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ASSÉDIO SEXUALQuando as brincadeiras passam as marcas. Pág. 11

ANTÓNIO CÂMARAEntrevista ao (criativo) presidente da YDreams. Págs. 12 e 13

MÃO MORTA NO PALCOPeça musical no Theatro Circo de Braga. Pág. 15

Directora: Raquel Louçã Silva | Nº 66 | SEMANAL | Segunda, 7 de Maio de 2007 | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt

O verdadeiroTuga do surf mundial

Tiago “Saca” Pires

Charlie.photos.com

Pág. 16

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4[7 de Maio de 2007] “

GERAÇÃO 500 EUROSTinha três trabalhos.

Entrava às 10 da manhãe saía às 10 da noite.Cheia de f ibra, lá iaaguentando 12 horas se-guidas aos saltos de umlado para o outro sendoque, no final do mês, agratificação por tamanhoesforço nunca passavados 850 euros. Licencia-da em inglês, alemão eainda com formação emcastelhano, a minha ami-ga começava o dia na pe-

Voltámos aos “bu-fos”? A proposta de leiantitabaco apresentadana Assembleia da Repú-blica pelo Governo prevêduras coimas para quemnão cumpra o proibicio-nismo instaurado. “Inte-ressante” é o facto de es-timular quem testemunhaa prevaricação a denun-ciar. «Andas a dificultar-me a vida? Espera aí queeu já te digo!»...

le de professora de inglêsnum instituto de renomena praça: trabalhava 7 ho-ras e ganhava pouco maisde 500 euros.

Um ordenado anorécti-co já de si e completa-mente subnutrido, se ti-vermos em conta que sópara as despesas da ca-sa que alugava com outraamiga iam 300 euros. So-lução encontrada: desdo-brar-se.

Assim, depois do institu-

to, deslocava-se a umcentro de explicações pa-ra mais uma hora e meiade trabalho e, finalmente,seguia para um call cen-ter até às 10 da noite.Nestes dois part-timesconseguia, então, arreca-dar cerca de 300 precio-sos euros.

Cansada pelo desgastede muitas horas diárias etriste por, apesar de tudo,se ver obrigada a contartostões, resolveu dizer

basta e mudar de vida. Éque pertencer à geração“recibo verde” ou “500euros”, como queiram, sódá para quem continuana casa dos pais... casocontrário não há maneirade se poder apregoar a al-mejada independência,porque lá cai a mesadi-nha tipo lembrete: «O queera de ti sem nós!» A ami-ga de que falo tem 25anos, mas também podiacontar aqui casos de gen-

te para lá dos 30, forma-da, capaz, e a exercer tra-balhos de grande respon-sabilidade e ia estar arepetir-me.

Num mês, despediu-sedas 12 horas de trabalho,avisou a família e foi ten-tar a sorte para a Alema-nha. Entusiasmou-a o fac-to de poder aperfeiçoar adifícil fonética germânica,assim como a ideia de teruma colega de faculdadea dar lá aulas de portu-

guês. Em Hamburgo hápouco mais de dois me-ses, trabalha 5 horas pordia e ganha cerca de 800euros. Vive com menosaperto, porque só paga200 euros de renda e ascompras de supermerca-do saem-lhe incrivelmentemais baratas. Tem tempode ir para a esplanada àtarde, mas sente-se frus-trada por só ter consegui-do trabalho num café.

Ponto final.

EDITORIALEDITORIAL

CITAÇÃO

FOTODASEMANAIN

OUT

Agualusa premiado.O “nosso” escritor angola-no José Eduardo Agualu-sa foi distinguido, no dia2, com o XII Prémio deFicção Estrangeira pelaNational Gallery de Lon-dres. O Vendedor de Pas-sados foi a obra conside-rada. O prémio épromovido pelo diário TheIndependent, em colabo-ração com o Conselhodas Artes do Reino Unido.

No 1º de Maio deste ano, centenas de jovens portugueses organizaram o seu próprio “MayDay” e desfilaram pelas ruaas da capital expondo as suas angústias laborais. São os mesmos aquem já chamaram “geração rasca” e que alguém depois rebaptizou de “à rasca”. Nem mais! Sedúvidas havia, aí estão os recibos verdes e os quinhentos eurinhos ao fim do mês a comprová-lo.

[ Raquel Louçã Silva ][email protected]

FICHA TÉCNICA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão;Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Raquel Louçã Silva | Redacção: Edgar Amaral, Lina Manso | Colaboradores: Geraldes Lino, Mariana Seruya Cabral, Mónica Moitas (fotografia) | Marketing: Ana Deslandes | Revisão:Piedade Góis | Projecto Gráfico e Paginação: Joana Túlio | Publicidade: Paula Reis | Distribuição: Sofia Costa | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21416 92 27 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: semanal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.

TOMANOTAQUARTA.09. Dia da Europa

TODA A SEMANA. Queima das Fitas atrás de Queima das Fitas [consultar aagenda na secção Bar Aberto]

INDEX

15

14

Não imaginas o que me aconteceu, tu ficaste sem voz e nesse mesmo dia deu-me uma tontura

que tive de ir para o hospitalEusébio, numa conversa com Plácido Domingo

[in Público de 2 de Maio]

Inácio Rosa/ Lusa

CAPA 3

SUMÁRIO 4

P. PALAVRA 6

RADAR 8 & 9

CAMPUS 10

JARDIM DO ÉDEN 11

20 VALORES 12 & 13

BELAS ARTES 14

JUKEBOX 15

LIFESTYLE 16 & 17

SALADA RUSSA 18

5ª DIMENSÃO 19

BAR ABERTO 20

BD 22

SUMÁRIO

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6PODER À PALAVRA Manda bala sobre o que te apetecer... nós publicamos!Envia o teu artigo de opinião até 1000 caracteres, nomáximo, com uma fotografia tipo passe e o nome dafaculdade onde estudas. Ninguém te pode calar! Mandatudo para [email protected]

ATACAOUCONTRA-ATACA

Popular ou Não Popular?...Eis a Questão…

Os anos iniciais de umaluno no ensino superiorsão cruciais, as interac-ções com o próximo navida académica repercu-tem no bom funciona-mento individual. Muitodepende assim a integra-

ção desde as denomina-das “Praxes” aos conví-vios posteriores (jantares,festas universitárias).Posso então assim avaliarque existem várias carac-terísticas para ser popularou não: a instituição, omeio social e o próprioindivíduo. Na procura deuma identificação com oscolegas, alguns alunostendem a satisfazer a suanecessidade primordialprimária, isto é, de tentarimpor a sua própria per-sonalidade e auto-afirma-ção (no caso dos alunospopulares). Por outrolado, também encontra-

mos os denominados alu-nos não populares, quemuitas das vezes passamdespercebidos por todose remetem-se a finalizar ocurso o mais rápido pos-sível. Outros são os quetrabalham e nem têmtempo para poder sociali-zar. Noutros casos encon-tramos alunos que pre-tendem uma certa popu-laridade e não a atingem,o não ser aceite e estima-do pelos colegas origina auma posição de pensa-mento de que a institui-ção, (universidade), nãolhe oferece estímulosnecessários para o seu

desenvolvimento intelec-tual. Esta situação pode,por vezes, conduzir a dis-túrbios emocionais e àrecusa de frequentar ocurso, por outro lado aimpopularidade podetambém levar o aluno abrilhar nas cadeiras deforma a sobressair peran-te os colegas.

A universidade é um ele-mento essencial, social, emque alunos aprendem ainteragir, de modo a esta-belecer relações com o pró-ximo, proporcionando mui-tas vezes a rede principalde grupos de companhei-ros durante a sua vida.

[Michael Reynolds] [email protected]

www.desejodeamar.blogspot.com

ISPA

VOXPOPQuais as tuas expectativas para a Semana

Académica?

[Daniela Silva](aka Calvin)4º ano Jornalismo, Faculdade de Letras – Universidade doPorto

[7 de Maio de 2007]

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«Espero diversão, que os concertos sejam bons e tambémmuita maluqueira à mistura.»

[João Rodrigues](aka Einstein)5º ano Engenharia de Redes e Comunicação, IST – TagusPark

«O que espero da semana académica é trabalho. Sou ca-paz de ir beber um copo mas regra geral só trabalho.»

[Martim Câmara](aka Alberto João Jardim)2º ano Engenharia do Ambiente, FCT–UNL

«Espero que haja muita diversão e bailarico.»

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A Universidade deÉvora (UE) vai or-

ganizar, já no próxi-mo fim-de-semana,pela primeira vez, aExpo Estudante. JoséLuís Ramos, o pró--reitor responsável

pela iniciativa, negaque esteja rela-

cionada com umaquebra acentuada

do número dealunos. Para inver-

ter essa situação, tem de se

actuar «a montante», diz,numa referência àselevadas taxasde abandono einsucesso regis-

tadas no se-cundário.

A Expo Estudante 2007, ater lugar na emblemáticaPraça do Giraldo, vai não sódivulgar os cursos existentesna UE e noutras instituiçõesde ensino superior como, anível de empregabilidade,terá a presença de cincoempresas, «a quem os inte-ressados poderão deixar osseus currículos e propostas»(incluindo a Axa Seguros e aSelect). Além disso, contarátambém com actividadesno campo do desporto, saú-de ou ciência e tecnologia,«representativas do poten-cial e tipo de aprendiza-gens proporcionados aosalunos da UE», explica opró-reitor responsável peloPlano de Promoção da Ofer-ta Educativa do estabeleci-mento neste ano lectivo,em que a exposição se in-sere.

Numerus clausus ajudam UE

Mas será que esta inicia-tiva é um reflexo do decrés-cimo acentuado do númerode estudantes naquela uni-versidade? De acordo comum estudo da Universidadedo Minho, referido na pas-sada semana pelo Jornalde Negócios, se não fos-sem os numerus clausus,as instituições nacionaismais “frágeis”, ou seja, aUE e a Universidade de Lis-boa, perderiam 5 por centode vagas por preencher.Confrontado com o referidotrabalho, José Luís Ramoslembra que «é o Governo enão as instituições» que fi-xam os numerus clausus».Mas confirma que, se elesnão existissem, o Interiorestaria comprometido.«Compreendo que todos

queiram ir para as universi-dades de Lisboa, Porto eMinho... então vamos fe-char esta parte do País e li-mitá-lo à faixa costeira!»,diz.

Há que tentar contrariaressa tendência de êxodo.Assim como o facto de ter-mos «a mais baixa taxa defrequência do ensino supe-rior na Europa». É precisoactuar logo no ensino se-cundário, «onde se perdem100 mil alunos por ano»,avança o pró-reitor. Daí ou-tras iniciativas da UE comoa plataforma de e-learningpara alunos do 12.º ano detodo o País que tenham difi-culdades em preparar-separa os exames de Junho eJulho. «Queremos é que osjovens portugueses se qua-lifiquem», refere José LuísRamos.

8RADAR

[7 de Maio de 2007]

PGR investigaIndependente. AProcuradoria-Geral daRepública (PGR) abriuuma investigação àUniversidadeIndependente. Delembrar que a direcçãocontestou o despachoprovisório deencerramentocompulsivo.

30 bolsas dedoutoramentoPortugal-EUA.A Fundação para aCiência e Tecnologiaabriu um concursopúblico para atribuiçãode 30 bolsas dedoutoramento mistasem Portugal e naUniversidade deCarnegie Mellon (EUA).

Voluntáriospara o MNAAem Lisboa. Umgrupo de jovens doMestrado de RelaçõesInternacionais no ISCTEestá a dirigir umprojecto de anggariaçãode voluntários para assalas do MuseuNacional de Arte Antiga(MNAA).

Workshop sobreSecond Life naUA. A Universidadede Aveiro vai acolher,nos dias 23, 24 e 25de Maio, um workshopsobre Comunicação,Educação e Formaçãono Second Life.

JOB-SHOP naUNL. A Job-Shop –Feira de Emprego,Estágios e Bolsas,começa hoje naFaculdade de Ciência eTecnologia daUniversidade Nova deLisboa (UNL).

BREVES.

[Lina Manso][email protected]

As XX Jornadas deEngenharia Químicado Instituto SuperiorTécnico de Lisboa es-tão prestes a arran-car. Já na quinta-feira,a organização destacao painel dedicado à”Gastronomia Molecular”onde serão confecciona-dos, ao vivo, diversos pratoscom recurso a elementosquímicos. No dia seguinte (11 deMaio), armamento químico/biológico, formas deterrorismo, armas químicas e materiais radioac-tivos são os temas enfatizados. Queres mais por-menores?

Então vai a http:// dequim.ist.utl.pt/jeq2007. O MU apoia esta iniciativa! LM

A Universidade de Aveiro (UA) assinou, na pas-sada semana, um protocolo de cooperação cien-tífica com o Parque Nacional da Gorongosa(Moçambique) – Fundação Carr, que prevê o in-tercâmbio de cientistas e alunos de pós-gradu-ação. Sem precedentes à escala mundial, visa,segundo notícia no site da UA, «o desenvolvimen-to de acções conjuntas de investigação e gestãonas áreas da Biologia, Ecologia e Biodiversidade,nomeadamente no acompanhamento e estudodas reintroduções de populações de grandesmamíferos africanos no Parque Nacional daGorongosa». LM

UA e Parque Nacionalda Gorongosa assinam acordo

YOGA GRATUITO NA ALAMEDAA Associação Lusa do Yoga (ALYO) vai promover, a 12 e a 26 de Maio, entre as 10 eas 12 horas, a iniciativa Yoga e Exames sem Stress. Se estás em Lisboa e querescomeçar bem o fim-de-semana, vai até à Alameda da Universidade de Lisboa(frente à reitoria). Não te esqueças de que o Yoga faz bem à lucidez e aumenta aenergia disponível.

«Perdem-se 100 milalunos no secundário por ano»

Expo Estudante 2007 na Universidade de Évora Jornadas deEngenhariaQuímica no IST

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RADAR

[7 de Maio de 2007]

9«Este projecto foi criado em 1998, na área

de processos limpos e participam ao todo 32países», informa Teresa Mata, responsávelpela Universidade do Porto Inovação (UPIN) epela organização da conferência. «O que sepretende com este evento é criar um fóruminternacional de discussão e debate parapartilha de conhecimentos na área das tec-nologias limpas», continua.

Para hoje, está agendado um simpósio sobo tema “Best Practices for Incorporation andTransfer of Sustainable Technologies in In-dustry” e no dia seguinte serão feitas visitasde estudo às instalações fabris de empresasda região Norte (Amorim & Irmãos, FEPSA –Filtros de Portugal e Grupo Simoldes). Em jei-to de conclusão, Teresa Mata destaca a im-portância «deste evento como uma oportuni-dade única, para investigadores einstituições, no sentido de estabeleceremcontacto directo entre si, aprofundando asrelações científicas».

Os investigadores Pedro Carvalheira e Pedro Gonçalvesdo Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdadede Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra con-ceberam um novo motor (M3165) com um rendimento energético de 40 por cento. Denominada Eco Veículo, aequipa (considerada a melhor da Península Ibérica e umadas melhores a nível mundial) vai ser uma das partici-pantes na European Shell Eco – marathon 2007, a par deoutras 250 equipas de 20 países. É uma competição inter-nacional que se realiza entre os dias 9 e 13 de Maio no cir-cuito de Nogaro, França. EA

Coimbra na EuropeanShell Eco – marathon

Coimbra serviu de palco ao XIV Edição do festival “Cami-nhos do Cinema Português”. A sessão de encerramento foina passada sexta-feira, dia 4, no Teatro Académico de Gil Vi-cente e o MU, que se orgulha de ter apoiado esta iniciativa,mostra aqui alguns dos vencedores: Grande Prémio do Fes-tival – Transe, de Teresa Villaverde| Melhor Longa – Atrásdas Nuvens, de Jorge Queiroga | Melhor Curta – Cânticodas Criaturas, de Miguel Gomes | Melhor Documentário –Logo Existo, de Graça Castanheira.

Rescaldo do “Caminhosdo Cinema Português”

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[Edgar Amaral] [email protected]

Na passada quinta-feira, 3 de Maio, o ministro da Presidência aprovou uma Comis-são Interministerial para as Políticas de Juventude (CIJ) com o objectivo principalde «concertar as diferentes acções do Governo destinadas a esta camada etá-ria». Desta maneira, é assegurada, pela CIJ, a coordenação das diversas medi-das adoptadas pelo Governo.

COMISSÃO PARA A JUVENTUDE

Iniciada ontem, sóhoje é que vaiser aberta ao

público a 10ª Con-ferência Anual In-ternacional “NA-

TO/CCMS PilotStudy on CleanProducts and

Processes”. O even-to prolonga-se até

quarta-feira.

32 países vão estar representados

Conferência Internacional da NATOna Universidade do Porto

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10CAMPUS

[7 de Maio de 2007]

por todo o lado. Talvez tenhasido a música que me levouà rádio e a rádio à vontade deestar do outro lado.

Qual é a tua formação?Relações públicas, na

Fernando Pessoa (Porto).Trabalhava e estudava. Noquarto ano, consegui umestágio aqui em Lisboa, naRádio Comercial.. .e nempensei duas vezes, vim fazero estágio de Verão de trêsmeses e no fim convidaram--me para ficar e eu fiquei.Tanto que nem acabei ocurso, tenho praticamente oúltimo ano todo para fazer.Fiquei a fazer produçãodesde 99 até 2003, alturaem que vim fazer animaçãopara a Cidade.

Se gostavas assim tanto derádio por que é que não fostepara Comunicaçãoo?

No secundário, estavaem economia e depois entreiem marketing, em Santa-rém, mas os meus pais não

me deixaram ir (risos). Entãoresolvi ir para relações públi-cas (RP) para fazer outraspara além da comunicação,e se calhar também porqueconvivi com muita gente quetinha feito o curso e dizia quenão lhes tinha ensinadonada. Agora estou a pensarvoltar para a faculdade, masnem é para comunicaçãonem tão-pouco para acabaro curso de RP. Estou a apen-sar em psicologia.

Porquê?Há pouco tempo, perce-

bi que queria saber mais depsicologia. Acho que tam-bém ajuda para quem fazrádio, quem fala para as pes-soas. Porque, para falar paraas pessoas tens de conhe-cê-las e é aí que a psicologiate ajuda.

Qual é a grande diferençaentre fazer jornalismo e locu-ção?

São duas coisas comple-tamente diferentes. Para já,

quando fazes jornalismoinformas e não podes pôrnada de ti. Enquanto na locu-ção querem saber quem tués, que opinião tens sobre ascoisas para se reveremnaquilo que tu dizes (ou não).Um jornalista tem de estarinformado, tem de ser claronaquilo que diz e, na rádio,tem de ter boa dicção. Umbom locutor tem de ser umapessoa interessante, tem demexer com emoções.

Como é que caraacterizas atua postura em estúdio?

No ar sou muito dispara-tada! Acho que dentro doestúdio fazes um exercício deexorcismo... eu deito cá parafora coisas que normalmen-te não deito. Alguma coisadesce em mim (risos).

És controlada cá fora?Muito controlada e muito

tímida. Enquanto lá dentronão tenho filtro, cá fora àsvezes tenho um filtro exage-rado. Lá dentro estou como

se estivesse entre amigos,tens de te dar a conhecer,não podes entrar no carrodas pessoas assim semmais nem menos. E depoisgosto muito que os meusouvintes me conheçam efalem comigo como se eufosse uma amiga.

Dá-me o exemplo de um diaem que saiias daqui feliz econtente?

Não me lembro de tersaído daqui chateada. Aquilofunciona mesmo como tera-pia. Lembro-me de fasesmenos boas que já passei echegava ali e esquecia... nãofazia sequer esforço ne-nhum, esquecia mesmo.Mesmo quando as coisascorrem menos bem diverti-mo-nos com isso. Ali não hádrama.

Uma boa crítica que te pos-sam fazer?

Gosto muito dos elogiosque sejam feitos por mulhe-res. Porque é muito fácil cati-

var um homem, agora asmulheres não... principal-mente por outra mulher.Quando uma rapariga meescreve a dizer que se revênaquilo que eu disse... gostomuito.

Uma crítica que te chateie?Chateia-me um bocado

quando as pessoas achamque, por estar a brincar comum assunto sério, estou afazê-lo por maldade. Sim, àsvezes é estupidez, mas nãoé maldade.

Conselhos para quem quermesmo isto?

Ir à procura. Acho que hávários caminhos para che-gar lá, mas nenhum deles dánecessariamente um lugargarantido. Basicamente, otruque é não desistirem, por-que vão ouvir imensos“nãos”. Depois é leremmuito em voz alta e seremhonestos: se perceberemque não têm jeito, então aínão insistam.

[Raquel Louçã Silva][email protected]

Quando começaste a traba-lhar na rádio?

Eu sempre quis fazerrádio e comecei a tentarpara aí desde os 15 anos.Consegui entrar na RádioMinuto, em Gaia, com 18.Depois passei por uma datade rádios pequenas até irparar à Rádio Nova, noPorto. E já fiz de... jornalismo,trânsito, produção, e agoraanimação.

Como nasce esse fascínio?Eu era uma ouvinte louca

e frenética... ouvia rádios detodos os formatos e era aocontrário das pessoas quenormalmente vão no carro aouvir música e depois quan-do o locutor começa a falarbaixam o som... eu gostavaera de ouvir as pessoas. Omeu pai sempre trabalhouem editoras de música, por-tanto vivi rodeada de música

Na semana passada, o nosso Campus pintou o retrato da rotina de quem estagia numa rádio.Para não ficarmos a meio caminho desta vez voltámos à Cidade FM para falar com

quem garante já ter percorrido o seu deserto e, finalmente, encontrado o oásis. Chama-seJoana Azevedo e abre a pestana todas as manhãs a quem a ouve. Com muito

sentido de humor e disparate à mistura. Fora do estúdio, é bem mais tímida, podem crer.

Era uma vezo sonho da rádio

DR

Joana Azevedo

“Há pouco tempo percebi que queria saber maisde psicologia. Acho que ajuda quem faz rádio,quem fala para as pessoas.

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No início de 90, um estudo deLígia Amâncio e Maria Luísa Limaintitulado Assédio Sexual noMercado de Trabalho (de que omu não encontrou sucesso-res...), apontava para que 33 porcento das mulheres – entre asmais de mil consultadas –tenham sido vítimas deste crime(como é do senso comum, “elas”são as que mais sofrem este tipode abuso). «Hoje em dia, a pre-cariedade dos vínculos laboraisfaz prever um aumento dessescasos», adianta Maria LuísaLima, docente no Instituto Supe-rior de Ciências do Trabalho e daEmpresa (ISCTE). O que é gravese a este facto for somado o deque é «um crime difícil de provar».Geralmente, adianta a professo-ra, «é a palavra da mulher contraa de quem tem o poder».

Odete Maia, jurista na Comis-são para a Igualdade e para osDireitos das Mulheres (depen-dente da Presidência da Repú-blica), corrobora. O ideal seriaarranjar testemunhas. Mas, comfrequência, também estaspotenciais “ajudas” «tememmanifestar-se, com medo de per-derem o seu posto».

E depois há ainda outro agenteinibidor da apresentação da quei-xa junto da Polícia de SegurançaPública (PSP), Polícia Judiciária(PJ), Guarda Nacional Republica-na (GNR) ou Ministério Público.«Infelizmente, há uma grandefalta de solidariedade entre aspróprias mulheres», explica MariaLuísa Lima. E acrescenta que«aquelas que nunca o sentiramacabam por ter uma atitude cul-pabilizadora das vítimas (poracharem que elas mereceram areferida conduta do agressor)».

Doenças da almaAo persistirem, estas situa-

ções de abuso psicológico – em que a própria vítima não percebese tem responsabilidade no que lhe está a acontecer – podem vira tornar-se piores do que as agressões físicas (apesar de este tipode violência ser muito mais reconhecido como tal). Odete Maia cos-tuma chamar-lhes «doenças da alma» por provocarem «depressõesnervosas, problemas de auto-estima e de amor-próprio».

Então, e no meio académico, entre professores e estudantes?«Como se sabe, também existe», diz Maria Luísa Maia. «E recorda quenos EUA até é mal visto que um docente atenda um aluno, no seugabinete, de porta fechada.» E em Portugal, que sensibilidade háquanto a esta matéria? Que ela saiba, nenhuma. «Então, se só agorao Governo anunciou a criação de um sistema informático que per-mite a toda a rede escolar (professores, alunos e funcionários), teracesso a um formulário electrónico para registo de situações de vio-lência e insegurança...», afirma, referindo-se a uma notícia publica-da no Diário de Notícias.

Reage!Denuncia. Caso sejas

uma das vítimas,não hesites em denun-ciar o caso à PSP, PJ, GNRou Ministério Público.

Tem cuidado. Preparabem o momento de

desmascarar o agressor.

Arranja provas. Pode-rá ser uma mensa-

gem enviada para o teutelemóvel, um e-mail ouum bilhete “sugestivo”.Em caso contrário, pode-rás ter de ir a tribunal.

Arranja uma testemu-nha. Uma testemu-

nha é uma arma podero-sa. Porque não atrair oagressor para uma“armadilha” de formaque alguém o apanheem flagrante?

Não mostres medo.Se o agressor se

aperceber disso, faráainda pior. Enfrenta-o.

Chantagem. Se foresvítima de chanta-

gem, sobretudo no casode ser um(a) chefe que teameace de despedimen-to ou um(a) professor(a)de “chumbo”, tenta gra-var esse momento (nal-guns casos, as grava-ções são aceites em tri-bunal).*

Info

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905

JARDIM DO ÉDEN

[14 de Janeiro de 2007]

«É um crimedifícil deprovar»

Ass

édio

sex

ua

l Levante-se oprimeiro que nun-

ca ouviu oulançou um piropo.Quem nunca foi

despido ou despiualguém com o

olhar. Os problemas

começamquando os

galanteiosacontecem en-

tre chefes efuncionários ou

professores ealunos. Muitas

vezes são omiti-dos, pelo receiodas consequên-

cias.

O estudo Assédio Sexual no Mercado de Trabalho, introduziu o conceito de“assédio” em Portugal (definido como «qualquer comportamento verbal oufísico, de cariz sexual, que não seja desejado pela pessoa a quem é dirigi-do»). Não há ainda legislação específica que o condene, mas já há casosde mulheres indemnizadas por queixas formalizadas (à PSP, GNR ou PJ).

ASSÉDIO É CONCEITO RECENTE 11

**

***

[Lina Manso][email protected]

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1220 VALORES

[7 de Maio de 2007]

É fácil imaginá-lo no lugarde aluno brilhante da tur-ma, aquele que passou afaculdade a ter boas no-tas sem estudar. Verdadeou mentira?

Era um aluno incrivel-mente irregular, talvez opior do liceu a Desenho,péssimo a Francês e odia-va História. Despontei nodoutoramento, nos Esta-dos Unidos, era sempremelhor a fazer trabalhosdivergentes e abertos, co-mo nas teses, aí destaca-va-me claramente. Quan-to às cadeiras normais,achava que eram óleo defígado de bacalhau.

Entre o sonho de ser te-nista e a gestão de umaempresa como aYDreams ainda vai umadistância razoável. Quaisforam os passos decisi-vos para chegar ondecchegou?

É muito mais próximoser tenista e gestor deuma empresa do que serestudante e gestor. No té-nis, temos a pressão deter de ganhar, de saberperder, de gerir o jogo e acarreira. A partir dos 15anos comecei a dedicar--me à séria ao ténis, masesmaguei o osso do pulsoda mão direita e tive deparar de jogar. Durante operíodo em que estudeina Virgínia, EUA, conheciprofessores fantásticosque me fizeram ver que

[Mariana Seruya Cabral][email protected]

Mónica Moitas [fotos]

Como cidadão co-mum, é contra aburocracia. Comohomem, procura

reservar pelomenos 8 horas por

semana para actividades

extraprofissionais. Como

professor universitário, explora o ta-lento criativodos alunos.

Como empresário,concebe o mundofuturo sem ratos e

teclados, ondequalquer superfície

é passível de setornar um ecrã in-

teractivo. António

Câmara é ofundador

da YDreams,empresa

de tecnologiasde ponta, e vencedor do

Prémio Pessoa2006.

«Vamos terinteligência emqualquer objecto»

António Câmara, presidente da YDreams

Fundada em Junho de 2000, a YDreams é uma empresa portuguesa que desenvolve solu-ções tecnológicas. Tecnologia pioneira é a palavra de ordem. Ultrapassou as fronteiras nacio-nais e opera noutros mercados: Holanda, Espanha, Reino Unido, Alemanha, China, Brasil ouEstados Unidos são consumidores fiéis. Em 2005 foi mesmo distinguida como uma das melho-res novas companhias europeias no campo das telecomunicações.

YDREAMS: O QUE É?

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Já o surpreenderam mui-to?

Imenso. Aliás, um dostrabalhos que fiz foi, emvez do exame, dizer aosalunos para prepararemcábulas e classifiquei ascábulas para dar notasaos estudantes. Houveum que me deu uma dis-quete com uma animaçãoe tudo.

Se já vamos na 3ª gera-ção, até onde é que achaque podemos ir com aatecnologia?

Uma vez, estava numaconferência a ouvir umescritor de ficção científi-ca e perguntaram-lhe oque é que ele achava dofuturo. Ele levantou-se,puxou um lenço de panodele e disse: «Este é ocomputador do futuro – omeu lenço.» E, curiosa-mente, eu acredito nisso.Em termos de tecnologia,qualquer superfície podeser um ecrã. Vamos ter in-teligência em qualquerobjecto – papel, plástico,vidro. Queremos abolir os

teclados eos ratos,substituí-lospela compu-tação invisí-vel.

Qual foi oprojecto daY D r e a m scom maissucesso atéà data?

O maispremiado foi

o Vodafone Interactive Cu-be, escolhido pela Busi-ness Week como um dosmais impor tantes de2004.

É inevitável caminharmospara o mundo de realida-de virtual que vemos nosfilmes de ficção científi-ca?

Acho que sim e vai ha-ver pormenores sinistros.Em Lisboa, o número decâmaras na rua é enor-me, basta pensar nas domultibanco, nas do trânsi-to para os radares, das

entradas dos edifícios.Vamos tendo cada vezmais um registo ao se-gundo de tudo o que sepassa. Se pensarmos as-sim, percebemos que ho-je em dia existe imensavigilância sobre as pes-soas. Esse é o lado mau.O lado bom é que não seperde tanto tempo com oatrito e a burocracia.

Como encara a distinçãoque lhe concederam como Prémio Pessoa 2006:uma vitória, um desafioou apeenas ossos do ofí-cio?

É uma honra e um de-safio, porque agora tudoo que faço tem de ser dig-no do Prémio Pessoa.Mas é uma grande res-ponsabilidade e, comotal, a longo prazo, querolevar a YDreams para ascotações da bolsa inter-nacional e ter tempo parapoder escrever um livrosobre esta experiênciafantástica.

1320 VALORES

Qual é o pior dos 7pecados mortais?Matar. Quem é a pessoa quemais gostava de co-nhecer no mundo?Einstein.Se pudesse escolherser o autor de algu-ma invenção científi-ca do futuro, qual se-ria? Energia ilimitada.Hobbies? Ténis.Tiques nervosos? Nãotenho.Palavras da línguaportuguesa que ex-cluiria do dicionário –Burocracia.Um nome de referên-cia em Portugal – omeu avô, António Câ-mara, que era umgrande cientista.Um nome a ostracizardo País – não tenhonenhuns sentimentosespeciais, não pensoem termos negativos.

havia outro mundo, me-nos cinzento e quadradodo que aquele que via emPortugal. Ainda tentei re-gressar ao ténis, masquando voltei já não con-seguia vencer ninguém.

O tempo que ensinou noMassachusetts Instituteof Technology ajudou-o aalargar horizontes?

Ajudou-me a perceberque quem não estimula acriatividade está morto. Efoi preciso sair de Portu-gal para estimular a mi-nha.

Commo é gerir o papel depai, professor universitá-rio e empresário num só?

É muito difícil. Os pri-meiros 5 anos daYDreams foram duríssi-mos. Mas também me ha-bituei a ser metódico, aarranjar tempo. Não te-nho vida social, mas ain-da jogo ténis!

É um utilizador acérrimoode telemóveis, computa-dores e outras tecnolo-gias que tais?

Sou muito mais decomputadores do que detelemóveis, desde sem-pre.

Como é que os portugue-ses reageem a este boomde inteligência artificial?

As estatísticas mos-tram que 60% reagemmuito bem. Depois há osoutros 40% que nem se-quer sabem usar o com-putador. Em geral, e fa-lando do mundouniversitário em particu-lar, há uma enorme ape-tência para a tecnologia.Temos das maiores mé-dias de telemóveis porpessoa, embora a minhateoria seja que os portu-gueses pura e simples-mente adoram falar unscom os outros.

Para lá da dimensão ma-terial e tecnológica, nãoacha que o seu trabalhotem muito de sociológico?

Sim, qualquer empre-sa tem de perceber isso.

Nós lidamos com diferen-tes classes sociais em to-do o mundo e Portugal éum laboratório fantástico,porque é quase como umvalor médio do que sepassa à volta do mundo.Estamos simultaneamen-te no século XXI, a par daelite que existe em qual-quer parte do mundo, edepois temos uma cama-da de população que ain-da está no século XIX.

Considera-se um em-preendedor?

Sim. Um empreende-dor é alguém que arrisca,e eu adoro arriscar. Fuipara os EUA com 220 dó-lares por mês para estu-dar, o que era muito abai-xo do nível de pobreza.Arrisquei sempre e falheimuitas vezes.

É arriscado sê-lo em Por-tugal?

É um enorme risco estress. Só para dar umaideia, nos primeiros 48meses da empresa tive-mos alturas em que che-gávamos aodia 20 semdinheiro pa-ra pagar a28. Mas orisco existeem todo omundo – sehá um mer-cado, hácompetiçãoe existe sem-pre o riscode perder.Há uma ten-tação para cometer errosfatais: achar que um pro-duto vai ser um sucesso,investir desmedidamentesem resultados. Há gos-tos tecnológicos diferen-tes e as modas mudam.

Fundou a firma iiLabs –Labboratório de Ideias.Qual é o truque mágicopara criar boas ideias?

Temos o reservatório afuncionar a nível mundial,com ideias revolucioná-rias para produtos futurosque ainda não foram lan-çados. As ideias estão ali

à espera de serem pesca-das, consoante o merca-do. O truque é haver umamassa crítica de pessoascriativas, que têm de serconstantemente estimula-das.

Quem são os autores dosprodutos da YDreams?

Muitas das ideias par-tem de investigação. Astecnologias convertem-seem produtos, em sessõesde brainstorm onde sejuntam não só os criado-res da tecnologia, mastambém vendedores, pes-

soal de marketing, desig-ners, autores de conteú-dos. Um produto tem to-das essas camadas, atecnologia, às tantas, aca-ba por ser o menos rele-vante.

Vê nos seus alunos po-tenciais Ydreamers?

Claro. Nós temos umcódigo de valores e umdeles é a surpresa. Pensoque ainda hoje há umproblema enorme no estí-mulo da criatividade noensino em Portugal, é de-sastroso.

[7 de Maio de 2007]

[Perguntasíntimas]-

Quem não estimula a criatividade está morto.

E foi preciso sair de Portugalpara estimular a minha.“Quem não estimula

a criatividade está morto. E foi preciso sair de Portugal

para estimular a minha.

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14BELAS ARTES

[7 de Maio de 2007]

Entre 11 e 27 de Maio,19 peças de teatro – três si-te specific, 16 no Teatro daPolitécnica – seguidas detertúlias, trazem o que demelhor se faz a nível do tea-tro académico nacional. Es-te ano, o grupo CUSC, daUniversidade de Santiagode Compostela, e o CAES,da Universidade Paris X,são os convidados interna-cionais.

Um dos objectivos paraas próximas edições seriaque esses grupos estrangei-ros(que permitem fazercomparações com o que sefaz cá dentro), «tambémfossem avaliados pelo júri»,adianta Álvaro Áspera, dadirecção, referindo-se aosprémios FATAL (patrocínio

Dança.Pedro e Inês. (de Olga Roriz e CNB). Teatro Camões. [Lisboa, de 11 a 13 de Maio]

Tritone. (pela Companhia Real Pelágio). Centro deArtes Performativas do Algarve. [Faro, 15 de Maio]

Teatro.Cara de Fogo. (de Marius von Mayenburg).Museu do Carro Eléctrico. [Porto, até 18 de Maio]

O Saque. (de Joe Orton). CCB. [Lisboa; 18, 19 e21 de Maio]

Para-me de Repente. (pela Companhia deTeatro de Braga). Theatro Circo de Braga. [15 a 17de Maio]

Ciclos e Festivais.VII Imaginarius. (Festival Internacional deTeatro de Rua de Santa Maria da Feira). Santa Mariada Feira. [17 a 19 de Maio]

OSSOS INTACTOS. Acom-panham a série televisivaBones?Em casoafirmativo,sabemquem é adescon-certanteTempe-rance Brennan. Apersonagem criada porKathy Reichs vai agora terde resolver uma série dehomicídios, no Estado daCarolina do Norte (EUA),em que até o xerife dalocalidade é um presumí-vel culpado. Um caso liga-do a antigas lendas locaisque porá em causa a lógi-ca racionalista da investi-gadora.

[Ficha]Autora: Kathy Reichs; Editora:Texto Editora;Preço: 20 euros

DANÇAR PELA VIDA.Organizado pelo LionsClube de Faro, este espec-táculo de beneficência es-tá a cargo da Companhiade Dança do Algarve. A exibição vai incluir dançaclássica, contemporânea esapateado, enquanto os lu-cros do evento reverterãopara a associação Apatris21 (inclusão na sociedadede crianças com síndromede Down); e vários progra-mas de apoio a defi-cientes. Contribuis?

[Ficha]Sala: Teatro das Figuras(Faro); Dia: 11 de MMaio; Hora: 21h30; Entrada: 10 euros.

FATAL começa já na sexta-feira, dia 11

O melhor do teatroacadémico em Lisboa

da REN), e FATAL – Cidadede Lisboa (patrocínio daautarquia), atribuídos nafesta de encerramento, adecorrer no Santiago Alqui-mista, a 1 de Junho.

Contudo, frisa, nuncadão «um passo maior doque a perna». Ou seja, ape-sar de a direcção – sob aresponsabilidade da reito-ria da Universidade de Lis-boa – considerar que «oprojecto tem aumentadode ano para ano», as inova-ções introduzidas são gra-duais. Símbolo disso é umadas duas instalações urba-nas do festival, localizadana fachada da Aula Magna:de nome Zigurate, repre-senta «uma escada para océu» (a ideia da subida,

sem precipitações ou me-galomanias).

Entretanto, as activida-des paralelas vão ser mui-tas. Desde uma exposiçãode fotografia alusiva às edi-ções anteriores do FATAL,até um workshop que per-mitirá «reflectir sobre o cor-po e a representação», dizÁlvaro Áspera. De referirainda que entre Junho eDezembro, as peças pre-miadas vão andar em di-gressão pelo País: o TeatroNacional Dona Maria II,Teatro Nacional D. João,Teatro Municipal de Alma-da, Teatro Municipal deBraga ou o Auditório Muni-cipal de Vila Nova de FozCôa são alguns dos palcosconfirmados.

Livro Estreias Cinemas

Dança

A crítica da BBC descreveu-o comoum filme «profundamentecomovente». Tudo começa a partirde um trágico acidente de viaçãoem que Alex, o condutor, sobrevive,enquanto a jovem Vivienne, aquem decidira dar boleia, temmorte instantânea. Mesmo sem

conhecer a rapariga, vai comunicar a notícia à mãe, quedescobre ser autista. À medida que o funeral seaproxima, o passado de Alex vai também subir àsuperfície.

[Ficha] Realização: Marc Evans; Actores: Alan Rickman,Sigourney Weaver, Carrie-Anne Moss

Bolo de Neve.

Em 2054, a cidade de Paris estáseparada do resto do mundo, pormotivos de segurança. Além disso,todos os movimentos sãocontrolados e registados (notamoslogo aqui algumas semelhançascom o livro 1984, de GeorgeOrwell). A acção deste filme de

animação baseia-se no rapto de uma jovem cientista ena missão de um polícia, incumbido de a procurar. Umatarefa que vai ser penosa.

[Ficha] Realização: Christian Volckman; Vozes(animação, ficção científica): Daniel Craig, CatherineMcCormack, Romola Garai, Jonathan Pryce, Ian Holm

Renascimento.

Agenda Espectáculos.

Com uma itinerânciamais ambiciosa, umaexposição de fo-tografia em setebares do BairroAlto ou um work-shop de Jean Paul

Bucchieri, o 8º Fes-tival Anual de

Teatro Académi-co de Lisboa (FA-TAL) continua, deva-

garinho e a passocerto, a impor-se naagenda cultural por-

tuguesa.

[Lina Manso][email protected]

[Escândalo, Prémio FA-TAL 2006]: Sofia Quintas

PA

SSA

TEM

PO O que queres mais?

Nem sabemos por onde começar! Temos 15 convites duplos para a antestreia de “Bolo deNeve”, no iníciio da próxima semana, numa sala Lusomundo da capital; cinco bilhetesduplos para uma das peças exibiddas no FATAL, também em Lisboa; e, last but not least,os já habituais dois exemplares de um livro. JJá sabes, tudo em www.mundouniversitario.pt.

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15JUKEBOX

[14 de Janeiro de 2007]

Como surgiu a ideia depegar no livro Os Cantosdo Maldoror, consideradoa obra-prima de IsidoreDuccasse?

É um livro que estánas nossas preferências,é um livro de cabeceira. Ehá muito tempo que oMiguel Pedro (baterista)dizia que devíamos pegarnele e fazer um espec-táculo. Foi uma ideia aque sempre me opusporque achava o livro de-masiado complexo – é umcor te radical com atradição literária (feita nofinal do século XIX).

Que espectáculo é este?Há uma abordagem

multidisciplinar em que,ao colocar a música e o

texto em palco cria-se umespectáculo. Recorre-se àcenografia (normalmenteassociada ao teatro), àencenação e a outra lin-guagem que é o vídeo.

A peça também contacom outros intervenientes(ver caixa). Eles já tinhamcolaborado anteriormentecom a banda?

O Manuel Antunes énosso técnico de luz des-de há muitos anos, oNuno Tudela t rabalhaconnosco desde 1993 eé o responsável dosvideoclips. Depois há trêspessoas que são novi-dade: o António Durães,que se ocupa da ence-nação e que, aliás, já ti-nha t ido uma par t ic i -

pação esporádica novideoclip Sangue no As-falto; o Pedro Tudela, quese ocupa da cenografia ea Cláudia Ribeiro, que seocupa dos figurinos. Épor gostarmos do traba-lho deles que os convidá-mos para darem o seucontributo para o espec-táculo.

De que reacção estão àespera?

Isso é uma incógnitacompleta, mas o que écerto é que há toda umavisão diferente, mesmodaqueles espectáculosneste campo onde osMão Morta já se aventu-raram, nomeadamente oMuller no Hotel Hessisch-er Hof.

INTERVENIENTESTexto original: IsidoreDucasse dito Conde deLautréamont;Selecção, versão portuguesae adaptação:: Adolfo LuxúriaCanibal;Música: Miguel Pedro, VascoVaz, António Rafael e MãoMorta;Encenação: Anttónio Durães;Cenografia: Pedro Tudela;Figurinos: Cláudia Ribeiro;Vídeo: Nuno Tudela;Desenho de luuz: Manuel An-tunes;Interpretação: Mão Morta(Adolfo Luxúria Canibal – vozMiguel Pedro – electrónica ebateria / António Rafael –teclados e xilofone / Sapo –guitarra / Vasco Vaz – guitar-ra e xillofone / Joana Longo-bardi – baixo e contrabaixo);Produção: Theatro Circo eIMETUA – Cooperativa Cuul-turalMais datas agendadas: 19de Maio no Centro de Artes eEspectáculos de Portalegre.

Depois de Muller noHotel Hessischer Hof,

os Mão Morta

voltam às peçasmusicais ence-nadas. Em Mal-doror, a banda

bracarense encontra

uma complexi-dade bem maiorque os textos deHeiner Muller. Es-

tivemos à conversa

com o vocalista Adol-

fo Luxúria Canibal.

[Edgar Amaral] [email protected]

PUB

Segunda-feira, 7 de MaioXutos & Pontapés +Linda Martini +Estudantina.Queimódromo [Coimbra]

Sexta-feira, 11 de MaioMore Than AThousand + OneHundred Steps + HillsHave Eyes. Os Unidos[Leiria]

LançamentoCD

Após sete anos de ausên-cia, os Trabalhadores doComércio voltam com umdisco duplo: Iblussom (te-mas originais) e Compila-tóriu (temas da década de80, onde se inclui o clás-sico Chamem a Pulíssia).O tema que dá título aoálbum conta com a parti-cipação de Rui Veloso (umexcelente tema, por sinal)e ainda teve a colabora-ção de muitos outros ar-tistas como Berg e New-max dos Expensive Soul.

AgendaConcertos

Iblussom[Trabalhadores do Comércio]Mão Morta

«Maldoror»: de volta ao teatro

A partir de Os Cantos deMaldoror, a obra-primaliterária que IsidoreDucasse, sob o pseudó-nimo de Conde de Lau-tréamont, os Mão Mortaestruturaram um espec-táculo singular. O palcoé caracterizado comosendo um quarto debrinquedos, o espaçoonde a criança brinca,cria e encarna persona-gens, ssempre acompa-nhada por algumasimagens privilegiadasque o livro contém. Oespectáculo é constituí-do por um conjunto dequadros/excertos, quese sucedem como can-ções encadeadas umasnas outras, rrecorrendoà manipulação de vídeoe à representação.

De quese trata?

“A mítica sala de espectáculos de Braga, Theatro Circo, sofreu obras deremodelação nos últimos anos. Em 1994, o recinto ficou semidestruído depoisde um concerto dos Mão Morta. E agora, vai conseguir sobreviver a mais umespectáculo? «A sala está completamente diferente e tenho a certeza de que éa melhor sala do País em termos acústicos e de conforto», adianta AdolfoLuxúria Canibal.

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Vem das ondas da Ericeira,tem 27 anos e é a prova de queo investimento feito um dia maistarde é sempre recompensado. Acorrer o circuito de qualificação –World Qualifying Series (WQS)que dá acesso ao World Cham-pionship Tout (WCT) e onde estãoos 44 melhores do mundo –,desde 2000, é o único represen-tante luso e este ano começoude maneira nunca vista: está em1º lugar no ranking WQS.

Será que é este o seu ano naentrada para a elite do surf mun-dial? «Espero que sim. Pelo me-nos começou bem, foi algo quenão tinha acontecido antes, masainda há o ano inteiro pela fren-te, neste momento ainda é muitocedo para falar em certezas» afir-ma Tiago Pires. Muitos outrossurfistas nacionais houve quetentaram uma carreira no WQS,sempre precocemente interrom-pida por motivos de ordem mo-netária.

«Life is pain and manis unhappy»

A citação é de Dostoyevski eaplica-se bem à carreira do sur-fista. É que durante todos estes

anos foi o estigma de tentar, ten-tar e perder acompanhou-o sem-pre. Foram diversos factores queo impediram de alcançar o WCT:

«Houve uns anos que, por azar,tive algumas lesões na parte fi-nal do ano precisamente quandoestava mais forte. Em 2002, ra-chei o cóccix a surfar, antesmesmo da recta final, e depoisnos outros anos foi devido a mui-to nervosismo. É sempre muitodifícil chegar à parte final doano, com campeonatos no Ha-vai, com todos os tops mundiais,onde os campeões do mundo(Kelly Slater, Andy Irons) estãopresentes... estamos mais ner-vosos.»

Em todos estes anos de Tour, osurfista português já granjeousimpatia e respeito pelos quatrocantos do mundo, sendo mesmoo atleta que mais apoio recebe(via internet) na altura dos cam-peonatos. Muitos são os portu-gueses que o acompanham enão deixam de mandar mensa-gens de apoio e incentivo «e écom grande gosto que agradeçoa toda a gente por este apoio,que é muito sentido lá fora». Ogrande objectivo, esse, continuaa ser o mesmo: «Quero ser cam-peão do mundo!» Mesmo não osendo, já marcou de forma inde-lével o surf português.

16LIFESTYLE

[7 de Maio de 2007]

SURFISTA DE PRIMEIRA: PALMARÉSAté hoje, os melhores resultados mais extraordinários do nosso megacampeãosão os seguintes: vice-campeão mundial júnior por duas vezes; campeão dasduas últimas etapas do Buondi Billabong Pro na Ericeira; campeão do WQS 5estrelas no Japão 2002; 2.º lugar em Sunset Beach 2000; Cavaliers France 2004e Margaret River Australia 2007.

Os portugueses

(e latinos na genera-

lidade) são pessoas

mais imediatistas e

interessados em

gratificação instan-

tânea. Querem

resultados imediatos e não

a médio ou longoprazo. Só que

há excepções quefogem a esteestereótipo,

e uma delas é

o surfista Tiago

“Saca” Pires.

Tiago Piresem plena competição

[Edgar Amaral][email protected]

«Quero sercampeão do mundo!»

BINome: Tiago Pires, akaSacaIdade: 27Patrocínios: Billabong,VZ, Kustom, Nixon, TMN,Redbull, Pukas e EriceiraSurf ShopIdade de começo:11 anosManobra preferida:tubo e carveOnda preferida: CaveMelhor viagem: Men-tawais 2002 com os amigosSom: The Temple, Out-kast, House musicOutros interesses:Ténis, estar com a família Comida preferida:Italiana e mariscoMelhor amigo:para surfar AmílcarLourenço Melhor filme de surf: Litmus

João Valente é um profundo conhe-cedor do surf português (e mundialtambém) e é obvio que acompanhaa carreira de Tiago Pires desde o seuinício. Talento e determinação sãoduas características que acha que odiferenciam dos restantes portugue-ses e justifica-se: «Não vamos entrarnaquele discurso politicamente cor-recto de que todos são capazes.Não, nem todos são capazes, eletem um talento acimma da média (anível nacional) e determinação por-que ele nunca se viu muito comoparte da cena em qque estava inseri-do.»Após uma fase desconcertada dasua carreira (por uma série de cir-cunstânciaas de vida), o director daSurfPortugal é da opinião de queTiago «recuperou uma alegria imen-sa de competir, de fazer surf...».Parte do sucesso está na pessoaque gere a sua carreira, de seunome Zéé Seabra. «É o principal acon-selhador dele. Ninguém como o Zépercebe de surf como ele em Portu-gaal. O modo de analisar o surfista,tirar o Raio X, ninguém tem esseolhar tão incisivo, e essa visão foiposta ao serviço do Tiago», explica. Orecurso a um psicólogo também otem ajudado a ter um início de anofulgurante, dando aquele cliquenecessário a um atleta de alta com-petição, sujeito a um desgaste psico-lógico enorme. Mas uma coisa JoãoValente garante: «Sempre acrediteique ele alcançaasse o topo do WQSdesde que o vi a ter o resultado emSunset (2.º lugar). Percebi que está-vamos peerante um caso especial.»

João Valente,director da revistaSurfPortugal

Charlie.photos.com

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Este evento vem na con-tinuidade do realizado em2006 (Pulse SummerFeast) e, segundo o organi-zador, Telmo Daniel «basi-camente, no ano passadorealizou-se com o apoio damarca Pulse e este anodecidimos fazê-lo com umformato diferente».

Pois bem, este novo for-mato conta com váriasparcerias universitárias etambém com alguns nú-cleos de bodyboard e vo-leibol. A ideia é de certamaneira «fomentar mais odesporto entre os universi-tários e utilizar a praia pa-ra criar eventos que pos-sam estar ligados com odesporto e faculdades»,acrescenta o organizador.Ao fim e ao cabo, é criarum ambiente descontraídoe de convívio entre os uni-versitários, ajudando tam-bém a aliviar a cabeça an-tes dos exames.

À tarde na praia A festa começa pelo

meeting de bodyboard,onde vai haver espaçopara experimentar (e ele-ger) as manobras maisradicais, com recurso auma moto de água (Tow--Out, uma nova vertentedesta modalidade). Aten-ção, muita atenção, por-que os vencedores vãoser premiados com fins--de-semana na costaalentejana.

Depois a adrenalina con-tinua com o torneio debeach volei (as inscriçõessão baratinhas... 3 eurosapenas!), aulas de capoei-ra e meeting de kitesurf.Também vai estar garanti-da a presença de dois gi-násios (aulas de fitness)assim como da Herbal Li-fe.

E, com tanta actividade,algumas barrigas vão co-meçar a dar horas, por is-

so, o melhor mesmo é tra-tares da reserva para ojantar (e posterior festa)nas associações de estu-dantes envolvidas: Facul-dade de Ciências e Tecno-logia da UniversidadeNova Lisboa; UniversidadeLusófona; Instituto Supe-rior Técnico; Escola Supe-rior de Saúde Egas Monize erasmuslisboa.com.

E à noiteA animação no areal vai

estar a cargo do DJ John-ny, DJ Daddy, Deep’nRacx, e também da actua-ção do colectivo de reg-gae Concrete JungleSoundsystem. A housemusic/ hip-hop e electrobeats vão estar ao mais al-to nível pela noite dentro.Do que é que estás à espe-ra? Reserva já o teu bilhetee não percas esta festaque, naturalmente, contacom o apoio do MU!

17LIFESTYLE

[7 de Maio de 2007]

YOGA NO JÚNIOR SURFING CHAMPIONSHIPSDepois do sucesso que foi durante o Eurosurf 2005, o Centro de Yoga da Costa deCaparica vai estar novamente na praia da Mata, Costa de Caparica, durante o QuiksilverISA World Junior Surfing Championships. O Yoga é um dos melhores complementos do surfe vai haver uma demonstração não só a surfistas mas também a todos os que queiramentrar em contacto com esta extraordinária filosofia.

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Resultante da parceria entre

diversas faculdades, o Aloha Summer

Feast é um eventoque se vai realizar

no próximosábado, dia 12,

na praia do Rei, Costa de Caparica.

Começa ao meio-diae actividades não vão

faltar durante atarde nem animação

pela noite dentro.

Aloha Summer Feast

A praia já chama

[Edgar Amaral][email protected]

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18SALADA RUSSA

[7 de Maio de 2007]

Sudo

ku

HORIZONTAIS:1 - Grato. Pelam. 2 - Autora. Mela.3 - Imo. Ala. Ror. 4 - To. Trava. Ui. 5 - Sá. Remara. 6- Colo. Seta. 7 - Calava. Aa. 8 - Ol. Ralar. Se. 9 - Lar.Sim. Par. 10 - Adia. Aurora. 11 - Ralos. Auras.

VERTICAIS:1 - Gaita. Colar. 2 - Rumo. Calada. 3 -Ato. Sol. Ril. 4 - To. Talar. Ao. 5 - Orar. Ovas. 6 - Alar.Alia. 7 - Aves. Amua. 8 - Em. Amear. Ru. 9 - Ler. Ata.Por. 10 - Aloura. Sara. 11 - Maria. Meras.

Pa

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PASSATEMPOS.SUDOKU

SOLUÇÕES

PALAVRAS CRUZADAS

HORIZONTAIS: 1 - Agradecido. Descascam. 2- Aquela a quem se deve uma obra literária,científica ou artística. Doença dos vegetais, quelhes impede a medrança e torna pecos os fru-tos. 3 - Que está no lugar mais fundo. Fileira.Grande quantidade. 4 - Contr. do pron. pess. tecom o pron. pess. o. Faz parar com travão.Designa dor, admiração, repugnância (interj.).5 – Apelido. Manobrara os remos para impelira embarcação. 6 - Pescoço. Flecha. 7 - Silencia-va. Palavra havaiana que designa lavas áspe-ras e escoriáceas. 8 – Suf. nom., que exprime aideia de semelhança ou origem. Triturar. A simesmo. 9 – Face inferior do pão. Exprime afir-mação. Diz-se do número inteiro que é divisívelpor dois. 10 – Protela. Madrugada. 11 - Nomevulgar de um insecto ortóptero, semelhante aogrilo (pl.). Vento brando e aprazível (pl.).

VERTICAIS: 1 - Instrumento de sopro que é, nasua forma mais simples um canudo com bura-cos. Grudar. 2 - Destino. Silenciosa. 3 - Amarro.Estrela que é o centro do nosso sistema plane-tário. O m. q. rim. 4 - Contr. do pron. pess. tecom o pron. pess. o. Abrir sulcos em. Contr. daprep. a com o art. def. o. 5 - Rezar. Ovário dospeixes (pl.). 6 - Fazer subir. Junta. 7 - Animalvertebrado, pulmonado, de sangue quente,com o corpo revestido de penas (pl.). Dá-se porofendida, escandalizada. 8 - Prep. indicativa devárias relações, como lugar, etc. Guarnecer deameias. Ruténio (s. q.). 9 - Interpretar por meiode leitura. Género de formigas a que pertencea saúva. Prep. designativa da relação de meio,qualidade, modo, forma, lugar, causa, duraçãode tempo, continuação, substituição, etc. 10 -Torna louro. Cura. 11 - Variedade de pêra. Lí-quido medicamentoso proveniente da destila-ção do zimbro (pl.).

PARA REFLECTIR

“A renúncia é a libertação. Não querer é poder.[Fernando Pessoa / Livro do Desassossego in ciotador.pt]

BBW. Três letrinhas que formam uma verdadeira sigla mágica para muito homem.Big Beautiful Women.

Não estamos a falar de mulheres gordas. Estamos a falarde mulheres de uma vastidão tremenda, imensa, avas-saladora, que o meu bom amigo Ricardo Araújo Pereiradefiniria como sendo dotadas de “lençóis de chicha”. Háum sem-fim de sites dedicados a essas divas de cente-nas e centenas de quilos e infinnitas possibilidadesfetichísticas – nomeadamente o risco de um amante

mais frágil poder desaparecer entre um refego e outro, para seu grande deleite. Etalvez alguma apneia. (...)Nuno Markl, terça-feeira, 1 de Maio de 2007.

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Não lhes faz lembrar um dos “Gato Fe-

dorento” a passar frente aos meninos

do Partido Nacional Renovvador?!

� A cara de José Sócrates quando viu o escânda-

lo sobre a licenciatura na Universidade Inde-

pendentee a escapar à sua “central de informação”.

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UM ESTUDO SOBRE BBW.

INSÓLITOQuem não se recorda de Myke Tyson, ex-campeão mundial de boxe, aarrancar parte de uma orelha a um dos adversários? Segundo o PortugalDiário, o nosso protagonista, agora retirado do ringue, encontrou novacarreira, pasmem-se, no cinema indiano. Os primeiros passos (de dança),vão ser dados num musical de Bollywood. Verdadeiramente assustador...

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Hoje falamos de um dosjogos mais aterrorizantesdeste ano, Clive Barker’s Je-richo, um jogo a ser distri-buído pela Codemasters,para PC, Xbox 360 e PS3.No jogo vamos integrar umaequipa especial de 7 ele-mentos, chamada JerichoTeam, na qual cada ele-mento tem formação militarmas também em “ciências”paranormais, como a alqui-mia, exorcismo, magia ne-gra, etc. Só desta forma sepoderá combater as forçasdo mal que aproveitaramuma falha temporal e vie-ram parar à terra, consu-mindo todos os habitantesda cidade Al-Khali.

Será nesta cidade que sevai desenrolar a acção emvários pontos-chave quenos permitam ir avançandopara o núcleo do mal. Nes-ta caminhada vamos en-contrar todas as criaturasque saíram da imaginaçãode Clive Barker’s. E se, por

um lado, no princípio va-mos usar as armas conven-cionais, mais para o fim va-mos precisar de usar asnossas capacidades psíqui-cas/paranormais conjuga-das com os nossos colegasde equipa, se realmentequeremos vencer. Podemcontar com um sistema deI.A (inteligência artificial)apurado que nos permitirácontrolar a nossa equipa ou

deixar aos elementos quetomem uma acção de acor-do com o ambiente ondeestão.

Estes poderes que cadaunidade vai ter, vão ser ex-perimentados por nós, jáque vamos poder trocar depersonagem e usar qual-quer um dos elementos naequipa. Bem como usá-lospara curar quem tenha fica-do para trás.

195.ª DIMENSÃO

[7 de Maio de 2007]

Se és daquelas pessoas que andam sempre namoda mas que quando vê os preços de um artigosuper “cool” até te vêm as lágrimas aos olhos,esquece isso porque já arranjámos a soluçãopara te enxugar as lágrimas. O ClubeFashion.comé o primeiro site online onde os produtos dasgrandes marcas são apresentados a preços desaldo (-30% a -70% do que nas lojas conven-

cionais). Com acesso exclusivo a membros regis-tados, os preços praticados são resultantes denegociações directas de campanhas com os seusparceiros e fornecedores. Todos os artigos sãooriginais e genuínos e devidamente autorizados.O pagamento só pode ser feito através de cartãode crédito (Visa, Mastercard), transferênciabancária, Paypal serviço MBNet da Unicre. Umpormenor muito importante é o facto de o clubefazer campanhas promocionais num período limi-tado de tempo (4-6 dias) no qual as peças emstock limitado poderão ser adquiridas a preçoreduzido. Quem adere a esta moda convém ir re-gularmente consultar o e-mail onde recebe indi-cações das ditas campanhas. Aqui é precisoestar em cima do acontecimento porque nãoraras vezes os produtos esgotam. Para teres umaideia, ao longo do ano são apresentadas cerca de100 marcas dos mais diversos produtos comoroupa, relógios, bijutaria ou acessórios. E é claro,com o Verão a aproximar-se, nada melhor do queum biquíni novo (para as meninas) ou uns óculosde sol novos (para os meninos e também para asmeninas). Vai a www.clubefashion, regista-te e fazparte deste clube da moda! M

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Os conteúdos desta página são da responsabilidade da revista onlineGamerstek. A consulta mais aprofundada destes artigos pode serefectuada em gamerstek.com

Primeiras fotos deProject Offset, ao fimde tanto tempo

HALO 2 JÁ ESTÁ PRONTO!Halo 2 já está pronto. Quem o diz é o site, Voodoo Extreme, completando assim esta fasede conversão da bem sucedida série para os PC. Esta versão foi actualizada para aproveitaros recursos do PC e do novo Windows Vista, demonstrando gráficos mais aperfeiçoados.Está já confirmado Halo 2(PC) nas lojas a 8 de Maio!

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[Edgar Amaral] [email protected]

Clive Barker’s JerichoJá em Junho de 2005 falámosnele pela primeira vez e agora,passado tanto tempo, temoscoisas novas para vos mostrar.Project Offset é um jogo FPS arodar num motor gráfico denova geração desenvolvidopela produtora que dá nome aojogo(Offset). Esta semana saí-ram as primeiras fotos, a nãoperder nas nossas galerias.

Call of Duty 4:Modern Warfarerevela-se!

Como havia circulado nos últi-mos dias, Call of Duty 4 deixa-ria de abordar o tema da 2ªGuerra Mundial e passaria arepresentar ambientes deguerra do presente. Estasemana chegou a confirma-ção dada pela Activision, bemcomo um conjunto de fotos e oprimeiro vídeo. Sem agenda eplataformas definidas, sópodemos arriscar dizer quedeverá sair para PC, Xbox 360e PlayStation 3.

Page 20: PUB · de trabalho e, finalmente, seguia para um call cen-ter até às 10 da noite. Nestes dois part-times conseguia, então, arreca-dar cerca de 300 precio-sos euros. Cansada pelo

[7 de Maio de 2007]

20Da junção das palavras commu-

nication e comic nasce o con-ceito de commies – o nomeatribuído ao esppectáculo de

awards que os alunos da EscolaSuperior de Comunicação Social(ESCS) organizam com o motede satirizar professores, mem-bros do staff e situações caris-máticas da escola. A edição de2007, no passado dia 26, apa-nhou o corpo docente de bom-

-humor – foi agendada estrategi-camente para ser incisiva e im-placável no rescaldo pós-25 deAbril, na esperança de

manter os valores dademocracia bem des-

pertos, liberdade de ex-pressão ao rubro e tal. Certo é

que, no final, alunos e pro-fessores riram e

aplaudiram em con-junto, ressentimentos à partedepois de um serão amigável deescárnio e maldizer. E não há na-

da como uma festança até demadrugada para fazer tudo

voltar à normalidade...

[Mariana Seruya Cabral][email protected]

Fotos: Sérgio Fernandes/Photus.pt

BAR ABERTO

AgendaQueima:

E o Commie vai para...

AlgarveSemana Académica do Algarve –3 a 13 de Maio – Largo de SãoFrancisco, Faro

LisboaSemana Académica de Lisboa –9 a 12 de Mario – Passeio Maríti-mo de Algés

PortoQueima das Fitas – 6 a 13 deMaio – Queimódromo

CoimbraQueima das Fitas – 4 a 11 deMaio – Noites do Parque

DERAMNASVISTASA aptidão para simular caretas peculiares é inegável, convenhamos.Se calhar levam a ideia de Escola de Comunicação muito à letra,porque as expressões são comunicativas quanto baste. Ou será queestudar na ESCS inspira qualquer um a assumir este semblante deêxtase total?

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[7 de Maio de 2007]

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FESTIVAL DE BD EM BEJAComeçou anteontem, dia 5, e vai até 20. Estarão presentes cerca de 40 autores debanda desenhada, entre portugueses e estrangeiros, nos três fins-de-semana deMaio abarcados pelo Festival BD. Dele constam exposições, sessões de autógrafos,lançamentos de revistas e fanzines, eventos distribuídos por vários locais na cidadebejense, que vão da Casa da Cultura à Galeria do Desassossego.

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