DASARTES

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entrevista

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Fale um p0uc0 sobre o Íestival Europalia.

O festival EuroltaÌra acontece a cada dors anos, de outubro a janeiro, em ci-dades da Belgrca e clos países Ìimítrofes. O evento já possui mars de 40 anosde historia e coÌ-Ìlpreende todas as práticas artístrcas: músrca, artes pÌástrcas,leatro, dança, lrterarura e cÌnema. A cada edrção, o EuropaÌìa convida um paÍspara ser homenageaclo. enviando representações de seu patrimônto cuÌturai.china, Rússra e Iráha 1á participaram. Neste ano, o país homenageado e oBrasiÌ. Será uma grancÌe oltortuntdade de promover a cultura brasiÌeira para opúbÌico, o mercaclo e os formadores de opinião europeus. Estamos viabrÌizandouma programaçào cÍue stntetize o melhor de nossas tradiçÕes artísticas e, aomesmo tempo, refltta nosso movimento de srntonização com o que há de matsnovo no panoraÌlla artÍsttco globaÌ.

0 programa inclui quantas exposições? Pode contar um p0uc0 sobre elas?

A arte brasiÌerra estará representada por dezoito exposições. No Bozar, oprincrpal espaÇo cÌe artes visuais de Bruxelas, faremos uma grande mostrade caráter historico, que compreende nossa produção desde o secuÌo XIX aosdias atuais. O Centro CuÌturaÌ iNG abrigará a mostra Terra Brasilis, que apre-senta aspectos da nossa fauna e da nossa flora. Uma grande exposição sobreos povos e o patrimÔnio lndígena ocupará o museu do Cinquentenarre. Outrasovnnqir'Ãoc torÀn n^m^ nì-rìnfn n nrnr.i+n+rr.^ ^ Í^+^^-^ê^ ^ ^ l^^r-* t^-^^iì-u^yvorvuçr uulGu üolno o0lelo â ârQUrucuulG, a ruLUVrarrà € O deSign braSiÌetrO.

Em que ideia de Brasil 0 pr0jet0 das exposições se baseia?Essa e uma queslão de grande importância. Existe um pensamento dominantena classe artística brasiÌetra de que e oportuno obedecer ao majnstream. AÌiás,isso e visto como uma forma "ráprda" de inserção no ambiente culturaÌ interna-cional. O que se faz para obter Ìsso se tornou uma questão secundárra. Este eum paradigma clue eu pretendia enfrentar. Partindo desse pnncípio, convideiuma equlpe curatorlaÌ que pudesse explorar essas questões, sem a pretensãode apresentar unl camtnho únrco para a vrsibilidade da arte brasiÌeira. Essegrupo de cabeças está refletindo e discutindo sobre seu tempo. São pensadoresque tratam do processo e não da consohdação. A consoÌidação estetica é umassunto que para mlm não interessa. Esses caras pensam sobre isso e srntoque há um estímuÌo de descobrtr e crrar, a partir deste imaginário, uma visãodo BrasiÌ bastante tnteressante e rica.

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Você Íala de ênÍase no Processo

e não na consolidaçã0.

Podemos então esperar uma

Íorte presença de artistas

jovens ou pouco conhecidos?

Também. Porém, ser iovemnão é algo que garanta uma

arte nova. Ouando me reflro

à arte contempotânea, consÍ-

dero não apenas aquela feita

no últÍmo minuto, mas toda a

arte surgida a partir do Pós--guerra. Essa arte Permanece

em discussão, ainda em Pro-

cesso, não está consolidada.

As ideias surgidas nessa éPo-

ca ainda não contaminarampor completo o imagináriobrasileiro. Ainda é um Pen-

samento efervescente, Porém,

agora, bem nutrido.

Você acha que a arte

brasileira iá consegue ser

vista no exterior livre do

estigma do exótico?

Em parte, sim. Mas achoque este estigma do exótico

foi substituído Por outroainda mais perverso, que é o

estigma do individualismo,quando se impõe de maneira

global. Aqui temos Fulano de

Tal, que é o artista brasileiro

mais conhecÍdo na EuroPa, e

Cicrano, que é o mais concei-

tuado nos Estados Unldos. O

que acontece com as grandes

e fortes culturas é que elas

invadem outros territórioscomo uma unidade. Os artis-

tas brasÍleiros são conquista-

dores solÍtários.

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MUSIC

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www.europatia.eu t 02 540 80 80

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Como é trabalhar com

instituições internacionais

de cultura?

O que falta na EuroPa hoje é

uma ousadia inteiectual Para

a anáÌise das obras de arte

que não sejam oriundas dos

códigos que eles conhecem.

EIa está se esgarçando em

antropologia cultural da Piorqualidade. O que eu acho

mesmo é que, de fato, eles

não estão conseguindo en-

frentar a crise criativa e estão

se encaminhando Para uma

aproximação com os Países

emergentes. Essa atitudevem gerando alguns enganos

poïque, lamentavelmente,eles partem de um rascunho

da nossa cultura, de um Bra-

sil que eles imaginam. Ou

seja, quando nós não nos co-

locamos como papel carbono

daquilo que eles imaginam,podemos enÍrentar objeções.

0 obietivo de um Íestival

como o Europalia costuma ser

promover uma descoberta ou

uma redescoberta da cultura do

país homenageado. llo entanto,

no caso do Brasil, ficaria

melhor pensar em recncontro

com a nossa cultura?

O texto de abertura do Pro-jeto Europalia.Brasil fala em

descoberta. Mas que des-

coberta é essa? Se Podemos

falar em alguma descobertaque nos Ínteresse, não é a de-

les por nós, mas a descoberta

da nossa autonomia cultural

e da nossa força criativa. Ou

seja, uma descobertaPor nÓs

mesmos. E isso o que nós

estamos revelando Para eles.C

4 de outubro a l5 de ianeirode 201 2

: Diversos locais da Bélgica,: França, l{oruega e Alemanha

: InÍormações:www.euroPalia.eu