Data: Professor: Tainá Disciplina: Arte Turma: 3º ano e Curso€¦ · Assim, a história da arte...

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- 1 - Data: 27/03/19 Professor: Tainá Disciplina: Arte Turma: 3º ano e Curso Afinal, contra o que os artistas modernos se rebelaram? Contra as normas vigentes, a tradição da produção artística, centrada na ideia de representar corretamente todas as coisas, isto é, a Arte Clássica e seus “valores eternos e incontestáveis”. No que se refere à periodização da história da Arte essa tradição tem como marco três períodos histórico-artísticos: 1º: Grécia Antiga – quando surge o conceito de obra de Arte como objeto estético, diferenciando-a dos demais objetos utilitários. Os romanos assimilaram esse conceito, mas adequaram à suas necessidades; *Obs.: Durante a Idade Média a produção artística se afastou da estética clássica e foram criados novos estilos artísticos para representar as questões medievais como o teocentrismo. Foram desenvolvidos estilos como Bizantino, Românico e Gótico. 2º: Idade Moderna – Renascimento Cultural (na Península Itálica). Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo tornou-se o próprio espírito desse período, que propôs a ressurreição consciente do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural. “Os homens do Renascimento tinham consciência de viver em uma época diferente da medieval, que repudiavam como a Idade das TrevasARRUDA, José J. de.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História Geral e História do Brasil. São Paulo: Ática, 1996, p.132. “A história da cultura renascentista nos ilustra com clareza todo o processo de construção cultural do homem moderno e da sociedade contemporânea. Nele se manifestam, já muito dinâmicos e predominantes, os germes do individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de comportamentos mais imperativos e representativos do nosso tempo.” SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1987. “ [...] Podemos dizer sem exagero que no Renascimento a humanidade começou a se libertar das condições que lhe eram impostas pela natureza. O homem deixou de ser apenas uma parte da natureza. A natureza passou a ser algo que se podia usar e explorar. ‘Saber é poder’, dizia o filósofo inglês Francis Bacon, sublinhando com isto a aplicação prática do conhecimento. E isto era uma coisa nova.” GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Para chegar a conclusões decisivas sobre o sentimento religioso dos homens do Renascimento temos de seguir outro caminho. É pela sua cultura intelectual que temos de explicá-la. Estes homens modernos, que representam a civilização italiana do tempo, nasceram religiosos como os ocidentais da Idade Média, mas seu poderoso individualismo tornou-os totalmente subjetivos. BURCKHARDT, Jacob. A civilização da renascença italiana. Lisboa: Presença, s.d. p. 392. *Obs.: Após o Renascimento, diversas tendências e movimentos artísticos foram desenvolvidas, considerando mais ou menos ou referências clássicas, como por exemplo, o Barroco. Há também o uso da expressão Maneirismo para designar as tendências pós-renascentistas do período. Sobre esse termo, verifique quadro explicativo no desenrolar do texto abaixo. 3º: Neoclassicismo, na França – final do século XVIII (após a Revolução Francesa). Retomada do classicismo em oposição ao Barroco e o Rococó, sendo o estilo adotado como modelo nas Academias de Belas Artes. Assim, trata-se da institucionalização do ensino de Arte aliada a um novo sistema voltado para a promoção do artista: Salões Arte, Museus de Arte e Galerias. *Obs.: O Neoclassicismo foi sucedido pelo Romantismo e, em sequência, por outros estilos e movimentos ao longo do século XIX (Realismo, Impressionismo e tendências pós-impressionistas) que desencadearam nas Vanguardas de Arte Moderna. ARTE GREGA A produção cultural dos gregos valorizou especialmente as ações humanas, na certeza de que o homem era a criatura mais importante do universo. Assim, o conhecimento, através da razão, esteve sempre acima da fé em divindades. Seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos, que dedicavam ao bem estar do povo e a democracia. A pintura grega encontrou uma forma de realização na arte da cerâmica, os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. No começo, os desenhos eram simplesmente formas geométricas elementares e com o passar do tempo, elas foram gradativamente se enriquecendo, até adquirir volume. Surgiram então os primeiros desenhos de plantas e animais guarnecidos por adornos chamados de meandros. Numa etapa próxima, já no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), começou a ser incluída nos desenhos a figura humana, que apresentava um grafismo muito estilizado. E, com o aparecimento de novas tendências naturalistas, ela passou a ser cada vez mais utilizada nas representações mitológicas, o que veio a aumentar sua importância. No período arcaico (séculos VII e VI a.C.), quando os gregos começaram a trabalhar a pedra. Os motivos mais comuns das primeiras obras eram simples estátuas de rapazes (kouros) e moças (korés). Essas figuras humanas guardavam uma grande semelhança com as esculturas egípcias, as quais, obviamente, lhes haviam servido de modelo. Com o advento do classicismo (séculos V e IV a.C.), a estatuária grega foi assumindo um caráter próprio e acabou

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Data: 27/03/19

Professor: Tainá Disciplina: Arte Turma: 3º ano e Curso

Afinal, contra o que os artistas modernos se rebelaram? Contra as normas vigentes, a tradição da produção artística, centrada na ideia de representar corretamente todas as coisas, isto é, a Arte Clássica e seus “valores eternos e incontestáveis”. No que se refere à periodização da história da Arte essa tradição tem como marco três períodos histórico-artísticos: 1º: Grécia Antiga – quando surge o conceito de obra de Arte como objeto estético, diferenciando-a dos demais objetos utilitários. Os romanos assimilaram esse conceito, mas adequaram à suas necessidades; *Obs.: Durante a Idade Média a produção artística se afastou da estética clássica e foram criados novos estilos artísticos para representar as questões medievais como o teocentrismo. Foram desenvolvidos estilos como Bizantino, Românico e Gótico. 2º: Idade Moderna – Renascimento Cultural (na Península Itálica). Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo tornou-se o próprio espírito desse período, que propôs a ressurreição consciente do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural. “Os homens do Renascimento tinham consciência de viver em uma época diferente da medieval, que repudiavam como a Idade das Trevas” ARRUDA, José J. de.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História Geral e História do Brasil.

São Paulo: Ática, 1996, p.132.

“A história da cultura renascentista nos ilustra com clareza todo o processo de construção cultural do homem moderno e da sociedade contemporânea. Nele se manifestam, já muito dinâmicos e predominantes, os germes do individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de comportamentos mais imperativos e representativos do nosso tempo.”

SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1987.

“ [...] Podemos dizer sem exagero que no Renascimento a humanidade começou a se libertar das condições que lhe eram impostas pela natureza. O homem deixou de ser apenas uma parte da natureza. A natureza passou a ser algo que se podia usar e explorar. ‘Saber é poder’, dizia o filósofo inglês Francis Bacon, sublinhando com isto a aplicação prática do conhecimento. E isto era uma coisa nova.”

GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Para chegar a conclusões decisivas sobre o sentimento religioso dos homens do Renascimento temos de seguir outro caminho. É pela sua cultura intelectual que temos de explicá-la. Estes homens modernos, que representam a civilização italiana do tempo, nasceram religiosos como os ocidentais da Idade Média, mas seu poderoso individualismo tornou-os totalmente subjetivos.

BURCKHARDT, Jacob. A civilização da renascença italiana. Lisboa: Presença, s.d. p. 392.

*Obs.: Após o Renascimento, diversas tendências e movimentos artísticos foram desenvolvidas, considerando mais ou menos ou referências clássicas, como por exemplo, o Barroco. Há também o uso da expressão Maneirismo para designar as tendências pós-renascentistas do período. Sobre esse termo, verifique quadro explicativo no desenrolar do texto abaixo. 3º: Neoclassicismo, na França – final do século XVIII (após a Revolução Francesa). Retomada do classicismo em oposição ao Barroco e o Rococó, sendo o estilo adotado como modelo nas Academias de Belas Artes. Assim, trata-se da institucionalização do ensino de Arte aliada a um novo sistema voltado para a promoção do artista: Salões Arte, Museus de Arte e Galerias.

*Obs.: O Neoclassicismo foi sucedido pelo Romantismo e, em sequência, por outros estilos e movimentos ao longo do século XIX (Realismo, Impressionismo e tendências pós-impressionistas) que desencadearam nas Vanguardas de Arte Moderna.

ARTE GREGA

A produção cultural dos gregos valorizou especialmente as

ações humanas, na certeza de que o homem era a criatura mais importante do universo. Assim, o conhecimento, através da razão, esteve sempre acima da fé em divindades. Seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos, que dedicavam ao bem estar do povo e a democracia.

A pintura grega encontrou uma forma de realização na arte da cerâmica, os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. No começo, os desenhos eram simplesmente formas geométricas elementares e com o passar do tempo, elas foram gradativamente se enriquecendo, até adquirir volume. Surgiram então os primeiros desenhos de plantas e animais guarnecidos por adornos chamados de meandros. Numa etapa próxima, já no período arcaico (séculos VII e VI a.C.), começou a ser incluída nos desenhos a figura humana, que apresentava um grafismo muito estilizado. E, com o aparecimento de novas tendências naturalistas, ela passou a ser cada vez mais utilizada nas representações mitológicas, o que veio a aumentar sua importância.

No período arcaico (séculos VII e VI a.C.), quando os gregos começaram a trabalhar a pedra. Os motivos mais comuns das primeiras obras eram simples estátuas de rapazes (kouros) e moças (korés). Essas figuras humanas guardavam uma grande semelhança com as esculturas egípcias, as quais, obviamente, lhes haviam servido de modelo. Com o advento do classicismo (séculos V e IV a.C.), a estatuária grega foi assumindo um caráter próprio e acabou

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abandonando definitivamente os padrões orientais. Foi o consciencioso estudo das proporções que veio oferecer a possibilidade de se copiar fielmente a anatomia humana, e com isso os rostos obtiveram um ganho considerável em expressividade e realismo. Mais tarde introduziu-se o conceito de contraposto - posição na qual a escultura se apoiava totalmente numa perna, deixando a outra livre, e o princípio do dinamismo tomou forma nas representações de atletas em plena ação. Entre os grandes artistas do classicismo estão: Policleto, (que criou a regra do "belo ideal" que divide o corpo humano em 8 partes iguais. Essa regra é utilizada até hoje nas aulas de desenho.) Durante o período helênico (século III a.C.), verificou-se uma ênfase nas formas herdadas do classicismo, e elas foram se sofisticando. O resultado disso foi o surgimento de obras de inigualável monumentalidade e beleza.

Na arquitetura, não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte grega ao Ocidente. Foi a partir do aperfeiçoamento dessa forma básica que se configurou o templo grego tal como o conhecemos hoje. No princípio, os

materiais utilizados eram o adobe - para as paredes - e a madeira - para as colunas. Mas, a partir do século VII a.C. (período arcaico), eles foram caindo em desuso, sendo substituídos pela pedra. Surgiram então os primeiros estilos arquitetônicos: o dórico, ao sul, nas costas do Peloponeso, e o jônico, a leste. Os templos dóricos eram em geral baixos e maciços. As grossas colunas que lhes davam sustentação não dispunham de base, e o fuste tinha forma acanelada. O capitel, em geral muito simples, terminava numa moldura convexa chamada de eqüino. As colunas davam suporte a um entablamento (sistema de cornijas) formado por uma arquitrave (parte inferior) e um friso de tríglifos (decoração acanelada) entremeado de métopas. A construção jônica, de dimensões maiores, se apoiava numa fileira dupla de colunas, um pouco mais estilizadas. O capitel culminava em duas colunas graciosas, e os frisos eram decorados em altos-relevos. Mais adiante, no período clássico (séculos V e IV a.C.), a arquitetura grega atingiu seu ponto máximo. Aos dois estilos já conhecidos veio se somar um outro, o coríntio, que se caracterizava por um capitel típico cuja extremidade era decorada por folhas de acanto.

Assim, a história da arte grega está ligada às épocas da vida desse povo. O pré-helenismo foi um longo período, no qual a arte estava se afirmando. Na época arcaica , a arte tomou formas definidas. A época clássica, foi o momento da plenitude e da perfeição artística e cultural dos gregos. O helenismo foi o momento em que os gregos já haviam chegado à plenitude e passaram a espalhar sua arte pelo Egito, pela Ásia Menor, pela Síria e por Roma.

Bibliografia: PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática, São Paulo: 2009.

ARTE ROMANA

O aparecimento da cidade de Roma, presumivelmente em 753 a.C., está envolto em lendas e mitos. A formação cultural dos romanos foi influenciada principalmente por gregos e etruscos, que ocuparam diferentes regiões da península itálica entre os séculos XII e VI a.C. e contribuíram para que Roma se tornasse o centro de um vasto império. Assim, a arte romana assimilou, da arte greco-helenística, a busca por expressar um ideal de beleza, e, da arte etrusca, mais popular, a preocupação em expressar a realidade vivida.

Um dos legados culturais mais importantes deixados pelos etruscos aos romanos foi o arco e da abóbada nas construções. Esses dois elementos arquitetônicos permitiram aos romanos criar amplos espaços internos, livres do excesso de colunas. O arco foi uma

conquista que permitiu ampliar o vão entre uma coluna e outra. Nele o centro não sofre maior sobrecarga que as extremidades, e assim as tensões são distribuídas de forma mais homogênea. Além disso, como o arco é construído com blocos de pedra, a tensão comprime esses blocos e lhes dá maior estabilidade.

No final do século I d.C., Roma já havia superado as influências grega e etrusca e estava pronta para desenvolver criações artísticas independentes e originais. TEMPLOS - Enquanto a concepção arquitetônica grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a romana procurava criar espaços interiores. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do imperador Adriano, é certamente o melhor exemplo dessa diferença. Planejado para reunir a grande diversidade de deuses existentes em todo o Império, o Panteão, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior, onde o povo se reunia para o culto. TEATRO - Graças ao uso de arcos e abóbadas, herdados dos etruscos, os romanos construíram edifícios - sobretudo anfiteatros - bastante amplos. Do grego amphi (dois) e téathron (teatro), significa "teatro com assentos dos dois lados do palco". Na Roma antiga, era destinado a espetáculos públicos, combates de feras ou de gladiadores, jogos e representações teatrais. Destinados a abrigar muitos espectadores, esses anfiteatros alteraram significativamente a planta do teatro grego. Assim, usando ordens de arcos sobrepostas, os construtores romanos obtiveram apoio para construir o local destinado ao público - o auditório.

Externamente, esse edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três ordens de colunas gregas. Essas colunas, na verdade, eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Não tinham, portanto, a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. AQUEDUTOS - A arte romana revela-nos um povo de grande espírito prático: por onde passou, estabeleceu colônias e construiu casas, templos, termas, aquedutos, mercados e edifícios governamentais. Uma das mais representativas obras da construção civil dos romanos é o aqueduto conhecido até nossos dias por Le Pont du Gard.

PINTURA E MOSAICO - A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, soterradas pela erupção do Vesúvio, em 79 d.C., e cujas ruínas foram descobertas no século XVIII.

Essas pinturas faziam parte da decoração interna dos edifícios e podem ser apreciadas em painéis que recobriam as paredes das casas. Tanto na pintura como no mosaico, os artistas romanos, ora de maneira rústica mas alegre, ora de maneira segura e brilhante, souberam misturar realismo com imaginação, e suas obras ocuparam grandes espaços nas construções, complementando ricamente a arquitetura.

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ESCULTURA - Por serem realistas e práticos, suas esculturas tinham um interesse muito próprio: representar os traços característicos do retratado. O resultado desse contato foi uma acomodação entre a concepção artística romana e a grega.

A preocupação romana com representações bastante realistas pode ser observada não só nas estátuas de imperadores, mas também nos relevos esculpidos em monumentos que celebram feitos importantes do Império Romano. Entre esses monumentos comemorativos, destacam-se a Coluna de Trajano, a Coluna de Marco Aurélio e os Arcos triunfais.

Depois das primeiras décadas do século III, os imperadores romanos começaram a enfrentar tanto lutas internas pelo poder quanto a pressão dos povos bárbaros que, cada vez mais, investiam contra as fronteiras do Império. Com isso, o interesse pelas artes diminuiu e poucos monumentos foram erguidos por ordem do Estado.

Começava a decadência do Império Romano que, no século V - precisamente em 476 -, perdeu seu domínio sobre o vasto território do Ocidente para os imperadores germânicos.

Referências: PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática, São Paulo: 2009. GOMBRICH. A História da Arte. LTC, Rio de Janeiro: 2008.

RENASCIMENTO ITALIANO

Texto extraído do livro História da Arte, de Graça Proença. Ática, São Paulo: 2009.

Denomina-se Renascimento o movimento cultural desenvolvido na Europa entre 1300 e 1650 – portanto, final da Idade Média e na Idade Moderna. O termo sugere que, a partir do século XIV, a Europa teria assistido a um súbito reviver dos ideais da cultura greco-romana. Porém, o durante o período medieval, o interesse pelos autores clássicos não desapareceu. Quando as pessoas desse período queriam elogiar um poeta ou um artista, diziam que sua obra era tão boa quanto a dos antigos. Giotto fora assim exaltado como um mestre que liderara um verdadeiro ressurgimento da arte; as pessoas queriam significar com isso que a arte de Giotto era tão boa quanto a daqueles famosos mestres cujas obras eram louvadas pelos antigos da Grécia e de Roma. Os italianos tinham plena consciência de que, no passado distante, a Itália, tendo Roma por capital, fora o centro do mundo civilizado, e de que seu poder e glória se dissiparam quando as tribos germânicas invadiram o país e desmantelaram o Império. A ideia de um renascimento associava-se, na mente dos romanos, à ideia de uma ressurreição da “grandeza de Roma”. Assim, a ideia de uma renascença foi responsável pela concepção de que o período interveniente era uma Idade Média. Na verdade, o Renascimento significou muito mais do que o simples reviver da cultura clássica: nesse período, ocorreram, no campo das artes plásticas, da literatura e das ciências, inúmeras realizações que superaram essa herança. O ideal do humanismo foi, sem dúvida, o móvel de tais realizações e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Num sentido amplo, o ideal do humanismo pode ser entendido como a valorização do ser humano e da natureza em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. Tanto na arquitetura como na pintura e na escultura, o artista do Renascimento buscou expressar a racionalidade e a dignidade do ser humano.

A ARQUITETURA

Esse sentimento de ‘florescimento’ foi mais forte em Florença, cidade de Dante e Giotto. Nessa próspera cidade mercantil que, no século XV, um grupo de artistas se dispôs a criar uma nova arte que rompesse com o passado. O líder desse grupo foi o arquiteto encarregado da construção da catedral da cidade, Filippo Bruneleschi (1377-1446).

No início, a basílica cristã imitava um templo grego e constituía-se apenas de um salão retangular. Mais tarde, no período bizantino, as plantas das igrejas complicaram-se num intrincado desenho octogonal. A época românica, por sua vez, produziu templos com espaços mais organizados. Já a arquitetura gótica buscou uma verticalidade exagerada, criando espaços imensos, cujos limites não são claramente visíveis.

No Renascimento, a preocupação dos construtores foi diferente. Era preciso criar espaços compreensíveis de todos os ângulos visuais, que fossem resultantes de uma justa proporção entre todas as partes do edifício.

A principal característica da arquitetura do Renascimento, portanto, foi a busca de uma ordem e de uma disciplina que superasse o ideal de infinitude do espaço das catedrais góticas. Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.

A PINTURA

No final da Idade Média e no Renascimento, predomina a tendência a uma interpretação científica do mundo. O resultado disso nas artes plásticas, e sobretudo na pintura, são os estudos da perspectiva segundo os princípios da Matemática e da Geometria. O uso da perspectiva conduziu a outro recurso, o claro-escuro, que consiste em pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra. Esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos. A combinação da perspectiva e do claro-escuro contribuiu para o maior realismo das pinturas.

Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal. A partir dessa época, confirma-se a existência do artista como o conceituamos hoje: um criador individual e autônomo, que expressa em suas obras seus sentimentos e idéias; alguém, enfim, que cria de acordo com a própria concepção.

FRA ANGÉLICO: A BUSCA DA CONCILIAÇÃO

ENTRE O TERRENO E O SOBRENATURAL

Por seu interesse pela realidade humana, Fra Angélico (1387-1455) foi considerado o primeiro herdeiro de Masaccio. Sua formação cristã e conventual, porém, manifesta em sua obra uma tendência religiosa na arte do Renascimento.

Sua pintura, embora siga os princípios renascentistas da perspectiva e da correspondência entre luz e sombra, esta impregnada de um sentido místico. O ser humano representado em

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suas obras de não parece manifestar angústia ou inquietação diante do mundo, mas serenidade, pois se reconhece como submisso a vontade de Deus. Em sua obra Anunciação, pintada entre 1433 e 1434, nota-se que ainda persiste a intenção religiosa. No entanto, a perspectiva e o realismo já são bastante evidentes. Aqui, as figuras ganham volume e as feições mais humanas, diferentemente do aspecto menos realista das personagens que aparecem nos quadros pintados anteriormente, e a anunciação do anjo a Maria ambientada numa construção cujas linhas geométricas parecem abrigar a serenidade com que Nossa Senhora ouve a mensagem divina.

Botticelli: a linha que sugere ritmo e graça

Botticelli (1445-1510) foi considerado o artista que melhor expressou, através do desenho, um ritmo suave e gracioso para as figuras pintadas. Os temas de seus quadros — quer tirados da Antiguidade grega, quer tirados da tradição cristã — foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão da graça divina. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancolias porque supõem que perderam esse dom de Deus.

Sua criação mais famosa, Nascimento de Vênus, retoma um tema da Antiguidade pagã, mas Botticelli transforma Vênus, a deusa do amor, no símbolo da pureza e da verdade.

Leonardo da Vinci: a busca do conhecimento cientifico e da beleza artística

“O pintor que trabalha rotineira e apressadamente, sem compreender as coisas, é como o espelho que absorve tudo o que encontra diante de si, sem tomar conhecimento”.

“Experiência, mãe de toda a certeza”. “Só o pintor universal tem valor”. (Trechos de Leonardo da Vinci) Da Vinci (1452-1519) foi possuidor

de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.

Aos 17 anos esteve em Florença, como aprendiz, no estúdio de Verrocchio, escultor e pintor já consagrado. Em 1482 foi para Milão, onde se interessou por questões de urbanismo e fez um projeto completo para a cidade. Projetou uma rede de canais e um sistema de abastecimento de água e de esgotos. Previu ruas alinhadas, praças e jardins públicos. Por volta de 1500, dedicou-se aos estudos de perspectiva e de óptica, de proporções e anatomia. Nessa época realizou inúmeros desenhos — cerca de 4 000 — acompanhados de anotações e os mais diversos estudos sobre proporções de animais, movimentos, plantar de edifícios e engenhos mecânicos.

Michelangelo: a genialidade a serviço da expressão da dignidade humana

Aos 13 anos, Michelangelo (1475-1564) foi aprendiz de Domenico Ghirlandaio, consagrado pintor de Florença. Mais tarde passou a freqüentar a escola de escultura mantida por Lourenço Médici, também em Florença, onde entrou em contato com a filosofia de Platão e com o ideal grego de beleza — o equilíbrio das formas.

Entre 1508 e 1512, Michelangelo trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande numero de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas cenas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é A Criação do Homem. Deus, representado por um homem de corpo vigoroso e cercado por anjos, estende a mão para tocar a de Adão, representado por um homem jovem, cujo corpo forte e harmonioso concretiza magnificamente o ideal da beleza do Renascimento.

Rafael: o equilíbrio e a simetria Rafael Sanzio (1483-

1520) é considerado o pintor que melhor desenvolveu, na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e de cores. Tornou-se muito conhecido como pintor das figuras de Maria e Jesus e seu trabalho realizou-se de modo tão precisamente elaborado que se transformou em modelo para o ensino acadêmico de pintura.

Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplos, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Rafael evitou o excesso de detalhes e o decorativismo, expressando sempre de forma clara e simples os temas pelos quais se interessou.

Dentre sua grande produção é importante mencionar A Libertação de São Pedro, A Transfiguração e A Escola de Atenas. Esta última é um afresco pintado no Palácio do Vaticano, que pretende ser um sumário gráfico da história da filosofia grega.

A escultura renascentista italiana Na escultura italiana do Renascimento, dois artistas se

destacam por terem produzido obras que testemunham a crença na dignidade do homem: Michelangelo e Verrocchio.

. Ao observarmos esta escultura, notamos que não se trata de um adolescente e sim de um jovem adulto, com o corpo tenso e cheio de energias controladas. A mão é colossal, mesmo na proporção da estátua. É a mão de um homem do povo, forte e acostumado ao trabalho. Mas é na cabeça que se encontram os traços mais reveladores. O Davi de Michelangelo tem

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uma expressão desconhecida na escultura até então. Contém uma espécie de força exterior que não aparece no humanismo idealizado dos gregos. O Davi de Michelangelo é heróico. Possui um tipo de consciência que surge com o Renascimento em sua plenitude: a capacidade de enfrentar os desafios da existencia. Não é apenas contra Golias que este Davi se rebela e batalha. E contra todas as adversidades que podem ameaçar o ser humano.

A criatividade de Michelangelo manifestou-se ainda em outros trabalhos, como a Pietá, conhecido conjunto escultórico conservado atualmente na basílica de São Pedro, em Roma, e as esculturas para a capela da família Médici, em Florença.

A Pietá realizada quando o artista tinha apenas 23 anos, mostra um surpreendente trabalho de escultura em mármore, ao registrar o drapeado das roupas, os músculos e as veias dos corpos. Mas é na figura de Maria é que ele manifesta seu gênio criador. Desobedecendo a passagem do tempo, retrata a mãe de Jesus como uma mulher jovem, cuja expressão de docilidade contrasta com o assunto da cena: o recolhimento do corpo de seu filho após a morte na cruz.

Evidentemente, é possível admirar muitos escultores italianos renascentistas, mas a grandeza heróica de Michelangelo detém os olhos e as emoções de quem quer conhecer a arte da escultura desse período.

Maneirismo De acordo com o Dicionário Oxford de Arte, Maneirismo é o termo aplicado no estudo das artes visuais (e, por extensão, no estudo da literatura e da música), de significado impreciso, abarcando uma miscelânea de conotações críticas e históricas. Ainda mais do que a maioria dos rótulos estilísticos, há pouca concórdia entre os estudiosos quanto à delimitação precisa do termo. Hoje o termo é usado sobretudo para designar a arte italiana do período compreendido entre a Alta Renascença e o Barroco, isto é, de cerca de 1520 a cerca de 1600. Foram os escritos de Giorgio Vasari (1511–1574) (ele próprio um dos principais pintores do período) que vulgarizaram o uso do termo, pois recorriam freqüentemente à palavra maniera (no sentido de “estilo” ou “estilismo”) como um termo de aprovação, denotando qualidades de graça, leveza, simplicidade e sofisticação. Por extensão, o termo “maneirista” foi aplicado à arte de qualquer época ou lugar que apresentasse as mesmas características indicadas no esquema de Vasari. Esse sentido do termo, porém, foi viciado pelos antigos preconceitos relativos à arte italiana do século XVI. Do século XVII à primeira metade do século XX, prevaleceu a idéia de que a maior parte da arte italiana produzida no período considerado (com a exceção notável da pintura veneziana) representava uma decadência em relação ao ápice da perfeição clássica, atingido por Michelangelo (1475–1564) no forro da Capela Sistina, e por Rafael (1483–1520) na Stanza vaticana. Os sucessores desses artistas, em face de modelos tão elevados, viram-se condenados a uma espécie de endogamia artística, limitando-se a plagiar e a distorcer o trabalho dos mestres (quadro em que de fato encaixava-se boa parte da arte acadêmica do período). Assim, a palavra “maneirismo” veio incorporar esse conjunto de preconceitos, referindo-se não a um período ou estilo específicos, mas a um cultivo exagerado dos cacoetes superficiais de qualquer estilo. O termo “maniériste” foi cunhado por Roland Fréart de Chambray (1662) como uma crítica a um grupo de pintores que incluía Giuseppe Cesari (1568–1640) e Giovanni Lanfranco (1582–1647), e foi empregado também pelo historiador da arte e arqueólogo Luigi

Lanzi (1732–1810), que criou em 1792 o termo maneirismo. Ambos tomavam-no como uma espécie de elegância demasiado artificial e extravagante – “totalmente quimérica e esquemática” –, e viam naturalismo dos Carraci uma saudável reação a tais inclinações. Como termo estilístico genérico, combinando conotações históricas e críticas, o Maneirismo, desde Luigi Lanzi, expressava a idéia de uma virtuosidade excessiva; através de Jacob Burckhardt (1818–1897) e Heinrich Wölfflin (1864–1845), a palavra foi adotada como um preconceito sem sentido pelos historiadores do século XIX. Foi só no período compreendido entre as duas guerras mundiais que tomou corpo uma atitude mais positiva com relação ao Maneirismo. Enquanto alguns críticos buscam expandir o uso do termo, outros procuram restringi-lo, e outros ainda tentam formular uma distinção entre aquilo que consideram ser os elementos centrais do estilo (e que denominam pelo termo “maniera”) e as características genéricas da arte do período como um todo. Referências CHILVERS, Ian. [Verbete Maneirismo, extraído do] Dicionário Oxford de Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 326–327. Versão resumida. O texto integral está disponível em: https://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/historia-arte/idmod.php?p=maneirismo Acessado em 01/03/2018.

BARROCO

O crítico suíço Jakob Burckhardt considerou o Barroco

como nada mais que o final “decadente” do Renascimento. Foi seu aluno Heinrich Wölffin, em 1915, que na obra Conceitos fundamentais da história da arte (São Paulo: Martins Fontes, 1996) assinalou as diferenças cruciais entre a arte do século XVI e a do século XVII, afirmando que “o Barroco não é nem a decadência do Classicismo, e sim uma arte totalmente diferente”. Como reduzir a um princípio unitário esta arte que muda frequentemente de forma, que é o Barroco? Há no inconsciente coletivo desses tempos uma perturbação profunda, devida ao obscuro questionamento do sagrado, o sagrado monárquico assim como o sagrado religioso.

Desde há séculos a civilização cristã tinha se expandido harmoniosamente, aproveitando-se das próprias heresias para apurar e desenvolver seus dogmas. Para isso foi preciso renegar toda uma parte do patrimônio espiritual da humanidade, aquele do mundo antigo. Foi na Itália, onde esta herança perdida se encontrava mais subjacente, que iria renascer -, de início em harmonia com o pensamento cristão na Florença de Cosme de Médicis, onde a Academia criada por este reconcilia Platão e Cristo em nome da filosofia perennis e da prisca teologia. No entanto, será na própria Florença que, em nome dos direitos de Cristo, esta harmonia será rompida e a tempestade explodirá com o monge dominicano Savonarola, cuja rebelião anunciará o rasgão que Lutero irá produzir.

A Igreja reage, através do Concílio de Trento, convence-se de que venceu a heresia e dá aos artistas a missão de celebrar de maneira impactante esta meia vitória. Através de todos os meios que irão oferecer as belas-artes, a música e a pintura, será preciso persuadir os fiéis de que a fé cristã é inabalável, e quanto mais as descobertas da ciência parecem contradizê-la, mais os procedimentos da eloquência serão colocados em ação para exaltá-la.

A arte clássica mostra e a arte barroca demonstra. Dirige-se a homens aos quais é preciso convencer, e fora da Europa, a homens aos quais é preciso converter.

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Referência: ÁVILA, Afonso (org.). Barroco: teoria e análise. São Paulo: Perspectiva, 1928.

--- O texto a seguir foi extraído do livro História da Arte, de Graça Proença. Ática, São Paulo: 2009.

A arte barroca originou-se na península Itálica, mas não tardou a irradiar-se pelo restante da Europa e chegar ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Seu desenvolvimento, porém, não se deu de maneira homogênea: houve grandes diferenças entre os artistas e entre as obras produzidas em cada região.

A arte barroca do início do século XVII na península Itálica, por exemplo, é muito diferente da que se desenvolveu na Holanda nesse mesmo século. Ainda assim, alguns princípios gerais podem ser apontados como características dessa concepção artística: o Barroco rompeu o equilíbrio entre sentimento e razão e entre arte e ciência que os artistas renascentistas procuravam estabelecer de forma muito consciente. Diferentemente da arte renascentista, na arte barroca a emoção predomina sobre o racionalismo.

Um fato que influenciou essa nova visão foi o surgimento da Reforma Protestante. A Reforma teve conseqüências que ultrapassam as questões de fé e provocaram alterações em outros setores da cultura européia. A Igreja católica logo organizou a Contra-Reforma e outra vez a arte era vista como um meio de propagar o catolicismo e ampliar sua influência. As origens da palavra barroco são incertas. Acredita-se que seja derivada do termo português barroco ou do espanhol berueco, que significa “pérola de formato irregular”. Como definição do estilo artístico desenvolvimento no século XVII, a palavra foi utilizada posteriormente, com um estilo negativo.

Assim, em finais do século XVIII, críticos de arte passaram a utilizar o termo para definir o estilo artístico do século XVII, que muitos rejeitaram como exagerado, extravagante.

O precursor do Barroco Entre as obras que melhor expressam o empenho da Igreja em revigorar seus princípios doutrinários está em O Juízo Final, (1536-1541) de Michelangelo – afresco pintado na capela Sistina, localizada no Vaticano. Há nessa obra evidentes aspectos que fazem desse artista, inegavelmente o precursor de um novo estilo em que a emoção se sobrepõe a razão e se desenvolverá plenamente no século XVII. A pintura

De modo geral, as características da pintura barroca podem ser resumidas em alguns pontos principais. O primeiro deles é a disposição dos elementos na tela, quase sempre em uma composição em diagonal. Além disso, as cenas representadas envolvem-se em acentuado contraste de claro-escuro, o que identifica a expressão de sentimentos. Quanto ao tema, a pintura barroca voltou-se para a religiosidade, a vida da nobreza e também a vida do povo simples. Ente os pintores barrocos da península Itálica, destacam-se, por sua expressividade, Tintoretto, Caravaggio e Andrea Pozzo. Caravaggio: a beleza não é privilégio da aristocracia

Caravaggio não se interessou pela beleza clássica que tanto encantou o Renascimento. Ao contrário, procurava seus modelos

entre os vendedores, os músicos ambulantes, os ciganos, enfim, entre as pessoas do povo. Para ele não havia a identificação, tão comum na época, entre beleza e classe aristocrática.

O que melhor caracteriza a pintura de Caravaggio é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador. Esse aspecto pode ser observado nas obras abaixo. Respectivamente: Baco, 1595; Tomé, o incrédulo, 1602-03; A ceia em Emaús, 1600-01; A morte da virgem, 1605-06.

Andréa Pozzo: os tetos das igrejas se abrem para o céu A pintura barroca desenvolveu-se também nos tetos de igrejas e de palácios. Essa pintura, decorativa, marcou o trabalho de Pozzo, que ao pintar os interiores e teto das igrejas, impressionava pelo número de figuras e pela ilusão – criada pela perspectiva – de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e que este se abre para o céu, de onde anjos e santos convidam o homem para a santidade. A escultura

Como vimos, havia nas esculturas renascentistas um equilíbrio entre os aspectos intelectuais e emocionais. Já nas obras barrocas, esse equilíbrio desaparece, dando lugar à exaltação dos sentimentos.

As formas procuram expressar o movimento e recobrem-se de efeitos decorativos. Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e o rosto das personagens revelam fortes emoções e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento. Bernini é destaque neste quesito; além de escultor, foi também arquiteto, pintor, teatrólogo, compositor e cenógrafo de teatro. A obra de Bernini que mais desperta emoção religiosa é a escultura Êxtase de Santa Tereza, feita para uma capela da igreja de Santa Maria della Vittoria, em Roma. A arquitetura A arquitetura do século XVII realizou-se principalmente nos palácios e nas igrejas. A Igreja católica queria proclamar o triunfo de sua fé, por isso realizou obras que impressionam pelo seu esplendor. Na Itália, por exemplo, a Praça de São Pedro (1657-1666),

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projetada por Bernini, e a igreja Sant’Agnes (1653-1657), por Borromini, ilustram de modo significativo essa vitória da Igreja católica. Por outro lado, governantes como Luís XIV da França, que se consideravam reis por direito divino, também desejaram palácios que demonstrassem poder e riqueza.

Quanto ao estilo da construção, os arquitetos deixaram de lado os valores de simplicidade e racionalidade típicos da arquitetura renascentista e insistiram nos efeitos decorativos, pois no barroco todo muro se ondula e dobra pra criar um novo espaço.

Borromini revolucionou a arquitetura ao combinar formas nunca antes articuladas mesmo em construções modestas. A estranha justaposição de superfícies côncavas e convexas fazia suas paredes parecerem vivas. Apesar da grande elasticidade dos prédios de Borromini, a estrutura é sempre unificada e coesa.

Outro fato importante que merece ser assinalado é o reconhecimento, nesse mesmo século XVIII, de que as cercanias imediatas da obra arquitetônica eram importantes para a beleza da construção. Disso resultou a preocupação paisagística com os grandes jardins dos palácios, como em Versalhes, na França, e com a praça das igrejas, como a da basílica de São Pedro, no Vaticano.

E X E R C Í C I O S

1. Observe a imagem.

O Templo da Concórdia foi construído no sul da Sicília, no século V a.C., e é um marco da: a) arte românica, caracterizada pelos arcos de meia volta e pela inspiração religiosa politeísta. b) arquitetura clássica, imposta pelos macedônios à ilha no processo de helenização empreendido por Alexandre, o Grande. c) arte etrusca, oriunda do norte da península itálica e desenvolvida no Mediterrâneo durante o período de hegemonia romana. d) arquitetura dórica, levada à ilha pelos gregos na expansão e colonização mediterrânea da chamada Magna Grécia. e) arte gótica, marcada pela verticalização das construções e pela sugestão de ascese dos homens ao reino dos céus.

2. (UNESP) Observe e compare os monumentos

Templo de Luxor, construído aproximadamente no século XIII a.C. no Egito.

Pártenon, templo da acrópole de Atenas, construído no século V a.C. na Grécia.

Palácio do Planalto, construído no século XX em Brasília. O elemento comum às construções apresentadas constitui: a) um esforço de ostentação perdulária, de demonstração de hegemonia e de poder de grandes impérios unificados. b) uma expressão simbólica das concepções religiosas da Antiguidade, que se estenderam até os dias atuais. c) um aspecto da arquitetura monumental que se opõe à concepção do homem como medida de todas as coisas. d) um princípio arquitetônico estrutural modificado ao longo da história por concepções religiosas, políticas e artísticas. e) uma comprovação do predomínio dos valores estéticos sobre os religiosos, políticos e sociais.

3. Analise as imagens.

Figura – 1. Figura – 2. Figura – 3.

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Representantes dos períodos Arcaico (VII-VI a.C), Clássico (V-IV a. C) e Helenístico (IV-II a. C.), as esculturas gregas indicam uma mudança na concepção a) militar, expressa no emprego de volume que confere aos homens representados postura vigorosa. b) estética, observada na incorporação do eixo assimétrico que confere movimento às obras. c) religiosa, verificada na integração de divindades e elementos da natureza nas representações. d) cultural, afastada das influências artísticas asiáticas, como a representação do rosto disforme. e) política, baseada na escolha dos seres representáveis, como os cidadãos comuns da pólis.

4. Já se observou que, enquanto a arquitetura medieval prega a humildade cristã, a arquitetura clássica e a do Renascimento proclamam a dignidade do homem. Sobre esse contraste pode-se afirmar que a) corresponde, em termos de visão de mundo, ao que se conhece como teocentrismo e antropocentrismo; b) aparece no conjunto das artes plásticas, mas não nas demais atividades culturais e religiosas decorrentes do humanismo; c) surge também em todas as demais atividades artísticas, exprimindo as mudanças culturais promovidas pela escolástica; d) corresponde a uma mudança de estilo na arquitetura, sem que a arte medieval como um todo tenha sido abandonada no Renascimento; e) foi insuficiente para quebrar a continuidade existente entre a arquitetura medieval e a renascentista.

5. (ENEM 2012) LXXVIII (Camões, 1525?-1580) Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso; Entre rubis e perlas doce riso; Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; Presença moderada e graciosa, Onde ensinando estão despejo e siso Que se pode por arte e por aviso, Como por natureza, ser fermosa; Fala de quem a morte e a vida pende, Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; Repouso nela alegre e comedido: Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa Despojar-me da glória de rendido.

CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria

Borghese. A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos

a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema. b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema. c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema. d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema. e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.

6. Analise a imagem

Essa imagem é representativa do Renascimento que, entre os séculos XV e XVI, agregou elementos heterogêneos, criando uma forma particular de conceber o mundo. Com base na leitura da imagem, identifica-se como característica do período renascentista a a) utilização de recursos da cultura clássica na concepção estética, valorizando o homem. b) dessacralização da representação artística, afastando os princípios do cristianismo romano. c) separação entre arte e ciência, alcançando um conhecimento especializado sobre o homem. d) elevação da figura humana à condição de divindade, combatendo o paganismo. e) exaltação da natureza e da vida ascética, superando os prazeres mundanos.

7.

O Renascimento trouxe mudanças na forma de pensar as relações sociais e foi importante para redefinir e produzir a cultura. Houve grande influência da cultura clássica nas redefinições acontecidas. Na pintura, por exemplo, observa-se: a) a prevalência do sentimento religioso, com a manutenção de princípios estéticos que afirmavam o uso de cores sombrias. b) a ousadia na temática que divergia das formas estéticas da Idade Média com uso de histórias da mitologia grega. c) a falta de originalidade na produção, apesar das transformações na aplicação das cores e a relação com a renovação na forma.

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d) a falta de interesse por temas que tivessem articulação com a religião católica e as crenças dos tempos medievais. e) a manutenção de padrões do mundo antigo, com quadros que ressaltavam a vida dos santos e glorificavam a burguesia de época.

8. (UniEvangélica) Os movimentos históricos de amplas dimensões, como o Renascimento, caracterizavam-se pela presença a) da pintura, ocupando destacada posição, que recriou a natureza, pois, era proibida de retratar o homem, seus sentimentos, paixões ou cenas cotidianas. b) da astronomia, que renovou os estudos do movimento dos astros, reafirmou o geocentrismo, afirmado por Ptolomeu e pela bíblia. c) dos estudos racionais, que procuravam nas revelações divinas explicações para a realidade. d) dos intelectuais e artistas, que se inspiravam nos clássicos da antiguidade greco-romana com modelos de verdade, beleza e renovação.

9.

A última ceia, frontal pintado sobre madeira, autor desconhecido (século XIII), Igreja de São Miguel de Soriguerola, Espanha. (Imagem reconstituída)

A última ceia, afresco de Leonardo da Vinci (1495). A obra se encontra no convento de Santa Maria dele Grazie, Itália. Apesar de as duas imagens apresentarem a mesma temática, a comparação entre as obras revela uma grande transformação estética da Idade Média para a Moderna. Tal ruptura é resultado de uma concepção renascentista de que a a) arte deve ter uma função didática, divulgando crenças e princípios religiosos por meio de imagens representativas. b) figuração deve corresponder plasticamente ao visível, adotando regras como a perspectiva e a proporcionalidade. c) influência exógena deve ser rejeitada, rompendo com modelos artísticos estrangeiros e referências de outras épocas. d) narrativa bíblica deve ser examinada, incorporando símbolos místicos e ocultos dos primórdios do cristianismo. e) hierarquia deve ser resgatada, evidenciando a figura de Cristo no centro da imagem.

10. O quadro de Leonardo da Vinci revela uma das facetas do grande artista do Renascimento que durante a vida transformou sua experiência de mundo em arte, sempre pronto a inovar.

Essa criatividade levou Leonardo da Vinci a ser conhecido como um homem que a) transformou a arte da escultura ao expressar através dela a grandeza da vida espiritual. b) abdicou de sua riqueza para se dedicar à pintura de personagens da Corte de Florença. c) se envolveu com a natureza, com a sociedade e com todos os ramos de artes, de modo tão intenso que passou a ser conhecido como um artista-cientista. d) se dedicou às artes e às ciências através da teoria do direito divino, aplicada nos seus exercícios de anatomia. e) participou de várias sociedades secretas que tinham por objetivo reescrever os textos bíblicos com o intuito de apresentar a verdadeira face de Jesus.

11. (UNB 2015) Com relação às artes e à filosofia relacionadas ao Renascimento, assinale a opção correta. a) Bacon, Descartes e Leonardo da Vinci criaram o método científico moderno, cujas bases foram estabelecidas na continuidade da escolástica. Segundo eles, era preciso assegurar um método logicamente dedutível que levasse o ser humano ao conhecimento das verdades universais. B) Leonardo da Vinci, que imprimiu base científica à sua arte, considerava o artista um homem livre, e a pintura, uma arte nobre. C) Assumindo o espírito humanista de sua época, Tomás de Aquino, Leonardo da Vinci e Descartes empenharam-se em construir um modo de se chegar ao conhecimento seguro, fundamentado na apreensão da verdade imutável, nas leis da matemática e da lógica, nos estudos anatômicos e na filosófica escolástica. D) A investigação científica proposta por Platão, baseada na observação e na experiência, inspirou os trabalhos de Galileu e Leonardo da Vinci. Para Platão, as artes dependiam dos conhecimentos científicos, idéia que motivou Leonardo da Vinci a fazer da pintura uma arte nobre.

12. (UNICAMP) A teoria da perspectiva, iniciada com o arquiteto Filippo Bruneleschi (1377-1446), utilizou conhecimentos geométricos e matemáticos na representação artística produzida na época. A figura a seguir ilustra o estudo da perspectiva em uma obra desse arquiteto. É correto afirmar que, a partir do Renascimento, a teoria da perspectiva

a) foi aplicada nas artes e na arquitetura, com o uso de proporções harmônicas, o que privilegiou o domínio técnico e restringiu a capacidade criativa dos artistas.

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b) evidencia, em sua aplicação nas artes e na arquitetura, que as regras geométricas e de proporcionalidade auxiliam a percepção tridimensional e podem ser ensinadas, aprendidas e difundidas. c) fez com que a matemática fosse considerada uma arte em que apenas pessoas excepcionais poderiam usar geometria e proporções em seus ofícios. d) separou arte e ciência, tornando a matemática uma ferramenta apenas instrumental, porque essa teoria não reconhece as proporções humanas como base de medida universal.

13. (FUVEST 2017) Em uma significativa passagem da tragédia Macbeth, de Shakespeare, seu personagem principal declara: “Ouso tudo o que é próprio de um homem; quem ousa fazer mais do que isso não o é”. De acordo com muitos intérpretes, essa postura revela, com extraordinária clareza, toda a audácia da experiência renascentista. Com relação à cultura humanista, é correto afirmar que a) o mecenato de príncipes, de instituições e de famílias ricas e poderosas evitou os constrangimentos, prisão e tortura de artistas e de cientistas. b) a presença majoritária de temáticas religiosas nas artes plásticas demonstrava as dificuldades de assimilar as conquistas científicas produzidas naquele momento. c) a observação da natureza, os experimentos e a pesquisa empírica contribuíram para o rompimento de alguns dos dogmas fundamentais da Igreja. d) a reflexão dedutiva e o cálculo matemático limitaram-se à pesquisa teórica e somente seriam aplicados na chamada revolução científica do século XVII. e) a avidez de conhecimento e de poder favoreceu a renovação das universidades e a valorização dos saberes transmitidos pela cultura letrada.

14. (UNB 2015)

Leonardo da Vinci. Estudos anatômicos (laringe e perna), 1510-11. Pena, tinta marrom e aguada sobre giz preto me papel, 29 cm x 19,6 cm. Coleção Real, Castelo de Windsor. Os contemporâneos de Leonardo da Vinci encaravam-no como um ser estranho e misterioso. Príncipes e chefes militares queriam usar esse surpreendente mago como engenheiro militar na construção de fortificações e canais, novas armas e dispositivos bélicos. É provável

que o próprio Leonardo não alimentasse a ambição de ser considerado cientista. A exploração da natureza era para ele, em primeiro lugar e acima de tudo, um meio de adquirir conhecimentos sobre o mundo visível – conhecimentos de que necessitaria para a sua arte.

E. H. Gombrich. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2011, p.294 (com adaptações).

Tendo como referências iniciais a imagem e o texto apresentados acima, julgue os itens. I. Os estudos anatômicos de Leonardo da Vinci apresentam uma das transformações que levaram à Revolução Cientifica: a valorização do método experimental, por força do qual a ciência deixou de ser contemplativa e tornou-se uma disciplina ativa. II. No Renascimento, em que a pintura era concebida como habilidade manual, Leonardo da Vinci pretendeu elevá-la à condição de ciência, o que, segundo ele, não se estendia ao trabalho escultórico em pedra, o qual exauria fisicamente quem executava. III. O contexto histórico em que viveu Leonardo da Vinci é o da Renascença, ou seja, o de uma realidade essencialmente transformadora que ampliava os horizontes geográficos, mentais, artísticos, religiosos, econômicos e políticos da Europa. IV. Do fragmento de texto apresentado, depreende-se que Leonardo da Vinci foi um artista plástico intuitivo que revelou vocação para a pesquisa científica relacionada a atividades bélicas.

15. (PUC-MG) Na arte do Renascimento, os ideais da Idade Média começavam a ser repelidos, mas sua extinção só se daria lentamente. Pois, durante muito tempo, o espírito medieval estaria encravado na essência do Renascimento. Observando-se a figura é incorreto afirmar que a obra representa:

Fra Angélico (1387-1455). Episódio da Fuga do Egito.

a) a visão de uma sociedade marcada pelo pessimismo e desprezo ao cientificismo; b) a representação da vida de Cristo com um tom narrativo de forte apelo popular; c) o desenvolvimento do humanismo e a valorização do campo na paisagem; d) a harmonia entre a vida cotidiana da época e diversos elementos do Cristianismo.

16. O estilo barroco - que nos séculos XVII e XVIII, se destacou com a arte, de Diogo Velázquez, Rubens, Caravaggio, entre outros - pode ser considerado como: a) expressão do respeito aos princípios da arte clássica Greco-romana. b) imitação dos pintores renascentistas florentinos. c) reflexo das concepções estéticas do Antigo Oriente. d) consagração do racionalismo cartesianismo na arte. e) resultado de uma arte que desafiava os padrões clássicos.

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(Unievangelica 2015) Observe a imagem e leia o excerto poético a seguir para responder as questões 17 e 18.

Caravaggio. O sepultamento de Cristo, 1603. A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos, Que, para receber-me, estais abertos, E, por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos, eclipsados De tanto sangue e lágrimas abertos, Pois, para perdoar-me, estais despertos, E, por não condenar-me, estais fechados.

MATOS, Gregório de. Buscando a Cristo. In: WISNIK, José Miguel (Org.). Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997. p. 300.

17. A pintura e o fragmento poético se aproximam a) pela referência a momentos de cuidado e contrição de ordem religiosa b) por retratarem momentos de exultação humana perante fatos de ordem metafísica. c) por metaforizarem a alegria dos seres humanos perante fatos da vida. d) pela alusão a elementos da mitologia pagã em contraponto com a fé cristã.

18. As antíteses disseminadas ao longo do excerto poético metaforizam o choque do contato entre a perspectiva antropocêntrica e a teocêntrica, tema caro à arte barroca. Na pintura, esse conflito é metaforizado a) pela perspectiva realista das imagens retratadas. b) pelo agrupamento de pessoas crentes no poder divino. c) pelo contraste entre cores escuras e claras. d) pela representação de pessoas atônitas e perdidas.

19. (UFPR) As imagens a seguir retratam a mesma passagem bíblica – a dúvida do apóstolo Tomé diante do Cristo ressurrecto. A primeira, à esquerda, é uma ilustração medieval do saltério de Saint Albans, do século XII (“A dúvida de São Tomé”, artista desconhecido), e a segunda, à direita, é a pintura de Caravaggio “A incredulidade de São Tomé”, de 1599.

A partir da análise dessas ilustrações e dos conhecimentos sobre o papel das imagens no período medieval e no período moderno, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Enquanto as imagens produzidas no medievo tinham a função de evangelizar os fiéis dentro e fora dos templos, as pinturas produzidas no período de Caravaggio tinham a função de promover a fé católica por meio da arte barroca, em reação à Reforma Protestante. ( ) Enquanto as ilustrações produzidas na Idade Média serviam para combater heresias, as pinturas barrocas tinham o objetivo de questionar a contrarreforma, para se alinhar aos ideais humanistas do século XVII. ( ) Ambas as ilustrações indicam a intenção da Igreja Católica em renunciar ao seu poder político, motivo pelo qual esses exemplos enfatizam passagens de dúvida e de angústia. ( ) Enquanto as produções de ilustrações medievais eram anônimas, imprimindo uma interpretação simbólica para passagens e personagens religiosos, as pinturas de Caravaggio e de outros artistas barrocos conferiam maior dramaticidade e realismo aos personagens bíblicos, com dinamismo e jogos de claro-escuro.

20. O filme 300, que fez grande sucesso nos cinemas de todo o mundo em 2007, tematiza uma das batalhas mais importantes das Guerras Médicas. Tal evento pode ser caracterizado como um conflito que: a) foi causado pelo processo de expansão territorial do império persa, que ambicionava expandir seus domínios sobre os gregos. b) enfraqueceu as cidades-Estado gregas e persas, facilitando o domínio macedônico sobre a região. c) culminou no domínio dos gregos sobre os persas e no florescimento cultural de Esparta. d) marcou o processo de unificação entre medas e persas, garantindo a sua supremacia econômica na região da Mesopotâmia.

21. Leia o texto abaixo: As figuras escavadas em pedra nos mármores de Elgin, que circundavam o Parthenon, encorajavam as esperanças dos atenienses. Assim batizadas em honra do nobre inglês que as levou para Roma no século XIX, elas podem ser apreciadas hoje no Museu Britânico. Nos mármores estão esculpidas cenas em honra da fundação de Atenas e aos seus deuses. Celebrava-se o triunfo da civilização sobre o barbarismo.

(Adaptado de Richard Sennett, A pedra e a carne. O Corpo e a Cidade na civilização Ocidental. Rio de Janeiro: Record. 2003. p. 37.)

a) Explique o que significa "bárbaro" na Atenas Clássica. b) Segundo o texto, o que o Parthenon e seus mármores significavam? c) Explique por que a apropriação desses mármores pelos ingleses se dá no século XIX.

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22. (UNESP 2017)

(Andrea Mantegna. Lamentação sobre o Cristo morto, 1480. Pinacoteca de Brera, Milão.) A pintura representa no martírio de Cristo os seguintes princípios culturais do Renascimento italiano: (A) a imitação das formas artísticas medievais e a ênfase na natureza espiritual de Cristo. (B) a preocupação intensa com a forma artística e a ausência de significado religioso do quadro. (C) a disposição da figura de Cristo em perspectiva geométrica e o conteúdo realista da composição. (D) a gama variada de cores luminosas e a concepção otimista de uma humanidade sem pecado. (E) a idealização do corpo do Salvador e a noção de uma divindade desvinculada dos dramas humanos.

23. (UNESP 2018) Ainda hoje a palavra Renascimento evoca a ideia de uma época dourada e de homens libertos dos constrangimentos sociais, religiosos e políticos do período precedente. Nessa “época dourada”, o individualismo, o paganismo e os valores da Antiguidade Clássica seriam cultuados, dando margem ao florescimento das artes e à instalação do homem como centro do universo. (Tereza Aline Pereira de Queiroz. O Renascimento, 1995. Adaptado.) O texto refere-se a uma concepção acerca do Renascimento cultural dos séculos XV e XVI que (A) projeta uma visão negativa da Idade Média e identifica o Renascimento como a origem de valores ainda hoje presentes. (B) estabelece a emergência do teocentrismo e reafirma o poder tutelar da Igreja Católica Romana. (C) caracteriza a história da arte e do pensamento como desprovida de rupturas e marcada pela continuidade nas propostas estéticas. (D) valoriza a produção artística anterior a esse período e identifica o Renascimento como um momento de declínio da criatividade humana. (E) afirma o vínculo direto das invenções e inovações tecnológicas do período com o pensamento mítico da Antiguidade.

24. Leia o poema e observe a pintura a seguir para responder às questões 24 e 25. Destes penhascos fez a natureza O berço, em que nasci: oh quem cuidara, Que entre pedras tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me ele declara Centra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano: Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temei; que Amor tirano, Onde há mais resistência mais se apura COSTA, Claudio Manuel da. Soneto XCVIII.

CARAVAGGIO, Michelangelo. Conversão de São Paulo – 1600-1601 24. Verifica-se que os versos e a pintura, em razão das características que lhes são peculiares, pertencem respectivamente aos períodos a) Árcade e Barroco b) Romântico e Realista c) Quinhentista e Naturalista d) Modernista e Vanguardista

25. Tendo por base a comparação entre o poema e a pintura apresentados, verifica-se que a) o poema alude a questões de ordem social e política, ao passo que a pintura faz referência a aspectos de teor material. b) a pintura representa uma cena de teor espiritual, ao passo que o poema retrata elementos concretos de uma paisagem pedregosa. c) a pintura cristaliza um momento de louvor à força humana, ao passo que o poema discute questões atinentes à covardia do homem. d) o poema sugere uma correspondência entre dureza da paisagem e dureza da alma, ao passo que a pintura metaforiza questões mitológicas.

26. (UEL 2017) Ao que parece, duas causas, e ambas naturais, geraram a poesia. O imitar é congênito no homem, e os homens se comprazem no imitado. Sinal disso é o que acontece na experiência: nós contemplamos com prazer as imagens mais exatas daquelas mesmas coisas que olhamos com repugnância, por exemplo, as representações de animais ferozes e de cadáveres. Causa é que o aprender não só muito apraz aos filósofos, mas também, igualmente, aos demais homens, se bem que menos participem dele. Efetivamente, tal é o motivo por que se deleitam perante as imagens: olhando-as aprendem e discorrem sobre o que seja cada uma delas, e dirão, por exemplo, “este é tal”. Porque, se suceder que alguém não tenha visto o original, nenhum prazer lhe advirá da imagem, como imitada, mas tão-somente da execução, da cor ou qualquer outra causa da mesma espécie.

(Adaptado de: ARISTÓTELES, Poética. Trad. Eudoro de Sousa. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p.445. Os Pensadores.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a noção de imitação (mímesis) em Aristóteles, assinale a alternativa correta. a) A pintura e a poesia retratam prazerosamente as coisas imitadas como mais belas do que são na realidade.

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b) A pintura e a poesia são prazerosas quando retratam coisas agradáveis, já as imitações desagradáveis nenhum prazer causam nas pessoas. c) Ao dizer “este é tal”, percebem-se a cor e as técnicas usadas pelo pintor, o que provoca uma sensação desagradável. d) As imitações da poesia e da pintura causam prazer ao se reconhecer o retratado, mesmo que seja uma retratação de algo desagradável. e) Diferentemente da pintura, a poesia surgiu via causas naturais, pois, nesta, a imitação é uma característica adquirida na experiência.

27. (UNESP 2015) A fonte do conceito de autonomia da arte é o pensamento estético de Kant. Praticamente tudo o que fazemos na vida é o oposto da apreciação estética, pois praticamente tudo o que fazemos serve para alguma coisa, ainda que apenas para satisfazer um desejo. Enquanto objeto de apreciação estética, uma coisa não obedece a essa razão instrumental: enquanto tal, ela não serve para nada, ela vale por si. As hierarquias que entram em jogo nas coisas que obedecem à razão instrumental, isto é, nas coisas de que nos servimos, não entram em jogo nas obras de arte tomadas enquanto tais. Sendo assim, a luta contra a autonomia da arte tem por fim submeter também a arte à razão instrumental, isto é, tem por fim recusar também à arte a dimensão em virtude da qual, sem servir para nada, ela vale por si. Trata-se, em suma, da luta pelo empobrecimento do mundo.

(Antonio Cícero. “A autonomia da arte”. Folha de S.Paulo, 13.12.2008. Adaptado.) De acordo com a análise do autor, (A) a racionalidade instrumental, sob o ponto de vista da filosofia de Kant, fornece os fundamentos para a apreciação estética. (B) um mundo empobrecido seria aquele em que ocorre o esvaziamento do campo estético de suas qualidades intrínsecas. (C) a transformação da arte em espetáculo da indústria cultural é um critério adequado para a avaliação de sua condição autônoma. (D) o critério mais adequado para a apreciação estética consiste em sua validação pelo gosto médio do público consumidor. (E) a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está prioritariamente subordinada à sua valorização como produto no mercado.

28. (UNESP 2019) A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que Guy Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o conceito de “sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica com relação à sociedade capitalista. São conceitos que procuram apontar aquilo que se constitui em entraves para a emancipação humana.

(Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”. https://revistacult.uol.com.br. Adaptado.)

Segundo o texto, (A) a transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse fenômeno social. (B) a padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da publicidade. (C) a hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da autonomia do sujeito. (D) o universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material da sociedade. (E) o conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a indústria cultural.

29. Em um mundo onde tudo muda frequentemente, a percepção que o sujeito tem de que possui uma aparência supostamente constante e imutável revela um descompasso entre o corpo e o entorno. As técnicas utilizadas pela body modification, ao criarem novas formas, texturas e cores, ao alterarem, dividirem e amputarem membros e partes do corpo, ao acrescentarem e introduzirem elementos novos, feitos de materiais distintos, fazem com que o corpo, antes conhecido, reconhecido, semelhante e esperado, torne-se diverso e surpreendente.

By Maca.

Rhanuij Tattoo’ s photostream.

PIRES, Beatriz Ferreira. O corpo como suporte da arte: piercing, implante, escarificação, tatuagem. São Paulo: Senac, 2005.

A reconstrução voluntária do corpo, por meio de piercing, escarificação, implante, tatuagem etc. ganha cada vez mais adeptos na contemporaneidade. De acordo com o texto, a reconstrução do corpo deve-se à necessidade de a) construir um corpo individualizado. b) fazer parte da história dos adornos corporais. c) projetar um corpo objeto para se inserir na cultura de massa. d) criar equipamentos para desenvolver novas senhas de acesso

para o corpo.

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30. (ENEM 2017) Texto I

RAUSCHENBERG. R. Cama. Óleo e lápis em travesseiro, colcha e folha em suporte de madeira. 191,1 x 80 x 20,3 cm. Museu de Arte Moderna de Nova York. 1995 Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 8 Jun 2017. TEXTO II No verão de 1954, o artista Robert Rauschenberg (n. 1925) criou o termo combine para se referir a suas novas obras que possuíam aspectos tanto da pintura como da escultura. Em 1958, Cama foi selecionada para ser incluída em uma exposição de jovens artistas americanos e italianos no Festival dos Dois Mundos em Spoleto, na ltália. Os responsáveis pelo festival, entretanto, se recusaram a expor a obra e a removeram para um depósito. Embora o mundo da arte debatesse a inovação de se pendurar uma cama numa parede, Rauschenberg considerava sua obra “um dos quadros mais acolhedores que já pintei, mas sempre tive medo de que ninguém quisesse se enfiar nela”.

DEMPSEY. A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna. São Paulo: Cosac & Naify. 2003.

A obra de Rauschenberg chocou o público na época em “que foi feita e recebeu forte influência de um movimento artístico que se caracterizava pela a) dissolução das tonalidades e dos contornos, revelando uma produção rápida. b) exploração insólita de elementos do cotidiano, dialogando com os ready-mades. c) repetição exaustiva de elementos visuais, levando a simplificação máxima da composição. d) incorporação das transformações tecnológicas, valorizando o dinamismo da vida moderna. e) geometrização das formas, diluindo os detalhes sem se preocupar com a fidelidade ao real.

Gabarito: 1-D. 2-D. 3-B. 4-A. 5-C. 6-A. 7-B. 8-D. 9-B. 10-C. 11-B. 12-B. 13-C. 14-VFVF. 15-A. 16-E. 17-A. 18-C. 19-VFFV. 20-A. 21-a) A expressão “bárbaro” é utilizada por oposição ao modelo cultural grego. “Bárbaros” seriam os que não partilhavam o modelo de civilização helena. b) O Parthenon aparece como um elemento associado à identidade cultural dos atenienses. Seus mármores permitiriam valorizar a cidade de Atenas e sua religiosidade. c) O século XIX, do ponto de vista cultural, foi marcado pelo gosto da cultura clássica e, por alguns setores liberais, pela valorização da democracia ateniense. O expansionismo imperialista vivido pela Inglaterra naquele contexto permitiu-lhe a apropriação de diversos monumentos mundo afora. 22-c. 23-E. 24-A. 25-B. 26-D. 27-B. 28-A. 29-A. 30-B.