David W. Dyer - Sementes

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Sementes

Sementes

Ministrio Gro de Trigo

David W. Dyer

John, Lydia, David & Nina

Essa publicao rene 5 estudos liberados por David W. Dyer. Trata-se de assuntos diferentes mais com uma profundidade muito grande.

Em Guardar o Sbado ou No ele faz uma anlise sincera sobre o assunto de uma perspectiva pouco conhecida no meio cristo.

Em Trs Princpios Essenciais vai descobrir que fazer parte da Igreja e experimentar o Corpo de Cristo podem ser duas experincias diferentes. Muitos membros do corpo ainda no tiveram uma experincia sobrenatural com o Corpo de Cristo e neste estudo vai conhecer os passos imprescindveis para tal.

Em Sacerdcio o autor chama a ateno para o chamado de cada cristo ao sacerdcio, que muitos tem negligenciado e outros nunca foram ensinados sobre o assunto.

Em Duas Testemunhas um tema curioso abordado. Em Apc. 11: 1-15 podemos ver as Duas Testemunhas. Muitas suposies j surgiram, mas o autor chama a ateno ao original, que afirma ter as Duas Testemunhas um s corpo (como ser isso possvel?)

Sumrio:

GUARDAR O SBADO OU NOTRS PRINCPIOS ESSENCIAISO SACERDCIOAS DUAS TESTEMUNHASNO OBSTANTE

GUARDAR O SBADO OU NO

O cenrio era aterrador. A montanha estava envolvida em uma camada de fumaa produzida por um fogo devastador. O cho tremia e uma voz de trombeta, mais alta que qual quer outra ouvida anteriormente, abafava o som do trovo retumbante enquanto os raios entremeavam os pronunciamentos do Deus Todo Poderoso. O homem, Moiss, tomou seu caminho montanha acima e desapareceu no inferno. Sem dvida, ele tambm estava assustado. Seria natural se seus joelhos tremessem e se seu corao batesse forte dentro do peito conforme ele observava o dedo de Deus aparecer e inscrever Seus mandamentos em duas tbuas de pedra. O Altssimo estava mostrando claramente que seus mandamentos no podiam ser violados. Esta terrvel demonstrao do poder de Deus pretendia produzir naqueles que a observavam um medo santo e solene que os faria obedec-Lo.

Tal a origem do que conhecemos como Os Dez mandamentos. Entretanto, evidente que hoje eles no so tidos em to alta considerao como foi no tempo em que foram falados pela primeira vez. Afinal, muitos cristos parecem acreditar que Jesus veio para abolir tais decretos ameaadores e substitu-los por admoestaes muito mais agradveis e fceis de cumprir.

De fato, freqente entre os cristos modernos (se no ensinado abertamente) que os mandamentos de Deus ao Seu povo devem ser olhados como pequenas sugestes em vez de qualquer tipo de ordenanas severas. Alm disso, continua a suposio, as conseqncias da falhaa penalidade por quebrar qualquer das leis de Deus foram inteiramente removidas atravs de Jesus e assim, se nos moldamos ou no ao Seu padro, no realmente muito importante.

O apoio a esta presente indiferena da moderna cristandade para com as instrues de Deus e a evidente falta de temor a Deus um engano bsico referente ao Evangelho. O que Jesus veio fazer por ns e como Ele est cumprindo Seus objetivos no bem compreendido por muitos crentes. A noo de conseqncias de qualquer tipo referente ao comportamento dos cristos reduziu-se a um conto de fadas sobre ser grande ou pequena a manso que receberemos ou quo luxuoso ser o carro que dirigiremos quando nosso Senhor voltar com Sua recompensa. Tal espcie de evangelho superficial tem produzido adeptos igualmente superficiais. Uma falta de revelao concernente Pessoa e aos propsitos do Deus vivo resultou em uma mensagem que tem muito pouco poder de transformar as vidas dos ouvintes. O temor do Senhor que deveria formar uma espcie de alicerce nas vidas dos crentes, tem sido tirado e substitudo por um modo fcil e amplo que no tem lugar em nenhuma compreenso genuna do evangelho.

Isto nos leva ao propsito deste texto. tentar, de maneira tanto bblica quanto esclarecedora, apresentar o evangelho de uma nova perspectiva que tratar de algumas das modernas concepes erradas, to predominantes entre ns. Vamos orar juntos para que Deus unja e use esta mensagem para Seus objetivos eternos.

Para comear, importante afirmar que Jesus no veio para abolir a lei. Ao contrrio, Ele veio para cumpri-la. Ele no apenas no eliminou as solicitaes dos mandamentos de Deus. Ele realmente os elevou! Na realidade, os ensinamentos de Jesus elevaram as exigncias sobre o povo de Deus ao invs de reduzi-las. Uma simples verificao sobre dois dos dez mandamentos tornar este fato muitssimo claro.

Por exemplo, o stimo mandamento nos probe de cometer adultrio. Agora possvel a muitas pessoas obedecer a esta ordem. Elas podem entreter certos pensamentos e desejos sobre membros do sexo aposto particularmente atraentes. Elas podem at ter fortes impulsos nesta direo, mas elas, pelo poder de sua vontade ou por outros meios, so capazes de control-los e manter-se longe deste pecado. Esta abstinncia os teria qualificado para serem julgados obedientes lei nos dias de Moiss. Mas, quando Jesus veio, Ele tornou as coisas muito mais difceis! Ele declarou que mesmo ceder em pensamento to mau quanto ter realmente cometido o ato. Isto torna a retido impossvel de um ponto de vista humano. Se voc honesto, admitir comigo que pouqussimos tero passado a vida sem um s tal pensamento. Aqui, nesta nica lei, virtualmente cada um considerado culpado.

O mandamento sobre no matar tambm faz parte do quadro. No h dvida de que houve tempo em nossas vidas em que outras pessoas nos ofenderam ou pecou contra ns e, consequentemente, nos fizeram excessivamente irados. Espero que fomos capazes de resistir tentao de mat-los. Talvez a influncia restritiva das aplicaes da lei, tribunais e prises tenham ajudado a fazer o trabalho de controlar nossos sentimentos mais fcil. Entretanto, est abstinncia no atinge os padres de Deus. No Novo Testamento, no apenas no somos livres para matar aqueles que nos incomodam, mas somos solicitados a perdo-los. No s no devemos abrigar dio e amargura em nossos coraes, mas Nosso Senhor insiste, em que amemos os nossos inimigos. Como isto possvel? Mais uma vez, domnio prprio no suficiente. necessrio uma completa mudana de carter.

E assim com o resto dos Dez Mandamentos. Os padres do Novo Testamento so realmente muito mais altos que os do Velho. Espero que este pequeno exemplo suficiente para demonstrar claramente que a retido solicitada pelos ensinamentos de Jesus est muito acima daquela exigida pela lei.

A RETIDO DE DEUS

Eu creio que a reao imediata da maioria das pessoas com relao a isto imaginar interiormente: Como possvel tal coisa? Como poderia viver algum em tal completa perfeio, de maneira que nenhum pensamento, atitude ou ao pecaminoso pudesse mover-se em sua vida? Sabemos que os antigos judeus empenharam se por 1.450 anos para obedecer aos Dez Mandamentos. tambm bem documentado que a histria deste esforo foi de falhas contnuas. Assim, j que foi claramente provado por milhares de experincias, sem sombras de dvidas, que o homem incapaz de obedecer s ordens originais de Deus, como podemos compreender o fato do que Jesus aparentemente tornou as coisas ainda mais difceis? Como podemos lidar com o fato de que o que Deus hoje requer de ns est mais distante do nosso alcance e alm de nossa capacidade de modo a ser inteiramente impossvel?

A resposta a esta questo bastante simples ainda que absolutamente profunda. Para compreend-la imperativo que cada cristo chegue a uma profunda e inabalvel compreenso do seguinte fato: H apenas uma pessoa no universo que est altura deste critrio inacreditvel o prprio Deus. Sua vida a nica vida que automaticamente e espontaneamente transpira genuna retido. Ele o nico que aprovado no teste.

Veja bem, Deus de modo nenhum, precisa tentar ser reto. Ele apenas ! Ele no precisa tentar no olhar para revistas sujas ou evitar assistir novelas erticas. Ele no est se esforando para no mentir, trapacear, roubar ou tirar vantagem de algum em seu prprio benefcio. Ele no passa o tempo desejando ter coisas to agradveis quanto seus vizinhos. A verdade que Deus nem mesmo pode ser tentado pelo pecado (Tiago 1:13). Ele simplesmente no est interessado. De fato, Ele o abomina. Deus manifesta retido porque Ele reto e impossvel para Ele ser de outro jeito.

No deveria ser segredo para ns que em determinado momento da histria, esta vida sobrenatural foi manifestada (1 Joo 1:2). Esta incrvel vida de retido veio terra na pessoa do Filho de Deus, Jesus Cristo. Ns lemos: Nele estava a vida (de Deus) (Joo 1:4). Este homem era o repositrio da vida do Pai. Alm disso, enquanto Ele andava neste planeta, Ele no funcionava pela sua prpria vida, mas simplesmente vivia sua existncia pelas inclinaes da vida Divina que estava dentro Dele. Ele desvendou Seu segredo quando declarou: Eu vivo pelo Pai (Joo 6:57). Suas aes e mesmo Suas palavras no eram Dele mesmo mas simplesmente uma expresso da vontade do Pai que vivia dentro Dele. Ele afirmou: As palavras que vos tenho falado, no falo por mim mesmo, mas o Pai que habita em mim, Ele faz as obras (Joo 14:10). Assim, vemos que Jesus era verdadeiramente justo como resultado da prpria vida de Deus dentro Dele, que o motivava.

UMA VIDA QUE NO NOSSA

Isto ento forma uma ilustrao para ns hoje. totalmente impossvel para ns atingir os padres de Deus. Mas, se somos crentes genunos, este mesmo Jesus que viveu na Terra 2000 anos atrs e agradou ao Pai em cada aspecto, agora vive dentro de ns. E a inteno do Pai que Seu prprio Filho, vivendo dentro de ns e vivendo a vida do Pai atravs de ns, cumpra todas as suas justas motivaes. A prpria vida de Deus deve se tornar a fonte de todos os nossos pensamentos, sentimentos e aes. Assim como Nosso Senhor era animado pela vida do Pai, ns tambm podemos ser uma expresso Dele mesmo.

Desta forma, nossas vidas manifestaro justia. Desta forma, podemos atingir os padres dados a ns no livro de Deus. Todavia uma justia que no de ns mesmos (Fp 3:9). No somos ns que atingimos as exigncias, mas Um Outro que vive em ns e atravs de ns. Esta a verdadeira justia da f (Fil 3:9). Esta f nos traz para Deus e traz Deus para ns de uma maneira to poderosa que o nosso prprio modo de viver transformado. O evangelho genuno no uma mensagem de esforo prprio. A verdadeira justia no obtida pela nossas tentativas a melhorar. Na verdade ela se cumpre por uma substituio sobrenatural. Assim como Jesus agradou ao Pai permitindo-Lhe que vivesse atravs Dele, do mesmo modo ns tambm podemos agrad-Lo. Esta a verdadeira vida crist. o caminho estreito sobre o qual Jesus falava. Qualquer outro apenas uma imitao terrena. O desejo de Deus no que nos tentamos viver para Ele mas sim que Ele possa viver Sua vida atravs de ns!

Voc percebe isto? Voc capaz de sondar a profundidade do que isto significa? Que gloriosa liberdade! Que alvio e gozo! Agora somos livres da escravido de tentar agradar a Deus. Agora Algum que infinitamente mais capaz ir faz-lo por ns. O Jesus vivo que agradou ao Pai enquanto estava neste mundo, agora ir faz-lo novamente e atravs de ns. Esta uma revelao essencial que cada cristo deve enxergar. algo que deveria ter um profundo impacto sobre sua experincia. uma verdade que deveria comear a alterar nosso comportamento em um nvel fundamental.

Se por um lado este grande fato nos fornece tremendo descanso por outro lado traz com ele uma responsabilidade enorme. Voc v, isto quer dizer que supe-se que o povo de Deus deve ser verdadeiramente justo. Significa que ele deve ser santo. Ele realmente foi destinado por Deus no apenas a atingir o padro da lei do Velho Testamento, mas os excedentes padres elevados revelados por Jesus. Na verdade, Ele no veio para abolir a lei. Ao contrrio, Ele veio para cumpri-la mais completamente que nunca. Ele veio para fazer com que milhares de homens e mulheres se tornem mais justos que possvel. Sua inteno que o que no pode ser feito pela fora do homem na tentativa de obedecer lei de Deus, possa agora ser cumprido por Seu Divino Poder trabalhando atravs de Seu povo. Agora Deus pode ter multides expressando ao mundo verdadeira santidade e vencendo o diabo atravs do seu testemunho.

Confiantemente, todos os leitores percebero que h uma grande diferena entre a idia de guardar a lei e cumprir a lei. Guardar a lei algo que envolve os esforos da carne para obedecer um padro superficial. O cumprimento da lei a chegada de Quem deu o padro. Deixe-me dar um exemplo disto. Vamos supor que voc nunca tenha encontrado minha adorvel esposa, para ajudar voc a conhecer um pouco sobre ela, eu poderia lhe mostrar um retrato dela. Examinando sua foto, voc poderia saber um pouco sobre sua aparncia, a cor de seus cabelos, sua altura e as feies de sua face. Entretanto, quando voc a encontra pessoalmente, ela o cumprimento do retrato. Voc no precisa mais examinar a foto, ela agora est presente, perto de voc. Na verdade, ela se sentiria ofendida se voc a ignorasse e continuasse a olhar para a fotografia. Na mesma forma, Deus nos deu a lei e os mandamentos.

Eles so uma fotografia verbal Dele mesmo e de Sua justia. Eles, obviamente, so verdadeiros, justos e bons, assim como a foto de minha esposa uma representao perfeita dela mesma. Entretanto, a lei e os mandamentos so de algum modo incompletos porque impossvel descrever com palavras humanas a totalidade do que Deus . Agora, entretanto, o cumprimento da lei j veio. A Pessoa descrita pelos mandamentos apareceu na Terra na pessoa de Jesus Cristo. Esta Pessoa cumpre a lei, simplesmente porque a lei era e um tipo de definio daquilo que Ele . Suas aes e palavras esto muito acima da lei porque a lei uma mera sombra de tudo aquilo que Ele . Para os fariseus, s vezes, suas atitudes e aes pareciam estar em contradio sua compreenso da lei. Isto porque eles compreenderam mal o significado da lei e Quem realmente estava por trs dela. Eles apenas olhavam para a foto e ignoravam a pessoa.

Tentar guardar a lei resulta em uma imitao humana daquilo que Deus . Mesmo se as pessoas mais determinadas pela vontade pudessem fazer tudo direito isto nunca poderia resultar em justia. Iria ser uma simples imitao de um ser humano. Ns lemos: pelas obras da lei, nenhuma carne ser justificada (Gal 2:16). Mesmo que pudssemos faz-lo, isto no seria aceitvel diante de Deus. O que Deus est procurando uma expresso real de Sua prpria vida e natureza. Isto foi o que Ele viu em Seu Filho. E isto tambm o que Ele est procurando em ns a plenitude de Sua vida saturando e permeando nosso ser de tal maneira que ns tambm nos tornamos uma expresso de Sua santidade.

Todavia, como todos sabemos a verdadeira realizao desta verdade gloriosa no to simples quanto possa parecer. De alguma forma, mesmo tendo esta vida sobrenatural vivendo em ns, no somente Ele que expressamos. Muito frequentemente, pensamentos, sentimentos e aes terrenos, sujos pecados de todo tipo trabalham em ns e so expressos atravs de ns. Ento, qual o problema? Porque que nem sempre manifestamos a natureza de Deus em nossas vidas dirias?

Na raiz deste dilema est o fato que ainda possumos nossa velha vida. Assim como a vida de Deus inteira e completamente justa, assim tambm nossa prpria vida aquela com a qual nascemos inalteravelmente poluda pelo pecado. Portanto, quando nos permitimos ser motivados por ele, naturalmente expressamos algo que menos do que supremamente santo. Quando vivemos nossas prprias vidas, quando permitimos ao ego ser a nossa fonte de vida, os resultados so inevitavelmente pecadores e, portanto, rejeitados por Deus.

Isto ento, coloca o crente que est desejando ser santo e fazer a vontade de Deus, numa espcie de encruzilhada. A cada dia e, na verdade, a cada momento de cada dia os cristos so obrigados a fazer uma escolha. Eles devem continuamente decidir por qual vida iro viver. Qual vida eles permitiro que os encha e os motive? A de Deus ou a deles mesmos? Qual vida ser a inspirao deles, momento a momento?

Nosso Pai Celestial, em Sua grande sabedoria, no impe o seu jeito sobre ns. Ao contrrio, se manifestamos Sua vida, ser o resultado de nossa perptua escolha do Seu jeito. Se comeamos a exibir Sua natureza, porque dia a dia escolhemos permitir que Sua vida nos encha e domine o nosso ser. Alm disso, significa que ns ao mesmo tempo decidimos negar a nossa prpria vida que expresse a si mesma. Quo santo e precioso que nosso Deus e Rei seja to sensvel aos nossos desejos! De modo inverso, quo terrvel a responsabilidade de termos que escolher corretamente a cada dia.

GUARDE O SBADO

Agora chegamos ao assunto deste artigo, a guarda do dia de sbado. No Velho Testamento, quando Moiss recebeu os Dez Mandamentos, a ordenana do sbado era uma exigncia referente aos empreendimentos do stimo dia. Deus ordenou ao Seu povo que cessasse de fazer a maioria de suas atividades fsicas para que pudessem focalizar suas mentes e atenes no trabalho Dele. Simplesmente, deviam parar o que estavam fazendo e descansar. Enquanto este parecia ser um mandamento fcil de ser cumprido, ele provava ser uma virtual impossibilidade. Havia sempre algo na vida do povo de Deus que os estava empurrando para a ao, mesmo quando era uma violao da vontade Dele.

Agora, se o decreto do Velho Testamento era impossvel de guardar, o que dizer do padro da Nova Aliana? Naquele tempo, os seguidores de Deus eram proibidos de trabalhar um dia em sete. Mas agora, ao Novo Testamento somos solicitados a no trabalhar absolutamente. Somos admoestados a parar com suas prprias obras completamente (Heb 4:10). O padro do descanso foi elevado muito alm das atividades de um dia. Agora est sendo aplicado a nossa inteira existncia. Temos que entrar num descanso tal, que no somos mais ns que vivemos. No apenas o stimo dia mas todos os sete dias da semana so santos para Deus. Agora h apenas espao para uma s pessoa Jesus Cristo.

Isto ento nos leva a um entendimento apropriado do verdadeiro evangelho. a mensagem que afirma que h um descanso para o povo de Deus, no qual eles precisam entrar. Est disponvel a ns a opo de parar de viver nossa vida por nossa prpria motivao e entrar na experincia de ser animado por Deus. A genuna experincia do sbado no outra seno aquela da qual estamos falando. simplesmente permitir a Deus ser nossa vida e parar de viver por ns mesmos.

Quando compreendidas apropriadamente as ordens da Velha Aliana, so vistas simplesmente como tipos externos das realidades espirituais vindouras. So experincias terrestres que Deus nos deu para nos ensinar a compreender coisas espirituais. Referente observao exterior do dia do sbado, as Escrituras nos dizem que isto era simplesmente uma sombra do que haveria de vir, mas a realidade, porm, encontra-se em Cristo (Col 2:17) NVI. Voc v isto? Sob esta luz, a verdadeira observao do Sbado torna-se uma das mais importantes revelaes do Novo Testamento. Cessar de viver por nossa prpria vida e submeter nossas habilidades inspirao de um Outro, est verdadeiramente no centro de todos os pensamentos e intenes de Deus. por isto que Jesus veio e morreu por ns. Foi para compartilhar conosco a vida Divina do Pai para que pudssemos ser participantes de Sua natureza e sermos verdadeiramente retos.

No admira que o Sbado seja um dos mais importantes dos mandamentos, sendo mencionado 137 vezes nas Escrituras. No surpreendente, portanto, que a sua observncia seja levada to a srio por Deus e que seja enfatizada muitas outras vezes pelos profetas quando detalhando as fraquezas do povo de Deus. A importncia desta experincia, a centralizao desta verdade to profunda que, se uma pessoa no a compreende, ento ela realmente no comeou a compreender a mensagem de Cristo. A guarda do verdadeiro sbado, que resulta na substituio da nossa velha e perecvel vida pela nova e eterna vida de Deus, absolutamente indispensvel.

Voc guarda o dia de sbado? Olha, no estou perguntando se voc vai trabalhar fora ou se mexe em seu jardim no domingo. Nem estou interessado em discusses infrutferas sobre se sbado ou domingo o dia apropriado para adorao. Estas coisas pertencem inteiramente a outro campo. Se voc est preso nelas, j est correndo srio risco de perder a realidade espiritual sobre a qual estamos falando.

O apstolo Paulo estava temeroso disto quando falou aos crentes glatas Mas agora que conhecestes a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias e meses, e tempos, e anos. Temo a vosso respeito no haja eu trabalhado em vo entre vs (Gal 4:9-11). Ele sabia que seus ouvintes tinham apenas compreendido a aparncia superficial das Escrituras e negligenciado completamente a verdadeira mensagem. Sua apreenso era que guardando uma ordenana terrena, eles estivessem demonstrando que no tinham compreendido o verdadeiro sentido.

Esta , ento, queridos irmos, nossa presente considerao. Estamos entrando na verdadeira experincia diria do sbado? Estamos verdadeiramente parando nossas prprias atividades e entrando no descanso de Deus? Estamos vivendo por nossa prpria vida ou permitindo que a vida de Um Outro nos domine e controle? Quem nossa motivao? A quem estamos expressando no dia a dia? Jesus vir em breve. Somente aqueles que amaram o sbado estaro prontos. Oua a promessa de Deus Se voc vigiar seus ps para no profanar o sbado e para no fazer o que bem quiser em meu santo dia; se voc chamar delcia o sbado e honroso o santo dia do Senhor, e se honr-lo, deixando de seguir seu prprio caminho, de fazer o que bem quiser e de falar futilidades, (outro verso diz falar suas prprias palavras) ento voc ter no Senhor a sua alegria, e eu farei com que voc cavalgue no altos da terra e se banqueteie com a herana de Jac, seu pai. o Senhor quem fala (Isaas 58:13,14).

H ALGUMA CONSEQNCIA?

H, entretanto, um outro lado desta considerao. Durante a lei, aquele que violasse o sbado devia ser executado. Aquele que se recusasse a parar de trabalhar era morto. xodo 31:15 diz: Qualquer que no dia do sbado fizer algum trabalho, certamente ser morto. Este mesmo julgamento repetido em xodo 35:2. Talvez voc mesmo se lembre da histria do homem que foi encontrado colhendo lenha para o fogo do sbado, quando os filhos de Deus estavam no deserto. A congregao estava um pouco insegura sobre o que fazer com este homem. Ento o trouxeram a Moiss e a Aro que, ento consultaram a Deus. E qual foi a resposta Dele? O homem seguramente deve morrer; toda a congregao deve apedrej-lo no campo exterior (Nmeros 15:35).

Assim vemos que na velha Aliana as conseqncias de quebra do sbado eram extremamente severas. Deus mostrou claramente que este mandamento era srio e que no devia ser tratado com leviandade. Mas agora que j temos idia do que significa o sbado durante a Nova Aliana, o que devemos pensar? algo muito srio? H alguma conseqncia? O cristo tem algo a temer referente sua obedincia a Deus no que concerne a entrar em descanso?

Tenho a impresso que a resposta da maior parte dos evanglicos no. Uma vez que voc recebe a Jesus, eles dizem, no h mais nada a temer. Deus ama nos e no faria nada para punir ou causar algum desconforto a seus filhos. Este um pensamento abrandado e temo que muitos cristos desejam desesperadamente aderir a ele. Entretanto, no verdade. As Escrituras so totalmente claras sobre isto. Tanto agora como no futuro, Deus pode punir e disciplinar Seus filhos e ir faz-lo! Hebreus 12:6 diz: Pois o Senhor corrige ao que ama, e castiga a todo o que recebe por filho. Esta palavra castigar de acordo com o dicionrio Webster, significa punir como chicoteando, disciplinar especialmente com um chicote, uma vara ou semelhante. Amados irmos, este no um conceito da Velha Aliana, mas uma verdade do Novo Testamento.

O TRIBUNAL DE CRISTO

Sabemos pela Bblia que todos ns iremos aparecer diante do tribunal de Cristo (II Cor 5:10). Ali recebemos uma recompensa por aquilo que fizemos durante o nosso tempo aqui na Terra, seja bom ou ruim. A maioria dos professores da Bblia insistem que, sejam nossas aes boas ou ms, receberemos uma bno. Parecem pensar que Deus um tipo de simplrio que realmente no sabe ou no se importa como o Seu povo se comporta. Entretanto, a palavra recompensa no significa necessariamente uma coisa maravilhosa. Significa que ganharemos aquilo que merecemos. Se voc acredita que pode plantar um estilo de vida pecador e colher as bnos de santidade, ento voc est enganado seriamente. certo que aquilo que o homem semear, isto ser o que colher (Gal. 6:7). Este um princpio inaltervel. Quando o Senhor voltar, ir punir seus filhos desobedientes? Voc pode estar absolutamente certo disto.

O prprio Jesus nos ensina que o servo que conhecia a vontade do Senhor e no se preparou e no fez conforme a Sua vontade, ser castigado com muitos aoites, mas o que no a soube e fez coisas que mereciam castigo, com poucos aoites ser castigado. Daquele a quem muito dado, muito se lhe pedir e a quem muito confiado, mais ainda se lhe pedir (Lucas 12:47-48). Isto algo que acontecer quando Jesus voltar para julgar Seu povo (veja o verso 43). Paulo segue esta afirmao sobre o tribunal de Cristo com estas palavras: Portanto, conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir os homens (II Cor 5:11). Isto demonstra claramente que devemos temer algo se levamos vidas desobedientes.

Mas alguns iro discutir, no est se referindo a descrentes? Deixe-me perguntar-lhe; Quantos descrentes estaro diante do tribunal de Cristo? L no haver nenhum no cristo. Somente cristos sero arrebatados e ressurretos nesta hora e estaro diante do Trono de Jesus. Os descrentes, na verdade, sero julgados, mas somente mil anos mais tarde, no que conhecido como julgamento do Grande Trono Branco. Portanto, o que ensinado nas Escrituras sobre o tribunal de Cristo se refere apenas a cristos. Note que Paulo usa a palavra ns referindo-se a ele mesmo e aos outros crentes. A Bblia ensina tambm que o julgamento comea na casa do Senhor (1 Pedro 4:17). Se Deus no julga corretamente sua prpria casa, como poder julgar o mundo com justia?

Vamos ser bem claros sobre uma coisa aqui. Quando falamos sobre Deus punir Seus filhos desobedientes, no queremos dizer que eles iro para o inferno ou estaro perdidos. Deus no perde nem mata Seus filhos e filhas. Mas, como um Pai amoroso, Ele os disciplina, algumas vezes severamente, para o seu prprio benefcio. Isto ser especialmente verdadeiro em Sua vinda.

Alguns podem argir sobre este fato, alegando que podemos ser perdoados e lavados pelo sangue de Jesus. Ento, eles insistem, Deus no ir nos punir, mas nos perdoar. No conheo nada mais precioso que o sangue de Jesus. eficaz. verdade que limpa todo pecado. O perdo amoroso de Deus algo que est no centro do evangelho. Entretanto, antes que o sangue de Jesus possa operar, h uma condio importante. Precisamos nos arrepender e deixar o pecado. Nos tempos do Velho Testamento, quando algum vinha trazendo uma oferta mas em seu corao no havia arrependimento e sim inteno de continuar no pecado Deus no aceitava a oferta de suas mos. Ele os considerava hipcrita. Se Deus no aceitava o sangue de um animal de um hipcrita, quanto menos aceitaria o sangue de Seu precioso Filho para livrar um filho pecador de seu justo castigo, quando ele pretende permanecer no pecado.

Heb 10:26 diz: Porque se voluntariamente continuarmos no pecado depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, j no resta mais sacrifcio pelos pecados, mas uma expectao terrvel de juzo e um ardor de fogo que h de devorar os adversrios. Qualquer um que rejeitasse a lei de Moiss morreria sem piedade perante o testemunho de 2 ou 3 testemunhas. De quanto pior punio voc supe, ele ser considerado merecedor, ele que pisoteou o filho de Deus, maltratou-o, considerou o sangue da aliana pelo qual foi santificado como uma coisa comum e insultou o Esprito da graa? Por que ns conhecemos quem disse: a vingana minha, Eu pagarei, diz o Senhor. E, de novo, o Senhor julgar o Seu povo.

Esta passagem se refere aos filhos de Deus que tentam tirar vantagem da graa e do perdo de Deus. Eles vivem vidas pecaminosas e acham que podem escapar com ela, suplicando pelo sangue de Jesus como se ele fosse uma tinta capaz de esconder o que eles so por dentro. Quando voc se arrepende genuinamente e completamente, Deus capaz de limpar e perdoar voc (1 Joo 1:9). Mas, se voc no est pronto a deixar os seus pecados, no se iluda. Deus no objeto de zombaria. Aquilo que voc plantar, voc tambm colher (Gal 6:7,8). Ele ir julgar Seus filhos e filhas e eles iro receber exatamente o que merecem por sua obedincia ou desobedincia. Quando Ele voltar, ser tarde demais para arrepender-se e receber perdo. O trono da graa ser substitudo pelo trono do julgamento.

Com tudo isto em mente, vamos retornar nossa discusso sobre o sbado. No corao e na mente de Deus este descanso uma ordem extremamente importante. Hebreus 4:1 diz Portanto, temamos que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus suceda parecer que algum de vs tenha falhado. Aqui aprendemos que realmente h algo para temer. A experincia de parar de viver por ns mesmos e por nossa prpria vida no algo para cristos espirituais e desenvolvidos. A expectativa de Deus que todos ns experimentemos o descanso sbatico. Jesus proporcionou uma maneira para todos os seus filhos serem libertos daquilo que eram. Ele morreu e ressurgiu para que ns tambm pudssemos morrer para ns mesmos e viver pela sua vida da ressurreio.

Mas, e voc? Tem usado seu tempo sabiamente para possuir tudo aquilo que o Senhor comprou para voc? Voc como servo sbio e fiel est experimentando o verdadeiro descanso de Deus todos os dias? Ou voc est tirando proveito da graa e da bondade de Deus? Voc est simplesmente vivendo por si prprio e por sua prpria vida, procurando seu prprio prazer e falando suas prprias palavras? O sangue de Jesus precioso para voc ou apenas um jeito fcil de escapar punio que voc merece pelo tipo de vida que est levando?

Queridos amigos e irmos, vamos examinar seriamente nossos coraes por um momento. Verdadeiramente, todas s coisas esto descobertas e patentes aos olhos Daquele a quem temos que prestar contas (Heb 4:13). Servos sbios e fiis estaro preparados para a Sua vinda.

DAVID W. DYER

TRS PRINCPIOS ESSENCIAIS

Esta mensagem propem-se a postular trs verdades bsicas sobre a igreja. Por isso parece importante iniciar a discusso perguntando exatamente o que queremos dizer quando usamos a palavra igreja. A maioria dos cristos definiria a igreja como sendo o corpo de Cristo, querendo dizer com isto que a igreja no um prdio mas consiste de pessoas. Enquanto verdade que a igreja o corpo de Cristo e que formada por homens e mulheres e no lajota e concreto, esse conceito, apenas, no alcana o sentido bblico que a palavra transmite. Em conseqncia disso, como tantas outras verdades espirituais, a nossa experincia de igreja tem sido severamente limitada devido a nossa prpria falta de compreenso da mesma.

Numa tentativa de superar esse problema e recomear a nossa busca para um entendimento mais profundo deste assunto, vamos definir a igreja nesses termos: a igreja uma realidade espiritual. A igreja uma realidade espiritual e esta realidade deveria ser nossa experincia! Quando a bblia usa a palavra igreja, refere-se a algo muito alm de um nmero de crentes reunidos. O fato permanece de que uma simples reunio de alguns cristos no constitui a igreja. Crentes podem-se reunir por diversas razes: por participar em vrias diverses, por sentirem-se bem na companhia uns dos outros, ou mesmo para ouvirem uma pregao interessante e canes populares. Mas se no estiverem entrando juntos na presena de Deus e, conseqentemente, experimentando a realidade do corpo de Cristo, aquilo que esto fazendo no corresponde as significado bblico de igreja. Possivelmente muitos leitores no entendero o que tenho dito, o que servir, apenas para salientar a dimenso e a gravidade do problema que enfrentamos.

A experincia de igreja acontece quando cristos se renem e a presena de Jesus Cristo se manifesta no meio deles. A experincia de igreja se realiza quando homens e mulheres so levados, juntos em Cristo, a assentarem-se nos lugares celestiais (Ef. 2:6). A experincia da igreja consiste em permitir que Deus ministre, Ele mesmo, para e atravs de cada membro do seu corpo. A experincia da igreja acontece quando os crentes entraram juntos no Esprito Santo. Tais reunies no deveriam ser raras ou no existentes. Na igreja primitiva, tudo isso acontecia naturalmente. Reunies espirituais genunas dessa natureza so essenciais se pretendemos ter o que o Novo Testamento chama igreja. Gostaria de exort-los a refletirem, seriamente e em orao, sobre o que tem feito que considera como sendo igreja.

Neste mundo, a igreja no um fim em si mesma, mas apenas um meio para se chegar a um fim. precisamente aqui que muitas pessoas cometem um grave erro. Eles frequentemente supem que, se a igreja bem sucedida do ponto de vista do mundo(reunies cheias, pregao agradvel, um prdio novo, etc.) ento Deus se agrada dos seus esforos. No entanto, o prazer de Deus somente se alcana quando estamos realizando os Seus propsitos. medida em que o que estamos fazendo preenche o desejo dEle, aprovado. Se o grau de nossas atividades falham nesta rea, ento nossos esforos tornaram-se inteis e perda de tempo. Ento, qual o propsito de Deus para a igreja? Qual o objetivo que Ele tem em vista? duplo. Primeiro transformar os seres humanos em sua imagem e semelhana e, segundo, evangelizar um mundo que perece. A experincia espiritual de igreja que temos descrito o instrumento institudo divinamente para alcanar ambos esses propsitos. O fato de que ns encontramos tantas metodologias sendo empregadas para tentar alcanar os mesmos resultados testifica de como nossa igreja se distanciou da inteno original de Deus.

Concernente ao primeiro propsito, a experincia espiritual do corpo de Cristo o melhor ambiente para o crescimento espiritual. um contexto sobrenatural, ordenado por Deus, que podemos crescer at maturidade. Quando a presena de Jesus se manifesta entre ns quando estamos reunidos, isto verdadeiramente muda nossas vidas. O corpo edificado como deve ser, quando Ele se move no meio de Seu povo ministrando Ele mesmo para e atravs de cada um (Ef. 4:16). No h substituto para esse tipo de ministrio celestial. Esforo natural e humano nunca alcanaro os mesmos resultados. Portanto, o real progresso espiritual se evidencia quando a realidade da igreja est sendo plenamente gozada.

Quanto ao segundo objetivo, tal ambiente tambm a melhor situao para evangelizar. Quando os crentes tm a presena de Deus verdadeiramente no seu meio, quando entram genuinamente no Esprito, quando cada um tem a oportunidade de profetizar, ento as pessoas incrdulas so facilmente convencidas de que Deus real (I Cor. 14:24-25). Tal experincia coloca o evangelho muito alm da esfera de argumentos intelectuais. No pode mais ser considerado como conto de fadas ou teoria. A sua realidade se torna visvel na vida daqueles, na igreja. O que defendo aqui, no uma vaga esperana. algo que eu mesmo e muitos outros temos experimentado.

Com tudo isso em mente, parece-me importante tomar um pouco de tempo aqui e olhar os trs princpios essenciais que, seguidos, nos ajudaro a produzir a experincia mais verdadeira de igreja. J que esse assunto to crucial e o seu impacto sobre ns e o mundo descrente to profundo, mais do que razovel que examinemos mais cuidadosa e seriamente esse assunto. Ns precisamos investigar como podemos nos aproximar mais dos propsitos de Deus. E, enquanto fazemos isto, rogo-vos que abram os seus coraes e mentes a Deus, permitindo que Ele nos fale atravs desses princpios. No resta dvida que as verdades que estamos discutindo aqui tm conseqncias eternas.

PRINCPIO N. UM: VIDA

Qualquer corpo para funcionar tem que estar vivo. Consequentemente, os membros do corpo de Cristo tm que estar cheios de Vida divina. Isto tem certas implicaes. Primeiro, o povo considerado parte da igreja tem que ser nascido do Esprito Santo (Jo.3:5). Precisam ser cristos verdadeiros. Quando Jesus veio ao mundo, Ele manifestou a vida de Deus aos homens (I Joo1:1). Aps a Sua ressurreio e Sua ascenso mo direita do Pai, Ele derramou o Santo Esprito de Vida (Ro.8:2), que entra dentro de todos aqueles que crem em Seu nome. Se uma pessoa no tem o Esprito Santo dentro de si, no um cristo verdadeiro. Somente pelo Esprito Santo que algum pode receber a vida de Deus.

Em segundo lugar, cada membro da igreja deve saber o que significa ser cheio do Esprito Santo. A vontade de Deus que cada cristo seja cheio at que transborde do Seu Esprito. Ele deseja isso para ns tanto quanto um pai terrestre deseja alimentar seus prprios filhos (Lc. 11:11-13). No uma experincia para alguns eleitos. o padro normal da Bblia. De fato, somos ordenados a sermos assim cheios (Ef.5:18). No pretendo aqui me envolver numa controvrsia sobre batismo no Esprito Santo, nem to pouco quero discutir como este seja manifesto. Apresento apenas os dois fatos seguintes que deveriam ser evidentes: 1) a vontade de Deus que cada cristo seja cheio do Esprito Santo; 2) impossvel ser cheio do Esprito do Deus Altssimo e no saber disso. Portanto, se a sua vida est destituda do Esprito, voc no se converteu verdadeiramente, ou voc ainda no se abriu suficientemente a Deus para desfrutar daquilo que Ele tem para voc. Se esta sua situao, insisto em dizer que voc deve se humilhar perante Ele, buscando a Sua face at que voc saiba que est experimentando tudo o que Jesus veio para dar.

Em terceiro lugar, cada cristo deve ser continuamente reenchido com o Esprito Santo. Isto deve ser a nossa experinciadia aps dia, hora aps hora, cada minutoconstantemente. Devemos andar e viver no Esprito (Gal. 5:25). Tem muito cristo descansando no seu relacionamento com Jesus baseado em experincias passadas h alguns anos atrs. O man de ontem no alimentar ningum hoje. Para que a nossa experincia de igreja esteja verdadeiramente viva, essencial que cada membro se encha diariamente com a vida de Deus. Esta vida concedida atravs do Esprito Santo.

Para consegui-la, cada um de ns precisa cultivar uma intimidade diria com Jesus Cristo. Podemos fazer isso meditando em Sua palavra e orando no Esprito Santo. Da mesma forma que ns precisamos comer a cada dia para vivermos normalmente, assim cada cristo deve passar um tempo adequado em comunho com Deus. No basta apenas atirar uma orao relmpago, de vez em quando, quando estamos em apuros ou em tempos de necessidade. To pouco basta, simplesmente, relaxar e receber o nutrimento do ministrio de outros. Ningum pode carreg-lo espiritualmente. Voc tem que aplicar-se em buscar a Deus diligentemente por conta prpria. Cada um de ns deve separar um tempo demorado e sem interrupes, para estar em comunho com Deus e goz-lo. Desta maneira seremos cheios de Sua vida.

Como pode imaginar, a experincia de cada pessoa afetar os demais. Quando cada membro se empenha em estar cheio de Deus, a igreja se beneficia. Quando todos participarem desta substncia eterna e a comunicarem aos demais durante os momentos de comunho juntos, a experincia de igreja de todos, realada. Ao contrrio, quando as vidas de membros individuais esto em falta, a assemblia toda sofre. A soluo que se tem usado demais para esse problema de escorar a igreja com programas, liderana nova ou outras coisas externas. O remdio de Deus, por outro lado, que cada um se arrependa de sua estagnao e novamente volte a um relacionamento vivo com Ele.

PRINCPIO N. DOIS: UNIDADE

O segundo princpio sobre o qual falaremos unidade. Outra vez vamos comear fazendo uma analogia com o corpo humano. Se voc pegar uma pessoa e cort-la em muitos pedaos, isto destruir sua vida. O mesmo acontece com o Corpo de Cristo. Por essa razo, unidade absolutamente essencial. Como estamos tratando de um assunto enorme e repleto de consideraes difceis, por convenincia, vamos dividi-lo em duas categorias: unidade entre crentes individuais uns com os outros e unidade entre diversos grupos cristos.

Queremos, de incio, dizer que nessa primeira categoriaunidade no opcional. ordenana de Deus. Deus nos manda amar uns aos outros como amamos a ns mesmos. Esse tipo de amor se torna possvel somente atravs de um relacionamento com Deus. O amor de Deus para o mundo inteiro e para as pessoas em particular, tremendo. Por causa disso, quando ns estamos em contato com Ele, Ele nos supre para amarmos aos outros. O amor a substncia de unidade real. Muitas igrejas talvez tenham uniformidade, conformidade ou at unanimidade, mas s o amor prov a realidade que estamos buscando aqui.

Unidade real, expressa em amor fraternal, manifestar-se- em vrias formas: servindo aos outros constantemente, orando por outros, edificando a f de outros e buscando oportunidades de ajudar a outros financeiramente e de formas prticas. Quem tiver deste amor gastar tempo em comunho com outros e, em geral, manifestar o amor que o Pai tem com eles. Essa atividade ser um exerccio dirio para eles. Pessoas que assim amam, nunca falaro palavras vs contra outras pessoas, e, especialmente contra seus irmos e suas irms em Cristo. E fcil ver quanto a nossa experincia de igreja seria elevada se cada um praticasse esse tipo de comportamento. Igreja, igreja real, composta de esse estilo de vida. Nada diferente qualifica.

Infelizmente, amor genuno no vem facilmente. A natureza cada do homem luta contra isso. A oposio que vem de dentro e de fora tremenda. A experincia do amor genuno comea com um compromisso especial. Para isso ser necessrio que cada membro do corpo chegue a uma deciso cnscia e deliberada de amar e servir aos outros incondicionalmente. absolutamente essencial! Se ns considerarmos o amor como sendo opcional ou se nos deixarmos governar pelos nossos sentimentos, o diabo far o seu trabalho, a carne prevalecer e nossa experincia de igreja ser diminuda. Portanto, precisamos fazer uma firme deciso de amarmos uns aos outros e no permitir nunca que isso seja mudado. Uma vez feita esta deciso, encontraremos uma fonte sobrenatural de Deus nos capacitando a prosseguir com o nosso compromisso. Assim, experimentaremos cada vez mais da plenitude de Cristo entre ns.

Isto nos leva a considerar a segunda categoria que a unidade entre diversos grupos. Aqui tambm a resposta amor fraternal. Para alcanar sucesso nesta rea, primeiramente temos que ser conduzidos por Deus a ver a Igreja atravs de Sua tica. Sem dvida, quando Jesus olha para a terra, vendo tantas igrejas diferentes, denominaes e seitas, Ele reconhece aqueles que so dEle em cada uma. E, apesar dEle estar ciente dessas divisese tenho certeza que entristecem o Seu coraoainda assim Ele v os membros de Seu corpo como se fossem um (Ef. 4:4). Enquanto a viso do homem na terra est embaada devido proliferao de vrios grupos cristos, Cristo, de Sua posio celestial, v somente Seu povo, Sua igreja.

Portanto, se ns pudermos ser levados por Deus a ver a igreja como Ele a v, jamais estaremos limitados por divises no Corpo. Nosso amor deveria ultrapassar qualquer separao feita por homens. E, apesar de que nesta vida provavelmente no presenciaremos o fim de todas as divises, em nossos coraes podemos por fim a elas. Quanto mais o cristo se posiciona em amor para com todos, melhor a situao se tornar. No estou sugerindo que nos unamos a organizaes com as quais no podemos concordar. Estou apenas dizendo que devemos amar com um corao puro e ardente os crentes que esto nesses grupos (I Pe.1:22). Como temos visto, a igreja no um lugar ou um grupo mas uma realidade espiritual que podemos experimentar. Essa experincia pode penetrar qualquer barreira exterior. Podemos ter relacionamentos espirituais verdadeiros e comunho com crentes em todo tipo de situao. Eis a nica igreja real e verdadeira.

PRINCPIO N. TRS: O CABEA

O terceiro princpio que gostaria de mencionar aqui o senhorio de Jesus Cristo. No Novo Testamento, Paulo o apstolo, nos adverte sobre alguns crentes que no estavam ligados Cabea (Col.2:19). O que isto significa? Simplesmente que Jesus Cristo no era a autoridade principal em cada aspecto de sua experincia de igreja. Em nossos dias, poderia significar que temos elevado outras coisas (como por exemplo: lderes, ritos, doutrinas, mtodos, tradies, etc) a um patamar que no deveriam ocupar.

A Bblia nos ensina que Deus tem dado Jesus Cristo para ser cabea sobre todas as coisas na igreja, que o Seu corpo (Ef.1:22-23). Esta palavra todas tem significado especial. Quer dizer completamente tudo. Em outro lugar lemos que em todas as coisas Ele deve ter primazia (Col.1:18). Cada crente deve levar esse ponto muito a srio. Devemos, como cristos, ser extremamente cuidadosos para nunca substituir ou impedir a autoridade de Jesus. Esta considerao pesa muito. Este conceito crucial para experincia genuna de igreja! O corpo de Jesus Cristo no pode funcionar de forma certa quando a Sua autoridade substituda ou limitada. Seria como uma pessoa paraltica ou decapitada. Creio que no h outra verdade mais negligenciada e abusada em nossas igrejas modernas. Creio que se Jesus asseverasse a autoridade que tem de direito sobre muitas assemblias crists de hoje, quase toda mesa seria virada.

Uma discusso do senhorio de Cristo sobre o Seu corpo vai incluir, necessariamente, dois aspectos diferentes: Sua autoridade sobre cada pessoa e Sua liderana nas reunies da igreja. Para simplificar nossa investigao, vamos considerar cada item em separado. Para comear, Jesus tem que ser Senhor de cada cristo. Significa que Ele tem de ter controle pleno sobre cada aspecto de sua vida. Nenhuma rea deve ser retida dEle. J que Jesus no exerce por fora a Sua autoridade, temos que estar dispostos a deix-Lo reinar sobre e em ns. A nica posio apropriada para o crente de uma submisso total ao Esprito Santo. Quando esse elemento est em falta, a nossa experincia de igreja sofrer em proporo.

Problemas srios tambm podem ser causados por autoridade humana no bblica. Quando cristos comearem ser influenciados demais pela liderana de um homem ou grupo de homens, o seu relacionamento com sua Cabea real danificado. Sem dvida, todos deveriam estar abertos para receber direo e conselhos de outros (e especialmente daqueles que lideram). Mas se ns nos tornamos dependentes deles ou se os seguimos ao invs de ao Senhor, estamos em perigo espiritual muito srio (Jer.17:5). A autoridade de Deus flui da Cabea ao Seu Corpo. Aqueles que tm intimidade com Ele, muitas vezes so usados como canais desta autoridade. Porm, ningum nunca se torna em si essa autoridade. Aquela posio reservada eternamente para o Cabea. Portanto, enquanto importante estar sensvel voz de Deus que nos fala atravs dos outros, essencial que nenhum ser humano tome o lugar que pertence a Ele, por direito, em nossas vidas.

Outra dificuldade que temo ser muito comum que a estrutura de muitos grupos cristos no permite diversidade entre seus membros. Muitas vezes crentes so permitidos funcionarem somente em formas que encaixem com padres ou formatos pr-determinados. Talvez exista essa situao porque pessoas se sentem mais seguras com uniformidade. Porm, tal comportamento restringe grandemente a autoridade de Jesus. O resultado paralisao e falta de atividade entre os membros do Seu corpo. Quantos cristos hoje esto buscando outras coisas porque no foram permitidos achar abundncia espiritual plena na igreja! Quantos grupos esto cheios de crentes super alimentados, mas imaturos que nunca tiveram oportunidade de aprender como servir aos outros! Esta situao triste no s por culpa deles. Vezes sem conta, tais pessoas foram impedidas por organizaes terrenas e inflexveis que consideravam ser igreja.

REUNIES DE IGREJA

Estas mesmas verdades tambm se aplicam s nossas reunies na igreja. Jesus quer nos liderar em tudo que fazemos. Quando Ele chega em nosso meio, vem como nosso Sumo Sacerdote para nos liderar em nossa adorao. Se a Sua autoridade for limitada para fazer isso, a realidade espiritual de nossas assemblias sero afetadas de forma dramtica. Algumas coisas que podem atrapalhar ou confinar a liderana de nosso Senhor so: reunies pr-planejadas, cultos dirigidos do plpito, formalidades religiosas e o controle do grupo pelo ministrio de uma s pessoa. Tudo isso muito comum na igreja de hoje em dia. E tudo isso serve apenas para restringir a autoridade do Cabea e sufocar a nossa experincia de igreja. Infelizmente, muitos cristos no reconhecem que Jesus, realmente, poderia dirigir reunies de igreja. Talvez a idia nunca lhes tenha passado pela cabea. Possivelmente estejam inseguros de que uma tarefa to importante possa ser realizada por algum que ...ah, bem, invisvel. Lamentavelmente muitos acham mais seguro organizar algo e deixar que algum mais qualificado seja o lder.

O fato que Jesus Cristo infinitamente capaz de dirigir as reunies de Sua igreja. Simplesmente no temos dado a Ele oportunidade. Outra possibilidade que ns, coletivamente, temos to pouco contato real com Ele que no sentimos a Sua autoridade e, portanto, somos incapazes de seguir o Seu mover nas reunies. Uma reunio na igreja, em conformidade com a Palavra dirigida pelo Esprito Santo e fornece uma oportunidade para cada membro funcionar. Em I Cor.14:26 lemos que quando a igreja se rene, cada um pode ter um salmo, ensinamento, lngua, revelao e interpretao. Efsios 4:16 ensina que da fonte de vida de cada parte que o corpo edificado. Durante uma assemblia genuna, o Esprito Santo flui entre Seu povo e induz a cada um a ministrar sua poro de Deus aos demais. Assim cada necessidade suprida. Se os talentosos apenas funcionam, a nossa experincia ser grandemente limitada. Ao contrrio, quando todos tem oportunidade de compartilhar, podemos gozar plenitude tremenda.

Alguns talvez pensem que eu estou falando contra o ministrio de homens talentosos, no estou. Porm, muito do ministrio ora realizado em reunies de igrejacomo pregaes e ensinamentos extensivos, provavelmente deveriam acontecer em outro ambiente. Tempos e lugares separados podem ser facilmente arranjados para esses propsitos. Claro que, s vezes, precisamos de um tempo para pregao e ensino na igreja, mas deve ser limitado para no ocupar o espao dos demais ministrios (leia I Cor.14:30-31). Ningum deve dominar a assemblia com o seu ministrio. Paulo, o apstolo, ensinou na sinagoga, numa escola, na sua casa alugada e em outros lugares (Atos 19:8-9;28:30-31). Nada nos indica que ele ocupa a maior parte de cada reunio com as suas mensagens. A sua pregao em Trade, que durou uma noite inteira, deve ser entendida devido circunstncias excepcionais. J que ele estava de partida no primeiro dia, ele queria aproveitar todo o tempo possvel para compartilhar com os irmos (Atos 20:6-11). Sim, o ministrio de pessoas especialmente ungidas deve ser exercitado, mas somente quando dando reconhecimento devido ao funcionamento normal das reunies da igreja.

Em concluso, devo dizer que a igreja tem-se afastado muito da inteno de Deus nesses anos todos. Uma comparao entre a situao da igreja hoje e no Novo Testamento nos fornece evidncias amplas deste fato. Porm, no significa que a meta de reunies genuinamente espirituais no seja alcanvel. Estou confiante de que na medida que praticamos os princpios supra citados, a nossa experincia de igreja ser grandemente aumentada. Do contrrio, medida que deixamos de implementar estas coisas estaremos limitando a nossa experincia com Deus e nosso meio. Certamente a igreja uma realidade espiritual.

certo tambm que podemos e devemos experimentar essa realidade. Os fins que Deus tem em mente s sero alcanados pelos seus mtodos. Tudo mais, que seja agradvel de aparncia aos homens, apenas madeira, palha e restolho. Lembrem, por favor, que o sucesso pelos padres do mundo significa nada para Deus. Multides, sermes eloqentes, msicas dinmicas e tantas coisas mais to comuns em nosso meio hoje em dia, no O impressionam. Somente aquilo que Ele mesmo inicia passar pelo teste no Dia do Juzo. Que Deus tenha misericrdia de ns para que conheamos e experimentemos a realidade espiritual genuna em nossas reunies da igreja.

DAVID W. DYER

O SACERDCIO

Quando, no sculo XVI, Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta daquele templo, acabava de iniciar o movimento que hoje conhecemos por Reforma. Sua inteno foi a de expor os erros da Igreja a traz-la volta a Deus. Naqueles dias grande parte da revelao divina havia sido perdida. Muitos aspectos elementares da vida espiritual, tais como a salvao pela f, hoje considerados certos e indiscutveis, eram ento desconhecidos. Deus, naquela poca, usou Lutero para mostrar que o Cristianismo seguia por um caminho errado, contrrio Sua vontade. No entanto, muitos enganos e desvios do cristianismo no chegaram a ser notados por esse irmo e, medida que passaram os sculos, Deus continuou a revelar outras verdades esquecidas, como, por exemplo, o uso e funo dos dons espirituais e o verdadeiro significado da adorao e da santificao. O que se pode notar que, desde o tempo de Lutero, tem havido um contnuo aumento das revelaes divinas para o Seu povo.

Mas essa evoluo ainda no terminou e prosseguir at que Cristo venha em Sua glria. Por essa razo, devemos estar sempre prontos para receber a orientao de Deus e agir de acordo com o que Ele atualmente estiver nos revelando. A exposio que passo a fazer representa parte do que, segundo penso, Deus deseja restaurar nestes dias. Em verdade, no chega a ser algo de novo. Tampouco minha prpria e independente revelao. So aspectos compreendidos por muitos cristos sinceros por pelo menos um sculo. No obstante, como veremos, as tendncias naturais do homem tornam tais verdades difceis de praticar e preservar.

Desde o princpio os desejos de Deus para o homem so os mesmos. Ele anseia continuamente andar conosco em intimidade e doce comunho. Era esse o Seu propsito ao criar Ado e ao chamar para Si os filhos de Israel e, por certo, o seu desgnio hoje em relao Igreja. Esse desejo amoroso tem em mira no s o corpo como um todo, mas tambm cada um de ns individualmente. A inteno de Deus estabelecer conosco um relacionamento ntimo, o qual transformar nossa natureza e carter, para serem como os Seus.

No incio Deus trabalhou apenas com indivduos, como No, Sete e Enoque. Posteriormente -nos apresentada a idia de povo de Deus, ao lermos a respeito de Moiss e dos Israelitas no deserto. Mas mesmo naquela poca Ele no buscava apenas uma multido de adeptos religiosos. Ao contrrio, o que desejava ardentemente era um relacionamento pessoal e ntimo com cada um.

J no comeo, cerca de trs meses aps a sada do Egito, Deus falou a Moiss com relao aos Israelitas. Revelou sua inteno original e mais sublime para com eles. Disse Ele: vs me sereis reino de sacerdotes... (Ex. 19:6). Essa declarao demonstra o tipo de relacionamento que Deus pretende ter com cada um de ns. Ele planejou uma intimidade que os qualificaria a estarem em p em Sua presena e a desempenharem as funes sacerdotais. Entre elas inclua-se o ministrar a Ele em adorao e intercesso e, a seguir, ministrar a outras pessoas, a partir do que flusse de Sua presena durante aqueles momentos. Seu plano no era simplesmente que aprendessem a seu respeito e, depois, se envolvessem periodicamente com algumas atividades religiosas. Nosso Deus desejava intensamente que seu povo o conhecesse e se relacionasse com Ele pessoal e intimamente.

Entretanto, claro que os filhos de Israel fracassaram, no entrando nesse relacionamento com Deus. Quando Ele comeou a aproximar-Se e a revelar-lhes Sua santidade no monte Sinai, afastaram-se Dele e transferiram a incumbncia a um nico homem, dizendo a Moiss: Fala-nos tu, e te ouviremos; porm no fale Deus conosco, para que no morramos (Ex. 20:19). ...O povo estava de longe em p; Moiss, porm, se chegou nuvem escura, onde Deus estava (v. 21). O corao daquelas pessoas no estava correto para com Deus, e, por isso, quando Ele passou a falar-lhes, no puderam suportar. Exatamente naquele instante, abandonaram o nobre chamamento que Deus lhes fizera e estavam satisfeitos em deixar que outro indivduo se relacionasse com Deus em seu favor. Em vez de se arrependerem, depois de ouvirem as palavras sobre a justia divina, e de permitirem que os limpasse, decidiram aumentar ainda mais a distncia entre eles e Deus e acabaram por colocar um mediador que arcasse com toda a responsabilidade em seu benefcio.

Esse afastamento do ideal divino logo produziu seus frutos. Enquanto Moiss gastava tempo na presena de Deus, o povo foi seduzido pelas prprias paixes. O relacionamento pessoal com o Criador era to limitado, que logo estavam duvidando de Sua existncia e de Sua capacidade para cumprir promessas feitas. A soluo encontrada foi criar para si mesmos um deus impessoal, profano e de fcil manipulao - um deus que no os amedrontasse e cuja presena no exigisse algo que no conseguiam praticar. A essa ponto, Deus os abandonou quase totalmente e tornaram-se inaptos para andar de acordo com a Sua inteno original (Ex 32:9-10).

provvel que, por no haver o corao do povo em geral correspondido Sua vontade, tenha Ele designado um grupo especial de sacerdotes. Talvez a tribo de Levi tenha sido escolhida porque estava pronta para ouvi-Lo, ao menos at certo ponto, bem como para executar Seus julgamentos (Ex 32:28). Vemos, portanto, que com a ordenao de um sacerdcio especial, para se aproximar de Deus pelo povo, a maioria da assemblia perdeu o privilgio de se tornar aquilo que seu Criador desejava que fosse. O sacerdcio levtico transformou-se numa espcie de obstculo ou barreira, destinado a fazer Deus parecer mais remoto, de modo que se sentissem mais vontade.

Uma descrio semelhante encontrada no livro de I Samuel. Os filhos de Israel nunca haviam tido um rei at ento. O pensamento de Deus era que fossem nicos entre os povos - um povo governado exclusivamente pelo Deus poderoso e invisvel. Eles, contudo, rebelaram-se contra tal proposta. Para se adaptarem a essa forma de governo, era necessrio que cada um deles mantivesse um relacionamento pessoal com Ele. Isso no era fcil, principalmente para o homem natural. Portanto, aquelas pessoas uma vez mais rejeitaram os objetivos divinos e insistiram em ter um rei terreno. Desejavam por um lder palpvel - um humano que pudessem enxergar, algum que assumisse a responsabilidade de gui-los, algum que se colocasse entre eles e Deus. Samuel foi totalmente contrrio a essa outra proposta. Mas Deus o confortou, dizendo: No se rejeitaram a ti, mas a mim, para eu no reinar sobre eles (I Sm. 8:7).

Esse episdio nos traz para a situao de hoje. No de se espantar que haja grandes semelhanas entre os cristos e o povo de Deus do Velho Testamento. A histria da Igreja informa que, logo aps a partida dos apstolos, os lderes das igrejas comearam a obter um destaque cada vez maior. Bispos passaram a estender sua autoridade para alm de uma cidade, por fim cobrindo regies inteiras. Mais e mais nfase foi colocada em posies religiosas e sobre a necessidade de submisso queles que as ocupavam. Essa tendncia continuou atravs dos sculos at atingir seu apogeu com o aparecimento de chefes supremos, infalveis. Pouco depois, as Escrituras foram completamente arrancadas das mos das pessoas e essa inclinao por um intermedirio, sobre a qual estamos comentando, chegou sua expresso mais intensa. Tal avano no deveria nos surpreender e, a menos que se faa um esforo conjunto contra essa tendncia humana e natural, todos os movimentos cristos se deixam levar para essa direo.

Atualmente, embora o protestantismo tenha feito algum progresso, libertando-se da escravido, das trevas e da idolatria encontradas no sistema do qual saiu, infelizmente ainda conserva alguns de seus erros. A despeito de as Escrituras ensinarem o sacerdcio de todos os cristos (I Pe 2:5,9), a maior parte do moderno cristianismo o nega na prtica. O que vemos em grande parte hoje nas igrejas o ministrio de apenas um ou, quem sabe, de uns poucos indivduos escolhidos, ao passo que a maioria permanece como passiva observadora.

Compreende-se perfeitamente o fato de geralmente no rotularem de sacerdcio a condio reinante entre os grupos cristos. Seria um termo manifestamente anti-bblico. Em substituio, temos outros ttulos, tais como os de pastor, reverendo ou ministro. Contudo, a funo dessas pessoas , normalmente, quase igual ao servio desempenhado pelo sacerdote levita. So eles que ouvem de Deus, transmitem a maior parte dos ensinamentos e do aconselhamento, cuidam da organizao etc. lamentvel, mas a verdade que em muitos casos o pregador obrigado a fazer quase tudo.

J que essa a situao predominante nos grupos cristos hoje em dia e, ao que parece, universalmente aceita, muitos, talvez, perguntaro admirados o que haveria de errado em tudo isso. Para chegarmos resposta, devemos, primeiramente, abandonar nosso gosto e concepo pessoais e ter uma reverncia genuna pelos interesses e objetivos divinos. Se o homem fosse a nica parte em jogo nessa situao, nossa discusso no precisaria ser levada to a srio. Acontece que estamos aqui procurando entender e satisfazer as exigncias de Deus e, por essa razo, devemos abordar o assunto com acatamento e temor. Mas isso no tudo. Deveria estar patente para ns que Suas intenes visam, tambm, ao nosso prprio bem. Em verdade, quanto mais enxergarmos a vontade de Deus, mais perceberemos que Suas diretrizes e exigncias no objetivam apenas Sua prpria convenincia mas, destinam-se, igualmente, ao nosso eterno benefcio.

O plano de Deus para a Igreja duplo. Primeiro, Ele nos instruiu a levar as boas-novas at aos confins da terra. Em segundo lugar, quer que sejamos transformados na Sua imagem. Pois bem, se formos cumprir essas instrues total e eficazmente para atingir tais objetivos, precisaremos antes ser pessoas ntimas de Deus! Cada um de ns tem de entrar num relacionamento prximo e pessoal com o Criador e preserv-lo. Todos fomos convocados para ser sacerdotes. Desse relacionamento, ento, brotar o ministrio sacerdotal, permitindo que os desgnios de Deus sejam atingidos.

Jamais deveramos depender de lderes ou de indivduos dotados, para darem conta de tudo. No deveramos apoiar-nos em organizaes internacionais, nem em animadas campanhas. Todos ns arcamos com uma parte dessa responsabilidade. A verdade que se no estivermos ativamente engajados no trabalho de ministrar aos outros, quer pela pregao do evangelho, quer pelo exerccio de nossos talentos espirituais, j camos no erro. Deus espera que cada um de Seu povo esteja empenhado em seu trabalho. Somos todos ministros e todos fomos chamados e ordenados por ele para realizar um trabalho do servio sacerdotal at a sua volta (Jo. 15:16).

Quando Jesus Cristo ascendeu ao Pai, deu dons sua Igreja. Esses talentos ou dons espirituais no foram s a uns poucos escolhidos, mas a todos (I Co. 12:7). Cada funo e cada parte vital, semelhana do que acontece com nossos diferentes rgos e membros. Quando uma parte aparentemente pequena ou insignificante no est funcionando normalmente, todo o resto sofre. D-se o mesmo com a Igreja hoje. Quando todo o trabalho feito pelos superdotados, talentosos ou treinados, existe uma grande perda para o Corpo de Cristo e para Deus. Deveramos nos interessar seriamente por essa verdade. Pouco importa o que voc pensa de si mesmo ou de suas habilidades espirituais. Tambm no tm importncia as diferenas existentes entre voc e os demais. Mesmo aqueles que possuem um s talento so e sero solicitados por Deus a us-lo ao mximo (Mt. 25:14-30). Se nos acovardarmos, comparando-nos com outros, ou se ficarmos temerosos e no fizermos nada, teremos de prestar contas um dia ao nosso Criador. Temos, certo, o privilgio, mas tambm a sria responsabilidade de descobrir diante de Deus a que trabalho Ele nos chamou a realizar, para ento comear-nos a aprender pelo Esprito Santo a nos exercitar na funo que nos foi confiada.

Sem esse tipo de ministrio, no cresceremos adequadamente. Sim, talvez obtenhamos algum progresso-principalmente no incio - mas, para que de fato atinjamos a maturidade, ns mesmos precisamos comear a ministrar. A medida que dermos, mais nos ser dado. Trata-se de uma lei espiritual. Se somos meros recebedores - semana aps semana escutando de outros que gastaram seu tempo na presena de Deus - nosso conhecimento provavelmente aumentar, mas nossas vidas no sero mudadas. Essa a infeliz condio de muitos e muitos na Igreja de hoje. Temos nossos super-astros, talvez famosos e ocupados dia e noite, mas temos igualmente a maioria passiva a depender de outros para a realizao do trabalho.

As conseqncias danosas desse fenmeno s vezes no esto evidentes primeira vista, principalmente numa organizao bem lubrificada; contudo, elas esto ali ocultas. Um sem nmero de reunies crists esto repletas de bebs espirituais superalimentados que permanecem inativos. Eles vm semanalmente para receber e imaginam que, porque ouvem uma boa mensagem, esto bem com Deus. No raras vezes, entretanto, tais indivduos ainda possuem pecados escondidos e srios desvios de carter. Ao procurarmos servir aos outros, essas falhas ficam expostas. Quando comeamos a ministrar, percebemos o quanto nossas vidas precisam de transformao e isso nos estimula a buscar o Senhor para nos libertar. Se desejamos verdadeiramente avanar em direo maturidade, essencial que todos nos tornemos sacerdotessacerdotes que estejam exercendo suas funes na casa de Deus.

O ministrio espiritual no tem como finalidade apenas o nosso crescimento, mas tambm o progresso dos demais. No importa quais sejam as suas funes espirituais no corpo, existem sempre pessoas que precisam do que voc tem. Quer seja uma pequena ou grande poro, absolutamente indispensvel. Em algum lugar, entre os cristos que voc conhece ou no mundo sua volta, existem pessoas para as quais sua poro muito importante. Por exemplo, os cristos com quem voc se relaciona podem estar buscando aquela poro especfica de discernimento espiritual que voc possui. possvel que muitos que voc conhece estejam sofrendo porque voc no reservou em tempo para orar por libertao, nem deu ateno s suas necessidades. sempre mais fcil criticar ou fazer fofocas, do que orar ou auxiliar.

Sua poro certamente essencial para o crescimento e bem estar espiritual dos outros. Deus a entregou a voc por causa deles, sendo, portanto, importante exercit-la. Em Sua sabedoria, nosso Pai construiu a Igreja de tal sorte que cada membro depende dos demais. Assim sendo, para que todos cheguemos maturidade (Ef. 4:13), a colaborao de cada parte indispensvel.

A esta altura, algum perguntaria: qual o papel dos lderes? Sem dvida a liderana tem base nos ensinamentos bblicos e necessria para uma condio saudvel da igreja. Muitas vezes, entretanto, tambm mal compreendida. O papel do lder liderar. Isso no significa dominar ou controlar os outros, mas sim tomar a dianteira e avanar! Os demais iro not-lo e segui-lo. As palavras presidir e guias encontradas em I Tm 5:17 e Hb. 13:7, 17 e 24, da traduo de Almeida, talvez tenham sido a fonte de muitos mal-entendidos. Estas palavras vm do grego PROESTEMI e deveriam ser traduzidas como posicionar-se antes ou preceder. O encargo de um verdadeiro lder no o de dirigir a igreja, mas sim o de auxiliar os outros a cumprirem o seu ministrio, crescendo em tudo o que Deus lhes preparou. Tais lderes so facilmente reconhecveis, pois sempre tero como prioridade os interesses e o progresso espiritual dos outros. Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade so chamados benfeitores. Mas vs no sois assim; pelo contrrio, o maior entre vs seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve (Lc. 22:25-26).

Os lderes que esto apenas alimentando a si mesmos (edificando seu prprio ministrio, forrando seu prprio ninho financeiro etc.) e, como conseqncia, mantendo passivos aqueles que esto sob seus cuidados, enfrentaro o julgamento divino. Os que se exaltam e impedem o progresso dos demais, objetivando a sua prpria segurana e autoridade, enfrentaro juzo ainda mais severo. A verdadeira liderana sempre ser levantada por Deus. Se for resultado apenas de instruo teolgica, de designao para um cargo ou de ambio pessoal, por certo se constituir num obstculo para o progresso espiritual.

A organizao religiosa e rgida pode tambm ser um empecilho para o cumprimento dos desejos de Deus. Dar conta de todas as tarefas ou manter as pessoas ativas no representa maturidade espiritual. Em verdade, at os que no crem conseguem organizar com eficincia. A tarefa mo no consiste em ter grandes prdios, ministrios bem sucedidos ou pessoas comparecendo s centenas. Tudo isso pode ser alcanado sem que a vontade de Deus tenha jamais sido atendida. Em Seu plano, a programao humana substituda por ministrios espirituais, levantados por Ele em nosso meio. Planos futuros decorrem de sua orientao e a autoridade organizacional ou posicional substituda pela verdadeira autoridade, que espiritual. Quando fazemos as coisas Sua maneira, as pessoas no so simplesmente encaixadas numa determinada tarefa a ser realizada. Por exemplo, precisamos de algum que cuide das crianas ou que d os avisos. Em lugar de solicitarmos voluntrios, deveramos agir de outro modo: o ministrio de cada um primeiramente descoberto, para depois serem incentivados naquela funo especfica.

Porm, se as reunies crists que voc freqenta se desintegrassem por completo caso as coisas fossem feitas na forma mencionada, tal obra no chega a ser um trabalho realmente espiritual. S pode ser uma organizao humana, a qual no est cumprindo os propsitos divinos, mas apenas conformando-se aos padres do cristianismo atual.

Talvez voc esteja se reunindo com um grupo de cristos onde inexiste qualquer encorajamento ou oportunidade para que voc cresa em sua funo. provvel que nesse grupo a experincia seja a de ter um homem em evidncia ou de ter tudo to organizado sem a orientao do Esprito que grande parte da vida divina j se foi. O seu talento pode estar sendo negligenciado, mal utilizado, ridicularizado ou desencorajado. Nada disso, contudo, poder servir de desculpa passividade. Quando voc estiver diante do Rei, j no haver ningum mais para levar a culpa pelo descumprimento de suas funes sacerdotais.

Considerando que Deus o preparou e chamou, Ele tambm ir prover uma forma de voc comear a servir. Por exemplo, voc poder orar em qualquer lugar, a toda hora. Voc pode proporcionar ajuda material sem precisar de uma permisso oficial. Pode ensinar e aconselhar. Quando voc realmente comear agir na funo para a qual Deus o designou, as portas se abriro diante de voc e as pessoas reconhecero a mo divina em sua vida. Provavelmente tudo comear vagarosamente a princpio e poder at parecer pequeno e insignificante (Zc. 4:10). Todavia, medida que voc exercitar os talentos que Deus lhe deu, fiel e diligentemente, estes crescero e voc igualmente crescer.

A vontade de Deus que sejamos para Ele reino de sacerdotes. Somos todos seus profetas (Ap. 1:5-6 e I Co. 14:1,31). Cada um de ns possui um ministrio para ser desempenhado e servios espirituais para realizar, os quais ningum mais conseguir levar a cabo da mesma forma que ns o faramos. Quando aparecermos perante Ele, teremos de prestar contas de nossas obras (Ap. 2:23). Naquele dia, aquilo que realizamos testificar a nossa verdadeira condio espiritual. No poderemos dizer que no conhecamos as necessidades ou que no estvamos qualificados. Lembre-se que o mesmo Deus que operou poderosamente nos apstolos e profetas vive tambm em cada um dos Seus filhos. Ele capaz de fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos se apenas O obedecermos. Precisamos encarar com seriedade essas consideraes.

Pensemos em nossas prprias vidas e vejamos se somos trabalhadores realmente ativos para o nosso Rei ou somente passamos de passivos observadores. Teramos acaso estabelecido uma distncia segura entre ns e Deus e deixado que outros assumissem a responsabilidade em nosso lugar? Ou ser que nos retramos em decorrncia do medo ou da incapacidade humana e permitimos que outros realizassem o trabalho? Em caso positivo, paremos por um momento e arrependamo-nos diante Dele. Entreguemos novamente toda a nossa vida a Deus. Digamos-lhe que, de agora em diante, estamos totalmente dispostos a nos tornar um vaso para o Seu servio. Depois disso, medida que Ele nos dirigir, cooperemos com ele diligentemente em sua vinha.

DAVID W. DYER

AS DUAS TESTEMUNHAS

Neste artigo eu gostaria de enfocar um assunto que tem sido fonte de muitas especulaes nos crculos religiosos. um tpico sobre o qual alguns cristos podem ter fixado opinies ou mesmo posies doutrinrias dogmticas. Por causa disso eu gostaria de recomendar a todas os leitores que coloquem de lado por um momento, tanto quanto possvel, qualquer idia preconcebida sobre esse assunto e abram-se para o Esprito Santo. Fazendo isso, vocs estaro permitindo que Ele fale aos seus coraes tudo o que Ele gostaria de comunicar a vocs atravs desta mensagem. A razo de eu ter pedido isso no que eu pense estar escrevendo aqui a resposta correta e definitiva, mas simplesmente porque meu desejo que vocs possam ouvir uma palavra do prprio Deus. Se, atravs dessas palavras, o Todo-Poderoso se revelar a Si prprio e a Seus propsitos para vocs de uma maneira to profunda como jamais viram antes, ento todo o esfora de escrever e de ler este panfleto ter valido a pena.

Profecia Bblica muito difcil de ser entendida. Nenhum homem tem tudo esclarecido sobre o final desta era. De fato, se voc encontra algum que sabe tudo, esta deve ser uma boa indicao que essa pessoa perdeu sua capacidade de ser ensinado por Deus. Com isso em mente, gostaria de dizer que o material que estou apresentando aqui est sendo oferecido apenas para sua contemplao No a ultima palavra sobre o assunto. Estou certo que, conforme nos aproximamos da segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, muitas dessas coisas se tornaro gradativamente mais claras queles que andam em intimidade com Ele. Portanto, possvel que o que voc est para ler possa ser uma parte da verdade ou possa, eventualmente, ser mostrado como um engano. Ns estaremos sempre abertos correo se uma luz adicional nos for dada pelo Senhor. Entretanto, apesar dessas limitaes, eu sinto fortemente que aqui est uma mensagem que todo crente levar a srio. Nesta passagem bblica sobre a vinda de duas testemunhas pode estar um indcio muito importante do que Deus est fazendo no meio de Seu povo, conforme nos aproximamos dos ltimos dias.

Antes de comearmos a discutir juntos essas coisas, eu gostaria de pedir que cada leitor colocasse de lado este panfleto e lesse Apocalipse 11:1 a 15 a passagem sobre essas duas testemunhas. A razo para isso que, se voc est familiarizado com essa parte da Escritura, a discusso ter pouco significado para voc. Alm disso, tolice simplesmente adotar as opinies de outros homens sobre tais coisas sem busc-las inteiramente por si prprio. Se voc no est familiarizado com os versos envolvidos, ser impossvel que voc saiba se o que eu ou qualquer outro est dizendo correto. Por outro lado, uma vez que voc se familiariza com as Escrituras, elas se tornaro uma bno para voc, pois Deus fala ao seu corao atravs delas. Ento, por favor, leia agora a passagem mencionada acima.

Ao chegarmos a este ponto, muitos de vocs devem se lembrar de ter ouvido que essas duas testemunhas sero a reencarnao ou o reaparecimento de duas antigas figuras bblicas. Alguns pensam que eles devem ser Moiss e Elias, enquanto outros acham que Enoque deve substituir Moiss nesta dupla. O time Enoque e Elias costumeiramente escolhido porque esses so os dois nicos homens que foram arrebatados sem nunca ter experimentado a morte. Ento, por alguma razo, eles devem voltar e serem mortos desde que ao homem ordenado morrer (Hebreus 9:27). Uma dificuldade se levanta, entretanto nesta linha de raciocnio, para harmoniz-la com a futura ressurreio dos crentes, comumente tratada por arrebatamento. Neste evento, muitos seres humanos sero levados ao encontro do Senhor no ar sem ter experimentado a morte fsica (1 Tess. 4:17).

Enquanto a compreenso de que esses so dois profetas, literalmente falando, pode mostrar ser a correta, h algumas coisas sobre essa passagem do apocalipse que parecem abrandar tal interpretao. H muitas indicaes que nos so dadas aqui, de que algo maior e mais surpreendente est em vista. Mas, antes de explor-las juntos, eu quero afirmar que AMBOS os pontos de vistao que estou para dar e o argumento Enoque e Eliaspoderiam ter alguma validade. Ns todos devemos reconhecer que a profecia bblia freqentemente tem mais do que um significado ou mesmo um cumprimento anterior e posterior. Em nenhum lugar esse fenmeno mais evidente que nas profecias referentes aos tempos do fim.

DOIS HOMENS UM CORPO

Um dos itens mais significantes que sugere que algo mais do que dois homens est em vista aqui, foi me chamado ateno por um irmo na Inglaterra. Ele me mostrou que, na linguagem grega original, a palavra corpos (vs. 8,9) aparece na forma singular. Enquanto a maioria das tradues bblicas nos tm ajudado a compreender melhor esses versculos mudando as palavras originais do singular para o plural, isso no o que fui escrito pelo Apstolo Joo. As invs, esta passagem deveria realmente dizer seus corpo morto. Agora isso um pouco peculiar. Por que o texto inspirado comete duas vezes este tipo de erro gramatical? provvel que no haja erro algum, mas que algum significado mais profundo esteja sendo transmitido a ns.

Aqui ns temos nossa primeira indicao de que a Escritura pode no estar se referindo a dois homens individuais, mas a uma entidade associada. Essa palavra corpo nos faz lembrar do uso da mesma palavra na frase o corpo de Cristo, que na verdade consiste de incontveis indivduos. Ns lemos em um lugar: ns somos membros de Seu corpo (Ef 5:30). Versculos como esse, combinado, com muitos outros, certamente formam uma base bblica adequada para supor que a palavra corpo pode estar se referindo a um grupo muito maior do que os dois profetas mencionados anteriormente. Isso ento nos leva possibilidade de que a palavra sagrada est falando aqui sobre um grande nmero de homens e mulheres que, no final dessa era, desempenha uma importante funo na preparao do mundo para o julgamento e a volta do Senhor.

O primeiro pensamento que a maioria das pessoas provavelmente ter sobre a pressuposio acima : Se essas testemunhas so realmente um grupo de muitas pessoas, ento porque a Bblia usa a palavra duas? No um tanto confuso? Sim, certamente , mas h tambm uma explicao bblica. Atravs da Palavra de Deus um princpio inabalvel ensinado. que um julgamento de um pecador s pode ser executado se, pelo menos, duas testemunhas puderem testificar a verdade de qualquer infrao. Ns lemos que na boca de duas testemunhas, ou de trs testemunhas ser morto o que houver de morrer (Deut 17:6). Qualquer coisa a menos inaceitvel.

O nmero dois , em todos os lugares das Escrituras, o nmero do testemunho. Os primeiros discpulos foram enviados dois a dois para testemunharem a verdade de Jesus. Havia duas tbuas de pedra na Arca da Promessa, trazendo o testemunho referente lei de Deus. Tambm na tampa da Arca havia dois querubins, simbolicamente testemunhando a asperso do sangue, atestando o fato de que os requisitos para a justia de Deus tinham sido preenchidos. Portanto, a palavra dois aqui pode ser compreendida como uma representao simblica das duas testemunhas requeridas por Deus antes que sua sentena seja executada.

Claro que o Altssimo no necessita que algum Lhe diga o que est no corao do homem. Essas testemunhas somente servem para preencher as solicitaes de sua lei e tambm para prevenir um mundo decadente.

Agora, na situao exposta no livro do Apocalipse, os pecados de um indivduo no esto sendo considerados. As invs, a rebelio de todo o mundo est sendo exposta por esses profetas. Desde que o iminente julgamento universal, parece razovel que os encargos que esto sendo trazidos devem necessitar de um testemunho mais amplo do que o de dois homens. Uma dupla de intrusos fazendo violentas acusaes a uma grande distncia pode no ser suficiente para convencer poderosamente o culpado. A evidncia contra cada nao ou grupo de pessoas seria trazida de maneira mais convincente por aqueles que estivessem intimamente relacionados com cada respectiva situao e que, portanto, pudessem dar um testemunho acurado contra eles. Conseqentemente, parece razovel supor que o testemunho final de Deus deve ser dado a cada um na sua prpria lngua, por algum que viva em sua prpria cultura e, desse modo, expondo a condio pecadora deles de uma maneira que eles possam facilmente compreender.

GUERRA AOS SANTOS

Uma outra palavra nesta passagem que nos d uma indicao de que as duas testemunhas no so meramente duas, encontra-se no versculo 7. Aqui vemos no texto inspirado a palavra guerra que no grego POLEMOS. Esta palavra significa um envolvimento prolongado estendendo-se por um perodo de tempo considervel e provavelmente envolvendo muitas batalhas.

Tal significado est em contraste direto com a palavra grega PHONEVO que significa matar e tambm com a palavra MACHE usada para significar uma nica batalha. A distino entre essas palavras certamente importante. Por que precisaria o anticristo mover uma guerra contra dois indivduos? Ele no poderia simplesmente mat-los? Claro que alguns poderiam dizer que o poder deles to grande que um simples ataque no resolveria o problema. Isso certamente verdadeiro enquanto a proteo de Deus est sobre eles. Durante esse perodo eles so invencveis. Mas, quando essa cobertura removida, como acontece em determinado momento, no h necessidade de uma luta prolongada que possa ser descrita como uma guerra. Simples assassinato far o trabalho.

Alm disso, essa palavra guerra comumente se refere mais a uma matana em grande escala do que ao assassinato de dois profetas peculiares. interessante que h outros lugares na Bblia onde ns encontramos esta palavra guerra usada em um contexto que tem a ver com o nosso assunto. No Velho Testamento, livro de Daniel 7:21 lemos que um chifre (que aqui simboliza o futuro homem do pecado) faz guerra aos santos e prevalece contra eles. Evidentemente esse homem sinistro e mau comear uma cruzada para aniquilar cada uma das pessoas de Deus que se oponha a ele. Em Apocalipse 13:7 ns somos lembrados uma segunda vez que este homem recebe permisso para fazer guerra (POLEMOS) contra os santos e para venc-los. Ento descobrimos que em um determinado momento, toda a proteo dispensada a esses crentes santificados (santos) removida e dado poder ao anticristo para comear um banho de sangue indiscriminadamente. Uma guerra de propores tremendas, talvez mundial empreendida contra homens e mulheres cristos, cujas vidas e testemunhos se opem aos propsitos desse louco satnico. Embora no seja possvel provar pelar Escrituras que a guerra empreendida contra essas Testemunhas dos ltimos tempos seja a mesma guerra aos santos mencionada acima, o paralelismo aqui indiscutvel.

Um outro item que parece dar suporte idia de que essa conflagrao no se limita morte de dois indivduos o alvo aparentemente mundial de seu ministrio proftico. Em Apocalipse 11:9 e 10 ns descobrimos que pessoas, tribos, lnguas e naes vero esse corpo morto e tambm que a celebrao dessas mortes universal. Isso implica que a profecia dessas testemunhas e os efeitos das pragas que elas traro sobre a humanidade se espalharo o suficiente para afetar virtualmente cada indivduo na Terra.` Embora alguns tenham citado a televiso e os rgos de comunicao como o veculo atravs do qual esse surpreendente testemunho mundial e a viso dos cadveres ocorrer, eu creio que aqueles que tm olhos espirituais podem perceber algo mais profundo.

Embora eu suponha que concebvel que dois homens possam influenciar de tal maneira o mundo inteiro, h a possibilidade de que algo maior esteja em vista aqui. J que existem atualmente mais de 300 pases no nosso mundo, seria quase impossvel para esses profetas alcanar cada um deles individualmente em apenas 1260 dias. Quando voc acrescenta a essa idia o fato mencionado anteriormente de que no apenas naes mas tambm pessoas, tribos e lnguas esto envolvidas aqui, toda a possibilidade de uma viagem a todos eles desaparece. Entretanto, sabemos com certeza que Deus reivindicar como Dele alguns de cada famlia, e lngua, e povo, e nao (Ap 5:9). possvel que alguns desses santos de casa sero levantados e ungidos por Deus para testificar sobre o Seu julgamento de justia dos ltimos dias.

Nesse momento, parece apropriado discutir alguns elementos de tempo envolvidos nessa passagem. O perodo de trs anos e meio (1260 dias) encontrado no versculo trs provavelmente a referncia primeira metade da tribulao de sete anos. Esse seria o tempo durante o qual esse testemunho proftico poderoso ocorre. Mas h tambm um outro nmero trs e meia mencionado a durao dos dias durante os quais seus corpo morto permanece nas ruas insepulto. Honestamente, parece um pouco estranho que a frao de dum dia pudesse ser gravada aqui. Ser possvel que algo alm do que simples dias est sendo indicado? Embora nada da profecia bblica possa ser provado, parece razovel supor que esse segundo trs e meio deve ter alguma ligao com o primeiro.

Anteriormente, no mesmo livro, lemos que alguns crentes da Igreja de Esmirna iriam sofrer tribulaes dez dias (Ap 2:10). Embora o sentido exato dessa frase no seja esclarecido, deve significar um perodo de 10 anos de intensa perseguio. Se Ns aplicamos essa frmula um ano por um dia a nossas consideraes de hoje, ento poderamos considerar a hiptese de que a futura matana dos santos acorrer durante o segundo 3 anos e meio de tribulao. No final desse tempo eles sero ressuscitados, possivelmente durante o arrebatamento. Confirmando essa idia est o fato de que esse evento precipitado por uma alta voz vinda do cu que corresponderia ao grito do arcanjo mencionado em 1 Tess. 4:16. Tambm, ocorre ao som da stima e talvez da ltima trombeta (Apoc. 11:15; 1 Cor. 15:52).

O ESPIRITO DERRAMADO

Em Joel 2:28-32 e tambm em Atos 2:17-21 est descrita uma profecia muito significativa. Aqui est claramente afirmado que nos ltimos dias haver uma uno espiritual poderosa derramada sobre todos os servos do Senhor. Essa uno sobrenatural dada com um propsito declarado para que eles possam profetizar. Enquanto o Apstolo Pedro cita essa passagem em referncia experincia dos primeiros discpulos no dia de Pentecostes, o contexto da passagem em Joel e em Atos, claramente une-a a um posterior ltimos dias a concluso da era. Quando lemos que o sol se tornar em escurido e a lua em sangue, antes do grande e notvel dia do Senhor (Atos 2:20), isso no soa exatamente como o dia de Pentecostes. Inegavelmente, h algo mais. Por favor, lembrem-se do que foi afirmado no incio desse artigoprofecia pode freqentemente ter mais de um cumprimento. Neste caso, parece evidente que a completa realizao dessa predio ainda est por vir.

O que se sobressai claramente aqui que, antes da segunda vinda de Cristo, haver um poderoso derramamento do Santo Esprito sobre os servos de Jesus. Essa tremenda uno precipitar um ltimo, sensacional e proftico testemunho da verdade de Deus e contra a corrupo do mundo. Vale a pena lembrar nessa oportunidade o que a Escritura diz em referncia s duas testemunhas que agora esto sendo consideradas. Ns lemos: E eu darei poder s minhas duas testemunhas e elas profetizaro (Ap 11:13). Ali no h apenas uma clara conexo entre essa profecia e a de Joel, mas h tambm uma relao inevitvel entre esse versculo e as instrues de Jesus aos Seus discpulos. Ele disse: mas vocs recebero poder depois que o Esprito Santo vier sobre vocs, e vocs sero minhas testemunhas... as partes mais longnquas da Terra (Atos 1:8). Mais uma vez, embora saibamos que esse versculo se realizou em tudo o que aconteceu naquele dia, ns tambm temos diante de ns uma evidncia substancial de que deve haver um posterior e ltimo derramamento do Esprito Santo sobre aqueles que profetizarem sobre Jesus durante os ltimos dias.

Apocalipse captulo onze comea com um cenrio interessante. Enquanto est contemplando essa viso, o Apstolo Joo instrudo a medir o templo. Por que essa pequena parte includa aqui? Ser que Deus subitamente se esqueceu das dimenses de seu edifcio? Mas espere. Ele no apenas tem que medir o templo, mas tambm o altar (o lugar do sacrifcio) e, muito significante, aqueles que reverenciam naquele lugar (vs 1). Provavelmente todo cristo entende que os membros individuais do corpo de Cristo so o verdadeiro templo do Deus vivo (1 Cor 6:16). concebvel que Joo esteja conduzindo uma vistoria, no de um edifcio fsico, mas de crentes. Talvez Deus, antes de derramar sua uno dos ltimos tempos, esteja procurando por aqueles cujas vidas estejam sendo preparadas para receb-la. Esta medida pode, de fato, ser uma inspeo levada a cabo para determinar quem, entre o povo de Deus, est pronto e capaz de integrar essa ltima grande comisso.

E qual a medida que ser exigida dos que forem escolhidos? Qual o padro pelo qual eles sero julgados? No h dvida de que tem algo a ver com o altar. Em outras palavras, os homens e mulheres