Defesa de Monografia Brenda Carvalho

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA LICENCIATURA EM MÚSICA JOGOS MUSICAIS COMO RECURSO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Um estudo com os licenciandos em música da UFRN Brenda de Carvalho Miranda Orientador (a): Me. Catarina Aracelle Porto do Nascimento Natal Dez/2015

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Titulo: A importância dos jogos musicais como recurso metodológico na formação dos licenciandos em música da UFRN.Brenda de Carvalho Miranda

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTEUNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA

LICENCIATURA EM MÚSICA

 

JOGOS MUSICAIS COMO RECURSO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA:Um estudo com os licenciandos em música da UFRN

Brenda de Carvalho MirandaOrientador (a): Me. Catarina Aracelle Porto do Nascimento

NatalDez/2015

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IntroduçãoObjetivo geral: discutir as perspectivas dos licenciandos em música acerca do uso dos jogos

musicais como recurso metodológico no âmbito da educação básica, tomando como referências suas experiências docentes neste contexto de ensino.;

Questão problema: de que maneira o jogo musical como recurso metodológico se faz importante no contexto do ensino regular?

Motivação: interesse particular e pouca produção cientifica.

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MetodologiaAbordagem metodológica: quanti-quali .

“[...] é aquela em que o pesquisador tende a basear as alegações de conhecimento em elementos pragmáticos. Essa técnica emprega estratégias de investigação que envolvem coleta de dados simultânea ou sequencial para melhor entender os problemas de pesquisa. A coleta de dados também envolve a obtenção tanto de informações numéricas como de informações de texto, de forma que o banco de dados final represente tanto informações quantitativas como qualitativas” (CRESWELL, 2007, p 35) .

Coleta de dados: questionário;

Sujeitos da pesquisa: 20 licenciandos;

Analise de dados: análise de conteúdos (BARDIN, 2011);

Revisão bibliográfica: FRIEDMANN (1996), HUIZINGA (2005), KISHIMOTO (2004);

BRITO (2004), STORMS (2000), QUEIROZ (2012).

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Fundamentação teórica

Breve histórico do jogo como recurso metodológico

Origem da palavra jogo;

Sobre o jogo segundo Huizinga e Kishimoto ;

“O jogo é uma atividade voluntária realizada dentro de alguns limites de tempo e espaço, através de regras livremente consentidas, porém, obrigatórias, dotadas de um fim em si mesmo, guiadas por sentimentos de tensão e alegria e de uma consciência, de ser diferente da vida cotidiana” (Huizinga, 2005,p. 33).

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Fundamentação teórica Riqueza histórica;

“Cada contexto social constrói uma imagem de jogo conforme seus valores e modo de vida, que se expressa por meio da linguagem. [...] Se em tempos passados, o jogo era visto como inútil, como coisa não séria, depois do romantismo, a partir do século XVIII, o jogo aparece como algo sério e destinado a educar a criança” (KISHIMOTO, 1996, p. 108).

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Fundamentação teórica

O jogo no contexto educacional:

Aprendizado natural, prazeroso e dinâmico;

Aprender através do erro;

Tendências que ocorrem nas instituição de ensino segundo Lima (2008):

Ausência e proibição da brincadeira;

O jogo como instrumento didático.

Page 7: Defesa de Monografia Brenda Carvalho

Fundamentação teóricaA educação musical

O trabalho com a educação musical no Brasil: passado e presente;

“[...] podem ser realizadas por meio da formação de grupos vocais e instrumentais, do ensino de diferentes cantos, ritmos, das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestras, das danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos, visando valorizar e promover vivências musicais variadas, articulando-as às produções musicais de outras realidades” (BRASIL, 2013, p. 6).

O jogo musical

Estimula a participação dos alunos,

Motiva o aluno a partir dos desafios ou competição,

Auxilia o educador nas atividades em grupos,

Contribui para a expressão da linguagem corporal.

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Fundamentação teórica

(GER STORMS, 2000, p. 19-20)

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Análise de dados

As duas primeiras questões dessa pesquisa buscavam identificar o perfil dos licenciandos participantes do questionário;

As outras seis questões tinham a finalidade de compreender a perspectiva dos licenciandos em relação ao uso jogo como recurso didático para se trabalhar música no contexto do ensino regular.

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O perfil dos licenciandos Qual período da Licenciatura em Música você está cursando atualmente? Você leciona ou já lecionou música na escola básica? E qual o nível de ensino que

você atuou?

De acordo com as respostas, concluímos que os licenciandos participantes são experientes no que diz respeito a prática docente no contexto da educação básica, e a atuação dos mesmos ocorreu em turmas do 1° ao 5° ano, que corresponde o ensino fundamental I.

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A perspectiva dos licenciandos

5%

95%

Você já fez o uso de algum jogo musical como recurso didático?

Não sim

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A perspectiva dos licenciandos

27%

43%

27%

3%

Caso tenha utilizado o jogo musical como recurso didático, qual ou quais foram os níveis de ensino trabalhados?

Ed. Infantil Ens. Fundamental I Ens. Fundamental II Não utilizam

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A perspectiva dos licenciandos Na quinta pergunta do questionário foi indagado sobre por qual motivo o licenciando foi

levado a recorrer ao jogo musical para trabalhar na aula.

“Para despertar o interesse da turma em participar das aulas” (Marques).

“Por proporcionar a inclusão de todos os alunos e por prender à atenção dos alunos” (Mariana).

Outras considerações:

“Os jogos são lúdicos e a ludicidade auxilia na aprendizagem, agindo como facilitador” (Nê).

“Os jogos musicais trazem o lúdico para sala de aula. A partir do uso de jogos musicais os alunos aprendem melhor, pois através da brincadeira eles participam com mais facilidade” (Malu).

Kishimoto afirma que “[...] o lúdico possibilita o encontro de aprendizagens, é uma situação comportamental de forte potencial simbólico que pode ser fator de aprendizagem”. (KISHIMOTO, 1996, p. 10)

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A perspectiva dos licenciandosA sexta pergunta do questionário buscava saber se os licenciandos haviam conseguido

atingir o objetivo da aula com o uso do jogo musical.

“Sim. Com o jogo musical pude atingir com sucesso todos os meus objetivos, pois os desafios e a ludicidade proporcionados pelo jogo fizeram com que os alunos se empenhassem ao mesmo tempo que aprendiam e se divertiam” (Sofia).

“Sim, na maioria das vezes que utilizei o jogo tive êxito em meu objetivo. Entendo que o jogo musical deve ser realizado com um objetivo muito bem traçado, com o intuito de trabalhar conteúdos musicais. Todas as vezes que eu via o assunto da aula sendo melhor entendido por meio do jogo realizado com os alunos, mais me assegurava que ele é um aliado forte em sala de aula. Se o conteúdo da aula foi compreendido a aula teve êxito, e esse êxito se estende aos caminhos que foram percorridos durante a aula; o processo. É nesse processo que o jogo musical se encontra” (Liz).

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A perspectiva dos licenciandosNa sétima questão foi perguntado aos licenciandos de que maneira eles acreditavam

que os jogos musicais contribuíam no ensino/aprendizagem dos alunos.

“Os jogos musicais contribuem de forma direta no desenvolvimento cognitivo e motor dos alunos de forma prazerosa, inclusive os alunos aprendem brincando, já que há tanta dinamicidade envolvida. O jogo acaba se tornando algo bem prático” (Dexter).

“As contribuições do jogo no desenvolvimento global da criança é que [...] todas as dimensões do jogo estão intrinsecamente vinculadas a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade, são inseparáveis, sendo que a afetividade constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança” (NEGRINI, 1994, p. 19)

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A perspectiva dos licenciandosNa última pergunta do questionário, os licenciandos participantes tiveram que responder

em que aspectos os jogos musicais poderiam atrapalhar o processo de ensino e aprendizagem.

“Os jogos musicais se usados sem intencionalidade tornam as aulas uma verdadeira “recreação”. Os jogos precisam ter objetivos, muito bem elaborados” (Malu).

“O uso do jogo como recurso pedagógico exige do professor um conhecimento teórico-prático que aprimore a sua capacidade de preposição, execução, acompanhamento e avaliação” (LIMA, 2008, p. 139).

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ResultadosO jogo musical foi tratado como um recurso didático bastante acessível e prático para os

licenciandos ;

Possibilita o desenvolvimento das habilidades musicais, como também motoras, cognitivas, sociais, inventivas e no aspecto cultural;

Um planejamento bem estruturado proporciona atividades adequadas e prazerosas, relacionadas diretamente com suas intenções.

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Resultados

Outras considerações:

O jogo não exige uma complexidade, permite adaptações às possibilidades dos alunos e professores;

As repetições de adaptações regionais, como também uma ampliação cultural através do diálogo intercultural (jogos e brincadeiras de outras culturas);

Nos jogos musicais geralmente há um trabalho forte corporal, mas não uma preocupação com acerca do movimento, particularidade que permite incluir um maior número de pessoas;

Nos jogos, há sempre a ideia de acabamento ou de fechamento de uma proposta, aspecto essencial na música que é raramente trabalhado nas aulas tradicionais.

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Referências ALMEIDA, Paulo. Nunes. Educação Lúdica - Prazer de Estudar - Técnicas e jogos pedagógicos. 9. ed. São Paulo:

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ARIÈS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. 279p.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

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sem aumento de despesa, a Inspetoria Geral do Ensino Emendativo, dispõe sôbre o Ensino do Canto Orfeônico, e dá outras providências. Rio de Janeiro, 1934. Disponível em: <http://www6.senado. gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=16886&norma=31962>. Acesso em: 15 nov 2015.

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______. Presidência da República. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Brasília, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2007 2010/2008/Lei/L11769.htm>. Acesso em: 15 nov 2015.

_______. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Ministério da educação e do desporto, Secretaria de Educação Fundamental de Brasília: MEC/SEF, vol.3 P. 43-81.

BRITO, Teca Alencar. Música na Educação Infantil: propostas para a formação integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2003.

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FRIEDMANN, Adriana. Brincar, crescer e aprender – o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.

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LIMA, J. M. O jogo como recurso pedagógico no contexto educacional. São Paulo: Cultura Acadêmica: Universidade Estadual Paulista, Pró-reitora de Graduação, 2008. 157 p.

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Referências QUEIROZ, Luís Ricardo S. Música na escola: aspectos históricos da legislação nacional e perspectivas atuais a partir

da Lei 11.769/2008. Revista da Abem, Porto Alegre, V. 20, n. 29, p 23-38, jul./dez. 2012.

RIZZI, Leonor e HAYDT, Regina Célia Cazaux. Atividades lúdicas na educação da criança: subsídios práticos para o trabalho na pré-escola e nas séries iniciais de 1° grau. São Paulo: Ática, 1998.

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SPRATT, C.; WALKER, R.; ROBINSON, B. Métodos de investigações mistas: praticas de pesquisa e avaliação em habilidades de treinamento em educação aberta e a distância. Common wealth of Learning, 2004. Disponível em: http://www.col.org/SiteCollectionDocuments/A5.pdf. Acesso em: 12 out. 2015.

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