De Olho no PIM - Julho 2011

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Diretora da Escola Comunitária São Miguel: IRMÃ VALDETE - NDS / Administrador e Idealizador do Projeto: ANTÔNIO FERREIRA / Coordenação Artística: JOÃO GONZAGA / Supervisão Artística: ELÍSIO LOPES JR / Professores: DENISE CORREIA, MARIA CRISTINA, JULIETE NASCIMENTO, JOVANDA, JACIARA, ADENILZA, GUARACI, ANDREA, IARA, LIRANE, CIDA, EDNA, CHEILA, LUCIMARIA, ERICA E ELAINE / Coordenação Pedagógica: CINTYA EVANGELINA. Informativo mensal sobre o Projeto de Iniciação Musical EDIÇÃO 4, JULHO 2011 REDAÇÃO: Elisio Lopes Jr | DIAGRAMAÇÃO: Instituto MangaRosa | PAUTA: Instituto Otaviano Almeida Oliveira www.projetopim.com

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Jornal do PIM

Transcript of De Olho no PIM - Julho 2011

Diretora da Escola Comunitária São Miguel: IRMÃ VALDETE - NDS / Administrador e Idealizador do Projeto: ANTÔNIO FERREIRA / Coordenação Artística: JOÃO GONZAGA / Supervisão Artística: ELÍSIO LOPES JR / Professores: DENISE CORREIA, MARIA CRISTINA, JULIETE NASCIMENTO, JOVANDA, JACIARA, ADENILZA, GUARACI, ANDREA, IARA, LIRANE, CIDA, EDNA, CHEILA, LUCIMARIA, ERICA E ELAINE / Coordenação Pedagógica: CINTYA EVANGELINA.

Informativo mensal sobre o Projeto de Iniciação Musical EDIÇÃO 4, JULHO 2011REDAÇÃO: Elisio Lopes Jr | DIAGRAMAÇÃO: Instituto MangaRosa | PAUTA: Instituto Otaviano Almeida Oliveira www.projetopim.com

João Gonzaga, Elisio Lopes Jr, Denise Correia e Maria Cristina conduzirão esse novo espetáculo até o palco com toda a qualidade que os nossos meninos merecem. Agora, é esperar pra ver, o Grupo PIM vem aí cheio de surpresas, encanto e alegria.

E A CABOCLA?Foi em 1846 que a cabocla se incorporou ao festejo do 2 de Julho. Pode-se dizer que a obra foi um tiro que saiu pela culatra. Depois de ter combatido a cabanagem, no Pará, e os farroupilhas no Rio Grande do Sul, o militar Francisco José de Sousa Soares de Andrea veio para a Bahia presidiar a província. Sentindo-se afrontado com a figura do caboclo, o comandante das armas quis extirpá-lo. Para substituí-lo, solicitou ao artista Domingos Pereira Baião a feitura de uma figura feminina em analogia a Catharina Paraguaçu, a índia tupinambá da Bahia, que ganhou certidão de batismo do “branco” e se casou com o português Diogo Álvares, o Caramuru.

No entanto, a intenção de Soares de Andrea em arrefecer a simbologia do caboclo com a construção mítica da matriarca da “primeira família brasileira” não se concretizou. “O caboclo há de sair, custe o que custar, ainda que eu morra”, bradou o major Umburanas, na negociação com o governador. “E ele foi aclamado pelo povo, claro”, conta Dirson Argolo.

2 de Julho é festa na Bahia!D

ia 02 de julho é lindo de se ver em Salvador! Durante todo o percurso é possível admirar as fachadas das casas enfeitadas e pessoas

fantasiadas como um dos heróis e heroínas da luta pela Independência da Bahia. Maria Quitéria, Joana Angélica, Maria Felipa, General Labatut e João das Botas são alguns dos personagens das batalhas que consolidaram a Independência do Brasil proclamada em 1822, o que só aconteceu após quase 10 meses de muita luta.

Como todo ano o cortejo foi aberto pelos Encourados de Pedrão - grupo que representa a participação dos vaqueiros na Independência - que este ano estavam ameaçados de não desfilar após o Ministério Público sugerir o uso de alegorias em lugar dos cavalos. Logo em seguida vieram os carros do Caboclo e da Cabocla, símbolo da participação dos homens e mulheres do povo nas batalhas e de sua relevância para a vitória do Exército Brasileiro sobre as tropas portuguesas.

Antes, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nillo (PDT) e o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PP), hastearam as bandeiras do Brasil, da Bahia e de Salvador, além de depositarem flores no monumento ao general Labatut, comandante das tropas brasileiras. A parte oficial da festa foi encerrada pela presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB), Consuelo Pondé, que lembrou a importância de reverenciar os heróis da Independência, em especial aos heróis oriundos do povo, representados pelo Caboclo e a Cabocla.

A exposição nos convida a recordar o martírio da abadessa que entregou a vida pela fé católica, em defesa do Santís-simo Sacramento e das filhas monjas a ela confiadas, no episódio da invasão do Convento da Lapa, no início da guerra pela independência do Brasil travada na Bahia.

No local, além da memorabília, está o mausoléu com os restos mortais da madre Joana Angélica.

DICA CULTURAL: MEMORABÍLIA DE MADRE JOANA ANGÉLICA

Foto: iBahia. Foto: iBahia.

N o último dia primeiro de julho foi inaugurada a memorabília (palavra

que significa coisas e fatos que merecem ser lembrados) de madre Joana Angélica, na Igreja Nossa Senhora da Con-ceição da Lapa, localizada na Avenida Joana Angélica, nº 41, Nazaré.

QUEM É O CABOCLO?Sobre uma carreta tomada dos lusitanos, durante o combate separatista de Pirajá (8 de novembro de 1822), um velho mestiço descendente de indígenas ostentava a vitória sobre o domínio monárquico português. A alegoria foi enfeitada com ramos de café, fumo e cana, e empurrada por compatriotas ao som de pandeiros e violas, da Lapinha ao Terreiro de Jesus.

O episódio, que marcou o festejo de um ano de Independência da Bahia, em 2 de julho de 1824. Com a provável autoria de Manoel Inácio da Costa, o caboclo alegórico desfilou pela primeira vez em 1826. “Esse belo trabalho de 1,65 metro, todo talhado em cedro, representa a nacionalidade brasileira que esmaga o português sob seus pés, representado pelo dragão”, explica o professor de artes e especialista em restauração, José Dirson Argolo.

A imagem do dragão morto aos pés indígenas, segundo a historiadora Lina Aras, é, de fato, “uma representação histórica de vitória do oprimido frente o opressor”.

A Lenda vai virar realidade!

A gora é certo! “A Lenda do Peixe Grande” estréia em outubro em Salvador. A Fundação Pedro Calmon sinalizou com a liberação do recurso para a montagem do espetáculo até o final do mês de

agosto. O recurso é resultante de um edital que o Instituto Otaviano Almeida Oliveira ganhou em parceria com o Grupo PIM em 2008 para viabilizar essa produção. Só que o governo

do estado da Bahia ainda não conseguiu liberar o recurso. Segundo o novo secretário de cultura do estado Albino Rubim garantiu que todos os grupos premiados receberão o recurso para a realização dos seus projetos culturais até agosto. Esse recurso viabilizará a construção do cenário, dos figurinos e a contratação dos artistas que juntamente com os nossos professores

novo espetáculo há um casamento com essa característica, então resolvemos apresentar o que já está musicalmente montado e coreografado. O auditório ficou lotado de alunos e professoras para ver a apresentação com figurino improvisado de shows anteriores. Mas nessa oportunidade já foi possível visualizar a riqueza da nossa versão pra Lenda Africana!

Veja no Mural do PIM.

Mural do PimJuliete Nascimento. Foto: Claudio Zakka.

Juliete Nascimento Juliete Nascimento dos Santos é uma das nossas novas professoras. 20 anos, solteira e moradora da comunidade, ela foi aluna da escola e agora volta pra fazer parte da nossa equipe.

O QUE FAZIA DA VIDA ANTES DO PIM? Antes do PIM, eu fazia o Curso Técnico-profissionalizante de Ator, na Sitorne, onde estou concluindo e era dançarina da Academia de Kuduro Baiano de Angola. PRINCIPAIS TRABALHOS? Sou estudante, atriz e orientadora de artes cênicas da Escola Comunitária São Miguel e do PIM. O QUE ACHA DE TRABALHAR COM CRIANÇA? Trabalhar com crianças é sempre muito delicado, porque você tem as criancinhas de 4 a 5 anos movidas pela curiosidade e que reproduzem ações que veem no quotidiano, e tem as crianças de 6 a 10 anos que são mais questionadoras, sentem mais necessidade de demonstrações afetuosas por si e que geralmente, “pedem” ajuda expressando-se através de sinais. É um exercício de percepção e zelo. QUAL FOI A SUA PRIMEIRA IMPRESSÃO DO PIM? A primeira vez que vi o PIM, foi no TCA, na abertura do II Encontro Afro Latino. Fiquei maravilhada de assistir várias crianças tocando percussão, durante o Hino Nacional, tão harmoniosamente e apenas sabia que eram de Fazenda Coutos por reconhecer alguns rostos. Durante a premiação do Prêmio Braskem 2010, quando anunciou melhor direção e melhor espetáculo infanto-juvenil,eu fiquei muito contente e me senti realizada quando vi João levantar dois troféus falando: “Sou de Fazenda Coutos, Subúrbio Ferroviário onde passa o trem”. Assisti, enfim, o espetáculo “Donos da Terra” e fiquei muito encantada! Era incrível ver crianças em palco numa movimentação que parecia não ter mais fim, de tanta “poesia de terra”. Não me contendo somente em parabenizar o diretor, fui até o camarim ver de pertinho aqueles grandes atores mirins do PIM. O QUE MAIS TE ENCANTA NO PIM? Muita coisa me encanta no PIM, a começar pela beleza e pela força que esses meninos possuem, mesmo com a violência que os cercam; a crença no que estão fazendo e a verdade com que o fazem, e o modo como distinguem o que pode lhes ajudar ou não. O QUE DESEJA PRO FUTURO? Desejo pro futuro continuar sendo atriz, filha e orientadora do PIM. Desejo mais respeito e valorização à arte tal qual ela sempre mereceu e desejo que os anseios das crianças do PIM se concretizem! NA SUA VISÃO O QUE REPRESENTA O PIM PARA AS CRIANÇAS? O PIM para as crianças é segunda casa; terapia; sala dos sonhos; paraíso da maravilha. É escola onde aprendem e ensinam; onde trocam experiências maravilhosas; onde se reconhecem artistas,humanos, filhos (as), cidadãos dignos de respeito mútuo. É o aconchego, a segurança, a mão amiga, o conselheiro, a compreensão e o carinho que muitas vezes lhes faltam. É o lugar onde encontra consigo e se permitem mostrar as chagas para que possam curá-las. ESTÁ EMPOLGADA COM O PRÓXIMO ESPETÁCULO, A LENDA DO PEIXE GRANDE? Em-po-lga-dís-si-ma! Desde a preparação das crianças, das montagens e das coreografias, até as chateações, está sendo um momento único de superação e surpresas, mas enquanto não fica pronto, vou me deliciando com o processo! (risos) O QUE MAIS ESTÁ GOSTANDO NESSA EXPERIÊNCIA COMO PROFESSORA? Na experiência como professora, é muito gostoso sentir o carinho e o respeito das crianças. A gratificação maior é o retorno que você tem delas, seja cantando a música que aprenderam, praticando os movimentos da aula anterior, seguindo as recomendações do convívio saudável ou demonstração de afeto com o colega por cartas ou gestos. Sempre digo a eles que estamos aprendendo e ensinando juntos. MENSAGEM PARA OS PAIS DAS CRIANÇAS DO PIM? Aos pais do PIM, peço que eles dediquem alguns minutinhos mais da vida agitada para os filhos; que os abracem mais; que contem uma historinha antes de dormir; que massageiem onde doe e que cheguem mais perto da equipe São Miguel e da equipe PIM p/ que possamos, juntos, encontrar soluções efetivas que venham contribuir p/ o crescimento da criança, para que unidos formemos uma família!

São João do Peixe Grande!

O São João na escola foi um sucesso. Várias apresentações, muita comida, danças e canções juninas. As crianças estavam

entusiasmadas para apresentar algo como em todos os anos. Era na verdade pra ser apenas um casamento matuto, mas no contexto da montagem do

Palavras da Irmã Campanha da Fraternidade 2011

Todos os anos a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lança, no período quaresmal, para a Igreja Católica no Brasil um tema a ser refletido na sociedade. Este ano trouxe um tema bastante sintonizado com uma das principais preocupações do mundo atual, o meio ambiente, com o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta” e o lema, “A Criação Geme em Dores de Parto” reflete a questão ecológica, com foco, sobretudo, nas mudanças climáticas. A Igreja traz consigo também esta preocupação de cuidar da vida e nos faz um apelo para refletirmos sobre nossa contribuição para a exploração dos recursos naturais do Planeta. Pela quarta vez a Campanha da fraternidade é Ecumênica, pois lida com um assunto que é de interesse de toda a sociedade, o cuidado com a Criação doada por Deus para toda a humanidade e que clama por cuidados urgentes. As três campanhas anteriores que também foram ecumênicas tiveram como tema:

DIGNIDADE HUMANA E PAZ (2000)Novo Milênio sem Exclusões SOLIDARIEDADE E PAZ (2005)Felizes os que promovem a Paz ECONOMIA E VIDA (2010) Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro

FRATERNIDADE E A VIDA NO PLANETA(2011)A Criação Geme em Dores de Parto

CurtasA Escola Comunitária São Miguel vai iniciar nesse segundo semestre, no dia 04/07, um estudo sobre a importância do 2 de julho. Será apresentado aos alunos: o hino, a história, e as personalidades: Joana Angélica,Maria Quitéria,o Caboclo,Coronel José Joaquim e o Corneteiro Luiz Lopes.

As vovós da comunidade de Fazenda Coutos III serão convidadas para contarem historinhas para as crianças em homenagem ao dia da avó que é dia 26 de julho. O surgimento e criação dessa data foi em homenagem aos avós de Jesus Cristo, Joaquim e Ana, cujas pequenas informações aparecem no evangelho de Tiago. Registros históricos mencionam que em 1889, na cidade de Jerusalém, foram encontrados os túmulos onde Joaquim e Ana foram enterrados.

Na última semana de julho começaremos as pesquisas sobre o folclore, para a construção de um projeto onde as crianças irão apresentar as manifestações folclóricas estudadas.

Teremos reunião com os pais para apresentar os projetos do segundo semestre. Fiquem atentos À chamada, e não faltem. A sua participação é fundamental.

Coordenação: (55)(71) 3217-1428 / Escritório Central: (55)(71) 3242-5222 / E-mail:[email protected]

MANTENEDORPARCEIROS

O PINZINHO vem aí!A s professoras Juliete e Jovanda estão a todo gás com aulas diversas e

cheias de arte com os pequeninos futuros atores do PIM. Alguns alunos pequenos da Escola Comunitária São Miguel passaram o primeiro semestre

trabalhando muito com exercícios de resistência e relaxamento, e logo depois passaram a trabalhar ritmo, voz e dança, pois alguns serão convidados a participar do próximo espetáculo do Grupo PIM “A Lenda do Peixe Grande”.

Então as professoras passaram a ensaiar as coreografias, improvisar cenas e a fazer exercícios que auxiliassem no melhor desempenho para o espetáculo. O foco é a parte cênica (mímica, atividades de ritmo, teatro físico, voz e música), e a parte musical onde eles estão aprendendo o Hino da África do Sul, e a música “So Bashiya Ba Hiaia Ekhaya”, isso, alem da preparação para a Lenda do Peixe Grande, onde também estamos ensaiando as músicas com os instrumentos de percussão.

Seguem também as aulas de Biodança. Os meninos estão tendo regularmente essa atividade que aprimora o ritmo e principalmente, trabalha sintonia entre a meninada, relaxando e acalmando a turminha. Parabéns para as nossas professoras!

Adianta ou não chorar no pé do caboclo?“Chorar no pé do caboclo” é uma expressão popular na Bahia, mas você sabe a origem?

D izem os antigos que a expressão é originária da história dos festejos soteropolitanos. Na década de 1870, aventou-se a idéia de um monumento ao caboclo, a ser levantado num ponto histórico da capital baiana. O desejo foi tomando corpo no decorrer dos anos e as divergências quanto

ao local não tardaram a surgir. Uns defendiam a ereção do monumento defronte do forte do Barbalho, porque ali se hasteara, pela primeira vez, a 2 de julho de 1823, a bandeira brasileira. Preferiam, outros, o antigo Campo da Pólvora, o Campo dos Mártires, onde foram sacrificados os revolucionários pernambucanos de 1817, inclusive o padre Roma. Lançou-se aí, em 1881, a pedra fundamental do projeto monumento, cuja obra não teve continuação. Queriam terceiros o Campo de São Pedro, depois dito Campo Grande, alegando haver começado no forte de São Pedro, em fevereiro de 1822, com a malograda reação do brigadeiro Manuel Pedro Freitas Guimarães à investidura de Madeira Melo no comando das armas, a campanha da independência. Venceu esta última corrente, tendo sido solenemente inaugurado o monumento a 2 de julho de 1895. Estava encerrada a questão. É o que se costuma aconselhar na Bahia, quando chegamos à “casa do sem jeito”.