De mãos dadas pela vida do planeta

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1 Ano 39 — nº 1 — janeiro a março de 2011 Serviço de Informação Missionária Preparando o CAM 4—Comla 9 Página 6 Novo Diretor Nacional das POM Página 13 Assembleia da Juventude Missionária Página 14 De mãos dadas pela vida do planeta Impresso Especial CORREIOS 9912269879/DR/BSB PONTIFÍCIAS OBRAS MISSIONÁRIAS DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS

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Ano 39 — nº 1 — janeiro a março de 2011

Serviço de Informação Missionária

Preparando

o CAM 4—Comla 9Página 6

Novo Diretor Nacional

das POM

Página 13

Assembleia

da Juventude MissionáriaPágina 14

De mãos dadaspela vida

do planeta

ImpressoEspecial

CORREIOS

9912269879/DR/BSBPONTIFÍCIAS OBRAS

MISSIONÁRIAS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS

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Com alegria e esperança, saúdo a todos nesteinício de caminhada. Reconhecemos e agradecemoso trabalho desenvolvido por Mons. Daniel Lagni.Contando com a equipe dos Secretários Nacionais, e,fazendo parcerias com as várias forças missionáriasexistentes em nosso meio, juntos vamos andar.

Sempre que se inicia nova missão, colocamo-nos numa atitude de aprendiz. Reconhecemos que

muita coisa boa está sendo realizada. Participamos da Assembléia daJuventude Missionária, do encontro do Comina e dos Coordenadores dosComires, estabelecemos os primeiros contatos com lideranças e forças missio-nárias, acolhemos a partilha dos Secretários Nacionais, e vamos percebendo anecessidade de continuar construindo o caminho. Precisamos nos unir, criarespaços de comunhão e participação, envolvendo-nos nas Obras Missionárias.

Nosso boletim é um pequeno sinal de ajuda. Esperamos que possa ser, ca-da vez mais, instrumento útil de animação, informação e formação missionária.Colaborações e sugestões serão sempre bem-vindas. Esperamos seguir e criarformas, meios que nos ajudam, seja por meio do SIM, do portal das POM, dosblogs da IAM e JM, seja com outras publicações ou ações que estejam ao nossoalcance.

No momento, vivemos a Campanha da Fraternidade promovida pelaCNBB, e a importância de todos sermos corresponsáveis pela vida no planeta.Em sintonia com este tema, estamos preparando a Campanha Missionária des-te ano, que volta a nos desafiar para o horizonte maior da Missão universal.

Todos somos missionários por vocação, desde o nosso Batismo. Assim,com humildade, vamos juntos construindo o caminho.

Sumário

Editorial

O SIM é uma publicação trimestral dasPontifícias Obras Missionárias do Brasil (POM),organismo oficial de animação, formação e coo-peração missionária universal da Igreja Católica,em quatro ramos específicos:

g Pontifícia Obra da Propagação da Fé;g Pontifícia Obra da Infância Missionária;g Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo;g Pontifícia União Missionária.

SGAN 905 — Conjunto B — 70790-050 Brasília — DF Caixa Postal: 3.670 — 70089-970 Brasília — DFTel.: (61) 3340-4494 — Fax: (61) 3340-8660

Site: www.pom.org.br — E-mail: [email protected]

Expediente

Direção: Pe. Camilo Pauletti

Conselho editorial:

Pe. André Luiz de Negreiros (Secretário Nacional

da Obra da Infância e Adolescência Missionária)

Pe. Marcelo Gualberto Monteiro (Secretário

Nacional da Obra Propagação da Fé e Juventude

Missionária)

Pe. Savio Corinaldesi, SX (Secretário Nacional da Obra de

São Pedro Apóstolo e da Pontifícia União Missionária)

Redação: João Bosco Nogueira Fontão (MTb/DF/4.000/JP)

Projeto gráfico: Jovailton Vagner

Impressão: Fórmula Gráfica e Editora S. A.

Tiragem: 13 mil exemplares

A Vida Se Faz

Caminhando

Santa Sé 12Incrementar vocações missionáriasCongregação para o Clero ressalta a identidade missionária do sacerdoteMuseu missionário é aberto em RomaNovo Diretor Nacional das POM

Obra da Propagação da Fé 14Novo Secretário NacionalJuventude Missionária se reúne em AssembléiaCooperação Missionária

Infância e Adolescência Missionária 16Assembléia Anual dos Coordenadores Estaduais da IAM29º Curso de Missiologia e Encontro dos Secretários Nacionais da IAM do Cone SulNova Secretária-Geral da IAM é africanaCofrinho missionárioMilhões de crianças vítimas de pobreza, doenças e marginalização

Fidelidades Missionárias

Centro Cultural Missionário 22Extensão em Missiologia e Animação Pastoral

Ano 39 — nº 1 — janeiro a março de 2011Boletim trimestral

Pe. Camilo PaulettiDiretor Nacional das POM do Brasil

Nossos Missionários 3 A Vida pelo Reino

Aprofundando a Missão 4 Pontifícias Obras Missionárias: Carisma e Atualidade

Além-Fronteiras 6 Preparando para o CAM 4—Comla 9330 Batizados em PequimCatólicos de língua hebraica

Nacionais 8 Missionárias partem em Missão para o HaitiEnviados em Missão para MoçambiqueAssembleia eletiva no Leste 2Encontro Anual dos Coordenadores dos ComiresMissionários Italianos no Brasil

Capa 10 Campanha da Fraternidade e Campanha Missionáriade mãos dadas pela vida do planeta

Obra de São Pedro Apóstolo e Pontifícia União Missionária 20

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SIM . janeiro a março . 2011 3

Nossos Missionários

A Fides, agência de notícias da Congregação paraa Evangelização dos Povos, à qual pertencem asPontifícias Obras Missionárias, publica anualmente alista dos agentes de pastoral que perderam a vida demodo violento. Em 2010, foram assassinados 23 agen-tes: 1 bispo, 15 padres, 1 irmão, 1 freira, 2 seminaristase 3 leigos. Analisando a lista por continente, consta emprimeiro lugar a América, banhada pelo sangue de 15agentes de pastoral; seguida pela Ásia, com 6 mortes;e depois pela África, onde um sacerdote e um semina-rista perderam a vida de modo violento. A conta daFides não inclui apenas os missionários “ad gentes” emsentido estrito, mas todos os agentes de pastoral mor-tos violentamente.

As escassas notas biográficas sobre esses irmãose irmãs assassinados demonstram-nos que oferece-ram suas vidas quase sempre no silêncio e na humil-dade do trabalho cotidiano, “por amor a Cristo e àIgreja, e, por conseguinte, ao mundo”. Alguns foram ví-timas da violência que eles mesmos combatiam ou dadisponibilidade em ajudar o próximo em humildes ta-refas cotidianas, colocando a própria segurança em se-gundo plano. Outros foram eliminados apenas porque,em nome de Cristo, contrastavam o ódio com o amor,o desespero com a esperança, o confronto violentocom o diálogo, os abusos com o direito.

“Nosso mundo continua marcado pela violência,

especialmente contra os discípulos de Cristo” – disse oPapa Bento XVI (Ângelus de 26/12/2010), recordandoque “a terra se manchou de sangue” em várias partesdo mundo, atingindo até mesmo comunidades católi-cas reunidas em oração em locais de culto. A esta listaprovisória, preparada anualmente pela Agência Fides,devem ser acrescentados os nomes daqueles de quejamais teremos notícia que, em cada canto do planeta,sofrem e pagam com suas vidas sua fé em Cristo. Elessão “uma nuvem de soldados desconhecidos da gran-de causa de Deus” – segundo a expressão do PapaJoão Paulo II – a quem olhamos com gratidão e vene-ração, mesmo sem conhecer seus rostos, sem os quaisa Igreja e o mundo seriam imensamente mais pobres.

No Brasil, perderam a vida Pe. Dejair Gonçalvesde Almeida e o leigo Epaminondas Marques da Silva,de Volta Redonda, RJ, agredidos na casa paroquial porbandidos em busca de dinheiro; Pe. Rubens AlmeidaGonçalves, de Campos Belos, GO, assassinado no es-critório paroquial; o seminarista Mario Dayvit PinheiroReis, de São Luís, MA, assassinado por ladrões quequeriam seu carro; e Pe. Bernardo Muniz RabeloAmaral, de Humberto de Campos, MA, morto por umhomem ao qual havia oferecido carona.

Dados, comentários e aprofundamentos sobre osagentes de pastoral mortos nos últimos anos podemser encontrados no site da agência: www.fides.org.

pelo Reino

“Nosso mundo continua marcado pela violência,especialmente contra os discípulos de Cristo”

(Papa Bento XVI, 26/12/2010)

A Vida

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Aprofundando a Missão

1. Finalidade/Função

Na minha opinião, a melhor descrição das PontifíciasObras Missionárias foi oferecida por Paulo VI, naMensagem para o Dia Mundial das Missões de 1974: “Afinalidade universal destas Obras impele-as a pôr em açãotodos os meios que parecem eficazes para educar o Povode Deus para um autêntico espírito missionário universal,para promover, nas suas multiformes variedades, as voca-ções missionárias, para desenvolver de modo permanen-te a caridade no seu dúplice aspecto, espiritual e material,sempre conforme o princípio do catolicismo mais autên-tico.”

Volta a ressoar quanto já tinha de resto sido afirma-do pelo Concílio Vaticano II: “Com todo o direito deve-sedar o primeiro lugar a estas Obras (POM), uma vez quesão meios quer para dar aos católicos um sentido verda-deiramente universal e missionário já desde a infância,quer para promover coletas eficazes de subsídios em be-nefício de todas as Missões, segundo as necessidades decada uma” (Ad Gentes, 38).

Podemos praticamente imaginá-las como uma únicaárvore, que se divide em três ramos:

1. Obra da Propagação da Fé.2. Obra da Santa Infância (Infância e Adolescência

Missionária).3. Obra de São Pedro Apóstolo.4. Pontifícia União Missionária.

Cada uma das Obras abarca um setor da cristanda-de e, no interior das finalidades e dos objetivos comuns,dirige-se a certos destinatários, para promover a cons-ciência e a corresponsabilidade num compromisso espe-cífico de evangelização ou de ajuda às Igrejas-irmãs.

A Propagação da Fé: a primeira que nasceu, pro-põe-se ajudar todas as Missões (missionários do mundo)que anunciam o Evangelho: mediante a oração, o sacrifí-cio e a coleta de fundos, necessários para manter em pé edar continuidade ao trabalho dos missionários.

Obra de São Pedro Apóstolo: destina-se a ajudarcom a oração, o sacrifício e a oferta a formação do clerolocal.

Pontifícias

Obras

Missionárias:

Carisma e

Atualidade

Pe. Vito Del Prete, PimeSecretário-Geral da Pontifícia União Missionária

Pe. Vito Del Prete fala no Congresso Missionário de Seminaristas em Brasília, DF, julho de 2010

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1ª Parte

O presente artigo, devi-

do à sua extensão, será

publicado, em quatro

partes, nos números do

SIM de 2011.

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Aprofundando a Missão

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Obra da Santa Infância: dirige-se às crianças (e ado-lescentes), a fim de que, por meio da sua oração, oferta esacrifício, ajudem as crianças dos países não cristãos.

Finalmente, como coroação das três Obras, nasce aPontifícia União Missionária, para a animação e a for-mação missionária do clero, dos religiosos, das religiosas cdos seminaristas. Paulo VI definiu-a como a alma dasObras Pontifícias, uma vez que se propõe a animar e formarmissionariamente o clero e os religiosos, que devem edu-car e formar para a missionariedade as comunidades cris-tãs que lhes são confiadas. Hoje, àPontifícia União Missionária é con-fiado também o Centro Interna -cional de Animação Missio nária(Ciam), instrumento de animação ede formação missionárias. As fina-lidades comuns das POM são sim-ples, e podem ser resumidas nestesdois objetivos:

– “infundir nos católicos, des-de a mais tenra idade, um espíritoverdadeiramente universal e mis-sionário” (Pontifícias Obras Missio -nárias, Estatutos, S.C. Prop. Fide,1980, 1,2);

– “favorecer uma coleta ade-quada de subsídios em vantagemde todas as Missões e segundo as necessidades de cadaum (ibid.), constituindo e alimentando o fundo central epontifício de solidariedade, que permita efetuar, com pru-dência e igualdade, uma assistência planificada e perma-nente às jovens Igrejas, especialmente às mais pobres”(ibid., 1,3).

Estas finalidades devem ser promovidas por convic-ções de fé, da qual brotam o compromisso de testemunhode vida cristã e de atividade apostólica, enriquecidas pelaoração, numa dimensão universal.

Antes de tudo, é necessário fazer amadurecer a con-vicção de que a Propagação do Evangelho no mundo con-stitui um problema de “enorme importância, quer pela suaorigem, quer pela sua finalidade”. As Pontifícias ObrasMissionárias nasceram e existem para este único objetivo,e, por isto, não podem reduzir-se exclusivamente à coletade fundos para ajudar de modo financeiro as Igrejas neces-

sitadas. Infelizmente, este último é o aspecto mais visível e,talvez, mais conhecido e evidente do seu trabalho.

A pregação do Evangelho, por meio do qual se difun-de o Reino de Deus para a Salvação da humanidade, é obrado Espírito Santo, é dom gratuito de Deus, o único que re-aliza a Salvação. Por este motivo, as Pontifícias ObrasMissionárias recomendam aos seus associados:

– oração e sacrifício, como expressão de caridadecristã;

– a animação e a atenção às vo-cações missionárias, ou seja, a pes-soas dispostas a pôr-se a serviço doReino de Deus para a Salvação dosseus próprios irmãos e irmãs na hu-manidade que ainda não conhecemCristo.

– a doação de si, do própriotempo e dos recursos materiais pes-soais, para oferecer aos outros a par-tir da própria pobreza;

– o testemunho de vida cristãautêntica e, no contexto da mission-ariedade, da comunhão e da colabo-ração intereclesial, que se concretizapor meio de todas as organizaçõesde assistência, e sempre em depen-

dência, referência e comunhão com a Congregação para aEvangelização dos Povos e com o bispo.

A forma associativa, fundamental para as PontifíciasObras Missionárias, que se exprime também por meio deum sinal que compromete o batizado a dar o melhor de sipara a Missão universal da Igreja, e que obriga cada umadas Igrejas particulares a celebrar o Dia Mundial dasMissões e, ao mesmo tempo, a promover todas as iniciati-vas de animação, a oferecer “todos os anos para asMissões uma côngrua contribuição pecuniária, a ser trans-mitida à Santa Sé”. Estes são os elementos comuns de to-das as Obras. Esta é a sua força, que as torna populares, ouseja, da compreensão e ao alcance de todos. Cada uma dasObras, no interior da vasta gama de animação e coopera-ção missionárias, tem sua finalidade e objetivos específicos.

(Continua no próximo número do SIM)

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Papa Paulo VI

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No último domingo antes do Natal, 19 de dezembro, as Paróquias daImaculada Conceição, do Santíssimo Salvador e de São José da Diocese dePequim (China), acolheram 330 batizados. Sendo todos os catecúmenos adul-tos, junto com o Batismo lhes foram conferidos os outros dois sacramentosda iniciação cristã: a Crisma e a Eucaristia.

(Fides, 5/1/2011)

Com o 1º Simpósio Internacional de Missiologia realiza-do de 24 a 27 de janeiro em Caracas (Venezuela), iniciaram-seos eventos de preparação do 4° Congresso MissionárioAmericano 4 (CAM 4), também 9° Congresso MissionárioLatino-Americano 9 (Comla 9), que terá lugar em Maracaibo(Venezuela), de 22 a 27 de janeiro de 2013. O Simpósio tevecomo tema Secularização Presentee Futuro, Desafio para aMissão,

O tema – Discípulos-Missionários deJesus Cristo, da América ao Mundo

Secularizado e Pluricultural – e o lema –Discípulos-Missionários da América para o Mundo –

do CAM 4 apontam para os desafios da Igreja em nossocontinente. A equipe organizadora do Congresso diz que“toda a Igreja venezuelana e da América está se preparan-do para viver na plenitude do Espírito Santo a maravilho-sa experiência do CAM 4–Comla 9. (...) Sem dúvida, seráum tempo de Salvação em que compartilharemos de no-vo a graça de termo-nos encontrado pessoal e comunita-riamente com Jesus Cristo e de termos sido enviados pa-ra dar vida plena a nossos povos”.

O Simpósio contou com cerca de 110 participantes,representando 12 países do Continente Americano. DoBrasil foram quatro delegados: Mons. Daniel Lagni, pelasPontifícias Obras Missionárias (POM), Ir. Israel Nery, pelaConferência dos Religiosos do Brasil (CRB), o leigo RobsonFerreira, representando os Conselhos MissionáriosRegionais (Comires), e Pe. José Altevir da Silva, CSSp, peloConselho Missionário Nacional, Comissão Missionária daCNBB e Missão Continental.

Conferências do Simpósio: Visão Histórica daSecularização, pelo Prof. Enrique Ali, Doutor emSociologia; A Conversão Pastoral, por D. Mário Moronta,Bispo da Diocese de San Cristóbal (Venezuela); Vivênciae Transmissão do Cristianismo quando não HáTransmissão Ambiental, pelo Pe. Pedro Trigo, SJ, profes-sor na Universidade Católica na Venezuela; Leitura daRealidade Secularizante à Luz da Fé, pela Drª ConsueloVeléz.

Todo material referente ao Simpósio pode ser acessadono site oficial do CAM 4–Comla 9: www.venezuelacam4.org.

Preparando

330 Batizados emPequim

Além-Fronteiras

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7SIM . janeiro a março . 2011

Além-Fronteiras

A comunidade dos católicos de língua hebraica quevive em Israel, com sua presença “modesta e quase silen-ciosa, pode levar a um testemunho cristão importante:coexistência, reconciliação, diálogo, enriquecimento mú-tuo, que são possíveis”, nas palavras do Vigário Patriarcal,Pe. David Neuhaus, SJ.

Pe. David, 48 anos, biblista e exegeta, professor doInstituto Bíblico de Jerusalém, é judeu convertido, batiza-do aos 26 anos e ordenado sacerdote aos 37. Nascido emuma família judia na África do Sul (o pai alemão, refugia-do da perseguição nazista), transferiu-se ainda criançacom a família para Israel. Aos 15 anos conhece uma freiraortodoxa russa, cuja alegria e serenidade o impressio-na: “Um dia, e tomei coragem e perguntei a ela:‘Por que a senhora é tão feliz?’ Ela sabia que euera judeu e hesitou, inicialmente, mas depoiscomeçou a falar do grande amor da sua vi-da. À medida que falava, ficava sempre maisradiante. Falou-me sobre Jesus Cristo, sobreo amor de Deus manifestado n’Ele, sobre a suavida feliz com Ele no convento. Fiquei tocado, ehoje sei que na sua alegria radiante eu vi pela primeiravez a face de Jesus.” Ele se tornou católico, e ingressou nosjesuítas. Hoje é o responsável por essa comunidade.

O vicariato da comunidade dos católicos de línguahebraica conta atualmente com seis centros no país e no-ve sacerdotes: “O trabalho é verdadeiramente buscar asovelhas perdidas, aquelas pessoas que não sabem queexiste esta Igreja de língua hebraica, e que é possível viveruma vida católica em hebraico dentro da sociedade israe-lense judaica.”

“Rezar em hebraico, viver como católico em hebraico,viver como uma minoria católica em uma sociedade judai-ca é uma realidade muito nova para a Igreja. Somos uma

Igreja quase invisível”, já que as igrejas e instituições cató-licas do lugar (escolas, hospitais, centros sociais) são ou delíngua árabe ou estrangeiras.

Entre os projetos desta comunidade, destaca a publi-cação de uma série de livros de catequese para crianças,com a colaboração da organização Ajuda à Igreja queSofre. Também a organização de atividades de formação ede acampamentos para crianças, de sessões para casais ede iniciativas de formação para os sacerdotes e catequistas.

O jesuíta indica como desafio para os católicos delíngua hebraica “viver profundamente a comunhão comnossos irmãos e irmãs de fé, os árabes cristãos, em um

contexto de conflito nacional, e nosso êxito pode sersinal de esperança para nosso país”.

O pequeno vicariato da comunidadedos católicos de língua hebraica nasceu em1955, quando os primeiros religiosos, reli-giosas, sacerdotes e leigos fundaram a Obrade São Tiago, para responder à nova realida-

de do estabelecimento do Estado de Israel.Havia de atender à imigração massiva de judeus,

que incluía os judeus convertidos, os católicos cônju-ges de judeus e os católicos que chegavam para trabalharem Israel. Os estatutos da Obra destacam o trabalho pas-toral, mas também a consagração ao diálogo com o povojudeu e o trabalho pela reconciliação. As comunidadesconverteram-se em lugar de oração pela paz e em umaponte entre a Igreja majoritariamente árabe palestina e apopulação judaica israelense.

Atualmente, uma parte da comunidade católica delíngua hebraica pertence ao povo judeu e outra parte vemdas “nações”, constituindo “uma só comunidade em JesusCristo”, dentro da Igreja Católica.

Mais informações no site: http://www.catholic.co.il/.

Católicosde LínguaHebraica

Pe. David Neuhaus, SJ

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Nacionais

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O Conselho Missionário do Regional Leste 2(Minas Gerais e Espírito Santo), reuniu-se nos dias 27e 28 de novembro em Belo Horizonte, MG, para maisuma Assembléia formativa e eletiva. O tema – QualVocação para Qual Missão – foi aprofundado por Pe.Stefano Raschietti, SX, Diretor do CCM/CNBB, deBrasília, DF. Em suas exposições, fez profunda releitu-ra do Decreto Conciliar Ad Gentes, provocando todos

a repensarem e assumirem o Mandato Missionário,sem medo de partir, de ir aos confins da terra.Lembrou que a Missão “ad gentes” ainda é a primeiratarefa da Igreja.

Os 40 missionários e missionárias, representantesde várias dioceses do Regional, encerraram aAssembleia, na certeza de que, no caminho da Missão, oEspírito do Senhor vai à frente dos enviados por Deus.

Dia 15 de fevereiro Pe. RodrigoSchuler de Souza, da Diocese deOsório, RS, partiu em Missão paraMoçambique. Pe. Rodrigo une-se aoPe. Maurício Jardim, que já está na re-gião desde agosto de 2008 e estavade férias no Brasil.

Este projeto do Regional Sul 3 tem opropósito de desenvolver um trabalho deevangelização dos irmãos africanos nasparóquias de Micane e Larde, no Distritode Moma, Província de Nampula. O no-vo missionário permanecerá em solomoçambicano por três anos. A presençado padre missionário deseja dar conti-nuidade ao trabalho que já vem sendodesenvolvido pelo Regional Sul 3 daCNBB de contribuição para a evangeliza-ção de 130 comunidades.

Fonte: CNBB Sul 3

Assembleia Eletiva no Leste 2

As missionárias são enviadas para o Haitii

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Dia 21 de fevereiro, três novas missionárias dirigiram-se ao Haiti pa-ra integrar a Comunidade Intercongregacional presente em PortoPríncipe. Irmãs Iolanda de Oliveira Carneiro, da Congregação da DivinaProvidência; Veraluce Porfírio dos Santos, da Congregação das Irmãs deSanta Catarina; e Maria Dalvani Sousa Andrade, da CongregaçãoCatequista Franciscana, foram se unir a outras três religiosas que já estãono Haiti desde setembro. As missionárias irão atuar especialmente no so-corro às crianças e adolescentes, um trabalho que faz parte do Projeto deSolidariedade entre a Igreja no Brasil e a Igreja no Haiti, criado no anopassado, por causa da tragédia que destruiu a capital do país.

As irmãs foram solenemente enviadas em missa celebrada na SedeNacional da CNBB, com a participação do Conselho Episcopal Pastoral(Consep), das madres provinciais das respectivas congregações e mem-bros da CRB.

Fonte: CRB e CNBB.

Padres Maurício e Rodrigo

Enviados em Missãopara Moçambique

Missionárias Partem em Missãopara o Haiti

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SIM . janeiro a março . 2011 9

Nacionais

Comunicação e Evangelização foi o tema do EncontroAnual dos Coordenadores dos Conselhos MissionáriosRegionais (Comires), na Sede Nacional das PontifíciasObras Missionárias (POM), em Brasília, DF, dias 19 e 20 defevereiro.

Esses encontros visam manter viva a chama daMissão nos 17 Regionais da CNBB, por meio de formação,espiritualidade e comunhão de experiências entre osCoordenadores.

A temática foi desenvolvida pelo assessor deImprensa da CNBB, Pe. Geraldo Martins Dias. Ao falar deComunicação, o assessor lembrou que ela é circular, é par-tilha, implica em intercâmbio de saberes, sem que hajadestinatários, mas sim interlocutores, como se diz no âm-bito da Missão.

No que diz respeito à Evangelização, recorreu às pa-lavras do Papa Paulo VI, afirmando que “levar o Evangelhode Jesus Cristo a todas as parcelas da humanidade” é ocompromisso do missionário. Integrar a mensagem doEvangelho na cultura atual, promovendo comunhão e

promoção humana, é sinal visível de um verdadeiro enla-ce entre Comunicação e Evangelização.

Por último o assessor fez uma explanação pormeno-rizada sobre os recursos, dinâmica e funcionamento do si-te da CNBB. Robson Ferreira, técnico em informática, pormeio de oficinas, demonstrou na prática o funcionamentode alguns instrumentos da internet que podem ser utiliza-dos no processo de comunicação âmbito missionário.

Pe. José Altevir da Silva, CSSpAssessor da Comissão Missionária da CNBB

Secretário Executivo do Conselho MissionárioNacional (Comina)

De 24 a 28 de janeiro, mais de cem missionáriositalianos que trabalham no Brasil encontraram-se emSalvador, BA, para um encontro de formação promovi-do pela Fundação Missio e pela Fundação CUM (CentroUnitário para a Cooperação entre as Igrejas), daConferência Episcopal Italiana. A Nossa Única Herança Éo Senhor: uma Igreja Que Entra em Comunhão com osOprimidos foi lema do Encontro.

Interessantes e profundas as questões levantadaspelos relatórios, troca de ideias e experiências.Sobretudo: “A que ponto a Igreja no Brasil caminha como pobre e oprimido; a que ponto a nossa herança é oSenhor, quando escolhemos a estrada do Evangelhocomo a única a seguir; a que ponto o nosso trabalhoestá em comunhão com as nossas dioceses, congrega-

ções e organizações italianas?”Respostas não fáceis, devido a contextos muitas ve-

zes um desafiadores, como é o caso, dentre muitos, damissionária Giuseppina Fiorani, que atua em Roraima, edeclara: “O meu contexto é muito difícil, frequentementechamamos a atenção do Governo federal de que tam-bém Roraima faz parte do Brasil e não é terra sem dono...como parece ser, com o crescimento do latifúndio, queimpõe suas regras e os seus interesses com violência.

Diante de tais desafios, muitas vezes os missioná-rios se sentem impotentes; contudo continuam a traba-lhar para mudar as situações injustas e problemáticas,sem jamais perder a esperança.

Maiores informações a respeito, pelo site:www.fondazionecum.it.

Missionários Italianos no Brasil

Encontro Anualdos Coordenadores

dos Comires

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10 SIM . janeiro a março . 201110

A Campanha da Fraternidade (CF/CNBB) desde anoaprofunda sobre meio ambiente, a gravidade do aqueci-mento global e das mudanças climáticas – causas e con-sequências. Tem como tema Fraternidade e a Vida noPlaneta e lema A Criação Geme em Dores de Parto (Rm8,22). A Campanha Missionária (CM/POM), que culminaem outubro (Mês das Missões), procura, no Brasil, estarem sintonia com a CF. Neste ano terá como tema Missãona Ecologia e lema A Misericórdia de Deus É para Todo SerVivo (Eclo 18,12b).

Somos todos moradores de uma mesma casa.Gostando disso ou não, estamos interligados. Não há co-mo simplesmente virar as costas e não se importar. Afinal,se ocorresse uma catástrofe em âmbito global, para ondeiríamos? Aquecimento global e mudanças geológicas na-da mais são que reações às nossas ações.

A Campanha da Fraternidade vem nos alertar para arealidade de que tudo o que fazemos prejudica ou ajuda asalvar nosso planeta, e oferece-nos a oportunidade de, co-mo uma família, sentarmo-nos juntos e elaborarmosações para salvar a nossa casa comum. E, para nos empe-nhar com gestos concretos, que com certeza surgirão emnossas paróquias e sociedade, mediante conversão indivi-

dual e coletiva nesta Quaresma, a CF estimula ao amor fra-terno, entre irmãos e irmãs comprometidos com o meioambiente, a louvarmos o Senhor, como São Francisco deAssis fez, por todas as criaturas que fazem parte da vidaplanetária.

“Sabemos que a Criação inteira geme e sofre asdores de parto até o presente” (Rm 8,22)

O contexto dessa afirmação de São Paulo é a descri-ção da condição humana, marcada pelo pecado e, no en-tanto, salva pela graça de Cristo, que introduz na experiên-cia humana a força restauradora do Espírito Santo. A CFdeste ano traz para nossa reflexão a preocupante situaçãode nosso planeta, nossa casa, que sofre os efeitos de umaexploração predatória de seus recursos naturais. A afirma-ção de Paulo ganha força nova diante do quadro que vi-vemos. São Paulo afirma que “a criação foi submetida àvaidade – não por seu querer, mas por vontade daqueleque a submeteu – na esperança de ela também ser libertada escravidão da corrupção, para entrar na liberdade daglória dos filhos de Deus (Rm 8,21-22). O gemido daCriação aparece hoje na deterioração do meio ambiente,

Campanha da FraternidadeCampanha da Fraternidadee Campanha Missionáriae Campanha Missionáriade Mãos Dadas pela Vidade Mãos Dadas pela Vida

do Planetado Planeta

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Do Cartaz da CF 2011

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consequência de uma exploração descuidada e, muitas ve-zes, gananciosa dos recursos do planeta, conforme have-remos de aprofundar nesta CF.

A Quaresma é tempo de enfrentar com Jesus asgrandes tentações que estão na raiz de todos os malesnascidos das decisões humanas. O Evangelho exige con-versão da consciência individual e coletiva da humanida-de, como nos lembrava o Papa Paulo VI na ExortaçãoApostólica Evangelii Nuntiandi. Sem esta conversão quepenetre a cultura e se traduza em medidas globais de or-ganização mais justa da atividade humana em sua relaçãocom a natureza, não será possível reverter o quadro dra-mático de destruição das condições de vida saudável emnosso planeta que se desenha no horizonte de nossa his-tória. Quaresma é tempo de conversão, conversão profun-da que mude os costumes e gere políticas globais de de-fesa da vida em todas suas dimensões. Quaresma é tem-po de oração e de tomada de posição diante de uma cul-tura em que o consumismo desenfreado sustenta a ga-nância de um lucro que, em longo prazo, poderá causar ir-reparável prejuízo para toda a humanidade. Nesta pers-pectiva, somos todos chamados a fazer alguma coisa.Afinal, conversão convida-nos à Missão. Quem nuncapensou em partilhar algo bom com o outro?

Servindo como um corte transversal, a CampanhaMissionária, todo mês de outubro, vem reforçar o clamorfeito pela CF na Quaresma de cada ano. Neste ano, em sin-tonia com a CF, a Campanha Missionária quer levar as

pessoas e as comunidades a se comprometerem com aMissão na Ecologia, por meio de gestos concretos e mu-danças de comportamento diante da crise ecológica atual.

Coordenada pelas Pontifícias Obras Missionárias(POM), a Campanha Missionária faz um apelo a mais nasquestões urgentes não só da Igreja, mas da sociedade e dacomunidade em geral. São elaborados diversos materiaispara auxiliar na animação missionária das paróquias e co-munidades, em preparação do Dia Mundial das Missões.Celebrado no penúltimo domingo daquele mês (23/10neste ano), este Dia Mundial pela causa missionária uni-versal, instituído em 1926 pelo Papa Pio XI, incita à coope-ração espiritual e material para aqueles que, espalhadospelos mais diversos rincões do mundo, necessitam maisque nós.

A oração em que São Francisco de Assis louva aDeus pelas criaturas nos inspire novas atitudes e nos aju-de a ser transformados pelo Espírito de Deus, de modo aresgatarmos atitudes de quem cultiva e cuida do seu jar-dim, esta obra maravilhosa, que hoje requer socorro dosautênticos filhos de Deus, de todos aqueles que empreen-dem ações sinceras e despojadas em favor do planeta,tanto agora, para diminuir o que já causamos, como napreservação, para os outros que ainda hão de habitar es-ta casa.

Pe. Marcelo Gualberto MonteiroSecretário Nacional da Obra Propagação da Fé

Nota: Texto baseado em artigo sobre a CF de D. EduardoBenes de Sales Rodrigues, Arcebispo de Sorocaba, SP.

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12 SIM . janeiro a março . 2011

Santa Sé

Obras de arte, manuscritos, fo-tografias e livros, testemunhas dotrabalho de evangelização dos po-vos mais remotos ao longo dos últi-mos quatro séculos, são os tesou-ros presentes no MuseuMissionário Propaganda Fide, na

sede da Congregação para aEvangelização dos Povos, que abriusuas portas no dia 10 de dezembro,em pleno centro de Roma.

O museu pretende reunir e di-vulgar o “espírito da Missão que le-vou muitos sacerdotes e religiosos,

ao longo dos séculos, a testemu-nhar os valores cristãos nos cantosmais remotos da terra”, disseFrancesco Buranelli, coordenadordo comitê científico do Museu.

(Zenit, 10/12/2011)

“Para dar continuidade e difundir a sua Missão de Salvaçãoem Cristo, é importante ‘incrementar, à medida do possível, as vocações sa-

cerdotais e religiosas, e, de modo especial, as missionárias’ (Decreto ChristusDominus, 15)”: foi o convite que o Papa Bento XVI fez aos bispos do mundo

em sua Mensagem para o 48° Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que se-rá celebrado dia 15 de maio, 4° Domingo de Páscoa, e tem como tema Propor

as Vocações na Igreja Local.“Eu gostaria também de lembrar, amados irmãos no episcopado, a

solicitude da Igreja universal em favor da distribuição equitativa dos sacer-dotes no mundo. Vossa disponibilidade para as dioceses com escassez de vo-

cações, torna-se uma bênção de Deus para as suas comunidades, sendo paraos fiéis o testemunho de um serviço sacerdotal que se abre generosamente às

necessidades de toda a Igreja”, acrescenta o Papa.O texto integral da Mensagem do Papa, em várias línguas, no site:

http://press.catholica.va/news_services/bulletin/news/26823.php?index=26823&po_da-te=10.02.2011&lang=it.

(Fides, 12/2/2011)

“Fortalecer o zelo apostólico emissionário dos sacerdotes”: este é oobjetivo da Carta Pastoral publicadaem 24 de janeiro pela Congregaçãopara o Clero intitulada A IdentidadeMissionária do Presbítero na Igreja co-mo Dimensão Intrínseca do Exercíciodo Tríplice Múnus.

“A carta retoma e relança o temada última Assembléia Plenária do or-ganismo vaticano, realizada em mar-ço de 2009, e aprofunda questões

atuais importantes para a vida daIgreja”, destacou o Prefeito daCongregação para o Clero, Card.Mauro Piacenza. “A Igreja peregrina é,por sua natureza, missionária”, ressal-ta, lembrando que o ConcílioVaticano II, seguindo a tradição, reite-ra a missionariedade da Igreja.

A carta ressalta ainda a necessi-dade universal de um renovado com-promisso missionário: “A Missão rea-liza-se e é eficaz lá onde vive, reza,

sofre e trabalha um autêntico discípu-lo de Cristo. Espero que essa cartapossa enriquecer o cotidiano com-promisso missionário dos sacerdotes,na consciência de que tal compromis-so depende do acolhimento na ora-ção da obra do Espírito Santo emsuas vidas”, disse o Cardeal.

(CNBB, 25/1/2011)

Museu Missionário É Aberto em Roma

Congregação para o Clero Ressalta a Identidade

Missionária do Sacerdote

Incrementar Vocações Missionárias

Rep

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Pontifícias Obras Missionárias

Em 23 de novembro de 2010, o Card. Ivan Dias, Prefeitoda Congregação para a Evangelização dos Povos, nomeouPe. Camilo Pauletti, do clero diocesano de Caxias do Sul, RS,Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias do Brasilpara o quinquênio 2010-2015 O novo Diretor Nacional tem51 anos de idade e 25 de sacerdócio.

Pe. Camilo sucede a Mons. Daniel Lagni, do clero ar-quidiocesano de Goiânia, GO, que esteve à frente dasObras Missionárias de 1999 a 2010, em dois mandatos.Mons. Lagni, de volta à sua Arquidiocese, assumiu aParóquia de Vianópolis, GO.

Pe. Camilo nasceu em Nova Roma, RS, em 1° de se-tembro de 1959. Filho de agricultores descendentes deimigrantes italianos, outros dois de seus irmãos são tam-bém sacerdotes.

Aos 13 anos de idade ingressou no Seminário Menorda Diocese de Caxias do Sul. Cursou Filosofia em Viamão,RS, e Teologia na Pontifícia Universidade Católica de PortoAlegre, RS. Foi ordenado em 12 de janeiro 1986.

Iniciou seu ministério na Paróquia São José, na peri-feria de Caxias do Sul. Em seguida, atuou como missioná-rio em Muaná, na Ilha de Marajó, Diocese de Ponta dePedras, PA. De volta a Caxias do Sul, atuou nas Paróquiasde Santa Catarina e Santa Fé.

Em 1997, Pe. Camilo fez o Curso “ad Gentes”, forma-ção missionária de um mês, em Bogotá (Colômbia), pro-movido pela Conferência Episcopal daquele país.

Em 1998, fez a formação missionária “ad Gentes”,também de um mês, no Centro Cultural Missionário daCNBB, em Brasília, DF.

Foi missionário “fidei donum” emMoçambique (Projeto Igreja Solidáriado Regional Sul 3 da CNBB, peloqual já passaram quase 50 mis-sionários), inicialmente por três

anos, mas, a seu

pedido, prorrogado por outros três anos, totalizando seisanos de atuação missionária no país africano (1999 a2004). Em 2006 passou mais três meses naquelas terras,visitou a Missão também em 2008, e continua, mesmo àdistância, a acompanhar o Projeto.

Após a Missão na África, Pe. Camilo permaneceumais quatro anos na sua diocese: três anos em CarlosBarbosa, RS, e um em Forqueta, Caxias do Sul. Nos últimosdois anos, 2009 e 2010, Pe. Camilo atuava como pároco deSão João Batista, em Jaru, Diocese de Ji-Paraná, RO, paró-quia de 120 comunidades, pelo Projeto Igrejas Irmãs.

Pe. Camilo coordenou o Regional Sul 3 da CNBB porquatro anos e foi Coordenador Diocesano da AnimaçãoMissionária, tendo sido divulgador da Obra da Infância eAdolescência Missionária (IAM). Participou do 2°Congresso Missionário Nacional, dando seu testemunhomissionário, e do 3° Congresso Missionário Americano(CAM 3-Comla 8), em Quito (Equador), em 2008.

Ter sido escolhido para estar à frente das POM doBrasil foi para ele “uma grande surpresa, não esperava is-to; mas também um desafio que devemos aceitar e assu-mir. Nesta confiança, pelo convite feito, precisamos cola-borar; creio que tenham valorizado o meu trabalho mis-sionário...”

Fazem parte hoje da equipe da Direção Nacional daPOM, além do Diretor, Pe. Camilo Pauletti, os SecretáriosNacionais das quatro Obras: Pe. Marcelo GualbertoMonteiro (também recém-chegado, do clero diocesano deUruaçu, GO), para a Obra da Propagação da Fé eJuventude Missionária; Pe. André Luiz de Negreiros (doclero diocesano de Teresina, PI), que agora assumiu a

Obra da Infância e Adolescência Missionária; e Pe. SavioCorinaldesi (missionário xaveriano), que continua com

a Obra de São Pedro Apóstolo ePontifícia União Missionária.

Novo Diretor Nacional das POM

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Pe. Camilo na DireçãoNacional das POM

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Infância e Adolescência Missionária

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Obra da Propagação da Fé

Pe. Marcelo Gualberto Monteiro, do clero diocesa-no de Uruaçu, GO, é o novo Secretário Nacional daObra da Propagação da Fé.

Nascido em 5 de agosto de 1981, em Uruaçu, GO, Pe.Marcelo cursou, em 2000, um ano Propedêutico noSeminário Menor São José, em Mara Rosa, GO. Já noSeminário Maior São José, em Uruaçu, Cursou Filosofia noInstituto Diocesano de Filosofia (2001 a 2003). Fez a Teologiano Seminário Maria “Mater Ecclesiae”, em Itapecerica daSerra, SP (2004 a 2007).

Ordenado sacerdote em 21 de junho de 2008, foiVigário Paroquial em Barro Alto, GO (2008) e Reitor doSeminário Diocesano São José em Uruaçu (2009 a 2010– Filosofia). Também, desde diácono, vinha trabalhandocomo Coordenador do Conselho Missionário Diocesano(Comidi). Em 2010, foi Assessor Espiritual da JuventudeMissionária na Província Eclesiástica de Brasília.Convidado a trabalhar na Direção Nacional das POM, emBrasília, DF, foi generosamente cedido pelo seu bispo, D.Messias dos Reis Silveira, contribuindo assim a Diocesede Uruaçu para a animação missionária no Brasil.

“O trabalho com a juventude é fascinante, sempreprocurei estar perto dos jovens. Seu dinamismo, entu-siasmo, alegria, criatividade, curiosidade, suas dificulda-des e ansiedades são a marca diferencial deste setor.Quando desenvolvem sua missionariedade, os jovens,como protagonistas da Missão, são capazes de oferecermuito à Igreja. Por isto, com muito entusiasmo, venhopara dar continuidade à belíssima caminhada, já de cin-co anos, da Obra da Propagação da Fé no Brasil e de seusetor da Juventude Missionária.Como servidor, ofereço tudo oque tenho: não é muito, mas po-dem ter a certeza de que o pou-co será de coração. Convoco as-sim, todos os jovens missioná-rios do Brasil para nos unir-mos nesta grande Obra daPropagação da Fé, pois ‘serjovem missionário é sersempre solidário’!”

Realizou-se de 3 a 6 de fevereiro na Sede Nacionaldas Pontifícias Obras Missionárias, em Brasília, DF, a 3ªAssembléia Nacional da Juventude Missionária. Eram 30jovens coordenadores estaduais e representantes daJuventude Missionária das mais diversas regiões doBrasil.

Com o objetivo de ver a realidade da JM em nossopaís, avaliar os trabalhos de 2010 e planejar os trabalhospara 2011, o encontro trascorreu com um grande entu-siasmo.

Momento ímpar foi a presença do Assessor daCNBB do Setor Juventude do Brasil, Pe. Carlos Sávio daCosta Ribeiro, que apresentou o Setor, suas ações,convidando a Juventude Missionária a fazer parte deleem suas dioceses. Em um segundo momento, faloudos preparativos para a Jornada Mundial da Juventude

2011, na Espanha e no Brasil. A JuventudeMissionária do Brasil mandará a Madri

(Espanha) uma delegação de jovens.Na oportunidade foi apresentado o pri-

meiro CD de músicas da JuventudeMissionária e reinaugurada a Biblioteca das

POM, depois de ter recebido parte do preciosoacervo do Pe. Fabiano S. Kachel, SVD, estudioso

de Missiologia, residente em São José dosPinhais, PR, o que a torna uma das melhores do

Brasil na área de Missiologia.

Novo

Secretário Nacional

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POM

Juventude MissionáriaSe Reúne

em Assembléia

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Obra da Propagação da Fé

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Dentro da metodologia das quatro Áreas Integradasda Juventude Missionária, temos o CompromissoMissionário, que é o momento do Agir dos encontros degrupo, a ação concreta, por meio da qual os jovens mis-sionários colocam em ato a mensagem aprendida e apro-fundada nos encontrosanteriores; é a Palavrade Deus estudada, me-ditada e celebrada quese transforma em ser-viço e testemunhomissionário.

Para que assumirum Compromisso?

Para levar os jovens, e os as-sessores a perceber as necessidadesde outros jovens pobres, abandona-dos e excluídos, e ser para eles sinal con-creto do amor e misericórdia de Jesus BomPastor, que foi em busca da ovelha perdida.

Como fazer?Podem fazer múltiplas atividades, por

exemplo: visitas a jovens que não participamde grupos da Juventude Missionária, a se-tores de diversas classes sociais, famílias ca-rentes, asilos, creches, doentes; animar osmissionários no Brasil e do mundo, pormeio de correspondência, enviando-lhesmensagem de carinho e entusiasmo, fa-zendo-lhes sentir que são acompanha-dos em seu trabalho missionário; organi-zar bazares para arrecadar dinheiro pa-ra as próprias necessidades e para aCooperação Missionária universal pro-movida pelas POM; divulgar o trabalhomissionário em escolas, rádios, TVs...

E o que se faz com o dinheiro queé enviado às POM?

Este dinheiro é totalmente destina-do à Congregação para

Evangelização dos Povos (Roma), que o direciona às áreasde Missão mais carentes do mundo. Assim, também oscofrinhos da Juventude Missionária e dos grupos daPropagação da Fé, como os da Infância e AdolescênciaMissionária, são um sinal visível da consciência e coope-ração missionária dos participantes dos grupos, pois comele concretizamos o nosso carisma de ajudar os que estão

longe de nós e necessitam do nosso apoio.Agradecemos, pois, a todos os grupos que

colaboraram em 2010, enviando suas ofertas(cofrinhos) à Sede Nacional das POM.Sabemos que são fruto do sacrifício e des-

prendimento de cada membro. Que em 2011 to-dos os grupos de Juventude Missionária e da

Propagação da Fé possam intensificar aCooperação Missionária e vi-

ver esta experiência departilhar com muitos

do pouco que te-mos.

Como en-viar a oferta às

POMAs ofertas devem

ser depositadas na se-guinte conta: Banco do Brasil, Agência 3413-4,CC nº 200293-0.

Importante: informar às POM os da-dos do depósito efetuado.

Cooperação Missionária

A relação dos cofrinhos daJuventude Missionária e Propagação

da Fé enviados às POM em 2010 estãodisponíveis no site das POM:

[email protected]

Pe. Marcelo Gualberto Monteiro SecretárioNacional da Obra Propagação da Fé

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Infância e Adolescência Missionária

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Foi realizada de 9 a 12 de dezembro, na Sede Nacional das PontifíciasObras Missionárias, em Brasília, DF, mais uma Assembléia Anual dosCoordenadores Estaduais da Infância e AdolescênciaMissionária (IAM), com a presença de 26Coordenadores Estaduais e ausência de represen-tantes de quatro Estados: Maranhão, Mato Grosso,Roraima e Rondônia. O evento foi assessorado pelospadres da direção nacional das POM. A programaçãocontou com momentos de partilha de relatórios, es-tudo sobre o Carisma e a Metodologia da IAM, espi-ritualidade, noite recreativa com os missionários “adgentes” do Centro Cultural Missionário (CCM/CNBB),avaliação da caminhada em 2010 e planejamento para2011.

Que a IAM possa avançar cada vez mais, espa-lhando as suas gotinhas missionárias pelo mundo!

Teve lugar de 24 de janeiro a 12de fevereiro na Sede Nacional dasPontifícias Obras Missionárias daArgentina, em Buenos Aires, o 29º.Curso de Missiologia, com a presen-ça de participantes de vários paísesda América Latina. O curso, em trêsmódulos, destina-se a padres, semi-naristas, religiosos/as e leigos em ge-

29º Curso de Missiologia

e Encontro dos Secretários

Nacionais da IAM do Cone Sul

Assembléia Anualdos CoordenadoresEstaduais da IAM

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Da esquerda para a direita, os Secretários Nacionais da IAM do Paraguai, Chile, Brasil e Argentina

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Infância e Adolescência Missionária

O Cardeal Ivan Dias, Prefeito daCongregação para a Evangelizaçãodos Povos nomeou JeanneBaptistine Ralamboarison Secre -tária-Geral da Pontifícia Obra daInfância Missionária (ou SantaInfância).

A nova Secretaria-Geral nasceuem 6 de maio de 1951, emAmbatondrazaka (Madagascar).Depois do Ensino Fundamental noseu país, prosseguiu com o EnsinoMédio e estudos universitários naFrança, onde se formou em Direito eem Letras. Iniciou a trabalhar para aPontifícia Obrada InfânciaMissio nária em1983, quando oS e c r e t a r i a d oGeral foi trans-ferido de Parispara Roma. Anomeação, parao quinquênio2010-2015, tema data de 1° dedezembro de2010. É a primei-ra mulher a de-sempenhar esta função.

A Pontifícia Obra da SantaInfância, ou Infância Missionária, foifundada em 19 de maio por CharlesAugust Marie de Forbin-Janson,Bispo de Nancy (França), para edu-car as crianças ao espírito missioná-rio, sensibilizando-as acerca das ne-cessidades materiais e espirituais deseus coetâneos, sobretudo dos paí-ses de Missão.

A Obra encontrou a seu favorpessoas e instituições fortemente

envolvidas na educação cristã, e di-fundiu-se rapidamente. O Papa LeãoXIII promoveu-a com a EncíclicaSancta Dei Civitas (3 de dezembro de1880), e o Papa Pio XI declarou-aPontifícia, em 3 de maio de 1922.

Todo ano, na Solenidade daEpifania do Senhor, ou em outra da-ta considerada mais adequada pormotivos pastorais – como é o casodo Brasil –, em cerca de 150 paísesdo mundo, é celebrado o Dia daInfância Missionária, estabelecidoem dezembro de 1950, com umaCarta Apostólica do Papa Pio XII. As

ofertas recolhi-das nesta oca-sião e em váriasiniciativas pro-movidas pelascrianças e ado-lescentes duran-te o ano – como lema CriançasA j u d a mCrianças –apoiam cente-nas de progra-mas de educa-ção religiosa, as-

sistência alimentar e médico-hospi-talar, fornecimento de roupas e ma-terial escolar, organização de salaspara catequese e centros para a in-fância, compra de remédios, ajuda àscrianças pobres, proteção da vida...em todo o mundo.

No Brasil contamos atualmen-te com cerca de 25 mil grupinhos daInfância e Adolescência Missionária.Acreditemos no protagonismo dospequenos missionários!

Nova Secretária-Geral

da IAM é Africana

ral. Nos últimos três dias, hou-ve momentos marcantes de en-contro e troca de experiênciasentre Secretários Nacionais daIAM do Cone Sul. O SecretárioNacional do Brasil, Pe. AndréLuiz de Negreiros, voltou “enri-quecido com as experiênciaspartilhadas”.

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Jeanne Baptistine Ralamboarison

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Infância e Adolescência Missionária

O desejo de que todas as crian-ças do mundo possam conhecerJesus e ter vida digna foi o que impul-sionou, em 1843, o bispo francês D.Carlos Augusto de Forbin-Janson afundar esta Obra Missionária. Seuobjetivo é que sejam as própriascrianças que, com suas orações e do-nativos, ajudem outras crianças emtodo o mundo.

As crianças e adolescentes daInfância e Adolescência Missionáriacooperam materialmente com ofertasque são fruto de seus sacrifícios, asquais se destinam a obras materiaisdedicadas a crianças e à sua evange-lização. Estas ajudas são necessárias,e destinam-se exclusivamente em fa-vor das crianças.

Cada mês, as crianças, com ale-gria, porque fruto de seus sacrifícios,entregam uma oferta para criançasnecessitadas em todo o mundo.

As crianças e os adolescentesmissionários comprometem-se a “re-partir seus bens com os que têm ne-cessidade, mesmo à custa de sacrifí-cios” (3° Compromisso da IAM).

O que é feito com o dinheiro ar-recadado com o cofrinho missionário?

A Obra Pontifícia da Infância eAdolescência Missionária, em âmbitomundial, tem apoiado economica-mente todos os anos cerca de 3 milprojetos no mundo inteiro. Projetosque “protegem a vida”, tais como cen-tros para crianças órfãs, casas de aco-lhida para crianças de rua ou assis-

tência de saúde aosrecém-nascidos e es-colas infantis, são priori-dades.

Também há projetos que vi-sam a “formação cristã”, mediante aconstrução de salas para o catecismo,edição de publicações religiosas e ani-mação missionária entre as crianças.

O continente que mais ajuda re-cebe tem sido a África, com cerca de50% das ofertas, seguido da Ásia, pa-ra onde se destinam em geral 40% dosdonativos. A América Latina, onde es-ta Obra Pontifícia goza de grande po-pularidade, recebeu também numero-sas ajudas, assim como a Oceania.

Como enviar o dinheiro do co-frinho missionário para as POM?

É importante ressaltar que o di-nheiro arrecadado no CofrinhoMissionário é destinado, exclusiva-mente, para as crianças do mundoatendidas pelos projetos da PontifíciaObra da Infância e AdolescênciaMissionária.

Sempre que o grupo depositaras ofertas na conta bancária dasPOM, deverá, em seguida, enviar aoSecretariado Nacional da Infância eAdolescência Missionária uma cópiado comprovante do depósito. OSecretariado enviará o recibo do valordepositado. Todos os anos é publica-da um relatório das ofertas feitas pe-las crianças do Brasil e indicado odestino final dos recursos.

Conta Bancária das POMBanco do BrasilAgência 3413-4Conta nº 200293-0

ContatoPontifícias Obras MissionáriasCaixa Postal 3.670 – 70089-970Brasília – DFFax: (61) 3340-8660E-mail: [email protected]

Nossa gratidão a todas as crian-ças e adolescentes que contribuíramcom os cofrinhos em 2010. Após aAssembléia Geral dos DiretoresNacionais, que ocorrerá em Roma(Itália) no mês de maio, publicaremospara onde foram destinados os re-cursos. Deus seja louvado!

“De todas as crianças e adoles-centes do mundo, sempre amigos!”

Pe. André Luiz de NegreirosSecretário Nacional da Obra

da Infância e Adolescência Missionária

CofrinhoMissionário

Nota: Relação completa dos cofrinhos, no site das POM.

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Infância e Adolescência Missionária

SIM . janeiro a março . 2011

Não obstante os 20 anos da Convenção da Organizaçãodas Nações Unidas que estabelece os direitos das crianças, mi-lhões delas continuam a sofrer por causa da pobreza, da doen-ça e da marginalização. No mundo, elas são 2,1 bilhões, cercade 35% de todos os habitantes. A cada ano, nascem quase 129milhões. Globalmente, 1 em 4 crianças vive na pobreza extre-ma, em famílias com renda inferior a um dólar por dia. Nos paí-ses em desenvolvimento, 1 em 3 crianças vive na pobreza ex-trema; uma em 12 morre antes de completar 5 anos, a maioriapor causas previsíveis.

Em todo o mundo, 250 milhões de crianças menoresde 14 anos são obrigadas a trabalhar; dentre elas, segundoa Organização Internacional do Trabalho, 120 milhões têmentre 5 e 14 anos e trabalham em tempo integral, ou seja,50% do total. De acordo com estatísticas do Unicef, 27 em100 crianças no mundo não foram vacinadas contra nenhu-ma doença, 32 sofreram de desnutrição antes de completar5 anos; apenas 44 crianças foram amamentadas exclusiva-mente pela mãe nos primeiros três meses de vida, 18 crian-ças não frequentam escolas, (11 delas, meninas); 25%dascrianças que começam o primeiro ano do EnsinoFundamental não chegam ao 5° ano, 17% crianças não sa-bem escrever e ler (11 delas, meninas).

A expectativa média de vida para crianças no mundo,hoje, é de 64 anos. Nos países industrializados, chega a 78anos. Nos 45 países mais atingidos pelo Aids é de 58 anos: emBotsuana, Malavi, Moçambique, Ruanda, Zâmbia e Zimbábue,países mais atingidos pela Aids, a expectativa de vida para ascrianças é de menos de 43 anos.

Metade das crianças que vivem em países do sul daÁfrica é desnutrida. Um terço das crianças da África Sub-Saariana não têm alimentos suficientes. Uma em trêscrianças na Albânia, Uzbequistão e Tajiquistão, e uma emsete na Ucrânia, Rússia e Armênia é desnutrida. No Vietnã,17% das crianças nascem com peso abaixo do normal, en-quanto 40% dos menores de 5 anos estão abaixo da nor-ma por causa da desnutrição.

Em relação ao grave fenômeno das crianças de rua, nospaíses latino-americanos, 30 milhões de menores trabalhampara ajudar suas famílias, e cerca de 15 milhões que vivemnas ruas (de modo estável ou passageiro). Aids, conflitos e

pobreza são as causas do crescimento desses da-dos no Continente Africano. Está aumentando tam-bém o número dos órfãos sem tutela em Ruanda,onde a guerra civil deixou quase 100 mil criançasórfãs. Milhares de crianças e jovens trabalham e vi-vem nas ruas da capital, Kigali. O mesmo acontecena República Democrática do Congo, Burundi eAngola.

A estes dados sobre países em desenvolvimen-to, somam-se outros, também preocupantes, sobre apobreza e o estado de saúde das crianças nos paíseseuropeus, cujo desenvolvimento está regredindo:quase 18 milhões de crianças dos países da ex-UniãoSoviética e do antigo bloco do Leste Europeu vivemcom uma libra e meia por dia. Somente em Moscou,existem mais de 60 mil crianças sem casa; emBudapeste, entre 10 mil e 12,5 mil, enquanto apenasem Bucareste, elas são mais de 5 mil. Em todos os paí-ses, o fenômeno da prostituição de menores está re-lacionado à vida de rua: as crianças que trabalham emboates e bares ou que dormem nas ruas e estaçõessão expostas ao risco de exploração sexual.

Em relação às doenças, nas regiões maispobres do leste da Europa ou dos Bálcãs, difteria,coqueluche e tétano causam anualmente muitasmortes: na Albânia, por exemplo, pouco mais demetade das crianças de 1 a 2 anos é vacinadacontra estas doenças; regis-trou-se um aumento de50% de casos de tuber-culose, devido – assimcomo na ex-UniãoSoviética – à prolife-ração de formasresistentes aosm e d i c a m e n t o spor causa da utili-zação de trata-mentos terapêuticosinadequados.

(Fides, /2011)

Milhões de Crianças Vítimas

de Pobreza, Doenças e

Marginalização

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Obra de São Pedro Apóstolo e Pontifícia União Missionária

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1. Fidelidade aos nossos pais na féOs bispos, em Aparecida (DA, 99d), convidaram-

nos a valorizar “a abnegada entrega de tantos missio-nários e missionárias que, até o dia de hoje, têm desen-volvido valiosa obra evangelizadora e de promoçãohumana em todos os nossos povos”.

É importante reconstruirmos nossa linhagem (oufazer a árvore genealógica), para ligar-nos ao eventohistoricamente e geograficamente situado que é omarco inicial da nossa fé. Recordamos as pessoas (esão inúmeras) que gastaram fadigas, suor, lágrimas esangue (cf. 2Cor 11,23-33), para “passar adiante”, atéchegar a nós, o dom que receberam dos “pais na fé”.

Esta reconstrução histórica estimula a gratidão (soufruto da abnegada entrega de muita gente mesmo...) efaz sentir a responsabilidade de continuar a obra. Nãovou querer interromper essa gloriosa corrente.

2. Fidelidade à nossa realidade humanaO missionário, como pessoa, é o primeiro desti-

natário da Missão. Ele não nasce convertido, mas pre-cisa se converter todos os dias. Se ele não se converter,não poderá converter os outros (DA 366).

O missionário está sempre em trânsito “de umpassivo esperar a um ativo buscar e chegar aos que es-tão longe” (DA 517).

O missionário aproxima-se do “outro” com humil-dade e respeito, pede hospedagem na casa dele e vivecomo eterno peregrino, livre e desimpedido, sem casa,sem família e sem morada fixa.

3. Fidelidade a CristoAi de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas!

Vocês percorrem o mar e a terra para converter al-guém, e, quando conseguem, tornam-no merecedordo inferno duas vezes mais do que vocês (Mt 23,15).

A Missão está a serviço da Palavra a ser anuncia-da e vivida por todos os homens e as mulheres domundo como a verdadeira religião.

Sempre existe o perigo, porém, de que a Palavraautêntica de Deus seja manipulada, distorcida e até traí-

da. A história das religiões está cheia desses desvios.Jesus de Nazaré foi um homem religioso? Ele foi

rejeitado e condenado pelas autoridades religiosas doseu tempo. Ele foi rejeitado e condenado justamentepor motivos religiosos, por ser blasfemador e impos-tor. Ou seja, o mesmo comportamento pode ser con-siderado como religioso ou como exatamente o con-trário. Como distinguir a verdadeira da falsa religião?

“E eis que se levantou certo doutor da lei, tentan-do-o, dizendo: ‘Mestre, que farei para herdar a vidaeterna?’ E Jesus lhe disse: ‘Que está escrito na lei? Comolês?’ E, respondendo, ele disse: ‘Amarás ao Senhor teuDeus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e detodas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, eao teu próximo como a ti mesmo.’ E disse-lhe Jesus:‘Respondeste bem; faze isso, e viverás.’ Ele, porém, que-rendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem éo meu próximo?”

Jesus conta a parábola do Samaritano compassi-vo (Lc 10,30-37) que resulta ser não uma parábolaqualquer, mas a própria autobiografia de Jesus, quevem a ser o paradigma da sua “religião”.

4. Fidelidade aos pobres (DA 65,391-430)O tema da 5ª Conferência do Episcopado Latino-

Americano e do Caribe foi Discípulos e Missionários deJesus Cristo, para que Nossos Povos n’Ele Tenham Vida– Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).

A ideia da Missão foi recebida pelas Igrejas doContinente, embora de forma claramente “caseira”. Aidéia de “vida”, que seria o objetivo da Missão, estásendo sistematicamente ignorada nos debates e nasprogramações pastorais realizados depois deAparecida, esvaziando o objetivo da própria Missão.

Esta afirmação foi repetidamente testada e confir-mada mediante uma simples dinâmica aplicada a váriosgrupos de cristãos e cristãs de diversas regiões do Brasil.

5. Fidelidade aos que estão na outra margem (DA 476)Olhando o mundo de hoje, do ponto de vista da

evangelização, podemos distinguir três situações distintas.Antes de mais, temos aquela a que se dirige à ati-

Fidelidades MissionáriasNo eco do lema do Ano Sacerdotal (2009-2010), Fidelidade de Cristo, Fidelidade do Sacerdote, à luz do

Documento de Aparecida, podemos falar de cinco Fidelidades Missionárias.

Page 21: De mãos dadas pela vida do planeta

Obra de São Pedro Apóstolo e Pontifícia União Missionária

vidade missionária da Igreja: povos, grupos humanos,contextos socioculturais onde Cristo e o Seu Evangelhonão são conhecidos, onde faltam comunidades cristãssuficientemente amadurecidas para poderem encarnara fé no próprio ambiente e anunciá-la a outros grupos.Esta é propriamente a Missão “ad gentes”.

Aparecem depois as comunidades cristãs quepossuem sólidas e adequadas estruturas eclesiais, sãofermento de fé e de vida, irradiando o testemunho doEvangelho no seu ambiente, e sentindo o compromisso

da Missão universal. Nelas se desenvolve a atividade oucuidado pastoral da Igreja.

Finalmente, existe a situação intermediária, espe-cialmente nos países de antiga tradição cristã, mas, porvezes, também nas Igrejas mais jovens, onde grupos in-teiros de batizados perderam o sentido vivo da fé, jánão se reconhecendo como membros da Igreja e con-duzindo uma vida distante de Cristo e do SeuEvangelho. Neste caso, torna-se necessária uma “novaevangelização”, ou “reevangelização”.

De cada 100 habitantes do planeta Terra...

�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€70 precisam da Missão “ad gentes”

�€�€�€�€�€�€�€�€�€�€€�€€�€�27 precisam da Nova Evangelização

€�€3 precisam do serviço pastoral

Comparamos estes números com nossa agenda e descobrimos que...

99% de nosso tempo e preocupações vão para o 3% que já estão na Igreja;vez por outra “pensamos algo” para os que precisam de Nova Evangelização;para a Missão “ad gentes” não sobra mais nada. Ou melhor, sobram as migalhas...

Pe. Savio Corinaldesi, SXSecretário Nacional da Obra de São Pedro Apóstolo e Pontifícia União Missionária

Será que você conhece o terceiro empreen dimento da equipedo Missão Jovem?

É isso mesmo, após a publicação do jornal MissãoJovem, editado para as co munidades cristãs e suas lider-anças, veio a segunda publicação que leva o título de:O TRANSCENDENTE, subsídio prepara do para os pro-fessores de Ensino Religio so das escolas.

Mas, outro passo devia ser dado e, desta vez, ru-mo às mídias digitais. Após séria reflexão, em agos-to de 2010, a Equipe do MJ aceitou esse novo de-safio lançando a WEBRADIO MISSÃO JOVEM —

ABRINDO HORIZONTES, agora com seu novo visual.Naturalmente, você estará ansioso por conhecer es-

ta nova voz poderosa que chega aos cinco continentes.

WEB RÁDIO MISSÃO JOVEM @BRINDO HORIZONTES

ACESSE www.webradiomissaojovem.com.br

Page 22: De mãos dadas pela vida do planeta

Centro Cultural Missionário

22 SIM . janeiro a março . 2011

De 6 a 16 de fevereiro, foi realizado no Centro CulturalMissionário (CCM/CNBB) o primeiro módulo do Curso deExtensão em Missiologia e Animação Pastoral, com 50 parti-cipantes. A finalidade desse Curso de Extensão, fruto de par-ceria entre o CCM e o Instituto Superior de Filosofia Berthier(Ifibe), de Passo Fundo (RS) – instituição mantida pelosMissionários da Sagrada Família da Província BrasilMeridional –, é oferecer formação específica no campo daMissão a leigos, religiosos, diáconos e padres engajados (ouque gostariam de se engajar) na animação missionária, par-ticularmente os coordenadores e os membros dos ConselhosMissionários Diocesanos (Comidis). O curso completo constade três módulos, de dez dias cada um, ao longo de três anos.As pessoas podem optar por participar de um ou mais módu-los, não necessariamente seguindo a sequência.

O tema da Missão é tratado sob três perspectivas: funda-mental, contextual e prática. Ao todo são nove tipos de aborda-gens: bíblica, histórica e teológica (ótica fundamental, de teologia

da Missão); antropológica, ecumênica e ética (óticacontextual, dos desafios da Missão); pedagógico-catequética; administrativa-gerencial; metodológi-ca-projetual (ótica prática). O conteúdo programá-tico do 1º Módulo contempla: Os FundamentosBíblicos da Missão; A Missão nas DiferentesCulturas (abordagem antropológica); aPedagogia do Anúncio Missionário (abordagempedagógico-catequética).

A formação de agentes que se dedicamà animação missionária é fator básico para odesenvolvimento das atividades e para levaradiante um projeto de Igreja discípula-mis-sionária na perspectiva do Documento deAparecida. É preciso que se forme para as-sumir um autêntico espírito missionário,nesta época em que essa dimensão da vi-da cristã é solicitada por todos os âmbi-

tos eclesiais.Devido à grande procura, haverá uma segunda edição desse

primeiro módulo, de 11 a 21 de maio. Inscrições abertas:www.ccm.org.br (confira também a programação para 2011).

Extensãoem Missiologia

e Animação Pastoral

Participantes do Curso de Missiologia e Animação Pastoral no CCM

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Page 23: De mãos dadas pela vida do planeta

Discípulos-Pastores:Para Ajudar-Nos e para AjudarSubsídios para a Formação Permanente do Clero

Baseado no Documento de Aparecida, o livrooferece 40 roteiros para encontros do clero,excelentes subsídios para uma eficaz pastoralpresbiteral, tão desejada pela Igreja

Preço: R$ 7,00

Mensagens PontifíciasDia Mundial das MissõesPaulo VI (1963) a Bento XVI (2008)Todas as Mensagens pontifícias para o DiaMundial das Missões, de Paulo VI a Bento XVI atéa presente data (1963 a 2008). Os conteúdoscontinuam atuais e de grande utilidade para a for-mação e aprofundamento missionário.

Com 244 páginas e excelente índice remissivo.

Preço: R$ 10,00

Oferecemos dois modelos de ima-gens do Padroeiro das Missões.Excelente para grupos da Infânciae Ado les cência e da Juventude Mis -sio nária, para celebrações e incentivo àdevoção deste grande missionário.

Preço: R$ 40,00

ImagensSão Francisco Xavier

30 cm

Ação Missionária Específicae Processo Evangelizador

Este quinto volume da Série FormaçãoMissionária dá continuidade ao cursodas POM da Colômbia dos volumesEclesiologia para a Missão e Cristologiapara a Missão. Trata da Missão propria-mente dita, ou seja, da primeira evan-gelização a não cristãos, do querigma eda iniciação cristã dos adultos.

Preço: R$ 7,00

Pedidos pelo site www.pom.org.br

Estampas de São FranciscoXavier e Santa Teresinhado Menino Jesus

Page 24: De mãos dadas pela vida do planeta

Mudou-seEndereço insuficienteNão existe, sem n°DesconhecidoOutros

RecusadoNão procuradoAusenteFalecido

Reintegrado ao serviço postal em ___/___/_____Rubrica _________________ Matricula_________________

SGAN 905 CONJ. BASA NORTEBrasília – DF70790-050 www.pom.org.br

Para uso dos CORREIOSREMETENTE

23 a 27 de maio: Curso para Padres Formadores1° dia: A Dimensão Missionária no Atual Contexto da Formação PresbiteralAssessor: Pe. Stefano Raschietti

2° dia: Kairós da Formação nos Seminários em Vista da MissãoAssessor: Pe. Gervásio Queiroga

3° dia: Organograma Missionário da Igreja no Brasil: Pontifícias ObrasMissionárias, Campanha Missionária, Dia Mundial das Missões, Mês das MissõesAssessores: Padres das POM

6 a 10 de junho: Curso para Párocos e Vigários Paroquiais1° dia: Kairós da Missão nos Documentos do Magistério com EnfoquePastoral – Documentos do Concílio Vaticano II até Aparecida

Assessor: Pe. Stefano Raschietti

2° dia: A Caminhada Missionária da Igreja no Brasil desde a Fundação da CNBBAssessor: Pe. Gervásio Queiroga

3° dia: Organograma Missionário da Igreja no Brasil: Pontifícias ObrasMissionárias, Campanha Missionária, Dia Mundial das Missões, Mês das Missões. Assessores: Padres das POM

Promoção: Pontifícias Obras Missionárias

Cursos de Formação Missionáriapara Padres

Dinâmicas dos Cursos

a) Tema de reflexão com Assessor

b) Grupos

c) Plenário

d) Palavra do Assessor

e) Fila do povo

f) Considerações finais do Assessor