Dedução Simplificada da Massa Relativística
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Dedução Simplificada da Massa Relativística
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Toda vez que pesquisamos a razão para a massa relativística ser definida da
forma que ela é (massa de repouso multiplicada pelo fator
√
), encon-
tramos alguma afirmação direta, dizendo que ela se deve à conservação da
quantidade de movimento ou, algumas vezes, encontramos um experimento
básico sobre as componentes perpendiculares do momento durante uma coli-
são simples de duas partículas.
Esta é uma explicação bastante superficial, e não uma demonstração, pois a
mais importante influência dos efeitos da relatividade estão exatamente na di-
reção paralela ao movimento (direção do movimento relativo). Portanto, desta
maneira, é como, a partir de um caso particular, concluir pelo caso geral.
Se tentarmos pesquisar além, podemos encontrar equações envolvendo trans-
formações de energia e de momento, e obter expressões com radicais de radi-
cais, como esta:
( )
√{ [(
)
(
( ) ( )
)
(
( ) ( )
)
]}
E assim por diante...
O problema deve ser tornado simples!
A conservação do momento é um princípio inevitável e tem de ser sustentado
pela relatividade. A razão para isto é que a conservação do momento (ou seja,
a conservação do momento em um sistema implica necessariamente a conser-
vação do momento em todos os sistemas em movimento relativo entre si)
mantém a coerência física entre todos os sistemas em movimento relativo en-
tre si. Isto significa que, se uma bola quebra um vidro em um determinado sis-
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tema, ela irá quebrar o vidro em qualquer outro sistema movendo-se relativa-
mente a este. Ela poderá até quebrar o vidro em câmera lenta, mas quebrará!
Esta é a razão pela qual a relatividade deve preservar a conservação da quanti-
dade de movimento.
O problema surge com a transformação de Lorentz para as coordenadas.
Como já vimos, a principal equação, que sintetiza todas essa transformações
relativísticas, é dada pela expressão:
que é obtida pela experiência mental do raio de luz refletido em um espelho
localizado perpendicularmente ao movimento do observador.
Desta expressão, nós podemos derivar fisicamente as transformações de Lo-
rentz para todas as coordenadas ( é a velocidade relativa entre os sistemas):
( )( )
( ) (
)
Como sempre, em relatividade, a coisa mais importante é o tempo, ou melhor
ainda, a relação que conecta o tempo de um sistema a outro.
É importante ter em mente que estas transformações também fornecem a rela-
ção entre os diferenciais das coordenadas.
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Vamos supor agora uma colisão genérica entre duas partículas em um sistema
movendo-se com velocidade em relação a “ ” (a conservação do mo-
mento para sistemas mais complexos é simplesmente a composição de vários
sistemas de duas partículas):
Empregando a expressão diferencial para a velocidade, teremos:
Se aplicássemos agora, como de costume, a transformação de coordenadas pa-
ra velocidades, para obtermos o que o sistema , movendo-se com velocida-
de em relação a , mede para o momento, nós iríamos obter aquelas ex-
pressões com radicais de radicais….
Vamos, em vez disso, considerar apenas uma componente perpendicular do
momento ( ):
Tendo em mente a equação fundamental da relatividade, ou seja:
√
É fácil de ver que para :
(2)
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√
( )
Nós podemos ver imediatamente que, se multiplicarmos a massa de cada partí-
cula pelo seu respectivo fator , todos os termos da equação resultarão com
o tempo próprio de cada partícula, em cada trecho da colisão, no respectivo
denominador. Assim, multiplicando pelo respectivo fator , obtemos:
( )
( )
( )
( )
Então, aplicando a transformação de coordenadas , resulta a seguinte
equação:
Mas o “tempo próprio” de cada partícula, em cada parte da colisão, é uma
quantidade comum (invariante) para todos os sistemas em movimento relativo
entre si.
Isto significa duas coisas:
Primeira – A expressão dada pela equação (3) é válida em todos os sistemas
em movimento relativo.
Segunda – A expressão dada pela equação (2) não é válida em todos os siste-
mas em movimento relativo.
(3)
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Disso seguem duas conclusões:
Primeira – A definição clássica de momento (2) não atende à necessidade in-
variância da conservação da quantidade de movimento.
Segunda – Uma vez que a coordenada tem a mesma regra de transforma-
ção (coordenada perpendicular), a expressão dada pela equação (3)
também é válida para a coordenada de , implicando que a conservação
das componentes perpendiculares do momento são invariantes sob a condição
de multiplicação das massas pelos respectivos fatores .
Resta, portanto, verificar que esta condição (multiplicação de cada massa pelo
respectivo fator ) garante a invariância para a componente “ ” do momento
(direção paralela) para “ ”.
O momento para a direção “ ” é dado pela equação:
Assim, multiplicando pelo fator e aplicando a transformação de Lorentz
para a coordenada “ ”, obtemos:
( )( )
( )( )
( )( )
( )( )
Cancelando o termo comum ( ) e tendo em mente que:
( )
( )
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obtemos:
( )
(
) ( )
(
)
( )
(
) ( )
(
)
( )
( )
( ) (
)
( )
( )
( ) (
)
A fim de obtermos para a conservação do momento (da mesma maneira
que obtivemos para ), ou seja, para que seja válida a expressão:
( )
( )
( )
( )
deve ser satisfeita, conforme podemos ver na equação obtida, a seguinte con-
dição:
( ) (
) ( ) (
)
deve ser válida.
E de fato, esta é a mesma condição que obteria no caso da transformação
inversa.
Observação: Esta é a expressão de conservação relativística da massa, condi-
ção para se ter a conservação da quantidade de movimento relativística (tal
condição está implícita e é automaticamente satisfeita no momento clássico,
pois este não inclui o fator ( ))
Fica claro ao longo destas equações o papel do tempo próprio como a chave
comum para todos os sistemas em relação à medida da conservação do mo-
(4)
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mento. Também é importante notar a condição para a conservação do momen-
to relativístico (4), que é a conservação da massa relativística.
Assim o momento relativístico torna-se logicamente:
√
Onde e
Portanto, para se obter a energia relativística, devermos considerar na respecti-
va equação:
∫ ∫ ( )
( ) no lugar da massa (massa de repouso), ou seja, o momento
relativístico ( ) .
Deste ponto, considerando, como já mostramos, a massa relativística, podemos
deduzir a famosa equação de Einstein para a energia relativística:
( )
( )
√
(
)
(
)
( )
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( )
( )
Observação: Hoje em dia, a Física Moderna já não se emprega mais o conceito
de “massa relativística”, mas apenas o de “ massa de repouso” e o de “momen-
to relativístico”.