Dedicatória - USP...Dedicatória A minha pequena Maria Luisa que com seu sorriso inocente me fez...

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Dedicatória A minha pequena Maria Luisa que com seu sorriso inocente me fez acreditar que o mundo pode ser melhor e todos os sonhos podem ser possíveis. Te amo filha Aos meus pais Teobaldo e Eliane por sempre me darem suporte e apoio incondicional .... Vocês são exemplos em minha vida A minha irmã Karine que mesmo fingindo que não sempre me apoiou mesmo quando o caminho não parecia ser fácil A meu esposo Klaus que me apoiou durante esse mais de 4 anos sempre me lembrando todos os dias o valor das conquistas

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Dedicatória

A minha pequena Maria Luisa que com seu sorriso

inocente me fez acreditar que o mundo pode ser melhor e

todos os sonhos podem ser possíveis. Te amo filha

Aos meus pais Teobaldo e Eliane por sempre me darem

suporte e apoio incondicional .... Vocês são exemplos em

minha vida

A minha irmã Karine que mesmo fingindo que não

sempre me apoiou mesmo quando o caminho não parecia

ser fácil

A meu esposo Klaus que me apoiou durante esse mais

de 4 anos sempre me lembrando todos os dias o valor

das conquistas

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Agradecimentos

Ao Meu Orientador, Prof. Dr. Geraldo Lorenzi- Filho pela oportunidade de crescer profissionalmente e aprender o que é ser pesquisador. Meu eterno muito obrigada.

A toda equipe da Unidade de Medicina Clinica Interdisciplinar, Prof Dr. Bruno

Caramelli pela oportunidade de realizar essa pesquisa e apoiar

intelectualmente todas as fases da mesma. À Dr. Danielle Gualandro e Dr.

Gabriel Carmo por toda a paciência e disponibilidade para auxiliar na

concretização desse trabalho. À Adriana Pistilli por toda a ajuda com as

documentações científicas, você foi crucial para o meu aprendizado com

relação a parte burocrática da pesquisa.

A todas as enfermeiras e técnicas de enfermagem que trabalham nas

enfermaria do Hospital das Clinicas, a ajuda de vocês foi fundamental para a

realização desse trabalho.

A Prof. Dr. Pedro Genta e Prof. Dr. Luciano Drager por todos os

ensinamentos e durante minha estada no laboratório do Sono

Ao Prof. Dr. Carlos Carvalho, Titular da Disciplina de Pneumologia, pela

oportunidade de me desenvolver profissionalmente aqui.

Ao Prof. Dr. Mario Terra Filho, pelo trabalho desenvolvido com seriedade

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A toda equipe de Fisioterapia da UTI de Adultos do Hospital de Clinicas da

Unicamp, por todo apoio e compreensão durante esse tempo.

As minhas amigas do coração, Damaris, Livia, Fernanda e Patricia, mesmo

de longe sabia o quanto torciam por mim e isso foi fundamental para eu não

desistir.

A meus amigos Alexandre e Diego por me receberem tão bem nas suas casas

nas noites de coletas.

A minha sogra Angélica, por sempre me apoiar e acreditar no meu sonho. Me

auxiliando de todas as maneiras

A família Santos- Francisco, Barbara, Vinicius, Verônica e Matheus, por

acreditar que nessa conquista junto comigo.

A todos os fisioterapeutas do Laboratório do Sono, que desempenham tão

lindamente essa profissão. Aprendi muito com todos.

A Vandinha por sempre me receber com um sorriso buscando da melhor

maneira resolver os problemas

A toda equipe do laboratório do Sono, que se dedica muito tanto pela

excelência no atendimento dos pacientes como pela excelência científica.

Vocês são exemplos.

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A secretária da pós graduação Mônica Souto, por toda ajuda burocrática.

Aos pacientes que participaram desse estudo, por toda disponibilidade em

auxiliar na concretização de mais uma pesquisa. Sem vocês nada disso seria

possível.

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Esta tese está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento desta publicação

Referências: adaptado de International Committee of Medical Journal Editors (Vancouver)

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Divisão de Biblioteca e Documentação. Guia de Dissertações, Teses e Monografias. Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria Vilhena. 3a ed. São Paulo: Divisão de Biblioteca e Documentação; 2011.

Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals Indexed in Index Medicus.

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Sumário

Lista de Abreviaturas

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

Resumo

1.1 Apneia Obstrutiva do Sono ....................................................................... 2

1.2 Prevalência da AOS.................................................................................... 3

1.2.1 Prevalência de AOS na população geral ........................................ 3

1.2.2 Prevalência de AOS na população cirúrgica .................................. 4

1.3 Conseqüências da AOS ............................................................................ 6

1.4 Diagnóstico de AOS .................................................................................. 7

1.4.1 Critérios para definição de eventos respiratórios ....................... 12

1.4.2 Questionários de Screening para AOS ......................................... 14

1.5 AOS em pacientes submetidos a cirurgia .............................................. 16

1.5.1 Complicações pós operatórias em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca ...................................................................................... 16

1.5.2 Complicações pós operatórias em pacientes submetidos a cirurgia não cardíacas ............................................................................. 18

2.0 Arrazoada do Estudo ............................................................................... 28

3.0 OBJETIVO ................................................................................................. 30

4.0 MÉTODO .................................................................................................... 33

4.1 Desenho do Estudo .................................................................................. 33

4.2 Local do Estudo ...................................................................................... 33

4.3 Critérios de Inclusão ................................................................................ 33

Tabela 6: Índice de Destky Modificado ......................................................... 34

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4.4 Critérios de Exclusão ............................................................................... 37

4.5 Avaliações Pré Operatória ....................................................................... 37

4.5.1 Avaliação Clinica ............................................................................ 37

4.5.2 Questionário Screening para AOS ................................................ 38

4.5.3 Questionário para Avaliação da Qualidade do Sono ................... 39

4.5.4 Poligrafia noturna ........................................................................... 39

4.6 Avaliação Pós operatória ......................................................................... 42

4.6.1- Complicações Cardíacas .............................................................. 42

Para análise dos dados, foi utilizado o software estatístico SPSS 17.0 e R3.1.2. Análise descritiva foi utilizada para descrever a população do estudo. Após a verificação da normalidade de dados, pelo teste Kolmogorov Smirnov e Shapiro-Wilk, os resultados foram expressos em média (desvio padrão), mediana (intervalo interquartil) e número absoluto (porcentagem) de acordo com a necessidade. Para a análise das variáveis quantitativas foram utilizados os testes teste t de student e Mann-Whitney para distribuição normal e não normal, respectivamente, entre os grupos. Para análise das variáveis qualitativas foi utilizado o teste qui quadrado e teste exato de fischer. Devido à distribuição anormal da variável tempo de internação hospitalar, ela foi dicotomizada em tempo de internação hospitalar<5 dias e tempo de internação hospitalar≥5 dias. Para verificar se o IAH≥15 eventos/horas estava independentemente associado ao tempo de internação hospitalar foi realizada regressão logística. Todas as variáveis com p<0.05 na análise univariada foram incluídas no modelo final. O nível de significância adotado para os testes foi p<0,05. ....... 45

5.0 Resultados ................................................................................................ 47

5.2- Prevalência da Apneia Obstrutiva do Sono .......................................... 50

5.3- Dados Cirúrgicos da População Estudada ........................................... 52

5.4- Características dos pacientes com e sem Apneia Obstrutiva do Sono ...................................................................................................................... 52

5.5- Complicações Pós Operatórias ............................................................. 57

5.5.1- Complicações Pós Operatórias associadas com tempo de internação hospitalar ............................................................................... 59

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6.0 Discussão ................................................................................................. 65

7.0 Conclusão ................................................................................................. 75

8.0 Anexos ...................................................................................................... 75

8.1 Anexo 1 – Questionário Stop Bang........................................................ 75

8.2 Anexo 2- Questionário de Berlim ............................................................ 76

8.3 Anexo 3- Questionário ASA – check list ................................................ 78

8.5 Anexo 5- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................... 87

9.0 Referências Bibliográficas ...................................................................... 91

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Lista de Abreviaturas

AAS Ácido acetilsalicílico

AASM Academia Americana de Medicina do Sono

AD Átrio Direito

AOS Apneia Obstrutiva do Sono

AVE Acidente Vascular Encefálico

CAPpesq Comissão de Ética para Análise de Projetos

de Pesquisa

CID Código Internacional de Doenças

CK Creatina quinase

DAC Doença arterial Coronariana

DLP Dislipidemia

DM Diabetes Mellitus

ECG Eletrocardiograma

EEG Eletroencefalograma

EMG Eletromiograma

EOG Eletroculograma

FA Fibrilação atrial

FMUSP Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo

IAH Índice de apneia e hipopneia

IAM Infarto Agudo do Miocárdio

IC Insuficiência Cardíaca

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Lista de Abreviaturas

ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva

IECA Inibidor da enzima conversora da

angiotensina

IMC Índice de Massa Corpórea

InCor Instituto do Coração

IOT Intubação orotraqueal

IQSP Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh

HAS Hipertensão arterial sistêmica

HC Hospital das Clínicas

ODI Índice de dessaturação de oxigênio

PIT Pressão intra-torácica

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UTI Unidade de Terapia Intensiva

VD Ventrículo Direito

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Lista de Figuras

Figura 1: Representação Esquemática dos Eventos Respiratórios presentes na Apneia Obstrutiva do Sono................................................................................. 2

Figura 2: Representação Esquemática dos efeitos deletérios da AOS no sistema cardiovascular. ..................................................................................... 7

Figura 3: Montagem do Acessórios da Polissonografia no paciente e realização do exame de polissonografia.............................................................................. 8

Figura 4: Exemplo de um exame de Polissonografia em tela de 30 segundos. 9

Figura 5: Exemplo de um exame de Poligrafia, realizado com monitor portátil tipo 3, em tela de 180 segundos. ..................................................................... 11

Figura 6: Exemplo de monitores portáteis do tipo 3. ........................................ 11

Figura 7: Exemplo de monitores portáteis do tipo 4. ........................................ 12

Figura 8: Representação das variáveis respiratórias em paciente com episódios de apneias obstrutivas recorrentes monitorado em poligrafia do sono ............ 13

Figura 9: Representação das variáveis respiratórias em paciente com episódios de hipopneia recorrentes monitorado em poligrafia do sono ............................ 14

Figura 11: Realização de um exame de poligrafia. .......................................... 41

Figura 10: Poligrafo apneia link plus- marca Resmed ...................................... 40

Figura 12: Representação de um noite toda de sono em uma tela de poligrafia do sono e representação de 3 minutos de uma noite de sono em uma tela de poligrafia do sono ............................................................................................. 42

Figura 13: Fluxograma de Recrutamento de pacientes ................................... 48

Figura 14: Prevalência da Apneia Obstrutiva do Sono de acordo com diferentes pontos de corte de Índice de Apneia e Hipopneia na população estudada ...... 51

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Estudo de prevalência de AOS na população geral ........................... 3

Tabela 2: Estudo de prevalência/freqüência de AOS na população cirúrgica .... 5

Tabela 3: Classificação da AOS de acordo com IAH: Índice de apneia e hipopneia por hora de sono ................................................................................ 9

Tabela 4: Estudo sobre complicações pós operatórias imediatas em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com AOS ........................................................ 18

Tabela 5: Estudo sobre complicações pós operatórias imediatas em pacientes submetidos a cirurgia não cardíaca com AOS ................................................ 23

Tabela 6: Índice de Destky Modificado ............................................................. 33

Tabela 7: Classificação de Lee ........................................................................ 36

Tabela 8: Características Clinicas, Demográficas e uso de medicamentos da população estudada ......................................................................................... 49

Tabela 9: Questionário de Avaliação de Risco de Apneia do Sono e Qualidade do Sono ............................................................................................................ 50

Tabela 10: Dados do exame de Poligrafia ...................................................... 51

Tabela 11: Tipos de cirurgia e dados cirúrgicos .............................................. 52

Tabela 12: Características Clinicas, Demográficas e uso de medicamentos nos pacientes com e sem AOS ............................................................................... 54

Tabela 13: Questionários de Avaliação do risco de apneia obstrutiva do sono e qualidade do sono nos pacientes com e sem AOS .......................................... 55

Tabela 14: Dados do exame de Poligrafia do sono nos pacientes com e sem AOS .................................................................................................................. 55

Tabela 15: Dados das cirurgias realizadas nos pacientes com e sem AOS .... 56

Tabela 16: Desfechos e Complicações pós operatórias .................................. 57

Tabela 17: Desfechos e complicações pós operatórias nos pacientes com e sem AOS .......................................................................................................... 58

Tabela 18: Características Clinicas, Demográficas e uso de medicamentos de acordo com o tempo de internação hospitalar.................................................. 60

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Lista de Tabelas

Tabela 19: Questionários de Avaliação do risco de apneia obstrutiva do sono e qualidade do sono de acordo com o tempo de internação ............................... 61

Tabela 20: Dados do exame de Poligrafia do sono de acordo com o tempo de internação hospitalar ........................................................................................ 62

Tabela 21: Desfechos e complicações pós operatórias de acordo com o tempo de internação hospitalar ................................................................................... 63

Tabela 22: Análise Multivariada das variáveis independentes associadas com tempo de internação hospitalar ........................................................................ 64

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Resumo

Heidemann-Santos AM. Avaliação das complicações pós operatórias de pacientes com apneia obstrutiva do sono submetidos a cirurgias não cardíacas [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2018. Introdução: Apneia Obstrutiva do Sono é uma doença comum entre os pacientes cirúrgicos. Entretanto a relação entre a AOS e as complicações no pós operatório não são totalmente estabelecidas na literatura. Objetivo: Avaliar o impacto da AOS nos desfechos cardiovasculares e no tempo de internação hospitalar entre os pacientes com médio e alto risco para complicações cardiovasculares submetidos a cirurgias não cardíacas. Método: Foram estudados prospectivamente pacientes com médio e alto risco (avaliado pelo escore de Lee e Detsky) para complicações cardiovasculares submetidos a cirurgias não cardíacas. Todos os pacientes realizaram estudo do sono com monitor portátil tipo 3 (apneia link plus, Resmed) antes da cirurgia. Troponina T, CK e CKMB foram coletadas 24, 48 e 72 horas após a cirurgia. Durante 30 dias após a cirurgia os pacientes foram avaliados para elevação isolada de troponina T, angina instável, infarto agudo do miocárdio, arritmia, acidente vascular encefálico, evento cardiovascular combinado, necessidade de pós operatório em terapia intensiva (UTI), transferência não planejada para UTI, re- intubação orotraqueal, tempo de internação em UTI e hospitalar e óbito. Resultados: Nós avaliamos 139 pacientes antes da cirurgia e 65 completaram o estudo (44 homens; idade 65±9 anos; índice de massa corpórea 27,6±6,6 Kg/m2; índice de apneia e hipopneia: 12[13,6-20,6] eventos/hora. AOS (IAH≥15) esteve presente em 43% da população. Quando comparado pacientes com e sem AOS, os pacientes com AOS foram semelhantes quanto a idade (69±8 vs 64±10 anos, p=0,49), foram mais obesos (índice de massa corpóreo: 26,1±5,7 vs 29,7±7,3Kg/m2, p=0,04), apresentavam maior proporção de tabagistas (0 vs 17,8% p=0,007) e proporção similar de comorbidades. Os pacientes com AOS utilizavam em maior proporção diurético (21,6 vs 50%) e vasodilatador coronariano (8,1 vs 32,1%). As complicações cardiovasculares foram semelhantes entre os grupos. No entanto, o diagnóstico de AOS foi associado o tempo de internação prolongado (≥5 dias): OR 13,8 (2,15-89,0), p= 0,006 na análise multivariada. Conclusão: AOS é extremamente prevalente e se associa de maneira independente com o tempo de internação prolongado em pacientes com médio e alto risco para complicações cardiovasculares submetidos a cirurgias não cardíacas. Descritores: Apneia Obstrutiva do Sono; Cirurgia Geral; Complicações pós operatórias; Tempo de Internação; Monitoramento

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Summary

Heidemann-Santos AM. Avaliação das complicações pós operatórias de pacientes com apneia obstrutiva do sono submetidos a cirurgias não cardíacas [tese]. São Paulo: "Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo"; 2018. Rationale: Obstructive Sleep Apnea (OSA) is common among patients submitted to surgery. However, the significance of unrecognized OSA is not completely understood. We sought to evaluate the impact of OSA in cardiovascular outcomes and hospital length of stay among patients undergoing non cardiac surgery with medium and high risk for cardiovascular complications. Methods: We prospectively evaluated patients with medium and high risk for cardiovascular complications (evaluated by Lee and Detsky scores) scheduled for elective non cardiac surgery. All patients underwent a type 3 sleep study (apnea link plus, Resmed) before surgery. Troponin T, CK and CKMB was measured 24, 48 and 72 hours after surgery. The patients were followed for 30 days after surgery and evaluated for isolated elevated level troponin T, unstable angina myocardial infarction, arrhythmia, stroke, combined cardiovascular event, need for intensive care unit (ICU), unplanned ICU transfer, new hospitalization, length of ICU and hospital stay, reintubation and death. Results: We evaluated 139 patients before surgery and 65 completed the study (44 men; age: 65±9 years; body mass index: 27,6±6,6 Kg/m2; apnea-hypopnea index (AHI): 12 [13,6-20,6] events/h. OSA (AHI≥15) was present in 43% of the population. As compared to patients with no OSA, patients with OSA had similar age (69±8 vs 64±10 years, p=0.49), were more obese (body mass index: 26.1±5.7 vs 29.7±7.3 Kg/m2, p=0.39), had a higher proportion of smokers (0 vs 17.8%) and had similar proportion of co-morbidites dispite a higher proportion of use of diuretics (21.6 vs 50%) and vasodilators (8.1 vs 32.1%). Cardiovascular complications were similar between patients without and with OSA. The. diagnosis OSA was independent factor associated with prolonged (≥5 days) hospital length of stay: OR 13,8 (2,15-89,0), p=0,006 in multivariate analysis. Conclusion: OSA is extremely common and is independently associated with prolonged hospital length of stay among patients undergoing non cardiac surgery with medium and high risk for cardiovascular complications.

Descriptors: Sleep apnea Obstructive, General surgery, Postoperative complications; Length of stay; monitoring; intensive care unit

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Introdução

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Introdução 2

1. Introdução

1.1 Apneia Obstrutiva do Sono

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por colapsos repetidos

da via aérea durante o sono e resulta em redução parcial (hipopneia) ou

completa (apneia) do fluxo aéreo durante o sono. Os eventos respiratórios

obstrutivos acarretam na maioria das vezes em microdespertares que resultam

em aumento da pressão intra torácica (PIT) negativa momento em que o tônus

e a patência da musculatura da via aérea retorna aos níveis presentes na

vigília fazendo com que o individuo volte a respirar (Figura 1) 1-3.

O colapso da via aérea durante a AOS está associado a características

anatômicas, à instabilidade ventilatória durante o sono e ao controle

neuromuscular do calibre das via aéreas superiores4 .Os fatores de risco para

AOS são inúmeros e incluem obesidade (deposição de gordura nas vias aéreas

superiores), idade avançada (relaxamento maior da musculatura), sexo

masculino (maior obesidade central), anormalidades crânio-faciais (retrognatia,

constrição do maxilar, micrognatia) e consumo excessivo de álcool 3,5,6.

SONO TÔNUS E OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA APNEIA E HIPOPNEIA

MICRODESPERTAR

TÔNUS DA MUSCULATURA VAS

DESOBSTRUÇÃO

DA VAS

VENTILAÇÃO

Figura 1: Representação Esquemática dos Eventos Respiratórios presentes na Apneia Obstrutiva do Sono. Legenda: VAS= Via Aérea Superior

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Introdução 3

1.2 Prevalência da AOS

1.2.1 Prevalência de AOS na população geral

A AOS é extremamente comum na população geral e constitui, portanto,

um problema de saúde pública. A prevalência de AOS varia em função da

metodologia empregada e dos critérios diagnósticos.

Dos estudos sobre prevalência, ressalta-se, o estudo de Young7 e

colaboradores, 1993, em que foram avaliados 602 sujeitos da coorte de

Wisconsin com idade entre 30 a 60 anos. A prevalência de AOS, considerando-

se exclusivamente o índice de Apneia e Hipopneia (IAH)≥5 eventos/hora

observado na polissonografia completa foi de 24% em homens e 9% em

mulheres, e de 9% em homens e 4% em mulheres quando considerado IAH≥15

eventos/hora. Já quando o critério diagnóstico foi IAH≥5 associado à

sonolência noturna, a prevalência foi estimada em 4% e 2% em homens e

mulheres, respectivamente. Esse estudo portanto ilustra bem como a

prevalência varia muito em função dos critérios diagnósticos.

Em 2013, Peppard8 e colaboradores reanalisaram a coorte de Wisconsin

com a inclusão de 1520 sujeitos com idade entre 30 a 70 anos. A prevalência

estimada de AOS (IAH≥5 eventos/hora) foi de 27% em homens e de 14% em

mulheres, e de 13% para homens e 6% para mulheres utilizando o ponto de

corte de IAH≥15 eventos/hora. Já quando o critério utilizado foi IAH≥5

associado à sonolência diurna, a prevalência foi de 11% para homens e 4%

para mulheres.

Outro estudo9 de destaque, realizado em São Paulo, com inclusão de 1042

indivíduos representativos da cidade com idade entre 20 e 80 anos a

prevalência estimada em homens foi de 46,5% e de 23,0% nas mulheres (

IAH≥5 eventos/hora). Quando o ponto de corte considerado foi IAH≥15

eventos/hora a prevalência em homens foi de 24,8% e em mulheres de 9,6%.

Quando o critério de diagnóstico utilizado foi IAH≥5 eventos/hora associado à

sonolência diurna, a prevalência foi de 40,6% e 26,1%, em homens, e em

mulheres respectivamente.

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Introdução 4

Recentemente, estudo10 populacional realizado na Suíça, que avaliou

com polissonografia 2121 indivíduos entre 35 e 75 anos, teve prevalência para

AOS (IAH≥15 eventos/hora) de 49,7% em homens e 23,4% em mulheres. Na

tabela 1 encontram-se sumarizados os estudos citados que estudaram a

prevalência na população geral em amostras representativas de adultos nos

Estados Unidos da América, Brasil e Suiça.

Tabela 1: Estudo de prevalência de AOS na população geral

Primeiro autor n Método diagnóstico Homem Mulher

Young7 602 Polissonografia

IAH≥15

9% 4%

Peppard8 1503 Polissonografia

IAH≥15

13% 6%

Tufik9 1042 Polissonografia

IAH≥15

24,8% 9,6%

Heinzer10 2121 Polissonografia

IAH≥15

49,7% 23,4%

Legenda: IAH- índice de apneia-hipopneia

Ao analisar os estudos sobre prevalência, é notável que houve um

aumento da AOS na população geral, isso deve-se ao aumento da taxa de

sobrepeso e de obesidade na população geral, inclusão de indivíduos mais

velhos nos estudos e uso de cânulas de fluxo aéreo mais sensíveis à detecção

de redução e ausência de fluxo aéreo.

1.2.2 Prevalência de AOS na população cirúrgica

A prevalência da AOS em pacientes cirúrgicos depende do método e do

critério de diagnóstico utilizados, da população incluída e do número de

comorbidades apresentadas pelos pacientes. Quando analisados estudos que

incluíram pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e que realizaram

polissonografia, a prevalência utilizando-se um ponto de corte restritivo

(IAH≥15eventos/hora) foi de 54%11 (70 pacientes) e 47,7%12 (107 pacientes).

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Introdução 5

Os estudos que incluíram pacientes submetidos a cirurgia geral,

analisados de maneira retrospectiva e que realizaram polissonografia a

prevalência estimada de AOS (IAH≥5eventos/hora) foi de 59,8%13 (471

pacientes) e 76,8%14 (370 pacientes).

Estudos realizados em outras populações como pacientes de cirurgias

ginecológicas15, a prevalência foi 22% (160 pacientes) para

IAH≥15eventos/hora diagnosticados através do monitor portátil do tipo watch

pat. Já para pacientes submetidos à transplante renal16, a prevalência foi de

25% (150 pacientes), quando usado polissonografia e IAH≥15eventos/hora .

Na tabela 2, encontram-se resumidos os principais estudos que investigaram a

prevalência de AOS na população cirúrgica

Tabela 2: Estudo de prevalência/freqüência de AOS na população cirúrgica

Primeiro Autor n População Método

diagnóstico

Prevalência

Danzi-Soares 70 Cardíaca Polissonografia

(IAH≥15)

54%

Foldvary-Schaefer 107 Cardíaca Polissonografia

(IAH≥15)

47,7%

Kaw 471 Geral Polissonografia

(IAH≥5)

59,8%

Mador 370 Geral Polissonografia

(IAH≥5)

76,8%

Bamgbade 160 Ginecológica Poligrafia (IAH≥15)

22%

Molnar 150 Transplante

renal

Polissonografia

(IAH≥15)

25%

Legenda: IAH: índice de apneia-hipopneia

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Introdução 6

1.3 Conseqüências da AOS

Os principais sintomas associadas à AOS incluem ronco alto e irregular,

sonolência excessiva diurna, irritabilidade, depressão, déficit de memória,

inabilidade de concentração, diminuição do estado de alerta, comprometimento

na eficiência do trabalho, aumento no risco de acidentes, diminuição da

qualidade de vida e distúrbios do humor2,5,6. Existem evidências crescentes de

que a AOS desencadeia uma cascata de consequências metabólicas e neuro-

humorais potencialmente deletérias ao sistema cardiovascular, incluindo

aumento da atividade simpática, inflamação sistêmica, resistência à insulina,

aumento do estresse oxidativo, disfunção endotelial e progressão acelerada de

aterosclerose. A AOS está associada de forma independente à hipertensão

arterial sistêmica (HAS), à fibrilação atrial (FA), ao diabetes, ao acidente

vascular encefálico (AVE), a doenças arteriais coronarianas (DAC), ao infarto

agudo do miocárdio (IAM), à insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e à

mortalidade por doença cardiovascular3.

A AOS associa-se a doenças cardiovasculares devido à hipoxemia e à

hipercapnia noturna intermitente que aumentam o estímulo dos

quimiorreceptores centrais e periféricos, elevando a atividade do sistema

nervoso simpático; aos microdespertares que acarretam em sono

fragmentado; pressão intratorácica negativa gerada na tentativa de abrir a via

aérea durante o sono, que aumenta o retorno venoso para o átrio direito (AD),

causando distensão do ventrículo direto (VD). Ressalta-se que esses

mecanismos ocorrem diversas vezes e durante toda a noite de sono do

paciente17. (Figura 2)

Esses mecanismos estão associados a uma série de eventos deletérios ao

sistema cardiovascular, como hipoxemia noturna intermitente, ativação

simpática, disfunção endotelial, resistência à insulina, estresse oxidativo

sensibilidade reduzida a barorreflexo, aumento da agregabilidade plaquetária e

da sensibilidade ao efeito vasoconstritor da angiotensina e aterosclerose17,18.

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Introdução 7

Figura 2: Representação Esquemática dos efeitos deletérios da AOS no sistema cardiovascular. Legenda: HAS= Hipertensão arterial sistêmica, FA= fibrilação atrial, IAM= infarto agudo do miocárdio. (Fonte: Adaptado de Bradley TD et al. Lancet. 2009; 373:82-93)

1.4 Diagnóstico de AOS

Os exames para diagnóstico da AOS são classificados em 4 tipos de

monitores: polissonografia, polissonografia realizado em ambiente não

monitorizado, poligrafia com mínimo de 4 canais e poligrafia com mínimo de 1

canal1.

O monitor tipo 1 é a polissonografia, classificado como padrão ouro

(Figura 3) para diagnóstico da AOS, pois analisa o sono e suas variáveis

fisiológicas que incluem o eletroencefalograma (EEG), o eletrooculograma

(EOG), o eletromiograma (EMG) de mento e tíbia, o eletrocardiograma (ECG),

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Introdução 8

sensor de posição corporal, sensor de ronco, cintas abdominais e torácicas,

oximetria de pulso e mensuração do fluxo aéreo nasal e oral (Figura 4). O

principal parâmetro derivado da polissonografia é o índice de apneia-hipopneia,

sendo esse utilizado para classificar a AOS, se IAH< 5 eventos/ hora é

considerado normal, de 5 a 15 eventos/hora é considerado AOS leve, de 15 a

30 AOS moderada e IAH≥30 eventos/hora AOS grave1 (Tabela 3). Porém, sua

realização, em uma rotina pré-operatória, é impraticável, devido ao custo

elevado e à necessidade de um laboratório do sono especifico para sua

execução1,19.

Figura 3: Montagem do Acessórios da Polissonografia no paciente e realização do exame de polissonografia. (Fonte: Laboratório do Sono - InCor)

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Introdução 9

Figura 4: Exemplo de um exame de Polissonografia em tela de 30 segundos. A) Eletrooculograma; B) Eletroencefalograma; C) Eletromiografia de mento e membros; D) Eletrocardiograma; E) Sensor de posição corporal; F) Cinta de esforço torácica e abdominal G) Sensor de cânula de pressão e termistor H)Saturação periférica de oxihemoglobina. (Fonte: Laboratório do Sono - InCor)

Tabela 3: Classificação da AOS de acordo com IAH: Índice de apneia e hipopneia por hora de sono

Grau IAH (eventos/hora)

Normal <5

Leve ≥5 e <15

Moderada ≥15 e <30

Grave ≥30

O monitor tipo 2 é um exame de polissonografia completa em que são

avaliados as variáveis de EEG, EOG, EMG de mento e tíbia,

eletrocardiograma, sensor de posição corporal, sensor de ronco, cintas

A

B

C

D

E

F

G

H

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Introdução 10

abdominais e torácicas, oximetria de pulso e mensuração do fluxo aéreo nasal

e oral, porém esse exame não tem a necessidade de ser realizado em

ambiente monitorado com a presença de um técnico de polissonografia, tendo

como vantagem a não necessidade de deslocamento do paciente até o

laboratório/clinica do sono1.

Como alternativa ao uso da polissonografia, foi desenvolvido o exame de

poligrafia (Figura 5), realizado com o auxílio de monitor portátil. Esses são

indicados para públicos selecionados, como os pacientes cirúrgicos, pois

apresentam baixo custo e podem ser utilizados em vários tipos de ambiente,

como áreas hospitalares e domicílio, o que facilita o diagnóstico da AOS, uma

vez que acumulam e sintetizam as informações neurofisiológicas bem como as

respiratórias. Os monitores portáteis são divididos em 2 tipos, de acordo com

os canais disponíveis para avaliação1: Tipo 3 (Figura 6), apresenta

obrigatoriamente 4 ou mais canais e tem como requisito mínimo a presença de

cânula de fluxo aéreo respiratório, cinta de esforço torácica e abdominal,

oximetria de pulso e ECG e Tipo 4 (Figura 7), que precisa ter no mínimo 1 ou

mais canais oxímetro de pulso e/ou fluxo aéreo respiratório1.

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Introdução 11

Figura 5: Exemplo de um exame de Poligrafia, realizado com monitor portátil tipo 3, em tela de 180 segundos. A) Cânula de fluxo aéreo; B) Cinta de esforço torácica e abdominal C)saturação periférica de oxihemoglobina. (Fonte: Laboratório do Sono- InCor)

Figura 6: Exemplo de monitores portáteis do tipo 3. (Fonte: Laboratório do Sono - InCor)

A

B

C

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Introdução 12

Figura 7: Exemplo de monitores portáteis do tipo 4. (Fonte: Laboratório do Sono - InCor)

O uso da poligrafia em população cirúrgica foi validado em 201211 em

estudo que avaliava 79 pacientes no pré-operatório de cirurgia cardíaca, todos

os pacientes foram submetidos à polissonografia completa e à poligrafia com

monitor portátil do tipo 3. Quando comparados os valores de IAH dos dois

exames, utilizando ponto de corte IAH≥15 eventos/hora, foi encontrado

sensibilidade de 0.66 e especificidade de 0.78 para o uso do polígrafo.

1.4.1 Critérios para definição de eventos respiratórios

Os eventos respiratórios no exame de polissonografia e na poligrafia são

definidos de acordo com as normas da American Assocation Sleep Medicine

(AASM)1, a seguir detalharemos as recomendações para cada evento:

- Apneia Obstrutiva (AO): diminuição do fluxo aéreo≥90% com duração≥

10 segundos associado a esforço tóraco-abdominal1 (Figura 8);

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Introdução 13

Figura 8: Representação das variáveis respiratórias em paciente com episódios de apneias obstrutivas recorrentes monitorado em poligrafia do sono com as seguintes variáveis: A)saturação periférica de oxihemoglobina B)Cânula de fluxo aéreo; C) Cinta de esforço torácica e abdominal. (Fonte: Laboratório do Sono- InCor)

- Apneia Central (AC): diminuição do fluxo aéreo≥90% com duração≥ 10

segundos e ausência de esforço tóraco-abdominal1;

- Apneia Mista (AM): diminuição do fluxo aéreo≥90% com duração≥10

segundos com ausência de esforço tóraco-abdominal no início do evento

seguido de esforço tóraco-abdominal no final do evento1;

- Hipopneia: diminuição do fluxo aéreo≥30% com duração≥10 segundos

acompanhado de queda de saturação≥3% e/ou despertar1 (Figura 9).

A

B

C

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Introdução 14

Figura 9: Representação das variáveis respiratórias em paciente com episódios de hipopneia recorrentes monitorado em poligrafia do sono com as seguintes variáveis: A)saturação periférica de oxihemoglobina B)Cânula de fluxo aéreo; C) Cinta de esforço torácica e abdominal.(Fonte: Laboratório do Sono- InCor)

1.4.2 Questionários de Screening para AOS

Devido ao alto custo e à dificuldade de realização da polissonografia em

rotina pré-operatória, foram desenvolvidos questionários para screening de alto

risco para AOS, dentre eles, os mais utilizados para pacientes cirúrgicos são o

STOP BANG, Questionário de Berlim e o ASA checklist20.

O STOP BANG (ANEXO 1) é um questionário de fácil aplicação, sendo

formado de 8 questões com resposta no formato sim/não. A primeira parte do

questionário é formado de 4 questões: paciente apresenta ronco, relata

cansaço durante o dia, apresenta paradas respiratórias durante o sono e

hipertensão arterial sistêmica. A segunda parte do questionário é formado por 4

questões relacionados aos fatores de risco para a AOS: Índice de Massa

Corpórea (IMC)≥35kg/m2, idade≥50 anos, circunferência cervical≥40 cm e sexo

masculino. O paciente apresenta risco elevado para AOS se apresentar 3 ou

mais respostas positivas no questionário20,21. O STOP BANG apresenta

A

B

C

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Introdução 15

sensibilidade de 91,7% e especificidade de 63,4% quando utilizados em

pacientes cirúrgicos para screening de AOS22.

O questionário de Berlim (ANEXO 2) é composto de 11 questões divididas

em três categorias (categoria 1: 5 questões relacionadas a ronco e a paradas

respiratórias, categoria 2: 3 questões relacionadas à sonolência diurna e

categoria 3: uma questão sobre HAS e uma questão sobre IMC, caso o

paciente apresente duas ou mais categorias positivas, ele é classificado com

alto risco para AOS. A sensibilidade do questionário para pacientes cirúrgicos é

de 68,9% e a especificidade não é significante nessa população21,23.

O ASA check list (ANEXO 3) é composto de 12 itens, divididos em 3

categorias: 1- (características físicas); 2 (história de obstrução da via aérea) e 3

(sonolência), as duas primeiras categorias apresentam 5 questões a terceira 2

questões. A categoria 1 e 2 serão positivas se apresentarem 2 ou mais itens

positivos e a categoria 3 será positiva se apresentar 1 ou mais item positivo. O

paciente irá apresentar alto risco para AOS se duas ou mais categorias forem

positivas23. O ASA check list apresenta sensibilidade de 87,2% e especificidade

de 36,2% quando considerados pacientes cirúrgicos com AOS grave21,24.

Os questionários podem ainda ser utilizados para avaliar a qualidade do

sono dos pacientes, para isso pode ser utilizado o Índice de Qualidade de Sono

de Pittsburgh (IQSP) (ANEXO 4), que consta de um instrumento que avalia a

qualidade do sono do último mês, mostrando a gravidade e a natureza do

transtorno combinando informações quantitativas e qualitativas sobre o sono.

Sendo composto por 19 questões auto administradas e 5 questões que devem

ser respondidas pelo companheiro de quarto, que resultam em escore global

de zero a 21, sendo que escore maior que cinco indica pior a qualidade do

sono. O IQSP apresenta uma sensibilidade de 89,6% e especificidade de

86,5% para avaliar a qualidade do sono dos pacientes25,26.

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Introdução 16

1.5 AOS em pacientes submetidos a cirurgia

As complicações cardiorrespiratória em pacientes com AOS no pós

operatório de cirurgias gerais são exacerbadas devido aos efeitos adversos dos

anestésicos, dos sedativos e dos analgésicos, que diminuem o controle da

ventilação em resposta a alterações como hipoxemia e hipercapnia e a

diminuição do tônus da musculatura das vias aéreas superiores e dos

músculos respiratórios. O uso desses medicamentos diminui o reflexo de

proteção ao despertar e aumenta risco para períodos prolongados de

apneia3,5,19,22,27,28,29.

Vários estudos indicaram que a AOS está associada com altos índices

de complicações pós operatórias como hipoxemia, insuficiência respiratória,

obstrução das vias aéreas, embolia pulmonar, necessidade de intubação

orotraqueal, pneumonia aspirativa, síndrome do desconforto respiratório do

adulto (SDRA), embolia pulmonar, isquemia do miocárdio, insuficiência

cardíaca congestiva, arritmias cardíacas, encefalopatia, AVE, delirium,

aumento no tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e

hospitalar e necessidade de admissão em UTI sem planejamento prévio 3,5,,19,22,23, 27,28,29.

1.5.1 Complicações pós operatórias em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca

Estudos12,30-34 realizados em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca

corroboram com as evidências de aumento na taxa de complicações tanto

cardiovasculares como gerais nesses pacientes. Mason30 e colaboradores,

avaliaram de maneira prospectiva 122 pacientes com e sem AOS, que

realizaram cirurgia eletiva. Seus resultados mostraram aumento na incidência

de complicações cardíacas e renais gerais (definido como necessidade de

tratamento ou intervenção nesses órgãos) para os pacientes com AOS. Vale

ressaltar que esse estudo utilizou como método de diagnóstico a oximetria de

pulso durante toda a noite e AOS foi definida como índice de dessaturação de

oxigênio (ODI) ≥5.

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Introdução 17

Estudo prospectivo31, com 67 pacientes, acompanhou-os no pós-

operatório imediato (30 dias após a cirurgia) e a longo prazo (média de 4,5

anos apos a cirurgia). Na análise do pós-operatório imediato, não foi

encontrado diferença estatística entre os grupos com e sem AOS. Porém, na

análise a longo prazo, os pacientes com AOS apresentaram maior incidência

de evento cardíaco e cerebrovascular combinado (todas as causas de óbito,

IAM, necessidade de nova revascularização e evento cerebrovascular),

necessidade de nova revascularização, angina típica, arritmias e FA. Todos os

pacientes realizaram polissonografia e foi considerada AOS os pacientes que

tiveram IAH≥15 eventos/hora.

Wong32 e colaboradores, também, encontraram aumento no número de

complicações tanto cardíacas (FA) como nas demais complicações (parada

cardiorrespiratória, mortalidade no pós-operatório, tromboembolismo pulmonar

e aumento na necessidade de tratamento renal). Entretanto, esse estudo foi

retrospectivo e utilizou como critério de diagnóstico polissonografia prévia com

laudo de AOS ou presença de 2 ou mais fatores de risco para AOS na

avaliação do anestesista.

Osten33 e colaboradores e Mungan34 e colaboradores realizaram estudos

prospectivos com o questionário de Berlim para estratificar pacientes em alto e

baixo risco para AOS. Ambos os estudos encontraram aumento na incidência

de FA para os pacientes com alto risco de AOS.

Contradizendo à maioria dos achados da literatura, Foldvary-Schaefer12 e

colaboradores investigaram 107 pacientes e não encontraram aumento na

porcentagem de complicações tanto cardíacas como não cardíacas quando

compararam pacientes com e sem AOS. Esse estudo realizou polissonografia

em todos os pacientes e adotou como critério de diagnóstico IAH≥15

eventos/hora. Os autores acreditam que a ausência no aumento das

complicações está associada à alta taxa de cuidados que esses pacientes

recebem no pós-operatório, como monitorização contínua da saturação

periférica de oxigênio, o que minimiza os efeitos deletérios da hipóxia. Na

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Introdução 18

tabela 4, observam-se de maneira sumarizada os principais achados dos

estudos descritos acima.

Tabela 4: Estudo sobre complicações pós operatórias imediatas em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com AOS

Autor/Ano Método N Prevalência Método Diagnóstico Associação da AOS com

Complicações Cardíaca

Associação da AOS com outras

complicações

Mason30, 2017 Prospectivo 122 47% Oximetria de pulso

(ODI≥5)

Positivo

Complicações

cardiológicas gerais

Positivo

Insuficiência renal

Uchoa31,2015 Prospectivo 67 56% Polissonografia

(IAH≥15

eventos/hora)

Negativo Negativo

Foldvary-

Schaefer12, 2015

Prospectivo 107 47,7% Polissonografia

(IAH≥5 eventos/hora)

Negativo Negativo

Wong32, 2015 Retrospectivo 545 13%

Polissonografia

prévia com

diagnóstico de AOS

2 ou mais fatores de

risco na avaliação do

anestesista

Utilizassem CPAP

devido diagnóstico

de AOS

Positivo

Fibrilação Atrial

Positivo

Mortalidade pós operatória

Tromboembolismo pulmonar

Parada cardiorrespiratória

Aumento necessidade de

tratamento renal

Osten33, 2014 Prospectivo 277 47,7% Questionário de

Berlim

Positivo

Fibrilação Atrial

Negativo

Mungan34, 2012 Prospectivo 73 Não avaliado Questionário de

Berlim

Positivo

Fibrilação Atrial

Não avaliado

Legenda: ODI: índice de dessaturação de oxigênio; IAH: índice de apneia-hipopneia; AOS: apneia obstrutiva do sono

1.5.2 Complicações pós operatórias em pacientes submetidos a cirurgia não cardíacas

Quando analisamos estudos que objetivaram à análise das

complicações pós-operatórias de pacientes com AOS submetidos a cirurgias

não cardíacas, a literatura é controversa. Observamos que o aumento nas

complicações está associado ao desenho do estudo, ao número de

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Introdução 19

pacientes incluídos e ao método de diagnóstico ou ao questionário de

screening utilizados.

Mador14 e colaboradores e Kaw13 e colaboradores incluíram em seus

estudos pacientes submetidos à cirurgia geral, que realizaram

polissonografia com critério de AOS IAH≥5 eventos/hora. Ambos

encontraram aumento na taxa de hipóxia, porém não foi observado aumento

na frequência de complicações cardíacas para os pacientes com AOS.

Mador14 e colaboradores encontraram ainda aumento nas complicações

pulmonares totais (saturação periférica de oxigênio<90% que necessitasse

de suplementação de oxigênio, hipercapnia aguda, broncoespasmo e

necessidade de intubação orotraqueal ou re-intubação orotraqueal) e Kaw13

e colaboradores observaram que os pacientes com AOS tiveram maior

necessidade de internação em UTI sem planejamento prévio, além de

estarem associados ao tempo de internação hospitalar superior a 2 dias.

Outro estudo que utilizou a polissonografia como critério de

diagnóstico foi o de Molnar16 e colaboradores, porém o critério para AOS

adotado foi IAH≥15 eventos/hora. Eles avaliaram pacientes submetidos a

transplante renal e não encontraram aumento na taxa de complicações no

pós-operatório imediato. Porém, quando realizado o escore de risco de

Framinghan, que estima o risco para acidente vascular encefálico e doença

arterial coronariana após 10 anos de transplante, os pacientes com AOS

tiveram risco elevado para AVE.

Na revisão de literatura realizada no presente estudo, foi encontrado

somente um estudo15, que utilizou monitor portátil no pré-operatório para

diagnóstico da AOS. Esse trabalho incluiu pacientes que foram submetidos à

cirurgia ginecológica e utilizou o monitor portátil do tipo watch pat e definiu

AOS como IAH≥15 eventos/hora. Os pacientes com AOS não apresentaram

aumento no número de complicações cardíacas e não cardíacas quando

comparados aos pacientes sem AOS.

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Introdução 20

Uma boa parte dos estudos utilizou como método de estratificar os

pacientes em alto e baixo risco para AOS os questionários de screening.

Ambrosi35 e colaboradores, Gokai36 e colaboradores, Lockhart37 e

colaboradores e Chung38 e colaboradores utilizaram o questionário de

Berlim. Somente estudo de Ambrosi35 e colaboradores, que avaliou

pacientes submetidos à cirurgia gástrica e à ortopédica, encontrou aumento

no número de complicações cardíacas totais (avaliado hipertensão,

hipotensão, instabilidade hemodinâmica, arritmia cardíaca e infarto agudo do

miocárdio) para os pacientes com alto risco de AOS. Quando analisadas as

complicações não cardíacas, os pacientes com alto risco para AOS

apresentaram aumento nas complicações associados ao sistema respiratório

-dificuldade de intubação orotraqueal35, depressão do drive respiratório35,

necessidade de ventilação mecânica no pós operatório35, pneumonia35,

laringoespasmo35, dificuldade de tosse36 e respiração profunda36 e hipóxia

com necessidade de suplementação de oxigênio36 - além disso os pacientes

com alto risco para AOS apresentaram tempo prolongado de anestesia35,

elevada taxa de internação não planejada em UTI35 e presença de dor não

controlada35. Contrapondo aos estudos acima, Lockhart37 e colaboradores,

que avaliaram a necessidade de internação em UTI, tempo de internação

hospitalar e mortalidade 30 dias e 1 ano após a cirurgia, não encontraram

aumento na taxa dessas complicações para pacientes com alto risco de

AOS.

Outra parte grande dos estudos utilizou o questionário STOP BANG

para screening dos pacientes com alto risco de AOS no pré-operatório e

investigação das complicações pós operatórias. Dentre os estudos

retrospectivos39,40,41, que utilizaram o questionário acima, nenhum encontrou

aumento na taxa de complicações cardíacas no pós-operatório. Já para as

complicações não cardíacas, foi encontrado aumento na taxa de

atelectasia41e necessidade de internação em UTI sem planejamento prévio,

porém a associação à necessidade de UTI no pós-operatório somente foi

estatisticamente significante quando o ponto de corte utilizado no

questionário STOP BANG foi maior ou igual a 4 pontos40. Balanchandran e

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Introdução 21

colaboradores, que avaliaram pacientes submetidos à cistoscopia, com

objetivo de verificar se os pacientes com alto risco para AOS tinham

aumento no tempo de internação na UTI anestesia associado à hipóxia, não

observaram aumento nos desfechos pós-operatórios para o grupo com alto

risco de AOS39.

Para os estudos36,37,42,43,44 que utilizaram o questionário STOP BANG

com análise prospectiva dos desfechos no pós-operatório, somente

Abdelsattar43 e colaboradores encontraram aumento na taxa de IAM para os

pacientes com alto risco de AOS. Quando analisadas as complicações não

cardíacas, foi encontrado aumento nos eventos respiratórios: dificuldade de

Intubação Orotraqueal (IOT)36 e ventilação36, hipóxia36, 44, necessidade de

oxigênio suplementar36, bradipneia após 90 minutos de monitorização em

UTI anestesia36, episódios repetidos de obstrução da via aérea durante a

extubação36, necessidade de re-IOT (reintubação orotraqueal)43 e

incapacidade de inspirar profundamente44. Além de aumento na mortalidade

após 1 ano de cirurgia37 e tempo de internação hospitalar42. Chudeau42 e

colaboradores analisaram ainda a associação da presença de alto risco para

AOS com complicações perioperatórias, para isso eles utilizaram dois pontos

de corte no STOP BANG - maior ou igual a 3 e maior ou igual a 5. Quando

realizado o modelo de regressão logística, a presença de alto risco para

AOS (nos dois pontos de corte) foi independentemente associado ao

aumento na taxa de complicações perioperatórias.

Munish45 e colaboradores utilizaram como método de screening o

questionário ASA check list para avaliar de maneira retrospectiva os

desfechos pós-operatórios dos pacientes com alto risco para AOS. Como

resultado, eles constataram que os pacientes com alto risco tiveram taxa

superior de hipóxia, necessidade de re-IOT e eventos respiratórios

combinado (hipóxia e/ou re-IOT com necessidade de ventilação mecânica)

comparado aos pacientes com baixo risco de AOS.

Diversos estudos encontrados, na literatura, utilizaram como critérios

de diagnóstico para AOS, a presença de Código Internacional de Doenças

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Introdução 22

(CID) para essa doença no prontuário médico. A maior parte desses estudos

foi realizada de maneira retrospectiva29,46,47,48,49 com amostras compostas

por grande número de pacientes. Nenhum desses estudos29,48,49 encontrou

aumento na prevalência de complicações cardíacas nos pós-operatório para

pacientes com diagnóstico prévio de AOS. Quando analisadas as demais

complicações, os pacientes com diagnóstico de AOS apresentaram maior

prevalência de hipoxemia29,46, dificuldade de manejo da via aérea e

obstrução da via aérea29,46, necessidade de ventilação mecânica invasiva e

não invasiva46,48, embolismo pulmonar48,49, sepse48, pneumonia48,

broncoespasmo29, pneumotórax29, hipercapnia29, laringoespasmo29, re

intubação orotraqueal29,46, insuficiência renal aguda48, hemorragia e

necessidade de hemoderivados48,49, admissão em UTI29,46,48,49, infecção no

sitio cirúrgico47, tempo de internação hospitalar46,48,, custos hospitalares48 e

taxa de mortalidade46,48. Além disso, Liao29 e colaboradores, que avaliaram

408 pacientes submetidos à cirurgia geral, constataram, quando realizada a

regressão logística, que a AOS é um fator de risco independente para

aumento nas complicações pós-operatórias.

Lyons50 e colaboradores (estudaram 93.676 pacientes submetidos à

cirurgia geral) e Griffin51 e colaboradores (estudaram 22.996 pacientes

submetidos a cirurgia ortopédicas), avaliaram de maneira prospectiva as

complicações pós-operatórias em pacientes com diagnóstico prévio de AOS.

O primeiro autor50 observou que pacientes com AOS tiveram aumento na

taxa de desfecho pós-operatório combinado (tempo de internação hospitalar,

transferência não planejada para UTI, IOT, parada cardiorrespiratória e

óbito). Já o segundo autor não encontrou elevação estatisticamente

significante nos desfechos pós-operatórios analisados (mortalidade e tempo

de internação hospitalar, além de complicações no sistema cardiovascular,

respiratório, gastrointestinal, urinário e nervoso central) para os pacientes

com diagnóstico de AOS.

Berend52 e colaboradores utilizaram questionário próprio (perguntava

ao paciente se tinha pausas respiratórias durante o sono, diagnóstico prévio

de AOS e se usava CPAP/BIPAP para dormir, caso uma das respostas

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Introdução 23

fosse positiva era considerado alto risco para AOS) para avaliar 1255

pacientes submetidos à cirurgia ortopédica. Nesse estudo os pacientes com

alto risco para AOS tiveram aumento na taxa de complicações pós-

operatórias totais, hipóxia e tempo de internação hospitalar. Na tabela 5

estão sintetizados os principais estudos que analisaram as complicações

pós-operatórias de pacientes com AOS submetidos a cirurgias não

cardíacas.

Tabela 5: Estudo sobre complicações pós operatórias imediatas em pacientes submetidos a cirurgia não cardíaca com AOS

Complicações associadas a AOS

Autor/Ano Método N Prevalência Método

Diagnóstico

População Cardíaca Outras complicações

Bamgbade15,

2017

Prospecti

vo

160 22.%% Watch PAT

(IAH≥15)

Cirurgia

Ginecológic

a

Negativo Negativo

Fernandez-

Bustamante46

, 2017

Retrospec

tivo

28912 Não

Avaliado

Prontuário Cirurgia

Geral

Não

avaliado

Positivo

Maior taxa de eventos respiratórios (queda

de saturação de oxigênio e dificuldade no

manejo da via aérea)

Maior necessidade de VNI

Maior taxa de re-intubação no pós operatório

e de ventilação mecânica na UTI

Maior necessidade de admissão direta em

UTI

Tempo de internação prolongado

Maior taxa de mortalidade em 30 dias e 1

anos

Ambrosii35,

2016

Prospecti

vo

400 77.2% Questionári

o de Berlim

Cirurgia

ortopédica e

gástrica

Positivo

Complicação cardíaca totais

Positivo

Respiratória totais

Transferência não planejada para UTI

Dificuldade de IOT

Tempo prolongado de anestesia

Balachandra

n, 201639

Retrospec

tivo

404 75.2% STOP

BANG

Cirurgia

urológica

Negativo Negativo

Gokay36,

2016

Prospecti

vo

126 38%-

STOP

STOP Cirurgia

Gástrica

Não

avaliado

Positivo

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Introdução 24

BANG

23%-

Berlim

BANG

Questionári

o de Berlim

STOP BANG: dificuldade de IOT, de

ventilação, queda de saturação de oxigênio,

obstrução da via aérea, bradipneia e maior

necessidade de suplementação de oxigênio

Berlim: Dificuldade de tosse, respirar

profundamente, queda de saturação de

oxigênio e necessidade de suplementação de

oxigênio

Chudeau,

201642

Prospecti

vo

189 55% STOP

BANG

Cirurgia de

urgência

Negativo Positivo

Maior tempo de internação

Abdelsattar,

201543

Prospecti

vo

26842 10% STOP

BANG

Cirurgia

abdominal e

Vascular

Positivo

Infarto

Agudo do

Miocárdio

Positivo

Re-intubação orotraqueal não planejada

Fortis47.

2015

Retrospec

tivo

110 38.1% CID

prontuário

Colecistect

omia

Não

avaliado

Positivo

Aumento na taxa de infecção do sitio

cirúrgico

Lyons50,

2015

Prospecti

vo

93676 Não

avaliada

CID Cirurgia

Geral

Negativo Positivo

Desfecho pós operatório combinado

Transferência para UTI

Xara44, 2014 Prospecti

vo

118 Não

avaliado

STOP

BANG

Cirurgia

Geral

Negativo Positivo

Aumento na taxa de eventos respiratórios

combinados

Hipóxia

Incapacidade de respirar profundamente

Memtsoudis4

8, 2014

Retrospec

tivo

530.08

9

8.4% Diagnóstico

no

prontuário

com CID

para AOS

Cirurgia

Ortopédica

Negativo Positivo

Embolismo Pulmonar

Sepse

Pneumonia

Insuficiência Renal Aguda

Complicações gastrointestinais

Aumento da Mortalidade em 30 dias

Aumento da Admissão na UTI

Aumento do Uso de VMI e VMNI

Maior necessidade de transfusão sanguínea

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Introdução 25

Aumento estadia hospitalar

Maior custo de hospitalização

Griffin51,

2013

Prospecti

vo

22996 Não

avaliado

CID Cirurgia

Ortopédica

Negativo Negativo

Lockhart37,20

13

Prospecti

vo

14962 24.1%

(Berlim)

41.6%

(STOP

BANG)

9.5%

(Flemon)

Questionári

o de Berlim

Stop Bang

Índice de

Flemon

Cirurgia

Geral

Não

Avaliado

Positivo

Aumento na mortalidade (pacientes com alto

risco de AOS pelo questionário de STOP

BANG e Índice de Flemon)

Chia40, 2013 Retrospec

tivo

9178 8.9% STOP

BANG

Cirurgia

Geral

Negativo Positivo

Aumento na taxa de internação não

planejada em UTI

Ursavas41,

2013

Retrospec

tivo

1406 10.4% Questionári

o STOP

BANG

Cirurgia

Ortopédica

Negativo Positivo

Maior incidência de atelectasia

Mador14,

2013

Retrospec

tivo

370 76.8% Polissonogr

afia (IAH≥5

eventos/hor

a)

Cirurgia

Geral

Negativo Positivo

Queda de saturação de oxigênio

Complicação pulmonar total

Munish45 ,

2012

Retrospec

tivo

3593 10% Asa Check

List

Cirurgia

Geral

Negativo Positivo

Hipóxia

Necessidade de re-IOT

Eventos respiratórios combinados

Apuzzo49,

2012

Retrospec

tivo

25845

5

Não

avaliado

Diagnóstico

prévio de

AOS em

prontuário

baseado no

CID

Cirurgia

Ortopédica

Negativo Positivo

Aumento na incidência de TEP e hemorragia

Kaw25 , 2011 Retrospec

tivo

471 59.8% Polissonogr

afia (IAH≥5

eventos/hor

a)

Cirurgia

Geral com

baixo risco

para

complicaçõ

es

cardíacas

Negativo Positivo

Hipoxemia pós operatória

Aumento na Transferência para UTI

Tempo estadia hospitalar≥2 dias

Berend52,

2010

Retrospec

tivo

1255 8.7% Questionári

o próprio de

screening

para AOS

Cirurgia

Ortopédica

Negativo Positivo

Complicações pós operatórias totais

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Introdução 26

Hipóxia

Tempo de internação aumentado

Molnar16,

2010

Prospecti

vo

150 25% Polissonogr

afia

(IAH≥15

eventos/hor

a)

Transplante

Renal

Negativo Negativo

Chung38,

2007

Prospecti

vo

305 24% Questionári

o de Berlim

Cirurgia

Ortopédica

Negativo Positivo

Dor não controlada no pós operatório

Liao29, 2009 Retrospec

tivo

480 Não

avaliado

Diagnóstico

prévio de

AOS em

prontuário

baseado no

CID

Cirurgia

Geral

Negativo Positivo

Hipóxia

Necessidade de O2 suplementa

Complicações respiratórias totais

(dessaturação, broncoespamo,pneumotórax,

hipercapnia, laringoespamo, obstrução da via

aérea, re-intubação orotraqueal)r

Maior necessidade de transferência para UTI

Legenda: IAH:Índice de Apneia-Hipopneia; VNI: ventilação mecânica não invasiva; UTI: unidade de terapia intensiva; IOT: intubação orotraqueal; TEP: tromboembolismo pulmonar; CID: código internacional de doenças; AOS: apneia obstrutiva do sono

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Arrazoada do Estudo

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Arrazoada do Estudo29

2.0 Arrazoada do Estudo

A AOS é uma condição freqüente e pouco diagnosticado em pacientes

cirúrgicos. No entanto, não está claro se a AOS está associada ao aumento

das complicações cardíacas no pós-operatório imediato.

A hipótese desse estudo é que pacientes com AOS apresentam maior

incidência de complicações cardiovasculares no pós-operatório imediato de

cirurgias não cardíacas.

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Objetivo

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Objetivo31

3.0 OBJETIVO

Os objetivos desse estudo foram em uma população submetida à cirurgia

não cardíaca com médio e alto risco de complicações cardiovasculares:

Primário

1. Avaliar o impacto da AOS nas complicações cardiovasculares no

período peri operatório

Secundário

1. Verificar a prevalência da AOS

2. Avaliar os questionários para screening de alto risco para AOS

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Método

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Método33

4.0 MÉTODO

4.1 Desenho do Estudo

Esse estudo foi aprovado pela Comissão Ética para Análise de Projeto

de Pesquisa (CAPpesq) do HC FMUSP com o no 175/11. Trata-se de um

estudo clínico e prospectivo, realizado no Hospital das Clinicas (HC) e Instituto

do Coração (InCor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

(FMUSP). Foi obtido de cada paciente o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (Anexo 5).

Todos os pacientes foram avaliados no pré operatório pela Unidade de

Medicina Interdisciplinar em Cardiologia do InCor-FMUSP, no período de

fevereiro de 2012 a dezembro de 2015, e responderam a um questionário

clínico, questionários de estratificação para alto risco de AOS (STOP BANG,

Berlim e ASA Check list), questionário de qualidade de sono (Índice de

Qualidade de Sono de Pittsburgh) e poligrafia no período pré-operatório. No

período pós-operatório, todos os pacientes foram acompanhados em relação a

eventos cardiovasculares, por meio de pesquisa ativa de infarto agudo do

miocárdio, angina instável, acidente vascular encefálico e arritmias. Essa

monitorização foi subsidiada por eletrocardiograma diário e marcador de

necrose miocárdica (troponina I) que foi realizado diariamente nos três

primeiros dias de pós-operatório período em que o risco de eventos é maior.

4.2 Local do Estudo

- Enfermarias dos Hospital das Clinicas - FMUSP

- Enfermarias do Instituto do Coração - FMUSP

4.3 Critérios de Inclusão

- Pacientes com idade superior a 18 anos;

- Ambos os sexos;

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Método 34

- Em programação eletiva para cirurgias não cardíacas;

- Risco Intermediário e alto de complicações cardíacas pela classificação

de Detsky Modificado53 (tabela 6) e Lee54 (tabela 7).

- Avaliados na Unidade Clínica de Medicina Interdisciplinar em

Cardiologia.

- Pacientes que aceitaram participar do estudo assinando o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

Tabela 6: Índice de Destky Modificado

Passo 1

Variáveis Pontuações

Infarto agudo do miocárdio há menos de 6 meses 10 pontos

Infarto agudo do miocárdio há mais de 6 meses 5 pontos

Angina classe III 10 pontos

Angina classe IV 20 pontos

Edema agudo de pulmão há menos de 1 semana 10 pontos

Edema agudo de pulmão prévio 5 pontos

Suspeita de estenose aórtica crítica 20 pontos

Arritmia não sinusal ou sinusal em contração atrial prematura em

último ECG pré operatório

5 pontos

>5ESV no ECG 5 pontos

paO2<60, paCO2>50, Potássio<3, Uréia>50, Creatinina>3, ou

restrito ao leito

5 pontos

Idade maior que 70 anos 5 pontos

Cirurgia de emergência 10 pontos

Classe de risco: se ≥20 pontos: alto risco cardiovascular (superior a 15%). Se 0 a 15

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Método 35

pontos, avaliar número de variáveis de Eagle e Vanzetto para discriminar os pacientes de

baixo risco e intermediário.

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Método 36

Passo 2: Variáveis de Eagle e Vanzetto

Idade >70 anos

História de Angina

Diabetes Mellitus

Onda Q no ECG

História de ICC

História de infarto

Alterações isquêmicas do ST

HAS com hipertrofia do VE importante

Se no máximo 1 variável: baixo risco (<3%). Se≥2 variáveis: risco intermediário (entre 3 a

15%)

Legenda: ESV: extrassístoles ventriculares; ECG: eletrocardiograma; paO2: pressão arterial de oxigênio; paCO2: pressão arterial de gás carbônico; ICC: insuficiência cardíaca congestiva; HAS: hipertensão arterial sistêmica; VE: ventrículo esquerdo

Tabela 7: Classificação de Lee

Variáveis

Operação intraperitoneal, intratorácica ou vascular suprainguinal

História de Doença Arterial Coronariana

História de Insuficiência Cardíaca

História de Doença Cerebrovascular

Diabetes Mellitus com insulinoterapia

Creatinina pré operatória > 2,0 mg/dl

Classificação do Risco (%) de complicações cardíacas maiores*

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Método 37

* I (0,4%) Nenhuma Variável

* II (0,9%) 1 Variável

*III (6,6%) 2 Variáveis

*IV (11%) > ou igual a 3 variáveis

* Complicações cardíacas maiores:infarto do miocárdio, edema pulmonar, fibrilação ventricular ou

parada cardíaca primária, e bloqueio cardíaco completo até o 5o dia pós operatório

4.4 Critérios de Exclusão

- Portadores de fibrilação atrial;

- Insuficiência aórtica;

- Cirurgias de urgência e emergência;

- História de evento cardiovascular e tromboembolismo pulmonar no

período pré operatório;

4.5 Avaliações Pré Operatória

4.5.1 Avaliação Clinica

A avaliação clinica foi feita a partir de um questionário de avaliação clinica

(Anexo 1), que constava dos seguintes dados: idade, sexo, diagnóstico clinico

e cirúrgico, antecedentes pessoais, cálculo do IMC (calculado como peso

Kg)/altura(m2)), mensuração de circunferência cervical (através da medida do

bordo da superfície da membrana cricotireóidea), sendo considerado

aumentado para homens valores≥43 cm e mulheres≥41cm55 e abdominal

(através da medida da distância média entre o bordo superior da crista ilíaca e

bordo inferior do último arco costal, sendo considerado aumentado para

homens valores≥102 cm e mulheres≥88cm56.

Foram considerados as comorbidades HAS, diabetes mellitus (DM),

dislipidemia (DLP), tabagismo, história de tabagismo, insuficiência cardíaca

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Método 38

(IC), DAC e AVE prévio. E a utilização dos medicamentos inibidor da enzima

de conversão da angiotensina (IECA), estatina, betabloqueador, diurético,

vasodilatador coronoariano, antiarrítmico e ácido acetilsalicílico (AAS).

4.5.2 Questionário Screening para AOS

Para classificar os pacientes em alto e baixo risco de AOS foram utilizados

os seguintes questionários:

STOP BANG (ANEXO 2): composto de 8 questões que investigam sobre

ronco, cansaço durante o dia, paradas respiratórias observadas durante o

sono, HAS, IMC, idade, circunferência cervical e sexo. O paciente vai

apresentar alto risco para AOS se ele apresentar 3 ou mais questões

positivas20.

Questionário de Berlim (ANEXO 3): composto por 3 categorias.

Categoria 1 é definida como positiva se o paciente apresenta sintomas de

ronco persistente (>3 a 4 vezes por semana). Categoria 2 é definida como

positiva se o paciente apresenta queixas persistentes de cansaço ao acordar

ou durante o dia (>3 a 4 vezes por semana). Categoria 3 é definida como

positiva se o paciente apresentar história de HAS ou obesidade

(IMC≥30kg/m2). O pacidente irá apresentar alto risco para AOS se duas ou

mais categorias forem consideradas positivas21,23.

ASA check list (ANEXO 4): composto por 3 categorias. Categoria 1 é

definida como positiva se o paciente apresentar duas ou mais características

físicas que predisponham o aparecimento de AOS. Categoria 2 é definida como

positiva se o paciente apresentar duas ou mais queixas relacionadas à história

de ronco e/ou à obstrução de via aérea. Categoria 3 é definida como positiva

se o paciente apresentar uma ou mais queixas relacionadas à sonolênica

diurna. Com resultado positivo em duas ou mais categorias, o paciente é

considerado com alto risco para AOS45.

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Método 39

4.5.3 Questionário para Avaliação da Qualidade do Sono

Avalia (ANEXO 5) a qualidade do sono nos últimos 30 dias de acordo com

sete componentes: 1) qualidade subjetiva do sono; 2) latência do sono; 3)

duração do sono; 4) eficiência habitual do sono; 5) distúrbios do sono; 6) uso

de medicamentos para dormir; 7) disfunção diária do sono (maneira como os

distúrbios do sono interferem nas atividades de vida diária). Apresenta escore

final de 21 pontos, sendo que pontuação superior a cinco indica pior qualidade

do sono25,26.

4.5.4 Poligrafia noturna

Para avaliação do padrão respiratório do sono dos pacientes foi utilizado

monitor portátil do tipo 3, modelo apnéia link plus- resmed (Figura 10). O

monitor portátil foi instalado durante a noite no paciente (Figura 11) e retirado

pela manhã durante o período pré-operatório, sendo utilizado para o

diagnóstico de AOS. O monitor do tipo 3 é formado pelos seguintes canais:

fluxo aéreo respiratório, cinta toráco abdominal e oximetria de pulso19. Foram

utilizados os seguintes parâmetros para análises dos dados, o IAH que

consiste da soma dos eventos da noite toda dividido pelo tempo de análise da

noite, apneia obstrutiva do sono foi diagnosticada se IAH≥15 eventos/hora,

saturação basal de oxigênio, saturação média de oxigênio, saturação mínima

de oxigênio, tempo de saturação <90% e tempo total de registro.

O estagiamento dos eventos respiratórios (Figura 10) durante o sono foi

realizado de maneira criteriosa e manual, de acordo com as normas do manual

da AASM1.

Os eventos respiratórios foram definidos da seguinte forma:

- Apneia Obstrutiva: queda do fluxo aéreo ≥ 90% com duração mínima de

10 segundos, associado a esforço tóraco abdominal;

- Apneia Central: queda do fluxo aéreo ≥ 90% com duração mínima de 10

segundos, sem presença de esforço tóraco abdominal;

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Método 40

- Apneia Mista: queda do fluxo aéreo ≥ 90% com duração mínima de 10

segundos, sem presença de esforço tóraco abdominal no início do evento,

porém com esforço tóraco abdominal no final do evento

- Hipopneia: queda do fluxo aéreo ≥30% com duração mínima de 10

segundos, associado com queda na saturação de oxigênio> 3%.

Figura 10: Poligrafo apneia link plus- marca Resmed, com canais de oximetria de pulso, cânula de fluxo aéreo e cinta de esforço tóraco abdominal. (Fonte Laboratório do Sono InCor)

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Método 41

Figura 11: Realização de um exame de poligrafia. (Fonte: Laboratório do Sono - InCor)

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Método 42

Figura 12: Na parte superior da figura representação de um noite toda de sono em uma tela de poligrafia do sono. Na parte inferior da figura representação de 3 minutos de uma noite de sono em uma tela de poligrafia do sono: sensor de fluxo respiratório, sensor de ronco, cinta de esforço tóraco-abdominal e oximetria de pulso.Na seta vermelha observa-se um episódio de diminuição do fluxo respiratório (hipopneia) associado com queda da saturação de oxigênio. (Fonte: Laboratório do Sono - InCor)

4.6 Avaliação Pós operatória

4.6.1- Complicações Cardíacas

Os eventos cardíacos foram avaliados por cardiologistas da Unidade de

Medicina Interdisciplinar em Cardiologia do InCor-FMUSP sem conhecimento

prévio do resultado do exame de poligrafia do sono.

4.6.1.1- Troponina

Foi coletada de maneira rotineira nos três primeiros dias pós-operatório a

troponina, período em que se concentra o maior risco de eventos

cardiovasculares no pós-operatório. A troponina utilizada no estudo foi a

troponina I (Siemens Troponin I Ultra), pelo fato de ela apresentar menor

excreção renal não sofrendo alteração em pacientes com insuficiência renal

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Método 43

crônica, caso não houvesse disponível a troponina I foi coletado a troponina T

(Roche High-Sensitive Troponin T), desde que os valores de creatinina fossem

normais.

4.6.1.2 Eletrocardiograma de 12 Derivações

Realizado no período pré-operatório e nos três primeiros dias de pós

operatório.

4.6.1.3 Definição de Eventos

Evento Cardiovascular combinado: foi pontuado se o paciente apresentou

qualquer evento cardiovascular pontuado abaixo.

Infarto Agudo do Miocárdio: elevação característica com diminuição

gradual da troponina ou aumento e diminuição mais rápida da Creatino quinase

(CK) e Creatino quinase fração MB (CKMB) associado a pelo menos um dos

critérios: 1) sintomatologia de isquemia, 2)alteração no ECG sugestivo de

isquemia (alteração no segmento ST ou bloqueio de ramo esquerdo), 3)

surgimento de onda Q patológica ou 4) evidência em exame de imagem da

perda de viabilidade miocárdica ou contratibilidade segmentar anormal57.

Angina Instável: dor precordial em repouso com duração mínima de 5

minutos e máxima de 30 minutos, pode estar associada a alterações

sugestivas de Isquemia Agudo do Miocárdio no ECG, porém sem elevação dos

marcadores de necrose do miocárdio58.

Acidente Vascular Encefálico: o diagnóstico foi feito a partir da história

clinica do paciente (sintomas mais comuns: cefaléia, vômito e diminuição do

nível de consciência) e confirmado por avaliação clínica (elevação da pressão

arterial e frequência cardíaca) e por exame de imagem (tomografia

computadorizada ou ressonância magnética) analisada e com laudo da equipe

médica da neurologia59.

Arritmias:

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Método 44

arritmias ventriculares: definida como ritmo de origem abaixo da

bifurcação do feixe de His, expressa por complexo QRS alargado;

arritmias supraventriculares com instabilidade hemodinâmica: ritmo de

origem acima da junção entre o nó atrioventricular e o feixe de His, sendo

mantido por estruturas localizadas entre os mesmos;

bloqueio atrioventricular total: estímulo de origem atrial que não chega

ao ventrículo para despolarizá-lo, fazendo com que um foco abaixo da região

do bloqueio assuma o ritmo ventricular, deixando de existir correlação entre a

atividade elétrica atrial e ventricular. No eletrocardiograma, esse evento é

traduzido por onda P não relacionada ao complexo QRS60.

Aumento Isolado Troponina: elevação da troponina sérica acima do

percentil 99 desde que não preencha os critérios de IAM.

4.6.2- Complicações não cardíacas

Os eventos não cardíacos foram avaliados pela pesquisadora

responsável pelo estudo, sem conhecimento prévio do diagnóstico de AOS,

através do acompanhamento do paciente e de prontuário eletrônico disponível

no Hospital das Clínicas- Si3.

Necessidade de Internação em UTI: foi considerada a

necessidade de o paciente ser transferido para a UTI após o procedimento

cirúrgico

Necessidade de Re-internação em UTI: foi considerada a necessidade de

o paciente ser re-internado em UTI durante a internação hospitalar

Necessidade de Re-intubação orotraqueal: foi considerada a necessidade

de o paciente ser re-intubado durante internação hospitalar

Tempo de internação em terapia intensiva: foi considerado em dias o

tempo de internação em terapia intensiva após o procedimento cirúrgico.

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Método 45

Tempo de internação hospitalar: foi considerado em dias o tempo de

internação hospitalar após o procedimento cirúrgico.

Mortalidade Total: foi considerado quando o paciente evoluiu a óbito

durante o período de internação hospitalar, após o procedimento cirúrgico.

4.7 Análise Estatística

Para análise dos dados, foi utilizado o software estatístico SPSS 17.0 e

R3.1.2. Análise descritiva foi utilizada para descrever a população do estudo.

Após a verificação da normalidade de dados, pelo teste Kolmogorov Smirnov e

Shapiro-Wilk, os resultados foram expressos em média (desvio padrão),

mediana (intervalo interquartil) e número absoluto (porcentagem) de acordo

com a necessidade. Para a análise das variáveis quantitativas foram utilizados

os testes teste t de student e Mann-Whitney para distribuição normal e não

normal, respectivamente, entre os grupos. Para análise das variáveis

qualitativas foi utilizado o teste qui quadrado e teste exato de fischer. Devido à

distribuição anormal da variável tempo de internação hospitalar, ela foi

dicotomizada em tempo de internação hospitalar<5 dias e tempo de internação

hospitalar≥5 dias. Para verificar se o IAH≥15 eventos/horas estava

independentemente associado ao tempo de internação hospitalar foi realizada

regressão logística. Todas as variáveis com p<0.05 na análise univariada foram

incluídas no modelo final. O nível de significância adotado para os testes foi

p<0,05.

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Resultados

Page 61: Dedicatória - USP...Dedicatória A minha pequena Maria Luisa que com seu sorriso inocente me fez acreditar que o mundo pode ser melhor e todos os sonhos podem ser possíveis. Te amo

Resultados47

5.0 Resultados

Os resultados obtidos nesse estudo serão descritos a seguir, seguindo

os seguintes tópicos:

5.1- Característica da População Estudada

5.2- Prevalência da apneia obstrutiva do sono

5.3- Dados cirúrgicos da População Estudada

5.4- Características dos pacientes com e sem apneia obstrutiva do sono

5.5- Complicações Pós-operatórias da População Estudada

5.1- Característica da População Estudada

Para a realização desse estudo foram recrutados 140 pacientes,

candidatos à cirurgia geral com médio e alto risco de complicações

cardiovasculares e internados no Hospital das Clinicas e no Instituto do

Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no período

de Abril de 2012 a dezembro de 2015. Destes, n=5 recusaram participar do

estudo e n=31 não realizaram o exame de poligrafia, perfazendo um total de

n=104 que realizaram o exame de poligrafia, desses n=29 não realizaram o

procedimento cirúrgico e n=10 foram excluídos, pois o exame era de má

qualidade, com isso foram incluídos n=165 pacientes (Figura 13).

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Resultados48

Na tabela 8, estão as características clínicas, as demográficas e de uso de

medicamentos da população estudada. A amostra foi predominante do sexo

masculino, com idade superior a 60 anos e com sobrepeso. Os valores de

circunferência cervical estavam dentro dos padrões de normalidade e da

circunferência abdominal acima dos padrões de normalidade. Observamos

ainda que 85,0% dos pacientes eram hipertensos e 73,8% dislipidêmicos, além

disso a frequência do uso de estatinas foi de 63,1%.

Incluídos

n= 140

Poligrafia

n= 104

Pacientes Estudados

n=65

Figura 13: Fluxograma de Recrutamento de pacientes

5 Recusaram a participar do estudo

29 Não realizaram cirurgia

10 Exames de má qualidade

31 Não realizaram poligrafia

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Resultados 49

Tabela 8: Características Clinicas, Demográficas e uso de medicamentos da população estudada

Total (n=65)

Idade, anos 65±9

IMC, kg/m2 27,6±6,6

Sexo Masculino, n (%) 44 (67,6)

Circunferência cervical, cm 37,7±3,4

Circunferência abdominal, cm 97,7±16,4

Tabagismo atual / ex, n (%) 5 (7,6) / 17 (26,1)

Comorbidades, n (%)

Hipertensão 55 (84,6)

Diabetes 39 (60,0)

Dislipidemia 48 (73,8)

IC 18 (27,6)

DAC 39 (60,0)

AVE prévio 6 (9,2)

Medicamentos, n (%)

Estatina 41 (63,1)

IECA 39 (60,0)

Beta bloqueador 38 (58,5)

AAS 46 (70,8)

Diurético 22 (33,8)

Vasodilatador coronariano 12 (18,5)

Antiarrítmico 3 (4,6)

Legenda: IMC= índice de massa corpórea; AVE= acidente vascular encefálico; IC= insuficiência cardíaca; DAC= doença arterial coronariana; IECA= inibidores da enzima conversora da angiotensina; AAS= ácido acetilsalicílico. Dados apresentados com média e desvio padrão ou freqüência absoluta e percentil.

Os dados relacionados aos questionários de screening e avaliação da

qualidade do sono estão descritos na tabela 9. Considerando os questionários

STOP BANG n=54 (83,1%), Berlim n=33 (50,8%) e Asa check list n=35 (53,8%)

apresentavam alto risco para AOS. Quando analisada a qualidade do sono dos

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Resultados 50

pacientes através do IQSP, observou-se que n=27 (41,5%) dos pacientes

apresentavam sinais de piora da qualidade do sono com mediana de escore

igual a 5.

Tabela 9: Questionário de Avaliação de Risco de Apneia do Sono e Qualidade do Sono

Alto Risco para AOS Total n=65

Stop Bang, n (%) 54 (83,1)

Berlim, n (%) 33 (50,8)

Asa Check list,n (%) 35 (53,8)

IQSP 5[5-7]

Má qualidade do Sono IQSP, n (%) 27 (41,5)

Legenda: AOS= Apneia Obstrutiva do Sono, IQSP= Índice de qualidade do sono de Pittsburgh. Dados apresentados como mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

5.2- Prevalência da Apneia Obstrutiva do Sono

Os dados do exame de poligrafia do sono da população geral estão

descritos na tabela 10. A mediana do tempo de registro do exame foi de

561,0[494,5-595,1] minutos. A saturação basal média e mínima apresentou

valores de mediana de 96[95-96], 93[92-93] e 82[79-82], respectivamente. A

mediana dos valores de IAH correspondeu a valores de AOS leve (12[13,6-

20,6] eventos/hora). Do total de 65 pacientes, n=7 não tinham AOS, n=30

pacientes tinham apneia leve, n=19 tinham apneia moderada e n=9 tinham

apneia grave. A frequência de AOS moderada e grave (IAH≥15 eventos/hora)

foi de 43,0%.

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Resultados 51

Tabela 10: Dados do exame de Poligrafia

Total n=65

Tempo registro, min 561 [494,5-595,1]

Saturação basal , % 96[95-96]

Saturação média, % 93[92-93]

Saturação minima, % 82[79-82]

Tempo saturação<90%, min 34,5[80,6-178,4]

IAH, eventos/h 12[13,6-20,6]

Apneia leve, n (%) 30 (46,1)

Apneia moderada, n (%) 19 (29,2)

Apneia grave, n (%) 9 (13,8)

Legenda: IAH=Índice de Apneia e Hipopneia. Dados apresentados como mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

A prevalência da AOS na população, de acordo com o exame poligrafia,

utilizando os pontos de corte de IAH≥5, ≥15 e ≥30 foi de n=58 (89,2%), n=28

(43,0%) e n=9 (1,8%), respectivamente (Figura 14).

Figura 14: Prevalência da Apneia Obstrutiva do Sono de acordo com diferentes pontos de corte de Índice de Apneia e Hipopneia na população estudada

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Resultados 52

5.3- Dados Cirúrgicos da População Estudada

Os dados relacionados aos procedimentos cirúrgicos realizados pela

amostra estão na tabela 11. A cirurgia gástrica foi o procedimento mais

realizado pelos pacientes n=54 (83,1%), seguido da cirurgia vascular n=2

(3,1%), cabeça e pescoço n=6 (9,2%), torácica n=2 (3,1%) e cirurgia

neurológica n=1 (1,5%). A média do tempo de anestesia foi de 349,8±154,7

minutos e a mediana do tempo de cirurgia foi de 207,4 [210,4-282,6] minutos.

Tabela 11: Tipos de cirurgia e dados cirúrgicos

Tipo Cirúrgico Total

n=65

Gastrocirurgia, n (%) 60 (92,3)

Vascular, n (%) 2 (3,1)

Cabeça e Pescoço, n (%) 6 (9,2)

Torácica, n (%) 2 (3,1)

Neurológica, n (%) 1 (1,5)

Tempo de Cirurgia, min 207 [210,4-282,6]

Tempo de Anestesia, min 349,8±154,7

Dados apresentados com média e desvio padrão, mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

5.4- Características dos pacientes com e sem Apneia Obstrutiva do Sono

O critério adotado neste estudo para diagnóstico da AOS pelo exame de

poligrafia foi IAH≥15 eventos/hora. Com isso, dividimos os pacientes em dois

grupos: sem AOS= 37 (56,9%) e com AOS=28 (43,1%).

Na tabela 12, estão sumarizadas as características clínicas e as

demográficas da amostra com e sem AOS. O grupo com AOS apresentou

menor média de idade (64±10 vs 69±8) e maior média de IMC 29,7±7,3 vs

26,1±5,7, circunferência cervical (38,8±3,8 vs 36,9±3,0) e abdominal

(105,7±16,4 vs 91,8±13,9) quando comparado ao grupo sem AOS. No grupo

com AOS, a taxa de tabagismo foi de 17,8%, enquanto que, para os pacientes

sem AOS, foi de 0%, com p=0,007. Foi observada ainda alta prevalência de

hipertensão arterial (83,7% no grupo sem AOS e 85,7% no grupo com AOS) e

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Resultados 53

dislipidemia (67,5% no grupo sem AOS e 71,4% no grupo com AOS), sem

diferença estatística entre os grupos. Observou-se que ambos os grupos

usavam os mesmos tipos de medicação, não sendo observado diferença

estatística entre eles, exceto com relação ao uso de diurético e de

vasodilatador coronariano em que os pacientes com AOS tinham uma taxa de

uso para diurético de 50,0% comparado a 21,6% nos pacientes sem AOS,

p=0,01 e para vasodilatador coronariano de 32,1% comparado a 8,1% nos

pacientes sem AOS, p=0,01.

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Resultados 54

Tabela 12: Características Clinicas, Demográficas e uso de medicamentos nos pacientes com e sem AOS

IAH<15

n=37

IAH≥15

n= 28

p

Idade, anos 69±8 64±10 0,49

IMC, kg/m2 26,1±5,7 29,7±7,3 0,04

Sexo Masculino, n (%) 27 (72,9) 17 (60,7) 0,29

Circunferência cervical, cm 36,9±3,0 38,8±3,8 0,03

Circunferência abdominal, cm 91,8±13,9 105,7±16,4 0,001

Tabagismo/ex-tabagismo, n (%) 0 (0,0) / 11 (29,7) 5 (17,8) / 6 (21,4) 0,007/0,45

Comorbidades, n (%)

Hipertensão 31 (83,7) 24 (85,7) 0,83

Diabetes 19 (51,3) 20 (71,4) 0,10

Dislipidemia 25 (67,5) 23 (82,1) 0,18

IC 12 (32,4) 6 (21,4) 0,32

DAC 24 (64,9) 15 (53,6) 0,35

AVE prévio 4 (10,8) 2 (7,1) 0,61

Medicamentos, n (%)

Estatina 21 (56,8) 20 (71,4) 0,22

IECA 24 (64,9) 15 (53,6) 0,35

Beta bloqueador 22 (59,5) 16 (57,1) 0,85

AAS 25 (67,6) 21 (75,0) 0,51

Diurético 8 (21,6) 14 (50,0) 0,01

Vasodilatador coronariano 3 (8,1) 9 (32,1) 0,01

Antiarrítmico 2 (5,4) 1 (3,6) 0,72

Legenda: IMC= índice de massa corpórea; AVE= acidente vascular encefálico; IC= insuficiência cardíaca; DAC= doença arterial coronariana; IECA= inibidores da enzima conversora da angiotensina; AAS= ácido acetilsalicílico. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão, mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

Na análise dos resultados dos questionários de screening que avaliam

risco de AOS, os pacientes sem AOS e com AOS apresentaram os seguintes

resultados, respectivamente- Stop Bang n=33 (89,2) vs n=21 (75,0%), Berlim

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Resultados 55

n=17 (45,9%) vs n=16 (57,1%) e ASA Check list n=20 (54,1%) vs n=15

(53,6%), porém os resultados foram semelhantes entre os grupos. Quando

analisada a qualidade do sono nos 30 dias que antecederam a cirurgia, n= 16

(43,2%) pacientes que não tinham AOS e n=11 (39,3%) pacientes com AOS

apresentaram pior qualidade do sono mas não foi observado diferença entre os

grupos. Quando analisada a mediana do IQSP dos pacientes com e sem AOS

(5[5-7] vs 5[5-8]), os dois grupos apresentaram boa qualidade do sono, sem

diferença estatística (Tabela 13).

Tabela 13: Questionários de Avaliação do risco de apneia obstrutiva do sono e qualidade do sono nos pacientes com e sem AOS

Questionário IAH<15

n= 37

IAH≥15

n=28

p

Stop Bang, n (%) 33 (89,2) 21 (75,0) 0,13

Berlim, n (%) 17 (45,9) 16 (57,1) 0,37

Asa Check list, n (%) 20 (54,1) 15 (53,6) 0,96

Pior qualidade de sono IQSP 5 [5-8] 5 [5-7] 0,42

Má qualidade do Sono,n (%) 16 (43,2) 11 (39,3) 0,74

Legenda: IQSP= Índice de qualidade do sono de Pittsburgh. Os dados foram apresentados em mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

Na tabela 14, estão descritos os resultados dos exames de poligrafia no

grupo sem AOS e no grupo com AOS. A mediana de IAH nos pacientes com

AOS foi de 23[22,5-33,8] eventos/hora e nos pacientes sem AOS 9[7,4-9,8]

eventos/hora. Os pacientes com AOS apresentaram valores menores de

saturação basal (95 [93-96] vs 97 [96-97]) e média (91[89-92] vs 94[93-94)

quando comparado aos pacientes sem AOS. Além disso o tempo de

saturação<90% foi maior nos pacientes com AOS (124,5[138,2-328,9] vs

8[20,6-77,7]) minutos.

Tabela 14: Dados do exame de Poligrafia do sono nos pacientes com e sem AOS

IAH<15 IAH≥15 p

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Resultados 56

n= 37 n=28

IAH, eventos/hora 9 [7,4-9,8] 23 [22,5-33,8] <0,001

Tempo registro, min 514,5 [444,8-582,9] 689 [565,6-701,6] 0,004

Saturação basal , % 97 [96-97] 95 [93-96] 0,02

Saturação média, % 94 [93-95] 91 [89-92] <0,001

Saturação minima, % 83 [79-84] 79 [76-82] 0,20

Tempo saturação

<90%, min

8 [20,6-77,7] 124,0 [138,2-328,9]

<0,001

Legenda: IAH=Índice de Apneia e Hipopneia. Dados apresentados em mediana (25%-75% interquartil)

A cirurgia gástrica foi o procedimento mais prevalente em ambos os

grupos, n=30 (81,1%) e n=24 (85,7%), seguido cirurgia vascular n=1 (2,7%) e

n=1 (3,5%), cabeça e pescoço n=3 (8,1%) e n=3 (8,1%), torácica n=2 (5,4%) e

n=0 (0,0%) e cirurgia neurológica n=1 (2,7%) e n=0 (0,0%) para os pacientes

sem AOS e com AOS respectivamente. Os tempos cirúrgicos 205,0 [205,9-

315,3] vs 210 [184,4-271,8] e de anestesia, 356,8±168,1 vs 341,0±139,3, para

pacientes sem e com AOS respectivamente não apresentaram diferença

estatística. (Tabela 15)

Tabela 15: Dados das cirurgias realizadas nos pacientes com e sem AOS

IAH<15

n=37

IAH≥15

n= 28

p

Gastrocirurgia, n (%) 30 (81,1) 24 (85,7)

Vascular, n (%) 1 (2,7) 1 (3,5)

Cabeça e Pescoço, n (%) 3 (8,1) 3 (10,7)

Torácica, n (%) 2 (5,4) 0 (0,0)

Neurológica, n (%) 1 (2,7) 0 (0,0)

Tempo de Cirurgia, min 205,0 [205,9-315,3] 210 [184,4-271,8] 0,61

Tempo de Anestesia, min 356,8±168,1 341,0±139,3 0,71

Os dados foram apresentados em média e desvio padrão, mediana (25%-75% interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

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Resultados 57

5.5- Complicações Pós Operatórias

Os desfechos e complicações pós-operatórias são observados na tabela

16. A complicação cardiovascular mais prevalente no pós-operatório foi o

aumento isolado da troponina n=11 (16,9%), sendo que n=15 (23,1%) dos

pacientes apresentaram alguma complicação cardiovascular no pós-operatório.

A frequência de pacientes que necessitaram de internação em UTI no pós-

operatório foi de n=31 (47,7%), sendo que desses n=3, (5,0%) necessitaram de

re-internação em UTI durante os 30 primeiros dias de pós-operatório. A

mediana [intervalo interquartil] do tempo de internação em UTI foi de 1 [1-2]

dias e do tempo de internação hospitalar foi de 6 [7-12] dias. A taxa de

mortalidade nos 30 dias após cirurgia foi de n=0.

Tabela 16: Desfechos e Complicações pós operatórias

Total

n=65

Algum evento cardiovascular, n (%)

IAM, n (%)

15 (23,1)

2 (3,1)

Angina instável,n (%) 1 (1,5)

AVE, n (%) 0 (0,0)

Arritmia, n (%) 1 (1,5)

Aumento isolado troponina, n (%) 11 (16,9)

Necessidade pós operatório em UTI, n (%) 31 (47,7)

Necessidade de Re-internação UTI, n (%) 3 (5,0)

Necessidade de Re-IOT, n (%) 3 (5,0)

Tempo internação UTI, dias 1 [1-2]

Tempo de Internação Hospitalar, dias 6 [7-12]

Mortalidade Total, n (%) 0 (0,0)

Legenda: IAM= infarto agudo do miocárdio; AVE= acidente vascular encefálico; UTI= unidade de terapia intensiva; IOT= intubação orotraqueal. Dados apresentados como mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

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Resultados 58

Quando comparados os desfechos pós-operatórios dos pacientes com e

sem AOS, o tempo de internação hospitalar apresentou tendência em ser maior

nos pacientes com AOS, 8[6-16] e 5[5-11] dias, p=0,09. Com relação às

demais complicações e desfechos pós-operatórios estudados, não foi

encontrada diferença estatisticamente significante entre os grupos (Tabela 17).

Tabela 17: Desfechos e complicações pós operatórias nos pacientes com e sem AOS

IAH<15

n=37

IAH≥15

n=28

p

Evento cardiovascular, n (%) 9(24,3) 6(21,4) 0,78

IAM, n (%) 1(2,7) 1(3,6) 0,84

Angina instavel, n (%) 1(2,7) 0(0) 0,38

AVE, n (%) 0(0) 0(0,0)

Arritmia, n (%) 1(1,5) 0(0,0) 0,38

Aumento isolado troponina,n (%) 6(16,2) 5(17,9) 0,86

Necessidade pós operatório em UTI, n (%) 17(45,9) 14(50,0) 0,74

Necessidade de Re-internação UTI,n (%) 3(5,0) 4(9,5) 0,19

Necessidade de Re internação hospitalar, n

(%)

1(2,9) 2(8,0) 0,36

Necessidade de Re-IOT,n (%) 1(2,9) 2(8,0) 0,36

Tempo de Internação UTI, dias 1[1-3] 1[1-2] 0,58

Tempo de Internação Hospitalar, dias 5[5-11] 8[6-16] 0,09

Mortalidade Total, n (%) 0(0,0) 0(0,0) Legenda: IAM= infarto agudo do miocárdio; AVE= acidente vascular encefálico; UTI= unidade de terapia intensiva; IOT= intubação orotraqueal. Dados apresentados em mediana (25%-75% interquartil) ou freqüência absoluta e porcentagem

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Resultados 59

5.5.1- Complicações Pós Operatórias associadas com tempo de internação hospitalar

Após a dicotomização do tempo de internação em maior ou igual a 5 e

menor que 5, foi realizada análise univariada para determinar quais variáveis

se relacionavam com aumento no tempo de internação.

As características clínicas, as demográficas e de uso de medicamento

são observadas na tabela 18. Os pacientes que tiveram tempo de internação

hospitalar≥5 dias apresentaram idade (65±10 vs 65±8) , IMC (28,1±7,3 vs

26,7±5,1), circunferência cervical (37,8±3,5 vs 37,6±3,3) e abdominal

(98,9±17,7 vs 95,7±14,1) semelhantes aos pacientes com tempo de internação

hospitalar<5dias. Para a freqüência de comorbidades, o grupo com tempo de

internação<5 dias apresentou taxa superior de tabagismo (n=4 vs n=1), para

as demais comorbidades e uso de medicamentos não foi observada a

diferença estatística quando comparados os dois grupos.

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Resultados 60

Tabela 18: Características Clinicas, Demográficas e uso de medicamentos de acordo com o tempo de internação hospitalar

Variável Tempo

Internação<5 dias

n= 24

Tempo

Internação≥5 dias

n=41

p

Idade, anos 65±8 65±10 0,97

IMC, kg/m2 26,7±5,1 28,1±7,3 0,39

Sexo Masculino, n(%) 17 (70,8) 27 (65,9) 0,67

Circunferência cervical, cm 37,6±3,3 37,8±3,5 0,85

Circunferência abdominal, cm 95,7±14,1 98,9±17,7 0,45

Tabagismo/ex-tabagismo,n(%) 4 (16,7)/ 5 (20,8) 1 (2,4)/ 12 (29,3) 0,03/0,45

Comorbidades, n(%)

Hipertensão 20 (83,3) 35 (85,4) 0,82

Diabetes 13 (54,2) 26 (63,4) 0,46

Dislipidemia 18 (75,0) 30 (73,2) 0,87

ICC 4 (16,7) 14 (34,1) 0,12

DAC 14 (58,3) 25 (61,0) 0,83

AVE prévio 1 (4,2) 14 (34,1) 0,12

Medicamentos, n (%)

Estatina 16 (66,7) 25 (61,0) 0,64

IECA 16 (66,7) 23 (56,1) 0,40

Beta bloqueador 16 (66,7) 22 (53,7) 0,30

AAS 19 (79,2) 27 (65,9) 0,25

Diurético 5 (20,8) 17 (41,5) 0,09

Vasodilatador coronariano 4 (16,7) 8 (19,5) 0,77

Antiarrítmico 2 (8,3) 1 (2,4) 0,27

Legenda: IMC= índice de massa corpórea; AVE= acidente vascular encefálico; IC= insuficiência cardíaca; DAC= doença arterial coronariana; IECA= inibidores da enzima conversora da angiotensina; AAS= ácido acetilsalicílico. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão, mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

Nos nossos resultados, observou-se que a prevalência de pacientes com

alto risco para AOS pelos questionários de Berlim (70,8% vs 39,0%- p=0,01) e

ASA check list (70,8% vs 43,8%, p=0,03) foi maior no grupo de pacientes que

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Resultados 61

permaneceu internado por tempo inferior a 5 dias. Essa mesma relação não foi

observada para o questionário STOP BANG. Na avaliação da qualidade de

sono pelo IQSP não foi observada diferença entre os grupos (50% vs 36,6%,

p=0,29).

Tabela 19: Questionários de Avaliação do risco de apneia obstrutiva do sono e qualidade do sono de acordo com o tempo de internação

Questionário Tempo Internação

≤5 dias

n= 24

Tempo Internação

>5 dias

n=41

p

Stop Bang, n (%) 22 (91,7) 32 (78) 0,15

Berlim, n(%) 17 (70,8) 16 (39,0) 0,01

Asa Check list, n(%) 17 (70,8) 18 (43,9) 0,03

Pior qualidade de sono IQSP 6 [5-9] 5 [5-7] 0,13

Má qualidade do Sono,n(%) 12 (50,0) 15 (36,6) 0,29

Legenda: IQSP= Índice de qualidade do sono de Pittsburgh. Os dados foram apresentados em mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

Os dados do exame de poligrafia divididos entre os pacientes com

tempo de internação <5 e ≥5 dias encontra-se na tabela 20. No grupo com

tempo de internação< 5 dias tinha n= 6 pacientes com AOS e no grupo com

tempo de internação≥5 dias tinha n=22 pacientes, com p=0,02. Para os demais

parâmetros (IAH, tempo registro, saturação basal, média e mínima e tempo de

saturação<90%) analisados pelo exame de poligrafia não foi observado

diferença estatística.

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Resultados 62

Tabela 20: Dados do exame de Poligrafia do sono de acordo com o tempo de internação hospitalar

Variável Tempo Internação

≤5 dias

n= 24

Tempo Internação

>5 dias

n=41

p

IAH, eventos/hora 11 [9,5-17,6] 15 [14,1-24] 0,15

IAH≥15, n(%) 6 (25) 22 (53,7) 0,02

Tempo registro, min 511,5 [448,7-620,3] 631 [506,1-635,8] 0,41

Saturação basal, n (%) 97 [96-97] 96 [94-96] 0,25

Saturação média, n (%) 94 [93-94] 93 [90-93] 0,12

Saturação minima, n (%) 82 [78-84] 79 [77-82] 0,40

Tempo saturação <90%,

min

13 [19,9-103,3] 68 [96,6-242,0] 0,07

Legenda: IAH=Índice de Apneia e Hipopneia. Dados apresentados em mediana (25%-75% interquartil)

Os nossos resultados demonstraram que os pacientes com tempo de

internação hospitalar superior a 5 dias tiveram maior necessidade de re-

internação em UTI (n= 24 vs n=7), além de apresentarem mediana de tempo

de internação em UTI superior (1 [1-3] aos pacientes com tempo de internação

hospitalar menor que 5 dias (0 [0-1]). Para as demais complicações e

desfechos pós-operatórios analisados não foram encontradas diferenças

estatísticas entre os grupos (Tabela 21)

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Resultados 63

Tabela 21: Desfechos e complicações pós operatórias de acordo com o tempo de internação hospitalar

Variável Tempo Internação

≤5 dias

n= 24

Tempo Internação

>5 dias

n=41

p

Evento cardiovascular 3 (12,5) 12 (29,3) 0,12

IAM, n (%) 0 (0) 2 (4,9) 0,27

Angina instavel, n(%) 1 (4,2) 0 (0) 0,18

AVE, n(%) 0 (0) 0 (0,0)

Arritmia, n(%) 0 (0,0) 1 (2,4) 0,44

Aumento isolado

troponina,n(%)

2 (8,3) 9 (22,0) 0,15

Necessidade pós operatório

em UTI, n (%)

7 (29,2) 24 (58,5) 0,02

Necessidade de Re-

internação UTI,n(%)

0 (0) 3 (10,3) 0,19

Necessidade de Re-IOT,n(%) 0 (0) 3 (10,3) 0,19

Tempo de internação UTI,

dias

0 [0-1] 1 [1-3] 0,006

Mortalidade Total, n(%) 0 (0) 0 (0,0)

Legenda: IAM= infarto agudo do miocárdio; AVE= acidente vascular encefálico; UTI= unidade de terapia intensiva; IOT= intubação orotraqueal. Dados apresentados como mediana (25%-75% intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e percentil

Para a análise das variáveis que se associaram independentemente ao

tempo de internação hospitalar ≥5 dias foi construído um modelo de regressão

logística a partir das variáveis que apresentaram p<0,05, na análise univariada.

Foram incluídos no modelo, IAH≥15 eventos/hora, tabagismo, questionário de

Berlim e ASA check list,. tempo de internação em UTI e necessidade de pós-

operatório em terapia intensiva. As variáveis que se associaram de maneira

independente ao tempo de internação hospitalar≥5 dias foram IAH≥ 15

eventos/hora (OR 13,8 -2,15-89,0) e o tempo de internação em UTI (OR 2,18 -

1,07 -4,46). (Tabela 22)

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Resultados 64

Tabela 22: Análise Multivariada das variáveis independentes associadas com tempo de internação hospitalar

Tempo de

internação<5 dias

Tempo de

internação≥5 dias

OR p

IAH≥15, n(%) 6 (25) 22 (53,7) 13,8(2,15-89,0) 0,006

Tabagismo, n(%) 4 (16,7) 1 (2,4) 0,06(0,004-1,02) 0,05

Questionário de Berlim, n(%) 17 (70,8) 16 (39) 4,23(0,90-19,8) 0,06

Tempo internação UTI, dias 0[0-1] 1[1-3] 2,18(1,07-4,46) 0,03

Legenda: IAH- Índice de apneia e hipopneia e UTI- Unidade de Terapia Intensiva. Os dados foram apresentados em mediana (25% - 75%intervalo interquartil) ou freqüência absoluta e porcentagem

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Discussão

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Discussão 65

6.0 Discussão

O presente estudo tem como objetivo avaliar o impacto da AOS nas

complicações cardiovasculares em pacientes submetidos a cirurgias não

cardíacas com médio e alto risco para complicações cardiovasculares.

Faremos uma discussão abordando os vários aspectos do estudo em itens

específicos.

6.1- Característica da População Estudada

Nossa amostra foi composta por indivíduos com média de idade superior

a 60 anos, com sobrepeso e predominantemente do sexo masculino (67,6%). A

quantidade de comorbidades na amostra foi alta, 73,8% apresentaram

dislipidemia e 60,0% diabetes mellitus e doença arterial coronariana, achados

comuns em pacientes com AOS61. Além disso destaca-se que 84,6% dos

pacientes apresentavam hipertensão arterial sistêmica que é

reconhecidamente uma comorbidade associada a AOS62,63,64, o que justifica a

investigação de AOS nessa população. A taxa de uso de medicamentos para

controle dos sintomas da DAC era alta, cerca de 70,8% dos pacientes

utilizavam AAS, 63,1% estatinas, 60,0% utilizavam IECA e 58,5%

betabloqueador.

A amostra foi dividida em dois grupos, pacientes com AOS (IAH≥15

eventos/hora) e pacientes sem AOS (IAH<15 eventos/hora), avaliados pelo

exame de poligrafia. O grupo de pacientes com AOS foi composto de 28

pacientes (43%) e o grupo de pacientes sem AOS foi composto de 37

pacientes (57%). O grupo de pacientes com AOS apresentaram maiores

valores de IMC que os pacientes sem AOS associados ao aumento na

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Discussão 66

circunferência cervical e abdominal64. Não foi observada em nosso estudo

diferença entre os grupos com relação a presença de comorbidades, com

exceção do tabagismo que foi maior nos pacientes com AOS, isso porque a

nicotina aumenta a colapsibilidade da via aérea superior que afeta tanto a

arquitetura do sono como piora o número de eventos obstrutivos65,66. Para uso

de medicamentos, apenas o vasodilatador coronariano que foi superior no

grupo com AOS67,68.

6.1.2- Considerações sobre questionários de Screening e avaliação da

qualidade do sono

Os pacientes apresentaram predominantemente alto risco para AOS

pelos questionários STOP BANG n=54 (83,1%), Berlim n=33 (50,8%) e Asa

check list n=35 (53,8%). Quando comparados os dois grupos de pacientes,

com e sem AOS, não foi observado diferença estatística para a presença de

alto risco para AOS pelos questionários de screening utilizados no nosso

estudo. O questionário STOP BANG com ponto de corte igual a 3 quando

aplicado em pacientes cirúrgicos com IAH≥15 eventos/hora apresenta alto valor

de sensibilidade (92,9%20, 68,4%69 e 94%70) e baixo valor de especificidade

(43%20, 10,8%69 e 13%70). O questionário de Berlim quando aplicado em

pacientes cirúrgicos com IAH≥15 eventos/hora apresenta alto valor de

sensibilidade (82%70 e 78,6%23) e valor de especificidade (62%70 e 50,5%23)

superior ao questionário STOP BANG. Já o questionário ASA Check List

quando aplicado em pacientes cirúrgicos com IAH≥15 eventos/hora apresenta

valor de sensibilidade semelhante ao questionário de Berlim (78,6%23) e valor

inferior de especificidade (37,4%23). Tanto os dados da literatura como os

dados apresentados por nosso estudo (mesmo sem ter realizado teste de

especificidade, sensibilidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo)

mostram uma baixa acurácia para detectar alto risco de AOS na população

estudada. Especulamos que os questionários de risco para AOS têm baixa

especificidade porque a AOS é extremamente freqüente nesse tipo população

e as comorbidades frequentes também atrapalham o desempenho dos

questionários. Nosso estudo sugere que populações de alto risco

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Discussão 67

cardiovascular devem ser estudadas através de exame de poligrafia ou

polissonografia para identificar pacientes com AOS.

A qualidade do sono, nos 30 dias que antecederam o procedimento

cirúrgico, segundo o Índice de qualidade do sono de Pittsburgh, foi bom n=27

(41,5%) pacientes, com mediana de escore igual a 5. Quando comparados os

pacientes sem e com AOS, não foi observado diferença estatisticamente

significante para a qualidade do sono nos 30 dias que antecederam a cirurgia,

ambos os grupos apresentaram mediana de 5. Esse achado confirma estudo71

com 411 pacientes submetidos à cirurgia geral em que a média do IQSP no

pré-operatório foi de 4 e estudo24 realizado com 129 pacientes submetidos a

cirurgia cardíaca em que a média do IQSP foi de 6, apesar de esses pacientes

já apresentarem disfunção da qualidade de sono devido ao ponto de corte do

questionário, os valores são próximos ao do nosso estudo. O que demonstra

no período pré-operatório os pacientes não apresentam graves disfunções com

relação a qualidade do sono.

6.1.3 Achados relacionados ao exame de poligrafia do sono

Nosso estudo confirmou por exame de poligrafia com monitor portátil tipo

3 que a AOS é uma doença muito frequente em pacientes no pré-operatório de

cirurgia geral. Nos estudos que utilizaram a polissonografia como critério de

diagnóstico da AOS no período pré-operatório, a prevalência foi de 59,8%13,

76,8%14 (IAH>5), 56%31, 47,7%12, e 25%16 (IAH≥15). Quando utilizado o

monitor portátil do tipo watch pat a prevalência foi de 22,5%15 (IAH≥15) e no

caso da oximetria de pulso ter sido utilizada como critério de diagnóstico a

prevalência foi de 47%30 (índice de dessaturação de oxigênio≥5). No nosso

estudo a frequência de AOS foi alta (IAH≥15) de 43%, quando dividido os

pacientes com relação a gravidade observamos que 89,2% tinham IAH≥5 e

13,8% tinha IAH≥30. Essa observação chama nossa atenção para a elevada

prevalência de AOS na população cirúrgica e levanta a possibilidade de ser

incluído como rotina a realização do exame de poligrafia no período pré-

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Discussão 68

operatório, o que possibilitaria tratamento adequado para os pacientes tanto no

período pré, peri e pós-operatório.

Nossos resultados mostram ainda que o grupo com AOS apresentou

valores menores de saturação basal e média e maior tempo de saturação<90%

quando comparado ao grupo sem AOS. Esse achado ocorre, pois, durante a

hipopneia ou apneia ocorre hipoxemia traduzida em queda nos valores de

saturação periférica de oxigênio1.

6.1.4 Achados relacionados aos dados cirúrgicos

No nosso estudo, o principal procedimento cirúrgico realizado foi a

cirurgia gástrica (92,3%). Em outros estudos13,14 que também tinham como

desfecho avaliar impacto da AOS nas complicações pós operatórias em

pacientes submetidos à cirurgia geral, o principal procedimento cirúrgico

também foi a cirurgia gástrica. Porém observa-se que boa parte dos estudos

encontrados na literatura foram realizados com pacientes submetidos à cirurgia

ortopédica6,42,46,73. Acreditamos que isso se deve ao alto número de pacientes

que realizam esse tipo de cirurgia, além do fato que os demais estudos não

incluíam somente pacientes com médio e alto risco para complicações

cardiovasculares o que favorecia a inclusão de cirurgias de pequeno porte.

O tempo cirúrgico e de anestesia da amostra corresponde a

procedimentos cirúrgicos de médio porte74, com mediana de 207 e 349,8

minutos, respectivamente. Quando comparado o grupo com AOS e o grupo

sem AOS não encontramos diferenças estatísticas (tempo cirúrgico - 210 vs

205,0 e tempo de anestesia - 341 vs 356,8, para pacientes com e sem AOS

respectivamente). O que confirma resultado encontrado por Fernadez-

Bustamante46 e colaboradores em que o tempo cirúrgico médio foi de 200,7

minutos para os pacientes com AOS e 191 minutos para os pacientes sem

AOS. Os achados na literatura demonstram tempo de anestesia menor (256

minutos6, 105 minutos42 e 63 minutos39) do que encontrado em nosso estudo.

Gali6e colaboradores e Chudeau42e colaboradores encontraram tempo

anestésico mais semelhante ao nosso estudo, ambos incluíram pacientes

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Discussão 69

submetidos à cirurgia geral com predomínio de cirurgia ortopédica, perfil esse

mais semelhante ao nosso. Já Balachandran39 e col 2016 incluíram pacientes

submetidos a cirurgias ambulatoriais, o que justifica tempo anestésico inferior

ao nosso. O tempo anestésico elevado está relacionado ao aumento de

complicações pós-operatórias nos pacientes com AOS, isso porque o uso da

anestesia geral diminui a atividade do músculo genioglosso e o reflexo de

despertar o que aumenta a colapsibilidade e diminui o mecanismo de proteção

da via aérea com isso ocorre aumento no número de eventos obstrutivos e

complicações associadas a hipoxemia75,28.

6.1.5- Achados relacionados às complicações pós-operatórias

A maior parte dos estudos que investiga as complicações no pós-

operatório de pacientes submetidos a cirurgia utiliza somente questionários de

screening para estratificação dos pacientes em baixo e alto risco para AOS e/

ou foi realizado de maneira retrospectiva.

O fato do nosso estudo ter sido realizado de maneira prospectiva e

utilizando exame de poligrafia do sono permite uma melhor acurácia na

investigação das complicações pós operatórias.

Na análise univariada, o grupo de pacientes com AOS apresentou maior

incidência de aumento isolado de troponina e evento cardiovascular combinado

quando comparado com o grupo sem AOS, porém não foi observada diferença

estatística para esses eventos cardiovasculares no pós operatório imediato.

Esse achado confirma estudo de Bamgbade15 e colaboradores, realizado em

pacientes submetidos à cirurgia ginecológica, que utilizaram para diagnóstico o

monitor portátil do tipo watch PAT, estudo de Molnar16 e colaboradores,

Mador14 e colaboradores e Kaw13 e colaboradores que realizaram

polissonografia como método diagnóstico o primeiro em pacientes submetidos

a transplante renal e os dois últimos em pacientes da cirurgia geral. Os quatro

estudos supracitados avaliaram os desfechos cardiovasculares no pós-

operatório imediato e não observaram aumento na incidência dessas

complicações para pacientes com AOS. Especulamos que os pacientes com

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Discussão 70

AOS não apresentam aumento de complicações cardiovasculares, por serem

na maioria das vezes transferidos para Unidade de Terapia Intensiva, local em

que a monitorização é continua e os eventos são detectados facilmente e

revertidos com medidas simples como suplementação de oxigênio e uso de

suporte ventilatório não invasivo o que pode minimizar os efeitos deletérios

causados pela hipoxemia durante a AOS.

Uma parte dos estudos que utilizaram questionários de screening para

estratificação dos pacientes em alto e baixo risco encontraram aumento nas

complicações cardíacas no grupo com alto risco de AOS. Ambrosi35 e

colaboradores que utilizaram o questionário de Berlim para avaliar pacientes

submetidos a cirurgia ortopédica e gástrica encontrou aumento no número de

evento cardiovascular combinado e Abdelsattar43 e colaboradores encontraram

aumento na taxa de IAM em pacientes submetidos à cirurgia abdominal e

vascular com alto risco de AOS pelo questionário STOP BANG. Esses achados

que contradizem aos nossos resultados são justificados pelo fato de esses

questionários (como discutido anteriormente) apresentarem alta sensibilidade e

baixa especificidade, o que pode ter resultado na inclusão de pacientes sem

AOS no grupo de alto risco para AOS superestimando o número de eventos

cardiovasculares.

Quando analisadas as demais complicações pós-operatórias, no nosso

estudo, os pacientes com AOS apresentaram aumento na necessidade de pós-

operatório em UTI, re-internação não planejada em UTI, re-internação

hospitalar, re-intubação orotraqueal e mortalidade, porém não foi observada

diferença estatística entre esses eventos. Todos os estudos13,14,15,16 que

utilizaram polissonografia ou monitor portátil para diagnóstico de AOS em

pacientes submetidos a cirurgias não cardíacas também não encontraram

aumento nas complicações supracitadas. Nos estudos que utilizaram

questionário de Berlim para screening, os pacientes com alto risco para AOS

tiveram aumento na taxa transferência não planejada para UTI35 e mortalidade

nos 30 primeiros dias de pós operatório37. Os pacientes que tiveram alto risco

para AOS no questionário STOP BANG apresentaram maior taxa de internação

em UTI não planejada40 e aumento na taxa de re-IOT43. Já quando os

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Discussão 71

pacientes apresentavam alto risco para AOS pelo questionário ASA check list o

único achado foi aumento na taxa de re-IOT45. O número superior de eventos

pós-operatórios nos estudos que utilizaram questionários de screening são

explicados pelo mesmo motivo, já discutido anteriormente, alta sensibilidade,

baixa especificidade e acurácia dos mesmos. Alguns estudos retrospectivos

que utilizavam como critério de diagnóstico para AOS e com a presença de

diagnóstico prévio com CID no prontuário médico encontraram aumento na

taxa de re-intubação orotraquel46, admissão em UTI não planejada29,48 e

mortalidade46,48. Esses estudos tiveram tamanho de amostras grandes (n com

mais de 10.000 pacientes) o que possibilitou uma alta incidência de

complicações pós operatórias, justificando esses achado.

No nosso estudo, a mediana do tempo de internação hospitalar, na

análise univariada, teve tendência de ser maior nos pacientes com AOS, 8 [6-

16] vs 5 [5-11] do que nos pacientes sem AOS, com p=0,09. Quando realizada

a análise univariada com o tempo de internação hospitalar dicotomizado em

maior ou igual a 5 e menor que 5 foi observado diferença estatísticas, dos

pacientes com IAH≥15 eventos/horas n=22 (53,7%) tiveram tempo de

internação≥5 dias e n=6 (25%) tempo de internação<5 dias. Esse achado foi

confirmado após a realização da regressão múltipla, pacientes com IAH≥15

eventos/hora tiveram tempo internação hospitalar≥5 dias com OR= 13,8 (2,15-

89,0) e p= 0,006. Esse achado confirma estudo de Kaw13 e colaboradores, em

que foram avaliados de maneira retrospectiva cerca de 400 pacientes

submetidos à cirurgia geral com baixo risco para complicações

cardiovasculares, os pacientes realizaram polissonografia e IAH≥5

eventos/hora foi o ponto de corte adotado para o diagnóstico de AOS, assim

como em nosso estudo eles encontraram relação entre a presença de AOS e

tempo de internação>2 dias com OR=6,9 e p=0.049. Estudos realizados com

questionário STOP BANG34 e diagnóstico prévio de AOS no prontuário46,48,52

também observaram tempo de internação prolongado para pacientes com alto

risco para AOS. Especulamos que o aumento no tempo de internação pode

estar relacionado pelo fato de esses pacientes apresentarem mais eventos de

hipoxemia no pós-operatório que, como tratados prontamente, não acarretam

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Discussão 72

em maiores complicações cardiovasculares, porém a equipe multidisciplinar

torna-se mais cuidadosa com esse paciente o que pode adiar seu processo de

alta. Vale ressaltar que o aumento no tempo de internação hospitalar traduz-se

diretamente em aumento no risco de infecções e custos hospitalares, apesar

de essa variável não ter sido analisada nesse estudo, acreditamos que o

diagnóstico e tratamento corretos dos pacientes com AOS se traduziriam em

diminuição no tempo de internação hospitalar e conseqüentemente redução

com custos de internação.

6.2- Forças e Limitações do Estudo

Nosso estudo apresenta pontos fortes e limitações, que merecem ser

aclarados:

O uso do monitor portátil tipo III para o diagnóstico de AOS permitiu-nos

utilizar método de diagnóstico já validado em população cirúrgica11 e com isso

estratificar melhor pacientes com e sem AOS. Desse modo conseguimos

investigar de maneira mais fidedigna as complicações no pós-operatório.

O desenho prospectivo possibilitou-nos investigar as complicações pós-

operatórias no momento em que o indivíduo foi exposto ao fator de risco

(cirurgias).

A marcação dos eventos cardiovasculares era cega para o diagnóstico

de AOS.

A amostra apresentou um número pequeno, não utilizou pacientes

consecutivos e foi realizada em um único centro de pesquisa o que diminui o

poder do estudo e a capacidade de extrapolar os resultados para outras

populações.

O nosso estudo não avaliou o impacto das medicações para dor,

sedação e agentes anestésicos (comumente usados no pós-operatório) nos

desfechos.

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Discussão 73

Os pacientes não foram monitorados por holter de frequência cardíaca,

as arritmias foram detectadas através do eletrocardiograma realizado nos três

primeiros dias de pós-operatório ou por detecção no monitor da UTI.

6.3- Considerações Finais e Perspectivas Futuras

A AOS é uma doença com alta prevalência na população geral, e maior

em pacientes cirúrgicos. Especula-se que ela pode estar associada ao

aumento no número de complicações pós-operatórias devido ao uso de

agentes anestésicos, sedação e analgésicos que diminuem o reflexo de

proteção da via aérea e aumentam o número de eventos obstrutivos que

culminam em elevada taxa de hipóxia. Nosso estudo não conseguiu

demonstrar aumento na incidência de complicações cardiovasculares no pós-

operatório, assim como os demais estudos da literatura que utilizaram

polissonografia ou poligrafia para método diagnóstico. Porém comprovamos

que esses pacientes apresentam tempo de internação prolongado o que deve

estar associado com os eventos de hipoxemia. Sugere-se que no futuro sejam

realizados estudos com tamanho amostral superior ao nosso e que

monitorizem esses pacientes com relação aos eventos de hipóxia para verificar

seu impacto nos desfechos cardiovasculares.

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Discussão 74

Conclusão

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Conclusão 75

7.0 Conclusão

� O presente estudo revelou que a AOS está associada ao aumento

no tempo de internação hospitalar e não se associa ao aumento

das complicações cardiovasculares no pós-operatório imediato de

pacientes com médio e alto risco de complicação cardiovascular

submetidos à cirurgia geral.

� A AOS é uma doença com alta prevalência (43%) em pacientes

submetidos à cirurgia geral com médio e alto risco para

complicações cardiovasculares

� Os questionários de screening para avaliação do risco de AOS não

apresentam bom desempenho na população de pacientes com

médio e alto risco para complicações cardiovasculares submetidos

à cirurgia geral.

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Anexos

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Anexos75

8.0 Anexos

8.1 Anexo 1 – Questionário Stop Bang

S (snore) Você ronca alto (mais alto que falar ou que possa ser ouvido

atrás das portas) sim/ não

T (tired) Você freqüentemente se sente cansado, fadigado ou sonolento

durante o dia sim/ não

O (observed) alguém já observou você parando de respirar durante a noite

sim/não

P (blood pressure) Você tem ou faz tratamento para hipertensão arterial

sim/não

B (body mass índex) BMI> 35 sim/não

A (age) age> 50 anos sim/não

N (neck) circunferência do pescoço > 40 cm sim/não

G (gender) Sexo masculino sim/não

ALTO RISCO PARA AOS = 3 ou mais respostas positivas

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Anexos76

8.2 Anexo 2- Questionário de Berlim

Categoria 1

1. Você ronca?

a. Sim

b. Não

c. Não sei

Se você ronca:

2. Seu ronco é:

a. Tão alto quanto a respiração

b. Tão alto quanto falar

c. Mais alto que falar

d. Muito alto, ouve-se de outro quarto?

3. Freqüência do ronco:

a. Quase todo dia

b. 3-4 vezes por semana

c. 1-2 vezes por semana

d. 1-2 vezes por mês

e. Nunca ou quase nunca

4. Seu ronco incomoda outras pessoas?

a. Sim

b. Não

c. Não sei

5. Com que freqüência suas paradas respiratórias são

percebidas

a. Quase todo dia

b. 3-4vezes por semana

c. 1-2vezes por semana

d. 1-2vezes por mês

e. Nunca ou quase nunca

Categoria 2

Resposta destacada= 1 ponto

Categoria 1 é positiva se o escore for igual ou maior que 2

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Anexos77

6. Você se sente cansado ao acordar

a. Quase todo dia

b. 3-4vezes por semana

c. 1-2vezes por semana

d. 1-2 vezes por mês

e. Nunca ou quase nunca

7. Você se sente cansado durante o dia

a. Quase todo dia

b. 3-4vezes por semana

c. 1-2vezes por semana

d. 1-2vezes por mês

e. Nunca ou quase nunca

8. Você alguma vez dormiu enquanto dirigia

a. Sim

b. Não

c. Não aplicável

Categoria 3

9. Você tem pressão alta

a. Sim

b. Não

c. Não sabe

Cálculo de IMC=

Resposta destacada= 1 ponto

Categoria 2 é positiva se o escore for igual ou maior que

Categoria 3 é positiva se a

resposta da questão 9 for sim ou o

IMC for maior que 30kg/m2

ALTO RISCO PARA AOS= 2 OU MAIS CATEGORIAS POSITIVAS

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Anexos78

8.3 Anexo 3- Questionário ASA – check list

Categoria 1: Característica físicas

a. IMC≥ 35Kg/m2

b. Circunferência cervical > 43 cm (homem) ou 40 cm

(mulher)

c.Anormalidades craniofaciais que afetam a via aérea

d. Obstrução nasal anatômica

e. Tonsilas não visíveis ou parcialmente visíveis

Categoria 2: História aparente de obstrução da via aérea durante o

sono

a. Ronco (alto suficiente para ser ouvido através de portas

fechadas)

b. Ronco freqüente

c.Pausa respiratória observadas durante o sono

d. Acordar com sensação de falta de ar

e. Despertares freqüentes durante o sono

Categoria 3: sonolência

a. Sonolência freqüente ou fadiga apesar de sono adequado

b. Adormecer facilmente mesmo em ambiente não

estimulante (assistindo TV, lendo, dirigindo carro.

8.4 Anexo4 - Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh

CATEGORIA POSITIVA: SE DUAS OU MAIS RESPOSTAS POSITIVAS

CATEGORIA POSITIVA: SE DUAS OU MAIS RESPOSTAS POSITIVAS

CATEGORIA POSITIVA: SE UMA OU MAIS RESPOSTAS POSITIVAS

ALTO RISCO PARA AOS= 2 OU MAIS CATEGORIAS POSITIVAS

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Anexos79

Nome: ________________________________________________________

Registro: _______ Idade: _______ Data: ___________________

Instruções:

As seguintes perguntas são relativas aos seus hábitos usuais de sono

durante o último mês somente. Suas respostas devem indicar a lembrança

mais exata da maioria dos dias e noites no último mês. Por favor, responda a

todas as perguntas.

1. Durante o último mês, quando você geralmente foi para a

cama à noite?

Hora usual de deitar__________________

2. Durante o último mês, quanto tempo (em minutos) você

geralmente levou para dormir a noite?

Número de minutos __________________

3. Durante o último mês, quando você geralmente levantou de

manhã?

Hora usual de levantar __________________

4. Durante o último mês, quantas horas de sono você teve por

noite? (Este pode ser diferente do número de horas que você ficou na

cama).

Hora de sono por noite __________________

Para cada uma das questões restantes, marque a melhor (uma)

resposta. Por favor, responda a todas as questões.

5. Durante o último mês, com que freqüência você teve

dificuldade de dormir porque você ...

(a) Não conseguiu adormecer em até 30 minutos

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana____

1 ou 2 vezes/semana____

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Anexos80

3 ou mais vezes/ semana____

(b) Acordou no meio da noite ou de manhã cedo

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

(c) Precisou levantar para ir ao banheiro

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/ semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

(d) Não conseguiu respirar confortavelmente

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

(e) Tossiu ou roncou forte

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

(f) Sentiu muito frio

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

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Anexos81

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

(g) Sentiu muito calor

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

(h) Teve sonhos ruins

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

(i) Teve dor

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

(j) Outra(s) razão (ões), por favor descreva

___________________________

________________________________________________________.

Com que freqüência, durante o último mês, você teve dificuldade para

dormir devido a essa razão?

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

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Anexos82

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

6. Durante o último mês, você classificaria a qualidade do seu

sono de uma maneira geral?

Muito Boa ____

Boa ____

Ruim ____

Muito ruim ____

7. Durante o último mês, com que freqüência você tomou

medicamento (prescrito ou por conta própria) para lhe ajudar a dormir?

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

8. No último mês, com que freqüência você teve dificuldade

de ficar acordado enquanto dirigia, comia ou participava de uma

atividade social (festa, reunião de amigos, trabalho, estudo)?

Nenhuma no último mês ____

Menos de 1 vez/semana ____

1 ou 2 vezes/semana ____

3 ou mais vezes/ semana ____

9. Durante o último mês, quão problemático foi para você

manter o entusiasmo (ânimo) para fazer as coisas (suas atividades

habituais)?

Nenhuma dificuldade ____

Um problema muito leve ____

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Anexos83

Um problema razoável ____

Um problema muito grande ____

Como pontuar o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh

Componente 1: Qualidade subjetiva do sono: Examine a questão 6 e atribua à pontuação da seguinte maneira: Resposta Pontuação

Muito Boa 0

Boa 1

Ruim 2

Muito ruim 3

Componente 2: Latência do sono: 1. Examine a questão 2 e atribua à pontuação de a seguinte maneira: Resposta Pontuação

≤ a 15 minutos 0

16 -30 minutos 1

31 -60 minutos 2

> 60 minutos 3

2. Examine a questão 5a e atribua à pontuação da seguinte maneira: Resposta Pontuaç

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Anexos84

ão

Nenhuma vez 0

Menos de 1 vez/semana

1

1 a 2 vezes/semana 2

3 vezes ou mais/semana

3

3. Some a pontuação da questão 2 e 5ª

4. Atribua à pontuação do componente 2 da seguinte maneira: Som

a Pontuaç

ão

0 0

1-2 1

3-4 2

5-6 3

Componente 5: Distúrbios do sono: 1. Examine as questões de 5b a 5j e atribua a pontuação para cada questão da seguinte maneira: Resposta Pontuaç

ão

Nenhuma vez 0

Menos de 1 vez/semana

1

1 a 2 vezes/semana 2

3 vezes ou mais/semana

3

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Anexos85

Componente 6: Uso de medicação para dormir: 1. Examine a questão 7 e atribua a pontuação para cada questão da seguinte

maneira: Resposta Pontuaçã

o

Nenhuma vez 0

Menos de 1 vez/semana

1

1 a 2 vezes/semana 2

3 vezes ou mais/semana

3

Componente 7: Disfunção durante o dia: 1. Examine a questão 8 e atribua a pontuação para cada questão da seguinte

maneira: Resposta Pontuaçã

o

Nenhuma vez 0

Menos de 1 vez/semana

1

1 a 2 vezes/semana 2

3 vezes ou mais/semana

3

2. Examine a questão 9 e atribua a pontuação para cada questão da seguinte

maneira: Resposta Pontuaçã

o

Nenhuma vez 0

Menos de 1 vez/semana

1

1 a 2 vezes/semana 2

3 vezes ou mais/semana

3

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Anexos86

3. Some a pontuação das questões 8 e 9 4. Atribua à pontuação do componente 7 da seguinte maneira: Soma Pontuaçã

o

0 0

1-2 1

3-4 2

5-7 3

Este índice varia de 0 a 21 pontos, sendo escores maiores do que 5 considerado como qualidade de sono ruim.

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Anexos87

8.5 Anexo 5- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSP

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL

1.NOME:.:..............................................................................................................

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ..................................SEXO : .M □ F □ DATANASCIMENTO: ....../....../.... ENDEREÇO.....................................................................................Nº.................. Complemento: ...................... BAIRRO: .......................................... CIDADE...............................CEP...................................................... TELEFONES:DDD(............) .................................../.................... 2.RESPONSÁVEL LEGAL .................................................................................. NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) ......................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M □ F □ DATA NASCIMENTO.: ....../......./...... ENDEREÇO: .............................................................................. Nº ................... Complemento: ............................BAIRRO: .......................... CIDADE: .............. CEP: ................................... TELEFONES: DDD (......)...................../.................. DADOS SOBRE A PESQUISA 1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA : Avaliação das Complicações Pós Operatória de pacientes com Apneia Obstrutiva do Sono submetidos a cirurgias não cardíacas PESQUISADOR : Geraldo Lorenzi Filho/ Aline Maria Heidemann Santos CARGO/FUNÇÃO: Diretor Laboratório do Sono/ Aluna de pós-Graduação INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL CRM Nº 52063/ CREFITO Nº 124795-F UNIDADE DO HCFMUSP: Laboratório do Sono do InCor FMUSP 3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA: RISCO MÍNIMO □ RISCO MÉDIO □ RISCO BAIXO X RISCO MAIOR □ 4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 2 anos (24 meses)

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Anexos88

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSP

1 –O (A) Sr (a) está sendo convidado a participar desse estudo que visa avaliar a qualidade do sono dos pacientes que serão submetidos a cirurgia não cardíaca e se apresentam alguma complicação cardíaca após a cirurgia. 2 – Nada no seu tratamento será modificado. Antes de realizar a cirurgia, se o(a) sr(a) concordar, faremos um exame que através de um aparelho pequeno que se chama Apneia Link Plus que vai monitorar a sua respiração através de uma cânula colocada no seu nariz (parecida com a cânula de inalação de oxigênio nasal), uma cinta instalada na região do seu tórax e no seu abdômen e um oxímetro, que é colocado no seu dedo, que permitirá analisar precisamente se o nível de oxigênio no seu sangue está adequado. Todos estes equipamentos vão nos auxiliar a verificar se o(a) sr(a) tem alguma interrupção de respiração durante o sono. Nós iremos até o leito que o (a) sr(a) estiver internado(a) e iremos instalar os equipamentos e no dia seguinte iremos retirá-lo. Nosso objetivo é avaliar se a má qualidade do sono pode influenciar em alguma complicação no coração depois da cirurgia. Além deste exame, para que possamos analisar todos os dados em conjunto, vamos complementar os dados que foram captados pelo aparelho, medindo seu peso, altura, medida do pescoço e da barriga e também vamos aplicar os seguintes questionários: STOP BANG, Berlin, ASA check-list e Índice de qualidade do sono de Pittsburgh. 3 – Este estudo não interfere sobre o seu tratamento e o único possível desconforto que ele traz é o uso durante uma noite da cânula, do oxímetro de pulso e das cintas(torácicas e abdominais). 4 – Não há benefício direto para o participante pois, somente no final do estudo, quando analisarmos todos os dados coletados, poderemos concluir se existe de fato associação entre a apneia(interrupção de respiração) obstrutiva do sono e a ocorrência de complicações cardiovasculares pós operatórias 7 – Garantia de acesso: em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O principal investigador é o Dr Geraldo Lorenzi Filho e a pesquisadora executante Aline Maria Heidemann Santos, que podem ser encontrados no endereço Laboratório do Sono Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 44 – 7º andar – Cerqueira César – São Paulo – SP CEP: 05403-900 - Telefone(s): 11-26615486. Pesquisadores executantes e email – Laboratório do Sono HCFMUSP: Dr. Geraldo Lorenzi Filho - [email protected] Aline Maria Heidemann Santos - [email protected] Dr. Bruno Caramelli – [email protected] Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Ovídio Pires de Campos, 225 – 5º andar – tel: 2661-6442 ramais 16, 17, 18 – e-mail: [email protected] 8 – É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na Instituição; 09 – Direito de confidencialidade – As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros pacientes, não sendo divulgado a identificação de nenhum paciente; 10 – Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas, quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos pesquisadores;

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Anexos89

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSP

11 – Despesas e compensações: não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. 12 - Compromisso do pesquisador de utilizar os dados e o material coletado somente para esta pesquisa. “Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo” Avaliação das Complicações Pós Operatória de pacientes com Apneia Obstrutiva do Sono submetidos a cirurgias não cardíacas “. Eu discuti com o Dr. Geraldo Lorenzi Filho/ Aline Maria Heidemann Santos sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço. ------------------------------------------------- Assinatura do paciente/representante legal Data / / Nome por extenso: ------------------------------------------------------------------------- Assinatura da testemunha Data / / Nome por extenso: para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de deficiência auditiva ou visual. (Somente para o responsável do projeto) Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo. ------------------------------------------------------------------------- Assinatura do responsável pelo estudo Data / / Nome por extenso

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Referência Bibliográfica

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Referência Bibliográfica 91

9.0 Referências Bibliográficas

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Referência Bibliográfica 93

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Apêndice

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Apêndice 101

10.0 Apêndice

Title: The impact of unrecognized OSA among patient undergoing non cardiac

surgery

Short Title: OSA among patient undergoing non cardiac surgery

Author List: Aline Maria Heidemann, PT1, Danielle Menosi Gualandro MD,

PhD2, Gabriel Assis do Carmo MD, PhD2, Pedro Genta MD, PhD1, Bruno

Caramelli MD, PhD2, Geraldo Lorenzi-Filho MD, PhD1;

1Pulmonary Division, Instituto do Coracao, Hospital das Clinicas HCFMUSP,

Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo,

Brazil, 2Cardiology Division, Instituto do Coracao, Hospital das Clinicas

HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo,

Brazil.

Corresponding author information: Aline Maria Heidemann, Sleep

Laboratory, Heart Institute (InCor), University of São Paulo Medical School,

Avenida Dr Eneas Carvalho de Aguiar, 44, CEP 05403-900 São Paulo, Brazil;

email: [email protected]

Summary conflict of interest statements:

Aline Maria Heidemann: no conflict interest

Danielle Menosi Gualandro: no conflict interest

Gabriel Assis do Carmo: no conflict interest

Pedro Genta: no conflict interest

Bruno Caramelli: no conflict interest

Geraldo Lorenzi-Filho: no conflict interest

Funding information: no apllicable

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Apêndice 102

Abbreviations list

OSA= Obstructive Sleep Apnea

ICU= Intensive Care Unit

AHI= Apnea Hipopnea Index

BMI= Body Mass Index

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Apêndice 103

Abstract

Rationale: The significance of unrecognized obstructive sleep apnea (OSA) in

patients undergoing surgery is uncertain. We sought to evaluate the impact of

OSA in cardiovascular outcomes and hospital length of stay among patients

undergoing non cardiac surgery with medium and high risk for cardiovascular

complications. Methods: We prospectively evaluated patients with medium and

high risk for cardiovascular complications (Lee and Detsky scores) scheduled

for elective non cardiac surgery. All patients underwent type 3 sleep study

before surgery. Troponin T, CK and CKMB was measured 24, 48 and 72 hours

after surgery. The patients were followed for 30 days after surgery and

evaluated for isolated elevated level troponin T, unstable angina myocardial

infarction, arrhythmia, stroke, combined cardiovascular event, need for intensive

care unit (ICU), unplanned ICU transfer, new hospitalization, length of ICU and

hospital stay, reintubation and death. Results: 65 patients (44 men) completed

the study. OSA (AHI≥15) was present in 43% of the population. As compared to

patients with no OSA, patients with OSA had similar age (69±8 vs 64±10 years,

p=0.49), were more obese (BMI: 26.1±5.7 vs 29.7±7.3 Kg/m2, p=0.04), had a

higher proportion of smokers (0 vs 17.8%) and had similar proportion of co-

morbidites. Cardiovascular complications were similar between groups. OSA

was independently associated with prolonged hospital length of stay (≥5 days):

OR 13.8 (2.15-89.0), p=0.006 in multivariate analysis. Conclusion: OSA is

extremely prevalent and is independently associated with prolonged hospital

length of stay among patients undergoing non cardiac surgery with medium and

high risk for cardiovascular complications.

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Apêndice 104

Introduction

OSA is characterized by repetitive episodes upper airway obstruction during

sleep promoting intermittent hypoxia and sleep fragmentation1. OSA is common

in the general population. For instance in one study evaluating adults with age

30 to 70 years, approximately 13% of men and 6% of women had moderate-

severe OSA2. OSA is independently associated with cardiovascular

complications including hypertension, arrhythmias and cardiovascular death.

Several risk factors for OSA, such as increasing age, obesity and co-morbidities

are common in surgical populations and help to explain why unrecognized OSA

is extremely common among patients submitted to surgery3-6. However, the

impact unrecognized OSA in cardiovascular complications in period

postoperative is not well established. There is some evidence that OSA may

also be associated with increased length of stay and increased health care

cost3,7-10. The aim of the present study was to evaluate the impact of OSA on

cardiovascular postoperative complications in patients undergoing non cardiac

surgery with medium and high risk for cardiovascular complications.

Methods

Study Population

We studied patients candidates for elective surgery from the Unity Clinic of

Interdisciplinary Medicine of Heart Institute (InCor), University of São Paulo

Medical School, São Paulo, Brazil. We included patients age over 18 years old,

both genders, those who underwent elective non cardiac surgery and with

medium and high risk for cardiovascular's complications by Lee11and Detsky's12

scores. Patients with atrial fibrillation, aortic failure, urgency and emergency

surgery, had history for cardiovascular events and pulmonary thromboembolism

in preoperative were excluded All patients provided written informed consent,

and the local ethics committee approved the protocol (No175/11).

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Apêndice 105

Preoperative Clinical Evaluation

All patients underwent a detailed history and physical examination, including

Anthropometric measurement (Body Index Mass (BMI), cervical circumference

and waist circumference), demographic (age and gender), clinical diagnostic,

morbidity (hypertension, dyslipidemia, diabetes, heart failure, coronary artery

disease and stroke) and use of medications (statin, Angiotensin Converting

Enzyme Inhibitors (ACEI), beta blocker, acetylsalisylic acid (AAS), diuretic,

coronary vasodilatador and antiarrhythimic) data were collected in

preoperative.

All patients underwent an overnight polygraphy - portable monitor type 3 -

model apneia link plus and brand Resmed before surgery. The staging

respiratory events were donne in accordance with manual AASM1. Hypopnea

was defined reduction airflow≥30% from baseline lasting for ≥10 seconds

associated with a ≥3% oxygen desaturation. Obstructive apnea was defined

reduction airflow ≥90% from baseline lasting for ≥10 seconds, and was further

classified based on the presence or absence of respiratory effort as central,

obstructive, or mixed. The total recording time was used as the denominator to

calculate AHI. OSA was defined by an AIH≥15 events/hour.

Definition of postoperative morbidity

The clinical outcome end point for this study were significance postoperative

myocardial infarction, unstable angina, stroke, arrhythmia, isolated elevated

level troponin T, combined cardiovascular event, need intensive care in post

operative, length of stay and total mortality within 30 days. The data were

obtained from clinical examination, monitoring markers of myocardial necrosis

(Troponin T or creatine Kinase-MB), eletrocardiogram and electronic medical

records. Myocardial Infarction was defined elevated levels of troponin T or

creatine Kinase-MB associated at least one of the criteria: ischemia

symptomatology, change in ECG suggestive of ischemia (change ST segment

or left bundle branch block), appearance Q wave pathological or evidence in

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Apêndice 106

image examination loss of viability myocardial or abnormal segmental

contractibility13. Unstable angina was defined precordial pain in resting minimum

during of 5 minutes and maximum 30 minutes without elevation markers of

myocardial necrosis. Stroke was defined for clinical history confirmed image

exam - computed tomography or magnetic resonance- analyzed and lauded

neurological team medical. Arrhythmia was considered ventricular and

supraventricular arrhythmia and total atrioventricular block. Isolated elevated

level troponin T was defined elevated serum troponin 99th percentile above

without myocardial infarction criteria. Combined event cardiovascular was

defined presence one or more events described above.

Statistical Methods and Analysis

Data were analyzed with SPSS 17.0 (IBM Corporation). After check in normality

test with the Kolmogorov Smirnov and Shapiro Wilk test, the results expressed

as mean ± SD, median (interquartile range), or percentage, when appropriated.

Paired Student t and Mann-Whitney tests were used for independent samples,

and the X2 test was used to compare variables of frequency between patients

with and without OSA. Because of the extreme skewness, the LOS data were

dichotomized using the median as <5 days and ≥5 days. To check whether

OSA is independently associated with lenght of stay, we performed logistic

regression analysis. All variables with p value<0.05 in the univariate analysis

entered in the final model. For all these procedures a significance level of 5%

was adopted.

Results

We prospectively evaluated 139 patients who were candidates for elective

surgery non cardiac and 65 patients were included in study (Figure 1). OSA was

present in 43% of the population. The majority of the patients were gastric

surgery (81.1%). The demographic and clinical characteristics of the population

divided according to the absence or presence of OSA is presented in Table 1.

No differences existed between anesthesia time (356.8±168.1vs 341.0±139.3)

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Apêndice 107

and surgery time (205.0 [205.9-315.3] vs 210 [184.4-271.8]) between patients

no-OSA and OSA. Polygraphy data is presented in Table 2.

In the univariate analyses patients with OSA had a higher hospital length of stay

when compared patients without OSA 8[6-16] vs 5[5-11], but it is not found

statistically difference for cardiac complications or others postoperative

outcomes (Table 3). In the logistic regression hospital length of stay≥5 days

was associated with AHI≥15 events/hour (OR=13.8, p=0.006) and intensive

care length of stay (OR= 2.18, p=0.03) (Table 4).

Discussion

We evaluated the impact of unrecognized OSA in postoperative complications

among patients undergoing non cardiac surgery with medium and high risk for

cardiovascular complications. As expected we found a high frequency of OSA in

this population (43%). We observed no differences in the frequency of

cardiovascular complications among patients without and with OSA. On the

other hand, we observed that patients with OSA had higher probability for

prolonged (≥5 days) hospital length, OR=13.8[2.15-89.0].

The frequency for unrecognized OSA in this study2,14,15 is higher than the

general population and similar to previous studies that evaluated surgical

populations. Using a similar cut-off used in our study (AHI≥15) the frequency of

OSA fluctuates between 25-56%5,6,16,17,18,19. As expected, patients with OSA

were more obese. The overall high frequency of OSA reflects the demographic

characteristics of the population studied.

Previous studies that used the Berlin22 and STOP BANG23 questionnaires as a

proxy for OSA, found increased number of combined event and myocardial

infarction among patients with high risk for OSA. In contrast, we did not find

differences in hospital complications among patients without and with OSA. Our

results are in line with previous studies that confirmed the diagnosis of OSA

using polysomnography3,4,5 or portable monitoring6 and also did not find

differences in post operative cardiovascular complications. We speculate that in

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Apêndice 108

the high risk population the majority of patients are transferred to ICU where

they have intensive monitoring and events (hypoxia) are easily detected and

reverted with simple measure such as oxygen therapy and no invasive

ventilation that minimize negative effects of OSA in the pos operative period.

In this study the patients with OSA had an association with prolonged hospital

length of stay (≥5 days) in multiple regression, OR=13.8 (2.15-89.0). Our results

are in line with Kaw3 et al, that reported an association between OSA and

prolonged hospital length of stay. Other studies that used STOP BANG

questionnaire7 and previous diagnostic for OSA8-10 found association for high

risk OSA and increased length of stay. The association may be attributed to a

higher rate hypoxia associated negative effects of sedative, analgesic, and

anesthesic agents, which worse OSA by decreasing pharyngeal tone, the

arousal responses to hypoxia, hypercarbia and obstruction20,21. This event

increase medical care and delay hospital discharge resulting in higher hospital

costs.

The present research has some strengths and limitations. The strengths include

use of portable monitoring for OSA diagnose and the prospective nature of the

study. The limitations include single center study with small samples of patients.

In this study we did not evaluate the impact sedation, anesthesia and pain

medications on OSA severity and we did not use holter for diagnose

arrhythmias. However, all patients had one electrocardiogram per day up to the

third postoperative day.

In conclusion, OSA is common among patients with medium and high risk for

cardiovascular complication. We did not find increase cardiovascular

complications in patients with OSA compared with patients without OSA in

immediate postoperative. However patients with OSA have longer length of stay

probably and this may have impact on health care cost.

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Acknowledgments:

Author Contributions: G.L-F. and A.M.H. had access to all of the data in the study and the responsibility for the integrity of the data and the accuracy of the data analysis. A.M.H, D.M.G, G.A.C. and contributed substantially to the study design, data collection and the writing of the manuscript. A.M.H, P.G., B.C. and G.L-F contributed substantially to the study design, data analysis and interpretation, and the writing of the manuscript.

Financial/nonfinancial disclosures: The authors have reported to Chest that no potential conflicts of interest exist with any companies/organization whose products or services may be preparation of the manuscript.

Role of Sponsors: The sponsors had no role in the design of the study, the collection and analysis of the data, or the preparation of the manuscript.

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Apêndice 112

Tables

Table 1 - Baseline demographic and clinical characteristics of patients divided

according to the absence or presence of obstructive sleep apnea (OSA)

Variable No OSA

n=37

OSA

n= 28

p

Age, years 69±8 64±10 0.49

BMI, kg/m2 26.1±5.7 29.7±7.3 0.04

Male, % 27 (72.9) 17 (60.7) 0.29

Cervical circumference, cm 36.9±3.0 38.8±3.8 0.03

Abdominal circumference, cm 91.8±13.9 105.7±16.4 0.001

Smoker, n (%) 0 (0.0) 5 (17.8) 0.007

Comorbidity, %

Hypertension 31 (83.7) 24 (85.7) 0.83

Diabetes 19 (51.3) 20 (71.4) 0.10

Hyperlidemia 25 (67.5) 23 (82.1) 0.18

Heart Failure 12 (32.4) 6 (21.4) 0.32

Coronary Artery Disease 24 (64.9) 15 (53.6) 0.35

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Apêndice 113

Stroke 4 (10.8) 2 (7.1) 0.61

Drugs (%)

Statin 21 (56.8) 20 (71.4) 0.22

ACEI 24 (64.9) 15 (53.6) 0.35

Beta blocker 22 (59.5) 16 (57.1) 0.85

Acetylsalisylic acid 25 (67.6) 21 (75.0) 0.51

Diuretic 8 (21.6) 14 (50.0) 0.01

Coronary Vasodilatador 3 (8.1) 9 (32.1) 0.01

Antiarrhythmic 2 (5.4) 1 (3.6) 0.72

Data are presented N (%), mean (DP) and median (interquartile range) when appropriate. BMI (body mass index), ACEI (Angiotensin Converting Enzyme Inhibitors).

Table 2: Polygraphic data in patients with and without OSA

Variable No OSA

n= 37

OSA

n=28

p

Record time, min 514.5 [444.8-582.9] 689 [565.6-701.6] 0.004

AHI, events/hour 9 [7.4-9.8] 23 [22.5-33.8] <0.001

Basal O2 Sat, % 97 [96-97] 95 [93-96] 0.02

Mean O2 Sat, % 94 [93-95] 91 [89-92] <0.001

Minimum O2 Sat, % 83 [79-84] 79 [76-82] 0.20

Time O2 Sat <90%, min 8 [20.6-77.7] 124.0 [138.2-328.9] <0.001

Data are presented as median (interquartile range). AHI: apnea hipopnea index

Table 3: Postoperative complications/outcome among patients with and without OSA

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Apêndice 114

Variable No OSA

n=62

OSA

n=45

p

Cardiovascular event, % 9(24.3) 6(21.4) 0.78

MI, % 1(2.7) 1(3.6) 0.84

Unstable angina, % 1(2.7) 0(0) 0.38

Stroke, % 0(0) 0(0,0)

Arrhythmia, % 1(1.5) 0(0.0) 0.38

Isolated troponin increase, % 6(16.2) 5(17.9) 0.86

Postoperative in ICU 17(45.9) 14(50.0) 0.74

Re-Hospitalization ICU unplanned,% 3(5.0) 4(9.5) 0.19

Length of intensive care stay, days 1[1-3] 1[1-2] 0.58

Length of hospital stay, days 5[5-11] 8[6-16] 0.09

Death, (%) 0(0.0) 0(0.0) Data are presented N (%) and median (interquartile range) when appropriate. MI Myocardial Infarction; ICU= Intesive Care Unit

Table 4: Multivariate Analysis the independent variable associated with prolonged length of stay

Lenght of stay

<5 days

Lenght of stay

≥5 days

OR p

AHI≥15, n(%) 6 (25) 22 (53.7) 13.8(2.15-89.0) 0.006

Smoker, n(%) 4 (16.7) 1 (2.4) 0.06(0.004-1.02) 0.05

Berlim Questionnaire, n(%) 17 (70.8) 16 (39) 4.23(0.90-19.8) 0.06

ICU length of stay, days 0[0-1] 1[1-3] 2.18(1.07-4.46) 0.03

Data are presented N (%) and median (interquartile range) when appropriate. AHI- apnea hipopnea index; ICU- Intensive care unit; LOS- Length of stay

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Apêndice 115

Figure

Figure 1: Patients recruitment flowchart

Total patients screened

n= 140

Poligraphy

n= 104

n=65

Refused n=5

no surgery n=29

techinical problem poligraphy n=10

Refused poligraphy n=31

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Apêndice 116