍCIO

4.3.1. RECEITA BRUTA

A receita bruta, nada mais é do que o valor arrecadado

pela empresa pela venda de seus produtos, neste caso, os créditos

de energia. Neste empreendimento o valor a ser pago pelo

produto será de 90%, da atual tarifa cobrada pela distribuidora

local, ou seja, ou invés de comprar energia da CELESC, ele pode

optar em adquirir os créditos da empresa por apenas 90% do

valor. Cada crédito gera um desconto com base no valor da tarifa

real menos o ICMS quando aplicável.

Em 2015 o CONFAZ (Conselho Nacional da Política

Fazendária – Ministério da fazenda), através do Ajuste SINIEF

2, revogou o convênio que orientava a tributação da energia

injetada na rede, e assim cada estado passou a decidir se tributa

ou não a energia solar que é injetada na rede da distribuidora.

Portanto o ICMS foi retirado em alguns estados brasileiros,

porém, em Santa Catarina onde foi escolhida a localização do

empreendimento, há a cobrança do ICMS.

Assim, cada kWh injetado pela usina gera um crédito e

este gerará um desconto calculado como o valor real do kWh

menos o ICMS (18%), e a empresa cobrará 90% deste valor

gerando o preço de venda de cada crédito que é o mesmo que

kWh.

A fim de precificação do kWh já fornecido pela

CELESC, foi utilizado uma média dos preços corrigindos já

aplicados pela mesma para consumidores do tipo residencial B1,

não baixa renda. Desta maneira a Recita Bruta é calculada pela

equação a seguir:

Receita Bruta = Energia gerada (kWh) * Preço de venda (R$/kWh)

Na análise feita, o preço do kWh aumenta mensalmente

segundo uma inflação energética calculada para este trabalho de 8,5% segundo base da CELESC, em estatísticas passadas da

ANEEL e previsões de IGPM e IRT, como mostra o gráfico 2:

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Gráfico 2: Projeção Inflação Energética.

Fonte: CELESC, 2017.

Para fins de demanda dos créditos fornecidos, foi

levada em consideração a compra mensal de 100% dos créditos,

pois os mesmos não podem ter sua produção paralisada, além do

fato de que os mesmos têm uma validade de 60 meses para seu

uso, sem custos de estoque, transporte ou armazenamento.

Portanto, considerou-se que toda energia produzida irá ser

comercializada no mesmo período em que foi gerada. Esse

cálculo pode ser visualizado na tabela 7, para os primeiros e

últimos meses de funcionamento do empreendimento:

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Tabela 7: Recita Bruta.

Fonte: autoria própria.

4.3.2. RECEITA LÍQUIDA

Para o cálculo da receita líquida, foram levantados os

impostos pertinentes de cobrança por receita, para a obtenção de

seu valor líquido e subsequente, subtraindo-se os mesmos.

Portanto a mesma foi calculada da seguinte maneira:

Equação 5: Receita Liquida.

Receita = Receita Bruta – Impostos sobre Vendas

Os impostos sobre venda aferidos para o mercado

brasileiro são:

mês Energia Produzida Tarifa 1 Receita Bruta

12 516524,38 0,48R$ 247.014,35R$

13 516140,32 0,48R$ 248.418,80R$

14 515756,55 0,48R$ 249.831,24R$

15 515373,07 0,49R$ 251.251,71R$

16 514989,87 0,49R$ 252.680,26R$

17 514606,96 0,49R$ 254.116,92R$

18 514224,33 0,50R$ 255.561,76R$

306 415067,77 3,15R$ 1.308.074,22R$

307 414759,15 3,17R$ 1.315.511,55R$

308 414450,76 3,19R$ 1.322.991,17R$

309 414142,60 3,21R$ 1.330.513,31R$

310 413834,67 3,23R$ 1.338.078,23R$

311 413526,97 3,25R$ 1.345.686,15R$

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64

Tabela 8: Impostos Sobre Venda.

Imposto Sobre Venda %

PIS 1,65%

COFINS 7,60%

ISS 2,00%

TOTAL 11,25%

4.3.3. EBITDA

O EBITDA (Earning Before Tax, Depreciation and

Amortization) ou em português LAJIDA (Lucro Antes de Juros,

Depreciação e Amortização), é o passo subsequente no cálculo

da DRE, depois de se calcular a Receita Líquida.

O EBITDA, é calculado subtraindo custos e despesas

sobre a Receita Líquida. Neste trabalho os custos e despesas

foram aferidos para o início do período de análise, e depois eles

se reajustam mensalmente segundo a inflação média utilizada

com o valor de 6,5% a.a. E segue a seguinte equação:

Equação 6: EBITDA.

Os Custos dessa etapa do cálculo já foram levantados,

durante a etapa 4.2.2., desse trabalho e serão esses os custos

subtraídos nessa etapa da demonstração contábil.

As Despesas por sua vez, são encargos que não se

identificam com o processo de produção dos bens e produtos e

para o estudo são meramente encargos setoriais que serão

cobrados a partir do momento em que a geração da energia

elétrica começa a acontecer, e varia conforme a quantidade de

energia que é entregue.

Conforme Resolução Normativa nº 481 da Aneel

(2012), em seu artigo 3º-A:

“Para a fonte solar referida no art. 1º, fica estipulado

o desconto de 80% (oitenta por cento), para os

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empreendimentos que entrarem em operação comercial até

31/12/2017, aplicável nos 10 (dez) primeiros anos de operação

da USF, nas tarifas de uso dos sistemas elétricos de

transmissão e de distribuição – TUST e TUSD, incidindo na

produção e no consumo da energia comercializada. §1º O

desconto de que trata o caput, será reduzido para 50%

(cinquenta por cento) após o décimo ano de operação da USF.

§2º Os empreendimentos que entrarem em operação comercial

após 31/12/2017 farão jus ao desconto de 50% (cinquenta por

cento) nas referidas tarifas”.

O TUST e TUSD (taxa de uso do sistema de transmissão

e distribuição), tiveram então seus valores interpolados para a

USF de estudo e sua produção, e tiveram seus valores inicias de

0,0108 R$/kWh e 0,0103 R$/kWh, respectivamente. E assim foi

calculado o valor de EBITDA, como exemplificado na tabela 9

abaixo:

Tabela 9: EBITDA.

Fonte: autoria própria.

Na construção da DRE Projetado, todos os valores são

referentes à entradas de caixas efetivas e desembolsos efetivos e

assim, de fato refletem a geração operacional de caixa de

empresa. A partir desse ponto, a DRE é impactada por questões

contábeis e pelas decisões financeiras da empresa.

mês Receita Liquida Custo Fixo TUST TUSD EBITDA

12 219.225,24R$ 122.036,96R$ 5.941,06R$ 5.666,01R$ 85.581,20R$

13 220.471,69R$ 122.679,08R$ 5.967,88R$ 5.691,59R$ 86.133,14R$

14 221.725,23R$ 123.324,58R$ 5.994,82R$ 5.717,29R$ 86.688,54R$

15 222.985,89R$ 123.973,48R$ 6.021,89R$ 5.743,09R$ 87.247,44R$

16 224.253,73R$ 124.625,79R$ 6.049,07R$ 5.769,02R$ 87.809,85R$

17 225.528,77R$ 125.281,53R$ 6.076,38R$ 5.795,06R$ 88.375,80R$

306 1.160.915,87R$ 570.895,69R$ 22.333,55R$ 21.299,59R$ 546.387,04R$

307 1.167.516,50R$ 573.899,57R$ 22.434,37R$ 21.395,74R$ 549.786,82R$

308 1.174.154,66R$ 576.919,25R$ 22.535,64R$ 21.492,33R$ 553.207,44R$

309 1.180.830,56R$ 579.954,83R$ 22.637,37R$ 21.589,35R$ 556.649,01R$

310 1.187.544,43R$ 583.006,37R$ 22.739,57R$ 21.686,81R$ 560.111,68R$

311 1.194.296,46R$ 586.073,97R$ 22.842,22R$ 21.784,71R$ 563.595,56R$

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66

4.3.4. EBIT

Após obter o valor do EBTIDA o próximo passo é

calcular o EBIT (Earning Before Tax) que é conhecido em

português como LAJIR (Lucro antes de Juros e Imposto de

Renda). Esse valor é utilizado como base para cálculo de

impostos e meros fins contábeis. O EBIT é calculado a partir do

EBITIDA diminuindo-se a Depreciação, como expresso abaixo:

Equação 7: EBIT.

A depreciação neste estudo é referente à depreciação da

usina e levou-se em consideração o valor dos insumos gastos na

construção da mesma. Ainda se levou em consideração uma

amortização constante durante os 25 anos de uso da usina e um

valor residual igual a zero no final desse período.

Assim a depreciação tem um valor constante calculado

mensamente durante 300 meses. Neste trabalho o valor da

depreciação foi de R$42.954,77 ao mês. Gerando assim, um

valor de EBIT no primeiro mês de funcionamento igual à R$

42.626,43.

4.3.5. LAIR

A empresa ainda conta com receitas financeiras e despesas

financeiras. As receitas neste estudo se referem ao dinheiro

deixado em caixa que gera uma renda calculada segundo a TMA

que neste estudo foi usado o valor de 10% a.a. Já as despesas

financeiras são relativas à amortização e os juros da dívida

relativa ao empréstimo feito para a realização do

empreendimento.

A amortização por sua vez foi dividida em dois tipos. A

primeira é relativa ao empréstimo feito para a construção de todo

o empreendimento, um relativo ao empréstimo para a criação do

empreendimento e outro para a constituição de um capital de giro

para operacionalização do negócio.

Levou-se em consideração um empréstimo de R$

14.986.091,89, para a criação do negócio, que utilizando taxas

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67

obtidas através do FCO (Fundo Centro Oeste), foram obtidas

taxas de juros de 8,08% a.a, carência de 36 meses e prazo de 144

meses para a quitação da dívida. Nesse estudo foram utilizadas

como base as taxas aplicadas pelo FCO apenas pelo fato de o

projeto se enquadrar em suas linhas de financiamento e o mesmo

ter linhas fixas e estáveis. Na tabela 10, estão demonstrados seus

valores conforme o período de análise:

Tabela 10: Financiamentos.

Fonte: autoria própria.

O segundo tipo de empréstimo foi feito para se ter um

capital de giro e ele foi feito com amortização tipo PRICE, onde

obtém-se taxas de amortização constantes durante o período de

pagamento. Neste estudo o empréstimo PRICE leva em

consideração 144 parcelas e juros mensal de 1,5%. O valor do

empréstimo para o capital de giro foi de R$ 800.000,00 e a

parcela amortizada deste empréstimo foi calculada como

R$13.592,96.

De posse deste valores e informações, é possível

calcular-se o LAIR (Lucro Antes do Imposto de Renda) pela

formula mostrada abaixo:

Equação 8: LAIR.

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68

Esse valor do LAIR serve como referência para se

cobrar os impostos sobre renda pagos durante o processo de

cálculo da DRE, ou seja, sobre este valor será aplicada a alíquota

de (IR) Imposto de Renda e CSLL (Contribuição Social sobre

Lucro Líquido).

4.3.6. LUCRO LÍQUIDO

O Lucro Líquido da empresa representa o real resultado

de seu exercício durante o período, ou seja se ela obteve lucro ou

prejuízo, ao final do período. Seu valor é calculado pegando-se o

LAIR e descontando os impostos IRPJ (Imposto de Renda de

Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre Lucro

Líquido) que através resultados de pesquisa, foram obtidos os

seguintes valores da tabela 11:

Tabela 11: IRPJ e CSLL

Impostos de Renda Pessoa Jurídica (%)

Imposto de Renda 15,00%

Contribuição Social sobre L.L. 9,00%

TOTAL 26,00%

Fonte: dados de pesquisa.

A formula usada para cálculo do Lucro Líquido pode ser

expressa da seguinte maneira:

Equação 9: Lucro Líquido.

Os valores da tabela 12 obtidos os seguintes valores a

partir do momento em que a USF começou a funcionar até o

momento do fim do período de análise. Visto que essas

contribuições apenas são tributadas quando no período, o

empreendimento possui um resultado positivo, ou seja, lucro.

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69

Tabela 12: Lucro Líquido.

Fonte: autoria própria.

4.3.7. CÁLCULO DO FLUXO DE CAIXA

Neste estudo foram levados em consideração dois fluxos

de caixa que são o Fluxo de Caixa Operacional e o Fluxo de

Caixa de Ativos.

O primeiro mostra o dinheiro ganho ou perdido pela

operação do negócio e assim, desconsidera despesas financeiras

adquiridas pela amortização da dívida e seus juros. Segundo a

formula:

Equação 10: Fluxo de Caixa Operacional.

FC. Operacional. = EBITDA - (IR + CSLL)

E assim obtêm-se os valores durante o período de

análise, vistos na tabela 13, abaixo, e podendo-se observar que o

mesmo só possui um valor positivo, a partir do momento em que

mês LAIR Imposto de Renda CSSL Lucro Líquido

11 141.232,43-R$ -R$ -R$ 141.232,43-R$

12 67.559,17-R$ -R$ -R$ 67.559,17-R$

13 67.766,26-R$ -R$ -R$ 67.766,26-R$

14 67.210,86-R$ -R$ -R$ 67.210,86-R$

15 66.651,96-R$ -R$ -R$ 66.651,96-R$

16 66.089,55-R$ -R$ -R$ 66.089,55-R$

306 913.594,47R$ 137.039,17R$ 82.223,50R$ 694.331,80R$

307 922.818,04R$ 138.422,71R$ 83.053,62R$ 701.341,71R$

308 932.117,89R$ 139.817,68R$ 83.890,61R$ 708.409,59R$

309 941.494,59R$ 141.224,19R$ 84.734,51R$ 715.535,89R$

310 950.948,74R$ 142.642,31R$ 85.585,39R$ 722.721,04R$

311 960.480,93R$ 144.072,14R$ 86.443,28R$ 729.965,51R$

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a USF começa a produzir a energia.

Tabela 13: Fluxo de Caixa Operacional.

Fonte: autoria própria.

O segundo, leva em consideração a amortização da

dívida. Assim, no final de cada período o Fluxo de Caixa de

Ativos mostra na realidade quanto de dinheiro saiu ou entrou na

empresa e este é o valor importante para se fazer uma avaliação

do investimento, e tem mais períodos que possui seu valor

negativo, como pode-se ver na tabela 14 abaixo:

mês Flu. de Cx Oper.

9 120.130,69-R$

10 120.762,78-R$

11 121.398,20-R$

12 85.581,20R$

13 86.133,14R$

306 327.124,36R$

307 328.310,49R$

308 329.499,14R$

309 330.690,31R$

310 331.883,98R$

311 333.080,14R$

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71

Tabela 14: Fluxo de Caixa de Ativos.

Fonte: autoria própria.

4.4. AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO

Para se analisar o modelo criado perante ao mercado e

estudar a sua real viabilidade econômico-financeira, foram

estabelecidos indicadores, que podem nos evidenciar a real

magnitude e alguns aspectos que são de total relevância para a

viabilização do projeto que está sendo simulado. Os indicadores

utilizados são:

4.4.1. VPL

O valor presente líquido (VPL), também conhecido

como valor atual líquido (VAL) ou método do valor atual, é a

fórmula matemático-financeira capaz de determinar o valor

presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros apropriada, menos o custo do investimento inicial.

Para a avaliação do investimento no negócio, foi então

aplicado o VPL em seu Fluxo de Caixa de Ativos acumulado

durante todo o período de análise. Todos os meses analisados

mês Flu. De Cx Ativos

120 3.559,41-R$

121 1.575,68-R$

122 414,78R$

123 2.412,01R$

124 4.416,07R$

306 327.124,36R$

307 328.310,49R$

308 329.499,14R$

309 330.690,31R$

310 331.883,98R$

311 333.080,14R$

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72

tiveram seus valores convertidos para valor presente e somados

até o último mês de operação. Após os 311 meses de análise o

valor de VPL acumulado para o empreendimento, levando em

consideração as premissas adotadas, foi obtido um valor de

R$1.556.839,91.

Pelo fato de seu valor ser positivo ao final do período,

se utilizado apenas esse fator, pode-se dizer que o negócio é

economicamente viável.

4.4.2. PAYBACK

Payback significa “retorno”. Trata-se de uma estratégia,

um indicador usado nas empresas para calcular o período de

retorno de investimento em um projeto. Existem dois modelos de

Payback que são o simples e o descontado sendo que o primeiro

leva em consideração valores reais calculados não levando em

consideração a valorização ou desvalorização do dinheiro no

tempo. Já o Payback Descontado é o período de tempo necessário

para recuperar o investimento, avaliando-se os fluxos de

caixa descontados, ou seja, considerando-se o valor do dinheiro

no tempo.

Portanto, quando calcula-se o Payback simples obtêm-

se o tempo em que o empreendimento “se paga”,

desconsiderando a variação do valor no tempo em que está

submetido. Assim foram contabilizados os Fluxos de Caixa

Acumulados durante os períodos, e a partir de 15,42 anos ou 184

meses ele se mostra capaz de gerar valores positivos.

Para a análise do Payback descontado, foi levado em

consideração esse mesmo Fluxo de Caixa de Ativos, porém esse

por sua vez com os valores trazidos para o presente,

contabilizando a variação dos valores com o tempo, através do

conceito de VPL, e foi obtido um valor equivalente a 21,83 anos

ou 262 meses, para a quitação de gastos iniciais com o negócio.

4.4.3. TIR

A Taxa Interna de Retorno, em inglês IRR (Internal Rate of Return), é uma taxa de desconto hipotética que, quando

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aplicada ao fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas,

trazidos ao valor presente, seja igual aos valores dos retornos dos

investimentos, também trazidos ao valor presente.

Com essa análise podemos analisar o empreendimento

como um investimento, e assim é aferida a taxa de retorno do

mesmo com as suas atividades durante e tempo de análise. Tendo

isso como base, a TIR calculada para esse negócio foi de 12,06%

a.a., ou seja o capital tem uma alavancagem levando em

consideração essa taxa de ano a ano.

4.4.4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

O processo de estudo de viabilidade econômico-

financeira de produtos e serviços exige uma estrutura de

informações analíticas, tanto para a obtenção das quantidades e

dados físicos, quanto para a percepção da real situação do

negócio, fatores esses que são passíveis de análise quando

projetados para uma situação modelada e simulada, com base no

mercado real e suas tendências.

Para uma melhor análise da sensibilidade de se investir

no empreendimento, foram feitas variação nos valores de

Inflação e Inflação Energética para possibilitar uma avaliação de

como as alteração nos seus valores pode influenciar na

viabilidade do empreendimento. Esse estudo levou em

consideração dados históricos para a inflação brasileira de 2011

à 2016, segundo Triami Media Bv (2017). Já a Inflação

energética, foi analisada em faixas que variam de 4% a 14%, para

dar uma melhor visão do impacto desta variável na viabilidade

do estudo.Com isso foram obtidas as seguintes relações entre as

variações, levando em conta os 4 principais indicadores do

estudo:

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74

VPL

Tabela 15: Sensibilidade VPL

Fonte: autoria própria.

A partir desta comparação é possível perceber que

algumas das possíveis combinações de inflação aliada a inflação

energética trazem como resposta um VPL negativo, o que indica

uma possível situação real podendo inviabilizar a criação do

empreendimento. Outra análise importante, é a percepção que o

negócio não tem uma saída economicamente viável quando a

inflação energética tem um valor inferior a inflação no país.

Analisando os dados da tabela 15 acima, e premissas que

foram adotadas, pode-se considerar o projeto como sendo

economicamente viável, porém, existem diversos períodos em

que o empreendimento possui valores negativos de capital em

caixa, isso implica em que nesses períodos seria necessária a

aquisição de um montante para capital de giro nesse momento, e

isso dificultaria prospectar credores, e isso seria um grande

empecilho para viabilizar o projeto.

Payback

Com a análise do indicador, pode-se perceber

que ela apresenta a mesma relação distribuição de

viabilidade que o VPL, porém o mesmo por sua vez nos

melhor evidência o tempo que o empreendimento

demora para se pagar, e passa melhor a real situação do estudo. Foram obtidas as seguintes saídas para

indicadores de Payback simples e descontado, conforme

as tabelas 16 e 17:

Ano Infla. /I. Eneg. 4% 6% 8% 10% 12% 14%

2012 5,40% -R$ 7.999.993,99 -R$ 2.648.886,45 R$ 3.578.577,03 R$ 11.314.133,12 R$ 21.308.904,39 R$ 34.599.796,18

2013 6,21% -R$ 9.984.666,78 -R$ 4.216.328,07 R$ 2.124.429,36 R$ 9.938.003,77 R$ 19.986.566,38 R$ 33.308.529,67

2014 6,33% -R$ 10.303.589,28 -R$ 4.468.121,21 R$ 1.892.759,53 R$ 9.719.685,23 R$ 19.776.789,83 R$ 33.103.731,19

2011 6,50% -R$ 10.764.713,26 -R$ 4.835.079,53 R$ 1.556.839,91 R$ 9.403.696,05 R$ 19.473.182,73 R$ 32.807.344,77

2016 8,77% -R$ 18.124.217,75 -R$ 11.702.265,16 -R$ 3.917.092,47 R$ 4.292.226,99 R$ 14.570.703,78 R$ 28.029.724,80

2015 9,01% -R$ 19.052.916,23 -R$ 12.630.963,63 -R$ 4.635.763,42 R$ 3.636.606,17 R$ 13.944.801,59 R$ 27.421.298,13

VPL

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Tabela 16: Sensibilidade Payback Simples.

Fonte: autoria própria.

Tabela 17: Sensibilidade Payback Descontado.

Fonte: autoria própria.

Outro fator que acrescenta risco do negócio é o grande período

de análise em questão, um projeto com 26 anos de análise está sujeito a

maiores imprevistos e variações nos parâmetros aferidos. Com isso

podemos considerar que pelo Payback Descontado ser tão próximo do fim

da análise e a TIR ser tão próxima da TMA, o negócio tem grandes

chances de não se tornar viável com o passar dos anos.

TIR

O mesmo resultado para a relação de viabilidade se mostra para

a TIR, porém a partir do estudo da mesma é possível identificar um maior

impacto da inflação energética do que da inflação sobre a real situação do

negócio. Para isso, foram comparadas as relações de inflação de 2011 e

2016 que possuem uma diferença de 2,27%, próxima a variação de 2%

entre as faixas de 6% e 8% para a inflação energética. Com isso, tem-se

uma variação maior na viabilidade do negócio para as diferenças entre as

Ano Inflação 4% 6% 8% 10% 12% 14%

2012 5,40% 26,00 19,00 14,42 12,08 9,75 8,00

2013 6,21% 26,00 21,67 15,17 12,50 10,17 8,25

2014 6,33% 26,00 22,25 15,25 12,50 10,17 8,33

2011 6,50% 26,00 23,33 15,42 12,58 10,25 8,42

2016 8,77% 26,00 26,00 20,92 14,25 11,75 9,33

2015 9,01% 26,00 26,00 23,08 14,50 11,92 9,50

Payback Simples

Ano Inflação 4% 6% 8% 10% 12% 14%

2012 5,40% 26,00 26,00 18,67 13,75 11,00 8,75

2013 6,21% 26,00 26,00 20,75 14,42 11,58 9,08

2014 6,33% 26,00 26,00 21,17 14,50 11,67 9,17

2011 6,50% 26,00 26,00 21,83 14,67 11,75 9,25

2016 8,77% 26,00 26,00 26,00 18,25 13,25 10,50

2015 9,01% 26,00 26,00 26,00 18,92 13,42 10,67

Payback Descontado

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faixas da inflação energética (12,09%), do que se levada em consideração

as inflações do país (8,95%), como exemplificado na tabela 18:

Tabela 18: Sensibilidade TIR.

Fonte: autoria própria.

Mesmo assim, pode-se perceber que ainda existem fatores

que podem influenciar positivamente no estabelecimento do

negócio, um desses fatores seria a escolha de um local diferente,

no Brasil, onde a cobrança de ICMS não incida na geração de

energia solar fotovoltaica e/ou a adequação do estado ao

incentivo já existente que isenta a cobrança do imposto para o

modelo de geração.

Para fins comparativos, foi alterado apena este dado de

entrada, simulando uma região do país onde a incidência desse

imposto é feita de forma integra e outro onde não é feita a

cobrança do imposto citado (ICMS), ceteris paribus. Com

apenas essas alterações, são obtidos os seguintes valores nos

indicadores, segundo a tabela 19:

Tabela 19: Sensibilidade ICMS.

Fonte: autoria própria.

Como esperado, nos locais onde há a isenção do imposto o

negócio torna-se mais viável, além de evidenciar a real necessidade dos

incentivos governamentais.

Com essa análise, podemos perceber a real importância desse

imposto para viabilizar o empreendimento, e as imponderações para o

funcionamento do projeto. Isso evidência como um estudo de viabilidade

Ano Inflação 4% 6% 8% 10% 12% 14%

2012 5,40% 0 5,95% 14,57% 22,56% 30,78% 39,64%

2013 6,21% 0 2,96% 12,78% 21,08% 29,34% 38,12%

2014 6,33% 0 2,39% 12,49% 20,85% 29,13% 37,90%

2011 6,50% 0 1,51% 12,06% 20,51% 28,82% 37,57%

2016 8,77% 0 0 3,12% 15,21% 24,31% 33,14%

2015 9,01% 0 0 1,13% 14,49% 23,77% 32,65%

TIR

ICMS VPL P.B. Simples P.B. Descontado TIR

0% R$ 8.638.859,38 11,00 12,33 26,52%

18% R$ 1.556.839,91 15,42 21,83 12,06%

25% -R$ 1.408.206,81 17,75 26,00 8,26%

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econômica é necessário, não apenas para conhecer seus parâmetros, mas

o que impacta em seus valores finais.

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5. CONCLUSÕES ACERCA DO ESTUDO

Para esse trabalho tinha-se como objetivo desenvolver

uma análise de viabilidade econômico-financeira de um

empreendimento, primeiramente para ter-se um modelo possível

de alterações e melhorias e assim, verificar a possível execução

do projeto no Brasil. Como resultado, não foi obtida uma

resposta final se o empreendimento é financeiramente viável ou

não, mas sim, a visualização de que alguns fatores como inflação,

inflação energética e ICMS são fundamentais, e de real impacto

para viabilizar o negócio como visto no estudo de sensibilidade

no item 4.4.4.

Dos fatores que influenciam no valor da energia,

levantados no item 4.3.1, o ICMS, apesar de ter grande influência

na análise, não se mostra um grande problema, pois o

empreendimento pode ser instalado em uma região onde não há

a cobrança do mesmo. Por outro lado, as inflações são fatores de

grande impacto e com pouca previsibilidade.

Para a realização do estudo, foi utilizada uma das

maneiras mais convencionais de análise viabilidade econômica,

a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), um método

já consolidado que por sua vez, pode ser aplicado para situações

reais e simuladas para a obtenção dos indicadores de viabilidade,

específicos para o funcionamento do empreendimento, como

visto no capítulo 4.

Portanto, com o término do estudo podemos ter

informações importantes para tomada de decisão do

empreendimento, facilitando na elaboração de relatórios

gerenciais internos e/ou na dedução de impostos, fatores de

extrema relevância para a elaboração do estudo que possui essa

finalidade.

Como continuação do estudo, pode ser feita a inclusão

de uma percentagem de capital próprio e capital de outros

acionistas, que não os sócios para o investimento inicial do empreendimento, desconsiderando assim, os sócios da folha de

pagamento e incluindo no fluxo de caixa de acionistas. Com isso

haverá um diferente custo médio ponderado do capital, gerando

outros resultados para o projeto.

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Mesmo com o estudo de viabilidade econômico-

financeira do empreendimento ainda não finalizado, é possível

se obter uma visão de grande parte desse sistema, e uma grande

parte de fatores que influenciam com muito ou pouco impacto

sobre a viabilidade do negócio. A partir disso, pode-se verificar

que, dependendo da situação do mercado atual e de suas

tendências, o negócio possui potencial para concorrer no

mercado de energia, aplicando valores de tarifa competitivos

com as distribuidoras locais. A possibilidade de se obter esses

valores mais competitivos tanto para a empresa quanto para o

cliente demonstra a grande importância desse estudo para a

análise e construção de novos projetos.

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REFERÊNCIAS

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ABREU FILHO, José Carlos Franco de et al. Finanças Corporativas.

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Paulo: Atlas, 2003.

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ANEEL. Cadernos Temáticos ANEEL Micro e Minigeração

Distribuída: Sistema de Compensação de Energia Elétrica. 2016.

ANEEL. Resolução Normativa Nº 482, de 17 de Abril de 2012.

ANEEL. Reajuste tem efeito médio de 7,85% na tarifa de

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BRAUN-GRABOLLE, Priscila. A integração de sistemas solares

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Anexos

Projeção do Estudo no cenário analisado no final do último mês de cada

ano.

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