Daniela Santana de Oliveira

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DESENVOLVIMENTO DO SABER GEOGRÁFICO: A CONTRIBUIÇÃO DE ALTERNATIVAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS NA SALA DE AULA Oliveira, Daniela Santana de 1 Morais, Nathália Rocha 2 Melo,Josandra Araújo Barreto de 3 1. INTRODUÇÃO O processo ensino-aprendizagem tem se apresentado na sociedade atual de forma dinâmica, muitas vezes superando a influência do espaço escolar no acesso ao conhecimento, devendo-se este fato a existência das múltiplas fontes de acesso as informações utilizadas pelos discentes. Forma-se, dessa maneira, um cenário de grandes desafios aos profissionais da educação que necessitam acompanhar as transformações impostas pelo novo período vivenciado, mas que, seja pela falta de condições de trabalho ou pela própria prática exercida em sala de aula, ainda conferem moldes tradicionais à escola e a algumas disciplinas, como é o caso da Geografia, entendida por muitos como uma disciplina enfadonha e sem real significado sendo frequentemente taxada como “menos importante” assumindo, desse modo, um caráter mnemônico e abstrato ao olhar dos educandos, Nessa perspectiva, a busca pela qualidade do ensino perpassa caminhos múltiplos desde a formação do profissional da educação que necessita dar prosseguimento e aperfeiçoamento às suas práticas, bem como a elaboração de estratégias para que este possa atuar de modo a superar os possíveis entraves encontrados no espaço escolar. Todavia, o ambiente escolar continua a ser o espaço na sociedade dedicado ao 1 Graduanda em Licenciatura em Geografia, Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID/CAPES/UEPB. [email protected] 2 Graduada em Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba- UEPB[email protected] 3 Professora do Departamento de Geografia, Universidade Estadual da Paráiba-UEPB. Coordenadora da Área de Geografia no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UEPB[email protected]

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DESENVOLVIMENTO DO SABER GEOGRÁFICO: A CONTRIBUIÇÃO DE ALTERNATIVAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS NA SALA DE AULA

Oliveira, Daniela Santana de1

Morais, Nathália Rocha2

Melo,Josandra Araújo Barreto de 3

1. INTRODUÇÃO

O processo ensino-aprendizagem tem se apresentado na sociedade atual de forma

dinâmica, muitas vezes superando a influência do espaço escolar no acesso ao

conhecimento, devendo-se este fato a existência das múltiplas fontes de acesso as

informações utilizadas pelos discentes. Forma-se, dessa maneira, um cenário de grandes

desafios aos profissionais da educação que necessitam acompanhar as transformações

impostas pelo novo período vivenciado, mas que, seja pela falta de condições de

trabalho ou pela própria prática exercida em sala de aula, ainda conferem moldes

tradicionais à escola e a algumas disciplinas, como é o caso da Geografia, entendida por

muitos como uma disciplina enfadonha e sem real significado sendo frequentemente

taxada como “menos importante” assumindo, desse modo, um caráter mnemônico e

abstrato ao olhar dos educandos,

Nessa perspectiva, a busca pela qualidade do ensino perpassa caminhos múltiplos

desde a formação do profissional da educação que necessita dar prosseguimento e

aperfeiçoamento às suas práticas, bem como a elaboração de estratégias para que este

possa atuar de modo a superar os possíveis entraves encontrados no espaço escolar.

Todavia, o ambiente escolar continua a ser o espaço na sociedade dedicado ao 1 Graduanda em Licenciatura em Geografia, Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/UEPB. [email protected] 2 Graduada em Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual da Paraí[email protected] 3 Professora do Departamento de Geografia, Universidade Estadual da Paráiba-UEPB. Coordenadora da Área de Geografia no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES/[email protected]

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conhecimento e à formação de cidadãos e esta disciplina, de forma particular, atua

diretamente na formação de pessoas aptas ao convívio social mais participativo pelo

fato de ter como proposta a compreensão do espaço e das relações entre o ser humano e

o meio bem como dos processos e produtos desta.

Para tanto, as questões referentes à prática docente e à transposição didática dos

conteúdos se apresentam como de grande relevância no ambiente escolar. As

metodologias e os recursos didáticos utilizados nesse processo podem fazer toda a

diferença na aprendizagem dos alunos. O professor tem papel essencial na construção

de um conhecimento em Geografia mais repleto de significado, desconstruindo

estereótipos impostos desde o período de institucionalização desta disciplina, sendo sua

participação bem mais complexa do que se pode imaginar (PEREIRA, 2000, p. 47).

Diante do exposto, o uso de recursos didáticos e novas estratégias nas aulas de

Geografia representaram o ponto de partida para o trabalho realizado na Escola Senador

Argemiro de Figueiredo - Polivalente, Campina Grande-PB (Fig. 01), uma vez que se

observou que sua utilização desperta a atenção dos alunos durante as aulas, contribuindo

para a formação continuada do profissional docente bem como para o aprimoramento do

processo ensino- aprendizagem.

FIG. 01: LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE NO ESTADO DA PARAÍBA.

Fonte: IBGE (2007).

Tendo em vista a solidificação do capitalismo como sistema econômico

hegemônico atual e consequentemente suas transformações, torna-se pertinente analisar

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o processo ensino-aprendizagem nas perspectivas atuais do desenvolvimento do

chamado meio técnico- científico- informacional. Nessa linha de abordagem, há de se

considerar o papel significativo dos novos meios de difusão da informação e o acesso

cada vez mais fácil por parte dos discentes a todos os acontecimentos nas mais variadas

escalas (regional, local e global). Todavia, é preciso que em meio a tanta tecnologia não

se perca um dos principais objetivos da instituição escolar que é a formação de cidadãos

aptos ao convívio social e preparados para saber se posicionar de maneira crítica e ativa

diante dos desdobramentos sociais.

A interdisciplinaridade entre a Geografia e a Literatura, por exemplo, pode ser

um bom meio didático para o aprendizado escolar.Ademais a utilização de vídeos,

imagens, aulas de campo dentre outros recursos representam perspectivas de ensino

variadas capazes de promover melhoras significativas no processo de aprendizagem.

É preciso salientar que os professores têm que ter em mente desenvolver junto

com os alunos o conhecimento científico, a partir das experiências de vida de cada um,

sendo assim mais fácil a compreensão da linguagem geográfica escolar. Nessa linha de

abordagem, as propostas implementadas nas aulas de Geografia durante a atuação dos

bolsistas (2012-2013), e apresentadas por meio deste trabalho, tiveram como propósito

promover melhoras no processo de ensino a partir das concepções de

interdisciplinaridade e formação continuada do profissional da educação fatores que se

refletem diretamente no desenvolvimento dos educandos.

2. OBJETIVOS

Os principais objetivos mediados pelas propostas metodológicas desenvolvidas e

expostas através desta pesquisa/ação circundam em comprovar por meio de ações

efetivadas em ambiente escolar que a utilização de metodologias diferenciadas é uma

alternativa capaz de dinamizar as aulas despertando o interesse dos alunos contribuindo,

assim, para o bom rendimento escolar dos discentes lhes mostrando que o saber

geográfico não é algo distante a sua realidade tornando este conhecimento significativo

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para o educando. Ademais, buscou-se incentivar a leitura e interpretação textual, fator

crucial para um bom rendimento escolar.

3. METODOLOGIA

A inovação constou na implementação de recursos didáticos e novas estratégias

no ambiente de sala.Nessa perspectiva, buscou-se trabalhar para esclarecer e minimizar

as dificuldades observadas e elencadas pelos próprios alunos, auxiliando nas atividades

de ensino- aprendizagem na disciplina de Geografia, fazendo uso de estratégias e

recursos didáticos que incentivem os discentes o ato da leitura e compreensão dos

textos, procurando mostrar que o saber geográfico não é algo distante da sua realidade.

Para isso, foram utilizados os seguintes recursos didáticos4 nas aulas: imagens

diversas; vídeos; músicas; aulas de campo; produção de maquetes; dentre outros.

4. Resultados e Discussões

Um dos propósitos fundamentais para a execução desta proposta durante as aulas

de Geografia foi garantir que o exercício da docência se efetive de modo que, cada vez

mais, se notem resultados positivos quanto à inovação metodológica na sala de aula.

Nesse sentido, as ações desenvolvidas nas turmas de 1º e 2º ano de ensino médio, turno

da tarde, da Escola Polivalente buscaram a interação dos educandos no transcorrer das

aulas.

A literatura e os vídeos trazidos para a classeforam utilizados na perspectiva dos

conceitos desta disciplina, onde se podem promover diversas discussões sobre questões

sociais e econômicas refletindo, assim, o êxito e a importância do planejamento.

Durante uma das aulas, as imagens contidas no próprio livro didático foram de

grande utilidade, servindo de ponto de partida para a análise e discussão da paisagem

uma das categorias basilares desta disciplina.Os alunos, naquele momento, mostraram

ter assimilado as proposições acerca da discussão proposta. Na mesma oportunidade,

4 Há de se destacar que os recursos não serão utilizados aleatoriamente, mas a partir de um planejamento minucioso das aulas, a partir dos objetivos de cada uma, procurando facilitar a compreensão e consequente participação dos alunos.

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trabalhou-se o espaço local, a fim de identificar as transformações empreendidas pela

ação do ser humano em seu local de vivência.

Nessa perspectiva, os alunos foram levados para a sala de informática onde

tiveram a oportunidade de acessar o aplicativo Google Maps, a partir do qual foram

orientados pela professora a traçar o percurso se suas casas até a escola, atentando para

as transformações ocorridas neste fazendo, desse modo, uma análise espacial que

envolveu, especialmente, as categorias espaço geográfico e paisagem (Figura 2).

Na abordagem dos conceitos de paisagem, lugar e região, nessas turmas, utilizou-

se o livro didático e, como um recurso adicional, a música/poema “Triste Partida”, de

Patativa do Assaré. Tal obra literária descreve características da paisagem nordestina,

ilustra o processo de migração do nordestino para o Sudeste, mostra as relações afetivas

de pertencimentos do indivíduo com seu lugar e aborda os aspectos socioeconômicos e

naturais de duas regiões brasileiras (Nordeste e Sudeste).

Fig. 2: Alunos do 1º ano na sala de informática, Escola Polivalente

Fonte: Daniela Santana de Oliveira, 2013.

A atividade se desenvolveu com a leitura individual da poesia Triste Partida e,

posteriormente, a identificação das categorias geográficas já trabalhadas, na tentativa de

colocar em prática os conceitos que foram formulados nas aulas anteriores. Num

segundo momento, a turma escutou a poesia em forma de música interpretada pelo

cantor Luiz Gonzaga, em seguida realizou-se uma discussão sobre o que cada aluno

conseguiu identificar no texto.

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Percebeu-se que a utilização da música elevou o índice de participação da turma,

explorando a leitura, interpretação e audição dos discentes, objetivando que cada aluno

apresentasse o que havia identificado no texto e relacionasse com o conteúdo estudado

(paisagem, lugar e região), logo, foram extraindo informações e expondo, promovendo

uma análise de ideias para a discussão de diferentes pontos de vista. Nesse sentido, a

utilização da poesia Triste Partida nas aulas de Geografia repercutiu de forma positiva,

segundo os discentes estudou-se o assunto de maneira “diferente” desprendendo-se do

livro didático (Disponível em:http://www.youtube.com/watch?v=nThBLlHpNWs).

Outro recurso utilizado foi o vídeo, a fim de atrair o foco dos alunos para os

conteúdos trabalhados e, dessa forma, promover a construção dos conceitos

estruturantes da Geografia, haja vista que, de acordo com relatos dos alunos, não existia

até então o hábito de utilizar este instrumento enquanto ferramenta didática. Algumas

pesquisas como a de SANTOS & CHIAPETTI (2011) têm mostrado que este recurso

vem assumindo cada vez mais espaço nas salas de aula e que a aprovação dele pelos

alunos é muito significativa.

O conteúdo abordado foi “A Constituição e Organização Espacial do Brasil”.

Observou-se que a turma do 2º ano não conseguia manter-se atenta durante a

explanação da professora ancorada no livro didático. Assim, foi proposta a utilização do

vídeo visando atrair e manter a atenção dos educandos para o tema da aula em

discussão5. Esse resultado foi encontrado também no trabalho de Ferreira (2010),

quando o autor afirma que “[...] a curiosidade, o respeito e o civismo, foram atitudes

demonstradas pelos alunos durante toda a exibição do documentário” (op. cit., p. 62).

Contudo, o mesmo alerta para ofato de existir alguns componentes distrativos no vídeo

que podem retirar a atenção para o real objetivo da utilização do recurso. Isso foi

constatado durante esta aula, quando uma minoria dos alunos acabou se dispersando

para outras questões não tão relevantes à compreensão do assunto proposto, requerendo

5A ressalva a ser feita é que a utilização de recursos audiovisuais surtiu efeito na questão da atenção dos alunos durante a aula. Eles mostraram estar engajados e dispostos a receber esse novo instrumento metodológico nas aulas de Geografia.

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a habilidade da equipe para resgatar os objetivos da aula e mostrando a necessidade de a

proposta estar inserida “naquilo que se pretendia trabalhar, em um processo de buscas

de interpretações, com base em referências como o saber escolar e o saber do mundo”

(CAMPOS, 2006, p.3).Estas atividades encontram-se disponíveis

em:http://www.youtube.com/watch?v=Ka8uIXF5vQU).

Diante da necessidade de compreender a realidade, a vivência e, sobretudo a

percepção que os discentes tinham da Geografia, procurou-se por meio de observações

in locus e análise de questionários aplicados saber como os estudantes viam a ciência

geográfica. Desse modo, foi possível detectar o pedido constante por aulas de campo

nesta disciplina:

“Além de livros, levasse mais para o lado de filmes, seminários,

alguma coisa que venha despertar o interesse pela Geografia.”

“Deveria existir mais viagens que envolvessem e falassem sobre a

matéria, acontecerem mais seminários e os professores interagissem

mais com os alunos dentro da sala de aula.”

Percebe-se que os estudantes compreendem a importância do aprimoramento da

práxis docente em sala de aula e que a utilização de novas alternativas metodológicas é

fator relevante para melhorar a qualidade do ensino. Logo, o campo é um recurso

metodológico primordial para que o aluno possa estabelecer conexão entre o conteúdo

estudado e a prática cotidiana, além de aguçar a vontade de participação e envolvimento

dos discentes com a aula.

Nessa perspectiva, atividades extra- classe foram realizadas a fim de proporcionar

momentos de descontração que, no entanto, contemplassem os conteúdos da disciplina.

As aulas de campo foram realizadas àAgência Executiva de Gestão das Águas (AESA)

com o propósito de abordar conteúdos relativosa região Nordeste, e ao Museu Vivo da

Ciência e da Tecnologia - Campina Grande/PBquepossui grande acervo de exposições

relacionado a diversos assuntos das ciências e tecnologias (inclusive a Geografia), com

apresentação de experimentos lúdicos e educativos (como o simulador de terremoto),

sala de meio ambiente e reciclagem, fontes de energia entre outras temáticas com

questões relacionadas a elementos do dia a dia das pessoas (Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=9QA1Ahqg57Q).

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Na abordagem referente ao conteúdo de “Fontes de Energia e Sustentabilidade”, a

proposta foi uma visitaa Casa Ecoeficiente do Centro de Inovação e Tecnologia

Industrial- CITI do SENAI, localizada na própria cidade de Campina Grande-PB (Fig.

03). O objetivo desse estudo de campo foi aliar a teoria à observação prática acerca do

que são e do que representam as fontes de energia, procurando despertar nos educandos

o interesse por projetos de desenvolvimento sustentável e a consciência da utilização

errônea dos recursos naturais. Durante a visita os estudantes puderam ver de perto as

instalações de painéis térmicos, paredes feitas com materiais alternativos,podendo

conhecer o processo de reutilização das águas residenciais, o uso das fontes de energia

renováveis além de diversas outras propostas sustentáveis.

Fig. 03: Visita realizada a Casa Ecoeficiente, Campina Grande-PB

Fonte: Ana Maria Canuto Bandeira, 2013.

Na continuação do conteúdo, almejando auxiliar o processo de avaliação e

aprendizagem, foi utilizado como um recurso adicional e inovador a exibição do trailer

e de um trecho do filme “A última Hora”, onde após a exibição, realizou-se uma

atividade que consistiu na elaboração de um texto dissertativo abordando a temática que

foi trabalhada com o livro didático e enfatizada no filme assistido, logo se buscou

extrair do discente a opinião a respeito de como se processa a relação sociedade e

natureza na atualidade, quais as problemáticas e perspectivas deste cenário, além de

incentivá-los ao hábito da escrita.

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Logo a utilização da obra cinematográfica “A Última Hora” nas aulas de

Geografia repercutiu de forma positiva, uma vez que a confecção do texto dissertativo

argumentativo colaborou para que conseguissem expressar na escrita sua opinião.

Na abordagem do assunto relacionado à “Estrutura Geológica e Relevo”

trabalhou-se inicialmente utilizando o livro didático para auxiliar na formação dos

conceitos e explicação do conteúdo, tendo como um recurso inovador a confecção de

maquetes relacionadas às unidades de revelo (Montanha, Planalto, Planície e

Depressão).Conforme se pode observar no link disponível em:

http://geografianopibid.wordpress.com/2013/08/27/maquete-unidades-de-relevo/, a

turma foi divida em equipes que ficaram responsáveis pela confecção e apresentação

das maquetes provendo, assim, maior participação e melhor aproveitamento da

aprendizagem.

A partir deste tipo de proposta observou-se que os alunos se sentiram mais

estimulados a participar das aulas, facilitando o trabalho do profissional em atividade.

Ademais, este recurso didático contribuiu para a evolução do conhecimento

geomorfológico dos discentes, uma vez que proporciona no estudante a capacidade de

desenvolver a observação e interpretação sobre o relevo terrestre.

Porém, é preciso salientar que, mesmo havendo a necessidade da inserção de

recursos metodológicos na aula, não se pode desconsiderar o fato de que a relação

professor-aluno ainda é essencial para o processo de ensino-aprendizagem; sendo esta o

mecanismo que leva à construção do conhecimento da Geografia escolar.

Diante do interesse da professora regente em participar do PIBID e levar essa

novidade para seus alunos surgiu o momento de aproximá-los de fato da estrutura da

universidade. Eles foram inscritos em um evento acadêmico realizado pelo

PIBID/CAPES/UEPB, não como ouvintes, mas como participantes mediante o envio de

trabalhos que foram apresentados por eles próprios durante os dias de evento.

Assim, a efetivação deste projeto mostra o envolvimento da professora da

disciplina com propostas que beneficiem o aprendizado de seus alunos, bem como seu

comprometimento com a formação destes a partir de um trabalho pautado em novos e

alternativos recursos metodológicos e inovações capazes de atrair o olhar dos educandos

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para os conteúdos ministrados mostrando-lhes que eles são os principais autores da

Geografia.

5. Considerações

Através do desenvolvimento de novas atividades durante as aulas foi reafirmada a

necessidade de articulação entre teoria e prática imprescindível na dinamização do

processo ensino- aprendizagem dessa disciplina; como das demais que compõe a grande

curricular do ensino básico; na formação continuada e tendenciosa a reprodução de um

conhecimento cristalizado.

Assim, o desenvolvimento de metodologias alternativas ao livro didático está para

a compreensão mais ampla do espaço produzido socialmente e da totalidade sócio-

espacial. Nessa perspectiva, a adoção de novos materiais em sala de aula se mostra

como ponto positivo na contribuição para as melhorias tão almejadas no processo

ensino-aprendizagem pretendendo-se continuar com propostas que possam estimular os

educandos ao conhecimento geográfico.

Ademais, o programa e as atividades desenvolvidas a partir do Subprojeto de

Geografia na Escola Polivalente proporcionaram levantar questões importantes e

urgentes quanto à atual situação do sistema educacional e a necessidade de

reestruturação de seus princípios básicos tornando o ensino público capaz de provocar

transformações na sociedade, tendo a certeza de que é preciso envolver todas as

instâncias sociais neste processo.

6. Agradecimentos

As autoras agradecem o apoio concedido, mediante bolsas, efetuado pela

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, através do

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID.

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7. Referências

CAMPOS, Rui Ribeiro de. Cinema, Geografia e Sala de aula. In.:Estudos Geográficos. Rio Claro, 4 (1): 1-22, junho, 2006. CASTROGIOVANNI, A. C. (org.) Ensino de Geografia: práticas e textualizações no

cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000. CAVALCANTI, L. de S. Ciência Geográfica e Ensino de Geografia. In.: ______. Geografia, Escola e Construção de Conhecimentos. Campinas, SP: Papirus, 1998, p.15- 28. FERREIRA, Eurico Costa. O uso de audiovisuais como recursos didáticos. In.: Dissertação (stricto sensu) Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de História e Geografia, 2010. FERREIRA, Erica Keila (et. al.). O cinema como recurso didático e pedagógico na educação de jovens. In.:Encontro de Produção Científica e Tecnológica. NUPEM, FECILCAM, PR, 2010. GOOGLE EARTH – Brasil, Paraíba, Campina Grande. Imagens de Dezembro de 2012. Disponível em: http://earth.google.com/. Acesso em: Dezembro de 2013. GUIMAÃES, Iara Vieira (et. al.). Ilha das Flores: luz, crítica e ação nas aulas de Geografia e História. In.: Ensino em Re-Vista, 2 (1): 83-87, jan./dez., 1993. LACOSTE, Yves. A Pesquisa e o Trabalho de Campo: Um Problema Político para os Pesquisadores, Estudantes e Cidadãos. In: Boletim Paulista deGeografia. São Paulo: AGB, n. 84, p. 77 – 92, 2006. PINTO, A. M. As Novas Tecnologias e a Educação. DFE/ UEM/ CRC. Disponível em http://www.portalanpedsul.com.br Acessado em 17/12/2012. PEREIRA, J. E. D. Formação de professores: pesquisas, representações e poder. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Argemiro de Figueiredo- Polivalente. Campina Grande, Paraíba, 2012. REGO, N. et al. Geografia:práticas pedagógicas para o Ensino Médio.Porto Alegre: Penso, 2011, (p. 13- 30). SANTOS, Rita de Cássia Evangelista dos; CHIAPETTI, Rita Jaqueline Nogueira. Uma investigação sobre o uso das diversas linguagens no ensino de Geografia: uma interface

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teoria e prática.In.:Geografia Ensino & Pesquisa, Santa Maria, v. 15, n.3,set./dez. 2011.