(DDA) - Procedimento Operacional Padrão - 037/2014
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Secretaria Municipal de Sade
Superintendncia de Vigilncia em Sade Servio de Vigilncia Epidemiolgica
Coordenao de Doenas Transmissveis e Imunoprevenveis
R Augusto Xavier de Lima, n. 251, Jardim Jalisco Resende/RJ
Tel. (24) 3360-5018 / 3360-5019 [email protected]
PROCEDIMENTO OPERACIONAL
PADRO
Elaborao:
24/04/2014
Nmero:
POP
037/2014
Reviso:
09/10/2014
Folha:
1/22 Prxima
revalidao:
-------------
Ttulo:
FLUXO DE TRIAGEM/ATENDIMENTO CLNICO DE CASOS
DOENA DIARREICA AGUDA
ATENO BSICA E UNIDADES DE PRONTO-ATENDIMENTO Processo:
Rotina Assistencial Elaborador:
SMS-Resende/SVS/CDTI e SVE
Aprovador(es):
Lcia Helena Rocha de Albuquerque
Cargo do Elaborador:
Coordenao de Doenas Transmissveis e
Imunoprevenveis -
Marco Antonio Lopes de Carvalho Netto
Cargo do Aprovador(es):
Superintendncia de Vigilncia em Sade
1. Parte Geral:
A doena diarreica aguda (DDA) uma sndrome causada por diferentes agentes
etiolgicos (bactrias, vrus e parasitos), cuja manifestao predominante o aumento do
nmero de evacuaes, com fezes aquosas ou de pouca consistncia. Em alguns casos, h
presena de muco e sangue.
Podem ser acompanhadas de nusea, vmito, febre e dor abdominal. No geral,
autolimitada, com durao de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves at graves, com
desidratao e distrbios eletrolticos, principalmente quando associadas desnutrio. Os
episdios de diarreia aguda, de uma maneira geral, podem ser divididos em dois grandes
grupos: diarreia aquosa e diarreia sanguinolenta. A diarreia aquosa caracterizada pela perda
de grande quantidade de gua durante a evacuao, promovendo uma alterao na
consistncia das fezes, podendo estabelecer rapidamente um quadro de desidratao. A
diarreia sanguinolenta (disenteria) caracterizada pela presena de sangue nas fezes,
podendo haver presena de muco e pus, sugerindo inflamao ou infeco do intestino.
O modo de transmisso pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo especfico para
cada agente etiolgico (ver quadros 1 a 6). Pode ser de modo direto atravs da ingesto de
gua e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados (ex.: utenslios de
cozinha, acessrios de banheiros, equipamentos hospitalares) ou pessoa a pessoa (ex.: mos
contaminadas) e de animais para as pessoas.
Os manipuladores de alimentos e os vetores, tais como as moscas, formigas e baratas,
podem contaminar, principalmente, os alimentos e utenslios. Locais de uso coletivo, a
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exemplo das escolas, creches, hospitais e penitencirias apresentam maior risco de
transmisso.
A notificao ao Servio de Vigilncia Epidemiolgica de casos isolados e espordicos
de DDA deve ser realizada semanalmente na Ficha SINAN de notificao individual (ver em
anexo) e a notificao de surtos de DDA (dois ou mais casos com vnculo epidemiolgico
ver planilha em anexo) OU suspeita de Rotavrus, Clera, Febre Tifoide, Botulismo, Infeco
por Escherichia coli Enterohemorrgica e Sndrome Hemoltico Urmica compulsria e
imediata (at 24 horas).
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1.1. Objetivo:
Este POP estabelece, padroniza e define regras e fluxos que devem ser aplicados em
todas as Unidades Bsicas de Sade UBS, de Estratgia de Sade da Famlia ESF, de Pronto-
Atendimento (Pronto-Atendimento Paraso, UPA Cidade Alegria e Hospital Municipal de
Emergncia Henrique Srgio Grgori HMEHSG) da SMS-Resende e Hospitalares pblicas,
filantrpicas e privadas do Municpio de Resende, para o manejo clnico de casos de Doena
Diarreica Aguda (DDA).
1.2. Campo de aplicao:
Este POP aplica-se a todas as condutas que envolvam fluxo da notificao e manejo
clnico de casos de DDA. Em caso de dvidas ou no conformidades, contatar:
Vigilncia Epidemiolgica para notificaes de casos (tel.: 3360-5018/3360-5019/99864-8662 Regina Azenha/99864-7497 Marco Netto);
Superviso EACS/ESF para fluxo assistencial da Ateno Bsica (tel.: 3360-4360/3381-4201/99212-6171 Gabrielle Guerra/99211-2543 Andreza Rodrigues/99287-3999 Danielle Menezes);
Hospital Municipal de Emergncia (tel.: 3381-2080/3381-2053/99949-0130 Ana Paula Moraes), UPA Cidade Alegria (tel.: 3383-0535/7835-7192 Danilo Bandoli) e PA Paraso (tel.: 3360-9571/99963-4145 Madalena Batista) para fluxo assistencial
de Pronto-Atendimento/Emergncia; Laboratrio Municipal (tel.: 3381-2009/99918-7169 Alexandre Rocha/98137-4717 Dbora Camoleze), Laboratrio do
Hospital Municipal de Emergncia (tel.: 3381-8776/99999-4929 Simone Amorim) e Laboratrio da Santa Casa de Misericrdia de Resende (tel.: 3355-1159/99968-6581 Jnior) para fluxo laboratorial;
Vigilncia Sanitria (tel.: 3360-5033/3360-5147/99864-8598/99991-3902 Fernando Barbosa) para fiscalizao das tecnologias de alimentos de estabelecimentos;
Vigilncia Ambiental em Sade (tel.: 3360-4449/99864-7444 Valria Baracho) para monitoramento ambiental de gua para consumo humano;
Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas Sinitox/Centro de Informao e Assistncia Toxicolgica (tel.: Disque-Intoxicao 0800-722-6001), para fornecer orientao sobre intoxicaes e envenenamentos.
Referncia estadual de internao em infectologia para casos de Clera, Febre Tifoide ou Botulismo: Instituto Estadual de Infectologia So Sebastio IEISS-RJ (tel.: 21-2332-7165 sala dos mdicos);
Instituto Nacional de Infectologia/Instituto de Pesquisa Clnica Evandro Chagas INI/IPEC Fiocruz (tel.: 21-3865-9595/3865-9522/3865-9510);
Servio de Doenas Infecciosas e Parasitrias/Hospital Universitrio Clementino Fraga Filho HUCFF/UFRJ (tel.: 21-2562-2693).
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2. Parte Especfica:
2.1. Definio de caso suspeito de DDA CID 10: A09:
Paciente com aumento do nmero de evacuaes, com fezes aquosas ou de pouca
consistncia. Em alguns casos, h presena de muco e sangue.
Podem ser acompanhadas de nusea, vmito, febre e dor abdominal. No geral,
autolimitada, com durao de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves at graves, com
desidratao e distrbios eletrolticos, principalmente quando associadas desnutrio.
2.1.1. Suspeita de Rotavrus CID 10: A08.0:
Criana menor de cinco anos, com diagnstico de DDA, que tenha recebido soro de
reidratao por via endovenosa, independente do estado vacinal contra o rotavrus. Em caso
de surto, no deve ser considerado o tipo de tratamento.
2.1.2. Suspeita de Clera CID 10: A00.9:
Qualquer indivduo, independentemente da faixa etria, proveniente de reas onde
estejam ocorrendo casos de clera, que apresente diarria aquosa aguda at o dcimo dia de
sua chegada (tempo correspondente a duas vezes o perodo mximo de incubao).
Qualquer indivduo com diarria, independentemente da faixa etria, e contato ou que
coabite com pessoas que retornaram de reas endmicas ou epidmicas de clera h menos
de 30 dias (tempo correspondente ao perodo de transmissibilidade do portador somado ao
dobro do perodo de incubao).
Todo indivduo com mais de 5 anos de idade que apresentar diarria sbita, lquida e
abundante. A presena de desidratao rpida, acidose e colapso circulatrio refora a
suspeita.
2.1.3. Suspeita de Febre Tifoide CID 10: A01.0:
Pessoa com febre persistente, que pode ou no ser acompanhada de um ou mais dos
seguintes sinais e sintomas: cefalia (dor de cabea), mal-estar, dor abdominal, anorexia (falta
de apetite), dissociao pulso-temperatura (pulso lento em relao temperatura alta),
constipao (priso de ventre) ou diarria, tosse seca, rosolas tficas (manchas rosadas no
tronco) e esplenomegalia (bao aumentado de volume).
2.1.4. Suspeita de Sndrome Hemoltico Urmica (SHU) CID 10: D59.3:
uma doena grave, mais frequentemente em crianas de pouca idade, caracterizada
por anemia hemoltica microangioptica, trombocitopenia e insuficincia renal aguda que
apresenta as seguintes manifestaes clnicas: insuficincia renal oligo-anrica, acompanhada
de palidez, hematomas e petquias. Pode tambm ocorrer hipertenso arterial e
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manifestaes neurolgicas como irritabilidade, letargia, convulses e coma. Em muitos casos,
a SHU precedida de doena febril, com gastroenterite, sendo a diarreia, geralmente,
sanguinolenta. A ausncia de febre na maioria dos pacientes pode auxiliar a diferenciar estas
das shigueloses e disenterias causadas por cepas enteroinvasivas de E. coli ou
Campylobacter spp..
Pacientes que apresentaram valores hematimtricos e sintomatolgicos,
caracterizando anemia hemoltica, trombocitopenia, e insuficincia renal aguda.
2.1.5. Suspeita de infeco por E. coli Enterohemorrgica (ECEH) CID 10: A04.3:
Qualquer indivduo com quadro de gastroenterocolite aguda (GECA) que inclua
diarria sanguinolenta, dor abdominal intensa e ausncia de febre ou febre baixa.
Qualquer indivduo com quadro de Sndrome Hemoltica Urmica.
2.2. Assistncia ao caso de DDA CID 10: A09:
1 Atendimento do usurio na recepo, com preenchimento dos dados de identificao no
boletim de atendimento mdico (BAM) OU pronturio, no caso primeiro atendimento na
UBS/ESF, ou retirada do pronturio individual ou da famlia no arquivo.
OBS: a procura por um usurio que no da rea de abrangncia do ESF no impede de ser
realizado seu primeiro atendimento, conforme diretrizes de universalidade do SUS.
2 Encaminhar o usurio para a Triagem da Enfermagem.
3 Triagem de Enfermagem:
Entrevistar o usurio e pesquisar sinais e sintomas de DDA. Caso preencha critrios de
casos suspeito:
Realizar a avaliao do estado de hidratao do paciente (condio, explore e decida
ver quadro 11);
Classificar o risco (campo de grupo de risco Azul, Verde, Amarelo ou Vermelho
Unidades de Pronto-Atendimento) e avaliar a prioridade de atendimento mdico,
conforme critrios descritos abaixo.
Prioridade de atendimento mdico: febre maior que 38,5C, diarreia
sanguinolenta, dor abdominal intensa, sinais de desidratao grave, grupos
especiais (crianas, gestantes, idosos, imunossuprimidos), alterao do nvel de
conscincia e/ou presena de sinais neurolgicos associados.
Encaminhar o paciente para o mdico, anexando o Boletim SINAN Individual de
Notificao (BIN).
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4 Atendimento mdico:
Colher anamnese com histria clnico-epidemiolgica e examinar o paciente (Ver
protocolos de Abordagem Sindrmica);
Fazer diagnstico diferencial:
Caso seja suspeito de DDA, seguir os passos descritos a seguir abaixo deste POP.
Caso descartada a suspeita clnica de DDA, seguir conduta para outros diagnsticos
diferenciais de Doenas Febris Agudas (Ver protocolos de Abordagem Sindrmica).
Descartar: apendicite, anexite, diverticulite aguda, peritonite secundria por
perfurao intestinal, doena inflamatria intestinal crnica, uso de
medicamentos, mudana de hbitos alimentares.
Caso mantida a suspeita de DDA, mas associada a outros agravos (Ex: Dengue,
Leptospirose, Malria, etc.), fazer a abordagem de diagnstico e tratamento em
paralelo de todos os agravos suspeitos, inclusive DDA (Ver protocolos de Abordagem
Sindrmica).
Verificar histria de viagens (diarreia do viajante): risco de Clera e Poliomielite Aguda.
Realizar o manejo clnico da DDA (ver figura 1):
Os episdios de diarreia aguda so divididos em dois grupos:
Diarreia aquosa: perda de grande quantidade de gua durante a evacuao,
com alterao na consistncia das fezes, podendo estabelecer rapidamente um
quadro de desidratao.
Diarreia sanguinolenta (disenteria): presena de sangue nas fezes, podendo
haver presena de muco e pus. Sugere inflamao ou infeco do intestino.
Avaliar durao e manifestaes clnicas predominantes das DTA (ver quadro 9):
Sintomas do trato gastrointestinal superior (nusea e vmitos) como primeiros
sintomas ou predominantes;
Sintomas respiratrios e garganta inflamada;
Sintomas do trato gastrointestinal baixo como primeira ocorrncia ou
predominncia (clicas abdominais, diarreia);
Sintomas neurolgicos (distrbios visuais, vertigem, tinidos, entorpecimentos,
paralisias);
Sintomas alrgicos (rubor facial, coceira);
Sintomas de infeco generalizada (febre, calafrios, mal estar, prostrao, dores,
aumento de gnglios);
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Sintomas gastrointestinais e/ou neurolgicos.
Solicitar exames laboratoriais especficos: O diagnstico das causas etiolgicas da
DDA laboratorial, por meio de exame parasitolgico de fezes (EPF), coprocultura e
pesquisa de vrus.
O diagnstico laboratorial importante na vigncia de surtos para orientar as
medidas de controle (ver protocolo de abordagem sindrmica para doenas
diarreicas agudas). Em casos de surto, solicitar orientao do Servio de
Vigilncia Epidemiolgica para coleta de amostras. Ver tambm quadro 9.
Pesquisa seletiva com coprocultura e EPF em casos espordicos ou isolados
mais custo efetiva nas seguintes situaes: DDA grave, diarreia persistente
(mais de 7 dias), diarreia do viajante no responsiva antimicrobianos,
diarreia sanguinolenta (pesquisa de Salmonella, Shiguella e Campylobacter),
grupos de risco (imunossuprimidos), DDA nosocomial (incio aps 72h
internao pesquisa de toxina A e B de Clostridium difficile), DDA com febre
e dor abdominal persistente (pesquisa de Yersinia enterocolitica), diarreia com
sangue ou sem sangue com dor abdominal no flanco direito e sem febre
(pesquisa de E. coli produtora de toxina Shiga) e SHU ps diarreia (pesquisa de
E. coli produtora de toxina Shiga).
Pesquisar sinais de alarme/perigo e/ou choque (condio, explore, decida e trate ver
quadro 11):
Piora da diarreia;
Vmitos persistentes;
Muita sede;
Dificuldade ou incapacidade de beber, mamar no peito ou recusa de alimentos;
Febre (maior ou igual a 38,5C);
Presena de sangue nas fezes;
Convulses; OU
Letargia ou inconscincia.
DDA potencialmente grave:
Botulismo, Clera e Poliomielite Aguda;
intoxicao por espcies txicas de cogumelos com longo perodo de incubao (ex:
Amanita Muscaria);
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intoxicao do tipo paraltica por moluscos bivalves (mariscos) ou algas
dinoflageladas (ex: toxina Ciguatera de peixes marinhos com barbatanas, tipo
garoupa, barracuda, vermelho, cngulo acarapicu, cavala) ver quadro 10;
DDA em recm-nascidos e em imunossuprimidos (Ex: listeriose);
doena heptica subjacente (Ex: infeco por Vibrio vulnificus);
crianas, idosos e pessoas debilitadas;
doenas provocadas por Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens, Salmonella
spp, Escherichia coli enterotoxignica, Shigella spp.
Pesquisar comorbidades, situaes especiais e/ou risco social:
Avaliar em usurios portadores de doenas inflamatrias intestinais e/ou o uso de
medicamentos que desencadeiem diarreia;
Gestantes;
Preencher o BIN (campos 01 a 19 Dados Complementares no verso). Retornar o BIN
enfermagem para completar os demais campos (campos 01 a 31 frente).
OBSERVAO: esta rotina deve ser negociada em equipe para definir esta atribuio,
sendo de responsabilidade do mdico e/ou da enfermagem o preenchimento
COMPLETO do BIN.
Tratar a doena diarreica aguda: consiste em quatro medidas:
correo da desidratao e do desequilbrio eletroltico;
combate desnutrio;
uso adequado de medicamentos; e
preveno das complicaes.
Planos de tratamento:
Plano A destina-se a paciente com diarreia e sem sinais de desidratao.
O tratamento domiciliar, com a utilizao de: soluo de sais de reidratao
oral (SRO) e lquidos disponveis no domiclio (chs, cozimento de farinha de
arroz, gua de coco, soro caseiro, etc.).
Oferecer tais lquidos aps cada episdio de evacuao ou vmito, de acordo
com as indicaes a seguir:
o menores de 2 anos: 50ml;
o maiores de 2 anos: 100 a 200ml;
o adultos: a quantidade que aceitarem.
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Manter e estimular a alimentao habitual. Os pacientes ou seus responsveis
devero ser orientados para o reconhecimento dos sinais de desidratao e no
sentido de procurar imediatamente a unidade de sade mais prxima, na
eventual ocorrncia dos sinais ou se a diarreia agravar, apresentar sangue nas
fezes (disenteria) ou febre alta.
importante ressaltar que os refrigerantes no devem ser utilizados, pois alm
de ineficazes como hidratantes, podem agravar a diarreia.
Plano B destina-se a paciente com diarreia e com sinais de desidratao.
Tratar com soluo de SRO todos os pacientes desidratados, mas com
capacidade de ingerir lquido. No necessrio determinar o volume exato a ser
administrado, mas recomenda-se que seja contnuo, conforme a sede do
paciente, at a completa recuperao do estado de hidratao:
o Para crianas: oferecer 100ml/kg, administrados em um perodo no
superior a 4 horas.
o Para lactentes em aleitamento materno: continuar recebendo o leite
materno.
o Para adultos: administrar apenas SRO at se completar a reidratao.
Se o paciente vomitar, reduzir o volume e aumentar a frequncia das tomadas.
Os vmitos geralmente cessam aps 2 a 3 horas do incio da reidratao.
A febre causada pela desidratao geralmente cede na medida em que o
paciente se reidrata.
O paciente com desidratao deve permanecer na unidade de sade at a
reidratao completa e retornar ao servio para reavaliao, aps 24 a 48 horas
ou imediatamente, em caso de piora. Deve-se observar se a ingesto superior
s perdas.
Os sinais clnicos de desidratao vo desaparecendo gradualmente, durante o
perodo de reidratao. Todavia, devido possibilidade de ocorrer rapidamente
maior perda de volume, Avaliar os pacientes com frequncia para identificar,
oportunamente, necessidades eventuais de volumes adicionais de soluo de
SRO.
Plano C destina-se a paciente com diarreia e desidratao grave.
Indicao de cateter nasogstrico (CNG): em crianas com perda de peso aps as
2 primeiras horas de tratamento oral, de vmitos persistentes, de distenso
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abdominal com rudos hidroareos presentes ou de dificuldade de ingesto.
Nesses casos, administrar 20 a 30ml/kg/hora de SRO.
Indicar hidratao parenteral somente quando houver alterao da
conscincia, vmitos persistentes, mesmo com uso de CNG, e em criana com
presena de leo paralitico.
Se o paciente apresentar sinais e sintomas de desidratao grave, com ou sem
choque (palidez acentuada, pulso radial filiforme ou ausente, hipotenso
arterial, diminuio do nvel de conscincia), iniciar a reidratao imediatamente
por via endovenosa, conforme o esquema a seguir descrito.
Adultos:
o Acesso vascular perifrico com 2 veias de bom calibre (scalp 19):
administrar volumes iguais de NaCl a 0,9% e Ringer Lactato de,
aproximadamente, 10% do peso do paciente, em cerca de 2 horas. Se
estiver faltando uma das solues, usar apenas uma ou a soluo
polieletroltica.
o Reavaliar o paciente: se persistirem os sinais de choque, repetir a
prescrio; caso contrrio, iniciar balano hdrico com as mesmas
solues.
o Administrar concomitantemente a soluo de SRO, em doses pequenas e
frequentes, to logo o paciente a aceite. Isso acelera a recuperao do
paciente e reduz drasticamente o risco de complicaes pelo manejo
inadequado.
o Suspender a hidratao endovenosa quando o paciente estiver hidratado,
com boa tolerncia ao SRO e sem vmitos.
Crianas:
o Administrar a soluo de SRO por meio de CNG ou conta-gotas at que se
instale a reidratao endovenosa (ver quadros 7 e 8)
o Administrar a soluo de SRO, to logo a criana a aceite;
o Suspender a hidratao endovenosa quando o paciente estiver hidratado,
sem vmitos, em um perodo de 2 horas, e com ingesto suficiente para
superar as perdas.
o Na fase rpida, no utilizar de soluo de Ringer Lactato ou de outras
que tambm possam induzir hipernatremia, principalmente em crianas
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menores de 2 anos. No utilizar soluo glicofisiolgica disponvel no
mercado, pois as concentraes de cloreto de sdio e de glicose so
diferentes da soluo 1:1 de SF e de SG a 5%.
Quadro 7. Fase de hidratao rpida (expanso)
Quadro 8. Fase de manuteno e reposio
Combater a desnutrio: A DDA causa desnutrio, caracterizada por anorexia e
sndrome perdedora de protenas. Aps a avaliao, recomendar o aumento da ingesto
de lquido, como soro caseiro, sopas e sucos; e manter a alimentao habitual, em
especial o leite materno e corrigir eventuais erros alimentares.
Indicao de antimicrobianos: deve ocorrer s quando o benefcio inquestionvel,
pois a diarria aguda, grande parte das vezes, tem curso autolimitado:
Bactrias: para as diarrias bacterianas, sugestivo na vigncia de febre alta e/ou
sangue nas fezes, utilizar sulfametazol/trimetopima SMX/TMP (em crianas: 50mg
SMX/kg de peso VO; em adultos: 800 mg VO 12/12 horas por 5 dias).
Caso de alergia sulfas: eritromicina (em crianas: 30-50mg/kg/dia dose
mxima de 4g/dia; em adultos 500mg VO 6/6 horas por 5 dias).
No caso de persistncia de sangue nas fezes aps 2 dias de uso do SMX/TMP,
trocar antimicrobiano por cido nalidxico (em crianas 60mg/kg/dia VO 6/6
horas; em adultos: 1g VO 8/8 horas por 5 dias).
Tratamento de Febre Tifoide: cloranfenicol (em adultos: 50mg/kg/dia VO ou IV
6/6 horas dose mxima de 4g/dia; em crianas: 50mg/kg/dia VO ou IV 6/6
horas dose mxima de 3g/dia).
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Tratamento de Clera: em paciente suspeito procedente de rea endmica de
transmisso, particularmente Haiti, Cuba, Mxico e Repblica Dominicana,
instituir a seguinte conduta:
o Internao hospitalar: referncia da rede SUS (HMEHSG).
o Tratamento de suporte: plano C (diarreia com desidratao grave).
o Terapia antimicrobiana: para reduzir o volume e a durao da diarreia,
quando instituda no decurso das primeiras 24 horas, a partir do incio dos
sintomas. Sua administrao deve ser por via oral quando cessam os
vmitos, em geral aps um perodo de 3 a 4 horas do incio da
reidratao. O uso de antimicrobiano parenteral, mais onerosos, no
apresenta nenhuma vantagem, pois o Vibrio cholerae no invade a
mucosa, razo pela qual o uso de antibitico por via parenteral pouco
efetivo.
Para maiores de 8 anos: tetraciclina (500mg VO 6/6 horas por 3
dias; peso menor que 40kg: 50mg/kg/dia VO 6/6 horas por 3
dias), doxiciclina (300mg VO em dose nica), furazolidona
(100mg VO 6/ 6 horas por 3 dias) ou eritromicina (500mg de 6 /6
horas por 3 dias).
Para gestantes e nutrizes: ampicilina (500mg VO de 6/6 horas
por 3 dias).
Para os menores de 8 anos: sulfametoxazol (50mg/kg/dia)/
trimetoprima (10mg/kg/dia) VO 12/12 horas por 3 dias.
o NOTIFICAR IMEDIATAMENTE O CASO SUSPEITO DE CLERA (EM 24
HORAS) AO SERVIO DE VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA.
Tratamento de infeco por ECEH e/ou SHU: O tratamento com
antimicrobianos ou antidiarreicos est CONTRAINDICADO, pois pode agravar o
quadro clnico do paciente. O tratamento recomendado restringe-se
hidratao e medidas de suporte necessrias. Manter a hidratao ou promover
a reidratao quando houver sinais de desidratao. Evitar o uso de
antimicrobiano em casos com diarreia sanguinolenta NA AUSNCIA DE FEBRE!
Tratamento da DDA causada por Staphylococcus spp, Clostridium perfringens
ou por Bacillus cereus: no est indicado o uso de antimicrobianos.
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Tratamento da GECA no complicada causada por Salmonela no tifide: evitar
o uso de antimicrobianos.
Tratamento da GECA causada por Campylobacter jejuni: a eritromicina erradica
o agente e pode encurtar a durao da doena, se utilizada precocemente.
Tratamento da GECA causada por Vibrio parahaemolyticus, Yersinia
enterocolitica e Escherichia coli enterotoxignica e enteroinvasiva: o papel do
antimicrobiano incerto, mas provavelmente mnimo.
Vrus: no h tratamento etiolgico para doena diarreica causada por vrus, apenas
tratamento de suporte, como correo da desidratao e do desequilbrio
eletroltico e tratamento de outros sintomas apresentados, como nuseas e vmitos.
Parasitos: quando h identificao de parasitos, utilizar medicamentos como:
mebendazol, albendazol e, no caso de protozorios de G. lamblia ou E. hystolitica,
recomendado o metronidazol (em crianas: 20mg/kg/dia VO; em adultos: 750mg VO
8/8 horas por 5 dias. Prolongar por 10 dias em casos graves).
Infeco por Cryptosporidium spp e Microsporidium spp em pacientes com
HIV/AIDS no h teraputica especfica.
Indicaes para internao hospitalar:
Desidratao grave (plano C);
Criana menor de 6 meses e com diarreia de durao maior que 14 dias e com sinais
de desidratao;
Criana com desnutrio grave;
Pacientes com patologias sistmicas associadas (diabetes, hipertenso arterial
sistmica, cardiopatias ou outras patologias afins);
Pacientes residentes em locais distantes que no tenham tolerncia oral plena;
Suspeita de Clera com desidratao grave, com ou sem complicaes;
Pacientes com sintomas neurolgicos associados com suspeita de Botulismo;
Pacientes com sintomas neurolgicos associados com suspeita de intoxicao por
cogumelos (Amanita Muscaria), toxinas de mariscos e toxina Ciguatera de peixes
marinhos com barbatanas (garoupa, barracuda, vermelho, cngulo acarapicu,
cavala).
Agentes antiperistlticos so de pouca ou nenhuma utilidade em controlar diarreia,
sendo contraindicados. Os antiemticos e antipirticos devem ser evitados por
favorecerem a depresso do sistema nervoso central, dificultando a ingesto do soro
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oral devido prostrao e sonolncia que provocam, principalmente, em crianas
(quadro 12).
O paciente, de acordo com a avaliao clnica (ver abaixo figura 1 e quadros 9 e 11), ser
liberado com a prescrio do plano de tratamento (plano A, B ou C) com orientaes do
mesmo e seus familiares (hidratao oral, sinais de alerta e retorno para
acompanhamento);
Em lactentes, incentivar a prorrogar do tempo de aleitamento materno!
Ateno Bsica: havendo a necessidade de hidratao venosa Plano C (ver em anexo
Manejo do Paciente com Diarreia), o usurio realizar na prpria UBS/USF, na cadeira
de hidratao ou maca, ou ento ser encaminhado unidade de referncia com
encaminhamento por escrito, assinado e carimbado pelo mdico, conforme a
classificao de risco (ver em anexo Manejo do Paciente com Diarreia). Remover ou
transferir o usurio com a hidratao venosa iniciada!
OBSERVAO: Na suspeita de DDA por intoxicao aguda devido a toxinas (ex:
Amanita Muscaria, mariscos, Ciguatera, etc.) ou por produtos qumicos (ex:
organofosforados, mercrio orgnico, conservantes, corantes, etc.), entrar em contato
com Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas (Sinitox) para
orientaes sobre o diagnstico, prognstico, tratamento e preveno das
intoxicaes e envenenamentos, assim como sobre a toxicidade das substncias
qumicas e biolgicas e os riscos que elas ocasionam sade (tel.: Disque-Intoxicao
0800-722-6001).
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Figura 1. Fluxograma com os passos do diagnstico e do tratamento das DDA
(1) Condies especiais com indicao seletiva de solicitao de cultura nas fezes (coprocultura): DDA grave, diarreia sanguinolenta (ver
fluxograma pesquisa de Salmonella, Shiguella e Campylobacter), diarreia do viajante no responsiva aos antimicrobianos (quinolonas ou SMX/TMP), DDA nosocomial com uso prvio de antimicrobianos (incio aps 72h internao pesquisa de toxina A e B de Clostridium difficile), DDA com febre e dor abdominal persistente (pesquisa de Yersinia enterocolitica), diarreia com sangue ou sem sangue com dor abdominal no flanco direito e sem febre (pesquisa de E. coli produtora de toxina Shiga) e Sndrome Hemoltico Urmica ps diarreia (pesquisa de E. coli produtora de toxina Shiga).
(2) Condies especiais com indicao seletiva de solicitao de cultura de fezes e exame de fezes (EPF + leuccitos fecais ou lactoferrina fecal): diarreia persistente por mais de 7 dias (inclusive em imunossuprimidos).
(3) Condies especiais com indicao seletiva de solicitao de microscopia de fundo negro (swab Cary-Blair para cultura de Vibrio sp.): diarreia aquosa com histria de ingesto de frutos do mar crus ou mal cozidos e viagem para reas de transmisso de Clera.
(1)
(3)
(2)
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Quadro 9. Incio, Durao e Sintomas das Doenas Transmitidas por Alimentos
Incio dos Sintomas (tempo aproximado)
Sinais e Sintomas Principais Microorganismos relacionados, toxinas ou
outros
Sintomas do trato gastrointestinal superior (nusea e vmitos) como primeiros sintomas ou predominantes
Menos que 1 hora Nusea, vmito, sensao de queimao na boca, gosto estranho/incomum
Sais metlicos (antimnio, cdmio, cobre, fluoreto de sdio, chumbo, estanho, zinco)
1-2 horas Nusea, vmito, cianose, dor de cabea, vertigem, dispnia, tremores, fraqueza, perda de
conscincia
Nitritos
1-6 horas (mdia de 2-4 horas)
Nusea, vmito, nsia de vomitar, diarria, dor abdominal, prostrao
Staphylococcus aureus e suas enterotoxinas e B. cereus (toxinas vomitivas)
8-16 horas (com possveis vmitos entre 2 a 4 horas)
Vmitos, clicas abdominais, diarria e nusea Bacillus cereus e suas toxinas (vomitivas e/ou diarreicas)
6-24 horas Nusea, vmito, diarria, sede, dilatao da pupila, colapso, coma
Amanita Muscaria (cogumelo silvestre), fungos com ciclopeptdeos e giromitrnicos
Sintomas respiratrios e garganta inflamada
Menos que 1 hora Garganta inflamada Hidrxido de sdio
12-72 horas Garganta inflamada, febre, nusea, vmito, secreo nasal e s vezes rash cutneo
Streptococcus pyogenes
2-5 dias Garganta e nariz inflamados, exsudato cinza, febre, calafrios, garganta inflamada, mal estar,
dificuldade em engolir, edema de gnglios cervicais
Corynebacterium diphtheriae
Streptococcus do grupo A de Lancefield
Sintomas do trato gastrointestinal baixo como primeira ocorrncia ou predominncia (clicas abdominais, diarria)
2-36 horas (mdia de 6-12 horas)
Clicas abdominais, diarria, diarria putrefata (associada com o C. perfringens), algumas vezes
nuseas e vmitos
Clostridium perfringens, Bacillus cereus (toxina diarreica), Streptococcus faecalis, S. faecium
12-74 horas (mdia de 18-36 horas)
Clicas abdominais, diarria, vmito, febre, calafrios, dor de cabea, nusea, mal estar.
Algumas vezes, diarria com sangue ou muco, leso cutnea(associada com V. vulnificus). A
Yersnia enterocoltica pode simular uma gripe e apendicite aguda dependendo da faixa etria
(adultos jovens).
Vrias espcies de Salmonellas, Shigella, E. coli enteropatognica, outras enterobacteriaceas,
Vibrio parahaemolyticus, Yersnia enterocoltica, Pseudomonas aeruginosa (?), Aeromonas
hydrophila, Plesiomonas shigelloides, Campilobacter jejuni, Vibrio cholerae (O1 e no-
O1), V. vulnificus, V. fluvialis.
3-5 dias Diarria, febre, vmito, dor abdominal, sintomas respiratrios
Viroses entricas (echo, cocsakie, polio, Reovirus, adenovirus e outros)
1-6 semanas Diarria com muco, fezes gordurosas, dor abdominal, perda de peso
Giardia lamblia
1 a muitas semanas Dor abdominal, diarria, constipao, dor de cabea, tontura, lceras (muitas vezes, sem
sintomatologia)
Entamoeba histolytica
3-6 meses Nervosismo, insnia, dor de fome, dores, anorexia, perda de peso, dor abdominal, algumas
vezes gastroenterite.
Diphylobotrium latum, Taenia saginata e T. solium
Adaptado de: Food and Drug Administration. FDA/CFSAN Bad Book: Onset, Duration, and s...http://vm.cfsan.fda.gov/~mow/app2.html. Ministrio da Sade. Manual Integrado de Preveno e Controle de Doenas Transmitidas por Alimentos, sem data.
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Incio dos Sintomas (tempo aproximado)
Sinais e Sintomas Principais Microorganismos relacionados, toxinas ou outros
Sintomas neurolgicos (distrbios visuais, vertigem, tinidos, entorpecimentos, paralisias)
Menos que 1 hora Ver no final da tabela Sintomas gastrointestinais e/ou neurolgicos/toxina de molusco
Moluscos e toxinas marinhas (cicuta aqutica)
Gastroenterite, nervoso, viso turva, dor torcica, cianose, contraes musculares, convulses
Fosfatos orgnicos (organofosforados)
Salivao excessiva, perspirao, gastroenterite, pulso irregular, constrio de pupilas, respirao
asmtica
Amanita Muscaria, mata-boi ou frade-de-sapo com forma de chapu vermelho com manchas brancas (toxina muscimol e cido ibotnico)
Tinido e entorpecimento, tontura, palidez, hemorragia gstrica, descamao de pele, olhos fixos, perda de reflexos, contraes musculares,
paralisias
Toxina Tetradon (tetrodotoxina)
1-6 horas Tinido e entorpecimento, gastroenterite, sonolncia, boca seca, dor muscular, pupilas
dilatadas, viso turva, paralisia.
Toxina Ciguatera de barracuda, erva de feiticeiro, erva saia branca
Nusea, vmitos, tinido e tontura, fraqueza, anorexia, perda de peso, confuso.
Hidrocarbonetos clorinatados
2h-6 dias (comumente 12-36 horas)
Vertigem, viso turva ou dupla, perda de reflexo para a luz, dificuldade de engolir, falar e respirar,
boca seca, fraqueza, paralisia respiratria.
Clostridium botulinum e sua neurotoxina
Mais que 72 horas Dormncia, fraqueza das pernas, paralisia espstica, diminuio da viso ou cegueira, coma
Mercrio orgnico
Gastroenterite, dor na perna, distrbio de marcha, paresia de p e punho
Fosfato triortocresil
Sintomas alrgicos (rubor facial, coceira)
Menos que 1 hora Dor de cabea, sonolncia, nusea, gosto de pimenta/ardncia, ardor de garganta, aumento de gnglios faciais, edema, rubor facial, dor de
estmago, coceira de pele.
Histamina (escombride - peixes da famlia Scombridae) e tiramina (queijos frescais)
Intumescimento em volta da boca, sensao de formigamento, rubor facial, tontura, dor de
cabea, nusea.
Glutamato monossdico
Rubor facial, sensao de calor, coceira, dor abdominal, inchao de face e joelhos
cido nicotnico
Sintomas de infeco generalizada (febre, calafrios, mal estar, prostrao, dores, aumento de gnglios)
4-28 dias (mdia de 9 dias) Gastroenterite, febre, edema prximo aos olhos, perspirao, dor muscular, calafrios, prostrao,
dispneia.
Trichinnella spiralis
7-28 dias (mdia de 14 dias) Mal estar, dor de cabea, febre, tosse, nusea, vmito, constipao, dor abdominal, calafrios,
rosolas cutneas, fezes sanguinolentas.
Salmonella typhi
10-13 dias Febre, dor de cabea, mialgia, rash cutneo Toxoplasma gondii
10-50 dias (mdia de 25-30 dias)
Febre, mal estar, lassido, anorexia, nusea, dor abdominal, ictercia.
Agente etiolgico ainda no isolado - provavelmente viral
Adaptado de: Food and Drug Administration. FDA/CFSAN Bad Book: Onset, Duration, and s...http://vm.cfsan.fda.gov/~mow/app2.html. Ministrio da Sade. Manual Integrado de Preveno e Controle de Doenas Transmitidas por Alimentos, sem data.
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Incio dos Sintomas (tempo aproximado)
Sinais e Sintomas Principais Microorganismos relacionados, toxinas ou outros
Perodos variveis (dependente da doena
especfica)
Febre, calafrios, dor de cabea ou das juntas, prostrao, mal estar, aumento dos gnglios, e
outros sintomas especficos da doena em questo.
Bacillus anthracis, Brucella melitensis, B. abortus, B. suis, Coxiella burnetii, Francisella
tularensis, Listeria monocytogenes, espcies de Mycobacterium, Pasteurella multocida,
Streptobacillus moniliformis, Campylobacter jejuni, espcies de Leptospira.
Sintomas gastrointestinais e/ou neurolgicos
30 min. - 2 horas Formigamento, sensao de queimao, torpor, sonolncia, fala incoerente, paralisia respiratria.
Toxina paralisante de moluscos bivalves (PSP) saxitoxinas
2-5 min. -3-4 horas Sensao alternada de frio e calor, tremores, entumescimento de lbios, lngua, e garganta, dores musculares, vertigem, diarria e vmito.
Toxina neurotxico de moluscos bivalves (NSP) brevetoxina
30 min. - 2-3 horas Nusea, vmito, diarria, dor abdominal, calafrios e febre
Toxina diarrica de moluscos bivalves (DSP) (toxina dinophysis, cido osadaico,
pectenotoxina, yessotoxina)
24 horas (gastrointestinal) - 48 horas (neurolgico)
Vmitos, diarria, dor abdominal. Confuso, perda de memria, desorientao, derrame
cerebral, coma.
Toxina amnsica de moluscos bivalves (ASP) (cido domico)
Adaptado de: Food and Drug Administration. FDA/CFSAN Bad Book: Onset, Duration, and s...http://vm.cfsan.fda.gov/~mow/app2.html. Ministrio da Sade. Manual Integrado de Preveno e Controle de Doenas Transmitidas por Alimentos, sem data.
Quadro 10. DDA produzidas por toxinas naturais1
Toxina natural Alimentos associados Conduta laboratorial
Ciguatera Peixes marinhos com barbatanas, tipo garoupa, barracuda, vermelho, cngulo (acarapicu), cavala
Deteco e identificao da toxina no alimento em camundongos
Escombride Alimentos que contm altos nveis de histamina e outras aminas vasoativas, formadas a partir de certas bactrias e a subsequente ao de enzimas
descarboxilases sobre a histidina e outros aminocidos no alimento (queijos suos/frescais
ou produtos industriais de pescados da famlia
Scombridae, como atum, anchovas e similares)
Anlise da histamina no alimento (espectroscopia fluorescente)
Tetrodoxina (cido tetrodnico)
Produzida por bactrias da famlia Vibrionaceae, Pseudomonas sp e Photobacterium phosphoreum (pescado do tipo baiacu, ingeridos sem extrair-lhe
as gnadas e os intestinos)
Deteco da toxina no camundongo que desenvolve o quadro e identificao da toxina
por mtodos de cromatografia e espectrometria
Saxitoxinas, brevetoxinas, toxinas dinophysis, cido osadaico, pectenotoxina e
yessotoxina, cido domico
Moluscos bivalves (mariscos) _____________________________________
Amanitina, giromitrina, orelanina,
muscarina, cido ibotnico, muscimol, psilocybin e
coprina
Cogumelos silvestres (Amanita Muscarina) mata-boi ou frade-de-sapo com forma de chapu
vermelho com manchas brancas
Deteco da toxina no plasma e na urina do paciente e no alimento, tcnicas
cromatogrficas (nem sempre possvel)
Alcaloides da Erva de Feiticeiro e Saia Branca
(Datura)
Partes da Erva do Feiticeiro ou de tomates de tomateiros no tronco daquela erva
Deteco do alcaloide na urina
Adaptado de: CVE/SES-SP, 2001. 1 substncias qumicas, produzidas por seres vegetais ou animais que podem causar graves envenenamentos no ser humano, atravs de sua ingesto como alimentos.
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Quadro 11. Avaliao do estado de hidratao do paciente (ver plano de tratamento em anexo)
Quadro 12. Medicamentos contraindicados nas DDA
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5 Atendimento de Enfermagem:
Acolher o usurio aps o atendimento mdico;
Verificar e completar campos do BIN (campos 01 a 31 frente), conforme necessidade;
Orientar sobre os sinais de desidratao;
Em lactentes, incentivar a prorrogar do tempo de aleitamento materno!
Coletar exames laboratoriais, caso indicado, conforme rotina do Laboratrio Municipal
Arclio Guimares e Laboratrios de Emergncia do HMEHSG e UPA Cidade Alegria para
transporte e processamento de amostras;
Encaminhar ou agendar retorno do usurio para reviso clnica de enfermagem e
mdica, conforme classificao de risco.
6 Em situao de ausncia de mdico na UBS/ESF (Ateno Bsica):
Encaminhar o paciente s Unidades de Pronto-Atendimento da rede SUS (Pronto-
Atendimento do Paraso, HMEHSG ou UPA Cidade Alegria), conforme rea de referncia da
UBS/ESF. Realizar contato telefnico prvio com a unidade de referncia e encaminhar o
usurio com documento (receiturio) por escrito, assinada e carimbada pela Enfermeira, ou
na ausncia, o tcnico/auxiliar de enfermagem. Remover ou transferir, preferencialmente, o
usurio com a hidratao venosa iniciada!
2.3. Medidas de preveno e controle:
As medidas de controle consistem em: melhoria da qualidade da gua (Quadro 13),
destino adequado de lixo e dejetos, controle de vetores, higiene pessoal e alimentar.
Quadro 13. Dosagem e tempo de contato do hipoclorito de sdio segundo o volume de gua para consumo humano
A educao em sade, particularmente em reas de elevada incidncia de diarreia,
fundamental, orientando as medidas de higiene e de manipulao de gua e alimentos.
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Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches ou hospitais, que podem apresentar
riscos aumentados quando as condies sanitrias no so adequadas, devem ser alvo de
orientaes e campanhas especficas.
Considerando a importncia das causas alimentares nas diarrias das crianas
pequenas, fundamental o incentivo a prorrogao do tempo de aleitamento materno,
comprovadamente uma prtica que confere elevada proteo a esse grupo populacional.
Referncias: 1. Brasil. Lei Federal n 6.259, de 30 de outubro de 1975. 2. Ministrio da Sade. Portaria n 1.271 de 06 de junho de 2014. 3. ________________. Alerta: Sndrome Hemoltico Urmica (SHU) Surto de SHU causada por cepa rara de E. coli O104 na Europa. Junho de 2011. 4. ________________. Manual Integrado de Vigilncia Epidemiolgica de Febre Tifoide, 2010. 5. ________________. Guia de Bolso de Doenas Infecciosas e Parasitrias, 8 edio revista, 2010. 6. ________________. Guia de Vigilncia Epidemiolgica, 7 edio, 2009. 7. ________________. Manual Integrado de Vigilncia Epidemiolgica da Clera, 2008. 8. ________________. Manual Integrado de Preveno e Controle de Doenas Transmitidas por Alimentos, sem data. 9. Organizao Pan-americana de Sade. Actualizacin Epidemiolgica: Clera 19 de octubre de 2013. 10. Food and Drug Administration. FDA/CFSAN Bad Book: Onset, Duration, and s...http://vm.cfsan.fda.gov/~mow/app2.html. Pesquisa em 16 de novembro de 2006. 11. Secretaria de Estado de Sade de So Paulo. Sndrome Hemoltico-Urmica: Normas e Instrues, 2002. 12. _________________________________. Informe Net-DTA: Ciguatera, julho de 2001. 13. _________________________________. Curso Bsico De Vigilncia Epidemiolgica Das Doenas Transmitidas Por Alimentos, 2000. 14. Infectious Diseases Society of America. IDSA Guidelines: Practice Guidelines for the Management of Infectious Diarrhea. Clinical Infectious Diseases; 32:33150, 2001.